Efeitos do laser terapêutico na fadiga muscular induzida ...
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Renata Luri Toma
Efeitos do laser terapêutico na fadiga muscular
induzida por exercício físico em mulheres idosas
Santos
2012
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de São Paulo para obtenção do título
de Mestre no Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Renata Luri Toma
Efeitos do laser terapêutico n a fadiga muscular
induzida por exercício físico em mulheres idosas
Orientadora: Profa. Dra. Ana Cláudia Muniz Renno
Co-orientadora: Profa. Dra. Hanna Karen Moreira Antunes
Profa. Dra. Helga Tatiana Tucci
Santos
2012
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de São Paulo para obtenção do título
de Mestre no Programa de Pós-Graduação
Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Toma, Renata Luri
Efeitos do laser terapêutico na fadiga muscular induzida por exercício físico em mulheres
idosas/ Renata Luri Toma. --Santos, 2012.
xv, 70f.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de São Paulo. Programa de Pós graduação
em Interdisciplinar em Ciências da Saúde.
Título em inglês: Effect of 808 nm low level laser therapy in exercise-induced skeletal
muscle fatigue in elderly women.
1.Envelhecimento. 2.Fadiga. 3.Terapia laser de baixa intensidade.
4. Eletromiografia.
RENATA LURI TOMA
Efeitos do laser terapêutico na fadiga muscular
induzida por exercício físico em mulheres idosas
Presidente da banca: Profa. Dra. Ana Cláudia Muniz Rennó
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Mariana Chavez Aveiro
Profa. Dra. Patricia Driusso
Profa. Dra. Cristiane Rodriguez Pedroni
Aprovada em: 30/03/2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
CAMPUS BAIXADA SANTISTA
DEPARTAMENTO DE BIOCIÊNCIAS
Chefe de Departamento: Prof. Dr. Odair Aguiar Júnior
Coordenador do Curso de Pós Graduação: Prof. Dr. Daniel Araki Ribeiro
Agradecimentos
Agradeço à minha família por todo carinho e paciência.
À Profa. Dra. Ana Claúdia que torna possível os projetos que almejo e continua
a confiar em meu trabalho. Agradeço pela parceria e amizade construída.
À Profa. Dra. Helga Tatiana que me ensinou o valor de ser persistente e
dedicada.
À Profa.Dra. Hanna Karen que me orientou e a todo momento se mostrou
solícita em me ensinar.
À todas as professoras que nos auxiliaram e agregaram muito à construção
desse projeto.
Aos alunos de graduação que participaram do projeto. A convivência foi muito
boa e o aprendizade gigante!
Aos meus queridos amigos (Juliana, Kelly, Renato, Renan e Victor) que me
incentivaram a continuar trabalhando mesmo nos momentos mais difíceis e
tornaram o trabalho no laboratório muito mais divertido!
Ao meu namorado, Fábio, por estar ao meu lado e me incentivar a todo
momento.
Lista de abreviaturas e siglas
% Porcentagem
LLLT Low level laser therapy
IL-6 Interleucina 6
TNF Fator de necrose tumoral
IL-1 Interleucina 1
MHC Miosina cadeia pesada
Ca²+ Cálcio
ATP Adenosina trifosfato
SNC Sistema Nervoso Central
SNP Sistema Nervoso Periférico
RS Retículo Sarcoplasmático
SEMG Eletromiografia de Superfície
Ph Potencial hidrogeniônico
K+ Potássio
J/cm² Joules por centímetro quadrado
HeNe Hélio Neônio
Nm Nanômetros
CK Creatina quinase
EVA Escala visual analógica de dor
IMC Índice de massa corpórea
1-RM 1 Repetição máxima
Hz Hertz
GΩ Gigaohm
V Volts
kHz Quilohertz
Db Decibel
Mm Milímetros
Ag Prata
cm² Centímetros quadrados
mW Miliwatts
AsGaAl Arseneto- Gálio-Alumínio
° Graus
IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física
J Joule
FFT Transformada Rápida de Fourier
EMG Eletromiografia
CIVM Contração isométrica voluntária máxima
Fmed Frequência mediana
Lista de figuras
Figura 1 Equipamento Myostem Br-1.(DataHominis Tecnologia
Ltda., Uberlândia, MG, Brasil)..........................................19
Figura 2 Eletrodos de superfície simples diferencial (EMG System
do Brasil, São José dos Campos, SP, Brasil)..................20
Figura 3 Eletrodo de referência - face posterior (BIO-Logic,
Campinas, SP, Brasil)......................................................20
Figura 4 Eletrodo de referência - superfície de contato (BIO-Logic,
Campinas, SP, Brasil)......................................................21
Figura 5 Aparelho laser DMC, São Carlos, SP, Brasil....................22
Figura 6 Cronograma da coleta de dados......................................25
Figura 7 Visor do aparelho laser....................................................27
Figura 8 Localização dos pontos....................................................28
Figura 9 Processamento e janelamento do sinal eletromiográfico da
CIVM de 30 segundos (Fmed1).......................................30
Figura 10 Processamento e janelamento do sinal eletromiográfico da
CIVM de 30 segundos (Fmed2).......................................31
Figura 11 Processamento e janelamento do sinal eletromiográfico da
CIVM de 30 segundos (Fmed3).......................................32
Figura 12 Sinal Eletromiográfico da coleta de 5segundos...............33
Figura 13 Perfis médios observados para a variável “Inclinação da
reta”...................................................................................35
Lista de tabelas
Tabela 1 – Médias da variável “inclinação de reta”........................................36
Tabela 2 – Medidas descritivas da variável “número de repetições”.............36
Sumário Dedicatória
Agradecimentos
Listas
Resumo
1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 1
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................... 2
2.1.ENVELHECIMENTO ............................................................................................................................ 2
2.2. ALTERAÇÕES FUNCIONAIS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO .................................................... 3
2.3. FADIGA MUSCULAR ......................................................................................................................... 5
2.4. FADIGA PERIFÉRICA ........................................................................................................................ 6
2.5. ANÁLISE DE FADIGA ........................................................................................................................ 8
2.5.1. Eletromiografia de Superfície (SEMG) .......................................................................... 8
2.6. LASER TERAPÊUTICO DE BAIXA POTÊNCIA (LLLT) ...................................................................... 10
3. OBJETIVO ..................................................................................................................................... 15
3.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ............................................................................................................. 15
4.MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................................ 16
4.1. AMOSTRA ...................................................................................................................................... 16
4.2. AVALIAÇÃO INICIAL ....................................................................................................................... 17
4.2.1 Teste de Dominância de Membros Inferiores ............................................................ 17
4.2.2 Teste de 1-RM ..................................................................................................................... 18
4.3 EQUIPAMENTOS .............................................................................................................................. 19
4.3.1 ELETROMIÓGRAFO E PROGRAMA ............................................................................................... 19
4.3.2 Eletrodos ............................................................................................................................. 20
4.3.3 Laser terapêutico .............................................................................................................. 21
4.4 PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE FADIGA ...................................................................................... 22
4.5. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ................................................................................................... 23
4.6 PROCEDIMENTO E COLETA DOS DADOS ........................................................................................ 24
4.7 ELETROMIOGRAFIA ......................................................................................................................... 25
4.8 PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE FOTOESTIMULAÇÃO LASER ...................................................... 26
4.9 ANÁLISE DE DADOS ....................................................................................................................... 28
4.10 ANÁLISE ESTATÍSTICA ................................................................................................................. 33
5. RESULTADOS .............................................................................................................................. 34
6. DISCUSSÃO .................................................................................................................................. 37
7. CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 41
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 47
Abstract
Apêndice
Resumo O envelhecimento envolve diversas alterações estruturais do corpo que podem levar ao declínio da função. Entre essas alterações, a sarcopenia está diretamente relacionada ao prejuízo das habilidades motoras e envolve a perda de massa e força muscular. Pesquisas demonstram que indivíduos idosos apresentam maior fatigabilidade devido a essas alterações fisiológicas. A fadiga muscular está relacionada à incapacidade de manutenção de força, controle motor e dor muscular. Diante disso, pesquisas têm estudado esse fenômeno propondo terapias capazes de atenuar seus efeitos deletérios. O laser, por seu efeito biomodulatório, apresenta-se como um recurso promissor capaz de retardar o início da fadiga durante o exercício. Assim, esse estudo analisou os efeitos do laser de baixa intensidade (AsGaAl, 808nm, 250J/cm²) no processo de fadiga muscular induzida no quadríceps femoral de mulheres idosas. Para isso, vinte e quatro idosas entre 60 e 70 anos foram randomizadas em duas sessões experimentais com intervalo de sete dias entre elas. As sessões consistiram em terapia laser ativa ou placebo seguida de protocolo de fadiga. O protocolo de fadiga envolveu a realização do exercício de flexo-extensão de joelhos com carga de 75% 1RM durante 1 minuto. A análise da fadiga muscular periférica foi realizada através da eletromiografia de superfície (SEMG) em ambas as sessões. Os valores de frequência mediana pré e pós-protocolo de fadiga foram utilizados para o cálculo do coeficiente de inclinação da reta. O número de repetições de flexo-extensão de joelho foi comparado entre as sessões laser e placebo. Para comparação dos coeficientes de inclinação de reta entre as sessões laser ativo e placebo foi utilizado o teste de análise de variância para medidas repetidas para experimentos em crossover. O número de repetições foi analisado através do teste t-Student. Os resultados não demonstraram diferença na variável inclinação de reta entre as sessões laser ativo e placebo (p=0,293). Entretanto, houve diferença significativa do número de repetições entre os grupos, sendo que quando submetidas à sessão laser ativo, as idosas realizaram um maior número de repetições se comparado à sessão com laser placebo (p=0,047). Os resultados desse estudo demonstram que a terapia laser não retardou o aparecimento da fadiga muscular, mas foi eficaz em aumentar o número de repetições durante o exercício de flexo-extensão de joelho em mulheres idosas. Palavras Chave: envelhecimento, fadiga muscular, terapia laser de baixa intensidade, eletromiografia
1
1.Introdução
O crescimento da população idosa é um fenômeno mundial e está
ocorrendo em um nível sem precedentes. O processo de envelhecimento envolve
uma série de alterações estruturais e funcionais no organismo que levam ao
declínio da função como a perda das habilidades motoras (CAROMANO, 1998).
Dentre essas alterações, destaca-se a sarcopenia que é apontada como um dos
fatores intimamente relacionados à alta prevalência de incapacidade e
dependência funcional em idosos (RUTHERFORD & JONES, 1992).
A sarcopenia associada ao envelhecimento é um processo lento e
progressivo. Pesquisas relatam redução de 40 a 50% da massa muscular
principalmente em membros inferiores, entre os 20 e 80 anos, com declínio mais
acentuado após os 65 anos (DOHERTY, 2003; JANSSEN et al., 2000).
Alguns fatores responsáveis pela sarcopenia envolvem a deterioração do
processo de remodelagem das unidades motoras que leva à degeneração
irreversível das fibras musculares e das placas terminais. Além disso, há a perda
da quantidade de motoneurônios α, e assim, idosos apresentam menores
quantidades de unidades motoras (DAVIDINI & NUNES, 2003).
No sistema musculoesquelético senil, além das alterações nas unidades
motoras também há a diminuição do aporte sanguíneo muscular (DOHERTY,
2003; DUTTA, 1997) levando a um aumento na fatigabilidade em indivíduos
idosos (MCNEIAL, 2007; BAUDRY et al, 2007). A fadiga muscular pode gerar
diminuição de força muscular, comprometimento do controle motor, aumento de
dor e consequente declínio do desempenho muscular durante o treinamento
(ALLEN et al., 2008; GREEN, et al., 2000).
Diante desses efeitos gerados pela fadiga, estudos têm se concentrado em
propor técnicas que os atenuem proporcionando assim um melhor desempenho
2
ao se realizar os exercícios (LEAL JR. et al., 2010; LEAL JR. et al, 2009a, b, c).
Entre esses recursos, o laser de baixa intensidade (LLLT) vem se destacando
como um importante instrumento capaz de atenuar os efeitos da fadiga (LEAL
JUNIOR et al, 2010; LEAL JUNIOR et al., 2009a,b,c).
Pesquisas têm sugerido que a terapia laser de baixa intensidade atuaria
sobre a bioenergética muscular favorecendo diminuição nas concentrações de
lactato sanguíneo e de marcadores inflamatórios como a creatina quinase,
atrasando o desenvolvimento da fadiga muscular e possibilitando um melhor
desempenho muscular durante o exercício (LEAL JUNIOR et al., 2009a; LEAL
JUNIOR et al, 2010; VIERA et al, 2006, 2009). Em idosos esses efeitos do laser
associados a um programa de treinamento de força proporcionariam benefícios
como um maior desempenho muscular e menor tempo de recuperação muscular
entre as sessões de treinamento. Isso ainda poderia repercutir em uma menor
tendência às quedas e, assim, melhoria na qualidade de vida.
2.Revisão Bibliográfica
2.1.Envelhecimento
O Estatuto do Idoso (2003) considera idoso, o indivíduo com idade igual ou
superior a 60 anos. A projeção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
para a participação relativa da população brasileira com 60 anos ou mais foi de
9,49% para 2008 e 29,75% para 2050, sendo que a expectativa de vida para este
mesmo período varia entre 72,78 a 80,97 anos de idade (IBGE, 2008). Assim, a
compreensão das alterações fisiológicas que ocorrem com o envelhecimento e as
3
condições que permitem uma boa qualidade de vida na terceira idade são de
grande importância científica e social (FLECK et al., 2003).
Durante o envelhecimento, o corpo sofre alterações estruturais e funcionais
que podem levar ao prejuízo no desenvolvimento das habilidades motoras e à
deterioração da saúde (CAROMANO, 1998). Pesquisas demonstram maior
prevalência de incapacidade e dependência funcional em idosas (RICE,1992;
GURALNIK, 1995; FRIED, 1997). A partir dos 60 anos, 56% das mulheres
brasileiras apresentarão leve incapacidade funcional com dificuldade em caminhar
aproximadamente um quilômetro, 32% irão apresentar uma moderada
incapacidade com dificuldade para caminhar 100 metros e 18% irão viver com
severa incapacidade funcional com dificuldade para comer, tomar banho e ir ao
banheiro com autonomia (CAMARGOS et al., 2008). Dentro deste contexto é
importante que sejam criadas políticas eficazes que promovam a saúde e
qualidade de vida ao idoso.
2.2. Alterações funcionais associadas ao envelhecimento
O processo de envelhecimento envolve diversas alterações estruturais e
funcionais que levam à diminuição da capacidade física do indivíduo. Dentre essas
alterações destaca-se a sarcopenia, termo utilizado para descrever o processo de
perda de massa e força muscular (CAROMANO, 1998).
A sarcopenia associada ao envelhecimento é um processo lento e
progressivo, no qual múltiplos fatores inter-relacionados contribuem para seu
desenvolvimento e progressão (DOHERTY, 2003). Pesquisas relatam redução de
40 a 50% da massa muscular entre os 20 e 80 anos, com declínio mais acentuado
após os 65 anos, particularmente em membros inferiores (DOHERTY, 2003;
JANSSEN et al., 2000).
4
Esse processo decorre da complexa interação de distúrbios de inervação,
redução de hormônios, aumento de mediadores inflamatórios e alterações da
ingestão protéico-calórica (SILVA et al., 2006). No envelhecimento há perda da
quantidade de motoneurônios α; assim, indivíduos idosos apresentam menores
quantidades de unidades motoras (DAVIDINI & NUNES, 2003).
As fibras do tipo I demonstram ser mais resistentes à atrofia associada ao
envelhecimento se comparadas às fibras tipo II que apresentam redução de 20 a
50% da área relativa com o processo de envelhecimento (LARSSON et al., 1978;
LEXELL et al., 1992). A degeneração neuronal parece ser um dos fatores
responsáveis por estas alterações (DOHERTY, 2003).
Outro fator que está associado à sarcopenia envolve a redução ou
resistência às substâncias anabólicas no músculo (KAMEL et al., 2002). No tecido
muscular, os androgênios estimulam a síntese protéica e o recrutamento das
células satélite (SILVA et al., 2006).
Paralelamente à queda de hormônios, há o aumento de estímulos
catabólicos em idosos, que tem sido apontado como uma provável causa de
redução da massa muscular. A produção de citocinas pró-inflamatórias como a
interleucina 6 (IL-6), fator de necrose tumoral (TNF-α) e interleucina 1 (IL-1) pode
estimular a perda de aminoácidos e incrementar a quebra de proteínas das fibras
musculares (ROUBENOFF & HUGHES, 2000).
Além dessas alterações metabólicas, outras alterações ocorrem no sistema
músculo-esquelético senil, entre estas, destaca-se a diminuição do aporte
sanguíneo muscular. Assim, a diminuição de fluxo sanguíneo nas fibras
musculares, a degeneração e perda da capacidade de remodelagem das unidades
motoras, a queda de hormônios anabólicos e o aumento de estímulos catabólicos
se somam e contribuem com um estado de maior vulnerabilidade fisiológica
relacionada à idade (SILVA, et al. 2006; DOHERT, 2003; DUTTA, 1997).
5
Dentro desse contexto, estudos compararam a fadiga em indivíduos jovens
e idosos e, relataram maior fatigabilidade em indivíduos idosos (MCNEIAL,2007;
BAUDRY et al., 2007).
A fadiga muscular está relacionada à diminuição da força muscular,
comprometimento do controle motor e consequente dor muscular (ALLEN et al.,
2008; GREEN, et al., 2000). Considerando a importância da manutenção da força
muscular e controle motor para o equilíbrio e a diminuição de riscos de quedas em
idosos é relevante o estudo da fadiga nessa população.
2.3. Fadiga muscular
A fadiga muscular pode ser definida como a condição em que um músculo
não é mais capaz de gerar ou sustentar a produção de força esperada, com
consequente declínio do desempenho, sendo um fenômeno relativamente comum
na população. (MERLETTI et al., 1999). Ela pode ocorrer durante contrações
musculares dinâmicas e estáticas, e toda vez que um exercício de alta ou baixa
intensidade é executado por um determinado período de tempo (KISNER &
COLBY, 1999).
Diversos fatores influenciam esse fenômeno como a intensidade e duração
da atividade contrátil, a composição do músculo, a condição da fibra muscular
utilizar metabolismo aeróbio ou anaeróbio e o nível de condicionamento físico do
indivíduo (CORRÊA et al.,2006).
Em relação à composição muscular, as fibras musculares apresentam
diferenças que determinam seu perfil metabólico, como por exemplo, diferença na
expressão da isoforma miosina cadeia pesada (MHC), na densidade de bombas
de cálcio (Ca²+) e na concentração de mitocôndrias. Em fibras tipo II há expressão
de isoforma MHCII com capacidade de consumo de ATP mais rápido se
6
comparada à isoforma MHCI presente em fibras tipo I. Fibras tipo II também
apresentam densidade populacional de bombas de Ca²+ muito maior se
comparada às fibras lentas e uma menor capacidade oxidativa devido à menor
concentração de mitocôndrias (BOTINELLI & REGGIANI, 2000; PERIASAMY &
KALYANASUNDARAM, 2007; WESTERBLAD et al, 2010).
Todas essas particularidades existentes na composição do músculo e seu
perfil metabólico caracterizam as fibras tipo II como grandes consumidoras de
energia que dependem principalmente do metabolismo anaeróbico e são mais
aptas às atividades de curta duração e alta intensidade, enquanto as fibras do tipo
I são caracterizadas como conservadoras de energia e altamente oxidativas, o que
beneficia atividades prolongadas de baixa intensidade e as tornam mais
resistentes à fadiga (WESTERBLAD et al., 2010).
De forma sucinta, a fadiga resulta de uma interrupção na cadeia de eventos
entre o sistema nervoso central e a fibra muscular durante a realização de um
exercício, que pode ser decorrente de uma fadiga central ou periférica, ou da
combinação dos tipos de fadiga (ASCENSÃO et al., 2003). A falha em manter a
força máxima inicial depende da fadiga periférica que ocorre distal ao ponto de
estimulação nervosa e da fadiga central resultante de uma falha na ativação
muscular voluntária (GANDEVIA, 2001). O mecanismo de fadiga central se refere
a uma localização proximal ao neurônio motor no sistema nervoso central (SNC) e
um mecanismo periférico envolve as unidades motoras, isto é, motoneurônios
anteriores, placas motoras terminais e fibras musculares (MCARDLE et al., 2003).
2.4. Fadiga Periférica
A fadiga periférica pode ser explicada por uma combinação de fatores que
incluem distúrbios nos mecanismos contráteis do músculo devido à diminuição da
7
disponibilidade de substratos energéticos, oxigênio insuficiente e acúmulo de
ácido lático (ASCENSÃO et al., 2003).
A diminuição da disponibilidade de substratos energéticos durante o
exercício é a hipótese clássica postulada para justificar a fadiga (DAVIS & FITTS,
2001; SAHLIN et al, 2008; SAHLIN, 1992). A redução significativa no conteúdo de
glicogênio das fibras musculares ativas se relaciona à fadiga durante o exercício
prolongado de alta intensidade (BALDWIN et al., 1999; FEBBRAIO & DANCEY,
1999). Pode ocorrer até mesmo com uma quantidade suficiente de oxigênio
disponível para gerar energia através das vias aeróbicas. A depleção de
fosfocreatina e o declínio no reservatório total do nucleotídeo adenina, que
refletem uma disparidade entre o suprimento e a demanda de adenosina trifosfato
(ATP) também acompanham o estado de fadiga no exercício submáximo
prolongado em indivíduos destreinados (BALDWIN et al, 1999).
A diminuição da liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático (RS) e o
decréscimo da concentração intracelular ou mioplasmática de cálcio é outro
mecanismo intracelular responsável pela fadiga. Durante o exercício intenso e de
curta duração, reduções na liberação de Ca²+ pelo RS comprometem a tensão
desenvolvida pelas fibras musculares (ØRTENBLAD et al., 2000; FEBBRAIO &
DANCEY, 1999; ALLEN et al., 1995).
A falta de oxigênio e o maior nível de lactato sanguíneo e muscular se
relacionam à acidose metabólica no exercício de alta intensidade e curta duração.
A acidose ocorre como consequência da decomposição anaeróbica de unidades
de glicosil de lactato e íons de hidrogênio, e acarreta uma alteração no meio
ambiente celular. Classicamente, a acidose foi considerada como o fator mais
importante relacionado à disfunção contrátil nos músculos (ASCENSÃO et al.,
2003).
A fadiga pode então se manifestar como uma diminuição da produção de
força isométrica, velocidade de encurtamento reduzido, relação força-velocidade
8
alterada, e retardo do tempo de relaxamento (JONES et al., 2006; ALLEN et al.,
1995).
2.5. Análise de Fadiga
2.5.1. Eletromiografia de Superfície (SEMG)
A SEMG é um método não-invasivo de monitoramento da atividade
muscular (VANICEK et al., 2004). O sinal mioelétrico é composto de um padrão de
interferência dos potenciais de ação de todas as unidades motoras ativas
localizadas abaixo do sítio de captação do eletrodo. As unidades motoras
apresentam potenciais de ação diferentes e diferem na forma e velocidade de
condução (BOTTER et al., 2009; AZEVEDO, 2007; GARCIA et al., 2004;
ALBUQUERQUE & THESLEFF, 1968; LUFF & ATWOOD, 1972).
Em fibras de contração lenta as unidades motoras tendem a ser menores e
em músculos com composição maior de fibras rápidas, as unidades motoras
tendem a ser maiores (MCPHEDRAN et al., 1965a; MCPHEDRA et al., 1965b).
Além disso, as unidades motoras menores possuem diâmetro axonal menor, o que
resulta em uma velocidade de potencial de ação mais lenta (BAWA et al., 1984).
Estes aspectos fisiológicos das fibras musculares interferem no espectro de
frequência do sinal eletromiográfico, que contém as informações sobre o tipo das
unidades motoras ativas durante a tarefa avaliada. Os valores de frequência
mediana (Fmed) são influenciados, por exemplo, pelo recrutamento das unidades
motoras e pelo processo de fadiga muscular (OLIVEIRA et al., 2005; WAKELING,
2004; BRODY et al., 1991).
Dentro desse contexto, a Fmed tem sido amplamente utilizada para
caracterizar a fadiga muscular periférica (SILVA et al., 2005; KARRLSON et al.,
2003; KAY et al., 2000; BONATO et al., 2001 ; DE LUCA, 1997; KRIVICKAS et al.,
9
1997). A fadiga eletromigráfica é causada pela progressiva e contínua atividade
muscular voluntária gerando alteração da amplitude e duração dos potenciais de
ação (BIGLAND-RITCHIE et al., 1981). De Luca (2008, 1997) a define pela
compressão do espectro de frequência, ou seja, aumento de componentes de
baixa frequência e redução de componentes de alta frequência (DE LUCA,
2008,1997).
Assim, a contração muscular contínua leva ao aumento da amplitude e
duração dos potenciais eletromiográficos devido ao processo de recrutamento por
somação das unidades motoras (CORRÊA et al., 2006; BIGLAND-RITCHIE et al.,
1981). Ainda, esse recrutamento envolve um maior número de fibras de baixa
frequência e menor recrutamento de fibras de alta frequência (DE LUCA, 2008;
SILVA et al., 2005; GARCIA et al, 2004; KAY et al., 2000; BONATO et al.,
2001;MIYASHITA et al., 1981; MASUDA et al., 1989).
O desvio da frequência mediana para zonas de baixa frequência durante o
processo de fadiga é influenciado pela diminuição da velocidade de condução do
potencial de ação (DE LUCA, 2008; POTVIN, 1997), que ocorre em resposta às
alterações fisiológicas causadas pela fadiga como o aumento nas concentrações
de ácido láctico durante o exercício e consequente diminuição do pH celular,
alterando a permeabilidade da membrana celular (DE LUCA, 2008; GARCIA et al,
2004; MASUDA et al.,1999; DE LUCA & BASMAJIAN,1985).
Dessa forma, o espectro de frequência é reconhecido como um método de
análise eletromiográfica útil para análise de fadiga, principalmente em contrações
isométricas (SILVA et al., 2005; KAY et al., 2000; BONATO et al., 2001; DE LUCA,
1997; KRIVICKAS et al., 1997). Masuda et al.(1999), afirmam que é possível
observar uma alteração mais significativa da Fmed do sinal durante uma
contração isométrica se comparado a uma contração dinâmica por seu efeito no
fluxo sanguíneo gerando alterações do pH intracelular e concentrações de
potássio (K+). Isto é, a isquemia induzida pela realização de contrações
10
isométricas influencia os mecanismos de limpeza de ácido láctico e dos íons K+
(MASUDA et al.,1999).
Assim, alterações na homeostase muscular como o aumento da acidose
muscular, alteração de pH, velocidade da condução da fibra, recrutamento de
unidades motoras, influenciam os valores da frequência mediana durante a fadiga
muscular (BONATO et al., 2001; DE LUCA, 1997, 1984).
2.6. Laser terapêutico de baixa potência (LLLT)
A fadiga muscular é uma área nova de investigação da laserterapia. Este
recurso terapêutico tem tido um papel de destaque por sua ação biomodulatória
nos tecidos (ENWEMEKA et al., 2004).
O laser de baixa intensidade atua biomodulando o tecido, isto é,
reestabelecendo e normalizando a função celular quando há quebra da
homeostasia (KARU, 2002). Assim, o estado fisiológico da célula é um fator
determinante da resposta tecidual, de modo que a efetividade do laser tende a ser
ótima quando o tecido biológico encontra-se em condição de disfunção
mitocondrial e estresse oxidativo como, por exemplo, no processo de lesão ou
fadiga muscular (KITCHEN e PARTRIDGE, 1991; WILDEN e KARHEIN, 1998;
VIEIRA et al., 2006; XIAOYANG et al., 2008).
De forma sucinta, a ação do laser pode ser descrita a partir da absorção da
irradiação laser em tecidos biológicos. A irradiação é absorvida pelos
fotorreceptores nas células o que promove uma mudança na morfologia molecular
do fotorreceptor e a partir de então, uma série de alterações nos processos
celulares se inicia com a sinalização celular e excitação de componentes da
cadeira respiratória mitocondrial (KARU et al., 2001; STADLER et al., 2000).
O estímulo à cadeia respiratória altera o potencial redox da mitocôndria e
citoplasma celular, acelerando o metabolismo oxidativo e consequentemente a
11
produção de ATP. O incremento na produção de ATP conduz a um incremento no
metabolismo celular levando ao aumento na síntese de DNA, RNA, proteínas e
enzimas (MANTEIFEL, BAKEEVA & KARU,1997; KARU, PYTIBRAT & KALENDO,
1995; MORIMOTO et al., 1994).
As alterações promovidas pela irradiação laser também podem ser
observadas na morfologia mitocondrial. Estudos demonstram a formação de
mitocôndrias gigantes a partir da fusão de mitocôndrias vizinhas menores, de tal
forma que estas seriam capazes de proporcionar altos níveis de respiração celular
(MANTEIFEL, BABEEVA E KARU, 1997).
Esses efeitos do LLLT sobre a bioenergética favorecem o predomínio da via
metabólica aeróbia, contribuindo assim, para a maior disponibilidade de energia
celular. Do ponto de vista prático, essas respostas poderiam ser de fundamental
importância no desempenho muscular, como por exemplo, no aumento da
resistência à fadiga.
Em estudo experimental realizado por Xiao-Guang et al. (2009) avaliando
os efeitos fotobiomodulatórios do laser na lesão muscular induzida após exercício
excêntrico em ratos foi observado que a irradiação laser HeNe com dose 43J/cm²
foi capaz de reduzir significativamente a atividade sérica de creatina quinase 24 e
48 horas após o exercício, além de biomodular e inibir a inflamação muscular
(XIAU-GUANG et al., 2009).
Em pesquisa realizada por Lopes-Martins et al. (2006) investigando a
efetividade do laser de baixa intensidade sobre a fadiga muscular induzida por
estimulação elétrica em ratos, foi observado uma redução da fadiga muscular nos
grupos submetidos à terapia laser quando comparado ao grupo controle, sendo a
resposta mais efetiva naqueles ratos submetidos a doses menores de laser (0.5,
1.0 e 2.5 J/cm²). Os autores destacaram a importância do laser como modulador
da resposta inflamatória e do estresse oxidativo, sendo fundamental o controle da
12
dose de irradiação para a obtenção de respostas satisfatórias na redução da
fadiga (LOPES MARTINS et al., 2006).
Em estudo experimental avaliando os efeitos da LLLT (909nm) na fadiga
muscular e marcadores bioquímicos de lesão. Foi observado níveis de lactato
sanguíneo menores nos grupos irradiados se comparados ao grupo controle.
Além disso, os grupos irradiados com 0,1, 0,3, 1,0 J/cm² apresentaram
significativa redução da atividade de CK se comparado ao grupo controle. Assim,
a irradiação laser mostrou-se eficaz em atrasar o desenvolvimento da fadiga e
diminuição da concentração de lactato e CK (LEAL JR et al., 2010).
Em outro estudo realizado em humanos foi investigado o efeito da
irradiação laser antes de exercício excêntrico no quadríceps muscular. Foram
avaliados a dor muscular através de escala visual analógica (EVA), a quantidade
de lactato sanguíneo e concentrações de creatina quinase (CK). Os resultados
revelam que o grupo LLLT apresentou menor aumento das concentrações de
lactato e CK após o exercício, menor decréscimo da contração voluntária máxima
imediatamente após exercício se comparados com o grupo placebo. Os autores
concluíram que o LLLT aplicado antes de exercício foi eficaz em atenuar o
aumento na concentração de proteínas musculares no soro sanguíneo e manteve
melhores níveis de força muscular (BARONI et al., 2010).
De Marchi et al. (2011) avaliaram a terapia laser aplicada nos músculos
quadríceps, ísquiotibiais e gastrocnênio em humanos antes de um protocolo de
corrida. Foram analisados desempenho muscular e marcadores oxidativos de
lesão protéica e lipídica, enzimas superoxidase desmutase e catalase, marcadores
de lesão como creatina quinase (CK) e lactato desidrogenase (LHD). Foi
observado aumento de desempenho, diminuição de lesão protéica e lipídica, além
de menores concentrações de CK e LDH. Assim, o laser se mostrou eficaz em
aumentar o desempenho muscular, diminuir a fadiga induzida por estresse
13
oxidativo e lesão muscular, sugerindo biomodulação do sistema redox e atraso no
desenvolvimento da fadiga (DE MARCHI et al., 2011).
Em outro estudo, investigando os efeitos da aplicação do LLLT (830 nm) na
fadiga muscular induzida por exercício, dez jogadores de vôlei foram
randomizados em duas sessões de protocolo de exercício e aleatoriamente
distribuídos em aplicação ativa ou placebo LLLT. Foi observado um número de
repetições significativamente maior quando os indivíduos realizavam a aplicação
de terapia laser ativa se comparado à aplicação placebo, em relação à
concentração de lactato sanguíneo não foi encontrada diferença significativa entre
os grupos (LEAL JR et al., 2009a).
Em estudo randomizado, duplo-cego, realizado em atletas, foi avaliado o
efeito do laser (830nm) aplicado antes do exercício de alta intensidade sobre os
marcadores de fadiga como creatina quinase e lactato sanguíneo. Conclui-se que
a laserterapia aplicada antes de exercícios de alta intensidade pode aumentar a
remoção do lactato sanguíneo e auxiliar a recuperação muscular entre as sessões
de exercícios (LEAL JR. et al,, 2009b).
Outro estudo realizado por Vieira (2008) avaliou o desempenho isocinético
do quadríceps femoral de mulheres jovens submetidas a treinamento aeróbio
associado à fotoestimulação laser. Observou-se uma diminuição do índice de
fadiga no grupo treinamento com associação de terapia laser em relação ao grupo
controle. Assim, conclui-se que o exercício associado ao laser pode ser efetivo na
redução da fadiga, fato relevante para a reabilitação e medicina do esporte
(VIEIRA et al., 2008).
Baseando-se nessas evidências da atuação do laser na fadiga muscular e
no auxílio na recuperação do tecido após exercícios físicos, essa modalidade
terapêutica surge como uma alternativa na diminuição da fadiga e melhoria do
desempenho quando associada a um programa de atividade física, beneficiando
15
Hipótese do estudo
LLLT seria eficaz em reduzir a fadiga eletromiográfica no reto femoral e aumentar
o número de repetições de flexo-extensão de joelho em mulheres idosas
3. Objetivo
O objetivo do trabalho foi investigar os efeitos da terapia laser de baixa
intensidade (808nm) na fadiga muscular induzida por exercício físico no reto
femoral de mulheres idosas.
3.1. Objetivos específicos:
1. Analisar o comportamento da frequência mediana do
sinal eletromiográfico pré e pós-protocolo de fadiga.
2. Comparar o número de repetições realizadas durante o
protocolo de fadiga entre os grupos irradiados e não irradiados.
16
4.Materiais e Métodos
Esse é um estudo clínico randomizado e controlado. O projeto foi aprovado
pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo / Hospital
São Paulo - UNIFESP (CEP #0767/11) (ANEXO I) e todas as voluntárias
assinaram um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (APÊNDICE I). Todas
as coletas foram realizadas no Laboratório de Motricidade Humana, do
Departamento de Biociências da Universidade Federal de São Paulo, campus
Baixada Santista.
4.1. Amostra
O estudo foi realizado com a participação de 24 voluntárias que se
enquadraram nos critérios de inclusão estabelecidos para a pesquisa.
Os critérios de inclusão da pesquisa foram indivíduos de 60 anos a 70 anos,
do sexo feminino, com índice de massa corpórea (IMC) menor ou igual a 27, e
classificadas como ativas segundo critérios estabelecidos pelo Questionário
Internacional de Atividade Física – versão curta (IPAQ), isto é, que realizavam
atividade física com uma frequência mínima de 5 vezes na semana totalizando um
tempo mínimo de 150 minutos semanais. Os critérios de não inclusão foram
portadoras de diabetes descompensada e hipertensão arterial
descontrolada,fibromiálgicas, histórico de lesão muscular no quadríceps femoral,
presença de dor impedindo a realização do movimento de flexo-extensão de
joelhos.
Cinqüenta voluntários foram recrutados, dos quais 32 foram classificados
segundo os critérios de inclusão. Durante o período de avaliação, oito destes
voluntários foram excluídos por desistência ou ocorrência de lesões. Assim, a
17
amostra final foi de vinte e quatro voluntários. Estes foram divididos
aleatoriamente em dois grupos, que definiu a ordem dos procedimentos:
Protocolo inicial com laser placebo - indivíduos que receberam na
primeira sessão o laser placebo e na segunda sessão o laser ativo (n=12);
Protocolo inicial com laser ativo - indivíduos que receberam na primeira
sessão o laser ativo e na segunda sessão o laser placebo (n=12).
4.2. Avaliação Inicial
A avaliação inicial compreendeu uma anamnese e exame físico abordando
questões relacionadas à história de traumas e doenças prévias na região de
membros inferiores (APÊNDICE II) e a aplicação do IPAQ-versão curta (ANEXO
II). Posteriormente foram realizados o Teste de Dominância de Membros Inferiores
e o Teste de 1 Repetição Máxima (1-RM).
4.2.1 Teste de Dominância de Membros Inferiores
O teste foi realizado a fim de determinar o membro dominante que seria
utilizado para as coletas eletromiográficas e aplicação de terapia laser. Após a
voluntária ser posicionada em frente a uma bola, eram solicitados três chutes na
bola em direção ao avaliador que se encontrava na mesma direção, a
aproximadamente um metro de distância desta. A perna que ela realizasse o
maior número de chutes seria a perna dominante (RUITER et al., 2010).
18
4.2.2 Teste de 1-RM
Para avaliação da carga utilizada durante o protocolo de fadiga foi realizado
o teste de 1 Repetição Máxima (1-RM). Esse teste é amplamente preconizado e
tem sido utilizado também para indivíduos idosos (MARTEL et al., 2006;
CAPODAGLIO et al., 2005;; TRACY et al., 1999).
A determinação da 1-RM foi feita com a voluntária posicionada em cadeira
extensora com 90° de flexão de quadril e joelho. Inicialmente, foi realizado um
aquecimento de doze repetições sem carga. Durante o aquecimento, o
pesquisador responsável pelo teste observou a amplitude do movimento e
orientou a voluntária de forma clara o movimento esperado durante o exercício.
Todos os procedimentos foram baseados seguindo as diretrizes do American
College of Sports Medicine (ACSM, 2003).
O teste foi iniciado com uma primeira carga escolhida baseada na
experiência prévia do avaliador em realizar esse teste, considerando o perfil
clínico das mulheres idosas selecionadas (RYDWIK et al., 2007). A voluntária
realizava uma repetição na cadeira extensora, e se esta fosse realizada com
sucesso, após dois minutos de descanso, uma nova tentativa era realizada com
uma carga maior. Um total máximo de cinco tentativas foi realizado em um dia de
teste até que se alcançasse a máxima carga levantada com sucesso, isto é,
realizada sem compensações e na amplitude de movimento completa (ACSM,
2003). Caso não fosse possível determinar a 1-RM dentro de cinco tentativas, o
teste era remarcado para outra data e reiniciado, a fim de se evitar acúmulo de
fadiga.
19
4.3 Equipamentos
4.3.1 Eletromiógrafo e Programa
Foi utilizado um canal para eletromiograma do equipamento Myosystem Br-
1 (DataHominis Tecnologia Ltda, Uberlândia, Brasil) para a aquisição dos
registros eletromiográficos (Figura 1). O equipamento possui aquisição simultânea
comum para os canais, filtros passa faixa de 10 Hz a 1,5 KHz, três estágios de
amplificação, impedância de canais de 10 GΩ em modo diferencial e placa
conversora analógica-digital com 12 bits de faixa de resolução dinâmica, faixa de
amplitude de -10V a +10V, frequência de amostragem por canal de 4 KHz e
Razão de Rejeição de Modo Comum de 130dB. Para visualização e
processamento dos sinais eletromiográficos foi utilizado o programa Myosystem
Br-1 versão 2G.
Figura 1. Equipamento Myostem Br-1 (DataHominis Tecnologia Ltda., Uberlândia, MG, Brasil)
20
4.3.2 Eletrodos
Os sinais mioelétricos foram captados por um eletrodo ativo de superfície
simples diferencial composto por duas barras retangulares paralelas (10 x 2 x 1
mm) de prata pura (Ag) espaçadas entre si em 10 mm e fixadas em um
encapsulado de resina acrílica de 20 x 41 x 5 mm, da EMG System do Brasil
(Figura 2). Este eletrodo possui impedância de entrada maior que 10 GΩ, Razão
de Rejeição de Modo Comum de 130 dB e ganho de 20 vezes. Também foi
utilizado um eletrodo de referência de aço inoxidável com tamanho de 3 cm2
(Figuras 3 e 4), da BIO-Logic (BIO-Logic - Campinas, Brasil).
Figura 2. Eletrodos de superfície simples diferencial (EMG System do Brasil, São José dos Campos, SP, Brasil) A. Superfície de contato do eletrodo B. Face posterior
A
B
21
Figura 3. Eletrodo de referência - face posterior (BIO-Logic, Campinas, SP, Brasil)
Figura 4. Eletrodo de referência - superfície de contato (BIO-Logic, Campinas, SP, Brasil)
4.3.3 Laser terapêutico
Foi utilizado um aparelho laser da marca DMC (São Carlos, SP, Brasil),
modelo PHOTON LASE III, com emissor visível de laser vermelho com
comprimento de onda 660nm e potência útil do emissor 100mW e emissor ativo
InGaAlP, e emissor invisível laser infravermelho, comprimento de onda de 808nm,
potência útil de emissor 100mW e meio ativo AsGaAl (Figura 5).
22
Figura 5. Aparelho laser DMC, São Carlos, SP, Brasil
4.4 Protocolo Experimental de Fadiga
O protocolo de fadiga seguiu o delineamento realizado por Leal Jr et al.
(2009a,c) e consistiu em avaliar a capacidade do indivíduo em realizar o
movimento de extensão de joelhos com carga de 75% 1-RM durante 60 segundos.
Para isso, foi utilizada uma cadeira extensora com posicionamento de joelhos e
quadris flexionados em 90°. A carga da cadeira extensora foi individualizada para
que cada participante realizasse o exercício isotônico com carga de 75% de 1-RM.
Durante a realização do protocolo foi mantido o comando verbal “VAMOS
LÁ, MANTENHA O RITMO”. Todas as sessões foram realizadas com o comando
verbal sendo realizado pelo mesmo examinador durante todo o experimento.
23
O número de repetições do movimento de flexo-extensão de joelho foi
contado sempre pelo mesmo avaliador, que era cego em relação à randomização.
Além disso, o mesmo orientou a voluntária a evitar as possíveis compensações no
movimento durante a realização do teste.
4.5. Delineamento experimental
Todas as participantes foram submetidas aos procedimentos laser (LLLT)
ativo ou placebo e protocolo de fadiga muscular, por duas vezes em um intervalo
de uma semana. As voluntárias foram distribuídas aleatoriamente ao
procedimento LLLT pelo desenho simples de lotes, que determinava se a primeira
aplicação seria LLLT placebo ou ativo. Assim, todas as participantes realizaram a
aplicação laser ativo em uma das duas sessões da pesquisa. O procedimento
experimental foi baseado nos estudos desenvolvidos por Leal Jr et al. (2009a,c).
A atribuição aos tratamentos foi ocultada às voluntárias, ao pesquisador
que aplicava a terapia laser, ao responsável pela contagem de repetições e ao
responsável pelas análises eletromiográficas. A randomização foi realizada pelo
desenho simples de lotes (A ou B), que determinou se os participantes receberiam
LLLT ativo ou placebo na primeira sessão. O procedimento de randomização foi
realizado através de um programa de computador que criou uma tabela de
números aleatórios (1 a 100), em que cada número correspondia ao grupo A ou B.
O número de atribuição foi entregue ao pesquisador (1) responsável pela
preparação da caneta placebo/ ativo e definição dos parâmetros do aparelho. O
pesquisador (1) responsável pela randomização foi instruído a não comunicar o
tipo de tratamento aos voluntários e ao pesquisador (2) que aplicou o laser. A fim
de assegurar o sigilo da alocação dos voluntários, o investigador (2) foi instruído a
não permanecer no laboratório enquanto o pesquisador (1) preparava a terapia
24
laser através do dispositivo de ajustamento. Além disso, uma fita opaca foi
utilizada na caneta laser. Todos os voluntários, o pesquisador (2) responsável pelo
tratamento laser e o pesquisador responsável pela análise de dados eram cegos
em relação os tratamentos.
4.6 Procedimento e Coleta dos Dados
O procedimento completo para cada voluntária durante a pesquisa foi
dividido em três etapas. A primeira etapa constou da explanação sobre a
pesquisa, solicitação da assinatura do termo de consentimento formal de
participação da pesquisa, preenchimento do IPAQ, realização do teste de 1-RM e
teste de dominância de membros inferiores.
A segunda etapa foi realizada 48 horas após a primeira etapa. Nesta etapa
foi coletado o sinal eletromiográfico em repouso e em contrações isométricas do
músculo reto femoral por 5 e 30 segundos. Para a coleta, a voluntária foi
posicionada em cadeira extensora com joelhos e quadris flexionados a 90º.
Após essas coletas foi realizada a aplicação de terapia laser ativa ou
placebo conforme randomização previamente realizada. Em seguida, foi realizado
o protocolo de fadiga constituído por contrações dinâmicas com a carga
individualizada de 75% 1-RM por 60 segundos. Posteriormente, foi novamente
coletado o sinal eletromiográfico em contração isométrica de 30 segundos do
músculo reto femoral.
A terceira etapa foi realizada sete dias após a segunda etapa, e foi
constituída pelos mesmos procedimentos descritos na 2 ª etapa (Figura 6).
25
1ª ETAPA
Avaliação Inicial
2ª ETAPA
Terapia laser / Placebo
Protocolo de fadiga
3ª ETAPA
Terapia laser / Placebo
Protocolo de fadiga
1º dia
2º dia
7º dia
Figura 6. Cronograma da coleta de dados
4.7 Eletromiografia
Uma avaliação eletromiográfica do músculo reto femoral do membro
dominante de cada voluntária foi realizada na segunda e terceira etapa do
protocolo experimental.
Antes da colocação dos eletrodos, foram realizadas a limpeza e tricotomia
da pele. O eletrodo de superfície ativo simples diferencial da EMG System do
Brasil Ltda foi posicionado no músculo reto femoral e disposto a 50% da medida
total obtida a partir da espinha ilíaca ântero-superior e a borda superior da patela,
seguindo as recomendações da Seniam (Surface ElectroMyoGraphy for the Non-
Invasive Assessment of Muscles) (HERMENS et al.,1999). O eletrodo de
referência foi colocado na tuberosidade da tíbia do membro ipsilateral. A fixação
26
dos eletrodos foi realizada com tiras de esparadrapo, permitindo o melhor
acoplamento entre as barras de captação e a pele do voluntário. Essa
padronização de colocação dos eletrodos foi seguida durante as duas sessões de
coleta eletromiográfica.
Os registros foram realizados durante a contração isométrica voluntária
máxima de 5 e 30 segundos pré protocolo de fadiga e na contração isométrica
voluntária máxima de 30 segundos pós-protocolo de fadiga. Foi dado um repouso
de um minuto entre as coletas de contração isométrica de 5 e 30 segundos pré
protocolo de fadiga, onze minutos entre os 30 segundos pré protocolo de fadiga e
a contração dinâmica do protocolo, e na sequência, um intervalo de repouso de
seis minutos entre a contração dinâmica e a contração de 30 segundos pós-
protocolo de fadiga.
A contração isométrica voluntária máxima (CIVM) de 5 e 30 segundos em
flexão de joelho resistida era realizada com o posicionamento da voluntária em
cadeira extensora em 90º de flexão de joelho, quadril e tornozelo. O valor obtido
da coleta de 5 segundos foi utilizado para posterior normalização dos dados
eletromiográficos e o valor da coleta de 30 segundos foi utilizado para posterior
análise da fadiga muscular.
Durante a realização das contrações musculares isométricas, foi mantido o
comando verbal “FORÇA, FORÇA, FORÇA” durante os 5 e 30 segundos de
coleta. Todas as sessões foram realizadas com o comando verbal sendo realizado
pelo mesmo examinador durante todo o experimento.
4.8 Protocolo Experimental de Fotoestimulação Laser
Para terapia laser (LLLT) foi utilizado o aparelho laser com os seguintes
parâmetros: faixa do infravermelho (GaAlAs- comprimento de onda 808nm), modo
27
contínuo, área de feixe de 0.00785cm², diodo na potência de 100mW, energia por
ponto 7.0 J, energia total de 56 J e tempo de irradiação de 1 minuto e 10
segundos por ponto. A irradiação foi realizada no modo de aplicação pontual de
contato (90º em contato direto com a pele) (Figura 7).
Figura 7. Visor do aparelho laser
Todas as participantes foram submetidas à aplicação LLLT ativo ou placebo
em dias distintos. Em ambas as sessões LLLT, a aplicação laser foi realizada
imediatamente após as coletas eletromiográficas em contração isométrica de 5
segundos e 30 segundos, isto é, previamente realização de protocolo de fadiga
muscular.
O laser foi aplicado pontualmente em oito pontos devidamente distribuídos
no ventre do músculo reto femoral do membro dominante. Assim, com objetivo de
se padronizar a aplicação do laser terapêutico e distribuí-lo de forma a abranger a
área do ventre muscular envolvido, os pontos foram dispostos a 25%, 35%, 50% e
75% da medida total obtida entre a espinha ilíaca ântero-superior e a borda
28
superior da patela, e bilateralmente com uma distância de aproximadamente três
centímetros (Figura 8). Para se realizar esse procedimento, as medidas foram
obtidas através de um fita métrica e os pontos correspondentes marcados com
caneta.
Figura 8. Localização dos pontos da irradiação laser
4.9 Análise de Dados
A visualização e o processamento do sinal eletromiográfico foram
realizados pelo programa Myosystem Br-1 versão 2G. A Transformada Rápida de
Fourier (FFT) foi utilizada para obtenção da densidade espectral de potência do
sinal EMG obtido na CIVM de 5 e 30 segundos. Dessa forma, os valores utilizados
29
para a análise são referentes à frequência mediana do sinal eletromiográfico
(Fmed). Em todos os processamentos, os sinais eletromiográficos brutos em
microvolts foram filtrados digitalmente com um filtro passa-faixa de 20 a 500 Hz.
A coleta de 30 segundos pré e pós-protocolo de fadiga foram utilizadas
como referência para análise da fadiga muscular proposta no trabalho. Para isto,
foi obtida a frequência mediana (Fmed) em três janelamentos do registro total. O
primeiro valor de Fmed foi obtido no início do registro eletromiográfico Fmed1 (0-3
segundos), o segundo foi obtido no meio do registro Fmed2 (15-18 segundos) e o
último valor obtido da última porção do registro Fmed3 (27-30 segundos). Os
valores brutos de Fmed1, Fmed2 e Fmed3 foram normalizados pelo valor de
Fmed obtido da CIVM de 5 segundos. Os valores de Fmed1, Fmed2 e Fmed3
normalizados pré e pós-protocolo foram utilizados para o cálculo do coeficiente
angular de inclinação da reta para os grupos Laser e Placebo.
30
Figura 09. Processamento do sinal eletromiográfico da CIVM de 30 segundos no janelamento da Fmed1
31
Figura 10. Processamento do sinal eletromiográfico da CIVM de 30 segundos no janelamento da Fmed2
32
Figura 11. Processamento do sinal eletromiográfico da CIVM de 30 segundos no janelamento da Fmed3
33
Figura 12. Sinal eletromiográfico da coleta da CIVM de 5 segundos.
4.10 Análise Estatística
Para estudar o comportamento da variável “inclinação”, medida-resumo da
FMed, empregou-se o modelo de análise de variância com medidas repetidas para
experimentos em crossover. A comparação do número de repetições do exercício
entre os grupos foi realizada através do teste t-Student para amostras
relacionadas.
34
5. Resultados
O estudo se iniciou com 32 indivíduos do sexo feminino que se
enquadraram em todos os critérios de inclusão e assinaram um termo de
consentimento. No entanto, oito voluntárias foram excluídas durante o estudo
pelas seguintes razões: 6 indivíduos não terminarm a primeira e a segunda etapa
de procedimentos e 2 indivíduos ficaram doentes durante o período de avaliações.
Assim, a amostra final foi de 24 sujeitos, 12 em cada grupo. Os indivíduos
apresentaram média de idade de 63,8 ± 2,4 anos, massa corporal 65,6 ± 4,2 kg;
altura média 1,63 ± 0,09 metros. A perna 1RM basal foi 15,9 ± 3,8 kg.
A análise dos dados demonstrou que não houve influência de ordem na
aplicação de placebo ou LLLT ativa entre os grupos A ou B (p = 0,456). Na análise
dos perfis médios para a variável inclinação de reta observa-se inclinação de reta
mais acentuada no grupo placebo (-1,65) do que se comparado ao grupo laser (-
0,54) (Figura 13). No entanto, essa diferença não foi estatisticamente significativa
(p=0,293). A análise dos dados demonstrou também que não houve efeito da
sequência de aplicação laser ou placebo dentro dos grupos (p=0,456).
35
Figura 13. Perfis médios observados para a variável “Inclinação da reta”
A tabela 1 apresenta os dados descritivos das médias da variável inclinação
da reta.
36
Tabela 1. Médias da variável “inclinação da reta” nos grupos Laser e Placebo.
Grupo Comparações Inclinação de reta
Pré x Pós
Diferença DP
LASER Fmed (pré) x Fmed (pós)
Inclinação pré -0,51
-0,54 7,5
Inclinação pós -1,05
PLACEBO Fmed (pré) x Fmed (pós)
Inclinação pré 1,70
-1,65 8,79
Inclinação pós 0,05
O número de repetições apresentou diferença significativa entre os grupos
(p= 0,047) sendo maior no grupo Laser se comparado ao Placebo (Tabela 2). Os
perfis médios para “ número de repetições” é demonstrado na Figura 14.
Tabela 2. Medidas descritivas da variável “Número de
repetições”, nas diferentes condições experimentais.
Laser Sham Diferença
Média 18,52* 16,22 2,30
Desvio-padrão 7,19 5,91 5,26
Mínimo 8,00 8,00 -8,00
Máximo 38,00 33,00 10,00
* p<0.05
37
6. Discussão
O objetivo desse estudo foi investigar os efeitos do laser de baixa
intensidade na fadiga muscular induzida por exercício físico em mulheres
idosas. A fadiga muscular é uma nova área de investigação da laserterapia.
Estudos recentes demonstram os benefícios do LLLT durante o exercício,
retardando o aparecimento da fadiga, reduzindo a concentração de CK e lactato
sanguíneo (ALMEIDA et al., 2012; KELENCZ et al., 2010; BARONI et al., 2010;
LEAL JUNIOR et al., 2010; LEAL JUNIOR et al., 2009 a,b,c.; XIAO-GUANG et al.,
2009; VIERA et al., 2006, 2009; LOPES MARTINS et al., 2006). No entanto,
apesar da série evidências e resultados promissores, ainda faltam estudos
elucidando as respostas mioelétricas da ação da laserterapia. Outro ponto que
merece destaque é a falta de estudos dessa área investigando os efeitos do laser
terapêutico na população idosa.
Neste estudo foi levantada a hipótese de que o LLLT proporcionaria
incremento de energia, aumentando o desempenho e retardando o início da fadiga
em mulheres idosas. A fadiga muscular está relacionada à diminuição da força
muscular, comprometimento do controle motor, e consequente dor muscular
(ALLEN et al., 2008; GREEN, et al., 2000). Considerando a importância da
manutenção da força muscular e controle motor para o equilíbrio e diminuição de
riscos de quedas em idosos, é relevante o estudo da fadiga nessa população.
A média do número de repetições realizada no protocolo de fadiga foi
significativamente maior quando os indivíduos receberam LLLT ativo se
comparado à sessão em que receberam LLLT placebo. Esses resultados
corroboram os achados de LEAL JR et al. (2009 a,c) e pode ser justificado pela
ação do LLLT em tecidos biológicos, interferindo na bioenergética celular,
aumentando a taxa respiratória e síntese de ATP mitocondrial por alterações
38
mitocondriais favorecendo o predomínio da via metabólica aeróbia (KARU,
PYTIBRAT & KALENDO, 1995; MANTEIFEL, BAKEEVA & KARU, 1997). Do ponto
de vista prático, respostas que seriam importantes no desempenho do músculo,
por exemplo, proporcionando resistência à fadiga.
Os resultados não demonstraram diferença significativa na fadiga
eletromiográfica entre as sessões com LLLT ativo e placebo, porém, é possível
observar uma inclinação de reta mais acentuada na amostra quando utilizado
LLLT placebo se comparado ao LLLT ativo. A inclinação de reta acentuada reflete
a diminuição dos valores de Fmed. Assim, esses resultados sugerem fadiga mais
precoce no grupo de idosas quando receberam LLLT placebo se comparado à
sessão com laser ativo. De acordo com estudos prévios, a fadiga é um processo
resultante de perfusão sanguínea inadequada (IHSAN, 2005; BEHM e ST-
PIERRE,1998). Assim, esses resultados estariam relacionados aos efeitos do
laser no aumento do fluxo sanguíneo local que permite a limpeza de metabólitos
como ácido láctico e maior oxigenação aos tecidos (KARU e MANTEIFEL, 2004).
A sequência de aplicação de terapia foi analisada e não demonstrou
diferença significativa, isto é, a ordem de aplicação do laser ativo ou placebo
dentro dos grupos não influenciou os resultados. Não foram encontrados na
literatura estudos que pudessem comprovar esse achado.
Considerando os resultados encontrados em relação ao coeficiente de
inclinação de reta e ao número de repetições, é possível fazer uma associação de
resultados. Quando realizada a sessão com terapia laser ativa, as voluntárias
apresentavam uma tendência a valores mais positivos de coeficiente de inclinação
de reta e realizavam um maior número de repetições se comparadas à sessão
realizada com laser placebo. Esses resultados corroboram com achados de Leal
Jr. et al., (2009a), no qual atletas demonstraram ser capazes de realizar um
número significativamente maior de repetições quando realizavam sessão LLLT
ativo se comparados à sessão com LLLT placebo. No entanto, as concentrações
39
de lactato sanguíneo não apresentaram diferença significativa entre os
tratamentos. Os pesquisadores concluíram a eficácia do LLLT em atrasar a fadiga
muscular em exercícios de alta intensidade e discutiram os mecanismos
envolvidos no efeito do laser na fadiga estarem associados não à redução do
acúmulo de concentrações de lactato e aumento de acidez, e sim a mecanismos
relacionados à menor produção de espécies reativas de oxigênio que levam à
despolarização do músculo e força reduzida (LEAL et al., 2009a).
Outros estudos desenvolvidos na mesma linha de pesquisa analisando
marcadores oxidativos também observaram a eficácia do laser na redução da
fadiga e aumento de desempenho. Os autores relacionam os resultados à
importância do laser como modulador da resposta inflamatória e do estresse
oxidativo, e destacam os efeitos do laser na diminuição da fadiga induzida por
estresse oxidativo e lesão muscular (DE MARCHI et al., 2011; LOPES MARTINS
et al., 2006).
Os parâmetros LLLT utilizados neste estudo foram baseados em estudos
prévios nesta área de investigação que utilizavam a média de energia por ponto
entre 3J a 6J (DE MARCHI et al., 2011;. KELENCZ et al., 2010; LEAL JR et al.,
2010; LEAL JR et al., 2009a,b). Embora estudos anteriores demonstrem efeitos
positivos da LLLT tanto vermelha quanto infravermelha na redução de marcadores
de fadiga muscular (LEAL JR et al., 2008; LEAL JR et al., 2009a, b; LEAL JR et
al., 2010), neste estudo, foi investigado o comprimento de onda infravermelho, por
este apresentar melhor penetração na pele e possuir maior especificidade no
tecido muscular (ENWEMEKA, 2001, 2009).
Os resultados desse estudo abrem janela clínica para a utilização do LLLT
em idosos para combater sarcopenia quando associado a um programa de
exercício de força. No entanto, algumas considerações devem ser destacadas. O
impacto clínico de nossos achados podem ser limitados pelo modelo experimental,
no qual só foram avaliados os efeitos imediatos do LLLT no desempenho muscular
40
em uma população específica. Além disso, o diâmetro do ponto e área da caneta
utilizada eram pequenos, enquanto a área de irradiação e tempo gasto para a
terapia foram longos, o que pode ter influenciado os resultados deste estudo.
Assim, é importante ressaltar a necessidade de cuidado na generalização dos
resultados.
O estudo investigou os efeitos do laser em uma população idosa, devido ao
crescimento desta e à importância dos estudos para se compreender as
alterações da senescência e senilidade, e assim promover a saúde e qualidade de
vida nessa população (CAMARGOS et al., 2008; RICE,1992; GURALNIK, 1995;
FRIED, 1997). Outro ponto, envolve os achados na literatura que demonstram
maior interação e melhor efetividade do laser em tecidos oxidados, em condição
de disfunção mitocondrial e estresse oxidativo como, por exemplo, no processo de
lesão ou fadiga muscular, e em nosso estudo, no tecido muscular de uma pessoa
idosa após o exercício (XIAOYANG et al., 2008; VIEIRA et al. 2006; KARU, 2002;
WILDEN e KARHEIN, 1998; KITCHEN e PARTRIDGE, 1991). Em idosos, os
benefícios da laserterapia associados a um programa de treinamento de força
proporcionariam um melhor desempenho, atuando como um adjuvante no
combate à sarcopenia, o que proporcionaria um treinamento de força mais
eficiente, repercutindo em menor incidência à quedas e assim, melhor qualidade
de vida.
41
7. Conclusão
Neste estudo, a terapia laser não alterou o comportamento da frequência
mediana entre os grupos laser e placebo, assim, não atrasou a fadiga
eletromiográfica. Entretanto, foi eficaz em aumentar o número de repetições
durante o protocolo de exercício em mulheres idosas. Estudos futuros devem ser
realizados a fim de se elucidar esse fenômeno.
44
Anexo II
QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADE FÍSICA –
VERSÃO CURTA -
Nome:_______________________________________________________
Data: ______/ _______ / ______ Idade : ______ Sexo: F ( ) M ( )
Nós estamos interessados em saber que tipos de atividade física as pessoas
fazem como parte do seu dia a dia. Este projeto faz parte de um grande estudo
que está sendo feito em diferentes países ao redor do mundo. Suas respostas nos
ajudarão a entender que tão ativos nós somos em relação à pessoas de outros
países. As perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo
atividade física na ÚLTIMA semana. As perguntas incluem as atividades que você
faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou
como parte das suas atividades em casa ou no jardim. Suas respostas são MUITO
importantes. Por favor responda cada questão mesmo que considere que não seja
ativo. Obrigado pela sua participação !
Para responder as questões lembre que:
atividades físicas VIGOROSAS são aquelas que precisam de um grande
esforço físico e que fazem respirar MUITO mais forte que o normal
atividades físicas MODERADAS são aquelas que precisam de algum
esforço físico e que fazem respirar UM POUCO mais forte que o normal
45
Para responder as perguntas pense somente nas atividades que você realiza por
pelo menos 10 minutos contínuos de cada vez:
1a Em quantos dias da última semana você caminhou por pelo menos 10 minutos
contínuos em casa ou no trabalho, como forma de transporte para ir de um lugar
para outro, por lazer, por prazer ou como forma de exercício?
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
1b Nos dias em que você caminhou por pelo menos 10 minutos contínuos quanto
tempo no total você gastou caminhando por dia?
horas: ______ Minutos: _____
2a. Em quantos dias da última semana, você realizou atividades MODERADAS
por pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo pedalar leve na bicicleta,
nadar, dançar, fazer ginástica aeróbica leve, jogar volei recreativo, carregar pesos
leves, fazer serviços domésticos na casa, no quintal ou no jardim como varrer,
aspirar, cuidar do jardim, ou qualquer atividade que fez aumentar
moderadamente sua respiração ou batimentos do coração (POR FAVOR NÃO
INCLUA CAMINHADA)
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
46
2b. Nos dias em que você fez essas atividades moderadas por pelo menos 10
minutos contínuos, quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades
por dia?
horas: ______ Minutos: _____
3a Em quantos dias da última semana, você realizou atividades VIGOROSAS por
pelo menos 10 minutos contínuos, como por exemplo correr, fazer ginástica
aeróbica, jogar futebol, pedalar rápido na bicicleta, jogar basquete, fazer serviços
domésticos pesados em casa, no quintal ou cavoucar no jardim, carregar pesos
elevados ou qualquer atividade que fez aumentar MUITO sua respiração ou
batimentos do coração.
dias _____ por SEMANA ( ) Nenhum
3b Nos dias em que você fez essas atividades vigorosas por pelo menos 10
minutos contínuos quanto tempo no total você gastou fazendo essas atividades
por dia?
horas: ______ Minutos: _____
47
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VIEIRA, W.H.B.; SANTOS, R.V.; DIAS, A.N.; ARAUJO, F.R.; AUAD, M.A.;
PARIZOTTO, N.A. Efeitos do laser (808hm) sobre a performance muscular
isocinética de mulheres jovens sob treinamento físico. Laboratório de
Eletrotermofototerapia – Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – São
Carlos, Tese (Doutorado, 2008).
XIAO-GUANG, L.; YONG-JIAN, Z.; TIMON CHENG-YI, L.; JIAN-QIN, Y. Effects of
Low-Level Laser Irradiation on Rat Skeletal Muscle Injury after Eccentric
Exercise.Photomedicine and Laser Surgery. 27( 6): 862-869. 2009.
XIAYANG, X.; XIUFENG, Z.; TIMON CHENG-YI, L.; HONGYING, P. Low-Intensity
Laser Irradiation Improves the Mitochondrial Dysfunction of C2C12 Induced by
Electrical Stimulation.Photomedicine and Laser Surgery. 26( 3): 197-202, 2008.
59
Abstract
This study aimed to investigate the effect of low-level laser therapy (LLLT) on
skeletal muscle fatigue in elderly women. Twenty-four elderly women entered a
crossover randomized triple-blinded placebo-controlled trial. Active LLLT (830 nm
wavelength, 100 mW output, spot size 0.0028 cm², energy 7 J each point) or an
identical placebo LLLT was delivered to 8 points on the rectus femoris muscle
immediately before the fatigue protocol. For the fatigue protocol, all subjects
performed voluntary isotonic contractions with a load of 75% of 1-MR (Maximum
Repetition) during 60 seconds. To monitoring fatigability, the rate of decline in the
median frequency (MF) of the SEMG (Surface Electromyography) power spectrum
was evaluated. The number of repetitions of flexion-extension during the protocol
was also compared in the different conditions. The values of the MF were used to
calculate the slope coefficient. The results showed no difference in the variable
slope between placebo LLLT and active LLLT (p=0.293). However, it was observed
a significant difference in the number of repetitions in the groups. After active LLLT,
subjects demonstrated the mean number of repetitions significantly higher than
after the Placebo LLLT (p = 0.047). These results demonstrate that laser therapy
did not delay fatigue onset but was effective in increasing the number of repetitions
during the exercise of knee flexion-extension in elderly women.
Keywords: Low-level laser therapy. Muscle fatigue. SEMG. Elderly.
Muscular Performance.
60
Apêndice I
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Gostaria de convidá-la para participar do estudo intitulado “Efeitos do laser
terapêutico na fadiga muscular induzida por exercício físico em mulheres idosas”, que
será desenvolvido pelos pesquisadores Ana Cláudia Muniz Renno, Renata Luri
Toma, Patrícia Gabrielli Vassão Alves e Isabela Buck, da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp - Campus Baixada Santista). O objetivo desse estudo é avaliar os
efeitos da aplicação de laser terapêutico sobre os marcadores da fadiga muscular
(lactato e eletromiografia) através de exercício físico sobre o grupo muscular
quadríceps femoral (músculo da coxa).
Para tanto, teremos que graduar a sua força máxima através de um protocolo
denominado “Teste de 1-RM”, para que possamos mensurar uma carga adequada e
compatível com sua força muscular e assim, posteriormente calcularmos a carga
utilizada para a realização do protocolo de exercício a fim de evitarmos sobrecargas
desnecessárias (1° Sessão). As duas sessões seguintes ocorrerão de forma
semelhante, iniciando com uma coleta de sangue pelo lobo da orelha para avaliarmos
o lactato basal. Além disso, faremos uma avaliação de eletromiografia (EMG) antes
do exercício. Em seguida aplicaremos o laser em pontos específicos da coxa,
seguido pelo protocolo de fadiga (exercício), e terminaremos realizando a coleta de
sangue imediatamente após o exercício, 3 minutos, e 6 minutos pós-exercício, assim
como uma última coleta de dados de EMG pós-exercício.
Caso você concorde em participar da pesquisa, a seguir estão descritas as atividades que
serão realizadas:
1- anamnese breve (avaliação física e entrevista);
61
2- Na primeira sessão: teste de força muscular no quadríceps ( músculo coxa): realizado
em um aparelho de academia (cadeira extensora). A voluntária realizará um exercício
com levantamento de pesos para avaliar a força nos músculos extensores do joelho ;
3- Avaliação do lactato sanguíneo pré e pós-exercício através de uma “picada” no lobo da
orelha, e que normalmente não é relatado dores;
4- eletromiografia: é uma avaliação não-invasiva da contração muscular. Serão colocados
eletrodos sobre a superfície da pele (coxa) fixos através de esparadrapos, para coleta
de dados enquanto realiza o exercício de fadiga muscular. A técnica não envolve
agulhas e é indolor.
5- As sessões de exercício mais a aplicação do laser (2° e 3° sessão) deverão obedecer a
um intervalo de 7 dias, nesse intervalo de tempo orientamos não mudar rotina de
atividade física e dieta .
Todas as atividades ocorrerão no Laboratório de Motricidade (2° andar)- campus da
Universidade Federal de São Paulo localizado na Av. Ana Costa, 95.
As avaliações e atividades deste estudo serão realizadas por estudantes de fisioterapia e
fisioterapeutas previamente treinados e que utilizam estes métodos como rotina em
suas práticas. Assim, pode-se dizer que existe um risco mínimo e desconforto leve
em relação aos procedimentos realizados.
Somente no final do estudo poderemos concluir e qualificar a presença de reais
benefícios ocorridos pela associação da prática de exercício, e do laser terapêutico,
no entanto, a expectativa é que ocorra uma atenuação dos efeitos de fadiga e uma
possível aceleração do processo de recuperação muscular pós exercício das
participantes.
Em qualquer etapa do estudo você terá acesso aos profissionais responsáveis pela
pesquisa para esclarecimento de eventuais dúvidas. O principal investigador é a Dra.
Ana Cláudia Muniz Renno que pode ser encontrada na Avenida Ana Costa, 95,
62
Telefone(s) 13-33218058. Caso tenha alguma consideração ou dúvida sobre a ética
da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua
Botucatu, 572 – 1º andar – cj 14, 5571-1062, FAX: 5539-7162 – E-mail:
É garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento, e deixar de
participar do estudo, sem qualquer prejuízo. Por outro lado, as informações obtidas
serão mantidas em segredo e analisadas em conjunto com dados de outros
participantes, não sendo divulgada a identificação de nenhum envolvido quando os
dados do estudo forem publicados.
Não há despesas pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo
exames e consultas. Também não haverá retorno financeiro relacionado à sua
participação. O estudo oferece risco mínimo à saúde, sendo que na constatação de
qualquer prejuízo ou desconforto, as voluntárias serão encaminhadasao serviço
médico público mais próximo (Santa Casa de Misericórdia de Santos) e será
acompanhada pelo serviço de Fisioterapia da Universidade Federal de São Paulo.
Além disso, é compromisso do pesquisador utilizar os dados deste estudo somente
para fins de pesquisa e preservar o sigilo dos dados.
Acredito ter sido suficientemente esclarecida a respeito das informações que li ou que
foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Efeitos do laser terapêutico na fadiga
muscular induzida por exercício físico em mulheres idosas”. Ficaram claros para mim
quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus
desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos
permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu
consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou
prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu
atendimento neste Serviço.
63
Assinatura da participante Data / /
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido
deste paciente para a participação neste estudo.
Assinatura do responsável pelo estudo Data / /
64
Apêndice II
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
1 DADOS PESSOAIS
Nome:__________________________________________________________
Endereço:______________________________________________________
Tel residencial: ____________________Celular________________________
Idade: _______________ Data de Nascimento: ___/___/___
Raça: ______________________
Estado Civil: __________________ Nacionalidade: ____________________
Filhos: ( )não ( )sim nº ______
Escolaridade:__________________Profissão: ________________________
2 ANTECEDENTES PESSOAIS
Patologias Pregressas
( ) neoplasias______________________ ( )alergias____________________
( ) artrite reumatóide_________________ ( )depressão__________________
( ) osteoartrose_____________________ ( ) diabetes melitus___________
( ) hipertensão arterial_______________ ( ) disfunções renais__________
( ) osteoporose_____________________ ( )outros____________________
Intervenções cirúrgicas ( ) Não
65
( ) Sim Qual?________________________________________________
Problema articular em membros inferiores?_____________________________
Dor em membros inferiores?________________________________________
Sofreu queda recentemente?________________________________________
Lesão prévia em membros inferiores?_________________________________
Hábitos e vícios:
( ) Não tabagista ( ) Tabagista Freqüência? ______________( ) Ex-tabagista
Quanto tempo? ________________Parou há quanto tempo?____________
( ) Etilismo
Atividades Físicas atuais:___________________________________________
_______________________________________________________________
Tipo?__________________Freqüência semanal/tempo?__________________
Hábitos nutricionais
Alimentares: ( )boa ( )regular ( )ruim
Ingesta hídrica: ( )boa ( )regular ( )ruim
Medicamentos:
( ) AINES _______________________________________________________
( ) Corticoesteróide ______________________________________________
( ) Analgésico ___________________________________________________
( ) Anti-depressivo _______________________________________________
66
( ) Anti-hipertensivo ______________________________________________
( ) Outros _______________________________________________________
3 ANTECEDENTES FAMILIARES
( ) espondilite anquilosante____________ ( )atopias___________________
( ) artrite reumatóide_________________ ( )depressão__________________
( ) osteoartrite______________________ ( ) diabetes melitus____________
( ) hipertensão arterial________________ ( ) disfunções renais__________
( ) neoplasias_______________________ ( )outros_____________________
( ) osteoporose______________________
4 ANAMNESE:
Queixas principais (caso haja):
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
______________________________________________
5 EXAME FÍSICO
Sinais Vitais: FC: _____ bpm FR: ______ rpm PA: _______ mmHg
Tipo Respiratório: misto c/ predomínio ( ) costal ( ) diafragmático
67
Antropometria: Altura:_______ Peso:__________ IMC:__________
Dominância em MMII ( )direita ( ) esquerda
6 TESTE DE 1-RM
1ªTENTATIVA _______________________________________
2ªTENTATIVA _______________________________________
3ªTENTATIVA _______________________________________
4ªTENTATIVA _______________________________________
5ªTENTATIVA _______________________________________
75%1-RM _______________________________________
7 MEDIDAS total ____________
Pontos: 25%_________________
35%_________________
50%_________________
75%_________________