Educação Popular No Brasil

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Ainda segundo GADOTTI(ibd.p.1), a educação popular passou por vários momentos epistemológicos-educacional e organizativo: Ele descreve três momentosda educação popular o primeiro entre a década de 50 e 60 onde se buscou a conscientização, e o segundo nas décadas de 70 e 80, onde a defesa era pela escola publica popular e comunitária até chegar a proposta da escola cidadã dos últimos anos. Antes desses períodos, como nos enfatiza o mesmo autor entre 1946 e 1958, a educação popular já era entendida como educação de jovens e adultos e num plano oficial varias campanhas tentaram acabar com o analfabetismo no brasil, visto como um mal nacional, uma chaga que deveria ser extinta. Antes disso, nos anos 40 a educação de adultos tinha sido integrada a educação popular. Entre os anos 1958 e 64 o brasil viveu um grande momento de efervecencia politica e social com o populismo. Com tudo, como nos demonstra Ramão havia uma contradição estrutural nessa vertente politica, pois esse projeto politico incentivava a participação do povo, querendo apenas como base social de sustentação eleitoral. O povo era “parceiros fantasmas”. È nesse contexto, que o próprio Estado viabilizou condições para a alfabetização de adultos baseado no método Paulo Freire, já que era necessário alfabetizar, milhões de brasileiros a fim de se tornarem eleitores. É criado o novo Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, que a convite de João Goulart, foi dirigido por Paulo Freire, o qual desenvolveu experiências singulares como a de Angicos, no Rio Grande do Norte. Durante os governos Militares, foram implantadas campanhas educacionais, com a Cruzada do ABC (ação básica cristã) e posteriormente o MOBRAL(movimento brasileiro de educação) 0 e em substituição ao plano nacional de educação de adultos. Com a redemocratização em 1985, também são extintos esses programas, de acordo com as analises nesse período, verificamos que se nos anos 50 e 60 havia um otimismo pedagógico, nos anos 70 e 80 esse decai, abrindo margem para o pessimismo, pois nesse momento, há um desencanto com os modelos respaldados no socialismo. Nas décadas de 60, 70 e 80, a educação popular passa a ser vista como educação não formal alternativa à escola formal e a educação funcional continuou sendo meta sistemática do Estado, que até o final dos anos 80 reunia propostas para a restruturação do sistema capitalista. A educação popular é confundida, nesse momento, com o movimento social, devido a crescente mobilização da sociedade, que mesmo num período de grande repressão se fez presente no enfretamento que

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A Educação Popular no Brasil, uma proposta de formação de cidadãos críticos.

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Ainda segundo GADOTTI(ibd.p.1), a educação popular passou por vários momentos epistemológicos-educacional e organizativo: Ele descreve três momentosda educação popular o primeiro entre a década de 50 e 60 onde se buscou a conscientização, e o segundo nas décadas de 70 e 80, onde a defesa era pela escola publica popular e comunitária até chegar a proposta da escola cidadã dos últimos anos.

Antes desses períodos, como nos enfatiza o mesmo autor entre 1946 e 1958, a educação popular já era entendida como educação de jovens e adultos e num plano oficial varias campanhas tentaram acabar com o analfabetismo no brasil, visto como um mal nacional, uma chaga que deveria ser extinta. Antes disso, nos anos 40 a educação de adultos tinha sido integrada a educação popular.

Entre os anos 1958 e 64 o brasil viveu um grande momento de efervecencia politica e social com o populismo. Com tudo, como nos demonstra Ramão havia uma contradição estrutural nessa vertente politica, pois esse projeto politico incentivava a participação do povo, querendo apenas como base social de sustentação eleitoral. O povo era “parceiros fantasmas”.

È nesse contexto, que o próprio Estado viabilizou condições para a alfabetização de adultos baseado no método Paulo Freire, já que era necessário alfabetizar, milhões de brasileiros a fim de se tornarem eleitores. É criado o novo Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, que a convite de João Goulart, foi dirigido por Paulo Freire, o qual desenvolveu experiências singulares como a de Angicos, no Rio Grande do Norte.

Durante os governos Militares, foram implantadas campanhas educacionais, com a Cruzada do ABC (ação básica cristã) e posteriormente o MOBRAL(movimento brasileiro de educação) 0 e em substituição ao plano nacional de educação de adultos. Com a redemocratização em 1985, também são extintos esses programas, de acordo com as analises nesse período, verificamos que se nos anos 50 e 60 havia um otimismo pedagógico, nos anos 70 e 80 esse decai, abrindo margem para o pessimismo, pois nesse momento, há um desencanto com os modelos respaldados no socialismo.

Nas décadas de 60, 70 e 80, a educação popular passa a ser vista como educação não formal alternativa à escola formal e a educação funcional continuou sendo meta sistemática do Estado, que até o final dos anos 80 reunia propostas para a restruturação do sistema capitalista.

A educação popular é confundida, nesse momento, com o movimento social, devido a crescente mobilização da sociedade, que mesmo num período de grande repressão se fez presente no enfretamento que deslegitimou uma politica autoritária. Para Maria da Glória Gonh (2001) tanto a educação popular como os movimentos sociais, tem uma espécie de elemento comum que torna seus objetivos tão próximos que o fato de trabalhar com as populações tidas como carentes e marginalizadas.

A referida autora parte da hipótese que os movimentos sociais populares são formas renovadas de educação popular. Isso por que muitos são fundamentos desses e são baseados na pratica daquele, como a perspectiva da construção de uma consciência de classe. Outro aspecto colocado por Gonh e que estabelece uma relação entre os programas de educação popular e os movimentos sociais, é a parceria com os grupos de assessoria.

Os anos 80 foram de negociações no momento de transição da chamada redemocratização. Nesse contexto há um esvaziamento de politicas educacionais. No entanto, no final dos anos 80 experiencias de educação popular são vivenciadas em são Paulo e porto alegre nas administrações publicas populares.

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Continuando nosso exame histórico sobre a versatilidade da educação popular, verificamos que a partir da segunda metade da década de 80, ela passa a ser discutida com outras expressões, como nos postula Gadotti. A escola publica popular, que esta associada autonoma.