Educação Ambiental - NP1.docx

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1 O que é a Educação Ambiental O que é Educação Ambiental? Definições de Educação Ambiental O conceito de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um. Para muitos, a Educação Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos relacionados à natureza: lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Dentro deste enfoque, a Educação Ambiental assume um caráter basicamente naturalista. Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista, embasado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista ). Neste contexto, a Educação Ambiental é ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico o conceito de desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o próprio "desenvolvimento" o causador de tantos danos sócio- ambientais). Educação para a sustentabilidade Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental podemos dizer que se trata de uma prática de educação para

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1 O que é a Educação Ambiental

O que é Educação Ambiental?

 

Definições de Educação Ambiental

 

O conceito de Educação Ambiental varia de interpretações, de acordo com cada contexto, conforme a influência e vivência de cada um.

 

Para muitos, a Educação Ambiental restringe-se em trabalhar assuntos relacionados à natureza: lixo, preservação, paisagens naturais, animais, etc. Dentro deste enfoque, a Educação Ambiental assume um caráter basicamente naturalista.

 

Atualmente, a Educação Ambiental assume um caráter mais realista, embasado na busca de um equilíbrio entre o homem e o ambiente, com vista à construção de um futuro pensado e vivido numa lógica de desenvolvimento e progresso (pensamento positivista). Neste contexto, a Educação Ambiental é ferramenta de educação para o desenvolvimento sustentável (apesar de polêmico o conceito de desenvolvimento sustentável, tendo em vista ser o próprio "desenvolvimento" o causador de tantos danos sócio-ambientais).

 

Educação para a sustentabilidade

 

Ampliando a maneira de perceber a Educação Ambiental podemos dizer que se trata de uma prática de educação para a sustentabilidade. Para muitos especialistas, uma Educação Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável é severamente criticada pela dicotomia existente entre "desenvolvimento e sustentabilidade".

 

Conceitos educação ambiental

 

Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da Educação, orientada para a solução dos problemas concretos do meio ambiente, através

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de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade.

 

A definição oficial de educação ambiental, do Ministério do Meio Ambiente: “Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros”.

 

De acordo com o conceito de educação ambiental definido pela comissão interministerial na preparação da ECO-92 " A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sócio-econômica, política, cultural e histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágios de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio na satisfação material e espiritual da sociedade, no presente e no futuro." ( in Leão & Silva, 1995).

 

O CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente - define a Educação Ambiental como um processo de formação e informação orientado para o desenvolvimento da consciência critica sobre as questões ambientais, e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental.

 

Algumas reflexões pedagógicas sobre os aspectos teórico-práticos da educação ambiental formal.

 

Este tema será desenvolvido de forma breve com a finalidade de que as equipes de professores nas escolas, através da análise da sua prática pedagógica real e dos pressupostos explícitos ou implícitos que fundamentam a ação docente, identifiquem os elementos favoráveis ou desfavoráveis para a Educação Ambiental.

 

Há uma vasta bibliografia sobre o tema no País (indicada ao final do trabalho), porém vamos apresentar, de forma esquemática, as diversas abordagens, a fim de suscitar a discussão e de buscar saber quais elementos poderiam servir de base para começar a elaborar os pressupostos teórico-práticos que permitam fundamentar a inserção da dimensão ambiental nos currículos escolares.

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As categorias que utilizaremos nesta caracterização são:

- escola;

- ensino-aprendizagem;

- relação professor-aluno;

- metodologia, e

- avaliação.

 

Estas são geralmente as categorias consideradas nas análises do fazer pedagógico nas diversas bibliografias. Acrescentaremos a elas alguns conceitos básicos e relações subjacentes às diversas teorias pedagógicas, consideradas como explicações históricas do fazer educacional na educação formal, estando mais diretamente ligadas à Educação Ambiental tal como ela se apresenta nos PCNs de meio ambiente:

 

- relação entre ser humano-natureza;

- relação entre sociedade e cultura;

- concepção do conhecimento; e

- concepção da educação.

A intenção é simplesmente, como já expresso: lembrar aos professores essas diversas abordagens, por todos conhecidas, com a finalidade de suscitar uma discussão em relação à sua prática pedagógica e identificar as teorias que, implícita e explicitamente, perpassam suas atividades. Discutiremos, ainda, as diversas modalidades de estrutura curricular que derivam das diversas abordagens pedagógicas. Finalmente, discutiremos as características da Educação Ambiental formal e quais modalidades teórico-metodológicas são importantes para sua concretização em nível escolar. A seguir, fazendo uso de quadros sintéticos, apresentaremos as diferentes abordagens que perpassam a prática real do ensino no Brasil bem como as concepções de currículos que derivam dessas abordagens.

 

As diferentes abordagens pedagógicas

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1 Pedagogia tradicional

 

Relação Ser Humano e Natureza

- O ser humano é dono e senhor (dominador) da Natureza.

- A Natureza passa a ser propriedade privada de alguns homensRelação

Sociedade e

Cultura

- Visão burguesa e individualista, objetivando a perpetuação das relações estabelecidas na Sociedade e na Cultura.

- Separação da concepção de "Sociedade" e de "Cultura" da concepção de "Natureza"

Conhecimento - A consciência humana é considerada uma “tábua rasa”.

- A atividade do conhecer é um processo de acumulação e de incorporação de informações, das mais simples às mais complexas, para a conservação da Sociedade.

- O passado é modelo para ser imitado e para construir o futuro.Educação - Centrada na transmissão do Conhecimento.

- Processo de assimilação do Conhecimento historicamente acumulado.Escola - Instituição social encarregada do processo de socialização, de transmissão de informações

e da Cultura.Ensino-

Aprendizagem

Mera transmissão e aquisição de informações.

- Subordina Educação à Instrução

- Verbalismo e memorização.Relação

Professor/Aluno

- Autoritária

- Unilateral

- Vertical do professor para o aluno

- Professor é mediador entre cada aluno e os modelos culturais

- Não há interação entre alunosMetodologia - Aula expositiva e demonstrações feitas pelo professor

- Exercícios de memorização por parte do aluno

- Motivação extrínseca que depende do professor

- “Um método para ensinar tudo a todos” (COMÊNIO)Avaliação - Provas, exames.

- Visa à exatidão na reprodução do conteúdo transmitido.

- Exames como fins em si mesmos e sua aplicação funcional na sociedade como meio de ascensão social.

 

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Concepção de currículo que deriva da abordagem tradicional

Centrado nos conteúdos a serem transmitidos; currículo fechado; organizado em disciplinas; baseado na autoridade do professor, priorizando em suas decisões as necessidades normativas (carência de um sujeito ou grupo com relação a determinado standard, criança- é um adulto em potencial) que se referem ao sujeito ideal e não ao aluno concreto; seriado; do mais simples ao mais complexo; fragmentado em disciplinas estanques.

 

2 A educação ambiental na vertente ecológico-preservacionista

 

Relação Ser Humano e Natureza

- Separa “mundo construído” do “mundo natural”

- A Natureza é tudo o que está “fora”, não inclui o homem, esquecendo que ele também é uma espécie biológica cujo processo adaptativo requer a transformação do ecossistema

- Idealiza e atribui valores estéticos e éticos a uma “Natureza virgem” não violada pelo homem e pela história

- Oculta os conflitos surgidos pelas modalidades de uso dos recursos naturais determinados pelo estilo dominante que nega à grande maioria da população acesso aos recursos

- Postula a paralisação do desenvolvimento, a manutenção do status que e uma visão catastrófica em relação aos problemas ambientais

- Conduz muitas vezes a visões místicas da relação, nas quais a concepção “holística” e “planetária” dos problemas oculta as injustiças sociais e econômicas impostas

- O homem é uma entidade abstrata que se distancia da “natureza” também ente abstrato que é culpado de sua destruição

- “Valorização do ser mais do que do ter. Abandono da economia produtiva relacionada com o ter e prioridade para a economia relacionada com o modo de vida do ser” (ACOT, 1990).

- Procura de uma harmonia universal

- A natureza é concebida como valor supremoRelação

Sociedade e

Cultura

- A história do homem não pode ser separada da “história da Ecologia”

- Interpreta a sociedade e a cultura dentro da visão da Sócio-biologia, efetuando graves reducionismos

- Analisa a sociedade com métodos extraídos da Biologia

- Visão individualista da sociedade que prescinde de análise histórica

- Não considera os aspectos políticos e econômicos derivados do estilo dominante (capitalismo) como causadores da degradação ambiental

- A culpabilidade é socializada, porém os benefícios da exploração da natureza são privatizados

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- Postula uma volta às comunidades “naturais e primitivas”, idealizando-as como se elas fossem sociedades “harmônicas e sem conflitos”. Incentiva uma saída da sociedade de consumo e “voltar a viver” em contato com a “natureza”

- Postula uma defesa do “verde pelo verde”. O pensamento verde fica a meio caminho entre a perspectiva transformadora, ou seja, de mudança por meio da ação consciente da sociedade, e a perspectiva de mudança por meio das mudanças dos comportamentos individuais

- A ideologia dos ecologistas se caracteriza por um verdadeiro retorno ao Sagrado, na nostalgia de uma aliança mística cujas origens remontam ao Renascimento, e que é autorizado por uma quase identificação da ordem biológica com a ordem social

Conhecimento - A essência do pensamento ecologista é ser um pensamento de amor e de aliança. De amor e de aliança entre os seres humanos; e de amor e aliança entre os homens e a natureza

- Não existe uma teoria de conhecimento explícita. Privilegia o conhecimento originário da experiência

- Visão imediatista, supostamente “holística”, na qual com uma equívoca consideração da totalidade, esquece a complexidade das inter-relações entre sociedade e natureza

- Prioriza o conhecimento popular

- Faz a crítica ao conhecimento científico positivistaEducação - Privilegia os processos não formais de Educação

- Postula uma educação para a preservação da natureza, sem uma análise econômico-social das causas dos problemas ambientais

- A formação individual e as mudanças de comportamento em relação à natureza seriam suficientes para reverter os processos de deterioração

- Caráter essencialmente ético (sacralização da Natureza)

- Confunde Educação Ambiental com ensino de Ecologia

- Toda e qualquer situação de contato direto da criança com a natureza é considerada como mais formativa que na sala de aula

- O centro da desarmonia está na forma como o homem individualmente se relaciona com a natureza. A educação se volta para a questão fundamental: “se o homem muda individualmente, o mundo muda”

Escola - Preconiza que as escolas devem ser pequenas e ter alicerces firmes em suas comunidades, para permitir maior contato entre alunos e professores, entre a escola e o contexto social, e, até, entre os próprios alunos

- Tem como referencial o modelo integralizado de sociedade que não aceita o divórcio entre a sala de aula e o mundo

- A instituição escolar é vista como reprodutora da sociedade dominante, legitimando o conhecimento científico fragmentado

- Muitos autores postulam a desescolorização, uma vez que a instituição escolar isola o homem da natureza

Ensino-

Aprendizagem

- Centrado no amor e apoiada no conhecimento da natureza

- Enfatiza com muita relevância os elementos afetivos, contemplação e beleza, na procura de

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uma “harmonia essencial”

- Inclui os conteúdos da Ecologia como objeto fundamental do ensino

- Destaca os aspectos éticos e comunitários

- Destaca os aspectos intuitivos do conhecimento

- Resgata o conhecimento popular e muitas vezes o supervaloriza em detrimento do conhecimento científico

- Promoção de eventos isolados, demonstrando preocupação com a questão ambiental, aproveitando datas marcadas no calendário escolar

Relação

Professor/Aluno

- Tende a ser uma relação horizontal, amistosa e de educação pelo exemplo combinada com elementos de relação vertical na qual o professor, como interpretador de teorias, impõe visões geralmente reducionistas

- Prioriza a formação nos aspectos éticos e estéticos e as mudanças de comportamento das pessoas

Metodologia - Destaca a importância de “sentir” e amar a natureza

- Passeios, excursões, atividades extra-escolares, que permitam um maior contato com a natureza.

- Trabalho de campo, de reconhecimento de ecossistemas

- Promoção de campanhas preservacionistas

- Plantio de árvores, construção de hortas escolares, coleções entomológicas e botânicasAvaliação - Baseada em valores advindos do amor à natureza

- Efetuada através da verificação da mudança de comportamento, em relação à preservação da natureza

- Memorização dos conhecimentos

- Reconhecimento de atitudes afetivas e incorporação de valores morais

 

Concepção de currículo que deriva da vertente Ecológico-preservacionista

Não há uma concepção de currículo específica. O currículo vigente é assumido, e são acrescentadas atividades de sensibilização em relação aos problemas ambientais e à preservação da natureza. Organizado em torno dos conhecimentos da Biologia e da Ecologia; as outras áreas de estudo são interpretadas em função deles. Tem como objetivo fundamental a formação individual nos aspectos éticos e estéticos para uma convivência harmônica com a Natureza, sendo estruturado em função de núcleos temáticos que combinam as atividades escolares com as extra-escolares, dando ênfase a estas últimas. Utiliza elementos do entorno imediato, reconhecimento de ecossistemas, trilhas ecológicas, visitas a parques e reservas zoológicas, eco museus, hortas escolares, plantio de árvores, coleta seletiva do lixo, entre outros.

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3 A educação ambiental na vertente socioambiental - perspectiva crítica

 

Relação Ser Humano e Natureza

- Reintegra o homem na natureza, como espécie biológica com características específicas

- O homem, para sua subsistência, se apropria da natureza e tem conhecimento dos mecanismos dessa apropriação

- Ênfase nas inter-relações dinâmicas, historicamente construídas, de intercâmbio e transformação entre as sociedades humanas e os ecossistemas

- O Meio Ambiente se gera e constrói no processo histórico das inter-relações entre sociedade e natureza

- Postula uma compreensão dessas inter-relações mediadas pelos estilos de desenvolvimento

- Trabalha sobre o conceito de desenvolvimento sustentável como eixo central, acrescentando os indicadores de desenvolvimento humano

Relação

Sociedade e

Cultura

- Produto do processo da evolução histórica da humanidade

- Categorias inseparáveis, mutuamente determinantes e determinadas pelas inter-relações entre os substratos naturais e os tipos de organizações sociais e culturais

- Não é a sociedade, em seu conjunto, a culpada da degradação ambiental, mas o estilo de desenvolvimento dominante (capitalismo), que produz esgotamento de recursos naturais e exploração do homem pelo homem

- Não vê os problemas ambientais como catástrofes inevitáveis, mas como problemas sociais que colocam novos desafios ao conhecimento científico, e limites ao próprio homem à medida que ameaça a sua sobrevivência como espécie

- Postula a construção de novas formas sociais de aproveitamento dos recursos (desenvolvimento sustentável) e de novas relações sociais entre os homens

- Analisa os problemas ambientais de forma crítica, procurando determinar suas causas reais e não só os efeitos provocados

- Reconhece diferenças fundamentais entre os conceitos de mero crescimento econômico e desenvolvimento sustentável

- Reconhece o aporte essencial das distintas culturas e o resgate dos conhecimentos e das técnicas tradicionais, em relação aos modos de aproveitamento dos recursos naturais

- Aceita, reconhece e valoriza as diversidades culturais

- Visão prospectiva que acredita no futuro aberto da sociedadeConhecimento - Não existe uma teoria do conhecimento explícita

- Podem detectar-se fortes ligações com a Epistemologia Genética com ênfase nas implicações histórico-sociais

- O fundamento epistemológico da Educação Ambiental deve ser aprofundado no confronto com a própria experiência e com as reflexões dos epistemólogos a respeito

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- Coloca ênfase nas inter-relações histórico-sociais e no conhecimento científico, como construção social da humanidade (sociogênese, psicogênese)

- Faz uma crítica ao paradigma positivista demonstrando que ele, por si só, não consegue explicar os complexos problemas ambientais

- Resgata e valoriza o conhecimento e a experiência tradicional e popular

- Assinala o papel fundamental da interdisciplinaridade, no nível das ciências, e a teoria de sistemas como instrumentos válidos e necessários ao estudo dos sistemas complexos ambientais

Educação - Privilegia os aspectos formais e não formais da educação, considerando que ambos se complementam

- Postula uma educação para a preservação e conservação da natureza, no marco da análise econômico-social e histórica, dos problemas ambientais (contextualização espacial e temporal)

- Visa à plena realização do homem, em todos os aspectos, à sua sobrevivência e à melhoria da qualidade de vida

- Orientada para a compreensão e solução de problemas sócio-ambientais

- Educação com caráter interdisciplinar, capaz de responder com eficácia às necessidades sociais.

- Educação de caráter permanente orientada para o futuro, com a preocupação de construir valores e conhecimentos para a tomada de decisões adequada à preservação do ambiente e da própria sociedade humana

- Em síntese, visa à formação de um cidadão democrático, crítico e participativoEscola - É considerada como uma instituição social pública, de caráter dinâmico e histórico

- Considera que, como instituição social ela é contraditória, conflitante, e pode aparecer como um importante espaço de luta para a oposição aos processos de homogeneização cultural (MAC LAREN, APLE)

- Importante para a formação do homem do futuro e no desvelamento das ideologias da sociedade dominante e seu estilo de desenvolvimento

- Permite o acesso e a apropriação do conhecimento historicamente acumulado como instrumento de emancipação

- Não se limita ao espaço isolado de sala de aula, mas que deve servir efetivamente na comunidade como agente de compreensão e procura de soluções aos problemas ambientais concretos (possibilidade de solução, no nível escolar) e de identificação das potencialidades para o desenvolvimento sustentável

Ensino-

Aprendizagem

- Centrada em situações-problema, elaboração de diagnósticos ambientais e busca de soluções possíveis

- Identificação das potencialidades ambientais num sentido amplo, naturais, culturais e sociais

- Partir de situações concretas do entorno mais próximo para situações mais globais

- Respeita os estágios de evolução cognitiva e se utiliza das “zonas de desenvolvimento proximal”

- Deve se fundamentar em uma relação capaz de despertar a curiosidade, a criatividade, a competência e a solidariedade

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- Enfatiza a análise e a intervenção sobre a realidade física e social que envolve o aluno

- Orienta a aprendizagem no sentido da procura de qualidade de vida e da participação social

- O trabalho de estruturação deve se apoiar no trabalho do coletivo escolar e procurar a integração das disciplinas, dos professores, integrando as experiências individuais dos aluno.

- Ajuda o aluno a construir e ampliar suas representações, multiplicar as oportunidades de investigação, de construção do pensamento e da linguagem, e a compreensão da complexidade das relações sociedade - natureza e o exercício do pensamento complexo

- Busca atingir, no mesmo nível, objetivos afetivos, cognitivos, éticos e de habilidades técnicas

- Centrada nas inter-relações, usando os conceitos básicos da Ecologia e de outras ciências, com a finalidade de construir uma nova visão do mundo

Relação

Professor/Aluno

- Professor mediador e organizador do processo pedagógico

- O professor deverá agir como transmissor de conhecimentos ou orientador de atividades, segundo a necessidade, os temas propostos, os objetivos perseguidos ou momentos específicos do desenvolvimento

- Essa relação se caracteriza por ser uma mediação, que deverá permitir o estabelecimento de relações sociais democráticas, onde os elementos de responsabilidade social serão enfatizados

- As relações sociais na escola deverão permitir o exercício da prática social inovadora na vida da comunidade, deliberações, discussões, resolução de conflitos, estabelecimentos de consensos, etc., que permitam gerar atitudes de cooperação e respeito

- Deverá possibilitar a explicitação e a análise do currículo oculto

- Enriquecimento mútuo dos diversos sujeitos sociais envolvidos, professor-professor, professor-aluno, professores e alunos com a comunidade

- Relação dialógica, comunicativa, solidária, de construção coletiva do conhecimento

- O professor não é passivo, mas também não intervém a priori para impor um modelo

- Favorece a visão de conjunto sobre a situação. Propõe outras fontes de informação, colocando os alunos em contato com outras formas de pensar

Metodologia - Vale-se de todo um leque de metodologias existentes dentro dos âmbitos da abordagem pedagógica moderna

- Preconiza o enfoque por situações-problema, núcleos de estudo, organização de atividades de pesquisa, projetos entre outros

- Utiliza o trabalho em equipe como instrumento essencial para a consecução dos objetivos cognitivos, afetivos e éticos

- Utiliza os meios locais e regionais, por exemplo, técnicos ou especialistas que moram na comunidade para a execução dos projetos educacionais

- Postula uma dialética multidirecional, decorrente da interação: projeto-aluno-circunstância de tempo e lugar professor

- Ao priorizar o estudo das inter-relações complexas postula uma metodologia interdisciplinar e um processo de desenvolvimento transversal no currículo escolar

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- Orientada para a solução de problemas concretos, identificação de potencialidades ambientais, participação comunitária e exercício da cidadania

Avaliação - Não existe uma proposta definida sobre o processo de avaliação em Educação Ambiental

- Pode inferir-se que a avaliação:

- Se faça de acordo com o projeto que está sendo executado;

- Seja formativa e permanente, considere a avaliação do contexto dos aportes iniciais, do processo e do produto

- Ênfase na avaliação de processo

- Basear-se em múltiplos critérios, considerando os processos de assimilação e de aplicação a situações novas

- Aquisição e consolidação das estruturas cognitivas nos diferentes estágios

- Qualitativa em relação à aquisição de valores, conhecimentos e novos comportamentos

- Capacidade de tomar decisões, fazer deliberações e discussões consensuais

 

Concepção de currículo que deriva da abordagem sócio-ambiental

A Educação Ambiental na vertente sócio-ambiental não tem um currículo previamente definido, sendo integrada às diversas disciplinas escolares, e podendo, inclusive, orientar e inserir-se no projeto pedagógico da unidade escolar. Podem ser estabelecidas algumas características que se consideram necessárias ao seu desenvolvimento. Pretende favorecer uma educação integral e integradora, que atinja as necessidades cognitivas, afetivas e de geração de competências para uma atividade responsável e ética do indivíduo como agente social comprometido com a melhoria da qualidade de vida. O estudante deve saber situar-se historicamente e ser capaz de olhar e agir prospectivamente para a construção de um futuro mais equilibrado em relação ao uso dos recursos naturais, e justo quanto às relações entre os homens, eliminando as condições de exploração e pobreza vigentes hoje.

MEDINA, Naná Mininni. Amazônia, uma proposta interdisciplinar de Educação Ambiental. Brasília, IBAMA, 1994.

 

2 Histórico da Educação Ambiental

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Histórico da Educação Ambiental

Considerando-se que educação ambiental é um processo em construção permanente e que, portanto, torna-se um instrumento de aprendizagem em constante movimento, alguns fatos e acontecimentos marcantes na história mundial têm sua importância para o estudo proposto neste texto, como os que agora destacamos.

Em 1869, Ernest Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre espécies e seu ambiente. Três anos depois, é criado o primeiro Parque Nacional do mundo, o de Yellowstone, nos Estados Unidos. Desde então, e principalmente após a 2ª Grande Guerra quando do crescimento desenfreado da produção industrial e do conseqüente acirramento da degradação do meio ambiente, começaram a surgir problemas de dimensões globais, que rompiam fronteiras e extrapolavam a regionalidade, como a poluição de rios e mananciais internacionais, a chuva ácida, o buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, as ilhas de calor nos grandes centros urbanos, entre outros.

Nesse momento, percebeu-se a importância de uma reflexão mais profunda e a necessidade de um trabalho conjunto entre as nações, concentrando recursos financeiros e tecnológicos para a solução dessas questões e/ou para minimização dos impactos desses fenômenos no meio ambiente. Nesse sentido, diversas atitudes passam a ser tomadas, principalmente nos países do hemisfério norte. Algumas delas são emblemáticas, tais como a fundação em 1947, na Suíça, a UICN – União Internacional para a Conservação da Natureza, a mais antiga instituição ambientalista de que se tem registro.

No entanto, ainda não se relaciona diretamente as alternativas de solução aos problemas ambientais a mudança de comportamento e a questão educacional. Só em 1965, foi utilizada pela primeira vez, a expressão “Educação Ambiental” (Environmental Education), durante a “Conferência de Educação”, da Universidade de Keele, na Grã-Bretanha.

O Clube de Roma e o Crescimento Zero

Em 1968, é fundado o Clube de Roma pelo industrial italiano Aurélio Peccei e pelo químico inglês Alexander King, que agregou 100 empresários, políticos, cientistas sociais, preocupados com as conseqüências do modelo de desenvolvimento predatório adotado pelos países ricos do ocidente e que rapidamente se espalhava por todo o globo terrestre. Em 1971, o Clube encomenda ao MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussets, Estados Unidos - um estudo sobre a situação do Planeta.

Como resultado é publicado no ano seguinte, um relatório que leva o nome de “Limites do Crescimento”, que recomenda crescimento zero da atividade econômica e da população, como forma de garantir a continuidade da existência da espécie humana do Planeta. Tal documento é duramente criticado, principalmente porque congelava desigualdades e não previa mudanças nos padrões de produção e consumo

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adotados pela sociedade, nem tampouco propunha uma redistribuição de riquezas entre os países e as diferentes camadas da população.

De qualquer modo, foi a primeira vez que um sério instituto de pesquisa, financiado por poderosos empresários do primeiro mundo, apontava a situação a que o Planeta estava exposto. Por fim, o mundo tomava conhecimento, oficialmente, das limitações ambientais ao crescimento.

A Conferência de Estocolmo

No mesmo ano da publicação, 1972, e como sua conseqüência direta, aconteceu a Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo, debatendo o tema “Crescimento Econômico e Meio Ambiente”, com a presença de 113 países.

Esta Conferência é considerada um marco político internacional para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental. Ali foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma nova visão das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento; gerados e criados novos importantes programas como o das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); gerados documentos da relevância da Declaração sobre o Ambiente Humano, uma afirmação de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões relativas à área ambiental e o Plano de Ação Mundial, uma convocação à cooperação internacional para a busca de soluções para os problemas ambientais.

A Conferência também constituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho de cada ano. A partir dela, a atenção mundial foi direcionada para as questões ambientais, especialmente para a degradação ambiental e a poluição interfronteiras, popularizando o conceito da dispersão, de grande importância para evidenciar o fato de que a poluição não reconhece limites políticos ou geográficos e afeta países, regiões e pessoas para muito além do ponto em que foi gerada.

A posição brasileira

O Brasil, a esta época em plena vigência do regime militar, havia adotado o chamado modelo econômico “nacional-desenvolvimentista”, onde o crescimento a qualquer custo era visto como ferramenta fundante para o progresso e para a melhoria da qualidade de vida da população e vinha acumulando sucessivos índices positivos de crescimento do Produto Interno Bruto.

Era a década do “milagre brasileiro” e os investimentos governamentais em grandes obras eram consideradas prioritários, a rodovia Transamazônica, a Ponte Rio - Niterói, a Usina de Energia Nuclear de Angra, entre outros, ampliavam a infra-estrutura que, por sua vez, possibilitava o crescimento desenfreado que exigia ainda mais infra-

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estruturas de base. Novas estradas, novos portos, novas fronteiras agrícolas, imensos conjuntos habitacionais e assim consecutivamente. Não era de se estranhar, portanto que, diante das discussões em Estocolmo, os representantes brasileiros não tenham reconhecido a gravidade dos problemas ambientais.

Mesmo enfrentando discordâncias, a Conferência de Estocolmo representou um avanço nas negociações mundiais e tornou-se o marco para o entendimento dos problemas planetários e para a emergência de políticas ambientais em muitos países, adotando o slogan “Uma Única Terra” e propondo a busca de uma nova forma de desenvolvimento para o mundo. No mesmo Plano de Ação, foi recomendado o desenvolvimento de novos métodos e recursos instrucionais para a Educação Ambiental e a capacitação de professores.

Congresso de Belgrado

Três anos mais tarde, o Congresso de Belgrado propõe a discussão de nova ética planetária para promover a erradicação da pobreza, analfabetismo, fome, poluição, exploração e dominação humanas. Censurava o desenvolvimento de uma nação à custa de outra e propõe a busca de um consenso internacional. Sugeriu também a criação de um Programa Mundial em Educação Ambiental. Como resultado, a UNESCO cria, então, o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), que até os dias de hoje tem continuamente atuado na EA internacional e regionalmente. O PIEA mantém uma base de dados com informações sobre instituições de EA em todo o mundo, além de projetos e eventos que envolvem estudantes, professores e administradores.

A Conferência de Tbilisi

A reunião internacional que de fato revolucionou a EA foi a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, promovida pela UNESCO e realizada em Tbilisi, na Geórgia em 1977. Embora o evento fosse governamental, participantes não-oficiais se fizeram presentes, marcando posições e interferindo nas discussões. Conseguiram grandes avanços e estratégias e pressupostos pedagógicos foram adicionados aos seus documentos.

A declaração final de Tbilisi estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, crítico, ético e transformador. Anuncia que a EA deveria basear-se na ciência e na tecnologia para a tomada de consciência e adequada compreensão dos problemas ambientais, fomentando uma mudança de conduta quanto à utilização dos recursos ambientais.

Nosso Futuro Comum

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Durante toda a década subseqüente, a humanidade buscou conhecimentos e acordos para propor uma nova sociedade, de caráter local e global.

Em 1983, por decisão da Assembléia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD. Presidida pela então primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, tinha como objetivo analisar a interface entre a questão ambiental e o desenvolvimento e propor um plano de ações.

Essa Comissão, chamada de Comissão Brundtland, circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987, com um relatório chamado “Nosso Futuro Comum”. E é nesse relatório que se encontra a definição de desenvolvimento sustentável mais aceita e difundida em todo o Planeta: “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.

Segundo a Comissão, o desafio era trazer as considerações ambientais para o centro das tomadas de decisões econômicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos níveis: local, regional e global.

Conferencia de Moscou

A conferência seguinte foi a de Moscou (capital da antiga União Soviética), que reuniu cerca de trezentos educadores ambientais de cem países. Visou fazer uma avaliação sobre o desenvolvimento da EA desde a Conferência de Tbilisi, em todos os países membros da UNESCO. A EA, nessa conferência não-governamental, reforçou os conceitos consagrados pela de Tbilisi, a saber, a Educação Ambiental deveria preocupar-se tanto com a promoção da conscientização e transmissão de informações, como com o desenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de valores, estabelecimento de critérios padrões e orientações para a resolução de problemas e tomada de decisões. Portanto, objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivo e afetivo.

Rio-92

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), oficialmente denominada de “Conferência de Cúpula da Terra” e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, foi realizada no Rio de Janeiro entre 03 e 14 de junho de 1992, 20 anos após a Conferência de Estocolmo e teve grande importância para reforçar e ampliar essa nova abordagem ambiental, que já vinha sendo discutida em documentos anteriores.

Fez história ao chamar a atenção do mundo para uma questão nova na época: a compreensão de que os problemas ambientais estão intimamente ligados às condições econômicas e à justiça social. Reconheceu a necessidade de integração e equilíbrio

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entre as questões sociais e econômicas para a sobrevivência da vida humana no Planeta. Reuniu 103 chefes de estado e um total de 182 países e centenas de organizações da sociedade civil cuja ação teve relevante impacto ao demonstrar claramente os limites da exploração dos recursos naturais. A Conferência aprovou cinco acordos oficiais internacionais: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; a Declaração de Florestas; a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas; a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Agenda 21, um documento que propõe novos modelos políticos para o mundo em busca do desenvolvimento sustentável. Paralelamente, as organizações não governamentais reunidas no Fórum Internacional das ONGS e

dos Movimentos Sociais, finalizaram e aprovaram o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades

Sustentáveis e Responsabilidade Global.

Assim, no âmbito governamental e no da sociedade civil, o conceito de sustentabilidade ganha força e esta nova visão implica na implantação de um modelo de desenvolvimento que garanta a manutenção da Vida no Planeta sob todos os aspectos.

Carta Brasileira para a Educação Ambiental

Paralelamente à Rio-92, o governo brasileiro, através do Ministério da Educação e Desporto – MEC organizou um workshop, no qual foi aprovado um documento denominado “Carta Brasileira para a Educação Ambiental”, enfocando o papel do estado, estimulando, em particular, a instância educacional como as unidades do MEC e o Conselho de Reitores

Quadro-síntese do histórico da Educação Ambiental no mundo

ANO / ACONTECIMENTOS

SÉCULO XIX

1869 Ernst Haeckel propõe o vocábulo “ecologia” para os estudos das relações entre as espécies e seu ambiente.

1872 Criação do primeiro parque nacional do mundo “Yellowstone”, USA.

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SÉCULO XX

1947 Funda-se na Suíça a UICN- União Internacional para a Conservação da Natureza

1952 Acidente de poluição do ar em Londres provoca a morte de 1600 pessoas

1962 Publicação da “Primavera Silenciosa” por Rachel Carlson

1965 Utilização da expressão “Educação Ambiental” (Enviromental Education) na “Conferência de Educação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha.

1966 Pacto Internacional sobre os Direitos Humanos - Assembléia Geral da ONU

1968 Fundação do Clube de Roma

1972 Publicação do Relatório “Os Limites do Crescimento” - Clube de Roma

1972 Conferência de Estocolmo - Discussão do Desenvolvimento e Ambiente, Conceito de Ecodesenvolvimento. Recomendação 96 Educação e Meio Ambiente

1973 Registro Mundial de Programas em Educação Ambiental - USA

1974 Seminário de Educação Ambiental em Jammi, Finlândia – Reconhece a Educação Ambiental como educação integral e permanente.

1975 Congresso de Belgrado - Carta de Belgrado estabelece as metas e princípios da Educação Ambiental

1975 Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA

1976 Reunião Sub-regional de EA para o ensino Secundário Chosica, Peru. Questões ambientais na América Latina estão ligadas às necessidades de sobrevivência e aos direitos humanos.

1976 Congresso de Educação Ambiental em Brasarville, África, reconhece que a pobreza é o maior problema ambiental.

1977 Conferência de Tbilisi – Geórgia. Estabelece os princípios orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, critico, ético e transformador.

1979 Encontro Regional de Educação Ambiental para América Latina em San José, Costa Rica.

1980 Seminário Regional Europeu sobre EA , para Europa e América do Norte. Assinala a importância do intercâmbio de informações e experiências.

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1980 Seminário Regional sobre EA nos Estados Árabes, Manama, Bahrein. UNESCO - PNUMA.

1980 Primeira Conferência Asiática sobre EA Nova Delhi, Índia

1983 Formação da Comissão Brundtland

1987 Divulgação do Relatório da Comissão Brundtland, Nosso Futuro Comum.

1987 Congresso Internacional da UNESCO - PNUMA sobre Educação e Formação Ambiental em Moscou, URSS. Realiza a avaliação dos avanços desde Tbilisi, reafirma os princípios de Educação Ambiental e assinala a importância e necessidade da pesquisa, e da formação em Educação Ambiental .

1988 Declaração de Caracas, Venezuela, sobre Gestão Ambiental na América. Denuncia a necessidade de mudar o modelo de desenvolvimento.

1989 Primeiro Seminário sobre materiais para a Educação Ambiental em Santiago, Chile.

1989 Declaração de HAIA, preparatória da RIO 92, aponta a importância da cooperação internacional nas questões ambientais.

1990 Conferência Mundial sobre Ensino para Todos, satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, Jomtien, Tailândia. Destaca o conceito de Analfabetismo Ambiental

1990 ONU Declara o ano 1990 como Ano Internacional do Meio Ambiente.

1991 Reuniões preparatórias da Rio 92.

1992 Conferencia sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, UNCED, Rio/92 – Criação da Agenda 21.

Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis.

1992 FORUM das ONG’s - compromissos da sociedade civil com a Educação Ambiental e o Meio Ambiente.

1992 Carta Brasileira de Educação Ambiental. Aponta as necessidades de capacitação na área. MEC.

1993 Congresso Sul-Americano - continuidade Eco/92 - Argentina

1993 Conferência dos Direitos Humanos. Viena.

1994 Conferência Mundial da População. Cairo

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1994 I Congresso Ibero Americano de Educação Ambiental. Guadalajara, México.

1995 Conferência para o Desenvolvimento Social. Copenhague. Criação de um ambiente econômico-político-social-cultural e jurídico que permita o desenvolvimento social.

1995 Conferência Mundial da Mulher (Pequim, China)

1995 I Conferência Mundial do Clima (Berlim, Alemanha)

1996 Conferência Habitat II (Istambul, Turquia)

1996 II Conferência Mundial do Clima (Genebra, Suíça)

1997 II Congresso Ibero-americano de EA . Junho (Guadalajara, México)

1997 Conferência sobre Educação Ambiental (Nova Delhi, Índia)

1997 Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, Thessaloniki, Grécia. Rio + 5 Sessão especial da Assembléia Geral da ONU realizada en Nova York.

1997 III Conferencia das Partes (Quioto, Japão) onde foi proposto. O PROTOCOLO DE QUIOTO, acordo para diminuição dos gases efeito estufa.

1999 Conferência Mundial do Clima (Bonn, Alemanha)

2000 Conferência Mundial do Clima (Haia, Holanda)

2001 I FÓRUM SOCIAL MUNDIAL (Porto Alegre, Brasil)

2002 Rio + 10 (Joanesburgo, África)

2002 II Fórum Social Mundial ( Porto Alegre, Brasil)

2002 VIII Conferência Mundial do Clima, adoção da Declaração de Déli sobre Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável ( Nova Déli, Índia)

2003 III Fórum Social Mundial (Porto Alegre, Brasil) I Conferencia Brasileira de Meio Ambiente

2004 IV Fórum Social Mundial (Índia)

2004 V Fórum de Educação Ambiental ( Goiânia, Brasil)

 

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BRASIL/IBAMA – Como o Ibama exerce a educação ambiental. Coordenação Geral de Educação Ambiental – Brasília: Edições IBAMA, 2002.

BRASIL/IBAMA – Diretrizes para Operacionalização do Programa Nacional de Educação Ambiental. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1996.

BRASIL/IBAMA – Pensando e praticando a educação ambiental na gestão do meio ambiente. Brasília: Edições IBAMA, 2000.

BRASIL/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Educação ambiental legal. Secretaria de Educação Fundamental, Coordenação Geral de Educação Ambiental, Brasília: MEC, 2002.

BRASIL/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental – temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,

1998.

BRASIL/MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – I Conferência Nacional de Educação Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal – MMA e Ministério da Educação e do

Desporto – MEC, 1997.

DUAILIBI, Miriam; ARAUJO Luciano. Oficina de Educação Ambiental para Gestão. Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, 1995.

3 Conceitos básicos da Educação AmbientalConceitos de Educação Ambiental

Na Conferência de Tbilisi (1977), a Educação Ambiental foi definida como “uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques multidisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade”.

No entanto, os que convivem com a EA se depararam com uma surpreendente diversidade sob o guarda-chuva dessa denominação. Atualmente, podemos encontrar uma gama imensa de conceitos, práticas e metodológicas que, por sua vez, ora se subdividem, ora se antagonizam, ora se mesclam. Não é, pois, tarefa fácil analisar, qualificar e adjetivar a educação ambiental. Suas práticas têm sido categorizadas de muitas maneiras: Educação Ambiental popular, crítica, política, comunitária, formal, não formal, para o desenvolvimento sustentável, para a sustentabilidade, conservacionista, socioambiental, ao ar livre, entre tantas outras.

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Vejamos algumas destas principais correntes do ambientalismo e como se dá a inserção da educação ambiental, em cada uma delas:

Conservacionismo:

Com significativa presença nos países mais desenvolvidos, ganha grande impulso com a divulgação dos impactos sobre a natureza causados pelos atuais modelos de desenvolvimento. Sua penetração no Brasil se dá a partir da atuação de entidades conservacionistas como a UIPA e a FBCN, e da primeira tradução para o português de um livro (Tanner, 1978) sobre educação ambiental.

A partir de então, esta corrente é mantida no país especialmente por ONGS de origem internacional que se dedicam à proteção, conservação e preservação de espécies, ecossistemas e do Planeta como um todo; à conservação da biodiversidade; às questões do aquecimento global e o efeito estufa; ao enfrentamento da questão da rápida deterioração dos recursos hídricos; ao diagnóstico e análise dos grandes fenômenos de degradação da natureza, incluindo a espécie humana como parte da natureza; ao estudo e formulação de banco de dados que sirvam de base para a conservação e utilização dos recursos naturais.

Na última década, no entanto, a atuação destas instituições no Brasil tem se alterado substancialmente. Com freqüência, elas mantêm programas de Educação Ambiental, com as comunidades do entorno de suas áreas de atuação, com caráter prioritário de disponibilizar informações sobre os ecossistemas em estudo, mas também agregando projetos de inclusão social e emancipação política.

Socioambientalismo

Tem suas raízes mais profundas fincadas nos movimentos de resistência aos regimes autoritários na América Latina. No Brasil, esses ideais foram constitutivos da educação popular que rompe com a visão tecnicista, difusora e repassadora de conhecimentos. Paulo Freire teve papel preponderante na defesa deste tipo de educação e inspirou centenas de educadores brasileiros e em todo mundo que romperam com a visão tecnicista e reprodutora de conhecimentos para construir uma educação emancipatória, transformadora, libertária.

Uma importante vertente da EA se inspira nos ideais democráticos e emancipatórios da Educação Popular e lhe acrescenta a dimensão ambiental buscando compreender as relações sociedade e natureza para intervir nos conflitos socioambientais. Entre as principais expressões desta corrente estão o histórico seringalista Chico Mendes e sua discípula Marina Silva, hoje Ministra do Meio Ambiente. Seus pressupostos apontam para o fomento de uma cultura de procedimentos democráticos; de estímulo a

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processos participativos e horizontalizados; de formação e aprimoramento de organizações, de diálogo na diversidade; de auto-gestão política; de inclusão social e de uma organização social mais justa e eqüitativa.

Desenvolvimento Sustentável e/ou a Economia Ecológica

Vertente que surge na década de 70, inspirada no conceito de ecodesenvolvimento (Ignacy Sachs, 1986) e no “O negócio é ser pequeno” (Schumacher, 1981). Ganha grande impulso na segunda metade da década de 80, quando governos e organismos internacionais começam a se preocupar com o futuro da vida no Planeta e passam a publicar documentos como “Nosso futuro comum” , a propor mecanismos de regulação do uso dos recursos naturais, a criar novas legislações.

Se expressa hoje, sobretudo no chamado “Capitalismo Natural” (Lovins, 2002) e no Ecodesign, entendido como planejamento das intervenções antrópicas no ambiente, utilizando tecnologias e materiais desenhados ecologicamente.

De grande influência nos países do hemisfério norte, esta corrente representa um grande avanço no uso racional dos recursos naturais, na redução do consumo de energia, na minimização de emissão de gases poluentes, na redução e no tratamento dos resíduos, na ecoeficiência etc. Exerce grande influencia nos bancos internacionais e nos organismos multilaterais e em especial em documentos do PNUMA, FAO, UNESCO entre outros.

Seu sucesso está intimamente relacionado ao surgimento dos conceitos de “responsabilidade social e desenvolvimento sustentável”, frutos de décadas de trabalho dos movimentos da sociedade civil, especialmente o movimento feminista, de direitos humanos e o ambientalista que forjaram consumidores, eleitores e investidores mais exigentes.

Surge um grande número de fundações, institutos e associações governamentais, privadas e mistas que passam a trabalhar a educação ambiental sob a ótica da construção de um novo modelo de produção, distribuição, consumo e descarte. Algumas ONGs ambientalistas que tradicionalmente trabalham a questão da Educação Ambiental se associam e/ou firmam parcerias com instituições de pesquisa nacionais e internacionais e passam a atuar fortemente com tais conceitos e práticas.

Ecopedagogia

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Tem como fundamento a concepção de Paulo Freire da educação como ato político que possibilita ao educando perceber seu papel no mundo e sua inserção na história. A ecopedagogia prega um olhar global a partir das práticas do cotidiano. Nela a noção de natureza está embasada na Hipótese de Gaia, de James Lovelock e no pensamento de Fritjof Capra e Leonardo Boff e está associada a elementos espirituais.

Assim, os referencias teóricos que fundamentam suas práticas são: o holismo, a complexidade e a pedagogia freireana.

As duas últimas características, especialmente, dão o tom da abordagem metodológica desta vertente que busca contribuir para a formação de novos valores para uma sociedade sustentável.

Compreende a educação a partir de uma concepção ”dinâmica criadora e racional onde a harmonia ambiental supõe tolerância, respeito, igualdade social, cultural, de gênero e aceitação da biodiversidade”

(Gutierrez e Prado, 2000).

A ecopedagogia se afirma como movimento social em torno, principalmente, da formulação e discussão da Carta da Terra.

Para saber mais, consulte: Carta da Ecopedagogia (em defesa da pedagogia da Terra): www.paulofreire.terra.com.br

Educação para Sociedades Sustentáveis

Apresenta-se como uma possibilidade única de reconstruir nossa história, nossa relação com a natureza, como o desejo de construir uma nova globalização, verdadeira, solidária capaz de gerar valores que ofereçam novo sentido à existência humana no Planeta.

A falência do modelo de desenvolvimento adotado pelos humanos nos últimos dez mil anos, a compreensão de que a dimensão social, econômica, ambiental, política e cultural de cada sociedade estão absolutamente interconectadas, a percepção de que a sustentabilidade só pode ser construída coletivamente através de um grande processo de mudança cultural aponta os caminhos para esta vertente da EA no Brasil, que apresenta características bastante peculiares e inovadoras.

Tomando como referência contribuições que a ciência e a tecnologia, especialmente na década de 90, trazem à ecologia e aos movimentos ambientalistas, esta nova vertente acrescenta a eles a sensibilidade social e a busca emancipatória advinda dos movimentos sociais.

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Na prática, busca aplicar cientificidade aos projetos educacionais, incorporando a eles o arcabouço científico da Teoria da Complexidade, da teoria dos Sistemas Vivos e do pensamento sistêmico sem, no entanto, deixar de contemplar a dimensão social, cultural e pedagógica da sustentabilidade.

Um dos pontos principais deste pensamento fundamenta-se nos princípios do respeito à diversidade, na inclusão, na horizontalidade e no trabalho em rede.

É nesta corrente que está abrigada a pedagogia formulada pelo físico, ecologista e pensador Fritjof Capra, a alfabetização ecológica, que parte do pressuposto que a sobrevivência da nossa espécie no Planeta está diretamente vinculada à nossa capacidade de entender os princípios de organização que os ecossistemas desenvolveram para sustentar a teia da vida e assim obter o conhecimento e o comprometimento necessários para desenhar comunidades humanas sustentáveis.

No Brasil, esta corrente vem ganhando adeptos entre ONGS e órgãos públicos e tem sido aplicada especialmente em escolas de ensino fundamental. Para saber mais consulte: www.ecoliteracy.org

Dentre os chamados projetos de construção de sociedades sustentáveis, se apresentam os projetos ecologicamente desenhados, rurais e urbanos. A agroecologia, os projetos de seqüestro de gases efeito estufa, os de energia alternativa com geração de renda para as comunidades envolvidas, as ecovilas, os projetos agroflorestais, nela se inserem, apresentando, diferentemente dos projetos de ecodesenvolvimento, um forte viés de desenvolvimento local sustentável, inclusão social e fortalecimento das comunidades.

As cinco correntes de educação ambiental citadas apresentam uma vasta diversificação de temas, objetivos e estratégias, cada uma delas influenciando e se identificando com distintos projetos de educação ambiental, em diversos locais do país.

Em comum, o desejo de contribuir para a conservação da biodiversidade, para a inclusão social; para a participação na vida pública, para o aprimoramento individual e coletivo, para um modelo de desenvolvimento mais justo e eqüitativo. Todas elas são uníssonas na compreensão da fundamentalidade dos processos educativos para que este percurso se faça possível.

Os princípios básicos da educação ambiental:

É fundamental que a EA esteja calcada em princípios básicos, por isso, a seguir, uma seleção dos mais relevantes:

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- Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e nos criados pelos seres humanos, tecnológicos e sociais (econômico, político, técnico, histórico-cultural, moral e estético);

- Constituir um processo educativo contínuo e permanente, começando pelos primeiros anos de vida e continuando através de todas as fases do ensino formal e não-formal;

- Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;

- Examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional, nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as condições ambientais de outras regiões geográficas;

- Trabalhar com o conhecimento contextual, com estudos do meio.

- Concentrar-se nas situações ambientais atuais, mas levando em conta, a perspectiva histórica, resgatando os saberes e fazeres tradicionais;

- Insistir no valor e na necessidade de cooperação local, nacional e global para prevenir e resolver os problemas ambientais;

- Considerar, de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e de crescimento;

- Ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais;

- Destacar a complexidade dos problemas ambientais e, em conseqüência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para resolver os problemas;

- Utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar-se e adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, estimulando o indivíduo a analisar e participar na resolução dos problemas ambientais da coletividade;

- Estimular uma visão global (abrangente/holística) e crítica das questões ambientais;

BRASIL/IBAMA – Como o IBAMA exerce a educação ambiental. Coordenação Geral de Educação Ambiental – Brasília: Edições IBAMA, 2002.

BRASIL/IBAMA – Diretrizes para Operacionalização do Programa Nacional de Educação Ambiental. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1996.

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BRASIL/IBAMA – Pensando e praticando a educação ambiental na gestão do meio ambiente. Brasília: Edições IBAMA, 2000.

BRASIL/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Educação ambiental legal. Secretaria de Educação Fundamental, Coordenação Geral de Educação Ambiental, Brasília: MEC, 2002.

BRASIL/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO – Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental – temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL/MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA – I Conferência Nacional de Educação Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia

Legal – MMA e Ministério da Educação e do Desporto – MEC, 1997.

DUAILIBI, Miriam; ARAUJO Luciano. Oficina de Educação Ambiental para Gestão. Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, 1995.

4 A Agenda 21A Agenda 21Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento O que é a Agenda 21? A Agenda 21 é um documento gerado a partir da Rio Eco-92 para implantação global, prevendo, em mais de 40 tópicos, as possibilidades de desenvolvimento sustentável para o planeta, onde se possa gerar desenvolvimento sem prejuízos à qualidade de vida do ser humano e às condições ambientais. Pode-se resumir essa filosofia no encaminhamento das condições de vida do planeta para um ambiente justo e saudável, com o equilíbrio perfeito entre o ser humano, a natureza e a economia, sem prejudicar o desenvolvimento e a qualidade de vida, e sem degradar o ambiente planetário. Esse mesmo documento prevê a implantação da Agenda 21 nacional, que deverá ser implementada, em cada país, observando-se suas características peculiares e, ainda, a Agenda 21 local que, em tese, deve ser implementada em cada cidade ou localidade onde exista um núcleo humano com necessidades de crescimento e de sustentabilidade ambiental e econômica, sem prejuízo da qualidade de vida e da degradação dos ecossistemas. As bases lógicas para a implementação das Agendas por país e por localidade são óbvias: não se poderá construir um mundo sustentável, saudável e com um ambiente protegido, sem que as respectivas ações nesse sentido tenham início nas bases dos habitantes que dominam o planeta e são capazes de transformá-lo para melhor ou pior, ou seja, os seres humanos. Daí a adoção do tão alardeado slogan: "pensar globalmente e agir localmente". A soma das boas ações locais vai produzir uma globalização condizente e correspondente. As agendas locais - Estados, municípios, regiões e comunidades - têm, portanto, papel fundamental na elaboração da agenda nacional. Partindo-se do microcosmo para o macrocosmo pode haver participação ativa de todas as comunidades, de todos os habitantes na criação de um plano de sustentabilidade maior e mais abrangente. Afinal, o ser humano, individualmente, é a célula da sociedade, que, por sua vez, forma uma nação, um país, e o planeta.

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1. A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. Defrontamo-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar. Não obstante, caso se integre as preocupações relativas a meio ambiente e desenvolvimento e a elas se dedique mais atenção, será possível satisfazer às necessidades básicas, elevar o nível da vida de todos, obterem ecossistemas melhor protegidos e gerenciados e construir um futuro mais próspero e seguro. São metas que nação alguma pode atingir sozinha; juntos, porém, podemos - em uma associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável. 2. Essa associação mundial deve partir das premissas da resolução 44/228 da Assembléia Geral de 22 de dezembro de 1989, adotada quando as nações do mundo convocaram a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e da aceitação da necessidade de se adotar uma abordagem equilibrada e integrada das questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento.

3. A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete um consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua execução é responsabilidade, antes de tudo, dos Governos. Para concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A cooperação internacional deverá apoiar e complementar tais esforços nacionais. Nesse contexto, o sistema das Nações Unidas tem um papel fundamental a desempenhar. Outras organizações internacionais, regionais e sub-regionais também são convidadas a contribuir para tal esforço. A mais ampla participação pública e o envolvimento ativo das organizações não-governamentais e de outros grupos também devem ser estimulados. 4. O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 acerca de desenvolvimento e meio ambiente exigirá um fluxo substancial de recursos financeiros novos e adicionais para os países em desenvolvimento, destinados a cobrir os custos incrementais necessários às ações que esses países deverão empreender para fazer frente aos problemas ambientais mundiais e acelerar o desenvolvimento sustentável. Além disso, o fortalecimento da capacidade das instituições internacionais para a implementação da Agenda 21 também exige recursos financeiros. Cada uma das áreas do programa inclui uma estimativa indicadora da ordem de grandeza dos custos. Essa estimativa deverá ser examinada e aperfeiçoada pelas agências e organizações implementadoras. 5. Na implementação das áreas pertinentes de programas identificadas na Agenda 21, especial atenção deverá ser dedicada às circunstâncias específicas com que se defrontam as economias em transição. É necessário reconhecer, ainda, que tais países enfrentam dificuldades sem precedentes na transformação de suas economias, em alguns casos em meio à considerável tensão social e política.

6. As áreas de programas que constituem a Agenda 21 são descritas em termos de bases para a ação, objetivos, atividades e meios de implementação. A Agenda 21 é um programa dinâmico. Ela será levada a cabo pelos diversos atores segundo as diferentes situações, capacidades e prioridades dos países e regiões e com plena observância de todos os princípios contidos na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Com o correr do tempo e a alteração de necessidades e circunstâncias, é possível que a Agenda 21 venha a evoluir. Esse processo assinala o início de uma nova associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável. Os capítulos seguintes estão disponibilizados em. http://www.mma.gov.br/sitio/

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Capítulo 2COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA ACELERAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELDOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO E POLÍTICAS INTERNAS CORRELATASCapítulo 3 COMBATE À POBREZACapítulo 4 MUDANÇA DOS PADRÕES DE CONSUMOCapítulo 5 DINÂMICA DEMOGRÁFICA E SUSTENTABILIDADECapítulo 6 PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DAS CONDIÇÕES DA SAÚDE HUMANACapítulo 7 PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS ASSENTAMENTOS HUMANOSCapítulo 8 INTEGRAÇÃO ENTRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO NA TOMADA DE DECISÕESCapítulo 9 PROTEÇÃO DA ATMOSFERACapítulo 10 ABORDAGEM INTEGRADA DO PLANEJAMENTO E DO GERENCIAMENTODOS RECURSOS TERRESTRESCapítulo 11 COMBATE AO DESFLORESTAMENTOCapítulo 12 MANEJO DE ECOSSISTEMAS FRÁGEIS: A LUTA CONTRA A DESERTIFICAÇÃO E A SECACapítulo 13 GERENCIAMENTO DE ECOSSISTEMAS FRÁGEIS: DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL DAS MONTANHASCapítulo 14 PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL E AGRÍCOLA SUSTENTÁVELCapítulo 15CONSERVAÇÃO DA DIVERSIDADE BIOLÓGICACapítulo 16MANEJO AMBIENTALMENTE SAUDÁVEL DA BIOTECNOLOGIACapítulo 17PROTEÇÃO DOS OCEANOS, DE TODOS OS TIPOS DE MARES - INCLUSIVE MARES FECHADOS E SEMIFECHADOS - E DAS ZONAS COSTEIRAS, E PROTEÇÃO, USO RACIONAL E DESENVOLVIMENTO DE SEUS RECURSOS VIVOSCapítulo 18PROTEÇÃO DA QUALIDADE E DO ABASTECIMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS: APLICAÇÃO DE CRITÉRIOS INTEGRADOS NO DESENVOLVIMENTO, MANEJO E USO DOS RECURSOS HÍDRICOSCapítulo 19MANEJO ECOLOGICAMENTE SAUDÁVEL DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS TÓXICAS, INCLUÍDA A PREVENÇÃO DO TRÁFICO INTERNACIONAL ILEGAL DOS PRODUTOS TÓXICOS E PERIGOSOSCapítulo 20 MANEJO AMBIENTALMENTE SAUDÁVEL DOS RESÍDUOS PERIGOSOS, INCLUINDO A PREVENÇÃO DO TRÁFICO INTERNACIONAL ILÍCITO DE RESÍDUOS PERIGOSOSCapítulo 21MANEJO AMBIENTALMENTE SAUDÁVEL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS E QUESTÕESRELACIONADAS COM OS ESGOTOSCapítulo 22MANEJO SEGURO E AMBIENTALMENTE SAUDÁVEL DOS RESÍDUOS RADIOATIVOS

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Capítulo 23SEÇÃO III. FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS GRUPOS PRINCIPAISPREÂMBULOCapítulo 24AÇÃO MUNDIAL PELA MULHER, COM VISTAS A UM DESENVOLVIMENTOSUSTENTÁVEL E EQÜITATIVOCapítulo 25A INFÂNCIA E A JUVENTUDE NO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELCapítulo 26RECONHECIMENTO E FORTALECIMENTO DO PAPEL DAS POPULAÇÕES INDÍGENASE SUAS COMUNIDADESCapítulo 27FORTALECIMENTO DO PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES NÃO-GOVERNAMENTAIS:PARCEIROS PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELCapítulo 28INICIATIVAS DAS AUTORIDADES LOCAIS EM APOIO À AGENDA 21Capítulo 29FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS TRABALHADORES E DE SEUS SINDICATOSCapítulo 30 FORTALECIMENTO DO PAPEL DO COMÉRCIO E DA INDÚSTRIACapítulo 31A COMUNIDADE CIENTÍFICA E TECNOLÓGICACapítulo 32FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS AGRICULTORESCapítulo 33SEÇÃO IV. MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO RECURSOS E MECANISMOS DE FINANCIAMENTOCapítulo 34TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA AMBIENTALMENTE SAUDÁVEL,COOPERAÇÃO E FORTALECIMENTO INSTITUCIONALCapítulo 35A CIÊNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVELCapítulo 36PROMOÇÃO DO ENSINO, DA CONSCIENTIZAÇÃO E DO TREINAMENTOCapítulo 37MECANISMOS NACIONAIS E COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTOCapítulo 38ARRANJOS INSTITUCIONAIS INTERNACIONAISCapítulo 39INSTRUMENTOS E MECANISMOS JURÍDICOS INTERNACIONAISCapítulo 40 INFORMAÇÃO PARA A TOMADA DE DECISÕESAnexoDECLARAÇÃO DO RIO SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO Agenda 21 Escolar - Implantação Porque Agenda 21 Escolar? A escola é uma comunidade que tem influência efetiva não apenas dentro de seus muros, nos momentos de instrução a seus alunos, mas também em toda a comunidade formada pelos respectivos familiares e moradores de seu entorno. A escola, em suas novas atribuições, estabelecidas passo a passo por técnicos do ensino, pode ser considerada o cérebro que comanda

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um corpo maior, constituído pelos lares dos alunos e pela comunidade em que está inserida, extrapolando em muito as estreitas divisas de seus muros e afetando diretamente a vida de um volume de pessoas extremamente maior do que o mero número de estudantes que a freqüenta, sendo, por isso, também responsável pela avaliação crítica e física dos problemas sociais, pessoais e ambientais dos ramos dela derivados, e pela busca de auxílio em sua solução. A escola é à base de formação do cidadão.A escola é a responsável pela educação que influenciará na vida profissional, social e pessoal do aluno e em sua convivência familiar. A escola influencia e é influenciada pelos movimentos que agitam o seu entorno, como festividades, violência familiar e social, decisões da coletividade, desenvolvimento agrário, industrial e comercial, etc. Além disso, em muitas comunidades, a escola é o órgão ao qual os cidadãos recorrem, como se fosse um organismo de ajuda, apoio e resolução de problemas familiares ou sociais.Desnecessário, por óbvios, destacar outros pontos de importância da escola na comunidade. Portanto, nada mais útil e proveitoso do que se começar um processo de elaboração de Agenda 21 dentro do âmbito de atuação direta e indireta da escola. Agenda 21 Escolar

1. O que é a Agenda 21 Escolar? A Agenda 21 escolar é a formatação do texto base da Agenda 21 local para aplicação no meio de influência da escola, tanto nos recintos escolares, como no meio familiar e social onde tal influência é exercida. Visa da mesma forma que as demais agendas, a sustentabilidade social e econômica, atendendo às necessidades humanas para uma vida digna e a proteção do meio ambiente, tanto o ambiente utilizado pelos cidadãos, como formados pelos ecossistemas da região. 2. Requisitos Básicos da Elaboração da Agenda 21 Escolar A adoção de uma metodologia de trabalho que deverá ser buscada por consenso entre representantes do estabelecimento escolar, dos alunos, da coletividade em sua área de influência, do poder público e de organismos não governamentais, voluntários, técnicos, líderes comunitários e religiosos, em reuniões previamente designadas para tanto; A realização de pesquisas para apuração dos problemas existentes na área de atuação da agenda, englobados os problemas de saúde da população local, de degradação do meio ambiente ou riscos ambientais, de segurança, problemas sociais diversos como desemprego, alcoolismo, uso de drogas, etc.; Avaliação técnica, por pessoal habilitado, e consenso popular, através de reuniões, das soluções para estancar, reverter ou pelo menos amenizar os problemas, buscando os meios de sustentabilidade econômica da população, a melhora de sua qualidade de vida e a melhoria ambiental, com preservação de áreas, criação de novas áreas, saneamento, melhoria dos elementos já implantados, e, essencialmente, educação de cunho social e ambiental; Apuradas as ações necessárias, verificar os respectivos custos e os meios de financiamento; Envolver o poder público, através das negociações necessárias, para que solucione ou busque soluções para os problemas que são de sua exclusiva atribuição, e para que colabore na solução de outros, que estejam dentro de suas possibilidades governamentais;

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Mobilizar os setores da sociedade que de alguma forma possam auxiliar na concretização dos projetos relativos à solução dos problemas apurados; Dar andamento às ações de correção, reversão e erradicação de tais problemas. 3. Elaboração prática da Agenda 21 Escolar 1.º passo: Realização de fórum, convocado de maneira oficial, para início dos trabalhos de implementação da Agenda 21 do estabelecimento educacional em que for implantada. Nesse fórum deverão ser escolhidos os participantes da respectiva comissão, que será presidida por um Coordenador Técnico, com o resumo dos trabalhos anotados por um relator. A comissão deverá contar, na medida do possível, com elementos da escola - tanto do corpo discente como do corpo docente -, da comunidade, do poder público, das lideranças locais, entidades não governamentais, etc. 2.º passo: buscar a participação popular para o fórum e as reuniões periódicas da agenda, para o auxílio na detecção de problemas e em sua erradicação ou minimização. Buscar o auxílio dos órgãos da imprensa, para apoio educacional e jornalístico e de órgãos do poder público ligados aos problemas apontados; 3.º passo: promover ações dentro da escola, com os alunos, na pesquisa das situações prejudiciais ou degradantes e na elaboração de concursos, como redação e poesia sobre temas correlatos, como, p.e., "como gostaria de ver minha escola e meu bairro daqui a 10 anos"; gincanas educativas e construtivas, jogos cooperativos, atividades que possam despertar o sentimento de amor pela comunidade e de patriotismo, como ações voluntárias de ajuda a doentes, deficientes, desempregados, etc.; 4.º passo: trabalhar com ações práticas e economicamente viáveis, dentro de um processo de educação ambiental entrelaçado com criação de hortas comunitárias, ou hortas individuais, coleta seletiva de lixo e comercialização do lixo reciclável, cursos sobre compostagem dos resíduos orgânicos e sua aplicação nas hortas, comunitárias ou individuais, saneamento e tratamento de resíduos nas áreas rurais, etc.; 5.º passo: identificar os temas que serão incluídos no documento inicial a ser elaborado pela comissão escolhida e que se chamará "Agenda 21 Escolar da Escola .....", devendo esses temas ser identificados pela comissão e pela comunidade participante do fórum. Os temas não deverão ultrapassar a dez ou doze, para que não se impossibilite a realização de tarefas em todas as frentes. É conveniente que sejam escolhidos especialistas ou professores das respectivas áreas para que, de início, façam um relatório da situação atual da comunidade a ser trabalhada, ou seja, o cenário inicial dos trabalhos, assim como um cenário do passado e uma projeção de um cenário ideal em um determinado prazo - 10 anos, por exemplo, dando publicidade desse levantamento

6.º passo: elaboração de projetos e/ou planos estratégicos, ou seja, a discriminação, passo a passo, das atividades necessárias à realização dos objetivos previstos em cada um dos temas selecionados para a agenda, com cálculo de custos, de recursos materiais e humanos; 7.º passo: finalmente, a implementação prática, etapa por etapa, daquelas previstas nos projetos e/ou planos estratégicos, angariando os recursos necessários dentro do plano de ação e atendendo às necessidades da etapa em andamento. 4. Acompanhamento dos trabalhos

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I - Reuniões dos Coordenadores das Agendas 21 Escolares implantadas, periodicamente, sugerindo-se que isso ocorra de três em três meses, para troca de informações e experiências, que serão levadas aos respectivos fóruns permanentes; II - Realização periódica de Seminários e Cursos de Atualização e Capacitação para os participantes efetivos dos fóruns permanentes de debates, e demais interessados, buscando envolver o pessoal dos órgãos governamentais, como o Ministério do Meio Ambiente, Ministério das Cidades, Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Secretarias Municipais de Educação, Planejamento, Saúde, Social, órgãos de Infância e Adolescência, etc. 5. Lembrar-se de que: * a agenda deverá ter sempre em mira a sustentabilidade econômica da comunidade, a preservação e implementação de áreas de preservação e os respectivos cuidados, o cunho permanente de educação individual, familiar, social e ambiental, interligados dentro das ações previstas na agenda; o trabalho cooperativo, a criação de núcleos de apoio social, o fortalecimento das instituições oficiais e de liderança da comunidade;* a agenda 21 nunca termina. Ela é sempre reconstituída, reconstruída, repassada, corrigida dentro dos fóruns de discussão e de acordo com a avaliação dos rumos dos trabalhos, as fontes de financiamento, as parcerias, novos problemas que possam surgir, novas soluções encontradas, etc.;* os fóruns de discussão são permanentes, devendo a periodicidade ser decidida pela respectiva comissão, e nele deverão ser sempre revistos e repassados os trabalhos do período. Além disso, deverão estar sempre abertos à participação de todos os membros da comunidade, do poder público, da imprensa, de entidades de apoio, de patrocinadores, enfim, do todo a que pretende servir e de quem recebe apoio humano, material ou financeiro;* a agenda poderá ter início com ações de menor impacto, dependendo de suas possibilidades, e enriquecida posteriormente pela experiência dos participantes, do aumento do grupo, de maiores patrocínios, de maior apoio dos órgãos de política pública, etc. O sucesso da implantação da agenda 21 escolar em cada município depende apenas do empenho com que as pessoas que a apoiarem,no âmbito de influência de cada escola, se disponham a aplicar em benefício da comunidade escolar e da comunidade influenciada, doando-se em puro ato de amor aos alunos, familiares e coletividade, e ao povo, à nação, ao país e, por extensão a todo planeta terra - nosso lar comum na imensidão infinita do cosmos. As mãos que se puserem á obra plantarão milhares de sementes para reflorestar a vida.Associação Ecológica Vertente Texto: Francisco Antonio Romanelli