Editorial 2012-05-20

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Boletim 323 – 20/05/2012 DEUS E OS DIREITOS HUMANOS Não faz muito tempo que a expressão “direitos humanos” surgiu. A partir dela, tivemos a nomeação de comissões e organizações em todos os níveis (mundial, nacional, estadual, etc.) A responsabilidade daqueles que foram nomeados para observar os direitos humanos é grande, e estaria ligada à defesa de direitos, principalmente os básicos, como o direito à alimentação, à saúde e à educação. Contudo, não é isso o que se tem visto, e, por conta disso, as pessoas não gostam muito dos “direitos humanos”; mas, por quê? Em geral, a população entende que as comissões de direitos humanos acabam por priorizar a defesa de determinados indivíduos ou situações, esquecendo-se de observar os dois lados da moeda. Por exemplo: é fato que a Polícia, muitas vezes, tem que se utilizar da força; no entanto, se sua força for “excessiva” o policial, certamente, será punido por isso; e como medir a força agida contra o policial em serviço? Alguém se preocupa com isso? Muitas vezes não. Gostaria de dar mais um exemplo, e bem mais recente: há meses, o governo brasileiro discute a criação ou não de uma comissão que será chamada de “comissão da verdade”. Parece que, nesta semana, o governo chegou aos nomes que comporão a dita comissão. A proposta desta comissão será avaliar as barbaridades cometidas pelo governo durante a ditadura militar vivida em nosso país na década de 60. Registra-se que, hoje, ainda existem mais de 150 desaparecidos daquele período e nada se sabe sobre o que aconteceu com eles. Como este assunto é muito extenso, quero observar com você apenas a singela, porém importante, mudança de foco no debate da defesa de direitos. Enquanto centenas ou milhares de pessoas morrem todos os dias em nosso país por falta de água, desnutrição, miséria, alcoolismo, uso de drogas e outras tantas formas terríveis e bárbaras, a sociedade brasileira entende que defender os direitos é ressuscitar os mortos de mais de 50 anos, em busca de um direito sei lá de quem e para fazer sei lá o quê. Algumas coisas acabam tomando um vulto jornalístico incrível, enquanto o que realmente é importante fica esquecido ou deixado para trás. Por exemplo: fico indignado quando vejo a agilidade da Polícia em resolver o roubo das fotos de uma atriz que pousou nua e que gravou as fotos em seu computador. Em contraposição, quando eu fui assaltado, nem consegui registrar a queixa porque fui jogado de uma delegacia para outra, tendo que ouvir piadinhas dos próprios policiais. Minha preocupação é simples: quanto nós somos influenciados por esta visão de direitos humanos e quanto nós, como Igreja do Senhor, agimos diferentes. Para que você não pense que este é apenas um desabafo político, quero adverti-lo de que o criador dos direitos humanos foi Deus. Por isso, peço que você leia com atenção o texto de Deuteronômio 24.5-22, a começar de seu título. Lá, você descobrirá que Deus se preocupa realmente com aqueles que estão excluídos de seus direitos e que não têm quem os defenda. Lá, estão os leprosos, o homem pobre, o jornaleiro, o estrangeiro, o órfão e a viúva, dentre uma lista ainda maior. Defender direitos é não ignorar que somos profetas em nosso tempo e que desigualdade nunca foi a perspectiva de Deus para a vida das pessoas. Pense nisso! Pastor Fábio Quintanilha

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Boletim 323 – 20/05/2012 DEUS E OS DIREITOS HUMANOS

Não faz muito tempo que a expressão “direitos humanos” surgiu. A partir dela, tivemos a nomeação de comissões e organizações em todos os níveis (mundial, nacional, estadual, etc.)

A responsabilidade daqueles que foram nomeados para observar os direitos humanos é grande, e estaria ligada à defesa de direitos, principalmente os básicos, como o direito à alimentação, à saúde e à educação. Contudo, não é isso o que se tem visto, e, por conta disso, as pessoas não gostam muito dos “direitos humanos”; mas, por quê?

Em geral, a população entende que as comissões de direitos humanos acabam por priorizar a defesa de determinados indivíduos ou situações, esquecendo-se de observar os dois lados da moeda. Por exemplo: é fato que a Polícia, muitas vezes, tem que se utilizar da força; no entanto, se sua força for “excessiva” o policial, certamente, será punido por isso; e como medir a força agida contra o policial em serviço? Alguém se preocupa com isso? Muitas vezes não.

Gostaria de dar mais um exemplo, e bem mais recente: há meses, o governo brasileiro discute a criação ou não de uma comissão que será chamada de “comissão da verdade”. Parece que, nesta semana, o governo chegou aos nomes que comporão a dita comissão. A proposta desta comissão será avaliar as barbaridades cometidas pelo governo durante a ditadura militar vivida em nosso país na década de 60. Registra-se que, hoje, ainda existem mais de 150 desaparecidos daquele período e nada se sabe sobre o que aconteceu com eles. Como este assunto é muito extenso, quero observar com você apenas a singela, porém importante, mudança de foco no debate da defesa de direitos.

Enquanto centenas ou milhares de pessoas morrem todos os dias em nosso país por falta de água, desnutrição, miséria, alcoolismo, uso de drogas e outras tantas formas terríveis e bárbaras, a sociedade brasileira entende que defender os direitos é ressuscitar os mortos de mais de 50 anos, em busca de um direito sei lá de quem e para fazer sei lá o quê.

Algumas coisas acabam tomando um vulto jornalístico incrível, enquanto o que realmente é importante fica esquecido ou deixado para trás. Por exemplo: fico indignado quando vejo a agilidade da Polícia em resolver o roubo das fotos de uma atriz que pousou nua e que gravou as fotos em seu computador. Em contraposição, quando eu fui assaltado, nem consegui registrar a queixa porque fui jogado de uma delegacia para outra, tendo que ouvir piadinhas dos próprios policiais. Minha preocupação é simples: quanto nós somos influenciados por esta visão de direitos humanos e quanto nós, como Igreja do Senhor, agimos diferentes.

Para que você não pense que este é apenas um desabafo político, quero adverti-lo de que o criador dos direitos humanos foi Deus. Por isso, peço que você leia com atenção o texto de Deuteronômio 24.5-22, a começar de seu título. Lá, você descobrirá que Deus se preocupa realmente com aqueles que estão excluídos de seus direitos e que não têm quem os defenda. Lá, estão os leprosos, o homem pobre, o jornaleiro, o estrangeiro, o órfão e a viúva, dentre uma lista ainda maior.

Defender direitos é não ignorar que somos profetas em nosso tempo e que desigualdade nunca foi a perspectiva de Deus para a vida das pessoas. Pense nisso!

Pastor Fábio Quintanilha