EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU...

67
RONALDO FERNANDO DE OLIVEIRA EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU INESPECÍFICA EM PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA: UM ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO SÃO PAULO 2012

Transcript of EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU...

Page 1: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

RONALDO FERNANDO DE OLIVEIRA

EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA

VERTEBRAL ESPECÍFICA OU INESPECÍFICA EM

PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA:

UM ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2012

Page 2: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

ii

RONALDO FERNANDO DE OLIVEIRA

EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA

VERTEBRAL ESPECÍFICA OU INESPECÍFICA EM

PACIENTES COM DOR LOMBAR CRÔNICA:

UM ESTUDO CONTROLADO ALEATORIZADO

Dissertação apresentada para a obtenção

do Título de Mestre em Fisioterapia, na

Universidade Cidade de São Paulo, sob a

orientação do Prof. Dr. Leonardo

Oliveira Pena Costa e co-orientação do

Prof. Dr. Richard Eloin Liebano.

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

SÃO PAULO

2012

Page 3: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

iii

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Leonardo Oliveira Pena Costa

Universidade Cidade de São Paulo _________________________________________

Profa. Dra. Sandra Maria Sbeghen Ferreira de Freitas

Universidade Cidade de São Paulo _________________________________________

Prof. Dr. Paulo Roberto Garcia Lucareli

Universidade Nove de Julho _____________________________

Page 4: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

iv

Sumário

1. Agradecimentos................................................................................................ 1

2. Resumo.............................................................................................................. 3

3. Abstract............................................................................................................. 5

4. Contextualização.............................................................................................. 7

4.1 Objetivo de Pesquisa........................................................................................ 10

5. Métodos............................................................................................................. 11

5.1. Análise Estatística............................................................................................ 18

5.2. Cuidados Éticos e Registro do Ensaio Clínico............................................... 19

6. Resultados........................................................................................................ 20

7. Discussão........................................................................................................... 24

8. Referências........................................................................................................ 28

9. Apêndice 1 - Apostila de Avaliação................................................................ 32

10. Apêndice 2 - Artigo Submetido à Physical Therapy..................................... 41

Page 5: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

1

1. Agradecimentos

Ao longo do Mestrado passei por muitos obstáculos e tive muitos momentos de

dificuldades, mas também muitas alegrias, no entanto, toda essa dificuldade tornou-se

algo fácil de superar com muito esforço, perseverança, dedicação e muita fé. Por isso,

agradeço a todas as pessoas que me ajudaram nessa longa e árdua caminhada, sem essa

ajuda com certeza às coisas seriam muito mais difíceis.

Em especial gostaria de agradecer meu tio Alcides e tia Neuza além de toda sua

família, por me oferecerem o seu melhor por todo esse tempo em São Paulo, que Deus

derrame muitas graças nessa família. Agradeço ao Diretor do Departamento de Saúde

Moacyr Sebastião Batista e ao Prefeito da Cidade de Santo Antônio do Aracanguá Luiz

Carlos dos Reis Nonato por terem compreendido meus objetivos, solicitado todas as

unidades de saúde para o desenvolvimento do meu estudo e por me ajudarem conciliar

trabalho e estudos.

Agradeço e sou muito grato a minha sogra Isabel Biudes pela disponibilidade,

vontade de me ajudar, além de muita atenção sempre que precisei. Agradeço também a

uma pessoa muito importante na minha vida e que foi em muitos momentos meu lugar

de segurança, teve paciência com minha impaciência, me ofereceu muito amor a todo o

momento, e muitas vezes foi minha conselheira, Letícia Biudes eu só tenho uma coisa

pra dizer, te amo.

Agradeço a todos os professores do programa de Mestrado em Fisioterapia da

Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, por ajudarem a aumentar meu

conhecimento em pesquisa e mais que isso, a me lapidar também como pessoa, em

especial ao meu co-orientador Dr. Richard Eloin Liebano, que acrescentou muito ao

nosso estudo, a minha amiga de trabalho Lívia Letícia Rissato que me ajudou na coleta

de dados e a Dra. Lucíola da Cunha Menezes Costa pela grande parceria e

Page 6: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

2

ensinamentos. Porém, tenho que agradecer a pessoa que teve a maior influência na

minha trajetória do mestrado, o professor, orientador e grande amigo Dr. Leonardo

Oliveira Pena Costa, por ter acreditado no meu potencial desde o primeiro momento, e

que além de ser meu grande amigo, soube conciliar distância e qualidade na minha

orientação, não medindo esforços para tal. Obrigado Leo, que Deus abençoe você, sua

família e sua caminhada maravilhosa e de grande sucesso como pesquisador.

E jamais eu poderia deixar de agradecer a toda minha família, especialmente minha

avó Idália e seus filhos que me ajudaram a sair do estresse do mestrado com conversas

boas e muitos cafés da tarde! Em especial, agradeço muito a minha tia Elisabeth por me

ajudar financeiramente em momentos de sufoco.

Por fim tenho que agradecer e dedicar essa conquista a mais três pessoas, que foram

e sempre serão meu alicerce, minha fortaleza e meu único bem ao longo dessa vida,

meus pais Lázaro e Regina e minha irmã Lígia, amo vocês mais que tudo nessa vida, e

saibam que em cada momento de dificuldade meu pensamento sempre esteve em nossa

família, e isso bastava para continuar firme e forte, já que vocês me deram vários

exemplos de como passar pelas dificuldades em busca de um objetivo maior.

Sendo assim, meu último agradecimento é pra Deus, que meu deu saúde, força,

sabedoria, e muita proteção me livrando de todo mal, senhor muito obrigado por mais

essa conquista Amém!

Page 7: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

3

2. Resumo

Contextualização: Pouco se sabe do efeito imediato de técnicas de terapia manipulativa

para o tratamento da dor lombar crônica, assim como se há verdadeira necessidade de

que essas técnicas manipulativas devam ser realizadas de forma específica (isto é, no

segmento doloroso). Objetivo: Analisar o efeito imediato de técnicas manipulativas

realizadas em um nível vertebral específico definido (coluna lombar) durante o exame

clínico de acordo com os princípios da osteopatia versus em um nível vertebral

inespecífico (vértebras torácicas altas) em pacientes com dor lombar crônica não

específica para os desfechos intensidade da dor (mensurado pela escala numérica verbal

de dor) e limiar de dor pressórico (mensurado pelo algômetro de pressão).

Participantes: Participaram do estudo pacientes que apresentavam dor lombar crônica

não específica (com duração superior a 12 semanas) com idade entre 18 e 80 anos, sem

contraindicações à técnicas manipulativas e com uma intensidade da dor superior a três

pontos na Escala Numérica Verbal de Dor de 11 pontos. Intervenções: Uma única

manipulação foi realizada na região torácica alta nos pacientes alocados no grupo

“manipulação inespecífica” e nos segmentos lombares álgicos nos pacientes alocados no

grupo “manipulação específica”. Randomização: Foi realizada por um programa de

computador e a alocação secreta foi obtida através da utilização de envelopes selados e

opacos. Cegamento: O avaliador que coletou todos os dados estava cego no que diz

respeito à distribuição dos grupos. Não foi possível cegar terapeuta e pacientes.

Resultados: Um total de 148 pacientes participaram do estudo (74 pacientes em cada

grupo). Não foram detectadas diferenças entre grupos estatisticamente significantes para

todos os desfechos avaliados. A diferença entre grupos para o desfecho primário

(intensidade da dor) foi de 0,50 pontos (IC 95% -0,10 a 1,10), p=0,10. Reações

adversas: Nenhum paciente relatou algum tipo de reação adversa aos tratamentos.

Page 8: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

4

Conclusão: Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos nos

desfechos analisados. Isso significa que pacientes com dor lombar crônica podem se

beneficiar tanto de manipulações no segmento vertebral definido durante o exame

clínico, quanto de manipulações em segmentos vertebrais distais ao segmento álgico.

Esses resultados só devem ser generalizados levando em consideração os efeitos

imediatos das técnicas.

Palavras chave: Manipulação osteopática, manipulação da coluna, limiar de dor

pressórico.

Page 9: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

5

3. Abstract

Background: Little is known about the immediate effects of spinal manipulative

therapy in the treatment of chronic low back pain and whether these manipulations need

to be specifically performed or not (i.e. applied to painful vertebral levels). Objectives:

To analyze the immediate effects of a single, specific spinal manipulation defined

during the clinical examination versus a single non-specific spinal manipulation

(applied on a upper thoracic vertebrae) in patients with chronic non-specific low back

pain for the outcomes pain intensity (measured by the Pain Numerical Rating Scale) and

pressure pain threshold (measured with a pressure algometer). Participants: This study

included patients with chronic non-specific low back pain (with pain duration of at least

12 weeks), without contraindications to spinal manipulative therapy and with a pain

intensity of at least three points on the 11-point Pain Numerical Rating Scale.

Interventions: A single high-velocity manipulation was administered to the upper

thoracic region of the patients allocated to the “non-specific manipulation” group and to

the painful lumbar levels of the patients allocated to the “specific manipulation” group.

Randomization: The randomization schedule was generated by an independent

statistician and was concealed by using consecutive numbered sealed opaque envelopes.

Blinding: The assessor who collected all the data was blind to the group allocation. It

was not possible to blind the therapist and patients. Results: A total of 148 patients

participated in the study (74 in each group). There was no loss of follow up. No

between-group differences were observed for all outcomes. The between-group

difference for the primary outcome (pain intensity) was 0.50 points (95% CI -0.10 to

1.10; p=0.10). Adverse Reactions: No adverse reactions were observed. Conclusion:

We have not detected between-group differences in both pain intensity and pressure

pain threshold. This means that patients with chronic low back pain could benefit from

Page 10: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

6

single manipulations to the painful spinal regions as well as manipulations to the spinal

points distal to the painful regions. These results can only be generalized if taking into

account the immediate effects of these techniques.

Keywords: spinal manipulative therapy, pressure pain threshold, pain intensity.

Page 11: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

7

4. Contextualização

A dor lombar é um problema importante de saúde em nível mundial1,2 tanto do

ponto de vista de incapacidade e absenteísmo no trabalho, quanto economicamente3. A

dor lombar é definida como “uma dor ou desconforto entre as margens costais e as

pregas glúteas inferiores com ou sem irradiação para os membros inferiores”4. Uma

revisão sistemática sobre a prevalência da dor lombar observou que a prevalência

pontual variou entre 12% e 33%, a prevalência nos últimos 12 meses variou entre 22% e

65% e a prevalência em algum momento da vida variou entre 11% e 84%5. Essa alta

prevalência justifica o alto custo empregado no tratamento de pacientes que apresentam

dor lombar. A mais recente revisão sistemática sobre custos associados à dor lombar

indica que os maiores gastos diretos com o tratamento da dor lombar foram com

fisioterapia (17%), seguido por medicamentos (13%) e demais cuidados primários de

saúde (13%), sendo que estes custos representam apenas uma pequena parcela dos

gastos totais com essa condição (isto é, os maiores gastos são indiretos com

afastamentos do trabalho e redução da produtividade)3.

Para facilitar o diagnóstico e a escolha de um melhor tratamento para pacientes com

dor lombar foi proposto uma triagem diagnóstica6, que classifica os pacientes em três

grupos distintos: 1) Doenças severas da coluna como, por exemplo, tumores, infecções,

fraturas e doenças inflamatórias da coluna lombar (como a espondilite anquilosante, por

exemplo); 2) Comprometimento de raiz nervosa, como os prolapsos do disco

intervertebral com compressão das estruturas neurais, estenoses de canal lombar,

aderências cicatriciais secundárias a cirurgias de coluna, síndrome de cauda equina entre

outras; e 3) Dor lombar não específica, que pode ser definida como dor mecânica de

origem musculoesquelética, sem causa propriamente definida6,7. Menos de 1% dos

pacientes apresentam doenças severas de coluna, cerca de 5% destes apresentam

Page 12: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

8

comprometimento de raiz nervosa, e cerca de 95% dos pacientes estão dentro do grupo

denominado dor lombar não específica6,7. A dor lombar também pode ser classificada

quanto a duração dos sintomas em que os pacientes podem ser classificados como

agudos (duração inferior a 6 semanas), subagudos (entre 6 e 12 semanas) e crônicos

(duração superior a 12 semanas)4,7 sendo que para uma melhor determinação do

prognóstico e possibilidades de tratamento torna-se importante entender essas

classificações.

Uma revisão sistemática sobre o prognóstico da dor lombar aguda e crônica8, na

qual foram incluídos 33 estudos coorte totalizando 11.160 pacientes, concluiu que

pacientes com dor lombar aguda ou crônica tendem a melhorar rapidamente logo

nas primeiras seis semanas, sendo que a média da dor lombar crônica (numa escala de 0

a 100) foi de 33 pontos (95% IC 29-38) em 6 semanas, 26 pontos (IC 95% 20-33) em

26 semanas e 23 pontos (IC 95% 16-30) em 52 semanas, sendo que após esse período

essa velocidade de melhora diminui8. Isso representa que infelizmente os tratamentos

para a dor lombar ainda não são totalmente eficazes para a resolução completa dessa

condição.

Na tentativa de reduzir os grandes impactos associados à dor lombar crônica, um

grande número de tratamentos tem sido recomendado pelas Diretrizes Européias para o

Tratamento da Dor Lombar4 na qual preconiza-se a utilização de tratamentos baseados

nos princípios da terapia cognitivo-comportamental, a prática de exercícios ativos

supervisionados e Back Schools4. Além disso, as Diretrizes Europeias não aconselham o

afastamento do trabalho, repouso absoluto ou limitar a execução das atividades de vida

diária até que a dor desapareça4. Por fim, as Diretrizes Européias recomendam também

o uso de medicamentos analgésicos simples9 e a fisioterapia manipulativa

4 que é um

tipo de tratamento muito utilizado por médicos e fisioterapeutas por todo o mundo.

Page 13: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

9

A fisioterapia manipulativa pode ser definida como um conjunto de técnicas que

utilizam as mãos como instrumento de trabalho que possuem diversos tipos de

abordagem como os conceitos de Maitland10, Mulligan

11, Osteopatia

12 e Quiropraxia

13.

Como qualquer outro tratamento, a fisioterapia manipulativa deve ser baseada em

evidências quanto a sua segurança e eficácia para os pacientes que as utilizam14. A

fisioterapia manipulativa preconiza a necessidade de um exame clínico minucioso e se

baseia que o corpo não pode ser tratado de forma segmentar, mas sim como um todo,

procurando assim encontrar disfunções existentes em fáscias, ligamentos, raízes

nervosas, articulações, sistema ósseo, circulatório e muscular, esses que em disfunção

podem causar dor e incapacidade aos pacientes12.

Na fisioterapia manipulativa uma avaliação detalhada é utilizada para que se defina

qual intervenção deve ser a mais adequada. Uma boa avaliação ajudará a identificar o

nível vertebral exato a ser tratado15 já que essa vértebra pode se encontrar em posições

não fisiológicas que os terapeutas manuais definem como NSR (Neutral/Side

Bending/Rotation), FRS (Flexion/Rotation/Side Bending) e ERS

(Extension/Rotation/Side Bending). Essas posições em que a vértebra estaria

biomecânicamente posicionada de forma inadequada, podem estar associadas ao quadro

álgico que afetaria músculos, fáscias, raízes nervosas e circulação12. Nesse caso torna-se

necessário a manipulação de um nível vertebral específico para que o sistema

músculoesquelético volte a funcionar de forma adequada12.

Por outro lado terapeutas manuais também acreditam que níveis vertebrais que não

apresentam algia também poderiam estar relacionados com disfunções em vértebras

localizadas distalmente, sendo assim, a fisioterapia manipulativa em algumas situações

julga necessária a realização de técnicas manipulativas em outras regiões que embora

não apresentem sintomas, poderiam estar relacionadas com o problema em si12.

Page 14: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

10

Apesar de ser aceito entre terapeutas manuais que essas técnicas podem ser

aplicadas diretamente no nível álgico ou não, e apesar dessa prática ser comum, não há

estudos que dão suporte para o uso de técnicas manipulativas em vértebras específicas

(localizadas em segmentos previamente definidos no exame clínico) ou não. Sendo

assim, foi realizado um estudo para elucidar essa questão utilizando de técnicas de alta

velocidade e curta amplitude (manipulação) e utilizando como desfechos não somente a

intensidade da dor, mas também mensurando o limiar de dor pressórico. Esses

desfechos podem elucidar os princípios pelos quais esses tratamentos poderiam (ou não)

ser úteis em pacientes com dor lombar crônica não específica.

4.1. Objetivo da pesquisa

Analisar o efeito imediato de técnicas manipulativas realizadas em um nível

vertebral lombar específico definido durante o exame clínico de acordo com os

princípios da osteopatia versus em um nível vertebral inespecífico (vértebras torácicas

altas) em pacientes com dor lombar crônica não específica para os desfechos

intensidade da dor e limiar de dor pressórico.

Page 15: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

11

5. Métodos

Tipo de estudo

Estudo controlado aleatorizado de dois braços com avaliador cego.

Critérios de inclusão e exclusão:

Foram considerados elegíveis para o estudo pacientes que estavam à procura de

tratamento para dor lombar crônica não específica (ou seja, com duração superior a 12

semanas)4,6, além daqueles com sintomas de dor lombar crônica que foram recrutadas

da comunidade, que tinham idade entre 18 e 80 anos de ambos o gêneros com um nível

mínimo de dor de três pontos mensurados pela Escala Numérica Verbal de Dor16 que

contém 11 pontos (variando de 0 a 10 pontos). Foram excluídos os pacientes que

apresentavam qualquer contraindicação aos tratamentos (estenose de canal medular,

fratura vertebral, espondilolistese com espondilólise, câncer, infecções agudas,

osteoporose avançada, afecções reumáticas em fase aguda, doenças hemorrágicas,

tuberculose ativa e trombose venosa profunda recente)12, além de gestantes e pacientes

com comprometimentos de raiz nervosa ou que foram submetidos à cirurgia de coluna.

Local de coleta de dados

Os dados foram coletados na Unidade Básica de Saúde da cidade de Santo Antônio

do Aracanguá-SP, no qual a coleta de dados teve início em setembro de 2011 e terminou

em janeiro de 2012.

Procedimentos

Todos os participantes foram informados sobre os objetivos e procedimentos do

estudo e caso concordassem em participar, foram convidados a assinar o termo de

consentimento livre e esclarecido (apêndice 1). Em seguida foram avaliados por um

terapeuta cego no que diz respeito à distribuição dos grupos de tratamento, em que o

mesmo coletou os dados demográficos, além da intensidade da dor (mensurada pela

Page 16: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

12

Escala Numérica Verbal de Dor)16, o limiar da dor pressórico (mensurado pelo

algômetro de pressão) nos níveis lombares L3 e L5 bilateralmente, assim como na

porção média do músculo tibial anterior também bilateralmente. Completando a

avaliação foi mensurada a percepção do efeito global (mensurada pela Escala de

Percepção do Efeito Global)17 e a incapacidade associada à dor lombar (mensurada pelo

Questionário Roland Morris de Incapacidade)16,18

. Devido à natureza das intervenções,

não foi possível cegar a terapeuta e os participantes do estudo.

Distribuição aleatória, avaliações físicas e intervenções

Após a avaliação inicial, os participantes foram conduzidos à sala de tratamento.

Nesse momento a terapeuta fez a anamnese e exame clínico (detalhes da avaliação

abaixo), em que a terapeuta determinou qual seria o “nível vertebral ideal” a ser

manipulado. Em seguida a mesma abriu um envelope de randomização que continha a

informação se o nível vertebral a ser manipulado seria o “de acordo com o exame

físico” ou o “em uma vértebra torácica alta”. Os códigos de randomização foram

realizados por computador e por um pesquisador não envolvido com as coletas de dados

na proporção de 1:1. Esses códigos de randomização foram colocados em envelopes

selados e opacos sendo numerados consecutivamente, o que garantiu a alocação secreta

dos participantes do estudo19.

Avaliação e exame físico

A terapeuta que participou do estudo possuía quatro anos de experiência clínica no

tratamento de pacientes com dor lombar, além de possuir especialização em Osteopatia

Estrutural há dois anos, sendo que a mesma trabalha majoritariamente com técnicas

manipulativas no Centro de Saúde da cidade onde foi realizado o estudo.

Durante o exame físico foi solicitado ao paciente para identificar o nível vertebral

doloroso que foi confirmado pela inspeção da terapeuta. Em seguida solicitou-se ao

Page 17: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

13

paciente que realizasse todos os movimentos de tronco (flexão, extensão, latero-flexão e

rotação) em que se observou a presença de dor e restrição ao movimento.

Foi observado também se o paciente adotava uma postura antálgica, e em seguida

foi realizada a palpação dos tecidos ósseo e muscular. Foram palpados os processos

espinhosos das vértebras lombares, além dos processos articulares posteriores. Na

palpação muscular, permitiu-se notar a presença ou não de espasmos que se

apresentavam em forma de pontos dolorosos e reativos a palpação12.

O teste de palpação diagnóstica no plano transversal foi utilizado para verificar

posicionamento e a movimentação vertebral (esse teste é conhecido como Teste de

Mitchell)20,21

. Nesse teste a terapeuta fez uma palpação bilateral do nível vertebral

avaliado sobre os processos transversos (com as mãos apoiadas sobre a musculatura

paravertebral), e observou se havia alguma hipomobilidade com o paciente nas posições

de decúbito ventral e extensão lombar com o tronco apoiado nos antebraços (figura 1).

Caso a terapeuta tivesse notado mobilidade semelhante em ambos os processos

transversos, esse posicionamento vertebral foi classificado como ERS

(Extension/Rotation/Side Bending).

Após isso, o teste foi repetido na posição de decúbito ventral em flexão de tronco

com os joelhos flexionados e sentado sobre os calcanhares e com os membros

superiores estendidos ao longo da maca (figura 2). Caso a terapeuta tivesse notado

mobilidade semelhante em ambos os processos transversos, esse posicionamento foi

classificado como FRS (Flexion/Rotation/Side Bending).

Page 18: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

14

Figura 1- Teste de Mitchell para avaliar uma ERS

Figura 2- Teste de Mitchell para avaliar uma FRS.

Finalmente se após a realização das palpações nas duas posturas não fosse

observada a similaridade na mobilidade nos processos transversos o posicionamento foi

classificado como NSR (Neutral/Side Bending/Rotation). Com isso ao final do exame a

terapeuta determinava qual seria o nível vertebral lombar a ser tratado, e se a vértebra

Page 19: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

15

em disfunção encontrava-se em NSR, FRS e ERS12. A confiabilidade dos testes de

palpação diagnóstica no plano transversal (como o teste de Mitchell) é considerada

moderada (Coeficientes de correlação Kappa variando entre 0,56 e 0,72) para

examinadores com alta experiência clínica (superior a 3 anos de experiência)20-22

.

Intervenções

Quando o participante foi alocado para o grupo “manipulação inespecífica”, o

mesmo recebeu uma manipulação “global” (que não foi definida pelo exame clínico) na

região torácica alta entre os níveis T1 a T5, manipulação essa que foi realizada com o

paciente em decúbito dorsal. Quando o participante foi alocado para o grupo

“manipulação específica”, o mesmo foi manipulado de acordo com o exame clínico do

terapeuta. Em seguida, os participantes foram novamente avaliados para os desfechos

intensidade da dor e limiar de dor pressórico, além de questionados sobre possíveis

efeitos adversos aos tratamentos.

Resultados esperados

Nossa hipótese era que o grupo tratado com manipulação de acordo com o

exame clínico da terapeuta (específica) teria uma maior redução nos níveis de

intensidade da dor e um maior aumento dos limiares pressóricos de dor do que o grupo

tratado inespecificamente.

Cegamento

O avaliador foi cego, no qual o mesmo realizou uma avaliação antes e após a

intervenção. Para testar o cegamento do avaliador, o mesmo, após a avaliação dos

desfechos clínicos anotou na ficha de avaliação, qual o tipo de manipulação que o

avaliador imaginou que os pacientes teriam recebido.

Page 20: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

16

Instrumentos de medida e desfechos

Para a avaliação dos participantes, foi utilizada uma ficha que continha: data do

início dos tratamentos e os critérios de inclusão e exclusão. Foram coletadas

informações demográficas dos participantes como idade, massa corpórea, estado civil,

escolaridade e dados para contato (Apêndice 1). Além desses foram coletados os dados

referentes à incapacidade associada à dor lombar, percepção do efeito global,

intensidade da dor e limiar pressórico de dor, sendo que as variáveis intensidade da dor

e limiar pressórico de dor foram definidas como desfechos primário e secundário,

respectivamente16. A descrição de cada um dos instrumentos de medida encontra-se

abaixo.

Escala Numérica Verbal de Dor

A Escala Numérica Verbal de Dor (Pain Numerical Rating Scale) avaliou a

intensidade de dor (desfecho primário do estudo) dos participantes, numa escala de 11

pontos, no qual 0 significa “dor nenhuma” e 10 significa “pior dor possível”16

(Apêndice 1). A intensidade da dor foi mensurada no pré e pós-tratamento.

Algômetro de pressão

O algômetro é um aparelho que mensura a pressão e/ou força aplicada sobre

qualquer parte do corpo. O limiar de dor por pressão (Pressure Pain Threshold, PPT,

desfecho secundário do estudo) foi mensurado pelo avaliador cego através da utilização

de um algômetro de pressão da marca Kratos®, modelo DDK, antes e após o tratamento

(Apêndice 1).

O participante permaneceu deitado em uma maca em que se demarcaram dois

pontos bilateralmente, sendo o primeiro localizado a cinco centímetros lateralmente ao

processo espinhoso de L3, e o segundo a cinco centímetros lateralmente ao processo

Page 21: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

17

espinhoso de L523. Foi demarcado também um ponto no terço médio do músculo tibial

anterior bilateralmente24.

Durante a mensuração do PPT, a sonda circular do algômetro (que continha

1cm2 de área) foi posicionada perpendicularmente à pele em que o avaliador foi treinado

para exercer uma pressão a uma velocidade de aproximadamente cinco

Newtons/segundo. Os participantes foram solicitados a dizer ‘pare’ quando a sensação

de pressão ou desconforto se tornou uma sensação nítida de dor. Três medidas (em

Newtons) foram coletadas de cada área com intervalo de 30 segundos entre elas. A

média das três medidas foi utilizada para a análise de dados. Quando o participante não

relatava dor com uma força equivalente a 100 Newtons, o teste era interrompido e esse

valor foi considerado como o PPT24. Em cada participante realizou-se duas

demonstrações do procedimento nos músculos extensores do antebraço dominante para

assegurar que os mesmos tinham compreendido o teste. Caso houvesse alguma dúvida

uma terceira demonstração era realizada. Para a análise dos dados de limiar de dor

foram utilizados valores médios para a região lombar e para o músculo tibial anterior.

Um estudo preliminar de confiabilidade intra-examinador para a mensuração do

limiar de dor pressórico foi realizado pelo avaliador desse estudo nos pontos descritos

anteriormente. Foram recrutados 10 pacientes com dor lombar crônica que foram

avaliados em duas ocasiões com intervalo de 48 horas entre elas. A confiabilidade foi

considerada excelente com um Coeficiente de Correlação Intraclasse (tipo 3,3) de 0,95

(IC 95% 0,82 a 0,99) e 0,92 (IC 95% 0,69 a 0,98) para o tibial anterior e musculatura

lombar, respectivamente.

Questionário Roland Morris de Incapacidade

O questionário Roland Morris de Incapacidade foi traduzido e adaptado para a

população brasileira16, e mensura os níveis de incapacidade associados à dor lombar. O

Page 22: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

18

mesmo contém 24 itens relacionados a atividades do cotidiano no qual o individuo tinha

dificuldade em realizar devido à dor lombar, sendo que quanto maior as alternativas

preenchidas, maior era a incapacidade16,25

. Esse questionário foi aplicado somente no

pré-tratamento para descrever os níveis de incapacidade dos participantes (Apêndice 1).

Escala de Percepção do Efeito Global.

A Escala de Percepção do Efeito Global17 é uma escala de 11 pontos que varia

de menos cinco pontos (muito pior), zero (nenhuma mudança) a cinco pontos

(recuperado completamente). Para todas as medidas do efeito global percebido os

participantes foram questionados: "comparado com o início desse episódio como você

descreveria a sua coluna nos dias de hoje?". Pontuações positivas representam melhor

recuperação e pontuações negativas indicam piora dos sintomas17. Essa escala foi

aplicada somente no pré-tratamento para descrever os níveis de incapacidade dos

participantes (Apêndice 1).

Todos os instrumentos de medida foram previamente traduzidos e adaptados

transculturalmente para o português e testados para as suas propriedades de medida em

pacientes com dor lombar e possuem propriedades de medida aceitáveis e equivalentes

às versões originais em inglês16,26

.

5.1. Análise estatística

O cálculo amostral foi determinado a priori e foi baseado em diversos ensaios

clínicos conduzidos anteriormente27-29

para detectar uma diferença de 1,0 ponto para o

desfecho intensidade da dor medido pela Escala Numérica Verbal de Dor (com um

desvio padrão estimado de 1,84 pontos). Foi considerado para o cálculo amostral um

poder estatístico de 80%, um alfa de 5% e uma possível perda amostral de até 15%.

Sendo assim, foram necessários 74 pacientes por grupo (148 no total).

Page 23: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

19

A normalidade dos dados foi testada através da inspeção visual de histogramas,

sendo que todos os desfechos possuíam distribuição normal. A caracterização dos

participantes foi realizada através de testes estatísticos descritivos. O cegamento do

avaliador foi testado através do teste Qui-quadrado através da comparação dos códigos

de randomização com a opinião do avaliador. A diferença entre os grupos e seus

respectivos intervalos de confiança foram calculados através de modelos lineares

mistos30 utilizando termos de interação de “tempo versus grupo”. Esses termos de

interação tempo versus grupo equivalem às diferenças entre grupos (efeito da

intervenção). Utilizamos o software SPSS 18 para as análises, e as mesmas foram

realizadas seguindo os princípios de intenção de tratamento.

5.2 Cuidados éticos e registro do ensaio clínico

Esse estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa na Universidade

Cidade de São Paulo-UNICID (PP 13601854 - CAAE 0073.0.186.000-11), e registrado

previamente ao início das coletas de dados no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos

(http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ - Registro número RBR-7cb9yc).

Page 24: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

20

6. Resultados

O recrutamento e inclusão dos participantes foram realizados entre os meses de

setembro de 2011 e janeiro de 2012. As características dos participantes no pré-

tratamento estão descritas na tabela 1. Os participantes foram em sua maioria do gênero

feminino, com idade média de 46 anos, possuíam sintomas de dor lombar por um longo

período (duração média superior a 100 meses) assim como apresentavam níveis

moderados de intensidade da dor e incapacidade. Os valores das variáveis demográficas,

assim como os desfechos são similares no pré-tratamento. Foram avaliados 150

pacientes e desses apenas dois foram excluídos por apresentarem níveis muito baixos de

intensidade de dor (inferiores a três na Escala Numérica Verbal de Dor) e 100% dos

participantes foram reavaliados. O diagrama de fluxo detalhado do processo de

recrutamento, exclusão, avaliação e intervenção estão apresentados na figura 3.

Page 25: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

21

Tabela 1-Características clínicas e demográficas no pré-tratamento.

Variáveis Manipulação Inespecífica

Manipulação Específica

Idade (anos) 45,95 (12,30) 46,32 (10,22)

Altura (metros) 1,64 (0,10) 1,63 (0,68) Massa Corpórea (quilos) 74,84 (13,93) 75,45 (16,42) Duração dos Sintomas (meses) 103,82 (112,07) 112,47 (125,55) Gênero

Feminino

Masculino

50 (67,6)

24 (32,4)

59 (79,7)

15 (20,3)

Estado Civil Solteiro

Casado

Divorciado

Viúvo

10 (13,5)

54 (73)

4 (5,4)

6 (8,1)

6 (8,1)

56 (75,7)

9 (12,2)

3 (4,1)

Escolaridade Fundamental Incompleto

Fundamental

Médio

Superior

Pós Graduado

1 (1,4)

32 (43,2)

22 (29,7)

18 (24,3)

1 (1,4)

2 (2,7)

36 (48,6)

23 (31,1)

12 (16,2)

1 (1,4)

Tabagista Sim

Não

12 (16,2)

62 (83,8)

10 (13,5)

64 (86,5)

Incapacidade (RMDQ 0-24) 9,36 (5,68) 11,26 (5,69)

Percepção do efeito global (GPE -5 a +5) 0,74 (2,77) -0,12 (2,91)

Desfechos

Intensidade da dor (NRS 0-10) 5,95 (2,20) 6,07 (2,12)

Limiar de dor pressórico (em Newtons) Níveis lombares

48,90 (23,99)

49,63 (19,46)

Tibial anterior 61,11 (19,55) 60,21 (22,36)

Variáveis categóricas estão expressas em número e percentuais (%), variáveis contínuas estão expressas

em média e desvio-padrão (DP), RMDQ (Questionário de incapacidade de Roland Morris); GPE (Escala

de percepção do efeito global); NRS (Escala numérica verbal de dor).

Page 26: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

22

Figura 3- Diagrama de fluxo do estudo.

Page 27: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

23

Ambos os grupos apresentaram melhora para os desfechos intensidade da dor,

porém, não foram detectadas diferenças entre grupos estatisticamente significantes para

esse desfecho (tabela 2). Similarmente, não houve diferença estatisticamente

significante entre os grupos para o limiar de dor pressórico. Não foram observados

efeitos adversos em nenhum dos participantes do estudo.

Tabela 2- Valores obtidos na avaliação após o tratamento de manipulação específica e inespecífica dos pacientes com dor lombar crônica

Médias (DP) não ajustadas Manipulação específica versus Manipulação inespecífica

Desfechos Manipulação

Específica Manipulação Inespecífica

Diferença entre as médias ajustadas

(IC 95%)

p

Intensidade da dor

Pré tratamento 6,07 (2,12) 5,95 (2,20)

Pós tratamento 4,16 (2,34) 4,54 (2,25) 0,50 (-0,10 a 1,10) 0,10

Limiar de dor lombar

Pré tratamento 48,90 (23,99) 49,63 (19,46)

Pós tratamento 51,49 (20,23) 52,55 (24,77) -1,78 (-6,40 a 2,82) 0,44

Limiar de dor tibial anterior

Pré tratamento 61,11 (19,55) 60,21 (22,36)

Pós tratamento 63,34 (19,94) 61,25 (22,10) 1,19 (-2,60 a 4,98) 0,53 A linha sombreada em cinza se refere ao desfecho primário, as demais linhas se referem aos desfechos

secundários. Valores positivos indicam melhora em favor da manipulação específica e valores negativos

indicam melhora em favor da manipulação inespecífica.

O cegamento do avaliador foi confirmado uma vez que o mesmo só acertou o

local manipulado em 48,1% das vezes (p=0,92).

Page 28: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

24

7. Discussão

Esse estudo analisou o efeito imediato de técnicas manipulativas realizadas em um

nível vertebral específico, definido durante o exame clínico, de acordo com os

princípios da osteopatia versus em um nível vertebral inespecífico (vértebras torácicas

altas) em pacientes com dor lombar crônica não específica, para os desfechos

intensidade da dor e limiar de dor pressórico. Não foram observadas diferenças

estatisticamente significantes entre os grupos para os dois desfechos analisados.

Há evidência de alta qualidade metodológica que dá suporte ao uso de técnicas

manipulativas no tratamento da dor lombar crônica, sendo que são amplamente

recomendadas pelas diretrizes de prática clínica para o tratamento da dor lombar4,31,

assim como para várias outras disfunções musculoesqueléticas32. Nosso estudo

converge com os resultados positivos de uma revisão sistemática em relação à terapia

manipulativa no tratamento da dor lombar33, no entanto, esse efeito não é superior a

outros tipos de tratamento, como por exemplo, os tratamentos baseados em

exercícios34,35

. Os resultados do nosso estudo questionam também a necessidade de uma

avaliação e tratamento minuciosos que são largamente preconizados pelos principais

autores em terapia manual12, já que uma manipulação inespecífica foi tão eficaz quanto

uma manipulação específica.

A melhora dos níveis de dor obervados em todos os pacientes que receberam a

manipulação específica pode ser explicada através do ajuste vertebral (correção do

posicionamento articular) que aconteceu durante a realização da técnica, uma vez que

esses ajustes podem ativar as fibras aferentes de grande diâmetro (Aβ), que por sua vez

ativariam circuitos locais inibitórios no corno posterior da medula espinal, inibindo os

estímulos dolorosos aferentes (teoria das comportas)36,37

. As técnicas de mobilização e

manipulação articular promovem redução da atividade do fuso muscular, levando à

Page 29: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

25

redução da excitabilidade dos motoneurônios e reduzindo o espasmo da musculatura

paravertebral38-41

. A redução do espasmo diminui a isquemia tecidual e dessa forma

reduz a sensibilização dos nociceptores e diminui a aferência dos estimulos nociceptivos

ao nível do corno posterior da medula espinal42. A manipulação promove a ativação de

receptores de serotonina e noradrenalina ao nível do sistema nervoso central (SNC),

promovendo a facilitação de vias neuronais inibitórias descendentes a partir do bulbo

ventral rostral e do tegmento dorsolateral da ponte39,42

. A terapia manual não ativa

receptores de GABA ou de opióides no SNC para produzir analgesia41. Finalmente a

melhora dos sintomas álgicos observados nos dois grupos também pode ter acontecido

por efeito placebo e/ou regressão para a média, o que é esperado em qualquer estudo

que envolve efeitos de intervenção. A única forma de controlar para esses fatores de

confusão seria através da inclusão de um grupo “manipulação placebo”, que é um tópico

controverso na literatura43, uma vez que líderes em pesquisa em dor lombar não

souberam estabelecer qual seria o placebo ideal para a manipulação vertebral. No

entanto, uma recente revisão sistemática aponta evidências que manipulação vertebral é

somente explicada por efeitos placebo44.

Apesar de não haver evidências preliminares sobre o efeito da manipulação em

segmentos torácicos para pacientes com dor lombar, há evidências que dão suporte ao

uso dessa técnica para o tratamento de outras articulações45, como por exemplo, o efeito

da manipulação da coluna torácica alta em disfunções na coluna cervical46. Esse estudo

avaliou o efeito da manipulação na coluna torácica alta na amplitude de movimento da

coluna cervical e na redução da intensidade de dor em pacientes que foram manipulados

no segmento torácico, e observou uma melhora estatisticamente significante para ambos

os desfechos46. Outro estudo avaliou os efeitos de uma manipulação torácica para o

tratamento de disfunções no ombro e demonstrou que em curto prazo a manipulação

Page 30: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

26

torácica foi eficaz no tratamento dessas disfunções para os desfechos dor e

incapacidade47.

Na prática clínica, os resultados desse estudo podem contribuir para uma diminuição

no tempo de avaliação e proporcionam aos terapeutas manuais uma opção adicional de

tratamento para pacientes com hiperalgia na região da coluna lombar. Esses pacientes

poderiam receber como primeira opção uma manipulação em níveis distais ao segmento

doloroso, uma vez que foi observado que uma manipulação torácica tem um mesmo

efeito no alívio imediato da dor. Além disso, essa possibilidade de tratamento

proporcionaria um maior conforto ao paciente quando comparado a uma manipulação

realizada no segmento vertebral doloroso12.

Pontos fortes e limitações do estudo

Todos os cuidados possíveis foram tomados para que esse estudo tivesse o menor

risco de viés possível, dentre esses cuidados podemos citar os procedimentos de

randomização adequada, alocação secreta, cegamento do avaliador, similaridade ao

ponto de partida, análise por intenção de tratamento, entre outros. Esses cuidados foram

tomados utilizando um contingente amostral suficiente para que nossas conclusões

sejam interpretáveis e válidas. O cegamento do avaliador foi confirmado pelo fato do

mesmo não conseguir julgar quais pacientes foram alocados para os grupos de

manipulação específica ou inespecífica. Em contrapartida, não foi possível cegar o

terapeuta e pacientes devido à natureza das intervenções, o que não elimina o risco de

viés, portanto, poderia ser interpretado como uma limitação do estudo.

Sugestões para novos estudos

Os resultados desse estudo estão restritos aos efeitos imediatos da manipulação

(inferior a 24 horas), porém, não se sabe se esses efeitos possuem sustentação ao longo

do tempo. Dessa forma esses resultados precisariam ser validados em tratamentos de

Page 31: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

27

longa duração. Os efeitos dessas técnicas poderiam ser analisados para saber quais os

efeitos que as mesmas teriam em pacientes com dor lombar aguda ou subaguda. Outra

possibilidade de novos estudos seria analisar o quanto uma manipulação da coluna

torácica influenciaria na mobilidade da coluna lombar, o que poderia elucidar um

possível mecanismo de ação para a eficácia dessa técnica inespecífica. Além disso,

tornam-se necessários novos estudos que tenham como objetivo testar as propriedades

de medida (confiabilidade, sensibilidade/especificidade) dos testes palpatórios utilizados

por terapeutas manuais na prática clínica.

Page 32: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

28

8. Referências

1. Volinn E. The epidemiology of low back pain in the rest of the world. A review of

surveys in low- and middle-income countries. Spine 1997;22:1747-54.

2. van Tulder MW, Koes BW, Bouter LM. A cost-of-illness study of back pain in

The Netherlands. Pain 1995;62:233-40.

3. Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of

illness studies in the United States and internationally. Spine J 2008;8:8-20.

4. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, et al. Chapter 4. European guidelines for the

management of chronic nonspecific low back pain. Eur Spine J 2006;15 Suppl 2:S192-

300.

5. Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the literature

from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000;13:205-17.

6. Waddell G. The Back Pain Revolution. 2 ed. London: Churchill Livingstone,

2004.

7. Chou R, Qaseem A, Snow V, et al. Diagnosis and treatment of low back pain: a

joint clinical practice guideline from the American College of Physicians and the

American Pain Society. Ann Intern Med 2007;147:478-91.

8. Costa LCM, Maher CG, Hancock MJ, et al. The prognosis of acute and persistent

low-back pain: a meta-analysis. CMAJ 2012;In press.

9. Katz N, Borenstein DG, Birbara C, et al. Efficacy and safety of tanezumab in the

treatment of chronic low back pain. Pain 2011;152:2248-58.

10. Petty NJ. The effect of posteroanterior mobilisation on sagittal mobility of the

lumbar spine. Man Ther 1995;1:25-9.

11. Exelby L. The Mulligan concept: its application in the management of spinal

conditions. Man Ther 2002;7:64-70.

12. Kuchera ML. Applying osteopathic principles to formulate treatment for patients

with chronic pain. J Am Osteopath Assoc 2007;107:ES28-38.

13. Walker BF, French SD, Grant W, et al. Combined chiropractic interventions for

low-back pain. Cochrane Database Syst Rev 2010:CD005427.

14. Licciardone JC. Time for the osteopathic profession to take the lead in

musculoskeletal research. Osteopath Med Prim Care 2009;3:1-4.

15. Downey BJ, Taylor NF, Niere KR. Manipulative physiotherapists can reliably

palpate nominated lumbar spinal levels. Man Ther 1999;4:151-6.

16. Costa LO, Maher CG, Latimer J, et al. Clinimetric testing of three self-report

outcome measures for low back pain patients in Brazil: which one is the best? Spine

2008;33:2459-63.

Page 33: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

29

17. Kamper SJ, Maher CG, Mackay G. Global rating of change scales: a review of

strengths and weaknesses and considerations for design. J Man Manip Ther 2009;17:163-

70.

18. Nusbaum L, Natour J, Ferraz MB, et al. Translation, adaptation and validation of

the Roland-Morris questionnaire--Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res

2001;34:203-10.

19. Herbert R JG, Mead J, Hagen KB. Practical Evidence-Based Physiotherapy ed.

London: Elsevier's Health Sciences, 2005.

20. Degenhardt BF, Johnson JC, Snider KT, et al. Maintenance and improvement of

interobserver reliability of osteopathic palpatory tests over a 4-month period. J Am

Osteopath Assoc 2010;110:579-86.

21. Degenhardt BF, Snider KT, Snider EJ, et al. Interobserver reliability of

osteopathic palpatory diagnostic tests of the lumbar spine: improvements from consensus

training. J Am Osteopath Assoc 2005;105:465-73.

22. Stovall BA, Kumar S. Reliability of bony anatomic landmark asymmetry

assessment in the lumbopelvic region: application to osteopathic medical education. J Am

Osteopath Assoc 2010;110:667-74.

23. Meeus M, Roussel NA, Truijen S, et al. Reduced pressure pain thresholds in

response to exercise in chronic fatigue syndrome but not in chronic low back pain: an

experimental study. J Rehabil Med 2010;42:884-90.

24. O'Neill S, Kjaer P, Graven-Nielsen T, et al. Low pressure pain thresholds are

associated with, but does not predispose for, low back pain. Eur Spine J 2011;20:2120-5.

25. Costa LO, Maher CG, Latimer J, et al. Psychometric characteristics of the

Brazilian-Portuguese versions of the Functional Rating Index and the Roland Morris

Disability Questionnaire. Spine 2007;32:1902-7.

26. Kinser AM, Sands WA, Stone MH. Reliability and validity of a pressure

algometer. J Strength Cond Res 2009;23:312-4.

27. Macedo LG, Latimer J, Maher CG, et al. Effect of motor control exercises versus

graded activity in patients with chronic nonspecific low back pain: a randomized

controlled trial. Phys Ther 2012;92:363-77.

28. Costa LO, Maher CG, Latimer J, et al. Motor control exercise for chronic low

back pain: a randomized placebo-controlled trial. Phys Ther 2009;89:1275-86.

29. Pengel LH, Refshauge KM, Maher CG, et al. Physiotherapist-directed exercise,

advice, or both for subacute low back pain: a randomized trial. Ann Intern Med

2007;146:787-96.

30. Twisk JW. Longitudinal data analysis. A comparison between generalized

estimating equations and random coefficient analysis. Eur J Epidemiol 2004;19:769-76.

Page 34: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

30

31. American Osteopathic Association guidelines for osteopathic manipulative

treatment (OMT) for patients with low back pain. J Am Osteopath Assoc 2010;110:653-

66.

32. Posadzki P, Ernst E. Osteopathy for musculoskeletal pain patients: a systematic

review of randomized controlled trials. Clin Rheumatol 2011;30:285-91.

33. Licciardone JC, Brimhall AK, King LN. Osteopathic manipulative treatment for

low back pain: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.

BMC Musculoskelet Disord 2005;6:43.

34. Rubinstein SM, van Middelkoop M, Assendelft WJ, et al. Spinal manipulative

therapy for chronic low-back pain: an update of a Cochrane review. Spine 2011;36:E825-

46.

35. Assendelft WJ, Morton SC, Yu EI, et al. Spinal manipulative therapy for low back

pain. A meta-analysis of effectiveness relative to other therapies. Ann Intern Med

2003;138:871-81.

36. Guyton AC. Textbook of Medical Physiology. 9 ed: W B Saunders Co, 1996.

37. Colloca CJ, Keller TS. Stiffness and neuromuscular reflex response of the human

spine to posteroanterior manipulative thrusts in patients with low back pain. J

Manipulative Physiol Ther 2001;24:489-500.

38. Dishman JD, Bulbulian R. Spinal reflex attenuation associated with spinal

manipulation. Spine 2000;25:2519-24.

39. Bialosky JE, Bishop MD, Robinson ME, et al. The influence of expectation on

spinal manipulation induced hypoalgesia: an experimental study in normal subjects. BMC

Musculoskelet Disord 2008;9:19.

40. Bulbulian R, Burke J, Dishman JD. Spinal reflex excitability changes after lumbar

spine passive flexion mobilization. J Manipulative Physiol Ther 2002;25:526-32.

41. Frey Law LA, Evans S, Knudtson J, et al. Massage reduces pain perception and

hyperalgesia in experimental muscle pain: a randomized, controlled trial. J Pain

2008;9:714-21.

42. Sluka KA, Milosavljevic S. Mechanisms and management of pain for the physical

therapist ed: IASP, 2009.

43. Hancock MJ, Maher CG, Latimer J, et al. Selecting an appropriate placebo for a

trial of spinal manipulative therapy. Aust J Physiother 2006;52:135-8.

44. Furlan AD, Yazdi F, Tsertsvadze A, et al. A systematic review and meta-analysis

of efficacy, cost-effectiveness, and safety of selected complementary and alternative

medicine for neck and low-back pain. Evid Based Complement Alternat Med

2012;2012:953-139.

45. Pickar JG. Neurophysiological effects of spinal manipulation. Spine J 2002;2:357-

71.

Page 35: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

31

46. Krauss J, Creighton D, Ely JD, et al. The immediate effects of upper thoracic

translatoric spinal manipulation on cervical pain and range of motion: a randomized

clinical trial. J Man Manip Ther 2008;16:93-9.

47. Mintken PE, Cleland JA, Carpenter KJ, et al. Some factors predict successful

short-term outcomes in individuals with shoulder pain receiving cervicothoracic

manipulation: a single-arm trial. Phys Ther 2010;90:26-42.

Page 36: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

32

9. Apêndice 1 - Apostila de Avaliação

Nome:___________________________________________ Data:___/___/_____ número:_________

Efeito imediato da terapia manipulativa vertebral específica ou inespecífica em pacientes com dor

lombar crônica: um estudo controlado aleatorizado

Page 37: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

33

Paciente está interessado em participar do estudo? Sim ���� Não ����

Critérios de inclusão e de exclusão Critérios de inclusão Todas as questões devem ser respondidas SIM para determinar a entrada do paciente no estudo Sim Não

� � Dor lombar há pelo menos 3 meses

� � Idade entre 18 e 80 anos e dor 3 na Pain Numerical Pain Scale

Critérios de exclusão Todas as questões devem ser respondidas NÃO para determinar a entrada do paciente no estudo Sim Não

� � Contra indicações a fisioterapia manipulativa

� � Patologias graves de coluna

� � Contra-indicações para os tratamentos (estenose de canal medular, fratura

vertebral, câncer, tumores, infecções agudas, osteoporose avançada, afecções

reumáticas em fase aguda, áreas hemorrágicas, tumores, tuberculose ativa, trombose

venosa recente).

Comentários (Se o sujeito for inelegível, por favor registrar abaixo o motivo):

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

________________________________________________.

Page 38: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

34

COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO As informações que seguem estão sendo fornecidas para a sua participação voluntária

nesta pesquisa cujo título é “Efeito imediato da terapia manipulativa vertebral específica

ou inespecífica em pacientes com dor lombar crônica: um estudo controlado

aleatorizado”.

Objetivos do estudo: Analisar os efeitos analgésicos da manipulação de um nível vertebral específico nas vértebras lombares comparado com o mesmo tratamento em

outro nível vertebral (na região torácica) em pacientes com dor lombar crônica nos

quesitos qualidade de vida, limiar e intensidade da dor. Segue abaixo o planejamento da

pesquisa:

1ª etapa - decisória para sua participação na pesquisa Preenchimento da ficha de avaliação, que conterá informações como: dados pessoais,

história do quadro da dor, características da dor e critérios de elegibilidade que

determinarão sua participação ou não nessa pesquisa (apresentar dor lombar há 3 meses

ou mais e não apresentar doença grave de coluna.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

------

2ª etapa – avaliação -Avaliação da dor na coluna - Pain Numerical Rating Scale

-Avaliação do quanto essa dor interfere na realização de suas atividades diárias - Roland

Morris Disability Questionnaire

-Como os sintomas se apresentam no momento - Escala de Percepção do Efeito Global

-Limiar da dor - Algômetro

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

-------

3ª etapa: Após a avaliação, o examinador sorteará um número que determinará com qual técnica você será atendido: Manipulação específica ou inespecífica. Ambos os

tratamentos serão realizados por um mesmo terapeuta no Centro de Saúde de Santo

Antônio do Aracanguá-SP.

---------------------------------------------------------------------------------------------------------

------

4ª etapa: após o término da manipulação você será avaliado novamente da mesma forma descrita na 2ª etapa.

O presente estudo é orientado pelo Profª Leonardo Oliveira Pena Costa e coorientador

Richard Eloin Liebano, em que será realizado pelo aluno do curso de mestrado em

Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, Ronaldo Fernando de Oliveira

(2249-7753).

Page 39: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

35

Os pesquisadores garantem que não há riscos de qualquer natureza para os participantes.

Você também tem a garantia de que terá acesso aos pesquisadores responsáveis para

esclarecimento de eventuais dúvidas. Se desejar, é garantida a liberdade da retirada de

consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo. As informações

obtidas serão analisadas em conjunto com as dos demais participantes, não sendo

divulgada a identificação dos mesmos. Não há despesas pessoais para o participante em

qualquer fase do estudo. Também não há compensação financeira relacionada à sua

participação. Os pesquisadores se comprometem a utilizar os dados coletados somente

para esta pesquisa.

Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que

foram lidas para mim, descrevendo o estudo. Ficaram claros para mim quais são os

propósitos do estudo, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de

esclarecimentos. Concordo voluntariamente em participar desta pesquisa e poderei

retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante a mesma, sem

penalidades ou prejuízo.

Eu, ______________________________________________________________,

RG.: _________________________de ______________, do sexo ____________,

Nascido em ____________________, residente à

__________________________________________________________________

na cidade de ______________, declaro ter sido informado e estar devidamente

esclarecido sobre os objetivos deste estudo sobre as técnicas e procedimentos e que

estarei sendo submetido e sobre os riscos e desconfortos que poderão ocorrer. Recebi

garantias de total de sigilo e de obter novos esclarecimentos sempre que desejar. Sei que

minha participação esta isenta de despesas e que tenho direito a tratamento hospitalar

(ou outro), se necessário. Assim, concordo em participar voluntariamente deste estudo e

sei que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem nenhum prejuízo ou

perda de qualquer beneficio (caso o sujeito de pesquisa esteja matriculado na Instituição

onde a pesquisa está sendo realizada).

Data: ___/___/_____

___________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa

ou representante

Page 40: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

36

COMITÊ DE ÉTICA E PESQUISA Pesquisador responsável / orientador

Eu, Ronaldo Fernando de Oliveira

Responsável pela pesquisa “Efeito imediato da terapia manipulativa vertebral específica ou inespecífica em pacientes com dor lombar crônica: um estudo controlado

aleatorizado”, declaro que obtive espontaneamente o consentimento deste sujeito de

pesquisa (ou de seu representante legal) para realizar este estudo.

Data:___/___/____

_____________

Assinatura Pesquisador

DADOS DO PACIENTE Informações gerais Duração da dor lombar:____________________(Meses)

Idade___________ Data de nascimento:___/___/______

Gênero ( ) Masculino ( ) Feminino

Estado civil: Estado civil: solteiro ( ) casado ( ) divorciado( ) viúvo ( )

Peso (em quilos):___________ Altura (em metros):___________

Alfabetizado: ( ) Não ( ) Sim

Escolaridade completa: ( ) fundamental ( ) médio ( ) superior ( ) Pós – Graduado (

) Mestrado ( ) Doutorado.

Profissão:_________________.

Você utiliza algum medicamento para a dor lombar? Sim � Não �

Qual?_____________

Você teve algum episódio de dor lombar recentemente? Sim � Não

Você pratica alguma atividade física? Sim � Não �

Se sim, qual___________________ Há quanto tempo__________

Freqüência/Duração____________

Fumante? Sim � Não �

Dados para contato Por favor escreva abaixo seus dados para contato:

Telefone residencial:

Telefone celular:

Telefone comercial:

Email:__________________________________________________

Page 41: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

37

Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente – Linha de Base

Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dor possível

Algômetro: Medida 1 Medida 2 Medida 3 Vértebra L3 Direita Vértebra L3 Esquerda Vértebra L5 Direita Vértebra L5 Esquerda TA Direita TA Esquerda Escala de Percepção do Efeito Global

Page 42: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

38

Brasil Roland Morris Instruções: Quando suas costas doem, você pode encontrar dificuldades em fazer algumas coisas

que normalmente faz. Esta lista possui algumas frases que as pessoas tem utilizado para

se descreverem quando sentem dores nas costas. Quando você ler (ou ouvir) estas frases

poderá notar que algumas se destacam por descrever você hoje. Ao ler (ou ouvir) a lista

pense em você hoje. Quando ler ou ouvir uma frase que descreve você hoje, responda

sim. Se a frase não descreve você, então responda não e siga para a próxima frase.

Lembre-se, responda sim apenas à frase que tiver certeza que descreve você hoje. 1-Sim Não Fico em casa a maior parte do tempo por causa de minhas costas.

2-Sim Não Mudo de posição freqüentemente tentando deixar minhas costas

confortáveis.

3-Sim Não Ando mais devagar que o habitual por causa de minhas costas.

4-Sim Não Por causa de minhas costas eu não estou fazendo nenhum dos meus

trabalhos que geralmente faço em casa.

5-Sim Não Por causa de minhas costas, eu uso o corrimão para subir escadas.

6-Sim Não Por causa de minhas costas, eu me deito para descansar freqüentemente.

7-Sim Não Por causa de minhas costas, eu tenho que me apoiar em alguma coisa para

me levantar de uma cadeira normal.

8-Sim Não Por causa de minhas costas, tento conseguir com que outras pessoas façam

as coisas por mim.

9-Sim Não Eu me visto mais lentamente que o habitual por causa de minhas costas.

10-Sim Não Eu somente fico de pé por períodos curtos de tempo por causa de minhas

costas.

11-Sim Não Por causa de minhas costas evito me abaixar ou me ajoelhar.

12-Sim Não Encontro dificuldades em me levantar de uma cadeira por causa de minhas

costas.

13-Sim Não As minhas costas doem quase o tempo todo.

14-Sim Não Tenho dificuldade em me virar na cama por causa de minhas costas.

15-Sim Não Meu apetite não é muito bom por causa das dores em minhas costas.

16-Sim Não Tenho problemas para colocar minhas meias (ou meia calça) por causa das

dores em minhas costas.

17-Sim Não Caminho apenas curta distâncias por causa de minhas dores nas costas.

18-Sim Não Não durmo tão bem por causa de minhas costas.

19-Sim Não Por causa de minhas costas, eu me visto com ajuda de outras pessoas.

20-Sim Não Fico sentado a maior parte do dia por causa de minhas costas.

21-Sim Não Evito trabalhos pesados em casa por causa de minhas costas.

22-Sim Não Por causa de minhas dores nas costas, fico mais irritado e mal humorado

com as pessoas do que o habitual.

23-Sim Não Por causa de minhas costas, eu subo escadas mais vagarosamente do que o

habitual.

24-Sim Não Fico na cama a maior parte do tempo por causa de minhas costas.

Pontuação: _____.

Page 43: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

39

Avaliação do Terapeuta PERGUNTAS ESPECÍFICAS Tossir / espirrar / esforço ( ) positivo ( ) negativo Bexiga: ( ) normal ( ) anormal

Imagens: ( ) sim ( ) não

___________________________________________________________

Cirurgia recente ou de grande porte: ( ) sim ( ) não

Dor durante a noite: ( ) sim ( ) não

Outros:_______________________________________________________________

Característica da dor:

Inspeção Dinâmica

Teste de mobilidade articular (quick scaning): ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Polegares ascendentes: ____________________________________________________________________________________________________________________________________________ Teste de Mitchel (NSR/FRS/ERS): ____________________________________________________________________________________________________________________________________________

Page 44: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

40

AVALIAÇÃO APÓS A INTERVENÇÃO

Caracterização da dor e do quadro clínico do paciente – Após o tratamento Por favor classifique sua dor de 0 a 10 sendo 0 sem dor nenhuma e 10 a pior dor possível

Algômetro: Medida 1 Medida 2 Medida 3 Vértebra L3 Direita Vértebra L3 Esquerda Vértebra L5 Direita Vértebra L5 Esquerda TA Direita TA Esquerda

Page 45: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

41

10. Apêndice 2 - Artigo Submetido à Physical Therapy

Immediate Effects of Specific and Non-Specific Spinal

Manipulative Therapy in Patients with Chronic Low Back

Pain: A Randomized Controlled Trial

Ronaldo Fernando de Oliveira1, Richard Eloin Liebano

1, Luciola da Cunha Menezes

Costa1, Lívia Letícia Rissato

2, Leonardo Oliveira Pena Costa

1,3*

1Masters in Physical Therapy, Universidade Cidade de São Paulo, Brazil

2Private Physical Therapist

3Musculoskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney, Australia

*Corresponding Author: Rua Cesário Galeno 448, São Paulo, Brazil, 03071-000

email: [email protected]

Phone +55 11 2178 1564

Trial registration: RBR-7cb9yc http://www.ensaiosclinicos.gov.br/rg/RBR-7cb9yc/

Page 46: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

42

Abstract

Background: Manual therapists typically advocate the need for a detailed clinical

examination in order to decide which vertebral level should be manipulated in patients

with low back pain. However, it is unclear if spinal manipulation needs to be specific.

Objectives: To analyze the immediate effects of a single, specific spinal manipulation

defined during the clinical examination versus a single non-specific spinal manipulation

(applied on a upper thoracic vertebrae) in patients with chronic non-specific low back

pain for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold. Participants: Patients

with chronic non-specific low back pain (with pain duration of at least 12 weeks)

Randomization: The randomization schedule was generated by an independent

statistician and was concealed by using consecutive numbered sealed opaque envelopes.

Interventions: A single high-velocity manipulation was administered to the upper

thoracic region of the patients allocated to the “non-specific manipulation” group and to

the painful lumbar levels of the patients allocated to the “specific manipulation” group.

Blinding: The assessor who collected the data was blinded to the group allocation. It

was not possible to blind the therapist and patients. Results: A total of 148 patients

participated in the study (74 in each group). There was no loss of follow up. Both

groups improved in terms of pain intensity, however no between-group differences were

observed. The between-group difference for the primary outcome (pain intensity) was

0.50 points (95% CI -0.10 to 1.10; p=0.10). Adverse Reactions: No adverse reactions

were observed. Conclusion: Patients with chronic low back pain could benefit from

single manipulations to the painful spinal regions as well as manipulations to the spinal

points distal to the painful regions.

Keywords: spinal manipulative therapy, pressure pain threshold, pain intensity.

Page 47: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

43

Introduction

Low back pain is a significant health condition worldwide1,2 due to its impact on

work disability, absenteeism and costs3. A systematic review on the prevalence of low

back pain identified that the point prevalence of low back pain ranges from 12% to

33%, the prevalence in the last 12 months ranges from 22% to 65%, and the lifetime

prevalence ranges from 11% to 84%4. This high prevalence is associated with high

treatment costs3. The most recent systematic review on the prognosis of this condition

indicates that, although patients with acute low back pain (with a pain duration of at

least six weeks) recover rapidly, only a third of patients with chronic low back pain

(with a pain duration of at least 12 weeks) recovered in 12 months after the onset of

symptoms5.

In an attempt to reduce the great impact associated with chronic low back pain, a

large number of treatments have been recommended by the European Guidelines for the

Management of Chronic Nonspecific Low Back Pain6, such as treatments based on the

principles of cognitive behavioral therapy, supervised active exercise, Back Schools6,

the use of simple analgesics7, and spinal manipulative therapy

6, which are widely used

by physicians, chiropractors, osteopaths and physical therapists throughout the world.

A detailed clinical examination is used by manual therapists to determine the

most adequate intervention8. This examination will help to identify the exact vertebral

level to be treated (manipulated)9, given that the vertebrae may be in non-physiological

positions that could be possibly associated with pain affecting muscles, fascia, nerve

roots, and circulation8. In this case, a specific vertebral level should be manipulated to

allow the musculoskeletal system to return to normal function8,10.

In contrast, manual therapists also claim that vertebral levels that are not painful

could also be related to dysfunctions in distal vertebrae. Therefore, in certain situations,

Page 48: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

44

manual therapists believe that it is necessary to manipulate other vertebral levels that,

although asymptomatic, could be related to the problem itself8. Despite this common

practice, however, there are no studies to support the use of spinal manipulative

techniques on specific (located in the painful levels defined from a clinical examination)

or non-specific vertebral levels. Thus, the objective of this study was to analyze the

immediate effects of a single manipulation at a defined, specific vertebral level of the

lower back during a clinical examination versus a non-specific vertebral level (high

thoracic vertebrae) in patients with chronic non-specific low back pain for the outcomes

pain intensity and pressure pain threshold.

Methods

Study Type

A two-arm, randomized controlled trial with a blinded assessor.

Inclusion and exclusion criteria

We considered eligible for the study patients who were seeking treatment for

chronic non-specific low back pain (i.e. lasting more than 12 weeks)6,11 and those

recruited from the community with symptoms of chronic low back pain who were aged

from 18 to 80 years of both genders and with a minimum pain intensity score of three in

the 11-point Pain Numerical Rating Scale12 (ranging from 0 to 10 points). The exclusion

criteria were: contraindication to the treatment (spinal canal stenosis, spinal fracture,

acute rheumatic diseases, hemorrhagic diseases, active tuberculosis, and recent deep

vein thrombosis)8, pregnancy, nerve root compromise and previous spinal surgery.

Source of Patients

The study was conducted at the Physical Therapy department of the city of Santo

Antônio do Aracanguá, Brazil, between September 2011 and January 2012.

Page 49: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

45

Procedures

All participants were informed about the study objectives and procedures and, if

they agreed to participate, they were invited to sign an informed consent form.

Following that, they were assessed by a therapist who was blinded to the allocation to

treatment groups. The therapist also collected demographic data and assessed pain

intensity (measured by the Pain Numerical Rating Scale)12; pressure pain threshold

(measured with a pressure algometer) at lumbar levels L3 and L5 bilaterally and at the

middle of the tibialis anterior muscle also bilaterally; global impression of recovery

(measured by the Global Perceived Effect Scale)13; and disability associated with low

back pain (measured by the Roland Morris Disability Questionnaire)12,14

. Due to the

nature of the interventions, it was not possible to blind the therapist and the study

participants.

Random allocation, physical assessments, and interventions

After the initial assessment, the participants were taken to the treatment room

and the therapist conducted the anamnesis and the clinical examination (details below)

to determine the “ideal vertebral level” to be manipulated. Next, the therapist opened

the randomization envelope informing whether the vertebral level should be

manipulated “according to the physical examination” or “at an upper thoracic

vertebrae”. A researcher not involved in the data collection generated the randomization

codes with a 1:1 allocation ratio using Excel for Windows software. The randomization

codes were placed in consecutive numbered, sealed opaque envelopes, thus ensuring the

concealed allocation of participants15.

Assessment and physical examination

The therapist who took part in the study had four and a half years of clinical

experience in treating low back pain patients and is specialized in manual therapy,

Page 50: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

46

working mainly with spinal manipulative therapy techniques at the health centre of the

city where the study was conducted. During the physical examination, the therapist

asked the patient to identify the painful vertebral level and confirmed this upon

inspection and palpation. The therapist then asked the patient to perform all of the trunk

movements (flexion, extension, side bending, and rotation) to observe the presence of

pain and restricted movement, as well as antalgic posture, followed by palpation of bone

and muscle tissues.

The therapist palpated the spinous processes of the lumbar vertebrae, the

posterior articular processes, and then the muscles to verify the presence of spasms

evidenced by tender points8. The diagnostic palpation test in the transverse plane, also

known as Mitchell’s Test, was used to verify vertebral positioning and mobility8. In this

test, the therapist performed bilateral palpation of the assessed vertebral level over the

transverse processes (with hands placed over the paravertebral muscles) to determine

whether there was any hypomobility with the patient in prone and lumbar extension

with the trunk supported by the forearms (Figure 1). If the therapist noticed similar

mobility in both transverse processes, this vertebral positioning was classified as ERS

(Extension/Rotation/Side Bending).

After that, the palpation test in the transverse plane was repeated with the patient

in prone and trunk flexion, bent knees, and sitting over the heels with arms extended

over the table (Figure 2). If the therapist noticed similar mobility in both transverse

processes, this vertebral positioning was classified as FRS (Flexion/Rotation/Side

Bending).

Figures 1 and 2 about here

If after palpation in both postures the therapist did not find similar mobility in

the transverse processes, the positioning was classified as NSR (Neutral/Side

Page 51: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

47

Bending/Rotation). Thus, at the end of the examination, the therapist would determine

the level to be treated and the classification of the dysfunctional vertebra (NSR, FRS or

ERS)8. The reliability of the diagnostic palpation tests in the transverse plane was

described in a recent systematic review and is considered as moderate for examiners

with large clinical experience (i.e. more than three years)16-18

.

Interventions

If the participant had been allocated to the “non-specific manipulation” group,

the participant received a single, “global” high velocity manipulation (not defined by

the clinical examination) at the upper thoracic region between T1 and T5 levels in the

dorsal decubitus position. If allocated to the “specific manipulation” group¸ the

participant was manipulated according to the therapist’s clinical examination. Then, the

participants were reassessed for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold

by a therapist who was masked with regards to the treatment allocation. The participants

were also interviewed regarding any possible adverse effects of the treatment.

Expected results

Our hypothesis was that the group treated with specific manipulation (according

to the therapist’s clinical examination) would have a greater reduction in pain intensity

and a greater increase in pressure pain thresholds compared to the group treated with

non-specific manipulation.

Blinding

The assessor was blind to the treatment allocation and performed an assessment

before and after the intervention. To test the blinding, the assessor, after the assessment

of the clinical outcomes, wrote on the patient’s chart which type of manipulation he

thought the patient had received. These codes were later compared to the randomization

codes.

Page 52: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

48

Measurement instruments and outcomes

To assess the participants, a chart was used containing the following: start date

of treatment and inclusion and exclusion criteria. The participants provided

demographic data such as age, body mass, marital status, educational level, and contact

details. They also provided data related to disability associated with low back pain,

global impression of recovery, pain intensity, and pressure pain threshold. The variables

pain intensity and pressure pain threshold were defined as primary and secondary

outcomes, respectively12. The description of each measurement instrument is given

below.

Pain Numerical Rating Scale

The 11-point Pain Numerical Rating Scale assessed the pain intensity (primary

outcome), with 0 representing “no pain” and 10 representing the “worst possible

pain”12. Pain intensity was measured before and after treatment.

Pressure Algometer

The algometer is a device that measures pressure and/or applied force on any

part of the body. The pressure pain threshold (PPT, secondary outcome) was measured

by the blind assessor with the pressure algometer DDK (Kratos®) before and after the

treatment. The assessor asked the participant to lie down on the table and marked two

points bilaterally: the first was located five centimeters laterally from the L3 spinous

process, and the second, five centimeters laterally from the L5 spinous process19. A

point was also marked bilaterally on the middle third of the tibialis anterior muscle20.

During PPT measurement, the assessor positioned the algometer’s circular probe

(1cm2 in area) perpendicularly to the skin and pressed at a rate of approximately 5

Newtons per second (N/sec). The participants were asked to say ‘stop’ when the

sensation of pressure or discomfort became a clear sensation of pain. Three measures (in

Page 53: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

49

N) were collected for each area at 30-second intervals. The mean of three measures was

used for the data analysis. If the participant did not report pain to a force equivalent to

100N, the test was interrupted and this value was considered the PPT20. For each

participant, the assessor performed two demonstrations of the procedure on the extensor

muscles of the dominant forearm to ensure that they understood the test. If they had any

questions, a third demonstration was performed. For the pain threshold data analysis,

the mean values for the lumbar region and the tibialis anterior muscle were used.

The assessor of the present study performed a preliminary intra-examiner

reliability study for the PPT measurement of the points described above. Ten

participants with chronic low back pain were recruited and assessed on two occasions

with a 48-hour interval. Reliability was considered excellent with an intraclass

correlation coefficient (type 3,3) of 0.95 (95% CI 0.82 to 0.99) and 0.92 (95% CI 0.69

to 0.98) for the tibialis anterior and the lumbar muscles, respectively.

Roland-Morris Disability Questionnaire

The Roland-Morris Disability Questionnaire has been translated and cross-

culturally adapted to the Brazilian population12, and it measures disability levels

associated with low back pain. The questionnaire contains 24 items related to daily

activities that the patients may have difficulty performing due to low back pain. The

more items checked, the greater the disability21. This questionnaire was only applied in

the pre-treatment assessment to describe the participants’ level of disability at baseline.

Global Perceived Effect Scale

The Global Perceived Effect Scale13 is an 11-point scale that ranges from -5

(vastly worse), zero (no change) to +5 (completely recovered). For all of the measures

of perceived global effect, the participants were asked the following question:

“Compared to when this episode first started, how would you describe your back these

Page 54: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

50

days?” Positive scores represent greater recovery and negative scores represent

worsening of the symptoms13.

All measurement instruments were previously translated and cross-culturally

adapted into Brazilian-Portuguese and tested for their measurement properties in

patients with low back pain. Their measurement properties are acceptable and

equivalent to the original versions in English12,22

.

Statistical analysis

The sample size was calculated a priori to detect a difference of 1.0 point for the

outcome pain intensity measured by the Pain Numerical Rating Scale (with an estimated

standard deviation of 1.84 points). A statistical power of 80%, alpha of 5%, and sample

loss of follow-up to 15% were considered, therefore 74 patients were needed per group

(148 total).

Data normality was tested through visual inspection of histograms, and all of the

outcomes had normal distribution. Participant description was performed through

descriptive statistical tests. Assessor blinding was tested with the chi-square test. The

between-group differences and their respective 95% confidence intervals were

calculated through mixed linear models using the interaction terms of time versus

group. These interaction terms are equivalent to the between-group differences (i.e. the

effect of the intervention). We used the software SPSS 18 for the analyses, which were

performed on an intent-to-treat basis.

Ethics approval and clinical trial registration

This study was approved by the Research Ethics Committee of the Universidade

Cidade de São Paulo-UNICID (number PP 13601854 - CAAE 0073.0.186.000-11) and

registered prior to the beginning of data collection at the Brazilian Clinical Trial

Registry (http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ - Registration number RBR-7cb9yc).

Page 55: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

51

Results

Participant recruitment and inclusion was conducted between September 2011

and January 2012. Participant characteristics at baseline are described in Table 1. The

participants were mainly female with a mean age of 46 years, with long-term symptoms

of low back pain (mean duration of symptoms of more than 100 months) and moderate

levels of pain intensity and disability. The demographic characteristics and the

outcomes were similar at baseline. A total of 150 patients were considered for inclusion

and only two were excluded due to low levels of pain intensity (lower than three points

in the Pain Numerical Rating Scale). All participants were followed up. A detailed flow

diagram of the process of recruitment, exclusion, assessment, and intervention is

presented in Figure 3.

Table 1 about here

Figure 3 about here

Both groups improved in terms of pain intensity; however no between-group

statistically significant differences were detected (Table 2). Similarly, there were no

between-group statistically significant differences for pressure pain threshold. No

adverse effects were observed in any of the participants.

Table 2 about here

Assessor blinding was confirmed as the assessor only guessed the correct

location of manipulation in 48.1% of the cases (p=0.92).

Discussion

This study assessed the immediate effects of a single, high velocity manipulation

performed at a specific vertebral level defined during the clinical examination versus at

a non-specific vertebral level (upper thoracic vertebrae) in patients with chronic non-

Page 56: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

52

specific low back pain for the outcomes pain intensity and pressure pain threshold. No

between group differences were observed for both outcomes.

There is high methodological quality evidence to support the use of spinal

manipulative therapy in the treatment of chronic low back pain. This intervention is also

recommended by clinical practice guidelines for the treatment of low back pain6,23 and

other musculoskeletal disorders24. Our study corroborates the positive results of a

systematic review with regards to spinal manipulative therapy in the treatment of low

back pain25, as both groups presented an improvement in pain intensity after treatment.

The results of the present study also question the need for the detailed assessment and

widely recommended specific and targeted treatments advocated by many authors in the

manual therapy field8, given that non-specific manipulation was just as effective as

specific manipulation.

The improvement in pain levels observed in patients who received specific

manipulation can be explained by the vertebral adjustment that might occurred after

manipulation. This adjustment can activate the large-diameter (Aβ) afferent fibers,

which in turn activate local inhibitory circuits in the posterior horn of the spinal cord,

inhibiting the painful afferent stimuli (gate control theory)26,27

. Joint mobilization and

manipulation techniques promoted a decrease in muscle spindle activity and subsequent

reduction in motoneuron excitability and paravertebral muscle spasms28-31

. Spasm

reduction decreases tissue ischemia, thereby reducing nociceptor sensitization and the

afference of nociceptive stimuli at the level of the posterior horn of the spinal cord32.

The manipulation usually activates the serotonin and noradrenergic receptors at the

level of the central nervous system (CNS), promoting the stimulation of descending

inhibitory pathways from the rostral ventromedial medulla and dorsolateral pontine

tegmentum29,32

. Manipulation does not activate γ-aminobutyric acid (GABA) or opioid

Page 57: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

53

receptors of the spinal cord to produce analgesia31. Finally, the improvement in pain

symptoms observed in both groups may also be due to the placebo effect and/or

regression to the mean. The only way to control for these confounding factors would be

to include a “placebo manipulation” group, which is a controversial topic in the

literature33, given that the leading low back pain researchers have not been able to

establish the ideal placebo for vertebral manipulation.

Although there is no preliminary evidence of the effect of manipulation on

thoracic regions for patients with low back pain, there is evidence to support the use of

this technique for the treatment of other joints10, such as the effect of manipulation of

the upper thoracic spine in neck pain34. This study assessed the effect of manipulation of

the upper thoracic spine on range of motion of the cervical spine and in the reduction of

pain intensity in patients manipulated at the thoracic region and found a significant

improvement for both outcomes34. Another study assessed the effect of a thoracic

manipulation to treat shoulder dysfunctions and observed that thoracic manipulation

was effective in treating these dysfunctions in terms of pain and disability35.

In clinical practice, the results of this study could contribute to a reduction in

assessment time and provide manual therapists with an additional treatment option for

lumbar hyperalgesia. As a first option, these patients could receive manipulation at the

distal level of the painful region; given the evidence a thoracic manipulation has a

similar effect on immediate pain relief. Additionally, this option provides more comfort

compared to a manipulation of the painful vertebral area8.

Strengths and limitations of the study

All possible care was taken to ensure that the present study had a low risk of bias

by including adequate randomization procedures, concealed allocation, blinding of the

assessor, similarity at baseline, intent-to-treat analysis, among others. These precautions

Page 58: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

54

were taken using a sample size that would make our conclusions interpretable and valid.

Blinding of the assessor was confirmed by the fact that the assessor was not able to

guess which patients were allocated to the specific and non-specific manipulation

groups. In contrast, it was not possible to blind the therapist or the patients due to the

nature of the interventions, which does not eliminate the risk of bias. Therefore, this

could be interpreted as a limitation of the study.

Suggestions for future studies

The results of this study are restricted to the immediate effects of manipulation

(less than 24 hours), however it is not known whether these effects are maintained over

a longer period of time. Therefore, these results would have to be validated for long-

term treatment. The effects of these techniques could be analyzed to determine their

effect on acute or subacute low back pain. Another possibility for new studies would be

to analyze the extent to which a thoracic spine manipulation would influence low back

mobility, thus elucidating a possible action mechanism for the efficacy of this non-

specific technique.

Page 59: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

55

References

1. Volinn E. The epidemiology of low back pain in the rest of the world. A review

of surveys in low- and middle-income countries. Spine 1997;22:1747-54.

2. van Tulder MW, Koes BW, Bouter LM. A cost-of-illness study of back pain in

The Netherlands. Pain 1995;62:233-40.

3. Dagenais S, Caro J, Haldeman S. A systematic review of low back pain cost of

illness studies in the United States and internationally. Spine J 2008;8:8-20.

4. Walker BF. The prevalence of low back pain: a systematic review of the

literature from 1966 to 1998. J Spinal Disord 2000;13:205-17.

5. Costa LD, Maher CG, Hancock MJ, et al. The prognosis of acute and persistent

low-back pain: a meta-analysis. CMAJ 2012.

6. Airaksinen O, Brox JI, Cedraschi C, et al. Chapter 4. European guidelines for

the management of chronic nonspecific low back pain. Eur Spine J 2006;15 Suppl

2:S192-300.

7. Katz N, Borenstein DG, Birbara C, et al. Efficacy and safety of tanezumab in

the treatment of chronic low back pain. Pain 2011;152:2248-58.

8. Kuchera ML. Applying osteopathic principles to formulate treatment for

patients with chronic pain. J Am Osteopath Assoc 2007;107:ES28-38.

9. Downey BJ, Taylor NF, Niere KR. Manipulative physiotherapists can reliably

palpate nominated lumbar spinal levels. Man Ther 1999;4:151-6.

10. Pickar JG. Neurophysiological effects of spinal manipulation. Spine J

2002;2:357-71.

11. Waddell G. The Back Pain Revolution. 2 ed. London: Churchill Livingstone,

2004.

12. Costa LO, Maher CG, Latimer J, et al. Clinimetric testing of three self-report

outcome measures for low back pain patients in Brazil: which one is the best? Spine

2008;33:2459-63.

13. Kamper SJ, Maher CG, Mackay G. Global rating of change scales: a review of

strengths and weaknesses and considerations for design. J Man Manip Ther

2009;17:163-70.

14. Nusbaum L, Natour J, Ferraz MB, et al. Translation, adaptation and validation

of the Roland-Morris questionnaire--Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res

2001;34:203-10.

15. Herbert R JG, Mead J, Hagen KB. Practical Evidence-Based Physiotherapy ed.

London: Elsevier's Health Sciences, 2005.

Page 60: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

56

16. Degenhardt BF, Johnson JC, Snider KT, et al. Maintenance and improvement of

interobserver reliability of osteopathic palpatory tests over a 4-month period. J Am

Osteopath Assoc 2010;110:579-86.

17. Degenhardt BF, Snider KT, Snider EJ, et al. Interobserver reliability of

osteopathic palpatory diagnostic tests of the lumbar spine: improvements from

consensus training. J Am Osteopath Assoc 2005;105:465-73.

18. Stovall BA, Kumar S. Reliability of bony anatomic landmark asymmetry

assessment in the lumbopelvic region: application to osteopathic medical education. J

Am Osteopath Assoc 2010;110:667-74.

19. Meeus M, Roussel NA, Truijen S, et al. Reduced pressure pain thresholds in

response to exercise in chronic fatigue syndrome but not in chronic low back pain: an

experimental study. J Rehabil Med 2010;42:884-90.

20. O'Neill S, Kjaer P, Graven-Nielsen T, et al. Low pressure pain thresholds are

associated with, but does not predispose for, low back pain. Eur Spine J 2011;20:2120-

5.

21. Costa LO, Maher CG, Latimer J, et al. Psychometric characteristics of the

Brazilian-Portuguese versions of the Functional Rating Index and the Roland Morris

Disability Questionnaire. Spine (Phila Pa 1976) 2007;32:1902-7.

22. Kinser AM, Sands WA, Stone MH. Reliability and validity of a pressure

algometer. J Strength Cond Res 2009;23:312-4.

23. American Osteopathic Association guidelines for osteopathic manipulative

treatment (OMT) for patients with low back pain. J Am Osteopath Assoc 2010;110:653-

66.

24. Posadzki P, Ernst E. Osteopathy for musculoskeletal pain patients: a systematic

review of randomized controlled trials. Clin Rheumatol 2011;30:285-91.

25. Licciardone JC, Brimhall AK, King LN. Osteopathic manipulative treatment for

low back pain: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.

BMC Musculoskelet Disord 2005;6:43.

26. Guyton AC. Textbook of Medical Physiology. 9 ed: W B Saunders Co, 1996.

27. Colloca CJ, Keller TS. Stiffness and neuromuscular reflex response of the

human spine to posteroanterior manipulative thrusts in patients with low back pain. J

Manipulative Physiol Ther 2001;24:489-500.

28. Dishman JD, Bulbulian R. Spinal reflex attenuation associated with spinal

manipulation. Spine (Phila Pa 1976) 2000;25:2519-24.

29. Bialosky JE, Bishop MD, Robinson ME, et al. The influence of expectation on

spinal manipulation induced hypoalgesia: an experimental study in normal subjects.

BMC Musculoskelet Disord 2008;9:19.

Page 61: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

57

30. Bulbulian R, Burke J, Dishman JD. Spinal reflex excitability changes after

lumbar spine passive flexion mobilization. J Manipulative Physiol Ther 2002;25:526-

32.

31. Frey Law LA, Evans S, Knudtson J, et al. Massage reduces pain perception and

hyperalgesia in experimental muscle pain: a randomized, controlled trial. J Pain

2008;9:714-21.

32. Sluka KA, Milosavljevic S. Mechanisms and management of pain for the

physical therapist ed: IASP, 2009.

33. Hancock MJ, Maher CG, Latimer J, et al. Selecting an appropriate placebo for a

trial of spinal manipulative therapy. Aust J Physiother 2006;52:135-8.

34. Krauss J, Creighton D, Ely JD, et al. The immediate effects of upper thoracic

translatoric spinal manipulation on cervical pain and range of motion: a randomized

clinical trial. J Man Manip Ther 2008;16:93-9.

35. Mintken PE, Cleland JA, Carpenter KJ, et al. Some factors predict successful

short-term outcomes in individuals with shoulder pain receiving cervicothoracic

manipulation: a single-arm trial. Phys Ther 2010;90:26-42.

Page 62: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

58

Figure 1 - Palpation test in the transverse plane to assess ERS.

Figure 2 - Palpation test in the transverse plane to assess FRS.

Page 63: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

59

Figure 3- Trial flow diagram.

Page 64: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

60

Table 1- Demographic characteristics of the participants at baseline.

Variables Non-specific manipulation

Specific manipulation

Age (years) 45.95 (12.30) 46.32 (10.22)

Hight (meters) 1.64 (0.10) 1.63 (0.68) Body mass (Kilograms) 74.84 (13.93) 75.45 (16.42) Duration of symptoms (months) 103.82 (112.07) 112.47 (125.55) Gender

Female

Male

50 (67.6)

24 (32.4)

59 (79.7)

15 (20.3)

Marital status Single

Married

Divorced

Widow

10 (13.5)

54 (73)

4 (5.4)

6 (8.1)

6 (8.1)

56 (75.7)

9 (12.2)

3 (4.1)

Education status Elementary degree (incomplete)

Elementary degree (complete)

High school

Graduate

Post graduate

1 (1.4)

32 (43.2)

22 (29.7)

18 (24.3)

1 (1.4)

2 (2.7)

36 (48.6)

23 (31.1)

12 (16.2)

1 (1.4)

Smoking status Yes

No

12 (16.2)

62 (83.8)

10 (13.5)

64 (86.5)

Disability (RMDQ 0-24) 9.36 (5.68) 11.26 (5.69)

Global impression of recovery (GPE -5 to +5) 0.74 (2.77) -0.12 (2.91)

Outcomes

Pain Intensity (NRS 0-10) 5.95 (2.20) 6.07 (2.12)

Pressure pain threshold (Newtons) Lumbar spine

48.90 (23.99)

49.63 (19.46)

Tibialis anterior 61.11 (19.55) 60.21 (22.36)

Categorical variables are expressed as number (%), continuous variables are expressed as mean (SD)

RMDQ (Roland Morris Disability Questionnaire); GPE (Global Perceived Effect); NRS (Pain Numerical Rating Scale).

Page 65: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

61

Table 2- Unadjusted mean (SD) and adjusted mean difference (95% confidence intervals) for pain intensity and pressure pain threshold.

Unadjusted mean (SD) Specific versus non-specific manipulation

Outcomes Specific

manipulation Non-specific manipulation

Adjusted mean differences (95% CI)

p

Pain Intensity

Baseline 6.07 (2.12) 5.95 (2.20)

After treatment 4.16 (2.34) 4.54 (2.25) 0.50 (-0.10 to 1.10) 0.10

Pressure Pain Threshold (lumbar levels)

Baseline 48.90 (23.99) 49.63 (19.46)

After treatment 51.49 (20.23) 52.55 (24.77) -1.78 (-6.40 to 2.82) 0.44

Pressure Pain Threshold (Tibialis anterior)

Baseline 61.11 (19.55) 60.21 (22.36)

After treatment 63.34 (19.94) 61.25 (22.10) 1.19 (-2.60 to 4.98) 0.53

Primary outcome is highlighted in grey. Positive estimates indicate improvement in favour of specific

manipulation while negative estimates indicate improvement for non-specific manipulation.

Page 66: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

62

CONSORT 2010 checklist of information to include when reporting a randomised trial*

Section/Topic Item No Checklist item

Reported on

page No

Title and abstract 1a Identification as a randomised trial in the title 1

1b Structured summary of trial design, methods, results, and conclusions

(for specific guidance see CONSORT for abstracts)

2

Introduction 2a Scientific background and explanation of rationale 3 Background and

objectives 2b Specific objectives or hypotheses 4

Methods 3a Description of trial design (such as parallel, factorial)

including allocation ratio

4 Trial design

3b Important changes to methods after trial commencement

(such as eligibility criteria), with reasons

4

4a Eligibility criteria for participants 4 Participants

4b Settings and locations where the data were collected 5

Interventions 5 The interventions for each group with sufficient details to allow replication,

including how and when they were actually administered

6

6a Completely defined pre-specified primary and secondary outcome measures,

including how and when they were assessed

8 Outcomes

6b Any changes to trial outcomes after the trial commenced, with reasons n/a

7a How sample size was determined 10 Sample size

7b When applicable, explanation of any interim analyses and stopping guidelines n/a

Randomisation:

8a Method used to generate the random allocation sequence 5 Sequence generation

8b Type of randomisation; details of any restriction

(such as blocking and block size)

5

Allocation concealment

mechanism

9 Mechanism used to implement the random allocation sequence

(such as sequentially numbered containers), describing any steps taken to

conceal the sequence until interventions were assigned

5

Implementation 10 Who generated the random allocation sequence, who enrolled participants,

and who assigned participants to interventions

5

11a If done, who was blinded after assignment to interventions

(for example, participants, care providers, those assessing outcomes) and how

8 Blinding

11b If relevant, description of the similarity of interventions 8

12a Statistical methods used to compare groups for primary and secondary

outcomes

10 Statistical methods

12b Methods for additional analyses, such as subgroup analyses and adjusted

analyses

10

Results 13a For each group, the numbers of participants who were randomly assigned,

received intended treatment, and were analysed for the primary outcome

20 Participant flow

(a diagram is strongly

recommended) 13b For each group, losses and exclusions after randomisation, together with

reasons

20

14a Dates defining the periods of recruitment and follow-up 11 Recruitment

14b Why the trial ended or was stopped 11

Baseline data 15 A table showing baseline demographic and clinical characteristics for each

group

21

Numbers analysed 16 For each group, number of participants (denominator) included in each

analysis and whether the analysis was by original assigned groups

11

Page 67: EFEITOS IMEDIATOS DA TERAPIA MANIPULATIVA VERTEBRAL ESPECÍFICA OU ...arquivos.cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/mestrado... · realizadas em um nível vertebral específico

63

17a For each primary and secondary outcome, results for each group, and the

estimated effect size and its precision (such as 95% confidence interval)

22 Outcomes and estimation

17b For binary outcomes, presentation of both absolute and relative effect sizes is

recommended

22

Ancillary analyses 18 Results of any other analyses performed, including subgroup analyses and

adjusted analyses, distinguishing pre-specified from exploratory

n/a

Harms 19 All important harms or unintended effects in each group (for specific

guidance see CONSORT for harms)

12

Discussion Limitations 20 Trial limitations, addressing sources of potential bias, imprecision, and, if

relevant, multiplicity of analyses

14

Generalisability 21 Generalisability (external validity, applicability) of the trial findings 14

Interpretation 22 Interpretation consistent with results, balancing benefits and harms, and

considering other relevant evidence

13

Other information

Registration 23 Registration number and name of trial registry 11

Protocol 24 Where the full trial protocol can be accessed, if available 11

Funding 25 Sources of funding and other support (such as supply of drugs), role of

funders

11

*We strongly recommend reading this statement in conjunction with the CONSORT 2010 Explanation and

Elaboration for important clarifications on all the items. If relevant, we also recommend reading CONSORT

extensions for cluster randomised trials, non-inferiority and equivalence trials, non-pharmacological treatments,

herbal interventions, and pragmatic trials. Additional extensions are forthcoming: for those and for up to date

references relevant to this checklist, see www.consort-statement.org.

Nota: os números de página dessa tabela se referem aos números de página do artigo submetido, não das

páginas dessa dissertação. A Physical Therapy exige o envio desse checklist junto com os demais documentos

de submissão.