Educação e Crescimento: O que a Evidência Empírica e Teórica mostra? Fernando de Holanda...

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Educação e Crescimento: O que a Evidência Empírica e Teórica mostra? Fernando de Holanda Barbosa Filho – IBRE-FGV Samuel de Abreu Pessôa – IBRE-FGV UFRGS – Ciências Econômicas Felipe Augusto Bellé Economia da Pobreza

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Educação e Crescimento: O que a Evidência Empírica e Teórica mostra?

Fernando de Holanda Barbosa Filho – IBRE-FGVSamuel de Abreu Pessôa – IBRE-FGV

UFRGS – Ciências EconômicasFelipe Augusto BelléEconomia da Pobreza

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1 - Introdução

• Objetivo Principal: Resenhar a literatura sobre o efeito da educação na economia nas suas diversas dimensões;

• Ponto de vista micro e macroeconômico;• Educação -> Crescimento Econômico: Década de 50;• 3 seções:

– Retorno Privada e Social da Educação;– Educação e Crescimento Econômico;– Políticas Educacionais;

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

• 4 subseções:

– 2.1 Motivações que estimularam o estudo da economia da educação e o seu investimento;

– 2.2 Diversas variáveis instrumentais para estimação do retorno da educação;

– 2.3 Se o retorno social da educação é diferente do privado;

– 2.4 Efeitos sociais da Educação;

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.1 INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

• Final dos anos 50 e primeira metade dos anos 60;• Objeto de investigação de forma sistemática o papel da educação;• Motivo Macroeconômico? Trabalhos do Robert Solow

↑Y > ↑ Oferta dos fatores de produção, capital e trabalho;

– Resíduo de Solow: Progresso técnico ou acumulação de outros fatores;– Qual melhor candidato? Melhoria da qualidade do trabalho pela escolaridade

e pela experiência.

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.1 INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

• Theodore Schultz (1960): Primeiro autor a considerar a educação como um investimento no homem;

• Capital Humano -> Produtividade com valor econômico;– Explicaria parte do Resíduo de Solow;– Educação -> ↑ Produtividade -> ↑ W reais.

• Países Pobres: Baixo capital humano impede o melhor uso do investimento em capital físico.

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.1 INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

• Motivação pela Política Econômica?– Recursos são escassos;– Avaliação do retorno da educação;– Educação avaliada por uma Taxa Interna de Retorno.

• Motivação pela relação com o Mercado de Trabalho?– Motivação em estudar como uma decisão econômica;– Custos e benefícios privados;– Pessoas com maiores habilidades possuem maiores retornos.

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.1 INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO

• Motivação pela compreensão da Desigualdade de Renda?– Salários diferenciam-se não somente por Tempo de Escolaridade;– Habilidades pessoais são diferentes;– Diferenças inatas e intrínsecas aos indivíduos;– Custo de Oportunidade no Tempo:

Tempo de Estudo <-----> Salário

– Situação inicial dos indivíduos.

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.2 Variáveis Instrumentais para a Educação

• Erros em estimações sobre educação ou por variáveis podem gerar viés/auto seleção;

• Tempo de educação, qualidade da escola, etc...• Indivíduos com maiores habilidades optariam por ficarem mais

tempo estudando, dado seu retorno individual;• Meritocrática, entretanto:

– Igualdade de Oportunidade?– Circunstâncias familiares: educação/renda dos pais sobre educação dos

filhos.

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.3 Retorno Social versus Privado

• Evidência empírica: pessoas mais educadas recebem maiores salários;– Por que? Maior produtividade associada a Capital Humano e por

habilidades inatas.

• Externalidades associadas a educação:– Aumento da renda geral da economia;– Demanda por produtos sofisticados

• Retorno Social > Retorno Privado

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.4 Efeitos Sociais da Educação

• Externalidade Positivas para a Sociedade;• Aumentar proximidade entre as pessoas:

– Comunicação;– Criminalidade;– Consciência política (democracias estáveis e sem ditaduras);– Taxas de fertilidade;– Conscientização a vícios;– Outros.

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2 - Retorno Privado e Social da Educação

2.4 Efeitos Sociais da Educação

• Menor “distância social” e os custos de transação:– Diferentes valores que determinadas culturas possuem em relação a

outras.

• Eficiência produtiva e das trocas;• Redução da criminalidade:

– Aumento do retorno (w) em atividades legais;– Questões de conscientização;– Formas de inibir a entrada no crime.

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3 - Educação e Crescimento Econômico

• Três subseções:

– Teoria;

– Resultados Empíricas;

– Qualidade da Educação e Crescimento Econômico.

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3 - Educação e Crescimento Econômico

3.1 Teoria

• Modelos de Crescimento Exógeno:– Modelo de Solow: Diferenças de renda entre economias em função

dos diferenciais de investimento;– Capital humano como uma variável exógena: dotação de recursos

naturais;– Políticas pró-crescimento: impactos temporários sobre crescimento;– Longo prazo: progresso tecnológico.

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3 - Educação e Crescimento Econômico

3.1 Teoria

• Modelos de Crescimento Endógeno: – Taxa de crescimento não somente pelo progresso tecnológico;– Lucas (1988): Considerou que havia externalidade associada à

acumulação de capital humano -> Impacto permanente sobre taxas de crescimento;

• Capital Humano e Adoção de Tecnologia:– Disponibilidade de capital humano torna a adoção de tecnologias mais

baratos;– P&D e nível tecnológico mais elevado.

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3 - Educação e Crescimento Econômico

3.2 Resultados Empíricos

• Diversos autores encontram diferentes resultados;• Positivos ou negativos ao crescimento econômico;• Influência da saturação do mercado de trabalho sobre

educação e salários;• Problemas econométricos: endogeneidade e viés;• Influência na adoção das fronteiras tecnológicas.

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3 - Educação e Crescimento Econômico

3.3 Qualidade da Educação e Crescimento Econômico

• Qualidade da educação? Testes que medem habilidades analíticas;

• Forte evidência que qualidade do aluno eleva o salário;• Regressões com qualidade e crescimento é positiva e

significativa;• Mercado de trabalho:

– Local onde adquiriu educação influencia os salários.

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4 - Políticas Educacionais

Três Literaturas:

• Primeira: Impacto sobre a eficiência da educação da distribuição dos recursos públicos nos diversos níveis de escolaridade:– Em países pobres: Maior retorno pela educação básica;– Conforme avanços tecnológicos, investimentos em níveis superiores

trazem maiores retornos;

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4 - Políticas Educacionais

Três Literaturas:

• Segunda: Quantidade sobre qualidade da educação:– Observa-se que elevação no gasto total por aluno em geral não eleva a

qualidade da educação;– Redução da relação professor/aluno não tem sido efetiva;– Políticas que elevam a qualidade do professor, bem como do material

escolar, têm sido efetivas.

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4 - Políticas Educacionais

Três Literaturas:

• Terceiro: Funcionamento interno da escola:– Estrutura organizacional;– Contratos de trabalho entre escola-professor e escola-setor público;– Estruturas de incentivos;– Sindicalização e compressão de salários ao torno da média;– Grau de centralização das decisões nas escolas e dos exames;– Escolas privadas com financiamento público.

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Conclusão

• Investimento em educação possui impactos diretos e substancias sobre os salários;

• Estimulo ao investimento individual em educação;• É possível descrever que aproximadamente 40% da diferença

de renda entre Brasil e EUA é devido atraso educacional;• Para qualidade da educação é necessário que os alunos

adquiram domínio de um conhecimento e conjunto de técnicas;

• Impactos sobre a sociedade.