Eimeria_Isospora_2009

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Apicomplexa: Coccidia Eimeria e Cystoisospora Arthur Gruber BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo AG-ICB-USP

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Apicomplexa: CoccidiaEimeria e Cystoisospora

Arthur Gruber

BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária

Instituto de Ciências Biomédicas Universidade de São Paulo

AG-ICB-USP

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ProtistaProtozoa

CiliophoraCiliata

Balantidiidae BalantidiumApicomplexa

CoccidiaEimeriidae Eimeria

Isospora

Sarcocystidae ToxoplasmaCystoisosporaSarcocystisNeosporaBesnoitiaHammondiaHepatozoon

Cryptosporidiidae CryptosporidiumPiroplasmidia

Babesiidae BabesiaTheileriidae Theileria

Haemosporidia PlasmodiidaePlasmodiumHaemoproteus

SarcomastigophoraSarcodina

EntamoebaMastigophora

Trypanosomatidae TrypanosomaLeishmania

Trichomonadidae TritrichomonasTrichomonas

Monocercomonadidae HistomonasHexamitidae Giardia

MicrosporaEncephalitozoon

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ClassificaClassificaççãoão dos dos protozoprotozoááriosrios

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Filo Filo ApicomplexaApicomplexa -- caractercaracteríísticassticas

Fonte: http://webs.cb.uga.edu/~striepen/

- Presença de um complexo apical:- Anéis polares – elementos de

suporte, função de locomoção- micronemas e roptrias - organelas

secretoras que medeiam a penetração do parasita na célula do hospedeiro

- conóides – estruturas fibrilares

- Apicoplasto

- Mitocôndria

- Não possuem cílios ou flagelos

- Parasitas de grande interesse médico e

veterinário

AGAG--ICBICB--USPUSP

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FiloFilo ApicomplexaApicomplexa –– classeclasse CoccidiaCoccidia

• ClasseClasse CoccidiaCoccidia• Ordem Eimeriida• Cryptosporidiidae - Cryptosporidium• Eimeriidae - Eimeria, Isospora, Caryospora, Cyclospora• Sarcocystidae - Toxoplasma, Hammondia, Neospora, Cystoisospora, Sarcocystis, Besnoitia, Frenkelia

• Ordem Eucoccidiida• Adeleina - Hepatozoon• Lankesterillidae - Lankesterella• ClasseClasse GregariniaGregarinia• ClasseClasse AconoidasidaAconoidasida

HaemosporidaHaemosporida –– Haemoproteus, Hepatocystis, Plasmodium

PiroplasmidaPiroplasmidaBabesiidae - BabesiaTheileriidae - Theileria

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Coccidia - características do grupo:

• Parasitas intracelulares obrigatórios

• Infectam vertebrados e invertebrados

• A maioria dos parasitas se multiplica nas células epiteliais do intestino - causam doenças entéricas. Também podem infectar o fígado, rins, células sangüíneas e outros tecidos

• Mais importantes protozoários em termos de relevância econômica

• Maioria dos membros é monoxênica e alguns são heteroxênicos facultativos

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Coccidia – ciclo de vida

Apresenta três fases principais: esporogonia (esporulação), esquizogonia (merogonia) e gametogonia

• Esporogonia

• Processo de divisão por fissão múltipla a partir de um esporo (zigoto). A divisão do núcleo e organelas ocorre repetidamente e somente no final ocorre a citocinese.

• Após a fusão dos gametas ocorre uma meiose seguida de mitose

• O produto é um estágio distinto denominado esporozoíto

• Esquizogonia

• Divisão por fissão múltipla. O produto é uma população de células semelhantes denominadas merozoítos

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Eimeria – divisão por esquizogonia

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Esquizogonia:

Divisão por fissão múltipla. O produto é uma população de células semelhantes denominadas merozoítos

Fonte: David Ferguson, UK

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Coccidia – ciclo de vida

• Gametogonia

• Processo de produção de gametas sexuais

• As células produtoras são chamadas gamontes: macrogametócito e microgametócitos

• Fusão dos macrogametas com microgametas resulta em um zigoto diplóide

• Todos os demais estágios dos Coccidia são haplóides

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Coccidia – morfologia dos oocistos esporulados

Esporocistos:Esporozoítos:

04

08

18

28

48

416

Esporocistos:Esporozoítos:

Fonte: Gardiner et al., 1988

Cryptosporidium Tyzzeria Caryospora

BesnoitiaCystoisosporaFrenkeliaHammondiaIsosporaSarcocystisToxoplasma Wenyonnela

EimeriaCalyptospora

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CoccidioseCoccidioseCoccidiose - termo genérico que designa as infecções caudadas por protozoários da classe Coccidia

Isospora

Sarcocystis

Cryptosporidium

Toxoplasma

Isospora

AGAG--FMVZFMVZ--USPUSPFonte: http://caltest.vet.upenn.edu/paraav/labs/lab10pg2.htm

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Coccidiose aviáriaSete espécies de Eimeria infectam a galinha doméstica:

• Eimeria acervulina• Eimeria tenella• Eimeria maxima• Eimeria necatrix• Eimeria praecox• Eimeria brunetti• Eimeria mitis

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Fonte: Coccilab USP

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• Ciclo direto (monoxênico) – não há hospedeiro intermediário• Doença entérica – parasitas se reproduzem de forma assexuadae sexuada nas células intestinais• Reprodução

• Assexuada• Esporogonia ou esporulação no meio ambiente• Esquizogonia ou merogonia no intestino

• Sexuada• Gametogonia no intestino

Características do ciclo de vida de Eimeria

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Eimeria – estrutura de um oocisto

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Característica dos oocistos

• Eimeria – 4 esporocistos com 2 esporozoítos no interior

Fonte: Levine, 1985Fonte: Coccilab USP

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Oocisto – características

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• Resistência física e química – possui uma parede com duas camadas principais e composição diferente.

• Garante resistência a diferentes agentes químicos.

• Somente pequenas moléculas atravessam a parede: água, amônia, brometo de metila

• Não resiste ao calor e desidratação

Oocisto rompido mostrando as duas camadas da paredeFonte: Coccilab USP

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• Infecção espécie-específica• Sítios de lesões específicos• Causa enormes prejuízos na produção avícola

• Custos diretos: menor ganho de peso, aumento de mortalidade, aumento de infecções secundárias, tratamento com quimioterápicos• Custos indiretos: uso de drogas e/ou vacinas naprevenção

Coccidiose aviária

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3/3/2009 16

Ciclo de vida

66

775

44

Esquizogonia

10101111

88

99

Gametogonia

22

33

2n

11

Esporogonia

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3/3/2009 17

Ciclo de vida 1. O ciclo de vida se inicia pela ingestão de um oocisto esporulado por uma ave suscetível.

2. A parede do oocisto é rompida na moela, liberando os esporocistos.

3. A excistação dos esporozoítos ocorre no intestino delgado. Os esporozoítos aderem e penetram as células do epitélio intestinal

4. Desenvolvimento de um esquizonte de primeira geração, um estágio assexual de desenvolvimento (esquizogonia)

5. Seguindo a maturação do esquizonte, ocorre o rompimento das células intestinais e a liberação de merozoítos.

6. Penetração dos merozoítos em células do epitélio intestinal, formação de um esquizonte de segunda geração e liberação de merozoítos de segunda geração.

7. Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em macrogametócitos. Este estágio sexual feminino é caracterizado pela presença de grânulos eosinofílicos periféricos.

8. Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em microgametócitos. As células intestinais são rompidas, liberando microgametas (estágio sexual masculino).

9. Fertilização dos macrogametas pelos microgametas biflagelados (gametogonia).

10. Formação do oocisto, rompimento da célula intestinal e liberação do oocisto maduro nas fezes.

11. O oocisto se torna infeccioso ao esporular no meio ambiente, sob condições de aeração, umidade e temperatura adequadas. Esta fase assexual do desenvolvimento é denominada esporogonia.

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Infecção por Eimeria necatrix - histopatologia

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Esquizontes de E. necatrix Macrogametócitos de E. necatrix

Microgametócitos de E. necatrix Oocistos em formação de E. necatrix

Fonte: Gardiner et al., 1988

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Infecção por E. tenella – cultura de tecido

Esporozoítos em processo de penetraçãoCélulas LLC-MK2

Esquizonte de primeira geração maduroCélulas LLC-MK2

Fonte: Coccilab USP Fonte: Coccilab USP

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Eimeria – microscopia de varredura

Oocistos rompidos, conteúdo interno e esporocistos

Oocisto rompido mostrando as duas camadas da parede

Fonte: Coccilab USPFonte: Coccilab USP

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Eimeria – microscopia de varredura

Esporocisto Penetração de um esporozoíto em célula da mucosa intestinalFonte: Coccilab USP

Fonte: David Ferguson, UK

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Eimeria – microscopia de varredura

Esquizonte maduro liberando formas merozoítas

Fonte: David Ferguson, UK

Microgametócito rompido liberando microgametasFonte: David Ferguson, UK

Oocisto maduro. Um microgameta está presente na superfície

Fonte: David Ferguson, UK

microgametasmacrogametócito

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• Forma e tamanho dos oocistos• Local e aspectos das lesões no intestino• Período pré-patente• Localização histopatológica do parasita• Tempo mínimo de esporulação• Imunidade protetora

Características para diferenciação de espécies de Eimeria

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Eimeria de galinha domésticamorfologia dos oocistos

E. maxima E. tenellaE. brunetti E. praecox E. necatrix E. acervulina E. mitis

Fonte: Coccilab USPAG-ICB-USP

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Diferenciação de espécies

E. acervulina E. tenellaE. maxima E. praecoxE. necatrixE. mitisE. brunetti

Fonte: Coccilab USP

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AG-ICB-USP

Fonte: Long & Reid, 1982; Eckert, 1995

18132E. tenella

1283E. praecox

18138E. necatrix

1593E. mitis

30121E. maxima

18120E. brunetti

1797E. acervulina

Tempo mínimo de esporulação (horas)

Período pré-patente (horas)

Espécie

Diferenciação de espécies

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LesõesLesões intestinaisintestinais

E. acervulinaA mucosa apresenta lesões esbranquiçadas tranversais, variando de um aspecto puntiforme até a total coalescência em infecções mais severas. Este tipo de lesão, étambém denominado “estria em escada”, e pode também ser freqüentemente visualizado na superfície da serosa.

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E. maximaEspécie moderadamente patogênica, provoca espessamento da mucosa intestinal e acúmulo de conteúdo mucoso de cor castanho-alararanjada.

Fonte: Coccilab USP Fonte: Coccilab USP

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LesõesLesões intestinaisintestinais

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E. tenellaEspécie altamente patogênica, apresenta lesões hemorrágicas severas localizadas principalmente nos cecos. Pode formar debrisde mucosa associados a coágulos sanguíneos, os “núcleos cecais” (cecal cores), e levar ànecrose do tecido. As lesões também podem ser visíveis na superfície serosa dos cecos.

E. necatrixUma das espécies mais patogênicas, provoca lesões hemorrágicas severas e dano tecidual profundo, com formação de debris de mucosa. A serosa apresenta petéquias e lesões esbranquiçadas puntiformes ao longo de sua superfície.

Fonte: Coccilab USP Fonte: Coccilab USP

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LesõesLesões intestinaisintestinais

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E. brunettiEm infecções leves pode produzir pequenas lesões hemorrágicas em estrias, mas em infecções severas as lesões podem levar a uma profusa hemorragia, com despreendimento de debris de mucosa, especialmente no terço final do intestino delgado, e até necrose do tecido.

E. mitisConsiderada uma espécie de baixa patogenicidade, de forma geral não causa lesões intestinais evidentes. Em infecções maciças podem ser observadas pequenas petéquias no reto, próximo à junção íleo-cecal, e exudação mucóide.

Fonte: Coccilab USP Fonte: Coccilab USP

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LesõesLesões intestinaisintestinais

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E. praecoxConsiderada uma espécie de baixa patogenicidade, geralmente não apresenta lesões intestinais evidentes. Em infecções maciças pode resultar em espessamento da mucosa e formação de exudato mucóide.

Fonte: Coccilab USP

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PatogeniaOs parasitas causam as seguintes ações nos hospedeiros:

• Invasão e ruptura das células da mucosa intestinal nos vários estágios de esquizogonia e na gametogonia

• Grau das lesões depende essencialmente dos seguintes fatores:

• Carga parasitária

• Estado imune do hospedeiro

• Profundidade das lesões no epitélio (Ex. E. tenella e E. necatrixcausam lesões mais profundas)

• Conseqüências das lesões:

• Perda da capacidade absortiva do intestino – menor ganho de peso

• Hemorragia (em algumas espécies)

• Portas de entrada para agentes secundários. Ex. Clostridiumperfringens

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Diagnóstico

Tipos de exames

• Necrópsia dos animais – encontro de lesões típicas em regiões específicas do intestino

• Exame direto das fezes – detecção de oocistos

• Flutuação em sal – oocistos são pouco densos e acumulam-se na parte superior de uma solução salina saturada

• Análise morfológica dos oocistos – tamanho e forma

• Infecções experimentais

• Período pré-patente

• Imunidade cruzada

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Ensaio de PCRmultiplex

600 pb -

-esc

ada

de 1

00 b

p

-E. ac

ervu

lina

-E. bru

net

ti

-E. te

nel

la

-E. m

itis

-E. pra

ecox

-E. m

axim

a

-E. nec

atrix

-7 e

spécies

-Controle

sem

DNA

200E. necatrix

272E. maxima

354E. praecox

460E. mitis

539E. tenella

626E. brunetti

811E. acervulina

Tamanho (pb)Espécie

Fonte: Coccilab USP

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Controle – drogas anticoccidianasTipos de drogas

• Drogas sintéticas – amprolium, arprinocid, halofuginona, robenidina, nicarbazina, lasalocid, diclazuril, toltrazuril

• Ionóforos – moléculas solúveis em lipídeos que formam canais ou atuam como carreadores. Permitem a passagem de íons através da bicamada lipídica da membrana plasmática causando desequilíbrios iônicos na célula. Ex. monensina, salinomicina, maduromicina

• Ação coccidiostática – inibem o crescimento do parasita sem destrui-lo

• Ação coccidicida – há interrupção do ciclo de vida e destruição do parasita

Forma de utilização

• Doses subótimas na ração - previnem a doença clínica, reduzem a carga parasitária, reduzem a densidade de parasitas no ambiente, permitem a infecção em baixas doses, promovem a formação de imunidade

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Controle – drogas anticoccidianas

Desvantagens dos anticoccidianos

• Surgimento de resistência e perda de ação

• Podem deixar resíduos na carcaça

• Exigem período de restrição de uso antes do abate

• Legislação cada vez mais rígida – banimento progressivo do uso de drogas em rações animais

• Perspectiva ruim de mercado - inibe investimento no desenvolvimento de novas drogas (última droga foi lançada em 1995)

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Controle – vacinas

Vacinas vivas virulentas de baixa dose – princípios

• Imunidade humoral não é relevante

• Imunidade celular é protetora e duradoura

• Não há imunidade cruzada entre espécies – requer vacinas multivalentes

• Utiliza-se doses baixas de cada espécie (100 a 500 oocistos por ave) –ave desenvolve uma doença sub-clínica

• A infecção, mesmo em baixas doses, leva ao desenvolvimento de imunidade

• A propagação de amostras vacinais substitui a população de cepas presentes nas granjas – redução ou eliminação de cepas resistentes a droga

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Controle – vacinas

Vacinas vivas virulentas de baixa dose – desvantagens

• Implicam em risco – aplicação desigual resulta em aves não imunizadas e aves expostas a superdosagem – surtos clínicos

• Tempo de conservação (shelf-life) curto – 6 meses a 1 ano

• Causam algum grau de lesão na mucosa intestinal

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Vacinas contra a coccidiose aviáriaNome comercial – Immucox

Fabricante – Vetech Laboratories Inc. (Canadá). Distribuído no Brasil pela Imuvet Comercial Ltda.

Característica – Vacina viva contendo suspensão de oocistos de linhagens virulentas em baixa dose

Forma de aplicação – Vacinação de pintinhos através da água de bebida, ração, via ocular ou em spray

Nome comercial – Bio-Coccivet R

Fabricante – Laboratório Biovet S/A (Brasil)

Característica – Vacina viva contendo suspensão de oocistos de linhagens virulentas em baixa dose

Forma de aplicação – Vacinação de pintinhos por via ocular

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Controle – vacinas

Vacinas vivas atenuadas – princípios

• Emprega-se cepas atenuadas – seleção para ciclo precoce (“cepas precoces”) ou passagens seriadas em ovos embrionados (menos comum)

• São pouco patogênicas – maior segurança de uso

• Substituem com vantagens as vacinas virulentas

• Porém - custo de produção é muito mais alto

• Uso maior em animais reprodutores - matrizes e avós

• Mais usadas na Europa - no Brasil somente a Livacox tem uma fatia relevante do mercado

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Nome comercial – Paracox

Fabricante – Schering-Plough (Inglaterra). Não empregada ainda no Brasil (alto custo)

Característica – Vacina viva contendo suspensão de oocistos de linhagens precoces (atenuadas)

Forma de aplicação – Vacinação de pintinhos através da água de bebida

Nome comercial – Livacox

Fabricante – Biopharm (República Tcheca). Distribuído no Brasil pela Merial

Característica – Vacina viva contendo suspensão de oocistos de linhagens precoces e atenuadas em ovos embrionados

Forma de aplicação – Vacinação de pintinhos através da água dos bebedouros, por via ocular ou em spray

Vacinas contra a coccidiose aviária

Page 41: Eimeria_Isospora_2009

Vacinas contra a coccidiose aviária

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Nome comercial – CoxAbic

Fabricante – Abic Biological Laboratories TevaLtd. (Israel). Distribuída no Brasil pela Novartis

Característica – Vacina de subunidade. Produzida com mistura de antígenos de macrogametócitos de E. maxima

Forma de aplicação – Vacinação das matrizes e imunização passiva dos pintinhos através de anticorpos pela gema do ovo

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Vacinas contra a coccidiose aviáriaPerspectiva interessante: vacinação in ovo

Princípio – Suspensão de oocistos é injetada diretamente no saco da gema e o embrião é imunizado através de sua alimentação dentro do ovo

Vantagens – Método massal, automático, homogêneo, reduz manejo, confere imunidade nos primeiros dias de vida

Page 43: Eimeria_Isospora_2009

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Controle – estratégias mistas

Rotação de drogas – princípios

• Esquemas dual – usa-se uma droga na primeira fase do crescimento das aves e depois substitui-se por outra, de preferência de ação farmacológica diferente. Ex. coccidiostático e coccidicida

• Rotação – utiliza-se um ou duas drogas (programas dual) por um período de tempo e depois se troca por outra(s) droga. Após um novo período de tempo se retorna à droga originalmente utilizada.

• Rotação de drogas e vacinas – usa-se um programa com drogas por um período e depois substitui-se pelo uso de vacina. Após certo tempo se retorna ao uso de drogas.

• Princípio - restituição da sensibilidade pela troca de populações de parasitas resistentes por outras sensíveis a drogas (cepas vacinais).

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Eimeria de coelho domésticomorfologia dos oocistos

E. magna E. stiedai E. irresidua

E. intestinalis E. perforansE. piriformis E. exigua

E. coecicola

E. flavescens

E. vejdovski E. media

Fonte: Coccilab USP AG-ICB-USP

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Eimeria stiedai em coelho – Ciclo de vida

1. Os esporozoítos emergem no intestino delgado e invadem o fígado através de vasos linfáticos.

2. Esquizogonia ocorre no epitélio dos dutos biliares acima do núcleo das células do hospedeiro.

3. Ocorrem pelo menos 6 gerações de esquizogonias.

4. Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em macro-e microgametócitos.

5. Fertilização dos macrogametas pelos microgametas biflagelados (gametogonia).

6. Formação dos oocistos, rompimento das células dos dutos biliares e liberação dos oocistos maduros através do duto biliar e excreção nas fezes.

Page 46: Eimeria_Isospora_2009

AG-ICB-USP

Infecção por Eimeria stiedai em coelhohistopatologia

Macrogametas Oocisto elongado

Epitélio do duto biliar

Fonte: Gardiner et al., 1988

Page 47: Eimeria_Isospora_2009

AG-ICB-USP

Cystoisospora spp.

Gênero Cystoisospora (= Isospora)

Hospedeiros: cães (C. canis e C. ohioensis)gatos (C. felis e C. rivolta)suínos (I. suis)

Localização: células do epitélio do intestino delgado e grosso

Distribuição: cosmopolita

Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006

Page 48: Eimeria_Isospora_2009

AG-ICB-USP

Cystoisospora spp.

Ciclo evolutivo: difere do ciclo do gênero Eimeriaem 3 aspectos:

• O oocisto esporulado possui 2 esporocistos com 4 sporozoítos cada

• Nos suínos, estágios extra-intestinais (no baço, fígado e linfonodos) podem reinvadir a mucosa intestinal e causar sintomatologia clínica

• Roedores podem ser reservatórios de estágios assexuados, após a ingestão de oocistos do cão e do gato (ciclo heteroxênico)

Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006

Page 49: Eimeria_Isospora_2009

Cystoisospora / Isospora – Ciclo de vida

AG-ICB-USP

Fonte: Gardiner et al., 1988

Page 50: Eimeria_Isospora_2009

3/3/2009 50

Ciclo de vida 1. O ciclo de vida se inicia pela ingestão de um oocisto esporulado pelo suscetível.

2. As paredes do oocisto são rompidas no trato digestivo e os esporozoítos aderem e penetram as células do epitélio intestinal.

3. Divisão celular por uma série de endodiogenias (reprodução assexuada) e geração de merozoítos.

4. Formação de esquizogonia e replicação por esquizogonia. Rompimento das células intestinais com liberação de merozoítos.

5. Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em macro- e microgametócitos.

6. Fertilização dos macrogametas pelos microgametas biflagelados (gametogonia).

7. Formação do oocisto, rompimento da célula intestinal e liberação do oocisto maduro nas fezes.

8. Esporulação no meio ambiente, sob condições de aeração, umidade e temperatura adequadas.

1. Os oocistos são ingeridos por hospedeiros paratênicos (ex. rato).

2. Excistação e invasão de células com a formação de um cisto monozóico, um único esporozoítonão replicativo circundado por uma cápsula.

3. Ingestão do hospedeiro paratênico pelo hospedeiro definitivo.

4. Digestão do tecido e liberação de esporozoítos.

Somente para Cystoisospora:

Page 51: Eimeria_Isospora_2009

Isospora – divisão por endodiogenia

AG-ICB-USP

Fonte: Levine, 1985

Endodiogenia:

Reprodução através da formação de 2 células filhas no interior de uma célulamãe. A progênie é liberada pelorompimento da célula mãe

Etapas:

a. Formação de uma bola de DNA no núcleo

b. Bola de DNA deixa o núcleoc. e d. Desenvolvimento de células

filhas e’. e f’. Fase final da endodiogenia

dentro do cistoe”. e f”. Idem durante o estágio de

proliferação dentro do cisto

Page 52: Eimeria_Isospora_2009

Isospora – divisão por endodiogenia

AG-ICB-USP

Fonte: David Ferguson, UK

Page 53: Eimeria_Isospora_2009

Cystoisospora felisCaracterísticas do ciclo

AG-ICB-USP

Fonte: Soulsby, 1982.

• Parasita o gato e demais felinos• Distribuição cosmopolita

• Estágios de desenvolvimento ocorrem no intestino delgado e ocasionalmente no grosso

• Gatos e hospedeiros não felinos se infectam pela ingestão de oocistos esporulados

• No hospedeiro paratênico os cistos ocorrem principalmente no linfonodo mesentérico e contém apenas um bradizoíto

• Nos felinos ocorrem três gerações de esquizontes e gamontes, mas formas extraintestinais podem ocorrer.

Page 54: Eimeria_Isospora_2009

Cystoisospora felis – patogenia

AG-ICB-USP

Fonte: Soulsby, 1982.

• O parasita é geralmente benigno

• Infecções experimentais geraram falharam geralmente em gerar sintomas clínicos

• Há relatos de diarréia e anorexia (redução do apetite) e em casos mais severos enterite hemorrágica e morte

Page 55: Eimeria_Isospora_2009

Cystoisospora – morfologia dos oocistos

AG-ICB-USP

Fonte: Steve J. Upton - http://www.k-state.edu/parasitology/625tutorials/Oocysts03.html

A-C. Oocistos esporulados de Cystoisospora felis

D. Oocisto semi-sporulado de Cystoisospora felis

E. Oocisto não esporulado de Cystoisospora felis

F. Oocisto esporulado de Cystoisospora rivolta

G. Oocistos semi-esporulados de Cystoisospora felis

H. Oocistos não esporulados de Cystoisospora felis

I. Oocistos não esporulado e semi-esporulado de Cystoisospora rivolta

Page 56: Eimeria_Isospora_2009

Cystoisospora – morfologia dos oocistos

AG-ICB-USP

Oocisto não

esporulado

Oocisto

esporulado

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AG-ICB-USP

Infecção por Cystoisospora spp. - histopatologia

Esquizontes de Cystoisospora spp.Intestino delgado de suíno

Macro- e microgametócitos de Cystoisospora spp.Intestino delgado de suíno

Oocistos esporulados de Cystoisospora papionisMúsculo esquelético de babuíno

Fonte: Gardiner et al., 1988

Cisto monozóico de CystoisosporaLinfonodo mesentérico de camundongo

Page 58: Eimeria_Isospora_2009

AG-ICB-USP

Infecção por Cystoisospora spp. - epidemiologia

• Camas mal manejadas favorecem condições adequadas àpersistência dos oocistos no ambiente

• Superlotação aumenta as chances de ocorrência de surtos

• Nos pastos, o tempo de esporulação é geralmente maior

• Os oocistos são altamente resistentes, persistindo no ambiente por até anos

• São altamente hospedeiro-específicos e a imunidade ésempre espécie-específica.

Fonte: Adaptado de Celso Martins Pinto - Roteiro de Estudos de Parasitologia e Doenças Parasitárias em Medicina Veterinária, 2006

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AG-ICB-USP

Bibliografia

• Gardiner, C.H.; Fayer, R. & Dubey, J.P. (1988). An Atlas of Protozoan Parasites in Animal Tissues. USDA/ARS,

Agriculture Handbook Number 651, Washington, DC.

• Levine, N.D. (1985). Veterinary Protozoology. Iowa State

University Press, Ames, USA.

• Soulsby, E.J.L. (1982). Helminths, Arthropods and

Protozoa of Domesticated Animals. 7th Edition. Lea &

Febiger, Philadelphia, USA.