Eirado, André - O Hábito Do Ponto de Vista Ontológico e a Produção Da Subjetividade

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O Habito do ponto de vista antológico e a produção da subjetividade ArnJre do Eirado" O isxia m a reseaiüroíâiuiJotilcséfiCá da na^ào de hãui«?, perdida que /oi, urna k irrrffsi.i ptKõloçia vonsintídít os cciiçetipz d* iondicwtiíimr7tjo e QpKV.sizügétri) csíj; a qu^is iüi tntni uma vuira aplicação jjera j kábiiú. Kvre rpsgsi: i t f s s Cz:ti <1 ajuJú uc filàsúfoi tome Ucrgfan, X^e/ftííÊ, iiutn$ <r Wluahead, e Tncnjitlnat para além fia j7w üiOiutiJtz.-i* rírr r/iff ãi rtprtiçáa para cAcaniTOf a tomtiiuurtw tmtciüçiiii lis iiíhjeiiviiiadc. PaJaurt3í-<kas£t líáhiuh Repetição; Suhjmvidaát A b^rr-in THEHABJT OF THE OM'üLOGiC.iL POINT OF VIEW- THE EMERGizNCY OF THE SUBJBCTIVITY i jlU papir is l/li üuempt ta .piívr bníb iVjí psuLitcphzzji nüuumg lo ihc ííuííok &f jiQÈtf. Zhíj Tutut.ing tí iifsrgennn íl'.-.j.i; ±-\ ^tuiruiiíd conapu hkg L-aming and c&ndüiening by jjhich miseá antfik; ■ > . for tiie ja a ikai thftr art kabits. This twarch tsiU bs dona wah ikt r-, 7" pMotüphcrs iikc Bergsan, Deieits, Wkwhe&i and Hums. The pxpn-pj; . }..i\ ú>id Psvchofogy ;o Jind in à s i&a af «pautou the atwiiigti-a; ■ ; ç f iubjvLitvitv, -í-jmytrrripKji Para o vuJçct, o hábim íc sc opc- :,b; * ■£; ;> dü pouiu úc vista do valor, O vido ê o mal hábito, aquele que nos desvia la natureza e dos valores morais. Em sua apinião, tanto um quanto o outro formam i;m irresistível pendor que nos arrasta t se substitui à nossa vontade em ceíerrt:nadas situações. Ou amies, ahihüs consílLucni .pmn « « -w - um invencível dc5eío de íazer cerfa-s coisas cm derermiiijdas i.Luações. Eics tambéjn tonditionam nassa maneira de olhar pirs a$ coisaSj o tiuc ncJíaroos btlo ou feio, bom ou mau Não c à toa que nos nos apegamos a jiossos hdbiros e \ iciosi eles são fonit dc contentamento, tanto pelo pr^er quarro pcig dor que nos impingem, tanto peífl amnr qus Aí£lHS) C;_ ^ i(JT1p ií:çraen[c dister que vicio e hábito nos forçam a foser ccrtis ctiisaa em determinadas * p R j f c s w r d a D^irsjflíniodePsicolflíia diUFF, Doutorem í^Iosofia pela Lmiveísiditte de Pa/ii & , 4 RevreüdDL" nrtamcnin dtífywldp i-U FE^' IU’ O háitiio dn pnnio tjf situações,, digamos também que eles nos fazem procurar essas mesmas situações cm que nós acabamos por «der i seus imperativos. Eles não üio respostas a situações, mas problemas que formam ou constróem H u situações mesmas em que ^ão opeiar. Esse parentesco entre vício e hábitD deveria nos foer pensar, pois o vino atua ncccssarianiente na construção de muitos aspectos das dimensões afetiva, estética e axiolügma de nosso sçr - nós nos deixaraas levar passivamente, embebedados e plenos de contentamento, ate que nos apercebemos de que fomeü acometidos por profundas modifieações. Essa produção involuntária c inconsciente do si e o hábito «n pessoa; nâu o hábito nn sentido psicolúpico do [ermo, pois, este, nós supostamente podemos adquirir por voniade própria. Tbua-s* de tentar entender o hábíts v"“ d; da siibieiividade, portanto, dnteí que se tome una realidade psicológica. Influenciados peja psicologia da apcetidizageini porém, scabamos por considerar q habito como a aquisição de um comportamento autouiMico, macãntco, resultado de uma série de condicionamentos, quer dizer, do cSLaiielítimento dc uma série de coneaões rtgulares enPc estímulos e respostas. Mesmü assim» a psicologia suspeitou que a formação dos hábitos implicava também ■>aiis£içãot fruição. Mas ela reduziu e3« gosto, inerente i aprendizagem, xif-mjtiyntctit que caracteriza todo bábiio* í idéia de reforço (recompensa ou punição), dando um caráter utilitário e adapL"tivo e u a n«?™sci que és na vítdjde. condição de possibilididc de toda. utiliú.’ lc c de toda adaptutpOj porque está na fonte mesma da constituição oü coostruçáo tf o sujeito- Além disso» o ponto de vista utilífaiista e da adaptação sempre se chocará contra fatos qtie o contrariam. Com efeito, muitos hábitos são contrários â ydaptação e atentam contra nossa integridade ojsàniea, psiqmca e sociais ^rjrr;:! s^e7se uíiSnii a adaptação através da idéia de rctoms a u a estader «c equiiíbrio que teria sido perturbado1, não sç.suprime a contradição* esistem hábitos que vão no sentido inverso, forçam o aparscimsHls dt estasos dc destqüilíbrio e instabilidade (O que dizer do sujeito que, tento lutado para enc^mrar paz e tranqüilidade, retoma repentinamente) sob o jugo de um estado dí espirito anacrônico, atividades quí põem. a pender to-das as suas conquistas?). Uma auüísc mais profunda da subjefividade hn^iaíia — : £ rna ^*«^1 ^ de?d^ que saibamos como colocar o problema do hábito. Desenvolvendo o contraponto com a psicologia, a questão se tomará mais ciara, É que a psicologia só olhapara a dimensão do comportamento, da respostai daquilo que c observável (peío experimestador), náfl dá nenhuma importância ü maneira pela qual a observação é construída nosujd to EspirimentaJ. íiu qind?- patnats se pergunta cm que medida o sujeito é em si mesmo uma cspccte de *observação”1. Como diz Deleuze3, a psicologia nf(! da atividade o seu fítichí- Seu pavor obstinado da inrroBpecçáo Jkz com que eia só obsenre o que se mexe. Ela se pergunta coma, agindo, seadquítfehábitos. Mas, assim, todo o estudo do karr.itig corre o risco de ser falseado, enquanto não se coloca a questão prévia: Rcvúbdo DiípartaítifctiTt) dí PsicotugU- Uí*!’,V 1D-N1 ’l,p,4-S1l998 5

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Hábito

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O Habi to do ponto de vista antológico e a p rodução da sub je t iv idade

A rn Jre d o E ira d o "

O isxia m a reseaiüroíâiuiJotilcséfiCá da na^ào de hãui«?, perdida que /oi, urna k irrrffsi.i ptKõloçia vonsintídít os cciiçetipz d* iondicwtiíimr7tjo e QpKV.sizügétri) csíj; a qu^is iüi tntni uma vuira aplicação jjera j kábiiú. Kvre rpsgsi: i t f s s Cz:ti <1 ajuJú uc

filàsúfoi tome Ucrgfan, X^e/ftííÊ, iiutn$ <r Wluahead, e Tncnjitlnat para além fia j7w üiOiutiJtz.-i* rírr r / i f f ã i rtprtiçáa para cAcaniTOf a tomtiiuurtw

tmtciüçiiii lis iiíhjeiiviiiadc.

PaJaurt3í-<kas£t líáhiuh Repetição; Suhjm vidaát

A b ^ r r - in

T H E H A B J T O F T H E O M 'ü L O G iC .iL P O IN T O F V I E W - T H E E M E R G izN C Y OF T H E S U B J B C T IV IT Y

i jlU papir is l/li üuempt ta .piívr bníb iVjí psuLitcphzzji nüuumg lo ihc ííuííok &f jiQÈtf. Zhíj Tutut.ing tí iifsrgennn íl'.-.j.i; ±-\ ^ tu ir u ii íd conapu hkg L-aming andc&ndüiening by jjhich miseá antfik; ■ > ■. for tiie j a a ikai th ftr art kabits.

This tw a rch tsiU bs dona wah ikt r-, 7" pMotüphcrs iikc Bergsan, D eieits, W kw he& i and Hums. The p xp n -p j; . }..i\ ú>id Psvchofogy ;o Jind in à s i&a a f

« p au to u the atwiiigti-a; ■; ç f iubjvLitvitv,

- í - j m y t r r r i p K j i

Para o vuJçct, o hábim íc sc opc- :,b; * ■£; ;> dü po u iu úc vista d o valor, O v id o ê o mal hábito , aquele que nos desvia la natureza e dos valores m orais. Em sua ap in ião , tan to um quanto o ou tro form am i;m irresistível p en d o r que nos arrasta t se su b s titu i à nossa von tade em c e íe rr t:n ad a s situações. O u amies, ahihüs consílLucni .pmn « « - w - um invencível dc5eío deíazer cerfa-s coisas cm dererm iiijdas i.Luações. E ics tam béjn to n d itio n a m nassa m aneira de o lhar p ir s a$ coisaSj o tiuc ncJíaroos b tlo ou feio, bom ou mau N ão c à toa que nos nos apegamos a jiossos hdbiros e \ iciosi eles são fo n it dc co n ten tam en to , tan to pelo p r ^ e r q u a rro pcig d o r que nos im p ingem , tanto peífl am nr qus Aí£lHS) C;_ ^ i(JT1p ií:çraen[cdister que v icio e h áb ito nos forçam a foser c c r tis ctiisaa em dete rm in ad as

* p R j f c s w r d a D ^irs jflín iodeP sico lflíia d iU FF, Doutorem í^Iosofia pela Lmiveísiditte de Pa/ii &,

4 RevreüdDL" nrtamcnin dtífywldp i-U FE^' IU’

O háitiio dn pnn io tjf

situações,, d igam os tam bém que eles nos fazem procurar essas mesmas situações cm que nós acabam os p o r « d e r i seus im perativos. Eles não üio respostas a situações, mas problem as que form am ou constróem Hu situações mesmas em que ^ão opeiar.

Esse parentesco en tre vício e hábitD deveria nos fo e r pensar, pois o v in o atua ncccssarianiente na construção de m uitos aspectos das dim ensões afetiva, esté tica e axiolügm a de nosso sçr - nós nos deixaraas levar passivam ente , em bebedados e plenos de contentam ento , ate que nos apercebemos de que fomeü ac o m e tid o s p o r p ro fu n d a s m od ifieações. E ssa p ro d u ç ã o in v o lu n tá r ia c inconsciente do si e o hábito « n pessoa; nâu o hábito nn sen tido psicolúpico do [ermo, pois, este, nós supostam ente podemos adqu irir por voniade própria. Tbua-s* de ten ta r en tender o h áb íts v " “ d ; da siibieiividade,portanto, dnteí que se tom e u n a realidade psicológica.

In flu en c iad o s peja p sico log ia da apcetid izagein i p o rém , scabam os p o r co n sid e ra r q h ab ito com o a aqu isição de um co m portam en to autouiM ico, m acãn tco , re s u lta d o de um a sé rie de c o n d ic io n a m e n to s , q u e r d ize r, do cSLaiielítimento dc uma série de coneaões rtgu lares enP c estím ulos e respostas. M esm ü assim» a psicologia suspeitou que a form ação dos h áb ito s im plicava tam bém ■>aiis£içãot fruição. Mas ela reduziu e3 « gosto, inerente i aprendizagem , xif-m jtiyntctit que caracteriza todo bábiio* í idéia de reforço (recom pensa ou pun ição), dando um cará ter u tilitá rio e adapL"tivo e u a n«?™ sci que é s na v ítd jd e . condição de possib ilid idc de toda. utiliú.’ lc c de toda adaptutpOj porque está na fonte m esm a da constitu ição oü coostruçáo tf o sujeito-

Além disso» o ponto de vista u tilífaiista e da adaptação sem pre se chocará con tra fatos qtie o con trariam . Com efeito , m uitos hábitos são con trários â ydaptação e a te n ta m c o n tra nossa in tegridade o js à n ie a , psiq m ca e sociais ^ r jr r ; : ! s^e7se uíiSnii a adaptação através d a idéia de rc to m s a u a estader «c equ iiíb rio que teria sido p e rtu rbado1, não sç .suprim e a contradição* esistem háb ito s que vão no sen tid o inverso , forçam o aparsc im sH ls d t estasos dc d es tq ü ilíb rio e in stab ilidade (O que d izer do sujeito que, ten to lu tado para en c^m rar paz e tranqüilidade, retom a repentinam ente) sob o jugo de um estado d í espirito anacrônico , atividades q u í põem. a pender to-das as suas conquistas?).

Um a a u ü ísc m ais p rofunda da subjefividade hn^iaíia — :£ rna — ̂ *«̂1 ^

de?d^ que saibam os com o colocar o problem a do hábito.D esenvolvendo o con trapon to com a psicologia, a questão se tom ará mais

ciara, É que a psicologia só o lh ap ara a dim ensão do com portam ento, da respostai daquilo que c observável (peío experim estador), náfl dá nenhum a im portância ü m aneira pela qual a observação é constru ída n o s u jd to Espirim entaJ. íiu qind?- patnats se pergun ta cm que m edida o sujeito é em si m esm o um a cspccte de * observação”1. Com o diz D eleuze3, a psicologia nf(! da a tiv idade o seu fítich í- Seu pavor obstinado da inrroBpecçáo Jkz com que eia só obsen re o que se mexe. Ela se pergunta com a, agindo, seadqu ítfeháb itos. M as, assim , todo o estudo do karr.itig co rre o risco de ser falseado, enquanto não se coloca a questão prévia:

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Ar-íií Jui birtim

c agindo que se adquirem hábitos ou aa (pnirãrio, cantetitplandai*A situação na quai o sujeito experim ental e inserida ao $er condicionado

Mm que ser to ta lm en te constru ída e tüncrnJada pelo experim ejitador, por quê? N otou-se que um a d iv ers id ad e ile m cd iíic ações seus o ria is que ocorressem repelidas veyes cm contigu idsde com □ estim ulo m condicionado poderiam se t r a n s fo rm a r em e s tím u lo s c o n d ic io n a d a s , c o n fu n d in d o , a s s im , o e J ip e rim em ad o r em suas m edições-1. A nosso ver esse fato revela * caráter espon tâneo da form ação dos háb itos. C untraím os h áb ito s o tem po todo. na m aior p a n e das vezes sem nos darm os conra e sem term os contribuído para í í i , .íp ínas E^r eírarnirts ío n tin u a m ín ie expoitps i uma grande variedade de.r^n ríifn rS .

à m

O que en tendem os por repetição? D a m ^ m a forma tom o o contenraitiem o "" r ::! fa ijo y m e n t não s t copfm idem LOm y ^ *<-U J üü equilíbrio,a s&tulhção de um a necessidade « t . ) , a s íim , tam bém , a repetição d e que falamos aqui_rpão se con funde cort^a repetição de 'jjna m esm a ação, dc um a inêsm a in te n d o , dc um m esm a significação, Ê íã tii m o s tn r que quando se contrai um h á b ito há u m a c o n t in u a m u d an ça dc c o m p o r ta m e n to , de in te n ç ã o , de iifD ificaçso, f , por outro íado3 tam bém se faria ver i]ue a rcpciiçso, tE tarsila desse p o n to d e v is taT não ê em a b so lu ta n ccessá ria à aquisição de novo? com portam en tos5. O h ãò ito é, em si m eim a, an terio r a qualquer atividade do sujeito, seja c ia moçora, cognitiva ou TnotivacionaL Enotianto perm anecem ! osl presos ao m ero aspecto psicológico d habito , estarem os con r^nadus a n j i í /pixergar seu p ro b lem a fundam en ta l, a saber: a em ergência do suhjeEiitf, 4 invenção_da su b je t iv id a d e

^ repetição de que falam os é justam ’ nre 0 elem ento p rob lesjsüco s paradoxal da hábito , po is d a nãi> exclui, ao ccm tr-jio , eía necesçiríu para ser pensada, de

.ü i F ; 3 _ £ 3 S £ â g = m £ -F-ch m u d ança-. ^ , m ais proh iad im etiE í. pneJa-

N ós não v em o s ú h a b ito com o v ia d e m ão ú n ii‘í em d ireção à nüüí&idfiQcj d icuú^^u das diferenças, a na situ ação , a acom odação, á ro tina ete. Aa cnn irá r ío , nós querem os m&iLrar (com H urae , B ergson, D eleuze e W hitehead) que eie esiã ria fom e da v e rd sd íira diferença, na o rigetn /origenída experiência, pois é z exp&rtcncia que faz diferença* e a d i f e r e n ç a 'íq ü s ^ a ja■*' -■* a r J j '-m r i u

Em todos os n íveis 0 háb ito , anieíi de se co n fu n d ir com a aquisição de um novo com portam ento , âc um a nova função, exprim e a invenção de um a nova e x p e riê n c ia fg o s to j , É _ i p o s s ib il id a d e de to rn a r s e n s ív el a lgum a co isa COtal m cm gjjstT anha, disparatada e, j pnaW, f.íra sèh tído para nds!~M'o lugar dê nDi í í í p ü í t i um m s ia p rcv ism c^rc dadfr, d c nos p e m in t a iie \a r um w hort inco m ensurável conosco, e assim , in v en tar a nós m esm os e ao mundo,

Em sua descrição objetiva, a fcpericào não Eem em ji* . E li d como um puro maifv.. um a pu ra d iversidade d is ju e tív ^1 que repçíç rodo gênero de esperiência p o rq u e ex c lu i to d a e quajeju^r rc isçáo e-ntre os e lem en to s ou ta so s que a

6 Rcviiwinli ■ IJFF,V . ] apL+-SP5998

n hanirti 1,10 ponta üc V]jtB OntOlagiO

compõem* Logo, nào há, n io pode haver nelu q u ilq u e r [erdêneia , qualquer dticácia ou poder que nos faça passar dc um a apresentação d ou tra d a objeta. Q uer dizer, em outros tennüSj não há nada no caso presen te que anuncie ou indique 0 caso futuro, úu* que conte com 0 caso passado. Assim , do punto de vista de c a d i tasa3 tom ado isoladam ente, náo M m esm o ainda repetição. T rata- tíc d a jf lip o ss ib ilid ad e mesma da e itp tiièiieta ̂ da im possib ilidade m esm a que jíg u in a coisa se faga, H um e, no em anio , assevera; apesar da repetição de cüsoí íê rn e íh an tc$ n ío m u d ar nada tio objeto, sua obitn taçso1 hab itual forma um.j rttiiUiplicitlcute capa2 de p io d u íir um a nova qualidade no espiriw *.

Eis- que algum a tu isa de novo aparece, se cria . Tai c o hábito , eritcsd iao üo.Tic fusãe, in terp^r.etrsçàa, rn fítn , oomo o a n tra ^ o d e casos dr 111113 repetição. 0 ta so precedente ainda cão desapamoeu quando o segu in te aparece. É porque os casos se ú u iu ír s que c í ü l ^ u í j i ü , é p o rq u e eles sc c& ntraem que íu j “ acu m u lação ” dá lugar à qua lid ad es aovas cm u m a m u ltip lic id a d e que se com plica perpetuam ente. 0 m om ento da contração co rresponde aq ^urgim enta do ííffrfeiiPO, da esperiêncía imêcliàEa; in trodução da diferença na repetição. «O que e preciso d izer é que toda sensaçáo se m odifica se^répetíndo» ■ .

O h áb ito netem os casos passados ju? mso presente. Eles não aparecem mais com o d istin to s, separados, porque eles se in lerpcdciram m utuam ente, mas eles to rn a m -se rea lm en te heterogêneos cm razão dessa ín te rp en e tração mesma- D essa fo rm a a sensação que se repele, com a com e la ra e sm a jr m uda. Cadi apresentação é onipresente a tíxLr,’i as ou tn is, p en e tta todas as outras, se reflete em todas as outras, de forma que o ^aumento presente, se ressen tindo , por assint dÍ2t r 1 do peso dessa m ultip licidade que aum enta incessan tem ente, e sem pre outra em relação so que ele era* O ra, a sensação se confunde tom esse m om ento presen te . Toda possib ilidade objetiva da repetição é, en tão , descartada - é b

-que. Deieuze-tiiU ia ejh qiiandn afirm oti que a repetição não tJUii cai íí,mas apenas um pura si.

A d ifercnca de qualidade não éi o rig inalm en te , ob je to dc um a perctpçsfl d is tin ta , eia se confunde com um a sensação que se transform a, A apresentad a de oufllidades d is tintas na percepção é p o ste ria r e im plica a im pulsio ou /E 5 q u e c s e n t id o dc d e n tro em urna s e n sa ç ã o . nC oncebam oS a percep ção [esperiência] sob a luz de um a íase prim ária na auto-produção dc «m a ocasião da e x is tê n c ia ntuali* 11. E is po rque W hitehead d ia que a í ju íu í * f j i - e x p e riê n c ia o rig in á r ia , a n te r io r à prtsefilaãotial immediacy que ap areceria som ente com os anim ais superiores t o ho m em 11. Esseí&itt é apenas a contração de todos 05 m om entos da sensação* é um hábito .

A ssim , to d a sensaçãa^é um a m u ltip lic id ad e c o n tra íd a, quer dizer, sq_as " ftiu m p iid d iu L s são objeto dc sensação, jamais casos au elcj^^r.iüs üt-Udes* A conttação (To passado xa presente é a ifortna pura do vivido. 0 presente seria 0 m esm o, m as eie não o é; ele iria se repetir, mas é obrigado a se transform ar, não podendo se separar daquilo que d e acaba de ser no m om ento m « m a em que d e se to m a passado. 0 presente foi e con tínua cm vias de scr, de form a que

RfVfS&dtt Dçfarwnentn dc mJDgja - UFI ̂V 10-íP I,p.4-S, IWS 7

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ji-d fí d a türailú

cie scrã. E s b im anéncia Jo p e s a d o no presente, essa coexistência do m om ento p assado cora o m o m e n to p re s e n te , c ria p o r e la m esm a a te n d ê n c ia à contintiaçáo- Ora, essj co n tin u ação é já um a te n são c m r t aqujlo que o j in e ^ n tc acaba de sír_ £ 0_qtie e!e esjá em vias de se torttar,~üma teníão cütrc a dim ensão do passado e a d im ensão da fu turo .

0 q iiec o sujeito ou a consciência? É íu& iam tm e essa im anencía do contraste en tre o p re se n te e o passado, Coni efeito, a não subjetiv idade da repetição consiste no faLO d t quer. ncía, nenhum m om ento w ressente cio anterior, nem se inclina para o posterior. A sensação aglutinai justam ente esse peso do passa tio c CiSã iüclmaçãci para o futuro* ela ú ac m esm o [empo cü ijs ticn c iac m ovim ento najCÈBEt Tanto a co tisc iènda g iia s ta a " jã a :çuí iüa urígem n o hábito. Iodos os elem entos germ inais do su jeito já estáq ar. d e é cem o ures sspeasÁsa, que- ataer, um g e?pçta e u m i íiüslcíilc, M as, domo ele começa por ser um a pura espera, ele não fez nada p o r eJe niesm oj mas apera q u e d /f í sefoça nele,

'O subjetivo surge, então. jn te s d# toda e qualquer atividade do sujeita, em função d e eiína attytdaâe que náo é nem psíquica, nem fisiológica, nem táo pouco física. A a tiv id ad e do_hãbito f r e a r t à rep e tição , a contração,, é p u ram en te tem púra!, e la s im p lesm en te im p e d i qUe as co isas se rep itam , d a é, ín tã ç , condição para íjüç algum a coisa de novo se faça. N esse n ível, não há a jgda alguém para fazer algum a coisa, h i apenas algum q coisa -‘te faj&ndfi.

O hábitGj em sua dim ensão cmtoltjgica. í o one gers. o estado a iig in ir jú uíi expcnó ic ia . R estaria ajncfc m ostrar conto o : iifeito se ativa e por um a esp eae dc m ovim ento retrógrado, reagindo à h íterogciic idade do hábito, reconstitu í e represen ta 2 repetição do m esm o,

N O TA S E R E FE fcÊ N C IA S B IB L IO G R Á F IC A S :

J_Ç^|]ÍÍÍLLÀlIãÍE.3í-£lMiJ La rowwíton der t e x x t d i r r - ^ r ^ J Z ^ T - T f ' ^piiCvivtM-afiDÍiieni nino estacictec:do que 0 ca nsopadtcr.Tnc!npfar’ S ; ; i i nm so. í,‘ « 1

^üuíãp não í ç actia ai, a questão c a de saber st ■ *u dr. mes-mo nio c umi eonrtmplaçio, te eii nlo è oeie racteit aiaacanittnji-it^ij—; ;c s s ;n ísp ir s í «[■?£» ucr(foímaru,ia comportamento ese formar a si mesma dt outro ícitma q m njuterapiando.ít (DELEUZE, G .(|9í i ) ü ^ cre w d rêpintim. Paiis, FUF, p.lOG), [lutai as traduções; sJq de nossa respünsaliiiídjHic.I

p.100.^CELENYJ-ECIPíIUjj isniftwiwiíJrtMü, Paris, PIÍF, p.23,J Cf Z 5,»™, PP.4 Cf. DeleiutB, itótoít, pM .JQ . WHITEHEAD, A, N- {WJfyFraaniand #ífl%,Cúirrçtede(iiiH}fi:, Lotid[5r,TheFri«FTíss,

p-íl- Para WhiKheadadivetsidaíiif diíiiuntjvíi:, a marryj desiajiq um estado do univtríg, anterior a ioda presente {acatai DttaiúiijL“ Ddeuzcpreísrec \ermü£onitntpla$ã6 «hhú íc viu ím « .‘ Cj' H u iiE , D. U íí- Í - J iraiiiií tíjkujrsint iwitirt, UidoTíl Uaivcnity Press, l^ r ttn i! seção XTV, pp. 163-iflS.IU BERGSON, H. (IJBS) fiiai sur 1c; dannéef itnmAILüeS iii tacon^cftncf. PuH*, ^JlIâdríje-PTJFpP.SS,11W FJII tH E A D ,A . N, (19S5) Symístiiim. {a m ftjnm jííttaí^âíij. Ne*v York,F[jrdliain Univeiaiiy

UC£ üípn.t pp. 43-4?.

R*v{i[f A> EfciMrUfntuifltic ftiocitqsia- U FF, V, 10' S"® 1, p. +4,199*