Educação a Distância e a formação de professores do ... · Paulo Freire, nada mais prático...
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1. Pedagoga Rede Estadual Pública do Paraná, atuante na área da Equipe de Gestão Escolar no Colégio Estadual
Professor Colares, em Ponta Grossa, professora concluinte do PDE 2010 – Área: Pedagogia.
2. Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Mestre em Educação – UEPG. Orientadora PDE.
3. Agradecimentos a SEED pela oferta do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) e a UEPG,
instituição que sediou a maioria dos cursos, acolheu com carinho a todos os professores, incentivando-os e
enriquecendo-os em suas reflexões e produções.
Educação a Distância e a formação de professores – Abordagens no Espaço do Conhecimento
STORI, Gianne Silva¹ FOLTRAN, Elenice Parise – Orientadora²
Resumo O presente artigo se constitui no resultado de estudos realizados durante o Programa de Desenvolvimento do Paraná (PDE), tendo como abordagem principal o estudo da modalidade de Educação a Distância e a formação do professor. Os objetivos deste trabalho foram: 1) apresentar as possibilidades de interação tecnológicas disponíveis nessa modalidade de ensino, 2) proporcionar um olhar diferenciado sobre o papel do professor frente à educação, procurando entender como acontece a construção do conhecimento na modalidade de Educação a Distância e 3) entender qual a ação do professor-tutor nos ambientes virtuais de aprendizagem e como aproveitar esses conhecimentos em outras modalidades de ensino. Nesse trabalho realizou-se reflexões sobre os pressupostos teóricos da EaD, Tutoria online e tutoria presencial, o aluno de EaD, Direitos Autorais para a Internet, Ambientes de Aprendizagem, Blog e Moodle. Destacou-se a importância de trazer para o ambiente educacional regular propostas que utilizem as tecnologias da informação e comunicação como meio de interação no processo educativo, organizando as informações para transformá-la em conhecimento. Palavras chave: educação à distância, professor-tutor, processo educativo, o aluno
de EaD, tecnologias educacionais, blog.
Distance Education and teacher formation - Approaches in the Area of
Knowledge
Abstract
The current article is constituted of the results of studies conducted during the
Development Program of Paraná (DPP), having as its main approach the study of the
modality of Distance Education and teacher formation. The objectives of this work were: 1)
present the possibilities of technological interaction available in this mode of teaching, 2)
provide a different look on the role of the teacher toward education, trying to understand how
the construction of knowledge happens in the modes of Distance Education and 3)
understand what is the action of the teacher-tutor in virtual learning environments. In this
work was carried out reflections on the theoretical assumptions of DE, online Tutoring and
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presence Tutoring, students of DE, Copyright for the Internet, Learning Environments, Blog
and Moodle. Was stressed the importance of bringing to the regular educational environment
proposals that use information technology and communication as a means of interaction in
the educational process, organizing the information as to transform it into knowledge.
Keywords: distance education, teacher-tutor, educational process, students of de
educational technologies, blog.
Introdução
Os fundamentos teórico metodológicos desse estudo, pautam-se na
concepção de gestão relacionada com os conceitos de prática da Educação à
Distância e, este deve ser pensado a partir dos objetivos e peculiaridades dessa
modalidade de ensino. A importância de se desenvolver uma cultura de tomada de
decisões a partir de um processo reflexivo ajuda a rever papel da educação na
sociedade suas possibilidades e limitações. Nesse processo o papel do tutor nos
espaços e tempos educacionais na Educação à Distância requer mediação,
intervenção, intencionalidade e avaliação do trabalho pedagógico tendo em vista
inclusive as orientações tecnológicas que se fazem necessárias na Educação à
Distância.
Pensar educação hoje, e o trabalho desenvolvido na Educação à Distância
significa redirecionar olhares para novas possibilidades de ensinar e aprender,
redefinindo papéis e reorganizando a prática, para tanto há necessidade de que os
envolvidos nesse processo sejam parceiros, protagonistas de toda ação
educacional, que percebam o processo educativo como fonte infinita de
conhecimentos e relações que se configuram dia-a-dia no fazer pedagógico
ressignificando o tempo escolar. Saviani (1985, p. 77) valoriza e conceitua a
educação como "uma atividade mediadora no seio da prática social global. Mediação
que deve servir de critério para se aferir o grau de democratização no interior das
escolas, considerando que a natureza da prática pedagógica supõe uma
desigualdade real e uma igualdade possível”.
Nessa ótica, há que se perceber que Saviani vislumbra no “professor um
agente social ativo, comprometido politicamente com as transformações da
sociedade”. Tais transformações necessitam de fundamentação teórica,
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argumentação, considerações que garantam a transparência das ações, como dizia
Paulo Freire, nada mais prático que uma boa teoria. Teorizar é iluminar a ação, é
decifrá-la, é aprender o movimento do real, portanto, algo por essência relacionado à
prática.
Precisamos fundamentalmente buscar a teoria que possa servir de guia para
a prática (Ribeiro; Filipkowski p 19), por outro lado a teoria em si não transforma o
mundo. Pode contribuir para sua transformação, mas para isso tem que sair de si
mesma, e, em primeiro lugar, e ser assimilada pelos que vão ocasionar com seus
atos reais, efetivos, tal transformação. Entre a teoria e a atividade prática
transformadora se insere um trabalho de educação das consciências, de
organização dos meios materiais e planos concretos de ação. (Vasquez, 1977, p.
206 apud Ribeiro; Filipkowski p 19).
Outro aspecto de relevância e fonte de muitas pesquisas em educação é a
gestão do tempo escolar na Educação à Distância. Precisa-se pensar no tempo
destinado a atividades curriculares especificas de alunos e professores na proposta
aqui analisada, ao tempo de estudos independentes nos espaços de mediação
pedagógica, o tempo de organização de espaços comuns, o tempo de interação
social que se fazem presentes no ambiente educativo. Para Pinto (2001) “O tempo -
uma das variáveis mais importantes da organização escolar – acaba por interferir e
condicionar definitivamente o modelo de intervenção didática que se pretende
implementar no seu dia-a-dia” (Pinto, 2001,p. 60 apud Ferreira; Dias; Santos, 2006).
Portanto, pensar o tempo diz respeito a repensar toda a EaD, determinando no dia a
dia novas formas de agir. Para se considerar essa complexidade é preciso analisar o
tempo além do aspecto cronológico e visualizá-lo em uma dimensão mais ampla,
dinâmica que permite ao individuo traçar diferentes rumos no aprendizado humano.
Constrói-se o conceito de tempo no ambiente, nos espaços de aprendizagem
desde o início das atividades de estudos e sua importância se agrega à medida que
o professor-tutor o transforma em significado para o aluno, ampliando e ajudando a
formular novos conceitos, reformulando novas possibilidades e aplicações.
“Construir o conceito de tempo junto com os alunos [...] é um convite a pensar sobre
a história de vida e as permanentes reconstruções, tanto em nível pessoal como
coletivo.[...]”. (SALTO PARA O FUTURO, 1999).
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o tempo, entendido como modalidade com que a vida cotidiana na escola é ritmada e distribuída na sucessão dos episódios que a caracterizam, o tempo, como aspecto da complexa ecologia dessas instituições, não parece ser objeto de atenção especial, nem no âmbito da pesquisa nem nas reflexões dos professores sobre a prática. ...no entanto, o suceder-se dos episódios na vida ... o seu andamento rotineiro ou imprevisível, agitado ou tranqüilo, a dimensão coletiva do seu acontecer e as negociações que ela impõe para enfrentar as exigências individuais, contribuem decisivamente para caracterizar o clima social dos grupos nas instituições, para influenciar os seus comportamentos e também – e isso é ainda mais importante – para veicular comportamentos e aprendizagens sobre o significado e o uso do tempo. (BONDIOLI,A , 2004)
Considerar as questões do tempo cronológico, do tempo biológico, do tempo
psicológico, do tempo histórico dos alunos orienta o professor-tutor diante das
possibilidades de organização do trabalho pedagógico, facilita e amplia, as
intervenções necessárias a aprendizagem do aluno, essa instrumentalização requer
o dever de promover o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, intelectual dos
alunos dessa forma abre espaço para a modernidade e as relações tecnológicas do
mundo contemporâneo.
Os procedimentos de ensino se configuram numa nova óptica frente à relação
educativa de ensinar e aprender suscitando a novas reflexões sobre o fazer criativo
e crítico da ação educativa. Há necessidade de propiciar a formação continuada do
professor para ampliar o conceito de aula além dos muros da escola, e do seu
entorno, para melhor propor situações de aprendizagem no dia-a-dia do ambiente de
aprendizagem, “na educação o foco, além de ensinar, é ajudar a integrar ensino e
vida, conhecimento e ética, reflexão e ação, a ter uma visão de totalidade. Educar é
ajudar a integrar todas as dimensões da vida, [...] que contribua para modificar a
sociedade que temos”, (Moran,2000).
Conforme afirma Saviani (1994), “o trabalho educativo é o ato de produzir, em
cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente
pelo conjunto dos homens”. (Saviani, 1994; p.24). Nesse entendimento, a categoria
“tempo” deve ser considerada com o fundamental nas rupturas epistemológicas que
se quer para o Ensino, pois ao relacionarmos o tempo escolar às questões de
humanização e de alienação, estaremos construindo dialogicamente a direção de
uma prática educativa com maior qualidade e capaz de promover a emancipação
humana.
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Assim, as problematizações relevantes desse estudo focam questões da
seguinte natureza: como organizar as atividades de ensino aprendizagem na
temporalidade da proposta educativa do aluno de EaD, estruturando-as de forma a
promover o desejo de permanência do aluno no ambiente escolar? Quais as
contribuições que a proposta do Ensino à Distância traz para uma melhor
apropriação do conhecimento pelos alunos? Que alternativas metodológicas podem
ser construídas pelo professor-tutor para orientar os alunos quanto à reorganização
do tempo escolar no Ensino à Distância? Como aproveitar esses conhecimentos em
outras modalidades de ensino?
Contextualizando a Ead.
A educação em todas as modalidades devem contribuir para tornar seus
interlocutores autônomos em seu processo de aquisição do conhecimento, portanto não
podendo a Educação a Distância estar desvinculada desse segmento permitindo hoje, a
educação se alicerçar em novas metodologias, concisas e inovadoras, transformando
efetivamente a proposta da concepção de ensinar e aprender necessárias aos
interlocutores da EaD.
Educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e organizações - transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos. (MORAN, MASETTO,BEHRENS, 1998).
O desenvolvimento da EaD, conta com muitas experiências de formação inicial
que se concretizam nos dias atuais, aliado também ao desenvolvimento da formação
continuada de professores nessa modalidade de educação.
Estando aqui situado o desenvolvimento desse trabalho, há necessidade de
pensar o conhecimento frente ao desenvolvimento de uma nova cultura que tem como
definição: um conjunto de tradições, costumes, princípios morais e éticos,
características, que definem um povo, um grupo de pessoas em uma determinada
época; que sofre influências e influencia, que interfere de forma consistente na maneira
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de pensar e agir da comunidade onde está disseminada. É através da cultura que se
constrói pensamentos, ações e decisões de acordo com o que foi ensinado e
apreendido, do que foi transmitido pelas sociedades das quais fazemos parte, assim,
cada um assume responsabilidades que delineiam a sociedade. Quanto a isso,
contamos com os estudos de Gandin, que nos diz:
Como um dos resultados da cultura, a escola é, ao mesmo tempo, uma agência de cultura. Tanto quanto, como acontece na maioria das vezes, ela se limita a transmitir a ideologia dominante e os atributos culturais que a acompanham, como quando ela se engaja num processo democrático global de uma sociedade e, com isso, assume sua função de firmar uma cultura, através da reflexão sobre ela e de, nesta reflexão, ser um espaço
para sua renovação contínua. (1988, p. 42).
Diante da proposta educacional que se constitui a partir da EaD, há necessidade
de organizar idéias, criar processos eficientes de planejamento, e profissionais dispostos
a reconstruir sua prática com olhos voltados a novas formas de ensinar e aprender, e
contar no meio educacional com as tecnologias da informação e comunicação de forma
crítica.
Compreender que os conteúdos estabelecidos pelas áreas do conhecimento,
assumam significados diferentes, que os erros fazem parte de novas construções, da
base de novos saberes, que as rupturas nos auxiliam a direcionar um novo olhar para
velhas questões, e as contradições nos permitem construir a internalização do
conhecimento para torná-lo fonte de promoção, pesquisa e desenvolvimento faz parte
da cultura.
O conhecimento constitui-se de características dinâmicas, inovadoras e não
acontece linearmente, pois é produto do conhecimento do mundo, estando a mercê de
contribuições que se constituíram em novas aprendizagens com uma forma peculiar de
se instaurar e organizar o meio a sua volta imersos nos processos de evolução do
mundo.
A organização do pensamento, aliado a experiências palpáveis e observáveis
estabelecem verdades suscetíveis a mudanças, abrindo espaço para uma nova
reorganização de idéias onde se estabelece a possibilidade de reconhecer virtudes e
males do próprio conhecimento; pois nenhuma ação do pensamento compactua com a
neutralidade.
invés de produzir certezas, é marcadamente uma estratégia de as desmontar”. O conhecimento atual nasce de uma (re) descoberta de
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conceitos, idéias, valores e questionamentos que sofreram transformações profundas nas últimas décadas, aliadas às propostas tecnológicas, propondo novos esquemas mentais aliados a ferramentas até então não pensadas pelo homem. Propondo a disseminação de uma nova cultura. Demo,(1997, p. 18) diz que a tarefa do conhecimento é “...desfazer verdades, para descongelar entraves do processo de questionamento e
inovação. (DEMO,1997, p. 18)
Percebe-se que o conhecimento é o ponto de partida para o desencadeamento
de toda nova postura e ação, para que não se estabeleçam fins em si mesmo, mas sim
uma postura crítica de ver a realidade, pois o conhecimento é a própria inovação. Para
que ocorram transformações profundas na educação, as tecnologias de informação
e comunicação devem sair do papel de simples material de apoio. É importante que
estejam no centro do processo educativo, como componentes essenciais e
estruturadores, como meio de interação, para ampliar e aprofundar o seu uso,
superando a corriqueira prática instrumental que se faz delas (objetivos proposto
pelo Instituto Ayrton Senna – Brasil 2010).
Para acompanhar e compartilhar os avanços da sociedade da informação há
necessidade, entender que a educação conta com instrumentos que colaboram para
um aprendizado mais eficiente e enriquecedor, que buscam a interação do indivíduo
com a aprendizagem, que as tecnologias da informação e da comunicação estão a
serviço do fazer pedagógico.
Os ambientes de aprendizagem garantem formas inovadoras de construir o
conhecimento de acordo com a especificidade da tarefa organizada pelo professor
possibilitando assim uma nova abordagem da educação realizada nos mais diversos
espaços com acesso a internet, indo mais além, na construção do trabalho com a
TV- pendrive, filmes e vídeos interativos com a participação dos alunos, produções
culturais e artísticas com o apoio das diversas mídias. Pode-se constatar que as
práticas educativas através das mídias se bem escolhidas e planejadas promovem a
interação entre os indivíduos que através de análise de conceitos fundamentais,
aprofundam a compreensão, e produzem novos conhecimentos diante de um clima
de cooperação, em rede.
A construção de espaços de aprendizagem em redes sociais, contribuem para
a pesquisa e aprimoramento da práxis. O professor que busca novas formas de
ensinar, alicerça sua prática numa nova cultura e valoriza a apreensão de novos
conhecimentos redimensionando sua própria prática.
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Quando se estuda a natureza da educação, embasados por Saviani (apud
BICUDO, 1996, p. 145) sabemos que a educação é uma característica do ser
humano, portanto passa pela compreensão da sua natureza, que é adaptada,
modificada segundo suas necessidades físicas e intelectuais, em consequência o
saber que interessa a educação é aquele que emerge do resultado da aprendizagem
ligado diretamente ao trabalho educativo.
Compreende-se então que o trabalho educativo parte de competências do
saber atitudinal – formados por processos espontâneos e sistemáticos, do saber
crítico-contextual – tratando da compreensão do contexto e sua reflexão, dos
saberes específicos – ligados diretamente a sua área de atuação, de saberes
integrantes aos currículos escolares, considerando seus elementos educativos, do
saber pedagógico – no qual se define a identidade do profissional da educação, o
saber didático-curricular – que considera a prática do ato de ensinar, os
procedimentos que envolvem sua dinâmica no espaço e no tempo pedagógico.
Considerando a epistemologia da prática educativa, nesta perspectiva ela
assume um caráter mediador onde alunos e professores participam igualmente da
relação de saber da prática social global.
O ponto de partida de ambos é a prática social. Entretanto, em relação a essa prática comum, o educador, de um lado, e o educando, de outro, se encontram em níveis diferentes de compreensão e, portanto de inserção na prática social (SAVIANI, 1996, p.79-82)
A prática pedagógica em Educação a Distância não assume um papel
diferenciado, pois engloba em seu bojo diferentes formas de relação com a educação,
sendo diferente o espaço físico da sala de aula, os muros que delimitam a escola, na
relação com o conhecimento, as formas de interação entre professores e alunos,
Moraes (1996, p. 68 apud OLIVEIRA), diz que:
É um novo modelo de escola que derruba suas paredes, que salta além de seus muros, revelando um aprendizado sem fronteiras, limites de idade, pré-requisitos burocráticos, traduzindo uma nova relação de abertura com a comunidade, e reconhecendo a existência de novos espaços de conhecimento. Uma escola sem paredes, uma “escola expandida”, que cria novos espaços de convivência e aprendizagem.
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A Educação a Distância surge com a necessidade de se construir espaços e
tempos diferentes de aprendizagem, pela exigência da sociedade atual, trazendo
mudanças no sistema de ensino, na forma de ensinar, na abordagem didadico-
metodológica, nos meios e instrumentos disponíveis na sociedade contemporânea.
Essa modalidade de educação, sempre esteve à mercê de muitos preconceitos, pois
fazendo uso das tecnologias educacionais acreditava-se que ela traria mudanças na
educação com o eficienticismo dos aparelhos e equipamentos, supervalorizando os
instrumentos com fins em si mesmos. A esse respeito Mazzi (1981, p. 26):
O perigo da TE estaria, justamente no fato de acenar com promessas e mudanças, obscuecendo as questões essenciais, impedindo que emerjam os problemas substantivos. Distraídos com a possibilidde de reformular métodos e formas de educar, com o fascínio da introdução de novos meios e novas técnicas, os educadores anestesiariam a própria consciência, acreditando-se participantes de um processo de renovação da educação. A ilusão estaria no acreditar que, mudando equipamentos e métodos, todo o resto poderiar ficar como está.
Oliveira (2000, p. 11) fala que para superar os diferentes conceitos que
acompanhavam as tecnologias educacionais, caracterizada pela compreensão
fragmentada da prática pedagógica, e por um modelo adequado ao seu
desenvolvimento, passou-se a buscar uma nova conceituação de TE, tendo com
norteador filosófico uma escola melhor para as classes trabalhadoras, vindo a
contribuir com o processo de mudança da escola brasileira, superando os modismos
do senso comum e sendo compreendida como fenômeno educativo, não na sua
superficialidade. Na década de 80 além das tecnologias existentes, o computador
passa a fazer parte desse ideário educacional e políticas de informática educativa
passam a ser desenvolvidas no Brasil, sendo esse aspecto o salto qualitativo para o
desenvolvimento de políticas de educação à distância.
Os recursos tecnológicos [...] devem ser incorporados ao ensino [..] que não sejam considerados apenas como instrumentos, meios para ensinar, mas também como objeto de ensino e aprendizagem [...] que suscitam em processos cognitivos também diferentes.(SOARES, 2001 p. 17 apud OLIVEIRA, 2003)
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Percebe-se aqui, estabelecido uma nova necessidade para a EaD, que
atenda as necessidades educativas, que viabilize a inserção tecnológica e cultural e
a mediação pedagógica, onde o professor realmente desempenha seu papel
fazendo a ponte entre o aluno e a aprendizagem, o facilitador, o motivador dessa
aprendizagem.
o professor busca e adquire informações, dá significado ao conhecimento, produz reflexões e conhecimentos próprios, pesquisa, dialoga, debate, desenvolve atitudes pessoais e profissionais, atitudes éticas e políticas, muda comportamentos, transfere aprendizagens, integra conceitos teóricos, com realidades práticas, relaciona e contextualiza experiências, dá sentido a diferentes práticas da vida cotidiana, desenvolve a criticidade, a capacidade de considerar e olhar para os fatos e fenômenos sobre diversos ângulos, compara composições e teorias, resolve problemas. (MORAN; MASETTO; BEHRENS, p. 139, 2002).
Esse pensamento sintetiza a necessidade de visualizar novas atitudes que se
espera do professor e novos comportamentos dos alunos e qual a forma mais
adequada de conceber as tecnologias nesse processo de aprendizagem que busca
a auto-aprendizagem e alunos e professores parceiros na construção do
conhecimento. Para tanto, há que se conceber que o professor que trabalha com a
EaD, tem uma visão diferenciada quando se refere a sua postura, aos
encaminhamentos metodológicos, a produção do material didático, ao trabalho em
equipe, pesquisas conjuntas, exigindo uma mudança de comportamento, de
mentalidade de valores e atitudes que resultem na autonomia no exercício do
trabalho docente.
Não se pode esquecer que as tecnologias somente terão importância se
forem adequadas para facilitar o alcance dos objetivos da aprendizagem que se
pretenda que alcance, as técnicas não se justificam por si mesmas, por isso a
ênfase no trabalho do professor e estudos que organizem a formação continuada
pois é o professor que ressignifica o conhecimento da sala de aula e dá sentido a
aprendizagem.
Existe a necessidade primeira de se pensar que os espaços virtuais de
aprendizagem estão postos para “educar para a inovação” e não para propor a
tecnologia apenas para inovar velhos métodos. Desta forma, é preciso se pensar no
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papel do aluno, do professor, da gestão desse conhecimento, do design educacional
e a gestão desses conhecimentos.
Por meio da manipulação não linear de informações, do estabelecimento de conexões entre elas, do uso de redes de comunicação e dos recursos multimídia, o emprego da tecnologia computacional promove a aquisição do conhecimento, o desenvolvimento de diferentes modos de representação e de compreensão do pensamento (Almeida, 2000, p. 12).
Deve fazer parte do compromisso educacional em EaD buscar mecanismos
de construir o conhecimento através de meios interativos que preocupem-se com o
ensinar e o aprender. Na realidade, proporcionar formas de estudo, analisar
ambientes de aprendizagem digital, softwares, informações e conhecimentos
disponíveis na rede, torna as propostas em EaD problematizadoras preocupadas em
desenvolver a autonomia do aluno e a busca do conhecimento que se apresenta em
permanente desenvolvimento.
Portanto o trabalho aqui proposto busca superar a lógica da instrução
programada, o trabalho individual, a distância da comunicação estabelecendo uma
interlocução com a prática docente e, considerando essas questões há necessidade
de situar quem são os autores desse processo e como deve-se perceber as novas
reflexões para o aperfeiçoamento da prática docente.
Segundo Aretio, existem muitas ações de ensino a distância que falham
porque, afirma ele:
faltam conhecimentos teóricos de base que justificam e embasam a prática formativa”, para que isso não ocorra é preciso pensar a educação à distância com características próprias, com o surgimento de demandas específicas, alunos com características diferentes, professores encantados com o ensino e a aprendizagem que deve ser flexível e independente, o material didático próprio tem o compromisso de “conversar” com o aluno, com o aprendiz, necessita de uma linguagem clara, concisa e coerente, sistematizada, com a intencionalidade de trazer conhecimentos significativos e relevantes delineados por um currículo próprio, dinâmico e que “se adapte as necessidades, características e interesses pessoais dos alunos e sua disponibilidade de tempo, espaço, motivações, ritmos e estilos de aprendizagem” (ARETIO, 1998 p. 51).
Os recursos de mídia e de internet devem propiciar a leitura e interlocução
entre os saberes oportunizando maior interação entre as pessoas desse cenário que
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começa a ser construído, se fazendo necessário consolidar as idéias pedagógicas e
sua realização, transformando a abstração em ação, o design instrucional coloca a
idéia em sua forma concreta planejando virtualmente o que precisa acontecer entre
os agentes da aprendizagem, as formas de ensinar com as condições que dispõe,
estabelecendo a adequação de linguagens que promova a educação permanente.
Os recursos multimídia se constituem como elemento básico nesse processo
educativo que se configura desde a sua concepção enquanto intenção de estudo,
precisa ser desenhado ao mesmo tempo que se determinam os objetivos para o
desempenho eficiente das ações que se propõe que o aprendiz desempenhe.
A cada proposta de estudo em EaD, há um projeto de trabalho diferenciado
para atender as suas especificidades e com isso há atuações profissionais
diferentes das conhecidas na educação convencional. Temos aqui a presença da
figura do tutor e, a ele cabe a tarefa de esmiuçar o conhecimento proposto,
esclarecendo dúvidas, alinhavando saberes, com o olhar voltado as questões que
são próprias a EaD. O trabalho da tutoria nasce a partir dessa nova necessidade, e
precisa ainda ser redimensionada, estudada e direcionada. Na perspectiva
Vygostskiniana o tutor age na zona de desenvolvimento proximal, é um parceiro
experiente, conhecedor de seu trabalho enquanto mediador do processo de ensino e
aprendizagem, que procura envolver afetiva e intelectualmente os aprendizes na
descoberta do conhecimento sistematizado minimizando as distâncias e tornando a
educação coletiva, compartilhada e articulada com o saber.
Na concepção de Leal (1998) ainda preliminar por não se ter uma experiência
consolidada em EaD,
compreende que o papel do Tutor, enquanto categoria acadêmica, baseada no compromisso com a formação de alunos que pensem e sejam capazes de discutir e elaborar conhecimento. [...]. Um tutor que compreenda o papel da Universidade, num contexto a distância, como lócus de debate, da criação, que se permita desconstruir e reconstruir significados na sua ação formativa e na construção do saber científico. Um tutor/educador capaz de se indignar com a vulgaridade de propostas alienantes; capaz de elaborar um contra-discurso ideológico que sobretudo, seja aberto a mudanças, [...] com a formação de alunos críticos e sujeitos pensantes.
Dessa forma o tutor deve conhecer as técnicas específicas da EaD, para
atuar nessa modalidade de ensino, como também as características desse aluno. O
tutor é aquele que problematiza a subjetividade dos fatos trazendo-os para reflexões
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práticas e significativas que privilegiem a mediação pedagógica, entendendo por
mediação pedagógica, segundo Prado & Martins (acesso em 10/05/2011)
a mediação pedagógica demanda do professor abertura para aprender, flexibilidade e um postura reflexiva para rever constantemente a sua prática, bem como, criticidade e autonomia para relativizar suas intenções em determinados momentos da interação. A mediação, se pauta na articulação dos princípios de ensino-aprendizagem e concretiza-se pelas constantes recriações de estratégias durante a realização de um curso.
Nesse cenário o professor torna-se um pesquisador de sua prática, reflete
sobre ela e a reorganiza, pressupondo mudanças no trabalho educativo, num papel
de protagonista do seu fazer docente, deixando de lado as abordagens da
racionalidade técnica e desvelando os saberes da racionalidade crítica, permitindo
assim construir a autonomia no processo de educação, como forma de intervenção
intencional no processo educativo.
O professor tutor
O trabalho educacional tem sido constantemente ampliado com o uso das
tecnologias digitais, o limite do conhecimento é a disponibilidade que cada pessoa
tem para escolher sobre o que deseja saber. O conhecimento propõe ao indivíduo
novos desafios para que possa superar as dificuldades; e o trabalho de tutoria está
em organizar, sistematizar, e estabelecer significados entre o individuo e o
conhecimento propondo um intervalo de confiança e legitimidade entre esses dois
pontos.
Neste contexto, cabe-se aqui adotar uma postura ética no trabalho de tutoria
capaz de permitir superar a distância para alcançar a qualidade na abordagem dos
conteúdos estudados tornando os saberes mais próximos de seus interlocutores, em
como utilizá-los para realizar seus projetos pessoais e profissionais. A ação tutorial
não se baseia em propósitos reducionistas, pois o limite do cyberespaço permite
alcances cada vez maiores e usuários com postura crítica.
Para Mercado (1999, p 36) “a educação na maior parte das vezes não
estimula a capacidade da dúvida, da incerteza, a consciência de que todo
conhecimento é provisório, que está em contínuo processo de criação e recriação”,
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portanto o trabalho do tutor está em promover a construção do conhecimento, a
discussão, a argumentação em espaços educacionais que sejam apropriados ao
desenvolvimento desses fazeres, onde o aprender assume novos significados que
“passa a ser concebida como um processo de apropriação individual” (p 37).
O aluno que procura um curso em EaD busca dar sentido a suas
aprendizagens estabelecendo fronteiras com os valores sociais, os quais se fazem
presentes em sua caminhada, então cabe ao tutor construir o compromisso de uma
interface que privilegie as relações interpessoais favorecendo os ambientes internos
e externos dessa modalidade de ensino.
Assim também o trabalho de tutoria deve buscar formar para a
responsabilidade social, para o avanço tecnológico, para a convivência com a
diversidade, a equidade, ao trabalho coletivo e para as decisões coletivas
estabelecendo um consenso de responsabilidade no espaço de aprendizagem,
desempenhando seu papel profissional na sociedade, com atitudes e valores éticos
promovendo o sucesso dos seus alunos.
O processo reflexivo deve se fazer presente na ação tutorial, para que o tutor
possa investigar sua prática, estabelecendo um compasso entre as interações
desafiadoras responsáveis pela construção de estruturas do pensamento aliadas as
discussões e relações da vida prática adaptando os indivíduos a formas
diferenciadas de aprendizagem que valorizam a capacidade de pensar, de descobrir,
de sistematizar, caracterizando um novo processo de apropriação do conhecimento,
de acordo com as necessidades que lhe são inerentes.
Pode-se assim dizer, segundo Mercado (1999, p. 38)
a pesquisa em educação e psicologia cognitiva ganha um novo significado por envolver conhecimentos que terão que ser construídos e reconstruídos constantemente pelos aprendizes, sendo ampliados para além do cognitivo, implicando o desenvolvimento de habilidades consideradas fundamentais para atuação efetiva na sociedade atual.
Há portanto uma nova forma de pensar sobre o ensino e a aprendizagem,
pois propõe um clima de mudança que permita ser o trabalho merecedor de atenção
e respeito daqueles que estão sob a tutela desse profissional, que se tornem
coparticipantes pelas relações que se estabelecem nesse ambiente que deve ser
altamente facilitador, emancipatório e solidário.
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Pela própria caracterização da EaD, em que os alunos podem organizar seu
tempo e seu espaço de aprendizagem em seu próprio ritmo, na relação de um para
um, ou de um para muitos, no espaço que julgar mais adequado, buscando sua
interlocução com o conhecimento, propõe-se um trabalho que permita a liberdade, a
cooperação e autonomia de assimilação de conceitos que esse estudo seja o
facilitador do interesse em aprender.
Segundo Aretio (1999, p 262) são características do tutor, ter um profundo
conhecimento em EaD e em sua área de atuação; que as atribuições básicas
profissionais que deve desempenhar é muito similar em todos os sistemas de ensino
superior a distância que existem hoje, mas, estando ainda indefinida sua identidade
profissional dentro da carreira docente. Defende que esse profissional é um
agilizador que influencia positivamente o processo de aprendizagem pois, aproxima
do aluno, que não tem a presença do professor para orientá-lo em suas dificuldades,
da compreensão do assunto a ser estudado; dessa maneira o professor-tutor ajuda-
o a compreender os conteúdos que devem ser apreendidos por ele, facilitando a
compreensão da matéria; também assessora e orienta sobre os recursos e
estratégias de aprendizagens para que tenha sucesso em seus estudos pondo o
aluno em condições de desenvolver suas capacidades de assimilação e
desenvolvimento do seu potencial.
Como competências específicas do professor-tutor definidas pela UNED
(Universidad Nacional de Educación a Distância – Madrid) pode-se concluir que:
o professor-tutor precisa dispor de conhecimentos suficientes das matérias que ministra, suas especificidades no que se trata do domínio das técnicas apropriadas para o desenvolvimento das diversas formas e estilos de tutoria. O método tutorial se concebe em suas origens como um sistema de educação individualizado em que se atende as características da personalidade do aluno dentro de um sistema de educação coletiva; o professor-tutor deverá esforçar-se em personalizar a ead mediante um apoio organizado e sistemático, que possibilite o estímulo e orientação individual, a facilitação das situações de aprendizagem e a ajuda para resolver as diferentes dificuldades apresentadas nos materiais didáticos de apoio ao estudo independente; manter a motivação e fomentar a autoestima e suas potencialidades. (ARETIO, 1999, p 264-266)
Dessa forma, conforme aponta a Universidade Estadual de Ponta Grossa,
entre as competências do tutor pode-se citar as competências técnicas,
pedagógicas, comunicacionais, de iniciativa e criatividade, gerenciais, sociais e
profissionais (Collins & Berge em Palloff & Pratt, 2002 apud MILLER, 2011) falam
sobre:
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Técnicas (imagens disponível em:http://www.google.com.br/search)
consiste em dominar os recursos tecnológicos existentes no ambiente virtual de aprendizagem e, também, em orientar os participantes sobre a correta utilização desses recursos
Pedagógicas (imagens disponível em:http://www.google.com.br/search)
inclui em facilitar o acesso aos conteúdos, intervir pontualmente garantindo o espaço para a colocação de cada participante, mediar fóruns e chats, praticando e responsabilizando-se pelo bom andamento do curso, estimular o pensamento crítico, auxiliar os participantes na busca por fontes alternativas de informação e reflexão
Gerenciais (imagens disponível em:http://www.google.com.br/search)
posição assumida pelo tutor quando ele é responsável por estabelecer o vínculo entre participantes e instituição, informando diretrizes, negociando regras, resolvendo questões pertinentes ao cursos e avaliando resultados, assim como quando planeja e propõe estratégias para alcançar os resultados esperados
Sociais (imagens disponível em:http://www.google.com.br/search)
diz respeito à criação de um ambiente que estimule e favoreça a aprendizagem, promovendo a motivação do participante, apoio e acompanhamento durante todo o curso e estabelecimento de um clima propício para a manifestação de inquietações e dúvidas.
As competências comunicacionais se referem a situações síncronas
(acontecem em tempo real como nos chats, videoconferências, webconferências e
skipe, por exemplo) e assíncronas (as discussões acadêmicas ocorrem em tempo
diferente, possibilitando aos interlocutores a reflexão sobre os assuntos discutidos,
como exemplos pode-se citar os correios eletrônicos, fóruns, listas de discussão,
entre outros).
Competências profissionais, que são conquistadas através do estudo, e ao
desempenhar suas funções, aqui clareadas:
atuar como mediador, e conhecer a realidade dos estudantes sob sua orientação em todas as dimensões (pessoal, profissional, social, familiar, etc); expressar uma atitude de receptividade diante do aluno e assegurar um clima motivacional favorável a aprendizagem; oferecer possibilidades permanentes de diálogo, saber ouvir, ser empático e manter uma atitude de cooperação; introduzir estímulos e situações instigantes para assegurar a atenção dos estudantes; usar exemplos ligados a situações reais de vida, para que na aprendizagem intervenham aspectos pessoais e emocionais, de modo que ela não se restrinja apenas a uma assimilação intelectual; considerar os conhecimentos teóricos e práticos que os alunos já possuem e aproximá-los de novos conhecimentos e informações de maneira progressiva e moderada; orientar os estudantes de modo a estimular a curiosidade pelo desconhecido e o interesse pela pesquisa; oferecer
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oportunidades de participação, de reflexão e de tomada de decisões; propiciar atendimento individualizado e cooperativo, numa abordagem pedagógica que ponha à disposição do estudante os recursos necessários para o alcance dos objetivos do curso. (MARINHO; RODRIGUES; SCHIMIDT, 2011 p 39).
Neto, em uma conferência, sobre a EaD (2011) refere-se ao tutor como
orientador de aprendizagem, diz que suas atribuições variam de acordo em cada
proposta específica de acordo com a proposta didática, dos materiais e tecnologias
empregados, do tempo do curso, e atribui como competências do bom orientador:
planejar como a orientação online vai acontecer em cada situação de aprendizagem específica; utilizar com fluência os recursos tecnológicos que serão empregados; estabelecer um relacionamento produtivo com os estudantes, com base no respeito e na confiança mútuas; comunicar-se eficazmente com os alunos por formas síncronas e assíncronas; oferecer feed-back adequado para os demais componentes da equipe de EAD (administradores, coordenadores, designers pedagógicos, técnicos); auxiliar os alunos quanto ao uso básico das tecnologias utilizadas, para as finalidades do curso; identificar problemas encontrados pelos alunos e solucioná-los dentro das possibilidades de sua função; organizar, animar e coordenar o desenvolvimento de atividades que facilitem a aprendizagem; oferecer encorajamento, incentivo e inspiração para os alunos, mantendo a motivação para o aprender; avaliar continuamente os resultados alcançados pelos alunos; avaliar continuamente e aprimorar o próprio processo de orientação e a sua atuação como orientador. Com certeza outras qualidades pessoais e inter-pessoais também são necessárias, como o sempre útil e valioso bom senso. A empatia com os estudantes é construída com base na harmonia entre essas qualidades do orientador e suas ações concretas.
De acordo com as funções que o tutor deve desempenhar para a Secretaria
Estadual de Educação do Paraná segundo Bortolozzo, Barros e Moura (2009):
se o tutor interage com os alunos, motiva, provê recursos para auxiliar a aprendizagem, instiga para a reflexão e a pesquisa, propõe atividades diversas que estimulem todos os processos cognitivos, articula teoria e prática, avalia a aprendizagem, então, ele exerce função docente, ou seja, é professor. Por essa razão, a SEED optou pela terminologia professor-tutor.
As Diretrizes de EaD da SEED (Secretaria de Educação) do Paraná:
a equipe de tutoria será responsável por mediar as discussões, orientar os cursistas, bem como contribuir para o aprofundamento teórico, o encaminhamento metodológico e a avaliação das atividades. Tendo como atribuições:articular com a coordenação de EaD as necessidades de infraestrutura; esclarecer a respeito da dinâmica dos cursos; estabelecer colaborativamente a dinâmica de trabalho entre a tutoria presencial e a
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distância; mediar, facilitar, orientar e buscar equilibrar os movimentos de aprendizagem oportunizados nos diversos ambientes, tendo como referência o conteúdo específico do curso; encaminhar à Coordenação de EaD as dúvidas e situações que exijam alterações no desenvolvimento dos cursos; monitorar e avaliar as atividades propostas no curso; enviar à Coordenação de EaD os documentos e relatórios de caráter acadêmico e administrativo decorrentes do processo de tutoria.
O respeito ao desenvolvimento do aluno, ajudando-o a superar suas
dificuldades, considerando-o em sua autonomia e auxiliando-o em sua
emancipação, manifesta um profundo conhecimento do professor-tutor em sua ação
pedagógica.
A ação tutorial em Educação a Distância se estabelece conforme o design do
curso que está sendo proposto, de acordo com clientela a que se destina e pela
intencionalidade de sua ação. Segundo Mercado (1999, p 25) “é importante que os
futuros professores entendam que a inovação vem condicionada ao enfoque
metodológico que faz uso destes recursos aproveitando suas novas possibilidades
de trabalho”.
O aluno de EaD
As aprendizagens caracterizam uma nova etapa na vida dos aprendizes,
dando significado, sentido, estimulando a capacidade de apropriação do
conhecimento, propõe ao indivíduo novas perspectivas no mercado de trabalho,
portanto, o avanço tecnológico acaba definindo o perfil dos profissionais
contemporâneos, onde se permita experiências diferenciadas frente aos novos
desafios que supram a necessidade dos conhecimentos frente às inovações que
acontecem dia a dia.
Na configuração desse novo paradigma requer perspicácia em promover as
aprendizagens que venham de encontro às ansiedades dos alunos, mas é
necessário saber e compreender para quem é proposto a EaD, quem são os alunos
que precisam trilhar esses caminhos, propondo mais esse desafio ao professor-tutor
no intuito de conhecer sua clientela e estabelecer uma eficiente comunicação
síncrona assim como assíncrona.
O professor-tutor tem igual responsabilidade na formação do aluno de EaD,
juntamente com a instituição de ensino, com o professor autor, coordenador de
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curso e com o próprio aluno. Este, precisa ser pensando em duas dimensões
distintas: enquanto fazendo parte de um coletivo numa instituição de ensino e como
indivíduo participante de todo esse processo.
Num primeiro momento a EaD, veio para atender uma clientela desprovida de
condições econômicas e culturais, que necessitava de formação para atender ao
crescente mercado de trabalho (cursos por correspondência), os avanços
tecnológicos sugeriram um contexto diferente para esse aluno que passou a ser
mais exigido e mais exigente porque está fazendo parte de um mundo digital até
então desconhecido para ele.
estatísticas recentes publicadas peloNational Center for Education Statistics (2002) indicam que o interesse e a matrícula em cursos on-line incluem todas as faixas etárias. Em 31 de dezembro de 1999, 65% das pessoas com menos de 18 anos haviam ingressado em um curso on-line, o que indica a popularidade crescente dos cursos virtuais do ensino médio. Cinqüenta e sete por cento dos alunos universitários considerados tradicionais, com idade entre 19 e 23 anos, também ingressaram em tais cursos. Cinqüenta e seis por cento das pessoas com idade entre 24 e 29 anos matricularam-se, e o índice de pessoas com mais de 30 anos que fizeram o mesmo foi de 63%. As estatísticas confirmaram que o número de homens e mulheres é bastante semelhante. Com exceção dos grupos indígenas e dos nativos do Alasca (dos quais apenas 45% ingressaram em cursos on-line), cerca de 60% de pessoas de todas as raças participaram de tais cursos. Muitos administrados adotaram a aprendizagem a distância on-line porque acreditam que elarepresenta um meio pelo qual os alunos adultos, que vivem longe dos campi, podem ser recrutados (apud PALLOFF & PRATT, 2005).
Diante dessa diversidade, o professor-tutor precisa conhecer a realidade do
seu aluno solicitando a ele um perfil que dê “pistas” sobre sua pessoa, seus
interesses, sua forma de acesso a internet e conhecimentos básicos de informática,
quais concepções que tem sobre a educação em geral e a EaD, qual o trabalho
profissional que desempenha, sobre o que quer e o que precisa aprender; nessa
busca cabe também perguntas e questionários que mostre seus estilos de
aprendizagem para que possa auxiliar o professor-tutor a esclarecer suas dúvidas e
fazer uma avaliação de seu desempenho menos subjetiva e mais apoiada no seu
próprio potencial.
Deve-se deixar claro para o aluno, qual o papel que a tutoria desempenhará,
e o da assistência técnica que o curso oferece, para que sejam feitos as perguntas e
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solicitado esclarecimentos aos profissionais responsáveis por cada setor de
organização do curso.
Cabe-se lembrar a concepção Antropologica de Paulo Freire que diz que o
homem é um ser curioso, um ser inacabado, incompleto e inconcluso, portanto que
precisa do outro, que é um ser conectivo que compartilha com o outro e com o
mundo “o ser que está em constante evolução e em constante transformação”. A
curiosidade leva a leitura de mundo, este é um princípio fundamental da teoria de
conhecimento de Paulo Freire, a segunda é a tematização que busca nos princípios
geradores dar sentido as palavras, a sua compreensão, ajuda a descobrir
significados, e a terceira é a problematização momento culminante do método que
traz a realidade para estudo e intervenção, pensando sobre o que é possível fazer
para melhorar o positivo, que está ligado à teoria do conhecimento e a antropologia.
Compreender a proposta de educação de Paulo Freire, significa humanizar, libertar
de despertar o espírito crítico, descobrir que aprender é possível ensinar.
Portanto há necessidade de trazer esses conhecimentos para a EaD e
enfatizar ao aluno, que um curso precisa de leituras periódicas do material
disponibilizado, e um programa de estudos que devem ser cumpridos, e organizados
pelo professor-tutor que deve deixar claro que a disciplina é fundamental para a
apropriação dos conhecimentos que lhe serão propostos e para a qualidade que o
aluno busca em sua formação; e essa qualidade está estreitamente relacionada com
o seu papel ao desenvolver os estudos.
O acesso a ambientes virtuais de aprendizagem costumam gerar uma certa
insegurança ao usuário, por isso, uma minuciosa explicação de como funciona as
interfaces onde o aluno terá que operar com maior domínio poderá ser feita pelo
tutor através de uma webconferência pelo do skipe, se houver dificuldade de
organizar essa tarefa na plataforma do curso, pelo Messenger ou até mesmo por
contato telefônico a fim de que esses entraves de hardware não prejudiquem o
desenvolvimento didático do curso, até que o aluno se sinta seguro para
desenvolver seus trabalhos online e utilizar as ferramentas da plataforma. Alguns
cursos contam com os tutores presencias que podem auxiliar nessa fase de
“identificação do curso” por seus participantes.
O aluno online, por não ter “contato” com outros parceiros, sente-se muito
sozinho, por isso precisa periodicamente da intervenção do professor-tutor para que
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não desanime, para que faça parte de seu próprio processo de formação e não se
sinta abandonado, excluído, marginalizado. O processo de interação precisa ser
dinâmico, atuante, para que as explicações da tutoria se consolidem, precisa
desenvolver uma comunicação eficiente com seus alunos, ajudando-os também a
organizar suas perguntas para que sejam bem esclarecidas.
São sugestões de atividades que podem ser propostas aos alunos de EaD, segundo
Neto (2011), a qual denomina de tipologia de atividades de aprendizagem pode-se
observar:
Atividades de Exploração: atividades de compreensão, atividades de fixação, atividades de experimentação livre, atividades de navegação e descoberta, atividades de abstração primária; Atividades de Expansão: atividades de relação e associação, atividades de comparação; atividades de generalização, atividades de transferência, atividades de análise indutiva; Atividades de Aprofundamento: atividades de detalhamento, atividades de complexidade, atividades de abstração secundária, atividades de análise dedutiva, atividades de interesses específicos; Atividades de Ancoragem: atividades de contextualização, atividades de síntese, atividades de determinação da relevância, atividades de aplicação, atividades de significação; Atividades de Crítica: atividades de análise crítica, atividades de desconstrução, atividades de re-contextualização, atividades de re-significação, atividades de reflexão livre; Atividades de Criação: atividades de design e planejamento, atividades de simulação e projeção,atividades de invenção / heurísticas, atividades de criatividade, atividades de resolução de problemas e desafios; Atividades de Motivação: atividades de confiança, atividades de propósito e interesse, atividades lúdicas, atividades de socialização, atividades de auto-desenvolvimento; Atividades de Valoração: atividades valorativas pessoais, atividades valorativas coletivas e sociais, atividades com perspectivas éticas, atividades de operação e colaboração, atividades solidárias. (Neto, 2011, Instituto Interfaces)
Na busca de alternativas que auxiliem o aluno de EaD, o professor-tutor
precisa desenvolver uma relação interpessoal positiva, convencendo o aluno que
sua tarefa é de descomplicar, desmistificar e propor possibilidades que deem
subsídios para que possa cumprir com êxito suas iniciativas e experiências
educacionais. A Universidade Estadual de Ponta Grossa, tem por base o Curso de
EaD que disponibiliza aos alunos os princípios da interação, interatividade,
cooperação e autonomia e tem como pressupostos básicos:
O aluno é sujeito da sua aprendizagem: suas experiências devem ser consideradas em seu processo de aquisição/construção do conhecimento. O estudante deve acreditar em suas potencialidades, desenvolver sua autoconfiança, dar a sua contribuição ao grupo e aplicar o aprendizado nas situações cotidianas; as pessoas possuem ritmos diferentes de
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aprendizagem, que devem ser respeitados e o gerenciamento do estudo pelo próprio aluno propicia maior envolvimento pessoal nesse processo; [...] a interação do estudante com os demais envolvidos no processo também é fundamental para a construção de relações amistosas e cooperativas (MARINHO; RODRIGUES; SCHIMIDT, p 75, 2011).
Vivenciando uma prática em EaD.
Num estreitamento entre os estudos realizados e a prática do professor
procurou-se um fio condutor entre o fazer diário da sala de aula associado à
linguagem tecnológica, pois ao conhecer algumas possibilidades oferecidas pelos
meios digitais, incorporadas ao fazer pedagógico, a busca pelo conhecimento
poderia se tornar um meio para desenvolver as habilidades e competências
necessárias tornando o conhecimento interessante para o aluno e para o professor
constituindo-se em novas maneiras de ensinar e aprender, contribuindo dessa forma
para uma prática reflexiva. Percebe-se a importância do professor reflexivo que construa
aprendizagens no cotidiano do fazer pedagógico pois como afirma Perrenoud (2002, p
13): “Todos nós refletimos na ação e sobre a ação, e nem por isso nos tornamos
profissionais reflexivos. É preciso estabelecer a distinção entre a postura reflexiva do
profissional e a reflexão episódica de todos nós sobre o que fazemos.”A busca de
uma prática coerente com a teoria estabelece um canal de comunicação
proporcionando a eficácia do fazer didático; o profissional reflexivo precisa a partir
dessa premissa reorganizar a ação como expressão de sua consciência profissional.
Entre os conceitos estudados houve a preocupação em discutir as
implicações relativas aos direitos autorais para a internet, pois nesse novo espaço
de interação se faz necessário estabelecer organização e regras, pois se constitui
numa nova sociedade que abre um canal de comunicação com o mundo tanto com
fatores positivos como negativos que precisam ser mediados de forma ética, para
que se desenvolvam habilidades que contribuam com uma sociedade mais justa e
preocupada com o bem comum, em respeitar os aspectos legais. Abreu (2011)
ressalta alguns cuidados que se fazem necessários para garantir a segurança nesse
espaço, entre eles, julgando ser importante proteger a identidade, cuidar da
privacidade, preocupar-se com a segurança da informação; conhecer sobre os
direitos de imagem e os direitos autorais; preocupar-se com a liberdade de
expressão responsável; saber sobre as leis e consequências das atitudes e
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procedimentos que regulamentam o ciberespaço. Ressalta ainda a importância de
estabelecer a diferenciação entre o trabalho desenvolvido na sala de aula “são as
condutas que embora possam restringir a amplitude do domínio do autor da obra,
são acolhidas pela lei, com vistas ao desenvolvimento cultural”.
A utilização dos meios digitais na educação possibilita uma construção
particular na relação do indivíduo com o conhecimento, promove a autonomia e
associação com outros saberes que são próprios das experiências de cada um. Para
Mercado (p. 36, 1999) “a educação na maior parte das vezes não estimula a
capacidade da dúvida, da incerteza, a consciência de que todo conhecimento é
provisório, que está em contínuo processo de criação e recriação”, portanto o
compromisso está em promover a construção do conhecimento, a discussão, a
argumentação em espaços educacionais que sejam apropriados ao
desenvolvimento desses fazeres, onde o aprender assume novos significados que
“passa a ser concebida como um processo de apropriação individual” (MERCADO,
1999, p. 37).
O aspecto significativo dessa proposta está em aproximar as tecnologias
educacionais e a possibilidade de trazer para o contexto da escola os saberes aqui
estudados ampliando as oportunidades dos professores e alunos em tornar a
educação um projeto de formação permanente, com o intuito de priorizar o
conhecimento. As reflexões encaminharam as ações a fim de ultrapassar os
conhecimentos cotidianos e reinventar uma forma peculiar de propor as atividades
escolares comuns as áreas de ensino e/ou disciplinas curriculares, superando os
entraves, transformando as informações em conhecimento.
Os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) tem o compromisso de se
tornarem cada vez mais interativas, de facilitar a comunicação entre professores e
alunos:
por ambientes podemos entender tudo aquilo que envolve pessoas, natureza ou coisas, objetos técnicos. Já o virtual vem do latim medieval virtualis, derivado por sua vez de virtus,força, potência. No senso-comum muitas pessoas utilizam a expressão virtual que designa alguma coisa que não existe [...] vem representando algo fora da realidade, o que se opõem ao real. Lévy (1996) em seu livro O que é o virtual? Nos esclarece que o virtual não se opõe ao real e sim ao atual. Virtual é o que existe em potência e não em ato. Citando o exemplo da árvore e da semente, Lévy explica que toda semente é potencialmente uma árvore, ou seja, não existe em ato, mas existe
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em potência. [...] o virtual faz parte do real, não se opondo a ele[...] (SANTOS, 2003, p. 2).
As plataformas virtuais de aprendizagem conferem significados aos
ambientes virtuais de aprendizagem. As plataformas virtuais em software’s livres
são: moodle, dekeos, sakai, manhattan, bazaar, entre outras e as comerciais mais
conhecidas: teleduc, aulanet, ágora virtual, blackboard, etc. Há muitas possibilidades
de interação e diversas formas de comunicação nesse ambiente e passaremos a
explorar alguns:
Ao se pensar sobre a interação nos ambientes educacionais, os blogs,
embora inicialmente não tenham sido propostos para isso, apresentam uma
estrutura que pode ser considerada pedagogicamente, pois permite um processo
contínuo de interação.
Estas ferramentas podem proporcionar situações de debates escritos, discussão de idéias, complementação de temas e pesquisas sobre diferentes assuntos educacionais, a partir dos textos lidos na parte referentes aos posts, ou até mesmo nos comentários. Além disto, o visitante do blog ao deixar um comentário, tem seu e-mail ou seu site identificado, o que permite ao autor do weblog, comunicar-se com quem escreveu, propiciando assim, mais uma forma de interação. (FRANCO, 2005).
Os weblogs, ou blogs, são um exemplo de comunicação assíncrona, que seus
usuários podem ter acesso pela internet, suas ferramentas são de fácil utilização e
suporta o código HTML, hoje, é utilizado por uma gama muito grande de
profissionais de várias áreas, podendo ser classificados como blogs pessoais,
profissionais, ajudando a construir espaços de interação, tornando-se:
um dos formatos de publicação mais populares na web, que conseguiu fomentar uma cultura própria em relação a outros sítios, mecanismos e subsistemas incorporados que facilitam a criação das páginas e o estabelecimento de processos comunicacionais e interativos entre indivíduos e pequenos grupos (SILVA 2003, p. 4).
Graças a esses requisitos os weblogs, conquistaram os espaços
educacionais.
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O professor pode criar uma página pessoal na Internet, como espaço virtual de encontro e divulgação, um lugar de referência para cada matéria e para cada aluno. Essa página pode ampliar o alcance do trabalho do professor, de divulgação de suas idéias e propostas, de contato com pessoas fora da universidade ou escola. Num primeiro momento a página pessoal é importante como referência virtual, como ponto de encontro permanente entre ele e os alunos. A página pode ser aberta a qualquer pessoa ou só para os alunos, dependerá de cada situação. O importante é que professor e alunos tenham um espaço, além do presencial, de encontro e visibilização virtual (MORAN, 2000, p. 2).
Frente aos estudos realizados e como a proposta da implementação do
Progama de Desenvolvimento da Educação, os professores do Colégio Estadual
Professor Colares, construíram seu Blog, com recursos de internet disponíveis no
PRD da escola, observaram as possibilidades das listas de discussão, da Wikipédia,
fóruns virtuais e a plataforma moodle, direitos autorais para a inaternet, a atuação do
professor-tutor e o perfil do aluno de EaD, alguns ambientes de aprendizagem, num
curso de 64 (sessenta e quatro) horas oficialmente, porque o curso era oferecido em
oito encontros de quatro horas nas segundas-feiras no período noturno, sextas-
feiras pela manhã e para não ocasionar transtornos à sistemática do Colégio,
também oferecido na hora atividade do professor, somando um número adicional
indefinido, a essa carga horária.
Considerações Finais
Toda e qualquer ação educativa depende da eficiência das ações, do
comprometimento do professor e do aluno, superando desafios para obter os
resultados esperados diante da legitimidade do processo educativo. As dimensões
aqui estudadas se inter-relacionam e atuam de forma não linear, mas com objetivos
e propostas claras e distintas de acordo com cada papel especificado pela Educação
à Distância.
Marco Silva (2005) declara que a interatividade é a modalidade comunicacional que ganhou ênfase com a cibercultura, quando é aberta ao receptor a possibilidade de responder ao sistema de expressão e de dialogar com o mesmo. O autor considera que a atitude comunicacional não
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deve ser um ideal, mas uma atitude prática e cotidiana e que “é preciso despertar o interesse dos professores para um nova comunicação com os alunos em sala de aula presencial e/ou virtual”. Diz que “é preciso enfrentar o fato de que, tanto a mídia de massa quanto a sala de aula estão diante do esgotamento do mesmo modelo comunicacional que separa emissão e recepção.” Declara então que “comunicar não é simplesmente transmitir, mas disponibilizar múltiplas disposições a intervenção do interlocutor. A comunicação só se realiza mediante sua participação. (p.197)
Ao se analisar as situações de ensino e aprendizagem pode-se perceber
claramente que o papel dos atores desse processo muito se assemelha a prática
diária da aprendizagem presencial, considerando o comprometimento, e postura
diante de ações inerentes ao ensino. A qualidade do trabalho desenvolvido nessa
modalidade de educação requer competência, respeito e intencionalidade no fazer
pedagógico para gerar atitudes de consciência participativa no dia a dia.
Percebe-se uma possibilidade de tornar o aluno autônomo em seu processo
de conhecimento, que contribua para a universalização da qualidade de ensino
minimizando as desigualdades sociais. A importância desse estudo para a escola,
para a formação do professor tem que se perceber:
A sociedade da informação não é um modismo. Representa uma profunda mudança na organização da sociedade e da economia, havendo quem a considere um novo paradigma técnico-econômico. É um fenômeno global, com elevado potencial transformador das atividades sociais e econômicas, uma vez que a estrutura e a dinâmica dessas atividades inevitavelmente serão, em alguma medida, afetadas pela infra-estrutura de
informações disponível. (TAKAHASHI, 2000 p. 30).
O PDE é um programa de Formação Continuada, oferecido ao quadro próprio
de professores da Educação Básica da Rede Pública do Estado do Paraná, que
procura aliar teoria e prática no ambiente de trabalho envolvendo toda a comunidade
educacional, refletindo uma oportunidade singular de construção do conhecimento.
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