EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM GADO LEITEIRO - TCC...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
DÉDRIO VINICIUS CAMARGO DA SILVA
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM GADO LEITEIRO
Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de
Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do
Paraná como requisito parcial para a obtenção do
grau de Médico Veterinário.
Orientador Acadêmico: Prof. Msc. João Filipi S.
Pereira
Orientador Profissional: Prof. Msc Márcio S. Segui
CURITIBA
2015
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
REITOR
Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Carlos Eduardo Rangel Santos
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva
DIRETOR DE GRADUAÇÃO
Prof. Dr. João Henrique Faryniuk
COORDENADOR DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Prof. Dr. Welington Hartmann
COORDENADOR DE ESTÁGIO CURRICULAR
Prof. Dr. Welington Hartmann
TERMO DE APROVAÇÃO
DÉDRIO VINICIUS CAMARGO DA SILVA
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM GADO LEITEIRO
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para
obtenção do título de Médico (a) Veterinário (a) pela Comissão Examinadora do
Curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.
Comissão Examinadora:
Presidente: Prof. João Filipi Scheffer Pereira
Prof. Odilei Prado
Prof. Welington Hartmann
Curitiba, 08 de dezembro de 2015
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha avó Conceição Bueno da Silva, já falecida mas
que assim como eu tinha o sonho de me ver formado, aos meus pais e mestres
que sempre dedicaram-se ao máximo para contribuir com minha vida
acadêmica.
AGRADECIMENTOS
Agradecer primeiramente a Deus, afinal o que seriamos sem ele?
Olhando-nos, dando forças e abençoando todos os dias quando abrimos os
olhos e partimos para uma nova jornada.
Aos meus pais que em hipótese nenhuma me deixaram faltar alguma
coisa, fosse material ou sentimental. Meu Pai sempre um homem mais duro,
mas com um só objetivo: Que eu realmente fosse o melhor possível me
esforçasse para conquistar o que queria e minha mãe sempre mais sutil, com
palavras mais calmas e mais sentimentos também, na mesma busca pelo meu
sucesso. Meus irmãos tanto pelo incentivo em ser “médico dos bichinhos”
como na compreensão de fazer silencio quando eu precisava estudar.
A toda a família, tanto os presentes como os ausentes que sempre
participaram desse sonho, me dando forças diretamente ou indiretamente.
Aos meus amigos e colegas de faculdade, em especial a Ana Fernanda,
sempre apoiando, motivando e estudando juntos.
Aos profissionais que me ajudaram, sendo professores, supervisores de
estágio, amigos da vida e aos meus orientadores e coorientadores pela
paciência em ensinar e corrigir, tempo disponibilizado para conversas.
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS.................................................................................................. 8
LISTA DE FIGURAS................................................................................................... 9
LISTA DE QUADROS................................................................................................. 10
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................... 11
RESUMO.................................................................................................................... 12
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 13
2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO................................................................. 14
2.1 UNIDADE LEITEIRA FEGA/PUC ............................................................................. 14
3 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................... 16
3.1 ATIVIDADES CIRURGICAS...................................................................................... 17
3.1.1 ORQUIECTOMIA ....................................................................................................... 17
3.1.2 DESCORNA CIRURGICA .......................................................................................... 18
3.1.3 DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA..................................................... 19
3.1.4 DESLOCAMENTO DE ABOMASO A DIREITA.......................................................... 20
3.2 ATIVIDADES REPRODUTIVAS................................................................................. 21
3.2.1 DIAGNOSTICO DE GESTAÇÃO............................................................................... 22
3.2.2 LAVAGEM UTERINA.................................................................................................. 22
3.2.3 PALPAÇÃO RETAL................................................................................................... 22
3.2.4 TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÃO.............................................................................. 23
3.2.4.1 PROTOCOLO DA DOADORA................................................................................. 23
3.2.4.2 PROTOCOLO DA RECEPTORA................................................................................ 23
3.2.4.3 MATERIAL................................................................................................................ 23
3.2.4.4 TÉCNICA ............................................................................................................. 23
3.3 ATIVIDADE CLINICA................................................................................................ 24
3.3.1 ACOMPANHAMENTO CLINICO DOS ANIMAIS DO HOSPITAL ........................... 24
3.3.2 ATENDIMENTO EXTERNO.................................................................................... 25
3.3.3 DERMATITE INTERDIGITAL..................................................................................... 25
3.3.4 DESCORNA CIRÚRGICA...................................................................................... 25
3.3.5 ESTEFANOFILARIOSE......................................................................................... 25
3.3.6 FERROSCÓPIO......................................................................................................... 25
3.3.7 MASTITE............................................................................................................... 26
3.3.8 ULCERA DE SOLA................................................................................................ 26
4 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................... 27
4.1 EFICIENCIA REPRODUTIVA.................................................................................... 27
4.2 MONITORAMENTO DO REBANHO........................................................................ 28
4.3 NUTRIÇÃO E CONDIÇÃO CORPORAL.................................................................... 29
4.4 BEM ESTAR ANIMAL............................................................................................ 30
4.5 FISIOLOGIA DA FEMEA BOVINA......................................................................... 31
4.6 FATORES QUE AFETAM A EFICIENCIA REPRODUTIVA...................................... 32
4.6.1 SANIDADE............................................................................................................. 32
4.6.1.1 VULVOVAGINITE PUSTULAR INFECCIOSA.................................................. 33
4.6.1.2 DIARRÉIA VIRAL BOVINA (BVD)............................................................................. 33
4.6.1.3 BRUCELOSE............................................................................................................ 34
4.6.1.4 LEPTOSPIROSE...................................................................................................... 34
4.6.1.5 NEOSPOROSE BOVINA.......................................................................................... 35
4.6.1.6 CAMPILOBACTERIOSE........................................................................................... 35
4.6.1.7 TRICOMONOSE........................................................................................................ 35
4.6.2 IDADE AO PRIMEIRO PARTO............................................................................... 36
4.6.3 NÚMERO DE SERVIÇOS POR CONCEPÇÃO......................................................... 36
4.6.4 PERCENTAGEM DE PRENHEZ ............................................................................ 37
4.6.5 TAXA DE NATALIDADE........................................................................................ 37
4.6.6 PERCENTAGEM DE VACAS EM LACTAÇÃO......................................................... 37
4.6.7 PERIODO DE SERVIÇO........................................................................................... 38
4.6.8 INTERVALO ENTRE PARTO................................................................................ 38
5 CONCLUSÃO............................................................................................................ 40
6 REFERENCIAS........................................................................................................ 41
8
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 16
TABELA 2 PARAMETROS DE EFICIENCIA REPRODUTIVA 28
TABELA 3 ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL 29
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 GRAFICO DE ATIVIDADES DESENVOLVIDAS...................... 17
FIGURA 2 TESTICULOS APÓS ORQUIECTOMIA................................... 18
FIGURA 3 REALIZAÇÃO DE SUTURA DE PELE APÓS DESCORNA CIRURGICA..............................................................................
19
FIGURA 4 SUTURA DE PELE EM NÓS SIMPLES INTERROMPIDOS APÓS DESCORNA CIRURGICA..............................................
19
FIGURA 5 INCISÃO DE FLANCO ESQUERDO PARA LOCALIZAÇÃO DE ABOMASO.......................................................................
20
FIGURA 6 ABOMASO EXTERIORIZADO.................................................. 21
FIGURA 7 GRAFICO DE ATIVIDADES REPRODUTIVAS........................ 21
FIGURA 8 GRAFICO DE ATIVIDADES CLINICAS ................................... 24
FIGURA 9 CASQUEAMENTO.................................................................... 26
10
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 FASES DO CICLO ESTRAL............................................................ 31
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGNE's Ácido Graxos Não Estratificado
BEM Balanço Energético Negativo
BVD Diarreia Viral Bovina
CL Corpo Lúteo
DAD Deslocamento de Abomaso a Direita
DAE Deslocamento de Abomaso a Esquerda
ECC Escore de Condição Corporal
ECP Cipionato de estradiol
FEGA Fazenda Experimental Gralha Azul
FSH Hormônio Folículo Estimulante
GNRH Hormônio Liberador de Gonadotrofina
IA Inseminação Artificial
IBR Rinotraqueite Infecciosa Bovina
IEP Intervalo Entre Partos
IGF-I Insulin Growth Factor I
IMS Ingestão de Matéria Seca
P4 Progesterona
PBS Phosphar Buffer Solution
TE Transferência de Embriões
UHAF Unidade Hospitalar de Animais de Fazenda
12
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo relatar as atividades desenvolvidas
no estágio obrigatório supervisionado, sendo divididas em 3 etapas:
1) Atividades Reprodutivas (50,57%), 2) Atividades Clinicas (43,53%), 3)
Atividades Cirúrgicas (2,68%) totalizando 520 casos.
Uma revisão de literatura sobre eficiência reprodutiva e parâmetros a
serem avaliados como: nutrição, sanidade, bem estar animais e parâmetros
reprodutivos que podem afetar a eficiência reprodutiva (idade ao primeiro parto,
número de serviços por concepção, percentagem de prenhez, taxa de
natalidade, percentagem de vacas em lactação, período de serviço e intervalo
entre partos).
13
INTRODUÇÃO
A produção de leite brasileira se iniciou em 1532, quando a expedição
colonizadora de Martin Afonso trouxe as primeiras vacas e touros para a então
colônia portuguesa e começou uma significada modernização em 1950 quando
o país entrava na era da industrialização.
O Brasil possui hoje o maior rebanho comercial de bovinos do mundo,
com aproximadamente 212 milhões de cabeças sendo o quinto maior produtor
de leite do mundo, com cerca de 35 bilhões de Litros/Ano Financeiramente as
cadeias de carne e de leite totalizando um valor bruto de R$ 67 bilhões para
economia brasileira (MAPA, 2015).
A produção de leite está diretamente ligada à parição e seu objetivo
principal é alcançar a maior produtividade, com menor custo e no menor tempo
possível. Uma vez que este objetivo não seja alcançado o reflexo financeiro
negativo será imediato.
A eficiência reprodutiva certamente é o fator que mais afeta a
lucratividade de um rebanho, pois determina longevidade, numero de animais
de reposição e numero de bezerros nascidos durante o ano em uma
propriedade. Existem inúmeros fatores entre a realidade e os melhores
resultados como: alta taxa de mortalidade embrionária e fetal, intervalo entre
partos (IEP) prolongados, grande numero de serviços por concepção, idade
avançada ao primeiro parto. Todos esses fatores afetam diretamente no
sucesso de uma propriedade, causando um forte impacto negativo sobre a
rentabilidade e produção.
A eficiência produtiva de um rebanho deve ser avaliada considerando as
condições fisiológicas e o manejo adotado. A buscar por um objetivo cuja os
resultados são cada vez mais altos na produção leiteira estão ligados
diretamente com a reprodução, com vacas criando a cada 12 a 13 meses e um
intervalo médio entre parto e concepção de 85 a 115 dias.
14
LOCAL DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
O estágio supervisionado de conclusão de curso foi realizado na
Unidade Hospitalar de Animais de Fazenda (UHAF) na Fazenda experimental
Gralha Azul PUC-PR, localizada segundo as coordenadas geográficas -
25.658115, -49.288114, situado no município de Fazenda Rio Grande PR, às
margens da Rodovia BR-116, na região metropolitana de Curitiba, Paraná,
Brasil.
O hospital veterinário foi fundado em 23 de maio de 1999, sendo
compostos por baias, troncos de contenção, troncos de reprodução em
equinos, curais de manejo, balança eletrônica, laboratório de parasitologia,
laboratório de reprodução, farmácia veterinária, consultório de atendimento de
pequenos animais e sala cirúrgica de pequenos animais.
A rotina hospitalar consiste da alimentação dos animais, limpeza das
baias, atendimentos dos animais que chegam ao hospital, animais da leiteria e
visitas a propriedades que solicitam o atendimento.
UNIDADE LEITEIRA – FEGA/PUCPR
A fazenda é composta por 850 ha, dos quais 50 ha são destinados para
a unidade leiteria, sendo 30 ha de lavoura de milho para silagem e 20 ha para
os piquetes.
A unidade conta com 132 animais, divididos em 4 lotes, composto de, 62
vacas em lactação, 10 vacas secas, 20 novilhas e 40 bezerras.
A produção diária de leite totaliza 2300 L, em média de 37
litros/vaca/dia. A ordenha é realizada em ordenhadeira tipo carrossel com
capacidade para 12 vacas.
O manejo das bezerras é realizado em um piquete próprio, onde os
animais permanecem presos por correntes em casas individuais e são
alimentados com feno, capim e ração a vontade, além de 4 L de leite nos
primeiros 15 dias e 6 L/dia até o 75º dia de vida.
Após os 75 dias de vida os animais são desmamados e recebem
suplementação de 2 kg de ração até os 12 meses de idade, feno e capim a
15
vontade. Aos 14 meses, e aproximadamente 450 kg são inseminadas de
acordo com seu estado corporal e sistema reprodutivo.
As vacas lactantes comem em média 28 kg de silagem, 12 kg de
concentrado e 7 kg de bagaço de cevada por dia.
Todo o leite produzido na unidade é destinado ao laticínio da empresa
Brazil Foods, na cidade de Carambeí.
O custo por litro de leite é em torno de R$ 0,85 reais, sendo que o leite é
vendido a R$ 1,15/L, segundo o responsável técnico (Alceu M. Grebogi em 24-
09-15).
A taxa de prenhez é aproximadamente 2,2 serviços por concepção, onde
os animais permanecem 115 dias em aberto, gerando um intervalo entre partos
de 14 meses.
16
3- ATIVIDADES REALIZADAS
O estágio obrigatório foi realizado do dia 03-08 ao dia 16-10 totalizando
432 horas, realizado na Unidade Hospitalar de Animais de Fazenda (UHAF) na
Fazenda experimental Gralha Azul - PUC-PR, onde foram realizadas atividades
cirúrgicas, clinicas e reprodutivas.
Tabela 1: Atividades desenvolvidas
Atividades N° de casos Proporção
Acompanhamento clinico 42 8,08%
Atendimento externo 17 3,27%
Atendimento leiteria 20 3,85%
Atendimento UHAF 15 2,88%
Aulas 11 2,12%
Castração 2 0,38%
Dermatite interdigital 36 6,92%
Descorna bezerro 5 0,96%
Descorna cirúrgica 4 0,77%
Deslocamento de abomaso direita 2 0,38%
Deslocamento de abomaso esquerda 6 1,15%
Diagnostico gestação 65 12,50%
Enriquecimento ambiental 1 0,19%
Estefanofilariose 40 7,69%
Ferroscópio 20 3,85%
Lavagem uterina 8 1,54%
Mastite bovina 2 0,38%
Mastite ovina 1 0,19%
Necropsia 4 0,77%
Palpação UHAF 188 36,15%
TE 3 0,58%
Ulcera de sola 28 5,38%
TOTAL 520 100,00%
17
3.1- ATIVIDADES CIRÚRGICAS
Figura 1: Gráfico de atividades cirúrgicas
3.1.1- ORQUIECTOMIA
Dois machos bovinos de aproximadamente 14 meses, pertencentes a
UHAF foram submetidos ao processo cirúrgico de orquiectomia.
A anestesia foi feita localmente, sendo o anestésico de eleição à
lidocaína, 10 ml em cada testículo, 20 ml na linha da incisão. A antissepsia
realizada com iodo 1 % sobre a pele.
Incisão única sobre a pele e túnicas, localizando-se o cordão
espermático ligado com ponto transfixante, seguido de vários pontos simples, o
fio de eleição foi catgut 4. A antibióticoterapia realizada com oxitetraciclina 40
ml.
18
Figura 2: Testículos após orquiectomia.
3.1.2- DESCORNA CIRÚRGICA
Foram submetidos a descorna cirúrgica com dermorrafia 4 bovinos
pertencentes ao UHAF. Os animais foram separadamente contidos em tronco
de contenção, a tranquilização foi realizada administrando 2 ml de xilazina
intramuscular.
Como procedimento inicial preconiza-se a tricotomia na base do estojo
córneo com realização de antissepsia utilizando água, clorexidina, água
oxigenada e iodo 1%. O procedimento anestésico utilizado é o bloqueio nervo
(frontal), na altura do arco zigomático com lidocaína, sendo aplicado 2ml de
lidocaina sobre ele, 3 ml ao seu redor, 40 ml de lidocaína ao redor de cada
corno.
Na sequencia foi realizada a incisão, de maneira perpendicular a base
do estojo córneo alcançando o periósteo ósseo. A divulsão da pele e seu
destacamento teve como objetivo a maior amplitude de tecido para a realização
de sutura final. Após a retirada dos cornos foi aplicado oxitetraciclina em pó
diretamente no especo pneumático ósseo, a pele foi suturada com fio de
algodão, em plano único, com sutura simples interrompida.
19
3.1.3- DESLOCAMENTO DE ABOMASO A ESQUERDA
Seis bovinos foram submetidos a tratamento cirúrgico por diagnóstico de
deslocamento de abomaso a esquerda. O diagnostico foi realizado através de
sinais clínicos (súbita diminuição do apetite, apatia, desidratação, isquemia
periférica e diminuição da produção de leite) e exame clínico (auscultação).
Como tratamento foi realizado a correção cirúrgica através técnica de
abomasopexia pelo flanco esquerdo, com fixação do abomaso em sua posição
anatômica original ou o mais próximo possível.
Figura 4: Sutura de pele em nós simples interrompida após descorna
cirúrgica.
Figura 3: Realização de sutura de pele após descorna cirúrgica.
20
Figura 5: Incisão de flanco esquerdo para localização do abomaso.
3.1.4- DESLOCAMENTO DE ABOMASO A DIREITA
Foram submetidos a tratamento cirúrgico por diagnóstico de
deslocamento de abomaso a direita (2 bovinos). O diagnostico foi realizado
através de sinais clínicos (súbita diminuição do apetite, apatia, desidratação,
isquemia periférica e diminuição da produção de leite) e exame clínico
(auscultação). Como tratamento foi realizado a correção cirúrgica através da
técnica de omentopexia no flanco direito (fossa paralombar), método de
Hannover. Que permite a fixação indireta do abomaso ao flanco direito,
podendo ser utilizada no tratamento do DAE e DAD (ROLIZ, 2010).
21
Figura 6: Exteriorização do abomaso.
3.2- ATIVIDADES DE REPRODUÇÃO
Figura 7: Gráfico de atividades reprodutivas
22
3.2.1- DIAGNÓSTICO DE GESTAÇÃO
O Diagnóstico de gestação foi realizado através do método de palpação
retal ou ultrassonografia. Em ambos os métodos observa-se assimetria de
corno do úterino, presença de anexos fetais ou líquido intracornual, presença
de carúnculas, concepto e pulso da artéria uterina média (frêmito), cada uma
das observações está relacionada a determinada fase da gestação.
3.2.2- LAVAGEM UTERINA
Foram submetidos a lavagem de útero para treinamento 8 animais
pertencentes ao UHAF. Os animais foram contidos individualmente em um
tronco de contenção.
Para a realização desta técnica, utiliza-se anestesia epidural (8 ml de
lidocaína), cateter de Foley, mandril de inseminação, sonda em Y e solução
fisiológica.
O cateter de Foley deve ser acoplado ao mandril de inseminação para
que se mantenha rígido. Após a introdução por via vaginal procede-se a
passagem da cérvix, e infla-se o cuff com 10 ml de ar, para evitar que o liquido
seja extravasado para a vagina, conecta-se a solução fisiológica a sonda em Y
liberando a saída do liquido em pequenas quantidades. Na medida em que o
liquido é introduzido deve-se cessar a passagem de liquido para que o útero
possa ser massageado e esgotado.
3.2.3- PALPAÇÃO RETAL
Método utilizado no exame ginecológico de fêmeas bovinas, utilizado
para determinar a posição de estruturas do sistema reprodutor feminino (cérvix,
corpo do útero, cornos uterinos e ovários), bem como possíveis patologias do
aparelho reprodutor da fêmea, acesso realizado pela ampola retal.
23
3.2.4- Transferência de Embriões
3.2.4.1- PROTOCOLO DOADORA
Dia 0-Implante intravaginal de Progesterona (P4) + 3 ml de benzoato de
estradiol.
Dia 5 – 4 ml de FSH manhã e tarde.
Dia 6 - 3 ml de FSH manhã e tarde.
Dia 7 – 2 ml de FSH manhã e tarde + 3ml Prostaglandina manhã e tarde
Dia 8 – Retirada do implante de P4 + 1 ml de FSH manhã e tarde
Dia 9 – 2 ml GNRH (manhã) + visualizar Estro
Dia 10 - Inseminação artificial (tarde e noite)
3.2.4.2- PROTOCOLO RECEPTORA
Dia 0 – Implante intravaginal de Progesterona (P4) + 2 ml de benzoato de
estradiol.
Dia 8 – Retirada do implante de P4 + 0,4 ml cipionato de estradiol (ECP)+ 1 ml
Gonadotrofina Coriônica Equina (ECP)
Dia 10- 2 ml de GNRH
Dia 11- Observar Corpo Lúteo (CL) através de ultrassonografia.
3.2.4.3- MATERIAL
Cateter de silicone (2 vias), PBS, filtro coletor, agulhas, seringas, placa
de Petri, pipetas de manipulação, estereoscópio, sonda em Y.
3.2.4.4- TÉCNICA
A receptora foi contida e higienizada, realizada palpação retal e para
detectar a presença de CL’s nos ovários. Constatado que haviam CL’s,
procedesse com a anestesia epidural caudal baixa (5 a 7 ml de Lidocaína).
24
Através do método transcervical com o auxilio do cateter associado a um
mandril de metal (torna-lo rígido) foi introduzido e posicionado em um dos
cornos uterinos. Posteriormente o balão é inflado com 10 a 20 ml de ar, e em
seguida retirado o mandril de metal. O animal foi submetido a lavagem de útero
com 500 ml de PBS (Phosphar Buffer Solution) em cada corno. Após a
lavagem e filtração do PBS em um filtro coletor, o liquido foi colocado em uma
placa de Petri, para a localização dos embriões. Foram obtidos 9 embriões
onde apenas 2 se apresentavam em uma classificação G2 (bom), e devido a
problemas com os materiais se optou por não transferir nenhum embrião.
3.3- ATIVIDADES CLINICAS
Figura 8: Gráfico de atividades clinicas
3.3.1- ACOMPANHAMENTO CLINICO DE ANIMAIS INTERNADOS
Na rotina hospitalar eram realizadas auscultações da frequência
cardíaca, respiratória, ruminal, aferição da temperatura, cor das mucosas e
apetite dos animais.
25
3.3.2- ATENDIMENTO EXTERNO
Realizado sempre que solicitado por algum produtor.
3.3.3- DERMATITE INTERDIGITAL
Animais eram submetidos ao casqueamento, com remoção de partes
necrosadas, higienização do casco (clorexidina 2% e iodo 1%) e curativo
(algodão hidrofóbico, atadura, esparadrapo e alcatrão).
3.3.4- DESCORNA
Bovinos (5 animais) pertencentes ao UHAF de idade inferior a cinco
meses foram submetidos a descorna. Contidos individualmente no chão e
imobilizados com o auxilio de uma corda. Procedeu-se com a tricotomia ao
redor do botão córneo, o qual foi cauterizado com ferro quente.
3.3.5- ESTEFANOFILARIOSE
Animais da unidade leiteira FEGA submetidos ao tratamento de
estefanofilariose. Realizada a limpeza mecânica com o auxilio de uma escova,
higienizadas (iodo 1% e água oxigena), pomada manipulada a base de pomada
cicatrizante (alantol), vermífugo (pour-on) e tanidil sobre o local da lesão.
3.3.6- FERROSCÓPIO
Realizado exame clinico com o auxilio do aparelho ferroscópio (indica
presença de corpo estranho ferroso) em um lote de bovinos (20) pertencentes
ao UHAF. O aparelho é passado na região do flanco esquerdo entre a 5º e o 7º
espaço intercostal (região do reticulo).
Apenas um animal foi positivo para o exame, o qual seria submetido a
colocação de um imã por via oral com o objetivo de localizar este corpo
estranho ferroso e posteriormente retirado.
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3.3.7- MASTITE
Diagnosticado por meio do teste da caneca de fundo preto e california
mastitis test (cmt) 3 bovinos da unidade leiteira FEGA. O tratamento instituído
foi com antibiótico intramamário dose única (Anamastit L-200) e anti-
inflamatório (flunixin) na dose 1ml/50kg.
3.3.8- ULCERA DE SOLA
Animais eram submetidos ao casqueamento, com remoção de partes
necrosadas, higienização do casco (clorexidina 2% e iodo 1%) e curativo
(algodão hidrofóbico, atadura, esparadrapo e alcatrão).
Figura 9: Casqueamento
27
4- REVISÃO DE LITERATURA
4.1- EFICIÊNCIA REPRODUTIVA
Vários estudos mostram que o aumento continuo da produção de leite
reflete em uma queda na fertilidade das vacas, com consequente queda na
produtividade (INCHAISRI et al., 2010; MOTA e SANTOS 2001; LEITE et al.,
2001). A eficiência reprodutiva, é um dos fatores que, isoladamente, tem um
maior impacto sobre a produtividade e lucratividade de um rebanho, pois
existem inúmeros obstáculos para que seus objetivos sejam alcançados
(BERGAMASCHI et al., 2010).
O manejo reprodutivo determina a longevidade dos animais, número de
reposições, progresso genético, duração do período seco e a maior parte da
vida média de produção de leite de uma vaca (MOTA e SANTOS, 2001). Caso
esse manejo seja ineficiente haverá um aumento no número reposições por
ano, prejudicando a intensidade de seleção genética (AZEVÊDO et al., 2001),
menor progresso genético, aumentando os custos com inseminações e
medicamentos, uma queda na produção de leite e um consequente aumento
no intervalo entre partos, período seco e um número maior de vacas secas no
plantel (BERGAMASCHI et al., 2010).
A detecção de cio pode ser realizada com o auxilio de rufiões, buçal
marcador, KaMar, pedômetro (avalia a intensidade com que esse animal se
movimenta), equipamentos que medem a resistência elétrica na secreção da
musculatura da vulva e vagina (menor durante o estro) e a observação a
campo que deve ser feita no mínimo duas vezes ao dia por 30 minutos que
seria a mas fidedigna (CAMARGO, 2001). Porém é difícil para o tratador
mesmo que experiente identificar com precisão o estro em mais de 80% das
vacas de um rebanho médio, porém com a associação a outra técnica já citada
à eficácia de detecção de estro tem resultados razoáveis a bons (NAAS et al.,
2008).
A obtenção de padrões ideias de eficiência reprodutiva se dá através da
interação de padrões genéticos, reprodutivos sanitários e nutricionais. Deve-se
28
avaliar a eficiência animal, com o estabelecimento, instalações e dos
parâmetros dos índices de reprodutivos, para que se possa traçar metas e
solucionar fatores que estão comprometendo os resultados (PEREIRA et al.,
2013).
Em uma boa eficiência reprodutiva visamos diminuir o intervalo entre
partos, através da monta natural ou da inseminação artificial e uma gestação o
mais cedo possível após o último parto, respeitando o período de serviço.
Devido a muitas falhas na detecção de cio, a queda nas taxas de concepção e
o intervalo entre partos é cada vez maior (SARTORI, 2006).
Tabela 2: Parâmetros de eficiência reprodutiva
Parâmetro Objetivo
Idade ao primeiro parto 22 a 25 meses
N° de serviços por concepção 1,5 a 1,7
Percentagem de prenhez 70 a 75%
Taxa de Natalidade Próximo ao 100%
Período de serviço 75 a 85 dias
Intervalo entre partos 12 a 13 meses (Adaptado de AZEVÊDO et al., 2001)
4.2- MONITORAMENTO DO REBANHO
O monitoramento do rebanho se baseia em um sistema de identificação
individual dos animais. O acompanhamento reprodutivo gera dados, os quais
geram índices que propiciam um diagnóstico com pontos mínimos e pontos
máximos de produtividade, sendo possível assim estabelecer estratégias e
intervenções para aumentar a eficiência reprodutiva (BERGAMASCHI et al.,
2010).
29
4.3- NUTRIÇÃO E CONDIÇÃO CORPORAL
A nutrição na bovinocultura de leite está intimamente ligada a
reprodução, tem efeitos em todas as categorias (machos, novilhas e vacas)
(AZEVÊDO et al., 2001). Devem ser alimentados de maneira que recebam
todos os nutrientes essenciais para o desenvolvimento corporal normal e ganho
de peso, porém sem que tenham deposição de gordura principalmente em
órgãos do sistema reprodutor (úbere, por exemplo), para que não haja
comprometimento futuro de sua produção de leite (CHOL et al., 1997; FORD e
PARK, 2001). Afetando diretamente os aspectos fisiológicos dos animais
(SARTORI e GUARDIEIRO, 2010).
Há relação com os índices de queda de fertilidade, principalmente em
vacas leiteiras devido ao balanço energético negativo (BEN), evidenciado pela
queda de escore de condição corporal (ECC) pós-parto (MOREIRA et al., 2000;
LOPEZ-GATIUS et al.,2002).
Tabela 3: Escore de condição corporal
Escore Condição Corporal
1 Muito Magro
2 Magro
3 Moderado
4 Bom
5 Gordo (Adaptado de BERGAMASCHI et al., 2010)
Esse BEN ocorre por que a energia demandada para a produção de leite
e manutenção é maior do que a energia fornecida através da alimentação
(SARTORI e GUARDIEIRO, 2010). Aumentando as concentrações sanguíneas
de ácidos graxos não estratificados (AGNE’s), ureia e β-hidroxibutirato,
enquanto a IGF-I (Insulin Growth Factor 1), glicose e insulina estão baixas
(ligadas a síntese do leite). Essas alterações em níveis sanguíneos estão
associadas ao comprometimento da função ovariana e fertilidade em vacas
com BEN logo após o parto (LEROY et al., 2005), pois alteram a frequência de
pulsos de LH (hormônio luteinizante) comprometendo o crescimento folicular
30
(GRIMARD et al., 1995), ou seja, o atraso na ovulação pós-parto está
diretamente ligado com o estado energético desse animal, quando maior for o
BEN maior será o tempo de retorno a ciclicidade normal (BEAM e BUTLER,
1998).
Vacas bem alimentadas no período pré-parto e que se mantem bem
alimentadas, ou seja, com um bom balanço energético tem maior produção de
leite (em média até 120 dias), pois apresentam uma melhor conversão
alimento/leite, possibilitam uma nova cobertura em 45 a 90 dias pós-parto,
mantendo um intervalo entre partos de 12 meses e reduzindo a frequência de
partos distócicos (AZEVÊDO et al., 2001).
4.4- BEM ESTAR ANIMAL
Por mais que todas as técnicas de reprodução estejam corretas, em
fêmeas bem nutridas e livre de doenças os índices reprodutivos não serão
alcançados se o bem estar não for considerado, que nada mas seria o conforto
desse animal (local seco, macio, sombreado, arejado, calmo e com acesso fácil
a água) (AZEVÊDO et al., 2001).
Regiões úmidas e com temperatura elevada (tropicais), podem vir a
causar o estresse térmico nos animais (ROCHA et al., 1998; SILANIKOVE,
2000). Vacas de alta produção são extremamente sensíveis ao calor,
manifestando suas alterações em suas funções reprodutivas como aciclicia,
redução da fertilidade e degeneração de embriões, assim como na produção
com a diminuição da produção de leite (AZEVÊDO et al., 2001), e seu padrão
diário de ingestão de alimentos e ruminação (PORTUGAL et al., 2000;
MORAND-FEHR e DOREAU, 2001).
Para que os índices reprodutivos sejam atingidos o controle do estresse
térmico e o conforto desses animais devem ser rigorosamente efetivados,
favorecendo a concepção e a manutenção da gestação (BERGAMASCHI et al.,
2010).
31
4.5- FISIOLOGIA DA FÊMEA BOVINA
A puberdade da fêmea tem início quando a mesma apresenta seu
primeiro estro fértil, ou seja, com ovulação. Está dependerá da criação do
animal, considerando questões: nutricional e manejo sanitário em que foram
mantidas após a desmama (STANKO et al., 1994).
Quadro 1: Fases do ciclo estral.
Proestro
Normalmente o comportamento da fêmea é normal sendo
percebido apenas pelos touros ou rufiões, não aceita monta, porém
monta em outras vacas, tendência ao agrupamento, redução na
produção de leite, vulva edemaciada, mugido constante. Tem
duração média de 3 dias.
Estro
Tem como sinal característico a aceitação de monta tanto por
machos ou fêmeas, os mesmo sinais de proestro, porém mais
acentuados. Tem duração média de 18 horas podendo variar de 10
a 30 horas dependendo da raça, estado nutricional, temperatura e
manejo sanitário.
Metaestro
É a fase onde ocorre a ovulação (cerca de 6 a 12 horas após o final
do estro), a fêmea já não aceita mais a monta e seu
comportamento volta ao normal, tem duração de 2 a 3 dias.
Diestro
Fase de reconhecimento da gestação (duração de 14 dias), caso
não aconteça sobre influência hormonal, se dará início a um novo
ciclo. O diagnóstico de gestação pode ser realizado aos 40 dias
após a inseminação ou monta natural, através de palpação retal ou
ultrassom.
Adaptado de AZEVEDO e BEZERRA, 2006; BARUCELLI, 2000; BARUCELLI et al., 2006; FERNANDES,2000.
32
Em média em fêmeas taurinas a puberdade começa dos 9 as 12 meses,
fêmeas zebuínas são mais tardias podendo entrar em puberdade até os 24
meses (AZEVÊDO et al., 2001).
Associado ao primeiro estro fértil devemos acompanhar a maturidade
sexual, estado corporal desta fêmea, que deve se apresentar crescente e com
ganho de peso, evitando possíveis complicações de parto (COLEMAN et al.,
1985; DIAS et al., 1985; HOFFMAN, 1997; SUAREZ et al., 2001).
Nos bovinos o ciclo estral tem em média 21 dias e que pode ter uma
variação de 17 a 24 dias, dividido em 4 fases:
A gestação normalmente é de 285 dias, podendo variar em 15 dias para
mais ou para menos dependendo de alguns fatores, como sexo do bezerro,
estado nutricional, raça e condições externas. O parto é o evento mais
importante para a propriedade leiteira, pois é dele que se desencadeia a
produção leiteira (AZEVÊDO et al., 2001).
Após o parto é importante que a própria vaca cuide de sua cria (corte de
cordão umbilical com os dentes, remoção de restos placentários com lambidas
que estimulam a respiração e a movimentação do trato gastrointestinal). O
útero necessita de alguns dias, em média de 30 a 45 dias (MARQUES
JÚNIOR, 1993). Para que possa entrar em atividade reprodutiva novamente
(AZEVÊDO et al., 2001).
4.6- FATORES QUE AFETAM A EFICIENCIA REPRODUTIVA
4.6.1- SANIDADE
Medidas de defesa sanitária são implantadas visando evitar a
contaminação de um animal suscetível a doenças infectocontagiosas,
impedindo a disseminação do agente e eliminando as condições
predisponentes (GONÇALVES, 1990).
Algumas doenças infecto contagiosas são de fundamental importância
na reprodução, pois são responsáveis por baixar os índices de prenhezes e
nascimentos, tais como Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR), Diarreia Viral
Bovina (BVD), Brucelose e Leptospirose. Estão disseminadas em território
nacional, havendo necessidade da prevenção (FAVA et al., 2003).
33
4.6.1.1- VULVOVAGINITE PUSTULAR INFECCIOSA
Causada pelo Herpesvírus Bovino (HVB- 1), com transmissão direta
horizontal, contato dos animais e também pela copula, pode também causar
infecção vertical com o feto ou embrião por via transplacentária. A transmissão
indireta ocorre principalmente por aerossóis, fômites, tendo a inseminação
artificial como grande porta de entrada da doença em rebanhos, onde está
inexistente (LEMAIRE et al., 1994).
A infecção por HVB 1 pode causar danos tanto ao embrião quando a
fetos já formados, sendo observado um maior número de abortos no 2° e 3°
trimestre de gestação (BARR e ANDERSON, 1993; KIRKBRIDE, 1985).
O tratamento não é praticado, o que nos permite apenas fazer a
profilaxia e diagnostico da doença através da técnica de reação em cadeia pela
polimerase e o descarte de animais positivos (TAKIUCHI et al., 2001).
4.6.1.2- DIARREIA VIRAL BOVINA (BVD)
Causada por um vírus da família Flaviviridae, gênero Pestivírus
(WENGLER et al., 1995). São constituídos de dois biótipos; um não citopático e
outro citopático (SILVA et al., 2011). Sendo o não citopático o causador de
infecção persistente (MOENNING e LIESS, 1995). A BVD está altamente
disseminada nos rebanhos do mundo, no Brasil as taxas de prevalência são de
aproximadamente 60 a 85% de animais soropositivos para BVD (HOUE,1999).
A maior perda está no aumento da taxa de retorno ao cio, se a infecção
ocorrer nos primeiros meses de gestação, ou em abortos e bezerros mal
formados se a infecção for a partir do 5° mês de gestação. Como se trata de
um vírus com vários subtipos de cepas não existe uma vacina especifica. A
melhor forma de controle é identificando os animais doentes e os eliminando do
rebanho, e após vacinar todos os animais comprovadamente livres, é valido
associar as medidas de biossegurança para o controle (FAVA et al., 2003).
34
4.6.1.3- BRUCELOSE
Causada por uma bactéria do gênero Brucella sp. , subdividida em
B.melitensis, B. suis, B. canis e B. abortus (FAVA et al., 2003). B. abortus tem
preferência por bovinos, porém todos os subtipos podem acometer bovinos e
outros animais incluindo o homem, sendo uma importante zoonose (ROXO,
1995).
Normalmente causa aborto no terço final da gestação, resultando em
perdas diretas diminuindo o índice de reprodução, aumentando o intervalo
entre partos (20 meses), diminuindo a produção de leite (20 a 25%) e morte de
bezerros (15%), aumento na taxa de reposição de fêmeas (30%) (ACHA;
SZYFRES, 2001).
A prevenção da doença é feita através da vacinação de animais entre 3
e 8 meses de idade, com a vacina B-19. O tratamento para brucelose não é
praticado, sendo realizado o abate de animais soropositivos (FAVA et al.,
2003).
4.6.1.4- LEPTOSPIROSE
É uma antropozoonose de alta prevalência em países com clima tropical
(LEVETT, 2001). Causado por bactérias do gênero Leptospira, referidos cerca
de 212 sorovares que, devido sua semelhança estão agrupados em 23
sorogrupos (FAVA et al., 2003). Infectam os mamíferos, tanto os silvestres
como os domésticos (ROLIM et al., 2012).
Nos bovinos interfere diretamente na reprodução e na produção,
podendo causar aborto, infertilidade, (aumentando o intervalo entre partos)
hemoglobinúria e parasitismo renal persistente (animal assintomático, apenas
libera a leptospira através da urina) (FAVA et al., 2003).
A profilaxia e controle da leptospirose na grande parte das vezes se faz
por vacinação, para que possa proporcionar uma resposta imune humoral,
impedindo assim a transmissão entre os animais e até mesmo ao ser humano
(ROLIM et al., 2012).
35
4.6.1.5- NEOSPOROSE BOVINA É uma doença infecciosa de origem parasitária, causada pelo
protozoário Neospora caninum, parasita intracelular obrigatório, sendo uma das
principais causas de aborto na bovinocultura. O aborto é causado normalmente
em segundo e terço final da gestação podendo resultar em abortos,
mumificações, mortes no útero seguidas de absorções e natimortos. Alguns
bezerros podem nasce vivos porém, podem apresentar sinais clínicos como:
paralisia, baixo crescimento e ganho de peso (Dubey & Lindsay, 1996).
A variação das manifestações clínicas depende da idade do feto, do
estágio de desenvolvimento do sistema imune, tempo de exposição ao parasita
e distribuição das lesões no SNC (Anderson et al., 1997).
O diagnóstico direto é realizado através de histopatologia e
imunohistoquimica. Alguns métodos indiretos como IFI e ELISA detectam
anticorpos anti- N. caninum (Dubey & Lindsay, 1996).
4.6.1.6- CAMPILOBACTERIOSE
Doença infecciosa causada pelo Campylobacter fetus subespécie
venerealis, transmitida através do coito ou por IA com sêmen contaminado
causando repetição de cio, morte embrionária e infertilidade em fêmeas
infectadas (DEKEYSER, 1984).
O diagnóstico pode ser realizado através da imunofluorescência direta,
testes imunoenzimaticos e por PCR (GOMES e FERNANDES, 2006).
4.6.1.7- TRICOMONOSE
É uma doença causada pelo Tritrichomonas foetus, transmissão por via
sexual. A principal forma de contaminação é a partir da compra de animais
infectados e sêmen contaminado (Lage 2001).
Para um controle efetivo, a melhor forma seria o correto diagnostico dos
animais a partir dos sinais clínicos: repetição de cio em intervalos aumentados
e irregulares (decorrente da morte embrionária), muco purulento e maceração
fetal (ALVES, 2010).
36
4.6.2- IDADE AO PRIMEIRO PARTO
Este parâmetro está intimamente ligado a base genética, uma vez que a
idade de puberdade possui uma herdabilidade grande. Alguns fatores como
temperatura, manejo sanitário, alimentação, manejo reprodutivo (AZEVÊDO et
al., 2001). Podem contribuir para um aumento da idade ao primeiro parto
(RIBAS et al., 1988, 1995; PIMPÃO et al., 1995).
A idade ideal para o primeiro parto seria entre os 22 e 25 meses de
idade com no mínimo 90% do seu peso a idade adulta (FETROW et al., 1997),
que deveria ser considerada como critério de seleção, uma vez que a fêmea
que atinge a maturidade com maior precocidade, possibilita um maior numero
de gestações durante a vida produtiva, passando está característica a suas
proles, que podem ser usadas como animais de reposição (BERGAMASCHI et
al., 2010).
4.6.3-NUMERO DE SERVIÇOS POR CONCEPÇÃO
Este parâmetro se baseia pelo número total de doses ou saltos de um
touro até que a fêmea se apresente prenha. Sendo bastante influenciada pelo
manejo nutricional, reprodutivo, qualidade de sêmen e qualidade da técnica de
inseminação artificial. O ideal seria que o número de serviços por concepção
fosse de 1 porém como esse número é difícil de ser atingido devido a
dificuldades de manejo e fisiológicos, ainda se aceita uma taxa de 1,5 a 1,7
(AZEVÊDO et al., 2001).
Algumas alterações relacionadas a IMS (ingestão de matéria seca)
/energia podem interferir nesses resultados, proporcionando queda da
qualidade embrionária, em vacas de alta produção, devido ao alto fluxo
sanguinho hepático, onde os hormônios são metabolizados causando
alterações nas concentrações de hormônios esteroidais (estradiol e
progesterona), aumentando o tempo da ovulação após a luteólise (SATORI e
GUARDIEIRO, 2010). Concentrações reduzidas de progesterona após a IA,
estão ligadas a baixa fertilidade devido ao desenvolvimento retardado do
embrião (MANN et al.,1998; MANN e LAMMING, 2001; LONERGAN et al.,
2007; CARTER et al., 2008).
37
4.6.4- PERCENTAGEM DE PRENHEZ
Este parâmetro relaciona o número totais de vacas do rebanho que
foram submetidas a emprenhar com o número total de vacas prenhas, a
avaliação deste parâmetro deve ser mensal para que os resultados sejam mais
fidedignos possível. O resultado entre 70 e 75% indica uma boa eficiência
reprodutiva (AZEVÊDO et al., 2001).
As taxas de perdas de gestação em vacas de leite, desde a concepção
até o parto podem atingir 60%, uma vez que as maiores perdas são após a
fertilização (95%) afetando diretamente a taxa de concepção (BERGAMASCHI
et al., 2010).
A suplementação de com ácidos graxos (AGV’s) podem contribuir para a
um aumento na taxa de prenhez. Vacas suplementadas com sais de cálcio de
ácido graxo linoleico tem maior qualidade de embriões (CERRI et al., 2009),
pois reduzem a síntese ovariana e endometrial de prostaglandina (PGF2α),
auxiliam na produção de interferon t pelo embrião e modificam o ambiente
uterino e do oviduto, reduzindo a morte embrionária e estabelecendo a prenhez
(SARTORI e GUARDIEIRO, 2010).
4.6.5-TAXA DE NATALIDADE
Está relacionada entre o número de bezerros nascidos e o número total
de vacas do rebanho, que se diferencia do número de serviço por considerar os
bezerros que nascem e permanecem vivos. Uma taxa ótima seria próximo ao
100% (10 vacas com 10 bezerros ao pé) então um número quando mais
próximo disso indicaria a uma maior eficiência reprodutiva (AZEVÊDO et al.,
2001).
4.6.6-PERCENTAGEM DE VACAS EM LACTAÇÃO
Percentagem em lactação é um parâmetro que não se pode avaliar
sozinho uma vez que os animais podem ter uma maior ou menor persistência
de lactação. Está altamente ligada com a taxa de parição e intervalo de partos
(AZEVÊDO et al., 2001).
38
4.6.7- PERIODO DE SERVIÇO
É o período entre um parto e uma nova concepção, variando de 75 a 85
dias, para que esse animal possa cumprir a meta de um bezerro a cada 12
meses (PEREIRA et al., 2013). Não inclui novilhas, vacas inférteis, fêmeas que
entraram no plantel durante a avaliação. (AZEVÊDO et al., 2001)
Está ligado ao manejo nutricional, involução uterina e fatores de
sanidade (FREITAS et al., 1997).
Um aumento nesse período pode estar ligado com distúrbios puerperais
como: infecções uterinas, retenção de placenta, anestro, cistos ovarianos.
Outras causas como: distocias, má qualidade de sêmen, realização imperfeita
da técnica de inseminação artificial e ausência de registros ginecológicos
periódicos, também causam o aumento no período de serviço (LEITE et al.,
2001). Ao mesmo tempo se o manejo nutricional não é bem feito pode atrasar a
ovulação pós-parto, fazendo com que o balanço energético negativo aumente,
ocasionando um maior tempo de retorno a ciclicidade (SARTORI e
GUARDIEIRO, 2010).
4.6.8- INTERVALO ENTRE PARTOS
É o intervalo entre um parto e o outro, é a medida mais utilizada para se
medir a eficiência reprodutiva de um rebanho, que deve ser em média entre 12
e 13 meses (MOTA e SANTOS, 2001). Método exato que indica a fertilidade
individual dentro do rebanho (AZEVÊDO et al., 2001). Pode ser obtido através
de anotações zootécnicas, registrando as datas dos nascimentos na
propriedade (PEREIRA et al., 2013). Método que mais recebe influência de
fatores ambientais com uma herdabilidade próximo ao zero (BALIERO et al.,
1999).
Para que essa meta de intervalos entre partos seja obtida deve-se
contar com um bom controle sanitário preventivo e uma boa alimentação, o que
irá garantir um aumento na produção de leite e no número de bezerros
nascidos (KINSEL e ETHERINGTON, 1998).
39
Um intervalo entre partos aumentado pode elevar também as taxas de
reposição de fêmeas/ano, diminuir a seleção prejudicando o descarte de vacas.
E tem um maior efeito ainda se os animais explorados tiverem uma baixa
persistência de lactação que seria uma característica que melhor define uma
matriz leiteira, sendo aquela que apresenta produção média de 60% ao decimo
mês de lactação da média de leite produzido no pico de lactação (60 dias pós-
parto) (AZEVÊDO et al., 2001). Vacas com alta persistência de lactação podem
produzir leite por mais de 10 meses, sendo que animais que não possuem está
mesma característica produzem de 5 até 9 meses (SANTOS,2002).
40
5- CONCLUSÃO
Resultados satisfatórios da eficiência reprodutiva em gado leiteiro são
responsáveis para a máxima produtividade, consequentemente maior lucro da
propriedade. No entanto, inúmeros fatores podem afetar os resultados, sendo
um risco a rentabilidade, pois prejudicam diretamente a produção de leite e
reprodução. Contudo podemos amenizar os riscos com trabalho de seleção
genética, manejo sanitário e nutricional adequando assim os parâmetros
reprodutivos do rebanho.
41
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