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3 UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura - ProPPEC Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu Programa de Mestrado Acadêmico em Educação - PMAE VILMARA PEREIRA VEQUI EDUCAÇÃO FAMILIAR: COLABORAÇÃO E PARTICIPAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA NAS DIMENSÕES AFETIVA, COGNITIVA E DE SOCIALIZAÇÃO Dissertação apresentada ao colegiado do PMAE como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Educação – área de concentração: Educação – (linha de Pesquisa. Formação de professores e desenvolvimento profissional. Grupo de pesquisa: Educação e Trabalho). Orientadora: Profª. Dra. Elisabeth Caldeira Villela. ITAJAÍ (SC) 2008

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UNIVALI UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e Cultura - ProPPEC Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu

Programa de Mestrado Acadêmico em Educação - PMAE

VILMARA PEREIRA VEQUI

EDUCAÇÃO FAMILIAR:

COLABORAÇÃO E PARTICIPAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA

NAS DIMENSÕES AFETIVA, COGNITIVA E DE SOCIALIZAÇÃO

Dissertação apresentada ao colegiado do PMAE como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Educação – área de concentração: Educação – (linha de Pesquisa. Formação de professores e desenvolvimento profissional. Grupo de pesquisa: Educação e Trabalho). Orientadora: Profª. Dra. Elisabeth Caldeira Villela.

ITAJAÍ (SC)

2008

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AGRADECIMENTO

Quero expressar meus agradecimentos a todas as pessoas e instituições que

prestaram seu apoio de uma forma ou de outra, a realização dessa dissertação.

Em especial, a orientadora Professora Doutora Elisabeth Caldeira Villela, que

desde o início interessou-se pelo tema da pesquisa e não mediu esforços para que

a dissertação fosse realizada da forma mais adequada possível.

A todos os Professores (as) do Programa de Mestrado pelos seus ensinamentos e

incentivos. Com seus conhecimentos, tiverem a humildade de nos abrir caminhos

que conduzissem à conquista da aprendizagem. Quero lembrar a Professora

Doutora Tânia Regina Raitz, que juntamente com a minha orientadora realizou as

atividades da disciplina e do grupo de pesquisa, sempre com palavras

incentivadoras visando os resultados pré-estabelecidos e que aceitou compor a

banca. Também quero lembrar, Núbia e Mariana, por serem especiais e atenciosas

na secretaria deste Programa.

Especialmente ao Professor Doutor Paulino de Jesus Francisco Cardoso por

aceitar o convite em participar da Banca e com suas contribuições proporcionar

maior qualidade a este trabalho.

A Secretaria Municipal de Educação, que permitiu licença profissional para realizar

esse estudo. Assim como autorizou nossa investigação a ser realizada nos Centros

de Educação Infantil e Unidades Escolares. A esses, o agradecimento pela

acolhida pelo espaço cedido mesmo com a sobrecarga do cotidiano escolar. Aos

profissionais que aceitaram responder o questionário, e aos pais e mães que

permitiram serem entrevistados.

De forma especial ao meu filho Francisco, pelo carinho e compreensão nos

momentos de estudo mesmo com sua pouca idade. Ao meu companheiro João,

incentivador no desenvolvimento das atividades do mestrado.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Grau de Instrução dos habitantes do Loteamento Portal - Bairro

Espinheiros .............................................................................................................25

Tabela 2 - Grau de Instrução do Bairro Barra do Rio..............................................25

Tabela 3 - Tipo de habitação do Loteamento Portal – Bairro Espinheiros ..............25

Tabela 4 - Tipo de habitação do Bairro Barra do Rio. .............................................26

Tabela 5 - Renda Mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Loteamento

Portal – Espinheiros. ...............................................................................................26

Tabela 6 - Renda Mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Bairro Barra do

Rio...........................................................................................................................26

Tabela 7 - Dimensão Afetiva referente aos profissionais da Educação Infantil.......55

Tabela 8 - Dimensão Cognitiva referente aos profissionais da Educação Infantil...57

Tabela 9 - Dimensão Socializadora referente aos Profissionais da Educação

Infantil. ....................................................................................................................59

Tabela 10 - Dimensão Afetiva referente aos Profissionais do Ensino Fundamental.

......................................................................................................................... ......60

Tabela 11 - Dimensão Cognitiva referente aos Profissionais do Ensino

Fundamental ...........................................................................................................61

Tabela 12 - Dimensão Socializadora referente aos Profissionais do Ensino

Fundamental. ..........................................................................................................63

Tabela 13 - Dimensão Afetiva referente a Mães e Pais das crianças da Educação

Infantil. ....................................................................................................................65

Tabela 14 - Dimensão Cognitiva referente a Pais e Mães das crianças da Educação

infantil......................................................................................................................66

Tabela 15 - Dimensão Socializadora referente a Pais e Mães das crianças da

Educação Infantil.....................................................................................................67

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Tabela 16 - Dimensão Afetiva referente a Pais e Mães das crianças do Ensino

Fundamental. ..........................................................................................................69

Tabela 17 - Dimensão Cognitiva referente a Pais e Mães das crianças do Ensino

Fundamental. ..........................................................................................................70

Tabela 18 - Dimensão Socializadora referente a Pais e Mães das crianças do

Ensino Fundamental. ..............................................................................................71

Tabela 19 - Educação Familiar segundo os Profissionais da Educação Infantil .....77

Tabela 20 - Educação Familiar segundo os Profissionais do Ensino Fundamental 77

Tabela 21 - Discussão ou conteúdo desenvolvido na graduação. Profissionais da

Educação Infantil.....................................................................................................78

Tabela 22 - Discussão ou conteúdo desenvolvido na graduação. Profissionais do

Ensino Fundamental ...............................................................................................78

Tabela 23 - Atividades desenvolvidas sobre educação familiar. Profissionais da

Educação Infantil.....................................................................................................79

Tabela 24 - Atividades desenvolvidas sobre educação familiar. Profissionais do

Ensino Fundamental. ..............................................................................................80

Tabela 25 - Relação escola-família. Profissionais do Ensino Fundamental............81

Tabela 26 - Possibilidade da Educação Familiar ser discutida na sua Formação

inicial e Continuada. Profissionais do Ensino Fundamental....................................81

Tabela 27 - Considera positivo ou negativo o envolvimento da escola na orientação

às famílias. Profissionais da Educação Infantil. ......................................................83

Tabela 28 - Considera positivo ou negativo o envolvimento da escola na orientação

às famílias. Profissionais do Ensino Fundamental. .................................................84

Tabela 29 - Relação escola-família. Profissionais da Educação Infantil. ................85

Tabela 30 – Relação escola-família. Profissionais do Ensino Fundamental ...........86

Tabela 31 - Relação colaborativa entre escola e família. Pais e mães da Educação

infantil......................................................................................................................87

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Tabela 32 - Relação colaborativa entre escola e família. Pais e mães do Ensino

Fundamental. ..........................................................................................................88

Tabela 33 - Escola com relação à família. Pais e mães da Educação Infantil. .......89

Tabela 34 - Escola em relação à família. Pais e mães do Ensino Fundamental.....89

Tabela 35 - Principais práticas que podem contar para atividade educadora.

Educação infantil.....................................................................................................90

Tabela 36 - Principais práticas que podem contar para atividade educadora. Pais e

mães do Ensino Fundamental.................................................................................90

Tabela 37 - Orientações que gostaria de receber no seu papel de formador e

educador. Pais e mães da Educação Infantil. .........................................................91

Tabela 38 - Orientações que gostaria de receber para ajudar no seu papel de

formador e educador. Pais e mães do Ensino Fundamental. .................................92

Tabela 39 - Quanto a necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar e

do processo educativo dos filhos (as). Pais e mães do Ensino Infantil. ..................93

Tabela 40 - Quanto a necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar e

do processo educativo dos filhos (as). Pais e mães do Ensino Fundamental.........93

Tabela 41 - O motivo que leva a uma criança ter dificuldades na aprendizagem.

Pais e mães da Educação Infantil. ..........................................................................93

Tabela 42 - O motivo que leva a uma criança ter dificuldades na aprendizagem.

Pais e mães da Educação Fundamental.................................................................94

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Vínculo Empregatício ..........................................................................72

Gráfico 2 - Vínculo Empregatício ..........................................................................73

Gráfico 3 - Vínculo Empregatício ..........................................................................73

Gráfico 4 - Formação. ...........................................................................................74

Gráfico 5 - Formação ............................................................................................74

Gráfico 6 - Estado Civil. ........................................................................................75

Gráfico 7 - Formação ............................................................................................75

Gráfico 8 - Estado Civil .........................................................................................76

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RESUMO

Esta pesquisa tem o objetivo de investigar como a Educação Familiar pode interferir na melhoria do processo educativo. Pretende analisar a colaboração e participação entre escola e família nas dimensões: afetiva, cognitiva e de socialização. Portanto, o problema deste estudo busca soluções de como os profissionais da educação podem em conjunto com pais e mães incentivar os alunos (as) a alcançarem melhores rendimentos. A primeira dimensão fundamentada, principalmente em Wallon (1989), no qual afirma, que afetividade e inteligência constituem um par inseparável, embora tenham funções definidas e diferenciadas, são interdependentes em seu desenvolvimento, permitindo à criança atingir níveis de evolução cada vez mais elevados. A segunda dimensão, baseada entre outros em Piaget (1987), que lembra: todo processo de desenvolvimento inerente ao ser humano passa pela dimensão social e envolve cognição. Para a terceira dimensão, buscou-se como referencial as fundamentações de Vygostky (1993), que afirma: o ser humano constitui-se como tal na sua relação com o outro, reforçando que afetividade e inteligência são indissociáveis e intimamente ligadas e influenciadas pela socialização. Quanto à Educação Familiar, recorreu-se à Quintana (1996), à Ramos (2002) e Rodriguéz (2004), entre outros que tratam da relação escola-família, do envolvimento dos pais e mães na orientação e formação de seus filhos (as) destacando a auto-imagem, a auto-estima e a confiança em si mesmo. Assim como o acompanhamento e interesse no processo educativo, ressaltando uma relação de colaboração e participação entre as instituições família e escola. Esta pesquisa tem abordagem de natureza qualitativa e quantitativa, pois, foram utilizados questionários e entrevistas semi-estruturadas e opta-se pela análise de conteúdo em Gil (1999). A pesquisa foi desenvolvida em Centros de Educação Infantil e Unidades Escolares da Rede Municipal de Ensino de Itajaí. Pretende-se contribuir para a melhoria do processo educativo, especialmente nas relações da escola e da família referente ao trabalho docente como um eixo colaborativo na formação educacional e construção identitária dos alunos (as). Esta pesquisa contribui com a elaboração das propostas de inserção da disciplina Família na Formação Inicial nos cursos de Formação de professores (as); o tema Família na Formação Continuada para professores (as); e o Programa de Atenção, Apoio e Orientação aos Estudantes e suas Famílias. Os resultados apontam que profissionais da educação percebem a necessidade de uma disciplina de caráter obrigatório que aborde o tema da educação familiar e também estão cientes de que pais e mães precisam de um programa de orientação sobre a educação e formação de seus filhos (as), demonstram preocupação em promover a interação entre escola e família. Os dados apontam que consideram a importância de discutir o tema da educação familiar, simpatizam com a implantação de um serviço de triagem com alunos (as) que sinalizem quais comportamentos mereçam uma intervenção mais direta e o encaminhamento ao programa. Palavras-chave: Escola-Família. Afetividade. Cognição. Socialização.

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ABSTRACT This study investigates how Family Education can influence the educational process. It seeks to analyze the collaboration and participation between the school and the family, in the following areas: affective, cognitive and socialization. This study therefore looks for solutions for enabling educational professionals to motivate their students, working together with the parents, to achieve better results. The first dimension is based mainly on Wallon (1989), who states that affectivity and intelligence are inextricably linked; although they have clearly-defined and separate functions, they develop interdependently of each other, enabling the child to achieve higher levels of development. The second dimension is based on Piaget (1987), among other authors, who reminds us that: every process of development inherent to the human being goes through the social dimension and involves cognition. For the third dimension, the theoretical framework was taken from Vygostky (1993), who states that: the human being becomes a human being through his/her relationship with others, emphasizing that affectivity and intelligence are indissolubly and intimately linked, and are influenced by socialization. For the theme of Family Education, the theoretical background was taken from Quintana (1996), Ramos (2002) and Rodriguéz (2004) among others, who deal with the relationship between the school and the family and the involvement of parents in guiding and training their children, highlighting self-image, self-esteem and self-confidence. Besides accompanying and taking an interest in the educational process, a relationship of collaboration and participation is emphasized, between the institutions of family and school. This study takes a qualitative and quantitative approach, with the use of questionnaires and semi-structured interviews, and opts for the analysis of content according to Gil (1999). The research was carried out in Children’s Education Centers and School Units of the Municipal Education Network of Itajaí. It seeks to contribute to improving the educational process, particularly in the relationship between the school and the family in relation to the teacher’s work, as a form of promoting the educational formation and construction of identity of the students. This study contributes to elaborating proposals for including the discipline of Family in the Initial Training of Teacher Training courses; the theme Family in the Professional Development of teachers; and the Program of Attention, Support and Guidance for Students and their Families. The results indicate that education professionals perceive a need for a compulsory discipline which addresses the theme of family education, and are also aware that the parents need a program of guidance on how to educate and train their children. The teachers also show a concern with promoting interaction between the school and the family. The data indicate that they believe it is important to discuss the theme of family education, and that they agree with the idea of implementing a screening service with the students that will signal behaviors requiring more direct intervention and referral to the program. Key words: School-Family. Affectivity. Cognition. Socialization.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO____________________________________________________10

OBJETIVOS______________________________________________________23

JUSTIFICATIVA __________________________________________________24

CAPÍTULO I _____________________________________________________39

1.1. FAMÍLIA E ESCOLA, PARTICIPAÇÃO E COLABORAÇÃO PARA O ATENDIMENTO DAS DIMENSÕES AFETIVA, COGNITIVA E DE SOCIALIZAÇÃO DA CRIANÇA ____________________________________________________39

1.1.1. Dimensão Afetiva _____________________________________________42

1.1.2.Dimensão Cognitiva ___________________________________________47

1.1.3. Dimensão Socializadora________________________________________50

CAPÍTULO II _____________________________________________________55

2.1 ANÁLISE DOS DADOS – CATEGORIAS DE ÁNALISES _______________55

2.1.1. Dimensões afetiva, cognitiva e de socialização ______________________55

2.1.2. Profissionais da educação infantil ________________________________55

2.1.3. Profissionais do ensino fundamental ______________________________60

2.1.4. Pais e mães das crianças da educação infantil ______________________65

2.1.5. Pais e mâes do ensino fundamental ______________________________69

2.2. PERFIL DOS (AS) PARTICIPANTES DA PESQUISA__________________72

2.2.1. Perfil dos profissionais da educação infantil_________________________72

2.2.3. Perfil dos pais e mães das crianças da educação infantil ______________74

2.2.4. Perfil dos pais e mâes das crianças do ensino fundamental ____________75

2.3. ANÁLISE DE PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO E DA ENTREVISTA____76

2.3.1. Profissionais da educação infantil e do ensino fundamental ____________76

2.3.2. Pais e mães da educação infantil e do ensino fundamental_____________87

CAPÍTULO III_____________________________________________________96

3.1. PROPOSTAS DA PESQUISA ____________________________________96

3.1.1. Proposta de inserção da disciplina família na formação inicial nos cursos de

profissionais da educação ___________________________________________96

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3.1.2. Proposta do tema familia nos cursos de formação continuada de profissionais

da educação_____________________________________________________101

3.1.3. Proposta do programa de atenção, apoio e orientação aos estudantes e suas

famílias. ________________________________________________________103

CONSIDERAÇÕES FINAIS_________________________________________117

REFERÊNCIAS __________________________________________________121

ANEXOS _______________________________________________________132

ANEXO 01 – MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO _________________133

ANEXO 02 – MODELO DA ENTREVISTA______________________________135

ANEXO 03 - QUESTIONÁRIO E ENTREVISTAS - RESPOSTAS____________136

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INTRODUÇÃO

O foco deste estudo é Educação Familiar, a qual se entende como práticas

educativas aplicadas por pais e mães dentro do contexto familiar na relação com

seus filhos (as). Este estudo objetiva pesquisar sobre família e escola numa relação

de colaboração e participação em que se desenvolvem as dimensões afetiva,

cognitiva e de socialização. Quando falamos de Educação Familiar, é preciso

lembrar do surgimento da família e do nascimento dos filhos (as), que se estende

por toda a vida. Para tanto, o processo educativo desenvolvido no seio da família é

uma “metafunção”, como afirma Rodriguéz (2004). Trata-se de uma função que tem

o papel de conseguir que a família realize eficazmente suas responsabilidades.

Dessa forma, entendemos que a organização familiar deve estimular o

diálogo e o consenso na resolução de conflitos. Assim, a criança transferirá estas

aprendizagens a outros contextos fora do âmbito familiar. Para isso, é preciso

ensiná-la a conhecer e descobrir suas emoções. Profissionais da educação, pais e

mães precisam orientá-las para tal, é necessário pensar a Educação Familiar na

melhoria do rendimento escolar, na prevenção do fracasso, da repetência, da

evasão, da indisciplina, da violência, etc. A escola como um lugar de aprendizagem

tem entre suas funções, considerar as experiências que as crianças trazem de seu

contexto cultural e familiar para avançar nos processos de experimentação e

conhecimentos. Entretanto, é necessário contextualizar as aprendizagens anteriores

impedindo a descontinuidade entre o lar e a escola, pois, a mesma pode ser

considerada como uma das causas principais do baixo rendimento escolar. Vista

assim, a Educação Familiar tem relevante papel nas dimensões afetiva, cognitiva e

de socialização, com o envolvimento da família na tarefa educacional propondo

atividades paralelas para a criança.

Certamente a necessidade de colaboração e participação entre família e

escola foi percebida pela pesquisadora enquanto professora, diante de um olhar

atento às dificuldades de envolver as famílias cujos filhos (as) mostrassem

necessidades que teriam resolução com o apoio e acompanhamento de pais e

mães. Este olhar atento ampliou-se a partir do ano de 2005, ao dirigir o

Departamento de Ensino Fundamental na Secretaria Municipal de Educação de

Itajaí, ao perceber situações de iguais desafios na relação escola-família. No

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entanto, desta vez, não eram só situações de uma sala de aula, ou de uma unidade

escolar, eram oriundas de todas as unidades escolares do município. Assim, nasce

a idéia de um Programa que trate dos estudantes e suas famílias com atenção,

apoio e orientação. Ao mesmo tempo percebia que a escola e os profissionais da

educação contavam com pouca experiência e conhecimento acadêmico no campo

familiar. E que, tampouco adquiriam este conhecimento através da formação

continuada que possibilitasse envolvimento desta demanda de crianças com

necessidades a serem encaminhadas no âmbito escolar nos diversos aspectos e

das mais variadas dimensões, tornando se, dessa forma, cada vez mais evidente a

importância do envolvimento da família, objetivando contribuir no processo

educacional das crianças. A pesquisadora percebe a importância de um eixo

colaborativo e participativo entre as instituições escola e família e, em conseqüência

disso, pensar uma sociedade mais ajustada e feliz.

Torna-se relevante mencionar que também no ano de 2005 e 2006 alguns

encontros com profissionais das secretarias municipais de Saúde, Criança e

adolescente e Assistência Social foram realizados na qual todos esses profissionais

consideravam a idéia da Rede nascida no Departamento de Ensino Fundamental na

Secretaria de Educação como um possibilitador para encaminhamentos com mais

eficácia, no sentido do trabalho em equipe, tanto de organização, planejamento,

avaliação contínua. Portanto essa idéia acontecia numa época em que grandes

mudanças aconteciam com os secretários do governo, principalmente da educação,

pois, já era o 3º secretário em menos de dois anos deste governo.

Época em que nossas frustrações enquanto funcionários da secretaria foram

maiores, com tais mudanças, quando a pesquisadora conseguia agenda para

discussão e informação sobre o objetivo e caracterização do Programa, os

secretários que lá se encontravam, estavam na eminência de sair do cargo ou não

consideravam importante, o fato de discutir um programa como política pública de tal

envergadura ou não havia interesse em proporcionar qualidade de vida aos alunos

(as) da nossa querida Itajaí.

Uma vez que, a necessidade de um planejamento escolar envolvendo pais e

mães para que possam ajudar as crianças a serem capazes de expressar e receber

afetos, desenvolvendo a cognição e a socialização no desenvolvimento de si

mesmas, de sua auto-imagem e auto-estima. Então, pais e mães devem refletir

juntos com a escola, acompanhando a educação escolar, lembrando que as

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crianças têm personalidade própria e cabe aos adultos reconhecê-la para ajudá-las.

Para tanto, a família em sua tarefa educadora, deve superar a satisfação das

necessidades como a alimentação, cuidados higiênicos, saúde e atender também as

necessidades como segurança, afeto, cognição e socialização de seus filhos (as).

Enfatiza-se neste trabalho, que a educação exige um compromisso dos

adultos nos diversos níveis de atuação familiar, escolar e social. Sabemos da

importância de uma formação saudável, de ensinar valores éticos e morais, de dar

apoio, atenção, ensinar os limites e o respeito como aprendizagens necessárias no

meio familiar, para que as crianças possam crescer felizes e seguras, o que significa

desenvolver dimensões orientadas para a construção da sua identidade. Sendo

assim, a primeira base de identificação, modelo e aprendizagem para a criança é a

família, a segunda é a escola. É preciso orientar as crianças ajudando-as a

identificar emoções negativas e positivas promovendo o seu bem-estar.

Pais, mães e profissionais da educação, devem conhecer as características

evolutivas das crianças, para que suas práticas educativas se tornem eficazes no

processo de aprendizagem, além de manterem o diálogo, como defende Ramos

(2002). Portanto, família e escola, tornam-se dois pilares fundamentais do processo

educativo e suas funções são complementares. Hoje mais do que nunca, é preciso

um encontro dinâmico entre estas duas realidades, entre os projetos da família e da

escola, no qual representam os espaços sócio-educativos, nos quais a criança se

desenvolve. Nessa perspectiva, diante de uma sociedade em mudanças, torna-se

imprescindível que família e escola, se integrem na tarefa de ensinar as crianças a

viverem na sociedade atual, sociedade esta, que emergem novos valores e

necessidades. Por isso também, a importância dessa união encontrar um espaço de

comunicação que atenda as demandas formativas e educacionais da criança.

No capítulo I foi desenvolvido o tema família e escola: uma relação de

colaboração e participação, onde foi considerada a relevância da união das duas

instituições, a fim de promover a qualidade de vida das crianças, primando por

resultados positivos para todos (as) envolvidos nesse contexto, recorre-se a autores

como: Kaloustian, Lopes, Ramos, Alonso, entre outros.

Destaca-se no capítulo II, embasados em Wallon, Piaget e Vygotsky a

contribuição das dimensões afetiva, cognitiva e de socialização para o

desenvolvimento das crianças, entre outros autores (as) que tem desenvolvido

estudos nesta área.

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Foi tratado da metodologia de pesquisa, optando-se pela abordagem

qualitativa e quantitativa, fazendo uso do método de análise de conteúdo, onde os

autores consultados foram: Chizzotti, Lüdke, André e Gil. Nesse capítulo foram

elaboradas três categorias de análise: as dimensões afetiva, cognitiva e de

socialização, na qual trabalhamos com o resultado do questionário e entrevista.

Organizou-se análise dos dados no capítulo III, inicialmente com as

categorias de análise e seguidamente pelo perfil e análise de respostas relevantes

para a pesquisa respondidas pelos participantes. Objetiva-se mostrar possibilidades

de criar novos caminhos que oportunizem aos envolvidos no contexto familiar e

escolar para atuarem com mais segurança na educação e formação das crianças.

Propõem-se três formas possíveis de se desenvolver as relações família-escola nos

dias atuais. Proposta 1 - Inserção da Disciplina da Família na Formação Inicial.

Proposta 2 – Tema da Família na Formação Continuada com capacitação em

serviço como preconiza a Lei n� 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 - “Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. Proposta 3 - Programa de Atenção,

Apoio e Orientação aos Estudantes e suas Famílias. Entende-se estas propostas da

pesquisa, como sendo oportunas ao perceber que o Brasil vem a cada ano

discutindo a importância do envolvimento da família no âmbito educacional em que

as crianças estão inseridas. Constatou-se ainda, que o tema educação familiar é

novo no Brasil, através das buscas bibliográficas realizadas e a verificação de

temas pertinentes.

Deve-se aqui registrar que no desenvolvimento da escrita e das falas durante

o percurso do trabalho, optou-se pelo uso das expressões mães e pais, filhos e

filhas, professores e professoras discriminados de per si, ao contrário da forma

clássica (quando prevalece o masculino, na intenção de que transcorra a

identificação necessária para compreensão do texto, adaptamos esta forma de

escrita. Na continuação, num resgate histórico sobre a infância, percebemos que os

primeiros movimentos sobre a mesma, iniciaram no século XVII com a criação de

centros para atender crianças abandonadas com caráter assistencial, e que,

somente a partir da Revolução Industrial, a educação infantil começa a organizar-

se. Ainda no século XVII Freud (1976), desenvolveu uma teoria a partir de suas

pesquisas, afirmando que as crianças eram sexualizadas e agressivas. Situação

que, somente décadas depois, com a realização de outras pesquisas científicas,

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ficou comprovado que a teoria desenvolvida por Freud tratava-se de um equívoco.

Com a realização de novos estudos com crianças pequenas, por volta dos anos

trinta, mostrou que crianças têm bons sentimentos e são preocupadas umas com as

outras¹. Ainda no início do século passado, as crianças eram vistas apenas como

fruto de uma concepção natural e conseqüente da união dos casais, sem serem

consideradas parte integrante da família que merecesse as atenções devidas. Para

Ariés (1981), a presença da criança na família e na sociedade era tão breve e

insignificante que não havia tempo nem ocasião para que recordações ficassem

gravadas na memória.

O desenvolvimento de uma teoria sobre a família ocorre com a publicação de

autoria de Burr, Hill, Nye & Reiss (1979, APUD, RAMOS 2002), nos Estados Unidos

na “Contemporany theories about family”2. Então, percebe-se ao longo dos primeiros

cinqüenta anos do século XX, que esses estudos adquiriram maior dimensão

científica. Temas de investigação e seus modelos conceituais foram se

desenvolvendo em interação com as descobertas de outras disciplinas científicas.

Trabalhos como dos autores Alonso (1995) e Flaquer (1998), entre outros, trazem

novas perspectivas no campo da família.

Entretanto, na década de noventa, dá-se o auge dos estudos sobre família

com as contribuições de Fuster e Ochoa (2000)³. Hoje em dia, Ramos (2002),

lembra que o papel da família transcende às funções socializadoras para converter-

se no principal núcleo educativo. É introdutora de regras de convivência que mais

1. Foi através de uma perspectiva mais abrangente a respeito do mundo da criança que um novo olhar volta-se sobre ela promovendo uma mudança na concepção da educação dos filhos (as) por parte dos pais e mães gerando um período em que, muitas famílias abandonam os modelos rígidos e autoritários nos quais haviam sido educados.

2. Trata aspectos sobre a família e mudança social como: fertilidade, características de diversas gerações familiares, trabalho da esposa, mãe, etc., a interação familiar: seleção de casal, qualidade e estabilidade do matrimônio, autoridade na família, socialização dos filhos (as), coesão, agressividade, dependência relações entre irmãos, etc., os problemas e conflitos familiares: determinantes eficazes na resolução de problemas, violência na família, stress na família, condutas problemáticas dos filhos (as), etc.

3. Que influenciados pelo impacto das teorias e perspectivas feministas e de grupos minoritários, de trocas das

formas familiares, da tendência para maior inclusão profissional, da tendência para diversidade teórica e metodológica, da preocupação por questões éticas, valores e religião, da tendência a romper a dicotomia entre as esferas públicas e privadas da vida familiar e entre a ciência social da família e intervenção familiar na qual, verifica-se um avanço significativo na esfera teórica do âmbito familiar.

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4. Segundo Castilho (1998), a carência total de valores é impossível, causaria a morte do ser humano e

também da sociedade e da educação. A discussão, portanto, não é somente a existência dos valores em si, mas para quem são esses valores, pois, teoricamente, não podem existir valores sem relação alguma com a pessoa. De acordo com o ponto de vista da construção humana, os valores são para alguém ou não são para ninguém.

5. E que, as falhas na formação familiar e escolar acabam criando pessoas desesperadas para serem cidadãos e completa o autor: pode-se dizer que faltam valores que levem em consideração coisas que não se compram, como ética e disciplina.

tarde podem ser transferidas a outros contextos sociais, porém amplia estas

possibilidades ao contemplar a criança em todas as suas dimensões.

Na realidade, qualquer tentativa de chegar a uma definição válida de família

perpassa as conseqüências das variações culturais, históricas e evolutivas da

mesma. Com a vontade de entender o conceito de família, é importante conhecer a

caracterização que da mesma formulam diferentes âmbitos do saber, que são a

perspectiva sociológica, a perspectiva psicológica e a perspectiva pedagógica, que

abordaremos posteriormente, todas elas enriquecidas pela dinâmica da diversidade,

dimensão necessária atualmente nas sociedades democráticas e plurais.

Em meio a um conjunto de conceitos de família, Ramos (2002), sugere a

necessidade de redefinição do conceito. Para a autora, a família se converteu de

função essencial para um núcleo educativo estimulador de identidade pessoal e

social, encontrando dificuldades porque alguns valores de ontem não lhe servem

hoje. É um desafio para professores (as) e expertos na educação familiar

potencializar a competência dos valores de pais e mães neste campo,

desenvolvendo programas para a educação de valores na família assegura Castilho

(1998, p.412), para este autor “o ser humano não pode viver sem valores”4.

Para completar isso, se resgata a fala do psiquiatra e escritor Tiba (2007), a

sociedade passou da Era da Informação para Era do Conhecimento. Sendo assim, a

educação que uma criança recebe deve prepará-la para o mercado de trabalho e

para exercer cidadania5. Visto assim, a família é o primeiro contexto sócio-educativo

de valores, e se constitui em um ponto chave para orientar e guiar a seus filhos (as)

em busca de critérios que os ajudem a descobrir o mundo e tomar decisões.

Por todas as reflexões realizadas até o momento no desenvolvimento desse

trabalho, poderia se acrescentar o conhecimento dos investigadores da família,

embasado nas investigações voltadas a educação do homem na qual deve se

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desenvolver dentro de um grupo humano em que a intervenção humana se dá na

ação de uns homens sobre outros e do homem sobre si mesmo6.

Nos aspectos que envolvem a participação das pessoas Bordenave (1995, p.

23), ressalta que “Participar engloba as dimensões fazer parte, tomar parte, sentir-se

parte e ter parte numa determinada atividade”. Ainda sobre participação, segundo

Mc Lagan e Nel (2000), se dá em cinco níveis.

1. Ação Prescritiva: as pessoas executam tarefas que lhes são mandadas.

2. Participação na atividade: as pessoas que participam influenciam na forma que o

trabalho é realizado. Podem decidir como realizar as tarefas e a seqüência de

suas ações. Neste primeiro nível se dá uma participação real e significativa.

3. Participação na função: as próprias pessoas participam determinando o que elas

e suas equipes vão participar. Participação que requer conhecimento a respeito

das pessoas e da instituição.

4. Participação no contexto: as pessoas ultrapassam as barreiras da sua função

para participarem, para influenciar os processos e estruturas em torno delas.

5. Participação na vida: a participação se dá na idealização e influência de conceitos

fundamentais que guiam suas atividades. Ajudam a determinar valores, metas,

estratégias e outras estruturas que vão determinar o que a instituição é e será7.

De acordo com Lima (1996), para alcançar a autonomia das instituições

educacionais deve-se envolver a autonomia dos professores (as), dos alunos (as),

assim as relações da escola com a família devem ser concretizadas através de

processos democráticos de tomada de decisões8. Para dar sustentação à temática

proposta, buscamos em Fullan e Hargreves (2000), quando destacam a importância

que, em se tratando de realidade escolar, torna-se necessário a valorização e o

envolvimento dos professores (as), identificando o ponto positivo de cada um,

permitindo sua colaboração e participação recompensando-os pela mesma9.

6. Nesse sentido, para Ramos (2002), a concepção de homem pode partir da própria etimologia do Conceito “Educação” em função dos termos latinos “educare ou educere”. O primeiro significa: Criar, nutrir e se pode analisar como uma atividade do lado de fora. O segundo: tirar, levar, extrair desde dentro até fora, se pode tomar como atividade que trata de despertar ou tirar as qualidades que o sujeito possui dentro de si mesmo.

7. É preciso na história do Brasil, superar formas conservadora de organização e gestão, pensar formas alternativas e criativas que acompanhem as mudanças sociais.

8. O importante é definir para construir um processo participativo com distribuição de poder, não é suficiente

pedir sugestões e aproveitar aquelas que pareçam simpáticas ou coincidam com pensamentos dos que coordenam: é necessário que o plano se construa com saber, com o querer e com o fazer de todos. (LIMA, 1996).

9. No entanto, para que esta colaboração e participação aconteçam, as pessoas precisam de tempo, um tempo

que a instituição deve organizar a fim de que os mesmos possam deixar de lado suas tarefas e dedicarem-se às discussões propostas.

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É perceptível que a colaboração e participação trazem benefícios e são

desejáveis nas instituições da atualidade. Porém, talvez não haja a adesão da

totalidade dos sujeitos a estes processos, até porque alguns deles desenvolvem

melhor suas atividades sozinhos. Característica que deve ser respeitada, pois ao

contrário, pode se criar uma colaboração e participação forçada em que o sujeito

participa apenas para estar integrado ao grupo e ter aceitação.

Conforme Orbe (1997), “O obrar e atuar humano está determinado por

necessidades”. As necessidades básicas como alimentação, água, sono, cuidados

higiênicos, sanitários, vestuário , segurança, proteção, confiança e bem-estar, ideais

e consideração, como também, necessidades secundárias, psicológicas e sociais

como: sentir-se protegido, seguro, aceito, considerado, vinculado, etc., nas quais as

crianças desenvolvem suas dimensões afetiva, cognitiva e social, obtendo uma

personalidade sana e equilibrada10. Segundo Ramos (2002), a família favorece a

adaptação escolar e social da criança quando é capaz de criar um clima de relações

na dimensão afetiva, atendendo necessidades de vínculo, aceitação e projeção. A

autora entende que a dimensão cognitiva se desenvolve quando as necessidades de

experimentação e reforço são atendidas. Para isso, a criança necessita

experimentar, investigar, descobrir o meio e atuar sobre ele. Já na dimensão social,

Ramos evidencia a necessidade de comunicação, consideração e estrutura para

garantia de uma vida social que oportunize a criança se desenvolver de forma plena,

no convívio em sociedade11.

Como lembra Castilho (1998), a atividade da criança é uma das fontes

principais de sua aprendizagem e desenvolvimento, tendo um caráter realmente

construtivo na medida em que é através da ação e da experimentação exercida pela

criança que, por um lado expressa seus interesses e motivações e, por outro,

descobre propriedades dos objetos, relações, etc.12

10. Outro autor que traz considerações sobre o assunto é Maestre (1977), diz que a criança tem necessidade de ser educada. Também nesse sentido, Ramos (2002), inicia estudo com a finalidade de estabelecer pontos de referência para a educação das crianças agrupando em três níveis: o afetivo, o cognitivo e o social.

11. Outros trabalhos também são desenvolvidos por Bawlby (1986); Ainswoth (1986); Ainswoth e Stayton (1974); (LÓPEZ, 1999, APUD, RAMOS, 2002), sobre o vínculo de apego e sua função fundamental para a adaptação social do sujeito, alertando que a criança que se sente aceita dentro de um projeto familiar, se sentirá unida aos demais; e, quando estas se sentem rejeitadas por sua família, sentem-se mal consigo mesmas, projetando sobre os outros seus sentimentos de hostilidade.

12. Essa fala de Castillo (1998), nos reporta a pedagogia ativa representada por Dewey, Claparéde, Montessori,

Decroly, Freinet, que propõem uma metodologia embasada nas experiências e vivências da criança, partindo de seu interesse e necessidade para assim estimular e desenvolver suas capacidades cognitivas. Certamente a sociedade demanda um papel ativo da família na educação dos filhos (as), que por sua vez está delegando esta responsabilidade à escola.

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13. Afinal, ambas são instituições que se encontram diante de uma realidade complexa, por isso, necessitam unir seus esforços se quiserem atingir seus objetivos. E, que, são necessárias inovadoras formas de colaboração e participação da família no cotidiano educacional.

14. A família considerava a educação dos filhos (as) implícita em fazê-los e tê-los, e aprendia a tarefa na medida em que os tinha. É importante compreender que diferentemente de outras épocas, é preciso favorecer o desenvolvimento afetivo, cognitivo e social dos filhos (as), possibilitando a melhor realização de suas funções enquanto ser humano.

15. Este autor fala da profunda influência que o aspecto afetivo tem sobre o desenvolvimento intelectual. Ele

pode acelerar ou reduzir o ritmo do desenvolvimento. Conclui-se na explicação que o aspecto afetivo em si não pode modificar as estruturas cognitivas (esquemas), embora possa influenciar quais estruturas modificar.

16. Para Wallon, as emoções têm um papel predominante no desenvolvimento da pessoa e é por meio delas

que a criança exterioriza seus desejos e suas vontades. Embora seja importante lembrar que a construção do “eu” na teoria de Wallon depende essencialmente do “outro”.

Assim, percebe-se que família e escola têm finalidades que se

complementam conforme a idéia de Durning (1995), quando afirma que é importante

levar a criança ao seu máximo e melhor desenvolvimento13.

Conforme Durning (1995), na família se dão verdadeiros processos

educativos e o estudo destes processos é muito recente. Exemplo disso, é que

ainda hoje é admitida a crença popular de que os pais e mães se convertem em

“pais expertos”, automaticamente com o nascimento de seu filho (a) devido a

práticas educativas interiorizadas de seus pais e mães (herança) que reproduzem

desde o nascimento das crianças 14.

Para tanto, Piaget (1987), explica na sua teoria Epistemologia Genética, a

formação da inteligência e como o indivíduo desde seu nascimento constrói o

conhecimento. Ao pesquisar o comportamento da criança, Piaget levou em

consideração suas fases de desenvolvimento, cuja compreensão é importante para

se entender a dimensão afetiva no processo de aprendizagem15.

A dimensão afetiva, segundo Wallon (1989), as emoções, a postura, o conflito

eu - outro, são constantes na vida da criança em qualquer meio que ela faça parte,

seja na família, na escola ou outro ambiente que ela freqüente. Para o autor, a

afetividade, além de ser uma das dimensões da pessoa, é uma das fases mais

antigas do desenvolvimento, pois o homem logo que deixou de ser puramente

orgânico passou a ser afetivo e, da afetividade passou lentamente para a vida

racional. Afetividade e inteligência se misturam, havendo o predomínio da primeira e,

mesmo havendo uma diferenciação entre as duas, haverá uma permanente

reciprocidade entre elas. Portanto, “a afetividade depende, para evoluir, de

conquistas realizadas no plano da inteligência, e vice-versa” ressalta Dantas

(1993)16.

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17. O outro com que ele se compara é referência externa que permite ao homem compor-se como ser humano. Este processo para o pesquisador permite a constituição do ser autenticamente humano e relata que na ausência do outro, o homem não se constrói.

18. Ainda indica que a socialização pode ser: - Primária, realizada na família durante a infância; - Secundária, levada a fundo na escola, como continuação da primeira; - Terciária ou de resocialização, quando se tenta reeducar o indivíduo que apresenta condutas consideradas anti-sociais. Realiza-se através de agentes socializadores, como a família, a escola, grupos de iguais, meios de comunicação e outras instituições como Igrejas, partidos políticos, comunidades próximas, etc.

19. A autora trata que o conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria explicativa. Ressalta que o sujeito observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes um significado. Revela que o objeto "não é um dado inerte e neutro" e menciona ainda que, "está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações”. (CHIZZOTTI, 1995, p.79).

Em Vygotsky (1999), a dimensão social na qual considerou e propôs a

construção de uma nova psicologia, aprofundou seus estudos sobre o

funcionamento dos aspectos cognitivos, mais precisamente as funções mentais e a

consciência. Para ele a organização dinâmica da consciência aplica-se ao afeto e ao

intelecto. Afirma ainda, que o funcionamento psicológico fundamenta-se nas

relações sociais sobre o indivíduo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem num

processo histórico. Explica que, o sócio-histórico não representa o coletivo, na

imposição sobre o indivíduo, e sim, como processo em que todo o mundo cultural

expõe-se ao sujeito como “o outro”17.

Para o sociólogo Fermoso (1982), o processo de interação entre a sociedade e o

indivíduo é que se internalizam os papéis, normas, costumes e valores

compartilhados pela maioria dos integrantes da comunidade, integra-se a pessoa ao

grupo, aprende a conduzir-se socialmente, adapta-se às instituições, abre-se aos

demais, convive com eles e recebe a influência cultural, de modo que se vigoriza o

desenvolvimento da personalidade18.

Investigar questões que permeiam a família em sua relação com a escola

constitui a intenção desta pesquisa. Com a utilização da metodologia de pesquisa

qualitativa e quantitativa. Por conceber os sujeitos parte de um todo a abordagem

quantitativa considera que tudo pode ser quantificável com uso de recursos e de

técnicas estatísticas. Enquanto a abordagem qualitativa segundo Chizzotti (1995,

p.79), parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o

sujeito. Um vínculo indissociável entre o mundo subjetivo e a subjetividade do

sujeito19.

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O método de investigação escolhido é o de análise de conteúdo, que

conforme Gil (1999) destaca a pesquisa qualitativa para analisar as informações

obtidas. Trata-se de um conjunto de técnicas de análise de comunicações, visando

obter por procedimentos sistemáticos e objetivos a descrição de conteúdo das

mensagens e indicadores (quantitativos ou não), que permitam a inferência de

conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens.

Dessa forma, as categorias de análise pesquisadas envolvem as dimensões

afetiva, cognitiva e de socialização e “devem explicitar os propósitos da pesquisa e,

ao mesmo tempo, ser internamente homogêneas, externamente heterogêneas,

coerentes e plausíveis”. Tal qual menciona Lüdke e André (1986).

Identificaremos as diferentes dimensões que compõe as categorias de análise

e suas relações com a família e a escola. As dimensões serão assim conceituadas:

1. Dimensão cognitiva: refere-se ao conjunto de atividades através da qual a

informação é processada pelo sistema psíquico das crianças, verificando como os

pais participam do desenvolvimento de processos mentais. Piaget (1997).

2. Dimensão afetiva: se apóia na relação de aceitação, no reconhecimento e em

condutas, como capacidade dos indivíduos expressarem afetos, permitindo-lhes

organizar suas relações com o mundo que os rodeia. Este apoio afetivo contribui

para a formação do auto-conceito e da auto-estima. Wallon (1989).

3. Dimensão socializadora: entende-se o processo através do qual o indivíduo

aprende e interioriza conteúdos sócio-culturais, uma vez que desenvolve e afirma

sua identidade pessoal com influência de agentes exteriores. Consiste em que

cada pessoa potencie sua dimensão social, comprometendo-se com seus

semelhantes na busca do bem comum. Vygotsky (1999).

Na metodologia foi elaborado um questionário e uma entrevista semi-

estruturada por compreendê-los como a técnica de coleta de dados mais adequada

para essa pesquisa. O questionário e a entrevista foram pensados de uma forma a

despertar o interesse dos participantes em respondê-los da forma mais sincera,

completa e objetiva possível, no qual visa gerar respostas que nos permitam chegar

ao fenômeno estudado e dar continuidade ao trajeto da investigação em sua

complexidade.

Esta investigação contará como ferramentas de coleta de dados: questionário

em Anexo 01 e entrevista em Anexo 02, semi-estruturados. Os questionários semi-

estruturados apresentam a vantagem de acumular informações, é um instrumento

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de coleta de dados com questões a serem respondidas por escrito, sem a

intervenção direta do pesquisador. A entrevista semi-estruturada constitui um

material privilegiado para compreender a maneira como uma pessoa percebe sua

posição em um grupo educativo. A entrevista foi realizada no espaço escolar, no

período matutino e vespertino. No momento em que pais e mães traziam e

buscavam seus filhos (as) na escola, eram convidados a participar da entrevista.

Os sujeitos investigados das unidades escolares são: diretores (as),

professores (as), pais e mães, especialistas como orientadores educacionais,

supervisores e administradores escolares. Nestas unidades escolares trinta

profissionais participaram respondendo o questionário, somando a participação das

entrevistas com quinze pais e mães de crianças de seis a dez anos de idade.

Assim os participantes desta pesquisa são profissionais da educação, pais e

mães de alunos (as). A investigação e aplicação do questionário e entrevista

acontecem da seguinte forma: participam o total de 60 profissionais da educação, na

qual dividimos em trinta profissionais das unidades escolares, bem como, trinta

profissionais dos centros de educação infantil. Da mesma forma que a entrevista é

realizada com pais e mães de alunos (as), totalizando 30 participações, divididas em

15 pais e mães das unidades escolares e 15 pais e mães dos centros de educação

infantil.

Tanto unidades escolares como os centros de educação infantil pertencem a

Rede pública municipal de ensino da cidade de Itajaí, onde a pesquisadora é

professora efetiva na educação infantil. Entendemos que o questionário aplicado

aos profissionais visa maior liberdade de expressão. Assim também, aos pais e

mães participantes entende-se que as entrevistas garantem maior fidelidade na

coleta de dados, proporcionando espaço de comunicação para todos, oportunizando

a inclusão das famílias desprovidas do uso formal da escrita.

Para iniciar a investigação, a pesquisadora realizou visita para conversar com

os dirigentes dos espaços educacionais escolhidos, bem como, conversar com os

profissionais da educação que passam a formar parte desta pesquisa, esse encontro

ocorre durante o período de trabalho, no horário do café, com a permissão dos

dirigentes de um prolongamento desse tempo do café para explicar sobre a

investigação que esse grupo é convidado a participar.

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Nesse momento, chama a atenção e fica evidente a aceitação do tema pelos

participantes, abrindo inclusive pequenas discussões e contribuindo

espontaneamente com exemplos que demonstram a relevância de suas

participações na pesquisa. Com isso, a aplicação do questionário se dá no mesmo

ambiente e horários da conversa inicial.

A pesquisadora faz a leitura do questionário para que todos possam naquele

momento tirar dúvidas que comprometessem a resposta solicitada. O maior número

de dúvidas se dá com a questão da educação familiar, por ser um termo novo entre

estes profissionais. Terminado esse momento, marcamos de forma combinada com

o grupo o melhor dia para recolher o material preenchido.

Entretanto, a entrevista com pais e mães foi realizada próximo ao final do ano

letivo, no período de matrícula dos alunos (as). Momento em que pais e mães

esperavam sua vez para efetuar matrícula de seus filhos (as), já estudantes. Desta

forma, eram convidados a participar da entrevista e houve ótima aceitação ao

convite, transcorrendo as questões da melhor forma.

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OBJETIVOS

GERAL

• Investigar como a educação familiar pode interferir na melhoria do

processo educativo através da colaboração e participação entre família e

escola, nas dimensões afetiva, cognitiva e de socialização.

ESPECÍFICOS

• Analisar o conceito de educação familiar que fundamenta a prática de

pais e mães e interfere no cotidiano escolar.

• Caracterizar quais as principais ações colaborativas e participativas entre

família e escola que oportunizam a tarefa educadora.

• Categorizar nas dimensões afetiva, cognitiva e de socialização, as

relações que se estabelecem no âmbito familiar e escolar.

• Formular propostas de: Educação Familiar para Cursos de Formação

Inicial de Professores (as); Formação Continuada de Professores (as);

Programa de Atenção, Apoio e Orientação aos Estudantes e suas

Famílias.

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JUSTIFICATIVA

Em nossa cidade - Itajaí, muitas famílias com filhos (as) nas unidades

públicas de ensino demonstram não ter condições de dar uma educação adequada,

não somente pela condição financeira, mas talvez pela organização da estrutura

familiar, da pouca instrução da família. É notório também que em Itajaí não existe

um Programa que atenda as famílias das crianças do ensino público de forma

efetiva e que vise o desenvolvimento dessas crianças em todos os níveis de

afetividade, cognição e de socialização. Existem claro, ações voltadas ao

atendimento da criança e do adolescente como: Centro de Convivência da criança e

do adolescente, Casa Lar, Casa de Passagem – Novo Amanhecer, Casa de

Tratamento, Central de Denúncia, Fundo da Infância e Adolescência, medidas Sócio

Educativas e Preparação e Inserção do Adolescente no Trabalho.

No entanto, esses programas atuam de maneira isolada, não se constituindo

numa rede de apoio e tampouco são ações que promovem a interação entre todos

os integrantes da família, chegando a fundo da problemática em que se encontram

essas crianças inseridas em todos estes programas citados aqui.

Para a coleta de dados da pesquisa deste trabalho, foram escolhidos dois

bairros da cidade de Itajaí, como amostragem. Esses bairros foram: Espinheiros

(loteamento Portal) e Barra do Rio. Essas localidades foram escolhidas pelo fato de

que a pesquisadora já atuou como profissional nestes Centros de Educação Infantil

e Unidades Escolares. A escola Municipal Thereza Bezerra de Athayde do

loteamento Portal – Espinheiro possui um total de 534 alunos. Trata-se de um

loteamento de famílias oriundas de outros estados, como Paraná e Norte do País.

Enquanto os Centros de educação infantil (C.E.I.), estão localizados na Barra do

Rio, denominado C.E.I. Lea Leal de Souza com 109 crianças e C.E.I. Laércio Mauro

Maulburg que atende 150 crianças. Este C.E.I. possui muitas famílias também

oriundas de outros estados, como Rio Grande do Sul e Paraná. É importante

ressaltar que a cidade de Itajaí recebe muitas pessoas de outros estados,

principalmente pela oferta de trabalho que oferecem o porto, a indústria pesqueira,

indústria naval e outras atividades.

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Podemos acrescentar abaixo alguns índices do desenvolvimento social

desses dois bairros: Inicialmente faremos a identificação do grau de escolaridade

dos habitantes.

Tabela 1 - Grau de Instrução dos habitantes do Loteamento Portal - Bairro Espinheiros

Grau de instrução Número de habitantes

Sem instrução e menos de 1 ano 40

De 1 a 3 anos de instrução 225

De 4 a 7 anos de instrução 475

De 8 a 10 anos de instrução 201

De 11 a 14 anos de instrução 71

De 15 anos ou mais 09

Fonte: IBGE (2000)

Tabela 2 - Grau de Instrução do Bairro Barra do Rio.

Grau de instrução Número de habitantes

Sem instrução e menos de 1 ano 105

De 1 a 3 anos de instrução 290

De 4 a 7 anos de instrução 539

De 8 a 10 anos de instrução 257

De 11 a 14 anos de instrução 198

De 15 anos ou mais 62

Fonte: IBGE (2000)

Tabela 3 - Tipo de habitação do Loteamento Portal – Bairro Espinheiros

Habitação Nº de habitantes

Casa 3720

Apto 6

Cômodo 0

Improvisado 5

Fonte: IBGE (2000)

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Tabela 4 - Tipo de habitação do Bairro Barra do Rio.

Habitação Nº de habitantes

Casa 5188

Apto 167

Cômodo 14

Improvisado 33

Fonte: IBGE (2000)

Tabela 5 - Renda Mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Loteamento Portal – Espinheiros.

Renda Nº de habitantes

mais de 3/4 a 1 salário 83

mais de 1/4 a 1 1/2 salário 37

mais de ½ a 2 salários 145

mais de 2 a 3 salários 222

mais de 3 a 5 salários 244

mais de 5 a 10 salários 180

Fonte: IBGE (2000)

Tabela 6 - Renda Mensal da pessoa responsável pelo domicílio no Bairro Barra do Rio.

Renda Nº de habitantes

mais de 3/4 a 1 salário 185

mais de 1/4 a 1 1/2 salário 65

mais de ½ a 2 salários 233

mais de 2 a 3 salários 212

mais de 3 a 5 salários 259

mais de 5 a 10 salários 244

Fonte: IBGE (2000)

É possível através dos indicadores sociais dessas duas localidades verificar

que se trata famílias com provável necessidade de um serviço de atenção e

orientação que contemple a integração entre escola e família, visando melhoraria no

rendimento escolar.

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A relevância social e científica do presente trabalho prezam juntas pela busca

das melhores soluções pedagógicas que consigam promover a mais sólida interação

entre escola e família. Justifica-se por tratar-se de política pública que propõe

caminhos e atuações para que as famílias recebam orientações de como participar

do cotidiano escolar e, em conjunto com a escola, colaborar no desenvolvimento

afetivo, cognitivo e social de seus filhos (as). Para tanto, é proposto a criação de

uma Rede de Atenção aos pais, mães e alunos (as) e profissionais da educação,

sendo que a parceria entre escola e família é proposta nesta pesquisa, na área

infantil e fundamental do ensino público.

Outro fator relevante é que, integradas escola e família conseguem

desenvolver melhor as três dimensões que são: afetiva, cognitiva e socializadora

das crianças.

É claro que atualmente, onde a noção de hipercultura segundo Bertman

(2001), é a “potência do agora e já”, assim adaptamos nossas vidas e valores, para

os combinarmos com as novas tecnologias da velocidade-luz. O autor menciona que

hipercultura ousa sugerir que a cura para nossa condição atual, de seres em

velocidade, não se encontra numa “auto-estrada da informação” ou na “terceira vaga

da informação”, mas sim num processo radical e doloroso de desacelerar as nossas

vidas o bastante para as recuperar. Dessa forma, por hipercultura entende-se o

estresse da vida moderna, a escassez de tempo e o excesso de informação em que

todas as pessoas estão submetidas. A aceitação de hipercultura é cada dia mais

evidente, quer as pessoas dêem importância ou não.

Ao longo da história, a família brasileira veio passando por diversas

transformações acompanhando o contexto sócio – econômico – político do país.

Muitos problemas que as famílias brasileiras enfrentam hoje em dia, é um legado

cultural antigo, que vem desde o descobrimento no século XV e que se acentuou

nas raízes do descaso do período colonial XVI. Kaloustian (1994).

A falta de políticas educacionais bem estruturadas, geram defasagem

educacional e no Brasil infelizmente este é um problema histórico, para não dizer

uma herança que só será resolvido com o tempo, com investimentos

governamentais em todos os níveis de ensino.

Ainda hoje, salvo algumas exceções, as famílias brasileiras com filhos (as) no

ensino gratuito são de baixa renda e não possuem histórico cultural com privilégios.

Percebe-se, que há melhora no quadro geral, mas que ainda são insatisfatórias para

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um país do tamanho do nosso, sabendo que a educação é necessária, e que um

país quanto mais culto, mais desenvolvido.

As famílias brasileiras, principalmente as de baixa renda e em geral àquelas

contempladas pelos serviços públicos, ainda perpassam à margem dos piores

indicadores sociais como: trabalho infantil, desigualdades sociais, falta de

saneamento básico, mortalidade infantil, defasagem escolar dos filhos (as),

analfabetismo de pais e mães, etc.

Para isso, consultando o modelo educacional dos Estados Unidos, no qual

defende o envolvimento de pais e mães na educação como um recurso para o

sucesso escolar desde a década de 6020. Com isso, a produção científica sobre as

questões da família cresce consideravelmente. O discurso oficial nos Estados

Unidos sobre esta política é corroborada por um conjunto de pesquisas que sugerem

que o maior envolvimento de pais e mães está associado a melhores notas em

matemática e linguagem21.

O valor do envolvimento dos pais e mães na educação tornou-se algo tão

evidente, aceito unanimemente dentro de um amplo imaginário de posições políticas

nos Estados Unidos, que conservadores e liberais, religiosos fundamentalistas e

humanistas seculares, todos consideram-no como um componente fundamental da

escolarização bem-sucedida. Oliveira (2007), menciona que, em 1994, sob o

governo Clinton, o envolvimento dos pais e mães na educação escolar tornou-se

meta da educação nacional norte americana, expressa como uma desejável parceria

entre família e escola22.

20. Quando o famoso Relatório Coleman (1966, APUD, LUZ, 2008), apontou a importância das características familiares em detrimento dos recursos físicos e financeiros escolares por meio de programas de educação compensatória que envolviam a formação familiar (parent education), mais especificamente, o treinamento das mães. Desde 1982 a Associação Americana de Pesquisa Educacional - Aera tem um grupo denominado “Famílias como educadoras” com o objetivo de estudar os processos sociais na família e as relações casa-escola que apóiam a educação e o desenvolvimento infantil (Families as Educators, 1996).

21. Com menor probabilidade de suspensão, expulsão ou evasão escolar, e maior participação do estudante em atividades extracurriculares (National Education Goals Panel, 1995, p.3, United States, 1984), (apud Ramos, 2002).

22. Onde cabe a esses pais e mães um papel específico no desenvolvimento acadêmico (além do

desenvolvimento social e emocional) de seus filhos (as) no lar (National Education Goals Panel, (1995, APUD, RAMOS, 2002)

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Seria então, conforme Oliveira (2007), a parceria família - escola oficialmente

apresentada como solução para várias necessidades aparentemente compatíveis

dos pais e mães e do lar, sobretudo nos casos de crianças em desvantagem social,

portadores de características especiais e/ou bilíngües (imigrantes), de reforço

acadêmico no lar, por meio de políticas explícitas de dever de casa, de participação

e colaboração da família na tomada de decisões educacionais na escola23.

Certamente, tanto nos Estados Unidos como no Brasil encontramos pais e

mães envolvidos no cotidiano educacional em que seus filhos (as) estão inseridos,

diferenciando-se portanto, na quantidade do envolvimento no processo. Vale

lembrar, do maior número de ações que incentivam a política voltada à colaboração,

participação e orientação das famílias que acontece nos Estados Unidos, sendo

conseqüência do envolvimento do governo e de órgãos responsáveis pela

educação, com políticas direcionadas ao envolvimento de pais e mães, o qual tem

mostrado que a participação em casa equivale a maior aproveitamento e

permanência na escola por parte dos alunos (as).

Oliveira (2007), lembra que o Ministério da Educação brasileiro tem mostrado

preocupação com dados estatísticos que apontam que notas de alunos (as),

acompanhados pelos pais e mães chegam a ser 50% maiores do que aqueles que

não gozam da mesma participação24.

Analisando o envolvimento do Brasil, percebemos que nas décadas de 60 e

70, as instituições de educação infantil passaram a ser encaradas como um local de

promoção da educação compensatória, de forma a julgar a incapacidade de

inúmeras famílias para com a educação de suas crianças. Por isso, nessa época, a

instituição de educação infantil fazia uma ação suplementar à família, já que a

criança era considerada carente culturalmente. Desta forma, foi a partir dos anos 80

e 90 que a instituição de educação infantil passou a ter como perspectiva o cuidado

integral da criança, cuidado que ficou a cargo dos profissionais da área.

23. De especialmente financiamento adequado das escolas e de padrões elevados de desempenho escolar e docente (National Education Goals Panel, 1995, p. 13), (APUD, OLIVEIRA, 2007).

24. Dados de uma pesquisa, segundo Oliveira (2007), realizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que as famílias brasileiras, de todos os estratos sociais estão entre os menos interessados na educação de seus filhos (as), situação que pode e deve ser modificada.

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25. Com isso, podemos compreender que envolver pais e mães com a escola tornou-se uma questão de sobrevivência na qual se arrasta até hoje sem definição da forma apropriada para envolvê-las, promovendo colaboração e participação de um jeito eficiente para o processo educacional e para a qualidade de vida das crianças e suas respectivas famílias.

26. Relacionado com a organização doméstica atribuição das relações conjugais, disciplina familiar relações entre pais, mães, filhos (as), tipo de interações, estilos educativos, etc; que produzem uma dinâmica familiar, segundo seu tipo de coesão facilitando ou não a autonomia, a aquisição de conhecimentos, capacidades assim como um sentimento de valor pessoal.

27. Ao encontro da exposição do parágrafo anterior, Ramos (2002), refere-se às denominações utilizadas por

alguns autores defendendo a inserção da educação familiar no currículo da formação pedagógica dos profissionais da educação, levando em conta a necessidade de professores (as) preparados para trabalhar em área específica da educação onde estão implicados crianças, famílias, escolas e outros agentes sociais que interferem direta ou indiretamente. Portanto, de acordo com as necessidades apontadas, esta realidade exige tratar o tema desde a perspectiva científica, interdisciplinar e pedagógica, diz Sarramona (1977).

28. Com autores como: Pestalozzi, Rousseau, Hebart que fundamentam as bases de um saber pedagógico.

Neste contexto histórico predomina o conceito científico definido pelo positivismo e o empirismo, que rechaça a especulação filosófica e a intuição prática, surgindo a necessidade de converter a educação no objeto de estudo de algumas das novas ciências sociais constituídas no amparo destes pressupostos científicos, defendendo cada uma delas seu espaço. (RAMOS, 2002).

Diante disso, a escola praticamente se responsabiliza pela criança de maneira

geral, com uma crescente assistência que a escola presta a família25.

Entende-se que as transformações que ocorrem através do tempo na

educação familiar influenciam para que as mudanças ocorram, não só em suas

formas mas também em seus conteúdos26. É importante relacionar que na prática

social, a educação familiar segundo Durning (1995), é o conjunto de intervenções

sociais colocadas em desenvolvimento para preparar, manter e acrescentar a tarefa

educativa com os filhos (as).

Os escritos de Pourtois y Desmet (1992), consideraram que o novo perfil

configurador da vida familiar requer uma dimensão pedagógica, centrada nas

necessidades de seus membros. Sendo assim, afirmam que a educação familiar

como disciplina é uma necessidade que surge da própria evolução da ciência,

devido às transformações sociais, econômicas e culturais de nosso tempo, bem

como também pelo impacto das novas tecnologias que impedem valores e

influenciam na dinâmica familiar 27.

Em face desta afirmativa, nos instiga a buscar em Ramos (2002), informações

sobre a temática da família no âmbito das universidades. Pode-se dizer que a

trajetória e inserção na pedagogia como saber autônomo, alcança sua plenitude

após sua independência da filosofia no século XVIII 28. No entanto, no final do século

XIX e começo do século XX, surgem as ciências da Educação com a finalidade de

estudar cientificamente a prática educativa.

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Segundo Ramos (2002), atualmente, em alguns países como Espanha,

Portugal, Bélgica e França por exemplo, através da Pedagogia, já perceberam a

urgência das instituições (família e escola) estarem integradas e serem responsáveis

pelo planejamento de formação dos sujeitos contribuindo para formação da

cidadania. Estas universidades discutem a parceria e composição de tarefas com a

necessidade de ter clareza do que cabe a cada uma das duas instituições. A escola

precisa compreender que a família mudou e é com essa família que precisa

interagir, ocupando espaço de formação e preparação das novas gerações. Os

professores (as) precisam aproximar-se mais dos alunos (as) com o apoio constante

da família.

Há uma inquietação de muitos países por incorporar a formação em âmbito

educativo de uma disciplina da família nos planos de estudo das universidades, que

se pode estar atento pelas razões abaixo, mencionadas por Durning (1995).

• A complexidade da realidade atual e a influência de novas tecnologias diante dos

pais e mães que não sabem educar;

• A problemática familiar e os estudos da família que adquirem cada vez maior

vigência;

• A família como núcleo educativo formador de identidade pessoal e social requer

uma atenção pedagógica por meio da formação de pais e mães.

Assim, seguimos com Durning (1995), no qual relata que fazem vinte anos que

propõe a disciplina no campo das ciências da educação. No primeiro momento os

autores dedicaram-se somente às questões escolares, depois à educação de

adultos, posteriormente à educação social e agora abrem um novo campo de

investigação: a educação familiar centrada em seus processos educativos.

Diante desta nova situação, surge sua introdução disciplinar nos âmbitos de

investigação e docência universitária29.

29. O autor que comenta a formação pedagógica é Sarramona (1977), ele compreende a pedagogia familiar como: a ciência pedagógica da educação familiar ou parte da pedagogia que se preocupa com este aspecto da educação familiar. Congressos acontecem na Bélgica, no Canadá, na França, na Suíça, na Espanha e Portugal reunindo mais de 300 especialistas do mundo inteiro para tratar da “Família e Desenvolvimento Humano”. Com uma reflexão abrangente sobre as funções da família numa sociedade em mudança.

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Analisando a complexidade da nossa sociedade, os avanços tecnológicos,

científicos e culturais, é notável a necessidade de novas respostas que auxiliem as

novas demandas do campo familiar, em sua relação com a escola possibilitando

abertura de caminhos a outras disciplinas dentro do curso de formação de

professores (as). Contudo, é nosso objetivo fundamentar esta pesquisa e propor a

inserção do estudo da família nos cursos de formação inicial para professores (as),

nas universidades do Brasil.

É crescente novas demandas se encaminhando a uma cultura pedagógica

para orientar uma educação familiar aberta a novas perspectivas, que apontem

planejamentos inovadores nos contextos de ensino-aprendizagem, que contemplem

a formação inicial e continuada de professores (as), que oportunizem escola e

família no movimento de colaboração e participação e proporcionar o amplo

desenvolvimento das crianças, principalmente ligadas as dimensões afetiva,

cognitiva e de socialização.

Esses Congressos foram registrados por Fontaine (2000), que organizou,

tornando possível acompanhar o que discutem e pesquisam doze autores e

investigadores da temática familiar:

1. Eduardo Fernández de Haro do Departamento de Psicologia Evolutiva e da

Educação. Universidade de Granada – Espanha, falou da educação familiar e

desenvolvimento dos filhos (as). Relatou que a responsabilidade familiar implica em

criar condições para o desenvolvimento integral da criança aos níveis afetivo,

cognitivo e social. As reflexões por parte dos pais e mães, quanto as atitudes,

comportamentos e práticas de crianças que têm sido realizado dentro de um

programa de formação e orientação, têm revelado eficácia para melhor capacitação

em sua relação educativa oferecendo uma estimulação rica aos seus filhos (as) 30.

30. O autor informa: pais e mães que participam de Programas orientados a melhorar a qualidade da educação de seus filhos (as) pequenos, adquirem maiores conhecimentos psico-evolutivos e pedagógicos, apresentam atitudes de proximidade e compreensão com seus filhos (as) não manifestadas anteriormente, adquirindo com a instituição educativa um compromisso que perdura nesses espaços em que seus filhos (as) freqüêntam. Para ele, as crianças pequenas que têm seguido Programas de atenção e educação conjunta com seus pais e mães, apresentam elevados índices de integração social, assim como atitudes de adaptação aos novos ambientes educativos, melhores que as crianças que não tem seguido os Programas. Assim, percebe-se a relevante importância no envolvimento das famílias com a aprendizagem com seus filhos (as), melhorando o desempenho escolar.

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2. Gabriela Portugal do Departamento de Ciências da Educação, Universidade de

Aveiro, Portugal, trata da Família e adaptação social, como subsídios para a

compreensão das inter-relações criança-família-creche. Faz análise de fatores

familiares significativamente associados à adaptação das crianças à creche.

Assim, ao explorar as experiências da criança nos contextos família e creche

e ao examinar como é que essas experiências se relacionam com o comportamento

da criança durante a sua permanência na creche, revelou que a separação da mãe e

adaptação à creche nunca é uma experiência pura, com apenas um ingrediente, a

ausência materna. É inevitavelmente acompanhada por outras circunstâncias com

um papel não negligenciável no modo como a criança “interpreta” e “reage” à

situação. A permanência em creche acontece num determinado contexto, cujas

características podem afetar o comportamento da criança, num sentido positivo ou

negativo31.

3. Orlanda Maria Silva Rodrigues da Cruz da Faculdade de Psicologia e Ciências da

Educação da Universidade do Porto, Portugal, trata da disciplina materna e auto-

controle nas crianças de cinco anos. Lembra que, na medida em que a criança

convive com os outros, deve adquirir a capacidade de regulação do seu próprio

comportamento. Vale ressaltar, que os comportamentos educativos familiares têm

sido freqüentemente abordados na literatura como possíveis determinantes do

desenvolvimento psicológico das crianças 32.

31. Constata-se que a qualidade das relações e estilos maternais têm um importante papel na adaptação da criança à creche, justificando um particular cuidado com a promoção das relações familiares e conjugais no sentido de permitir à criança enfrentar o “contexto creche” segundo uma trajetória mais positiva.

32. A classe que aparece mais desfavorecida é a das mães desvalorizadoras, merecendo assim, uma referência especial. Trata-se de mães que parecem não transmitir mensagens educativas aos seus filhos (as), tendo a instrução direta comportamento disciplinar que mais característico, ao qual se limita à afirmação de diretrizes á criança, de forma verbal ou física. Podemos compreender no comportamento disciplinar, aquele que parece ser mais prejudicial para as crianças é o evitamento do confronto disciplinar, visto que é a categoria que prevalece nas duas classes de mães cujos filhos (as), têm notas de autocontrole mais baixas. Mais do que punição, a ausência de razões explicativas transmitidas sob a forma de mensagens disciplinares parece ser o componente mais prejudicial para o desenvolvimento do auto-controle nesta amostra de crianças de cinco anos. Considerando que a capacidade de autocontrole é uma competência importante para o desenvolvimento, mas que, ao mesmo tempo, já diferencia o comportamento das crianças de cinco anos, coloca-se a questão do tipo de relação com comportamentos descritos das mães.

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4. Maria Del Rosario Cortés Arboleda da Faculdade de Psicologia da Universidade

de Granada, Espanha, fala sobre ambiente familiar e problemas de adaptação dos

filhos (as) e procura nas características do ambiente familiar (coesão, orientação

para o sucesso e controle familiar), as razões dos problemas de adaptação social

observadas em crianças e jovens (4 a 14 anos) de nível sócio-econômico médio-

baixo. A autora percebe que os rapazes parecem mais sensíveis que as meninas

nas influências familiares. Na relação existente entre o contexto familiar e os

problemas de conduta 33.

5. José Cantón Duarte e Maria Del Rosário Cortés Arboleda da Faculdade de

Psicologia da Universidade de Granada, Espanha, tratam do stress maternal de

estratégias de solução de conflitos e problemas de conduta nos filhos (as). Eles

constataram que os efeitos dos diversos fatores de risco familiar (stress materno,

testemunho de agressões entre pais e mães, exercícios de agressões físicas e

verbais de pais e filhos) variam conforme os tipos de problemas considerados

(isolamento social, problemas psicossomáticos, agressão, delinqüência). Portanto,

deve-se ressaltar que o fato da incidência aumentar com a idade, esta realça e

revela a importância da intervenção familiar precoce 34.

6. Feliciano H. Veiga do Departamento de Educação, Faculdade de Ciências, da

Universidade de Lisboa, Portugal, investigou a violência de crianças e jovens nas

escolas em função da família, analisando a relação entre violência dos jovens na

escola e certas variáveis do contexto familiar- desemprego dos pais, divórcio, nível

sócio-econômico, autoridade familiar, amizade entre irmãos, auto-conceito familiar,

assim como as variações desta relação em função da variável percepção de apoio

familiar.

33. As investigações demonstraram o papel que determinadas variáveis do contexto escolar familiar desempenham nos problemas internos e externos do comportamento das crianças, e comprovou que as crianças que apresentam menos problemas de conduta, tanto interno como externos, são aquelas cujas famílias se caracterizam por maior coesão e orientação ao sucesso e por menor controle.

34. Os meninos e as meninas que apresentam mais problemas de transtornos somáticos são aqueles em que as mães cometem com mais freqüência a agressão física como método de resolução dos conflitos entre elas e seus filhos (as). Assim, os meninos e as meninas com maiores problemas de ansiedade-depressão são os de mais idade e que têm sido vítimas de maus tratos pela mãe. Tendem a apresentar mais problemas de comportamento psicótico aqueles meninos e meninas cujas mães dizem ter um maior nível de stress originado pela conduta dos filhos (as). Quer dizer que conforme aumenta a idade das meninas e dos meninos, maior o nível de retraimento, ansiedade, falta de atenção, agressividade e problemas internos.

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As análises realizadas indicam que os alunos (as) com menor percepção de

apoio dos pais e mães consideram-se a si mesmos como sendo significativamente

mais violentos do que os alunos (as) com maior percepção de apoio. Vários são os

mecanismos familiares que influenciam a violência dos alunos (as) em contexto

escolar como nível sócio-econômico, amizade dos irmãos, auto-conceito familiar e

tipo de autoridade familiar.

Nas situações de desemprego ou divórcio (ou separação) parecem não ter

influenciado, por si só, a violência dos jovens nas escolas. Observa-se porém, que

nas famílias com um pouco de apoio, são mais violentos os alunos (as) com pais

desempregados que aqueles cujos pais têm emprego 35.

7. Angeles Gervilha Castilho da Universidade de Málaga, Espanha, fala do

desenvolvimento da personalidade infantil com implicações de pais, mães e

professores (as). Lembra que pais, mães e professores (as) (as) deveriam reunir

esforços com vista ao desenvolvimento integral da personalidade infantil e mais

particularmente ao desenvolvimento do conceito de si próprio e da auto-estima da

criança36.

A criança começa a tomar consciência do que ele é no seio da família e por

laços que seus distintos componentes tendenciam para ele. Igualmente influenciam

nele os professores (as) e a sociedade em geral. Todos deverão colaborar para que

a criança se forme com um bom auto-conceito.

Finalizando, menciona como fundamental o desenvolvimento das crianças

com as indicações abaixo:

• Vinculação: conseqüência da satisfação que obtém a criança ao estabelecer

35. Assim nos jovens ou alunos (as) com pais desempregados e simultaneamente baixo apoio, uma ampliação nas fontes de apoio (pais, mães, professores (as), colegas) poderá ser encarada como uma boa forma de mediar os efeitos do desemprego dos pais no seus filhos (as). Os alunos (as) com pais empregados e, simultaneamente com baixa percepção de apoio são mais violentos do que os alunos (as) com pais desempregados mais com elevada percepção de apoio. No seu trabalho de aconselhamento e ajuda, os psicólogos –escolares e outros poderão orientar pais e mães dos alunos (as). Semelhante trabalho pode estar ao alcance dos professores (as), diretores, nos contatos que deverão planejar com pais, mães alunos (as), em especial os mais agressivos e desmotivados.

36. A autora enfatiza que a personalidade começa a perfilar-se nos primeiros anos de vida. A personalidade infantil vai se alinhando no solo por seus condicionantes genéticos e ambientais. O auto-conceito e a auto-estima estão determinados por fatores que passam em distintos níveis ecológicos de sistemas: individual, familiar e social. Nas famílias onde há crianças com baixo auto-conceito e auto-estima, pais, mães e filhos (as) expressaram um pobre ajuste psicológico e social, caracterizado pela negatividade.

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• vínculos que são importantes para ela e que os demais reconheçam como

importantes.

• Singularidade: resultado do conhecimento e respeito que a criança sente pelas

qualidades e atributos que lhe fazem especial ou diferente.

• Poder: que a criança disponha de meios, das oportunidades e da capacidade de

melhorar as circunstâncias de sua vida de maneira significativa.

• Normas: habilidade da criança para referir-se aos exemplos humanos, filosóficos e

práticos que lhe servem para estabelecer sua escala de valores, seus objetivos.

8. Luis Grosso Correia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal,

trata da família e aprendizagem, escola e alfabetização intergeracional. Lembra que

o acesso à escolaridade é um fenômeno relativamente recente. Relata que a

transmissão entre geração da leitura e da escrita nas famílias burguesas do fim do

século passado era mais completa no caso das mães serem letradas, visto que

esses conhecimentos eram transmitidos tanto às filhas como aos filhos. No caso de

o pai ser o único membro alfabetizado do casal, só transmitia esses conhecimentos

aos seus filhos varões. Nos níveis sócio-econômicos mais baixos a transmissão de

conhecimento se limitava à aquisição de capacidades produtivas.

Aqui o autor trata da reconstituição na análise diferencial das relações

intergeracionais no nível da alfabetização a partir da qualidade caligráfica e

ortográfica das assinaturas dos noivos casados no Porto, em 1890, e dos

respectivos pais e mães. Esta breve reflexão permite-nos destacar a importância da

análise da diferenciação social dos comportamentos dos progenitores face ao

processo de alfabetização dos seus filhos (as).

O papel desempenhado pelos progenitores na alfabetização dos filhos (as) é

marcado pela ação preponderante da mãe alfabetizada junto dos filhos (as) de

ambos os gêneros, nomeadamente entre as classes superiores, ao passo que o

papel alfabetizador do pai é marcado pela descrição entre as classes superiores e

por uma maior orientação junto dos filhos varões entre as classes médias e

populares.

9. Jerusa Vieira Gomes da Faculdade de Educação de São Paulo, analisa a relação

entre vida familiar, escolar e de trabalho com base em pesquisas sobre história de

socialização familiar e história de vida de crianças e jovens metropolitanos pobres

que fazem a apropriação precária da escolaridade associada a tradição rural ainda

recente; onde a tênue relação entre aprendizagem escolar e competências

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requeridas no trabalho, quando pais e mães visam a integração, a adaptação, o

ajustamento dos filhos (as) à sociedade o faz na perspectiva da classe a que

pertencem. Portanto, tornar a criança um ser social é torná-la um membro típico de

uma classe específica em uma estrutura social objetiva antes de tudo, de classes 37.

10. Francisco Cano-Garcia do Departamento de Psicologia da Educação, da

Universidade de Granada, Espanha, trata de clima familiar e apoio familiar:

incidência no rendimento escolar. Este trabalho parte de uma ampla análise das

relações família-escola, e se centra na investigação da incidência de diversas

variáveis (características familiares, curso e gênero das crianças) no apoio familiar

aos filhos (as), tanto nos estudos como nas atividades independentes para casa.

11. Isabel Pestana Neves do Departamento de Educação, Faculdade de Ciências da

Universidade de Lisboa, Portugal, faz análise do contexto de socialização familiar:

Sua importância para a compreensão do (in) sucesso escolar. Afirma Neves, que o

modelo de análise extremamente sofisticado permite por em evidência as fontes de

continuidade/descontinuidade entre contextos familiares e escolares suscetíveis de

explicar o sucesso/insucesso escolar.

Segundo Neves, a orientação de codificação da família e a forma como essa

orientação é consubstanciada na comunicação pais, mães e filhos (as) – quer ao

nível da transmissão de conhecimentos (contexto instrucional) quer ao nível da

transmissão de normas de conduta social (contexto regulador) – constituem

dimensões contidas na análise da prática pedagógica familiar e que se consideram

importantes para explicar descontinuidades entre os contextos de aprendizagem na

37. Embora seja ainda inegável a importância da família enquanto grupo socializador, outras agências sociais e até mesmo alguns espaços competem com ela, diuturnamente, e vão se tornando demasiadamente fortes na sociedade atual. As escolas e outras instituições voltadas ao atendimento de crianças de maneira geral promovem a socialização complementando a ação familiar. No outro extremo, temos a rua, para muitos o espaço de sua experiência particular de socialização, por isso mesmo o mais discutível.

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família e na escola e, conseqüentemente, para explicar o aproveitamento diferencial

dos alunos (as) 38.

12. Delmina Maria Pires e Ana Maria Morais da Escola Superior de Educação de

Bragança, Portugal e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa,

Portugal, destacam os contextos de socialização familiar e sucesso escolar,

estabelecendo relações entre a orientação de codificação dos pais e mães, em sua

prática pedagógica, o discurso pedagógico escolar-familiar, as condições materiais

do espaço pedagógico e o sucesso escolar em Ciências da Natureza em alunos (as)

com alta e baixa capacidade de abstração38.

Pais e mães com orientação elaborada e com maior absorção do discurso

pedagógico oficial, no seu discurso pedagógico, são os que apresentam maior

tendência para utilizar regras, principalmente discursivas, reguladas por valores de

enquadramento mais fracos. A existência de espaço pedagógico familiar com

características semelhantes às do escolar, está também associada com o tipo de

orientação de codificação e com a absorção do discurso pedagógico oficial. O

discurso pedagógico familiar tem condições de espaço pedagógico mais parecidos

com as da escola do que as famílias em que isso não se verifica.

As autoras concluem que o acesso na família a uma orientação de

codificação elaborada é facilitador do sucesso dos alunos (as) em ciências da

natureza, especialmente nas competências cognitivas complexas, sendo também

condições fundamentais para esse sucesso.

Em meio a esse agrupado de investigações, não se pode conceber a

Formação Inicial e Continuada de Professores (as) nos dias de hoje ausentes de

relevantes informações abrindo espaço de orientações para os atuais profissionais

da educação no campo familiar, e conseqüentemente, na relação pertinente entre

família-escola. As pesquisas aqui relatadas devem servir como ponto de partida para

ousar desafios no campo profissional sobre as questões da família em sua relação

com a escola.

38. A pesquisa centra-se na interação família-escola e analisa a influência dos processos de socialização familiar no aproveitamento cognitivo dos alunos (as) em Ciências da Natureza, especialmente nas competências que implicam um elevado nível de abstração.

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CAPÍTULO I

1.1. FAMÍLIA E ESCOLA, PARTICIPAÇÃO E COLABORAÇÃO PARA

O ATENDIMENTO DAS DIMENSÕES AFETIVA, COGNITIVA E DE

SOCIALIZAÇÃO.

Inicia-se esse capítulo com a família, lugar indispensável para a garantia da

sobrevivência e da proteção integral dos filhos (as) e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando,

menciona Kaloustian (1994). Por iniciativa da UNICEF (Fundação das Nações

Unidas para a Infância), foi instituído em 1994, o ano internacional da família, com o

objetivo de promover iniciativas que discutissem e possibilitassem a implementação

de políticas públicas que atendam toda a diversidade e multiplicidade da família,

contemplando os novos arranjos familiares, na qual, trata Kaloustian (1994).

Iniciativas como essas serviram como modelo para que ações dessa natureza sejam

colocadas em prática. É a família que propicia as colaborações afetivas e materiais

necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. A família

desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço

que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços

de solidariedade39. Pesquisa desenvolvida por Patto (2000), trazem dados relevantes e

inicialmente apontam que escolas destinadas a camadas populares não tem

alcançado êxito, dessa forma, facilmente recebe como resultado o título de “fracasso

escolar”, a autora, ao referir-se as pesquisas desenvolvidas no século XIX, relatava

que haviam pesquisas que tentavam explicar a causa desse fracasso culpando os

alunos (as) e sua origem social. Justificando assim o fracasso como sendo natural

do aluno (a). Uma vez que a escola desempenhava seu papel de igualdade de

39. As mudanças e a excessiva liberalização dos costumes sociais, tem provocado um nível de imaturidade dos adultos, que se traduz, entre outras coisas, em futilidade e egocentrismo que dão lugar a instabilidade familiar. Comellas Carbo (1993, APUD, RODRIGUÉS, 2004).

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oportunidades. Acreditava-se que as oportunidades para o bom aproveitamento

dependia do talento e da inteligência de cada um, registra Soares (2001), (apud

Silva 2007). Um grande equívoco educacional neste país, foi a classificação e

hierarquização dos alunos (as)40.

Verifica-se que um maior acesso à escola para as camadas populares

brasileiras deu-se na década de 30, porém o aumento da oportunidade acarretou a

baixa qualidade de ensino, mostrando a deficiência e ineficiência do sistema

educacional brasileiro. Conseqüência disso é que “em 1950 os índices oficiais

referentes ao número de repetentes estavam em torno de 54% da população

escolar”, revela Dorneles (2000, p. 25).

Os escritos de Slaughter-Defoe (1995, APUD, SZYMANSKI, 2007), chama a

atenção quanto a desqualificação da escola no que se refere a capacidade das

crianças vindas de camadas sociais de baixa renda, fazendo com que os pais e

mães dessas crianças passem a conformar-se com a incapacidade dos seus filhos

(as) e tratá-los como incapazes.

Entende-se que a família como instituição social sempre esteve inserida na

rede de inter-relações com outras instituições, em especial a escola. No século XVII,

quando a escola assumiu a educação formal, surge a preocupação com o

acompanhamento mais próximo dos pais e mães junto a seus filhos (as). Com essa

finalidade, afirma Ariés (1981), que foram elaborados tratados de educação para

pais e mães com o intuito de orientá-los quanto a seus deveres e

responsabilidades41.

“Durante muito tempo, acreditamos que a escola teria capacidade de ser um importante fator de mudanças sociais e que através dela,alcançaríamos uma sociedade mais justa”. (NIDELCOFF, 1975, p.09).

Nidelcoff (1975), considera que a escola enquanto instituição, não tem poder

40. Quando as unidades escolares dividiram as turmas em boas e ruins, constituiu-se com isso, a classificação dos capazes e menos capazes, considera Silva (2007). Sobre este aspecto, descreve Estebam (1992, APUD, NOGUEIRA, ROMANELLI E ZAGO, 2007), a interiorização do fracasso, além de outras efeitos relacionados a auto-estima, certamente não favorecem uma relação positiva com a escola.

41. Nesse sentido é possível concluir nos estudos de Bourdieu (1977), que a instituição escolar ao invés de diminuir as desigualdades sociais, as legitimava. Assim para ampliar este pensamento, podemos trazer à tona as palavras de Nidelcoff (1975), as expressões referidas pela autora apontam que a escola serve a classe dominante, legitimando dentro do espaço escolar, as diferenças sociais.

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Para alterar a estrutura social, muitas vezes confirma e sustenta essa

estrutura. A autora explica que apesar de tudo, acredita que existe “ algo que pode

mudar”, ainda que não se tenha conseguido as mudanças esperadas na sociedade

e na escola, enfatiza que é o modo de agir dos professores (as), a maneira de

relacionar-se com pais e mães das crianças e os objetivos do trabalho que formam

possíveis instrumentos para mudanças desejadas no campo educacional, com

previsão de melhor atendimento da comunidade e de uma sociedade igualitária.

Um dado revelador sobre a questão cultural, é que ele pode vir a surgir como

uma nova explicação para o fracasso escolar, que seria resultado da diferença

cultural, e não de deficiência da escola ou do processo educacional.

Também McLaren (1997, APUD, SILVA, 2007), traz a preocupação de que

essa perspectiva pode levar à percepção da diferença cultural como carência

passando a mostrar para as crianças e suas famílias que devem abandonar toda

sua cultura como um pré-requisito para permanecer num grupo. Dessa forma,

argumentações

da diferença cultural como protagonista do fracasso escolar pode servir para

esconder atitudes da escola, como instituição e dos professores (as), como falha dos

da diferença cultural como protagonista do fracasso escolar pode servir para

esconder atitudes da escola, como instituição e dos professores (as) como falha dos

profissionais da educação, permeadas de descrédito e desqualificação da cultura

das camadas populares42.

Para López (1999), em tudo isso há um denominador comum: a informação

permanente aos pais e mães para que saibam o tempo todo do andamento dos

estudos dos filhos (as) e que se for necessário tomar medidas suplementares que

façam isso de comum acordo entre escola e família.

.

É importante salientar que o sistema organizacional da escola deve

42. López (1999), pondera: os especialistas e os próprios organismos internacionais afirmam que um dos critérios de qualidade de uma escola é precisamente o grau de participação dos envolvidos. O autor refere-se a uma escola de qualidade que sabe tirar o maior proveito de todos os seus alunos (as), o que não significa tratar todos da mesma forma. Afirma que alunos (as) mais capazes poderão materializar suas capacidades aprofundando conhecimentos e concretizando interesses. Enquanto que alunos (as) com dificuldades devem receber apoio complementar que os ajude a alcançar as metas escolares.

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42

contemplar o sistema de participação dos diferentes membros da comunidade

educativa, seja numa instituição pública ou particular, a lei indica que deve existir um

Conselho Escolar em que, pais, mães, alunos (as) corpo docente, funcionários etc.,

estejam presentes. López (2002), completa que cabe examinar o grau real de

participação de todos na vida da escola43. Certamente, existem incompreensões e

conflitos mútuos, que tornam difícil o encontro entre escola e família garante

Gonzáles (1996, p. 172), e acrescenta:

“A participação dos pais no centro escolar, tem se revelado em diversos países como um elemento importante da aproximação e entendimento entre pais, mães e professores (as) e como uma forma de enriquecer e facilitar o processo de aprendizagem dos filhos (as), ao unir estas duas instâncias seus esforços educativos para a execução de uma meta comum: A formação “integral do aluno (a)”.

Culminando com a citação acima, Pourtois e Desmet (1992), dizem que na

atualidade as crianças podem aproveitar melhor sua escolaridade quando a

comunicação escola e família é satisfatória.

Compreendendo as dimensões dentro desta pesquisa com a contribuição de

Wallon, ao tratar de afetividade, Piaget, ao tratar de cognição e Vygotsky, ao tratar

de socialização, embora outros autores contribuem nesse capítulo.

1.1.1. Dimensão Afetiva

Wallon (1995), oferece a instituição escolar subsídios para aprofundar a

reflexão sobre a prática pedagógica, motivando a investigação educacional44. Assim,

Wallon (1995), pensou na possibilidade dos professores (as) terem acesso ao

material teórico que aborda de forma integrada temas como expressividade,

emoção, gestualidade, movimento, representação mental e pensamento discursivo.

43. O autor explica que cada setor tem seu próprio campo de atuação, e não se trata de alguns substituírem as funções dos outros, mas de todos poderem fazer ouvir sua voz, ser consultados em tudo quanto lhes diz respeito e decidir sobre questões das quais são diretamente encarregados.

44. Segundo Galvão (1993), Wallon impõe exigências sobre essa prática cobrando da escola o atendimento do indivíduo na integridade dos domínios que o constituem (afetivo, cognitivo e motor).

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Dessa forma, professores (as) estariam provavelmente melhores preparados

para atender a criança em suas diversas necessidades alavancando seu

desenvolvimento e, com isso, favorecendo sua aprendizagem. Afinal, a escola não

deve dissociar a formação da inteligência da formação da personalidade45.

Wallon (1989), considera conflitos como propulsores do desenvolvimento e

marcados em cinco estágios que se sucedem em fases com predominância afetiva

e cognitiva:

• Impulsivo Emocional – ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da

afetividade orienta as primeiras relações do bebê às pessoas, as quais

intermedeiam sua relação com o mundo físico;

• Sensório-motor e projetivo – vai até os três anos de idade. A aquisição da

marcha e da preensão, dão a criança maior autonomia na manipulação de

objetos e na exploração dos espaços. Também neste estágio ocorre o

desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. Para Wallon, o ato mental

se desenvolve a partir do ato motor.

• Personalismo - ocorre dos três aos seis anos de idade. Nesse estágio

• desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as intenções sociais

reorientando o interesse das crianças pelas pessoas.

• Categorial - os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as

coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior.

• Predominância Funcional - ocorre nova definição dos contornos da

personalidade, desestruturadas devido as modificações corporais resultantes a

ação hormonal. Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona.

45. Galvão (1993), destaca a descontinuidade referindo-se ao estudo de Wallon centrado na criança contextualizada, o ritmo no qual com etapas do desenvolvimento descontínuo, marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas, provoca em cada etapa profundas mudanças.

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Para contribuir Dantas afirma que:

“[...] Na original concepção Walloniana as etapas da pessoa sucedem-se segundo um ritmo bifásico, de abertura e fechamento para o mundo, a uma fase anabólica, centrípeta, de acúmulo de energia, voltada para a construção do Eu, sucedem-se outra, que é centrífuga, catabólica, marcada pelo dispêndio energético pela elaboração da realidade externa. Aos momentos de construção do Eu, corresponde o predomínio das relações com o mundo e, por conseguinte, da vida afetiva. A elaboração do real, por outro lado, corresponde o aumento do interesse pelo mundo físico”.(1993, p.7).

Wallon (1989), preocupa-se com o indivíduo em sua totalidade. Vê o homem

como uma unidade, com suas dimensões interligadas, interdependentes,

complementares e não simplesmente justapostas, colocadas ao lado uma das outras

sem qualquer relação entre si.

Na psicogenética de Wallon, a dimensão afetiva ocupa lugar central tanto do

ponto de vista da construção da pessoa quanto do conhecimento. Os dois se iniciam

no período impulsivo-emocional como denomina Wallon e se dá em todo primeiro

ano de vida da criança.

As contribuições de Wallon (1973), a respeito da importância da afetividade

para o desenvolvimento da criança é bem definida.

Em sua opinião, ela tem papel imprescindível no processo de desenvolvimento

da personalidade e este, por sua vez, se constitui sob a alternância dos domínios

funcionais46. Sendo assim, Wallon (1995), defende a afetividade como um domínio

funcional, cujo desenvolvimento é dependente da ação de dois fatores: o orgânico e

o social.

Com essa relação recíproca impede qualquer tipo de determinismo no

desenvolvimento humano, e explica: “... a constituição biológica da criança ao

nascer não será a lei única do seu destino. Os seus efeitos podem ser amplamente

transformados pelas circunstâncias sociais da sua existência, onde a escolha

individual não está ausente”.

46. Segundo Zazzo (1978), para Wallon um dos passos mais difíceis para a psicologia é o de unir o orgânico e o psíquico, a alma e o corpo. Wallon jamais dissociou o biológico do social, não porque os acreditava redutíveis um ao outro, mas porque lhe pareciam no homem de forma estreita e complementar desde o nascimento. Considerava impossível encarar vida psíquica de outro modo que não fosse sob a forma das duas relações recíprocas. Sua teoria da emoção tem uma nítida inspiração darwinista: é vista com instrumento de sobrevivência típico da espécie humana, contribui também Dantas (1993).

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Wallon (1995), trata da afetividade como aquela que constitui um domínio

funcional tão importante quanto o da inteligência. A afetividade e inteligência

constituem um par inseparável na evolução psíquica, pois, embora tenham funções

bem definidas e diferenciadas entre si, são interdependentes em seu

desenvolvimento, permitindo à criança atingir níveis de evolução cada vez mais

elevados.

Para tanto, Wallon enfatiza que é mais salutar para uma criança de quatro

anos ser ouvida e respeitada do que ser simplesmente acariciada e beijada. Um

bom exemplo, no estágio personalista, em que o comportamento dominante é o

afetivo, a função dominada é a inteligência, que se envolve com as conquistas da

afetividade, preparando-se para sucedê-la no próximo estágio.

A evolução da inteligência é incorporada pela afetividade de tal modo que

outras relações afetivas vão surgindo, por exemplo, a representação, uma conquista

do campo intelectual que permite à criança ter relações afetivas mais complexas,

como a paixão e o sentimento47.

Wallon (1973) menciona a relação entre o domínio afetivo e cognitivo na

medida em que criou uma teoria de desenvolvimento da personalidade. Ocupando-

se em estudar a passagem do orgânico ao psíquico verificou que, nesse processo,

ocorre simultaneamente o desenvolvimento de ambos os domínios. O

desenvolvimento da personalidade fica entre os movimentos afetivos e cognitivos,

que são interdependentes, nesse sentido, á medida que a afetividade se

desenvolve, interfere na inteligência e vice-versa48.

Entende-se que as relações com os pares na escola, são também mais livres

e mais facultativas do que as mantidas na família. Até certo ponto, cada criança

pode acolher seus amiguinhos, os grupos que lhe interessam e pode também

romper estas ligações quando desejar.

47. Na conceituação, a afetividade em suas manifestações deve ser diferenciada do sentimento, da paixão, da emoção. A afetividade é um campo mais amplo, que inclui esses outros. As emoções constituem-se em reações instantâneas e efêmeras que se diferenciam em alegria, tristeza, cólera e medo. O sentimento e a paixão são manifestações afetivas nas quais a representação torna-se reguladora ou estimuladora da atividade psíquica. A afetividade está sempre relacionada aos estados de bem-estar e mal-estar do indivíduo.

48. É preciso registrar que Wallon (1973), embora reconhecesse as falhas da instituição escolar e as dificuldades para ensinar e algumas atitudes dos professores (as), ele não corroborou com a idéia de desconsiderar a escola, tampouco estimulou a diminuição do papel dos professores (as). Pois, para Wallon o meio escolar é indispensável ao desenvolvimento da criança, ela não deve receber exclusivamente a ação do meio familiar. Dessa forma, tem necessidade de freqüentar meios menos estruturados e menos carregados afetivamente. As relações que a criança mantém no ambiente familiar são inelutáveis. O grupo familiar lhe é imposto, e ela tem dificuldade para libertar-se, abstrair-se dentro dele. A criança pertence a constelação familiar, tanto quanto pertence a si mesma.

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O lugar que ela ocupa entre seus pares vai depender mais diretamente dela,

de seu comportamento e de suas preferências.

Para Wallon (1971), o grupo infantil é indispensável à criança não somente

para sua aprendizagem social, mas também para o desenvolvimento da tomada de

consciência de sua própria personalidade.

A confrontação com os companheiros permite-lhe constatar que é uma entre

outras crianças e que, ao mesmo tempo, é igual e diferente delas. Porém,

professores (as) podem intervir de forma positiva, sobre a organização da vida social

escolar. É sabido que a educação tradicional volta-se exclusivamente para o aluno

(a), acaba por dificultar ou impedir a expressão de sua sociabilidade, reprimindo com

isso, os grupos infantis49.

Certamente, as relações afetivas com o meio humano é que desde o início da

vida, começam a dominar o comportamento. A criança depende deste meio não

apenas para sobreviver, mas também para realizar seu desenvolvimento afetivo,

social e intelectual. A escola é justamente a instituição que tem por função principal

prover as atividades dos alunos (as) dos meios que lhe são oferecidos e de seus

recursos próprios. Quando as funções psíquicas não recebem os elementos

necessários para se exercerem, elas podem permanecer em estado virtual ou

atrofiarem-se. Assim explicam-se alguns retardos intelectuais e escolares, em

particular de crianças oriundas de meios socioculturais pobres.

Segundo Wallon (1989), os inconvenientes da tendência que se observa

geralmente por parte dos adultos, em particular dos professores (as), considerados

como “os detentores da verdade e da sabedoria”, é de procurar valorizar, na criança,

apenas aquilo que lhe inculcaram. Sendo assim, a criança precisa encontrar espaço

para contestação e criatividade. Não se trata de formar indivíduos limitados, espíritos

conservadores e rotineiros.

49. Outra sugestão aos professores (as) feita por Wallon (1989), refere-se ao trabalho em equipe com as crianças, ao acreditar que professores (as) tenham uma visão somente positiva sobre este método, pensando desenvolver a sociabilidade dentro da escola. O autor, ao contrário, advertiu exatamente contra os perigos de certas formas deste tipo de trabalho, cujos resultados podem não vir de encontro aos objetivos que se pretende alcançar com este método pedagógico. Lembra que, quando se utiliza mal o estímulo do grupo pode-se desenvolver o espírito de concorrência, podendo gerar sentimentos que incita a superação em relação aos outros, chegando a suscitar um estado de espírito muito próximo do racismo e do fascismo, em que o grupo que se percebe superior, manifesta em relação aos outros, sentimentos de desprezo e de hostilidade.

“Com os coleguinhas, a criança vai viver a experiência de uma solidariedade que lhe permitirá progressivamente, defender-se contra as pressões e repressões da educação. Os grupos infantis, organizados dentro ou fora da escola, preenchem freqüentemente esta função de defesa e oposição ao mundo adulto.” (FLORESTAN FERNANDES, 1999).

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47

Como diz Wallon (1971, p.7), os “indivíduos originais são os que sabem

distinguir as inadequações entre os esquemas aceitos e a realidade”.

Uma das idéias centrais da teoria walloniana sobre o desenvolvimento da

criança cuja incidência na pedagogia é muito importante é a de que a evolução deve

ser encarada em termos de relações sempre novas entre um ser e um meio, que se

modificam reciprocamente50.

Então, a sucessão de idades corresponde evidentemente a integração

progressiva de comportamentos. É preciso, pois, respeitar o repertório

comportamental da criança e de pensar que não correspondem às suas

necessidades e competências atuais e que, podem ser adequadamente assimiladas

e utilizadas mais tarde51.

Por isso, Wallon (1989), menciona que a educação tradicional é intelectualista

e que negligencia aspectos importantes do desenvolvimento intelectual e social da

criança. Nesse caso, o autor enfatiza que a afetividade, assim como a inteligência,

não nasce pronta, tampouco permanece sem modificações.

1.1.2. Dimensão Cognitiva

Piaget (1997), em seu trabalho com epistemologia genética e psicologia tinha

um único objetivo: como medir o desenvolvimento da inteligência. Piaget escreveu

que o desenvolvimento da inteligência se faz de forma gradual e, que as estruturas

do pensamento devem estar preparadas para a assimilação do conhecimento

(Gênese das Estruturas), costumava dizer que a criança não é um adulto em

miniatura. Piaget (1996), relatava que o comportamento dos seres vivos não é inato,

nem é o resultado de condicionamentos.

50. Isto permite compreender bem o papel do meio escolar como condição para a integração das atividades infantis. Para tanto, o ensino deve levar em conta o papel que os comportamentos infantis e as aquisições cognitivas, em particular, representam na vida presente do aluno (a). No qual a exigência de se conhecer os comportamentos predominantes em cada etapa do desenvolvimento e os objetivos a que eles visam, bem como as prioridades adaptativas da criança, a fim de melhor orientar a ação educativa e talvez prevenir certas formas de inadaptação escolar.

51. Segundo Wallon (1963, APUD, DANTAS, 1993), a primeira oposição que ocorre na evolução intelectual da criança se dá justamente “entre as tarefas que o meio lhe propõe e suas aptidões atuais”. É preciso considerar (e isto é importante para o ensino) que a ligação entre a linguagem, de um lado, e os objetos e as situações, de outro, não é imediata. Ao contrário, a tradução verbal do pensamento engana freqüentemente a criança, substituindo-se às vezes à sua experiência direta das coisas. Quando a criança entra na escola, por exemplo, o conflito entre as palavras e as coisas não só existe como pode ser acentuado, se por exemplo o ensino for excessivamente abstrato e verbalista. Dessa forma, não é raro, que os conhecimentos escolares sejam artificiais e completamente descontínuos da realidade a que deveriam

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48

É construído numa interação (no ir e vir) entre o organismo e o meio. Nesse

sentido, quanto mais complexa a interação, mais inteligente o homem se torna.

Podemos acompanhar como La Taille; Oliveira; Dantas (1992), explicam este

processo em três momentos:

1- Assimilação é o processo cognitivo de colocar (classificar) novos eventos em

esquemas existentes. É a incorporação de elementos do meio externo (objetivo,

acontecimento, a um esquema ou estrutura do sujeito).

2- Acomodação é a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função

das particularidades do objeto a ser assimilado, pode ter duas formas:

• Criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo, ou

• Modificar um já existente de modo que o estímulo possa ser incluído nele.

Após a acomodação, a criança tenta novamente encaixar o estímulo no

esquema e aí ocorre a assimilação. Por isso, acomodação não é determinada pelo

objeto e sim pela atividade do sujeito sobre este para tentar assimilá-lo. O balanço

entre assimilação e acomodação é chamado de adaptação.

3- A equilibração é o processo da passagem de uma situação de menor equilíbrio

para uma de maior equilíbrio. Uma fonte de desequilíbrio ocorre quando se

espera que uma situação ocorra de determinada maneira, e isto não acontece.

De acordo com Piaget (1987), o desenvolvimento cognitivo é um processo de

sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas cognitivas

derivando cada estrutura de estruturas precedentes, ou seja, o indivíduo constrói e

reconstrói continuamente as estruturas que o tornam, cada vez mais apto ao

equilíbrio. Essas construções seguem um padrão denominado por Piaget (1987), de

Estágios que seguem idades mais ou menos determinadas. Ressalta que o

importante é a ordem dos estágios e não a idade de aparição. Vejamos:

1- Sensório-motor – 0 a 2 anos: A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê

começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A

inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação.

O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.

2- Pré-operatório – 2 a 7 anos: Também chamado de Inteligência simbólica.

Caracteriza-se, principalmente, pela interiorização de esquemas de ação

construídos no estágio anterior (sensório-motor). Assim é a criança deste estágio:

• É egocêntrica, centrada em si mesma e não se coloca abstratamente no lugar do

outro.

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49

• Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é a fase dos “por

quês”).

• Já pode agir por assimilação “como se”.

• Possui discriminação global sem discriminar detalhes.

• Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.

3- Operatório-concreto - 7 a 11 anos: A criança desenvolve noções de tempo,

espaço, velocidade, ordem, causalidade, já sendo capaz de relacionar diferentes

aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação

imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar a abstração.

Desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma

anterior, anulando a transformação observada (reversibilidade).

4- Operatório Formal – 12 anos em diante: A representação agora permite a

abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata nem

somente ás relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas

as relações possíveis logicamente buscando a partir de hipóteses e não apenas

pela observação da realidade. Em outras palavras, as estruturas cognitivas da

criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas

a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.

Um ponto importante que aborda La Taille; Oliveira; Dantas (1992),é que

entre a afetividade e a inteligência é preciso analisar as concepções acerca do tema

do juízo moral52. Daí Inspirado por esta definição Piaget inicia suas pesquisas

escolhendo um campo muito peculiar da atividade humana: o jogo de regras. Assim

como outros autores já mostraram a importância do jogo na cultura, para Piaget, os

jogos coletivos de regras são paradigmáticos para a moralidade humana53.

52. A moralidade humana é o palco por excelência onde afetividade e razão se encontram, via de regra sob a forma do confronto. Piaget, pesquisador da cognição humana é também autor de um importante livro sobre a moralidade que publicou em 1932, com o título ”Le jugement moral chez I’enfant”. Para Piaget toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por estas regras, escritas no livro, O Juízo Moral na criança (1977, APUD, DANTAS, 1992).

53. Por isso aponta três razões: primeiro que representam uma atividade interindividual necessariamente

regulada por certas normas que, embora geralmente herdadas das gerações anteriores, podem ser modificadas pelos membros de cada grupo de jogadores, fato este que explicita a condição de “legislador” de cada um deles. Em segundo, embora tais normas não tenham em si caráter moral, o respeito a eles devido é, ele sim, moral (e envolve questões de justiça e honestidade). Em terceiro tal respeito provém de mútuos acordos entre os jogadores e não da mera aceitação de normas impostas por autoridades estranhas à comunidade de jogadores.

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50

Para o estudioso a evolução da prática e da consciência da regra pode ser

dividida em três etapas: A primeira é a etapa da anomia, quando as crianças de até

cinco, seis anos de idade não seguem regras coletivas. Interessam-se por bola de

gude, mas antes para satisfazerem seus interesses motores ou suas fantasias

simbólicas e não tanto para participarem de uma atividade coletiva. A segunda etapa

é a da heteronomia, agora há um interesse em participar de atividades coletivas e

regradas. Duas características desta participação explicitam a heteronomia da

criança de até nove, dez anos em média. Uma delas refere-se a interpretação que

tem das origens das regras e da possibilidade de modificá-las.

Finalmente, a terceira etapa é a da autonomia, correspondem à concepção

adulta do jogo. Quando as crianças jogam seguindo as regras com esmero. O

respeito pelas regras é compreendido como decorrente de mútuos acordos entre os

jogadores, cada um concebendo a si próprio como possível “legislador”, ou seja,

criador de novas regras que serão submetidas à apreciação e aceitação dos outros.

Assim, Piaget trata que o “ser social” de mais alto nível é justamente aquele

que consegue relacionar-se com seus semelhantes de forma equilibrada. A lógica

representa para Piaget a forma final do equilíbrio das ações54.

1.1.3. Dimensão Socializadora

Vygotsky, ao longo de sua história dedicou-se ao estudo das funções

psicológicas superiores que são as mais sofisticadas e complexas. Vygotsky

(1996), percebeu que através do processo de mediação se desenvolvem as

funções psicológicas superiores e cita dois elementos responsáveis por essa

mediação: o instrumento e o signo55.

É preciso relacionar duas grandes idéias de Vygotsky. A primeira é a função

biológico-social, que consiste na relação indivíduo/sociedade. Ele afirma que as

características humanas são decorrentes da interação dialética do homem e seu

meio sócio-cultural.

54. A lógica é um sistema de operações, isto é, de ações que se tornaram visíveis e passíveis de serem compostas entre si. No entanto, lembra que as raízes dessa marcha para o equilíbrio” encontram-se no período sensório-motor, durante o qual a criança constrói esquemas de ação que constituem uma espécie de lógica das ações e das percepções. Para Piaget, essa “marcha para o equilíbrio” tem bases biológicas no sentido de que é próprio de todo sistema vivo procurar o equilíbrio que lhe permite a adaptação e também no sentido em que existem processos de auto-regulação que garantem a conquista deste equilíbrio.

55. O instrumento é que regula as ações sobre o psiquismo humano. No signo o homem pode controlar voluntariamente suas atividades psicológicas ampliando sua capacidade de atenção, memória e acúmulo de informações.

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51

A segunda relaciona-se às funções psíquicas que se originam nas relações do

indivíduo e seu contexto cultural e social.

Vygotsky (1993), também dedicou uma atenção especial à linguagem, pois

através dela é possível designar os objetos do mundo exterior, mesmo quando eles

não estão presentes. É também através da linguagem que o indivíduo pode analisar,

abstrair e generalizar as características dos objetos e situações presentes na

realidade56.

Desse modo, a linguagem serve tanto para expressar o pensamento da

criança como para organizar esse pensamento permitindo ela interagir. Vygotsky

(1993), atribui grande importância ao papel da interação social no desenvolvimento

do ser humano, esta é a razão do seu interesse no estudo da infância. Porém, a

partir do momento que a criança entra em contato com o mundo, a sua rede social

aumenta, ela começa a interagir não só com adultos como também com outras

crianças. Considerando essas interações serão fatores contribuintes para a

formação dos processos psicológicos mais complexos.

Para Vygotsky (1999), o desenvolvimento do sujeito se dá a partir de

interações com o meio social em que vive, logo que as formas psicológicas mais

sofisticadas emergem da vida social57.

Além dos conceitos de funções psicológicas superiores, mediação e

internalização, um conceito muito importante é o de zona de desenvolvimento

proximal. Vygotsky (1988), enfatiza que o aprendizado da criança começa muito

antes dela freqüentar a escola. Aprendizado e desenvolvimento estão inter-

relacionados desde o primeiro dia de sua vida.

56. Ainda, sem esquecer que a linguagem tem a função da comunicação, que garante a troca de informações e experiências acumuladas pela humanidade ao longo da história. Estamos falando em linguagem, por ela ser um sistema de signos que possibilita o intercâmbio social entre indivíduos que compartilham desse sistema de representação da realidade. Então, os sistemas simbólicos, entendidos como sistema de representação da realidade, especialmente a linguagem, funcionam como elementos mediadores que permitem a comunicação entre, os indivíduos, estabelecendo significados compartilhados por determinado grupo como: a percepção e interpretação dos objetivos, eventos e situações do mundo circundante.

57. Vygotsky acreditava que a criança para se desenvolver dependia de um processo de maturação do organismo como um todo, pois a mente dela contém todos os estágios do futuro desenvolvimento intelectual, existindo na sua forma completa e esperando o momento adequado para emergir. O autor menciona que desde que nasce a criança está em constante interação com adultos que medeiam a sua relação com o mundo.

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O nível de desenvolvimento real é caracterizado como o nível de

desenvolvimento que já está completo - a criança já internalizou determinada

função, como por exemplo amarrar os sapatos sozinha58.

Cabe ressaltar que por esta razão, Vygotsky (1988), dá uma grande ênfase ao

aprendizado escolar alertando como o papel da escola é importantíssimo para

detectar o nível de desenvolvimento potencial, reconhecer a zona de

desenvolvimento proximal e elaborar atividades educativas que promovam o

aprendizado e o posterior desenvolvimento. Além disso, o aprendizado pode criar

zona de desenvolvimento proximal, despertando processos internos de

desenvolvimento, quando a criança interage com outras pessoas em cooperação

com os companheiros no ambiente escolar.

Os processos uma vez internalizados, passam a fazer parte das aquisições

do desenvolvimento independente da criança.

É importante relacionar que Vygotsky (1988), privilegia a brincadeira como

faz-de-conta na discussão sobre o papel do brinquedo. A atividade de faz-de-conta é

uma brincadeira característica de crianças pequenas, que antecede a idade escolar.

A brincadeira não é predominante da infância, ela é um processo secundário, mas

exerce grande influência no desenvolvimento infantil59.

Através da brincadeira ela também desenvolve suas funções psicológicas

superiores, uma vez que ela aprenderá a atuar numa esfera cognitiva. A criança

passa a utilizar materiais que servirão para representar uma realidade ausente, ou

seja, ela será capaz de pensar em objetos ausentes, planejar ações a serem

realizadas, pelas funções e processos mentais superiores.

O brinquedo acarreta mudanças no desenvolvimento psíquico da criança

preparando-a para atingir mais um elevado nível de desenvolvimento. Vygostky

(1988), chamou de atividade principal aquela em conexão com a qual ocorrem as

mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança, dentro da

58. Contudo, quando um processo interpessoal (externo) se transforma num processo intrapessoal (interior), uma atividade externa é reconstruída internamente, ocorre a internalização. “Chamamos de internalização a reconstrução interna de uma operação externa. Entretanto, elas (funções) somente adquirem o caráter de processos internos como resultado de um desenvolvimento prolongado. A internalização de formas culturais de comportamento envolve a reconstrução da atividade psicológica tendo como base as operações com signos. A internalização das atividades socialmente enraizadas e historicamente desenvolvidas constitui o aspecto característico à psicologia humana; é a base do salto qualitativo da psicologia animal para a psicologia humana, ressalta Vygotsky (1988).

59. A questão central nos estudos de Vygotsky é a aquisição de conhecimento pela interação com o meio. A sociabilidade da criança é ponto de partida das interações sociais com o mundo que a rodeia. Por isso, também desenvolveu estudos sobre o brinquedo, principalmente ao referir-se ao ato de brincar.

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qual, se desenvolvem processos psíquicos que preparam o caminho de transição da

criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento.

O grande desafio, é aquele em conexão com a qual ocorrem as mais

importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança. Então, o desafio

proposto pelo brinquedo e pelas atividades principais é compreender a partir da

origem e do desenvolvimento do próprio brinquedo, as conexões psíquicas que

aparecem e são formadas na criança durante o período em que essa é a atividade

principal60.

As crianças têm necessidades que precisam ser supridas, é brincando que

elas agem em relação ao mundo dos objetos e em relação ao mundo mais amplo

dos adultos. Para tanto, o brinquedo e a fantasia estão normalmente associados por

relações recíprocas, sua própria ação é uma representação. O que mais nos chama

atenção na brincadeira de criança é justamente a ação imaginária em que ela se

envolve, é o papel lúdico que desenvolve.

Pesquisas mostram que toda situação imaginária contém regras, pois, os

jogos com regras, que surgem em um estágio superior ao pré-escolar passa a existir

a partir das brincadeiras de papéis na situação imaginária. É principalmente nessas

brincadeiras de faz-de-conta que a criança se submete às regras de comportamento

condizentes com aquilo que está sendo representado.

Para Vygotsky (1989), a ação numa situação imaginária ensina a criança a

dirigir seu comportamento não somente pela percepção imediata dos objetos ou pela

situação que a afeta de imediato, mas também pelo significado dessa situação.

Traços extremamente importantes da personalidade da criança são desenvolvidos

durante as brincadeiras61.

60. Nem sempre ela traz prazer para a criança, principalmente se o brinquedo não estiver adequado à idade dela, não terá resultado interessante e ela não sentirá prazer. Talvez não podemos classificar o brinquedo como uma atividade prazerosa para a criança, mas sim, uma atividade que preenche suas necessidades, pois, segundo o autor, ela é uma forte motivadora da ação. Não podemos ignorar as necessidades da criança.

61. Segundo Vygotsky (1988), o intervalo entre um desejo e sua satisfação é extremamente curto, como nem todos os desejos das crianças são realizáveis, é aí então que entra o brinquedo, para experimentar as tendências irrealizáveis. Quando esses desejos que surgem na criança não podem ser realizados imediatamente, e a criança não os esquece, acontece uma mudança no comportamento delas e para solucionar este problema elas entram no mundo ilusório e imaginário, pois, somente assim elas poderão realizar seus desejos irrealizáveis no brinquedo.

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No brinquedo ela constrói novos saberes estabelecidos pela aprendizagem

escolar. A brincadeira tem uma importância fundamental no processo de

ensino/aprendizagem, ela favorece a construção da reflexão, da autonomia e ainda

da criatividade62. O que conseqüentemente contribuirá para sua afirmação pessoal e

integração social. Assim Vygotsky (1988), propôs um percurso em três grandes

estágios, subdivididos em várias fases.

• No primeiro estágio a criança forma agrupamento de objetos, subjetivos e

baseados em fatores perceptuais, como a proximidade espacial, por exemplo.

• O segundo estágio é chamado de “pensamento por complexos”, ligações entre

seus componentes concretas e factuais, e não abstratas e lógicas.

• No terceiro estágio, agrupa objetos com base num único atributo, sendo capaz

de abstrair características isoladas da totalidade da experiência concreta.

Vygotsky (1988), fala da particular importância da instituição escola nas

sociedades letradas, os procedimentos de instrução deliberada que nela ocorrem (e

aqui destaca-se a transmissão de conceitos inseridos em sistemas de conhecimento

articulados pela diversas disciplinas científicas) são fundamentais na construção dos

processos psicológicos dos indivíduos dessas sociedades63.

62. Lembra que, o aprendizado é considerado assim, um aspecto necessário e fundamental no processo de desenvolvimento das funções psicológicas superiores, ainda afirma, que a brincadeira proporciona alterações das estruturas mentais, pois, elas criam, representam e reproduzem muito mais do que ela vê.

63. Considera que, a intervenção pedagógica provoca avanços que não aconteceriam espontaneamente. A

importância da intervenção deliberada de um indivíduo sobre outros como forma de promover desenvolvimento, sendo que a aprendizagem desperta processos internos de desenvolvimento que só podem ocorrer quando o indivíduo interage com outras pessoas. O processo de ensino aprendizagem que ocorre na escola, propicia o acesso dos membros imaturos da cultura letrada ao conhecimento construído e acumulado pela ciência e a procedimentos metacognitivos centrais ao próprio modo de articulação dos conceitos científicos.

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CAPÍTULO II

2.1 ANÁLISE DOS DADOS

“Eu sempre contei comigo mesma”

(Fala de uma mãe ao referir-se a educação e formação dos filhos (as)).

A análise dos dados, foi realizada através do questionário aplicado a sessenta

profissionais da educação, sendo trinta profissionais da educação infantil e trinta

profissionais do ensino fundamental. Fazem parte também dessa análise, trinta

entrevistas com pais e mães dos alunos (as) sendo quinze pais e mães das crianças

da educação infantil e quinze pais e mães das crianças do ensino fundamental. Aqui

serão abordadas as categorias de análise que foram organizadas na metodologia

que são: dimensões afetiva, cognitiva e de socialização.

2.1.1. DIMENSÕES AFETIVA, COGNITIVAS E DE SOCIALIZAÇÃO (categorias de

análise).

2.1.2. PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Tabela 7 - Dimensão Afetiva referente aos profissionais da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Pais e mães ausentes 8 27% O professor (a) escola tem de assumir esse papel 6 20% Alguns pais e mães dão carinho, outros não 5 16% O papel dos pais e mães é fundamental 3 10% Outros 3 10% Falta de estrutura familiar 2 7% Filhos (as) carentes 2 7% Pais e mães presentes 1 3%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Quando perguntamos aos profissionais da educação, como percebem o papel

dos pais e mães no atendimento às necessidades afetivas dos filhos (as), a tabela

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acima nos revela o que pensam os trinta profissionais da educação infantil. Então, o

item com maior percentual é de pais e mães ausentes com 27%, essa ausência

pode refletir por parte dos pais e mães, que não se trata de somente desinteresse ou

desamor, mas sim, de despreparo, de ausência de informações sobre a importância

do envolvimento da família nas questões educacionais. Também o fato desses pais

e mães não terem tido suas carências afetivas suprimidas durante a vida escolar, faz

com que não tenham condições de identificar e muito menos de suprimir em seus

filhos (as) tais necessidades.

No segundo item da tabela, com 20%, está o item professor (a) e escola,

tendo que assumir a carência afetiva da criança, atendendo necessidades que para

eles deveriam ser atendidas em casa. Talvez, para amenizar os impasses dessa

situação, seja preciso discutir exaustivamente as etapas do desenvolvimento infantil,

em que profissionais, pais, mães possam identificar suas responsabilidades nesse

processo, objetivando que as necessidades devam ser trabalhadas em conjunto.

Seguindo a tabela, desses profissionais, 16% percebem que alguns pais e mães dão

carinho para seus filhos (as), enquanto, outros não.

No item seguinte, 10% dos profissionais fizeram questão de apontar que o

papel de pais e mães é fundamental, nos chama a atenção o fato de que somente

três dos trinta profissionais consideram que o papel de pais e mães no atendimento

às necessidades afetivas dos filhos (as) é fundamental. Com o mesmo número, de

10% no item “outros”, os profissionais lembram de questões de adequação de tempo

como confirma o profissional 21 -“o correto é dar o máximo de atenção e para os

pais e mães que trabalham o importante é qualidade de relacionamento no tempo

livre e não a quantidade”. Enquanto, 7% dos profissionais fazem referência a falta de

estrutura familiar. Também, 7% relatam que as crianças se apresentam carentes na

escola, e que, grande parte das famílias sofre com a desestrutura.

A cultura e o poder aquisitivo são fatores que acarretam uma condição

limitada quanto á formação e educação dos filhos (as). Por isso, percebo a

necessidade da escola de primar por questões que promovam o relacionamento

entre escola e família. Para concluir a leitura da tabela, observa-se que 3% dos

profissionais relataram que pais e mães estão presentes na vida de seus filhos (as),

são números como esses que precisam aumentar. Quanto mais os pais e mães

estiverem envolvidos na educação dos seus filhos (as), melhor o atendimento à

criança e conseqüentemente estarão mais felizes e prontas para aprender.

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Evidenciando às necessidades afetivas da criança, tanto Wallon (1995),

quanto Nolte e Harris (2003, p.22), afirmam conforme pesquisas já realizadas que

as crianças que são amadas e aceitas, desenvolvem-se melhor:

As autoras referem-se que em trabalho com pais e mães elencaram a fala dos

quatro “as” do amor, aceitação, afeição e apreciação. Revelam ainda que, quando

amada, a criança consegue amadurecer sua capacidade de amar os outros. Nesse

sentido, é importante que as crianças tenham suas necessidades afetivas atendidas

para que possam amar os demais.

Na tabela seguinte, faremos a interpretação dos dados referentes a

percepção dos profissionais da educação quanto ao atendimento de pais e mães às

necessidades cognitivas de seus filhos (as).

Tabela 8 - Dimensão Cognitiva referente aos profissionais da Educação Infantil

Respostas Sujeitos Porcentagem Pais e mães ausentes 19 63% Pais e mães desinteressados 4 13% O professor (a) e escola tem que assumir esse papel 3 10% Alguns pais e mães são envolvidos, outros não 2 7% Pais e mães participativos 2 7%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Pais e mães ausentes, são citados pelos profissionais em maior número,

chegando a 63%, esse percentual elevado demonstra que os profissionais da

educação apontam maior dificuldade na aprendizagem das crianças. Sabemos

(conforme gráfico a seguir), que na grande maioria dos casos, os pais e mães de

seus alunos (as) são pessoas de pouca formação acadêmica, pouco grau de

informação e, mais alarmante, com ausência de escolarização, ou seja, que ficaram

“O amor é solo na qual as crianças crescem [...] Elas precisam de amor antes mesmo do nascimento [...]. Nossos cuidados satisfazem sua sensação de serem queridos e fazerem parte de nossas vidas. [...]. Conforme crescem, as crianças continuam a esperar que demonstremos nosso amor por elas. “Compreendem melhor esse amor através de nossas atitudes, de nossos gestos de cuidado e de carinho”

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excluídos na sua infância do acesso a escola. Sendo assim, esses profissionais têm

a certeza de que a maioria dos pais e mães não têm condições de promoverem de

forma substancial o desenvolvimento intelectual de seus filhos (as), devido as

condições aqui mencionadas. Pais e mães desinteressados é apontado em 13% da

opinião dos profissionais, resultado também do que citamos anteriormente, afinal,

pai e mãe sem o conhecimento específico, no caso da alfabetização, do letramento,

como podem participar do que lhes parece incomum e difícil? Ainda 10%, indicam

que está ficando para escola toda função do desenvolvimento cognitivo da criança.

Esse fato, nos dias atuais tem levado profissionais da educação a um certo

esmorecimento, situação que não deve acontecer sendo profissionais responsáveis

por ensinar. Devem fazê-lo, promovendo atitudes como já citamos que renovem as

expectativas, buscando conseqüentemente novas formas de ensinar principalmente

em parceria com a família. É preciso que a escola entenda isso de uma vez, pois,

caso contrário, sozinha, os dados das pesquisas serão sempre estes aqui

apresentados.

No entanto, 7% dos participantes mencionam que alguns pais e mães se

envolvem, enquanto outros não o fazem de forma efetiva. Assim, podemos verificar

que muitos pais e mães participam, por isso, não devemos permitir que, torne-se lei,

quanto ao fracasso escolar acontecer por conta da falta de interesse dos pais e

mães no cotidiano escolar e educacional de seus filhos (as). Também é de 7% os

que afirmam que pais e mães são participativos, assim afirmam as palavras do

Profissional 16 -“Acredito que os pais e mães tentam realizar, da melhor maneira, o

atendimento as necessidades dos filhos (as)”.

Piaget (1987), elenca quatro variáveis que dão sustentação para o

desenvolvimento intelectual: maturação, experiência, interação social e equilibração.

Entretanto é na interação entre as quatro variáveis que impulsiona o curso do

desenvolvimento. Na concepção de Piaget, as dimensões afetiva e cognitiva

desempenham papéis chave no desenvolvimento intelectual como um processo que

ocorre durante a vida toda e que pode ser concebido como tendo os aspectos

cognitivo, afetivo e social.

Na continuação das tabelas, verificamos a resposta: Como você percebe o

papel dos pais e mães no atendimento às necessidades sociais (socialização) da

criança?

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Tabela 9 - Dimensão Socializadora referente aos Profissionais da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Não respondeu 14 33% A socialização ocorre somente na escola 7 23% Pais e mães ausentes 5 17% Pais e mães participativos 3 10% Falta de conhecimento dos pais e mães 3 10% Depende do nível social dos pais e mães 2 7%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Podemos perceber que nessa pergunta tivemos um índice de abstenção de

33%, revelando as incertezas que envolvem a opinião dos profissionais sobre o

assunto. No segundo item, revelam em 23% que a socialização ocorre somente na

escola, conforme profissional 13 - “Estão repassando essa responsabilidade para

escola”. A indagação feita ao índice de abstenção também cabe ao índice daqueles

que entendem que a socialização ocorre somente na escola, uma vez

compreendendo que a família é o primeiro espaço de socialização da criança.

Seguindo a tabela, para 17% dos profissionais, pais e mães estão ausentes

nesse processo de socialização com a criança, assim considera o profissional 23 -

“A maioria se conseguisse deixaria seus filhos (as) nas instituições de ensino

enquanto eles estariam passeando ou freqüentando as praias”. Em número um

pouco menor se apresentam os profissionais que apontam em 10% que pais e mães

são participativos, conforme entende o profissional 27 - “Os pais e mães, estão mais

integrados na participação de seus filhos (as) nas instituições”. Com isso,

percebemos, que existem pais e mães preocupados com a participação na vida

escolar dos filhos (as).

No entanto, não deve-se generalizar e afirmar que há total ausência da

família na escola. Também, 10% refere-se a falta de conhecimento dos pais e mães

sobre esta questão. E por último, 7% respondem que depende do nível social dos

pais e mães, como discorre o profissional 21 - “Na medida do possível e

dependendo da renda familiar as crianças são levadas sim para passeios, como:

shopping, praia, casa de parentes, etc”. Evidenciando aqui, que questões como a

econômica deve ser observada, e que, a escola pode ser para muitas crianças o

maior e melhor espaço de socialização.

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È importante registrar as contribuições de Paixão e Zago (2007, p. 228) ao

relatarem resultados de outras pesquisas.

2.1.3. PROFISSIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Tabela 10 - Dimensão Afetiva referente aos Profissionais do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem Pais e mães ausentes 14 47% Filhos (as) carentes 6 20% Alguns pais e mães dão carinho, outros não 4 12% O professor / escola tem de assumir esse papel 2 7% O papel dos pais e mães é fundamental 2 7% Outro 2 7%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Para 47% dos profissionais que participaram da pesquisa consideram que

pais e mães andam muito ausentes no que se refere as questões afetivas na relação

com seus filhos (as). Como por exemplo, o Profissional 6 – “Muitas vezes a parte

afetiva está sendo deixada de lado devido à correria do dia-a-dia, sendo assim, as

vezes os pais e mães usam do materialismo para conquistar seus filhos (as). Neste

caso, o profissional trata da compensação, situação em que pais e mães necessitam

de informação e orientação, evitando que mais tarde toda a família sofra as

conseqüências de ações como a compensação material na infância, sendo

necessário discutir isso, principalmente na implementação de políticas públicas

como serviço de orientação à família.

“Para essas famílias, a escola se constitui em uma instituição fundamental para o controle e disciplina do comportamento dos filhos (as) e também para ocupação do tempo. Elas têm fortes expectativas de que a escola seja parceira na tarefa de cuidar de seus filhos (as)enquanto estão trabalhando, não permitindo que eles fiquem sujeitos a influências perigosas na rua, ao mesmo tempo em que ensina comportamentos e valores considerados, por eles, como necessários à sua vida futura como adultos e, em especial, no mundo do trabalho. Essas famílias esperam que no espaço escolar seus filhos (as) aprendam a ser disciplinados e a ter limites”.

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O próximo item, com 20% revela que os profissionais percebem seus alunos

(as) carentes em salas de aula . Para outros 12%, alguns pais e mães dão carinho

aos filhos (as), enquanto que outros não dão. Assim, para reforçar, outros 7%

apontam que os professores (as) têm de assumir esse papel, comenta o Profissional

20 - “Muitas vezes temos que atender também as necessidades afetivas de nossos

alunos, muitos pais e mães não tem tempo para seus filhos (as)”. Para tanto, 7%

afirmam que o papel dos pais e mães é fundamental, compreendendo assim, a

necessidade de integração escola-família. Dando continuidade aos dados da tabela,

também 7% expressa outras falas que podem ser observadas no anexo 2.

Segundo Paggi e Guareschi (2004, p.83) “[...] A crise na família e o abandono

afetivo dos filhos (as) são temas freqüentemente citados e debatidos pelos pais e

mães hoje em dia, revelando o sofrimento infantil na profundidade de uma dinâmica

que costuma ser vista apenas em seus aspectos mais superficiais”.

Tabela 11 - Dimensão Cognitiva referente aos Profissionais do Ensino Fundamental

Respostas Sujeitos Porcentagem Alguns pais e mães são envolvidos, outros não 9 30% O professor / escola tem de assumir essa responsabilidade. 8 27% Pais e mães ausentes 5 17% Pais e mães desinteressados 4 13% Falta de estrutura familiar 2 7% O papel dos pais e mães é fundamental 1 3% Pais e mães participativos 1 3%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborado por estatístico.

Ao analisar essa tabela, percebemos 30% dos profissionais evidenciam que

alguns pais e mães são envolvidos e outros não nas práticas cotidianas que auxiliam

no desenvolvimento cognitivo, conforme profissional 5 – “Difícil, mas é claro que isso

depende de cada família. Há pais e mães que protegem demais e há pais e mães

que nunca apareceram na escola para saber como anda a aprendizagem de seu

filho (a)”. Nesta fala, fica o indicativo de que pais e mães não estão conseguindo

chegar na dosagem de atenção e acompanhamento necessário para o bom

desenvolvimento da criança. Para 27% dos profissionais, a escola e o professor (a)

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têm que assumir essa responsabilidade pela ausência da família nesse campo.

Relatam com 17% que pais e mães estão totalmente ausentes desse processo.

Outros 13%, consideram que pais e mães são desinteressados nas questões

da aprendizagem de seus filhos (as), como relata o Profissional 4 – “Poucos fazem

este tipo de acompanhamento por vontade própria. A maioria acaba fazendo por

intervenção e cobrança da escola. E demais órgãos externos da família”. Para tanto,

7% dos profissionais lembram que a falta de estrutura familiar talvez seja a

responsável do insucesso educacional. Profissionais reconhecem a importância do

envolvimento da família em 3%, avaliam que é fundamental o papel de pais e mães

no desenvolvimento das crianças. Ainda 3%, acreditam que pais e mães são

participativos nesse processo.

Os professores (as) consideram que pais e mães demonstram dificuldades

nas atividades que permeiam o desenvolvimento intelectual de seus filhos (as).

Consideram a falta de estrutura familiar a maior responsável nesse processo.

Entretanto, é necessário e função da escola, desenvolver e estimular nas crianças o

campo dos conhecimentos formais. Devemos acrescentar que nesse processo

educacional, independente da família ter boas condições estruturais ou não, esta é

uma posição que deve ser sistematizada pelos profissionais de ensino, do contrário,

estariam pondo em dúvidas as próprias aptidões para ensinar. Ao se tratar da escola

pública deve aumentar a responsabilidade dos profissionais da educação, pois, para

muitas crianças é o único espaço gerador de oportunidades, principalmente ao

referir-se á famílias desestruturadas, citadas inúmeras vezes pelos profissionais

nessa pesquisa.

Ao encontro das opiniões destes profissionais, Paixão e Zago ressaltam que

“A família, por intermédio de suas ações materiais e simbólicas, tem um papel

importante na vida escolar dos filhos (as), e este não pode ser desconsiderado.

Trata-se de uma influência que resulta de ações muitas vezes sutis, nem sempre

conscientes e intencionalmente dirigidas. (2007, p. 20-21)

A seguir trataremos da última categoria de análise, a socializadora respondida

pelos profissionais da educação. Para depois, iniciarmos a análise das entrevistas

com pais e mães, seguindo as mesmas categorias.

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Tabela 12 - Dimensão Socializadora referente aos Profissionais do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem Pais ausentes 11 42% A socialização ocorre somente na escola 3 11% Pais e mães desinteressados 3 11% O papel dos pais e mães é fundamental 3 11% Não respondeu 3 11% Alguns pais e mães se preocupam com a socialização dos filhos (as), outros não 2 7%

Filhos (as) carentes 2 7% TOTAL 27 100%

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Os profissionais relatam que no campo da socialização pais e mães estão

ausentes, ou seja, não contribuem com o desenvolvimento da vida social de seus

filhos (as), uma vez que 42% dos resultados obtidos, conforme profissional 20 – “Os

pais e mães não participam nem dos eventos que são convidados, onde serão

homenageados”. Para 11%, a socialização ocorre somente na escola. Essa

resposta nos parece respondida de maneira aleatória, se repete a resposta dos

profissionais da educação infantil, mesmo quando sabemos que a família é um

núcleo socializador que não pode ser desconsiderado.

Entretanto, 11% definem pais e mães como desinteressados, entendo que em

muitos casos se dá pela ausência da informação, de um serviço de orientação para

pais e mães, justamente, para torná-los conhecedores, assim, mais interessados

nas etapas do desenvolvimento de seus filhos (as). Ainda 11%, acreditam que o

papel de pais e mães é fundamental. Outros 11%, preferiram não responder,

deixando essa questão em branco, revelando que os profissionais estão também

procurando resposta para essa temática.

Naturalmente, expondo a fragilidade do conhecimento do tema no qual

profissionais da educação manifestam respostas com ausência de melhor

elaboração do pensamento. Também, um indicador da ausência de discussões e

estudos na formação inicial e continuada que envolva questões da família e escola

numa visão acadêmica, num viés educativo, preventivo, profissional, investigativo,

com atitudes e ações inovadoras num pensamento atual sobre as questões do

presente, compreendendo que é preciso sentar, discutir, planejar e promover

mudanças no escolar – educacional. O item seguinte, mostra que, 7% dos

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profissionais apontam que alguns pais e mães se preocupam com o aspecto social

da criança, já outros não têm a mesma preocupação. E também, 7% dos

profissionais pensam que as crianças estão carentes, como o profissional 21 ao

afirmar: “Os pais e mães estão inseguros, procurando receitas. O ter esta acima do

ser. A carência afetiva emocional está muito visível nas crianças”. Ora, é certo que

pais e mães estão pedindo socorro, ou procurando receita, os filhos (as) de hoje não

são mais os filhos de ontem, a sociedade está em mudança, por isso sugerimos a

orientação para pais e mães sobre a formação e educação de seus filhos (as).

Entre os que percebem que os pais e mães estão ausentes, e, que pais e

mães são desinteressados, também entre aqueles que entendem que a socialização

ocorre somente na escola, o número é bastante considerável. De quem é a culpa

dessa constatação? Será que é mesmo dos pais e mães que não se preocupam

com seus filhos (a) na escola, devido a correria do dia-a-dia ou, por imaginarem que

a escola dá conta de tudo? Ou será que é dá escola que não consegue incentivar o

interesse dos pais e mães a conhecerem e se envolverem nas aprendizagens de

seus filhos (as), assim como nos acontecimentos escolares? É necessário,

começarmos a refletir sobre estas questões.

Para concluir, é importante usar algumas palavras de Bourdieu ( APUD,

ZAGO E PAIXÃO, 2007, p. 254), “a escola é um dos primeiros campos de ampliação

do universo social das crenças, oferecendo condições de continuidade ao mesmo

tempo em que de diferenciação ao hábitos”. (BOURDIEU, 1975).

Dando continuidade a análise dos dados, a partir deste momento daremos

início ao resultado das entrevistas realizadas com pais e mães das crianças da Rede

Pública Municipal lembrando que essas crianças freqüentam as mesmas unidades

escolares e centros de educação infantil que os profissionais que responderam o

questionário, assim, fazendo parte das mesmas categorias. Inicialmente teremos

pais e mães das crianças da educação infantil referindo-se a afetividade, cognição e

socialização e depois teremos a participação de pais e mães do ensino fundamental,

tratando-se das mesmas categorias.

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2.1.4. PAIS E MÃES DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Tabela 13 - Dimensão Afetiva referente a Mães e Pais das crianças da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Amor e Carinho 7 47% Amor e Limite 3 20% Cuidar, Conversar, Amor e Carinho 2 13% Outras formas 3 20%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Na entrevista com 21 questões dirigidas a pais e mães, especificamente a

questão de número 7 aborda o campo afetivo, com a seguinte pergunta: Qual a

prática afetiva que vocês pais e mães demonstram a seus filhos (as)? Que forma

utiliza para demonstrar afeto?

A palavra amor se repete por inúmeras vezes, são 47% de pais e mães que

relatam que é a forma de tratamento mais utilizada para demonstrar seu afeto com

seus filhos (as), assim confirma entrevistado (a) 2 - “Muito amor, muito beijo e

carinho”. Entrevistado (a) 14 - “A prática é primeiramente o amor, ele sabe que eu o

amo, sabe que nem tudo se pode ter, mas mesmo assim a mãe o ama, quando

precisa chamar atenção eu chamo, quando precisa de umas boas palmadas, ele tem

castigos”.

Outros 20%, revelam que amor e limite são suas formas de externar o afeto,

conforme entrevistado (a) 10 - “Ela sabe que tenho bastante responsabilidade, eu

imponho para ela a hora de brincar, hora de dormir, hora de dar carinho, hora de ser

brincalhona, hora de ser mãe, de ser séria e ela reconhece o meu amor por ela”. O

próximo item, com 13% é cuidar, conversar, amor e carinho, comenta entrevistado

(a) 5 - “Cuido deles, ensino, explico o que pode ou não pode fazer, demonstro

através de carinho e conversa”. 20% referem-se a outras formas de demonstração

do afeto, relata entrevistado (a) 6 - “Dou uns beijinhos, abraços, canto com ela e

durmo junto”. “Colo procuro evitar para não mimar” ou,”Na hora do banho, dando

presentes, levando-os para brincar no parque”.

Dorothy Law Nolte (2003), em seu livro “As crianças aprendem aquilo que

vivenciam, o poder do exemplo da família na educação dos filhos (as)”,considera:

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“Se as crianças vivem ouvindo críticas, aprendem a condenar. Se convivem com a hostilidade, aprendem a brigar. Se as crianças vivem com medo, aprendem a ser medrosas. Se as crianças convivem com a pena, aprendem a ter pena de si mesmas. Se vivem sendo ridicularizadas, aprendem a ser tímidas. Se convivem com a inveja, aprendem a invejar. [...] Se vivenciam os elogios, aprendem a apreciar. Se vivenciam a aceitação, aprendem a amar. Se vivenciam a aprovação, aprendem a gostar de si mesmas. Se vivenciam o reconhecimento, aprendem que é bom ter um objetivo. Se as crianças vivem partilhando, aprendem o que é generosidade. Se convivem com a sinceridade, aprendem a veracidade. Se convivem com a equidade, aprendem o que é justiça. Se convivem com a bondade e a consideração, aprendem o que é respeito. Se as crianças vivem com segurança, aprendem a ter confiança em si mesmas e naqueles que as cercam. Se as crianças convivem com a afabilidade e a amizade, aprendem que o mundo é um bom lugar para se viver”. (NOLTE, 2003, p.7).

A próxima pergunta, de número 8 trata da seguinte questão: como você ajuda

seus filhos (as) a terem um bom desempenho escolar? De que forma acompanha os

trabalhos da escola?

Tabela 14 - Dimensão Cognitiva referente a Pais e Mães das crianças da Educação infantil

Respostas Sujeitos Porcentagem Ajudo nas atividades escolares 7 46% Incentivo e presentes educativos 4 27% Converso sobre o dia na escola 2 13% Guardo os trabalhos que vem da escola 1 7% Na entrega dos boletins e em datas comemorativas 1 7%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Observamos que, 46% dos entrevistados (as) falam que ajudam nas

atividades escolares de seus filhos (as), segundo entrevistado (a) 2 - “Eu

acompanho quando mandam algum trabalho, daí eu olho e vejo tudo certinho”. No

segundo item, com 27% pais e mães revelam que incentivam e dão presentes

educativos comenta entrevistado (a) 14 - “desde pequeno eu sempre acostumei o

Nicolas a gostar de pintar, de escrever, de ver desenhos educativos, muitos DVDs

educativos e assim sempre que eu posso, estou fazendo alguma coisa por ele, gosto

de fazer artes, compro aquelas revistas educativas com letras, com números, tanto

que hoje ele sabe os números, escreve seu nome, pinta bem”. Seguindo, com 13%

dizem que conversam com os filhos (as) sobre a escola, conforme entrevistado/a 7-

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“Eu pergunto a ele o que ele fez, como foi o seu dia, que brincadeira ou música nova

ele aprendeu”. 7% responderam que guardam os trabalhos realizados por seus

filhos (as) nas escolas, considera entrevistado (a) 4 - “Sempre quando chegam da

escola, mostram os trabalhos eu valorizo guardando-os”. Outros 7%, indicam que

participam das festividades escolares e da entrega dos boletins de notas de seus

filhos (as), de acordo com entrevistado (a) 6 - “Quando há dias dos pais ou das

mães eu vejo, e também quando ocorre a entrega de boletins”.

A mãe que revela adquirir jogos e brinquedos educativos ao filho, nos faz

lembrar a importância desses presentes durante a aprendizagem infantil, seria

interessante que todos os pais e mães na medida do orçamento familiar, pudessem

adquirir brinquedos instrutivos que enriqueçam o desenvolvimento intelectual dos

filhos (as). Pois, quanto mais educativos forem os brinquedos, mais aprendizagem

no amplo sentido do conhecimento poderão adquirir as crianças.

No entanto, não devemos deixar de salientar que a escola também deverá dar

sua parcela de participação junto ao desenvolvimento cognitivo da criança, também,

através de itens do gênero com a organização de brinquedotecas e outros.

Seguindo essas colocações conforme Kaloustian (1994):

Tabela 15 - Dimensão Socializadora referente a Pais e Mães das crianças da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Socializa com amigos e família 5 33% Socializa com a família 4 27% Não brinca na rua, socializa com a família 3 20% Socializa na escola e com a família 2 13% Me estresso ao sair com os filhos (as) 1 7%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

“Pais e adultos devem estar informados e preparados para respeitar o momento da criança, a etapa de desenvolvimento na qual esta se encontra. A capacidade dos mais velhos deve ser estimulada para escutar aquilo que a criança está “contando”. Se a criança encontra pais e mães adultos que a enxergam, escutam, acompanham com interesse e com expectativa positiva seus passos, tornar-se-á uma criança feliz e segura”.

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A questão de número 11 de nossa entrevista trata de: Como seus filhos (as)

desenvolvem a vida social, onde eles brincam? Quem eles visitam? Tem amigos?

A família costuma passear juntos?

Porém, 33% dos entrevistados (as) revelam que as crianças socializam com

amigos e com suas famílias, conforme os dizeres do entrevistado (a) 11 -

“Costumamos passear sempre juntos, e quanto os amigos, acho que nós pais temos

que estar bem ciente com quem nossos filhos andam, ele sempre está em casa

brincando com seus amiguinhos, já na rua eu não gosto que brinque”. Já 27%,

afirmam que seus filhos (a) socializam somente com a família, vejamos o que diz o

entrevistado (a) 1 - “Amigos ele tem da rua, mas eu não deixo brincar muito e com

quem mais convive é com o avô, o tio, a tia.

Outros 20%, responderam que as crianças não brincam na rua, socializando

apenas com a família, conforme entrevistado (a) 8 -” Nós sempre passeamos junto,

amizade na rua particularmente não tem muito, passeia com a gente sempre quando

dá tempo para não ficar só em casa e naquela rotina de casa-escola, escola-casa.

“Os amigos são os primos-sobrinhos e tem esta vida social”. Para 13% a

socialização da criança se dá na família e na escola, observe entrevistado (a) 15 -

“Brincam com coleguinhas da escola, família, pais e mães”. Para finalização da

tabela, 7% relatam que não gostam de sair com os filhos (as) devido o stress que

isso causa, constatamos no entrevistado (a) 6 - “Nós a levamos para passear, mas

fico meio constrangida e passo trabalho, ela esta numa fase que quer mexer em

tudo e quando saio vou para cuidá-la e não passear, me estresso”.

É importante que Pais e mães, oportunizem espaços destinados à recreação

à seus filhos (as), é imprensidível que a criança tenha sempre a companhia de outra

criança ou melhor ainda, de outras crianças de ambos os sexos, de idade igual e

diferente, e lembrar que é um bom brinquedo para uma criança é outra criança.

Fermoso (1982), cita autores renomados do campo da sociologia, como

Natorp, Durkheim e Dewey, para o primeiro a educação individual se alcança

mediante a incorporação a vida coletiva, fora e dentro da escola, onde o trabalho é

considerado elemento básico, porque é o meio para aglutinar aos alunos (as) entre

si. Para Durkheim, criador da sociologia da educação. O homem, egoísta por

nascimento, há de sensibilizar-se socialmente pela educação, consistente na

transmissão de cultura, deterministicamente da personalidade do educando (a).

Segundo Dewey, o ambiente social é uma associação das atividades de uns

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membros da sociedade com outros e é o fator condicionante dos hábitos externos de

ação, ele completa que o ambiente social e escolar são os que moralizam o homem,

pois para ele a consciência é um produto social. A escola é para os sociólogos a

instituição que culmina a maturação social da criança, principalmente para quem no

seio familiar não tem oportunidade de conviver com pessoas estranhas. A família

sem a escola, submeteria seus membros a uma fixação afetiva. Fermoso se refere

que a socialização é um processo de interação entre a sociedade e o indivíduo,

mediante o qual este assimila as normas e costumes compartilhadas pelos membros

da sociedade e aprende a conduzir-se na forma mais comum a ela, adaptando-se e

abrindo-se aos demais.

Passamos agora para as entrevistas com pais e mães das crianças que

freqüentam o ensino fundamental.

2.1.5. PAIS E MÂES DO ENSINO FUNDAMENTAL

Tabela 16 - Dimensão Afetiva referente a Pais e Mães das crianças do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem Carinho e atenção 5 33% Cuidado, amor, incentivo e carinho 5 33% Amor, carinho e limite 2 14% Conversa 3 20%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Aqui, 33% dos pais e mães evidenciam em suas falas que o carinho e

atenção são a maior prática afetiva para com seus filhos (as), conforme entrevistado

(a) 2 - “dando bastante carinho e atenção”. Assim, cuidado, amor e carinho, estão

em segundo lugar com 33% conforme entrevistado (a) 4 - “Cuidando, oferecendo

amor e carinho, e estar firme enquanto ao ensinamento”. Para 14%, temos a

indicação de amor, carinho com mais dois componentes, o incentivo e o limite,

conforme entrevistado (a) 14 - “amor, carinho, compreensão, incentivo e limites”.

Ainda 20%, aponta que a manifestação de afeto dá-se com a conversa, comenta

entrevistado (a) 5 - “A gente procura estar presente e conversar com ela”.

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Segundo Kaloustian (1994), “A criança tem direito a viver, a desfrutar de uma

rede afetiva, na qual possa crescer plenamente, brincar, contar com paciência,

tolerância e a compreensão dos adultos sempre que estiver em dificuldade”.

Vejamos o que dizem pais e mães sobre o atendimento às necessidades

cognitivas da criança.

Tabela 17 - Dimensão Cognitiva referente a Pais e Mães das crianças do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem Acompanhando e auxiliando nas atividades escolares 6 40% Incentivando o estudo 4 27% Ajudando quando precisam 3 20% Exigindo desempenho 2 13%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Nesta tabela, observamos que, 40% dos entrevistados (as) afirmam que

acompanham e auxiliam seus filhos (as) nas atividades escolares, o que pode ser

comentado segundo entrevistado (a) 12 - “Eu ajudo pouco nas atividades escolares,

meu marido é quem ajuda mais, pois ele, é mais inteligente e tem mais dom para

ensinar. Então ele ensina a tabuada e a ler”.

Na continuação, 27% relatam que acompanham seus filhos (as) incentivando-

os nos estudos, conforme entrevistado (a) 14 - “Incentivo a leitura e ajudando nas

dúvidas”. Outros 20%, registram que ajudam quando filhos (as) precisam, segundo

entrevistado (a) 3 - “Ajudando nas coisas que ela não sabe, ela pergunta e eu

respondo as dúvidas”. Finalizando a tabela, com 13 % aparecem os pais e mães que

exigem desempenho dos filhos (as), conforme entrevistado (a) 7 - “Cobro tarefas,

leituras, trabalho, redação, sempre ligada no que eles fazem”.

Pais e mães precisam compreender sobre o desenvolvimento intelectual que

se dá nos primeiros anos escolares da criança, oferecendo-lhe ou não formação de

um jovem e adulto auto-crítico, etc. Nesse estágio, é hora de presenteá-los com

livros, indicá-los filmes e programas adequados de televisão. Assim como, também é

importante salientar, sobre os discursos em sala de aula, bem como a indicação de

materiais de apoio para tornar o conhecimento um desejo, desafio e curiosidade.

Na tabela a seguir faremos a última análise das entrevistas com pais e mães,

dirigidas a dimensão socializadora.

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Tabela 18 - Dimensão Socializadora referente a Pais e Mães das crianças do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem Socializa com a família 5 33% Socializa com amigos 4 27% Brinca em casa 2 13% Socializa com amigos, família e passeios 2 13% Socializa na escola e com a família 1 7% Socializa na escola e na igreja 1 7%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

A socialização com a família, tem maior preferência entre pais e mães,

somando 33% dos entrevistados (as), podemos confirmar com entrevistado (a) 10 -

“Passeia comigo e tem poucos amigos”. Enquanto a socialização com amigos vem

em seguida com 27%, aponta entrevistado (a) 2 - “Ela brinca com crianças da

vizinhança e tem bastante amizade”. No item que trata das brincadeiras em casa, o

total é de 13%, comenta entrevistado (a) 4 - “Ficam mais em casa e brincam em

casa, passeamos pouco”.

Também com 13%, aparece a socialização com amigos, família e passeios,

refere-se entrevistado (a) 15 - “Brinca na casa de primos e amigos, passeamos

pouco e ela passa mais na casa de nossos familiares”. Outros 7%, indicam que a

socialização da criança se dá na escola e com a família, confirma entrevistado (a) 8 -

“Só passeiam com os pais, dificilmente convivem com vizinhos ou amigos, amigos

só tem na escola. No item que traz a opção da família, em permitir a socialização de

suas crianças em dois espaços: escola e igreja, o percentual é também de 7%.

Em relação a dimensão socializadora dos alunos (as) do ensino fundamental,

ou seja, de crianças maiores é uma fase que necessita de acompanhamento da

família e da escola. As crianças nessa fase já começaram a impor um certo grau de

liberdade própria e começam também a receber as influências do mundo atual de

forma mais direta uma vez que já são alvo do consumo moderno.

Querendo ou não, pais e mães se percebem tendo que aceitar que seus filhos

(as) nessa idade, tomam decisões segundo suas próprias escolhas.

Outro aspecto a observar é que nessa fase, os professores (as), precisam

estar atentos ao comportamento de liberdade que a adolescência instiga, na qual

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respeitar a opinião dos alunos (as) é crucial, ao mesmo tempo em que o estimular a

responsabilidade nos estudos e tarefas , também é preciso.

Segundo Fermoso (1982), na idade escolar (6-12 anos) a escola é a principal

agente socializadora. Afirma que o ajuste escolar é um treinamento para adaptação

social adulta e a abertura aos demais: o papel desempenhado pelo professor (a), as

variações nos métodos de ensino, as influencias dos textos escolares, as

motivações do grupo, os níveis de aspiração e expectativas pessoais e familiares

quanto ao rendimento acadêmico, as relações livres entre os companheiros, a

construção da escala de valores, a aprendizagem de normas de conduta social.

2.2. PERFIL DOS (AS) PARTICIPANTES DA PESQUISA

Após identificarmos o que profissionais da educação, mães e pais pensam

sobre as questões que permeiam afetividade, cognição e socialização, buscamos

identificar quem são os sujeitos que revelaram seus costumes, atitudes e práticas

educativas familiares, contribuindo com nossa investigação. Nesse sentido,

elaboramos o perfil dos participantes, no qual estarão selecionados o vínculo

empregatício e formação dos profissionais da educação. Enquanto, dos pais e mães

selecionamos, a formação profissional e estado civil.

2.2.1. PERFIL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Gráfico 1 - Vínculo Empregatício

Não responderam

37%

ACT20%

Efetiva43%

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Gráfico 2 - Vínculo Empregatício

2o grau - magistério

3%Pós-Graduação

20%

Superior incompleto

33%

Superior completo

44%

Como podemos observar, 43% dos profissionais da educação infantil são

efetivos (concurso público). Enquanto, 20% são ACT (contrato temporário). Outros

37% não responderam. No item formação, com 44% revelam profissionais com nível

superior completo. Seguidos de 35% dos profissionais, que possuem curso superior

incompleto. Ainda 20%, respondem que têm pós-graduação. Por último, 3% tem o

ensino médio – magistério.

2.2.2 PERFIL DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Gráfico 3 - Vínculo Empregatício

Não responderam

13%

Efetiva30%

ACT57%

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Gráfico 4 - Formação.

Pós-Graduação

43%

2o grau - magistério

7%

Superior incompleto

7%

Superior completo

43%

Quanto aos profissionais do ensino fundamental, compõem os 57% , os

profissionais ACT (contratação de caráter temporário). Enquanto 30% compõem os

profissionais efetivos. Ainda, 13% não responderam. O gráfico 4 mostra que 43%

dos profissionais possuem curso completo e 7%, possuem curso superior

incompleto. Outros 7%, indicam os profissionais que somente cursaram o magistério,

revelando empate com nível superior completo está a pós-graduação com 43% dos

profissionais.

2.2.3. PERFIL DOS PAIS E MÃES DAS CRIANÇAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Gráfico 5 - Formação

E.M. Completo

27%

E.M. Incompleto

13%E.F.

Completo20%

E.F. Incompleto

40%

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Gráfico 6 - Estado Civil.

Solteira27%

Amasiada13%

Separada 13% Casada

47%

O gráfico 5 com o perfil dos pais e mães das crianças da educação infantil

revela que, 40% possuem o ensino fundamental incompleto e que, 20% tem este

grau de forma completa. Referente ao ensino médio, 27% dos pais e mães possuem

de modo completo, e 13%, possuem o mesmo grau de formação de modo

incompleto. Já, o gráfico referente ao estado civil desses pais e mães indicam que a

maioria deles, 47% são casados, 27% são solteiros, 13% separados e 13% são

amasiados.

2.2.4. PERFIL DOS PAIS E MÂES DAS CRIANÇAS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Gráfico 7 - Formação

E.M. Incompleto

13%

E.F. Incompleto

67%

E.F. Completo

20%

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Gráfico 8 - Estado Civil

Solteira27%

Amasiada13%

Separada 13% Casada

47%

O perfil dos pais e mães das crianças do ensino fundamental no tocante a

formação escolar aponta as seguintes indicações: 67% possuem o ensino

fundamental de modo incompleto, e, 20% possuem de modo completo. Outros 15%,

possuem o grau de formação em ensino médio incompleto. No que diz respeito ao

estado civil, as percentagens revelam que: 47% dos casais são realmente casados,

27% são solteiros, 13% são separados e 13% são amasiados.

2.3. ANÁLISE DE PERGUNTAS DO QUESTIONÁRIO E DA ENTREVISTA

RELEVANTES PARA A PESQUISA.

No anexo desta dissertação, consta o questionário e entrevista aplicados na

pesquisa. Além das categorias de análise, elencamos outras questões para

interpretação dos dados.

2.3.1. PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO

FUNDAMENTAL

Trata-se da leitura dos dados de algumas questões respondidas pelos

profissionais da educação.

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Tabela 19 - Educação Familiar segundo os Profissionais da Educação Infantil

Respostas Sujeitos Porcentagem Educação da família 20 67% Relação da família e da escola na educação do sujeito 10 33%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Profissionais da educação infantil com 67%, entendem educação familiar

como educação da família, conforme profissional 25 - “É aquela que a criança

recebe em casa, através de bons exemplos, ajudando a formar conduta das

crianças. O segundo item, aponta que 33% compreendem como relação da família e

da escola na educação do sujeito, segundo profissional 8 - “É o encontro da

educação escolar e a familiar, buscando o desenvolvimento pleno do educando”.

Tabela 20 - Educação Familiar segundo os Profissionais do Ensino Fundamental

Respostas Sujeitos Porcentagem Educação da família 22 73% Relação da família e da escola na educação do sujeito 8 27%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata-se da mesma pergunta (tabela 19). Profissionais do ensino fundamental

com 73%, indicam que educação familiar é a educação da família, comenta

profissional 5 - “É a educação recebida em casa por pais, irmãos, avós e familiares”.

Seguido com 27% dos profissionais que entenden-na como relação da família e da

escola na educação do sujeito, conforme profissional 3 - “É a integração da família,

escola e crianças como base para formação do cidadão”.

Tanto a tabela 13, quanto a 14, mostram que a respeito da educação familiar,

a maioria dos profissionais da educação infantil e do ensino fundamental indicam ser

uma educação onde cabe à família maior responsabilidade. Apesar de que,

profissionais da educação percebem que a maioria dos pais e mães estão

despreparados para lidar com a educação dos (as) filhos (as).

Quintana (1997), afirma que na educação familiar, a família lhe parece ser o

agente e responsável primordial da educação, pois possui uma força modeladora

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imensa sobre os filhos (as), em razão tanto do forte vínculo que une pais, mães,

filhos (as) e da dependência sobretudo afetiva, pelo tempo de dedicação de pais e

mães do fato de que a diferencia do professor (a) na escola, contam só com uns

poucos educandos as quais atender. Quintana refere-se a originalidade que está na

idéia de propor aos pais e mães como tema de reflexão a formação dos filhos (as).

Tabela 21 - Discussão ou conteúdo desenvolvido na graduação. Profissionais da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Não 22 73% Sim 8 27%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Apresenta a questão referente a formação inicial onde pergunta-se aos

profissionais da educação infantil se na graduação foi desenvolvida discussão ou

conteúdo que pudesse dar sustentação ao processo educacional no que se refere às

questões da família. Para 73% dos profissionais, a resposta obtida foi “Não”,

conforme profissional 18 - “Não, esse tema não foi abordado na graduação”. Já,

27% dos profissionais responderam que “Sim”, segundo profissional 14 - “Na

graduação, pontua-se sempre o conteúdo didático e em especial ao educando (a).

Referente a família, citava-se apenas os conflitos familiares como geradores de

assiduidade ou não, e o não comprometimento do ensino escolar”.

Tabela 22 - Discussão ou conteúdo desenvolvido na graduação. Profissionais do Ensino

Fundamental

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata-se da mesma pergunta (tabela 21). Para os profissionais do ensino

fundamental, 57% responderam que não tiveram discussões ou conteúdo, como

expõe profissional 7 - “Não, em momento algum o tema foi abordado”. 43% do total

mencionaram que tiveram o tema abordado na graduação, conforme profissional

Respostas Sujeitos Porcentagem Não 17 57% Sim 13 43%

TOTAL 30 100%

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25 - “É falado de um modo geral e não especificamente de um conteúdo sobre este

tema”.

Naturalmente, a discussão dos conteúdos que possam dar sustentação ao

processo educacional referente ás questões da família, devem ser tratados com

exposições, palestras, encontros, debates, reuniões e principalmente planejados

pela escola e seus profissionais, assim, como estar presente nas salas de aula dos

cursos de formação de profissionais da educação.

Dessa forma, Ramos (2002), pode contribuir: O programa para professores

(as) na formação inicial propõe o objetivo de mobilizar os recursos afetivos,

cognitivos e sociais dos profissionais para que possam desenvolver uma estrutura

relacional com pais e mães. A finalidade da formação, é suscitar nos professores

(as), o desejo de estabelecer uma interação com as famílias que se concretiza em

quatro objetivos:

• Aumentar os conhecimentos e habilidades no âmbito da educação;

• Desenvolver o conhecimento de si mesmo;

• Tomar consciência da realidade organizativa da escola;

• Detectar os condicionantes sociais do entorno da criança.

Considera que, sem uma formação prévia, os futuros profissionais da educação

têm dificuldades de enfrentar as responsabilidades e o desenvolvimento das tarefas

próprias da relação escola-família. A formação está dirigida a provocar uma

ativação interna do sujeito e não se avança com um ensino de tipo perfeito e sim é

necessário recorrer a outras estratégias formativas, “dotar de instrumentos” o futuro

profissional da educação para que disponham de ferramentas, técnicas e recursos

que lhe permitam exercer suas relações no contexto familiar e escolar. Ramos

(2002, p.159).

Tabela 23 - Atividades desenvolvidas sobre educação familiar. Profissionais da Educação Infantil.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Respostas Sujeitos Porcentagem Não 8 27% Sim 3 10% Muito Pouco 19 63%

TOTAL 30 100%

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Nesta pergunta, 27% dos entrevistados (as) responderam que “Não”, comenta

profissional 10 - “Não tivemos oportunidade de discutir sobre o assunto”. Outros 10%

dos profissionais responderam “Sim”, conforme profissional 27 - “Houve sim, mas

temas não específicos. Aparece nas reuniões por motivo de comportamento da

criança”. E em maior número, com 63%, responderam que tiveram “Muito pouco”,

afirma o profissional 16 -“Poucas discussões”.

Tabela 24 - Atividades desenvolvidas sobre educação familiar. Profissionais do Ensino Fundamental.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata-se da mesma pergunta (tabela 23). Os profissionais do ensino

fundamental em 74% dos entrevistados responderam que “não” tiveram atividades

desenvolvidas sobre educação familiar, comenta profissional 4 - “Não que eu me

lembre. Apenas nas reuniões de pais, onde discutimos alguns valores

indispensáveis a família de nossos filhos”. Seguido de 3%, responderam que “sim”

conforme profissional 27 - “Sim, mas em discussões aleatórias” e 23% do total

mencionaram que tiveram, porém, muito pouco, afirma profissional 25 - “Sim, poucas

discussões”.

Com relação às atividades desenvolvidas sobre educação familiar, entendo

que o caminho esta pautado na discussão do tema. Uma vez que o profissional da

educação, conhecedor e atento as questões familiares que permeiam sua função

enquanto ensinar crianças oriundas das mais diversas culturas, na diversidade de

formas de vida cotidiana, poderá ter maior intencionalidade nas ações educativas a

fim de que o conhecimento acadêmico chega à todos independente das estruturas

familiares.

Kñllinsky (2000, p.38), “Indica que a formação continuada e a educação para

a participação de elementos fundamentais para o processo de democratização é a

competência e a motivação para mudar a rapidez das estruturas, sem elas não

existe forma de alcançá-lo”.

Respostas Sujeitos Porcentagem Não 22 74% Sim 1 3% Muito Pouco 7 23%

TOTAL 30 100%

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Tabela 25 - Relação escola-família. Profissionais do Ensino Fundamental

Respostas Sujeitos Porcentagem Muito importante 11 37% Possibilitaria uma relação mais próxima com os pais e mães 10 33%

Ajudaria no trabalho com o aluno (a) 3 10% Auxiliaria no trabalho do professor (a) 3 10%

Contribuiria para formação do professor (a) 3 10%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Dos questionados aplicados, 37% revelam ser muito importante, como afirma

profissional 2 - “muito importante, pois assim poderíamos passar para os pais no dia-

a-dia”. Então, 33% responderam que possibilitaria uma relação mais próxima com os

pais, comenta o profissional 21 - “Penso que contribuirá para um melhor

relacionamento de professores (as) com os pais dos alunos”. 10% responderam que

ajudaria no trabalho com o aluno (a), de acordo com profissional 8 - “Acho que seria

bem interessante e iria auxiliar bastante no processo de aprendizagem de nossos

alunos”. Outros 10%, manifestaram que auxiliaria no trabalho do professor (a) como

afirma o profissional 24 -“Esta discussão pode preparar o profissional para lidar com

a família envolvendo-a no contexto do centro de educação infantil e delegando as

responsabilidades cabíveis à família”. Ainda 10%, afirmam que contribuiria para a

formação do professor (a), conforme profissional 4 - “Com certeza, nos ajudará em

nossa formação e nos possibilitará fazer repasses com mais segurança”.

Tabela 26 - Possibilidade da Educação Familiar ser discutida na sua Formação inicial e Continuada.

Profissionais do Ensino Fundamental.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Respostas Sujeitos Porcentagem Muito importante 13 44% Possibilitaria uma relação mais próxima com os pais e mães 11 37%

Não sabe se seria bom 1 3% Auxiliaria no trabalho do professor (a) 1 3%

Contribuiria para formação do professor (a) 4 13% TOTAL 30 100%

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Trata-se da mesma pergunta (tabela 25). Aplicada aos profissionais do ensino

fundamental, que obteve a seguinte indicação de percentuais: 44% responderam

que consideram muito importante a possibilidade do tema família, ser discutida na

formação inicial e continuada, como o profissional 3 - “Essencial essa discussão,

pois é muito importante a estrutura familiar para a criança”. 37% responderam que

possibilitaria uma relação mais próxima com pais e mães conforme profissional 27 -

“É necessário pois, a família esta se distanciando muito da escola”. 3% dos

profissionais responderam que não sabem se seria bom, revela profissional 1 - “Fico

um pouco indecisa, pois, o papel da escola é ensinar, alfabetizar a criança, hoje já

assumimos muito do que não nos pertence, e a educação está perdendo sua

qualidade.” Também, 3% dos profissionais relatam que auxiliaria no trabalho do

professor (a) comenta profissional 21 - “Penso que precisamos desse alicerce, pois,

a escola hoje, assumiu papéis e funções que não lhe pertence.” Outros 13%,

indicam que contribuiria para a formação do professor (a), segundo profissional 14 -

“Enfocar o tema educação familiar é primordial para a formação profissional e

pessoal”.

A educação familiar sem dúvida deve ser amplamente discutida, desde o

início da formação até os últimos dias de atuação enquanto profissional.

Na citação a seguir daremos dois exemplos: O primeiro trata de um programa

realizado pela professora Raquel Gonzalez, da universidade de Oviedo, na qual

propõe quatro objetivos:

• Discutir com os participantes as necessidades sociais e educacionais da família e

da comunidade em seu envolvimento na educação dos filhos (as).

• Identificar as necessidades de formação dos professores (as) para integrá-los á

escola.

• Informar e discutir com os participantes, experiências realizadas e a variedade de

atividades que se podem promover para o envolvimento dos pais e mães.

• Proporcionar conhecimento aos participantes de técnicas, estratégias e materiais

para pôr em prática a participação de pais e mães.

Para a autora os conteúdos se apresentam em três pontos:

a) Família-educação-sociedade: Necessidades específicas e implicação mútuas

b) Educação e intervenção comunitária.

c) Relação família-escola-comunidade: Topologia do envolvimento dos pais e mães

efeitos, metodologias, estratégias e estudo de casos.

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O segundo exemplo trata de um “Programa para a Formação de professores

(as) realizado pela Professora Eva Kñallinsky, na universidade de Las Palmas de

Gran Canária. O objetivo geral é que aluno (a) adquira uma série de conhecimentos

teóricos-práticos nos conteúdos científicos e profissionais do campo da educação

família, abrangendo catorze objetivos específicos orientados para:

Os conhecimentos das idéias básicas sobre a família e seus determinantes da

educação das crianças.

A formação de professores (as), para que possam adquirir as destrezas que

lhe capacite para converter-se em dinamizadores sócio-culturais entre o meio

escolar familiar.

Para tanto, os conteúdos são agrupados em dois blocos temáticos:

a) Família e sociedade;

b) Família e escola.

O primeiro está orientado ao sistema familiar, aos estilos educativos, da

transformação da família, da ruptura familiar e das intervenções familiares. O

segundo se dirige a participação educativa, desde diversos âmbitos, tratando de

formação de pais e mães e fracasso escolar, as relações do professor (a) com as

famílias e a formação do professor (a) em educação familiar. (RAMOS 2002, p.159-

160).

Tabela 27 - Considera positivo ou negativo o envolvimento da escola na orientação às famílias.

Profissionais da Educação Infantil.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Quanto a consideração positiva ou negativa, no envolvimento da escola à

orientação familiar para a formação e desenvolvimento dos filhos (as), os

profissionais da educação infantil responderam: Com 44% estão os que não

especificaram sua resposta, como o profissional 7 - “Positivo”. Já, 30% deles

Respostas Sujeitos Porcentagem Não especificou a resposta 13 44% Proporciona uma maior proximidade entre escola e família 9 30%

Ajuda pais e mães na educação dos filhos (as) 4 13% Importante, mas não é função da escola 3 10% Alguns pais e mães não gostam 1 3%

TOTAL 30 100%

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responderam que proporcionam uma maior proximidade entre escola e família, como

o profissional 17 - “Positiva, pois, dessa forma aproximaria mais a escola da família,

podendo assim resolver certos conflitos da criança”. Então, 13% responderam que

ajuda os pais e mães na educação dos filhos (as), como o profissional 18 - “Acredito

que algumas orientações de certa forma são necessárias, mas o desenvolvimento

dos filhos e educação é dever da família”.

Com 10% do total, tratam que é importante, mas é função da escola, como o

profissional 11 - “Até certo ponto acho positivo, pois muitas vezes não têm outro tipo

de orientação, porém, quando esses começam a jogar toda a responsabilidade na

escola, torna-se negativo”. E apenas 3%, responderam que alguns pais e mães não

gostam, como é o caso do profissional 9 - ”Eu considero positiva apesar de muitos

pais demonstrarem claramente que não estão nem aí para o que se passa com a

cabecinha de seus filhos, por isso, eu insisto, perturbo, mesmo que gere conflitos”.

Tabela 28 - Considera positivo ou negativo o envolvimento da escola na orientação às famílias.

Profissionais do Ensino Fundamental.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata-se da mesma pergunta (tabela 27), só que aplicada aos profissionais do

Ensino Fundamental. As porcentagens obtidas foram: em 40% sem especificarem a

resposta de forma clara, como o profissional 9 - “Positiva”. 27% disseram que

proporciona maior proximidade entre escola e família, como o profissional 13 -

“Positiva, pois a escola é o intercâmbio entre pais e filhos”. 20% responderam que

ajuda pais e mães na educação dos filhos (as), como o profissional 22 - “Positiva,

constitui em excelente ajuda para a família e auxilio no ato de educar, representar a

união entre família/escola/comunidade e todos os interessados na formação e no

desenvolvimento do educando”. Ainda, 13% deles responderam que é importante,

mas não é função da escola, comenta o profissional 6 - “Penso que a família precisa

Respostas Sujeitos Porcentagem Não especificou a resposta 12 40% Proporciona uma maior proximidade entre escola e família 8 27%

Ajuda pais e mães na educação dos filhos (as) 6 20% Importante, mas não é função da escola 4 13%

TOTAL 30 100%

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assumir o seu papel diante da educação dos filhos (as), haja visto que isto é papel

seu. A escola até serve de apoio”.

Grande parte dos profissionais da educação consideram que pais e mães

estão despreparados para atuar na orientação e formação dos filhos (as) nas

diversas situações cotidianas. Nesse sentido, é preciso que a escola organize a

pareceria com a família de modo a realizar sua função com eficácia, atingindo os

objetivos propostos juntamente com a comunidade escolar.

Nas palavras de Kñallinsky (2000, p.23).

Tabela 29 - Relação escola-família. Profissionais da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem

Tem de existir interação entre família e escola 11 37%

Falta comprometimento e interesse dos pais e mães em relação aos filhos (as) na escola 14 47%

A relação é ótima 2 7% Não respondeu 3 10%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

No primeiro item da tabela, aparece 47% dos profissionais respondendo que

falta comprometimento e interesse dos pais e mães em relação aos filhos (as) na

escola, como o profissional 3 - “A escola já faz um papel muito importante, o que

falta é o interesse dos pais nesta questão”. Em seguida, com 37%, mencionam que

deve existir essa interação, conforme profissional 11 - “Essa relação é de suma

importância para que possamos formar um elo que venha auxiliar na boa formação

das crianças”. 7% responderam que a relação é ótima, segundo profissional 4 -

“Ótima”. E 10% não responderam (deixaram em branco). Podemos considerar, mais

uma vez, um indicativo, de que, profissionais da educação, ainda não formaram

“ Não basta uma sensibilização e uma proposta de formação inicial e continuada para que a participação dos pais e mães no centro de educação seja uma realidade, é necessário o próprio planejamento da questão desde o sistema educativo. A família e a escola são dois pilares fundamentais do processo educativo e suas funções são complementares, por isso é importante que trabalhem juntas”.

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suas opiniões sobre o tema família, principalmente, pautados no conhecimento

acadêmico-científico. Pois, empiricamente, já existem alguns conhecimentos os

rodeando.

Tabela 30 – Relação escola-família. Profissionais do Ensino Fundamental

Respostas Sujeitos Porcentagem

Tem de existir interação entre família e escola 15 50%

Falta comprometimento e interesse dos pais e mães em relação aos filhos (as) na escola 15 50%

TOTAL 30 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata-se da mesma pergunta (tabela 29). Aqui, os profissionais do ensino

fundamental apontam em 50% que devem existir interação entre família-escola,

como o profissional 13 - “É importante, porque estão interligadas, para que aconteça

uma educação de qualidade”. Outros 50%, afirmaram que falta comprometimento e

interesse dos pais e mães em relação aos filhos (as) na escola, como lembra o

profissional 7 - “A escola está ficando com a maior parte da responsabilidade das

crianças e pais cada vez mais estão distanciando-se do cotidiano dos filhos“.

Profissionais da educação, sejam professores (as) ou gestores (as), já devem

ter percebido a necessidade da integração com a família, para atingir seus

propósitos enquanto instituição. Assim acrescenta Kñallinsky (2000 p. 34).

Assim a atividade educativa se desenvolverá atendendo, entre outros:

• A colaboração e participação de pais e mães para contribuir para melhor

execução dos objetivos educativos.

Esta realidade demanda novo marco de formação do professorado pedagogos e

outros profissionais da educação, enquadrado no princípio da educação

permanente, que leva em conta a forma integrada: o aluno (a), o professor (a) e o

“A formação dos professores, pais e mães na educação familiar é imprensidível, se queremos alcançar uma verdadeira participação democrática no âmbito educativo. {...} a participação democrática de pais e mães na escola requer uma mudança de atitudes da comunidade educativa e a transformação das práticas educativas”.

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contexto familiar em seus programas, a formação de profissionais da educação para

a colaboração e participação. (KÑALLINSKY, 1999).

2.3.2. PAIS E MÃES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO FUNDAMENTAL

Tabela 31 - Relação colaborativa entre escola e família. Pais e mães da Educação infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Existe uma cooperação entre família e escola 5 33% Tem de existir interação entre família e escola 3 20% A escola é uma extensão da família 3 20% Relação muito boa 2 13% Falta comprometimento e interesse dos pais e das mães em relação aos filhos (as) na escola 2 13%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Pais e mães com filhos (as) na educação infantil, revelam em 33% que a

colaboração existe, conforme entrevistado (a) 10 - “É muito gratificante. A gente

sempre está em parceria com a escola, participando, vendo como está a educação

dos nosso filhos”. Seguindo com 20%, na qual responderam que tem de existir essa

interação, como o entrevistado (a) 11 - “Eu acho que ambas tem que se ajudar, ter

diálogo entre as duas para o bom desenvolvimento da criança”.

Outros 20%, disseram que a escola é uma extensão da família, como o

entrevistado (a) 8 - “Acho que é importante, porque a escola é uma extensão da

família, pais por motivos profissionais têm pouco tempo de ficar com os filhos de

ficar em casa, e a escola acaba sendo parte importante nesse processo de

colaboração”. Assim, 13% responderam que essa relação é muito boa, comenta

entrevistado (a) 12 - “É boa. Eu colaboro com a escola e entendo que a escola

também colabora comigo. Se os professores precisarem de mim para conversar, né!.

Já, 13%, salientam a falta comprometimento e interesse dos pais e mães em

relação aos filhos (as) na escola, como o entrevistado (a) 4 - “São poucos os pais e

mães que colaboram com a escola. Acho que deveria ter mais participação. Devido

o pouco tempo, os pais trabalham e os filhos vão para a creche e as creches ficam

lotadas, hoje se faz filho para creche. Por isso parei de trabalhar, e pensei: agora

vou ter filho que vai ser para criar. Deveria ter mais participação dos pais. Na escola

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eu vejo a organização, os cuidados nas datas comemorativas a preocupação que

eles têm, a escola está de parabéns, os pais nem tanto, eu tento ajudar no que

posso”.

Tabela 32 - Relação colaborativa entre escola e família. Pais e mães do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem

Tem de existir interação entre família e escola 8 54% Relação muito boa 5 33% Falta comprometimento e interesse dos pais e das mães em relação aos filhos (as) na escola 2 13%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Pais e mães responderam em 54%, que deve existir interação entre família e

escola, como o entrevistado (a) 14 - “É essencial que haja, pois contribui para a

formação da criança”. Enquanto, 33% responderam que essa relação é muito boa,

como afirma o entrevistado (a) 9 - “Boa e importante”. Ainda, 13% falaram que falta

comprometimento e interesse dos pais e mães em relação aos filhos (as) na escola,

conforme entrevistado (a) 13 - “Eu acho que deve ter mais participação dos pais

junto com os professores e a equipe da escola para ter um ensinamento bem

desenvolvido”.

A reflexão sobre as leituras especializadas mostram as relações família e

escola em duas dimensões: relações de participação na gestão e funcionamento do

centro e relações de participação em atividades lúdicas , relacionadas com a

existência dos níveis de participação da família na escola.

• As relações de participação na gestão e funcionamento do centro, envolve os

pais nas decisões do centro, onde combinam o papel de gestão e formação, um

papel conflituoso que produz problemas de entendimento, desacordo, atrito.

• As relações de participação em atividades lúdicas e de colaboração supõe a

colaboração e implicação dos pais e mães nas atividades do centro (nas que

normalmente participam mais as mães), como as iniciativas comentadas que

podem alcançar melhores resultados. (RAMOS, 2002).

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Tabela 33 - Escola com relação à família. Pais e mães da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem É uma boa relação 7 47% A escola é ótima 6 40% A relação família-escola ainda pode melhorar 2 13%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Pais e mães, em 47% responderam que a relação é boa, comenta

entrevistado (a) 5 - “A relação é boa, pois eles avisam o que acontecem com os

filhos”. Assim, 40% disseram que a escola é ótima, como o entrevistado (a) 11 -

“Ótima”. Ainda, 13 % responderam que essa relação ainda pode melhorar, caso do

entrevistado (a) 7- “Acho bom, deveria mudar um pouco para melhor, ajudar-nos

mais falando do comportamento do filho para que haja essa colaboração entre

escola e família.

Tabela 34 - Escola em relação à família. Pais e mães do Ensino Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem É uma boa relação 11 73% A relação família-escola ainda pode melhorar 4 27%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata da mesma pergunta (tabela 33). Em que, 73% apontam como boa

relação entre a família e a escola, como diz o entrevistado (a) 3 - “É um

relacionamento bom. Cumpre com as necessidades.” Ainda 27% considera que a

relação família-escola pode melhorar, comenta entrevistado (a) 15 - “Falta

interatividade e mais contato entre elas”.

Fica evidente na entrevista realizada com pais e mães, que entendem, como

necessária a interação da família com a escola. É possível fazer uma leitura de que

pais e mães sentem que seus filhos (as) estão em segurança na escola, enquanto

trabalham.

Nas palavras de Ramos (2002), “a educação gira ao redor” das crianças, da

família da escola e sua interação entre ambos ambientes, dentro de um contexto

sócio-cultural mais amplo, de cujas análises surgiram necessidades educativas de

atender as finalidades do projeto educativo da escola. Este projeto educativo, é um

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documento de longo tempo onde a escola, como comunidade educativa, com umas

funções e organizações determinadas, planeja as finalidades de caráter geral, suas

características de identidade e a forma em que se vai organizar. No entanto, a

elaboração do projeto educativo não é tarefa da equipe técnica, e sim de todos que

estão envolvidos no processo educativo: instituição, professores (as) pais e mães de

alunos, municípios, comunidade, porque todos eles vão ser usuários do projeto,

portanto devem ser os criadores dos mesmos. (RAMOS, 2002, p.120 e 123).

Tabela 35 - Principais práticas que podem contar para atividade educadora. Educação infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Busco orientações com minha mãe e familiares 7 47% Me baseio na minha educação 6 40% Procuro a orientação da escola 1 7% Incentivar a leitura 1 7%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Com 47%, estão pais e mães, na qual responderam que buscam orientações

com seus próprios pais, mães e outros familiares, conforme entrevistado (a) 14 -

“Com a educação que meus pais me deram”. Já, 40% responderam que baseavam-

se em sua própria educação, como o entrevistado (a) 10 - “Sempre contei comigo

mesma”. Outros 7%, disseram que procuravam orientação para isso na escola,

como o entrevistado (a) 6 - “Os pais e a escola”. Ainda, 7% procuram incentivar a

leitura, como o entrevistado (a): “Eu sempre costumo ler historinhas para eles,

sempre costumo explicar para eles as coisas que não entendem, é o que tendo

fazer”.

Tabela 36 - Principais práticas que podem contar para atividade educadora. Pais e mães do Ensino

Fundamental

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Respostas Sujeitos Porcentagem Busco orientações com minha mãe e familiares 6 40% Me baseio na minha educação 5 33% Outras 4 27%

TOTAL 15 100%

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Pais e mães indicam em 40%, que buscam orientações com seus próprios

pais e outros familiares, comenta entrevistado (a) 4 -“Aprendi a educar com a minha

mãe”. Já, 33% responderam que basearam-se em sua própria educação, conforme

entrevistado (a) 10 - “Comigo mesma. Não contei com ninguém para aprender a

educar”. Ainda, 27% responderam outros tipos de práticas como o entrevistado (a) 9

-“A minha religião. Através dos estudos bíblicos que ensinam o que é bom e ruim”.

Em relação às práticas que pais e mães do ensino infantil e fundamental

adotam para educar seus filhos (as), percebe-se que, grande número deles buscam

orientações de geração em geração com pais e mães, e a segunda opção se baseia

na própria educação. É interessante relacionar que os modelos aplicados por esses

pais e mães são, justamente, modelos de outros tempos, de outras gerações, de

tempos atrás. E os tempos modernos? Como agir e atuar com os filhos (as)? Com

quem conversar sobre isto? Fico imaginando a importância de um serviço de

orientação para pais e mães, ou como refere-se Galli e Quintana, uma “escola de

pais”.

Para acrescentar buscou-se as palavras de Tiba (2007, p.49), “Qualquer que

seja a família o projeto racional de educação é de formar um cidadão ético, educar

não é simplesmente fazer o que se sabe, mas se atualizar, quebrando velhos

modelos equivocados”.

Tabela 37 - Orientações que gostaria de receber no seu papel de formador e educador. Pais e mães

da Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Toda orientação é positiva 6 40% Orientações sobre educação das crianças 4 27% Informações sobre o comportamento 3 20% Como trabalhar o limite com os filhos (as) 2 13%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Nesta tabela, 40% responderam que toda a orientação é positiva, conforme

entrevistado (a) 1 - “Gostaria sim , sempre é bom estar aprendendo”. 27% registram,

que gostariam de receber orientações sobre educação das crianças, como o

entrevistado (a) 6 - “Ensinar a minha filha a falar, como fazê-la dormir, como

alimentá-la da melhor forma possível”. Ainda, 20% mencionaram que gostariam de

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receber informações questões do comportamento das crianças, conforme

entrevistado (a) 10 -“De como resistir às manhas de minha filha”. Já, 13%

responderam que gostariam de receber informações de como trabalhar as questões

do limite com os filhos (as), como o entrevistado (a) 4 -“Como não ser tão rígidos

com eles”.

Tabela 38 - Orientações que gostaria de receber para ajudar no seu papel de formador e educador.

Pais e mães do Ensino Fundamental.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Trata da mesma pergunta (tabela 37). Pais e mães em 34% disseram que,

gostariam de receber informações sobre as questões do comportamento, comenta

entrevistado (a) 1 - “Do comportamento dos filhos e como lidar com criança agitada”.

Outros 33%, gostariam de receber informações sobre a educação, considera o

entrevistado (a) 15 - “Como educar sem gritar e sem agressividade”.

Outros 20%, disseram que toda orientação que receberem seria positiva

como o entrevistado (a) 10 - “Gostaria sim de receber orientações, informação nunca

é demais”. Então, 13% não gostariam de receber nenhuma informação, como o

entrevistado (a) 8 - “No momento não. Estou conseguindo controlar”. É necessário

discutir que tipo de controle é esse, mencionado pelo último entrevistado, podemos

fazer muitas leituras com essa fala.

De acordo com a pesquisa, quase todos os pais e mães gostariam de receber

orientações. Eles querem o melhor para seus filhos (as). Com base nisso, um

serviço de triagem das crianças com comportamento que mereçam intervenção,

podem ajudar na melhoria da qualidade de vida de toda a família.

Nas palavras de Minuchin (1990), podemos compreender que a família inteira

deverá desenvolver novos cuidados como ajudar nas tarefas escolares,

estabelecendo as regras sobre a hora de dormir, o tempo para estudo e lazer e

acompanhar a avaliação escolar de seus filhos (as).

Respostas Sujeitos Porcentagem Informações sobre o comportamento 5 34% Orientações sobre a educação 5 33% Toda orientação é positiva 3 20% Nenhuma 2 13%

TOTAL 15 100%

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Tabela 39 - Quanto a necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar e do processo

educativo dos filhos (as). Pais e mães do Ensino Infantil.

Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Tabela 40 - Quanto a necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar e do processo

educativo dos filhos (as). Pais e mães do Ensino Fundamental

Respostas Sujeitos Porcentagem Sim 13 87% Não 2 13%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Quanto a necessidade de fazer parte do cotidiano escolar e do processo

educativo dos filhos (as), a grande maioria dos pais e mães, tanto do ensino infantil

(73%) quanto do ensino fundamental (87%), entendem a necessidade de

participarem do cotidiano escolar das crianças. Percebem que as crianças se

alegrem com sua presença na escola, reconhecendo a participação da família no

seu espaço escolar, acompanhando e demonstrando interesse por suas atividades

educacionais.

Em contrapartida, (27%) de pais e mães da educação infantil e (13%), do

ensino fundamental, não entendem necessário esta aproximação, no caso da

resposta “Não”. Situação, que pode estar ligada a segurança que depositam na

escola ou na falta de interesse, no que seus filhos (as) realizam na escola. Podendo

ser um indicativo de passar total responsabilidade para a instituição de ensino.

Respostas Sujeitos Porcentagem Sim 11 73% Não 4 27%

TOTAL 15 100%

“Contrariamente ao que pode aparecer à primeira vista, a entrada dos filhos na escola não alivia os pais das suas tarefas parentais, nem permite qualquer espécie de “demissão desse mesmo papel como é sabido, reforço de limites não significa, desvalorização ou anulação da função; assim, escola e família têm funções complementares junto à criança, as quais, contudo, nunca podem ser entendidas como sobrepostas”. (FREDDO 2004).

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Tabela 41 - O motivo que leva a uma criança ter dificuldades na aprendizagem. Pais e mães da

Educação Infantil.

Respostas Sujeitos Porcentagem Incentivo e apoio dos pais e mães 10 63% Melhor convívio familiar e social 4 25% Empenho do Profissional 1 6% Interesse da criança 1 6%

TOTAL 16 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Tabela 42 - O motivo que leva a uma criança ter dificuldades na aprendizagem. Pais e mães da

Educação Fundamental.

Respostas Sujeitos Porcentagem Incentivo e apoio dos pais e mães 11 73% Acompanhamento clínico 1 7% Empenho do Profissional 2 13% Interação pais, mães e professores (as) 1 7%

TOTAL 15 100% Fonte: Tabela elaborada por estatístico.

Quando perguntado aos pais e mães da educação infantil (63%), e do ensino

fundamental (73%), qual o motivo que leva uma criança a ter dificuldades na

aprendizagem, eles apontam em primeiro lugar, que falta incentivo e apoio de pais e

mães. Talvez um dos motivos da falta de incentivo e apoio por parte de pais e

mães, se dá por conta da pouca interação com a escola de seus filhos (as). Se uma

criança está com dificuldade de aprender, os problemas podem estar sendo

causados por diversos fatores.

O problema pode estar somente em casa, somente na escola ou nos dois

ambientes respectivamente. Em segundo lugar, na educação infantil, com 25%,

estão os que acreditam que a criança necessita de melhor convívio familiar e social.

Ainda, em 6% estão os que defendem mais empenho do profissional da educação. E

por último, com também 6%, estão os que entendem que as dificuldades de

aprendizagem acontecem por falta de interesse da criança. Assim, precisamos saber

a causa do desinteresse da criança, problemas com a escola-professor (a),

situações complexas do convívio em casa, com pais e mães, falta alimentação,

limites, auto-estima e outros, são fatores que não podem passar em branco para os

profissionais da educação.

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Continuando, com o segundo item da tabela correspondente aos pais e mães do

ensino fundamental, mencionam em 7% que, a dificuldade de aprendizagem, pode

se dar por falta de acompanhamento clínico. Com 13%, estão os que responderam

que falta mais empenho do profissional da educação, e, por último, em 7%, estão os

que acreditam que a falta de interação pais, mães e profissionais da educação,

constituem a dificuldade de aprendizagem das crianças. Com essa tabela, podemos

perceber que pais e mães indicam fatores que entendem ser os responsáveis pela

dificuldade de aprendizagem das crianças. Também, pode-se considerar um

sinalizador, que pais e mães não estão tão desligados do cotidiano educacional

quanto os profissionais da educação relatam. Então, podemos concluir a leitura dos

dados com:

“A experiência familiar permite ou não que a criança desenvolva um processo

de aprendizagem e adquira, conseqüentemente, um conjunto de competências que

vai utilizar no exterior, em situações que exigem que assuma um papel e status

semelhantes”. (FREDDO 2004).

Então, a partir dos resultados mostrados nesta pesquisa, pode-se contribuir

para que a relação entre a escola e família se estabeleça de forma que, às crianças,

seja oportunizado o desenvolvimento pleno, dentro de perspectivas organizadas,

planejadas no que envolve essas duas instituições co-responsáveis pela criança.

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CAPÍTULO III

3.1.PROPOSTAS DA PESQUISA

De acordo com os novos conhecimentos no campo familiar em sua relação

com a escola, percebeu-se a urgência de desenvolver mais trabalhos voltados a

esta temática aos profissionais da educação, pais e mães, por isso, foram

elaboradas três propostas, cuja finalidade é a de prepará-los para proporcionar

ainda mais e melhor educação e formação das crianças. A primeira proposta é a

inserção da disciplina da Família na Formação Inicial, a segunda proposta é o tema

Família na Formação Continuada e a terceira proposta, trata-se do Programa de

Atenção, Apoio e Orientação aos Estudantes e suas famílias.

3.1.1. Proposta de inserção da disciplina família na formação inicial

nos cursos de profissionais da educação

Os pais e mães contemporâneos na concepção de Minuchin (1990), lutam

para integrar o trabalho e a vida familiar. Lembra que em tempos atrás, esses dois

mundos eram encarados separadamente: o segundo povoado por homens,

mulheres e crianças, o primeiro, o mundo do trabalho, que significava o lócus do

poder.

Para Ajuriaguerra (1982), quando a criança deixa sua família para ir à escola

significa que a partir daquele momento ela passará boa parte de seu tempo fora da

família e isso implica que os pais especialmente a mãe, aceitem esses novos

investimentos e se alegrem com isso. Entretanto, a capacidade de separação da

criança vai, assim, ser reforçada pela função de novas possibilidades afetivas,

relacionais, sociais e cognitivas. Dessa forma, há uma continuidade das regras

intrafamiliares de comunicação no processo de socialização, que se expressa

concretamente neste primeiro teste que é a escolarização.

Segundo Relvas (1996, p.114), “a escola aparece como instituição que

completa o papel educativo da família e também como instrumento social de

avaliação do desempenho das funções das famílias, embora de modo não explícito”.

Na visão de Relvas (1996), a saída de casa para ingressar na escola é o primeiro

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movimento de socialização externa, que vai contribuir decisivamente para que a

criança adquira novas expectativas e atualize suas potencialidades. Assim, permite

o acesso ao saber, ao conhecimento organizado culturalmente, fornecendo-lhe um

poder que será partilhado com o adulto. A escola considera-se responsável pela

transmissão de conhecimento aos seus alunos (as), mas, em alguns casos,

sobrecarregá-os com conteúdos que, na maioria das vezes, não tem significado para

a criança. Então, o estudo que deveria ser bom, prazeroso, torna-se um fardo para a

criança, pois, a mesma precisa estar sintonizada com o tema exposto pelo professor

(a), caso contrário, é-lhe dito que irá reprovar, mesmo que ainda falta um bom

período para concluir o ano letivo.

É necessário compreender que a escola, como espaço educativo não deve

esperar receber o aluno ideal, mas sim aquele real que tem história, experiências

anteriores e uma família da qual ele assimila uma série de valores, atributos e

legados. E, enquanto espaço de experiências de comunicação entre iguais, precisa

permitir a rivalidade, competição, funcionando como contexto e aprendizagem da

resolução de conflitos ou da implementação da solidariedade. Exercitando na escola

essas trocas, a criança desenvolve sua autoconfiança e a capacidade de enfrentar

outros obstáculos que a vida lhe impõe.

Nessa perspectiva, queremos lembrar o que foi proposto no Relatório da ONU

sobre os princípios básicos para a Educação do Século XXI, acompanhe:

[...] “a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa-espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritual: Todo ser humano deve ser preparado, especialmente graças á educação que recebe na juventude, para elaborar pensamentos autônomos e críticos e para formular os seus próprios juízos de valor, de modo a poder decidir, por si mesmo, como agir nas diferentes circunstâncias da vida”. (DELORS, 1999, p.99).

Fica evidente, à necessidade de mudanças de paradigmas nos cursos de

formação de professores no Brasil, que até aqui, na sua grande maioria, têm apenas

se preocupado com a reprodução dos conhecimentos e com o acúmulo de

informações que pouco tem para a formação profissional dos professores (as).

(BRIGHENTI; SANTOS; SILVA, 2005).

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Assim, entendemos que a formação dos docentes deve contemplar propostas

educacionais que, respeitando os pressupostos básicos da LDB 9394/96, enfatizam

a necessidade de se desenvolver os conteúdos além da dimensão conceitual,

abordando dimensões de procedimentos e de atitudes. Nesse aspecto, os

conteúdos colaboram para que alunos (as) desenvolvam capacidades e construam

competências. Para isso, o conteúdo a ser ensinado deve ser um meio para o

desenvolvimento de uma série de idéias fundamentais.

Entretanto, Thin (2006, APUD, PAIXÃO E ZAGO, 2007), afirma que não

devemos “[...] ceder ao miserabilismo, que atribuiu as dificuldades da escolarização

nos bairros populares à carência cultural ou a negligência educativa das famílias

[...]”, mas compreender que “[...] é preciso buscar na confrontação entre as lógicas

populares e as lógicas escolares as fontes das dificuldades particulares da escola e

do ensino nos bairros populares”. Isso supõe agendar tal tema entre aqueles que

devem constituir a pauta de discussões de profissionais e de futuros profissionais da

educação.

Na busca de práticas, consideradas inovadoras, se faz necessário uma ação,

um esforço conjunto entre o ensino produzido na universidade com a comunidade.

Esse esforço traz como fruto a prática do planejamento e mudanças da ação

docente, provocando uma possível reforma no ensino superior. (BRIGHENTI;

SANTOS; SILVA, 2005).

Para a finalização desta etapa de formação inicial Freire (1977, p.68), nos faz

refletir: “O educador não é aquele que somente ensina, mas aquele que, durante a

ação educativa, é também educado pelo diálogo com o educando”.

Nesse sentido, nos remete ao Relatório Delors (1999), produzido para

UNESCO, na qual, são enfatizados quatro pilares do processo de aprendizagem:

aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Nessa perspectiva, pensamos a inserção da disciplina da família como

proposta para Formação Inicial, e, apresentaremos um modelo baseado na

universidade de Aveiro–Portugal (http://www.dce.ua.pt/discilinas.asp?disciplina=79).

Trata-se da organização de uma disciplina sobre as questões da família no

contexto escolar. (O modelo não está na íntegra, possui nossas adaptações).

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Disciplina

A Família meio as transformações econômicas e sociais do presente

Característica Esta disciplina deve ser inserida no 1º semestre da grade curricular da Licenciatura em Pedagogia, ou outro curso dirigido à formação de professores (as). Pretende oportunizar aos estudiosos da educação o conhecimento da amplitude e complexidade que se dá na relação da família e da escola. Nesse sentido, oferecendo uma visão da situação atual e real, na qual, precisam estar preparados para as prováveis situações que podem surgir no entorno do campo educacional, no cotidiano escolar. Pretende ser uma disciplina de base, entre as disciplinas básicas do curso e da prática pedagógica, visa igualmente iniciar os alunos (as) à observação dos contextos escolares e do meio que está inserido.

Objetivos Atualmente, as realidades sociais são complexas e em mudanças rápidas, quase constantes, por conta disso, sua análise e interpretação passam necessariamente por dois aspectos: uma perspectiva sistêmica e de integração funcional; uma visão da mudança, da flexibilidade e do conflito. Neste sentido, é fundamental o estudo das estruturas e das funções da família e da escola, mas também das transformações que estão ocorrendo na sociedade atual e nas suas instituições, bem como a análise dos quadros sociais instáveis daí decorrentes. Os educadores (as), deverão estar atentos a estes novos quadros sociais que exigem uma compreensão dinâmica, respostas articuladas, intervenções no processo educacional com segurança e eficácia, tendo por base alguns aspectos importantes: 1. Conhecer os quadros sociais que levaram as mudanças estruturais da família. 2. Discutir a atual fase de transformação da sociedade e a emergência de novos quadros sociais; 3. Fomentar o interesse dos alunos (as) pelo conhecimento da realidade social, econômica e cultural que circunda a escola, como forma de melhor se situarem como agentes do seu desenvolvimento; 4. Analisar as Instituições escola e família quanto à sua estrutura e funções; 5. Fornecer os Instrumentos conceituais para análise da família na atualidade; 6. Analisar as novas configurações de família e seus impactos sobre a educação das crianças e sobre a escola; 7. Refletir sobre as relações entre a família, a escola e a comunidade; 8. Equacionar os processos a serem desenvolvidos pela escola e sua articulação com a família e meio envolvente;

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9. Conhecer as principais dinâmicas sócio-demográficas no Brasil e seus impactos sobre a escola. 10. Compreender a importância das Dimensões afetivas, cognitivas e de socialização no desenvolvimento da criança, observadas pela família e pela escola..

Conteúdo 1. Sociedades atuais e transformação social 1.1. Definição de Conceitos: Comunidade, instituição, Sociedade. 1.2. A emergência de novas configurações sociais 1.3. Família e escola: Instituições Centrais 2. A família na sociedade 2.1. Discussão do conceito de família 2.2. Perspectiva Sócio-Histórica da família 2.3. Transformações sócio-econômicas e novas tipologias da família 3. Formação, funcionamento e dissolução das famílias: perspectivas atuais 3.1. Casamento 3.2. O divórcio 3.3. Análise microssociológica: o lugar das crianças na família; as relações intergeracionais 4. A família como objeto de estudo: principais referências teóricas 4.1. As teorias evolucionistas: Morgan e Engels 4.2. Industrialização e família: Durkleim e Parsons 4.3. Famílias nas sociedades pós-moderna 5. Relação família escola e comunidade 5.1. Família, escola, comunidade: realidades não coincidentes 5.2. Relação escola-família: colaboração e participação 5.3. Relações entre professores (as), especialistas, gestores e o ensino.

Buscou-se fundamentação para dar suporte teórico a essa proposta de

Formação inicial, especialmente, pelo fato de consideramos um avanço para

formação dos futuros educadores (as). Baseados em autores aqui citados, e em

tantas experiências acontecendo pelo mundo nessa temática. Também com o olhar

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para a necessidade, e, mais ainda, vislumbrar a urgência de darmos por aqui o

ponto de partida, foi o que nos instigou a conhecer profundamente esta questão.

3.1.2. Proposta do tema famÍlia nos cursos de formação continuada

de profissionais da educação.

Ao entrar na escola, segundo Freddo (2004), a criança vivencia a

transferência e a expansão das normas relacionais familiares, enquanto espaço de

experiência e comunicação, permitindo trocas simétricas de rivalidade e competição.

Dessa forma, a ida da criança à escola é um momento ímpar de abertura do sistema

familiar ao mundo extra familiar. É o primeiro grande teste à capacidade relativa ao

cumprimento da função externa. Agora a família tem de se relacionar com um

sistema novo, organizado, altamente significativo, como é a escola. Entretanto,

profissionais da educação, precisam ter este conhecimento, para que possam em

colaboração e participação com a família, permitir que a passagem dessas crianças

pela escola seja efetivamente feliz, bem sucedida e de rendimento educacional.

Talvez os próprios professores (as) ainda não perceberam a parcela de

responsabilidade que possuem no desenvolvimento das crianças que passam por

suas salas de aula. E, que, o ingresso na escola pressupõe ainda, a iniciação da

criança no mundo dos adultos numa outra vertente para além da integração na

sociedade extra familiar considera Freddo (2004), que denomina “conhecimento dos

grandes”, o que é para ele como para a família, um dos movimentos visíveis na

separação e individualização. Através dele a criança pode pensar, conhecer e

reconhecer o mundo de forma mais autônoma.

É sabido que a escola é um espaço para educação formal da criança. Ela

também deve promover o desenvolvimento da criança nos aspectos emocional e

intelectual. Entretanto, Freddo (2004), chama a atenção principalmente de pais e

mães, pois, quando a criança começa a freqüentar a escola, muitas vezes, a família

tenta delegar a esta o seu papel de ensinar e educar os filhos (as), a autora relata

que algumas famílias tem a pretensão de repassar suas atribuições para a escola,

coisa que é impossível de ser cumprida, pois, são atribuições que cabem somente a

família realizar.

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Certamente, afirma Freddo (2004), que sentimentos geram emoções e podem

ser determinantes para o sucesso ou fracasso na escola, então, a escola não pode

ignorar a articulação entre afetivo e cognitivo nas atividades escolares, pois, ao

cumprir com a função de oportunizadora do conhecimento, se relaciona com outros

aspectos do desenvolvimento ligados ao cognitivo. A negação do integrar afeto e

cognição talvez seja o motivo pela qual muitas crianças fracassem na vida e na

escola.

É preciso lembrar isso, pois uma vez considerada fracassada, a criança

considera-se assim, e conduz seus atos se enquadrando nessa concepção, ou seja,

desempenha o papel que lhe é atribuído. Normalmente, refere-se Freddo (2004),

quanto pior o comportamento infantil, mais ela é censurada, punida ou rejeitada; em

conseqüência, mais profunda se torna a sua convicção interna de que é má,

incapaz. Para a pesquisadora, o mau comportamento ou o sentimento de

incapacidade crônico pode estar baseado na visão deformada do eu, atitude

certamente construída pela falta de interação positiva com suas primeiras figuras

identificatórias.

Por isso, para Freddo (2004), não há tempo a perder, temos que correr atrás

de alguns atrasos nesta história. É fato, que a escola precisa reconhecer que o

aluno (a) cognoscente tem uma família, tem sentimentos e emoções que precisam

ser consideradas. Não se trata de permitir que um aluno (a) passe de ano porque

tem dificuldade na área afetiva, mas também não reprová-lo ainda na primeira série,

sob a alegação de que a leitura não foi absorvida pela criança. A escola precisa,

tornar-se sensível às histórias familiares de seus alunos (as) para de forma

responsável, juntamente com a família, possa buscar a resolução para as

dificuldades cotidianas e assim, propiciar à criança a conquista de sua

autoconfiança, que lhe oportunizará o sucesso escolar e, conseqüentemente, o

sucesso social no futuro.

Nas considerações de Winnicott (2001), revela que a imagem que a criança

tem de si mesma são produtos dos numerosos reflexos recebidos de muitas fontes:

como o tratamento que recebe das pessoas à sua volta, o domínio físico sobre si

mesma e sobre o ambiente, o grau de realização e reconhecimento em áreas que

são importantes para ela.

Para tanto, é premente pensar o currículo diferente do atual na qual segue

modelo do século XVII, em que o conhecimento é fragmentado. Com novo olhar

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sobre o currículo proporcionaremos as crianças formas mais atraentes das

aprendizagens escolares, contribuindo para sua formação.

Nesse sentido, Alarcão (2003), refere-se a escola como espaço que precisa

de modificação total e necessita da inserção da comunidade.

Com isso, finalizamos a Proposta de Formação Continuada, mais uma vez

embasadas e fundamentadas em autores tradicionais, estudiosos e pesquisadores,

nos oportunizando novos paradigmas no campo família-escola, num viés

educacional, de desenvolvimento e de formação em sua complexa amplitude.

3.1.3. Proposta do programa de atenção, apoio e orientação aos

estudantes e suas famílias.

Transformações sociais que ocorrem principalmente nas últimas décadas,

fazem com que aumente o número de estudos, reflexões e pesquisas relacionadas à

famílias no âmbito escolar. Gotteman (1997), ressalta que vivemos uma época difícil

para os filhos (as), como também para pais e mães. Nas mudanças que estão

acontecendo em nossa sociedade ficou mais difícil às crianças aprenderem com

pais e mães os valores que costumavam ser transmitidos em tempos atrás. Assim,

partindo da realidade econômica contemporânea, no qual pais e mães precisam se

lançar ao mercado de trabalho, bem mais do que as gerações passadas, o que

significa que os mesmos estão mais ausentes, no entanto, com menos tempo

disponível para estar com seus filhos (as).

Seguindo com todas essas mudanças rumo ao campo educacional,

abordamos os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (MEC,

1997), como também os referenciais Curriculares para a Educação Infantil

(MEC,1998), como sinalizadores da importância que deve ser dada à inserção das

famílias no processo de desenvolvimento dos alunos (as). Também, autores como

Pourtois e Desmet (1992), apontam que, estudos da Psicologia consideram a

personalidade e o comportamento educativo de pais e mães como dimensões que

determinam o desenvolvimento cognitivo e sócio-afetivo de seus filhos (as).

Sendo assim, os objetivos em comum e o estreitamento nas relações entre

família e escola tornam-se essências para a formação das crianças. Algumas

questões da realidade social só podem encontrar respostas na educação preventiva

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e na atuação conjunta de pais, mães e professores (as). Na atualidade, podemos

compreender que a relação família, escola é fundamental no processo educativo,

entretanto, nem sempre essa relação acontece.

Já é sabido que, é comum a escola se queixar da ausência da família e vice-

versa. Porém, a escola promove reuniões, com o objetivo de encontrar as famílias

de seus alunos (as), afim de, fazer as considerações do desempenho e do

comportamento dos mesmos. No entanto, em muitos lugares este é o maior elo

entre as duas instituições. Então, pode-se dizer que, a família acaba afastada dos

acontecimentos na esfera escolar.

A instituição ao disponibilizar uma aproximação com a família, é necessário

pensar formas de envolver com técnicas adequadas que incentivem o encontro de

pais, mães e professores (as) num fazer ativo e participativo. É importante lembrar

que as práticas tradicionais da escola de envolver as famílias não desperta mais o

interesse na participação do processo em geral. Por esse motivo, entende-se que

em tempos atuais, é preciso que a escola faça a inovação de formas de

envolvimento das famílias, onde pais e mães passam a ser fundamental, pensando

em resultados no desempenho e no comportamento das crianças.

De acordo com Tiba (2007, p. 49), já não basta mais ser cidadão, precisa ser

ético. “E educar, não é simplesmente fazer o que se sabe, mas atualizar, quebrando

velhos modelos equivocados”. O autor pontua muito claramente, elucidando a pais e

mães a necessidade de rever alguns conceitos no entorno de formar cidadãos,

observem a seguir:

• fazer pelo filho (a) o que ele próprio pode fazer sozinho;

• deixar de cobrar obrigações que ele tem que cumprir;

• engolir contrariedades, respostas mal-educadas, desrespeito aos outros;

• permitir que o filho (a) imponha suas inadequadas vontades à todos;

• concordar com tudo que o filho (a) faz e fala só para não contrariá-lo;

• acreditar que o “filho (a) não mente” ou “ele nem sabe o que faz”;

• deixar gastar o dinheiro do lanche em figurinhas;

• assumir as responsabilidades sobre o que o filho (a) faz;

• repetir muitas vezes a mesma ordem;

• dar tapas ou surras pedagógicas;

• ser conivente com suas delinqüências;

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• aceitar notas baixas, tarefas de qualquer jeito e outras relaxos,

• terceirizar a educação dos filhos (as);

• ignorar o lixo que o filho (a) jogou no chão, etc.

Em seguida o mesmo autor pontua novos paradigmas ressaltando a

importância de pais e mães estarem atentos em relação a seus filhos (as).

• praticar o atendimento integral: parar, ouvir, ver, pensar, agir;

• respeitar os filhos (as), como seres pensantes, sensíveis, criativos, alegres,

brincalhões e essencialmente bons;

• ser pai e mãe coerentes, constantes e conseqüentes nos seus componentes e

ensinamentos aos filhos (as);

• que a família tenha um funcionamento horizontal (plano), isto é, todos tem

direitos e obrigações conforme os seus níveis de desenvolvimento físico e

mental;

• entender que a família é um time no qual cada um joga na sua posição mais

adequada para melhor desempenho da equipe;

• compreender que não há ninguém superior nem inferior a ninguém, mas há os

mais ou menos desenvolvidos em determinadas áreas;

• fazer valer o princípio da cidadania familiar;

a) ninguém pode fazer em casa o que não poderá fazer na sociedade.

b) todos tem que praticar já em casa o que terão que fazer na sociedade.

c) cuidar da terra como se fosse a própria, etc.

Vale ressaltar que Tiba (2007), dá ênfase ao respeito aos filhos (as)

destacando:

• Dar espaço para que tenham seus próprios sentimentos, sem por isso ser

julgados;

• Aceitá-los como são, mesmo que não correspondam às expectativas dos pais e

mães;

• Não julgá-los por suas atitudes. Crianças erram muito, pois é só assim que

aprendem.

São de igual relevância as contribuições de Ajuriaguerra (1982), que se refere

a participação dos pais e mães na vida da criança, afirmando, que a família, na

dinâmica das trocas intrafamiliares, desempenha papel importante. É inicialmente,

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pelas lentes dos pais e mães que a criança desenvolve o grau de motivação em

relação à escola.

Algumas mudanças acontecem na vida familiar quando nascem os filhos (as)

Aqui, citamos autores que contribuem fazendo registro das mudanças na vida

conjugal a partir do nascimento dos filhos (as): vejamos:

O nascimento de um filho (as), segundo Andolfi (2000), rompe com um

vínculo simbiótico que, em maior ou menor grau existe em todos os relacionamentos

conjugais. Lembra ainda, que a chegada de um filho (a) é a primeira experiência

irreversível da vida adulta, a qual implica em um compromisso permanente e integral

com um outro ser, que não cessa senão na morte.

Nesta reflexão, segue Relvas (1996), a criança nasce e o peso da

responsabilidade frente ao futuro impõe-se; a ansiedade de ‘não poder fazer errado’

irrompe; as corridas, a falta de tempo, o cansaço e o desencorajamento surgem,

numa tarefa, em que não é permitido desistir, é para sempre, nela não há férias

nem reformas .

Uma questão importante a respeito do que se trata nesse trabalho é trazida

por Bowlby (1997), um teórico da psicologia do desenvolvimento, cuja experiência se

dá na contribuição do surgimento da terapia familiar de atendimento as famílias, que

justamente, destaca-se por incluir, quando necessário toda a família no tratamento.

Para Bowlby, cada vez que percebia a terapia individual limitada, fazia o

chamado de alguém da família com a intenção de reduzir a tensão e de garantir a

continuidade do processo terapêutico. Fica evidente que Bowlby acreditava na

importância da interação familiar para o sucesso ou para o fracasso do sujeito.

Registros apontam que Bowlby (1981), escreveu um artigo em 1949, no qual

mostrava sua euforia por haver descoberto um novo e potente método de ajuda às

famílias (terapia familiar). Bowlby (1981), entendia que é difícil um bebê chegar a

confiar em si mesmo sem antes ter experimentado a confiança de seus pais e mães.

Com isso, a auto-estima começa a se desenvolver numa pessoa quando ela é

ainda bebê. Os cuidados e os carinhos vão mostrando à criança que ela é amada e

é cuidada. Nesse começo de vida, ela esta aprendendo como é o mundo á sua volta

e, conforme se desenvolve vai descobrindo seu valor a partir do valor que os outros

lhe dão, é quando se forma a auto-estima essencial. No entanto, continua a se

desenvolver conforme a pessoa se sente segura e capaz de realizar seus desejos e,

futuramente, suas tarefas, denominando-se auto-estima fundamental. (TIBA, 2007).

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Entretanto, Freddo (2004), acrescenta que a certeza de ser amada e

respeitada constrói o sentimento, a integridade, a estabilidade e, até mesmo, a

possibilidade de ser um líder ou apenas um seguidor. A autora, refere-se somando a

outras falas aqui registradas, que a compreensão do seu próprio valor forma a

essência de sua personalidade e determina o uso que fará de suas aptidões e

habilidades. Na verdade, um apego saudável com pais e mães constrói a auto-

confiança, que é a mola-mestra que impulsiona a criança para o êxito na vida

escolar e, posteriormente, na vida adulta.

Outros autores que tratam da auto-estima, auto-confiança, são: o primeiro

Briggs (2000), refere-se a auto-confiança, na qual se baseia em duas convicções: eu

posso ser amado; que é a certeza de ser amado pela sua existência, e eu tenho

valor; que é a certeza de poder dirigir-se com competência. O segundo,

acrescentamos Bassof (1996), por ressaltar que a percepção que os filhos (as) tem

de si próprios é coodeterminada pela imagem que os pais e mães lhe atribuem de

bons, maus, teimosos, espertos, em que os rotula.

E ainda, Andolfi (2000), acrescenta: quanto mais forte e bem entrelaçado for

o vínculo conjugal, melhor será o vínculo pais, mães, filhos (as) e,

conseqüentemente, melhor o apego. Do mesmo modo, quanto mais coerente for o

apego, mais forte e coeso será também o tecido social. Se aprofundando em tais

conseqüências, o autor considera que a interação social de um sujeito é reflexo do

seu vínculo familiar. Se em casa as coisas não andam bem, pai e mãe disputam

poder, contribuem para criar clima desarmonioso e, no desequilíbrio do lar, os filhos

(as) não encontram clima propício para a auto-confiança positiva que lhes daria

segurança.

A insegurança refletida na escola gera dificuldades de adaptação, de

aprendizagem e de interação social. O retrato imaginário que a criança faz de si

mesma pelas suas conquistas, pela relação que mantém com a família, com as

figuras de pai e mãe, forma a base de sua identidade pessoal.

Segundo Freddo (2004), a exposição de que a experiência familiar permite ou

não que a criança desenvolva um processo de aprendizagem e adquira

conseqüentemente, um conjunto de competências que vai utilizar no seu exterior em

situações que exigem que assuma um papel e status semelhantes. Assim, é a partir

da aprendizagem feita com o subsistema familiar, que ela pode relacionar-se sem

medos ou inseguranças excessivas com os professores (as) ou outros adultos que

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encontram na escola, os quais funcionam, de algum modo, como imagens refletidas

de seus pais e mães.

Para compreendermos melhor o conceito de competência buscamos em

Perrenoud:

O reconhecimento de uma competência não passa apenas pela identificação de situações a serem controladas, de problemas a serem resolvidos, de decisões a serem tomadas, mas também pela explicitação dos saberes, das qualidades, dos esquemas de pensamento e das orientações éticas necessárias. Atualmente, defini-se competência como a aptidão para enfrentar uma família de situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida, pertinente e criativa múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, micro-competências, informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio (1999, p.19).

De acordo com Freddo (2004), considera que: é necessário alertar pais e

mães para não transferirem a educação dos filhos (as) para a escola. Os

professores (as) pensam que podem substituir pais e mães, mas, quando encontram

problemas transferem a criança para outros: psicólogo, médico, psiquiatra,

neurologista e ou para orientação educacional. Assim, a criança será atendida nas

suas necessidades mínimas de sobrevivência, mas não nas necessidades afetivo-

emocionais e intelectuais. Necessidades estas, afirma a autora que cabem a família

atender.

Nesse ponto, pretende-se chegar a um dois eixos principais desse processo

de pesquisa e reflexão que é orientação de pais e mães, para que possam ajudar

suas crianças a desenvolver a auto-confiança e oportunizar-lhes que encontrem a

chave de um contexto familiar bem sucedido. Principalmente, sabendo que as

crianças são particularmente sensíveis ao estado emocional dos seus pais e mães,

lembra Freddo (2004).

No entanto, Cerveny (1984), indica que: muitos filhos (as) de forma

consciente ou não, através de suas histórias, oferecem-se para resolver o que ficou

pendente na história dos seus pais e mães. Por isso, é preciso orientar pais e mães

para que não tenham culpas do que não foi possível realizar em suas histórias. O

autor ainda menciona a importância e a urgência de fazer, o que denomina de

profilaxia com a família, referindo-se a ela como a primeira e mais importante célula

social. Trata como a responsável pela matriz dos relacionamentos humanos.

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Cerveny, ressalta ainda, que é preciso ajudar pais e mães a compreender e

acompanhar o desenvolvimento dos filhos (as) desde o nascimento à entrada da

escola até o início da vida adulta, oportunizando-lhes ter vidas pessoais e familiares

ajustadas. E com essas ações e atitudes assegurar uma sociedade mais saudável e

equilibrada .

Não poderia ser diferente a colaboração de Bowlby (1997), ao mencionar que

o apoio decidido e sistemático de pais e mães combinado com o encorajamento e o

respeito pela autonomia da criança, é o que fortalece a autoconfiança,

oportunizando condições para que ela se desenvolva melhor.

Em meio a esse conjunto de autores que defendem a importância da

orientação de pais e mães sobre a formação e educação de seus filhos (as), outro

estudioso traz suas contribuições no campo familiar, num contexto educacional, Galli

(1976, p.291), (apud Rodrigues 2004),refere-se a importância da preparação de pais

e mães para exercerem de forma adequada suas funções educativas, que deve ser

realizada através da “escola de pais” . Esta, tem como objetivo ajudar aos cônjuges

a alcançar um equilíbrio pessoal, fazendo com que a família atue com coerência e

flexibilidade, que inspire confiança e que, prepare um tipo de adolescente

fundamentado e altruísta.

Também acrescentamos os comentários sobre a “escola de pais” de Quintana

(1994), trata dessa possibilidade como um meio possível nessa complexa função de

pais e mães de formar e educar seus filhos (as). Explica que para alcançar este

objetivo, preparam tecnicamente pais e mães e lhes orientam de um modo

pedagógico sobre a problemática da educação de seus filhos (as) e de sua atitude

para os mesmos em sua função educadora. Com profissionais de várias áreas

(Psicopedagogia, Medicina, Sociologia, etc.) as escolas de pais supõe, em definitiva,

uma espécie de educação permanente e continuada para seus participantes.

Refletindo sobre o trabalho de formação de pais, de mães ou como defende

Galli (1976), (apud Rodriguéz 2004), “escola de pais”. Com a intenção de promover

encaminhamentos propositivos que minimizem os anseios da atualidade vivenciados

pelas instituições família e escola no campo da formação e educação das crianças,

é dessa forma que objetiva-se dar novo olhar as necessidades.

Diante do que foi exposto nesta pesquisa propõe-se criar dentro do Programa

de Atenção, Apoio e Orientação ao estudante e suas Famílias, uma espécie de

ramificação do Programa. Que possibilitará, com isso, diversas oportunidades as

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crianças oriundas das classes trabalhadoras, portanto, mais afetadas com a

ausência de seus pais e mães pelo mercado de trabalho e talvez com pais e mães

com maior necessidade de informações que os auxilie na educação e formação das

crianças, num viés muito especial da afetividade, da cognição e da socialização.

Vamos acompanhar a seguir, a organização desse Programa de forma ampliada, ou

ramificada.

6.3.1 Compreendendo o Programa de Atenção, Apoio e Orientação aos

estudantes.

Trata-se de um Programa que pode ser resultado da integração de quatro

Secretarias Municipais, quando é sabido, que não medem esforços para garantir as

crianças um crescimento saudável e feliz. Podem Fazem parte deste Programa as

Secretarias Municipais de Assistência Social, Saúde, Educação e Criança e

Adolescente. Assim, pautados na legislação apresentamos abaixo o que as

Diretrizes contemplam nas questões da Família na Escola.

Inicialmente, a constituição Brasileira (2000), no capítulo III, Seção I, Art.205,

faz a seguinte orientação “A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao

pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho”.

No que se refere a assistência social a Constituição prevê no Art. 203 da

Seção IV “A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar,

independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

1- a proteção a família, á maternidade, á infância, á adolescência e a velhice;

2- o amparo ás crianças e adolescentes carentes;

3- a promoção da integração no mercado de trabalho e outros”.

Sobre saúde, na Seção II, o art.196 da Constituição trata: “ como direito de

todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que

visem a redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e

igualitário á ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

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Já, na educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional prevê no

seu artigo 12 inciso VI que Articular-se com as famílias e a comunidade, criando

processos de integração da sociedade com a escola.

Quanto ao estatuto da criança e do adolescente, no capítulo 1, do direito à

vida e a saúde em seu art. 7ª - A criança e o adolescente têm direito à proteção, à

vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o

nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de

existência.

Conhecendo as diretrizes destas secretaria, temos como próximo passo é

importante elaborar uma comissão que se responsabilize pela viabilização da Rede

constituída. Pode ser: Comissão de Estudos e Planejamento das Ações

Relacionadas a Rede de Atenção, Apoio e Orientação aos Estudantes e Suas

Famílias, elaborada através de normativa garantindo o compromisso dos

integrantes e a operacionalização do Programa.

Assim, observando ações das Secretarias Municipais, envolvidas no

Programa, percebe-se que muito tem sido realizado em projetos e programas para

se aproximar das necessidades das crianças: maior participação escolar como

contraturno (atividades esportivas e artísticas fora do horário escolar), escola aberta,

participação de torneios, campeonatos internos, gincanas, eventos como dia de

talentos, dia literário, passeios de campo para estudos e pesquisas, trilhas, projetos,

nesse sentido, muitos programas são igualmente desenvolvidos, separados em suas

secretarias para atender mesma demanda – da família. Por isso, a proposta

elaborada nesta pesquisa é a integração destas secretarias, por compreender a

importância da atenção as famílias no processo educativo das crianças, de forma

integrada. Objetivando os mesmos resultados.

Então, formaríamos uma Rede de Atenção, Apoio e Orientação aos

Estudantes e suas Famílias que tem por objetivo integrar as Secretarias Municipais

numa proposta diferenciada que promoverá e oportunizará à todos as famílias um

atendimento efetivo.

Na intenção de enriquecer a elaboração exposta (BRADT, APUD, CARTER E

MCGOLDRIK, 1995), considera que a função básica da família ampliada é a de

construir recursos de apoio a outra família.

Stern (1997), define a rede de apoio vinda da família ampliada como “matriz

de apoio familiar”, entendendo que é inevitável a necessidade desse tipo de apoio

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em razão das imensas demandas que tanto a criança pequena quanto a sociedade

atribuem a mãe, sem na maioria das vezes, proporcionar-lhe a necessária

preparação e ou os meios para satisfazê-las. A função básica da matriz de apoio,

segundo Stern (1997, p.166), “é proteger a mãe fisicamente e, por algum tempo,

afastá-las das exigências externas para que ela possa se dedicar à tarefa mais

importante desse momento: manter seu bebê vivo e promover seu desenvolvimento

psicoafetivo”. A outra função básica da matriz de apoio, é psicológica e educativa, a

mãe precisa sentir que é cuidada e apoiada nas suas necessidades. Para Bowlby

(1981), as mães tem desejos de serem elas mesmas cuidadas, principalmente, por

suas mães e maridos.

Certamente, se pais e mães necessitam de uma rede de apoio para ajudá-los,

os mesmos devem compreender que não devem deixar a saúde, os cuidados e a

educação dos filhos (as) totalmente nas mãos da rede de apoio, ela deve se vista

como um auxílio diante das dificuldades, ressalta Freddo (2004). Como próximo

passo dessa Rede de Atenção, Apoio e Orientação aos Estudantes e suas Famílias,

criou-se um cronograma de desenvolvimento das ações.

Modelo de Cronograma: Rede de Atenção, Apoio e Orientação aos Estudantes

e suas famílias

Reunião com as secretarias envolvidas.

Janeiro Reunião sobre a necessidade da integração das secretarias numa

Rede.

Fevereiro

Encontros para discussão das propostas das secretarias envolvidas

no Programa da Rede.

Encontros para discussão das propostas das secretarias envolvidas

no Programa da Rede.

Março

Elaboração do Programa.

Abril Organizar nomes dos representantes das secretarias como comissão,

encaminhar a procuradoria.

Maio

Elaboração e organização do projeto, que contemple objetivos e

outros.

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Elaboração e organização do projeto.

Formar equipe multiprofissional responsável pelo encaminhamento

das solicitações oriundas dos Centros de educação infantil e Unidades

escolares, que necessitam de intervenção profissional para o aluno (a)

e suas famílias.

Convite a outros seguimentos para fazerem parte das comissões de

encaminhamentos do Programa – Conselho Tutelar, Vara da infância,

Vara da família, Ministério Público, e outros.

Encontros com diretores das unidades escolares, coordenadores dos

Centros de Educação Infantil, supervisores, orientadores e auxiliares

de coordenação. Com o objetivo de divulgação do Programa e para

tornar supervisores, orientadores e auxiliares multiplicadores deste

Programa no ambiente escolar, ou outros profissionais, conforme

combinado.

Aplicação de um instrumento para identificar demanda e necessidades

(aplicação acontecerá nos CEIs e Unidades Escolares;

Junho

Conferência Municipal do Programa da Rede - mobilizar governo,

expondo o Programa, seus objetivos e torná-lo política pública.

Recolhimento do instrumento para diagnóstico;

Início das atividades preparatórias e formativos para multiplicadores

das Unidades escolares e Centro de Educação Infantil.

1º momento: Formação dos supervisores escolares para serem

multiplicadores do Programa. Encontro mensal com direito a

certificação.

2º momento: Formação dos orientadores educacionais para serem

multiplicadores do Programa. Encontro mensal, com direito a

certificação.

3º momento: Formação dos auxiliares de coordenação para serem

multiplicadores do Programa. Encontro mensal, com direito a

certificação.

Julho

Organizar calendário de orientação as famílias nos espaços escolares

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Iniciar orientação as famílias, dentro das temáticas estudadas pela

comissão, relacionadas com a realidade local, nas escolas que seus

filhos (as) estudam.

Eixos para serem desenvolvidos com as famílias (exemplo)

Relações familiares

* Conceituação da família, constituição da família atualmente.

* Colaboração e participação da família no cotidiano escolar

* Afetividade, cognição e socialização nas relações familiares e

importância dessas relações para a vida das crianças.

Saúde dos Estudantes * Medidas de Prevenção com as famílias

* Gravidez na adolescência

* Uso de drogas

* Preconceito de cor, raça, peso

* Depressão infantil

* Hiperatividade

Violência na Escola * Indisciplina

* Bulling

* Enviar as unidades Escolares e Centros de Educação Infantil ficha

de encaminhamentos dos casos que ultrapassam os muros da

instituição escolar.

Agosto

* Esta ficha deve conter dados da criança, da família, da situação que

se fez necessário o encaminhamento para o Programa.

* Dar continuidade á Formação dos multiplicadores

* Dar continuidade á Orientação das Famílias

* Dar início as análises das fichas de encaminhamento das Unidades

e Centros de Educação Infantil.

Setembro

* Realizar os encaminhamentos conforme necessidade e fazer

acompanhamento das ações por meio das unidades escolares e

família, observando e verificando resultados alcançados.

*Avaliação do Programa com todas as comissões reunidas (registro

em ata)

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*Avaliação do Programa com todos os multiplicadores (registro

individual dos encaminhamentos)

Outubro

*Dar continuidade á Formação dos Multiplicadores

*Dar continuidade á Orientação das Famílias

*Realizar os encaminhamentos respeitando o que foi definido na

reunião de avaliação do Programa

Novembro

*Preparar questionário de avaliação das famílias envolvidas no

Programa

*Encerrar encaminhamentos juntamente com o final do ano letivo.

*Avaliação do Programa com as Comissões

*Avaliação do Programa com Multiplicadores.

*Avaliação do Programa com as Famílias atendidas através de

questionário ou entrevista.

*Relatório dos trabalhos desenvolvidos no ano que passou,

encaminhando-os as unidades escolares, centros de educação

Infantil, parcerias, Secretarias integradas...

Dezembro

*Identificar crianças envolvidas no Programa que não devem

interromper acompanhamento iniciado, garantindo, os devidos

cuidados no período de recesso escolar.

[ ]Se desenvolveram programas de Educação Familiar para proporcionar aos pais e tutores conhecimentos e orientações técnicas relacionadas com sua missão educadora e de cooperação com a ação dos centros docentes. (CABANAS, 1994).

É preciso proporcionar espaços de encontro e reflexão às famílias e à escola.

Podemos constatar que, no cotidiano escolar, percebemos que alguns pais e mães

não sabem se educam bem os seus filhos (as) e em mais de uma ocasião têm

repetido, “ninguém nos ensina como ser pais e mães da forma mais correta”. Este

problema aflige tanto a família quanto os professores (as), motivo pelo qual, como

pesquisadora insisto na colaboração e participação entre escola e família voltada

para um projeto educativo em comum.

A família como núcleo educativo formador de identidade pessoal e social

requer uma atenção pedagógica por meio da formação de pais, mães, e, a escola

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precisa atender as necessidades da comunidade com profissionais preparados para

observar e interagir nas implicações mais comuns da aprendizagem que carecem de

acompanhamento familiar, especialmente nos aspectos: cognitivo, afetivo e de

socialização.

Pais, mães e professores (as) devem conhecer os processos de

desenvolvimento afetivo, cognitivo e de socialização para adequar às práticas

educativas familiares e escolares, uma vez, considerando a criança o protagonista e

o sujeito da educação, como um ser que constitui uma unidade biológica psíquica e

social, diferente e irrepetível em contínuo desenvolvimento. Tanto professores (as)

quanto pais e mães devem estar atentos às práticas educativas na formação das

crianças. Supõe-se que, professores(as) estejam preparados para exercer com

competência a ação educativa na sua complexidade, porém, muitos pais e mães

necessitam de orientação para tal, e assim, Ramos (2002), alerta que a participação

dos pais e mães constitui uma das chaves do êxito da educação infantil. Entende-se,

que a Educação precisa considerar a família como necessidade social emergente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do foco desse estudo que é a educação familiar, visando a

colaboração e participação entre escola e família, com ênfase nas dimensões

afetiva, cognitiva e de socialização, buscou-se conhecer este universo de duas

maneiras: a primeira, foi através da pesquisa bibliográfica de modo interdisciplinar, a

segunda, foi a realização de um questionário direcionado a profissionais da

educação e de entrevista direcionada a pais e mães com filhos (as) nos centros de

educação infantil e em unidades escolares da rede pública municipal.

Através da pesquisa bibliográfica, constatou-se que a abordagem referente ao

tema da educação familiar no Brasil ainda é pouco difundida, ao contrário de outros

países como Espanha, França e Portugal, por exemplo. Portanto, essa dissertação

encontrou fundamentação teórica principalmente em autores estrangeiros como:

Ramos, Quintana Cabanas, Rodriguéz, Galli, Durning, etc.

Através do questionário verificou-se que os profissionais da educação

consideram a ausência da família nas questões escolares como sendo o principal

obstáculo para a resolução de problemas que possibilitariam melhores condições de

aprendizagens das crianças na escola.

Além disso, expressam a vontade de conhecer melhor o tema da educação

familiar, comentam que durante a formação inicial, esse tema deve tornar-se

disciplina obrigatória, sugerem que em sua formação continuada esse tema seja

mais abordado, consideram positivo o envolvimento da escola na orientação às

famílias, quanto a formação e educação das crianças. Entendem que pais e mães

não estão realizando de forma adequada suas funções educativas e, por último,

afirmam que as necessidades afetivas, cognitivas e de socialização das crianças

não estão sendo atendidas, por seus pais e mães.

Referente a entrevista, de forma mais evidente, percebeu-se que pais e mães

confiam em deixar seus filhos (as) na escola enquanto trabalham, por exemplo,

considerando-o como um ambiente seguro. E, ainda, afirmam que na relação entre

escola e família, aquela contribui mais do que esta, lembram da importância da

escola dar orientações sobre a formação e o desenvolvimento de seus filhos (as),

ao contrário do que afirmaram os profissionais da educação a respeito da ausência

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do atendimento às dimensões afetivas, cognitivas e de socialização por parte dos

pais e mães, são enfáticos: atendem essas necessidades de seus filhos (as).

Também é importante relacionar que na estrutura familiar de Itajaí, observa-se

número significativo de mulheres responsáveis pelo sustento da casa, por exemplo,

27% das mães são solteiras, vem revelando que a realidade em nossa cidade já não

é tão diferente dos grandes centros, onde, era distante dessa realidade.

Constatamos ao longo da pesquisa, que a relação escola-família se apresenta

de diferentes maneiras, no entanto, profissionais da educação, pais e mães

concordam que é uma relação importante. Um desafio, é como fazer os pais e mães

participarem de uma instituição pública, visto que, o caráter desta, é de trabalhar

para o bem da sociedade. Neste sentido, a participação na escola deve estar

sensível aos projetos locais e as variedades culturais.

Vivemos em uma sociedade multicultural e a educação e a escola devem

estar atentos para tal fato. A questão da diversidade deve estar presente nas

discussões curriculares, tanto na estruturação como na ação pedagógica. No

entanto, a educação quando abordar o conteúdo cultural, deverá também se

preocupar em não negar a cultura do aprendiz, sua identidade. Também Gramsci

(1984), chamou a atenção da escola, para que a mesma “não hipotecasse o futuro

dos alunos; nem obrigasse suas vontades, inteligências, consciências e informações

a se moverem na bitola de um trem com estação marcada”.

Nas palavras do educador francês, Bernard Charlot (2008), trata de que

“está provado estatísticamente que existe uma correlação entre o fracasso escolar e

a origem social. Mas há estudantes de famílias pobres que são muito bem

sucedidos. Se entendermos as exceções, vamos saber como melhorar essa

situação.

Nesse sentido, escola e família devem ser concebidas e analisadas dentro do

processo educativo da criança. Até a entrada na escola, o aluno (a) viveu com a

família e adquiriu um sistema de valores e um código de vida que não podem ser

ignorados. Ao entrar na escola a criança dá o primeiro grande passo na transição da

dependência para a autonomia. Pais, mães e professores (as) têm funções idênticas

(transmitir conhecimentos e promover a socialização/autonomia), com papéis

diferentes (os professores (as) estão presentes num espaço e tempo limitado).

Devemos também, refletir acerca dos limites do envolvimento dos pais na escola,

como foi motivo de preocupação para alguns profissionais da educação desta

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pesquisa. Pois, a escola, enquanto espaço de desenvolvimento da autonomia, deve

permitir alguns distanciamentos em relação a família, para que o aluno (a) promova

as suas potencialidades sociais.

Tratando-se de escolas públicas no Brasil, onde o histórico familiar de pais e

mães não é surtido de privilégios, cabe então a escola promover essa interação, já

que, a grande maioria de pais e mães é desprovida de experiências em relação a

questões que envolvam os aspectos comportamentais no desenvolvimento dos

filhos (as) de modo geral. Outro aspecto é que, a relação escola-família passa pela

idéia de que as escolas e as famílias são culturalmente desprevenidas para a

participação dos pais e mães.

Também Charlot (2008), chama a atenção das questões da violência na

escola, onde muitas vezes “os próprios pais e mães, desencadeiam situações de

violência. São pequenas situações aparentemente insignificantes, que vão

acumulando e chegam a pontos onde se instala a angustia. Mas não devemos

esquecer, que alunos (as) são os principais agentes da violência, eles são também

as principais vítimas”. Justamente a escola, como define (RIVERO, APUD.

BERTUSSI E VILARREAL, 2002). “um espaço neutralizador da violência (de

precedência jesuítica), está se convertendo em um espaço caótico onde as

violências se disparam”.

A escola precisa aceitar, que é também função do professor (a) ser

observador, intérprete perspicaz capaz de identificar as tramas que atravessam o

processo da apropriação do saber, o que acontece com as crianças enquanto

estiverem no espaço escola. Se a escola não atender à questão dos sentimentos,

das expectativas dos alunos (as) e de seus pais e mães, não estará sensível à

afetividade e, por extensão, não atenderá às exigências essenciais para uma

aprendizagem escolar de qualidade. O sociólogo Dubet (1997), registra: “Eu acho

que a escola deve ser socializadora de um modo mais democrático, muito mais

aberto. O debate não é permissividade e autoridade, eu acho que isso é um falso

debate. É preciso ter ao mesmo tempo autoridade e liberdade”.

Um aspecto relevante, é o fato de perceber a impotência da escola no

encaminhamento de questões que envolvam o desenvolvimento afetivo, cognitivo e

social da criança, por conta da carência interativa entre as instituições família e

escola.

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Deve-se lembrar aqui, que através da auto-confiança dos pais e mães,

transmitida aos filhos (as), pelos modelos de cuidados entre pais, mães e filhos

(as), a criança construirá sua auto-confiança, que é um dos quesitos importantes

para que ela explore o mundo; é uma construção que acontece no movimento

circular entre pais, mães e filhos (as). Assim, a vivência de bons cuidados e os

incentivos paternos e maternos, no sentido de que o filho (a) construa sua

autonomia, são o ponto de partida do desenvolvimento do indivíduo.

Essa dissertação traz como proposta aos profissionais da educação a

possibilidade de estudarem na formação inicial, questões específicas sobre a família

e também garantir que ela faça parte da formação continuada. Para os pais, mães e

alunos (as), é proposto um Programa denominado Rede de Atenção, Apoio e

Orientação aos Estudantes e suas Famílias. Sendo assim, esta Rede propõe

desenvolver trabalho de orientação aos pais e mães sobre a educação e formação

de seus filhos (as), uma vez que, tal necessidade ficou evidente nesta pesquisa.

Para Alarcão, a escola tem que ser uma outra escola. A escola, como

organização, tem de ser um sistema aberto sobre si mesmo e aberto à comunidade

em que se insere” (ALARCÃO, 2003). De acordo com Maurás; kayayon (APUD

KALOUSTIAN, 1994), ambos representativos do UNICEF, reforçam que A atenção à

família, através de políticas públicas adequadas, constitui-se, sem dúvida, em um

dos fatores condicionantes das transformações as quais a sociedade brasileira

aspira e um dos eixos fundamentais da política para a criança e o adolescente.

Compreendendo o valor dessa pesquisa, das informações adquiridas para o

processo educacional num todo, entendo, que aqui não se finaliza o estudo deste

tema. Assim, sugiro que novas pesquisas sejam realizadas com o objetivo de nos

mostrar as várias situações em que se encontram escola e família na parceria de

ensinar.

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ANEXOS

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ANEXO 01 – QUESTIONÁRIO

Dirigido aos Diretores, Coordenadores, Especialistas e Professores das Unidades Escolares e Centros de Educação Infantil. Função que exerce no magistério______________________________________________

Tempo de serviço___________________________________________________________ Formação__________________________________________________________________ Vínculo empregatício_________________________________________________________ Idade_____________________________________________________________________ Estado Civil________________________________________________________________ 1. O que é Educação Familiar? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Na graduação, foi desenvolvida discussão ou conteúdo que pudesse dar sustentação ao processo educacional, no que se refere às questões da família? Descreva. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3. Que temas você sugere para desenvolver a Educação Familiar como disciplina na graduação? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4. Em sua unidade de trabalho ou em curso de formação continuada já houve atividades desenvolvidas sobre Educação Familiar? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5. O que pensa sobre a possibilidade da Educação Familiar ser discutida na sua Formação Inicial e Continuada na Universidade? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6. Conhece algum autor que trata sobre Educação Familiar, que privilegia o estudo da família e de suas relações e contribuições na tarefa educativa? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7. Você já teve oportunidade de ler texto, livro, jornal, revista, internet... Sobre a Educação Familiar? Caso positivo, identifique. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8. Você considera de forma positiva ou negativa o envolvimento da escola na orientação às Famílias, quanto à formação e desenvolvimento dos filhos? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________9. Você considera que os pais, no papel de educadores, realizam sua função de forma adequada?

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______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________10. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades afetivas dos filhos? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________11. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades cognitivas dos filhos: acompanhamento das tarefas, empenho nas dificuldades, comunicação com a escola para solucionar questões da aprendizagem? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________12. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades sociais (socialização) da criança? 13. Dê sua opinião sobre a relação escola-família. ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________14. Que orientações você gostaria de receber para ajudá-lo no seu papel de educador? ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO 02 – ENTREVISTA

Realizada com pais e mães de crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental do 1º ano básico ao 4º ano. Atuação profissional ________________________________________________________ Tempo de serviço__________________________________________________________ Vínculo empregatício_______________________________________________________ Formação__________________________________________________________________ Idade_____________________________________________________________________ Estado Civil________________________________________________________________ Nºdefilhos_________________________________________________________________ 1- O que pensa sobre uma relação colaborativa entre escola e família? 2- Percebe necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar, participando

do processo educativo que seus filhos estão envolvidos? 3- Quanto tempo aproximadamente disponibiliza para maior atuação e acompanhamento

ao cotidiano escolar de seus filhos? 4- Se a escola desenvolver orientações às famílias na questão da formação e do

desenvolvimento das crianças, você participaria? Considera importante ou não? 5- Quantos filhos tem? Qual a idade? Qual o sexo? 6- Quem cuida dos filhos? Com quem ficam? Onde ficam? Passam quanto tempo fora de

casa durante o dia? 7- Qual a prática afetiva que vocês pais demonstram a seus filhos? Que forma utiliza para

demonstrar seu afeto? 8- Como você ajuda seus filhos a terem um bom desempenho escolar? De que forma

acompanha os trabalhos da escola? 9- Seu filho ou filha tem alguma dificuldade de aprendizagem? Possui alguma

reprovação? Qual série? 10- O que você considera que falte a uma criança que tenha dificuldade de aprendizagem? 11- Como seus filhos desenvolvem a vida social, onde eles brincam? Quem eles visitam?

Têm muitos amigos? A família costuma passear junto? 12- Vocês brincam com seus filhos? Como? Quando? Onde? Em que momento? Qual

brincadeira? Quanto tempo? 13- Qual a atividade que seu filho (a) desenvolve quando está em casa durante a semana

e no final de semana? 14- Todos os programas de televisão são livres? As novelas? Filmes? Até que horário?

Qual o canal de Televisão? 15- Qual horário de dormir de seus filhos? Qual o horário que precisam acordar? Acordam

com dificuldade ou facilmente? 16- Qual a refeição que seus filhos fazem melhor: café da manhã, almoço ou jantar? 17- Você sente a necessidade de estar mais presente na escola de seu filho? 18- Gostaria de participar? Como? 19- O que pensa da escola em sua relação com a família, nos dias de hoje? 20- Quais são as principais práticas que você, mãe e pai, podem contar para atividade

educadora? 21- Que orientações gostaria de receber para ajudar no seu papel de formador e

educador?

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ANEXO 03 - QUESTIONÁRIO E ENTREVISTAS - RESPOSTAS

Questionário profissionais – Educação Infantil

1. O que é educação familiar?

Prof.1 – É o encontro da educação escolar e a familiar, buscando o desenvolvimento pleno do educando. Prof.2 – É o que abrange escola X família, família X escola e sociedade em conjunto. Prof.3 – Pra mim é aquela em que vive em um conjunto: família X escola, família X comunidade, escola X comunidade. Prof.4 – É a interação com o mundo... Prof.5 – É a cultura passada de pai para filho: ou seja os conceitos e idéias a respeito e como deve ser a ética em sociedade. Prof.6 – É a cultura de pai para filho de geração em geração. Prof.7 – É a cultura passada de pai para filho de geração em geração. Prof.8 – É a cultura que é passada de pai para filho Prof.9 – É a integração da família, escola e crianças (para) como base para formação do cidadão. Prof. 10 – É o envolvimento familiar no que se refere ao âmbito educacional, fazendo com que a família exerça papel preponderante na educação, ocupando as lacunas que muitas vezes existem nesta inter-relação família-escola. Prof.11 – Acredito que seja a conscientização dos pais quanto à educação dos filhos e seu papel perante a sociedade. Prof.12 –É toda a formação que recebemos enquanto família. Moral, religiosa nível escolar Prof.13 – A responsabilidade dos pais em repassar valores a seus filhos. Prof.14 – Conjunto de regras, que envolve o bem estar de um grupo de pessoas que convivem num mesmo ambiente, dividem obrigações e necessidades (saúde, social, físico...) Prof.15 – A família tem sido , é e será a influência mais poderosa para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. Prof.16 – É a educação que toda família deve dar é em casa que as crianças tem que ser educados, ser ensinados à respeitar e cabe a escola aprimorar esses ensinamentos. Prof.17 – É aquela no qual participam pais juntamente com a escola. Prof.18 – É o envolvimento da escola com a família, um conjunto envolvendo valores, costumes, dividindo tarefas para o bem estar dos pais, crianças e educadores. Prof.19 – É a educação da responsabilidade da família. Prof.20 – É a educação que é exercida pela família. Prof.21 – É o conjunto de normas e disciplina, transmitidas de pais para filhos, configurando o bom relacionamento de todos os indivíduos para conviver em sociedade. Prof.22 – Educação familiar é tudo. É ensinar valores deveres, direito e responsabilidades. É se interessar pelo desenvolvimento de seu filho (a) é intervenção. Prof.23– “Deveria ser “ toda a orientação, exemplos e atitudes gerados dentro lar que colaborassem para o bem estar da família e da sociedade. Prof.24 – É educação com o comprometimento efetivo da família. Prof.25– É aquela que a criança recebe em casa, através de bons exemplos, ajudando a formar conduta das crianças. Prof.26 – É toda a educação e principalmente a cultura transmitida para criança de seus responsáveis em seu ambiente familiar. Prof.27 – É aquela que recebemos de nossos pais. São os bons exemplos que deles tiramos para mais tarde educar nossos filhos. Prof.28 – É aquela educação de onde deveria vir os princípios da formação moral e ética de cada indivíduo. Prof.29 – Peso que este relacionamento entre comunidade escolar, ou melhor, pais, alunos e professores, uma educação para família. Prof. 30 – É aquela que abrange escola, família e família-escola. 2. Na graduação, foi desenvolvida discussão ou conteúdo que pudesse dar sustentação ao

processo educacional, no que se refere às questões da família?

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Prof.1 – Não. Prof.2 – Por enquanto não. Prof.3 – Ainda não. Prof.4 – Sim. Prof.5 – Sabemos que a família é parte considerável na formação do sujeito, mas não no total. Prof.6 – Não. Prof.7 – Sim... Prof.8 – Não que eu me lembre. Prof.9 – Não. Prof.10 – Para dar sustentação ao processo educacional é preciso que as famílias e a escola desenvolvam uma relação harmônica com um foco específico e único que é o desenvolvimento do aluno como cidadão apto para desenvolver suas potencialidades. Prof.11 – Muito pouco , pois a graduação enfocou mais o lado pedagógico do professor e sua função enquanto educador – alfabetizador. Prof.12 – Na especialização: convivência; Demociática: família e escola Prof.13 – Pouco. Apenas pequenos debates. Prof.14 – Na graduação, pontuava-se sempre o conteúdo didático e em especial ao educando. Referente à família, citava-se apenas os conflitos familiares como geradores da assiduidade ou não; e o não comprometimento ao ensino escolar. Prof. 15 – Neste mundo paralelo em que vivem a família e a escola, a discussão ficou em torno da questão família. Como trazer a família para participar do processo escolar e qual a função social da escola e seu verdadeiro papel na sociedade atual. Prof.16 – Não foi desenvolvido ainda. Prof.17 – Ainda não cheguei a estudar nada sobre isso. Prof.18 – Não, esse tema não foi abordado na graduação. Prof.19 – Somos responsáveis para orientar, ensinar, e não para educar. Prof.20 – Até o momento não. Prof.21 – Sim, foi passado para nós que a escola é uma extensão da casa e que a educação deve vir dos pais, cabe aos professores apenas orientar a criança promovendo seu desenvolvimento e o bom relacionamento entre os amigos da escola. Prof.22 – Na grade curricular não constava este conteúdo, mas em determinados situações quando surgia o assunto eram feitos comentários referentes. Prof.23– Sim, algumas vezes houve discussões sobre a educação familiar e em 1995 já prevíamos todos os conflitos que vivemos hoje na desestruturação das família. Prof.24 – Sempre existiu discussões neste sentido, mas nada sistematizado. Prof.25– A família precisa participar plenamente da educação dos seus filhos, colaborando com as instituições. Prof.26 – Este tema não fez parte da nossa grade curricular, mais em alguns momentos foi discutido. Prof.27 – A família quando participa da educação dos seus filhos, fica fácil para as escolas trabalhar o social, emocional dessa criança. Prof.28 – Não. Prof.29 – Bem pouco. Prof.30 – Ainda não. 3.Que temas você sugere desenvolver a Educação familiar como disciplina na graduação? Prof.1 – Fundamentos metodológicos da educação familiar. Prof.2 – Educação familiar como o próprio nome diz. Prof.3 – Educação familiar. Prof4 – Sexualidade. Prof.5 – Sexualidade e cidadania. Prof.6 – A família e a escola. Prof.7 – Sexualidade – cidadania. Família escola. Prof.8 – Sexualidade, cidadania, família e escola. Prof.9 – Histórico individual do aluno; Posição da família quanto ao processo de Educação; Suporte psicológico para família e aluno em conflito social; Meios de desenvolver pais no processo atual de educação. Prof.10 – Não é preciso apenas “temas”, é preciso traçar diretrizes e metas que realmente possuam senso prático e abolir as teorias ineficientes e arcaicas que na verdade não funcionam. Prof.11 – Responsabilidade social da família.

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Prof.12 – Convivência, parceria, responsabilidade, formação… Prof.13 – Responsabilidade familiar. Prof.14 – Conflitos familiares (como interagir escola e família); Saúde (higiene, doenças infectocontagiosas); Doenças – alcoolismo, drogas, Freqüência escolar. Prof. 15 – Direito da criança, dever da família e da escola. Prof.16 – Conscientizar os pais, que eles tem um papel fundamental na aprendizagem do filho, que não cabe só ao professor ensinar. Prof.17 – Responsabilidade social familiar. Prof.18 – Como envolver a família no processo educacional. O papel da família e o papel da escola. Prof.19 – Responsabilidade familiar. Papel dos pais na escola. Prof.20 – Papel dos pais na escola. Relacionamento pais e professores. Conscientização do trabalho do professor. Prof.21 – Pais saibam dizer não. Viver e impor limites. Sim é sim, e não é não. Creio que toda criança possui a capacidade de distinguir o certo do errado precisa aprender o que pode e deve fazer. Prof.22 – Competências e responsabilidades. Valorização da família do aluno. Prof.23– Principalmente a, conscientização da importância da família na vida dos filhos. Hoje as crianças vivem a mercê das instituições de ensino que absorvem esse papel. Prof.24 – Educação e Família. Qual o papel que a família pode exercer junto ao CEI. Prof.25– Família parceria escola. Família e educação. Educação junto com a família. Prof.26 – O papel dos pais enquanto responsáveis pelas crianças em sua educação. Prof.27 – Família e Educação. Prof.28 – Responsabilidade. Bons hábitos. Conscientização Prof.29 – (Políticos públicos – palestras) – Educação familiar. Prof.30 – Educação familiar. 4.Em sua unidade de trabalho ou em curso de formação continuada já houve atividades desenvolvidas sobre educação familiar? Prof.1 – Discussões aleatórias. Prof.2 – Sim, porém sem sentido formal. Prof.3 – Sim, nos momentos que exigem, por conta de problemas que surgem no momento. Prof.4 – Não. Prof.5 – Muito pouca. Prof.6 – Não. Prof.7 – Apenas algumas discussões , mas não se pode considerar uma formação, curso ou pauta de uma reunião de forma integral. Prof.8 – Sim, bem pouco. Prof.9 – Na parte de orientação sobre saúde, higiene, cidadania, palestras e reuniões. Prof.10 – Não tivemos oportunidade de discutir sobre o assunto. Prof.11 – Apenas algumas discussões. Prof.12 – Sim, em reuniões pedagógicas, reuniões de pais no fórum municipal. Prof.13 – Apenas discussões na unidade escolar – reuniões pedagógicas. Prof.14 – Unidade trabalho, palestra com especialistas na área da saúde (fonoaudióloga, dentista, enfermeira...) pouca participação das temáticas. Prof.15 – Sim, foi trabalhado a “afetividade na aprendizagem”, a importância do educador, da família, da escola e o papel da afetividade na alfabetização. Prof.16 – Poucas discussões. Prof.17 – Infelizmente não. Prof.18 – Somente este ano de 2007 no Fórum de Ed. Infantil. Prof.19 – Sim, várias palestras abordaram de forma superficial algo sobre família. Prof.20 – Não lembro. Prof.21 – Sim, houveram palestras. Prof.22 – Ocorrem discussão sobre o assunto aleatoriamente. Prof.23– Várias vezes ocorreram discussões. Prof.24 – Não. Prof.25– Nada que fosse estudo e formação continuada, mas o assunto sempre aparece em reuniões, estudo e formação continuada. Prof.26 –Estou a pouco tempo atuando na área da educação, durante este tempo não houve. Prof.27 – Houve sim, mas temas não específico. Aparece nas reuniões por motivo de comportamento da criança.

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Prof.28 –Palestras de outros temas que por acaso discutiu a família. Prof.29 –Não. Prof.30 – Algumas discussões na reunião pedagógica por conta de problemas do cotidiano. 5.O que pensa sobre a possibilidade da Educação Familiar ser discutida na sua Formação Inicial e Continuidade na Universidade? Prof.1 – Penso que será uma troca de experiências, afinal o aluno já recebe em sua casa uma carga educativa crescimento pessoal. Prof.2 – Muito importante , pois assim poderíamos passar para os pais no dia a dia. Prof.3 – Acho muito importante, pois assim podemos passar para os pais no dia a dia . Prof.4 – Com certeza, nos ajudará em nossa formação e nos possibilitará fazer repasses com mais segurança. Prof.5 – Acho muito importante, pois ela está constantemente em nossa sala de aula, mas ainda nos faltam oportunidades de lidar com este assunto. Prof.6 – Eu acho ótimo, assim nos ajudaria a orientar melhor as famílias. Prof.7 – Penso que seria ótimo pois assim poderíamos ajudar mais as famílias. Prof.8 – Acho que seria bem interessante e iria auxiliar bastante no processo de aprendizagem de nossos alunos. Prof.9 – Muito importante , porque só passei a me dar conta disso quando percebi que sem a participação deles eu pouco posso fazer para crescer no um trabalho. Eu digo crescer como ser humano consciente, de que a criança precisa de uma estrutura familiar definida para ir adiante. Prof.10 – Acho uma boa idéia pois o tema merece destaque e deve ser tratado com mais seriedade e constância na formação dos professores. Prof.11 – Acredito que é um tema que deveria estar inserido há muito tempo. Prof.12 – Uma ótima disciplina curricular mediante as dificuldades apresentadas na sociedade hoje em dia. Prof.13 – Acredito ser essencial. Prof.14 – Desde que acentue às nossas necessidades, sei que receita não existe, mas que proporcionar estratégias para alcançar os objetivos da escola. Prof.15 – Ótimo, pois a família está transferindo a responsabilidade da educação para as instituições escolares. Prof.16 – Penso que será bom. Unindo família e escola será mais fácil a aprendizagem e educação das crianças. Prof.17 – Ótima idéia. Prof.18 – Seria de muita importância, pois os profissionais da área precisam discutir e aprender sobre o assunto. Prof.19 – Penso que será muito importante. Prof.20 – É válido, pois a escola tem que ser apoiada pela família e assim sucessivamente. Prof.21 – Penso que contribuirá para um melhor relacionamento de professores com os pais dos alunos. Prof.22 – Acho muito bom. Prof.23– Acho bom, mas não necessariamente só na formação inicial continuada ou na Universidade, precisa também dentro das famílias. Prof.24 – Esta discussão pode preparar o profissional para lidar com a família, envolvendo-a no contexto do CEI e delegando as responsabilidades cabíveis a família. Prof.25– Penso que seria muito bom, mas acho que os profissionais sabem a importância familiar, o que falta é a conscientização das próprias famílias. Prof.26 – Muito importante, pois se trata de um tema polêmico. Prof.27 – Seria muito bom, pois assim estaríamos mais interagido no assunto. Prof.28 – Seria muito interessante. Prof.29 – Ótima idéia. Prof. 30 – Eu penso que é muito importante, pois podemos passar para os pais no dia a dia. 6.Conhece algum autor que trata sobre Educação Familiar, que privilegia o estudo da família e de suas relações e contribuições na tarefa contribuições na tarefa educativa? Prof.1 – Paulo Freire. Pedagogia da autonomia. Prof.2 – Paulo Freire, Rubens Alves, Augusto Cury. Prof.3 – Augusto Cury.

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Prof. 4 – Augusto Cury. Prof.5 – Içami Tiba. Augusto Cury. Prof.6 – No momento não lembro. Prof.7 – No momento não. Prof.8 – Paulo Freire. Prof.9 – Paulo (Coelho) Freire , Icami Tiba. Prof.10 – Autor: Ivan Capelatto; Livro: diálogos sobre afetividade Autor: Augusto Cury; Livro: Pais brilhantes professores fascinantes Prof.11 – Ainda não tive oportunidade de conhecer algum. Prof.12 – Augusto Cury, Rubens Alves, Paulo Freire. Prof. 13 – Içami Tiba. Prof. 14 – Tenho lido apenas textos entregues em reuniões pedagógicas e email, onde na maioria das vezes não traz o autor. Prof. 15 – Tania Zagury: Limites sem traumas; Educar sem culpa: a gênese da ética. Prof. 16 – Não. Prof. 17 – Nunca li nada sobre o assunto. Prof. 18 – Não. Prof. 19 – No momento não lembro. Prof. 20 – Não. Prof. 21 – Sim, Içami Tiba . Os livros dele são educativos e tratam dos relacionamentos familiares. Prof. 22 – No momento não me recordo. Prof. 23– São temas tratados em vários órgãos da imprensa escrita e falada. Autor: Içami Tiba. Prof. 24 – Içami Tiba trata de alguns itens. Prof. 25– Não. Prof. 26 – Não. Prof. 27 – Não. Prof. 28 – Não. Prof. 29 – Não. Prof. 30 – Paulo Freire. 7.Você já teve oportunidade ler texto, livro, jornal, revista, internet... Sobre a Educação Familiar? Caso positivo, identifique. Prof. 1 – Livro: Pais brilhantes professores fascinantes – Augusto Cury. Prof. 2 – Sim. O livro Pais brilhantes Professores fascinantes. Prof. 3 – Pais brilhantes, professores fascinantes. Prof. 4 – Sim. Prof. 5 – Os livros de Içami Tiba revelam bastante e responsabilidade da família no sujeito. Prof. 6 – Não. Prof. 7 – Ainda não, pois tenho computador. Prof. 8 – Não. Prof. 9 – Sim. Prof. 10 – Sim, já li reportagem a respeito na revista “ NOVA ESCOLA”, mas já fez algum tempo. Prof. 11 – Já li alguns artigos, porém, não me recordo onde. Prof. 12 – Sim, revista Nova Escola, Pais brilhantes professores fascinantes, textos na internet. Prof. 13 – Livro: Quem ama educa. Prof. 14 – Textos informativos, citados no item anterior. Prof. 15 – Sim, serviu para alertar os pais, orientando-os quanto aos seus direitos, e que, controle é uma coisa séria, limite é outra, bem diferente. E, especialmente, ao usar Prof. 16 – Não. Prof. 17 – Não. Prof. 18 – Não dizer os nomes dos autores, mas já lemos textos em reuniões pedagógicos sobre este tema. Prof. 19 – Sim. Na revista Nova Escola, jornal e alguns textos. Prof. 20 – Não com esse termo “Educação Familiar” e sim qual o papel da família na escola. Relacionamento entre pais e professores. Pouca coisa, leitura superficial. Prof. 21 – Já li na Internet alguns artigos e em revistas também, como “ Nova Escola”. Prof. 22 – Sim, uma vez numa Revista “Educação Familiar como intervenção sócio-Educativa” Prof. 23– Vários. Prof. 24 – Sim, o autor Içami Tiba.

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Prof. 25– Sim, muitas famílias vêem a escola como parceria, mas muitas vêem como obrigação de educar e cuidar de seus filhos. Prof. 26 – Sim, em uma revista, mas não me recordo muito. Prof. 27 – Não. Prof. 28 – Sim , mas não me recordo. Prof. 29 – Livro : Pais brilhantes, Professores fascinantes. Prof. 30 –Sim. Pais brilhantes, professores fascinantes. 8.Você considera de forma positiva ou negativa o envolvimento da escola na orientação às famílias, quanto à formação e desenvolvimento dos filhos? Prof. 1 – Positiva, porque se ensina a criança e a mesma faz a diferença em seu meio social. Prof. 2 – Positivo. Pois a escola também tem que estar ciente da orientação das famílias, pois tudo tem que ser em conjunto. Prof. 3 – Positiva, porque escola X família formam um grande grupo. Prof. 4 – Positiva. Prof. 5 – Sim! Prof. 6 – Positiva. Prof. 7 – Positivo. Prof. 8 – Sim! Prof. 9 – Eu considero positiva apesar de muitos pais demonstrarem claramente que não estão nem aí para o que se passa com a cabecinha de seus filhos, por isso, eu insisto, perturbo, mesmo que gere conflitos. Prof. 10 – É um ponto positivo, principalmente nas comunidades que carecem de informação e onde o poder público demora a chegar. Prof. 11 – Até certo ponto acho positivo, pois muitas vezes os pais não têm outro tipo de orientação, porém, quando estes começam a jogar toda a responsabilidade na escola, torna-se negativo. Prof. 12 – A escola é uma instituição que promove a formação, porém dentro da sua capacidade, ás vezes é necessário a orientação. Prof. 13 – Acredito ser positivo se houver um entrosamento família X escola. Prof. 14 – Acredito que deve haver uma grande interação pois ambos tem como objetivo o bem estar e um bom desenvolvimento harmonioso da criança. Prof. 15 – Sim, porque a família conta com uma importante aliada nesta tarefa a “Escola”, a qual, enquanto instituição a serviço da educação, realizará tanto melhor a sua função quanto maiores forem a participação e a cooperação da família. Prof. 16 – Acho uma forma positiva, é bom a escola dar noções para os pais de como ajudar no desenvolvimento dos filhos em casa. Prof. 17 – Positiva, pois dessa forma aproximaria mais a escola da família, podendo assim resolver certos conflitos da criança. Prof. 18 – Acredito que algumas orientações de certa forma são necessárias, mas o desenvolvimento dos filhos e educação é dever da família. Prof. 19 – Em certos aspectos positivo, porém não podemos esquecer da nossa real função. Prof. 20 – Sabemos que as crianças passam boa parte do dia na escola e muitas o dia todo, por isso é importante o professor relatar para os pais sobre o desenvolvimento dos filhos Para que ambos orientam as crianças da mesma forma. Prof. 21 – Existem casos em que se faz necessários os contatos com os pais, quando a criança tem um comportamento difícil, precisamos de informações para saber como tratar a criança. Prof. 22 – Forma positiva. Prof. 23– Acho bastante interessante. Prof. 24 – Positivo. Prof. 25– Considero positiva. Prof. 26 – Positiva. Pois eu como mãe gostaria que a escola em que meu filho estuda possuísse os mesmos princípios e cultura que eu no papel de mãe passo à ele. Prof. 27 – Considera muito positiva. Prof. 28 – Positiva, pois é um caminho a ser trilhado juntos. Prof. 29 – Muito positiva. Os pais fazem parte da educação e da comunidade escolar. Prof. 30 – Positiva. Pois os pais também devem ter envolvimento de forma positiva na escola. 9.Você considera que os pais, no papel de educadores, realizam sua função de forma adequada?

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Prof. 1 – Sim, dentro das possibilidades e conhecimento que eles tem de mundo se torna adequada. Prof. 2 – Alguns talvez com muito estudo. Prof. 3 – Alguns talvez com muito estudo, orientações e conversas. Prof. 4 – Alguns... Prof. 5 – Não! Prof. 6 – Não, Precisa ter mais acompanhamento e dedicação. Prof. 7 – Nem sempre, muitos deixam a desejar, quase sempre tentam passar o seu papel como pais passando a responsabilidade para os professores. Prof. 8 – Nem sempre, muitos deixam a desejar condizendo o papel de educadores não realizando seu papel como pais e passando assim a responsabilidade para os professores. Prof. 9 – Não. A maioria não coloca a Educação dos filhos como prioridade,estão mais preocupados com o trabalho, o emprego que gera renda para sustentar esse filho. Deixam esse papel para os educadores. Que ela deve ser de interesse de todos; Educadores, pais, orientadores, psicólogos (se houver na unidade, ou que esteja Prof. 10 – A resposta, assim como a pergunta é relativa pois existem pais e “pais”, para os pais que não realizam sua função a escola deve preencher estas lacuna. Prof. 11 – Na realidade em que vive a sociedade atualmente, os pais estão esquecendo de ensinar aos seus filhos os valores que irão fazer a diferença em suas vidas, que irão ajudá-los a crescer como seres humanos. Prof. 12 – Percebo que é complexo julgar. Prof. 13 – Os pais se sentem muito culpados por não terem muito tempo com os filhos e esquecem de dar limites. Prof. 14 – Muitas vezes, a família responsabiliza a escola de também dar conta de um papel que é seu...Porém, dados tentam fazer o melhor, ninguém educa para errar. Prof. 15 – Apesar da família ter papel insubstituível e determinante na educação de seus filhos, os pais não estão realizando o papel de bons educadores, muitas vezes falta limites, o que dificulta o papel da escola. Prof. 16 – Cada família tem sua forma de educar. Há aquelas que realizam a função de forma adequada outras não. Não tem como generalizar. Prof. 17 – Em alguns casos sim, mas na maioria não. Prof. 18 – Existem pais muito responsáveis, mas ultimamente a grande maioria está deixando todas as funções para a escola, que pode ser, pelo fato da criança iniciar tão cedo na Ed. Infantil. Prof. 19 – Depende a forma em que vivem. Prof. 20 – Alguns sim outros não, depende de como a família é formada ou em que contexto está inserida. Prof. 21 – Em 55% sim, porém tem 45%que não estão estruturados em uma única família para educar os filhos de forma adequada, como casais que já estão no 2º ou 3º casamento e os filhos são criados em mundo diferentes. Prof. 22 – Não podemos generalizar, nem tudo é ruim alguns pais realizam muito bem sua função, no papel de educadores. Prof. 23– Não, e considero esse papel cada vez mais perdido. Prof. 24 – Em certas ocasiões não. Prof. 25– Nem todos realizam esta função, alguns preferem os seus filhos nas instituições o que na sua própria casa. Prof. 26 – Muitos pais realizam, outros acham que essa função é da escola. Acho que isso varia muito o meio de sociedade e cultura que esses pais possuem. Prof. 27 – Não, a educação hoje deixa a desejar bastante. Os pais acham que a educação tem que vir da escola. Prof. 28 – Na grande maioria, não. Prof. 29 – Com estudos, talvez.Prof. Prof. 30 –Alguns. Talvez com muito estudo e orientação, talvez consigam. 10. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades afetivas dos filhos? Prof. 1 – Percebo que cada vez mais o professor tem que desenvolver este papel, os pais muitas vezes não vêem seus filhos acordados, isso implica na troca de carinho, sendo o professor o mediador dessa necessidade. Prof. 2 – Algumas tratam com bastante afetividade, outras deixam a desejar, pensam que isso tem que ter só na escola, creches.

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Prof. 3 – Alguns dão carinho até demais, outros esquecem até que a criança existe. Prof. 4 - Casos e casos, o que mais se vê são famílias sem estrutura familiar é por isso que nós como educadoras procuramos fazer um atendimento. Prof. 5 – Os pais atualmente têm deixado a desejar, pois a maioria não tem participado da educação; o diálogo e a conversa, quase não existem. Prof. 6 – Eles querem que os professores assumam esse papel. Prof. 7 – Os pais querem os professores assumam esse papel. Prof. 8 – Vejo que muitos dos pais querem que os professores tenham obrigação e responsabilidade com seus filhos, eles acham que o que fizemos por eles é pouco. Prof. 9 – Muito precário. Há famílias muito desestruturadas, filhos que se quer convivem com s pais. São poucos que percebo que tem uma boa estrutura familiar e relação de amor, carinho e comprometimento com os filhos. Prof. 10 – É importante o papel dos pais e mães em todos os campos de desenvolvimentos de seus filhos. Prof. 11 - Na carreira do trabalho, o afeto está em segundo plano, o afeto, está em segundo plano, fazendo com que os filhos sintam-se carentes e, conseqüentemente, revoltados. Prof. 12 – Deixa a desejar mediante ao tempo da necessidade de envolvimento no trabalho. Prof. 13 – Alguns tentam compensar afetividade comprando presentes e deixando filhos fazerem o que querem. Prof. 14 – Com a correia de dia a dia, a “vontade” de dar o melhor aos filhos, o relacionamento afetivo acaba ficando em segundo plano. Prof. 15 – Percebe-se que a afetividade, apoio e cuidados dos pais são comportamentos decisivos para o desenvolvimento da maturidade, da independência, da competência, da autoconfiança e autonomia da criança. Prof. 16 - Tem mães que atendem as necessidades dos filhos outras não. Cada caso é um caso. Prof. 17 – Às vezes deixam a desejar. Prof. 18 – Os pais argumentam que não tem tempo devido à carga horária de trabalho e assim não dão o devido atendimento necessário aos filhos. Prof. 19 – A desejar. Prof. 20 – Quanto mais horas de trabalho dos pais, percebo que a criança é carente de afetividade, pois muitas crianças chegam às sete horas da manhã nos CEI e vão embora às sete da noite. O que fazem em casa é dormir. Prof. 21 – O correto é dar a criança o máximo de atenção, e para os pais que trabalham o importante é qualidade de relacionamento no tempo livre e não a quantidade. Prof. 22 – Não existe 100%, ás necessidades não tem o mesmo peso. Percebo que todas as crianças são muito amadas e queridas (cada um tem um jeito diferente de ser afetivo). Prof. 23 – Hoje na Educação Infantil a maioria dos pais costuma deixar esse trabalho para os educadores. Prof. 24 – Em alguns casos negligentes. Prof. 25 – Alguns suprem esta necessidade muito bem, outros deixam para a escola suprir tal necessidade. Prof. 26 – Hoje em dia alguns pais deixam estas necessidades afetivas a desejar incluindo-as como papel da escola. Prof. 27 – Alguns nos dão algum suporte, outros deixam a desejar e bastante. Prof. 28 – percebo que eles deixam muito a desejar. Prof. 29 – Muitos tratam a afetividade com limite. Prof. 30 – Uns tratam com muita afetividade outros deixam a desejar. 11. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades cognitivas dos filhos: acompanhamento das tarefas, empenho nas dificuldades, comunicação com a escola para solucionar questões da aprendizagem? Prof. 1 – Diante da realidade em que trabalhamos, muitas crianças não recebem atenção dos pais quanto a necessidades cognitivas, deixando para a escola resolver. Prof. 2 – São poucos aqueles que se preocupam, pois diante de nossa realidade, tem pais que não mandam nem mochila imagine olhar as tarefas. Prof. 3 – São poucos, pois há crianças que vem para o CEI sem o seu próprio material. Prof. 4 – É bem relativo... Prof. 5 – Muito ruim.

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Prof. 6 – Existe uma falta de responsabilidade dos mesmos, eles querem que o professor assuma tudo nem olham os cadernos das crianças. Prof. 7 – Muitas vezes não acompanham ou por razões de não receberem ou a desculpa do trabalho. Prof. 8 – Muitas vezes os pais não acompanham o empenho de seus filhos com a desculpa de que estão trabalhando muito, não contribuindo na aprendizagem de seus filhos. Prof. 9 – Pelas reuniões de pais e professores que promovemos durante o ano, mais da metade não demonstra interesse. Prof. 10 – Poucos pais acompanham o processo de aprendizagem dos filhos, falha comprometimento com o assunto, consciência do papel que é dever da família esta tarefa e estabelecer uma relação de parceria com a escola, muitos conflitos em sala de aula serão superadas. Prof. 11 – Se já lhes falta tempo para dar afeto, que tempo acharão para acompanhar as tarefas? Prof. 12 – Pouco envolvimento. Prof. 13 – Muito ausentes, alguns preferem fazer para os filhos, pois isso dispensa menos tempo. Prof. 14 – Grande parte das famílias ausentes, o importante é alguém para cuidar e alimentar os seus filhos. Comparecem pouco na escola e quando chamados apenas escutam e não agem. Tarefas muitas vezes não voltam, quando acontece alguém faz para eles. Prof. 15 – Atualmente a família encontra-se um tanto omissa as responsabilidades. Prof. 16 – Acredito que os pais tentam realizar, da melhor maneira, o atendimento as necessidades dos filhos. Prof. 17 – Em muitos casos não oferecem o acompanhamento que a criança necessita. Prof. 18 - Os pais argumentam que não tem tempo devido à carga horária de trabalho e assim não dão o devido atendimento necessário aos filhos. Prof. 19 – Bem distantes, na realidade em que eu trabalho. Prof. 20 – Regular. Muitos não auxiliam nas realizações de tarefas e não comparecem em reuniões. Prof. 21 – percebo que os pais procuram acompanhar as necessidades dos filhos apenas quando a escola chama e orienta. É raro um pai ou uma mãe que vem a escola de livre e espontânea vontade questionar sobre os filhos e suas dificuldades. Prof. 22 – Quanto ao desenvolvimento cognitivo e motor não são muito valorizados. Existem variações, mas que não considero ruins. Prof. 23 – Não, são raros os pais que tem esse comprometimento. Prof. 24 – Os pais da Educação Infantil não consideram fatores cognitivos, somente assistenciais. Prof. 25 – Percebo pouca participação. Prof. 26 - Há muito pouco acompanhamento, quase nenhum interesse. Prof. 27 – Existe pouca participação dos mesmos na educação de seus filhos. Prof. 28 - Percebe-se que esta é uma função também dos pais, deixando mais as responsabilidades para os CEIS. Prof. 29 – Penso que muitos pais estão em envolvimento com seus filhos. Prof. 30 – Tem aqueles que vêem sem material e até mesmo sem suas atividades feitas. 12. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades sociais (socialização) da criança? Prof. 1 – Falta esse compromisso dos pais, que muitas vezes essa criança tem acesso na escola, sua socialização se dá com os educadores em aula passeio. Prof. 2 – Se não se preocuparem com á escola, imagine com as necessidades sociais dela, falta compromisso, educação e muitos outros. Sua socialização se dá somente na escola. Prof. 3 – São raros os que dão atendimento às necessidades, pois se não dá afeto, não tem responsabilidade vai dar socialização como e onde. Prof. 4 – _____________________//____________________//____________________ Prof. 5 – Os pais ainda não possuem a visão socializadora, as crianças brincam por brincar, sem intenção. Prof. 6 – ____________________//____________________//_____________________ Prof. 7 - ____________________//____________________//_____________________ Prof. 8 - ____________________//____________________//_____________________ Prof. 9 – Pelas reuniões de pais e professores que promovemos durante o ano, mas da metade não demonstra interesse. Prof. 10 – É relativo, depende do grau de instrução dos pais e da forma que o mesmo foi criado. Percebe-se que os pais estão cada vez mais deixando de lado ou repassando para a escola esta função, pelo fato de estarem sobrecarregados pelo trabalho, extremamente preocupados em garantir o sustento dos filhos que acabam esquecendo desta importante tarefa.

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Prof. 11 – Essa responsabilidade está sendo jogada para a escola. Prof. 12 – Primordial. Prof. 13 – Estão repassando essa responsabilidade para a escola. Prof. 14 – Parece-me tudo muito frio, a preocupação maior, como já citei é em relação aos cuidados e boa alimentação, deixando toda responsabilidade com a escola. Prof. 15 - ________________//______________________//______________________ Prof. 16 – É necessário que eles conversem com os filhos pra saber como eles estão na escola, como são seus amigos, as professoras, para poder saber como a criança se sente na escola. Prof. 17 – Bom. Prof. 18 - Os pais argumentam que não tem tempo devido à carga horária de trabalho e assim não dão o devido atendimento necessário aos filhos. Prof. 19 – Regular. Depende da renda familiar (nível social). Prof. 20 – A maioria das crianças que eu trabalho ficam o dia todo no CEI desta forma não sei informar quais tipos de socialização que as mesmas fazem final de semana. Prof. 21 - Na medida do possível e dependendo da renda familiar as crianças são levadas sim para passeios, como: shopping, praia, casa de parentes, etc... Prof. 22 – As necessidades sociais não são muito valorizadas, existem variações, mas que não considero ruins. Prof. 23 – A maioria se conseguisse deixaria seus filhos nas instituições de ensino enquanto eles estariam passeando ou freqüentando as praias. Prof. 24 - Os pais da Educação Infantil não consideram fatores cognitivos, somente assistenciais. Prof. 25 – Boa participação. Prof. 26 – Boa participação. Prof. 27 – Os pais estão mais integrados na participação de seus filhos nas instituições. Prof. 28 – Ao meu ponto de vista, acho que a grande maioria não se importa muito. Prof. 29 – Caminham devagar, muitos ainda não ficam inertes. Prof.30 – Falta este compromisso dos pais, que muitas vezes só vem ao parque quando estão na escola. 13. Dê sua opinião sobre a relação escola-família. Prof. 1 – Acredito que vai melhorar à partir do momento que a família se comprometa com a escola através das reuniões, APPs, conselho escolar, melhorando a relação entre escola e família. Prof. 2 – O atendimento da escola é excelente, pois todas se preocupam com as crianças, o que falta é interesse, pode até ser falta de tempo; mas na minha opinião sempre tem que tirar um tempo para nossas crianças que são o futuro da amanhã. Prof. 3 – A escola já faz um papel muito importante, o que falta é o interesse dos pais nesta questão. Prof. 4 – Ótima. Prof. 5 – A escola tem o papel de educar para uma ética social, contribuindo assim na formação de um caráter e indivíduo(sujeito) responsável. Prof. 6 – Os dois tem que caminhar juntos. Prof. 7 –Escola e família – ambos tem que andar juntos. Prof. 8 – Ambos tem que ter o mesmo objetivo para que se possa alcançar métodos. Prof. 9 – Que ela deve ser do interesse de todos; educadores, pais, orientadores, psicólogos ( se houver na unidade, ou que esteja a disposição, e que seja colocada em prática). Prof. 10 – Ainda nos dias de hoje é possível notar a dificuldade que a escola temem trazer a família ao ambiente escolar, pelo fato dos pais trabalharem e não terem tempo de acompanhar o desenvolvimento, crescimento e a socialização de seus filhos na vida escolar. Prof. 11 – Essa relação é suma importância para que possamos formar um elo que venha auxiliar na boa formação das crianças. Prof. 12 – Complexa. Prof. 13 – É muito importante na formação das crianças. Prof. 14 – Na visão deles a escola deve assumir sozinha o papel de cuidar e educar, ficando a família com o de doar os “bens de consume”. Prof. 15 – Não será possível planejar e executar o processo de educação escolar independente da questão familiar, é preciso trazer a família para participar do processo ensino-aprendizagem na escola. Prof. 16 – Acredito que a relação escol-família tem que ser de parceria. Os dois juntos devem fazer o que for melhor para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Prof. 17 – Precisa ser vista com mais atenção.

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Prof. 18 – É uma relação essencial para a formação do criança. Prof. 19 – Muitos não se interessam pela verdadeira função do CEI. Prof. 20 – Dependendo dos pais é boa , mas a grande maioria acha que nós estamos ali para “cuidar “ dos seus filhos e ponto final. Muitos não respeitam a nossa função, a função da escola ou CEI. Prof. 21 – A relação escola-família se faz necessária para criar um elo na educação da criança e a cada ano que passa nó podemos perceber que este é o caminho a seguir para orientar pais e filhos no convívio social. Prof. 22 – A minha relação com meus pais é muito boa. Percebo que os mesmos valorizam nosso trabalho. Obs: As paradas para a formação continuada para eles é um problema, não sabem eles o quanto precisamos delas para recarregar as energias e aperfeiçoar nossos conhecimentos. Prof. 23– Muito importante que haja, pois o apoio de ambas contribui para o desenvolvimento do indivíduo. Prof. 24 – Ainda prevalece o assistencialismo no CEI. O fator cuidado não permite as famílias pensarem o CEI como educativo (no aspecto cognitivo). Prof. 25– A escola tem a função de auxiliar na educação que deveria vir de casa. Prof. 26 – Infelizmente esta relação, não da escola com a família, mas da família com a escola, fica muito a desejar. Prof. 27 – Vejo que hoje a família deveria ter mais participação com a escola de seus filhos, pois tem pais que não conhece o nome da professora do mesmo. Prof. 28 – Na verdade, não existe muito esta relação, como eu já havia colocado a família acha que a escola deve ser responsável por tudo, muito além da educação. Prof. 29 – Quando a escola abre suas portas e participam ativa e toda educação de seus filhos,com certeza a união só trará pontos positivos. Prof. 30 – Na minha opinião é que os pais não tem interesse e outros por estar trabalhando. 14.Que orientações você gostaria de receber para ajudá-lo no seu papel de educador? Prof. 1 – Uma disciplina que completamente a Educação familiar, ou cursos, palestras tratando do assunto. Prof. 2 – Uma disciplina de Educação Familiar. Uma formação Continuada focada neste assunto. Prof. 3 – Seria uma disciplina que tratasse da Educação familiar ou uma formação continuada focada neste assunto. Prof. 4 – Responsabilidade familiar. Prof. 5 – Como trazer os pais para a escola; porém precisamos de auxilio dos psicólogos, analistas e especialistas. Prof. 6 – Psicólogos, analistas. Prof. 7 – Analistas, psicólogos. Prof. 8 – Através de especialistas e analistas. Prof. 9 – Orientações de psicólogas , por exemplo do qual não temos tido assistência, em formação continuadas seria muito interessante abordar este tema. Prof. 10 – Temas que enfoque a relação família e escola. Prof. 11 – Até onde vai o meu dever e onde começa o dever dos pais. Prof. 12 – Responsabilidade familiar. Prof. 13 – A responsabilidade familiar. Prof. 14 – Orientações citadas no item 3, também de como orientar as famílias para assumirem o que pertence a elas em relação aos seus filhos. Até onde a escola pode e deve intervir na educação dessas famílias. Prof. 15 – Como fazer para trazer os pais para participarem da vida escolar de seus filhos. Prof. 16 – Todas as orientações que contribuírem para que eu faça da melhor maneira o meu trabalho, para que eu consiga educar da melhor forma. Prof. 17 – Conseguir identificar melhor até onde vai a obrigação dos pais e onde começa a obrigação dos educadores. Prof. 18 – Parceria família e escola. Confiança no trabalho da escola. Orientar os pais e o papel da família. Relembrar a questão dos valores. Valorização do profissional, visão que os pais devem ter. Prof. 19 – Todo tipo de orientação é bem vinda. Prof. 20 – Todo tipo de orientação é válido, mas a mesma tem que estar dentro da realidade que vivenciamos. Prof. 21 – Gostaria que houvesse mais palestras na formação continuada para professores sobre o papel do educador na atualidade. Prof. 22 – Como lidar com pais desinteressados.

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Prof. 23– Como incentivar ou induzir aos pais a se interessarem mais com os seus filhos. Prof. 24 – Nós educadores precisamos de políticas que “eduquem” as famílias a respeito da função das instituições, para realizarmos o nosso verdadeiro trabalho em desenvolver as capacidades, cognitivas e sociais dos indivíduos. Prof. 25– Gostaria de capacitação para conscientizar as famílias de grande importância na vida de seus filhos . Prof. 26 – Uma maior capacitação para a relação com os pais, para orientá-los a terem uma maior preocupação e atenção com seus filhos. Prof. 27 – Mais cursos de capacitação envolvendo o tema família na escola, esses cursos deveriam se aplicados só para professores mas também para os pais, pois só assim conseguiríamos ter uma educação de qualidade. Prof. 28 – Como conscientizar as famílias e quanto é importante e fundamental o seu papel, independentemente de classe social. Prof. 29 – Gostaria de saber mais sobre este assunto, pois nós educadores precisamos sempre conhecer e aprender novas áreas que discutam sobre educação. Prof. 30 –Uma disciplina que tratasse da educação familiar. Ou uma formação continuada tratando deste assunto.

Questionário profissionais – Ensino Fundamental

1.O que é educação familiar? Prof. 1 – Acho que é educação para a família, propor à família a importância da família para o desenvolvimento do aluno na escola. Prof. 2 – Orientar pessoas, como organizar, planejar e conviver com os diferentes (em família). Prof. 3 – É dar a liberdade e respeitar a dignidade da criança em processo de desenvolvimento, como sujeitos de direitos e garantir os conhecimentos do seu dever, abrangendo a preservação da sua imagem, valores, idéias e crenças. Prof. 4 – Uma educação que provém da família. Prof. 5 – Educação familiar é uma interação da família com a escola.

Prof. 6 – A família assumindo sua responsabilidade diante do sujeito, colocando os seus “valores” em prática. Prof. 7 – Acredito que seja preparar a família para assumir suas responsabilidades.

Prof. 8 – Educação familiar são os princípios da vida como valores, moral e ética que a criança aprende ou deve aprender, nesta primeira célula da sociedade, que é a família.

Prof. 9 – Educação familiar para mim é conscientização da família em relação à educação dos filhos na escola..

Prof. 10 – É a educação recebida em casa por pais, irmão, avôs e familiares.

Prof. 11 – É a educação que faz com que a família participe mais das atividades na escola.

Prof. 12 – Família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e onde se aprofundam os laços de solidariedade.

Prof. 13 – Na minha opinião, penso que educação familiar começa em casa com os pais, desde os primeiros anos de vida da criança.

Prof. 14 – Enfocar no desenvolvimento para formar a identidade afetiva/ cognitiva/ social necessita de carinho, afeto, segurança e disciplina para o crescimento, no âmbito familiar e escolar.

Prof. 15 – É a base necessária que nós pais devemos passar a nossos filhos.

Prof. 16 – Seria a base dada nos primeiros anos de vida ao ser humano.

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Prof. 17 – É o acompanhamento dos filhos em todos os momentos tanto na esfera social, quanto na familiar.

Prof. 18 – Proporcionar discussões e orientações sobre como os pais podem estar inseridos no contexto escolar, formação dos filhos, visando assim o equilíbrio familiar X filhos X educação.

Prof. 19 – É a participação e envolvimento dos pais na aprendizagem dos filhos.

Prof. 20 – A família assumindo suas responsabilidades com os alunos. Prof. 21 – Educação familiar “deveria” ser a base, formação do ser com estrutura equilibrada capaz de reconhecer os seus limites, educação de uma forma clara e segura. Prof. 22 – A família é a primeira escola de aprendizado (os pais) e os pais são os primeiros professores, portanto uma vez que a criança apresentar uma educação falha na família com certeza refletirá na escola e na educação (comportamento) e na aprendizagem. Prof. 23– Aprendizagem adquirida no seio família. Prof. 24 – Acredito ser a base da formação do caráter da criança e que deva atender suas necessidades físicas, psicológicas e sociais alicerçada em valores éticos e morais. Que exista “amor com limites” e “autoridade sem autoritarismo”, que desenvolva habilidades, responsabilidades, harmonia, autonomia para busca da felicidade. Prof. 25– É uma parceria entre a escola e família com o objetivo da promoção e sucesso escolar e familiar. Prof. 26 – Educação familiar para mim é conscientização da família em relação à educação dos filhos na escola. Prof. 27 – A educação iniciada a partir do nascimento no seio familiar. Prof. 28 – É a base, os princípios que devem ser adquiridos em casa. Prof. 29 – É a educação que a família propõe para formação do filho. Prof. 30 – É de sob responsabilidade da família em educar o indivíduo enquanto valores e auxiliá-lo na escola. 2.Na graduação, foi desenvolvido discussão ou conteúdo que pudesse dar sustentação ao processo educacional, no que se refere às questões da família? Prof. 1 – Não. Prof. 2 – Não. Prof. 3 – A importância da participação da família na vida escolar da criança, bem como o compromisso social da família com a escola. Prof. 4 – As relações afetivas abordadas Por Wallon, Freud, Vygotsky e Piaget. Alias Piaget fez pesquisa com seus próprios filhos. Prof. 5 – Foi mais discussão sobre temas relacionados à escola envolvendo a família. Prof. 6 – A família assumindo suas responsabilidades diante do sujeito, colocando os seus “valores” em prática. Prof. 7 – Não, em momento algum o tema foi abordado. Prof. 8 – Fala-se muito em desenvolvimento do ser (afetivo e cognitivo) como se o mesmo não fizesse parte do contexto familiar. Cita-se a família no momento de falar da realidade do aluno (contexto sócio-econômico e familiar). Prof. 9 – não Prof. 10 – Não. Prof. 12 – Não. Prof. 13 – Foram desenvolvidas mais discussões sobre a realidade e o cotidiano do aluno, pais negligentes e pais participantes. Prof. 14 – No decorrer do curso tive alguns conteúdos, orientações das ações educadores, depara mo nos com falhos pedagógico- escolares. Percebemos que muitos dos problemas de aprendizagem têm sua origem na dinâmica familiar e a elaboração de um material que pudesse propiciar reflexão sobre as condutas paterna, e primordial para o crescimento. Prof. 15 - Lembro que sempre discutimos formas estratégias de como auxiliar no processo, problemas detectados na família que refletiam na escola. Prof. 16 –Artificialmente,esse conteúdo era debatido apenas nas horas de cobrança,ou seja,’’onde está a família que acompanhou esse quadro.’’ Prof. 17 – Não.

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Prof. 18 – Sim, todavia a abordagem, considerando a importância da temática deveria ter sido mais aprofundada. Prof. 19 – Não. Prof. 20 – Não. Prof. 21 – Não como área de estudo. Esporadicamente levanta-se o assunto, questionamentos quanto esse processo, mas nada com base fundamentada. Prof. 22 – Não. Prof. 23– Discussão, não lembro ter sido suporte teórico neste sentido. Descrição: as acadêmicas socializavam os problemas enfrentados escola X família, construindo uma teia nas relações, exposições do grupo. Prof. 24 – Não! Muito pouco, apenas em debates que surgiam interligados a outros assuntos. Prof. 25– É falado de um modo geral e não especificamente de um conteúdo sobre este tema. Prof. 26 – Não. Prof. 27 – Especificamente, não. Prof. 28 – Não. Prof. 29 – Não. Prof. 30 – Não. 3.Que temas você sugere desenvolver a Educação familiar como disciplina na graduação? Prof. 1 – Direitos e deveres da família, Higiene. Prof. 2 – Formação e educação ; orientação familiar. Prof. 3 – Saúde, alimentação, higiene, comportamento, sociologia familiar, sexualidade e drogas. Prof.4 – Ética e cidadania, direitos e deveres da família e a visão sociológica da família. Prof. 5 – Drogas na adolescência, sexualidade e a internet em excesso. Prof. 6 – Família X escola: Qual o papel de cada um. Prof. 7 – Responsabilidade da família e família dentro da escola. Prof. 8 – Resgate dos valores, direitos e deveres das crianças e dos pais. Prof. 9 – Formas de conscientizar a família da importância dela na escola com os filhos em parceria. Prof. 10 – A responsabilidade da família na educação; a importância da união escola X família. Prof. 11 – Sexualidade, drogas, agressividade, alcoolismo. Prof. 12 – Drogas, sexualidade, valores éticos e respeito.

Prof. 13 – Como trabalhar os limites e informações sobre como lidar com as novas doenças (hiperatividade, déficit de atenção e aprendizagem e outras). Prof. 14 – Formação familiar, diferenças culturais, proposta pedagógica familiares, sexualidade, disciplinando com amor, limites e organização do pensamento e diante do fracasso escolar. Prof. 15 – Boas maneiras, responsabilidade e valores. Prof. 16 – Educação familiar: a base da estrutura humana e família X escola juntos. Prof. 17 – Afetividade. Prof. 18 – Importância dos vínculos familiares, pais educadores, direitos e obrigações dos filhos. Prof. 19 – “Pais separados”, “dificuldade financeira” , “casais homossexuais”. Prof. 20 – Quando e como os pais devem participar na vida escolar de seus filhos. Prof.21 – Valores,respeito,fé,amor,solidariedade,família,limites, autoridade X autoritarismo. Prof. 22 – Formação de caráter, família X escola reflexo no ensino – aprendizagem. Prof. 23– disciplina, Orientação sexual e afetividade. Prof. 24 – Limites e respeito, Família X ética, resgate de valores, autoridade X autoritarismo, contrato didático/ regras X disciplina. Prof. 25– Parceria entre escola e família, a importância da Ed. Familiar, direitos e deveres da família e escola. Prof. 26 – Formas de conscientizar a família da importância dela na escola co os filhos em parceria. Prof. 27 – Resgate de valores,deveres da família com a escola e parceria entre família e escola. Prof. 28 – O acompanhamento dos pais das tarefas escolares de seus filhos. Como a escola pode envolver os pais nas atividades escolares. Prof. 29 – A responsabilidade e conscientização dos pais em acompanhar a vida escolar dos filhos. Prof. 30 – A importância da união escola X família e orientação familiar. 4.Em sua unidade de trabalho ou em curso de formação continuada já houve atividades desenvolvidas sobre educação familiar?

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Prof. 1 – Sim, temos um livro muito bom que trabalhamos, chama-se Caderno da Cidadania. Prof. 2 – Não. Prof. 3 – Sim, teatro, palestras e seminários. Prof. 4 – Não, que eu me lembre. Apenas nas reuniões de pais onde discutimos alguns valores indispensáveis a família dos nossos alunos. Prof. 5 – Sim, a rede municipal já possui um programa família na escola. Prof. 6 – Não. Prof. 7 – Não. Prof. 8 – Não. Tanto na graduação como em cursos, comenta-se a família como um foco de problemas. Lógico que existe as exceções. Na pós de orientação educacional estudei esta questão de educação familiar porque fui buscar o assunto. Prof. 9 – Não. Prof. 10 – Não. Prof. 11 – Não. Prof. 12 –Não. Prof. 13 – Sim, já temos o projeto da rede: “Família na Escola”. Prof. 14 – Durante o trabalho profissional enfocaram o tema: Educação Familiar. Prof. 15 – Não diretamente, mas os seminários da rede já ofereceram temas relacionados. Prof. 16 – Como tema, não, mas o debatido sim. Escola e família caminham ou deveriam caminhar juntas. Prof. 17 – Não. Prof. 18 – Sim, abordando a importância dos pais na escola, usando uma interação constante. Prof. 19 – Não. Prof. 20 – Não que eu me lembre. Prof. 21 – Não. Prof. 22 – Não. Prof. 23– Sim, só discussões. Prof. 24 – Não especialmente. Em reunião e chamadas particulares dos pais a Nara fez toda orientação e depois repassa os problemas e combinados para os professores. Prof. 25– Sim, poucas discussões Prof. 26 – Não. Prof. 27 – Sim, discussões aleatórias. Prof. 28 – Lembro-me de uma reunião de pais onde trabalhamos formas de participação dos pais na vida escolar como eles poderiam melhor lidar com a educação dos filhos. Prof. 29 – Não. Prof. 30 – Não. 5.O que pensa sobre a possibilidade da Educação Familiar ser discutida na sua Formação Inicial e Continuidade na Universidade? Prof. 1 – Acho isso importantíssimo. Prof. 2 – Fico um pouco indecisa, pois, o papel da escola é ensinar, alfabetizar a criança. Hoje já assumimos muito do que não nos pertence, e a “Educação” perdendo sua qualidade. Prof. 3 – Essencial essa discussão, pois é muito importante a estrutura familiar para a criança. Prof. 4 – Penso ser a chave para abrir as possibilidades de melhor intervenção para a resolução de alguns problemas presentes na escola e na sala de aula. Prof. 5 – Penso que seria muito bom, pois ampliaria nosso conhecimento acerca no novo assunto. Prof. 6 – Penso ser muito interessante, haja visto que a família é fundamental no processo de desenvolvimento da criança. Prof. 7 – Acho ótimo, mas não apenas ser discutida, fazer valer realmente. Prof. 8 – Acredito ser de suma importância perceber, entender como pensa a família, como a mesma entende o processo educacional e como ela se posiciona diante dessa questão. Prof. 9 – Acho ótima e importante. Prof. 10 – A educação familiar deve ser discutida, mas não somente com profissionais da educação e sim com as famílias dos alunos. Prof. 11 – Acho muito importante. Prof. 12 – A escola está assumindo o papel que é da família, acho que a educação cabe aos pais. Prof. 13 – Como é um assunto novo, penso que deve ser importante, pois não temos grande conhecimento nesse novo tema. Prof. 14 – Enfocar o tema educação familiar é primordial para a formação profissional e pessoal.

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Prof. 15 – Acredito ser necessário, pois verifico a necessidade de um maior elo entre escola X família. Prof. 16 – Com certeza seria maravilhoso abrir portas para vários questionamento. Prof. 17 – Acho muito positivo. Prof. 18 – Condição “sine quo nom”, já que os pais são à base da família e de todo o processo do desenvolvimento educacional. Prof. 19 – Acho importante e interessante, desde que atinja toda a comunidade, não somente os educadores. Prof. 20 – Seria muito bom. Prof. 21 – Penso que precisamos desse alicerce pois a escola hoje, assumiu papéis e funções que não lhe pertence. Prof. 22 – Penso ser fundamental, pois educação familiar está inteiramente envolvida com a educação escolar. Prof. 23– Indispensável. Prof. 24 – Acredito ser essencial para se “repensar” muitas questões já que a família a base de tudo e reflete diretamente na escola. Prof. 25– Muito importante, mas deve ser feita para os pais também. Prof. 26 – Acho ótimo e importante. Prof. 27 – É necessário, pois a família está se distanciando muito da escola. Prof. 28 – Muito importante, a escola precisa da parceria com a família e teria maior facilidade em trabalhar tais questões. Prof. 29 – É importante, pois a educação familiar está ligada à escola. Prof. 30 – Seria uma informação a mais e uma forma de nos integrar mais com a família. 6.Conhece algum autor que trata sobre Educação Familiar, que privilegia o estudo da família e de suas relações e contribuições na tarefa contribuições na tarefa educativa? Prof. 1 – Sim o caderno da cidadania. Prof. 2 – João Mohan, Paulo Freire e Marta Suplici. Prof. 3 – Sim, artigos e revistas como: revista “Escola”, Nia Nuft entre outros autores. Prof. 4 – Vigotsky. Prof. 5 – Não. Prof. 6 – Não. Prof. 7 – Não. Prof. 8 – Gabriel Chalita > Educação. A solução está no afeto. Tânia Zagury > Educar sem culpa. Augusto Cury > Pais brilhantes, professores fascinantes. Hamilton Werneck > Pulso forte e um coração que ama e outros... Prof. 9 – Não. Prof. 10 – Não. Prof. 11 – Não. Prof. 12 – Augusto Cury. Prof. 13 – Não. Prof. 14 – Sim, Maria Tereza Maldonato. Prof. 15 – Este autor não trata exclusivamente da educação familiar, mas no livro “Corações curados” o padre e escritor Léo, trata temas focados na bíblia sobre este tema. Prof. 16 – Não com o tema propriamente dito, não. Prof. 17 – Sim. Prof. 18 – Não. Prof. 19 – Não. Prof. 20 – Não. Prof. 21 – Sim, Roberto Shinyashiki, Augusto Cury e Içami Tiba. Prof. 22 – Autor: Meibel Mello Guedes, livro: Educar filhos. Autor: Augusto Cury, livro: Pais brilhantes professores fascinantes. Prof. 23– Augusto Cury “Pais brilhantes, professores fascinantes”. Não aprovei algumas “receitas” apresentadas no livro ex: 10 maneira de como educar para estratégia de venda. Prof. 24 – Augusto Cury em seus livros aborda a família de uma maneira reflexiva. Içami Tiba é bastante interessante, pois suas pesquisas sobre afetividade se aprofundam na família e seus conflitos. Prof. 25– Já vi alguma coisa de Maria Alice Nogueira. Prof. 26 – Não. Prof. 27 – Içami Tiba

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Prof. 28 – Não. Prof. 29 – Não. Prof. 30 – Não. 7 – Você já teve oportunidade de ler texto, livro, jornal, revista, internet... Sobre a Educação familiar? Caso positivo, identifique. Prof. 1 – Não, só o caderno da cidadania. Prof. 2 – Sim. Pois procura me interar deste assunto, mas horas extras curriculares, em casa. Prof. 3 – Jornal “Mundo Jovem”, revista Veja, livro: desenrolando Carretel (de Rosa Schultz). Prof. 4 – Sim, a revista “Nova Escola”. Prof. 5 – Não. Prof. 6 – Não. Prof. 7 – Não. Prof. 8 – Sim. Gabriel Chalita > Educação. A solução está no afeto. Tânia Zagury > Educar sem culpa. Augusto Cury > Pais brilhantes, professores fascinantes. Hamilton Werneck > Pulso forte e um coração que ama e outros... Prof. 9 – Não. Prof. 10 – Não. Prof. 11 – Não. Prof. 12 – Sim. Livros. Prof. 13 – Não. Prof. 14 – Preocupada com os déficits de aprendizagem da criança e com suas possíveis causas, busco constantemente material que possa propiciar estrutura para o trabalho (livro, revista, internet...) Prof. 15 – Além do livro “Corações Curados” do padre Léo, o autor Diego Fernandes, itajaiense. Prof. 16 – Caso familiar positivo não. Prof. 17 – Sim, Pais brilhantes professores fascinantes. Prof. 18 – Sim, Todavia lembro somente da revista Veja. Prof. 19 – Não. Prof. 20 – Não. Prof. 21 – Nada muito aprofundado. Já li alguns livros, textos e relatos que falam da incapacidade de educar os seus filhos. A expressão é : “Não sei mais o que faço”. Prof. 22 – Sim. Autor: Meibel Mello Guedes, livro: Educar filhos. Autor: Augusto Cury, livro: Pais brilhantes professores fascinantes. Prof. 23– Augusto Cury “Pais brilhantes, professores fascinantes”. Não aprovei algumas “receitas” apresentadas no livro ex: 10 maneiras de como educar para estratégia de venda. Prof. 24 – Sim, quando eu trabalhava com ensino religioso li alguns textos sobre o tema (anexo dos livros de ensino religiosos da época). Na pós conheci algumas idéias do Içami Tiba que aborda a família e a afetividade. Outros antigos que li não me lembro a fonte. Prof. 25– Sim, sobre relação Família – Escola da Maria Alice Nogueira. Prof. 26 – Não. Prof. 27 –Não. Prof. 28 – Não me lembro. Prof. 29 – Não. Prof. 30 – Não. 8. Você considera de forma positiva ou negativa o envolvimento da escola na orientação às famílias, quanto à formação e desenvolvimento dos filhos? Prof. 1 – Acho positivo, mas tem que ser orientadas por pessoas qualificadas nesta área. Prof. 2 – Considero positiva, porque as famílias precisam aprender a dar limites aos filhos, para que aprendam a respeitar o outro nas suas individualidades. Prof. 3 – Positiva, pois temos realidades que até as famílias precisam do atendimento dos profissionais da escola para orientá-los em determinados assuntos familiares. Prof. 4 – Considero positivo e indispensável sem esta intervenção muitas vezes não conseguiríamos alcançar bons resultados. Prof. 5 – Positiva, desde que não atrapalhe seu papel como professor. Ditar regras e não ser compridas. Prof. 6 – Penso que a família precisa assumir seu papel diante da educação dos filhos, haja visto que este é um papel seu. A escola até serve de apoio.

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Prof. 7 – Considero, sobre alguns aspectos, pois não podemos fazer o papel da família Prof. 8 – Esta questão precisa ser bem pensada. Se necessário um preparo maior dos profissionais da educação. Na graduação,em cursos de capacitação,mais leitura e discussão,para depois pisar num terreno tão complexo que é a orientações as famílias. Prof. 9 – positiva. Prof. 10 – Acredito que os pais que realmente se importam coma a boa formação de seus filhos quando encontram alguma dificuldade sabem que podem procurar a ajuda da escola, mas a escola se envolve acredito ser negativo pois já temos que ensinar muitas coisas que eram tarefas dos pais (higiene, alimentação, valores, etc..) Prof. 11 – Considero positiva, desde que tenha pessoas especializadas no assunto porque são temas muito difíceis de serem trabalhadas. Prof. 12 – Considero de forma positiva desde que haja uma parceria entre escola e família. Prof. 13 – Positiva, pois a escola é o intercambio entre pais e filhos. Prof. 14 – Faz-se necessário um trabalho de prevenção no diálogo cotidiano entre escola e família. Prof. 15 – Podemos até orientar, mas o compromisso, a responsabilidade da formação deve ser dos pais. Prof. 16 – Positiva. Prof. 17 – Positiva. Prof. 18 – Positiva, considerando que estamos na função de orientadores. Prof. 19 – Positiva. Prof. 20 – Muito positiva. Prof. 21 – Positiva, pois os pais estão buscando respostas na escola. Eles estão perdidos. Não estão sabendo dosar a quantidade de material (presentes) com quantidade de amor e tempo. Prof. 22 – Positiva, constitui em excelente ajuda para a família e auxilio no ato de educar, representar a união entre família X escola X comunidade e todos os interessados na formação e no desenvolvimento do educando. Prof. 23– Positiva. Temos alguns registros na escola com esse trabalho. Palestras com a orientadora escolar, e com especialistas da área. Prof. 24 – Positiva, muitas famílias não tem orientação nenhuma, nem sabem como orientar, educar ou até que ponto são responsáveis pela educação do filho.Principalmente em questões de drogas e sexualidade recorreram à escola. Prof. 25– positiva. Prof. 26 – Positiva. Prof. 27 - A escola cada vez mais necessita deixar de ser assistencialista, por este motivo precisa orientar a família. Prof. 28 – Positiva sempre. Prof. 29 – Positiva, pois é uma forma de conscientizar os pais sobre suas responsabilidades diante o filho. Prof. 30 – Positiva, pois os pais estão déficit enquanto educadores e necessitam do apoio de profissionais para orientar. 9. Você considera que os pais, no papel de educadores, realizam sua função de forma adequada? Prof. 1 – Às vezes. Prof. 2 – Não, pois nesta comunidade os pais trabalham fora o dia todo, mas tomam conhecimento do que acontece com os seus filhos. A maioria não tem formação e suporte familiar para repassar aos seus filhos. Prof. 3 – Na maioria das vezes sim, porém há um grande número de pais que não conseguem. Prof. 4 – A maioria precisa rever ainda alguns valores e conceitos de educação. Muitos confundem liberdade com libertinagem e não dão conta de seu papel. Prof. 5 – Às vezes. Muitos pais são negligentes, fazendo com que seus filhos não respeitem o âmbito escolar. Prof. 6 – Geralmente não. Atualmente os pais estão deixando valores primordiais de lado, prejudicando assim a formação moral e ética de seus filhos. A família deveria se “impor” mais diante de seus filhos. Prof. 7 – Não,são raras as execuções. Prof. 8 – Sou otimista. Penso que pelo menos a maioria tenta. Conseguem-se já é uma,outro assunto. Mas infelizmente também existe uma parcela de pais que não se comprometem com a educação dos seus filhos.

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Prof. 9 – Não. Prof. 10 – Não, deixam muito a desejar não se importam com comportamento nem aprendizagem de seus filhos. Prof. 11 – Acredito que está cada vez mais complicado ser pai, eles estão mais despreparados para realizar esta função. Prof. 12 – Na maioria das vezes percebe-se que os pais estão delegando sua função para a escola. Prof. 13 – Depende de cada pai, pois a educação familiar não segue uma linha. Prof. 14 – Alguns pais deixam à desejar, é fundamental que eles se posicione com educadores e não como alguém que propõe a ser substituída pelos profissionais da escola. Prof. 15 – Eles até tem este objetivo, mas o sistema que não criou leis que coibiram os pais de agir quando necessário. Prof. 16 – Não. Prof. 17 – Não. Prof. 18 – Toda regra há exceção, hoje podemos dizer que os pais que estão presentes no processo de ensino-aprendizagem fazem este diferencial. Prof. 19 – Nem sempre, alguns ajudam, estimulam, outros nem olham o caderno dos filhos, e tem aqueles que para ser mais rápido fazem por eles. Prof. 20 – Não, em grande maioria cobram dos professores a educação dos seus filhos. Prof. 21 – Hoje em dia os pais estão ausentes. Quem assume esta função ou quando assumem são os avôs, empregados ou ninguém. As creches e as escolas estão sendo o único referencial de educação. Prof. 22 – Considerando que hoje, na vida moderna e antiga, os pais ficam demasiadamente envolvidos com a vida profissional (trabalho) não estão realizando sua tarefa de educar os filhos da forma adequada. Prof. 23– Em parte, alguns fazem bom proveito do pouco tempo que têm com os seus filhos, e outros nem negligenciam seu papel na educação destes. Prof. 24 – Poucos. Pois eles também se sente inseguros, sem saber o que fazer, como educar, o que negar, (a hora do sim e do não, os porquês). Outros ainda lavam as mãos e só depositam os filhos na escola que deve “educar sozinha”. Depende da cultura e valores de cada família. Prof. 25– Alguns. Prof. 26 – Não. Prof. 27 – Nem sempre. Em muitos casos na ânsia de serem amigos, deixam seus filhos órfãos de pais. Prof. 28 – Muitos Não. Hoje em dia os pais passam muito tempo longe de seus filhos (pela necessidade do trabalho) e quando estão perto acabam fazendo as “vontades”, educando errado. Prof. 29 – Na maioria não. Os pais não estão priorizando a educação de seus filhos e acabam prejudicando o indivíduo na sua formação. Prof. 30 – Não. Esquecem as suas obrigações e confundem os papéis. 10. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades afetiva dos filhos? Prof. 1 – Alguns pais dão o atendimento necessário aos filhos, outros não dão bola. Prof. 2 - Afetividade é muito subjetiva, mais a maioria sofre de carência afetiva. Prof. 3 - Essencial, pois se os pais não suprirem as necessidades dos filhos em casa, estes as trarão para escola. Prof. 4 – A maioria procura compensar de alguma forma esta necessidade afetiva, às vezes com carinho e às vezes com agressividade. Prof 5 – Muitas das minhas crianças estão carentes de mães ou pais, pois vêm de famílias desestruturadas e sem poder aquisitivo. Prof. 6 - Muitas vezes a parte afetiva está sendo deixada de lado, devido à correria do dia-a-dia, sendo assim, às vezes os pais usam do materialismo para conquistar seus filhos. Falta diálogo. Prof. 7 – O afetivo ficou muito de lado, os pais não querem exercer sua função, acham que isso é com a escola, mas a própria realidade das crianças, faz com que isso aconteça. Prof. 8 – Cada ser humano só pode dar o que tem ou o que aprendeu. Prof. 9 – Acho que estão perdidos sem saber o que fazer. Prof. 10 – E.F. Com meus alunos percebo que muitos se sentem carentes e acabam fazendo tudo para chamar a atenção. Prof. 11 – Nossos pais e mães estão muito carentes, pais a cada dia acontecem mais separações, então acaba se tornando difícil atender as necessidades dos filhos.

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Prof. 12 – A família está cada vez mais distante, em função da situação econômica e muitas separações, tornando-se difícil atender as necessidades afetivas de seus filhos. Prof. 13 - Vejo que alguns filhos são carentes de pais. Prof. 14 – Aparentemente alguns pais estão ausentes na área afetiva, não demonstrando que confiam nela que estão sempre ao lado dela, para auxiliá-la, porque a amam. Prof. 15 – Os pais hoje, assumiram muitos compromissos e deixaram os filhos para segundo plano. Prof. 16 – A desejar, eles não têm mais tempo para dar colo, atenção necessária. Prof. 17 – Alguns alunos chegam à escola com grande carência afetiva Prof. 18 – Precário. Os pais vivem num ativismo constante, procurando suprir as necessidades materiais, esquecemos das questões afetivas. Prof. 19 – Em sua maioria a afetividade da família com o educando é pouca, devido à falta de tempo que a família afirma em seus discursos. Prof. 20 – Muitas vezes temos que atender também as necessidades afetivas de nossos alunos, muitos pais não tem tempo para seus filhos. Prof. 21- estamos atravessando um período em que valores são coisas do passado. Resgatar a afetividade, respeito, limite é um desafio. Prof. 22 – Bastante falho, os pais não tem reservado mais tempo para conversarem com os filhos, ensinar tarefas, contar histórias ou até mesmo para abraçá-los, beija-los ou corrigi-los e os filhos refletem essas carência na escola. Prof. 23- indispensável à formação moral e ética constrição de crianças; adultos seguros. Prof. 24 – muito perdidos. Alguns são permissivos demais, não sabem dizer não, mimam e dão amor sem dar limites. Outros não são afetivos e só presenteiam. Poucos sabem dosar Prof. 25 – hoje em dia, com os pais tendo que trabalhar e os filhos ficarem sozinhos em casa a carência afetiva aumenta, aparecendo as conseqüências na escola. Prof. 26 – por passarem muito tempo longe dos filhos, muitos tentam agradar demais e acabam estragando, outros não dão atenção necessária. Prof. 27 – infelizmente grande número de pais acredita que presentes suprem as necessidades afetivas dos filhos. 11. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades cognitivas dos filhos: acompanhamento das tarefas, empenho nas dificuldades, comunicação com a escola para solucionar questões da aprendizagem? Prof. 1 – Muitos dos pais acham que esse papel é só da escola, mas na verdade esse é um conjunto, os pais devem sempre observar a necessidade da criança e de alguma forma tentar também se envolver com certeza, ficar bem melhor para resolver esse problema. Prof. 2 - A aprendizagem que eles tem basicamente é na escola. A escola é o único lugar onde as questões de aprendizagem acontecem. Prof. 3 - Atualmente pelo fato de uma grande maioria os pais trabalharem fora estão causando uma lacuna nesse sentido. Prof. 4 – Poucos pais fazem este tipo de acompanhamento por vontade própria. A maioria acaba fazendo por intervenção e cobrança da escola. E demais órgãos externos da família. Prof. 5 - Difícil, mas é claro que isso depende de cada família. Há pais que protegem demais e há pais que nunca apareceram na escola para saber como anda a aprendizagem de seu filho. Prof. 6 - Muitas famílias (pais) não estão nem aí. São chamados na escola e nem comparecem. Pensam que a escola é que é responsável por educar seus filhos inteiramente. Prof. 7 - É de pouco relevância para os pais, a maioria só tem apoio na escola, a mesma tornou-se referência para muitos alunos. Prof. 8 - Esta é uma questão delicada. Tem os pais que acompanham ou conseguem acompanhar e os que por “N” situações de sobrevivência, não acompanham os seus filhos. Isto está se tornando um problema e como conseqüência, está se refletindo na escola e na sociedade. Prof. 9 - Eles não estão acompanhando, sempre arrumam justificativas. Prof. 10 - Alguns são ótimos e por conseqüência seus filhos também demonstram ótimo desempenho, já muitos não se preocupam e até fazem as tarefas para seus filhos que deixam de aprender. Prof. 11 - Esta instabilidade familiar acaba interferindo na aprendizagem das crianças onde precisam ficar em creches, com babás ou até mesmo com os avós. A mãe sai cedo e chega tarde. A criança acaba tendo que se virar sozinho. Prof. 12 - Os pais não acompanham

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Prof. 13 – Vejo que tem pais interessados e questionam e pais que nunca vieram a escola para saber da aprendizagem do seu filho. Prof. 14 – Atualmente os pais estão isentos (grande número) de quaisquer responsabilidades, pois o fracasso sempre está no outro (criança/escola). Muitas vezes sem envolvimento e sem valorizar o que é apresentado, desconhecendo a importância da sua participação e aprovação. Prof. 15 – temos pais maravilhosos, sempre que solicitados pelos filhos e pela escola estão prontos para atender. Prof. 16 – são pais que não participam das atividades educativas na escola, usam a escola como depósito de pessoas. Prof. 17 – São raras as exceções. Prof. 18 – Deficiente, os pais, na sua maioria não se preocupam em participar deste acompanhamento, delegando à escola esta função de cobrança e orientação. Prof. 19 – Quando a tarefa é atividade feitas em casa vem assinado e os pais comparecem na escola quando são solicitados Prof. 20 – os pais não acompanham, em algumas vezes quando acompanham os professores os chamam de chatos, questionam tudo. Prof. 21- A escola e a família devem ter uma parceria, trabalhar em conjunto. Vejo que as frustrações pessoais de alguns pais acabam detonando o trabalhando escolar, refletindo em cobrança Prof. 22- a maioria dos pais tem deixado a escola sozinha na tarefa de ensinar e educar e muitos deles não se agradam com a chamada da escola para solucionar questões da aprendizagem eles acreditam que ensinar é somente tarefa da escola. Prof. 23 - com o passar do tempo cada vez menos compromissado Prof. 24 – O acompanhamento e valorização da vida escolar dos filhos é fundamentada para o crescimento da criança e seu sucesso. Infelizmente são poucos os pais que acompanham, que se envolvem e se aliam a escola, que vestem a camisa. Prof. 25 – Alguns se empenham, vão através de ajuda e recursos, mas têm outros que deixam toda esta responsabilidade para a escola. Prof. 26 – Estão deixando a desejar, os pais estão deixando esta tarefa para a escola apenas. Prof. 27 – Muito falho. Acreditam que tudo é responsabilidade da escola. 12. Como você percebe o papel dos pais e mães no atendimento às necessidades sociais (socialização) da criança? Prof. 1 – Os pais tem que deixar as crianças se envolver com projetos sociais que muitas escolas oferecem isso faz com que a criança se socialize com outras Prof. 2 – Os pais participam muito pouco das necessidades sociais. É a cultura do ganhar tudo e dar pouco. A socialização se dá através da escola e Parque D. Bosco. Prof. 3 - Há uma grande carência, pois muitas crianças não moram com seus pais. Prof. 4 - É fundamental, um aluno que se relaciona bem na maioria das vezes possui um ótimo relacionamento em família. Prof. 5 - Muitas das crianças ficam soltas ou os irmãos mais velhos cuidam, pois os pais têm que trabalhar para o sustento da família, e nesse ponto as crianças tem que socializar com o mundo que a cercam. Prof. 6 - Na maior parte das vezes pais pouco presentes. Prof. 7 - O papel deveria ser de suma importância, mas não é isso que acontece. Prof. 8 - A maioria dos pais se preocupam com os seus filhos, isso é natural. O problema é que os pais não estão conseguindo dar limites, não sabem dar limites por que também não aprenderam. Prof. 9 - A socialização da criança fica difícil quando os próprios pais não são sociáveis. Prof. 10 - Muito negativo. Há alunos que não participam nem das festas na escola, deixando seus filhos limitados à relação com as outras pessoas. Prof. 11 - Alguns pais se preocupam bastante com a socialização de seus filhos outros não, estão cada vez mais distantes e preocupados com outras coisas. Prof. 12 – Os pais repassam essa função à escola. Prof. 13 – Percebo que há crianças sociáveis, porque os pais são liberais demais. Prof. 14 – A consistência e coerência nas atitudes paternas, constituem-se em fatores fundamentais para uma boa relação social. Prof. 15 – Observo este tema com muita preocupação, pois tenho certeza que devemos selecionar amigos e ambientes a serem freqüentados por nossos filhos. Prof. 16 – Eles deixam a desejar, trabalho em primeiro lugar. Prof. 17- Não percebo uma integração social

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Prof. 18 – Há necessidade de maior orientação, já que os filhos cada vez mais estão enfiados nos quartos, na internet, sem um contato mais direto com colegas, natureza, etc. Prof. 19 – Pouquíssimo, pois às vezes passamos o ano inteiro com os alunos e acabamos nem conhecendo seus pais, a socialização é somente papel do professor infelizmente. Prof. 20 – Os pais não participam nem dos eventos que são convidados, onde serão homenageados. Prof. 21 – Os pais estão inseguros, procurando receitas. O ter esta acima do ser. A carência afetiva emocional está muito visível nas crianças. Prof. 22 – Os anos mais importantes para a formação do caráter da criança estão nos anos que antecedem a idade escolar, porém esta formação na maioria das famílias tem sido falha e isto resulta em um comportamento social da criança às vezes agressivo, egoísta. Prof. 23 – Muitos se restringem apenas a escola/ igreja no cumprimento deste papel. Prof. 24 – Poucos atendem essa necessidade, os pais estão muito ausentes devido à jornada de trabalho e final de semana alguns mal conversam com os filhos. O final de semana juntos não tem qualidade, o diálogo é limitado, a TV, os pais não conhecem seus filhos, não sabem suas angustias, gostos, vivências da vida escolar. Prof. 25 – Alguns se empenham, vão atrás de ajuda e recursos, mas têm outros que deixam toda essa responsabilidade para a escola. Prof. 26 – Os pais ficam muito tempo longe dos filhos, não acompanham direito as necessidades sociais das crianças. Prof. 27 – falta tempo para os pais atenderem seus filhos. O dia a dia corrido, os afazeres, tomam o espaço que seria reservado a eles. 13. Dê sua opinião sobre a relação escola-família. Prof. 1 – A escola é um item muito importante, porque a criança aprende seus direitos e deveres. Prof. 2 – A escola tem estado sobre carregada com os problemas das famílias (existem entidades especializadas para isso). Parece que estão transferindo a família para a sala de aula. Pedimos socorro!! Prof. 3 – Complexa de uma forma geral, tempo, falta de compromisso de alguns pais, desestruturação da família entre outros! O que anima é que existem muitas experiências positivas neste sentido, pais na escola. Prof. 4 – A escola e ao família são um elo que se completa, uma depende da outra para que haja sucesso na educação. Prof. 5 – É uma relação necessária para o desenvolvimento da criança, porém nota-se a dificuldade dos pais em acompanhar a escola, seja por falta de tempo ou desinteresse. Prof. 6 – Na realidade existe muito pouco essa união, há falta de diálogo entre as duas e os pais pouco tempo tiram para seus filhos. Prof. 7 – A escola está ficando com a maior parte da responsabilidade das crianças e os pais cada vez mais estão distanciando-se do cotidiano dos filhos. Prof. 8 – Chegam a ser extremamente permissivos, e depois saem declarando que não dão mais conta dos seus filhos . Prof. 9 – É uma relação muito complicada pois os pais esperam cada vez mais da escola. Deixam muitos papéis que era para ser delas para a escola. Prof. 10 – Os pais só procuram a escola para fazer reclamações, não há quem procure para fazer elogios ou dar boas sugestões. Prof. 11 – É bastante complicado falar desta relação, pois estão cada vez mais distantes um do outro. A escola precisa da ajuda dos pais e os pais precisam da ajuda da escola. Parece ser tão fácil uma ajudar a outra e ao mesmo tempo é tão complicado. Prof. 12 – Por mais que a escola tente se aproximar da família essa relação ainda é muito distante, pois os pais em sua maioria tem outras funções e compromissos e acabam deixando a escola em segundo plano. Prof. 13 – É importante, porque estão interligadas, para que aconteça uma educação de qualidade. Prof. 14 – Seria fundamental para o sucesso, escola X família a harmonização através dos diálogos constantes e discutir o que consideram adequado ou não, em suas atitudes e chegar a um consenso. Prof. 15 – Este elo deve ser constante, desde que cada um em sua função. Prof. 16 – Uma união que fortalece a educação e formação do indivíduo, a família deve dar a base e a escola aperfeiçoar no ensino. Prof. 17 – A família está afastada da escola e muitas vezes contra.

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Prof. 18 –Necessário que a escola invista mais na formação dos pais, criando mecanismos para que ele se faça mais presente no contexto escolar. Esta sua integração possibilitará desenvolver um acompanhamento mais direto com seus filhos, criando uma interação. Prof. 19 –Infelizmente a família só se preocupa com o filho no final do ano letivo, e por mais que tenha campanha e a escola abra a porta para a família, ela não comparece, não participa da vida escolar de seus filhos. Prof. 20 – A escola deve procurar uma forma de comunicação com os pais para selecionar estes problemas. Prof. 21 – Desestrutura familiar tem ocasionado o paternalismo na escola e em toda sociedade. O reflexo é imediato. A escola está perdendo o referencial de escola e passando a ter “obrigações”. Prof. 22 – A relação escola-família é de suma importância, uma vez que a família deve ser a maior responsável em educar e a escola a de ensinar não há educação sem aprendizagem sem educação, portanto ambas precisam unir-se. Prof. 23– Essa relação denomino como o coração da escola seu funcionamento com qualidade, seu pulsar se constitui pela sintonia escola/ família. Prof. 24 – A cada ano a família está mais ausente da escola, a escola está se tornando um depósito de crianças. A família está perdendo seus valores, sua estruturação, seus alicerces. A escola corre atrás desse resgate, mas parece andar em círculos. Prof. 25– Alguns pais, participam ativamente contribuindo para o crescimento e outros já tem a escola como um depósito humano e sempre estão insatisfeitos com a escola. Prof. 26 - É uma relação muito complicada, pois os pais esperam cada vez mais da escola. Deixam muitos papéis que era para ser deles para a escola. Prof. 27 – Seria muito bom que chegassem num consenso e cada uma exercer-se a função como deve ser sem que haja exigências desnecessárias. Prof. 28 – Hoje esta situação é muito complicada, não há uma troca, a família acha que a escola é responsável por determinadas questões e pronto. Prof. 29 – Deixa muito a desejar e é muito importante para a formação do indivíduo. Prof. 30 – Muitos pais deixam responsabilidades não correspondes para os educadores e só cobram e a escola está ficando saturada de responsabilidade 14. Que orientações você gostaria de receber para ajudá-lo no seu papel de educador? Prof. 1 – Cursos de capacitação, projetos com a escola e família. Prof. 2 – Formação continuada relacionada à metodologia educacionais; Psicologia infantil; Violência urbana. Prof. 3 – Como “educar” com qualidade em uma sociedade em que os valores estão desagregados e a violência se faz presente a todo momento em vários segmentos sociais. Prof. 4 – Orientações temos bastante, precisamos é de políticas públicas que ajudem nossas família a terem condições mais dignas de sobrevivências. Prof. 5 – Primeiro lugar saber do que realmente trata esse tema Educação familiar; também se vem a melhorar a educação e os direitos que nele se encontram. Prof. 6 – Orientações que viessem contribuir para a solução dos problemas, que acontecem no cotidiano a escola, que nos ajudássemos na prática realmente. Prof. 7 – Todas que viessem contribuir para o meu crescimento e de nossos alunos. Prof. 8 – Acredito que a sociedade de um modo geral está precisando de ajuda. Cursos para os professores, cursos para os pais, chamada na televisão como um recurso de obter a atenção dos mesmos. Um trabalho educativo na mídia, já que os pais na sua maioria não param para ler ou discutir de forma saudável a relação familiar e a relação família X escola. Faz-se necessário abrir uma discussão sobre direitos e deveres. Até que ponto o filho tem direitos, ou os pais e a escola. Que caminho tomar para entrarem num consenso, que todos têm direitos e deveres. Que o mundo precisa resgatar os chamados “velhos valores”. E acima de tudo que a sociedade está necessitando deles. Prof. 9 – Orientações como fazer com que os pais se aproximem da escola para contribuir e não falar mal, criticar, pois é só isso que a maioria faz. Prof. 10 – Como fazer com que os pais valorizem mais a escola e seus profissionais. Prof. 11 – Deveria é ter nas escolas um psicólogo para trabalhar com as famílias iria ajudar e muito ao educador, pois estaria ao nosso lado para orientar. Prof. 12 – Não sou educadora, trabalho na biblioteca. Prof. 13 – Orientações sobre esta nova proposta de trabalho. Prof. 14 – Considerações acerca do processo de educar e aprender, sugestões que visem o aprimoramento de nosso trabalho.

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Prof. 15 – Estamos em constante processo de mudança, mas acredito que o grande problema esteja no fato de que a escola juntamente com o governo assumiu responsabilidades que não são suas, desta forma nós educadores estamos mudando de função. Prof. 16 – Como tema: Maneiras, técnicas, que atraiam os pais a escola; Educação familiar como conteúdo; Pais, obrigados, a participar de formação continuada; Depoimentos de adolescentes sobre educação familiar. Prof. 17 – Cursos de aperfeiçoamento na área de educação especial. Prof. 18 – Temas mais específicos sobre a área conforme as temáticas já especificas no item anterior. Prof. 19 – Cursos não somente para os professores, e sim para toda a comunidade escolar. Prof. 20 – Gostaria de sugestões que me ajudassem a diminuir esta distância ente professor e pais. Prof. 21 – Acredito que esse tema deve estar incluso no currículo escolar; já que é um problema social e urgente. Prof. 22 – Casos do insucesso escolar relacionados a uma educação e família falha. Prof. 23– Educação especial (inclusão). Os PNE têm direto ao ensino regular, e nossos profissionais não tem suporte teórico prático para desempenhar tal papel. A família também se sente angustiado neste sentido, quando são solicitados para intervir P.N.E (graves) e não tem estrutura pedagógico (preparo). Prof. 24 – Cursos sobre o tema, palestras, literatura diversificada sobre o tema (mais acessível); que a família tivesse acesso a tudo isso. Que se criasse uma cartilha (como o estatuto da criança) que fosse distribuída e trabalhada nas escolas, comunidades algo que fizesse os pais refletirem que tivesse enumerado cada item do que os pais devem oferecer, orientar, cobrar, organizar o que é essencial, e que tivessem notas, critérios para os pais se auto-avaliarem ou assinalar e refletir sobre suas maiores falhas. Prof. 25– Direitos e deveres da família e escola. Prof. 26 – Orientações como fazer com que os pais se aproximem da escola para contribuir e não falar mal, criticar, pois é só isso que a maioria faz. Prof. 27 – Formação continuada com este tema específico. Prof. 28 – De técnicas, temas que podemos trabalhar na escola para envolver os pais na educação escolar dos filhos e tê-los como parceiros. Prof. 29 – Como orientar pais, como ter apoio dos pais. Prof. 30 – Gostaria de ver palestras que foquem a importância da família na educação e como atraí-los para o convívio social dos filhos.

Entrevistas: Pais e mães da educação infantil

1.O que pensa sobre uma relação colaborativa entre escola e família? Entrevista 1: Eu acho que é essencial. Entrevista 2: Eu acho que para nós que somos mãe e que trabalhamos, é importante que a escola fique com os nossos filhos o dia inteiro. Acho que querendo ou não a escola ajuda agente e agente ajuda a escola. Entrevista 3: Eu não tenho nada que reclamar da escola e dos professores. Eles cuidam da minha filha como se fossem a filha deles. Os profissionais são prestativos e colaboram muito com a família. Entrevista 4: É ótima. Entrevista 5: Risadas....Eu acho que é a escola que colabora com a família né!!!É mais afetiva. Agente quase não tem tempo. Entrevista 6: Um tem que colaborar com o outro, tanto os pais como a escola. Os pais não podem largar os filhos na escola e a escola é que tem que cuidar bem dos filhos. Entrevista 7: Eu acredito que seja mais a escola com a família em relação a educação da criança, mas os pais também tem grande influência. A escola ajuda muito na formação. Entrevista 8: Acho que é importante, porque a escola é uma extensão da família, os pais por motivos profissionais tem pouco tempo de ficar com os filhos dentro de casa, e a escola acaba sendo parte importante nesse processo de colaboração. Entrevista 9: Pra mim vale muito coisa, porque geralmente eles passam mais tempo na escola do que com os pais, pra mim se não tivesse a creche eu acho que não vivia, eu não agüento eles final de semana e não sei como esses professores agüentam tanto, tantas crianças numa sala, porque não é fácil, né! Entrevista 10: É muito gratificante, agente sempre está em parceira com a escola, participando, vendo como está a educação dos nossos filhos.

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Entrevista 11: Eu acho que ambas tem que se ajudar ter diálogo entre as duas para o bom desenvolvimento da criança. Entrevista 12: É boa. Eu colaboro com a escola e entendo que escola também colabora comigo. Se os professores precisarem de mim para conversar, neh!! Entrevista 13: A escola colabora muito, pesar da agente também colaborar. Entrevista 14: São poucos os pais que colaboram com a escola. Acho que deveria ter mais participação. Devido o pouco tempo, os pais trabalham e os filhos vão para a creche e as creches ficam lotadas, hoje se faz filho para creche. Por isso parei de trabalhar, e pensei: agora vou ter um filho que vai ser para criar. Deveria ter mais participação dos pais. Na escola eu vejo a organização, os cuidados nas datas comemorativas a preocupação que eles têm, a escola está de parabéns. Os pais nem tanto. Eu tento ajudar no que eu posso. Entrevista 15: É importante que haja, pois acrescenta mais para a formação dos filhos. 2.Percebe necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar, participando do processo educativo que seus filhos estão envolvidos? Entrevista1: Eu acho que necessidade não tem. Porque aqui onde a minha filha está é um lugar(escola) muito bom, mas se tiver que estar presente por mim não tem problema. Entrevista2: Tem que estar perto. Toda a reunião que tem eu vou para ver com ela está, sempre estou junto para saber como ela está. Entrevista3: Às vezes. Às vezes eu penso ir lá um dia passar no Jardim visitá-lo, mas como não pode, agente sente falta. Entrevista4: Sim. Entrevista5: Não. A escola ensina bem eles, não precisa estar perto da escola. Entrevista6: É. Agente tem que estar mais próximo. Para falar a verdade quanto mais tempo ela está na escolinha melhor pra mim, porque eu estou num processo de desmamar devido à anemia profunda que eu tenho, então quanto mais longe ela ficar de mim melhor. Entrevista7: Eu sinto a necessidade de estar presente, porque eu tenho muito pouco tempo, então eu só venho aqui para buscar e trazer, de vez em quando eu dou uma paradinha e converso um pouco, mas é difícil. Entrevista8: Com certeza, pois é o local que meu filho passa bastante tempo, mais tempo até do que em casa, então eu acho importante estar sabendo como está andando o trabalho do colégio e o que ele faz, como é o relacionamento com as professores e etc... Entrevista9: Sempre que eu posso conversar com as professoras eu venho, sempre que eu posso ir buscá-la, eu vou. Entrevista10: Percebo. Sempre estou presente, eu gosto de estar presente, gosto muito de conversar com as professoras, pois é importante o bom exemplo. Entrevista11: Eu me interesso, eu gosto de estar presente em tudo. Entrevista12: Gostaria bastante. Entrevista13: Como eu não trabalho, eu sempre estou na escola, disponível aos professores, diretora, orientadora. Se precisa de alguma coisa sempre estou disponível. Entrevista14: Sim, pois hoje parece que o filho foi feito para ficar na creche e não com os pais. Até parei de trabalhar, porque queria passar mais tempo com eles. Tento ajudar no que posso. Entrevista15: Sim. É difícil acompanhar sempre e de perto a evolução dos filhos, pois também temos outras responsabilidades, no entanto, devemos estar ciente da sua educação. 3.Quanto tempo aproximadamente disponibiliza para maior atuação e acompanhamento ao cotidiano escolar de seus filhos? Entrevista1: Quando tem a necessidade de eu estar presente, eu vou. Não tem problema. Entrevista2: Sempre estou disponível. Vou às reuniões para saber como ela está. Entrevista3: Sim, mas nem todo o tempo. Quando dá eu vou às reuniões, eu levo e busco. Só quando há trabalho e não bate o horário, mas sempre estou disposta. Entrevista4: É difícil por causa do serviço. Eu estou mais presente que a mãe nas reuniões, venho de manhã e à tarde. Entrevista5: Eu só venho mesmo quando chamam, porque quase não dá tempo. Entrevista6: Eu só a busco na hora da saída, e fico a noite toda com ela. Mas assim, vir na creche fora do horário eu geralmente não venho, mas as reuniões procuro não perder, pois preciso saber como ela está por isso não é bom faltar nas reuniões. Entrevista7: É difícil, pois trabalho 12 horas por dia.

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Entrevista8: Particularmente, eu não tenho tanto tempo quanto a minha esposa, ela é a que participa mais diretamente, eu por motivos de horários de trabalho não tenho oportunidade. Ela vem sempre, independentemente dos horários de reuniões e palestras. Entrevista9: Quando eu levo, sempre converso com as professoras e quando busco também. Entrevista10: Agora eu tenho mais tempo, no começo era difícil vir no dia-a-dia, mas mesmo assim eu vinha sempre. Entrevista11: Passo todo dia na escolinha, sou presidente da APP e sempre do participando. Entrevista12: Hoje eu não tenho tanto tempo, porque eu só tenho a parte da manhã para ficar com ela. Eu passo pela escola para avisar, conversar com eles, sempre estou procurando saber. Entrevista13: Eu venho todo dia, principalmente no final da tarde eu converso com a professora, converso com a diretora. Estou disponibilizando bastante tempo. Entrevista14: Geralmente eu venho uma vez por semana, levo meu filho e busco e sempre que eles precisam, eu estou aqui, sempre passo e converso com as professoras, ganho 15 min. com elas falando do Nicolas. Entrevista15: Só em casa, através de seus trabalhinhos. 4.Se a escola desenvolver orientações às famílias na questão da formação e do desenvolvimento das crianças, você participa? Considera importante ou não? Entrevista1: Sim. Considero. Entrevista2: Sim. Participaria, porque eu acho importante. Entrevista3: Participaria ativamente. Entrevista4: Depende do horário. Acho interessante. Entrevista5: Sim. É importante. Entrevista6: Com certeza. Eu não estou conseguindo dar conta da minha filha, seria bom umas dicas, pois ela está naquela idade espoleta, eu não sei como eles(os professores) conseguem fazer ela dormir à tarde e quando ela vem em casa comigo eu não consigo fazer dormir, aqui(escola) eles conseguem, mas em casa não. Entrevista7: Com certeza. Entrevista8: Participaria, sem problema algum. Considero importante, pois faz parte do desenvolvimento da criança. Entrevista9: Sim. Considero importante. Entrevista10: Considero Importante, pois é para o futuro da minha filha. Participaria com certeza. Entrevista11: Sim. Eu sou Presidente da APP e sempre estou participando. Entrevista12: Sim. Eu acho muito importante os pais participarem. Entrevista13: Participaria e considero importante. Muitos pais não têm essa consciência acham que é só trazer filho para a escola e na verdade há todo um processo que eles têm que passar em casa. Entrevista14: Eu acho muito importante participar. Agente sempre tem algo que aprender. Entrevista15: Sim, pois é importante agregar informação e participar. 5.Quantos filhos têm? Qual a idade? Qual o sexo? Entrevista1: Tenho dois filhos. O menino tem sete anos e a menina está com 3 anos e meio. Entrevista2: Tenho uma menina que vai fazer três anos. Entrevista3: Uma menina de três anos. Entrevista4: Dois filhos. A menina tem três anos e o menino tem cinco anos. Entrevista5: Três filhos. Uma menina de dois, o menino de onze anos e um menino de vinte e dois. Entrevista6: Uma filha de um ano e sete meses. Entrevista7: Um filho de três anos. Entrevista8: Um casal. Uma menina de nove anos e um menino de um ano e nove meses. Entrevista9: Três filhos. A mais velha tem sete, o do meio tem três, e a menina caçula tem dois anos. Entrevista10: Uma menina de cinco anos. Entrevista11: Um filho de seis anos. Entrevista12: Cinco filhos. Um de Vinte três, um de vinte dois, dezoito e uma de seis anos. Entrevista13: Uma menina de cinco anos. Entrevista14: Um filho de cinco anos. Entrevista15: Uma menina de cinco anos. 6.Quem cuida dos filhos? Com quem ficam? Onde ficam? Passam quanto tempo fora de casa durante o dia?

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Entrevista1: Mais o menos umas oito à nove horas por dia fora de casa, ficam comigo e quando eu estou no trabalho ficam com o avô. Entrevista2: Das 8:00 às 18:00 ficam na escola , depois vão para casa comigo e passam o fim de semana comigo também. Entrevista3: Passa o dia inteiro na creche e quando estou trabalhando deixo com meu marido, pago alguém se for o caso ou deixo com quem possa cuidar dela. Entrevista4: Os filhos passam o dia todo fora de casa. E quando estão em casa ficam com o pai e a mãe, sempre em casa. Entrevista5: A menina vai as sete da manhã e só volta as sete da noite, depois em casa fica com o irmão e o pai. Eles são os que cuidam até o outro dia de manhã. Entrevista6: Eu a busco geralmente as 18h00min horas, quem leva ela na escola é uma mulher, pois eu trabalho às cinco da manhã. Até no trabalho me ofereceram hora extra no fim de semana e não aceitei. Entrevista7: Ele fica na creche das 8:00 as 15:30 e depois com a minha esposa em casa. Entrevista8: Ficam durante o dia na creche e depois conosco. Entrevista9: Durante o dia na creche e depois comigo ou com o meu marido. Entrevista10: Depois do colégio ela passa o tempo todo comigo. Entrevista11: Quando não estão na escola, estão em casa comigo. Entrevista12: A menina de seis anos fica de manhã comigo ou alguém da família e à tarde vai para escolinha. Entrevista13: De manhã e à noite ela fica comigo e de tarde vai para a escola. Fim de semana quando eu saio e a menina fica com a minha família. Entrevista14: Sempre está comigo, só à tarde ele vai para a escolinha. Entrevista15: Ela passa de manhã na escola e à tarde comigo, à noite vai com seu pai. 7.Qual a prática afetiva que vocês pais demonstram a seus filhos? Que forma utiliza para demonstrar afeto? Entrevista1: Eu procuro ficar o maior tempo possível junto com eles. Eu faço o que eu posso fazer por eles e o que esta ao meu alcance. Entrevista2: Muito amor, muito beijo e carinho. Entrevista3: Eu bato, brigo, abraço, beijo de tudo quanto é jeito... Risadas. Entrevista4: Amor e carinho. Entrevista5: Cuido deles, ensino, explico o que pode ou não pode fazer. Demonstro através de carinho e conversa. Entrevista6: Dou uns beijinhos, abraços, canto com ela e durmo junto. Colo procuro evitar para não mimar. Entrevista7: Carinho, digo que amo muito ele, brinco, passeamos muito. Entrevista8: Agente brinca muito com ele, dá muito carinho, procuramos realizar tarefas em casa que ele goste de fazer e que desenvolva a sua mente. Entrevista9: Na hora do banho, dando presentes, levando-os para brincar no parque. Entrevista10: Ela sabe que tenho bastante responsabilidade, eu imponho para ela a hora de brincar, hora de dar carinho, hora de ser brincalhona, hora de ser mãe, de ser séria e ela reconhece o meu amor por ela. Entrevista11: Amor, carinho, beijo, abraço. Entrevista12: De todas as formas, tudo é por ela. Entrevista13: A convivência que temos eu e ela, a nossa casa sempre está bagunçada porque agente brinca muito, eu arrumo, agente chega e bota os brinquedos e brincamos, depois guardamos, arrumamos as coisinhas juntas, arrumamos o guarda-roupa. Então estou sempre presente, ela pode contar comigo se ela tem algum probleminha na escola, ela chega em casa e deito com ela, ela conversa, ela conta como foi o dia dela, eu dou bastante atenção para ela. Entrevista14: A prática é primeiramente o amor, ele sabe que eu o amo, sabe que nem tudo se pode ter, mas mesmo assim a mãe o ama, quando precisa chamar a atenção, eu chamo, quando precisa de umas boas palmadas ele tem, castigos... Entrevista15: Dedicação, carinho, responsabilidade e limitações. 8.Como você ajuda seus filhos a terem um bom desempenho escolar? De que forma acompanha os trabalhos da escola?

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Entrevista1: Todo momento que eu posso. Sempre estou ajudando nos deveres e trabalhos. Entrevista2: Eu acompanho quando mandam algum trabalho, daí eu olho e vejo tudo certinho. Entrevista3: Eu sempre pergunto para a professora se teve alguma coisa diferente, se teve algum trabalho e em casa eu ensino ela a pintar, a fazer bolinhas, jogo da memória, jogos educativos. Às vezes eu fico nervoso, pois é uma coisa tão simples risca alguma coisa e ela não consegue, mas entendo que ela ainda não tem coordenação motora e só esse ano que ela entrou na creche. Procuro acompanhar sempre que der. Entrevista4: Sempre quando chegam da escola, mostram os trabalhos. E valorizo guardando-os. Entrevista5: Vendo os materiais, vendo se está fazendo corretamente os deveres, o que é para fazer e o que não é... Entrevista6: Quando há dias dos pais ou das mães eu vejo, e também quando ocorre a entrega de boletins. Entrevista7: Eu pergunto a ele o que fez, como foi o seu dia, que brincadeira ou musica nova ele aprendeu. Entrevista8: Acompanhamos os trabalhos, não podemos fazer por eles, mas na medida do possível agente ajuda para que ele desenvolva e faça os trabalhos bem feitos. Há acompanhamento. Entrevista9: Em casa eu dou os lápis de cor para desenhar, massinha de modelar, giz de cera. A minha filha mais velha sempre que eu posso estou ajudando a fazer os deveres, apesar de muito esperta. Entrevista10: Em casa eu pergunto se ela aprendeu mais alguma coisa, seu aprendeu o nomezinho dela. Em casa eu também ensino bastante. Entrevista11: Sempre olhando os caderninhos, elogiando, ou chamando a atenção se tem algo errado. Entrevista12: Eu converso, explico, ajudo ela. Entrevista13: As professoras sempre mandam as pastinhas para a casa, né! Eu sinto que ela tem muita dificuldade na pintura, então eu comprei revistinhas com desenho, ela senta-se à mesa, gosta de pintar, vai pintando e melhorando. Agora ela melhorou bastante. Entrevista14: Desde pequeno eu sempre acostumei o Nicolas a gostar de pintar, de escrever, de ver desenhos educativos, muitos DVDs educativos e assim sempre que eu posso estou fazendo alguma coisa por ele, gosto de fazer artes, compro aquelas revistas educativas com letras, com números, tanto que hoje ele sabe os números, escreve seu nome, pinta bem. Entrevista15: Incentivando com livros, ensinando e contando historinhas. 9.Seu filho ou sua filha tem alguma dificuldade de aprendizagem? Possui alguma reprovação? Qual série? Entrevista1: Meu filho reprovou na 1º serie, e agora não tem nenhuma dificuldade. Entrevista2: Não. Ela é bem esperta, só às vezes que está emburrada e não quer se enturmar. Entrevista3: Sim. Ela ainda faz xixi e coco na calça. Eu acho que esse é único problema dela, eu ensino em casa e a professora aqui também, mas não tem jeito ela continua fazendo. Entrevista4: O menino é mais parado, agora que ele está começando a se desenvolver. A menina já desenvolve mais. Entrevista5: O meu menino nunca reprovou e não tem dificuldade de aprendizagem. Entrevista6: De aprendizagem não, mas para falar ela tem dificuldade. Eu falo algumas palavras e mesmo assim ela não aprende. Entrevista7: Acredito que não. Ele só não presta muita atenção, mas ele é muito ativo. Entrevista8: Não tem. Entrevista9: Nenhuma. Entrevista10: Nenhuma. Entrevista11: Não. Está acompanhando certinho, só é envergonhado (tímido). Entrevista12: Não. Entrevista13: Não. Era só na pintura mesmo. Entrevista14: Não. Até agora não. Entrevista15: Não, pois sempre houve incentivo. 10.O que você considera que falte a uma criança que tenha dificuldade de aprendizagem? Entrevista1: Mais atenção dos pais. Entrevista2: Não sei. Às vezes tem algum problema na família e vai para a escola com a cabeça só pensando naquilo (nos problemas de casa).

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Entrevista3: Quando a criança tem alguma dificuldade, eu acho que a professora e a escola têm que puxar mais pelo aluno, ficar mais encima. Entrevista4: Má atenção em casa, carinho, falta de ajuda. Entrevista5: Não tenho idéia. Entrevista6: Não sei. Eu tento ensinar a falar para minha filha, mas não dá certo. Entrevista7: Acredito que seja o comportamento da criança em casa, tudo isso reflete na escola. Entrevista8: Eu acho que mais participação dos pais em procurar saber o que acontece com o filho que está com dificuldade na aprendizagem. Entrevista9: A criança pode ser um pouco mais atrasada em relação aos outros, porque sempre há aquele que se desempenha mais. Eu acho que depende da educação em casa, às vezes não há cobrança de pai e mãe para o seu melhor desempenho na escola. Entrevista10: Eu acho que falta o pai e a mãe estarem mais presente. Entrevista11: Aulinha de reforço. Entrevista12: A ajuda e participação dos pais. Entrevista13: Falta de atenção da criança mesmo, ou às vezes algum problema na visão, porque se não enxerga como vai prestar atenção. Os pais têm que observar não o professor ou até a relação com os pais em casa, quando está tudo muito amontoado, muita briga, logo a criança vai se afastando, não se abre, não conta os problemas que tem. Eu acho que vai muito dos pais. Entrevista14: O incentivo dos pais em casa, ter paciência de explicar, hoje já não se tem mais, hoje é tudo muito corrido. Os pais chegam em casa só dão banho nos filhos e eles que se virão com os estudos e vão dormir, mas eu acho que vale muito dos pais começar a incentivar e a participar. Entrevista15: Incentiva aos estudos e dedicação dos pais com a criança. 11.Como seus filhos desenvolvem a vida social, onde eles brincam? Quem eles visitam? Tem muitos amigos? A família costuma passear junto? Entrevista1: Amigos ele tem da rua, mas eu não deixo brincar muito e com quem mais convive é com o avô, o tio, a tia... Entrevista2: Eu tenho costume de levá-la na casa da minha família, os avós e padrinhos leva-a para a igreja e passeiam com ela. Entrevista3: Sim. Ela passeia bastante, sai bastante e brinca muito, brinca na rua, com os vizinhos e primos. Sempre está brincando. Entrevista4: Costumamos passear com os dois filhos juntos. Entrevista5: Nós vamos para a casa de familiares, ele vai para a escolinha de futebol, gosta muito de computador, vídeo-game e sair. Também saio com os menores. Entrevista6: Nós a levamos para passear, mas fico meio constrangida e passo trabalho, ela está numa fase que quer mexer em tudo e quando saio vou para cuidá-la e não passear, me estresso. Entrevista7: Nós passamos o dia inteiro no shopping, na pracinha, na praia de manhã e agente brinca na frente de casa, onde tem muita criança e tem campo lá. Entrevista8: Nós sempre passeamos junto, amizade na rua particularmente não tem muito, Passeia com a gente sempre quando dá tempo para não ficar só em casa e naquela rotina de casa-escola escola-casa. Os amigos são os primos sobrinhos e tem esta vida social. Entrevista9: Geralmente eu não o deixo sair dentro de casa, chaveio, tranco o portão. Final de semana eu levo ele para brincar no parque, na casa da avó e dos tios, mas na casa dos vizinhos é difícil ir. Entrevista10: Nós a levamos para passear bastante, vamos para a piscina, Curitiba. Tem amigos, mas fica mais em casa assistindo televisão e final de semana ela brinca com a minha irmã. Entrevista11: Costumamos passear sempre juntos. Enquanto os amigos, acho que nós pais temos estar ciente com quem nossos filhos andam. Ele sempre está em casa brincando com os seus amiguinhos, já na rua eu não gosto que brinque. Entrevista12: Ela brinca na escola e em casa, não gosto que ela brinque na rua, pois eu creio que a criança só aprende coisa ruim e não a deixo ir à casa dos outros. Entrevista13: Com o pai dela não tem muito contato, pois mora muito longe, mas com a minha família tem contato muito bom. Final de semana nós passeamos tudo junto. Ela tem bastantes amiguinhos que vão lá para a casa. Entrevista14: Passeamos muito. O Nicolas sai bastante, tem bastantes primos que moram perto e vivem brincando com ele e também brinca muito sozinho. Ele tem uma criatividade de fazer brincadeiras muito boas e também aproveita esse momento. Entrevista15: Brincam com os coleguinhas da escola, família e pais.

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12.Vocês brincam com seus filhos? Como? Quando? Onde? Em que momento? Qual a brincadeira? Quanto tempo? Entrevista1: Brinco quando dá tempo. Entrevista2: Sim, em casa. Entrevista3: Às vezes eu brinco de boneca com ela, jogo da memória, ensino ela jogar vídeo-game, ursinho. Nem todo tempo, mas brinco bastante. Entrevista4: Todo dia à noite nós brincamos com eles, desenvolvemos muitas brincadeiras com eles. Entrevista5: Quando eu tenho tempo brinco com ela em casa, joga bola com o pai, gostam muito de ver filme e brincar de esconde-esconde. Entrevista6: À noite o pai dela brinca bastante com ela, eu brinco de motoca, dou banho nela e tomo banho com ela. Entrevista7: Sim, brincamos o dia inteiro. Entrevista8: Nós brincamos até demais, minha esposa fala que eu sou mais criança do que os nossos filhos. E compartilho bastante. Entrevista9: Brinco com ele na praça. Entrevista10: Brinco bastante com ela e levo-a para viajar. Entrevista11: Nós brincamos com ele, sempre que dá tempo. Entrevista12: Bastante, às vezes eu vou limpando a casa e brincando com ela. Entrevista13: Nos finais de semana. Entrevista14: A mãe brinca de vídeo-game, de carrinho e de bola com o filho... Risadas. Entrevista15: Sim, sempre que posso. 13.Qual é a atividade que seu filho (a) desenvolve quando está em casa durante a semana e no final de semana? Entrevista1: Eles ficam em casa desenhando, pintado, escrevendo. É o que procuro passar para eles. Entrevista2: Ela gosta de brincar muito na areia, fazer bolinhos de areia. Entrevista3: Ela brinca, pinta, corre, adora brincar na casinha de boneca, motoca, de tudo. Entrevista4: Ele gosta muito de pintar e andar de bicicleta e ela também. Entrevista5: Eles só assistem desenho, principalmente pica-pau. Entrevista6: É bagunçar a casa... Risadas. Ela brinca bastante. Entrevista7: Faz muita bagunça, se pendura em árvores, joga futebol brinca com o amiguinho dele que vai lá a casa. Entrevista8: Jogos educativos e brincadeiras entre pais e filhos. Entrevista9: Jogando bola, correndo, embaixo do chuveiro...Eles brincam o máximo que podem. Entrevista10: Computador, DVDs, brinquedos. Entrevista11: Nós passeamos com ele e brincamos em casa também. Entrevista12: Gosta de brincar muito de bola, na piscina... Entrevista13: Ela adora brincar no parquinho e na praça. Entrevista14: Ele adora brinquedos de dinossauros, até monta o seu “parque dos dinossauros”. Ele não é muito de brincar de carrinho, jogar bola ou andar de bicicleta. Entrevista15: Brincadeiras, filmes e passeia muito. 14.Todos os programas de televisão são livres? As novelas? Filmes? Até que Horário? Qual o canal de televisão? Entrevista1: O canal que eles mais assistem é a Record, SBT. Eles assistem sempre mais desenho. Não assistem novelas, só alguns filmes que eu acho que eles podem assistir. Entrevista2: Ela gosta mais de ver desenho. Entrevista3: Nem todos são livres, tanto é que eu não deixo ver filmes violentos nem novelas, pois não são bons e procuro colocar desenho para assistir. Entrevista4: Assistem a Record e globo, gostam de assistir o pica-pau, olham novelas e filmes até umas 21h00min. Entrevista5: Assistem a Record e não vêem novelas. Entrevista6: Eu não tenho televisão. Entrevista7: Até as 22h00min ele assisti novela e desenho principalmente e brinco com ele. Entrevista8: Não. Há restrições, não é liberado. Inclusive nós temos canal fechado, onde têm várias programações educativas, desenhos mais “inocentes” que não são agressivos, procuramos cuidar disto. Novelas e filmes agente busca ver se é recomendável.

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Entrevista9: Eles olham bastante desenho, gostam do pica-pau que passa na Record, novela eu corto um pouco, pois coloco-os para dormir mais cedo e não terem este tipo de problemas. Entrevista10: Eu não deixo ela assistir novelas, é só DVDs e desenhos que não a prejudique, ela olha pica-pau. Entrevista11: Eu vejo se o programa é recomendável. Entrevista12: Assisti pica-pau, e não vê novela, pois já está dormindo. Entrevista13: Ela não gosta de novela. Só utiliza a televisão para ver os DVDs dela, assisti desenhos bem de criança mesmo, como a Mônica, Barbie, pica-pau. Entrevista14: Eu não o deixo ver filmes ou programas violentos, ele não gosta de ver novelas, vê mais desenhos animados, na parte da manhã ele assisti a SBT. Entrevista15: Nem todos, procuro restringir alguns programas. Ela assisti muitos DVDs e pica-pau. 15.Qual é o horário de dormir de seus filhos? Qual o horário que precisam acordar? Acordam com dificuldade ou facilmente? Entrevista1: o máximo que eles ficam acordados é até as 21h00min. E acordam cedo para ir à escola. Entrevista2: As oito ou nove da noite já está dormindo, não tem problema com o horário. Entrevista3: Ela não tem horário para dormir, ela dorme quando eu durmo, geralmente é as dez ou onze da noite. E para acordar tem que levantar as 07h00min, mas é difícil tirá-la da cama, se enrola um monte para acordar. Entrevista4: Eles dormem às 22h30min e acordam as 06h00min com facilidade. Entrevista5: Eles dormem umas 20h00min e acordam com facilidade. Entrevista6: Vai dormir umas 22h00min e no outro dia acorda bem. Entrevista7: Vai dormir as 22h00min. Acorda as 7:30 com facilidade, aliás ele é que me acorda. Entrevista8: Eles dormem cedo, não tenho problemas enquanto a isso. Chega um determinado horário que eles cansam e vão dormir mais o menos entre nove meia e dez e meia da noite. Acordam as 06h30min, o mais novo às vezes acorda mal humorado e o mais velho já acorda com facilidade. Entrevista9: Eles acordam cedo, por volta das 06h30min. Só a mais nova faz manha para acordar, mas já se acostumaram e dormem as 08h30min. Entrevista10: Vai dormir às 20h00min e às 10h00min acorda muito bem. Entrevista11: Ele dorme umas 23h00min e acorda tarde e com dificuldade. Entrevista12: Dorme às 20h00min no máximo e acorda tarde, mas acorda bem. Entrevista13: Ela dorme demasiado tarde, fica brincando com as bonecas até as 02h00min. E acorda às 12h00min. Entrevista14: Não tem horário para dormir, nem acordar. Entrevista15: Ela vai dormir as 21h00min e acorda as 06h30min sem dificuldade. 16Qual a refeição que seus filhos fazem melhor: Café da manhã, almoço ou jantar?

Entrevista1: Jantar. Entrevista2: Ela gosta muito de mamadeira, então não tem um horário específico. Ela bebe em todos os horários. Entrevista3: Na hora do almoço. Entrevista4: Sempre no café da manhã. Entrevista5: O almoço. Entrevista6: Ela só mama no peito, dificilmente come. Entrevista7: Almoço e jantar. Entrevista8: Principalmente o almoço e o jantar. Entrevista9: No jantar, pois esse é o horário que eles sentem mais fome. Entrevista10: Ela é difícil de comer, só na creche que ela come bem e no horário do almoço. Entrevista11: Almoço. Entrevista12: Mais o almoço. Entrevista13: Almoço. Entrevista14: Café da manhã. Entrevista15: Almoço. 17.Você sente a necessidade de estar mais presente na escola de seu filho? Entrevista1: Acho que não. Entrevista2: Sinto bastante, eu tento fazer o máximo para estar perto.

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Entrevista3: Deveríamos arranjar um dia na semana para passarmos com os nossos filhos na escola e ver o comportamento e suas atividades. Entrevista4: Sinto. Entrevista5: Sinto, pois assim fico mais perto deles. Entrevista6: Sinto a necessidade de participar mais e aprender com as professoras. Entrevista7: Com certeza. Entrevista8: Eu não acho que eu esteja ausente a ponto de me preocupar em participar mais. Eu acho que particularmente da minha parte talvez eu tenha que melhorar um pouquinho mais, mas não por falta de desejo meu é problema de questão de horário. Entrevista9: Sim, se eu pudesse vir todo dia e ver como estão eu viria sempre. Muitas vezes fico preocupada. Entrevista10: Não. Pois eu estou sempre presente. Entrevista11: Eu gostaria. Entrevista12: sim, para acompanhá-la melhor. Entrevista13: Não. Entrevista14: Não. Pois sempre estou presente. Entrevista15: Sim. 18.Gostaria de participar? Como? Entrevista1: Sim, gostaria de participar. Ajudando os alunos e qualquer coisa que ajude a escola. Entrevista2: Tudo que a escola pede em reunião e a entrega das notas sempre tento estar presente. Entrevista3: Sim. Vindo à escola. Entrevista4: Estar mais presente nas coisas da escola e nas reuniões, mas não consigo. Entrevista5: Ajudar em alguma coisa que precisem ou algum serviço. Entrevista6: Nas reuniões. Entrevista7: Através de alguma atividade que tiver na escola ou reunião, mas quase não tenho tempo. Entrevista8: Trabalho voluntário na escola. Entrevista9: Através da APP, na hora da refeição, ver as brincadeiras, ajudando os professores a cuidarem deles. Entrevista10: Já participo, faço parte da APP e gosto de participar. Entrevista11: Participando, ajudando e estando presente. Entrevista12: Ajudar no que posso, quando for solicitada. Entrevista13: Eu já participo bastante. Entrevista14: Tudo o que me pedem estou sempre ajudando, participando e colaborando. Sempre dou um jeitiinho. Entrevista15: Do que a escola precisar. 19.O que pensa da escola em relação com a família, nos dias de hoje? Entrevista1: Normal. Entrevista2: Está tudo certinho, não tenho nada que reclamar. Entrevista3: Acho bom, deveria mudar um pouco para melhor, ajudar-nos mais falando do comportamento do filho para que haja essa colaboração entre escola e família. Entrevista4: Se não fosse a escola eu não sei o que seria das crianças. A escola é ótima para as crianças, se relaciona bem com a família. Entrevista5: A relação é boa, pois eles avisam o que acontece com os filhos. Entrevista6: Se relacionam bem. Eles falam se tiverem algum problema, assim como nós também reclamos quando vemos que há algo de errado. Entrevista7: Acredito que seja muito importante, porque a escola dá muita base e ensina muita coisa boa. Entrevista8: Penso que algumas coisas têm que melhorar, mas não muitas, na real sempre há. Da mesma forma que os pais têm algo a acrescentar e participar, acompanhando o desenvolvimento do filho na escola. Entrevista9: É uma coisa muito boa, pois sem a educação da escola acho que ninguém vive. Entrevista10: Dentro do limite delas como professoras, sempre estão comunicando aos pais o que acontece. Entrevista11: Ótima.

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Entrevista12: Na escola ainda tem muito preconceito, essa diferenciação enquanto a situação econômica e a aparência de cada um. Entrevista13: Da parte da escola é muito bom, mas ainda existem muitos pais que não se interessam. A escola sempre deu espaço aos pais, e eles não sabem aproveitar. Entrevista14: Vai muito da diretoria e da coordenação da escola. E nem tudo a escola pode fazer pelos pais, pois a educação vem de casa, a escola reforça não educa. Entrevista15: Há colaboração de ambas as partes. 20.Quais as principais práticas que você, mãe e pai, podem contar para atividade educadora? Entrevista1: Eu sempre costumo livros de historinhas para eles, sempre costumo explicar para eles as coisas que não entendem. É o que tento fazer. Entrevista2: Eu sigo os meus princípios, às vezes a minha mãe dá conselhos e eu sigo. Entrevista3: Busco encontrar respostas em outras pessoas, colegas, amigos, pai, mãe. Procuro sempre estar perguntando, tirando as minhas dúvidas para ter uma noção de como são as coisas. Entrevista4: Sempre vai passar de pai para filho. Entrevista5: Busco orientações no dia-a-dia com a família. Entrevista6: Os pais e a escola. Entrevista7: Aconselho-me com a minha mãe, converso com a minha esposa bastante, e tenho um livro na minha casa “Como criar meninos?”. Entrevista8: É mais de pai para filho e mãe para filha. Nós tentamos absorver algumas coisas boas em termos de leitura e reportagens da mídia. Entrevista9: Sempre a mãe e até as professoras. Entrevista10: Eu sempre contei comigo mesma. Entrevista11: A educação que eu tive em casa através da minha mãe. Entrevista12: O que eu aprendi com a minha mãe eu aplico na minha filha, respeito acima de tudo. Entrevista13: Extinto materno. Entrevista14: Com a educação que meus pais me deram. Entrevista15: Aprendi com a família. 21.Que orientações gostariam de receber para ajudar no seu papel de formador e educador? Entrevista1: Gostaria sim, sempre é bom estar aprendendo. Entrevista2: Sobre drogas, violência, prostituição, temas que sempre estão presentes no dia-a-dia. Entrevista3: Toda orientação é bem-vinda, então gostaria de receber qualquer uma. Entrevista4: Como não ser tão rígido com eles. Entrevista5: Toda orientação é boa, pois é mais uma informação. Entrevista6: Ensinar a minha filha a falar, como fazê-la dormir, como alimentá-la da melhor forma possível. Entrevista7: Toda informação que eu puder absorver é bem-vinda. Entrevista8: Eu Acho que a escola tem passado e tem preenchido nossas expectativas. Entrevista9: Saber ensinar certinho a fazer os deveres e a escrever, pois estive muito pouco tempo na escola. Entrevista10: De como resistir às manhas da filha. Entrevista11: Gostaria de saber o porquê que nós como mãe mimamos muito os filhos. Entrevista12: As professoras têm que dizer a nós, o que acontece com os filhos na escola, falar do comportamento, pois elas passam a maior parte do tempo com eles e nos devem ajudar na formação. Entrevista13: Nós necessitamos essas mais orientações quando o filho está no período da adolescência. Entrevista14: Mais sobre a psicologia, das diferentes formas de trabalhar com o filho na sua formação e como educar sem gritar. Entrevista15: Sobre limites, sobre a fase agressiva que muitas vezes eles ficam, etc...

Entrevista com pais e mães do Ensino Fundamental

1.O que pensa sobre a relação colaborativa entre escola e família?

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Entrevista1: A escola sempre tem que estar em comunicação com a família, para acompanhar a educação do aluno, o comportamento. E a família se necessitar de alguma ajuda deve estar comunicando à escola. Entrevista2: Eu acho muito importante. É importante para a formação da criança. Entrevista3: Eu acho que os pais têm que colaborar com os professores para a boa educação e ensinamento. Entrevista4: Eu acho bom. Entrevista5: Eu acho bom. Entrevista6: É uma relação importante e é essencial que haja. Acho que não devem misturar os papéis, a escola deve saber que realmente a sua função é aperfeiçoar a educação e os pais enquanto dar a educação, a base. Entrevista7: Se funcionasse mesmo seria o ideal tanto para a família quanto para a escola. Entrevista8: Muito bom e acho que deve ter essa colaboração entre escola e família para o desenvolvimento do filho. Entrevista9: Boa e importante. Entrevista10: Importante. Entrevista11: Acho muito boa e importante também. Entrevista12: Acho bacana. Pais e escola devem participar no processo do desenvolvimento da criança. Entrevista13: Eu acho que deve ter mais participação dos pais junto com os professores e com a equipe da escola para ter um ensinamento bem desenvolvido. Entrevista14: É essencial que haja, pois contribui para a formação da criança. Entrevista15: É muito importante esta relação e comunicação entre escola e família, afinal ambas estão envolvidas no processo educativo. 2.Percebe necessidade de estar mais próximo (a) do cotidiano escolar, participando do processo educativo que seus filhos estão envolvidos? Entrevista1: Eu acho que está bom assim. Em todas as reuniões que tem, eu estou presente, inclusive no sábado. Entrevista2: Sim, com certeza. Entrevista3: com certeza sim. Entrevista4: Não. Normal. Entrevista5: Sim. Entrevista6: É importante, mas no dia a dia da mãe e do pai acabam se dedicando muito ao serviço da casa, da empresa em que trabalham e acabam deixando a educação e a escola de lado. Entrevista7: Com certeza, e sei que é por eles. Entrevista8: Não. Entrevista9: Sim, necessito estar mais perto. Entrevista10: Sim, percebo. Entrevista11: Sim, pois há muitos pais que não se importam e sempre procuro estar participando. Entrevista12: Sim. Gostaria que houvesse mais participação dos pais na escola. Entrevista13: Vale a pena nós estarmos mais participativos e juntos. Entrevista14: Sim, sinto a necessidade de acompanhá-la mais e estar mais junto. Entrevista15: Sim, pois participar nesse processo do filho na escola é muito importante e eu quase não o acompanho devido o serviço. 3.Quanto tempo aproximadamente disponibiliza para maior atuação e acompanhamento ao cotidiano escolar de seus filhos? Entrevista1: Brinco todo o tempo, ainda mais agora que não estou tarabalhando. Entrevista2: Sempre estou em contato com os professores. Entrevista3: Todo o tempo eu a acompanho, pergunto aos professores como ela está. Entrevista4: Bastante tempo. Entrevista5: Como eu estou presente na escola quase todo dia, sempre estou perguntando aos professores sobre minha filha. Entrevista6: Geralmente é a pior hora do dia que eu dedico aos meus filhos, antes de dormir e na escola só quando é solicitado que eu venha. Entrevista7: Quase nenhum tempo, mesmo estando próximo da escola. Entrevista8:

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Entrevista9: Sempre quando é preciso acompanhar. Entrevista10: Diariamente eu pergunto sobre ela. Entrevista11: Sempre estou conversando com as professoras, tinha medo de que minha filha ficasse com dificuldade, mas ainda bem que ela está bem. Entrevista12: Geralmente no período da tarde. Procuro saber o andamento do meu filho na escola e participo da ”escola aberta” nos sábados. Entrevista13: Sim, consigo falar com os professores toda semana. Entrevista14: No final de tarde quando vou buscá-la sempre pergunto aos professores como foi o seu andamento no dia e se tem alguma atividade para casa. Entrevista15: Quase não acompanho, mas sempre estou perguntando aos professores como foi seu andamento. 4.Se a escola desenvolver orientações às famílias na questão da formação e do desenvolvimento das crianças, você participaria? Considera importante ou não? Entrevista1: Considero importante e com certeza participaria. Entrevista2: Participaria sim. Entrevista3: Considero importante. Entrevista4: Considero importante e bom. Entrevista5: Com certeza é muito importante. Entrevista6: Eu acho importante e participaria. Entrevista7: Sim, acho bom. Entrevista8: Participaria e considero importante. Entrevista9: Participaria e considero importante. Entrevista10: Participaria e considero importante. Entrevista11: Considero importante e participaria. Entrevista12: Participaria e acho interessante. Entrevista13: Considero importante e participaria. Entrevista14: Participaria e é importante, pois nos agrega informação para a educação dos nossos filhos. Entrevista15: Considero importante e participaria. 5.Quantos filhos têm? Qual idade? Qual o sexo? Entrevista1: Dois filhos. Uma menina de dez anos e um menino de quatro anos. Entrevista2: Uma menina. Entrevista3: Tenho quatro filhos, sendo uma filha de menor que está na idade escolar. Entrevista4: Três filhos. Dois meninos, um de doze anos e outro de quatro anos e uma menina de oito. Entrevista5: Uma menina de onze anos. Entrevista6: Um casal. Uma menina de onze anos e um menino de sete anos. Entrevista7: Um casal. Um de onze anos e uma de nove anos. Entrevista8: Dois filhos. Um menino de doze anos e o outro de treze anos. Entrevista9: Três meninos. Um tem catorze anos, outro tem dez e o caçula tem seis anos. Entrevista10: Quatro filhos. Um de vinte e nove anos, um de vinte oito, uma de trinta anos e uma de doze. Entrevista11: Uma filha de oito anos. Entrevista 12: Dois filhos. Um menino de sete anos e uma menina de seis anos. Entrevista 13: Um menino de onze anos. Entrevista 14: Uma menina de oito anos. Entrevista 15: Um menino de sete anos. 6.Quem cuida dos filhos? Com quem ficam? Onde ficam? Passam quanto tempo fora de casa durante o dia? Entrevista1: Quem fica com eles sou eu, a mãe. No momento eu não estou trabalhando. Só a Ágata fica fora de casa quando vai para a escola. Entrevista2: Na parte da manhã ela fica comigo, de tarde está na escola e à noite também fica comigo. Entrevista3: Em casa fica comigo e quando vem á escola também comigo.

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Entrevista4: O tempo todo comigo, a mãe, pois trabalho em casa. Entrevista5: De manhã fica na escola e à tarde com sua tia. Entrevista6: Todas as manhãs eles ficam em casa, sendo que três dias ficam com a babá e dois dias com a avó. E no período da tarde no colégio. Entrevista7: Quatro horas ficam na escola e depois com os meus pais(avôs). Entrevista8: O tempo todo com a mãe, exceto quando estão no colégio. Entrevista9: Ficam comigo, a mãe. Entrevista10: Antes e depois da aula, ela fica comigo. Entrevista11: Todo o tempo fica comigo, exceto quando vai para escola. Entrevista12: O menino passa no período da tarde sozinho e a menina fica o dia inteiro comigo. Entrevista13: De manhã ele fica em casa junto comigo e à tarde vamos para a escola juntos, pois eu trabalho no mesmo estabelecimento. Entrevista14: De manhã fica com a babá, à tarde na escola e à noite comigo. Entrevista15: De manhã vai à escola, de tarde e à noite fica com os tios. 7.Qual é a prática afetiva que vocês pais demonstram a seus filhos? Que forma utiliza para demonstrar seu afeto? Entrevista1: Carinho, amor, na educação e no respeito. Entrevista2: Dando bastante carinho e atenção. Entrevista3: Damos atenção, amor e carinho Entrevista4: Cuidando, oferecendo amor e carinho. E estar firme enquanto ao ensinamento. Entrevista5: Agente procura estar presente e conversar com ela. Entrevista6: Brincar e contar histórias. Entrevista7: Carinho, elogios, aproveitando o pouco tempo que estamos juntos, demonstrando interesse no que eles fizeram durante o dia, verificando os deveres e tentando preencher esses espaços vazios desta forma. Entrevista8: Estando mais próximos deles. Entrevista9: Dando carinho. Entrevista10: Muito carinho, amor e compreensão. Entrevista11: Através do carinho, eu e meu esposo. Entrevista12: Ofereço bastante carinho, compreensão, leio historinhas antes de dormirem, e sextas-feiras passeio com eles. Entrevista13: Incentivar, dar bastante amor e carinho. E incentivar eles nos estudo. Entrevista14: Amor, carinho, compreensão, incentivo e limites. Entrevista15: Através de carinho e demonstrando interesse pelo meu filho. 8.Como você ajuda seus filhos a terem um bom desempenho escolar? De que forma acompanha os trabalhos da escola? Entrevista1: Através do caderno de tarefas, boletim, reuniões escolares, chamando atenção para estudar mais Entrevista2: Procuro ensinar ajudando-a, antes mesmo de ela entrar para escola já ensinava. Entrevista3: Ajudando nas coisas que ela não sabe, ela pergunta e eu respondo as suas dúvidas Entrevista4: Ajudando em casa nos deveres da escola. Entrevista5: Ajudando ela nos deveres e comparecer na escola quando chamam. Entrevista6: Quando eles têm tarefas mais difíceis, nós sentamos juntos, pesquisamos num livro e auxílio. Caso contrário, só verifico as atividades. Entrevista7: Cobro tarefas, leitura, trabalho, redação... Sempre ligada no que eles fazem. Entrevista8: Observando e exigindo do seu desempenho. Entrevista9: Eu os incentivo a estudar. Entrevista10: Orientando-a a fazer as coisas certas. Entrevista11: Converso com os professores sempre estando ciente do desenvolvimento dela. Entrevista12: Eu ajudo pouco nas atividades escolares. Meu marido é quem os ajuda mais, pois ele é mais inteligente e tem mais som para ensinar. Então ele ensina a tabuada e a ler. Entrevista13: Sempre estar vendo através dos professores o que ele está fazendo. Entrevista14: Incentivo à leitura e ajudando-a nas dúvidas. Entrevista15: Ensinando, ajudando nos deveres e incentivando aos estudos.

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9.Seu filho ou filha tem alguma dificuldade de aprendizagem? Possui alguma reprovação? Qual série? Entrevista1: Não. Dificuldade na aprendizagem não. Só acho que a minha filha é um pouco agitada na escola. Entrevista2: Não. Entrevista3: Não. Entrevista4: Não. Nenhum dos três. Entrevista5: Não. Nunca reprovou. Entrevista6: Não. Estão muito bem. Entrevista7: Não. Entrevista8: Não. Entrevista9: Só o mais velho de catorze anos que tem bastante dificuldade. Entrevista10: Não. Entrevista11: Não. Entrevista12: Meu menino tem dificuldade em escrever, confunde “D” com “t”. Entrevista13: Não. Entrevista14: Nenhuma dificuldade. Entrevista15: Não 10.O que você considera que falte a uma criança que tenha dificuldade de aprendizagem? Entrevista1: A professora tem que dar mais atenção para aquele aluno e reforço. Entrevista2: Mais acompanhamento dos pais, pois tem pais que deixam muito a desejar. Entrevista3: Os pais exigir mais enquanto ao estudo. Entrevista4: Acompanhamento dos pais e atenção. Entrevista5: Mais atenção dos pais e estarem mais presentes. Entrevista6: Cada caso é uma realidade. Tem aluno que tem dificuldade por falta de orientação dos pais e de repente é um problema pequeno, mas agente sabe que existem casos que não basta o acompanhamento dos pais, talvez só um acompanhamento clínico. Entrevista7: Eu não sei na realidade. Às vezes a gente quer colocar a culpa na família, pois ela não acompanha e às vezes colocamos a culpa na escola, pois ela não tem tempo suficiente para se dedicar só naquela criança e o número de criança dentro da sala de aula é muito grande e tudo se torna muito superficial. Então na verdade não sabemos que é o culpado pelo fracasso da criança. Entrevista8: A ajuda dos pais. Entrevista9: Falta de comunicação com os professores sobre as dúvidas que possuem. Entrevista10: Mais orientações dos pais. Entrevista11: Ajuda dos pais. Os pais têm que estar a par do que acontece com a criança. Os problemas surgem em casa. Entrevista12: Acho que nada. Entrevista13: Depende da causa. Tem crianças que já nascem com deficiências e outras realmente precisam do acompanhamento dos pais. Entrevista14: Falta de incentivo dos pais aos estudos, falta de convívio com os livros e interesse. Entrevista15: Falta de orientação dos pais e participação dos mesmos. 11.Como seus filhos desenvolvem a vida social, onde eles brincam? Quem eles visitam? Têm amigos? A família costuma passear junto? Entrevista1: Freqüentam a casa dos amiguinhos da escola e da igreja e vão para a igreja. Entrevista2: Ela brinca com crianças da vizinhança e tem bastante amizade. Entrevista3: Costumamos passear juntos para a casa de parentes e ela brinca bastante. Entrevista4: Ficam mais em casa e brincam em casa, passeamos pouco. Entrevista5: Nós passemos quando dá tempo, geralmente nos finais de semana. Ela brinca com os amiguinhos e coleguinhas. Entrevista6: Nós selecionamos bem os amigos, dificilmente deixamos que durmam na casa de alguém sem conhecermos. Levamos eles na casa de amigos, vamos ao cinema, brincamos junto, praticam esportes. Entrevista7: Nós fazemos tudo sempre juntos, mesmo estando divorciada. Em casa tenho um espaço grande para eles brincarem.

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Entrevista8: Só passeiam com os pais, dificilmente convivem com vizinhos ou amigos. Amigos só têm da escola. Entrevista9: Passeamos no shopping no fim de semana e sábado ficam na escola aberta. E brincam somente em casa. Entrevista10: Passeia comigo e tem poucos amigos. Entrevista11: Nós quase não saímos de casa por falta de tempo, mas ela brinca muito com suas amigas e vizinhas. Entrevista12: Amigos só os primos. Nós saímos para passear, no verão vamos à praia ou parque aquático. Entrevista13: Ele brinca com os amiguinhos, mas no período que eu esteja em casa participando e na minha casa. Entrevista14: Ela brinca muito com os seus amiguinhos da vizinhança durante à tarde e passeamos com ela nos fins de semana. Entrevista15: Brinca na casa dos primos e amigos. Passeamos pouco e ele passa mais na casa dos nossos familiares. 12.Vocês brincam com seus filhos? Como? Quando? Onde? Em que momento? Qual brincadeira? Quanto tempo? Entrevista1: No momento eu não brinco muito com eles. Entrevista2: Nós saímos muito pouco. Entrevista3: Eu brinco bastante com ela, quando eu tenho tempo brincamos de escolinha. Entrevista4: Sim, sempre estou brincando. Inventamos muitas brincadeiras. Entrevista5: Quando há tempo. Entrevista6: Sim, brincamos e passeamos muito. Entrevista7: Sempre estamos juntos. Entrevista8: No momento nós brincamos muito pouco, devido ao tempo corrido. Entrevista9: Quando dá tempo. Entrevista10: Sim. Brincamos sempre quando posso, às vezes. Brinco de escolinha com ela. Entrevista11: Nós brincamos muito com ela, eu e meu esposo. Brincamos de vôlei e futebol. Entrevista12: No período da manhã brincamos de pula-corda, amarelinha. Brincadeiras antigas que aprendemos com os nossos pais. Entrevista13: Sim, no tempo disponível eu brinco com ele, a gente o leva para passear, para se divertir e para ele ter um lazer que nós possamos acompanhar. Entrevista14: Sim, geralmente eu conto historinhas para ela, brinco de esconde-esconde, pega-pega e escolinha. Entrevista15: Sempre quando posso. Jogo bola com ele nos finais de semana. 13.Qual a atividade que seu filho (a) desenvolve quando está em casa durante a semana e no final semana? Entrevista1: Às vezes nós vamos à casa de amigos. Passeamos, na praia, no parque ou vamos à igreja. Entrevista2: Brinca de escolinha e bola com as amiguinhas. Entrevista3: Ajuda a mãe nos serviços da casa e brinca também. Entrevista4: De bola e futebol. Entrevista5: Brincadeiras com os amiguinhos. Entrevista6: Eles preferem brincadeiras que jogos eletrônicos. Brincam de pega-pega, esconde-esconde... Entrevista7: O menino brinca de bicicleta, futebol, jogos e computador. A menina é mais leitura, computador e vôlei. Entrevista8: Brinca com o irmão. Brincadeiras normais, como de qualquer outra criança. Entrevista9: Brincam de diversas coisas, pega-pega, futebol, bola... Entrevista10: Me ajuda nos serviços da casa e brinca de esconde-esconde, pega-pega. Entrevista11: Ela brinca muito de boneca e escolinha. São suas brincadeiras preferidas. Entrevista12: Brincam os dois juntos, de casinha, pular corda, amarelinha. Brincadeiras de criança. Entrevista13: Assiste desenho, joga Play, brinca de bola, ping-pong... Entrevista14: Brinca com boneca, de escolinha e bicicleta. Entrevista15: Adora jogar futebol com os amigos e finais de semana com o pai.

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14.Todos os programas de televisão são livres? As novelas? Filmes? Até que horário? Qual é o canal de televisão? Entrevista1: Estão assistindo mais a Record, mas à noite não assistem televisão, pois já é tarde e estão cansados, vão dormir cedo. Entrevista2: Nem todos. Ela assisti mais a globo e a SBT. Entrevista3: Não. Ela assisti televisão até as 20h00min e assisti mais a SBT. Entrevista4: Não. Tento controlar, pois estou em casa sempre e o programa que mais assiste é a Record. Entrevista5: Com certeza que não. Ela gosta de assistir o pica-pau que passa na Record. Entrevista6: Eles assistem bastante globo e SBT, agente seleciona os filmes que dá para assistir ou não, e enquanto as novelas eu troco de canal quando dá alguma cena inapropriada. Entrevista7: São livres, mas sempre os pais por perto orientando e tentando selecionar. Hoje eles assistem mais a Record. Entrevista8: Não deixo que eles vejam novelas nem filmes violentos. Assistem televisão até as 21h00min. Entrevista9: Nem todos os programas. Assistem mais a Record. Entrevista10: Nem todos são livres, tenho que colocar programas de criança para ela assistir. Gosta de assistir o SBT. Entrevista11: Nem todo canais ela pode assistir, nem todo programa é adequado para a idade dela. Assisti mais o canal da Globo. Entrevista12: Assistimos mais a Record, eles assistem pica-pau de manhã e a tarde e de noite assistem novela comigo. Entrevista13: Nem todos, ele tem um horário para assistir que é até as nove horas da noite e gosta do canal da SBT e a Record. Entrevista14: Não são livres. Sempre evito que ela assista canais impróprios para a sua idade. Ela adora ver pica-pau na Record. Entrevista15: Ele assiste mais a Record e a SBT. Sempre procuro ver a indicação dos programas que passam na televisão principalmente filmes e novelas. 15.Qual horário de dormir de seus filhos? Qual o horário que precisam acordar? Acordam com dificuldade ou facilmente? Entrevista1: Vão dormir às 22h00min e acordam às 09h00min. Acordam bem, mas às vezes reclamam que querem dormir mais. Entrevista2: Dorme entre as 21h30min e acorda as 8h00min. E acorda bem. Entrevista3: Dorme as 21h00min e acorda bem por volta das 8h30min. Entrevista4: Dorme por volta das nove da noite e acorda bem às oito da manhã. Entrevista5: Ela dorme no máximo as 21h00min e acorda às 8h30min. Acorda bem. Entrevista6: O menino vai dormir geralmente às nove e meia da noite e acorda às oito da manhã com disposição. Entrevista7: Vão dormir a partir das 22h00min e tem facilidade para acordar. Entrevista8: Vão dormir às 21h00min e acordam muito bem. Entrevista9: Dormem às 22h00min, acordam cedo e muito bem. Entrevista10: Dorme às 21h00min e acorda às 08h30min com dificuldade, tenho que chamá-la para acordar. Entrevista11: Entre 21h00min e 22h00min ela dorme. Acorda as 07h00min da manhã e acorda bem. Entrevista 12: Geralmente as 21h00min, mas não há horário para eles dormirem. Acordam as 08h00min e acordam bem. Entrevista 13: A partir das 22h00min ele vai dormir e acorda por volta das 8h00min. Acorda bem. Entrevista 14: Dorme às 21h00min e acorda bem entre oito e oito e meia da manhã. Entrevista 15: Dorme a partir das 20h00min e acorda às 7h00min. Acorda bem. 16.Qual a refeição que seus filhos fazem melhor: café da manhã, almoço ou jantar? Entrevista1: Almoço e jantar. Entrevista2: A janta. Entrevista3: Almoço. Entrevista4: Almoço. Entrevista5: O almoço.

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Entrevista6: O almoço. Entrevista7: Janta. Entrevista8: O almoço. Entrevista9: Almoço. Entrevista10: O almoço. Entrevista11: A janta. Entrevista12: Almoço. Entrevista13: Almoço. Entrevista14: Almoço. Entrevista15: Almoço. 17.Você sente a necessidade de estar mais presente na escola de seu filho? Entrevista1: Acredito que não, pois sempre participo nas reuniões, entro em contato com a professora através do caderno. Entrevista2: Sim, com certeza. Entrevista3: Não. Pois sempre estou com os professores. Entrevista4: Não, por enquanto está bom assim. Entrevista5: Sim, pois ela é muito agitada. Entrevista6: Sim, pois tenho certeza que lá na escola as atitudes dos meus dois filhos, muitas delas não são as mesmas atitudes que eles têm em casa comigo. Sei que na escola é diferente. Entrevista7: Com certeza. Entrevista8: No momento não. Entrevista9: Não. Entrevista10: Sim. Entrevista11: Eu acho que já estou bastante presente na escola. Entrevista12: Não. Entrevista13: Não. Para mim está ótimo, pois trabalho no mesmo local que ele estuda. Entrevista14: Sim, pois é importante estar participando da educação do filho. Entrevista 15: Sim, pois não participo muito devido o serviço. 18.Gostaria de participar? Como? Entrevista1: Se tiver oportunidade gostaria sim de participar, um dia estar na sala de aula, um dia de voluntário para ver como é o desenvolvimento do aluno na escola, na alimentação, conhecer os outros funcionários, etc. Entrevista2: Podendo ajudar outras crianças, ensinando-as o que agente aprendeu. Entrevista3: Não. Entrevista4: Já participo bastante, na APP. Entrevista5: Não, pois tenho pouco tempo. Entrevista6: Seria bom, gostaria de participar em alguma atividade, só que é difícil devido o serviço. Entrevista7: Ser mais atuante na escola, pois tudo é muito superficial o que a gente faz enquanto mãe e o contato que temos com os professores é mínimo. Entrevista8: Não. Entrevista9: Não. Entrevista10: Sim, participando das atividades que as professoras organizam e no que precisarem. Entrevista11: Gostaria sim de participar. Se tiver a oportunidade de ajudar outras crianças, ajudo. Entrevista12: Gostaria. Alguma atividade, ensinar alguma brincadeira para as crianças. Entrevista13: Eu acho que já faço o suficiente, pois faço parte da APP e diariamente estou na escola. Entrevista14: Sim, participando das atividades, estar mais presente na escola para ver seu andamento e contribuindo mais com a escola. Entrevista15: Sim. Gostaria de ter mais contato com as crianças da escola para ver como é o convívio social do meu filho dentro da escola. 19.O que pensa da escola em sua relação com a família, nos dias de hoje? Entrevista1: Quando a escola faz alguma atividade, eu acho que eles deveriam conversar com os pais, perguntando o que pode ou não estar fazendo, perguntar se têm condições de poder ajudar. Conversar e combinar mais com a família, sem utilizar muito o método “bilhetinho” como comunicação.

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Entrevista2: Em relação a antigamente está bem melhor, pois agora há mais diálogo com os pais. Entrevista3: É um relacionamento bom. Cumpre com as necessidades. Entrevista4: Bom. Entrevista5: Bom. Entrevista6: Eu acredito que muitos profissionais da educação fazem o possível para que o relacionamento seja muito bom, mas às vezes há confusão de papéis tanto os pais quanto a escola. Muitas vezes a escola assume a função que não é dela e os pais levam à escola determinadas funções que não pertence á ela. Entrevista7: Tem um vínculo bem restrito com a família, quanto mais a família fica longe da escola menos incômodo é para a escola. A escola busca está criando esse laço, mas é muito complicado. Entrevista8: Boa, supri com as necessidades. Entrevista9: razoavelmente bem, atende às necessidades. Entrevista10: Eu acho que está bom. Entrevista11: Aqui especialmente é uma escola boa e nem todas são boas, mas os moradores aqui estão contentes. Entrevista 12: Eu acho que está se relacionando bem. Pois tudo começa pela escola, onde ensinam e as crianças aprendem. Entrevista 13: Acho que vai bem, pois dependendo do caso da criança, da parte administrativa e pedagoga, chamam os pais para conversar para tentar resolver o problema ou ajudam aquela família ou criança que apresenta dificuldade no estudo. Uma boa relação. Entrevista 14: É claro que existem imperfeições, mas no geral uma está tentando colaborar com a outra. Entrevista 15: Falta interatividade e mais contato entre elas. 20.Quais são as principais práticas que você, mãe e pai, podem contar para atividade educadora? Entrevista1: Converso com a minha mãe. Levo meus filhos à igreja, pois ensinam coisas boas. As professoras também ajudam, oferecendo conselhos. Entrevista2: Procuro passar para minha filha o que eu aprendi com a minha avó. Entrevista3: De mãe para filho. Entrevista4: Aprendi a educar com a minha mãe. Entrevista5: Através da família e dos amigos. Entrevista6: Não existe uma receita para educar filho, acho que agente vai descobrindo de acordo com cada filho e também eu li um livro de um autor itajaiense, nesse livro ele dava muitas experiências de como agir em determinadas atitudes e a educação que damos aos nossos filhos não é igual. Então eu acho que apanhando, errando, lendo algumas publicações e escutando alguns amigos adquirimos informação.Entrevista7: Através das reuniões do meu filho, que sempre traz um tema ou assunto para estar desenvolvendo na escola. Entrevista8: Da família. Entrevista9: A minha religião. Através dos estudos bíblicos que ensinam o que é bom e ruim. Entrevista10: Comigo mesma. Não contei com ninguém para aprender a educar. Entrevista11: Através da criação que eu adquiri em casa. A minha avó me educou. Entrevista12: Através da educação que tive em casa, mas também busco livros de auto-ajuda. Entrevista13: Aprendi com meus pais e com a escola onde já estudei. Entrevista14: Com os valores que a família me ensinou e com algumas experiências já vividas. Entrevista15: De mãe para filho e através de informação, como: livros, revistas, etc.. 21.Que orientações gostaria de receber para ajudar no seu papel de formador e educador? Entrevista1: Do comportamento dos filhos e como lidar com criança agitada. Entrevista2: Por enquanto não, mas creio que na adolescência sempre é bom receber orientações. Entrevista3: Não, nenhuma dúvida. Entrevista4: Como lidar com as diferentes personalidades dos filhos. Entrevista5: Saber mais sobre os filhos enquanto ao seu comportamento. Entrevista6: Algumas dicas sobre respeito, algumas indicações de livros de literatura e algumas orientações que falem dos deslizes que os filhos cometem no dia a dia, como: palavrões, pequenas mentiras, de como lidar e falar que é errado. Entrevista7: Hoje, eu acho que o que a agente se sente mais frustrado enquanto educador é a questão do comportamento da criança, está difícil.

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Entrevista 8: No momento não. Estou conseguindo controlar. Entrevista 9: Como fazer com que meus filhos me respeitem. Entrevista 10: Gostaria sim de receber orientações, informação nunca é demais. Entrevista 11: Como lidar com filhos adolescentes, pois deve ser difícil o convívio com filhos entre 14 e 16 anos. Por enquanto não estou com nenhuma duvida enquanto a educação da minha filha de oito anos. Entrevista 12: Receber auxílio ou algum curso, pois muitas vezes não sabemos a dúvida que as crianças têm ou quando anda respondendo muito. Aprender um pouco mais sobre eles. Entrevista 13: Gostaria sim de receber um curso que diz respeito aos nossos filhos, da aprendizagem. Entrevista 14: Como distribuir bem o tempo com a família e trabalho. Entrevista 15: Como educar sem gritar e sem agressividade.