Educação e Distribuição de Renda no Brasil Naércio Aquino Menezes Filho IBMEC-SP e USP.
Transcript of Educação e Distribuição de Renda no Brasil Naércio Aquino Menezes Filho IBMEC-SP e USP.
Educação e Distribuição de Rendano Brasil
Naércio Aquino Menezes Filho
IBMEC-SP e USP
Roteiro
1) Introdução
2) Perspectiva Histórica
3) Panorama Recente
4) Perspectivas Futuras
5) Papel da Qualidade
6) Conclusões
IntroduçãoCaso Brasileiro: pobreza muito elevada para seu PIB p.c.
Figura 1 - PIB per Capita e Pobreza
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
PIB per Capita/100 pobreza
Introdução
Devido a uma desigualdade muito elevada
Figura 2- Desigualdade entre Países
0
10
20
30
40
50
60
70
Introdução
Os 10% no topo da distribuição de renda apropriam-se de 48% de toda a renda gerada no país
Figura 3 - Porcentagem da Renda Apropriada por cada Décimo - 2002
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Literatura Internacional
Figura 6 - Desigualdade de Renda nos Estados Unidos
80
90
100
110
120
130
140
150
160
p10 p50 p90
Aumento da Desigualdade nos Estados Unidos
Brasil - Perspectiva Histórica
• Langoni (1970): talvez a primeira pesquisa com utilização de microdados no Brasil
• Taxa de Retorno do investimento em capital humano é muito superior à do capital físico
• Aumento da qualificação da mão-de-obra pode ter impactos substantivos nas taxas de crescimento e ao mesmo tempo diminuir a desigualdade de renda
Brasil - Perspectiva Histórica
• Concentração de Renda já era grande em 1960• Hoffmann (1971) detectou o aumento da
concentração de renda entre 1960 e 1970• Fishlow (1972) atribui este aumento às políticas
de estabilização adotadas pelo regime militar: salário mínimo e enfraquecimento dos sindicatos
• Langoni (1973) atribui às mudanças clássicas que acompanham o processo de desenvolvimento: migrações e educação
• Fields (1980) enfatiza redução da pobreza ocorrida no período
Brasil: Perspectiva Histórica
• Década de 80: poucos estudos na área (preocupação com temas macroeconômicos)
• Década de 90: retomada dos estudos -> disponibilização de microdados (PNADs)
• Reis e Barros (1991): distribuição da educação e distribuição de renda
• Leal e Werlang (1991): taxa de retorno de investimentos no ensino primário é alta
Brasil Diferenciais de salário associados à educação são muito
elevados
Figura 4 - Retornos à Educação no Brasil - 2002
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Anos de Estudo
Raz
ão
Brasil
Educação “explica” cerca de 50% da desigualdade de renda:
causalidade ou viés de seleção? Lam and Schoeni (1993)
Figura 7 - Educação e Desigualdade - 2002
0
2
4
6
8
10
12
desigualdade desigualdade sem educação
P90
/P10
Brasil
Aumento do nível educacional da população...
Figura 8 - Evolução da Educação por Coortes no Brasil
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980
% d
a P
opu
laçã
o
elementar 1o elementar 2o médio superior
Não entre os favorecidos
Evolução Educacional Favorecidos
0
2
4
6
8
10
12
14
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25idade
coorte61f coorte66f coorte71f coorte76f coorte81f coorte86f
Mas entre desfavorecidosEvolução Educacional Desfavorecidos
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
idade
coorte61d coorte66d coorte71d coorte76d coorte81d coorte86d
Brasil.. mas desigualdade tem permanecido constante. Por que?
Figura 9 - Distribuição de Renda ao longo do Tempo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1% mais ricos 2 a 10% 11 a 49% 50% mais pobres
Brasil
1) Evolução foi muito lenta em relação à A.L.
0
2
4
6
8
10
12
1930 1940 1950 1960 1970
Nascimento
Figura 10 - Evolução Educacional na América Latina e Caribe
Nicarágua El Salvador Brasil México Chile Argentina
Brasil
2) Efeito composição primeiro aumenta desigualdade
Figura 11 - Efeito Composição
-0,15
-0,1
-0,05
0
0,05
0,1
0,15
Retornos Composição Entre-Grupos
BrasilFigura 11 - Composiçao Educacional e Desigualdade Entre Grupos
-0,06
-0,04
-0,02
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
1977 1987 1997 2007 2017 2027 2037
Pessimista Otimista
3) Retornos salariais ao nível superior estão crescendo
Diferenciais de Salário entre Níveis Educacionais
0,5
1
1,5
2
2,5
3
1960 1970 1981 1990 2002
Raz
ão
fundamental médio superior
Brasil
Brasil
4) Demanda relativa por nível superior está aumentando: Fernandes e Menezes-Filho (2004)
Figura 13: Demanda Relativa: Qualificados/ Intermediários
-0,1000
0,0000
0,1000
0,2000
0,3000
0,4000
0,5000
0,6000
0,7000
0,8000
0,9000
1.98
1
1.98
2
1.98
3
1.98
4
1.98
5
1.98
6
1.98
7
1.98
8
1.98
9
1.99
0
1.99
1
1.99
2
1.99
3
1.99
4
1.99
5
1.99
6
1.99
7
1.99
8
1.99
9
Ano
Brasil
Possíveis soluções para o nível superior:
1) Cotas nas universidades para estudantes de escolas públicas?
2) Massificação do crédito estudantil?
3) Ampliação das vagas na universidade pública -> liberalização do acesso ?
4) Melhora da qualidade da educação pública no ensino médio
Problema Agora: Qualidade
• Mais importante que a quantidade para o crescimento: Hanushek and Kimko (2000)
• Remuneração depende mais da qualidade que da quantidade de educação: Curi e Menezes-Filho (2004)
• Pseudo-Paineis -> acompanham coorte (estado, sexo cor) nascido em 1977/78 -> 17/18 anos no SAEB 95 (3a serie EM) e 23/24 na PNAD 01.
Qualidade da Educação
• FUNDEF (98): re-distribuir recursos de acordo com número de alunos em cada U.F. (Menezes-Filho e Pazello, 2004).
• Aumentou salários dos professores-> melhorou desempenho dos alunos
• Aumento de recursos melhorou qualidade nos muncípios pobres de NE
• No LP -> ligar remuneração ao desempenho para manter melhores professores
Conclusões
• Educação é fundamental para entendermos o problema da desigualdade no Brasil
• Perspectiva de diminuição da desigualdade no futuro, se diferenciais continuarem declinando
• Mas o problema da transição para o nível superior tem que ser resolvido
• Problema principal agora é melhorar a qualidade da educação pública