“Educação e experiência” de E. P. Thompson

2
FACULDADE SÃO BENTO DA BAHIA Especialização em História Social e Econômica do Brasil Disciplina: Docência e Pesquisa em História: Didática do Ensino Superior Docente: Márcia Gabriela de Aguiar Barreto Discente: Luana Moura Quadros Roteiro do texto: “Educação e experiência” de E. P. Thompson Educar não é uma transmissão de conhecimentos de um sujeito detentor de saberes para outros sujeitos desligados de vivências e experiências. A educação se dá a partir de uma relação de troca entre sujeitos que não são passivos. “Mas por que tratamos a educação como se estivéssemos lidando com sujeitos destituídos de conhecimentos prévios?” Noutras palavras, esse é o questionamento norteador que Thompson parte para compreender como foi delineado o universo da educação na Inglaterra, buscando sua historicidade. Conceito de experiência para o autor – não está apenas no âmbito das ideias, mas das ações e sentimentos, que são sentidos na cultura a partir de normas e valores estabelecidos e significados construídos historicamente em sociedade. Antes da Revolução Francesa – Neste momento, reside o distanciamento entre a cultura letrada e a cultura do povo, reforçado pelo paternalismo que colocava o povo como um sujeito subordinado, virtuoso e puritano. Cultura, experiência e educação era vista de maneiras diferentes, de acordo, com a classe social. Ainda que não fosse ignorada a existência de uma cultura do povo, havia uma subordinação cultural que se encontrava dentro de um “plano social” – instrumento de controle. Após a Revolução Francesa e a industrialização – a migração em direção às fábricas, fez com que, aos poucos, fosse

Transcript of “Educação e experiência” de E. P. Thompson

Page 1: “Educação e experiência” de E. P. Thompson

FACULDADE SÃO BENTO DA BAHIAEspecialização em História Social e Econômica do BrasilDisciplina: Docência e Pesquisa em História: Didática do Ensino SuperiorDocente: Márcia Gabriela de Aguiar BarretoDiscente: Luana Moura Quadros

Roteiro do texto:“Educação e experiência” de E. P. Thompson

Educar não é uma transmissão de conhecimentos de um sujeito detentor de saberes para outros sujeitos desligados de vivências e experiências. A educação se dá a partir de uma relação de troca entre sujeitos que não são passivos.

“Mas por que tratamos a educação como se estivéssemos lidando com sujeitos destituídos de conhecimentos prévios?”

Noutras palavras, esse é o questionamento norteador que Thompson parte para compreender como foi delineado o universo da educação na Inglaterra, buscando sua historicidade.

Conceito de experiência para o autor – não está apenas no âmbito das ideias, mas das ações e sentimentos, que são sentidos na cultura a partir de normas e valores estabelecidos e significados construídos historicamente em sociedade.

Antes da Revolução Francesa – Neste momento, reside o distanciamento entre a cultura letrada e a cultura do povo, reforçado pelo paternalismo que colocava o povo como um sujeito subordinado, virtuoso e puritano.

Cultura, experiência e educação era vista de maneiras diferentes, de acordo, com a classe social.

Ainda que não fosse ignorada a existência de uma cultura do povo, havia uma subordinação cultural que se encontrava dentro de um “plano social” – instrumento de controle.

Após a Revolução Francesa e a industrialização – a migração em direção às fábricas, fez com que, aos poucos, fosse transposta o distanciamento entre os homens letrados e os homens do povo.

O medo das espontaneidades populares, do jacobinismo. A cultura popular deveria ser manipulada e controlada pelos superiores.

A experiência trazida era ignorada e/ou manipulada, fazendo com que o sujeito se tornasse passivo – estado de servidão mental.

Educação e experiência caminham juntas. Quando dissociado uma coisa da outra, a educação termina sendo uma tensão, trazendo consigo o perigo da rejeição e da autodesconfiança.

O que Thompson defende não é a rejeição da dita cultura letrada em favor da experiência. Mas que a experiência seja um instrumento a ser considerado, pois é o que o educando traz para a construção do seu conhecimento. É preciso trabalhar na dialética necessária entre educação e experiência.

Equilíbrio entre o rigor intelectual e o respeito pela experiência.