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EDUCAÇÃO NO JAPÃO

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EDUCAÇÃO NO JAPÃO

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No Japão a educação é uma prática ancestral, pois antecede o próprio exercício da escrita chinesa neste país, a qual teve início no século VI. No princípio ela se limitava à aristocracia, elite da sociedade japonesa. Ao longo do Período Edo, porém, a massa popular já havia conquistado o acesso ao sistema escolar; os samurais foram beneficiados com cursos especificamente direcionados a eles, mas as outras classes contavam com escolas mistas, nas quais aprendiam a escrever, ler e contar.

Por meio desta estrutura educacional 40% dos japoneses já eram alfabetizados quando, em 1868, foi deflagrada a Restauração Meiji. Nesta mesma época instituiu-se no Japão o sistema de escolas primárias, secundárias e foram criadas as primeiras universidades. Os alunos percorrem cinco etapas

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CONTEXTO HISTÓRICO

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ERA MEIJIO Japão começou a se ocidentalizar na Era

Meiji (1868-1912). Antes disso as escolas eram na maioria para os ricos e não eram regulamentadas pelo governo. O governo Meiji imediatamente instituiu um novo sistema educacional baseado em moldes franceses, alemães e americanos.

Por meio desta estrutura educacional 40% dos japoneses já eram alfabetizados quando, em 1868, foi deflagrada a Restauração Meiji. Nesta mesma época instituiu-se no Japão o sistema de escolas primárias, secundárias e foram criadas as primeiras universidades.

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Escolas de níveis primário e médio e universidades foram estabelecidas em 1872. No mesmo ano, as autoridades tornaram obrigatório 4 anos de estudo de nível elementar para todos os meninos e meninas no país, entretanto as matrículas não ultrapassaram 25% a 50% na primeira década do novo sistema.

Em 1905, 98% dos meninos e 93% das meninas em idade escolar encontravam-se matriculados, e 10% da população já formada no primário continuava os estudos no nível ginasial. Só uma pequena minoria chegava ao colegial. Apesar disso, em 1899, o governo pediu para que todas as províncias tivessem pelo menos uma escola de nível médio para meninas.

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O sistema educacional Meiji tornou-se rapidamente centralizado pelo estado. O currículo tinha um caráter moralista e promovia ideais confeccionistas de fidelidade ao estado, piedade filial, obediência e amizade. Em 1890 o Édito Imperial em Educação formalizou estes valores conservadores. Um retrato do imperador também devia ser colocado em altares xintoístas em cada escola no Japão.

Em 1907 o Ministério da Educação estendeu o período de ensino básico obrigatório para 6 anos e adaptou o currículo para enfatizar a importância do imperador e o nacionalismo.

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APÓS A II GUERRA MUNDIAL

As forças de ocupação americanas fizeram as autoridades japonesas alterar os livros que promoviam o nacionalismo, a lealdade ao imperador e a propaganda de guerra para promover ensinamentos de paz e democracia.

Em 1947, mais 3 anos foram adicionados ao ensino básico obrigatório. Os japoneses agora tinham que ir à escola até a idade de 15 anos (fim do ginasial), o que permanece inalterado até hoje. Mais universidades foram criadas , e o nome “imperial” foi retirado das já existentes, como as elitistas universidades de Tóquio e de Kyoto. As mulheres passaram a ter acesso a universidades públicas e privadas.

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ATUALMENTEO atual sistema educacional japonês foi

estabelecido pelos americanos, baseado em seu próprio sistema, após a 2ª Guerra mundial. Ele consiste em 6 anos de escola elementar (shōgakkou), 3 anos de ginásio (chūgakkou), 3 anos de colégio (koukou), e mais 2 anos de ensino técnico superior (tankidaigaku ou kareji – do inglês “college“), ou 4 anos de universidade (daigaku).

O ensino é obrigatório até a idade de 15 anos, mas 90% das pessoas completam o ensino médio – o colégio – e 40% se formam no técnico superior ou na universidade. A proporção de alunos do sexo masculino é maior nas universidades, enquanto no técnico superior a proporção maior é de alunas.

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O Japão tem tanto escolas públicas como privadas, em todos os níveis. Nenhuma delas é totalmente gratuita, mas as escolas públicas são consideravelmente mais baratas que as particulares. Muitas escolas elementares, primárias e de nível médio (colegial) são públicas, enquanto a maior parte dos jardins-de-infância (maternal e pré-escola), escolas técnicas e universidades são particulares. Em 2002 a freqüência nas escolas particulares foi de: 79% nos jardins-de-infância; 0,9% nas escolas primárias; 4% nas escolas ginasiais; 29% nas escolas de nível médio; 91% nas escolas técnicas e de 76% nas universidades.

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O Japão também tem uma “educação paralela”, que consiste em professores particulares, escolas preparatórias, cursos por correspondência, cursinhos, etc. Os mais famosos são os juku (literalmente “escola abarrotada”), que nós conhecemos como “cursinhos”. Eles são divididos em “juku de enriquecimento intelectual”, cursados por mais de 75% dos alunos do ginasial e 25% dos estudantes colegiais, e “juku acadêmico”, que ensinam o mesmo currículo das escolas comuns. Os “jukus acadêmicos” são subdivididos em hoshuu juku (cursinho de revisão) e shingaku juku (cursinho de avanço), este último preparatório para exames de entrada em escolas disputadas e universidades.

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SISTEMA ESCOLAR

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Nos dias de semana, as aulas normalmente começam às 8:30 da manhã e terminam às 3:50 da tarde. No primário, as aulas duram 45 minutos, com uma pausa de 10 minutos entre uma aula e outra. A partir do ginásio, as aulas duram 50 minutos. Os alunos vão à escola aos sábados duas vezes por mês, das 8:30 da manhã ao meio dia e meio. Oficialmente há 35 semanas de aula por ano.

Há 9 matérias regulares no ensino básico japonês: língua japonesa, estudos sociais, matemática, ciência, estudos ambientais, música, arte e artesanato, conhecimentos domésticos e educação física.

A formação educacional é gratuita e compulsória para todos os que estejam na faixa etária localizada entre os seis e 15 anos, apesar de uma boa parte dos graduados neste estágio seguirem voluntariamente para o período seguinte, correspondente ao 2º grau; já se tornou praticamente uma tradição, para os estudantes, ter no currículo essa fase da educação.

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É em Abril que se inicia o ano letivo neste país. O currículo de cada etapa é estabelecido pelo Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia. O material pedagógico é constantemente submetido a análises e apreciações. Uma face típica, e não exatamente positiva, desta educação é seu caráter extremamente competitivo, particularmente quando se trata do ingresso em uma faculdade.

A educação japonesa prima também por uma disciplina radical e uma tradição acirrada, fatores já responsabilizados várias vezes pelo alto índice de suicídios entre adolescentes e jovens, os quais são psicologicamente pressionados pelas famílias e por este sistema educacional altamente exigente.

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Atualmente este mecanismo está em fase de transformação, pois no Japão também urge a acomodação da educação ao mundo pós-moderno; assim, é preciso que os alunos aprendam também a exercitar a liberdade e o ato criador. Segundo o Suplemento de Educação Superior do The Times, as principais instituições universitárias japonesas hoje são a Universidade de Tóquio, a Universidade de Quioto e a Universidade de Osaka. As escolas particulares têm um papel igualmente importante na educação, especialmente nas esferas da pré-escola e do ensino superior.

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COMO É DIVIDIDA A EDUCAÇÃO

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São 5 etapas do jardim de infância até a Universidade:•Youchien (jardim-de-infância): Pode durar de um a três anos;•Shougaku (Ensino fundamental primário): Duração seis anos;•Chuugaku (Ensino fundamental secundário): Duração de três anos;•Koukou (Ensino médio): Duração de 3 anos;•Daigaku (Universidade): Duração média de quatro anos.

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O período de tempo do Gimukyoiku é de 9 anos: 6 anos de shougaku (ensino fundamental primário) e 3 anos de chuugaku (ensino fundamental secundário). O ano letivo começa no início de Abril e termina no início de março, com cinco dias semanais (às vezes sábado também) e 210 dias anuais.

A Taxa de alfabetização e de frequência escolar para os nove anos de escolaridade obrigatória é de 99,98%. A média de horas escolares diárias é de 6 horas, exceto para algumas classes do ensino fundamental. Além das aulas normais, muitas crianças ainda frequentam aulas particulares no contra-turno.

Normalmente, no ensino fundamental, um professor ensina todas as disciplinas para cada classe, que tem em média de 30 a 40 alunos. Além das aulas dentro da sala de aula, os alunos tem aulas extra-curriculares e aulas práticas dentro de laboratório. Na maioria das escolas japonesas, o uniforme é obrigatório.

Gimukyoiku (escolaridade obrigatória)

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No Shougaku, as matérias regulares são: língua japonesa, estudos sociais, estudos gerais, matemática, ciência, estudos ambientais, música, arte e artesanato, vida cotidiana e conhecimentos domésticos, educação moral e educação física. A Língua inglesa é incluída a partir do Chuugaku.

O sistema de ensino japonês valoriza muito a higiene, a pontualidade, a cooperação e o trabalho em grupo. Os alunos são incentivados a desenvolver diversas tarefas que visam promover a responsabilidade, o respeito pelos mais velhos (relação Kouhai/Senpai) e o bem estar do grupo em que vive.

É feito uma divisão das tarefas e os alunos ganham funções em diversas situações cotidianas, como no Kyushoku Touban (lanche escolar) e no Souji (limpeza das salas de aula). O esportes também é bastante incentivado dentro da escola para promover o bem estar físico e a lealdade do grupo.

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Embora não seja obrigatório, o ensino médio (Koukou) tem mais de 96% de matrículas em todo o país, chegando a quase 100% em algumas cidades. A taxa de abandono escolar é de cerca de 2% e cerca de 46% de todos os formandos do ensino médio vão para a universidade ou faculdade júnior.

Para entrar no ensino médio (Kokou), os alunos tem que passar numa espécie de vestibular (exame de admissão). Essa questão tem gerado um elevado nível de competitividade e estresse entre os alunos. Para conseguirem passar nos exames e assim entrar em conceituadas instituições, muitos alunos frequentam “cursinhos”, chamados como Juku ou Gakken, ou ainda Yobiko, que são dois anos de cursinho preparatório para entrar na universidade (Daigaku).

Kokou (Ensino Médio)

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O sonho da maioria dos pais japoneses é que seus filhos cursem o ensino médio em uma boa escola privada para que recebam suporte acadêmico para ingressar em uma universidade. A escolha da escola é feita com base na localização, incidência de bullying e indicação de outras pessoas

No Japão também existem as universidades juniores, nas quais é possível encontrar cursos de menor extensão, em média de dois ou três anos. Há inclusive pós-graduações que oferecem um conhecimento mais profundo. Conforme dados do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, relativos ao ano de 2005, aproximadamente 75,9% dos estudantes egressos do estágio considerado como ensino médio ingressam em uma Universidade, frequentam um curso profissional ou demais etapas posteriores a este grau secundário.

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SISTEMA DE EXAMES

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Ao mudar de instituição escolar, os alunos precisam prestar exames para entrar em escolas ginasiais, colégios e universidades. No caso de escolas públicas e de universidades, os alunos sempre têm de fazer exames de admissão.

Os juken, os exames de admissão das universidades ou vestibulares, são particularmente difíceis e são popularmente chamados de shiken jigoku (inferno de exames). Estudantes que são reprovados nos jukentornam-se rōnin, um termo antigamente usado para designar um samurai sem mestre ou patrão. Escolas preparatórias chamadas youbikou (cursinho universitário) tem como único propósito preparar esses alunos para os exames de admissão.

E para ajudar a passar nesses exames, os japoneses contam com um amuleto peculiar: O Chocolate kit Kat, por causa de um trocadilho com a frase Kitto Katsu ( きっ

と 勝つ !) que significa “eu certamente ganharei!”.

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Infelizmente muitos alunos se sentem psicologicamente pressionados pelas famílias e por este sistema educacional altamente exigente. A pressão para passarem nos exames de admissão juntamente com o Ijime (bullying) tem sido os responsáveis pelo alto índice de suicídios entre adolescentes e jovens.

Algumas escolas particulares oferecem ensino do jardim-de-infância à universidade. Nestes casos, os alunos terão somente que fazer um exame de admissão ou entrevista quando entrarem na escola. Isso é chamado de “sistema elevador”, o que quer dizer que uma vez que a pessoa entre na instituição ela vai automaticamente para o próximo patamar, até graduar-se na universidade.

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CURIOSIDADES

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Para educadores do país, prática ensina estudantes a ter responsabilidades e consciência social, preservando o que é público para as próximas gerações.

Enquanto no Brasil, escolas que "obrigam" alunos a ajudar na limpeza das salas são denunciadas por pais e levantam debate sobre abuso, no Japão, atividades como varrer e passar pano no chão, lavar o banheiro e servir a merenda fazem parte da rotina escolar dos estudantes do ensino fundamental ao médio.

"Na escola, o aluno não estuda apenas as matérias, mas aprende também a cuidar do que é público e a ser um cidadão mais consciente", explica o professor Toshinori Saito. "Ninguém reclama porque sempre foi assim."

NO JAPÃO, ALUNOS LIMPAM ATÉ BANHEIRO DA ESCOLA PARA

APRENDER A VALORIZAR PATRIMÔNIO.

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Nas escolas japonesas, também não existem refeitórios. Os estudantes comem na própria sala de aula e são eles mesmos que organizam tudo e servem os colegas.

Depois da merenda, é hora de limpar a escola. Os alunos são divididos em grupos, e cada um é responsável por lavar o que foi usado na refeição e pela limpeza da sala de aula, dos corredores, das escadas e dos banheiros num sistema de rodízio coordenado pelos professores.

"Também ajudei a cuidar da escola, assim como meus pais e avós, e nos sentimos felizes ao receber a tarefa, porque estamos ganhando uma responsabilidade", diz Saito.

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A escola é rígida, mas tem um momento do dia em que os alunos não se seguram. É quando acaba a última aula: hora de arrumar a mochila e continuar por lá. É a vez das as atividades extraclasse, presentes em todas as escolas públicas japonesas.

Uma delas, perto de Tóquio, tem mais de mil alunos. E 25 atividades, entre esportivas e culturais. As atividades extraclasse não são obrigatórias, mas nessa escola 90% dos alunos participam. E não é porque os pais obrigam. Elas são feitas para atrair os alunos e são as crianças que escolhem o que querem fazer.

JAPONESES VALORIZAM TANTO ATIVIDADES EXTRACLASSE QUANTO AULAS NORMAIS

ESCOLAS PÚBLICAS DO PAÍS OFERECEM EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL.

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A aula de música é apenas uma delas. E a afinação que se vê lá existe também fora de sala: direção, pais e alunos, juntos, discutem as atividades que serão oferecidas naquele ano. Todas de graça.

Estudantes de diferentes séries fazem uma mesma atividade, deixando a escola mais integrada.

A brincadeira lá é dentro da sala de aula, com acompanhamento de professores. Um dos cursos é o "estudo sobre trens". Os estudantes não escondem a empolgação ao mostrar os que mais gostam. Falam dos seus sonhos de trabalhar com trens. E tanto interesse leva ao aprendizado. 

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No Japão, a volta às aulas no segundo semestre é marcada por tragédias: segundo o governo japonês, o dia 1º de setembro é historicamente o dia do ano em que o maior número de jovens com menos de 18 anos comete suicídio.

De 1972 a 2013, mais de 18 mil crianças se suicidaram. Em média anual, foram 92 no dia 31 de agosto, 131, no dia 1º de setembro e outros 94, no dia 2.

No ano passado, o Japão registrou pela primeira vez o suicídio como primeira causa de morte para pessoas entre 10 e 19 anos.

DIA DE VOLTA ÀS AULAS É O QUE MAIS TEM SUICÍDIO DE JOVENS NO JAPÃO

DE 1972 A 2013, 131 ALUNOS EM MÉDIA TIRAM A VIDA NO DIA 1º DE SETEMBRO; GOVERNO E ONGS OFERECEM APOIO A

ALUNOS PARA COMBATER PROBLEMA.

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A volta às aulas em abril também marca um pico no número de mortes de crianças.

Assustado com as estatísticas, um bibliotecário da cidade de Kamakura causou polêmica ao tuitar recentemente:

"O segundo semestre está quase chegando. Se você está pensando em se matar, porque você odeia a escola tanto, por que não vem para cá? Temos quadrinhos e romances leves. Ninguém vai brigar com você se passar o dia inteiro aqui. Lembre-se de nós como um refúgio, se estiver pensando em escolher a morte em vez da escola.“

Em apenas 24 horas, a nota de Maho Kawai foi retuitada mais de 60 mil vezes.

A iniciativa foi criticada, já que na prática se trata de um funcionário municipal incentivando crianças a não irem à escola. Mas para muitos, ele pode ter ajudado a salvar vidas.

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A iniciativa foi criticada, já que na prática se trata de um funcionário municipal incentivando crianças a não irem à escola. Mas para muitos, ele pode ter ajudado a salvar vidas.

"O meu uniforme escolar parecia tão pesado quanto uma armadura. Não podia aguentar o clima da escola, o meu coração disparava. Pensei em me matar, porque teria sido mais fácil", escreveu o aluno Masa, cujo nome real não pode ser publicado para preservar a sua identidade.

Ele afirma que, não fosse a mãe compreensiva, que o deixou ficar em casa "matando aula", teria se suicidado no dia 1º de setembro.

A declaração de Masa foi dada a um jornal para crianças que decidem não ir à escola.

Para muitas crianças japonesas, a competitividade da sociedade japonesa é insuportável.

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GRÁFICO MOSTRA ÍNDICE DE SUICÍDIO DE JOVENS POR MÊS NO JAPÃO (FOTO: BBC)

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O ano letivo, assim como o ano fiscal começa em abril e termina em março do ano seguinte. Essa época condiz com o início da primavera e com o florescimento tão esperado do sakura(flores de cerejeira), que como sabemos tem um grande significado para o povo japonês.

Esta diferença nas datas relacionadas ao ano letivo traz alguns transtornos para os estudantes japoneses que desejam estudar em outro país. Em agosto tem as férias de verão, que dura em média seis semanas. Na primavera e inverno, tem férias mais curtas que duram em média 2 semanas cada uma.

Ao contrário do Brasil, em que o ano letivo divide-se em 4 bimestres, no Japão, o ano letivo é dividido em três períodos: Ichigakki (abril a julho), Nigakki (setembro a dezembro) e Sangakki (janeiro a março), que são intercaladas com as férias de verão, inverno e primavera citadas anteriormente.

ANO LETIVO

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No Japão, a mochila escolar que as crianças usam durante todo o ensino fundamental é padronizada, ao contrário do Brasil, onde normalmente os pais ou as crianças tem a liberdade de escolher o tipo de mochila que mais lhes agrada e troca-la a cada ano se quiser. Essa mochila padrão japonesa é chamada de Randoseru ( ランドセル ) e a sua principal característica é a resistência.

Elas são projetadas para aguentar o impacto dos anos e é comum encontra-las intactas mesmo após o desgaste decorrente do uso e da exposição climática como sol, calor, chuva, vento, frio, etc.…

O nome “Randoseru” é derivado do holandês “Ransel”, que significa mochila. Essas mochilas foram introduzidas no Japão durante o século 19 e eram utilizadas por soldados japoneses. Em 1885, o governo japonês e o Gakushuin Elementary School tiveram a iniciativa de utilizar a Randoseru como modelo de mochila padrão para todos os estudantes do ensino fundamental.

RANDOSERU: A MOCHILA TRADICIONAL JAPONESA

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Essa iniciativa se deu devido à forte influência do militarismo na época. Além disso, a Randoseru foi projetada para não causar estresse na coluna por causa do peso e no Japão, as crianças costumam ir para a escola acompanhadas pelos pais de carro e sim à pé, em pequenos grupos.

Uma Randoseru de boa qualidade custa em média 36.000 ienes (cerca de R$ 500,00), mas hoje em dia é possível encontrar mochilas com preços variados, entre mais caras e mais baratas. O seu custo dependerá da qualidade do material utilizado na confecção da mochila. As de couro sintético costumam ter um preço mais acessível, embora a durabilidade normalmente seja inferior em relação às de couro legítimo.

Uma Randoseru costuma ter 30 cm de altura, 23 cm de largura e 18 cm de profundidade. Ela vazia pesa em média 1,2 kg, mas existem mochilas mais modernas que podem pesar um pouco menos. Ela é grande o suficiente para acomodar todo o material escolar do estudante e sua resistência representa as virtudes para uma boa educação – a unidade, a disciplina, o trabalho duro e a dedicação.

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No Japão, normalmente são os avós que compram aRandoseru para os netos, quando estes entram no ensino fundamental. Algumas Randoserus produzidas no Japão podem chegar a custar mais de 700 dólares, porém existem opções mais em conta produzidas com material sintético de boa qualidade.

Antigamente, era comum encontrarmos o Randoseru somente em duas cores: vermelho, usado por meninas e preto, por meninos. No entanto, nos últimos tempos, novas cores estão se popularizando como rosa, amarelo, verde, laranja, marrom, azul, azul marinho, entre outras. Apesar disso, ainda existem escolas mais conservadoras que ainda preferem manter as cores tradicionais.

Apesar disso, muitos preferem recorrer aos “made in china” disponíveis em sites de vendas online, tais como Amazon, Aliexpress e eBay, com preços ainda mais acessíveis. No início do ano letivo, que ocorre no mês de abril, encontramos essas mochilas aos montes em lojas especializadas em artigos escolares ou em lojas de departamentos como Seibu, Isetan, Takashimaya, Marui e Mitsukoshi.

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Para a nação japonesa, a Randoseru é motivo de orgulho, assim como todo o seu sistema educacional. Apesar de ser um objeto simples, tem uma grande importância cultural e um grande significado para a maioria das pessoas que estudaram o ensino primário em instituições japonesas.

Muitos japoneses depois que entram na vida adulta, não conseguem se desfazer daquela que foi uma companheira inseparável durante boa parte da sua infância. Esse forte sentimento é a prova de que a Randoseru deixou realmente sua marca no coração daqueles que souberam valoriza-la.

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UNIVERSIDADES FAMOSAS:

Universidade de Tóquio (Todai), Universidade de Kyoto (Kyodai),

Universidade de Keio, Universidade de Waseda.

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TREINAMENTO CONTRA TERREMOTOS

O Japão sofre muito com Maremotos e Terremotos. Por isso os alunos passam por frequentes treinamentos contra essas causas naturais.

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Feita por:Vitória CássiaMicheleDanieleMarcia SimoneBruna SabrinaVanessa

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