Solução tampão: Uma proposta experimental utilizando materiais ...
EFEITO TAMPÃO
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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Equilíbrio Ácido Base N° 1, MAIO 1995
Podem ser usados lápis de corpara fazer uma escala durável empapel, tal como as que existem nosrótulos dos papéis indicadoresuniversais, que poderá ser usada emvários experimentos, sem a neces-sidade de preparar novamente os tu-bos com soluções da escala padrão.
Parte 3 – Testando o pH de dife-rentes materiais:
Nesta parte do experimento sãotestados alguns elementos ou mate-riais de uso doméstico para deter-minar a acidez ou basicidade dosmesmos, como por exemplo xampu,leite, suco de limão, solução debateria de automóveis, detergentelíquido, mistura de água e sabão, clarade ovo.* Para isso:
• coloque em cada tubo deensaio 5 mL de água destilada e 5 mLde extrato de repolho roxo, tal comona Parte 2. Acrescente a cada umcinco gotas do material a ser testado;
• compare a cor obtida com aescala padrão.
Questões propostas• Quais dos materiais testados
são ácidos? Entre esses, quais são osmais ácidos?
• Quais são básicos? Quais sãoos mais básicos?
• Certo material confere cor lilásao repolho roxo. Em que faixa de pHesse material se encontra?
Figura1: Soluções contendo extrato de repolho roxo funcionando como indicadores de pH.
* Informação ao professor:* Informação ao professor:* Informação ao professor:* Informação ao professor:* Informação ao professor:Valores de pH para os seguintes
materiais: sangue, 6,5 a 7,3; leite devaca, 6,3 a 6,6; saliva 6,5 a 7,5; laranja3,0 a 4,0; suco de limão, 2,2 a 2,4;vinagre, 2,4 a 3,4; ovos (clara), 7,6 a8,0; detergente, 6,5 a 7,5; morango3,0 a 3,5; banana, 4,5 a 4,7.
Neste experimento sãoutilizados extrato de repolhoroxo e comprimido eferves-cente para se chegar aoconceito de solução tampão
OpH do suco gástrico situa-senormalmente na faixa de 1,0a 3,0. É comum, entretanto,
esse suco tornar-se mais ácido que onormal, causando a chamada azia eprejudicando a digestão. Quando issoacontece, faz-se uso de comprimidosantiácidos, que têm como funçãoelevar o pH até a faixa da normali-dade. Por que não se pode usar basescomo a soda cáustica (NaOH) paraelevar o pH do estômago? Quediferença há entre as propriedades deum comprimido efervescente e aspropriedades da soda cáustica? Estasquestões serão investigadas nesteexperimento.
Material2 béqueres de 50 mL3 tubos de ensaio
estante para tubos de ensaio2 conta-gotas
Reagentes1 comprimido antiácido eferves-
centeágua destilada10 mL de extrato de repolho roxo100 mL de solução de ácido
clorídrico 0,1 mol/L100 mL de solução de hidróxido de
sódio 0,1 mol/L
Procedimento• Coloque, até 3 cm de altura em
um dos tubos de ensaio, ácidoclorídrico; em outro, água destilada e,no último, solução de hidróxido desódio.
• Adicione a cada um 5 gotas doextrato de repolho roxo. Registre acoloração adquirida pela solução decada tubo1.
• Coloque em um tubo de ensaioácido clorídrico, algumas gotas deextrato de repolho e vá adicionando
Demonstração do efeitotampão de comprimidosefervescentes com extrato derepolho roxoViviani Alves de Lima, Miriam Battaggia, Andréia Guaracho, Adriano InfanteLicenciandos em química pela Fundação de Santo André, sob orientação de Julio Cezar FoschiniLisbôa, licenciado em química, professor titular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras daFundação Santo André, membro do Grupo de Pesquisa em Educação Química (GEPEQ) do IQ-USP
ácidos e bases, pH, tampões, indicadores, extratos vegetais
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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Equilíbrio Ácido Base N° 1, MAIO 1995
solução de hidróxido de sódio2.• Coloque nos béqueres 50 mL de
água. Em um deles, acrescente ocomprimido efervescente. Coloque 20gotas de extrato de repolho em cadabéquer.
• Adicione às duas soluções 10gotas de solução de hidróxido de sódio.Agite e registre suas observações3.
• Acrescente à solução que contémo comprimido efervescente mais gotasde solução de hidróxido de sódio. Váagitando e contando o número de gotasaté observar mudança4.
Questões propostas• A variação de pH da solução
inicial de ácido clorídrico é maisbrusca quando se acrescenta soluçãode NaOH ou de comprimido eferves-cente?
• Por que a ingestão de excessode antiácidos também pode trazerconseqüências altamente indese-
jáveis para o organismo?
Conclusões e comentáriosVerifica-se que mesmo com a
adição de hidróxido de sódio ou ácidoclorídrico, não ocorre alteraçãosignificativa do pH da solução quecontém o comprimido efervescente,quando essa adição não é muitoexcessiva, ao contrário do que acon-tece com a outra solução, em que amudança é brusca mesmo compequenas quantidades.
Verifica-se, assim, que o comprimidoefervescente em solução age comocontrolador de pH, não deixandoocorrer mudanças bruscas – isto é,funciona como uma solução tampão.
Soluções tampão são as soluçõesque resistem a variações de pH,quando a elas são adicionados áci-dos ou bases. Tais soluções sãoamplamente empregadas em análisequímica e até mesmo em escala in-
dustrial, quando as variações de pHalteram os resultados desejados.Também em nosso organismo elasestão presentes, mantendo o pH doestômago próximo a 2, o do sanguepróximo a 7,4, o da urina ao mínimode 4,5. Por isso, é também importanteque certos medicamentos sejam ‘tam-ponados’, para que não percam ounão mudem seus efeitos em dife-rentes condições de pH.
Notas1. As cores observadas são: no ácido
clorídrico, vermelha; na água, lilás, e nohidróxido de sódio, verde, passando aamarelo.
2. Observa-se assim alteração bruscade pH, indicada pela rápida mudança dacoloração da solução.
3. Na solução com comprimidoefervescente, a cor se mantém.
4. A solução resiste por mais tempo àmudança de pH que as demais.
Para saber mais
CONN, ERIC E. e STUMNPF, P.K.Introdução à bioquímica. São Paulo,Editora Edgard Blücher, tradução da 4ªedição americana, 1980.
ROSE, KENNETH JON. O corpohumano no tempo. São Paulo, EditoraMcGraw-Hill, 1989 .
DAVENPORT, HORACE W. ABC daquímica ácido-base do sangue. São Paulo,Atheneu Editora, tradução da 5ª ediçãorevista da obra The ABC of acid-basechemistry, 1973.
AMBROGI, ANGÉLICA; LISBÔA, J.C. eVERSOLATO, E.F. Unidades modulares dequímica. São Paulo, Gráfica Editora Ham-burg, 1987.
GEPEQ - Grupo de Pesquisa emEducação Química. Laboratór ioAberto Experiências de Química –Instituto de Química da USP - SãoPaulo.
LIDE, D.R. CRC Handbook of che-mistry and physics. Boca Ronton, RCRPress, 73rd ed., 1992-3.
QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Normas de Publicação N° 1, MAIO 1995
Todos os trabalhos devem serenviados em três vias datilografadasem espaço duplo, preferencialmentenas dimensões 21 x 16 cm, em 20linhas por página e 60 toques porlinha. Caso o trabalho seja digitadoem computador, utilizar se possível oeditor de texto Microsoft Word for Win-dows. A versão definitiva poderá serenviada em disquete, de preferênciano tamanho 3 1/2 polegadas.
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Os desenhos (gráficos e esque-mas) deverão ter a qualidade gráficaadequada para serem fotografadosdiretamente. Outras sugestões deilustrações, tais como fotos e gravu-ras, devem ser encaminhadas juntocom os originais datilografados.
As referências citadas devem serrelacionadas ao final do texto,segundo exemplos abaixo:
Para livros:AMBROGI, ANGÉLICA; LISBÔA,
J.C. e VERSOLATO, E.F. Unidadesmodulares de química. São Paulo,Gráfica Editora Hamburg, 1987.
Para periódicos:
HATHAWAY, D. Patentes, alimen-tos, nós mesmos. Tempo e Presen-ça (ano 14, 266, nov/dez), pp.16-17, 1992.
Os autores devem, sempre quepossível, sugerir outras leituras ouacessos para informações e reflexõesa respeito dos temas abordados notexto, para serem incluídos no “Parasaber mais”.
A editoria de Química Nova naEscola reserva-se o direito de efetuar,quando necessário, pequenas altera-ções nos manuscritos, de modo aadequá-los às normas da revista etornar o estilo mais claro, respeitando,naturalmente, o conteúdo do trabalho.
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