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Elaboração de Itens para o ENEM
1.O ENEM
2.AVALIAÇÃO
3.ELEBORAÇÃO DO ÍTEM
1.O ENEM
Criado em 1998 e realizado anualmente, tem como objetivo
fundamental avaliar o desempenho do indivíduo ao término da escolaridade básica, para aferir o desenvolvimento
de competências fundamentais ao exercício pleno da cidadania.
ENEM (Exame Nacional do ensino Médio)
OBJETIVOS
Referência para auto-avaliação; Acesso aos cursos profissionalizantes, pós-médios e à Educação Superior; Acesso a programas governamentais. Certificação de jovens e adultos no nível de conclusão do ensino médio; Avaliação do desempenho acadêmico dos estudantes ingressantes nas Instituições de Educação Superior;
como fase única; como primeira fase; como fase única para as vagas ociosas, após o vestibular; combinado ao vestibular da instituição. (a
universidade define o percentual da nota do Enem a ser utilizado para a construção de uma média junto com a nota da prova do vestibular)
USO DO ENEM PELAS IES
A Prova É composta por quatro testes, um para cada área do conhecimento com 45 questões de múltipla escolha cada:
Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Redação, Literatura; Educação Física; Artes; Língua Estrangeira – Inglês ou Espanhol – ; Tecnologias da Informação e Comunicação)
Ciências Humanas e Suas Tecnologias (História,Geografia, Filosofia e Sociologia).
Ciências da Natureza e Suas Tecnologias (Química, Física e Biologia)
Matemática e Suas Tecnologias (Matemática)
PROVA
No primeiro dia de provas serão realizadas as provas de Ciências Humanas e suas Tecnologias e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias, com duração de 4 horas e 30 minutos. No segundo dia de provas, serão realizadas as provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Redação e Matemática e suas Tecnologias, com duração de 5 horas e 30 minutos
2.AVALIAÇÃO
Como medir?
Medidas concretas: Instrumentos de medidas: fita métrica, termômetro, etc Escalas padrões:
Distância: metros, quilômetros, centímetros, etc Peso: quilogramas
Medidas abstratas:
Desenvolvimento de instrumentos de medida que faça manifestar em termos comportamentais um construto latente. Não há escalas padrões, mas há algumas escalas de referência.
Como avaliar o desempenho de um estudante?
Desenvolvimento de uma prova de conhecimentos. Ao se fazer uso de um teste, o comportamento é quantificado de alguma forma a fim de que se obtenha um escore numérico.
Teoria Clássica dos Testes (TCT) O escore de um indivíduo em um teste é composto essencialmente pela quantidade de acerto.
Desenvolver uma escala (TRI) É um conjunto de modelos matemáticos que considera o item como unidade básica de análise e postula que o desempenho de um avaliado em um teste pode ser predito (ou explicado) por um conjunto de fatores chamados traços latentes ou habilidades.
Todos concordam que provas com o mesmo objetivo devem medir a mesma característica ou habilidade; Uma prova discursiva, seria ,na verdade, uma forma de fazer tal avaliação. O problema ocorre quando queremos fazer avaliação em larga escala. A Teoria da Resposta ao Item surgiu a partir de discussões teóricas sobre a viabilidade de se comparar as habilidades e os conhecimentos de pessoas submetidas a provas diferentes. A Teoria Clássica dos Testes tem reconhecidamente grandes dificuldades de comparar habilidades e conhecimentos de pessoas submetidas a provas diferentes
A TRI, conjunto de modelos matemáticos usados no Enem, permite que os exames tenham o mesmo grau de dificuldade”. Na TRI, o foco é no item, como é chamada cada questão, e não no total de acertos. A teoria é o conjunto de modelos que relacionam uma ou mais habilidades com a probabilidade de a pessoa acertar a resposta.
Teoria da Resposta ao Item (curva característica do ítem)
)b(ae1
1)c1(c)c,b,a,|1X(P
Curva Característica do Item
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
-3 -2 -1 0 1 2 3
Pro
ba
bil
ida
de
de
ace
rto
Proficiência
c=0,11
a=0,80
()
b=0,4
O parâmetro a está relacionado com a derivada da tangente da curva no ponto de inflexão. Assim, itens com a negativo não são esperados sob esse modelo, uma vez que indicariam que a probabilidade de responder corretamente o item diminui com o aumento da habilidade. Baixos valores de a indicam que o item tem pouco poder de discriminação (alunos com habilidades bastante diferentes têm aproximadamente a mesma probabilidade de responder corretamente ao item) e valores muito altos indicam itens com curvas características muito “íngremes”, que discriminam os alunos basicamente em dois grupos: os que possuem habilidades abaixo do valor do parâmetro b e os que possuem habilidades acima do valor do parâmetro b.
TCT (Teoria Clássica dos testes) X TRI(Teoria da Resposta ao Ìtem
TCT TRI
Escore; Nº de acertos; Dependente do teste.
Proficiência; Escala; Probabilístico e depende do tipo de item.
O domínio do estudante está relacionado ao número de acertos.
O domínio do estudante está relacionado ao padrão de resposta e às características dos itens: dificuldade, discriminação e acerto ao acaso
Item Nível de
dificuldade
Avaliado*
1 2 3 4
1 -0,97 0 0 1 1
2 0,13 0 0 1 1
3 0,80 0 1 0 0
4 1,03 0 0 1 1
5 1,27 0 0 0 1
6 1,29 0 1 0 1
8 1,56 0 1 0 1
9 1,73 0 1 0 1
11 2,10 1 0 0 0
13 2,42 0 1 1 0
14 2,48 1 0 0 0
15 2,60 0 1 1 1
16 2,68 1 1 0 0
17 2,71 0 0 1 0
18 2,81 1 0 1 0
19 2,87 1 0 0 0
20 2,94 1 0 0 0
22 3,27 1 0 0 0
23 3,55 0 1 0 0
24 4,00 1 0 0 0
25 4,28 0 0 1 0
Escore 8 8 8 8
Proficiência 382,1 449,0 500,0 589,4
A Teoria de Resposta ao Item, ou TRI, teve suas origens antes da segunda guerra mundial. Em meados da década de 50, nomes como Richadson e Frederic Lord, entre outros, se destacaram. A partir daí, nas décadas posteriores, a teoria foi desenvolvida e consolidada. Podemos então ver que a TRI é um campo estudado há muitos anos, mas nos últimos 10 anos no Brasil é que suas aplicações têm acontecido.
3.ELABORAÇÃO DOS ÍTENS
O ítem é a unidade básica do teste.
O ENEM adota itens objetivos do tipo múltipla escolha
(O participante escolhe entre alternativas a resposta
correta).
ÍTEM
Contempla uma habilidade da Matriz de Referência.
Explicita uma situação-problema.
É contextualizado.
Oferece informações necessárias à sua resolução.
Evita exigência de informações simplesmente
decoradas, como fórmulas, datas, termos, nomes,
enfim, detalhes que não avaliam a habilidade, mas
privilegiam a memorização.
CARACTERÍSTICAS DO ÍTEM
SITUAÇÃO-PROBLEMA
Desafio que reporta o participante a um contexto reflexivo e instiga-o a tomar decisões.
Situação-problema deve ser contextualizada, explora situações vivenciadas, hipotéticas ou reais.
Matriz de Referência
•Instrumento norteador para a construção de itens.
•Estruturada a partir de competências e habilidades que se espera que
os participantes do teste tenham desenvolvido em uma determinada
etapa da educação.
•Diferenciada do currículo, que é muito mais amplo.
•Referência tanto para aqueles que irão participar do teste, garantindo
transparência ao processo e permitindo-lhes uma preparação adequada,
como para a análise dos resultados do teste aplicado.
Competência Capacidade de mobilizar recursos cognitivos, socioafetivos ou psicomotores com vistas a estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas para resolver, encaminhar e enfrentar situações complexas. Habilidades Decorrem das competências e referem-se ao plano do “saber fazer”.
Composição das Matrizes de Referência do ENEM
Estão estruturadas a partir de eixos cognitivos comuns a todas as áreas do conhecimento: Dominar linguagens. Compreender fenômenos. Enfrentar situações-problema. Construir argumentação. Elaborar propostas.
Matriz de Referência Matemática e suas Tecnologias
•5 eixos cognitivos
•norteiam as competências e habilidades
•7 competências
•agrupam entre 3 e 5 habilidades
•30 habilidades no total
Competência 1 - Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais.
H01 Reconhecer, no contexto social, diferentes significados e representações dos números e operações - naturais, inteiros, racionais ou reais.
H02 Identificar padrões numéricos e princípios de contagem.
H03 Resolver problema envolvendo conhecimentos numéricos.
H04 Avaliar a razoabilidade de um resultado numérico na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas.
H05 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando conhecimentos numéricos.
Competência 2 - Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela.
H06 Interpretar a localização e a movimentação de pessoas/objetos no espaço tridimensional e sua representação no espaço bidimensional.
H07 Identificar características de figuras planas ou espaciais.
H08 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos geométricos de espaço e forma.
H09 Utilizar conhecimentos geométricos de espaço e forma na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.
Competência 3 - Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H10 Identificar relações entre grandezas e unidades de medida.
H11 Utilizar a noção de escalas na leitura de plantas ou mapas.
H12 Resolver situação-problema que envolva medidas de grandezas.
H13 Avaliar o resultado de uma medição na construção de um argumento consistente.
H14 Avaliar proposta de intervenção na realidade utilizando conhecimentos geométricos relacionados a grandezas e medidas.
Competência 4 - Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano.
H15 Identificar a relação de dependência entre grandezas.
H16 Resolver situação-problema envolvendo a variação de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.
H17 Analisar informações envolvendo a variação de grandezas como recurso para a construção de argumentação.
H18 Avaliar propostas de intervenção na realidade envolvendo proporcionalidade.
Competência 5 - Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas.
H19 Identificar representações algébricas
que expressem a relação entre grandezas.
H20 Interpretar gráfico cartesiano que
represente relações entre grandezas.
H21 Resolver situação-problema cuja
modelagem envolva conhecimentos
algébricos.
H22 Utilizar conhecimentos
algébricos/geométricos como recurso para
a construção de argumentação.
H23 Avaliar propostas de intervenção na
realidade utilizando conhecimentos
algébricos.
Competência 6 - Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação.
H24 Utilizar informações expressas em gráficos ou tabelas para fazer inferências.
H25 Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou gráficos.
H26 Analisar informações expressas em gráficos ou tabelas como recurso para a construção de argumentos.
Competência 7 - Compreender o caráter aleatório e não-
determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar
instrumentos adequados para medidas, determinação de
amostras e cálculos de probabilidade para interpretar
informações de variáveis apresentadas em uma distribuição
estatística.
H27 Calcular medidas de tendência central ou de dispersão
de um conjunto de dados expressos em uma tabela de
freqüências de dados agrupados (não em classes) ou em
gráficos.
H28 Resolver situação-problema que envolva conhecimentos
de estatística e probabilidade.
H29 Utilizar conhecimentos de estatística e probabilidade
como recurso para a construção de argumentação.
H30 Avaliar propostas de intervenção na realidade utilizando
conhecimentos de estatística e probabilidade.
•Texto-base
•Enunciado
•Alternativas Gabarito Distratores
•Justificativas
ESTRUTURA DO ÍTEM
TEXTO-BASE
A formulação de textos, imagens, esquemas, tabelas pelo próprio elaborador, para o contexto do item, só é válida para a construção de uma situação hipotética e é aceita apenas para as áreas de matemática e de ciências da natureza; O uso de publicações implica a citação da fonte, mesmo daquelas de domínio público, conforme as normas da ABNT. As publicações não podem ser de autoria do próprio elaborador, pois isso pode ser interpretado como autopromoção; não pode ser utilizado livro didático como fonte para o texto-base, pois isso associaria a avaliação em larga escala a uma editora ou a um autor ou a uma publicação.
Motiva ou compõe a situação-problema e deve apresentar as informações necessárias para a sua resolução.
Apenas um item poderá ser formulado para cada texto-base.
ESPECIFICAÇÕES DO TEXTO-BASE
ENUNCIADO Uma ou mais orações com instrução expressa como pergunta ou um período a ser completado pela alternativa certa. Preferencialmente não deve apresentar informações adicionais ao texto-base, apenas considerar as informações oferecidas.
ALTERNATIVAS
Gabarito
Indica, inquestionavelmente, a única alternativa CERTA que
responde à situação-problema proposta.
Distratores
Alternativas ERRADAS.
Devem ser plausíveis, ou seja, parecem corretos para quem não
desenvolveu a habilidade.
Um distrator plausível deve retratar hipóteses de raciocínio na
busca da solução da situação-problema.
Não devem ser criadas situações capazes de induzir o participante
ao erro.
JUSTIFICATIVAS
Fazem parte do item embora não apareçam no
teste.
Devem ser formuladas separadamente para
cada uma das alternativas.
Indicam se a alternativa está CERTA ou
ERRADA, explicando-a.
Devem possuir fundamentação própria e
distinta para cada alternativa.
São proibidas justificativas repetidas e
tautológicas.
1. Selecione uma habilidade da Matriz de Referência
2. Construa a situação-problema
3. Dê preferência a fontes primárias, originais e sem adaptações, caso utilize textos-base, estes devem ser referenciados, de acordo com as normas da ABNT.
4. Use, preferencialmente, textos que abordem temas atuais adequados ao público-alvo.
5. Evite textos extensos.
6. Elabore itens inéditos (não publicados, divulgados ou utilizados em sala de aula).
7. Elabore apenas 1 (um) item para cada texto-base.
8. Evite abordagens de temas que suscitem polêmicas.
9. Evite situações e detalhes que possam induzir o participante ao erro (“pegadinhas”).
ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO ITEM
10. Na elaboração do enunciado: • use termos impessoais: “considere-se”, “calcula-se”, “argumenta-se”; • não utilize: “falso”, “exceto”, “incorreto”, “não”, “errado”; • não utilize termos absolutos: “sempre”, “nunca”, ”todo”, “totalmente”,
“absolutamente”, “completamente”, “somente” etc.; • não utilize sentenças como: “Pode-se afirmar que”, “É correto afirmar que”.
11. Construa as alternativas:
• Com paralelismo sintático e semântico, extensão equivalente e coerência com o enunciado; • Independentes, não excludentes e que não sejam semanticamente muito próximas; • Dispostas de maneira lógica (seqüência narrativa, alfabética, crescente/decrescente, etc.); • Sem repetição de palavras do enunciado; • Evite alternativas longas; • Não use: “todas as anteriores”, “nenhuma das anteriores”; • O gabarito não deve ser mais atrativo que os distratores; • Distratores não devem ser absurdos em relação à situação-problema apresentada.
12. Pontue as alternativas e observe as regras para sua redação, de acordo com a área de conhecimento (existem regras para cada área)
13. Construa as justificativas para as alternativas com argumentação consistente que explique o erro ou o acerto, de maneira que não sejam tautológicas.
14. Estime o nível de dificuldade do item (fácil, médio ou difícil) com base na sua experiência docente.
15. Indique três palavras-chave:
15.1 campo de conhecimento (exemplo: );
15.2 objeto do conhecimento (conteúdo abordado);
15.3 contexto/tema.
16. Observe as especificações de formatação do item.
Mário tem 19 canecas e Luis tem 37. Quantas canecas Mário necessita para ter a mesma quantidade que tem Luis? (A) 56 (B) 28 (C) 22 (D) 18 (E) 37
Mário tem 19 canecas e Luis tem 37. Quantas canecas a mais Mário necessita para ter a mesma quantidade que tem Luis? (A) 56 (B) 28 (C) 22 (D) 18 (E) 37
A fotografia a seguir mostra uma turista aparentemente beijando a esfinge de Gizé, no Egito. A figura a seguir mostra como, na verdade, foram posicionadas a câmera fotográfica, a turista e a esfinge.
posição dacâmera
posição daturista
posição daesfinge
d’
d
c
a b
Medindo-se com uma régua diretamente na fotografia, verifica-se que a medida do queixo até o alto da cabeça da turista é igual a 2/3 da medida do queixo da esfinge até o alto da sua cabeça. Considere que essas medidas na realidade são representadas por d e d’, respectivamente, que a distância da esfinge à lente da câmera fotográfica, localizada no plano horizontal do queixo da turista e da esfinge, é representada por b, e que a distância da turista à mesma lente, por a.
A razão entre b e a será dada por
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
c
d
a
b
c
d
a
b
3
2
c
d
a
b
2
3
c
d
a
b
3
2
c
d
a
b
2
H22
Aceitam
Rejeitam
Discordam
Aceita
Rejeita
INEP
Descarte
R1 e R2
R3
Elaborador
Revisor
Aprovado
IES
Revisor do Inep ou BNC
revisores pertencentes a outras IES diferentes da que
elaborou o item.
FLUXO DA ELABORAÇÃO DOS ÍTENS
OBRIGADO