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3 Set/dezembro - 2014 Editorial O ser de caráter é e será sempre um exemplo vivo na família, na so- ciedade, na profissão, na religião, onde quer que esteja. Seus atos serão uma mensagem viva. A mais eficiente de todas. Construir uma família, mantê-la em alto nível, ser digno no exercício da profissão, jamais lançar mão dos bens alheios, ser fiel aos princípios da religião que abraça. Estas atitudes valem mais do que mil palavras. Como educadores religiosos, advertir fraternalmente aos irmãos do caminho é uma obrigação, assim como educamos nossos filhos, com o mesmo zelo com que cuidamos dos nossos negócios particulares, é colo- car “a candeia sobre o alqueire”. Jesus censurou energicamente os fariseus pelos crimes cometidos contra Deus, contra a religião e contra seus irmãos de fé (lesa-divindade). Jesus não o fez por maldade, mas para educá-los. Paulo, em suas epístolas, adverte os maus cristãos, agindo por amor, para tê-los no bom caminho. Advertiu ao próprio Timóteo (I Timóteo, 4:1), sustentando-o na pureza dos princípios cristãos: “Nos últimos tem- pos muitos abandonarão a fé, dando ouvidos a espíritos enganadores”. Allan Kardec, na Revista Espírita de março de 1863, sobre a viagem espírita que empreendeu em 1862, orienta os verdadeiros espíritas e diz ter recebido “três beijos de Judas”, falando dos maus espíritas “adocica- dos e hipócritas, com olhar oblíquo e que com palavras melosas sopram a discórdia, enquanto pregam a união”. Avança, acrescentando: “aceitam e divulgam mensagens apócrifas ou mentirosas”. A relembrança desses fatos surge num momento oportuno em que muitos recolhem-se aos seus interes- ses e pouca importância dão ao movimento de liberta- ção das próprias consciências. Recordemos que o benfeitor Bezerra de Mene- zes foi chamado por Jesus à presidência da FEB (1895 a 1900), como consta em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (imagem). Foi enérgico contra os abusos que comprometiam o Movimento nascente. Eram os espíritas “científicos e de elite” que só recebiam mensagens de “falsos benfeitores” e viviam acomodados no conforto dos seus bens materiais. Achavam-se missionários e pouco, muito pouco, faziam pelos seus irmãos carentes, por se acharem salvos. Desencarnaram sob atrozes sofrimentos. “(...) lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniquidade.” “Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos caem em armadilhas para lobos(...).” “Arme-se a vossa falange de decisão e coragem!” “(...) entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram (...).” (Frases de “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Cap. XX, item 4). O ser de caráter

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3 Set/dezembro - 2014

EditorialO ser de caráter é e será sempre um exemplo vivo na família, na so-

ciedade, na profissão, na religião, onde quer que esteja. Seus atos serão uma mensagem viva. A mais eficiente de todas.

Construir uma família, mantê-la em alto nível, ser digno no exercício da profissão, jamais lançar mão dos bens alheios, ser fiel aos princípios da religião que abraça.

Estas atitudes valem mais do que mil palavras.Como educadores religiosos, advertir fraternalmente aos irmãos do

caminho é uma obrigação, assim como educamos nossos filhos, com o mesmo zelo com que cuidamos dos nossos negócios particulares, é colo-car “a candeia sobre o alqueire”.

Jesus censurou energicamente os fariseus pelos crimes cometidos contra Deus, contra a religião e contra seus irmãos de fé (lesa-divindade). Jesus não o fez por maldade, mas para educá-los.

Paulo, em suas epístolas, adverte os maus cristãos, agindo por amor, para tê-los no bom caminho. Advertiu ao próprio Timóteo (I Timóteo, 4:1), sustentando-o na pureza dos princípios cristãos: “Nos últimos tem-pos muitos abandonarão a fé, dando ouvidos a espíritos enganadores”.

Allan Kardec, na Revista Espírita de março de 1863, sobre a viagem espírita que empreendeu em 1862, orienta os verdadeiros espíritas e diz ter recebido “três beijos de Judas”, falando dos maus espíritas “adocica-dos e hipócritas, com olhar oblíquo e que com palavras melosas sopram a discórdia, enquanto pregam a união”. Avança, acrescentando: “aceitam e divulgam mensagens apócrifas ou mentirosas”.

A relembrança desses fatos surge num momento oportuno em que muitos recolhem-se aos seus interes-ses e pouca importância dão ao movimento de liberta-ção das próprias consciências.

Recordemos que o benfeitor Bezerra de Mene-zes foi chamado por Jesus à presidência da FEB (1895 a 1900), como consta em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” (imagem). Foi enérgico contra os abusos que comprometiam o Movimento nascente. Eram os espíritas “científicos e de elite” que só recebiam mensagens de “falsos benfeitores” e viviam acomodados

no conforto dos seus bens materiais. Achavam-se missionários e pouco, muito pouco, faziam pelos seus irmãos carentes, por se acharem salvos. Desencarnaram sob atrozes sofrimentos.

“(...) lançai-vos em cruzada contra a injustiça e a iniquidade.”“Que importam as emboscadas que vos armem pelo caminho! Somente lobos

caem em armadilhas para lobos(...).”“Arme-se a vossa falange de decisão e coragem!”

“(...) entre os chamados para o Espiritismo muitos se transviaram (...).”(Frases de “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Cap. XX, item 4).

O ser de caráter

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Filhas e filhos da alma!Abençoe-nos o Senhor com a sua paz.Estes são dias de turbulência.A sociedade terrestre, com a inteli-

gência iluminada, traz o coração despe-daçado pela angústia do ser existencial. Momento grave na historiografia do pro-cesso evolutivo, quando se operam as grandes mudanças para que se alcance a plenitude na Terra, anunciada pelos espíritos nobres e prometida por Jesus. Nosso amado Planeta, ainda envolto em sombras, permanece na sua categoria de inferioridade, porque nós, aqueles que a ele nos vinculamos, ainda somos inferio-res, e à medida que se opera nossa trans-formação moral para melhor, sob a égide de Jesus, nosso modelo e guia, as som-bras densas vão sendo desbastadas para que as alvíssaras de luz e de paz atinjam o clímax em período não muito distante.

Quando Jesus veio ter conosco, a Humanidade experimentava a grande crise de sujeição ao Império Romano, às suas paixões totalitárias e aos interesses mesquinhos de governantes arbitrários. O Espiritismo, a seu turno, instalando-se no Planeta, enfrenta clima equivalente em que o totalitarismo do poder arbitrário de políticas perversas esmaga as aspirações de enobrecimento das criaturas humanas e, por consequência, o ser, que se agita na busca da plenitude, aturde-se e, con-fundindo-se, não sabe como vivenciar as claridades libertadoras do Evangelho.

Com a conquista do conhecimento científico e o vazio existencial, surgem as distrações de vário porte para poder diminuir a ansiedade e o desespero. Na-turalmente, essa manifestação de fuga da realidade interfere no comportamento geral dos seareiros da Verdade que, nada obstante, considerando serem servidores da última hora, permitem-se os desvios que lhes diminuem a carga aflitiva.

Tende, porém, bom ânimo, filhas e fi-lhos do coração!

É um momento de siso, de decisões, para a paz no período do porvir.

Recordai-vos de que o Cristianismo nascente experimentou também inúme-ras dificuldades. A palavra revolucionária do apóstolo Paulo, a ruptura com as tra-dições judaicas ainda vigentes na igreja de Jerusalém geraram a necessidade do grande encontro, que seria o primeiro de-bate entre os trabalhadores de Jesus que se espalhavam pelo mundo conhecido de então.

No momento grave, quando uma rup-tura se desenhava a prejuízo do Bem, a humildade de Simão Pedro, ajoelhando-se diante da voz que clamava em toda parte a Verdade, pacificou os corações e o posteriormente denominado Concílio de Jerusalém se tornou um marco histórico da união dos discípulos do Evangelho.

Neste momento de desafio e de con-flitos de todo porte, é natural que surjam divergências, opiniões variadas, procu-rando a melhor metodologia para o servi-ço da Luz. O direito de discordar, de dis-crepar, é inerente a toda consciência livre. Mas, que tenhamos cuidado para não dis-sentir, para não dividir, para não gerar fos-sos profundos ou abismos aparentemente intransponíveis.

Que o espírito de união, de fraterni-dade, leve-nos todos, desencarnados e encarnados, à pacificação, trabalhando essas anfractuosidades para que haja or-dem em nome do progresso.

O amor é o instrumento hábil para todas as decisões. Desarmados os cora-ções, formaremos o grupo dos seres ama-dos do ideal da Era Nova.

Nunca olvideis que o mundo espiritual inferior vigia as nascentes do coração dos trabalhadores do Bem e, ante a impossi-bilidade de os levar a derrocadas morais,

Mensagem de Bezerra de Menezes recebida por Divaldo Franco, na Reunião Ordiná-ria do Conselho Federativo Nacional, em Brasília/DF, no dia 9 de novembro de 2014.

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porque vigilantes na oração e no trabalho, pode infiltrar-se, gerando desequilíbrio e inarmonias a benefício das suas sutilezas perversas e a prejuízo da implantação da Era Nova sob o comando do Senhor.

Nunca olvidemos, em nossas preo-cupações, que a Barca terrestre tem um Nauta que a conduz com segurança ao porto da paz.

Prossegui, lidadores do Bem, com o devotamento que se vos exige de fazerdes o melhor que esteja ao vosso alcance, em perfeita identificação com os benfeitores da Humanidade, especialmente no Brasil, sob a égide de Ismael, representando o Mestre inolvidável.

Venceremos lutando juntos, esque-cendo caprichos pessoais, de imposições egotistas, pensando em todos aqueles que sofrem e que choram, que confiam em nossa fragilidade e aguardam o me-lhor exemplo da nossa re-núncia em favor do Bem, do nosso devotamento em favor da caridade, da nossa entre-ga em novo holocausto.

Já não existem as foguei-ras, nem os empalamentos. Os circos derrubaram as suas muralhas e agora ex-pandem as suas fronteiras por toda a Terra, mas o ho-locausto ainda se faz neces-sário.

Sacrificai as próprias im-perfeições, particularmente neste sesquicentenário de evocação da chegada do Evangelho à Terra, decodifi-cado pelos Imortais.

Recordai também, almas queridas, que o Espiritismo é, sem qualquer contra-dita, o Cristianismo que não pôde ser con-solidado e que esteve na sua mais bela floração nos trezentos primeiros anos, antes das adulterações nefastas, e que foi Jesus quem o denominou Consolador.

Este Consolador sobreviverá a todas as crises e quando, por alguma circuns-tância, não formos capazes de dignificá

-lo, a irmã morte arrebatará aqueles que não correspondem à expectativa do Se-nhor da Vinha, substituindo-os por outros melhormente habilitados, mais instrumen-talizados para os grandes enfrentamentos que já ocorrem na face do Planeta.

Todos sabemos que a transformação moral de cada indivíduo é penosa, de lon-go curso, por efeito do atavismo ancestral, e que a Lei dispõe do recurso dos exílios coletivos para apressar a chegada da Era Nova.

Abençoados servidores! Abençoadas servidoras da Causa! Amai! Amai com ab-negação e espírito de serviço a Doutrina de santificação, para que os vossos no-mes sejam escritos no livro do reino dos Céus e possais fruir de alegrias, concluin-do a etapa como o apóstolo das gentes, após haverdes lutado no bom combate.

Os mentores da brasilidade, neste momento grave por que tam-bém passa o nosso País, assim como o Planeta, estão vigilantes.

Permiti-vos ser por eles inspirados e saí entoando o hino do otimismo e da espe-rança, diluindo a treva, não fixando o medo nem a som-bra, que por momento domi-na muitas consciências. Não divulgando o mal, somente expondo o bem, para que a vitória não seja postergada.

E ide de volta, seareiros da luz! O mundo necessita de Jesus, hoje mais do que ontem, muito mais do que no passado, porque estamos a caminho da intuição, após a conquista da razão, para mantermos sintonia plena com aquele que é o nosso guia de todos os dias e de todas as horas.

Muita paz, filhas e filhos do coração!São os votos do servidor humílimo e

paternal, em nome dos obreiros da sea-ra de todos os tempos, alguns dos quais aqui conosco nesta hora.

Muita paz!…5 Set/dezembro - 2014

Bezerra de Menezes

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6 Set/dezembro - 2014

Nazaré, como cidade,Não tinha, na realidade,Nenhuma importância histórica,Era apenas uma localidade.

O seu nome não ocorreNo Antigo TestamentoE somente é citadaNo Novo Testamento.

À beira da povoação de Nazaré,Alvejava uma casa singela,E nessa simples morada viviaUma jovem por nome Maria.

Maria ou Myriam (Mirjam)É um nome há muito usado, De origem egípcio-hebraica,O qual ela recebeu no batizado.

Sabemos que a mãe de JesusEra uma nobre descendenteDa estirpe real de DaviE era fi lha, certamente,

Do casal Ana e JoaquimQue, segundo a tradição,Vivia na cidade de JerusalémNessa determinada ocasião.

Diz ainda a antiguidade cristã Que Maria, quando pequenina, Costumava trabalhar no temploNa companhia de outras meninas.

Mais tarde a encontraremosResidindo na cidade de Nazaré,Vivendo uma vida simplesDe uma honrada mulher

Que trabalhava, dia após dia,Com esforço e dedicação,Fazendo trabalhos manuaisQue vendia para a população.

Segundo reza a tradição,Achava-se essa moça de féNo subsolo de sua casaQue ainda se mostra em Nazaré,

Talvez em meditação,Quando inesperadamenteApareceu um vulto luminosoBem ali na sua frente,

Que o Evangelho denominaCom o nome de Gabriel,Um anjo esplendorosoQue veio diretamente do céu

E a saudou com palavrasDe um coração muito amigo:- Eu te saúdo, cheia de graça...O Senhor é contigo...

Bendita és tu entre as mulheres...Maria, ouvindo aquela saudação,Põe-se a refl etir nas palavrasBuscando compreender a signifi cação.

Ainda estava a lutarCom os seus pensamentos Quando o mensageiro GabrielDisse-lhe naquele momento:

- Não temas, Maria!Encontraste graça diante de Deus.Eis que tu conceberásE à luz um fi lho darás

A quem o nome de Jesus porás.Será poderoso e chamado Filho do Senhor;E o Seu reino não terá fi m.E, logo, Gabriel completou:

- Para o Senhor nada é impossívelE a prova de tudo isso, então,É que a sua prima Isabel, velha e estéril,Está no sexto mês de gestação.

Diante dessa feliz notícia,Maria alegrou-se, totalmente,E, pousando os olhos no anjo,Respondeu-lhe mansamente:

- Que se cumpra em sua servaA vontade de nosso Senhor!Completada a sua missão,O anjo Gabriel se retirou...

Nazaré, como cidade, Talvez em meditação,Maria, futura mãe - Lucas, 1: 26-38

Fonte: ROHDEN, Huberto. Jesus Nazareno. Martin Claret Editores Ltda., SP, 8ª ed, p. 24-26, 1992.

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7 Set/dezembro - 2014

ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITAMédium: Divaldo Pereira Franco

Pergunta:

ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA

Vianna de Carvalhoresponde

Num país subdesenvolvido, como se analisa o apelo da religião? A comunidade religiosa tem signifi cativo espaço de solidariedade entre os fi éis? Caso contrário, qual tem sido seu papel? (Está assumindo o papel de solidariedade na família, na sociedade etc.?)

A Religião tem exercido, no curso da História, um papel relevante de referência à construção da sociedade, dos países, da Humanidade. Infeliz-mente, até este momento, em razão das paixões egoísticas em predomí-nio, os religiosos têm-se utilizado da fé para escravizar, para haurir resul-tados confortáveis para eles mesmos, tiranizando e afl igindo aqueles que lhes negam a subserviência ou aceitação dos seus impositivos, vivendo regaladamente das doutrinas que divulgam e dizem viver. É claro que há exceções extraordinárias e comovedoras, que demonstram o valor dos espíritos nobres que se reencarnam em todos os campos das atividades humanas, a fi m de promoverem o progresso, o crescimento dos povos e das nações.

Em algumas religiões – e é de lamentar-se! – a solidariedade somente é exercida para com aqueles que privam dos mesmos postulados de fé.

Em alguns países, exigem que se lhes fi liem como membros ativos, pagando impostos para desfrutarem dos privilégios e regalias, bem como de socorros, quando as necessidades os surpreenderem. A solidariedade, no entanto, deveria ser direcionada a todas as criaturas, mesmo àquelas que se não identifi cam com as suas diretrizes religiosas. Afi nal, foi essa a mensagem de Jesus, inclusive, quando afi rmou que havia outras ovelhas que não eram daquele rebanho, equivalendo dizer, que havia outras cria-turas além dos israelitas, assim eliminando qualquer tipo de privilégio.

A Religião tem como meta aproximar a criatura ao seu Criador, re-ligá-la a Deus. Para tanto, além do ministério específi co, deverá ser um admirável auxiliar em todos os momentos.

Resposta:

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8 Set/dezembro - 2014

Da série publicada no Jornal “O Paiz”, no Rio de Janeiro, a partir de 1886.

Ali, temos a Humanidade progre-dindo, por meio do tempo e do espaço com a variedade do esforço que cada um de seus membros emprega; e temos as penas e recompensas ligadas ao desfale-cimento e à energia daquele esforço.

Ali, temos o Deus, que se revelou por Ezequiel: o pai que não quer a mor-te do ímpio, mas sim que, instigado pelas penas, se converta ao Bem.

Aqui, temos a Humanidade dispon-do apenas de um minuto para desenvol-ver sua perfectibilidade, e, após, as penas

eternas, recompensas eternas.Aqui, temos o Deus de tremenda majestade, que castiga para

matar e não para corrigir.A doutrina romana é uma blasfêmia contra Deus, embora se

enfeite com flores o abismo.No fundo, ela ensina que o amor, tão recomendado por Jesus,

não passa de uma grande superfluidade, pois que os que se amaram aqui, vão além odiar-se, natural, fatalmente, por lei de Deus, indo uns para o céu e outros para o inferno.

Roma, Roma, convertere ad Domineim Deumtuum!Roma, Roma, aceita a nova revelação, que é a explicação, em

espírito e verdade, das parábolas do Evangelho, para que não venhas a ter o destino de Jerusalém com seu obcecado sacerdócio!

As ideias de Delormal, que apenas transpiram do trecho acima citado, acentuam-se no seguinte:

“É tão absurdo acreditar que os bens e males nos vêm casual-mente, como crer que Deus possa ser injusto.

Tem, pois, a maior plausibilidade a crença de que a Terra con-

Estudos filosóficoselaborados por Freitas Nobre

Bezerra de Menezes

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Bezerra de Menezes

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9 Set/dezembro - 2014

tém séries, que já fizeram jus a uns ou a outros, isto é, aos bens que gozam, e aos males que sofrem.

Sem esta suposição, como explicar-se o fato de nascerem ho-mens com enfermidades horríves – de passarem a vida em dores, em pobreza miserável, morrendo, parte deles, com resignação e parte blasfemando, ao passo que outros homens nascem na abun-dância e nas honras?

Estes globos, que vemos girar por sobre nossas cabeças, não serão outras tantas moradas nossas?

Aí, encontraremos certamente a mesma distinção que aqui, en-tre a virtude e o vício, entre a felicidade e a desgraça.

Se o merecer-vos, iremos para onde cercar-nos-ão mais bens e menos males, onde seremos mais propensos à virtude que ao vício, mundo menos imperfeito que a Terra.

Já é, porventura, uma recompensa termos aqui, neste mundo, a faculdade de conhecermos o que fomos, donde viemos. É, para alguns de nós, ter uma mais ou menos clara intuição do que será de nós e para onde vamos.

Havemos de chegar a mundos onde esta dupla faculdade será mais desenvolvida, ao ponto de lembrarmo-nos do que agora fa-zemos e de podermos, até um determinado limite, prever o que seremos em ulterior existência.

E tudo isto se passa assim, e de mil outras maneiras, que ainda não podemos compreender, segundo formos merecendo, a mais e mais, em nossas sucessivas existências, até que, enfim, chegados à mais pura e mais inocente, entremos eternamente na sociedade de Deus.”

Por este modo, a sociedade de Deus é constituída por espí-ritos, elevados intelectual e moralmente ao último grau de perfectibilidade humana, no decurso de séculos, e a favor de imensas existências.

Pelo modo de Roma, aquela sociedade se constitui com os santos da Terra, que são neófitos da excelsa santidade humana, que muitas vezes têm pouco cultivo intelectual e que, em todo o caso, rebaixam a corte ce-lestial ao nível, mais ou menos, das cortes terrestres.

Será crível que os homens da Igreja não compreendam isto?Freitas Nobre

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10 Set/dezembro - 2014

Livro “Companheiro”, Emmanuel/Chico Xavier.

Não raro, encontramos, aqui e ali, os irmãos doentes por desajustes emo-cionais.

Quase sempre, não caminham. Arrastam-se. Não dialogam. Cultuam a queixa e a lamentação.

E provado está que, na Terra, a tensão emocional da criatura encarna-da se dilata com o tempo.

Insegurança, conflito íntimo, frus-tração, tristeza, desânimo, cólera, in-conformidade e apreensão, com outros estados negativos da alma, espancam sutilmente o corpo físico, abrindo cam-po a moléstias de etiologia obscura, por força de se repetirem constantemente, dilapidando o cosmo orgânico.

Se consegues aceitar a existência de Deus e a prática salutar dessa ou daquela religião em que mais te recon-fortes, preserva-te contra semelhantes desequilíbrios.

Começa aceitando a própria vida, tal qual é, procurando melhorá-la com paciência.

Aprende a estimar os outros, como se te apresentem, sem exigir-lhes mu-danças imediatas.

Dedica-te ao trabalho em que te sustentes, sem desprezar a pausa de repouso ou o entretenimento em que se te restaurem as energias.

Serve ao próximo, tanto quanto puderes.

Detém-te ao lado melhor das situações e das pessoas, esquecendo o que te pareça inconveniente ou desagradá-vel.

Não carregues ressenti-

Tensão EmocionalPresença de Emmanuel /Chico Xavier

mentos.Cultiva a simplicidade, evitando a

carga de complicações e de assuntos improdutivos que te furtem a paz.

Admite o fracasso por lição provei-tosa, quando o fracasso possa surgir.

Tempera a conservação com o fer-mento da esperança e da alegria.

Tanto quanto possível, não te faças problemas para ninguém, empenhan-do-te a zelar por ti mesmo.

Se amigos te abandonam, busca outros que te consigam compreender com mais segurança.

Quando a lembrança do passa-do não contenha valores reais, olvida o que já se foi, usando o presente na edificação do futuro melhor.

Se o inevitável acontece, aceita co-rajosamente as provas em vista, na cer-teza de que todas as criaturas atraves-sam ocasiões de amarguras e lágrimas.

Oferece um sorriso de simpatia e bondade, seja a quem for.

Quanto à morte do corpo, não pen-ses nisso, guardando a convicção de que ninguém existiu no mundo, sem a necessidade de enfrentá-la.

E trabalhando e servindo sempre, sem esperar outra recompensa que

não seja a bênção da paz na consciência própria, nenhuma tensão emocional te criará de-sencanto ou doença, de vez que se cumpres o teu dever com sinceridade, quando te falte força, Deus te sustentará e onde não possas fazer todo o Bem que desejas realizar, Deus fará sempre a parte mais importante.

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11 Set/dezembro - 2014

Não criarás a prosperidade, se desestimulares a poupança.Não fortalecerás os francos, se enfraqueceres os fortes.

Não ajudarás o assalariado, se arruinares aquele que o paga.Não estimularás a fraternidade humana, se alimentares o ódio de classes.Não ajudarás os pobres, se eliminares os ricos.Não poderás criar estabilidade permanente, baseada em dinheiro em-

prestado.Não evitarás dificuldades, se gastares mais do que ganhas.Não fortalecerás a dignidade e o ânimo, se subtraíres ao homem a inicia-

tiva e a liberdade.Não poderás ajudar aos homens de maneira permanente, se fizeres por

eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.Abraham Lincoln

Sabedoria de Chico XavierPergunta: Chico, em algumas reuniões identificamos discussões estéreis em torno de opiniões particulares e pontos de vista ex-clusivistas de determinados médiuns, que os conduzem, muitas vezes, ao afastamento do serviço, carregando no coração má-

goas e desapontamentos com a direção das reuniões e dos centros espíritas. Como devemos agir diante dos que se afastam das tarefas?Resposta: O quadro de nossas responsabilidades, diante da mensagem cristã do “amai-vos uns aos outros”, é tão vasto; os serviços ainda incompletos e as tarefas por realizar em nome do amor ao próximo se desdobram com tanta intensidade que, sinceramente, cabe-nos a solução de aproveitar o tempo disponível às nossas limitadas possibilidades, trabalhando e servindo sem ces-sar em nome do bem geral. Não podemos nos dar ao luxo de correr atrás daqueles que abandonam o serviço espiritual, a pretexto de lhes oferecer explicações e homenagens. Isto porque nossas obrigações aí estão, exigin-do-nos tempo e dedicação, e não podemos perder tempo. Se fulano ou sicra-no considerou por bem abandonar as próprias obrigações espirituais, por este ou aquele melindre, que podemos nós fazer? Entreguemo-lo, pela oração, à bênção misericordiosa de Deus, o Pai amoroso de todo nós, e, por nossa vez, perseveremos no trabalho do Bem até o fim.

“O Espírita Mineiro” – União Espírita Mineira

Mensagem ao homem do povo... e aos homens que dirigem o povo!

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12 Set/dezembro - 2014

A “avalancha de obras” de valor duvidosoAs palavras de Paulo – inega-

velmente a maior autoridade em assuntos mediúnicos dos tempos apostólicos – deveriam servir de alerta àqueles que têm a responsa-bilidade de publicação de obra de origem mediúni-ca.

A literatura mediú-nica tem aumentado de maneira assustadora. Diariamente, aparecem novos médiuns, novos livros, alguns bem re-digidos, se observados quanto ao aspecto gra-matical, mas de con-teúdo duvidoso se analisadas as revelações fantasiosas que ilu-dem muitos novatos, ainda sem conhecimento doutrinário que lhes possibilite um exame criterioso da-quilo que leem.

Muitos desses livros se origi-nam de espíritos ardilosos que, de maneira sutil, se lançam no meio espírita como arautos de novas re-velações capazes de encantarem leitores menos preparados, aque-les sem um lastro de conhecimento doutrinário que lhes possibilite um exame lúcido, capaz de levá-los a conclusões esclarecedoras.

Muitas pessoas que conhece-ram recentemente a Doutrina, antes de estudarem Kadec, Léon Denis,

Autor: José Passini (foto) - [email protected]

Gabriel Delanne e outros autores conceituados; antes de lerem as obras de médiuns como Francisco Cândido Xavier, Yvonne A. Pereira, Divaldo Franco, José Raul Teixei-

ra, estão se deparando com obras fantasiosas, escritas em linguagem vulgar, contendo o que pretendem seus autores – encarnados e desen-carnados – sejam novas revelações.

Bezerra de Mene-zes, Emmanuel, André Luiz, Meimei, Manoel Philomeno de Miranda,

Joanna de Ângelis e tantos outros espíritos se tornaram conhecidos e respeitados pelo conteúdo sério, ob-jetivo, seguro, esclarecedor de suas obras, sempre redigidas em lingua-gem nobre. Esses espíritos conquis-taram, pouco a pouco, o respeito, a credibilidade e a admiração do pú-blico espírita pelo conteúdo de seus escritos, na forma de mensagens ou livros, publicados espaçadamente, como que dando tempo a um estudo sereno e criterioso do seu conteúdo.

Nos dias que correm, infeliz-mente, o quadro se modificou. Mui-tos médiuns, valendo-se de nomes já conhecidos pelo valor de suas obras, tentam impor-se aos leitores espíritas, não pelo valor das mensa-

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13 Set/dezembro - 2014

gens em si, mas escorados em no-mes respeitáveis.

Sabendo-se que nomes pouco importam aos espíritos esclareci-dos, é de se perguntar por que os benfeitores que se notabilizaram por meio de Francisco Cândido Xavier haveriam de continuar usando seus nomes em mensagens transmitidas por meio de outros médiuns? Se o importante é servir à causa do Bem, por que essa continuidade na iden-tificação, tão pessoal, tão terrena? Não seria mais consentâneo com a impessoalidade do trabalho dos servidores do Bem deixarem que o valor intrínseco da mensagem se re-vele, sem estar escorado num nome conhecido? Por que não deixar que a mensagem se imponha pelo valor de seu conteúdo? Por que escudar-se em nomes respeitáveis, quando o texto não resiste a uma comparação, até mesmo superficial, de conteúdo e, às vezes, até mesmo de forma?

Por que essa ânsia insofreável de publicar tudo o que se recebe ou que se imagina ter recebido dos espíritos? Onde o critério, a sobrie-dade tantas vezes recomendada na obra de Kardec? Será que o público espírita já leu, estudou, analisou, en-tendeu todas as obras mediúnicas produzidas até agora?

Ao dizer isso não se está afir-mando que a fase de produção mediúnica está encerrada. Sabe-se que a Doutrina é dinâmica, que a revelação é progressiva. Progressi-va, e não regressiva, pois há obras

que estão muito abaixo daquilo que se publicou até hoje, para não dizer que há aquelas que nunca deveriam ser publicadas.

Infelizmente, os periódicos es-píritas, de modo geral, não publicam análises dessas obras que são co-mercializadas, ostentando indevida-mente o nome da Doutrina.

Impera, no meio espírita, um sentimento de falsa caridade, um pieguismo mesmo, que impede se analise uma obra diante do público. Essas atitudes encorajam médiuns ávidos de notoriedade à publica-ção dessa verdadeira avalancha de obras, que vão desde aquelas dis-cutíveis a outras verdadeiramente reprováveis.

Nesse particular, é justo se chame a atenção dos dirigentes de núcleos espíritas, sejam centros, li-vrarias, a fim de que avaliem a res-ponsabilidade que lhes cabe quanto ao que é dado ao público em nome do Espiritismo. O dirigente ou o gru-po responsável pela gestão de uma casa espírita, deve fidelidade aos princípios doutrinários de tudo o que se divulga em nome do Espiritismo, seja na exposição oral, num livro ou s imp lesmen te num folheto. O mesmo se diga r e l a t i v a m e n t e àqueles respon-sáveis pelas as-sociações intitu-ladas “clube do livro”.

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14 Set/dezembro - 2014

DoutrináriosBaseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de

Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros.

Assinale a opção correta e confirao resultado na página 24:

1. Em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, Helil, um dos mensagei-ros de Jesus encarregados dos problemas sociológicos da Terra, reencarna no Brasil na figura ilustre de:

D. Henrique de Sagres. D. João VI. D. Pedro I. D. Pedro II.

2. Quais eram respectivamente os nomes do bom e mau ladrão crucificados ao lado de Jesus?

Jonas e Longino Cornélio e Gestas Malco e Dimas Dimas e Gestas

3. Tiradentes foi recebido por Ismael no plano es-piritual após sua dolorosa desencarnação, na qual resgatou um passado de delitos cruéis quando atuou como:

Inquisidor. Senhor de engenho. Carrasco. Capataz de escravos.

Verificação de Conhecimentos

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15 Set/dezembro - 2014

4. Quem é o autor da célebre frase “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”?

Paulo Pedro João André

5. Ao questionamento de um fariseu, dos mais des-tacados entre os Judeus, respondeu Jesus se refe-rindo à reencarnação: “Eu te afirmo e esta é a verda-de; ninguém verá o reino de Deus se não nascer de novo”. Quem era o fariseu?

Nicodemos Caifás Anás Gamaliel

6. Como é conhecido o fenômeno em que o médium permanece em estado normal e, colocadas folhas de papel numa gaveta fechada à chave, ao serem retiradas, algum tempo depois, são encontradas escritas e assinadas com os nomes de pessoas falecidas, con-tendo detalhes das suas vidas passadas, bem como outras informações?

Psicografia Escrita direta Tiptologia Criptografia

7. O excelente livro “Elucidações Evangélicas”, publicado pela FEB, permite, por meio de eplicações racionais, uma leitura profunda do texto bíblico. Qual é o nome do seu autor?

Cairbar Schutel Antônio Luiz Sayão Augusto Cury Antônio Wantuil de Freitas

8. Quem foi um dos naturalistas mais citados na obra de Darwin “A Origem do Homem”, que acreditava que a razão de ser do Universo era o desenvolvimento do espírito, investigou, em 1865, os fenômenos das mesas girantes afirmando mais tarde que as comunicações com espíritos “são inteiramente comprovadas tão bem como quaisquer fatos que são provados em outras ciências”?

Alfred Russel Wallace Alexander Aksakof Charles Richet William Crookes

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16 Set/dezembro - 2014

A indústria brasileira de abortosEm outubro do corrente ano, o Brasil

assistiu a maior operação policial já reali-zada no combate ao aborto, batizada de “Herodes”. Consistiu na desarticulação de uma quadrilha que realizava abortos em clínicas clandestinas no estado do Rio de Janeiro com médicos que atuavam desde 1972.

As reportagens veicula-das chocam pela frieza dos envolvidos (policiais, advoga-dos, bombeiros e médicos) na concretização dos assasina-tos. No caso dos médicos é ainda mais chocante, pois os mesmos solenemente fizeram o juramento de Hipócrates, o pai da medicina, prometendo que nunca dariam a nenhuma mulher uma substân-cia abortiva ou atuariam contra a vida. Utilizam-se da nobre profissão para co-meter delitos e gerar dramas espirituais terríveis.

O estudo “Magnitude do abortamen-to induzido por faixa etária e grandes regiões”, mostra que, em 2013, foram 205.855 internações decorrentes de abortos. Este número não reflete a rea-lidade. As estimativas do referido estudo conduzido pelo Instituto de Medicina So-cial da UERJ e pela ONG Ações Afirma-tivas em Direitos e Saúde, revelam que o número de abortos induzidos pode ser até cinco vezes maior do que o de inter-nações. Assim, o total de abortos induzi-dos em 2013 no Brasil é algo próximo a 860 mil. Segundo o Ministério da Saúde, foram apenas 1.523 casos de abortos le-gais (estupro, ameaça à saúde materna e anencefalia fetal) no mesmo período, o que também é preocupante.

Em “O Livro dos Espíritos”, na ques-tão 358, temos que “Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança an-

tes do seu nascimento (...)”.Chico Xavier1 afirma que os anticon-

cepcionais chegaram à esfera humana como socorro da Providência Divina, para que não nos comprometamos com o aborto tocado de irresponsabilidade.

O aborto é um dos gran-des causadores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis nas patologias da mente, ocupan-do vastos departamentos de hospitais e prisões nos diz Emmanuel2. A Doutrina nos ensina que comumente pro-gramamos a volta de antigos companheiros de aventuras

infelizes para junto de nosso convívio, com promessas de socorro e carinho, em que se lhes reedifique a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria.

A ideia materialista do “gozar a vida ao máximo” tem distanciado homens e mulheres deste ministério divino. Pais expõem filhas adolescentes a esta práti-ca cruel sob a justificativa de que perde-rão sua juventude ou pela “vergonha so-cial”. Homens irresponsavéis fogem ao compromisso do filho gerado e deixam as mulheres à própria sorte. Quantas fu-turas mães não recorrem a essa “indús-tria da morte” acometidas pelo desespe-ro, pelo abandono, pela insegurança?

Que possamos, no limite das nossas forças, reagir a esta triste realidade. A espiritualidade inferior vem atuando sis-tematicamente em vários segmentos so-ciais com o intuito de inserir na legislação brasileira a legalização do aborto, o que traria para o País um grave carma cole-tivo. Não sejamos passivos diante des-te movimento, o verdadeiro cristão não pode se eximir do bom combate.

16 Set/dezembro - 2014

1Entrevistas, item 74. Chico/Emmanuel, Ed. IDE. 2Vida e Sexo, cap.17, Chico/Emmanuel, Ed. FEB.

No Brasil, 860 mil abortos são realizados por ano.O aborto é quinto maior causador de mortes maternas.

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17 Set/dezembro - 2014

Queridas irmãs, queridos irmãos,Suplico a Jesus as Suas bênçãos para todos nós.Muito difícil descrever emoções, especialmente aquelas

que nos dominam após o despertamento além do vaso carnal, ao constatarmos a imor-talidade em triunfo.

Coroamento da crença enraizada na mente e no coração, o reencontro com seres queridos que nos precederam na formosa viagem de retorno ao Grande Lar é de inde-finível descrição.

Poderíamos comparar o despertar no além-túmulo como sair de modesta aldeia tribal e despertar numa região ditosa, onde uma megalópole feita de luz, cor e som viceja a contemplação de Deus.

De imediato, exulta o coração e a mente desencadeia lembranças, impondo-nos lamentar não havermos feito o máximo que nos credenciaria a fruir da plenitude do que encontramos.

Vale, portanto, todo o empenho na construção do Bem interior, na pacificação dos sentimentos, porque cada qual desperta do letargo corporal com os títulos de enobreci-mento ou de queda que foram acumulados durante a trajetória material.

Reconheço o pouco que pude armazenar. Assim mesmo agradeço a Deus por haver travado contato com o Espiritismo que me facultou melhor adaptação ao plano perene de vida, mantendo o coração pacificado e vivo de esperança e a mente devota-da ao Bem, cantando hinos intérminos de gratidão.

Anoto muitas saudades das horas de trabalho e de consciência, dos sonhos que cultivamos juntos pensando no Senhor de Vida e nos filhos do Seu calvário que Ele nos legou.

Estremeço ante os pequenos delitos que poderia ter evitado e não o fiz, mas, exulto de contentamento pelas renúncias, insignificantes é certo, mas significativas para en-tesourar a paz no coração.

Volto, mais uma vez, para abraçar os irmãos na fé renovada e pedir que não se permitam sofrimentos desnecessários, filhos da ingratidão, do desequilíbrio, da loucura dos corações ainda em aturdimento emocional.

Continuemos lutando juntos nesse intercâmbio extraordinário em que os nossos pensamentos fundem-se no ideal de servir e de amar Jesus.

Nossa Casa pode ser comparada a um farol aceso na penedia à orla do mar tem-pestuoso, facultando aos navegadores evitar os choques com os arrecifes ou com os imensos depósitos de areia impeditivos no transporte para atingir o porto de segurança.

Também é o abrigo seguro onde nós, os sofredores do além encontramos repouso, esperança e orientação para a conquista dos lauréis da Misericórdia Divina.

Que o mal dominador na convivência social, ainda remanescente da inferioridade do nosso Planeta, não nos constitua impedimento para o avanço ou nos desoriente no rumo que abraçamos.

Comovido, agradeço as evocações carinhosas com que me envolvem a memória e peço perdão por alguma decepção que haja causado, embora não intencional.

Sustentemo-nos uns aos outros, nesta formosa travessia do processo evolutivo, e o Senhor, que nos aguarda paciente e misericordioso, completará aquilo que não nos seja possível conseguir.

Queridas irmãs, queridos irmãos, cantemos juntos o hino da imortalidade, agrade-cendo a honra imerecida de nos encontrarmos na luta redentora, embora a condição de trabalhadores da última hora.

Com especial carinho e imensa gratidão, o abraço afetuoso do amigo, do irmão e do servidor,

Evocaçõesgratulatórias

Mensagem recebida por Divaldo Franco, em 1/10/2014 noCentro Espírita Caminho da Redenção - Salvador/BA.Nilson.

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18 Set/dezembro - 2014

Extraídas da obra “Boa Nova”, autor Humberto de Campos,psicografia Chico Xavier, editora FEB.

“Não exibais ouro ou prata em vossas vestimentas, porque o reino do céu reserva os mais belos tesouros para os simples.”

“Em mãos que saibam dominá-lo, o dinheiro é um instrumento útil, mas nunca será tudo, porque, acima dos tesouros perecíveis, está o amor com os seus infinitos recursos.”

“Nos dias de calma, é fácil provar-se fidelidade e confiança. Não se pro-va, porém, dedicação, verdadeiramente, senão nas horas tormentosas, em que tudo parece contrariar e perecer.”

“Servir a Deus é tarefa que deve estar acima de tudo e, por vezes, nesse serviço divino, é natural que de-sagrademos os mesquinhos interesses humanos.”

“Se nos labores da vida um companheiro nos parece insuportável, é possível que também algumas vezes sejamos considerados assim.”

“A morte do corpo é essa mudança indispensável, porque a alma caminhará sempre, através de outras experiências, até que consiga a imprescindível provisão de luz para a estrada definitiva no Reino de Deus, com toda a perfeição conquistada ao longo dos rudes caminhos.”

“Não percas tempo em discutir o que não seja razoável. Deus não trava contendas com as criaturas e trabalha em silêncio, por toda a Criação.”

“Basta um pensamento de amor para que te eleves ao céu; mas, na jor-nada do mundo, também basta, às vezes, uma palavra fútil ou uma consi-deração menos digna, para que a alma do homem seja conduzida ao es-tacionamento e ao desespero das trevas, por sua própria imprevidência!”

meditaçãoFrases que merecem

Todas as frases são de autoria de Jesus Cristo.

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19 Set/dezembro - 2014

Pergunta 1: O que são o pensar, o instinto e a razão?

Pensar, do latim pensare, quer dizer ponderar, examinar, tirar conclu-sões. Diferente da ação instintiva que se reflete tão somente nos impulsos que vêm do nosso inconsciente pro-fundo. Do impulso instintivo podemos chegar à razão, como da razão pode-mos acionar os nossos instintos, tudo dependendo do nosso livre-arbítrio, do nosso autocontrole, da vigilância constante em nosso campo mental.

O processo de evolução, como concebe a Doutrina Espírita, começa na atração, entre os minerais, nos ve-getais, encontra-se patente a sensibi-lidade.

O instinto é patrimônio dos ani-mais. Nos homens vibra a razão. Mais tarde, no ser superior, a vida se auré-ola e se ilumina com a espiritualida-de, com a conquista dos sentimentos nobres ensinados e praticados por Je-sus. Nos homens, podemos encontrar a atração, a sensibilidade o instinto e a razão, que se manifestam de acordo com as nossas opções e preferências.

O instinto é claramente maquinal, onde não há pensamento organizado.

No pensamento há reflexão, orga-nização do raciocínio onde o instinto pode ser absolutamente controlado. No instinto não há uma inteligência propriamente dita, somente impulso, resultante de nossas heranças passa-das. No uso da inteligência, produz-se lógica.

Tribuna Livre O ESPÍRITA respondePergunta 2: Quais as diferenças

entre moral espírita, moral da psicolo-gia e moral proposta pela filosofia?

A moral espírita está alinhada com as verdades eternas, emanadas das leis de Deus. É uma moral inabalável para todos os tempos.

A psicologia é resultado de uma época. Busca estabelecer regras de comportamento para aqueles que estão transitoriamente transtornados mentalmente. A ciência da Psicolo-gia ainda é discutível em muitos de seus aspectos, embora venha evo-luindo de maneira marcante nos últi-mos tempos. Existem diversas corren-tes que se chocam, por escolherem caminhos diferentes para soluções de um quadro complexo de males.

A moral da psicologia, sob a visão espírita, como encontramos nas obras de Joanna de Ângelis é para nós, a mais profunda e eficiente.

A moral filosófica é quase sempre subjetiva. Parte de opiniões pessoais de uma infinita massa de autores, va-riando de acordo com aqueles que a emitem. Por não ter regras e princípios definidos claramente, fica a aceitação a critério da necessidade de cada um.

As “leis” espíritas são as Leis de Deus, que se sustentam em 7 princí-pios: 1- A criação, a natureza, o Uni-verso. 2- A imortalidade da alma. 3- As muitas moradas da Casa de nosso Pai. 4- A comunicação com os mortos. 5- A reencarnação. 6- A evolução da alma. 7- As leis morais.

19 Set/dezembro - 2014

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20 Set/dezembro - 2014

Os “cálices vivos” dos mortos

O álcool é a droga legalizada pre-ferida entre muitos jovens e a faixa etária para o início do consumo tem sido cada vez mais baixa nos últi-mos anos. Enquanto que na déca-da de 1960 a média de idade para início do consumo de álcool era de 17 anos, nos últimos 15 anos essa média caiu para 14. Obviamente, quanto mais cedo é o início do con-sumo de bebidas alcoólicas, mais precoces são as confusões sociais, educacionais conexas à saúde nes-sa população.

Há unanimidade entre os médi-cos de que o corpo de um adoles-cente não está preparado para in-gestão de bebidas alcoólicas e que não existem doses seguras para o consumo. Pior: para os adolescen-tes, que estão passando pelo perío-do de crescimento, em que todas as células do corpo estão se desenvol-vendo, o álcool envenena essas cé-lulas e pode acarretar danos a todos os órgãos em formação.

Além do consumo de bebidas alcoólicas ser cada vez mais preco-ce, tem-se reconhecido que muitos adolescentes que bebem costumam beber pesadamente, comumente ingerindo cerca de 70 gramas de ál-cool (equivalente a algo como 5 la-tas de cerveja) ou mais por ocasião de “festinhas”. Em novembro deste

ano, na cidade de Juína (MT), Jerry Tamborim, de 16 anos, morreu após ingerir bebidas alcoólicas, na brin-cadeira do “vira-vira” durante uma festa. Ser adolescente é um fator de risco, e com bebidas alcoólicas não se pode brincar, pois elas sempre poderão trazer trágicas consequên-cias contra a própria vida.

As motivações que levam um jo-vem como Jerry a tais insanidades normalmente estão ligadas às pres-sões dos “amigos”, à obrigação de abafar as inibições e “curtir” mais o tempo e, sobretudo, à pretensão de fi car “alto”. A justifi cativa geral dos adolescentes para o consumo da bebida durante as saídas é a construção da “coragem”. O álcool bloqueia a inibição. Coisas que uma pessoa não faria sóbria, ela faz al-coolizada. E isso é um grande risco.

Essas são algumas das principais razões entre os jovens para fazer uso de bebidas. Correntemente, jo-vens de ambos os sexos frequentam os mesmos ambientes, são menos sujeitos às “críticas” devido aos comportamentos relacionados ao beber, sustentam crenças mais libe-rais e assumem plena igualdade de posições.

Sob o ponto de vista espírita, cada espírito, encarnado ou desen-carnado, tem o seu padrão vibrató-

Jorge Hessen - DF

20 Set/dezembro - 2014

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21 Set/dezembro - 2014

rio. O Espiritismo confirma que os semelhantes se atraem. O uso de álcool e outras drogas produz um atrativo irresistível para os espíritos que desencarnaram na condição de viciados nessas substâncias. Os de-sencarnados passam a acompanhar seus “amigos” encarnados quando estes fazem uso de drogas. Estimu-lam neles o uso cada vez mais con-tínuo e em maiores doses.

Não faltam exemplos na literatu-ra espírita de como os encarnados são utilizados pelos desencarnados viciados. Tornam-se verdadeiras marionetes em suas mãos. Ou, na expressão da espiritualidade se re-ferindo aos bebedores contumazes, tornam-se “cálices vivos” dos mor-tos.

Ao renascermos “trazemos co-nosco os remanescentes de nossas faltas como raízes congênitas dos males que nós mesmos plantamos, a exemplo da Síndrome de Down, da hidrocefalia, da paralisia, da ce-gueira, da epilepsia secundária, do idiotismo, do aleijão de nascença”1. “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está forte-mente radicado no sangue. O san-gue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual”2. “Os neurô-nios guardam relação íntima com o perispírito”3. Portanto, a ação do ál-cool no psicossoma é letal, criando fuligens venenosas que saturam no corpo psicossomático, danificando tanto as células perispirituais quan-to as células físicas.

Essas são razões suficientes para,

nas celebrações e festejos com amigos nos bares da vida, fugir do compromisso da vã tradição da bebedeira a fim de divertir-se. O oceano é constituído de pequenas moléculas de água, e as praias se formam com incontáveis grânulos de areia. É indispensável, portan-to, desligar-se daquele esfarrapado desculpismo do “é só hoje”, e quan-do convidados a comportamentos para “divertir”, não se deve acolher a ameaçadoríssima atitude do “só um golinho”, até porque recorde-mos sempre que uma micro picada de serpente venenosa, conquanto em pequena porção, pode causar a morte. Desse modo, ao invés de se distrair vai se destruir.

Referências:1Francisco Cândido. Nos domínios da mediuni-dade, ditado por André Luiz,Ed. FEB, cap. 15.

2_____, Francisco Cândido. Missionários da Luz, ditado por André Luiz, Ed. FEB, cap. 13.

3_____, Francisco Cândido. Evolução em Dois Mundos, ditado por André Luiz, Ed. FEB, cap. 2.

21 Set/dezembro - 2014

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22 Set/dezembro - 2014

Lançado em dezembro do corrente ano “Meu Pequeno Evangelho” (Editora Boa Nova), com 64 páginas, ilustrado por Mauricio de Sousa e ideali-zado pelo designer Luis Hu Rivas e pelo administrador Alã Mitchell, se propõe a difundir os ensinamentos do Espiritismo com base nas lições contidas no

“Evangelho segundo o Espiritismo”.Em meio à curiosidade das crianças, André,

que é espírita, apresenta conceitos e ensina a impor-tância de praticar o bem e a caridade, de respeitar o próximo e a natureza, de se conhecer e de compar-tilhar seus “tesouros” sempre que possível.

Diz o resumo: “Neste livro, a Turma da Mô-nica recebe a visita de André, um primo do Cascão que vai apresentar para as crianças conceitos do Evangelho que todos podemos usar no dia a dia, independentemente da religião que praticam. Meu

Pequeno Evangelho traz lindas mensagens de amor, caridade e humildade, contadas de forma divertida com os personagens mais queridos do Brasil”.

Mauricio de Sousa - Iniciou sua carreira como ilustrador na região de Mogi das Cruzes. Em 1959, criou seu primeiro personagem, o cãozinho Bidu. A partir daí vieram Cebolinha, Cascão, Mônica e tantos outros. O autor já alcançou o extraordinário número de 1 bilhão de revistas publicadas. Suas criações chegam a cerca de 30 países.

Luis Hu Rivas - Nasceu em Arequipa, no Peru, e atualmente reside no Brasil. É designer gráfico e dedicado à divulgação do Espiritismo. Coordenou e idealizou a TVCEI, e escreveu diversos livros didáticos e infantis como: Dou-trina Espírita para Principiantes; Allan Kardec para Todos; Coleção Espiritismo Fácil (disponíveis no site www.luishu.com).

Alã Mitchell - Nasceu em Salvador (BA) e reside em Brasília. Conheceu o Espiritismo aos 15 anos e desde então tem utilizado mídias ele-trônicas para a divulgação da Doutrina. Foi Ges-tor de Marketing da TVCEI e idealizou o projeto com a Turma da Mônica em 2008.

“Meu Pequeno Evangelho”Livro da Turma da Mônica sobre Espiritismo

Personagens conhecidos e amados por todos agora divulgam a Doutrina. O livro será uma extraordinária ferramenta de evangelização in-fanto-juvenil. Parabéns aos envolvidos no pro-jeto! Uma linda iniciativa em nome da Verdade!

“Meu Pequeno Evangelho”

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23 Set/dezembro - 2014

A relação entre maconha e escola

Adolescentes que fumam maconha regularmente têm pior desempe-nho nos exames escolares, revela um estudo feito com estudantes ingle-ses, divulgado na última semana pelo jornal inglês Daily Mail. A pesquisa, realizada pelo University College of London, foi apresentada na Conferência Européia de Neuropsicofarmacologia, em Berlim. O trabalho acompanhou mais de 2 mil crianças, cujos Q.I. (quociente de inteligência) foram medidos aos 8 e, depois, aos 15 anos. Os resultados mostram que os adolescen-tes que já tinham fumado maconha pelo menos 50 vezes antes dos 15 anos mostraram uma piora importante em suas habilidades educacionais. Nos casos em que houve uso pesado da ma-conha (todos os dias ou quase diário), a associação com um desempenho mais fraco na sala de aula era evidente.

O médico aponta que vários estu-dos demonstram que outros fatores in-fluenciam na piora do desempenho escolar dos adolescentes (questões familiares, exclusão social, alterações emocionais significativas, álcool, ci-garro e drogas). Revista Época – 3/11/2014 – Jairo Bouer, médico.

“As drogas liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do perispírito, atingindo-o por largo tempo. De ação prolonga-da, a dependência que gera, desarticula o discernimento e interrompe os comandos do centro da vontade, tornando os seus usuários verdadeiros farrapos humanos, que abdicam de tudo por uma dose. Além de facilitar ob-sessões cruéis, atingem os mecanismos da memória, bloqueando os seus arquivos e se imiscuem nas sinapses cerebrais, respondendo por danos ir-reparáveis”. (Manoel P. de Miranda, “Nas Fronteiras da Loucura”, cap. 11)

Drogas, somente aquelas prescritas pela medicina como terapêutica, e aí se inclui a maconha. Dizer não às drogas é um dever de preservação da saúde física, mental e portanto espiritual.

Robôs inteligentes podem ameaçar a raça humana

O físico britânico Stephen Hawking, em entrevista à BBC, alertou para os perigos do desenvolvimento de máquinas superinteligentes: “As formas primitivas de inteligência artificial que temos agora se mostram muito úteis.

Notícias comentadas1

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24 Set/dezembro - 2014

Mas acho que o desenvolvimento de inteligência artificial completa pode significar o fim da raça humana”. Recentemente, Elon Musk, milionário criador do sistema de pagamentos pela Internet, falando a alunos do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), alertou: “Acho que temos de ser muito cuidadosos com inteligência artificial. Se eu tivesse que advinhar qual é a nossa maior ameaça existencial, seria provavelmente essa”.

O físico Paul Davies, da Universidade Estadual do Arizona diz que “O cérebro como um todo executa cerca de 10 mil trilhões de operações por segundo. O computador mais rápido atinge 360 trilhões, então a na-tureza segue na frente. Mas não por muito tempo”. O inventor americano Ray Kurzweil, que tem trabalho em parceria com o Google no campo da Inteligência Artificial – IA, estima que máquinas com capacidade intelectual similar à humana surgirão em 2029. (Folha OnLine – Ciência – Salvador Nogueira - 18/12/2014)

Nós que acreditamos no Governo Universal de Deus sabemos que não existe acaso nem caminhos diferentes daqueles traçados por Ele para o progresso do espírito rumo à angelitude. Mudanças de rota temporárias, desvios indevidamente trilhados pelo homem, são realidades que decor-rem do mau uso do Livre-Arbítrio inerentes à nossa inferioridade e são, normalmente, corrigidos pelo sofrimento e pela dor.

O receio desses cientistas está considerado na questão 751 de “O Livro dos Espíritos”: “O desenvolvimento intelectual não implica a neces-sidade do bem. Um espírito, superior em inteligência, pode ser mau. Isso se dá com aquele que muito tem vivido sem se melhorar: apenas sabe”. A inteligência desprovida de moral é sempre um risco. Que o amadurecimen-to daqueles que trabalham no desenvolvimento de novas tecnologias, bem como no aperfeiçoamento das tecnologias já existentes, consigam captar a inspiração da espiritualidade superior e aperfeiçoem os processos, elimi-nando riscos e aplicações menos nobres.

Consideremos, no entanto, que não cai uma folha que não seja do conhecimento e da vontade de nosso Pai Celestial. Confiemos Nele!

RespostasVerificação de conhecimentos doutrinários págs. 14 e 15.

Q.1 - D. Henrique de Sagres. / Q.2 - Dimas e Gestas / Q.3 - Inquisidor. / Q.4 - Paulo / Q.5 - Nicodemos / Q.6 - Escrita direta / Q.7 - Antônio Luiz Sayão / Q.8 - Alfred Russel Wallace

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25 Set/dezembro - 2014

Querido(a) irmão(ã),

A Revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais deixou de circular em seus 36 anos de existência.

Sempre com dificuldades, levou para todo o Brasil a mensagem consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propostas por nossos benfeitores sob a égide de Jesus Cristo.

Cabe colocar que muitas casas espíritas carentes, mormente no interior, onde há enorme falta de material de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍRITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciência, que contribua com os valores sugeridos (R$ 20,00 - 1 ano de assinatura e R$ 35,00 - 2 anos de assinatura), ou median-te colaboração espontânea acima deste valor, para que possamos custear as três edições anuais da revista (abril/agosto/dezembro), as postagens dos exemplares que se-rão remetidos em seu nome e a distribuição gratuita para centenas de instituições espíritas.

Ao enviar sua parcela de contribuição, você viabiliza-rá a continuação deste trabalho e apoiará os editores, que lutam com denodo para manterem erguida a bandeira da Nova Fé, e que arcam com grande parte dos custos desta produção, sem nada receberem pelos serviços prestados.

Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada, en-tendendo que a luta pela vitória do bem é da responsabili-dade de todos.

Co n t r i b u a c o m a d i v u l ga ç ã o d a D o u t r i n a E s p í r i t a .A s s i n a t u r a p e l o s i t e : w w w. o e s p i r i t a . c o m . b r

o u p r e e n c h a o f o r m u l á r i o n o ve r s o.

Carta ao atual e futuroAssinante Mantenedor

Page 24: Editorial O ser de caráter - oespirita.com.br · car “a candeia sobre o alqueire”. Jesus censurou energicamente os fariseus pelos crimes cometidos contra Deus, contra a religião

26 Set/dezembro - 2014