Editorial 2012-11-18

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Boletim 349 – 18/11/2012

A DIFERENÇA COMEÇA NO OLHAR “Ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas

sem pastor.”(Mateus 9:36)

O olhar é algo muito marcante. Pelos olhos, conseguimos perceber aprovação, reprovação, amor, ódio, raiva, felicidade, tristeza, alegria e muitos outros sentimentos. A verdade é que o corpo fala, e nossos olhos não são diferentes; falam muito mais do que queremos, falam do mais profundo do nosso interior.

Quando falamos algo para uma pessoa que, instantaneamente, encheu os seus olhos de lágrimas, sabemos que aquela pessoa ficou emocionada, comovida. Algo mexeu no seu íntimo, não foi superficial. Diferente é o olhar “frio e calculista”, tipo de pessoas que, para executar determinada tarefa, conseguem isolar seus sentimentos e não demonstrar nenhum tipo de emoção vinda do coração delas.

Jesus estava diante de uma grande multidão doente, aflita, cheia de problemas e de angústias. O texto é claro ao afirmar que a visão de Jesus sobre o fato mexe com ele. O olhar para as multidões produz compaixão, produz o desejo de socorrê-las. Se me dedico a imaginar o olhar de Jesus, imagino algo doce, sensível, marcante.

É exatamente neste momento que Jesus se dirige aos discípulos convocando-os a ir de encontro à multidão, tão somente para cuidar dela, sabendo que muito trabalho existia pela frente, sabendo, inclusive, que não seria fácil para os discípulos, mas que eles precisavam encarar a urgência da pregação para aquela multidão aflita e desamparada.

Importante é destacar que toda a mobilização começou com um simples olhar. Isto nos mostra que era fundamental também, para os discípulos, aprender a olhar diferente. Eles deviam não somente sair e cuidar das pessoas, mas entender que, para cuidar, é necessário mudar o olhar que temos sobre as próprias pessoas.

É claro que, numa sociedade capitalista e desigual como a nossa, muitos “malandros” aparecem e querem tirar proveito. São pedintes e mais pedintes na rua. Contudo, não existe dentro deste grupo uma grande quantidade de gente desesperada e aflita? Claro que sim. Nossa oração é que nosso olhar seja capaz de perceber quem eles são. Do contrário, nosso olhar tenderá a ser frio e calculista, vazio de sentimentos e de compaixão. Logo, teremos dificuldades de ajudar a qualquer um.

“Quando os seus olhos forem bons, igualmente todo o seu corpo estará cheio de luz. Mas quando forem maus, igualmente o seu corpo estará cheio de trevas.” (Lucas 11.34)

Pastor Fábio Quintanilha