ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO E MARKETING DE UMA EMPRESA DE...

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ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO E MARKETING DE UMA EMPRESA DE CONSULTORIA EM BRANDING PARA STARTUPS Leandro de Oliveira Capela Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientadora: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc. Rio de Janeiro Agosto de 2017

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ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO E

MARKETING DE UMA EMPRESA DE CONSULTORIA

EM BRANDING PARA STARTUPS

Leandro de Oliveira Capela

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia de Produção da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de

Engenheiro.

Orientadora: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc.

Rio de Janeiro

Agosto de 2017

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE GESTÃO E

MARKETING DE UMA EMPRESA DE CONSULTORIA

EM BRANDING PARA STARTUPS

Leandro de Oliveira Capela

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA ESCOLA POLITÉCNICA DA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS

REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO

DE PRODUÇÃO.

Examinado por:

________________________________________________

Profa. Maria Alice Ferruccio da Rocha, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Renato Flórido Cameira, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Samuel Jurkiewicz, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Agosto de 2017

A meus pais e avós, pelo

empenho em proporcionar

educação de qualidade

a seus filhos e netos.

Capela, Leandro de Oliveira

Elaboração de um plano de gestão e marketing de uma empresa de consultoria

em branding para startups / Leandro de Oliveira Capela – Rio de Janeiro: UFRJ/

Escola Politécnica, 2017.

13, 57 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc.

Projeto de Graduação – UFRJ/ POLI/ Curso de Engenharia de Produção, 2017.

Referências Bibliográficas: p. 66-70.

1. Plano de Gestão. 2 Plano de Marketing. 2. Branding. 3. Gestão de marcas. I.

Ferruccio, Maria Alice. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, Curso de

Engenharia de Produção. III. Elaboração de um plano de gestão e marketing de uma

empresa de consultoria em branding para startups.

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro de Produção.

Elaboração de um plano de gestão e marketing de uma empresa de consultoria em branding

para startups

Leandro de Oliveira Capela

Agosto/2017

Orientador: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc.

Curso: Engenharia de Produção

Este Projeto de Graduação tem como objetivo analisar a viabilidade do gerenciamento de uma

nova empresa de consultoria em branding para startups. Inicialmente, fez-se necessário, com a

finalidade de facilitar a compreensão, introduzir conceituações teóricas e definições de branding

de diversos autores. Na sequência, se fez necessária a elaboração de um Plano de Gestão, que se

trata de uma ferramenta que propicia a compreensão a respeito do negócio e do mercado onde

está inserido. Esse entendimento se dá por meio de pesquisa acerca das características dos

ambientes interno e externo da organização que se busca criar, sob múltiplos prismas, entre

análises formuladas por pesquisadores como Humphrey, Kotler, Osterwalder, Porter e

devidamente adaptadas. Por fim, o estudo foi complementado por um Plano de Marketing que

visa a demonstrar como as vendas tomarão forma, apresentando marca, produtos, preços, praça,

promoção, pessoas e processos envolvidos. Dessa forma, espera-se validar as hipóteses

formuladas e atingir o objetivo estabelecido.

Palavras-chave: Plano de Gestão, Plano de Marketing, Branding, Gestão de marcas.

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of

the requirements for the degree of Industrial Engineer.

DEVELOPMENT OF A MANAGEMENT AND MARKETING PLAN OF A

BRANDING CONSULTING FIRM FOR STARTUPS

Leandro de Oliveira Capela

August/2017

Advisor: Maria Alice Ferruccio da Rocha, D. Sc.

Course: Industrial Engineering

This Undergraduate Project aims to check the feasibility of managing a new branding consulting

company for startups. First, it was necessary to introduce theoretical concepts and definitions of

branding from several authors, intending to soften understanding. Then, a Management Plan was

designed. It is a tool that provides knowledge about the business and the market where it is in.

This knowledge is given through research on the features of the internal and external

environments of the company, between studies formulated by researchers such as Humphrey,

Kotler, Osterwalder, Porter and properly adapted. For last, the study was complemented by a

Marketing Plan, which aims to demonstrate how sales will take shape, presenting brand, products,

prices, place, promotion, people and processes involved. In this way, it is expected do validate

the initial hypotheses and achieve the established objective.

Keywords: Management Plan, Marketing Plan, Branding, Brand Management.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Representação das forças competitivas que moldam a estratégia ................. 36

Figura 2 – O processo de planejamento estratégico de unidades de negócios ............... 41

Figura 3 – Segmentação de mercado .............................................................................. 49

Figura 4 – Logo da ACDI Strategy Design .................................................................... 53

Figura 5 – Logo da Atributo ........................................................................................... 53

Figura 6 – Logo da Blackbird ......................................................................................... 54

Figura 7 – Logo da Wyse ............................................................................................... 54

Figura 8 – Análise das cores usadas pelos concorrentes ................................................ 55

Figura 9 – Logo da Leap Brasil ...................................................................................... 56

Figura 10 – Os 4Ps do mix de marketing ....................................................................... 57

Figura 11 – Cadeia de valor da Leap Brasil ................................................................... 64

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Canais: tipos e fases ..................................................................................... 21

Quadro 2 – Quadro de modelo de negócios ................................................................... 26

Quadro 3 – Quadro CAMGPEST ................................................................................... 35

Quadro 4 – Matriz SWOT .............................................................................................. 46

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Fatores críticos de sucesso comparativo ....................................................... 47

Tabela 2 – Comparativo de preços referenciais (em reais) ............................................ 59

Tabela 3 – Preços dos produtos da Leap Brasil .............................................................. 61

Tabela 4 – Ocupações e funções de acordo com a CBO do MTE.................................. 63

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABStartups Associação Brasileira de Startups

Adegraf Associação dos Designers Gráficos do Distrito Federal

CAMGPEST Cultural, Ambiental, Mercadológico, Geográfico, Político, Econômico,

Social e Tecnológico

CBO Classificação Brasileira de Ocupações

Cetic.br Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da

Informação

CIM Construção de identidade de marca

FCS Fatores críticos de sucesso

FOFA Forças, oportunidades, fraquezas e ameaças

GEM Gestão estratégica de marca

Gimp GNU Image Manipulation Program

HP Hewlett-Packard

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial

MCTIC Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

PDV Ponto de venda

PIB Produto Interno Bruto

PIV Projeto de identidade visual

SEM Search Engine Marketing

SEO Search Engine Optimization

SWOT Strenghts, weaknesses, opportunities, threats

TI Tecnologia da informação

LISTA DE SÍMBOLOS

R$ Reais

GB Gigabytes

N Nota

D Desempenho

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 14

1 PLANO DE GESTÃO ............................................................................................... 17

1.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 17

1.2 DESCRIÇÃO DO NEGÓCIO .................................................................................. 17

1.2.1 Missão ................................................................................................................... 17

1.2.2 Visão ...................................................................................................................... 17

1.2.3 Valores .................................................................................................................. 17

1.3 QUADRO DE MODELO DE NEGÓCIOS ............................................................. 18

1.3.1 Segmentos de clientes .......................................................................................... 18

1.3.2 Proposta de valor ................................................................................................. 19

1.3.3 Relacionamento com clientes .............................................................................. 19

1.3.4 Canais ................................................................................................................... 20

1.3.5 Fontes de receita .................................................................................................. 21

1.3.6 Parcerias principais ............................................................................................. 22

1.3.7 Atividades-chave .................................................................................................. 23

1.3.8 Recursos principais ............................................................................................. 23

1.3.9 Estrutura de custo ............................................................................................... 24

1.3.10 O quadro ............................................................................................................. 25

1.4 ANÁLISE CAMGPEST ........................................................................................... 27

1.4.1 Cultural ................................................................................................................ 27

1.4.2 Ambiental ............................................................................................................. 28

1.4.3 Mercadológico ...................................................................................................... 29

1.4.4 Geográfico ............................................................................................................ 30

1.4.5 Político .................................................................................................................. 31

1.4.6 Econômico ............................................................................................................ 32

1.4.7 Social ..................................................................................................................... 32

1.4.8 Tecnológico ........................................................................................................... 33

1.4.9 O quadro CAMGPEST ....................................................................................... 35

1.5 ANÁLISE DAS CINCO FORÇAS DE PORTER ................................................... 35

1.5.1 Rivalidade entre concorrentes ............................................................................ 36

1.5.2 Poder de barganha dos fornecedores ................................................................. 37

1.5.3 Ameaça de produtos substitutos ......................................................................... 38

1.5.4 Poder de barganha dos clientes .......................................................................... 39

1.5.5 Ameaça de novos entrantes ................................................................................. 40

1.6 ANÁLISE FOFA OU SWOT .................................................................................... 40

1.6.1 Forças .................................................................................................................... 41

1.6.2 Fraquezas ............................................................................................................. 42

1.6.3 Oportunidades ..................................................................................................... 43

1.6.4 Ameaças ................................................................................................................ 44

1.6.5 Matriz SWOT ...................................................................................................... 46

1.7 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO COMPARATIVO ...................................... 46

1.8 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ......................................................................... 48

1.9 DIRETRIZES PARA A EMPRESA ........................................................................ 49

2 PLANO DE MARKETING ...................................................................................... 52

2.1 MARCA ................................................................................................................... 52

2.2 MARKETING TÁTICO .......................................................................................... 56

2.2.1 Produto ................................................................................................................. 57

2.2.2 Preço ..................................................................................................................... 59

2.2.3 Praça ..................................................................................................................... 61

2.2.4 Promoção .............................................................................................................. 62

2.2.5 Pessoas .................................................................................................................. 63

2.2.6 Processos ............................................................................................................... 63

CONCLUSÃO ............................................................................................................... 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 66

14

INTRODUÇÃO

O branding não possui um marco histórico preciso para determinar o início de sua

existência. No entanto, há registros em que associações medievais da Europa exigiam que

artesãos colocassem marcas em seus produtos para diferenciá-los daqueles que

apresentassem qualidade inferior, criando assim um indicativo visual que auxiliava seus

clientes ao realizar suas escolhas de consumo.

Vale ressaltar que o branding não se limita à criação de uma marca ou logotipo,

pois “diz respeito a criar estruturas mentais e ajudar o consumidor a organizar seu

conhecimento sobre produtos [...], de forma que torne sua tomada de decisão mais

esclarecida e, nesse processo, gere valor à empresa” (KOTLER; KELLER, 2006, p. 270).

Aaker (2012) teoriza que “enquanto a imagem de uma marca é como uma marca

é percebida, uma identidade de marca é aspiracional – como a marca deseja ser

percebida”. Martins (2006) traz sua definição de branding:

[...] é o conjunto de ações ligadas à administração das marcas. São ações

que, tomadas com conhecimento e competência, levam as marcas além da sua

natureza econômica, passando a fazer parte da cultura, e influenciar a vida das

pessoas. Ações com a capacidade de simplificar e enriquecer nossas vidas num

mundo cada vez mais confuso e complexo. (MARTINS, 2006, p. 8, grifo do

autor).

Por se tratar de um conceito que envolve diretamente áreas diversas, como

marketing, publicidade e design, tanto no Brasil, como em outras partes do mundo,

agências de cada um desses segmentos anunciam prestar tal serviço, quando, na verdade,

atuam em apenas parte dele. No entanto, o mercado especializado está em expansão no

país, com empreendimentos voltados, em geral, para grandes empresas.

Segundo Anholt (2005), a expressão “branding” pode apresentar três níveis de

compreensão: a popular, a simples ou a avançada. A compreensão popular, mais vaga, se

trata de uma confluência de diversas disciplinas de marketing e, frequentemente, de forma

alternada com publicidade, propaganda, marketing, relações públicas e promoção de

vendas.

Por sua vez, o sentido simples se refere à identidade visual, incluindo nome da

marca, logotipo, slogan e outros elementos do projeto gráfico. Trata-se do modo como a

identidade da empresa se apresenta e, dessa forma, é reconhecida. Essa apresentação é

15

compreendida, de maneira sutil, como um canal de comunicação. O estilo e o conteúdo

do design transmitem uma mensagem a respeito da natureza e da personalidade do

produto e, desse modo, aprimoram o atingimento ao seu público-alvo.

Já o sentido avançado também contempla a compreensão simples, mas denota

aprofundamento ao se relacionar diretamente com “boa parte de estratégia corporativa,

motivação e comportamento de consumidores e stakeholders, comunicação interna e

externa, ética e propósito” (ANHOLT, 2005, p. 117).

Quando as empresas adquirem esse entendimento, passam a utilizá-lo para

percorrer a rede de relações entre a marca e as pessoas que atuam ao longo da cadeia de

valor, seja trabalhando dentro da empresa, prestando um serviço para ela, consumindo

seus produtos ou simplesmente contactando-a.

Sendo assim, nos casos em que as funcionalidades ou características físicas de

empresas ou produtos são menos relevantes, as qualidades intangíveis – associação de

valor, estilo de vida, força do fabricante e comportamento dos representantes da empresa

– se sobressaem.

Todos os atributos que uma marca apresenta, direta ou indiretamente ao seu

consumidor, desde nome da marca, logotipo, escolha de fornecedores, de componentes

dos produtos, de perfil dos colaboradores, políticas organizacionais, processos de

fabricação, design das embalagens, política de publicidade, política de relacionamento

com o cliente e outras diversas possibilidades de decisão no ambiente empresarial, fazem

parte do branding.

Dessa forma, caso a organização adote verdadeiramente a compreensão avançada

do branding, esse conceito interferirá diretamente no gerenciamento do negócio, por

exercer influência direta na estratégia corporativa e na cultura da empresa.

Importante frisar que há intenção do autor deste estudo de dar início a uma nova

empresa de consultoria em branding para startups. Dessa forma, o problema em questão

é se é viável abrir e manter uma empresa no segmento indicado. Nesse sentido, serão

identificados os requisitos necessários para esse empreendimento.

As hipóteses em que o estudo se baseia são:

a) uma empresa de consultoria em branding voltada a startups é financeiramente

viável;

b) startups não possuem estrutura adequada para realizar serviços próprios de

branding com qualidade;

16

c) há demanda de startups por serviços que contribuam na potencialização de suas

vendas.

O objetivo desta análise é formular um plano de gestão e marketing consistente e

aplicável à realidade de uma empresa de branding voltada para startups, visando à

viabilização da operação do negócio.

A metodologia utilizada é a de estudo de caso, a respeito de um empreendimento

cujo negócio principal é consultoria em branding voltada para startups. Para isso, será

realizada uma pesquisa bibliográfica, seguida do desenvolvimento de um plano de gestão

e de marketing.

Não será abordado o branding em empreendimentos que não sejam startups.

Dessa forma, excluem-se deste trabalho análises específicas sobre serviços de branding

voltados a empreendimentos que não se encaixem na definição de startup formulada por

Ries (2011), que afirma que tal tipo de negócio se trata de uma organização desenvolvida

para criar um novo produto sob condições de extrema incerteza.

Também não será realizado um plano de negócios completo. Apenas serão

tratadas duas de suas partes: os planos de gestão e de marketing. Sendo assim, não

constarão os planos jurídico, financeiro e de operações.

Espera-se que a contribuição científica desta pesquisa seja proporcionar conceitos

fundamentados no funcionamento de um negócio, especialmente a respeito de sua

elaboração. O estudo, embora seja voltado ao mercado de branding, pode ser adaptado

visando à sua aplicação em diferentes áreas.

Este trabalho é composto de uma introdução, com os principais tópicos do estudo.

Em seguida, serão expostos dois capítulos. No primeiro, será exposto um plano de gestão,

contendo uma avaliação estratégica, por meio de ferramentas de análise que serão

detalhadas na seção correspondente. No segundo, constará um plano de marketing à luz

de dois pilares: marketing estratégico e marketing tático, não se furtando de analisar o

mercado de branding por meio de estudos acerca de clientes, concorrentes e fornecedores.

Por fim, a conclusão trará as devidas reflexões suscitadas nas seções anteriores.

17

1 PLANO DE GESTÃO

1.1 INTRODUÇÃO

O plano de gestão se trata de uma análise estratégica que auxilia na compreensão

do contexto interno e do ambiente de mercado em que o empreendimento se situa.

Neste estágio, algumas ferramentas contribuem para a construção deste estudo. A

análise dos fatores culturais, ambientais, mercadológicos, geográficos, políticos,

econômicos, sociais e tecnológicos (CAMGPEST), para a compreensão do ambiente

externo da empresa, o quadro de modelo de negócios (em inglês, Business Model

Canvas), a análise das cinco forças de Porter (rivalidade entre concorrentes, poder de

barganha de fornecedores, ameaça de produtos substitutos, poder de barganha dos clientes

e ameaça de novos entrantes), a matriz de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças

(FOFA), ou, em inglês strenghts, weaknesses, opportunities and threats (SWOT), análise

de fatores críticos de sucesso (FCS) comparativo e, por fim, a segmentação de mercado.

1.2 DESCRIÇÃO DO NEGÓCIO

1.2.1 Missão

Oferecer serviços digitais de qualidade que gerem valor a startups por meio da

construção e manutenção da identidade e da estratégia das marcas de seus clientes,

auxiliando-os em seu crescimento.

1.2.2 Visão

Ser reconhecida como a melhor consultoria em branding para startups do país e

como uma empresa de importante participação no crescimento de novos negócios no

Brasil.

1.2.3 Valores

18

Os valores pelos quais a organização norteará o trabalho serão:

a) criatividade;

b) agilidade;

c) modernidade;

d) flexibilidade; e

e) foco no cliente.

1.3 QUADRO DE MODELO DE NEGÓCIOS

O quadro de modelo de negócios (em inglês, Business Model Canvas) se trata de

uma ferramenta de planejamento estratégico cuja definição, segundo Osterwalder e

Pigneur (2011, p. 12) é, de forma resumida, “uma linguagem comum para descrever,

visualizar, avaliar e alterar modelos de negócios”.

O instrumento é composto de nove blocos que constituem características-chave a

um modelo de negócios. São eles: os segmentos de clientes, a proposta de valor, o

relacionamento com clientes, os canais, as fontes de receita, as parcerias principais, as

atividades-chave, os recursos principais e a estrutura de custo.

1.3.1 Segmentos de clientes

Este elemento determina os distintos agrupamentos de pessoas físicas ou jurídicas

a que uma organização procura ofertar seus produtos ou serviços. Os segmentos podem

ser diferenciados por suas necessidades, canais de distribuição pelos quais são

alcançados, tipos de relacionamento, lucratividade e interesse em aspectos distintos da

oferta.

Para o negócio em tela, a escolha feita é por ofertar às startups. O motivo para a

decisão se concentra em tornar o serviço especializado e, por isso, diferenciado, em

apenas um nicho de mercado.

Entretanto, dentro dessa classificação haverá segmentações entre as startups,

dependendo dos serviços que desejarem utilizar. Para fins de simplificação, pode-se

classificar em clientes básicos ou assinantes. Os clientes básicos pagarão uma taxa única

apenas para o projeto de branding que escolherem, enquanto os assinantes terão direito a

19

assistência contínua, em especial após a finalização da consultoria em gestão estratégica

de marca, que será abordada de forma detalhada na seção 2.2.1, a respeito dos produtos.

1.3.2 Proposta de valor

A proposta de valor detalha o conjunto de produtos que geram valor a um

determinado segmento de clientes. Para isso, agregam-se características da oferta que

sejam direcionadas e atrativas aos consumidores.

Neste negócio, destacam-se três aspectos: personalização, design e acessibilidade.

A personalização é intrínseca à natureza do negócio, por se tratar de um serviço

inteiramente customizado. Já sobre o design, é esperado que se depreendam projetos

gráficos consistentes e que diferenciem os clientes de seus concorrentes.

Por fim, um trunfo importante da proposta de valor da empresa de consultoria em

branding em questão é a acessibilidade. O serviço é frequentemente restrito a

organizações maiores e consolidadas, o que faz com que as prestadoras existentes não

direcionem suas atividades a firmas menores. Ao se voltar às startups, ataca-se um nicho

que até então se encontrava distante do assunto, seja pelos preços elevados ou pela

escassez de oferta especializada.

1.3.3 Relacionamento com clientes

Este elemento do quadro é referente aos tipos de relacionamento que uma

organização cria ou mantém com determinados segmentos de clientes. Há três possíveis

razões para despertar a motivação e conduzir o relacionamento com clientes: conquista

do cliente, retenção do cliente e ampliação de vendas.

Por definição, o produto tem como um de seus resultados finais esperados a

ampliação de vendas. Portanto, esta é uma das motivações para se buscar uma consultoria

em branding, possibilitando a geração de valor para a marca ou empreendimento que

contrate os serviços em questão.

Dentro da ótica do relacionamento com os consumidores, deve-se buscar também

a conquista de clientes. Para atingir esse objetivo, será fundamental explorar a categoria

20

de assistência pessoal, visando a estreitar a interação entre a equipe e as startups, criando

vínculos dos clientes com a empresa.

Também há espaço para idealizar a cocriação1, ainda que de forma parcial. O

cliente pode fazer parte do processo criativo, permitindo que o produto final apresente

características personalizadas e ele se sinta identificado com o resultado do trabalho.

Dessa forma, a experiência ganha potencial de se tornar mais positiva para o cliente, com

vantagens mútuas na relação.

Por fim, visando à retenção de clientes, pode-se ofertar assistência após a

consultoria. Para quaisquer questões que os clientes desejem revisitar, oferece-se a

prerrogativa de recorrer à empresa para que seus objetivos sejam alcançados com

plenitude e a qualidade dos produtos seja percebida de forma positiva.

1.3.4 Canais

Este bloco se refere aos meios pelos quais uma empresa se expressa e atinge seus

segmentos de clientes para ofertar uma proposta de valor. Os canais possuem diversas

funções, tipos e fases. Entre os tipos, há diferenciação entre parceiros ou particulares e

diretos ou indiretos.

Os canais diretos – equipes de venda física e vendas na web – são necessariamente

particulares e os canais parceiros – lojas parceiras e atacado – são necessariamente

indiretos. A única exceção são as lojas próprias, que são canais particulares indiretos.

Por sua vez, as fases são cinco: conhecimento, avaliação, compra, entrega e pós-

venda. O Quadro 1 traz a classificação de cada tipo e o detalhamento de cada fase do

elemento Canais.

1 Criação em conjunto com o cliente.

21

Para o empreendimento em estudo, aplicam-se as vendas na web, no site próprio

da empresa. Esse canal pode ser explorado em todas as cinco fases, especialmente nas

quatro últimas. É possível considerar a possibilidade de equipes de venda física no futuro,

mas não seria adequado em um primeiro momento.

Por outro lado, por se tratar de um serviço customizado, a venda por atacado e em

lojas físicas parceiras não são aplicáveis. Entretanto, é possível utilizar páginas da web de

terceiros nas fases de conhecimento e avaliação, como, por exemplo, propagandas em

sites, como redes sociais, ou ferramentas de anúncios, como o Google AdWords.

1.3.5 Fontes de receita

As fontes de receita são as verbas que um empreendimento cria a partir de seus

segmentos de clientes. Pode haver dois tipos de fontes: renda por pagamento único ou

renda recorrente, por meio de pagamento constante. Ambos são aplicáveis ao negócio em

tela.

Entre as formas de gerar receita, a que melhor se adequa ao segmento de clientes

básicos é a taxa de uso. Nesse caso, o cliente não adquire um bem físico, mas sim a

utilização de determinado serviço. O pagamento será único por cada produto, mas vale

esclarecer que não é necessariamente à vista, havendo a possibilidade de ser ofertado um

período de carência ou parcelamento.

A assistência contínua pode ser fornecida com a cobrança de uma taxa de

assinatura, que difere da taxa de uso por não ser feita em pagamento único, mas sim por

renda recorrente, seja por meio de semestralidade ou anuidade. Neste caso, o serviço é

ofertado aos clientes do segmento de assinantes.

Quadro 1 – Canais: tipos e fases

Fonte: Osterwalder e Pigneur (2011, p. 27)

22

Em ambos os casos, o mecanismo é de precificação fixa. O valor despendido pelo

cliente não varia de acordo com as condições do mercado, mas sim fruto de análise de

variáveis estáticas. Entre as classificações dentro da precificação fixa, será adotado o

preço dependente dos segmentos de clientes.

1.3.6 Parcerias principais

Neste bloco, são detalhados a rede de fornecedores e os parceiros que compõem

o modelo de negócios. Há quatro classificações distintas de parcerias: alianças

estratégicas entre não-competidores, coopetição2, joint ventures e relação comprador-

fornecedor.

Podem ser estabelecidas alianças com hubs de clientes, como por exemplo a

Associação Brasileira de Startups (ABStartups), que conta com cerca de quatro mil

associados3, o Circuito Startup, que se trata de uma rede de apoio a empreendedores e

criação de startups e já atuou junto a mais de 11 mil novos negócios4, o StartSe, que reúne

120 mil empreendedores5, e outros, como Startupi6 e Startup Brasil, uma iniciativa do

Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC)7. Dessa forma,

a marca ganharia visibilidade, ao mesmo tempo que atingiria diretamente seu público.

Além disso, é estabelecida uma relação comprador-fornecedor com cada um de

seus clientes, uma vez que a empresa se posiciona como fornecedora de serviços de

branding. A motivação para tal parceria se dá na aquisição de atividades particulares, no

caso, a própria consultoria.

Já sobre fornecedores, podem ser apontados dois tipos principais: computadores

e licenças de softwares. No primeiro grupo, podem ser apontadas como possíveis

fornecedoras as principais marcas do mercado, como Acer, Apple, Dell, Hewlett-Packard

2 Parceria estratégica entre concorrentes. 3 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE STARTUPS. Quem é ABStartups. [S.l.]: ABStartups, 2017.

Disponível em: <https://abstartups.affinibox.com.br/member/#/public/abstartups/?_k=j14bs3>. Acesso

em: 24/05/2017. 4 CIRCUITO STARTUP. Início. [S.l.]: Circuito Startup, [201-]. Disponível em:

<http://circuitostartup.com/>. Acesso em: 04/07/2017. 5 STARTSE. Portal StartSe. São Paulo: StartSe, 2017. Disponível em: <https://startse.com/>. Acesso em:

15/08/2017. 6 STARTUPI. Eventos. [S.l.]: Startupi, [201-]. Disponível em: <https://startupi.com.br/eventos/>. Acesso

em: 15/08/2017. 7 STARTUP BRASIL. O Programa. Brasília: Startup Brasil, 2017. Disponível em:

<http://www.startupbrasil.org.br/>. Acesso em: 15/08/2017.

23

(HP), Lenovo, LG e Samsung. Já no segundo, devido à qualidade bastante superior em

relação a outras opções, tanto pagas quanto gratuitas, encontram-se a Adobe, com os

produtos Photoshop, para edição de imagens estáticas em geral; Illustrator, para

vetorizações; e Premiere, para edição de vídeos. Já para uso do pacote Office, há a

Microsoft.

1.3.7 Atividades-chave

As atividades-chave são aquelas que são essenciais ao funcionamento do modelo

de negócios de uma empresa. Elas podem se apresentar em três categorias: produção,

resolução de problemas e plataforma ou rede.

Neste caso, se trata da resolução de problemas. Essa classificação é convencional

no caso de consultorias e prestadoras de serviço em geral, segundo Osterwalder e Pigneur

(2011, p. 37). O problema do cliente, no cenário em questão, seria a respeito da criação

de identidade ou da gestão da sua marca.

Relacionando as atividades aos recursos principais, é válido ressaltar, além da

execução do trabalho, a gestão do conhecimento, por meio da alimentação e manutenção

de uma base de dados sólida, contendo dados de diversos segmentos de mercado e do

histórico de projetos da empresa.

1.3.8 Recursos principais

Nesta seção, são descritos os recursos-chave necessários ao funcionamento de um

modelo de negócios. Podem trazer uma das quatro seguintes classificações: físicos,

intelectuais, humanos ou financeiros. Há possibilidade de serem próprios ou de terceiros.

Os recursos físicos principais são a sede da empresa, onde estarão compreendidos

o escritório e todo o maquinário a ser utilizado: computadores, projetores e outros

equipamentos básicos ao funcionamento da organização, sobretudo relativos à

infraestrutura de tecnologia da informação (TI).

Por sua vez, os recursos intelectuais principais são, basicamente, os

conhecimentos particulares e os bancos de dados. O primeiro, diretamente ligado ao

aspecto técnico do negócio. Já o segundo se relaciona aos dados referentes aos mais

24

diversos segmentos de mercado e às experiências da empresa, visando a realizar análises

refinadas e conferir maior qualidade ao serviço.

A marca não se classifica como recurso-chave, por ser absolutamente jovem no

mercado e, por isso, não ser um diferencial entre seus recursos. Patentes e registros

também não se aplicam neste caso. É verdade que durante o processo de criação, é

necessário consultar se há similaridade entre a marca a ser elaborada e outras existentes.

No entanto, convencionalmente, na prestação de serviços relacionados a marcas, o

registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é feito pelo cliente. Nesse

sentido, o tópico se encontra fora do escopo deste item. Todavia, convém alertar ao

consumidor, durante o processo de compra, sobre a vulnerabilidade de uma marca não

registrada.

Já os recursos humanos principais são a equipe de vendas na web e a equipe de

criação. Por outro lado, os recursos financeiros não se enquadram como recursos-chave

neste modelo de negócios.

1.3.9 Estrutura de custo

Por fim, na estrutura de custo são descritos todos os custos empregados ao operar

um modelo de negócios. Pode-se subdividi-lo entre duas classes: direcionada pelo custo

e direcionada pelo valor. As estruturas de custo podem apresentar uma ou mais entre as

seguintes características: custos fixos, custos variáveis, economias de escala e economias

de escopo.

O modelo de negócio em questão implica personalização na maior parte do

serviço, o que contribui fortemente para que se opte pela estrutura de custo direcionada

pelo valor. Entretanto, por se tratar de uma empresa em fase inicial, não pode deixar de

procurar minimizar seus custos, quando for possível. Com isso, não necessariamente será

feita uma escolha por um extremo, mas sim um balanceamento entre o que a empresa

deseja ofertar aos seus clientes e o que ela tem, de fato, condições de ofertar.

Na estrutura de custo, constarão custos fixos, custos variáveis e economias de

escopo. Entre os fixos, aluguel, salários e infraestrutura, como água, energia elétrica,

telefonia e internet. Já entre os custos variáveis, bonificações por atingimento de metas e

possíveis despesas com transporte para reuniões com clientes. Devido à similaridade de

algumas atividades, podemos verificar que há economia de escopo, ao passo que

25

operações comuns podem dar suporte a projetos distintos, como, por exemplo, modelos

previamente elaborados.

1.3.10 O quadro

Após o detalhamento dos nove elementos do quadro de modelo de negócios, o

Quadro 2 demonstra a síntese do que foi elaborado nesta seção, de acordo com a

disposição visual formulada por Osterwalder e Pigneur (2011, p. 42).

26

Quadro 2 – Quadro de modelo de negócios

Fonte: Adaptado de Osterwalder e Pigneur (2011, p. 42); conteúdo da ferramenta elaborado pelo autor

27

1.4 ANÁLISE CAMGPEST

O método, proposto por Ferruccio (2015), consiste em detalhar a influência de

fatores culturais, ambientais, mercadológicos, geográficos, políticos, econômicos, sociais

e tecnológicos sobre o ambiente externo em que um negócio está inserido.

Para atingir esse objetivo, é realizada a identificação de situações que se adequam

a cada um dos oito fatores. Em seguida, cada situação é classificada como oportunidade

ou ameaça, tomando como referência a empresa em estudo. Por fim, é atribuído um entre

três graus de intensidade para cada oportunidade ou ameaça, onde o grau 1 é o mais fraco

e o grau 3 é o mais forte.

1.4.1 Cultural

A análise do ambiente externo sob a ótica cultural se refere à avaliação de aspectos

que compõem os costumes e conhecimentos da população atingida, seja de forma direta

ou indireta, pela organização estudada.

A respeito do mercado potencial, é preciso notar que a tomada de decisão dos

clientes é realizada, por definição, em um ambiente de extrema incerteza, oferecendo

produtos recém-criados (RIES, 2011). Por conta disso, Carvalho, Ribeiro e Cunha (2015,

p. 137) apontam que “as startups possuem uma visão imediatista e suas prioridades estão

pautadas na sobrevivência dos negócios e na atração de pessoas”.

Desta afirmação, podem-se depreender duas interpretações. A primeira é que há

uma propensão do público-alvo a direcionar os recursos a atividades que tragam ganhos

diretos ao empreendimento e que garantam sua subsistência. Assim, se constitui uma

ameaça de alto grau, uma vez que o branding não se incorpora essencialmente como fonte

de renda aos clientes, via de regra.

Por outro lado, a segunda traz a compreensão de que, por serem empresas novas

e, portanto, desconhecidas ao público, precisam buscar formas de adquirir visibilidade e

convencer consumidores a comprar seus produtos. Nesse sentido, o branding pode

desempenhar um papel fundamental e essa característica deve ser explorada como uma

oportunidade de alto grau.

28

Outro aspecto se refere ao desconhecimento de potenciais clientes sobre o que é

branding, situação que é frequentemente apontada como um dos problemas nesse

mercado. Por exemplo, quando há clientes que acreditam que branding se limita à criação

de um logotipo, enquanto se trata da criação de uma identidade e da gestão estratégica de

uma marca, um conceito mais amplo.

Por conta dessa inconsistência de informações, por vezes há o entendimento no

mercado de que o branding não seria necessário nos casos em que a marca já possuísse

logotipo (CORRÊA, 2014). Sendo assim, constitui-se uma ameaça de grau médio.

1.4.2 Ambiental

A questão ambiental costuma ser uma preocupação sobretudo a respeito da

geração de resíduos, da utilização de recursos naturais e das fontes de energia

empregadas. Entretanto, a percepção dos clientes se tornou mais refinada. Figueiredo,

Abreu e Las Casas (2009) apresentam que os consumidores estão mais atentos quanto aos

produtos que consomem e às atitudes das empresas, inclusive impactos causados ao meio

ambiente ou à sociedade.

É importante frisar que o negócio exerce impacto ambiental de magnitude

absolutamente inferior a grandes indústrias, ou mesmo estabelecimentos comerciais em

geral, mormente devido a seus produtos serem digitais. Apesar disso, é recomendável que

a empresa atente para práticas sustentáveis, visando a afastar a possibilidade de prejudicar

sua imagem frente a seus consumidores. Sendo assim, esse fator pode ser classificado

como uma ameaça de grau baixo.

No entanto, dentro do contexto apresentado, pode-se interpretar uma visão em que

se abre o horizonte para que oportunidades sejam vislumbradas. “O marketing possui

papel fundamental na construção da imagem da empresa, pois se é premente que esta

tenha atuação sócio-ambiental (sic) favorável, é ainda mais essencial que o consumidor

tenha conhecimento desta atuação” (FIGUEIREDO; ABREU; LAS CASAS, 2009, p.

109).

É possível desfrutar dessa situação de duas formas. Uma delas seria uma

oportunidade de grau baixo: a busca por um posicionamento de marca alinhado aos

conceitos de sustentabilidade, visando a uma maior aceitação por parte dos consumidores.

29

A outra, uma oportunidade de grau médio: sugerir aos clientes que incorporem tais

compreensões em suas construções de imagem.

1.4.3 Mercadológico

O público-alvo escolhido, via de regra, não possui situação financeira confortável.

Segundo Feeney, Haines e Riding (1999 apud MACHADO, 2015, p. 17), as startups

costumam contar com pouco capital inicial e, para terem garantia de crescimento,

dependem de fontes externas.

Aliando os altos preços praticados no mercado às restrições financeiras de

empresas dessa natureza, é possível constatar que o acesso ao branding é bastante

limitado às startups. O valor de um projeto completo pode variar de R$ 73 mil a R$ 130

mil, segundo a tabela referencial de valores da Associação dos Designers Gráficos do

Distrito Federal (Adegraf)8.

Albero (2007 apud MACHADO, 2015, p. 17) afirma que, em geral, para iniciar

novos negócios, alguns dos obstáculos enfrentados são problemas de crédito para

despesas iniciais, instalações e capital de giro. Nesse sentido, o branding ficaria em

segundo plano, o que constitui uma ameaça de grau alto.

É possível que tais dificuldades tenham, portanto, influenciado o mercado. É

bastante raro encontrar uma firma direcionada para o mesmo nicho do negócio em tela.

Foram buscados 18 sites de empresas brasileiras que anunciassem os termos “branding”

ou “gestão de marca” entre seus produtos. Um deles, o da Wy Branding, se encontrava

fora do ar na data da pesquisa9.

As demais empresas são: ACDI Strategy Design, Atributo, Blackbird, Borda

Comunicação, D’Ardos, Doutor Logotipo, Edeal, Estudio Fante, Inventa, Newbrand, Noz

Agência, Oni Branding, S Brand, Sebastiany Branding, The Joy Branding, Thymus

Branding e Wyse. Apenas uma, a Wyse, mencionou expressamente que oferta branding

a startups.

Dessa forma, pode-se observar que há uma lacuna de especialização para startups

no mercado. Dentro do cenário apresentado, é válido apontar que uma das razões para

8 ASSOCIAÇÃO DOS DESIGNERS GRÁFICOS DO DISTRITO FEDERAL. Tabela referencial de

valores: 2016/2018. 6ª ed. Brasília: Adegraf, 2016. Disponível em:

<http://docs.wixstatic.com/ugd/819e53_64a1447f6e234ee79612f012c49dd43e.pdf>. Acessado em:

28/07/2017. 9 Todos os acessos foram realizados em 27/07/2017.

30

esse vácuo é, provavelmente, a questão financeira. É possível, pois, que esse fator seja

mitigado por meio da oferta de condições especiais de pagamento aos clientes. Com esse

diferencial, encontra-se uma oportunidade de grau médio.

1.4.4 Geográfico

O Rio de Janeiro, cidade-sede do negócio em estudo, se trata de uma das principais

potências econômicas do país, com o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB)10,

segunda maior população ocupada11 e o segundo maior número de unidades de empresas

atuantes no país12, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por outro lado, apesar de não haver dados oficiais de startups por município, a

Endeavor (2016) divulgou o mais recente relatório do Índice de Cidades Empreendedoras,

estabelecendo comparações entre indicadores relativos ao ambiente empreendedor de 32

cidades que concentram 40% do PIB do país. Nesse ranking, o Rio de Janeiro ocupou a

14ª posição, quatro abaixo de sua colocação em 2015.

O principal fator a que se atribui a baixa pontuação da capital fluminense em

relação às demais é o ambiente regulatório, composto das variáveis (i) tempo de

processos; (ii) custo de impostos e (iii) complexidade tributária. Outro aspecto relevante

diz respeito à complexidade de condições internas, com custos altos e mobilidade urbana

classificada como ruim pelo estudo.

Vale lembrar que os projetos de gestão estratégica de marca podem ter suas fases

finais e sua implementação dentro das empresas clientes, sobretudo com participação de

agentes internos. Entretanto, a maior parte do produto, especialmente no que diz respeito

a agentes externos, pode ser desenvolvida de forma remota.

Com isso, é possível angariar clientes de diversas partes do Brasil e até do exterior,

o que relativamente dilui algumas – não todas – diferenças entre localidades de

10 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contas nacionais: Produto Interno

Bruto dos municípios: 2010-2013, v. 49. Rio de Janeiro: IBGE, 2015. Disponível em:

<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv95014.pdf>. Acessado em: 27/07/2017. 11 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades: Panorama. Rio de Janeiro:

IBGE, 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/rj/rio-de-janeiro/panorama>.

Acessado em: 27/07/2017. 12 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades: Pesquisas. Rio de Janeiro:

IBGE, 2017. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/rj/rio-de-

janeiro/pesquisa/19/29761?detalhes=true&tipo=ranking&indicador=29762>. Acessado em: 27/07/2017.

31

concorrentes para chegar ao mesmo cliente. Essa situação representa uma brecha

interessante de expansão da empresa, correspondendo a uma oportunidade de grau médio.

Porém, pela mesma razão, pode haver também interferência de concorrentes em

diversas localidades. Apesar de se tratar de uma economia forte, o Rio de Janeiro possui

um ambiente empreendedor abaixo do seu potencial e apresenta desempenho mediano

em relação a outras cidades até de porte menor. A união desses fatores pode ser

considerada uma ameaça de grau médio, pois novos concorrentes de localidades com

melhores condições podem ter a vantagem que sua localidade oferece ao empreendedor

e podem realizar seu trabalho à distância.

1.4.5 Político

Neste fator, devem ser avaliados os aspectos políticos e legais a respeito do

negócio. Dentre eles, leis, normas, decretos, portarias ou quaisquer outras formas de

regulamentação das atividades que possam ser classificadas como ameaças ou

oportunidades no segmento de mercado estudado.

A propriedade industrial é um tópico imprescindível no processo de criação de

marcas. Antes de avançar na escolha de nomes e logotipos, é necessário verificar se de

fato há ineditismo na marca a ser criada. Isso pode ser realizado no próprio portal do

INPI13, em sua base de dados.

Em campanhas publicitárias, também é necessário atentar para o artigo 195 da Lei

de Propriedade Intelectual. No inciso IV, se lê que aquele que “usa expressão ou sinal de

propaganda alheios, ou os imita, de modo a criar confusão entre os produtos ou

estabelecimentos” (BRASIL, 1996) incorre no crime de concorrência desleal.

Desse modo, é necessário observar todos os concorrentes ou até mesmo negócios

de outros segmentos, visando a evitar quaisquer transtornos após a prestação do serviço.

Contudo, ambos os casos mencionados podem ser classificados como ameaças de grau

baixo.

13 INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Pesquisa em Propriedade Industrial.

Rio de Janeiro: INPI, [201-]. Disponível em:

<https://gru.inpi.gov.br/pePI/jsp/marcas/Pesquisa_classe_basica.jsp>. Acesso em: 21/06/2017.

32

1.4.6 Econômico

Atualmente, o Brasil vive uma grave recessão econômica. Tal cenário é

evidenciado por indicadores como a variação do PIB, que apresentou queda por dois anos

consecutivos14, e a taxa de desemprego, que segue crescendo, tendo atingido a 13,7% no

primeiro trimestre de 2017 e já chega a 14,2 milhões de brasileiros15, de acordo com o

IBGE.

Dentro de um contexto de crise econômica, os responsáveis pela tomada de

decisão tendem a frear a alimentação de investimentos que não sejam considerados

estritamente essenciais à produção e à venda, como é o caso do branding. Nesse sentido,

constitui-se uma ameaça de grau médio.

Por outro lado, o número de startups vem aumentando no país. No ano de 2015,

o crescimento na quantidade foi de 40%, segundo levantamento da ABStartups16. A

principal razão apontada pela associação é que, com a redução da oferta de postos de

trabalho, muitos brasileiros buscaram se realocar por meio de empreendimentos próprios,

aumentando a quantidade de clientes potenciais para o negócio em tela. Dessa forma,

encontra-se uma oportunidade de grau alto.

1.4.7 Social

O uso da internet vem se tornando cada vez difundido e frequente. O último

levantamento17 do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da

Informação (Cetic.br), cujos dados foram coletados em 2015, apontou dados interessantes

a respeito do comportamento dos brasileiros na rede.

14 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indicadores IBGE: Contas

Nacionais Trimestrais: indicadores de volume e valores correntes. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

Disponível em: <https://goo.gl/5otjsq>. Acesso em: 17/07/2017. 15 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indicadores IBGE: Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em:

<https://goo.gl/X3YFo7>. Acesso em: 17/07/2017. 16 SOLUÇÕES, de branding e design pensadas para startups. Exame, São Paulo, 01 jul. 2016.

Comunicação Corporativa. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/dino/solucoes-de-

branding-e-design-pensadas-para-startups-dino89095349131/>. Acesso em: 13/07/2017. 17 CENTRO REGIONAL DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE DA

INFORMAÇÃO. Pesquisa TIC Domicílios. 2016. Disponível em:

<http://data.cetic.br/cetic/explore?idPesquisa=TIC_DOM&idUnidadeAnalise=Usuarios&ano=2015>.

Acessado em 19/07/2017.

33

O primeiro ponto a se destacar é o crescimento da proporção de pessoas que

utilizaram a internet até três meses antes da pesquisa. Em 2008, o número era 34%. Já em

2015, o percentual passou a 58%. A respeito da frequência do uso individual da internet,

apenas 53% dos usuários conectavam-se à rede diariamente em 2008. Sete anos depois,

82% declararam efetuar o acesso à web todos os dias ou quase diariamente.

Outro elemento fundamental apresentado na pesquisa diz respeito ao uso das redes

sociais. Entre os usuários de internet, 77% acessam Facebook, Instagram ou Snapchat.

Com esse aumento de sua presença no cotidiano da população, não só no Brasil, tais redes

sociais criaram mecanismos de venda de anúncios.

Dessa forma, elas passaram a ser também um ambiente de publicidade, que é uma

das áreas de conhecimento essenciais ao branding. Além disso, permitem que startups

efetuem diversas formas de interação com seus clientes e reforcem elementos de sua

identidade de marca durante esse contato (DESIDÉRIO et al. 2015).

Aliado à popularização entre usuários, é natural que as empresas usem

exaustivamente essa ferramenta. Com isso, é necessário que, para aumentar seu potencial

de vendas, o empreendimento ou marca demonstre um diferencial em relação à

concorrência.

Sendo assim, um trabalho específico de branding em redes sociais pode ser uma

forma de as empresas atingirem esse objetivo. Nesse sentido, se configura uma

oportunidade de negócio para a organização em estudo, de alto grau.

1.4.8 Tecnológico

Ainda que represente apenas uma pequena parte, a avaliação da possibilidade de

criação ou atualização de um logotipo deve estar inserida no escopo de um projeto de

branding. Sendo assim, cabe introduzir os conceitos de logotipo, caractere, fonte

tipográfica e família tipográfica para claro entendimento a respeito do ambiente

tecnológico.

Segundo Escorel (2000 apud FASCIONI; VIEIRA, 2010, p. 2), logotipo é um

símbolo constituído por uma palavra graficamente particularizada. Já caractere é definido

por Farias (2004, p. 2) como “cada uma das letras, números e sinais (inclusive espaços)

que compõem uma fonte tipográfica, ou que fazem parte de um sistema de escrita”.

34

Por sua vez, a fonte, além de se tratar de “um conjunto de caracteres em um estilo

específico” (FARIAS, 2004, p. 3), também pode ser interpretada, nesse sentido, como

sinônimo de tipografia ou tipo, enquanto a família se refere ao conjunto formado por uma

fonte e suas variações (FARIAS, 2004, p. 3).

Atualmente, existe uma grande disponibilidade de fontes. No Google Fonts, que

conta com 821 famílias de fontes 18 , já foram realizadas cerca de 16 trilhões de

visualizações de fontes19, desde o início de sua existência, em 201020. Todas as fontes

presentes na página são gratuitas e de código aberto21 e podem ser baixadas livremente.

Após serem baixadas, as fontes podem ser utilizadas em qualquer software no

computador onde estiverem armazenadas.

Entre os possíveis aplicativos executáveis, estão os de edição de imagens e de

vetorização, que permitem a criação de logotipos. Entre eles, estão Adobe Photoshop,

Adobe Illustrator, Corel Draw, GNU Image Manipulation Program (Gimp), Inkscape –

estes dois últimos, gratuitos –, entre outros.

Há um terceiro fator que torna ainda mais acessível o desenvolvimento de marcas

internamente nas empresas. Em uma rápida busca, pode-se encontrar diversos sites com

tutoriais ensinando o passo-a-passo desse processo. A exposição é apresentada tanto em

vídeos no YouTube, quanto por escrito em sites e blogs, como Smashing Magazine, Gary

Simon, Lynda, Tuts Plus, Colorlib, Creative Market, Designerd, entre outros. Evidente

que não se trata necessariamente de materiais de qualidade profissional, mas dependendo

do nível de exigência, o resultado pode ser satisfatório ao potencial cliente.

A farta disponibilidade de fontes, softwares – alguns deles, gratuitos – e conteúdo

educativo facilita para as empresas a criação de logotipos por conta própria, constituindo

uma ameaça de grau médio.

Além disso, há páginas em que freelancers amadores e profissionais concorrem

na criação de logos, a partir de anúncios de empresas, como por exemplo, We Do Logos,

99 Freelas e Workana. Ou mesmo agências especializadas, como a Criar Logo, UP Logos,

Clicksoft, entre outras. Esta também é uma ameaça de grau médio.

18 GOOGLE FONTS. Directory. Mountain View: Google, 2017. Disponível em:

<https://fonts.google.com/>. Acesso em: 19/07/2017. 19 GOOGLE FONTS. Analytics. Mountain View: Google, 2017. Disponível em:

<https://fonts.google.com/analytics>. Acessado em: 19/07/2017. 20 LEVIEN, Raph; KUETTEL, David. Introducing Google Font API & Google Font Directory. Google

Code Blog, 19 maio 2010. Disponível em: <http://googlecode.blogspot.com.br/2010/05/introducing-

google-font-api-google-font.html>. Acesso em: 19/07/2017. 21 GOOGLE FONTS. About. Mountain View: Google, 2017. Disponível em:

<https://fonts.google.com/about>. Acesso em: 19/07/2017.

35

A união desses fatores pode trazer a sensação de que os potenciais clientes não

necessitam de consultoria em branding – devido à questão cultural mencionada no item

1.4.1 – ou pode limitar as possibilidades de desenvolvimento do trabalho, já que um dos

produtos ofertados passa inteiramente pela construção da identidade de marca.

Por outro lado, com a diversidade de ferramentas existentes, o empreendimento

em questão pode buscar tornar seu trabalho mais eficiente ou de melhor qualidade,

visando a apresentar novos diferenciais no mercado. Nessa situação, encontra-se uma

oportunidade de grau baixo.

1.4.9 O quadro CAMGPEST

1.5 ANÁLISE DAS CINCO FORÇAS DE PORTER

O conceito das “cinco forças” foi desenvolvido por Porter (1999) com o objetivo

de analisar o grau de competitividade de ambientes de mercado, de acordo com os

diversos atores envolvidos. São eles: a rivalidade entre concorrentes, o poder de barganha

Quadro 3 – Quadro CAMGPEST

Fonte: Adaptado de Ferruccio (2015); Elaborado pelo autor

36

dos fornecedores, a ameaça de produtos substitutos, o poder de barganha dos clientes e,

por fim, a ameaça de novos entrantes.

1.5.1 Rivalidade entre concorrentes

A disputa entre competidores já existentes engloba algumas práticas corriqueiras

no mercado, como descontos, inclusão de novos produtos, campanhas publicitárias e

aprimoramento de serviços. Uma variável essencial nessa análise é a intensidade da

rivalidade. Caso seja muito acirrada, limita-se a lucratividade geral do mercado em que

os competidores estão inseridos (PORTER, 1999).

Entre os fatores que intensificam a rivalidade, alguns se aplicam ao ambiente

estudado. Um deles é a quantidade de competidores, que é relativamente elevada. Eles

podem ser divididos em três grupos:

Figura 1 – Representação das forças competitivas que moldam a estratégia

Fonte: Porter (1999, p. 28)

37

a) diretos: empresas cujo core business é o branding e seu público é composto

principalmente de clientes menores ou ofertam serviço especial para pequenas

empresas;

b) indiretos por nicho: empresas cujo core business é o branding, mas seu público é

composto principalmente de clientes médios ou grandes; e

c) indiretos por escopo: empresas que anunciam o serviço de branding, apesar de

ofertarem apenas naming e criação de logo, ou não terem o branding como

negócio principal.

No primeiro grupo, observam-se ACDI Strategy Design, Atributo, Blackbird e

Wyse. Já no segundo, encontram-se D’Ardos, Newbrand, Oni Branding, S Brand,

Sebastiany Branding e Thymus Branding. Por sua vez, no terceiro, temos Borda

Comunicação, Doutor Logotipo, Edeal, Estudio Fante, Inventa, Noz Agência e The Joy

Branding. Os 17 concorrentes declaram prestar o serviço de branding, mas não são

exclusivamente focadas em startups. Pelo contrário, apenas duas delas informam que

buscam empreendimentos menores como clientes: ACDI Strategy Design22 e Wyse23.

Por outro lado, há mais um aspecto relevante, ligado à natureza do negócio. O

serviço possui resultados que trazem ganhos cuja atribuição não é clara para ser dada

diretamente a ele. Do mesmo modo, não é trivial para o público distinguir a qualidade da

maioria dos produtos. Sendo assim, é provável que a percepção dos clientes seja de que

há similaridade e, dessa forma, aumenta a necessidade de as empresas empenharem

esforços para demonstrarem seus diferenciais, por meio de seus portfólios.

Diante desses dois indicadores, pode-se afirmar que a intensidade desta força é

média, devido a se tratar de um mercado relativamente amplo, com uma quantidade

razoável de concorrentes e com necessidade de diferenciação.

1.5.2 Poder de barganha dos fornecedores

Neste tópico, será analisado o poder de negociação que pode ser exercida por

fornecedores, seja majorando preços ou limitando a qualidade de seus produtos. Segundo

22 ACDI STRATEGY DESIGN. Programa Pequenas Empresas. São Paulo: ACDI Strategy Design, 2017.

Disponível em: <http://www.acdidesign.com.br/programa-pequenas-empresas-1>. Acesso em:

05/08/2017. 23 WYSE. Branding: Pacotes Promocionais. Rio de Janeiro: Wyse, 2017. Disponível em:

<https://wyse.com.br/branding-oferta/>. Acesso em: 03/08/2017.

38

Porter (1999), existem algumas características de fornecedores que indicam seu grau de

influência. Entre elas, há três que se manifestam no caso estudado:

a) o grupo de fornecedores é mais concentrado que o setor comprador;

b) o produto é exclusivo ou diferenciado; e

c) o setor não é um comprador importante.

Entre os inputs que necessitam de pagamento frequente, observam-se as licenças

de softwares da Adobe (para edição de imagens estáticas, vídeos e vetorizações) e da

Microsoft (para uso do pacote Office). Em ambos os casos, os produtos oferecidos

possuem qualidade reconhecidamente superior aos concorrentes, inclusive aos gratuitos,

e, por essa razão, são largamente utilizados pela enorme maioria das empresas.

Também há os computadores, que podem ser fornecidos por diversas empresas,

como Acer, Apple, Dell, HP, Lenovo, LG e Samsung, e são trocados com frequência

bastante baixa, superior a um ano.

Nos três casos apresentados, os fornecedores possuem forte influência, por suas

características. Os setores de todos são mais concentrados que o setor comprador e, em

todos, o setor não é um comprador importante. No caso das licenças de softwares, se

tratam de produtos diferenciados. Assim sendo, a força relativa ao poder de barganha dos

fornecedores exerce impacto relevante nesta análise.

1.5.3 Ameaça de produtos substitutos

Os produtos substitutos podem limitar o potencial de um segmento de mercado.

No setor estudado, o cenário se assemelha bastante com uma das características de

produtos substitutos que demandam atenção apontadas por Porter (1999, p. 38): “estão

sujeitos a tendências que melhoram sua opção excludente preço-desempenho em relação

aos produtos do setor”.

Com a grande oferta de softwares de edição, como Adobe Photoshop, Adobe

Illustrator, Corel Draw, Gimp e Inkscape, sites de anúncios de trabalhos para freelancers,

como We Do Logos, 99 Freelas e Workana e agências que criam logos a baixo custo,

como Criar Logo, UP Logos e Clicksoft, pode-se notar uma tendência para que alguns

empreendimentos de capital mais baixo busquem soluções de baixo custo ou custo quase

zero para criar sua marca ou suprimam a necessidade de gestão de marca com agentes

externos.

39

Dessa forma, se faz necessário que as empresas do segmento de branding voltadas

para negócios menores, como startups, se atentem para expor os diferenciais de seus

produtos, visando a ampliar sua carteira de clientes, o que mostra que essa força possui

intensidade média.

1.5.4 Poder de barganha dos clientes

Assim como os fornecedores, os compradores podem também exercer poder de

barganha no mercado. O comportamento desta força depende diretamente dos fatores que

envolvem o contexto de mercado.

Porter (1999) elencou requisitos para que um cliente tenha alto poder de barganha

e três deles se adequam ao perfil de startups que contratem o serviço de consultoria em

branding. A quantidade relevante de requisitos indica que esta força é, provavelmente,

um desafio a ser manejado na condução deste negócio.

O principal deles é que os clientes possuem lucros baixos. Normalmente, são

empresas no início de sua existência, portanto, dificilmente terão recursos disponíveis em

abundância. Esse dado é potencializado pelo atual contexto de crise econômica, o que

mitiga investimentos em produtos que não sejam essenciais, o que é o caso da consultoria

em branding.

Também, por esses motivos, pode existir uma ameaça de “integração para trás”,

com a possibilidade de os clientes incorporarem o produto à produção. Isso se

manifestaria por meio da opção de operar internamente a construção de identidade e a

gestão de marca. Dessa forma, essa característica aumenta o poder de barganha dos

clientes perante o mercado em tela.

Outra característica importante, mas que se manifesta de forma sutil, é a baixa

distinção entre produtos de diferentes empresas. Em geral, a percepção do cliente é de

que há similaridade entre projetos de branding entre um concorrente e outro.

Com isso, é necessário que os competidores busquem mais formas de

diferenciação entre si para obter destaque no mercado. No contexto estudado, esta força

pode ser considerada a de maior intensidade entre as cinco.

40

1.5.5 Ameaça de novos entrantes

Em qualquer segmento, existem empreendedores que desejam ingressar na

concorrência. No entanto, há obstáculos que dificultam ou impedem a inclusão de novos

competidores. Porter (1999) aponta seis pilares de sustentação para as barreiras de

entrada:

a) economias de escala;

b) diferenciação do produto;

c) exigências de capital;

d) desvantagens de custo, independente do tamanho;

e) acesso desigual aos canais de distribuição; e

f) políticas governamentais restritivas.

Não se manifestam no setor apresentado exigências de capital, desvantagens de

custo, acesso desigual aos canais de distribuição, nem políticas governamentais

restritivas. As economias de escala proporcionadas são residuais, com a diluição dos

custos fixos, portanto não são barreiras de entrada.

O único fator que se aplica ao segmento é a diferenciação do produto. Um dos

maiores indicadores de qualidade é o portfólio, que reúne os trabalhos passados da

empresa, podendo conter uma breve descrição para demonstrar características do que foi

desenvolvido na ocasião.

A única maneira de uma empresa nova iniciar com portfólio é por meio de seus

profissionais, caso possuam trabalhos prévios de qualidade. Com isso, se configura uma

barreira de entrada aos novos empreendedores, porém, de baixa intensidade.

1.6 ANÁLISE FOFA OU SWOT

A metodologia, desenvolvida por Humphrey (2005), visa a avaliar globalmente

uma empresa por meio da análise dos ambientes interno – apontando forças e fraquezas

– e externo – suscitando oportunidades e ameaças.

Segundo Kotler e Keller (2006), a análise SWOT constitui parte fundamental do

planejamento estratégico de unidades de negócio, por ser moldada a partir da missão do

negócio e por dar sequência às demais etapas do processo: estabelecimento de metas,

formulação de estratégias, elaboração de programas, implementação e, por fim, feedback

41

e controle – esta última, atuando em todas as etapas anteriores, conforme mostra a Figura

2.

1.6.1 Forças

De acordo com o que apontam Kotler e Armstrong (2013), as forças são

compostas de capacidades, recursos e fatores situacionais positivos no ambiente interno

do empreendimento que possam ajudar a empresa a atender às demandas de seus clientes

e atingir seus objetivos com sucesso.

Kotler e Keller (2006) alertam que o negócio não deve se vangloriar de todas as

suas forças, mas sim avaliar se deve se limitar às oportunidades que estão ao seu alcance

com os recursos que possui ou se pode buscar mais ocasiões favoráveis e, se necessário,

desenvolver as forças existentes ou adquirir novas.

Destacam-se pontos fortes nas áreas de marketing, finanças, produção e

organização. Dentro do marketing, observa-se que a empresa estudada oferece apenas

serviços especializados para startups, o que pode ser visto como diferencial nesse nicho

de mercado.

Nas finanças, uma vantagem importante é o baixo custo e a simples estrutura

contábil. Os equipamentos utilizados são de fácil acesso no varejo e de módica frequência

de manutenção. Os poucos custos variáveis dizem respeito a bonificações ou despesas

com reuniões externas. Além disso, restam apenas os custos fixos. Os insumos – licenças

de softwares – podem custar, somados, valor inferior a R$ 300 ao mês. A licença da

Adobe para todos os aplicativos é de R$ 244,00 ao mês, no plano anual para pequenas

Figura 2 – O processo de planejamento estratégico de unidades de negócios

Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 50)

42

empresas 24 . Por sua vez, A licença da Microsoft para o pacote Office com e-mail

corporativo é de R$ 48,40 por usuário ao mês, no plano anual para empresas25.

Os custos de estoque se dão apenas pelo armazenamento de arquivos digitais, que

podem ser atenuados ao armazenar arquivos dentro dos próprios computadores e mais

100 gigabytes (GB) já inclusos no plano da Adobe26. Além dos inputs, os custos com

pessoal e infraestrutura.

A respeito da produção, destaca-se como ponto fundamental que a força de

trabalho terá, inevitavelmente, ótimo nível de habilidade técnica para exercício da função.

Essa característica é tida como primordial para que se entregue um dos valores

estabelecidos para a empresa, que é a agilidade, e se cumpram todas as tarefas com

qualidade.

Por fim, no que se refere à organização, o principal ponto é a flexibilidade, que

consta entre os valores da empresa. Com a estrutura interna enxuta, isso se torna mais

natural, pois quanto menor a organização, maior a tendência de um mesmo colaborador

ser menos especializado, portanto, tornando mais exequível a flexibilização de atividades

internas.

1.6.2 Fraquezas

Segundo Kotler e Armstrong (2013), as fraquezas incluem as limitações e os

fatores situacionais negativos no ambiente interno que possam interferir no desempenho

da empresa.

Entretanto, Kotler e Keller (2006) afirmam que as fraquezas não são

necessariamente pontos a serem corrigidos. Isso leva a crer que, por vezes, seja preciso

que se façam trade-offs, de modo a lidar com tais fragilidades e seguir desenvolvendo

suas atividades.

24 ADOBE. Plans. San Jose: Adobe, 2017. Disponível em:

<http://www.adobe.com/br/creativecloud/business/teams/plans.html>. Acesso em: 21/06/2017. 25 MICROSOFT. Compare all Microsoft Office products. Redmond: Microsoft, 2017. Disponível em:

<https://products.office.com/pt-br/compare-all-microsoft-office-products?tab=2>. Acesso em:

31/07/2017. 26 ADOBE. Plans. San Jose: Adobe, 2017. Disponível em:

<http://www.adobe.com/br/creativecloud/business/teams/plans.html>. Acesso em: 21/06/2017.

43

Entre as fraquezas do negócio, podem-se apontar elementos nos campos do

marketing, das finanças e da produção. As fragilidades ligadas a marketing são duas,

assim como as financeiras. Por sua vez, aponta-se apenas uma de produção.

A respeito das de marketing, a mais relevante é ligada à reputação da empresa.

Por se tratar de um negócio absolutamente novo, não há portfólio para demonstrar

trabalhos passados. Apenas será possível construir o primeiro a partir da conclusão do

primeiro case.

Outro aspecto se refere à participação de mercado. Ainda que iniciem-se as

atividades após a conversão de clientes, o market share em branding será baixo. Devido

à estrutura enxuta e ao perfil dos consumidores, ainda que a fatia cresça, dificilmente

atingirá níveis próximos aos líderes do mercado, a não ser que se efetue uma expansão

estrutural.

No que se refere às finanças, o item mais crítico é a falta de estabilidade financeira,

prevista pela irregularidade na frequência de conversão de clientes. As saídas para mitigar

essa questão residem em na captação de novos clientes e na retenção dos já existentes.

Outro componente das fraquezas da parte financeira é o fluxo de caixa. No intento

de atender às startups, que, segundo Feeney, Haines e Riding (1999 apud MACHADO,

2015), possuem baixa ou inexistente disponibilidade de capital, se faz necessário

flexibilizar as formas de pagamento, seja com recebimento de parte em permutas,

parcelamentos longos ou alongamento de prazos. Com isso, a frequência de entradas pode

não seguir a mesma regularidade das saídas, causando um desequilíbrio financeiro.

Por fim, no tocante à produção, o aspecto mais agudo diz respeito à capacidade de

produzir no prazo. Com a estrutura inicial enxuta, caso a demanda ultrapasse um limite,

a eficiência de entregas pode ser refreada. Tal desdouro pode ser atenuado com aumento

da velocidade de processamento ou, se necessário, contratação de pessoal.

1.6.3 Oportunidades

As oportunidades encontradas são provenientes da análise de ambiente externo,

no item 1.4. Sob sete dos oito prismas houve pelo menos uma. Apenas no ambiente

político não foram encontradas oportunidades. Já sob a ótica ambiental, duas foram

suscitadas. Ao todo, há três de grau alto, três de grau médio e duas de grau baixo.

44

Iniciando pelas de grau mais elevado, reúnem-se fatores culturais, econômicos e

sociais. No aspecto cultural, pode-se apontar que uma das maiores prioridades das

startups é obter visibilidade e o branding pode contribuir fortemente nesse quesito. Já

pelo lado econômico, observa-se um grande crescimento no número de startups nos

últimos anos e isso se atribui ao aumento do desemprego, gerado pela crise. Por sua vez,

na parte social, com o crescimento do uso de redes sociais, passou a ser cada vez mais

necessário que as empresas usem a criatividade para terem destaque no mercado e, nesse

sentido, há um vasto campo para atuar com branding.

Entre as oportunidades de grau médio, há elementos ambientais, mercadológicos

e geográficos. A questão ambiental trata da possibilidade de incluir, se aplicável, enfoque

na sustentabilidade na gestão das marcas de seus clientes e, dessa forma, construir um

diferencial a eles. No tópico mercadológico, foi encontrada uma lacuna de oferta de

branding a startups e, nesse sentido, a especialização nesse nicho pode ser um diferencial

a ser explorado. Geograficamente, a natureza do serviço é um benefício, pois permite que

grande parte ou até a totalidade do trabalho seja desenvolvida de forma remota, o que

abre a possibilidade de atuar em diversas localidades.

Por fim, as oportunidades de grau baixo são relativas às análises ambiental e

tecnológica. Na vertente ambiental, dado que as organizações com imagem ligada à

sustentabilidade possuem maior aceitação, pode ser oportuno direcionar o negócio a esse

norte. Já no universo tecnológico, ferramentas mais modernas, se bem empregadas,

podem proporcionar aumento de eficiência ou de qualidade nos produtos.

1.6.4 Ameaças

Assim como as oportunidades, as ameaças foram descritas na análise

CAMGPEST, no item 1.4, a respeito do ambiente externo. Novamente, em sete dos oito

elementos houve questões levantadas. Mas desta vez, não houve ameaça na questão

social. Por outro lado, nos aspectos cultural e tecnológico houve duas em cada,

totalizando nove ameaças. Ao todo, são duas de intensidade forte, cinco médias e duas

fracas.

As ameaças de grau alto são referentes aos ambientes cultural e mercadológico.

No tocante ao mercado, é fato notório que as startups iniciam sua trajetória com alta

dependência de investidores externos e, ainda assim, encontram dificuldades financeiras.

45

Soma-se a isso que, culturalmente, os clientes não consideram uma prioridade contratar

serviços de branding, pois estes não atuam diretamente na sobrevivência do negócio.

Mais numerosas, as de grau médio figuram nos fatores cultural, geográfico,

econômico e tecnológico. No que se refere à parte cultural, clientes não possuem clareza

do significado de branding e, por isso, não é trivial reconhecer sua importância ou

diferenciá-lo da simples criação de uma logomarca. Isso também se reflete a partir do

ambiente tecnológico, com duas ameaças. Uma delas é o fácil acesso a softwares de

edição de imagens e vetorização, fontes tipográficas e conteúdo educativo. A outra é a

oferta abundante e barata de criação de logos por freelancers ou agências.

Na questão geográfica, a preocupação é a respeito da concorrência em outras

localidades com ambiente empreendedor mais favorável. Sobre economia, com a crise, é

natural que os investimentos não essenciais sejam postos em segundo plano. Entre eles,

o branding.

As duas restantes, de grau baixo, concernem às dimensões ambiental e política.

Na primeira, atualmente, os consumidores estão profundamente atentos à

sustentabilidade, sobretudo, às inconsistências em atitudes das companhias. Já no campo

legal, é preciso ter atenção às políticas de propriedade industrial – nos casos ligados a

registro de marca – e de propriedade intelectual – especialmente na área de publicidade.

46

1.6.5 Matriz SWOT

1.7 FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO COMPARATIVO

Nesta seção, serão examinadas as forças e fraquezas do negócio em comparação

aos concorrentes. Visando a direcionar a análise aos competidores diretos, serão

considerados apenas as empresas cujo core business é o branding e seu público é

composto principalmente de clientes menores ou possuem serviço especial para pequenas

empresas ou startups, conforme apontadas no item 1.5.1: ACDI Strategy Design,

Atributo, Blackbird e Wyse.

As avaliações constam na Tabela 1, a seguir. Para cada força e fraqueza, foi

atribuído um peso de 1 a 10 e, para cada concorrente, foi assinalada uma nota (N) de 1 a

Quadro 4 – Matriz SWOT

Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (2013, p. 55); conteúdo elaborado pelo autor

47

5. Do resultado da multiplicação da nota pelo peso do respectivo fator do ambiente

interno, determinou-se o desempenho (D) para cada critério. Do somatório dos

desempenhos, obteve-se o total de pontuação de cada empresa e, por fim, o valor

percentual em relação ao melhor desempenho possível – nota máxima em todos os

quesitos.

A partir da análise, observa-se que a empresa estudada encontra-se com uma

pontuação intermediária, próxima da média dos demais. É possível notar que a Wyse é a

concorrente direta mais forte, em decorrência de seu desempenho em nível elevado, o que

se verifica nas fraquezas do empreendimento em construção, que são forças dessa

competidora. Esta possui 25 anos de atuação no mercado e já atendeu grandes clientes.

Além disso, se trata de uma das empresas que ofertam condições especiais para startups

em seu site.

Em seguida, figura a ACDI Strategy Design com desempenho levemente superior

à média, por não enfrentar as dificuldades de um negócio iniciante no mercado. Possuem

público misto, o que lhes aumenta as chances de ter clientes em situação financeira mais

estável. Em complemento, oferecem condições especiais para pequenas empresas, o que

é um ponto de atenção, pois podem atrair startups.

Tabela 1 – Fatores críticos de sucesso comparativo

Fonte: Adaptado de Ferruccio (2015); elaborado pelo autor

48

Logo após, estão Atributo e Blackbird com desempenho global muito parecido

com o da empresa em formação, justamente por terem pontos em comum a companhias

jovens e voltadas a clientes menores, sobretudo a respeito do baixo volume de portfólio

e fatores ligados à natureza de seus consumidores.

1.8 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO

No item presente, constará a identificação dos perfis de clientes que devem ser

buscados pelo empreendimento. Essa verificação tem como objetivo favorecer a

definição do público-alvo por parte das empresas. Dessa forma, será possível direcionar

sua oferta aos compradores mais adequados e atender com eficiência as suas demandas

dentro do mercado em questão.

O primeiro passo da segmentação é pelo mercado potencial. Trata-se da parte mais

ampla e generalista, contendo todo o universo dos demais mercados do setor em questão,

do mais abrangente para o menos abrangente: disponível, disponível qualificado, alvo e

penetrado.

Para o empreendimento em questão, os mercados são, especificamente:

a) mercado potencial: startups;

b) mercado disponível: startups que procuram alavancar suas vendas;

c) mercado disponível qualificado: startups que procuram alavancar suas vendas por

meio de consultoria em branding;

d) mercado alvo: startups que procuram alavancar suas vendas por meio de

consultoria em branding com uma empresa que ofereça produtos a valores

acessíveis; e

e) mercado penetrado (cliente padrão): startups que procuram alavancar suas vendas

por meio de consultoria em branding com uma empresa que ofereça produtos a

valores acessíveis e de boa qualidade.

Para melhor entendimento, na Figura 3 consta a representação da segmentação de

mercado em diagrama.

49

1.9 DIRETRIZES PARA A EMPRESA

A partir das análises anteriores, diretrizes podem ser traçadas com base nos pontos

de atenção suscitados no plano de gestão. O objetivo desse delineamento é encaminhar

tarefas importantes visando a buscar soluções para problemas detectados, prevenir

possíveis incongruências no futuro e criar, manter ou ampliar pontos positivos.

A primeira delas, uma das mais importantes, reside na diferenciação do produto.

Na matriz SWOT, foi indicado que a qualidade é uma das forças do negócio. Por sua vez,

foi examinado durante a análise das cinco forças de Porter que a maior ameaça aos novos

entrantes é justamente a falta de um portfólio. Na mesma etapa do estudo, apontou-se que

o principal mecanismo usado pelos clientes para distinguir e, portanto, escolher um

fornecedor nesse segmento é por meio da exposição dos trabalhos passados.

Sendo assim, urge criar o portfólio e cuidar para que sua ampliação se dê com

qualidade. Se faz necessário, portanto, um esforço particular para que esse fator seja visto

como uma característica de destaque do negócio em comparação aos concorrentes,

considerando que é o principal indicador de qualidade perante os clientes.

Figura 3 – Segmentação de mercado

Fonte: Adaptado de Ferruccio (2015); elaborado pelo autor

50

Outro componente importante diz respeito diretamente aos clientes. Desde o início

do plano de gestão já foi demonstrada a preocupação da empresa com seus consumidores.

Um dos valores que constam na descrição do negócio se referia ao foco no cliente. Em

seguida, foi demonstrado no quadro de modelo de negócios que o relacionamento com os

clientes se dá de forma próxima e intensa, ao longo de todo o processo, inclusive no pós-

venda. Nas análises CAMGPEST e SWOT, foi indicado que as startups, que compõem o

mercado potencial do negócio, possuem, via de regra, dificuldades financeiras e priorizam

sua sobrevivência.

Por conta disso, na análise das cinco forças de Porter, foi detectado que os clientes

possuem alto poder de barganha. Dessa forma, uma diretriz fundamental que se tira dessa

união de elementos é oferecer condições especiais de pagamento aos clientes que não

tiverem poder de investimento de maneira imediata.

O terceiro ponto vem do cruzamento de fatores do ambiente externo, tratados na

CAMGPEST e na SWOT, com um elemento da análise das forças de Porter.

Culturalmente, o público geral não possui clareza do significado de branding e, por vezes,

pode considerar suficiente o trabalho de construção de marca, ou mesmo de logomarca,

sem a parte de gestão de marca. Nota-se também a ameaça de substitutos, como pessoas

jurídicas e físicas que criam logos a valores módicos e disponibilidade de fontes,

softwares e conteúdo educativo sobre a prática da criação, na maioria gratuitos. Nesse

contexto, há uma alternativa: promover conteúdo ressaltando a importância do branding

de forma geral e do negócio especificamente.

A partir da possibilidade de falta de estabilidade financeira e do fluxo de caixa

inconstante apontados na análise SWOT, um caminho é explorar com mais intensidade a

retenção de clientes, por meio de uma das modalidades demonstradas no quadro de

modelo de negócios, com a captação de assinantes. Dessa forma, será viável prever a

receita mensal com mais acurácia.

A respeito do cumprimento de prazos em caso de aumento de demanda, apontado

na matriz SWOT, a solução não é imediata. Em um primeiro momento, pode-se buscar

aprimorar a modelagem de processos visando à redução ótima dos tempos de

processamento e, dessa forma, elevar a vazão de saídas. O segundo passo teria que

envolver alterações, seja acrescentando, subtraindo ou substituindo, em recursos humanos

ou materiais. Nesse caso, haveria uma provável necessidade de investimento, em cuja

decisão podem existir trade-offs.

Em suma, resultam-se como diretrizes deste item:

51

a) criar e ampliar portfólio com qualidade;

b) oferecer condições de pagamento especiais às startups com baixo poder de

investimento;

c) promover conteúdo em que se ressalte a importância do branding e, com isso, do

negócio;

d) explorar com mais intensidade a retenção de clientes, sobretudo por meio da

captação de assinantes; e

e) alinhar o aumento de demanda com o aumento de capacidade, por meio de

remodelagem de processos e posteriormente com a avaliação da reorganização de

pessoal e maquinário.

52

2 PLANO DE MARKETING

A segunda grande etapa deste estudo é o plano de marketing. Trata-se de um

elemento que traz a elaboração do conceito da marca da empresa estudada, além de

detalhar cada componente do marketing tático, contendo os pormenores de cada uma das

partes: produto, preço, praça, promoção, pessoas e processos.

2.1 MARCA

Inicialmente, foi feita a escolha do nome da marca. Uma das premissas adotadas

foi a escolha de uma palavra de escrita simples. Em seguida, optou-se por um termo em

inglês, visando a dialogar com a origem dos termos-chave do negócio: “branding” e

“startups”, também da língua inglesa. Outro fator buscado foi inserir a ideia de mudança

de patamar, que permeia o principal efeito esperado de um projeto de branding, visando

a atingir seu mercado disponível: startups que desejam alavancar suas vendas.

Após extensa pesquisa de possíveis termos, foi encontrado o vocábulo “leap”, que

pode significar “dar um grande salto de uma plataforma a outra”, “prover ajuda ou

proteção de forma rápida” ou “aumentar, melhorar ou crescer de forma rápida”27. Todas

as acepções traduzem diretamente o que e como a empresa deseja fazer para atender às

necessidades de seus clientes.

Para finalizar o nome, optou-se por inserir “Brasil” no final, com o objetivo de se

aproximar de um dos elementos da visão do negócio: ser reconhecida como uma empresa

de importante participação no crescimento de novos negócios no país. Dessa forma, a

marca ficou nomeada como “Leap Brasil”.

Outro fator de extrema importância diz respeito à cor. Foi realizado um

benchmarking dos logos dos quatro concorrentes diretos e suas respectivas cores. No caso

da ACDI Strategy Design (Figura 4), a cor diferencial é o laranja. Na Atributo (Figura 5),

é o verde oliva. Na Blackbird (Figura 6), o amarelo e, por fim, na Wyse (Figura 7), o

bordô.

27 CAMBRIDGE UNIVERSITY. Cambridge Dictionary. Cambridge University Press, 2017. Disponível

em: <http://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles/leap>. Acessado em: 09/08/2017.

53

Figura 4 – Logo da ACDI Strategy Design

Fonte: ACDI Strategy Design (2017)

Figura 5 – Logo da Atributo

Fonte: Atributo (2017)

54

Para analisar as quatro tonalidades dos concorrentes, foi usada a roda de cores

(“color wheel”) da Adobe (Figura 8). Todas se encontram na metade superior do

diagrama, com cores relativamente semelhantes e consideradas quentes, “que tendem

para o amarelo, apresentando matizes alaranjadas e avermelhadas” (CARPES JR., 2004).

Nesse cenário, a opção foi escolher uma cor que se opusesse à concorrência, com

objetivo de apresentar uma diferenciação que pudesse ser associada diretamente, e que

fosse uma das 216 cores convencionadas como seguras, ou “websafe”, ou seja, que não

Figura 6 – Logo da Blackbird

Fonte: Blackbird (2017)

Figura 7 – Logo da Wyse

Fonte: Wyse (2017)

55

se alteram de computador para computador28. Sendo assim, foi escolhido o tom de azul

cujo valor na notação hexadecimal é 006699.

A terceira etapa diz respeito ao logotipo. A principal premissa adotada foi a de

transmitir os valores da marca por meio do logo. São eles: criatividade, agilidade,

modernidade, flexibilidade e foco no cliente. A agilidade e o foco no cliente já foram

inseridos no nome. A escolha, primeiramente, foi por uma fonte moderna, com traços

simples, sem serifa e arredondados, chamada “Gobold Uplow”.

A ideia é deixar os tipos – ou letras – com um formato que lembre um gráfico de

barras, com a letra “L” formando os eixos e as demais letras formando as barras. Estas,

apresentando comportamento semelhante ao de uma série com crescimento, de “escada”,

sugerindo que esse será o efeito nos indicadores do cliente após a realização do trabalho.

A palavra “Brasil” foi usada para completar o eixo horizontal e ao mesmo tempo serve

de apoio para as letras “A” e “P”. Para colocar a ideia em prática, foi necessário usar de

flexibilidade com os formatos originais dos tipos para que se ajustassem ao insight inicial.

Dessa forma, a logomarca se apresenta na Figura 9.

28 COLOR, Chart. WebSafeColors, [S.l], [20--]. Disponível em: <https://websafecolors.info/color-chart>.

Acesso em: 10/08/2017.

Figura 8 – Análise das cores usadas pelos concorrentes

Fonte: Adaptado de Adobe (2016); elaborado pelo autor

56

2.2 MARKETING TÁTICO

Existe uma multiplicidade de formas que podem ser atribuídas às atividades de

marketing. Em geral, elas são descritas por meio do mix de marketing, definido por

Borden (1984) como “uma lista de elementos ou ingredientes importantes que compõem

programas de marketing”.

Tais ferramentas foram classificadas por McCarthy (1996 apud KOTLER;

KELLER, 2006, p. 17) em quatro grupos amplos, nomeados como “4Ps do Marketing”:

produto, preço, praça e promoção, demonstrados na Figura 10.

Figura 9 – Logo da Leap Brasil

Fonte: Elaborado pelo autor

57

O conceito foi adaptado por Ferruccio (2015) com a adição de mais dois

componentes: pessoas e processos, formando, assim, os “6Ps do Marketing”.

2.2.1 Produto

Ao todo, a Leap Brasil oferecerá três produtos. São eles:

a) construção de identidade de marca (CIM);

b) consultoria em gestão estratégica da marca (GEM); e

c) assistência contínua.

A CIM é voltada para startups em estágio inicial, que desejam dar seus primeiros

passos na criação dos seus símbolos visuais ou redesenhar os existentes. Constitui-se de

quatro partes, onde se incluem, em ordem, programa de posicionamento, naming,

formulação da identidade gráfica e o brandbook.

Keller (2003 apud SERRALVO; FURRIER, 2004, p. 5) conceitua

posicionamento de marca como:

[...] a criação de superioridade de marca na mente dos consumidores.

Posicionamento envolve convencer os consumidores das vantagens de seus

produtos contra a concorrência, e ao mesmo tempo aliviar preocupações em

relação a possíveis desvantagens. (KELLER, 2003 apud SERRALVO;

FURRIER, 2004, p. 5, grifo do autor).

Figura 10 – Os 4Ps do mix de marketing

Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 17)

58

Nesse contexto, o programa de posicionamento tem como função planejar e

organizar a implantação do posicionamento considerado adequado para o cliente.

Já o naming é “o processo de dar nomes a produtos, empresas ou serviços”

(MARTINS, 2006, p. 292). Por sua vez, identidade gráfica é definida como “a

transformação do nome de um produto, empresa ou serviço em uma expressão gráfica

(desenho ou logotipo) que destaque plenamente o programa de posicionamento escolhido

para o nome” (MARTINS, 2006, p. 287).

Por fim, Corrêa (2016, p. 8) afirma que o brandbook se destina a “transmitir o

conceito e o posicionamento da marca”. A Adegraf (2016, p. 8) define o brandbook, no

escopo do branding, como a “síntese de todo o projeto e manuais de uso”.

A consultoria em GEM é voltada para startups que já criaram sua identidade

visual. Ao definir identidade gráfica, Martins (2006, p. 287) informa que “em um

segmento paralelo corresponde a Identidade Visual, incluindo pontos comerciais,

arquitetura, dinâmica de cores, PDV29 etc”.

O produto consiste em um trabalho em três fases: avaliação, produção e

monitoramento, em conjunto com os clientes. A primeira fase traz como subproduto um

relatório com o diagnóstico da marca e do contexto do mercado onde o negócio está

inserido. Por sua vez, na segunda fase há a determinação e início da implementação de

diretrizes para a marca, além da elaboração de peças de comunicação a partir da

identidade visual já existente. Por fim, na terceira, é feito o acompanhamento da

implementação das diretrizes e, caso haja aprovação de ambas as partes, é encerrado o

ciclo de trabalho.

A assistência contínua é voltada para startups que já tenham consumido a

consultoria em gestão estratégica de marca. O serviço é exclusivo para assinantes e se

trata de uma continuidade da consultoria, com novos ciclos de avaliação, produção e

monitoramento, com a oferta de suporte sob demanda.

29 Abreviatura para “pontos de venda”.

59

2.2.2 Preço

Segundo Pindyck e Rubinfeld (2010, p. 5), “em uma economia de mercado30, os

preços são determinados pela interação entre consumidores, trabalhadores e empresas”.

Dessa forma, deve haver balanceamento entre os benefícios gerados aos clientes e à

prestadora de serviços. Neste último, o retorno deve ser dosado com seus custos, que

incluem o valor do trabalho de seus colaboradores.

Para realizar a análise, foram consultadas a tabela referencial de valores da

Adegraf (2016) e as páginas das quatro concorrentes diretas. ACDI Strategy Design e

Wyse fornecem preços de produtos em seus sites. Por sua vez, Atributo e Blackbird

apenas disponibilizam orçamento sob consulta. Após a coleta, os dados foram dispostos

na Tabela 2.

É válido discorrer a respeito das discrepâncias entre preços das referências. Na

tabela referencial da Adegraf (2016), apenas parte dos valores é discriminado dependendo

do tamanho da empresa. Por exemplo, na CIM, o naming e o projeto de identidade visual

(PIV) são discriminados pelo tamanho da empresa. Por ausência de referência direta a

startups, foram considerados os valores para microempresas, cuja soma é R$ 10.940. No

entanto, a elaboração do brandbook não apresenta discriminação e foi considerado o valor

de R$ 8.000, que pode ser aplicável a empresas maiores.

30 O conceito de economia de mercado é apresentado por Pindyck e Rubinfeld (2010) como oposto à

economia centralmente planejada, situação em que há controle direto pelo governo, por meio, inclusive,

da determinação dos preços.

Tabela 2 – Comparativo de preços referenciais (em reais)

Fonte: Elaborado pelo autor

60

Essa questão se acentua no caso da consultoria GEM. Foram consideradas a

elaboração de diagnósticos e estratégias (R$ 25.000) e a criação de campanhas de

disseminação da marca (R$ 10.000). Em ambos os casos, assim como na elaboração do

brandbook, não há diferenciação pelo tamanho da empresa. Portanto, o preço informado

é, provavelmente bastante elevado em relação ao que, de fato, se cobraria a startups. Pelo

índice da instituição brasiliense, a assistência contínua não possui referência.

No caso da ACDI Strategy Design, o produto equivalente à CIM da Leap

apresenta valor estimado de R$ 12.000. Inclui naming e criação de logo de acordo com o

programa de posicionamento e a entrega do manual básico de identidade visual digital,

que equivale ao brandbook.

Já no caso do produto análogo à consultoria GEM, o valor estimado é mais baixo

(R$ 4.000) porque a empresa não elabora diagnósticos e estratégias com seus clientes,

mas sim indica o caminho para essa elaboração, em um encontro de seis horas, por

videoconferência. A competidora também oferece adicionais de acompanhamento de

implementação, de quatro horas mensais, ao valor estimado de R$ 1.200. Nesse caso, há

concorrência com a assistência contínua da Leap Brasil. Para todos os produtos da ACDI,

há opção de parcelamento em até 12 vezes.

Na Wyse, o produto ofertado cujo escopo é muito semelhante ao da CIM da Leap

Brasil se trata de um workshop em branding, com duração de quatro horas, no valor de

R$ 8.000. Portanto, se explica o valor mais baixo. A quantia pode ser dividida em até

duas parcelas. Para os demais produtos, não há análogo para startups.

Por fim, deve ser feito o equilíbrio dos indicadores apresentados, visando a obter

preços condizente com a empresa para seus produtos. No caso da CIM, o método de

trabalho é semelhante ao da ACDI, mas a Leap Brasil possui bem menos renome no

mercado. Por sua vez, a Wyse possui 25 anos de atuação, mas, em comparação, a natureza

do trabalho é sem atuação direta da empresa. Portanto, há mais trabalho para o cliente, o

que justifica um valor mais baixo. Sendo assim, o preço estabelecido da CIM da Leap

Brasil é de R$ 10.000, com carência de três meses e parcelamento em 12 vezes.

Por sua vez, na consultoria em GEM, o valor tabelado é um bastante elevado para

startups, ao mesmo tempo que apenas um concorrente entre os que apresentam preços

abertamente oferece um produto de escopo semelhante, porém de método distinto, sem

atuação direta da empresa na gestão. Sendo assim, o preço determinado para a consultoria

em GEM é da ordem de R$ 16.000, com carência de três meses e parcelamento em 18

vezes.

61

Enfim, no caso da assistência contínua, serão oferecidos os planos semestrais e

anuais. Para ambos os casos, há uma espécie de período de experiência, de um mês, ao

valor simbólico de R$ 250. Ao final desse tempo, o cliente pode escolher entre um dos

dois planos. No caso do semestral, o valor é de R$ 6.000 (R$ 1.000 mensais) e, no anual,

R$ 9.600 (R$ 800 mensais).

A Tabela 3 sintetiza os preços apresentados.

2.2.3 Praça

A exemplo do que se pratica no mercado de negócios digitais, não só envolvendo

concorrentes diretos ou indiretos da Leap Brasil, mas em outros segmentos dessa

natureza, as vendas são realizadas, sobretudo, no ambiente virtual.

As transações se dão no próprio website da empresa. Esse ativo, ao ser empregado

para vendas, apresenta algumas vantagens em relação a pontos de venda físicos, como,

por exemplo:

a) custos adicionais de implementação e manutenção de e-commerce, quanto

aplicáveis, são muito inferiores ao de uma loja física;

b) são acessíveis de múltiplas localidades;

c) não requerem deslocamento, portanto, não geram custo adicional ao cliente; e

d) devido à natureza digital do portfólio, a experiência de compra virtual não possui

desvantagens em relação à física.

Tabela 3 – Preços dos produtos da Leap Brasil

Fonte: Elaborado pelo autor

62

Por outro lado, em alguma situação futura, é possível que se realizem vendas

também por meio físico, na sede da empresa, caso tal modalidade se apresente adequada

às preferências de compra dos consumidores e à estrutura de custo do empreendimento.

2.2.4 Promoção

Atualmente, a principal forma de promover negócios, especialmente os que se

encontram em estágio inicial, se dá por meio da criação de páginas ou perfis em redes

sociais de alcance abrangente, como, por exemplo, Facebook, Instagram e Twitter. Outras

ferramentas, mais ligadas ao universo do design, também são opções largamente

exploradas, como o Behance31 e o Pinterest32, mundialmente usados para divulgação de

portfólios e trabalhos criativos. Tratam-se de cinco ferramentas de divulgação e interação

com todo o mercado que se deseja atingir.

Nas três redes sociais mencionadas, há possibilidade de pagar por anúncios e ter

a possibilidade de cobrir um público maior. Outra modalidade se dá por meio de

ferramentas de Search Engine Marketing (SEM)33, ou marketing de mecanismo de busca,

em português. As duas principais alternativas seriam utilizar técnicas de Search Engine

Optimization (SEO), cuja tradução livre seria otimização de mecanismo de busca, ou

utilizar o Google AdWords.

As técnicas de SEO levam mais tempo para surtirem efeito, mas podem ser

implementadas de forma gratuita e se aplicam a diversas plataformas de busca. Por outro

lado, o Google AdWords é apenas adaptável à própria busca do Google e é pago, mas

traz resultados com velocidade mais elevada.

Outro meio de promoção é por parcerias com hubs de startups, como as já

mencionadas na seção 1.3.6: ABStartups, Circuito Startup, StartSe, Startupi e Startup

Brasil. Estas podem divulgar o trabalho da Leap Brasil dentro de seus próprios sites,

blogs, páginas e perfis de redes sociais, além de eventos que venham a organizar, de forma

a aumentar a probabilidade de atingir o mercado potencial do negócio.

31 BEHANCE. About Behance. Nova Iorque: Adobe, 2017. Disponível em:

<https://www.behance.net/about>. Acesso em: 15/08/2017. 32 PINTEREST. O que é o Pinterest. San Francisco: Pinterest, 2017. Disponível em:

<https://about.pinterest.com/pt-br>. Acesso em: 15/08/2017. 33 GOOGLE, AdWords vs. SEO: qual é melhor para você. Blog Marketing de Conteúdo, [S.l.], 2017.

Disponível em: <http://marketingdeconteudo.com/google-adwords-vs-seo/>. Acesso em: 15/08/2017.

63

2.2.5 Pessoas

A empresa contará com cinco funcionários, sendo um diretor geral, um(a) diretor

administrativo(a) e financeiro(a), um(a) desenhista de identidade visual, um(a)

profissional de relações públicas e um(a) auxiliar de limpeza. Para serviços jurídicos, de

contabilidade e de TI, serão contratados escritórios especializados.

A Tabela 4 demonstra as funções de cada cargo, de acordo com a Classificação

Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

2.2.6 Processos

É fundamental documentar as operações executadas em uma organização, para

que se tenha clareza das atribuições que serão realizadas no ambiente empresarial. A

Tabela 4 – Ocupações e funções de acordo com a CBO do MTE

Fonte: Adaptado de MTE (2017); Elaborado pelo autor

64

cadeia de valor, segundo Porter (1989, p. 31), “desagrega uma empresa nas suas

atividades de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos

custos e as fontes existentes e potenciais de diferenciação”.

Nesse sentido, é válido apresentar a cadeia de valor da Leap Brasil de acordo com

o formato elaborado por Porter (1986), contendo três grupos de processos: estratégicos,

centrais (core) e de suporte, na Figura 11.

O primeiro grupo se refere aos que são executados pelos diretores, no sentido de

determinar os objetivos estratégicos da organização. Já o segundo concerne ao contato

direto com o cliente, por meio dos produtos finais. São os processos da razão de existir

do negócio, cujo resultado pode ser notado externamente. Por fim, o terceiro inclui

atividades internas, portanto imprescindíveis ao pleno funcionamento da empresa.

Figura 11 – Cadeia de valor da Leap Brasil

Fonte: Adaptado de Porter (1986); Elaborado pelo autor

65

CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi o de elaborar um plano de gestão e marketing

que se apresentasse congruente e com aplicabilidade a uma empresa de branding voltada

para startups. O problema em questão dizia respeito à viabilidade da abertura e

manutenção de um empreendimento dessa natureza.

Com o diagnóstico do plano de gestão, foi possível validar a hipótese de que há,

de fato, demanda de startups por serviços que contribuam na potencialização de suas

vendas, pois esta é uma de suas prioridades. Além disso, outras concorrentes passaram a

oferecer esse serviço recentemente, o que leva a crer que existe, mais profundamente,

uma demanda reprimida nesse segmento de clientes.

A partir desse fator, aliado ao plano de marketing, também foi possível verificar

a hipótese de que startups, via de regra, não possuem estrutura adequada para realizar

serviços próprios de branding com qualidade. Trata-se de um serviço que requer

conhecimentos específicos em áreas como marketing, design e publicidade, portanto, não

é trivial para uma startup realizar esse trabalho internamente e obter resultados

satisfatórios.

Foi demonstrada, após os planos de gestão e de marketing, a hipótese de que uma

empresa de consultoria em branding voltada a startups é financeiramente viável, haja

vista a alta rentabilidade do negócio. Além disso, apesar de se tratar de um mercado

competitivo, apresenta fatores que atraem novos empreendedores para o setor. Há um

vasto mercado consumidor e diversas possibilidades de investimento.

Como proposição para trabalhos futuros, sugere-se que, em vistas da construção

de um plano de negócios completo, sejam realizados os planos financeiro, jurídico e de

operações para uma empresa de consultoria em branding para startups.

Por fim, espera-se que o trabalho tenha cumprido seu objetivo, além de

proporcionar à comunidade científica a contribuição a que se propôs inicialmente,

fornecendo conceitos fundamentados na criação e no funcionamento de um negócio, com

possível adaptação do estudo, projetando aplicá-lo em outras áreas.

66

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