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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Heloisa Muniz Vieira Baptista Orientador: MS. Prof. Nilson Guedes de Freitas
Rio de Janeiro 2005
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Heloisa Muniz Vieira Baptista
Trabalho monográfico realizado para obtenção
parcial do título de especialista do curso de
Psicopedagogia. Orientador: MS. Prof. Nilson
Guedes de Freitas
Rio de Janeiro
2005
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DEDICATÓRIA
Ao meu aluno Lucas, responsável pela
escolha deste tema. Também ao meu
filho Anderson por sua compreensão
em minha ausência.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por mais esta
vitória alcançada. Ao Prof. Nilson
Guedes de Freitas na orientação deste
trabalho. Às pessoas que, nas horas
difíceis me incentivaram.
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EPÍGRAFE
“Uma escola aberta à diversidade é
aquela que respeita e ressignifica as
diferenças individuais, que estimula a
produção de respostas criativas...
Rosita Carvalho (1997:59)
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RESUMO
Em nosso convívio diário com os portadores de necessidades especiais é evidente sensações de constrangimentos, impaciência e outros sentimentos pouco explorados ou observados em seu aspecto didático. Quando essas necessidades estão inseridas no cenário educacional convencional, todos somos abordados por interrogações e exclamações que apenas estudos teóricos e experimentos podem servir de auxílio junto ao parâmetro curricular. Visto que, não é nem de longe um favor ou caridade e sim um direito, onde todos só têm a ganhar. Esta monografia estabelece a história do surgimento da Educação Inclusiva e Especial, esclarecendo sobre os direitos dos portadores de necessidades especiais, abordando o assunto no que está previsto na lei. É uma pesquisa bibliográfica voltada para as instituições educacionais públicas do ensino fundamental no município de São Gonçalo. A presente pesquisa teve o auxílio de teóricos como Rosita Edler Carvalho, Cláudia Werneck, Pedro Demo e M.J.S. Mazzotta. Os pontos principais detalhados visaram pensar sobre os problemas dos portadores de necessidades especiais a respeito dos seus direitos e o cumprimento dos deveres das instituições governamentais em ralação aos mesmos.
Palavras-chaves: Inclusão, Currículo, Direitos, Deveres.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I 11 CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NA ANTIGA LEGISLAÇÃO 11 CAPÍTULO II 17 A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E NA LDB Nº9394/96. 17 CAPÍTULO III 25 OBJETIVOS E METAS DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E PARÂMETROS CURRICULAES NACIONAIS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. 25 CONCLUSÃO 32 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 ANEXOS 36 ÍNDICE 45 FOLHA DE AVALIAÇÃO 46
8
INTRODUÇÃO
AS DIRETRIZES PARA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
O surgimento da Educação Especial e Inclusiva deu início na década de
90 com a participação de representantes brasileiros numa conferência sobre
educação para todos na Tailândia, com o decorrer dos tempos foi reforçada a
idéia da integração escolar.
De acordo com o progresso científico e tecnológico, a escola coloca-se
diante de uma revisão curricular transformando o conhecimento, num
instrumento disponível para todo e qualquer cidadão sem discriminações,
conhecimento este transmitido de forma clara onde todos saibam de seus
direitos, e possam exigir por eles.
No entanto, o compromisso de garantir e viabilizar a todos os alunos,
indiscriminadamente, o acesso à aprendizagem, ao conhecimento e ao
conjunto de experiências curriculares, disponibilizadas no ambiente
educacional, é um grande desafio para todos os educadores, principalmente no
que se refere a educação para os alunos portadores de necessidades
especiais.
A interatividade entre professor e aluno é o ponto de partida para o
alcance da eficiência escolar relacionada à educação para os alunos com
necessidades especiais, somente com a participação ativa de ambos, poderá
se obter um resultado positivo, onde o contato professor e aluno proporcionará
trocas de experiências em busca de resultados e esclarecimentos das dúvidas.
A inclusão do aluno portador de necessidades especiais, ou seja, aceitá-
lo em redes de ensinos, requer aprimoramento do professor, onde os estudos
metodológicos impulsionam a elaboração de propostas pedagógicas que
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priorizem a adequação e o reconhecimento dos diferentes ritmos de
aprendizagem dos alunos.
Desse modo, a análise das condições sociais e culturais da comunidade
que leve à construção do ambiente escolar inclusivo, é ação necessária para
que se possa firmar os propósitos de aceitação e valorização de todo ser
humano, independente de suas condições pessoais.
O Ministério da Educação teria como meta, facilitar esta inserção,
preparando a comunidade escolar, em especial os professores, para que,
partindo da escola pudesse se construir uma sociedade mais justa e
democrática. Contudo, muitos são os fatores que dificultam o ato de integrar o
aluno com necessidades especiais, sejam eles familiares, institucionais ou
socioculturais.
Este estudo foi elaborado através de pesquisas bibliográficas, para a
análise da proposta de Educação Especial, apresentada no Plano Nacional de
Educação e nas Adaptações Curriculares para Educação Especial –
Parâmetros Curriculares Nacionais, visando a Educação Inclusiva nas
instituições educacionais públicas do ensino fundamental em São Gonçalo, a
opção por esses documentos se fez, por se tratar de uma leitura de fácil
acesso e bom entendimento, onde se mostra com clareza e detalhadamente os
direitos dos portadores de necessidades especiais e os deveres das entidades
governamentais.
O objetivo nessa pesquisa é analisar, as diretrizes contidas nas
Adaptações Curriculares para Educação Especial – Parâmetros Curriculares
Nacionais de acordo com o Plano Nacional de Educação sobre a forma de
conduzir o atendimento escolar aos alunos com necessidades especiais.
Trata-se de um estudo, cujos resultados serão interpretados nas teorias
vigentes e das diretrizes contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais de
Educação Especial.
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O primeiro capítulo tem como objetivo específico mostrar as concepções
da Educação Especial e Inclusiva na antiga legislação, fazendo um histórico do
desenvolvimento da Educação Especial e Inclusiva através dos tempos.
A Educação Especial na Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e
Bases nº 9394/96, que é visto no segundo capítulo tem como objetivo mostrar
o que está especificado na lei.
E por último é mostrado a análise dos objetivos e metas do Plano
Nacional de Educação e Parâmetros Curriculares Nacionais no que se refere a
Educação Especial, compondo o terceiro capítulo.
Além de descrever o problema, o objetivo do estudo e seus
procedimentos apresenta-se também nesta monografia, a concepção de
Educação Especial e da Educação Inclusiva, de acordo com o Plano Nacional
de Educação e as Adaptações Curriculares para a Educação Especial –
Parâmetros Curriculares Nacionais, no intuito de conhecer como tem sido
orientada a Educação Especial brasileira pelos órgãos oficiais, as tendências
recentes dos sistemas do ensino em relação a educação Inclusiva, assim como
suas diretrizes e metas.
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1. Concepções da Educação Especial e Inclusiva na
antiga legislação.
Neste capítulo serão apresentadas através de uma visão histórica, as
concepções de Educação Especial e de Educação Inclusiva.
Com a intenção de saber como se deu o surgimento da Educação
Especial no Brasil e compreensão das legislações anteriores e na atual L.D.B.
9394/96, será feito um breve histórico e posteriormente, abordado um espaço
reservado a Educação Especial, no Plano Nacional de Educação, na
Constituição Brasileira e nas Adaptações Curriculares para Educação Especial
P.C.N.
No início do século XX surgem as escolas privadas de atendimento, como
o Instituto Pestalozzi no Rio Grande do Sul, criado em 1926.
Em 1954 é fundado no Estado do Rio de Janeiro, a primeira associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, também com a caracterização de
entidade particular assistencial.
Supostamente, começaria então a existir a preocupação dos poderes
públicos com os problemas de aprendizagem e também com a educação
especial propriamente.
Citado no Art. 58 da L.D.B. de 96 entende-se por Educação Especial,
para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida
preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais. Mas na verdade o que presenciado é o destaque no
descaso evidenciando o desconhecimento acerca das necessidades
educacionais.
A rejeição nas escolas regulares é muito marcante, parecendo que os
profissionais desta área sentem-se inseguros no como proceder, assim sendo,
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estará o professor apto ao reconhecimento de certas deficiências e saberá o
mesmo como lidar em prol de uma solução do problema? Visto que, os
programas governamentais não capacitam os educadores, dando-lhes
segurança no como agir.
Na Lei de Diretrizes e Bases de 61 a legislação brasileira versa
claramente sobre a Educação Especial, pela atenção dada ao atendimento ao
portador de deficiências. Pela Constituição Federal, Cap. II, Seção I, artigo 205,
“a educação, direito de todos e dever do Estado a da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade(...)”.
No caso este artigo já valeria para os deficientes. Além disso , o artigo
208, inciso III reassegura o “(...) o atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
Por último, a Lei Federal 7.853 dispõe sobre o apoio ao deficiente e sua
integração social, definindo o preconceito como crime. Nesse sentido nenhuma
escola ou creche, poderia recusar, sem justa causa, o acesso do deficiente à
instituição. A pena aos infratores é de um a quatro anos de prisão além de
multa.
Olhando por um outro ângulo as mesmas leis que punem os
estabelecimentos deveriam também conscientizar a sociedade expondo com
clareza o assunto a respeito da punição de qualquer ato preconceituoso aos
portadores de deficiências. Percebesse que no País em que vivemos tal
punição não ocorre. Há grandes e vários obstáculos dificultando o “ingresso ou
”permanência” do deficiente na vida social, em todos os sentidos.
Vivemos em uma sociedade que não respeita as diferenças e camufla as
indiferenças.
Há certos relatos que deixariam a todos extremamente perplexos, pois
representa um ato preconceituoso e um deles será relatado adiante. Numa
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escola da rede privada de ensino, a mãe de um aluno reclamou, ao saber que
seu filho havia bebido água no mesmo copo em que um coleguinha portador de
necessidade especial. Ela sentiu-se profundamente irritada, deixando claro que
sua queixa não se fazia pela falta de higiene, mas sim por ser o dono do copo
um deficiente.
Isto ocorre porque na verdade essa inclusão se faz de forma obrigatória, e
não dá subsídios de uma plena conscientização de preparação e aceitação
para a sociedade, que vê o deficiente como um “doente” e não como um
indivíduo capaz de integração social. Diante de tal situação pode-se perceber
que a aceitação de uma criança com necessidade especial é pura farsa onde a
instituição se vê obrigada a essa aceitação e os responsáveis dos outros
alunos não vêem com bons olhos essa inclusão.
Mas pelo que se sabe, o conteúdo da L.D.B. nº 4024/61 regulamenta as
políticas e propostas educacionais para esses portadores, organizando as
funções entre os serviços públicos e privados e as formas de atendimento. O
que se vê é que o atendimento ao deficiente é proposto dentro do possível na
educação regular, ao mesmo tempo, em que também é garantido apoio
financeiro as instituições particulares consideradas eficientes de acordo com os
critérios dos Conselhos Estaduais de Educação.
Fato não evidenciado em seu total funcionamento, onde os deficientes
são depositados em estabelecimentos mal estruturados e não adaptados para
suprimento de suas necessidades.
Um outro ponto em questão seria também a aceitação da própria família,
em relação ao “problema”, e dos esclarecimentos do que está previsto na lei,
dos direitos dos deficientes e deveres dos programas governamentais.
No Artigo da Lei nº 5692/71 existe a caracterização da clientela de
Educação Especial, estabelecida como: “alunos que apresentem deficiências
físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto a idade
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regular de matrícula e os superdotados”. Nesse momento, é visto a
identificação da educação Especial com os “problemas de aprendizagem”
evidenciados com a expansão da rede pública nos anos 60.
Como foi citado nos parágrafos anteriores uma política de educação
especial foi tomando forma, quando nos anos 70 o MEC assumiu que uma
clientela da educação especial é a que requer cuidados especiais no lar, na
escola e na sociedade, e com o passar dos anos debates foram feitos.
Em 1973 é criado o Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp),
através das entidades privadas de Educação Especial.
Na continuidade das ações nos campos públicos e privados da Educação
Especial, a Portaria Cenesp/ MEC nº 69 de 86 estabelece normas para
prestação de apoio técnico e financeiro a instituição pública e privada.
É no momento da reforma constitucional, no fim da década de 80 que
começam a chegar ao Congresso os debates sobre a nova LDB. Na Câmara o
projeto vai aos poucos incorporando as questões da Educação Especial.
Em 1986 a expressão “alunos excepcionais” foi substituída por “alunos
portadores de necessidades especiais”. Todo esse processo se deu pelo
motivo de que com o avanço e as descobertas no campo de medicina, da
biologia e da saúde, passou-se a estudar os deficientes de modo a procurar
respostas para os seus problemas, pois o deficiente era tratado como um
anormal em alguma instituição.
Supõe-se, que a substituição da expressão “alunos excepcionais” por
“alunos portadores de necessidades especiais”, foi a forma encontrada para
que se compreendesse ao pé da letra o termo e se enxergasse que esses
indivíduos, precisam de cuidados especiais em prol de seu desenvolvimento,
por tratar-se de uma deficiência e não uma doença. E com a mudança do
termo, muda também parte de uma visão preconceituosa que se teria do
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“problema” por se ignorar totalmente as origens do fato. Excluído da família e
da sociedade, portadores de deficiência eram acolhidos em asilos de caráter
religioso ou filantrópico, muitas vezes passando ali toda sua vida.
Com o surgimento de algumas escolas especiais e centro de reabilitação
a sociedade começou a admitir que os deficientes poderiam ser produtivos se
recebessem tratamento adequado.
Em 1989 acrescenta-se o dispositivo constitucional e então passa a
constar um capítulo específico destinado a educação.
No ano de 1990 o Brasil participou da Conferência Mundial Sobre
Educação para todos na Tailândia, onde foi citado nos debates a educação
inclusiva. Em 93 reforça-se a idéia constitucional da integração escolar, a
integração significa a inserção de pessoa deficiente preparada para conviver na
sociedade, já a inclusão significa a modificação da sociedade como pré-
requisito para a pessoa com necessidades especiais buscar seu
desenvolvimento a exercer sua cidadania. Então, é preciso preparar a escola
para incluir nela o aluno especial, e não o contrário.
Sabe-se que a escola brasileira ainda tem se mostrado incapaz e
resistente, muitas vezes, de aceitar e educar os alunos com necessidades
educacionais especiais o que implica no baixo índice de atendimento.
Em São Gonçalo não é diferente. O atendimento oferecido na rede não
atende á demanda, o que levou a buscar mecanismos que pudessem modificar
essa realidade. O conhecimento da realidade ainda é bastante precário porque
não dispõe de dados estatísticos fidedignos que dêem o perfil dos educandos
com necessidades educacionais especiais no município. As estatísticas são
falhas, tendo em vista a dificuldade em se definir essa clientela.
Atenta e preocupada em traçar políticas públicas que atendam aos
educando com necessidades especiais, que não tenham tido acesso à escola e
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os matriculados na rede municipal de ensino, a Secretaria Municipal de
Educação, através da Coordenação de Educação Especial, resolveu elaborar
um programa que garantisse possibilidades de cesso e permanência desses
alunos nas unidades escolares da rede, com suporte necessário que
propiciasse seu melhor desempenho.
Conclui-se que, apesar do crescimento das matrículas, o déficit é ainda
muito grande e constitui um grande desafio para o município que necessita
fortalecer o sistema com diversas outras ações simultâneas. Dentre essas se
destaca a sensibilização de todos os alunos e da comunidade em geral para
inclusão e integração, as adaptações curriculares, a qualificação dos
professores para o atendimento nas classes regulares e a especialização para
um melhor atendimento. Paralelo a essas questões, a adaptação das escolas
para que o aluno especial possa transitar livremente, sem correr risco de
constrangimento, eliminando as barreiras arquitetônicas, oferta do transporte
escolar para que os alunos com comprometimento motor, assim como
transporte adaptado e a produção de materiais e equipamentos adequados
para as diferentes necessidades especiais. A Educação Especial assume a
cada ano, importância maior dentro da perspectiva de atender as crescentes
exigências de uma sociedade em processo de renovação e de busca
incessante da democracia que só será alcançada quando todas as pessoas,
indiscriminadamente, tiverem acesso à informação ao conhecimento e aos
meios necessários para a formação de sua plena cidadania.
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2.A Educação Especial na Constituição Brasileira
e na LDB nº 9394/96.
A nova LDB 9394/96 no capítulo V (“Da Educação Especial”) caracteriza-
se, em três artigos, a natureza do atendimento especializado. De modo geral,
configura-se a perspectiva de uma Educação Especial mais preocupada com a
educação escolar e com o ensino público. No Artigo 58, a educação especial é
caracterizada como modalidade de educação escolar, destinada aos
educandos portadores de necessidades especiais. Prevê-se, nos parágrafos 1º
e 2º, a existência de apoio especializado no ensino regular e de serviços
especiais separados quando não for possível a integração. Destaca-se no
mesmo artigo a oferta da Educação Especial já na Educação Infantil, área em
que o atendimento educacional é dado ao aluno com necessidades especiais.
O Artigo 59 aponta as providências ou apoios, de ordem escolar ou de
assistência que os sistemas de ensino deverão assegurar aos alunos
considerados “especiais”.
Especificamente em relação aos alunos portadores de deficiência,
reconhece-se a necessidade de assegurar validade e continuidade para os
estudos realizados em instituições especiais, inclusive de formação
profissional.
Um ponto central no artigo 59 é a previsão de “professores com
especialização adequada em nível médio ou superior (...) bem como
professores do ensino regular capacitados para a integração (...)”. Quanto aos
professores do ensino regular, a Lei reserva aos municípios de realizar
programas de capacitação para todos os professores em exercício.
O artigo 60 prevê o estabelecimento de critérios de caracterização das
instituições privadas de Educação Especial, através dos órgãos normativos dos
sistemas de ensino, para o recebimento de apoio técnico e financeiro público
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ao mesmo tempo em que reafirma em seu parágrafo único a preferência pela
ampliação do atendimento no ensino regular público.
A nova Lei e seu contexto colocam para a educação geral e, em
particular, para a Educação Especial, alterações importantes nas políticas de
atendimento educacional especializado.
A Educação Especial é destinada às pessoas com necessidades
especiais originadas de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, ou
mesmo com características de altas habilidades, superdotação ou talentos.
Como modalidade de educação escolar, terá que ser promovida
sistematicamente nos níveis de ensino. A garantia de vagas no ensino regular
para os diversos graus e tipos de deficiência é uma medida importante. Além
das características dessa política, são importantes a flexibilidade e a
diversidade, pois as necessidades especiais são variadas, assim como as
realidades são bastante diversificadas no País.
Sendo assim o primeiro passo seria sensibilizar e treinar todos os
funcionários da instituição: professores, orientadores e todos o pessoal de que
trabalha ali. É importantíssimo também sensibilizar os pais, sobretudo os dos
não deficientes, todos devem desempenhar um papel ativo no processo de
inclusão.
Pouco se sabe sobre o número de pessoas com necessidades especiais
e sobre o seu atendimento. As estatísticas a partir do ano 2000 do Censo
Demográfico, ainda não estão disponíveis, o que poderá oferecer dados mais
precisos, que permitirão análises mais profundas da realidade.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) publicado em
1997, a população que tem necessidades especiais gira em torno de 10% (dez
por cento). De acordo com esta estimativa, o Brasil teria cerca de 15 milhões
de pessoas com necessidades especiais.
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De acordo com a diretriz constitucional (art. 208, III), a integração dessas
pessoas no sistema de ensino regular faz parte da política governamental há
pelo menos uma década.
As políticas recentes do setor têm indicado três situações possíveis para a
organização do atendimento: participação nas classes comuns, (inclusão nas
escolas normais), de recursos, (atendimento em salas compostas com
elementos que atendam as necessidades especificas dos portadores de
necessidades especiais), sala especial, (ambiente voltado ao atendimento de
crianças especiais respeitando sua escolaridade) e escola especial, (local de
atendimento especifico aos portadores de necessidades especiais). Todas as
possibilidades têm por objetivo a oferta de educação de qualidade.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, o ideal de uma
escola para todos, no intuito de incluir todas as crianças na escola, vêm dando
novo rumo às expectativas educacionais para os alunos com necessidades
especiais, desde a década de 90.
A inclusão desses alunos com necessidades especiais requer um sistema
educacional diferente do atual, pois implica na inserção de todos, sem distinção
de condições lingüísticas, sensoriais , cognitivas , físicas, emocionais, étnicas,
socioeconômicas ou outras.
Deste modo os sistemas educacionais devem ser planejados e
organizados para que dêem conta da diversidade dos alunos e ofereçam
respostas adequadas às suas características e necessidades.
A Educação Inclusiva constitui, portanto, uma proposta que representa
valores importantes, em um ambiente educacional favorável.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, esclarece que para haver o
atendimento as diversidades é necessário elaborar propostas pedagógicas
baseadas na interação com os alunos; reconhecer todos os tipos de
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capacidades presentes na escola; seqüenciar conteúdos e adequá-los aos
diferentes ritmos de aprendizagem dos educandos; adotar metodologias
diversas e motivadoras; avaliar os educandos numa abordagem processual e
emancipadora, em função do seu progresso e do que poderá vir a conquistar.
Em relação ao comentário acima se concluí que o atendimento
relacionado às diversidades para alunos portadores de necessidades
especiais, seria voltado as questão de elaborações de propostas, onde a
interação professor x aluno proporcionaria um espaço de trocas, para
reconhecimento e avaliação das habilidades do educando, adequação das
mesmas ao seu ritmo de aprendizagem, com metodologias diversas ,
proporcionando ao educando portador de necessidades especiais uma futura
emancipação pessoal, dando oportunidade também ao educador de maior
compreensão dos casos, facilitando assim seu trabalho em busca de um
melhor desenvolvimento do educando, e até mesmo de uma qualificação
profissional, pois muitos deles em idade adulta tem uma atividade de trabalho
para garantia de seu sustento.
Segundo a revista Época (1996, p.38), entrevistas feitas com algumas
pessoas portadoras de necessidades especiais observa-se em seus relatos, o
descaso por parte da sociedade em relação às atividades por eles exercidas.
Tais entrevistas foram feitas para satisfazer curiosidades, em saber se os
trabalhos eram bem aceitos, e se lhes davam garantias de atendimentos as
suas necessidades básicas.
As abordagens diretas eram feitas em vias públicas. Visto que os
entrevistados, exerciam atividades nas ruas, ficando mais fácil o contato com
os mesmos, obtendo assim, respostas as dúvidas, através de um questionário
único, e anotações.
Alguns relatos obtidos foram quase desumanos, ao responderem sobre os
direitos e as discriminações, o que tinha como atividade esmolar, por não
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enxergar contava que não sabia sobre os seus direitos por lei estabelecidos, as
discriminações sofridas eram muitas e também achava que as pessoas a
culpavam por ter nascido cega.
Já outros se mostravam alheio aos seus direitos, relacionados aos bens e
serviços sociais, por desconhecer os mesmos.
A pessoa mais esclarecida entrevistada trabalhava no Banco. No relato
dado por ele, em seu ambiente de trabalho as discriminações existem, mas são
camufladas, prevalecendo o bom senso. Com relação aos profissionais
capacitados para um atendimento satisfatório, relatava que na época em que
estudou, seus responsáveis procuraram uma instituição adequada, por não
haver ainda um atendimento especializado nas escolas normais.
E como já foi dito anteriormente esse processo de inclusão torna-se
extremamente difícil e complicado caso não haja uma formação dos
professores das classes regulares a Educação Inclusiva, para alcance das
metas de concretizar um sistema educacional que inclua todos os alunos, pois
apesar da atuação firme do MEC ainda estamos longe de chegar a uma escola
de qualidade para todos.
Segundo a Constituição Federal (art. 208, III) as pessoas com
necessidades especiais têm o direito de receberem educação nas escolas da
rede regular de ensino. Portanto, trata-se das seguintes questões: o direito à
educação, comum a todas as pessoas, e o direito de receber essa educação
sempre que possível junto com as demais pessoas nas escolas “regulares”.
A diretriz atual aponta para a integração do direito das pessoas com
necessidades especiais em todas as áreas da sociedade.
A legislação determina a preferência para essa modalidade de
atendimento educacional, exceto nos casos de excepcionalidade em que as
necessidades do educando precisem de outras formas de atendimento.
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Apesar do crescimento das matrículas, o déficit é muito grande e constitui
um desafio imenso para os sistemas de ensino, pois diversas ações devem ser
realizadas ao mesmo tempo. Entre elas, destacam-se a sensibilização dos
demais alunos e da comunidade em geral para a integração, as adaptações
curriculares, a qualificação dos professores para o atendimento nas escolas
regulares e a especialização dos professores para o atendimento nas novas
escolas especiais, produção de livros e materiais pedagógicos adequados para
as diferentes necessidades, adaptação das escolas para que os alunos
especiais possam nela transitar, oferta de transporte escolar adequado, etc.
Assim revela (CARVALHO, 2000: 107).
CARVALHO (2000:137) ainda acrescenta que, quanto mais cedo se der a
intervenção educacional, mais eficaz ela se tornará no decorrer dos anos,
produzindo efeitos mais profundos sobre o desenvolvimento das crianças. Por
isso, o atendimento deve começar precocemente, inclusive como forma
preventiva. Na hipótese de não ser possível o atendimento durante a educação
infantil, devem ser detectadas as deficiências, como as visuais e auditivas, que
podem dificultar a aprendizagem escolar, quando a criança ingressa no ensino
fundamental. Existem testes simples, que podem ser aplicados pelos
professores, para a identificação desses problemas a seu adequado
tratamento.
As análises de CARVALHO (2000:151) mostram que, em relação às
crianças com altas habilidades (superdotadas ou talentosas), a identificação
levará em conta o contexto sócio-econômico e cultural e será feita por meio de
observação sistemática do comportamento e do desempenho do aluno, com
vistas a verificar a intensidade, a freqüência e a consistência dos traços ao
longo de seu desenvolvimento.
De acordo com tudo que foi citado, relacionado aos direitos, a meta é
incluir todos os alunos, ou seja, garantir um ensino de qualidade para
absolutamente todos , um trabalho essencial para construção de uma
sociedade mais justa e igualitária na qual as diferenças sejam consideradas e
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respeitadas , um trabalho consciente havendo um comprometimento dos
profissionais , onde seja feito o estudo dos casos, e encaminhamento a uma
instituição capacitada a acolher e lidar com variados tipos de situações até que
em um futuro próximo estejamos todos preparados para receber qualquer
portador de necessidades especiais.
Refletir sobre as tendências atuais da educação especial implica, necessariamente, em construir cenários de futuro e neles considerar as perspectivas políticas, sociais, econômicas, científicas e tecnológicas da educação em geral, num mundo no qual, isolada a educação escolar pode muito, mas não pode tudo...
(CARVALHO, 2000:140)
A citação acima revela que refletir sobre as tendências atuais da
educação especial, nos levaria a pensar em movimentos voltados para
mudanças no campo social e cultural pelos direitos dos portadores de
necessidades especiais, apresentando uma proposta aberta para cooperação
de educadores, estudiosos e da sociedade em geral, onde a diferença se faria
através dessa união.
As tendências recentes dos sistemas de ensino, segundo o Plano
Nacional de Educação, (1997), são as seguintes:
1- Fazer a integração, ou seja, a inclusão do aluno com necessidades
especiais no sistema regular de ensino e, caso isto não for possível , em
função das necessidades do educando, realizar o atendimento em classes e
escolas especializadas;
2- Ampliar o regulamento das escolas especiais no intuito destas prestarem
apoio e orientação aos programas de integração, além do atendimento
específico;
3- Melhorar a qualificação dos professores do ensino fundamental para essa
clientela;
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4- Expandir a oferta dos cursos de formação e/ou especialização pelas
universidades e escolas normais.
Como já se sabe, o atendimento não se limita à área educacional, mas
envolve especialistas, sobretudo da área da saúde e da psicologia e depende
da colaboração de diferentes órgãos do Poder Público, em particular os
vinculados à saúde, assistência e promoção social, inclusive em termos de
recursos.
A formação de recursos humanos com capacidade de oferecer o
atendimento aos educandos nas creches, pré-escolas, centro de educação
infantil, escolas regulares de ensino fundamental, médio e superior, bem como
em instituições especializadas e outras instituições é uma prioridade para o
Plano Nacional de Educação.
As classes especiais, situadas nas escolas regulares, destinadas aos
alunos parcialmente integrados, precisam contar com professores
especializados e materiais pedagógico adequados.
De pouco adianta em documentos oficiais, mencionar as necessidades básicas de aprendizagem de crianças, jovens e adultos se, em vez de perceber como o profissional da aprendizagem e especialista no aprendiz, o professor se mantiver como profissional do ensino.
(CARVALHO, 2000:143)
Requer-se um esforço das autoridades educacionais para valorizar a
permanência dos alunos nas classes regulares, eliminando o encaminhamento
para classes especiais aqueles que apresentam dificuldades comuns de
aprendizagem, problemas de dispersão de atenção ou de disciplina. A esses
deve ser dado maior apoio pedagógico nas suas próprias classes, e não
separá-los como se precisassem de atendimento especial.
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3. Objetivos e Metas do Plano Nacional de Educação e
Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação
Especial.
Assim como o PNE tem seus objetivos o Plano Municipal de Educação de
São Gonçalo também tem suas metas, onde reserva uma parte do segmento
da educação em seu Capítulo III, aos direitos voltados para a Educação
Especial, e através desses objetivos e metas o que se pode também observar,
é que tais oferecimentos, tanto para capacitação quanto nas parcerias, tem
como propósito preparar os portadores de necessidades especiais, num
ambiente onde poderá ser assimilado que as pessoas e os espaços sociais
mesmo não sendo homogêneos, existirão livres de preconceitos em relação as
diferenças, entendendo-se que algumas pessoas, podem ser diferentes, mas
não inferiores.
Onde se conclui que mesmo sabendo que os atendimentos ainda não se
tornaram suficientes, procura-se através dessas metas buscar mecanismos
para modificar tal realidade.
Segundo CARVALHO(2000:141), reformas do sistema educacional
brasileiro fazem parte da nossa história. Ela cita o exemplo do movimento
ocorrido na década de 20, conhecido como Escola Nova. Em 1993, educadores
foram solicitados a discutir o plano decenal de educação, inspirado na
Conferência Mundial de Educação para Todos, no qual o objetivo principal foi
examinar e enfrentar o desafio da exclusão escolar.
Tomando-se como referência o contexto social brasileiro, as análises
evidenciaram que a repetência, a evasão e a falta de recursos assim como a
falta de motivação dos professores fazem parte de um quadro social
heterogêneo que acentuam as desigualdades, refletindo nas condições de
acesso à escola e também da extensão da escolaridade.
26
Nenhuma referência, na nova LDB, ao plano decenal, pronto e aprovado, apesar da recomendação de que o Plano Nacional de Educação esteja em sintonia com a Declaração Mundial de Educação para Todos, na qual o plano decenal se inspirou.
CARVALHO, (2000:142)
Nota-se que o nível ideológico do discurso é mantido, enquanto na
prática, o que se evidencia são as conseqüências da falta de interação e
descontinuidade administrativa, como por exemplo, os altos números sobre o
fracasso escolar.
No ano de 1994, a Conferência Mundial Sobre as Necessidades
Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, com o apoio da UNESCO, em
Salamanca (Espanha) teve como objetivo examinar a universalização da
educação, incluindo todos os alunos sem discriminações. Este encontro
resultou na declaração de Salamanca que se baseia na igualdade de valor
entre as pessoas e propõe ações para que o governo as assuma, dando
especial atenção às diferenças individuais.
Desse modo, ao examinar as necessidades básicas de cada aluno, evita-
se direcionar as atenções apenas àquelas pessoas que possuem algumas
deficiências.
A educação torna-se, então, direito de todos e de cada um, pois precisa
de atendimento às necessidades básicas e a eliminação de barreiras para que
se efetive a aprendizagem.
Vê-se nesse sentido o que se pode se caracterizar como individualização
do coletivo, pois na realidade apesar de bem comum, a educação deve
responder e atender a demanda de cada indivíduo com sua especificidade e
singularidade, uma resposta as suas deficiências e/ou qualidades.
Quanto ao projeto político pedagógico, cabe salientar que este envolve a
constante reflexão e revisão dos problemas e necessidades da escola,
27
levando-se em consideração a conjuntura e a localização geográfica da
mesma, pois cada local em determinado período histórico apresenta
necessidades específicas que exijam respostas eficazes e eficientes, nela se
faz imprescindível a participação de toda a comunidade escolar, inclusive da
família, para que sejam alcançados os objetivos da aprendizagem, pois nada
melhor que os envolvidos direto no processo para deliberarem os
procedimentos que sanarão suas necessidades .
Todo projeto supõe rupturas com presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nove estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas, as promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.
CARVALHO, (2001:147)
As tendências atuais mais marcantes, segundo CARVALHO, (2001:147)
estão na integração, na inclusão e na qualidade de vida. Na verdade, a
Educação Inclusiva passa a fazer parte de uma estratégia global de educação
para todos e tem como pressuposto básico a realização de adaptações
curriculares para o atendimento a necessidades particulares de aprendizagem
dos alunos, que levem em consideração as capacidades intelectuais,
interesses e motivação dessa clientela.
Essa “individualização” se tornará um atrativo a mais, o que certamente
trará o maior número de educandos às escolas, fazendo esse modelo de
educação efetivamente inclusiva.
A formação dos docentes deve contemplar a especialização para o
trabalho pedagógico com alunos que apresentam necessidades especiais,
assim como a contínua capacitação, no intuito de facilitar a aprendizagem de
acordo com as deficiências, pois de acordo com o tipo, os recursos educativos
são especiais e específicos.
28
Os sistemas de apoio adicional aos alunos, educadores e a família
também são imprescindíveis para o sucesso do processo inclusivo.
CARVALHO, (2001:152), considera urgente a revisão dos currículos dos
cursos de formação de professores, pois a carga horária que incide sobre as
disciplinas de aprendizagem e desenvolvimento humano, são inexpressivas.
De acordo com o documento do PME/SG (2003:15) produzido pela
Secretaria de Educação Especial, onde se destaca a seguinte premissa: “A
Educação Inclusiva deve estar assentada no princípio de indissociabilidade da
teoria e prática (...)”, sugere-se que:
“1 – Formação de professores do nível médio e superior:
inclusão de teoria e prática que possibilitem a este professor desenvolver
processo de ensino compatível com as características específicas dos alunos
portadores de necessidades especiais;
2- Formação de professores para educação especial:
habilitação, posterior ao curso de formação (seja ele de nível médio ou
superior) para o acompanhamento do trabalho pedagógico do professor de
ensino regular junto a alunos com necessidades especiais (temporariamente,
até que os professores da educação regular tenham formação suficiente para o
trabalho autônomo a para o atendimento de alunos que não possam ser
incorporados pelo ensino regular (deficiências mentais e físicas neurológicas
severas).
3-Formação do professor do professor:
obrigatoriedade da formação de professores que possam se responsabilizar
pela área de educação especial, na formação do professor do professor da
educação básica (p.15 e 16)”.
29
É necessária a inclusão de disciplinas, conteúdos e práticas de ensino
nos cursos de formação de professores, nos cursos de magistério e nos cursos
de Pedagogia.
Não se pode esperar mudanças nos pilares e estruturas educacionais,
sem modificar as bases de quem é responsável por implementar essa
educação. A arte de educar exige exímia preparação, e para tanto o que
demanda imediatamente seria uma reestruturação.
Muitas são as inseguranças que surgem a respeito da educação inclusiva
e somente com a participação de todos será possível aprender um pouco mais
a cada dia.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, “a aprendizagem escolar
está diretamente vinculada ao currículo, organizado para orientar, dentre
outros, os diversos níveis de ensino e as ações docentes”.
O currículo contém todas as experiências, colocadas à disposição dos
alunos no intuito de potencializar o seu desenvolvimento integral, a sua
aprendizagem e a capacidade de conviver de forma produtiva e construtiva na
sociedade, construindo a partir do projeto pedagógico da escola. Para que seja
viabilizado deve orientar as atividades educativas, definindo suas finalidades e
as formas de executá-las.
As adaptações curriculares são necessárias, pois precisam adequar-se às
peculiaridades dos alunos com necessidades especiais. Tais adaptações
constituem-se como possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades
de aprendizagem dos alunos. Visam ao atendimento das dificuldades de
aprendizagem e das necessidades especiais dos educandos e ao
favorecimento de sua escolarização.
30
O currículo deverá nortear de forma clara a atividade educativa, deverá
também ser maleável o suficiente a ponto de se moldar à realidade social que
atenderá.
O sistema educacional deve estar aberto à diversidade, possibilitando o
desenvolvimento integral de todos os educandos, independentemente de suas
características pessoais. Para tanto, devem ser apoiados os esforços da escola
na intenção de reduzir as práticas excludentes. A proposta de Educação
Inclusiva deve integrar ações da Educação Especial e do ensino regular
apoiados pelo desejo de mudanças por todos os educadores, que serão a linha
de frente dessa proposta.
Não haverá “Educação Especial”, essa vinculada ao ensino regular,
gerará um novo conceito, que modificará as estruturas e constituir-se-á em
uma modalidade de educação que possibilite crescimento e desenvolvimento
de todos os atores envolvidos, tanto educandos quanto educadores.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, são consideradas
Adaptações Curriculares Significativas:
Elementos curriculares modalidades adaptativas.
Objetivos: eliminação de objetivos básicos e introdução de objetivos,
complementares e/ou alternativos.
Conteúdo: eliminação de conteúdo básico do currículo e introdução de
conteúdo específicos, complementares ou alternativos.
Metodologia e Organização Didática: introdução de métodos e
procedimentos complementares e/ou alternativos de ensino e
aprendizagem.
Organização: introdução de recursos específicos de acesso ao currículo.
31
Avaliação: introdução de critérios específicos de avaliação, eliminação de
critérios gerais de avaliação, adaptações de critérios regulares de avaliação,
modificação dos critérios de promoção.
Temporalidade: prolongamento de um ano ou mais de permanência do
aluno na mesma série ou ciclo (retenção).
Fonte: Manjón, cit.,1995, p.89
Muitos consideram o quadro de adaptações curriculares acima, como
empobrecido, mas esta é a única maneira de evitar e exclusão dos alunos que
apresentam necessidades especiais.
Tais adaptações curriculares são medidas pedagógicas adotadas no nível
do projeto pedagógico da escola, da sala de aula, das atividades e, quando se
torna necessário, é aplicado ao aluno de forma individual. Os critérios de
competência acadêmica dos alunos são considerados, de acordo com o
currículo regular no intuito de maximizar as suas potencialidades, sem
aumentar ou diminuir suas limitações.
As medidas adaptativas consideram a diversidade da população escolar e
através de tratamento diferenciado pode significar, para os alunos que
necessitam, igualdade de oportunidades educacionais.
32
CONCLUSÃO
A proposta de Educação Inclusiva, fruto de adaptações curriculares feitas
na Educação Especial, pode ser considerada como um dos maiores desafios
da educação.
Visando conhecer um pouco mais sobre o surgimento da Educação
Inclusiva no Ensino Fundamental, foi percorrido o caminho desde a construção
histórica da Educação Especial até a análise da proposta de Educação
Especial, apresentada no Plano Nacional de Educação e nas Adaptações
Curriculares para Educação Especial – Parâmetro Curriculares Nacionais.
Esta pesquisa pretendeu responder através da análise de conteúdo do
Plano Nacional de Educação e dos Parâmetros Curriculares Nacionais de
Educação Especial, a história do surgimento da Educação Inclusiva e os
direitos dos portadores de necessidades especiais, onde foi concluído que tal
proposta ainda não produziu a mudança necessária na realidade escolar, de
modo que todas as crianças, jovens e adultos com necessidades especiais
sejam atendidos em escolas regulares.
São evidentes as inúmeras dificuldades que envolvem este processo e
que somente o tempo será capaz de possibilitar uma visão geral de como esta
tem sido encaminhada.
Para que sejam assegurados de seus direitos à educação, os alunos que
apresentam necessidades especiais precisam de que uma forte política de
acesso à educação, de responsabilidade da União, dos Estados, Distrito
Federal e dos Municípios, seja feita. Tal política abrange o âmbito social e o
âmbito educacional, onde todas as pessoas com necessidades especiais
devem ser reconhecidas como cidadãos e possam usufruir do direito de
estarem integrados na sociedade.
33
Atitude como a organização e a socialização do projeto pedagógico, o
redimensionamento dos currículos e dos princípios da gestão escolar e a busca
de parcerias com a comunidade local são indispensáveis para garantir o
atendimento aos alunos com necessidades especiais de educação.
Deste modo, o preparo dos profissionais de educação deve então se dar,
dentro da realidade de cada escola, compreendendo desde o entendimento da
política Nacional de Educação Especial até o preparo de adaptações
curriculares diante de cada tipo de necessidade especial para o atendimento
pedagógico.
Como sugestões de pesquisas complementares seria interessante a
abordagem do tema “Recursos Materiais” visto que, somente quando a escola
para todos estiver completamente equipada poderá atender parte deste
objetivo. A sugestão seguinte seria “Recursos Humanos” já que fatos isolados
da prática pedagógica tem mostrado que esta proposta pode ser possível. Por
último “Adaptações Curriculares”, pois por mais dinâmico e flexível que seja o
currículo da escola regular, fazem-se necessárias as adaptações curriculares
de forma a possibilitar a todos os que apresentam necessidades especiais,
apoio educacional compatível com tais necessidades.
A união tem um papel essencial e insubstituível no planejamento e
direcionamento da expansão do atendimento, uma vez que as desigualdades
regionais na oferta educacional atestam uma enorme disparidade nas
possibilidades de acesso à escola por parte dessa população especial.
O apoio da União é mais urgente e será mais necessário onde se
verificam os maiores déficits de atendimento.
É clara as dificuldades que a escola regular enfrenta para preparar e
efetivar o atendimento de todos os cidadãos que nela precisam ingressar.
34
Independente da postura que o sistema educacional venha a optar, a
preparação dos docentes é fator imprescindível, assim como a necessidade de
transformar a escola e, por conseqüência, a prática pedagógica.
35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Rosita E. A nova LDB e a educação especial. Rio de Janeiro: WVA,1997.
_____. Temas em Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA, 1997. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília : CORDE, 1994, 54 p.
DEMO, Pedro. A nove LDB: Ranços e avanços. Campinas : Papirus, 1997.
FERREIRA, J.R. A educação especial na LDB. Comunicação apresentada na
XVII Reunião Anual da Anped. Caxambu, 1994, 10 p.
Gomes, Romeu. A análise de dados em pesquisa qualitativa. In: Maria C.
Minayo (Organizadora) Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.
Petrópolis: Vozes, 1994.
MAZZOTTA, M.J.S. Fundamentos da Educação Especial. São Paulo: Pioneira, 1982.
SÁ, Dias Elizabet. Educação Especial: Construindo Espaços de Formação.
Disponível em : http://www.defnet.org.br/elizabet.htm
Acesso em: 14 de Junho de 2002.
WERNECK, Claudia. Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu TODOS. Rio
de Janeiro: WVA Ed., 1999.
NOVA ESCOLA, Parâmetros Curriculares Nacionais.São Paulo; Abril, 1998.
Edição Especial.
36
ANEXOS Índice de anexos
Anexo 1>>Conteúdo do Plano Nacional de Educação, Proposta da Sociedade Brasileira; Anexo 2 >> Eventos Culturais
37
ANEXO 1
PNE – Proposta da Sociedade Brasileira Fevereiro/1998
São objetivos e metas do Plano Nacional de Educação Proposta da
Sociedade Brasileira consolidado na Plenária de encerramento do II CONED-
Belo Horizonte – MG, 09 de novembro de 1997:
1. Organizar, em todos os Municípios e em parcerias
com as áreas de saúde e assistência, programas
destinados a ampliar a oferta de estimulação precoce
(interação educativa adequada) para as crianças com
necessidades educacionais especiais, em instituições
especializadas ou regulares de educação infantil,
especialmente creches.
2. Generalizar, em cinco anos, como parte dos
programas de formação em serviço, a oferta de curso
sobre o atendimento básico a educando especiais, para
os professores em exercício na educação infantil e no
ensino fundamental, utilizando inclusive a TV Escola e
outros programas de educação à distância.
3. Garantir a generalização, em cinco anos, da
aplicação de testes de acuidade visual e auditiva em
todas as instituições de educação infantil e do ensino
fundamental, em parceria com a área de saúde, de
forma a detectar problemas e oferecer apoio adequado
às crianças especiais.
4. Nos primeiros cinco anos de vigência deste plano,
redimensionar conforme as necessidades da clientela,
incrementando, se necessário, as classes especiais,
salas de recursos e outras alternativas pedagógicas
38
recomendadas, de forma a favorecer, e apoiar a
integração dos educandos com necessidades especiais
em classes comuns, fornecendo-lhes o apoio adicional
de que precisam.
5. Generalizar, em dez anos, o atendimento dos alunos
com necessidades especiais na educação infantil e no
ensino fundamental, inclusive através de consórcios
entre Municípios, quando necessário, provendo, nestes
casos, o transporte escolar.
6. Implantar, em até quatro anos, em cada unidade da
Federação, em parceria com áreas de saúde,
assistência social, trabalho e com as organizações da
sociedade civil, pelo menos um centro especializado,
destinado ao atendimento de pessoas com severa
dificuldade de desenvolvimento.
7. Ampliar, até o final da década, o número desses
centros, de sorte que as diferentes regiões de cada
Estado contem com seus serviços.
8. Tornar disponíveis, dentro de cinco anos, livros
didáticos falados, em Braille, e em caracteres
ampliados, para todos os alunos cegos e aos de visão
sub-normal do ensino fundamental.
9. Estabelecer, em cinco anos, em parceria com as
áreas de assistência social e cultura e com
organizações não-governamentais, redes municipais ou
intermunicipais para tornar disponíveis aos alunos
cegos e aos de visão sub-normal livros de literatura
falados, em Braille e em caracteres ampliados.
39
10. Estabelecer programas para equipar, em cinco
anos, as escolas de educação básica e, em dez anos,
as de educação superior que atendam educando
surdos e aos de visão sub-normal, com aparelhos de
amplificação sonora e outros equipamentos que
facilitem a aprendizagem, atendendo-se,
prioritariamente, as classes especiais e salas de
recursos.
11. Implantar, em cinco anos, e generalizar em dez
anos, o ensino da Língua Brasileira de Sinais para os
alunos surdos e, sempre que possível, para seus
familiares e para o pessoal da unidade escolar,
mediante um programa de formação de monitores, em
parcerias com organizações não-governamentais.
12. Em coerência com as metas nº 2, 3 e 4, da
educação infantil e metas nºs 4.d, 5 e 6, do ensino
fundamental:
a) estabelecer, no primeiro ano de vigência deste
plano, os padrões mínimos de infra-estrutura das
escolas para o recebimento dos alunos especiais;
b) a partir da vigência dos novos padrões, somente
autorizar a construção de prédios escolares, públicos
ou privados, em conformidade aos já definidos
requisitos de infra-estrutura para atendimento aos
alunos especiais;
c) adaptar em cinco anos, os prédios escolares
existentes, segundo aqueles padrões.
40
13. Definir, em conjunto com as entidades da área, nos
dois primeiros anos de vigência deste plano,
indicadores básicos de qualidade para o funcionamento
de instituições de educação especial, públicas e
privadas, e generalizar, progressivamente, sua
observância.
14. Ampliar o fornecimento e uso de equipamentos de
informática como apoio à aprendizagem do educando
com necessidades especiais, inclusive através de
parceria com organizações da sociedade civil voltadas
para esse tipo de atendimento.
15. Assegurar, durante a década, transporte escolar
com as adaptações necessárias aos alunos que
apresentem dificuldades de locomoção.
16. Assegurar a inclusão, no projeto pedagógico das
unidades escolares, do atendimento às necessidades
educacionais especiais de seus alunos, definindo os
recursos disponíveis e oferecendo formação em serviço
aos professores em exercício.
17. Articular as ações de educação especial e
estabelecer mecanismos de cooperação com a política
de educação para o trabalho, em parceria com as
organizações governamentais e não-governamentais,
para desenvolvimento de programas de qualificação
profissional para alunos especiais, promovendo sua
colocação no mercado de trabalho. Definir condições
para a terminalidade para os educandos que não
puderem atingir níveis ulteriores de ensino.
41
18. Estabelecer cooperação com as áreas de saúde,
previdência e assistência social para no prazo de dez
anos, tornar disponíveis órteses e prótese para todos
os educandos com deficiências, assim como
atendimento especializado de saúde, quando for o
caso.
19. Incluir nos currículos de formação de professores,
nos níveis médios e superior, conteúdos e disciplinas
específicas para a capacitação ao atendimento dos
alunos especiais.
20. Incluir ou ampliar, especialmente nas universidades
públicas, habilitação específica, em níveis de
graduação e pós-graduação, para formar pessoal
especializado em educação especial, garantindo, em
cinco anos, pelo menos um curso desse tipo em cada
unidade da Federação.
21. Introduzir, dentro de três anos a contar da vigência
deste plano, conteúdos disciplinares referentes aos
educandos com necessidades especiais nos cursos
que formam profissionais em áreas relevantes para o
atendimento dessas necessidades, como Medicina,
Arquitetura e Enfermagem, entre outras.
22. Incentivar, durante a década a realização de
estudos e pesquisas, especialmente pelas instituições
de ensino superior, sobre as diversas áreas
relacionadas aos alunos que apresentam necessidades
especiais para a aprendizagem.
42
23. Aumentar os recursos destinados à educação
especial, a fim de atingir, em dez anos, o mínimo
equivalente a 5% dos recursos vinculados à
manutenção e desenvolvimento do ensino, contando,
para tanto, com as parcerias com as áreas de saúde,
assistência social, trabalho e previdência, nas ações
referidas nas metas nºs 6, 9, 11, 14, 17 e 18...
24. No prazo de três anos a contar da vigência deste
plano, organizar e pôr em funcionamento em todos os
sistemas de ensino um setor responsável pela
educação especial, bem como pela administração dos
recursos orçamentários específicos para o atendimento
dessa modalidade, que possa atuar em parceria com
os setores de saúde, assistência social, trabalho e
previdência e com as organizações da sociedade civil.
25. Estabelecer um sistema de informações completas
e fidedignas sobre a população a ser atendida pela
educação especial, a serem coletadas pelo senso
educacional e pelos sensos populacionais.
26. Implantar gradativamente, a partir do primeiro ano
deste plano, programas de atendimento aos alunos
com altas habilidades nas áreas artísticas, intelectuais
ou psicomotoras.
27. Assegurar a continuidade do apoio técnico e
financeiro às instituições privadas sem fim lucrativo
com atuação exclusiva em educação especial, que
realizem atendimento de qualidade, atestado em
avaliação conduzida pelo respectivo sistema de ensino.
43
28. Observar, no que diz respeito a essa modalidade
de ensino, as metas pertinentes estabelecidas nos
capítulos referentes aos níveis de ensino, à formação
de professores e ao financiamento e gestão.
45
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS EPÍGRAFE RESUMO SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA NA ANTIGA LEGISLAÇÃO. CAPÍTULO II A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA E NA L.D.B. nº 9394/96. CAPÍTULO III OBJETIVOS E METAS DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO E PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS EDUCAÇÃO ESPECIAL CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS ÍNDICE
02 03 04 05 06 07 08 11 11 17 17 25 25 32 35 36 45
46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO FUNDAMENTAL
HELOISA MUNIZ VIEIRA BAPTISTA ORIENTADOR: MS. PROF. NILSON GUEDES DE FREITAS
Data de entrega: 24 /09/05
Auto Avaliação: Como você avaliaria esta monografia? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Avaliado por._________________________________Grau________________ Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2005.