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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM RÉPTEIS E ANFÍBIOS PET
UMA FERRAMENTA PARA O ENSINO
Izenita de Oliveira Barbosa Brum
Orientadora
Prof.ª Dr,ª Maria Esther de Araújo
Rio de Janeiro
2015
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM RÉPTEIS E ANFÍBIOS PET
UMA FERRAMENTA PARA O ENSINO
Izenita de Oliveira Barbosa Brum
Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como requisito prévio para a
conclusão do Curso de Pós-Graduação ”Lato Sensu”
em Educação Ambiental.
ntadora: Prof.ª Dr,ª Maria Esther de Araújo.
Rio de Janeiro
2015
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, meu Pai,
Todo Poderoso! Deus de misericórdia e
bondade, criador do céu e da terra, que
cedeu amorosamente suas asas de
proteção e me guiou durante este
percurso, que me acompanhou em todos
os momentos. Deu-me força para eu
seguir, saúde para trabalhar e
discernimento para cumprir, que Iluminou
o meu caminho nas horas tristes, angústia
e dificuldade e que colocou em meu
caminho pessoas maravilhosas que me
ajudaram e me aconselharam.
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RESUMO
A educação ambiental é um importante instrumento de transformação
da sociedade. A Mata Atlântica, importante bioma brasileiro, vem sendo, ao
longo dos anos, destruída em nome da expansão humana e com ela répteis e
anfíbios vem entrando em extinção também..
O presente trabalho apresenta uma forma de educação ambiental
realizado com o público em geral, feito em vários lugares, parques, escolas e
nas ruas, mostrado de forma dinâmica, criativa e interdisciplinar, sendo
considerada como um grande instrumento que desencadeia um processo de
conscientização sobre a questão ambiental.
Abordando um tema bem extenso e complexo, este trabalho pretende
contribuir para uma visão mais racional e desmistificada acerca dos répteis e
anfíbios. Com perguntas e respostas podemos mostrar para o público que
esses animais são muito importantes para o equilíbrio ambiental, falar sobre
aspectos biológicos, sua importância para a biomedicina, falar sobre o tráfico
desses animais e os criadouros, como seria a educação ambiental com esses
animais, mitos e curiosidades que acercam sobre esses animais que sofrem
com a falta de conhecimento das pessoas.
Mostrar também que o simples tocar e a aprendizagem são fontes
principais para uma mudança de atitude, referente á esses animais.
Palavras chaves: Educação, domesticação, répteis e anfíbios.
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METODOLOGIA
O trabalho será desenvolvido através de pesquisa bibliográfica
acompanhada de pesquisa de campo, ou seja, o foco será a participação do
público em geral. Sendo pessoas de várias idades, níveis sociais, cultural,
religião e escolaridade, tendo em si uma linguagem informal para maior
entendimento. As perguntas serão feitas através de um pequeno questionário
e logo após o questionário a pessoa irá interagir com o réptil. O trabalho em si
será feito em vários lugares, como Sescs, Escolas, Parques Naturais e locais
públicos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
METODOLOGIA 05
CAPÍTULO I - Considerações sobre domesticação e Animais domesticados 09
1.1 Domesticação animal 09
1.2 Animais Pet 11
1.3. Legislação sobre Animais Pet 12
CAPÍTULO II - História da Educação Ambiental no Brasil 17
CAPÍTULO III – Répteis/Anfíbios e a Educação Ambiental 24
3.1 Os Répteis e Anfíbios 24
3.1.1 Lendas e Crendices 26
3.1.2 A importância destes animais 28
3.2 A importância da Educação Ambiental com estes Animais 31
CAPÍTULO IV – Pesquisa de campo 34
4.1 Material 34
4.2 Pesquisa em campo 35
RESULTADOS 37
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA 44
WEBGRAFIA 49
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INTRODUÇÃO
Desde o início da humanidade répteis e anfíbios têm sido figura de
medo e muitas vezes de repúdio, está relacionado diretamente a várias
histórias que passam de geração em geração e em conjunto com a falta de um
conhecimento mais profundo sobre estes animais faz com que os répteis e
anfíbios ainda sejam vítimas de desprezo e vistos como asquerosos.
O medo das pessoas em relação aos répteis e anfíbios (proveniente
das histórias e estimulado pelos filmes, seriados e novelas) faz com que
muitas serpentes sejam mortas na tentativa de legítima defesa ou porque não
servem, apesar da maior parte dos acidentes serem causada devido à
imprudência humana.
Segundo VASCO SANTOS (2013) a principal causa de preocupação
que estes animais enfrentam hoje é a destruição dos seus habitats naturais.
Corre-se o grande risco de muitos virem a desaparecer antes mesmo de a
maioria das pessoas ouvirem falar deles.
Nos dias de hoje não é difícil de se ver em algum filme, seriado, novela
e afins sobre estes animais, mostrando-os de forma positiva e em muitas
vezes negativa. Vemos também, principalmente no E.U.A, que muitas pessoas
tem como animais domésticos (P.E.T) répteis e anfíbios, sendo muito destes
da nossa fauna.
Muitas pessoas acham errado, ligando isso ao tráfico de animais,
acham que estes animais devem ser soltos, ficando livres na natureza ou pelo
simples fato de terem medo ou não saberem cuidar.
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Poucas pessoas sabem que existem criadouros legalizados pelo
IBAMA, que estão aí para ajudar na conservação de espécies, e em muitas
vezes em espécies que correm o risco de extinção.
Mas será que as pessoas sabem quem realmente são os répteis e
anfíbios? Quais os mais conhecidos, quais que sofrem mais com esses mitos.
Qual a sua importância? Tanto para o ecossistema quanto para a parte
biomédica. Podemos tê-los como animais PET? Claro que sim, no entanto tem
que ser um animal legalizado. Como cuidar destes animais? Não são difíceis
de cuidar. São tantas perguntas, mas temos a resposta.
Através da educação ambiental, que é uma ferramenta importante de
redescobrimento, sendo um processo educativo constante, dinâmico, criativo e
interdisciplinar e que desencadeia a conscientização, este trabalho tem por
objetivo promover o encontro de pessoas com este tipo de animal, ensinando
sobre a conservação e esclarecendo diversas dúvidas e mitos culturais,
através de um questionário e informando sobre o conteúdo, o foco principal é
levar conhecimento ao público de todas as idades, onde abordamos assuntos
importantes como criação, preservação, mitos entre outros, além de levar para
a pesquisa uma jiboia, onde as pessoas poderão tocar e aprender sendo
importante porque aborda um assunto diferente e de interesse para as
crianças e para os próprios adultos também.
Nos dias de hoje o contato com a natureza é deixado de lado, agora
imagina ter um animal silvestre em casa, principalmente se for um réptil ou um
anfíbio, para muitos isso é loucura, algo que foge da realidade, para outros é
algo normal. Poucas pessoas sabem da importância desses animais, e menos
ainda sobre ter e cuidar destes animais.
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CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES SOBRE DOMESTICAÇÃO E ANIMAIS
DOMESTICADOS
Neste capítulo vamos contar um pouco sobre a história da
domesticação e os animais domesticados. Hoje em dia vimos que muitos
animais seguem ao lado do homem, sendo úteis a ele e de grande ajuda.
Percebemos também que muitos desses animais como por exemplos
répteis e anfíbios estão entrando em nossas casas como “bichinhos de
estimação”, podem mostrar, por exemplo, a iguana (Iguana iguana) é
considerada para muitos o primeiro réptil domesticado, apesar de ter um
aspecto que remete agressividade é um animal manso e sociável. . Devemos
também por em conta que qualquer animal de estimação tem que ter uma vida
de bem-estar, ter uma ética com este animal e nada de “amostragem” como
objeto.
1.1 Domesticação animal
A domesticação possui diferentes definições. Uma desta melhor aceita
é:
“A domesticação é um processo onde os animais cativos se
adaptam ao homem e ao ambiente em que esse fornece”.
Como domesticação implica em mudanças, se espera que o
fenótipo do animal seja distinto de sua contraparte selvagem. A
adaptação ao ambiente fornecido é alcançada através de
mudanças genéticas, de estímulos ambientais e de
experiências durante a vida do animal ao longo de gerações
(PRICE, 1984).
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Segundo HALE (1969), a domesticação é o primeiro passo da seleção
cuja reprodução (escolha de reprodutores e isolamento dos selvagens
equivalentes), o manejo (fornecimento de abrigo, alimento e proteção contra os
predadores) e a nutrição são parcialmente controlados pelos humanos. PRICE
(1984; 2002) definiu a domesticação animal como um processo no qual os
animais em cativeiro se adaptam ao homem e ao ambiente que ele
proporciona, por meio da seleção. Estudos como os de HALE (1969); REED
(1969) e CLUTTON-BROCK (1981) concordam que a maioria dos animais
domesticados já estava pré- adaptados ao processo de domesticação, ou seja,
já apresentavam algumas características físicas e comportamentais que
favoreciam a domesticação (REED, 1977).
Darwin acreditava que a domesticação é mais do que apenas domar, e
que inclui a reprodução do animal em cativeiro, é centrada em um objetivo,
pode ocorrer sem o esforço consciente do homem, aumenta a fecundidade,
pode trazer atrofia de certos órgãos, permite o animal adquirir maior
plasticidade, e é facilitado pela subjugação ao homem, o domesticador. Outras
definições definem a domesticação como uma condição onde a reprodução,
tratamento e alimentação dos animais são em alguma parte controlada pelo
homem (BROWNE, 2007).
O homem neolítico aprendeu a aproveitar os animais de uma maneira
mais completa. O primeiro animal domesticado foi o cão, que se converteu
num dos melhores colaboradores do homem. O cão era utilizado para caçar,
vigiar à noite e, em algumas zonas, puxar trenós. O homem continuou a
domesticar outros animais, como a rena, a cabra e a ovelha, que podiam
acompanhá-lo em seus deslocamentos. Depois, o gado vacum foi domesticado
e, por último, os animais empregados no transporte, como o asno, o cavalo e o
camelo. Os benefícios da domesticação foram múltiplos: além da carne, os
animais forneciam peles, leite e lã. Nos dias de hoje a domesticação é com
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outros tipos de animais e a intenção é de serem nossos companheiros (CLICK
EDUCAÇÃO).
Durante o processo de domesticação, os animais sofrem mudanças
morfológicas e comportamentais. Há três diferentes processos que influenciam
os animais durante a domesticação: (a) relaxamento da seleção natural,
causada pelos humanos que fornecem alimentos e proteção contra predadores
e o clima; (b) a seleção artificial que tem por objetivo obter melhoria nas
características de importância econômica e (c) a resposta correlacionada
causada pela mudança em características que não fazem parte do objetivo da
seleção. A domesticação, deste modo, afeta os comportamentos social e de
medo, produzindo animais mais calmos e menos agressivos (CRAIG, 1981;
PRICE, 1984), facilitando o manejo pelos humanos e adaptação a uma
variedade de ambientes físicos e sociais comumente impostos aos animais em
cativeiro, além de obter melhoria do sucesso reprodutivo ao longo de gerações
em cativeiro.
O processo de domesticação é realizado quando o “pool” gênico é
suficientemente alterado e quando ambientes de cativeiro e técnicas de
manejos são constantemente aplicadas durante gerações para produzir um
fenótipo que promove a adaptação ao ambiente cativo e intervenção humana.
Assim, espera-se que o fenótipo dos animais domesticados irá diferir do
fenótipo dos seus conspecíficos selvagens (PRICE, 1999).
1.2 Animais Pet
Segundo MARINA OLIVEIRA ( UOL, SP) a palavra ‘pet‘ surgiu, por
volta do fim do século 14, na Escócia e norte da Inglaterra com o sentido de
‘animal domado‘. No entanto, há registros de que em 1530 ela já era usada no
sentido de ‘animal favorito‘.
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O termo Pet é muito usado na expressão da língua inglesa comumente
utilizada pelas áreas de vendas, marketing e mídia, para se referir aos animais
de estimação, que são todos aqueles criados para o convívio com os seres
humanos, fazendo parte da rotina nos domicílios, inseridos no ambiente
familiar, e que geram benefícios através das relações afetivas estabelecidas
com eles (ELIZEIRE, 2013).
Hoje os animais de estimação são considerados integrantes da família,
tendo participação fundamental em tratamentos terapêuticos, além de fazerem
parte dos programas de políticas e de inclusão social. Algumas atividades com
envolvimento dos animais de companhia são: terapia, companhia, lazer, auxílio
aos portadores de necessidades especiais, esportes, ornamentação,
participação em torneios e exposições e trabalhos especiais (ABINPET, 2012).
Existem vários questionamentos e poucos trabalhos referentes a este
tipo de tema, principalmente com os animais aparentemente não tão “fofos” e
“bonitinhos” como os répteis e anfíbios. Os animais “PET” estão altamente
difundidos nos EUA, Europa e Japão, mas também em países em
desenvolvimento como Argentina, México e África do Sul. Nestes países não é
novidade chegar à casa de alguém e dar de cara com algum réptil ou anfíbio
dentro de suas casas.
1.3 Legislação sobre Animais Pet
Desde antes do descobrimento, as tribos indígenas que habitavam o
Brasil já mantinham o hábito de criar animais silvestres de estimação, eram os
chamados xerimbabos. Desde o início da colonização as naus portuguesas
retomavam á Europa levando animais brasileiros, em especial aves de penas
coloridas, o que fez com que a então colônia ficasse conhecida inicialmente
como “Terra dos papagaios”. Conforme foi se intensificando o contato entre
índios e colonizadores, foi aumentando o comércio de animais brasileiros para
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a Europa com fins de estimação (RENCTAS, 2001). Isso demonstra que o
hábito de criar animais de estimação é inerente á natureza humana e
independente da cultura, e não mero excentrismo egoísta de pessoas
abastadas que têm prazer em ver animais enclausurados, como alguns
opositores á atividade por vezes querem fazer crer (MENDES, 2002).
De 1500 para cá, nada mudou nesse aspecto. Já em 1991 era
estimado que o tráfico de animais retirasse cerca de 12 milhões de animais
anualmente da natureza apenas no Brasil, sendo considerada a terceira maior
atividade ilegal do mundo, perdendo apenas para drogas e armas (RENCTAS,
2001).
Para um melhor entendimento, é importante o conhecimento das
diferenças existentes entre animais domésticos, da fauna silvestre nativa e
exótica, visando uma escolha correta no momento de obter estes animais.
Segundo a Portaria/IBAMA nº 93, de 07 de Julho de 1998 (BRASIL,
1998) são considerados:
Animais da Fauna Doméstica: todos aqueles animais que através de
processos tradicionais e sistematizados de manejo e/ou melhoramento
zootécnico tornaram-se domésticas, apresentando características biológicas e
comportamentais em estreita dependência do homem, podendo apresentar
fenótipo variável, diferente da espécie silvestre que os originou, como por
exemplo, o cachorro, a galinha e o cavalo.
Animais da Fauna Silvestre Brasileira (nativos): são todos aqueles
animais pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras,
aquáticas ou terrestres que tenham seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do Território Brasileiro ou águas jurisdicionais brasileiras, como por
exemplo, os papagaios, as araras, os macacos, as onças, as capivaras e os
tatus.
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Animais da Fauna Silvestre Exótica: são todos aqueles animais
pertencentes às espécies ou subespécies cuja distribuição geográfica não
inclui o Território Brasileiro e as espécies ou subespécies introduzidas pelo
homem, inclusive domésticas em estado asselvajado ou alçado. Também são
consideradas exóticas as espécies ou subespécies que tenham sido
introduzidas fora das fronteiras brasileiras e suas águas jurisdicionais e que
tenham entrado em
Conforme o que preceitua o Art. 29 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro
de 1998, conhecida como Lei dos Crimes Ambientais, considera-se crime,
matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos
ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente. (BRASIL, 1998).
Com base neste artigo, não é permitido ao cidadão adquirir ou capturar
da natureza animais da fauna silvestre para serem mantidos como animais de
estimação. Mas o IBAMA, neste caso a autoridade competente, poderá emitir
licenças para criadores com finalidade científica, conservacionista ou mesmo
comercial (ZAGO, 2008).
Contudo, grande parte das pessoas possuem animais da fauna
silvestre e os adquire ilegalmente, sem ter a consciência de estar incorrendo
em crime ambiental e, além disso, acreditam estar protegendo esses animais
sem levar em consideração outros fatores tais como: o sofrimento e estresse
do animal, as doenças que podem ser transmitidas ao ser humano e doenças
que o homem pode passar para estes animais; e as consequências para o
meio ambiente, como por exemplo, a perda da biodiversidade, o desequilíbrio
ecológico e a extinção as espécies (MENDES, 2002).
A extinção de espécies é um fenômeno natural tanto quanto o
surgimento de novas espécies por meio da evolução biológica. A maior parte
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das espécies de animais que já povoou a face da Terra foi extinta devido a
causas naturais, antes mesmo do aparecimento do homem. No entanto, a
ação humana pode acelerar os processos que eventualmente levam ao
desaparecimento de muitos dos seres vivos que conhecemos (MENDES,
2002).
De acordo com as Políticas de Melhoria da Educação Ambiental, a
trajetória descrita até o momento nos mostra que a concepção, as discussões
e práticas de Educação Ambiental foram iniciativas das políticas ambientais.
Os sistemas de ensino absorveram a prática da Educação Ambiental em
parceria com os órgãos governamentais e não governamentais dedicados ao
meio ambiente, por meio de projetos temáticos. As organizações não
governamentais (ONGs) desempenharam, e desempenham papel importante
no processo de expansão e aprofundamento das ações de Educação
Ambiental e impulsionaram as iniciativas governamentais. Nas políticas
educacionais, esta temática tem tido um enfoque extracurricular e esta prática
influi diretamente no modo como foi e ainda é trabalhada nas escolas (MEC-
ARQUIVOS).
Segundo as Políticas de Melhoria da Educação Ambiental, a lei que
mais merece destaque por ser o marco que propiciou a legitimação da
Educação Ambiental como política pública nos sistemas de ensino foi a Lei nº
9.795, de 28 de abril de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional de
Educação Ambiental (PNEA), determinando a inclusão da Educação Ambiental
de modo organizado e oficial no sistema escolar brasileiro. Essa lei consolida
os princípios da Educação Ambiental discutidos nos fóruns internacionais e
nacionais desde 1977, quando os torna legais ao fornecer à sociedade um 21
instrumento de cobrança para a promoção da Educação Ambiental. Ao definir
responsabilidades e inserir a temática na pauta dos diversos setores da
sociedade, a PNEA institucionaliza a Educação ambiental e a torna objeto de
políticas públicas. Dentre esses setores, os sistemas de ensino são apontados
também como responsáveis pela implementação da Educação Ambiental.
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Consequentemente, a promulgação dessa lei impulsionou a
estruturação/fortalecimento da Coordenação Geral de Educação Ambiental
(COEA). Oportunamente, o Plano Nacional de Educação – PNE (2001-2010)
aprovado pelo Congresso Nacional (Lei nº 10.172/2001), além de cumprir uma
determinação da LDBEN em seu art. 87, fixa diretrizes, objetivos e metas para
o período de 10 anos, garantindo coerência nas prioridades educacionais para
este período. (BRASIL,2004).
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CAPÍTULO II
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Embora os primeiros registros da utilização do termo “Educação
Ambiental” datem de 1948, num encontro da União Internacional para a
Conservação da Natureza (UICN) em Paris, os rumos da Educação Ambiental
começam a ser realmente definidos a partir da Conferência de Estocolmo, em
1972, onde se atribui a inserção da temática da Educação Ambiental na
agenda internacional. Em 1975, lança-se em Belgrado (na então Iugoslávia) o
Programa Internacional de Educação Ambiental, no qual são definidos os
princípios e orientações para o futuro. A Educação Ambiental surge no Brasil
muito antes da sua institucionalização no governo federal. Temos a existência
de um persistente movimento conservacionista até o início dos anos 70,
quando ocorre a emergência de um ambientalismo que se unem às lutas pelas
liberdades democráticas, manifestada através da ação isolada de professores,
estudantes e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da
sociedade civil, de prefeituras municipais e governos estaduais, com atividades
educacionais voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do
meio ambiente. Neste período também surgem os primeiros cursos de
especialização em Educação Ambiental (SOUZA, 2011).
A educação Ambiental é praticada desde os mais remotos tempos,
mas o termo educação ambiental é bem recente, tendo surgido por volta da
década de 70.
REIGOTA (2009), em seu livro “O que é Educação Ambiental”,
caracteriza a Educação Ambiental como uma educação política, visto que a
mesma está comprometida com a ampliação da cidadania, da liberdade, da
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autonomia e da intervenção direta dos cidadãos na busca de soluções e
alternativas que permita uma convivência digna e voltada para o bem comum.
A sobrevivência do homem primitivo era diretamente ligada ao meio
ambiente, pois era por meio dela que os seres humanos conseguiam tirar o
sustento. Assim, todos os conhecimentos e cuidados com o meio ambiente
eram transmitidos para os filhos e, de geração em geração, implicitamente
praticava-se aquilo contemporaneamente chamamos de educação ambiental
(SOUZA, 2011).
KRUGER (2001), afirma que o homem interage com a natureza desde
os primórdios da humanidade, assim “entre 50 e 40 mil anos atrás a natureza
dominava o homem. Com o surgimento da agricultura o homem passa
lentamente a inventar tal relação”.
Com domínio da natureza, a forma de transmissão dos conhecimentos
muda de vertente. Por não se sentir mais refém da natureza, o homem passa a
buscar novas formas de domínio e exploração, e essas novas descobertas são
transmitidas aos seus filhos, os quais as transmitirão aos seus netos,
perpetuando tais formas de exploração da natureza.
Segundo SOAREZ DE OLIVEIRA (2002), nos primórdios da
humanidade, existia o que se pode denominar de unicidade orgânica entre o
homem e a natureza, sistema no qual o ritmo de trabalho e de vida dos
homens acompanhava e se prostrava ao ritmo da natureza.
A Educação Ambiental surge no Brasil muito antes da sua
institucionalização no governo federal. Temos a existência de um persistente
movimento conservacionista até o início dos anos 70, quando ocorre a
emergência de um ambientalismo que se unem às lutas pelas liberdades
democráticas, manifestada através da ação isolada de professores, estudantes
e escolas, por meio de pequenas ações de organizações da sociedade civil, de
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prefeituras municipais e governos estaduais, com atividades educacionais
voltadas a ações para recuperação, conservação e melhoria do meio ambiente
(CADERNOS-SEDAC, 2007).
Neste período também surgem os primeiros cursos de especialização
em Educação Ambiental. O processo de institucionalização da Educação
Ambiental no governo federal brasileiro teve início em 1973 com a criação da
Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema), vinculada à Presidência da
República. Outro passo na institucionalização da Educação Ambiental foi dado
em 1981, com a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) que estabeleceu,
no âmbito legislativo, a necessidade de inclusão da Educação Ambiental em
todos os níveis de ensino, incluindo a educação da comunidade, objetivando
capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente
(CADERNOS-SEDAC, 2007).
Reforçando essa tendência, a Constituição Federal, em 1988,
estabeleceu, no inciso VI do artigo 225, a necessidade de “promover a
Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente”. Em 1991, a Comissão Interministerial
para a preparação do Rio 92 considerou a Educação Ambiental como um dos
instrumentos da política ambiental brasileira. Foram, então, criadas duas
instâncias no Poder Executivo, destinadas a lidar exclusivamente com esse
aspecto: o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do MEC, que em 1993
se transformou na Coordenação-Geral de Educação Ambiental (Coea/MEC), e
a Divisão de Educação Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cujas competências institucionais
foram definidas no sentido de representar um marco para a institucionalização
da política de Educação Ambiental no âmbito do Sistema Nacional de Meio
Ambiente (Sisnama) ( SOUZA, 2002).
No ano seguinte, foi criado o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Além
disso, o Ibama instituiu os Núcleos de Educação Ambiental em todas as suas
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superintendências estaduais, visando operacionalizar as ações educativas no
processo de gestão ambiental na esfera estadual. Durante a Rio 92, com a
participação do MEC, também foi produzida a Carta Brasileira para Educação
Ambiental, que, entre outras coisas, reconheceu ser a Educação Ambiental um
dos instrumentos mais importantes para viabilizar a sustentabilidade como
estratégia de sobrevivência do planeta e, consequentemente, de melhoria da
qualidade de vida humana (CADERNOS- SEDAC, 2007).
A Carta admitia ainda que a lentidão da produção de conhecimentos, a
falta de comprometimento real do Poder Público no cumprimento e
complementação da legislação em relação às políticas específicas de
Educação Ambiental, em todos os níveis de ensino, consolidava um modelo
educacional que não respondia às reais necessidades do país. Com o intuito
de criar instâncias de referência para a construção dos programas estaduais
de Educação Ambiental, o extinto Sema e, posteriormente, o IBAMA e o MMA
fomentaram a formação das Comissões Interinstitucionais Estaduais de
Educação Ambiental (CADERNOS-SEDAC, 2007).
O auxílio à elaboração dos programas dos estados foi, mais tarde,
prestado pelo MMA. Em dezembro de 1994, em função da Constituição
Federal de 1988 e dos compromissos internacionais assumidos durante a Rio
92, foi criado, pela Presidência da República, o Programa Nacional de
Educação Ambiental (PRONEA7), compartilhado pelo então Ministério do Meio
Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal e pelo Ministério da
Educação e do Desporto, com as parcerias do Ministério da Cultura e do
Ministério da Ciência e Tecnologia. O PRONEA foi executado pela
Coordenação de Educação Ambiental do MEC e pelos setores
correspondentes do MMA/IBAMA, responsáveis pelas ações voltadas
respectivamente ao sistema de ensino e à gestão ambiental, embora também
tenha envolvido em sua execução outras entidades públicas e privadas do
país. Em 1995, foi criada a Câmara Técnica Temporária de Educação
Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Os princípios
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orientadores para o trabalho dessa Câmara eram a participação, a
descentralização, o reconhecimento da pluralidade e diversidade cultural e a
interdisciplinaridade (CADERNOS-SEDAC, 2007).
Em 1996, foi criado, no âmbito do MMA, o Grupo de Trabalho de
Educação Ambiental, sendo firmado um protocolo de intenções com o MEC,
visando à cooperação técnica e institucional em Educação Ambiental,
configurando-se num canal formal para o desenvolvimento de ações conjuntas.
Após dois anos de debates, em 1997 os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN) foram aprovados pelo Conselho Nacional de Educação. Os PCN se
constituem em um subsídio para apoiar a escola na elaboração do seu projeto
educativo, inserindo procedimentos, atitudes e valores no convívio escolar,
bem como a necessidade de tratar de alguns temas sociais urgentes, de
abrangência nacional, denominados como temas transversais: meio ambiente,
ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo, com
possibilidade de as escolas e/ou comunidades elegerem outros de importância
relevante para sua realidade (CADERNOS-SEDAC, 2007).
Em 1999, foi aprovada a Lei n° 9.795, que dispõe sobre a Política
Nacional de Educação Ambiental (PNEA, anexo), com a criação da
Coordenação-Geral de Educação Ambiental (CGEA) no MEC e da Diretoria de
Educação Ambiental (DEA) no MMA. Em 2000, a Educação Ambiental integra,
pela segunda vez, o Plano Plurianual (2000-2003), agora na dimensão de um
Programa, identificado como 0052 – Educação Ambiental, e institucionalmente
vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Em 2002, a Lei n° 9.795/99 foi
regulamentada pelo Decreto n° 4.281 (Anexo), que define, entre outras coisas,
a composição e as competências do Órgão Gestor da PNEA lançando, assim,
as bases para a sua execução. Este foi um passo decisivo para a realização
das ações em Educação Ambiental no governo federal, tendo como primeira
tarefa a assinatura de um Termo de Cooperação Técnica para a realização
conjunta da Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente (projeto que será
relatado neste documento) (CADERNOS-SEDAC, 2007).
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Merece destaque o Programa Nacional de Educação Ambiental
(ProNEA) que, em 2004, teve a sua terceira versão submetida a um processo
de Consulta Pública, realizada em parceria com as Comissões
Interinstitucionais Estaduais de Educação Ambiental (CIEAs) e as Redes de
Educação Ambiental, envolvendo cerca de 800 educadores ambientais de 22
unidades federativas do país. Em 2004, a mudança ministerial, a consequente
criação da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
(Secad) e a transferência da CGEA8 para esta secretaria, permitiu um maior
enraizamento da EA no MEC e junto às redes estaduais e municipais de
ensino, passando a atuar de forma integrada à áreas de Diversidade,
Educação Escolar Indígena e Educação no Campo, conferindo assim maior
visibilidade à Educação Ambiental e destacando sua vocação de
transversalidade (CADERNOS-SEDAC, 2007).
A Educação Ambiental no MEC atua em todos os níveis de ensino
formal, mantendo ações de formação continuada por meio do programa
Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas, como parte de uma visão sistêmica
de Educação Ambiental. A Educação Ambiental passa a fazer parte das
Orientações Curriculares do Ensino Médio e dos módulos de Educação a
Distância na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2004, tem início um
novo Plano Plurianual, o PPA 2004-2007. Em função das novas diretrizes e
sintonizado com o PRONEA, o Programa 0052 é reformulado e passa a ser
intitulada Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. O Brasil,
juntamente com outros países da América Latina e do Caribe, assumiu
compromissos internacionais com a implementação do Programa Latino-
Americano e Caribenho de Educação Ambiental (Placea10) e do Plano Andino-
Amazônico de Comunicação e Educação Ambiental (Panacea), que incluem os
Ministérios do Meio Ambiente e da Educação dos países (CADERNOS-
SEDAC, 2007).
23
O Brasil vem realizando esforços através de diretrizes e políticas
públicas no sentido de promover e incentivar a Educação Ambiental nas
escolas do ensino fundamental, principalmente, desde a segunda metade dos
anos 90. Com o intuito de mensurar estes avanços no que diz respeito à
expansão da Educação Ambiental, o Ministério da Educação iniciou o projeto
de pesquisa (CADERNOS-SEDAC, 2007).
O que fazem as Escolas que dizem que fazem Educação Ambiental?
Em sua primeira etapa, esta pesquisa teve como objetivo mapear a presença
da Educação Ambiental nas escolas, bem como seus padrões e tendências,
através da análise do Censo Escolar entre 2001 e 2004 – realizados pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
e MEC16. No entanto, esse estudo quantitativo, apesar de rico, suscitava
muitas outras questões. A segunda etapa da pesquisa envolve uma
abordagem mais detalhada da forma pela qual a Educação Ambiental é
realizada nas escolas brasileiras, numa busca de quais são efetivamente os
incentivos, prioridades, atores envolvidos, modalidades e resultados
observados em decorrência da implementação da Educação Ambiental. A
próxima etapa pretende realizar pesquisas etnográficas e estudos de caso para
que possamos aprofundar ainda mais esta análise (CADERNOS-SEDAC,
2007).
24
CAPÍTULO III
RÉPTEIS/ANFÍBIOS E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Os répteis e os anfíbios estão entre os grupos de animais mais
afetados pelo ser humano, devido a serem discriminados por lendas e mitos,
medos e desconhecimento sobre eles. Para minimizar este impacto é
fundamental dar prioridade ao desenvolvimento de ações de educação
ambiental.
Existem importantes populações de diversas espécies de répteis e
anfíbios, sendo algumas de especial interesse por serem únicas e por
ajudarem na biomedicina. Esse capítulo irá descrever sobre nossos répteis e
anfíbios e como a educação ambiental estará presente.
3.1 Os Répteis e Anfíbios
Herpetologia é o ramo da Zoologia que estuda os anfíbios e répteis.
Anfíbios e répteis são animais pertencentes a classes distintas, sendo que o
nome anfíbios provém do grego (amphi – dupla; bio= vida) e deve ao fato de
que grande parte das espécies apresenta uma fase larval aquática na forma de
girino e outra faze terrestre, adulta, com respiração pulmonar e cutânea e
alimentação baseada principalmente em artrópodes. Já os répteis apresentam
o corpo recoberto de escamas, com poucas glândulas na pele, estando
melhores adaptados para a vida terrestre do que os anfíbios (BERNARDE,
2012).
A classe repilia forma um grupo heterogêneo composto por uma
infinidade de formas e tamanhos, classificados em : Rhyncocephalia (tuataras),
25
Squamata (lagartos, serpentes e anfísbaenas), Testudines ( tartarugas, jabutis
e cágados) e Crocodylia (gavial, jacarés e crocodilos) ( UETZ & HOSEK,2013).
Muitos répteis são predadores, até mesmo de topo de cadeia, como jacarés e
boa parte das serpentes. Há espécies que são consumidoras secundárias e se
alimentam de invertebrados e outras herbívoras, que consomem frutos e
atuam na dispersão de sementes de diversas plantas ( MARTINS & MOLINA,
2008).
O maior medo das pessoas são as serpentes que em muitas vezes são
vistas como “algo inútil” e de forma negativa, no Brasil temos serpentes
peçonhentas mas não são todas, isso é um grande problema pois as pessoas
não sabem diferenciar e acabam matando esses animais de grande
importância médica. O ofidismo é um problema de saúde pública no Brasil,
onde anualmente ocorrem aproximadamente 28.000casos de acidentes
ofídicos (SINAN, 2009). A maioria destes acidentes ocorre com trabalhadores
rurais do sexo masculino com idade entre 15 e 49 anos e os membros
inferiores são os mais atingidos (BOCHNER & STRUCHINER, 2003).
A classe Amphibia são classificados em : Anuros (sapos, pererecas e
rãs), Caudada ou Urodela (salamandras) e Gymnophiona ou Ápoda (cecílias
ou cobras-cegas) (VITT & CALDWEKK,2009; POUGH et al.,2008). A
sensibilidades do tegumento torna-os excelentes indicadores da qualidade do
habitat, e ao mesmo tempo, altamente vulneráveis ás modificações do mesmo.
Além de fazerem parte da dieta de diferentes predadores, os anfíbios
adultos são exclusivamente carnívoros, se alimentando principalmente
invertebrados, desempenhando um papel relevante no controle das
populações de insetos e na cadeia trófica (HADDAD,2008; KINDEL et
al.,1997).
Assim como para os anfíbios, o Brasil apresenta uma rica fauna de
répteis – e contrastando com essa riqueza existe uma carência de informções
26
sobre grande parte das espécies. A destruição dos hábitats é a principal causa
de ameaça aos répteis no Brasil ( RODRIGUES, 2005) diminuindo a riqueza de
espécies e extinguindo algumas localmente. Nossa rica biodiversidade precisa
ser estudada e melhor conhecida. Sabemos pouco sobre nosso répteis e
anfíbios e nem sabemos precisamente o quanto ela está ameaçada
3.1.1 Lendas e Crendices
Desde o início da Humanidade que estes animais têm tido figura de
destaque na mitologia, a serpente que enganou Eva incentivando-a a comer o
fruto proibido, dragões voadores, deuses representados por estes animais e
muitas outras crenças, superstições e poderes associados aos mesmos. O
medo irracional está relacionado diretamente com estas histórias que passam
de geração em geração e em conjunto com a falta de um conhecimento mais
profundo sobre estes animais faz com que os répteis e anfíbios ainda sejam
vítimas de desprezo e vistos como asquerosos. A principal causa de
preocupação que estes animais enfrentam hoje é a destruição dos seus
habitats naturais. Corre-se o grande risco de muitos virem a desaparecer antes
mesmo de a maioria das pessoas ouvirem falar deles (VASCO SANTOS,
2012).
Do ponto de vista de saúde, é importante conhecer as práticas
populares dirigidas a vítimas de acidentes ofídicos (SANTOS-FITA et al.,
2010), uma vez que muitas dessas práticas tendem a agravar a situação do
acidentado. Além disso, a utilização de animais em práticas de medicina
tradicional podem fornecer pistas para investigar moléculas com potencial
medicinal, como é o caso do kambô (Phyllomedusa bicolor).
Com a urbanização crescente, o contato com esses animais está cada
vez mais comum, aumentando a necessidade de uma Educação Ambiental
para evitar futuras extinções. Além da preocupação com a fauna, há ainda o
27
problema de saúde pública; a divulgação de medidas de primeiros socorros
inadequadas pode levar a sérios problemas de saúde. Erros conceituais em
relação a esses animais estão presentes desde a escola, nos livros didáticos,
fazendo com que conceitos equivocados perpetuem.
Apresento algumas lendas e crendices de muitas pessoas em várias
regiões do Brasil: (BERNARDE,2012).
• A sucuri que engole boi e a de 50 metros de comprimento:
a sucuri (Eunectes murinus) pode até matar animais grandes
como bois, mas consegue engolir no máximo bezerros. Essa
espécie pode ultrapassar dez metros de comprimento
(MURPHY & HENDERSON, 1997) e existe o relato de um
exemplar de 11,5m, feito pela Comissão Rondon no Mato
Grosso e Rondônia.
• Cobras que hipnotizam: essas lendas podem ter origem na
observação de pessoas que, em sua visão antropocêntrica,
tiraram conclusões erradas a respeito de uma provável cena
que seria uma jiboia (Boa constrictor) caçando de espera,
camuflada no chão e um pássaro sem perceber a cobra se
aproxima, até ficar á distância de um bote.
• O café com lagartixas que matou a família: diz à lenda que
uma pessoa coou o café e caiu no coador uma lagartixa-de-
parede (Hemidactylus mabouia), após servir a bebida todos da
família morreu.
• Cobra de deixa o veneno na folha para atravessar o rio:
essa lenda é antiga, falam que ela deixa o veneno na folha e
depois voltam para buscar.
28
• A cobra que mama: é uma lenda bem conhecida, diz a lenda
que a cobra mantém a ponta da cauda na boca do bebê, para
não chorar e logo depois mama na mulher.
• Bafo de jiboia: diz à lenda que a jiboia pode soltar um bafo
que deixa manchas na pele de uma pessoa (vitiligo); ou então
a sucuri que pode babar em um recém-nascido, causando as
mesmas manchas.
• O calango-verde quando morde: diz-se que o calango-verde
( Ameiva ameiva), quando morde alguém, só solta depois de
uma trovoada.
• Urina ou leite de sapo que cega: uns dizem que a urina do
sapo cega; na verdade o sapo pode urinar como mecanismo
de defesa, sua urina não causa problemas. Já o chamado leite
corresponde ao veneno contido nas glândulas parotóides,
localizadas dorsalmente atrás dos olhos. Somente se a
glândula for comprimida o veneno pode se lançar.
• Sapo que persegue a pessoa: alguns falam que o sapo entra
na casa da pessoa, após matar o sapo, descobrem que ele
tinha o nome da pessoa escrito num papel dentro do seu
estômago.
3.1.2 A importância destes Animais
Os répteis são predadores de uma grande diversidade de animais,
vertebrados e invertebrados e assim atuam controlando a abundância destes
animais no ecossistema. Principalmente ovos e juvenis de répteis é um
importante recurso alimentar de outros répteis, aves, mamíferos, alguns
29
anfíbios e até invertebrados. Assim como todos os componentes de um
ecossistema, os répteis são membros fundamentais para o equilíbrio do
ambiente onde se encontram e para a manutenção dos processos ecológicos.
A carne de jacarés, lagartos e até serpentes pode ser consumida como
fonte de proteínas também (AZEVEDO,2013).
Poucas pessoas sabem da importância desses animais tanto para o
ecossistema como também para a parte biomédica. Os cientistas constataram
que certas espécies de répteis podem ser usadas para tratar uma ou mais
doenças, com posologias variadas. O reumatismo, por exemplo, é comumente
tratado no Brasil e em outros países com a gordura do jacaré-de-papo-amarelo
(Cayman latirostris) animal sul-americano ameaçado de extinção
(CIÊNCIAHOJE, 2008).
Já pílulas feitas de material extraído de serpente cascavel são
indicadas no México para problemas como acne, dor nos ossos, doenças
cardíacas e até câncer. Quem nunca ouviu falar do Captopril, remédio contra a
hipertensão sendo o remédio mais usado no Brasil para este devido fim, feito
de um material retirada do veneno da Jararaca. Temos um grande avanço na
parte biomédica onde esses animais são essenciais. Infelizmente muitas
pessoas não saberem disso e como isso é importante.
Pesquisas demonstram que na diversidade de cores dos animais
encontra-se um potencial imenso de medicamentos que podem ser produzidos
através do veneno deles. Alguns indígenas já faziam uso dos benefícios do
veneno de algumas espécies. As espécies de Phylllomedusa secretam pela
pele substâncias ricas em peptídeos com propriedades medicinais. Estão
sendo estudadas como antibióticos e também com resultados positivos que
demonstram a possibilidade de, no futuro, serem descobertos medicamentos
para combater isquemia cerebral, problemas circulatórios, câncer e AIDS. Os
sapinhos dendrobatídeos são conhecidos pelo magnífico colorido e também
30
por apresentarem uma pele rica em toxinas, das quais de algumas espécies já
foram isolados anestésicos mais eficazes do que a morfina (BARRAVIEIRA, et
al,1999).
Estudos toxicológicos com a serpente cascavel, (Crotallus durissus
terríficus), demonstraram que o veneno atua como poderoso analgésico,
citotóxico e também como tônico muscular. A toxina extraída do veneno é a
crotamina, esta toxina atua no aumento da força muscular esquelética, que
reverteu à paralisia em camundongos, provocada pela tubocurarina, que
representa um potente relaxante muscular (BARRAVIEIRA et al,1999).
Outro aspecto bastante importante, envolvendo a toxicologia de ofídios
peçonhentos, refere-se ao estudo de proteínas de serpentes que são capazes
de diminuir o avanço do vírus HIV. Estas proteínas demonstraram atingir
apenas o agente invasor, impedindo o seu avanço, tanto na fase de replicação
quanto na sua entrada na célula. Os resultados são preliminares e necessitam
de outros testes em animais e em pacientes antes de significarem a cura, o
que se sabe é que a potência dessas proteínas já está confirmada (PORTAL
EDUCAÇÃO).
Os anfíbios, como todos os outros seres vivos, desempenham uma
função muito importante para o equilíbrio ecológico. Eles fazem parte de uma
teia alimentar, na qual se alimentam de alguns seres vivos e servem de
alimento a outros. Eles se alimentam de insetos, muitos dos quais daninhos à
agricultura e responsáveis pela destruição de grandes plantações. Por sua vez,
servem de alimento a animais carnívoros, como cobras e gaviões. A sua
presença no ambiente é importante para a manutenção do equilíbrio entre
todas as espécies. Se os anfíbios são eliminados de uma região, o número de
insetos aumenta muito, acarrentando enormes prejuízos à agricultura. Os
anfíbios podem também servir de alimento ao homem (a carne da rã é
bastante apreciada). Outro benefício que os anfíbios proporcionam ao homem
é a utilização de substâncias isoladas de sua pele, com propriedades
31
antibactericidas e fungicidas, e que poderão ser utilizadas para a fabricação de
remédios pela indústria farmacêutica (CLIKEDUCAÇÃO).
3.2 A importância da Educação Ambiental com estes Animais
Como foi falada a Educação é uma ferramenta muito importante para a
sociedade, principalmente quando se trata de répteis e anfíbios, um dos
grupos mais afetados pela falta de informação e medo da população.
Por isso a Educação Ambiental é de grande importância, pois visam
conscientizar a população sobre a importância destes e estimular o
conhecimento destes animais.
Os répteis em si são muito adaptáveis ao cativeiro, possui maior tempo de
sobrevivência do que na natureza, altos índices de produção, baixo
requerimento de espaço, baixa manutenção, crescente conhecimento da
biologia dos animais entre outros. Os répteis e anfíbios em relação a outros
animais: São fáceis de cuidar, grande variedade de cores, tamanhos, formas e
comportamentos, não sofrem na falta do dono, não soltam penas ou pelos,
alimentação variada (entre 1 dia a 30 dias, dependendo) (MENDES-
GONÇALVES, 2002).
A importância dos anfíbios e répteis, em estudos ambientais, está no
fornecimento de informações relevantes ao conhecimento do estado de
conservação de regiões naturais, uma vez que eles funcionam como
excelentes bioindicadores de níveis de alteração ambiental (POUGH et.al.
2008). Também são de grande importância ecológica como controladores de
populações de invertebrados e de outros vertebrados. Assim destacando sua
importância nos estudos de impactos ambientais podem direcionar medidas
conservacionistas. Com isso, contribuem com informações importantes para
manejo e conservação dos ambientes onde estes animais estão inseridos
32
(POUGH et al. 2008). Esses animais são lembrados, pela maioria das
populações humanas, com sentimento de medo e consequentemente são
negligenciados e muitas vezes mortos (STAHNKE et. al. 2009).
Portanto a educação ambiental deve ser vista como um processo
permanente de aprendizagem que valoriza as diversas formas de
conhecimento e forma cidadãos com consciência local e planetária.
Atualmente o grande desafio que está colocado em pauta não é o de só
reconhecer o problema ambiental, mas estimular práticas que reforcem a
autonomia dos atores sociais que atuem articuladamente numa perspectiva de
cooperação nas comunidades locais, como o caso referenciado neste trabalho
tendo em mente a importância da responsabilidade de cada um para construir
uma sociedade mais equitativa e ambientalmente sustentável (SOUZA, 2011).
Seria muito bom se as pessoas soubessem da importância desses
animais, então por isso este trabalho tem por objetivo promover o encontro de
pessoas com estes animais, ensinando sobre a conservação da nossa fauna e
esclarecendo diversas dúvidas e mitos culturais.
Segundo (VILLE & LIMA, 2012):
“É importante saber que o Brasil é o país que apresenta a
maior riqueza de espécies de anfíbios, e com relação aos
répteis, perdemos apenas para a Austrália. Porém, novas
espécies de répteis estão sendo descritas em nosso país e,
assim, especialistas acreditam que em breve ele ocupará o
primeiro lugar, sendo então o país que abriga a maior riqueza
de espécies de anfíbios e também de répteis. Esse fato
aumenta muito a responsabilidade de nosso país em relação à
preservação dessas espécies, principalmente diante de fatos
que evidenciam a redução populacional desses grupos em
várias partes do Planeta”.
33
De um modo geral, os anfíbios podem ser considerados bioindicadores
de qualidade ambiental já que possuem seu ciclo de vida intimamente ligado à
água e pele permeável. Dessa forma, qualquer alteração nas condições de
umidade, temperatura, qualidade de água ou mesmo alterações dos habitats
disponíveis para alimentação ou refúgio, serão sentidas pelos animais. Essas
alterações podem provocar doenças, diminuição das populações ou até
extinção de espécies e configura uma das principais causas diminuição das
populações dos anfíbios ao redor do mundo.
Embora os anfíbios e os répteis apresentem diferentes modos de vida,
as principais ameaças que afetam estes animais são, no entanto, basicamente
semelhantes, e podem referir-se, por ordem decrescente do seu impacto
negativo, como devidas a:
1. Alteração, destruição ou fragmentação dos seus habitats naturais;
2. Contaminação das massas de água por poluentes urbanos,
industriais e agrícolas;
3. Construção de barragens e rodovias;
4. Introdução de espécies exóticas
5. Extermínio deliberado
A acrescentar a todas estas ameaças, vários problemas a nível global
têm vindo a afetar numerosas populações de anfíbios, entre os quais se
destacam o aparecimento de doenças (como o fungo cítrico), o aquecimento
global, a diminuição da camada de ozônio e as chuvas ácidas ( VILLE & LIMA,
2012).
34
CAPÍTULO IV
PESQUISA DE CAMPO
A pesquisa de campo é nada mais que fatos e fenômenos exatamente
como ocorrem no real, ou seja, a coleta de dados, à análise e a interpretação
desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente,
objetivando compreender e explicar o problema pesquisado.
4.1 Material
Não só o bem ambiental foi consagrado pela Constituição Federal
como fundamental, mas também, tornou-se obrigatória a promoção da
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública
para a preservação do meio ambiente. Isso demonstra a ampla visão do
legislador, pois este compreendeu, que sem a educação ambiental não se
chegará a efetivação da legislação ambiental, que tem como pressuposto
principal a proteção do Meio ambiente, ou seja, para que haja a efetiva
proteção, a população tem de estar preparada para um agir ambientalmente
correto, indo de encontro aos parâmetros antropocêntricos que sempre foram
impostos (Âmbito Jurídico.com.br).
De um modo geral, pesquisas de cunho qualitativo exigem a realização
de entrevistas, quase sempre longas e semiestruturadas. Nesses casos, a
definição de critérios segundo os quais serão selecionados os sujeitos que vão
compor o universo de investigação é algo primordial, pois interfere diretamente
na qualidade das informações a partir das quais será possível construir a
análise e chegar à compreensão mais ampla do problema delineado
(DUARTE,2002).
35
As situações nas quais se verificam os contatos entre pesquisador e
sujeitos da pesquisa configuram-se como parte integrante do material de
análise. Registrar o modo como são estabelecidos esses contatos, a forma
como o entrevistador é recebido pelo entrevistado, o grau de disponibilidade
para a concessão do depoimento, o local em que é concedida (casa, escritório,
espaço público etc.), a postura adotada durante a coleta do depoimento,
gestos, sinais corporais e/ou mudanças de tom de voz etc., tudo fornece
elementos significativos para a leitura/interpretação posterior daquele
depoimento, bem como para a compreensão do universo investigado
(DUARTE,2002).
Entrevista é trabalho, alerta ZAIA BRANDÃO (2000), e como tal
"reclama uma atenção permanente do pesquisador aos seus objetivos,
obrigando-o a colocar-se intensamente à escuta do que é dito, a refletir sobre a
forma e conteúdo da fala do entrevistado" – além, é claro, dos tons, ritmos e
expressões gestuais que acompanham ou mesmo substituem essa fala – e
isso exige tempo e esforço. À medida que perguntas vão sendo feitas diversas
vezes, para diferentes pessoas, em circunstâncias diversas, e passamos a
ouvir nossa própria voz nas gravações realizadas é que se torna possível
avaliar criticamente nosso próprio desempenho e ir corrigindo-o
gradativamente. Elaborar roteiros de entrevistas e formular perguntas possa,
inicialmente, parecerem tarefas simples, mas, quando disso depende a
realização de uma pesquisa, não é.
4.2 Pesquisa de Campo
As atividades desenvolvidas foram baseadas na pesquisa de campo
qualitativa, que visa à obtenção de dados descritivos, que são obtidos através
do contato direto do pesquisador com o grupo estudado (LUDKE; ANDRÉ,
1986). A metodologia utilizada no decorrer do estudo foi a pesquisa-ação, pois,
no contexto da realização do trabalho, o pesquisador atuou como facilitador do
36
grupo de estudo, procurando induzir mudanças sensibilizadoras
(THIOLLENT,1992).
A metodologia de pesquisa-ação é do tipo participativo, e cabe-se ao
fato de ela ter, como grande agente da mudança, o público-alvo envolvido.
Onde a atenção dada a opiniões das pessoas locais, o respeito à diversidade
de ideias, podem ser, para o futuro, as chaves principais para o processo do
envolvimento comunitário (PADUA; TABANEZ, 1997) na conservação de
grupos animais.
Será feito um questionário com o público, explicando o conteúdo e logo
depois as respostas.
O questionário, segundo GIL (1999, p.128) pode ser definido “como a
técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de
questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o
conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas,
situações vivenciadas etc.”.
Logo depois do questionário será mostrada uma Jiboia de cativeiro,
totalmente legalizada e chipada, como muitas pessoas vivem em áreas
urbanas elas não tem a oportunidade de ter contato com este animal,
lembrando que a explicação sobre este animal, a legalização, o modo de
cuidar e entre as outras coisas que foram abordadas serão de extrema
relevância.
O local da entrevista foi no Bairro de Irajá, Belford Roxo, Campinho e
no Sesc de Nova Iguaçu. Os entrevistados foram em grupos ou pessoas que
estavam a passear no local, sendo público em geral.
37
RESULTADOS
Durante o período de trabalho realizado com o público em geral,
observou-se que de início as pessoas tinham um grande medo e em muitas
vezes se sentiam “arrepiados” só de falar no nome do animal. Por isso
primeiramente foi dado o questionário e depois o animal (jiboia) era
recepcionado.
No questionário da pesquisa foi visto que:
Quem são os répteis?
Na entrevista não tiveram dificuldade em saber diferenciar um réptil, a
única dificuldade foi saber se realmente existe “cobras de duas cabeças”.
Depois da explicação viram que era apenas uma forma de defesa.
As “cobras de duas cabeças” (nome vulgar) são répteis, mas não são
serpentes, são chamadas de anfisbênas ( Amphisbaena) onde sua genética é
bem parecida com a dos lagartos.
0
20
40
60
80
100
Entrevistadossapos, rãs e pererecas
serpentes, lagartos,tartarugas e jacarés
cecílias e cobras de duascabeças
serpentes, lagartos,tartarugas, cobras de duascabeças e jacarés
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
38
Quem são os anfíbios?
Na entrevista sobre anfíbios também não tiveram dificuldade, porém as
cecílias (Ordem Gymnophiona) anfíbios ápodas são conhecidas como nome
vulgar “cobra cega”. São difíceis de se ver, pois são animais fossoriais e
podem ser confundidas com serpentes.
0
20
40
60
80
100
Entrevistados minhocas e lesmas
sapos, rãs, pererecas etartarugas
sapos, pererecas, rãs,salamandras e cecílias
tartarugas, jacarés, lagartose serpentes
não sei
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
Você sabe o que é um animal PET?
O termo “PET” é bem conhecido, a grande maioria sabe que esse
termo é usado para animais domésticos, ou seja, seriam animais que
dependem dos seres humanos, animais que vivem conosco em nossas casas,
aqueles que necessitam de certo cuidados. Foram dados muitos exemplos
principalmente gatos e cachorros.
39
0
20
40
60
80
100
Entrevistadossimnão
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
Já viu alguém com algum animal deste (réptil/anfíbio) dentro de casa,
criando como animal de estimação?
Muitas pessoas morreriam de medo se seu vizinho tivesse algum réptil
ou anfíbio em casa, mas quem nunca ouviu ou mesmo teve uma “tartaruga”
que era de alguém e que foi passada para outra. Pois é o réptil que em muitas
vezes são chamados vulgarmente de tartarugas está no topo como o réptil de
estimação.
Os mais conhecidos são o jabuti piranga (Chelonoidis carbonaria) ou o
cágado americano conhecido como Tigre-d’água (Trachemys sp.).
0
20
40
60
80
100
Entrevistados
Serpentes
lagartos / iguanas
"tartarugas"
sapos
não
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
40
Teria algum animal desses em casa?
A grande maioria não, algumas teriam por se tratar de um animal
fascinante, colorido e diferente.
0
20
40
60
80
100
Intrevistados
sim
serpente
"tartaruga"
lagarto
não
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
Saberia cuidar desse animal?
A grande maioria não saberia até porque não gostam ou por não ter
tempo para poder cuidar do animal.
Algumas pessoas falaram que saberiam cuidar, dando o alimento certo
para cada tipo de animal, verificar a temperatura, higiene, um viveiro de acordo
com o hábitat do animal e muitos falou em aprimorar os conhecimentos sobre
o futuro bichinho de estimação.
41
0
20
40
60
80
100
Entrevistados
simnão
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
Tem medo de algum desses animais?
Até os que querem ter em casa tem certo “receio” digamos, outros
falaram que tem medo, mas que não sabe qual animal e como de se esperar
as serpentes estão no topo.
0
20
40
60
80
100
Entrevistado
sim
não
serpentes
jacaré
lagarto
todos
sapos
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
Porque o medo destes animais?
42
A maioria das pessoas não conhecem nada sobre estes animais, por
isso o grande receio de chegar perto, outro fator é que não são animais
fofinhos e nem bonitinhos.
0
20
40
60
80
100
Entrevistados
nojentos, feios, escamosos
Filmes, seriados e televisão
desconhecimento sobre oanimal
não sei
não tenho medo
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
Importância desses animais
Infelizmente as pessoas não sabem a importância, por isso a
educação ambiental é de extrema importância.
0
20
40
60
80
100
Entrevistados não
sim
equilíbrio ecológico
Fazem parte do ecossistema ,natureza
controle de pragas
importante para o meiobiomédico
FONTE: ARQUIVO PESSOAL
43
CONCLUSÃO
Todos os participantes já encontraram algum anfíbio ou réptil, é curioso
notar que os mitos antigos estão presentes no cotidiano também, e que a
dúvida, a curiosidade e o medo andam juntos.
Neste trabalho são nítidas como as pessoas mudam de opinião depois
de tocar no animal, durante o questionário as pessoas ficam apreensivas com
muitas dúvidas, logo depois percebem o quanto estes animais são tão
importantes, tanto para o ecossistema quanto para a área biomédica. São
curiosos em entender sobre como ter um animal PET, sobre criadouros, como
cuidar..
Relembrando que do ponto de vista ético, ter um animal de estimação
não é em si uma violação aos direitos do animal, pois seu interesse é o de
sobreviver com saúde e sem sofrimento, em condições de bem estar. Dessa
forma, a manutenção em cativeiro, desde que satisfaça as condições mínimas
de espaço para movimentação e exercícios físicos e que forneça
adequadamente os demais recursos como dieta balanceada e condições
climáticas de conforto, pode promover uma vida longa e saudável, sem que se
possa falar em abusos ou sofrimentos.
Percebe-se que a mentalidade antropocêntrica e preconceituosa sobre
esses animais é bastante presente principalmente com sapos, lagartos e
serpentes. Mas vimos que “tartarugas” foram mencionadas com sentimentos
de afeição, pena e preocupação para a maioria dos entrevistados. Sendo
assim a educação Ambiental tem por finalidade a mudança de hábitos e a
construção de uma nova visão sobre estes animais.
44
BIBLIOGRAFIA
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