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8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 Cont. na pág. 14 Pointe-à-Callière: «Terra da Ásia» Com toque a Portugal • Leia Jules Nadeau, pág. 6 No Centro Phi: Excelente Alexandre Da Costa • Artigo de Raul Mesquita, pág. 5 Editorial 20 ANOS Por Carlos DE JESUS C ontra ventos e marés, confun- dindo céticos e aves de mau agoiro, à força de pulso e de amor à nossa língua, cá esta- mos, vinte anos depois! É verdade, quem diria? Com este nú- mero, faz agora duas décadas, nesta data precisa, que o LusoPresse deu à estampa pela primeira vez. Mesmo os mais otimis- tas, diga-se em abono da verdade, duvida- vam desta empresa ambiciosa. Sobretudo tendo em conta a oferta de jornais que havia na época e não esquecendo também todos aqueles que apareceram depois, num mercado cada vez mais saturado. E, no entanto, ano após ano, núme- ro após número, sem interrupção, este vosso jornal nunca faltou ao encontro com os seus leitores. Como para embele- zar o bolo, a cereja no topo, nos últimos anos o LusoPresse arrojou-se de corpo e alma numa empresa ainda mais louca, a de dar voz e imagem aos seus obreiros e à nossa comunidade através duma emissão semanal, a da LusaQ TV. A nossa receita para o sucesso? Sim- ples. Autenticidade. Real interesse por quem nos lê. Verdadeiro amor e respeito à nossa língua. Autenticidade através duma produ- ção original, sem corte nem cola. Autenti- cidade através dos temas que sempre pri- O prazer da música Por Joaquim EUSÉBIO Tal como o LusoPresse divulgou no último número, teve lugar no passado dia 23 de novembro na Chapelle historique du Bon- Pasteur um concerto de música clássica que contou com a interpretação da pianista portu- guesa Ana Beatriz Ferreira. Se nada mais acres- centássemos, poderia imaginar-se uma sala às moscas onde um pequeno grupo de especta- dores assistiria a algo de desinteressante, por- que a música clássica é apenas para os ‘’entendi- dos’’. No entanto, foi exatamente o contrário que se passou. A plateia estava à cunha, o pú- blico escutou deliciado a música bela que nota a nota saía do piano e admirava extasiado o virtuosismo daquela jovem artista portuguesa. Um programa excepcionalmente bem organi- zado, fez-nos percorrer naquela noite um tra- jeto musical que ligou o clássico João Domin- gos Bontempo ao contemporâneo Fernando Lopes Graça. A magia da música barroca dialo- gou com o tratamento erudicto da música de raiz popular portuguesa. Pelo meio tivemos a oportunidade de escutar temas de alguns ‘’clás- sicos’’ como Beethoven, Liszt e Prokofiev, Cont. na pág. 14 FINAL DA ZONA ESTE DA MLS... IMPACTO, A FINAL ALI TÃO PERTO... Por Norberto AGUIAR Afinal da Zona Este da Major League Soccer já tem campeão. Esse campeão é o To- ronto FC, que ontem, à noite, no seu bonito estádio, em jogo da segunda-mão desta final, bateu o Impacto de Montreal, por 5-2, após prolongamento. Depois de 90 minutos loucos, onde as jogadas de parada e resposta foram constantes e espetaculares, como já acontecera no desafio da primeira-mão, disputado a semana passada, no Estádio Olímpico, houve assim necessidade de se disputar 30 minutos de prolongamento para encontrar o finalista desta Série Este de maneira a que ele caminhasse para a final global, no próximo dia 10 de dezembro, contra o Soun- ders de Seattle, o campeão de Oeste, que por sua vez eliminou, também em dois jogos (2-1 e 1-0), o Rapids do Colorado. Depois do 3-2 a favor do Impacto no jo- go da semana passada, este duelo de Toronto tudo decidia. Para o Impacto, uma vitória por qualquer número ou um empate, classificava os quebequenses para a sua primeira grande fi- nal da sua curta história na Major League Soc- cer. Já o Toronto FC, há mais anos nesta liga do que os azuis e pretos, precisava de ganhar para passar à final, também a sua primeira desde que chegou à MLS em 2008. Precisava ganhar, mas tinha que ter muito cuidado para não es- tragar a preciosidade dos dois golos que anotou em Montreal... E o impossível aconteceu. Não é que as duas equipas se encontraram empatadas, no final dos 90 minutos regulamentares, logo pe- los mesmos números - 3-2 -, agora a favor dos homens da cidade rainha?... Marcou primeiro o Impacto, mais uma vez por Oduro e em jogada quase tirada a papel químico daquela que abriu o ativo no jogo de Montreal. Depois, o Toronto FC empatou, logo mais tarde tendo-se chegado à frente, com um belo golo de cabeça da autoria de Altidore, o melhor jogador em campo, diga-se desde já. Não satisfeito com a eliminação no mo- mento, o Impacto, mercê da entrada de Vane- gas, subiu no terreno e acabou por marcar um segundo golo que colocava outra vez a equipa de Biello na final da MLS... Um golo caricato, Cont. na pág. 14

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8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Cont. na pág. 14

Pointe-à-Callière:«Terra da Ásia»Com toque a Portugal• Leia Jules Nadeau, pág. 6

No Centro Phi:Excelente Alexandre Da Costa• Artigo de Raul Mesquita, pág. 5

Editorial

20 ANOS• Por Carlos DE JESUS

Contra ventos e marés, confun-dindo céticos e aves de mau agoiro, à forçade pulso e de amor à nossa língua, cá esta-mos, vinte anos depois!

É verdade, quem diria? Com este nú-mero, faz agora duas décadas, nesta dataprecisa, que o LusoPresse deu à estampapela primeira vez. Mesmo os mais otimis-tas, diga-se em abono da verdade, duvida-vam desta empresa ambiciosa. Sobretudotendo em conta a oferta de jornais quehavia na época e não esquecendo tambémtodos aqueles que apareceram depois, nummercado cada vez mais saturado.

E, no entanto, ano após ano, núme-ro após número, sem interrupção, estevosso jornal nunca faltou ao encontrocom os seus leitores. Como para embele-zar o bolo, a cereja no topo, nos últimosanos o LusoPresse arrojou-se de corpo ealma numa empresa ainda mais louca, ade dar voz e imagem aos seus obreiros e ànossa comunidade através duma emissãosemanal, a da LusaQ TV.

A nossa receita para o sucesso? Sim-ples. Autenticidade. Real interesse porquem nos lê. Verdadeiro amor e respeitoà nossa língua.

Autenticidade através duma produ-ção original, sem corte nem cola. Autenti-cidade através dos temas que sempre pri-

O prazer da música• Por Joaquim EUSÉBIO

Tal como o LusoPresse divulgou noúltimo número, teve lugar no passado dia 23de novembro na Chapelle historique du Bon-Pasteur um concerto de música clássica quecontou com a interpretação da pianista portu-guesa Ana Beatriz Ferreira. Se nada mais acres-centássemos, poderia imaginar-se uma sala àsmoscas onde um pequeno grupo de especta-dores assistiria a algo de desinteressante, por-que a música clássica é apenas para os ‘’entendi-dos’’. No entanto, foi exatamente o contrárioque se passou. A plateia estava à cunha, o pú-blico escutou deliciado a música bela que notaa nota saía do piano e admirava extasiado ovirtuosismo daquela jovem artista portuguesa.Um programa excepcionalmente bem organi-zado, fez-nos percorrer naquela noite um tra-jeto musical que ligou o clássico João Domin-gos Bontempo ao contemporâneo FernandoLopes Graça. A magia da música barroca dialo-gou com o tratamento erudicto da música deraiz popular portuguesa. Pelo meio tivemos aoportunidade de escutar temas de alguns ‘’clás-sicos’’ como Beethoven, Liszt e Prokofiev,

Cont. na pág. 14FINAL DA ZONA ESTE DA MLS...

IMPACTO, A FINAL ALI TÃO PERTO...• Por Norberto AGUIAR

A final da Zona Este da Major LeagueSoccer já tem campeão. Esse campeão é o To-ronto FC, que ontem, à noite, no seu bonitoestádio, em jogo da segunda-mão desta final,bateu o Impacto de Montreal, por 5-2, apósprolongamento.

Depois de 90 minutos loucos, onde asjogadas de parada e resposta foram constantese espetaculares, como já acontecera no desafioda primeira-mão, disputado a semana passada,no Estádio Olímpico, houve assim necessidadede se disputar 30 minutos de prolongamentopara encontrar o finalista desta Série Este demaneira a que ele caminhasse para a final global,no próximo dia 10 de dezembro, contra o Soun-ders de Seattle, o campeão de Oeste, que porsua vez eliminou, também em dois jogos (2-1e 1-0), o Rapids do Colorado.

Depois do 3-2 a favor do Impacto no jo-go da semana passada, este duelo de Torontotudo decidia. Para o Impacto, uma vitória porqualquer número ou um empate, classificavaos quebequenses para a sua primeira grande fi-

nal da sua curta história na Major League Soc-cer. Já o Toronto FC, há mais anos nesta ligado que os azuis e pretos, precisava de ganharpara passar à final, também a sua primeira desdeque chegou à MLS em 2008. Precisava ganhar,mas tinha que ter muito cuidado para não es-tragar a preciosidade dos dois golos que anotouem Montreal...

E o impossível aconteceu. Não é que asduas equipas se encontraram empatadas, nofinal dos 90 minutos regulamentares, logo pe-los mesmos números - 3-2 -, agora a favor doshomens da cidade rainha?...

Marcou primeiro o Impacto, mais umavez por Oduro e em jogada quase tirada a papelquímico daquela que abriu o ativo no jogo deMontreal. Depois, o Toronto FC empatou,logo mais tarde tendo-se chegado à frente, comum belo golo de cabeça da autoria de Altidore,o melhor jogador em campo, diga-se desde já.

Não satisfeito com a eliminação no mo-mento, o Impacto, mercê da entrada de Vane-gas, subiu no terreno e acabou por marcar umsegundo golo que colocava outra vez a equipade Biello na final da MLS... Um golo caricato,

Cont. na pág. 14

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Página 21 de dezembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Se viajarpara os Açores...

Escolha...

Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

SEM ESTRATÉGIA PARA O MAR• Por Osvaldo CABRAL

O s A-çores estão com-pletamente à deri-va em matéria deMar.

Basta falarcom os especialis-tas nacionais e regionais para ficar a perceberque não temos estratégia nenhuma paraaquela que vai ser – já está a ser – a economiado futuro.

Desta vez foi o antigo administradorda Junta Autónoma do Porto de Angra doHeroísmo, José Ribeiro Pinto, que veio aler-tar para a ausência de uma estratégia concer-tada na nossa região, em matéria de portose transportes marítimos, acentuando que oGoverno Regional anda a reboque de gru-pos, “a satisfazer as suas vontades”.

Olha-se para a política nacional nestesetor e vemos que há uma dinâmica interes-sante, envolvendo operadores e especialistasnacionais e internacionais, sob a liderançada ministra Ana Vitorino, enquanto que porcá nem um estudo, nem um grupo de tra-balho, nem uma estratégia conhecida, a nãoser promessas desgarradas e algumas semsentido nenhum.

É o caso da prometida integração doPorto da Praia da Vitória na rede transeuro-peia de transportes para abastecimento degás natural (GNL), através da construçãode um entreposto de armazenamento e co-mercialização de média dimensão.

Onde é que está o estudo que comprovaa viabilidade desta proposta?

Isto tem alguma correspondência como mesmo investimento que o governo por-tuguês está a fazer nos portos do conti-nente?

Quem é que vai ser mais competitivo? Não se percebe como se fazem estas

propostas sem nenhuma base sólida.Há quantos anos que especialistas vêm

alertando para a potencialidade do Porto dePonta Delgada nesta questão do GNL, atémesmo para consumo na ilha de S. Miguel,mas haverá interesses económicos e públi-cos locais que não deixam, à semelhança doque se fez, durante anos, com o fecho à li-beralização aérea, só para proteger a SATA,com os prejuízos que isto causou a todosos açorianos, como agora se constata.

Apesar dos alertas, ninguém se prepa-rou para nada e, mais grave, deixou-se queinfraestruturas essenciais, como os Portosde Ponta Delgada e da Praia, se deterioras-sem e se tornassem numa vergonha à luz damodernidade dos grandes portos que vemospor esta Europa fora.

O de Ponta Delgada então é bem osímbolo da incompetência política dos nos-sos governos e da incúria técnica a que nostem habituado a Portos dos Açores.

Nunca se viu tamanho desleixo nosPortos dos Açores, até mesmo quando lhesimpingem arranjos atamancados, como ago-ra acontece com o Porto da Horta, à seme-lhança do que já tinham feito com o Porto

de Rabo de Peixe.Bastava que aprendessem com as

suas congéneres do continente.A ministra do Mar mandou elabo-

rar um estudo com as Orientações Es-tratégicas para os Portos portugueses,com vista a um investimento globalde 2,5 mil milhões de euros.

Vai avançar o tão polémico termi-nal do Barreiro, com países como aNoruega, China e EUA a demons-trarem interesse neste investimento,vai avançar a ampliação do terminal decontentores sul de Leixões e ainda oterminal de carga geral e de granéis, vaiavançar a ampliação do terminal XXIdo Porto de Sines, vai avançar um novoregime fiscal específico para o registode navios, mais próximo do sistemaholandês, tudo isso a pensar no cresci-mento do transporte marítimo que nospassa à porta, mesmo nas nossas bar-bas, mas que nos Açores, como sem-pre, só nos lembramos de Santa Bárbaraquando a trovoada já vai longe...

Na economia do Mar nem se fala,visto o atraso que levamos nesta maté-ria, com as nossas cabeças pensantesapenas preocupadas com a construçãode um aquário no saco da doca de PontaDelgada.

No continente, para além do pro-grama Mar 2020 (com uma dotação de508 milhões de euros), vai estar dispo-nível já a partir de 1 de janeiro de 2017o novo Fundo Azul, com mais de 13milhões de euros, para apoiar áreas quenão são abrangidas pelo programa defundos comunitários, como a biotec-nologia, a nanotecnologia ou as ener-gias renováveis, e já com manifestaçõesde interesse por parte de investidoresda Noruega e de dois fundos ameri-canos.

A par de tudo isso, temos ainda aextensão da plataforma continental,cujo processo deverá estar para breve,e que permitirá o alargamento da juris-dição sobre o solo e subsolo marinhospara lá da atual Zona Económica Ex-clusiva.

Alguma vez nos preparamos paraisso?

O nosso atraso é de tal ordem queas nossas instituições ainda andam àsturras sobre como se criar legislaçãopara partilha desta jurisdição entre Aço-res e República.

Não basta dizer que no mar dosAçores cruzam-se várias rotas commais de 10 mil embarcações a passarao largo das nossas ilhas, todos osanos.

É preciso muito mais do que issoe, lamentavelmente, não vemos estra-tégia concertada para dar a volta a isto.

Sinal de que vamos continuar aver passar muitos navios.

Literalmente!L P

Telefone e fax: (514) 849-9966Alain Côté O. D.

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Português ao raio X• Luciana GRAÇA

(Leitora de Português do Camões- Instituto da Cooperação e da Língua,na Universidade de Toronto)Rubrica pro-duzida em colaboração com a Coorde-nação do Ensino Português no Canadá/Camões, I.P.

Caso: «aderência» ou «adesão»?

• Em Portugal, foi também lançadauma petição na internet para abolir ouso da burca e do niqab, mas sem grandeADERÊNCIA. (Euronews, 2016-08-15)

• A petição teve tanta ADESÃOque ontem chegou a ir abaixo. (Diáriode Notícias, 2016-06-25)

Comentário:

• «aderência»: o substantivo «aderên-cia» significa «íntima união ou ligação departes (por ação própria ou por compres-são exterior)», «qualidade do que é ade-rente»;

• «adesão»: o substantivo «adesão»,por seu lado, significa «força que causaaderência», mas, em sentido figurado, sig-nifica, igualmente, «apoio», «assenti-mento», «cooperação»;

• logo, devemos ter, no caso acimaapresentado, «teve tanta adesão», já queestá expressa a ideia do resultado da von-tade das pessoas de se associarem, porexemplo, a ideias e causas, ao passo que,como vimos, o vocábulo «aderência» re-mete para a caraterística que permite queos objetos adiram, ou seja, que permiteque eles se colem.

Em síntese (no caso em análise):• aderência X• adesão V.

L P

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FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Norberto Aguiar• Carlos de Jesus• Osvaldo Cabral• Luciana Graça• Jules Nadeau• Adelaide Vilela• Fernando Pires• Daniel Bastos• Raul Mesquita• Joaquim Eusébio• Manuel Reis

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-dia(Ver informações: páginas 3 e 8)

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

http://www.madisonbaptistmontreal.com/portugues.htmlTel. 514 577-5150 – [email protected]

DO AQUÉM...

EM HOMENAGEM AO GRANDE NEVES RODRIGUES• Por Fernando PIRES

PRÊAMBULOFoi relendo os livros de Albert Camus,

“O Homem Revoltado” e um outro, “O Es-trangeiro”, dos anos 67-68, que a um dadomomento pensei em aqui escrever alguns pin-gos de memória de José das Neves Rodrigues,nas andanças da nossa comunidade.

Mesmo se o conceito do absurdo de Al-bert Camus não “cabia” no “Homem Revolta-do”, cabia sim no homem revoltado e silenci-oso que era o ti Neves, anarca-individualistaquando protestava contra a exploração do ho-mem pelo homem, e contra a injustiça social ea corrupção que ainda hoje existe. O ti Nevesera contraditório no seu anarquismo indivi-dualista quando se preocupava com a criaçãode organismos coletivos, como foi a Caixa eoutros organismos da Comunidade.

Mas antes de mais deixem-me dizer queJohn F. Kennedy foi um admirador da obra li-terária de Camus antes de ser Presidente dosEstados Unidos. E o que é que o Neves Rodri-gues tem a ver com Kennedy ou com o pensa-mento de Camus? Se calhar até tem. De ma-neira diferente, porque também lendo Camus,era um homem que se preocupava com o bempúblico e o bem comum.

Recordo o ti Neves que me falava do seujumento no seu Messines natal, referindo-seao “homem”, quando citava que o seu jumentoquando chegava a uma passagem de nível para-va automaticamente! Como “revoltado silenci-oso” contra o sistema, no Montijo, aprendeua profissão de tipógrafo e por aí ficou algunsanos, até vir para o Canadá.

No Montijo viveu num meio profissionalcomo operário “privilegiado” onde a consciên-cia dos operários tipógrafos, na altura, estavaem contacto com as letras que formavam pa-lavras com significado. Por isso, era um homemque falava cinco línguas, incluindo o Espe-ranto, que deveria ser a língua internacionalque hoje é o inglês!

Uma vez convidou-me a sua casa, e aí re-parei numa sala com estantes cheias de livros emúsica clássica.

O ti Neves era homem culto, adorava li-vros e música, sempre preocupado com as con-dições de vida dos humilhados e ofendidosdeste mundo. Recordo que em 1966 me convi-dou a assistir a uma assembleia sindical dosmetalúrgicos do Quebeque. A assembleia rea-lizou-se no edifício onde está hoje o BancoToronto Dominion, esquina Prince Arthur eSão Lourenço.

Devo ao ti Neves a leitura dos livros queele mandava vir do Brasil, visto que muitos de-les não eram publicados em Portugal devido àditadura no nosso País. Foi assim que tiveoportunidade de ler Jorge Amado, John Stein-beck, Ernest Renan, Urbano Tavares Rodri-gues, Álvaro Cunhal, etc.

Foi através da leitura desses livros que daminha vivência prática no País até aos 16 anos,me dei conta da miséria que o ditador impunhaao povo português. Conheci aí a miséria dopovo, isto porque a democracia não interessavaao ditador. Vim a confirmá-lo quando dei o“salto” para França, que na altura estava a con-

tas com a guerra na Argélia. Foi num desses li-vros vindos do Brasil, a “Reforma Agrária emPortugal”, de Álvaro Cunhal, em que este men-cionava a “água de unto de Soajo”, que era umcaldo “de miséria sem calorias”.

Devo dizer que foi o ti Neves que registouo Movimento Democrático Português (MD-PM), em Montreal, em 1966. Fundou a CaixaPortuguesa de Economia Cooperativista, ro-deado de dois indivíduos, tendo um deles, odesenhador Sr. Trindade, chegado da Áfricado Sul, que chegou a fazer um esboço do edifí-cio da futura Caixa. E foi no café da Bodegaque ele disse: “Amanhã vou a Quebeque buscaros formulários para a fundação da Caixa”. OCarlos Silva foi com ele, tendo sido depois ovendedor da ideia da fundação da Caixa. O tiNeves fundou também a revista “A Portinho-la”, com o apoio do Luís Soares. Depois do25 de Abril, Neves Rodrigues, Carlos Queridoe muitos outros sonharam, abrindo uma contana Caixa para a realização de uma bibliotecapara a comunidade, sem esperarem 2016 pararealizarem a descoberta do ano! Infelizmentea biblioteca nunca se chegou a realizar e, noentanto, hoje aparecem os “Zés Almansores”a pensarem que descobriram os planos da pól-vora!

A Caixa de Economia teve uma corja deoportunistas que só se aproximaram quandoesta já andava de pé, andando depois a mentirà comunidade, vendendo gato por lebre. Omais competente dos membros que por aí pas-sou e trabalhou com desinteresse, pessoa ver-dadeiramente competente, foi o meu amigo

Luís Soares, pessoa desprendida de qualquerinteresse pessoal.

Foi o Luís e este vosso servidor que avan-çaram em duas ocasiões de assembleias anuaisda Caixa no salão da Igreja com duas propostaspara a abertura de um guichet automático paraa Caixa e uma bolsa de estudos para estudantesda comunidade. Ora, pelo que se sabe, os no-mes deles nunca apareceram nas Atas do Con-selho da Administração da Caixa. Seria um ex-membro do Conselho de Administração quese abotoou com o mérito das propostas? Sabe-se que havia no Conselho um especialista deméritos! Há até quem o tenha batizado de o“Salvador Dali” da comunidade.

O ti Neves colaborou também no jornalda Gazeta do Montijo até à sua vinda para oCanadá, escrevendo mesmo alguns textos. Pen-so que ele se rodeava de gente que se interessavapelo conhecimento, que aí se tornou admiradordo “cientista” histologista, médico e artistaAbel Salazar, de quem falava muitas vezes.

Termino repondo aqui alguns pingos damemória do Neves Rodrigues, contrapondoàs mentiras que na comunidade se escreveramsobre a história da Caixa por muitos dos co-mendadores e comentadores da nossa praça.

Camus: O Mito do Sísifo: “As leis daNatureza, diz o engenheiro, fizeram viver ocristo no meio da mentira e morrer pela men-tira”.

José das Neves Rodrigues em encontro com o famoso escritor norte-americano No-am Chomsky. Foto de Lídia Ribeiro.

L P

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Página 51 de dezembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

No Centro Phi...

Alexandre Da Costa e Stradivarius• Por Raul MESQUITA

Alexandre Da Costa é já uma referên-cia musical em qualquer parte do mundo. Porisso, muita gente aguarda com impaciência ainformação de um espectáculo ou recital a apre-sentar na região. Desta vez esteve entre nós,no espaço duma bica, para nos apresentar oseu novo álbum “Stradivarius à l’Opéra” emque foi acompanhado pela Orquestra Sinfónicade Viena sendo violinista solista e chefe de or-questra.

A sala do Centre Phi na rue S. Pierre noVelho Montreal, estava completamente cheia.Amigos de longa data e familiares juntaram-seaos apreciadores da boa música e escutaramem silêncio total, interpretações de pequenostrechos de algumas obras apresentadas no CD.

Célebre pelo seu estilo muito próprio,com um sentido apurado da intensidade sono-ra, raramente utilizando as pautas, é senhorduma concentração verdadeiramente fora desérie, tocando obras de qualquer compositorapenas por ouvido. Há anos, o conhecido econsagrado crítico musical Claude Gingras, fi-cou estupefacto de no concerto de Alexandrea que assistiu, o virtuoso violinista nunca terutilizado qualquer pauta. Era ainda muito jo-vem, Alexandre, e já se fazia referenciar pela

especificidade da sua técnica.Será uma das razões que o fazem viajar

através do mundo, passando longos meses naAustrália, onde é a coqueluche do público, efaz frequentemente digressões à Áustria, Chi-na, Japão, Alemanha, Espanha e vários outrospaíses, não esquecendo o seu país natal, Cana-dá. Aqui, entre vários espectáculos previstosem diversas regiões, estará a 23 de Fevereiro doano que vem na Sala Maisonneuve da Placedes Arts, no âmbito do programa Montréalen Lumière.

Mas a música é, para os Da Costa, um as-sunto de família. A mãe, professora de piano eoutros familiares, dedicam-se ou dedicaram-sea diferentes instrumentos musicais e neste reci-tal, o mais curioso e enternecedor foi ver-se,durante a interpretação de Alexandre — que sefazia acompanhar de 8 instrumentalistas, violi-nistas e contrabaixo — o seu filhito de 3 anosde idade “dirigir” o conjunto com uma batutaimprovisada; isto, filho de peixe…

Alexandre Da Costa galvanizou uma vezmais a assistência com o seu saber e simplici-dade eterna, que não lhe regatearam aplausos efelicitações.

Alexandre Da Costa e Stradivarius àl’Opéra, é espetáculo a ver em Fevereiro ou emqualquer outra das datas marcadas dos seus pró-ximos concertos. L P

VÍTOR CARVALHOAdvogadoEscritório

Telefone: e fax: 2444038052480, Alqueidão da Serra - PORTO de MÓS

Leiria Estremadura (Portugal)

Alexandre Da Costa, o consagrado violi-nista montrealense.

O olhar do mendigoPossui no imenso nadao propósito de viverum dia de cada vez,talvez sobreviver.

De mão estendidae a tristeza no olharespera em silêncioalgo para se saciar.

Órfão do destinotem o céu como teto,a rua como cama,o corpo descoberto.

Voltado à solidãojaz andrajosoenvolto na escuridão.

Desprovido de sonhos,o olhar de dordo mendigoespelha a humilhaçãoda nossa alienação.

Daniel Bastos, “O olhar do men-digo”, in Terra.

POLIMENTODE SOALHOS

Instalaçãode pisos de madeiraMIRANDATelefone: 514-272-0519

L P

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NO MUSEU POINTE-À-CALLIÈRE...

«TERRA DA ÁSIA», COM UM TOQUE DE PORTUGAL• Por Jules NADEAU (texto e fotos)

Pointe-à-Callière apresenta «Terre d´A-sie», em estreia mundial da extraordinária co-leção do casal Sam e Myrna Myers. Uma dasmais ricas exposições de arte asiática dos últi-mos trinta anos no Quebeque. E como admi-rar os tesouros da China sem falar de Portugal?O comissário Jean-Paul Desroches fala comeloquência e experiência prática do país dosnavegadores.

O casal de americanos estabelecido há mui-to tempo na Europa reuniu uma esplendidacoleção de artefactos. Começaram de maneirafortuita na Suíça. Resultado, os 5 000 objetoscausam a inveja de eminentes especialistas. Na-da menos de 450 objetos estão agora expostosem Pointe-à-Callière até 19 de março 2017. Umesplendor de jade, de porcelana e de seda.

Quatro promotores entusiastasNa inauguração, os quatro principais inici-

adores tinham razão de estar orgulhosos. Àesquerda na nossa fotografia, o Dr. FilippoSalviati, especialista italiano de jade antigo: raroconhecedor no Ocidente desta pedra mágica.O mestre desta coleção, Sam Myers, parisiensede adoção. A diretora Francine Lelièvre cuja di-nâmica e visão nos valeram esta terceira apres-entação com sabor asiático em Pointe-à-Calli-ère (depois de «Les Routes du thé» e «MarcoPolo»).

Ao microfone, o comissário convidadoJean-Paul Desroches é inesgotável sobre «Terred’Asie». O seu roteiro de «um pouco mais de120 exposições» levou-o de Paris a Tóquio,passando por Lisboa.

Aparte, o Dr. Filippo Salviati diz-me: «Éa mais bela coleção de jade entre as coleçõesprivadas no Ocidente», afirma o professor doDepartamento de Estudos Orientais da Uni-versidade La Sapienza de Roma.

Avogado de profissão, Sam Myers explica-nos que é filho de um imigrante, proprietáriode um delicatessen. O otagenário prega a humil-dade: «Não somos grandes colecionadores.

Mas uma vez atacados por este gosto, não po-demos recuar. Tornou-se um modo de vida».O nós faz alusão a Myrna, sua esposa falecidarecentemente. «Eu percorria os museus enquan-to Myrna estudava no Louvre com M. Desro-ches», acrescenta o homem originário de Fila-délfia.

A mundialização do «azul e branco»Jean-Paul Desroches apanha o microfone

para a visita guiada da porcelana: o legendário«azul e branco». O decano do prestigioso Mu-seu Guimet insiste sobre o papel históricoque representou esta porcelana da região deJingdezhen (Jiangxi). «A sua fabricação marcouo princípio da industrialização. O azul provi-nha do cobalto das minas de Kashan, na Pér-sia. A sua difusão na época Yuan (império mon-gol) merece o termo de mundialização. Os Chi-neses exportaram-na para as zonas muçulma-nas e o Ocidente. Os Europeus não souberamque nome dar a esta maravilha que procuraramimitar», especifica o ex-professor do Louvre

que anima as suas afirmações com muito hu-mor.

Em Montreal, os visitantes portuguesesterão o prazer de descobrir uma dezena de esta-tuetas de marfim. Fabricadas em Goa, os ob-jetos religiosos testemunham da presença dehomens da igreja (donde o jesuíta FranciscoXavier) no balcão das Índias a partir do séculoXVI. O texto de Myrna Myers sublinha queos artefactos dão conta do culto prestado àVirgem Maria, a Santo António e ao MeninoJesus entre os séculos XVI e XIX. O estilo in-do-português é único no subcontinente prati-cando então o induísmo e o budismo. O BritishMuseum diz possuir «provavelmente uma dasmaiores coleções destes marfins de todos osestilos e assuntos de artesãos africanos, artehíbrida ainda pouco estudada».

O fundo dos oceanosJean-Paul Desroches tem o sentido da

fórmula: «O maior museu do mundo encontra-se no fundo dos oceanos». Muito cedo, osPortugueses encomendaram ao império celesteporcelana marcada das suas armas e dos seusmotivos. O fluxo de mercadorias transitandopelo Cabo da Boa Esperança aumentou rapida-mente. Segundo uma estimativa, de 40 000 a60 000 peças foram encaminhadas para Lisboaem 1530.

Infelizmente, nas duas direções, os naufrá-gios dos marinheiros intrépidos foram nume-rosos. A título de indicação: dos 800 naviosportugueses partidos de Lisboa para a Ásiaentre 1499 e 1650, 150 afundaram-se. De 1600a 1800, a Companhia das Índias Orientais per-deu 200 navios com pavilhão britânico, acres-centava o Far Eastern Economic Review. Poroutro lado, cada descoberta de navio afundadomostra-nos verdadeiros tesouros – sem contaras somas incríveis de dados.

Os seus colegas portuguesesEm resposta às perguntas do LusoPresse,

Jean-Paul Desroches enumera os nomes de al-gumas sumidades. Todos muito amáveis. «Co-laborei com Simonetta Luz Afonso, uma pes-soa extremamente ativa, um pouco autoritária.

Confiaram-me quatro das sete salas do Pavilhãode Portugal na Expo de 1998».

Ele conhecia esta historiadora desde 1992quando os dois foram comissários (comissáriogeral) na exposição «Do Tejo aos Mares da Chi-na», no Palácio Nacional de Queluz. Debaixoda presidência conjunta de François Mitterand ede Mário Soares (com Vasco Rocha Vieira, go-vernador de Macau, na comissão de honra), oevento luso-francês foi um dos mais notáveisdo género. Na sua versão portuguesa (encontradanos arquivos do LusoPresse), o catálogo de luxoexplica o essencial das relações luso-chinesas.

«Maria Antónia Pinto de Matos foi minhaaluna antes de ser nomeada à cabeça do MuseuNacional do Azulejo». A doutora da Universi-dade de Coimbra (agora também diretora do Mu-seu da Presidência da República) fez as obrasmais bem cotadas sobre a porcelana. No catálo-go de Queluz, escreveu dois artigos, donde umintitulado «Kraakporselein», termo holandês de-signando a porcelana de navios do tipo carracas.

Por outro lado, «com Luís Francisco Alves,muito mais novo do que eu, e uma boa equipa,fizemos arqueologia submarina. As pesquisasdo navio Nossa Senhora dos Mártires naufraga-do no século XVII». Foram expostos vestígiosno Pavilhão de Portugal em 1998, indica o livroThe Pepper Wreck escrito no Texas por umcompatriota do Sr. Alves.

Lisboa e MacauEm 1999, por ocasião das reuniões de tra-

balho em Lisboa por conta do Centro Culturale Científico de Macau (CCCM) que estava a pôrde pé a engenheira Alexandra Costa Gomes,aproveitei para ir ver a coleção do Extremo-O-riente do Museu Gulbenkian. Além disso, nal-gumas instituições públicas e privadas, os vasosMing e Qing estavam simplesmente expostos,donde fáceis de examinar de muito perto. Umarecordação ao mesmo tempo enriquecedora einesquecível. Este centro consagrado ao patri-mónio de Macau foi concebido pelo especialistaquebequense Yves Durand (Expérience Interna-tional). A direção do CCCM pertence agora aoDr. Luís Filipe Barreto, grande especialista deMacau com quem tivemos a honra de cooperar.

M. Desroches está na sua quarta exposiçãoem Pointe-à-Callière. Apesar das suas reticênciasao princípio em falar da sua carreira, o jovemseptuagenário de jeans, ao mesmo tempo aces-sível e cativante, acabou por dizer mais do que oprevisto. E concluiu com outra piada. «Não pos-suímos a coleção do Dr. Myers, mas temos re-cordações», lança saudando-me por cima dosóculos.

A documentação da loja«M. Myers fez-se uma bela prenda com um

magnífico catálogo oferecido a um preço surpre-endente», confia-me Constance Gagnon, geren-te da loja do museu desde há 17 anos. O catálogode luxo de 279 páginas, Two American in Paris.A Quest for Asian Art (somente em inglês),vende-se a 49,95 $. Pointe-à-Callière fez imprimiruma versão curta do mesmo catálogo: 64 páginas(francês e inglês) por 14,95 $.

Várias outras obras estão também à venda,sobre o chá, o budismo, os têxteis e mesmo aporcelana de Jingdezhen (antigamente desco-berta em Montreal). Digno de menção, enfim,o álbum do fotógrafo François Nadeau (éditionsCayenne de Robert Hébert), o apaixonado mon-trealense que tem esperança de vos dar o gostode ir explorar localmente o país da Seda.

O comissário convidado Jean-Paul Desroches, grande amante de chá, segura um ex-emplar do chá da Gorreana, de São Miguel (Açores), uma descoberta surpresa paraeste especialista da China.

De quatro países diferentes, sob a direção de Francine Lelièvre, os promotores de«Terre d’Asie» apresentam-nos em primeira mundial uma exposição excecional.

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Santa Isabel da Trindade:

A ciência do amor é a ciência dos santos•Por Manuel REIS, OCD

No dia 16 de outubro, o Papa Fran-cisco canonizou Isabel da Trindade com estaspalavras: «Declaramos e definimos Santa a Be-ata Isabel da Trindade, e inscrevemo-la no Ál-bum dos Santos, estabelecendo que em toda aIgreja ela seja devotamente honrada entre osSantos. Em nome do Pai e do Filho e do Espí-rito Santo». Agora é Santa para toda a Igreja.A Nota Íntima 4 é um eco do Ato de ofereci-mento ao Amor Misericordioso de Teresa deLisieux – «Desejo ser Santa, mas sinto a minhaincapacidade, e peço-vos, ó meu Deus, paraserdes vós próprio a minha Santidade» –, lidoe copiado por Isabel na História de uma Alma.«... Vítima de holocausto. Oh, torna-me mártirdo teu Amor, que este martírio me faça morrer.Tira-me a liberdade de te desagradar, que nuncate faça a mais leve ofensa. Quebra, arranca domeu coração tudo o que te desagrade. Querocumprir sempre a tua vontade, correspondersempre à tua graça. Ó Mestre, quero ser santapara ti, sê a minha santidade, pois conheço aminha fraqueza. Oh! Jesus, obrigada por todasas graças que me concedeste, agradeço sobretu-do por me teres provado. É tão bom sofrerpor ti, contigo. Que cada batimento do meucoração seja um grito de reconhecimento e deamor» (NI 4). «Ó Jesus, meu Bem-Amado,como é doce amar-te, pertencer-te, ter-te porúnico Todo! […] Desejo ser santa contigo epara ti, mas sinto a minha incapacidade, oh! sêa minha santidade […] Oh! cada batimento domeu coração é um ato de amor. Meu Jesus,meu Deus, como é bom amar-te, ser inteira-mente tua!» (NI 5). Isabel promete a Jesusorar continuamente, fazer da sua vida um atode amor e ser carmelita no interior: «Que a mi-nha vida seja uma contínua oração! […] Ah! jáque tudo sabeis, sabei apenas que vos amo!

Ajudai-me a fazer muito bem este retiro, pois,para vós, desejo tornar-me uma santa. Aindame resta um longo ano para viver no mundo,então que eu o passe fazendo muito bem!Construí em mim a carmelita, pois dentro já aposso ser e quero sê-lo. […] Amar-vos é tãobom, ser toda vossa, que queria que todas asalmas saboreassem esta felicidade. Maria, ó mi-nha Mãe querida, coloco este retiro sob a vossaproteção, vinde em meu auxílio a fim de fazer-des de mim uma santa!...» (Diário 138). «Pro-meto ao meu Jesus humilhar-me e renunciar-me de cada vez que tiver ocasião por Seu amor[…] Que eu viva no mundo sem ser do mundo:posso ser carmelita no interior e quero sê-lo.Ó meu Bem Amado, que eu passe santamenteeste tempo que me resta viver no mundo […]Desejo talvez por demais ir para o Carmelo[…] Ah! que Isabel desapareça, que não fiquesenão o seu Jesus!» (NI 6). «É muito bom o-lhar para a alma dos santos e depois segui-lospela fé até ao Céu […] Este Céu dos santos é anossa pátria […] Os santos, esses é que tinhamtão bem compreendido a ciência verdadeira, aque nos faz sair de tudo, e sobretudo de nósmesmos, para nos lançarmos em Deus e nãoviver senão d’Ele! […] Ele está em nós paranos santificar, peçamos-lhe pois que seja Elepróprio a nossa santidade» (Carta 184). «Che-garemos porventura alguma vez a compre-ender quanto somos amados? Parece-me queé justamente esta a ciência dos santos (Ef 3,16-19). […] Santifico-me por eles, a fim de quetambém eles sejam santificados na verdade»(Jo 17, 19). Esta palavra do nosso Mestre ado-rado, façamo-la inteiramente nossa, sim santi-fiquemo-nos pelas almas, e visto que todossomos membros dum único corpo, na medidaem que possuirmos abundantemente a vidadivina, poderemos comunicá-la no grande cor-po da Igreja. Há duas palavras que para mimresumem toda a santidade, todo o apostolado:

“União, Amor”. Rogai que eu assimviva plenamente, e para tal que per-maneça inteiramente sepultada naSantíssima Trindade» (Ct 191). «Natarde desta festa do PreciosíssimoSangue sintome convosco sob aefusão divina a fim de que o nossoCristo nos guarde «santos e sem má-cula na Sua Presença na caridade»(Ef 1, 4). O Apóstolo no-lo afirma,que é o grande desejo de Deus, possaele realizar-se em nós» (Ct 226).«Fiz estrofes sobre o amor; tenteibalbuciar o que é amar: creio que é aciência dos santos, e não quero co-nhecer outra» (Ct 235). «”Sede san-tos, porque eu sou Santo”; é sobesta palavra que me recolho, ela é aluz sob cujos raios vou andar du-rante a minha divina viagem. […]“Desde a eternidade Deus elegeu-nos em Cristo a fim de que sejamosimaculados, santos diante d’Ele noamor”. Eis, pois, o segredo destapureza virginal: permanecer noAmor, quer dizer em Deus, “DeusCharitas est”» (Ct 244). «Sejamossantas, irmãzinha, porque «Ele ésanto» e para tal não cessemos deamar» (Ct 245). «Confio-a em par-

ticular a uma pequena carmelita que morreuaos vinte e dois anos em odor de santidade, eque se chamava Teresa do Menino Jesus. […]Quer invocá- la comigo todos os dias para queela lhe obtenha essa ciência que faz os santos,e que dá à alma tanta paz e felicidade!» (Ct249). «Amar, é tão simples, é entregar-se a to-das as Suas vontades, como Ele se entregou àsdo Pai […] Que seja Ele próprio a ensinar-te aciência do amor na tua íntima solidão» (Ct288). «Li que «o mais santo é o que mais ama[…] Que seja este o nosso programa» (Ct 293).«Ardo em zelo pelo Senhor Deus dos exérci-tos», foi a divisa de todos os nossos santos;foi ela que fez da nossa Santa Madre uma vítimade caridade […] Desejai obter para a vossa irmãa plena realização deste programa divino; talcomo vós, ela tem um grande desejo de se tor-nar uma santa para dar toda a glória ao seuMestre adorado! […] Tenhamos o ardor dosnossos santos pelo sofrimento e, sobretudo,saibamos demonstrar a Deus o nosso amoratravés da fidelidade à nossa santa Regra; te-nhamos por ela uma santa paixão; se a guardar-mos, ela há-de guar-dar-nos e fará de nóssantos, quer dizer, al-mas tal como as que-ria a nossa seráficaMãe, capazes de servira Deus e à sua Igreja»(Ct 299). «Minhaquerida filha, quereriaser santa para te po-der ajudar já aqui nestemundo, enquanto es-pero fazê-lo lá noalto» (Ct 310). «Peço-lhe que te dê este a-mor da Cruz que fazos santos» (Ct 311).

Ordem dos Pa-dres Carmelitas Des-calços em Portugal

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O Natal está à porta. Em Lagoa comemora-se assim.

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CONVERSAS DE VIAGEM COM ARTE E REALIDADE• Por Adelaide VILELA (texto e fotos)

Desta vez escolhemos Abrantes paraencetar mais uma conversa de viagem. Assim,esperamos contar aos nossos leitores coisasde sonho, conhecimentos e vivências daquelaterra de realeza e tradição. Abrantes conquistoumais notoriedade ao ser elevada a categoria decidade, no ano de 1916. Na sequência destecortejo de ideias, naquela altura, os republicanosapontavam com o povo os caminhos do futu-ro. Abrantes é uma cidade pacata, interessantee genuinamente bela. Andamos por castelos,museus, galerias de arte, centros culturais e des-portivos. E logo notamos que alberga muitosaber antigo, o qual é transmitido aos vindou-ros com expressão e carinho.

Recordo com dedicação Assunção Mar-tins, a residir no Sardoal que, depois do lança-mento do livro de Correia Pais, se atreveu atraçar um plano de visitas, com característicasregionais, para comigo viajar à descoberta deAbrantes e arredores. Abrantes pertence aodistrito de Santarém e tem quase 19 000 habi-tantes, com seus valores e riquezas que con-templam a província do Ribatejo. A nossa ci-cerone sabia que nós, emigrantes, gostamosde vestir a alma de identidade lusa, e que pro-movemos cantos e recantos de Portugal, a cadavez que nos deslocamos à Terra-mãe. A soció-loga tem toda a razão, pois cada cidadão tempor obrigação de se unir aos valores ancestraise, com eles formar uma grande Nação Portu-guesa no Mundo, logo que a língua portuguesaseja um património em expansão e progresso.No caminho tivemos uma primeira paragem.Transbordantes de energias vivas e plenas devontade entramos numa caserna de bombei-ros, desativada e transformada em Centro deExposições. Os artistas abrantinos ou os queabraçaram a cidade, por terem feito daquelaTerra seu ninho de acolhimento, marcaram pre-sença no quartel, naquela galeria de artes e decriação, nos cem anos de artes plásticas de A-brantes. E sem que nada fosse negligenciado,vimos nas paredes do centro de exposiçõesobras distintas, artes antigas e modernas e al-gumas esculturas, numa fusão de criações artís-ticas e culturais! Também a fotografia nos en-cheu o olhar! De facto, a cultura do povo foilevada a sério. E para que esta iniciativa revelassesucesso, tanto para a cidade como para o lequede artistas dispostos a proverem os seus traba-lhos, o recrutamento teve direito à prata da

casa. A conversa de viagem seguiu rumo aquele

que vai dinamizar o futuro Museu Ibérico deArqueologia e Arte de Abrantes. Nesta perspe-tiva, e como gostamos de sentir o antigo, apal-pamos calhaus, estátuas e outras relíquias quesó os arqueólogos nos sabem elucidar. Feliz-mente, estava por lá uma alma nobre a quemcolocamos algumas questões. LusoPresse:Há outros museus em Abrantes? Arqueólogo:“Há. O concelho de Abrantes preza-se de terum museu que abriu portas em tempos longín-quos, em 1923. Trata-se do Museu D. Lopode Almeida localizado na Igreja de Santa Ma-ria do Castelo”. Acreditamos que o local sejade grande beleza, mas o espaço tornou-se peque-no para que fossem mostradas todas as coleçõesdo município”. LP: Quais as funções que hojese exigem a um museu, quando o Sr. se refere aum espaço pequeno? Arqueólogo: “As igrejassão uma mais-valia em Portugal, sobretudopara aqueles que vivem em consonância com omistério e o divino. Refira-se que possuem umvalor patrimonial incomensurável, mas nestecaso havia urgência em pensar noutro lugar,mais amplo e que se adaptasse às necessidadesde todos”. Segundo o arqueólogo juntaram-seàs coleções da autarquia, em 2006, outras doa-ções por parte da pintora Maria Lucília Moitae pelo escultor Charters de Almeida. Estas ga-

nharam outras relíquias imperdíveis oferecidaspor João Estrada que, segundo nos foi dadoapurar, a coleção tem um valor excecional, paraque o público possa admirar e sentir-sebem. LP: Sr. Arqueólogo quem assinou oprotocolo para o nascimento deste museu? Arqueólogo: “Tudo foi feito entre uma Fun-dação e a Câmara Municipal para que estevaloroso projeto – do Museu Ibérico deArqueologia e Arte de Abrantes – possaver luz e agrade ao púbico de Abrantes, da re-gião e a todos quantos nos visitam”. Conta-se que a vocação do museu, o MIAA terá desa-fios académicos e responsabilidades enqua-dradas na Arqueologia.

O povo abrantino orgulha-se de possuirum palácio de riquezas, como polo de in-vestigação, o qual pode e deve ser aberto atodas as universidades nacionais e internacio-nais. A Câmara Municipal de Abrantes mereceos nossos louvores pela responsabilidade nes-te grandioso projeto, e pelo valor acrescidoque traz à cidade de Abrantes e à região. Nãohá presente sem passado que não leve umaponte para ligar o futuro. Que este projeto se-ja, com a maior brevidade, um espólio de gran-deza cultural, científico, social e humano.

Conscientes do caminho que tínhamosainda a percorrer, demos corda aos sapatospara tirarmos uma bela foto aos pés do CentroGeodésico de Portugal. Naquele momentonão estávamos sozinhas. Plenamente confiá-veis e grandemente simpáticos, já à flor da tardechegamos ao ponto central de Portugal com airmã de Assunção Martins e o esposo da Alda.A Cláudia Pais foi a mestra de serviço, ao dar-nos algumas informações sobre um dos luga-res de mérito e da cultura portuguesas. ComoDeus nos prendou com um dia repleto de luz,conseguimos observar, ao longe, a Serra daEstrela, a uma légua de distância. Segundo al-guns, mais sábios do que nós, em fins do séculoXVIII, D. Maria I mandou traçar ou delinearos triângulos para que pudessem medir o graumeridiano. O objetivo da rainha seria elaboraruma carta geográfica para o reino de Portugal.Só no ano de 1870 o picoto da Meldriça viria aficar conhecido como o Centro Geodésico da

Nação. Certamente que haveria muito que con-tar à cerca deste assunto egocêntrico. Tudo istorequer muita investigação e o tempo não nosabona, nesta jornada. Agradecemos à Dra.Cláudia Pais pelas informações sustentadasneste trabalho. Caros leitores, se lhes interessasaber algo mais, passem então por Vila de Rei.É lá que vão encontrar o Centro Geodésicopara que possam estudar o sistema de coorde-nadas geográficas e todos os eixos que referema Latitude e a Longitude.

Para sublinhar toda a verdade, prefiro dedi-car-me às letras, aos castelos de sonho e à histó-ria de Portugal, são obras que me fazem pintarde amor a alma e o coração, como cidadã domundo. Neste espírito de alegria visitámos ocastelo de Abrantes mandado edificar por D.Afonso Henriques, em 1173. A vista do casteloé esplendorosa e conta com uma colina de 196metros de altitude. Acreditamos que a fortalezafora construída no reinado de D. Dinis e quetenha servido para vigiar a região, e sobretudoo nosso Tejo, muito importante nas missõesda realeza estabelecidas outrora. Na próximavez prometo aos amigos de Portugal e aosmeus leitores que farei um “voo de borboleta”para chegar ao cimo do Castelo. Naquele mo-mento a bengala prendeu-me ao chão, e foi di-fícil equilibrar a vontade, já que o empenho eraatingir o cume do palácio. A esta questão ima-gino que do alto consigamos refletir melhor:somos simplesmente protagonistas da históriaque nos amarra à natureza. Quando ao longeavistamos terras da Beira, lezírias ribatejanas,terras alentejanas, tantas ribeiras, charnecas euma vegetação a perder de vista, não somosmais que uma flor perdida no ventre da naturezadivina.

A última visita aconteceu num dos monu-mentos mais belos de Portugal, o Castelo deTomar, também conhecido por Castelo de Ce-ras e denominado Templários, nos tempos deD. Afonso Henriques, corria o ano de 1159. Diz-se que em 1160 o grande Mestre GaldimPais mandara fundar o castelo, engalanado demuralhas, ao desenvolver paralelamente a vilade Tomar.

Terminada a visita deixamos os amigosseguir mais além, e nós ficamos a observaraquela riqueza que foi e é nossa, aqueles quadrosagigantados, pintados com arte e beleza incon-fundíveis. Depois, já nos jardins de luxo fiqueicabisbaixa ao sentir-me princesa do momento,ao desenhar o orgulho neste meu íntimo: porsaber ser mulher, por saber admirar e respeitaro vasto terreiro português que vive neste cora-ção luso, longe mas perto de Portugal. A verda-de é só uma, quando estamos fora vemos Por-tugal com os olhos da alma. E assim mesmoconseguimos apreciar de forma realística o queé feito para o desenvolvimento e progressonacional, social e humano

Contem com mais conversas de viagem,para os lados do alecrim do norte, no Porto.Sabiam que em Melgaço existe o museu do ci-nema? Vamos passar tudo em revista na próxi-ma edição do jornal LusoPresse.

No «torna-viagem», esteve bem acompanhada a nossa colaboradora Adelaide Vilela.

Castelo dos Templários, em Tomar.

L P

VÍTOR CARVALHOAdvogadoEscritório

Telefone: e fax: 2444038052480, Alqueidão da Serra - PORTO de MÓS

Leiria Estremadura (Portugal)

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JOÃO PONTE, CIDADÃO DE OURO EM LAGOAO Município de Lagoa homenageou,

no passado sábado, o antigo Presidente da Câ-mara Municipal de Lagoa, João Ponte, com aMedalha de Ouro do Município, num dia emque se assinalou também o Dia do Poder LocalDemocrático. A ocasião ficou marcada pelapresença de centenas de pessoas que compare-ceram para homenagear o antigo autarca, peloseu trabalho prestado em prol do município edos munícipes e como forma de reconheci-mento pela realização de várias obras relevantespara a Lagoa.

Segundo a Presidente da Câmara Munici-pal de Lagoa, Cristina Calisto Decq Mota, “Jo-ão Ponte foi um bom presidente, um políticoímpar e, acima de tudo, foi e é fiel às suas raízes,assumindo-se sempre como um leal amigo daLagoa e dos lagoenses. A memória coletiva dopovo lagoense não pode nem deve ser ingrata,em nome da Câmara Municipal e de todos oslagoenses, é com grande honra que se agraciaJoão Ponte com a atribuição da Medalha deOuro do Município, como reconhecimentopelo notório trabalho que realizou em prol dodesenvolvimento da Lagoa, de 2006 a 2015,período em que desempenhou o cargo de pre-sidente da Câmara Municipal de Lagoa.”

Nesta cerimónia, também, comemorativado Poder Local Democrático, Cristina CalistoDecq Mota falou sobre o Poder Local, sua es-sência e especificidades e sobre o seu enquadra-mento histórico. Segundo a mesma, “o Poder

Local Democrático” é a essência da Democra-cia na sua expressão mais próxima dos cida-dãos, cujo exercício é legitimado pela livre esco-lha do povo, através de eleições. O Poder Localsurgiu graças à Revolução dos Cravos, que de-volveu a liberdade e direitos aos portugueses,promoveu mudanças nos valores e mentalida-des e impulsionou positivas transformaçõeseconómicas e sociais.”

Até hoje, segun-do a edil lagoense, “asautarquias constituema ‘marca d’água’ donosso sistema admi-nistrativo e político,funcionando comelementos verdadei-ramente definidores

Momento em que João Ponte, agora secretário Regional da Agri-cultura e Florestas do Governo Açoriano, exibia o Diploma deCidadão de Ouro de Lagoa, cidade que dirigiu durante quase10 anos.

das populações. To-davia, nos últimosanos, se tem assisti-do ao período maisdifícil e conturbadoda história do PoderLocal Democrático,por força da criseeconómica que seinstalou. Uma situa-ção que tem vindo amelhorar, mas queainda continuam apersistir algumas difi-culdades, a que osmunicípios não são,nem estão indiferen-tes”.

A Presidente da

Câmara Municipal da Lagoa prosseguiu o seudiscurso proferindo que “as grandes áreas deatuação das câmaras não foram de forma algu-ma descuradas pelo Poder Local que, com gran-de esforço têm conseguido manter as respostassociais, mais do que necessárias, ajudando asfamílias a superarem os momentos mais difíceisda sua vida, em virtude, principalmente do de-semprego. Continuamos a apoiar as nossasinstituições culturais, sociais e desportivas,pois é com elas que o concelho tem vida, sendoque para além disso, são as grandes parceirasdo Poder Local com o trabalho de resposta ede proximidade às populações. Esta tem sidoa forma de atuação da Câmara Municipal daLagoa: intemporal, transversal, inclusiva e im-pulsionadora do desenvolvimento e do pro-gresso do nosso concelho”.

L P

Depois de homenageado, João Ponte percorre a Galeria de Presi-dentes, na companhia de Cristina Calisto, a atual chefe do exe-cutivo camarário.

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Debatido em ÉvoraPapel das Comunidades Portuguesas

Na quinta-feira (17 de novembro), o papel das ComunidadesPortuguesas foi o tema central dos “Encontros às Quintas”, da Escolade Ciências Sociais da Universidade de Évora, uma instituição de refe-rência do ensino superior público português.

A iniciativa, que decorreu na Sala de Docentes, e envolveu alunose docentes da instituição académica alentejana, foi coordenada pelaprofessora catedrática Maria de Fátima Nunes, e contou entre os orado-res convidados, com a professora catedrática de história contemporâneada Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Maria Manuela Ta-vares Ribeiro, e do escritor e historiador Daniel Bastos, cujo percursoliterário tem sido alicerçado junto das comunidades portuguesas.

No decurso da sua intervenção, Maria Manuela Tavares Ribeiro,reconhecida especialista nas áreas do Europeísmo, Atlanticidade e Mun-dialização, analisou o processo de construção e a identidade europeiaque se constitui como um mosaico rico, complexo e multifacetado.

Por seu lado, o historiador Daniel Bastos, antigo aluno da Univer-sidade de Évora, realçou o valor inequívoco das Comunidades Portu-guesas na projeção de Portugal na Europa e no Mundo, e distinguiu opapel das associações de emigrantes e dos meios de comunicação lusófo-nos na promoção da cultura e língua portuguesa.

Refira-se que este encontro, que encerrou o ciclo da Escola de Ci-ências Sociais da Universidade de Évora “Conversas às Quintas”, pro-curou numa época de desafios prementes que se colocam à Europa, re-centrar o potencial estratégico das Comunidades Portuguesas noMundo. L P

A 16 e 17 de dezembro...I Encontro de investidores da Diáspora

SINTRA, Estremadura - A vila de Sintra recebe este mês o IEncontro de Investidores da Diáspora, que pretende ajudar empresáriosespalhados pelo mundo a divulgarem as experiências e a investirem nopaís, anunciou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.

Segundo José Luís Carneiro, o encontro pretende criar “um trabalhoem rede que se vai desenvolver com as comunidades portuguesas nassu-as dimensões económica e empresarial, tendo em vista não só reco-nhecer e enaltecer o trabalho e as vidas desses portugueses, mas tambémcontribuir com a sua disponibilidade para investir no país, para ajudarao crescimento económico das comunidades locais e ajudar a criar ou-tras oportunidades de emprego”.

O governante, que falava nos Paços do Concelho da vila da periferiade Lisboa, revelou que a secretaria de Estado conseguiu, desde abril,“identificar 6.800 micro e pequenas empresas de portugueses que vivem,que trabalham, que investem em todo o mundo”.

Desde que abriram as inscrições para o primeiro encontro de inves-tidores, em outubro, a organização recebeu “cerca de 300 inscrições devários investidores da diáspora, em diferentes setores, desde a constru-ção civil, limpezas, restauração, indústrias de moldes, plásticos, novastecnologias de informação, da comunicação, agroalimentar, turismo”,adiantou José Luís Carneiro.

Esses setores de atividade, notou o secretário de Estado, têm a vercom “áreas sensíveis ao desenvolvimento do país e também nas quaisos portugueses que trabalham e investem no mundo estão muito inte-grados”.

“A nossa intenção é realizar esta iniciativa todos os anos, por estaaltura, de dezembro, porque é o momento em que muitos dos portu-gueses que vivem em várias partes do mundo regressam a Portugal, re-gressam às famílias, procurando rodar por outros municípios que tam-bém estejam a ser exemplares na atração de investimentos”, esclareceuo governante à Lusa.

Para José Luís Carneiro, “trata-se de uma mais-valia para a exporta-ção, nomeadamente para o mercado das próprias comunidades portu-guesas, porque é um mercado de cinco milhões de pessoas”.

“Além de que os próprios portuguesesfuncionam hoje como os primeiros promoto-res dos produtos portugueses junto das soci-edades de acolhimento, sobretudo no setor darestauração”, vincou.

O presidente da Câmara Municipal de Sin-tra, Basílio Horta (PS), considerou que a “inici-ativa tem um aspeto nacional e é verdadeira-mente inovadora”.

“Uma das vertentes mais importantes dapolítica externa portuguesa é o acompanha-mento da diáspora, porque a grandeza de Por-tugal não está nas suas fronteiras geográficas,está no seu povo espalhado pelo mundo”,afirmou o autarca e antigo dirigente da AICEP(atual Aicep Portugal Global, Agência para oInvestimento e Comércio Externo de Portu-gal).

O presidente da autarquia defendeu queos emigrantes devem ser respeitados “na suadimensão política e económica”, e que vai con-vidar os empresários do concelho a partilha-rem as suas experiências para atrair novos po-tenciais investidores no município.

O I Encontro de Investidores da Diáspo-ra decorre a 16 e 17 de dezembro, no CentroCultural Olga Cadaval, com o objetivo de pro-porcionar “uma visão mais integrada do valordo mercado que representam, da sua impor-tância estratégica, num mundo globalizado,competitivo, inovador e exigente”.

A iniciativa pretende “criar um ambientemuito favorável ao ̀ ’networking’, ao debate, àpartilha de experiências, à identificação de afini-dades, à tomada de consciência das comple-mentaridades entre as diversas realidades da diás-pora”, salientou uma nota do gabinete de JoséLuís Carneiro.

O encontro culmina o trabalho de desen-volvimento do Gabinete de Apoio ao Investi-

Cont. na pág. 14

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I ENCONTRO...Cont. da pág 13

dor da Diáspora (GAID), que permitiu identi-ficar micro e pequenas empresas, referenciar oassociativismo empresarial e sinalizar 66 Câma-ras de Comércio em atividade.

Até ao momento estão inscritos 31 repre-sentantes ou dirigentes de Câmaras de Comér-cio, federações e associações empresariais, ori-undos de 30 países, informou o secretário deEstado das Comunidades Portuguesas.

O encontro, com abertura do ministrodos Negócios Estrangeiros, Augusto SantosSilva, e encerramento pelo ministro Adjunto,Eduardo Cabrita, terá nos vários painéis a par-ticipação de outros secretários de Estado dasáreas da Internacionalização, Economia, Pla-neamento e Infraestruturas e Autarquias Lo-cais.

vilegiámos, o interesse da nossa comunidade,das suas instituições e dos seus membros.

Apoio sem reserva a todas as iniciativasculturais dignas desse nome. Apoio a todosos artistas, de todos os quadrantes. Apoio atodos aqueles que se procuram distinguir deforma a honrar a nossa comunidade e as nossasorigens.

Real interesse por quem nos lê, narrando,seguindo, apoiando desde o mais humilde aomais notório membro desta comunidade o seutrabalho, ora na sombra longe dos projetores,ora na ribalta refletindo sobre nós todos obrilho do trabalho bem feito, do compro-misso social ou político bem justificado.

Verdadeiro amor à nossa língua, evitandoa facilidade, buscando a palavra exata, enalte-cendo a sua riqueza, os seus escritores e a sualiteratura.

Autenticidade também por não estarmosenfeudados a nenhum interesse económico oucomercial. Estamos enfeudados apenas à con-sideração dos nossos leitores, ao respeito dosnossos anunciantes e ao carinho dos nossoscolaboradores.

Mas, em termos mais concretos, há quesublinhar outro ingrediente desta receita. Avontade, tantas vezes realizada ao longo dosanos, de dar à comunidade, em forma de agrade-cimento e enriquecimento coletivo, uma panó-plia de atividades culturais que vão muito paraalém do âmbito jornalístico. Desde a celebraçãodo Dia da Mulher, dos colóquios sobre o esta-do e o futuro da comunidade ou da comuni-cação, saraus de música, exposições, palestras,tudo tem servido de pretexto para prestar jus a

EDITORIAL...Cont. da pág 1

não esquecendo o compositor romântico por-tuguês José Vianna da Motta. Os aplausos dopúblico que de pé felicitou Ana Beatriz Ferreirasão uma clara demonstração do prazer sentido.Uma pequena nota de discordância relativa-mente ao facto da artista nas suas curtas pala-vras entre as peças que foi interpretando, nãoutilizar praticamente a língua portuguesa, quan-do a larga maioria do público era composto deportugueses.

De parabéns está o Consulado Geral dePortugal em Montreal, o Instituto Camões e aCaixa Desjardins Portuguesa que uniram emboa hora os esforços para oferecerem estemagnífico recital à comunidade portuguesa.

O PRAZER...Cont. da pág 1

todos os que procuram nas nossas páginasmais do que a simples informação. Um vetorde cultura e de consciência cívica.

A este objetivo claramente definido depugnarmos pela nossa comunidade, pelos seusmembros, sua língua e cultura, devemos nãoesquecer também aqueloutro em que temosvindo a insistir, de há uns anos a esta parte, deincentivarmos a inserção social e política dosmembros da nossa comunidade no interiordas esferas da sociedade de acolhimento.

Sim, viemos de algures, lá temos as nossasraízes, de lá nos chegam as saudades que nosalegram ou entristecem consoante os nossosestados de alma. Mas é aqui que as nossas rama-gens cresceram e de deram fruto. É aqui que es-tá a nossa vida e a nossa descendência. É aquique temos de viver inteiramente a nossa cida-dania.

Com esta dupla identidade que enaltece-mos e acarinhamos, convidamos todos osamigos, colaboradores, anunciantes e públicoem geral a vir celebrar connosco os nossosvinte anos de vida.

Para o efeito, no próximo dia 22 de janeiro,domingo, pelas 14 horas, vamos oferecer umcoquetel, seguido de uma conferência do Prof.Onésimo Teotónio de Almeida. Em seguida,haverá um momento de poesia, um recital depiano, complementados por sketches. Umpouco da história do jornal, também. O temaserá sobre a Imprensa, nomeadamente, a dadiáspora comunitária norte-americana.

Na ocasião prestaremos homenagem aalgumas pessoas que se distinguiram de modosignificativo na vida e na consideração da co-munidade.

A entrada é livre. Agradecemos, no entan-to, que façam a vossa reserva pelo telefone.

Local: MAISON JEUNESSES MUSICALES DUCANADA305, avenida Mont-Royal Este, Montréal(Entre as ruas Henri Julien e Drolet).Contamos consigo.

Parabéns ao LusoPresse e aos seus obrei-ros. Parabéns também a si, sem o qual a nossaexistência não teria sido possível.

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por nos parecer marcado em fora de jogo e porqueos defesas e guada-redes dos vermelhos de Toron-to pareceram andar à procura da rolha ao mesmotempo que a bola, devagarinho, entrava na baliza,isto para desespero dos defesas que pareceramanestesiados...

Os 36 mil espetadores - menos os dois outrês milhares que apoiavam as cores montrealen-ses - já começavam a duvidar do apuramento dosseus favoritos quando um espetacular cabecea-mento do defesa Hungland, resultado de um cen-tro, marca o terceiro golo da sua equipa, aqueleque colocava tudo de novo em igualdade, de vitó-ria, de golos marcados e sofridos, e de golos obti-dos em terreno forasteiro (2).

Foi assim que se partiu para o período detempo suplementar. Logo com um contratempoimportante para o Toronto FC. O seu jogadormais credenciado, o internacional italiano Giovin-co, tinha de sair por lesão. Pensou-se, então, queera o canto do cisne para os homens da camisolaencarnada...

Mas não foi assim que tudo se passou. Foimesmo benéfica a saída do transalpino, isto namedida em que o jogador que o substituiu, Chey-rou de seu nome, ainda não tinha aquecido osmúsculos e já estava a marcar o golo que classifica-va o Toronto FC para a final da próxima semana.E veio depois mais um golo, aquele que pus se-gurança definitiva no apuramento, mesmo se oImpacto tudo tentava para remediar os estragos.

No final dos 120 minutos de jogo, o resultado,agora sim, não deixava dúvidas: 5 para o TorontoFC e 2 para o Impcato. Adicionando os dois jogos(7 golos contra 5), vantagem para os torontoenses,a mesma vantagem que, para sermos honestos, severificou no conjunto dos dois embates.

Que o Impacto podia ter sido a equipa fina-lista? Podia. Para isso basta ver que o Impacto te-ve uma vantagem de três bolas de diferença naprimeira partida e que, em Toronto, esteve por ci-ma até poucos minutos do fim dos 90 minutos...

A grande final está marcada para o dia 10 dedezembro, em Toronto (Estádio BMO). Os pro-tagonistas serão o Toronto FC (campeão de Este)e o Sounders de Seattle (campeão de Oeste).

Nota: A final disputa-se em casa da equipaque terminou o Campeonato de 34 jornadas emmelhor posição. O Toronto FC ficou em 5°. lugar,com 53 pontos, e o Sounders acabou na 7ª. posi-ção, com 48 pontos.

IMPACTO...Cont. da pág 1

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Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros

Português enfrenta “problemas sérios”LISBOA – O ministro dos Negócios

Estrangeiros, Augusto Santos Silva, avisou queo português, apesar de ser uma língua global euma das mais faladas no mundo, enfrenta “pro-blemas sérios”, como a incompreensão entrefalantes de variantes diferentes.

“A língua portuguesa é uma das mais fala-das do mundo e uma das mais globais no mun-do de hoje”, afirmou o ministro, durante aapresentação, no Palácio das Necessidades, doNovo Atlas da Língua Portuguesa, da autoriado reitor do ISCTE - Instituto Universitáriode Lisboa, Luís Antero Reto, e dos professores,da mesma faculdade, Fernando Luís Machadoe José Paulo Esperança.

No entanto, a política da língua enfrentahoje “desafios e dificuldades”, avisou SantosSilva.

O ministro exemplificou com o caso deTimor-Leste, onde, apesar de o português serlíngua oficial, apenas as gerações mais velhaso falam, devido à ocupação indonésia, peloque “é preciso difundir o ensino” da línguaportuguesa naquele país.

Por outro lado, em Portugal fala-se umportuguês com “típico fechamento de vogais”,o que “pode levar à incompreensão entre falan-tes de duas variantes da mesma língua”, algoque, segundo o governante, só se combate“pela comunicação tão constante quanto pos-sível entre os falantes dessas variantes”.

Em Angola ou Moçambique, por exem-plo, o português “é essencial para a constitui-

ção de uma identidade nacional, visto que háincomunicabilidade linguística entre outras lín-guas maternas”, ao passo que em Cabo Verde,“a presença da língua portuguesa só faz sentidonum diálogo de vantagens mútuas com a língualocal, o cabo-verdiano”, considerou.

Santos Silva referiu, depois, várias respon-sabilidades associadas à língua portuguesa, no-meadamente a de os 22 países da ConferênciaIbero-Americana (Portugal, Espanha e An-dorra, na Europa, e mais 19 países da AméricaLatina) se terem comprometido a introduzirambos os idiomas nos respetivos sistemas deensino.

O ministro salientou também a adesão,em outubro, de quatro novos países observa-dores (Uruguai, Hungria, República Checa eEslováquia) à Comunidade dos Países de Lín-gua Portuguesa (CPLP), que devem tambémpromover o português nos seus territórios, eà decisão dos novos países do bloco lusófonode reforçar o papel do Instituto Internacionalda Língua Portuguesa (IILP).

O Brasil – onde existe o maior número defalantes de português - e Portugal criaram umprémio de literatura infanto-juvenil e decidiramaumentar a cooperação entre as redes externasBrasil Cultural e do Camões – Instituto da Co-operação e da Língua, no âmbito da cimeirabilateral realizada no início do mês em Brasília,recordou.

Com dez capítulos, o Novo Atlas apontaa projeção, das Nações Unidas, de que o númeroatual de falantes de português (263 milhões,

em 2015) quase duplique para 490 milhões até2100, sendo que, já em meados do século XXI,sejam cerca de 390 milhões os falantes nativosde português.

Além disso, no final do século, a maiorconcentração de falantes estará em África enão no Brasil, que deverá começar a perderpopulação a partir de 2050.

O livro, editado pela Imprensa Nacional– Casa da Moeda, apresenta vários indicadores,desde populações, diásporas, geografia, econo-mia, finanças, comércio, mobilidade e inserçãogeoestratégica nas várias organizações interna-cionais de países de língua oficial portuguesa.

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Directeur :

A N I V E R S Á R I OSESSÃO CULTURAL

PROGRAMA:Conferência: A Imprensa Comunitária, passado, presente e futuro

proferida pelo Professor Doutor Onésimo Teotónio Almeida (Universidade Brown - USA)

Entrada livre

DOMINGO, DIA 22 DE JANEIRO DE 2017 - ÀS 14H00Maison Jeunesses Musicales du Canada

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