EdileusaSP JoildaGAL MLviaPS Relacao Familia-Escola e as Influencias Na Aprendizagem[1]

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UEG UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA E AS INFLUÊNCIAS NA APRENDIZAGEM EDILEUSA DOS SANTOS PEREIRA JOILDA GOMES DE ANDRADE LIMA MARIA LÍVIA PEREIRA SOUSA INHUMAS 2006 EDILEUSA DOS SANTOS PEREIRA JOILDA GOMES DE ANDRADE LIMA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UEG

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE INHUMAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA E AS INFLUÊNCIAS NA

APRENDIZAGEM

EDILEUSA DOS SANTOS PEREIRA

JOILDA GOMES DE ANDRADE LIMA

MARIA LÍVIA PEREIRA SOUSA

INHUMAS

2006

EDILEUSA DOS SANTOS PEREIRA

JOILDA GOMES DE ANDRADE LIMA

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MARIA LÍVIA PEREIRA SOUSA

RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA E AS INFLUÊNCIAS NA

APRENDIZAGEM

Monografia apresentada ao curso de

Pós-graduação em Psicopedagogia, da

Universidade Estadual de Goiás

UEG,

Unidade Universitária de Inhumas sob

orientação da professora Ms. Marlene

Barbosa de Freitas Reis.

INHUMAS

2006

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Se realmente acreditamos que é possível

um outro mundo, é preciso investir no

conhecimento e, seguramente na

aprendizagem .

Juan Ignacio Pozo.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................

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CAPÍTULO I......................................................................................................

07

1.1 RELAÇÕES FAMILIARES ...................................................................... 07

1.2 RELAÇÃO ESCOLA/APRENDENTE ......................................................

09

1.3 RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA E APRENDIZAGEM ............................... 12

CAPÍTULO II.....................................................................................................

15

2.1 CONTRIBUIÇÕES E ENTRAVES DA EDUCAÇÃO ...............................

15

2.2 INFLUÊNCIAS NA APRENDIZAGEM .................................................... 17

2.3 FATORES DE INTERFERÊNCIA NA APRENDIZAGEM ....................... 19

CAPÍTULO III....................................................................................................

24

3.1 ESTUDO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................... 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................

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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ..................................................................

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ANEXOS ..........................................................................................................

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INTRODUÇÃO

A relação família / escola interfere no aprender?

É sobre esta relação que está baseado o nosso estudo, porém o nosso

foco principal é sobre as interferências que essas relações podem causar na

aprendizagem da criança. Como educadores preocupados em entender as

construções e reconstruções do aprendente no mundo da aprendizagem, e na

tentativa de compreendê-las de forma curiosa e ativa, buscamos refletir algumas

contribuições e entraves da busca do aprender, pois este constitui um dos

assuntos de fundamental importância à prática docente.

Diante das preocupações que nos movem, sentimo-nos motivados a

pesquisar sobre algumas interferências no aprender olhando a aprendizagem

numa relação significativa com a vida e as experiências adquiridas. Enquanto

educadores não podemos nos furtar aos desafios de nossa realidade, ainda que

devamos analisá-las criticamente.

Sendo o aprendente a peça principal do processo educacional,

esperamos melhor entender a relação família/escola, buscando compreender

como e até que ponto as relações familiares podem influenciar, tanto

positivamente como negativamente na vida escolar da criança e a partir daí

melhorar as relações de aprendizagem tornando-as mais fáceis e saudáveis.

Voltados para uma análise da realidade em que o essencial é conhecer

onde estamos para projetar o caminho a percorrer e buscar formas de mediação

para atingir nosso objetivo, estaremos desenvolvendo uma pesquisa aplicada,

buscando por meios de estudos teóricos e experiências vivenciadas por famílias e

escolas, compreender como se dà a relação de ambas com a aprendizagem.

Para que pudéssemos desenvolver nosso trabalho contamos com a contribuição

de escolas públicas municipais e privada do município de Itauçu e escolas

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municipais e estaduais do município de Santa Rosa. Tendo ainda a contribuição

de profissionais da Psicopedagogia e famílias que tornaram possível

complementar nosso estudo teórico.

O primeiro capítulo vem falar das relações familiares, levando-nos a

refletir a dimensão da concepção de família e as transformações pelas quais vem

passando ao longo da história. Fala ainda sobre a relação escola e aprendente,

onde podemos perceber a força que um exerce sobre o outro. Reflete ainda a

relação da família/escola com a aprendizagem, onde as questões vinculares e

metodológicas são de fundamental importância para o desenvolvimento da

criança.

O segundo capítulo nos apresenta a problemática das influências na

aprendizagem, ressaltando o desejo de aprender como um fator positivo para o

desenvolvimento da aprendizagem, refletindo também os fatores de interferência.

Outra questão apresentada são as mudanças educacionais como busca de

melhoria para o crescimento educacional da sociedade e garantia de acesso ao

conhecimento para todos, analisando as contribuições e as ideologias embutidas

nessas mudanças.

O terceiro capítulo destaca o resultado de nosso estudo, o qual vem

analisar os diferentes pensamentos sobre o assunto abordado, bem como

reflexões sobre o caminho a percorrer, levando em conta as diferenças, limitações

e ansiedades presentes no mundo das aprendizagens.

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CAPÍTULO I

1.1 RELAÇÕES FAMILIARES

Falar de relacionamento familiar é algo muito bonito porém muito difícil,

porque é uma arte. Não é simplesmente falar de um fazer, mas é falar de uma

vivência que implica deveres e direitos. Enquanto os pais ensinam na vida a

missão de ser filhos , os filhos ajudam os pais a entenderem e viverem a missão

de ser pai e mãe . Para isto temos à nossa disposição um grande valor que se

chama diálogo. Nos dias atuais, é preciso que se pense mais sobre isto.

Vejamos o que diz Cury a respeito desse assunto:

o dialágo desenvolve a solidariedade, companheirismo, prazer de viver, otimismo, inteligência interpessoal, pois bons pais conversam, pais brilhantes dialogam. Entre conversar e dialogar há um grande vale. Conversar é falar sobre o mundo que nos cerca, dialogar é falar sobre o mundo que somos (CURY, 2003, p.42).

Bondade e firmeza, são outros valores indispensáveis para o bom

desenvolvimento e equilíbrio da personalidade dos filhos. A bondade gera

confiança, a firmeza gera segurança. Pais que pensam em ser bons, mas não

usam de firmeza, são dominados pelo egocentrismo dos filhos. E pais que só

usam de firmeza sem o uso da bondade, são autoritários, geram medo e causam

insegurança. Portanto, nem a bondade nem a firmeza traumatizam a criança, mas

o mau uso delas.

Um outro valor que consideramos importante e indispensável para um

bom relacionamento é o respeito. Respeito para consigo e para com o outro.

Quando os filhos perdem o respeito pelos pais é porque os pais já o perderam por

si próprios, pois o respeito é o alicerce da boa convivência, tanto na família

quanto na sociedade. Também consideramos importante a questão dos limites.

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É necessário que o limite comece a ser trabalhado desde a formação da personalidade

da criança, uma vez que os valores estão sendo formados junto com o seu

desenvolvimento. Quando os pais permitem que os filhos, por menores que sejam,

façam tudo o que desejam, não estão lhes ensinando noções de limites individuais e

relacionais, não estão lhes passando noções do que podem ou não podem fazer. Cada

vez que os pais aceitam uma contrariedade, um desrespeito, uma quebra de limites

estão fazendo com que seus filhos não compreendam e rompam o limite natural para

seu comportamento em família e em sociedade. Os delinqüentes sociais nada mais

são que os folgados familiares que transformam o abuso entre as paredes do lar em

abuso externo.

Se existir o dialágo, a bondade, a firmeza, o respeito e o limite nas relações,

acreditamos que a criança crescerá aprendendo a assumir com responsabilidade as

suas atitudes e chegará à idade adulta com menos turbulência.

É preciso considerar que o momento histórico em que vivemos, estimula a

insegurança e não favorece a autonomia. As pessoas vivem com medo. Há violência

de todos os tipos que geram dependência e insegurança, o que acaba limitando a

liberdade das pessoas e ao mesmo tempo, incentivando as relações de dependência.

Quando nascemos somos totalmente indiferenciados, o bebê não tem consciência da

própria identidade é somente aos poucos que ele vai percebendo a si mesmo e ao

outro, sua relação com a mãe é simbólica, e ele começa a estabelecer vínculos que

mais tarde irão determinar a sua personalidade.

Para elucidar o nosso objeto de estudo vejamos o que é apresentado na

obra Relações Vinculares e Aprendizagem:

Em muitos casos, encontramos sentimentos hostis disfarçados, porém presentes na relação familiar, impedindo uma comunicação autêntica, o que impede o vinculo com mundo das idéias . (CHAMAT, 1997, p. 19)

Como vimos, a autora coloca que a falta de comunicação familiar é um dos

fatores que impedem a criança de estruturar e desenvolver seus pensamentos,

gerando medos e bloqueando o pensar, mais adiante sugere que seja feito o estudo da

criança com dificuldades de aprendizagem, a partir das influências causadas pela

família, somada as suas próprias características, dando ênfase a leitura e a

interpretação dos aspectos ocultos. Ou seja, aqueles aspectos que estão presentes

sem serem percebidos.

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Seguindo este raciocínio, acreditamos que para estudarmos a causa (motivo)

que conduz a criança a não aprendizagem, devemos adotar uma linha de investigação,

que nos leve a compreensão do indivíduo, da família e da escola. Quais os vínculos

existentes nessa relação, que levam a falta de conhecimento. De modo que, para

compreender a patologia do não aprender, será necessário observar minuciosamente a

maneira pela qual as pessoas se relacionam umas com as outras. Vale ressaltar, que

na compreensão do vínculo, é preciso considerar tanto os fatores ambientais, quanto

os fatores instintivos e psicológicos do indivíduo.

Segundo a autora citada anteriormente, um fato muito importante é o de que

quando as causas se encontram na ausência de vinculação do ser que ensina com o

ser que aprende, ou na inadequação da metodologia, cria-se um problema de

ensinagem e, a criança chega ao consultório sendo portadora das deficiências do outro,

presa a um verdadeiro emaranhado psíquico. Sendo assim, é importante considerar

que na maioria dos casos, as dificuldades de aprendizagem da criança brotam, tanto

do grupo familiar (e aqui vale esclarecer que, chamamos de grupo familiar todos

aqueles que estabelecem vínculos de convivência com a criança, não se tratando

somente da família biológica) quanto da instituição escolar. Sendo assim, o excesso e

a falta de gratificação, impedem o acesso da criança ao conhecimento, tornando-a

desprovida do desejo de aprender. Desta forma consideramos que a aprendizagem

brota de forma considerável e satisfatória, quando é estabelecido entre ensinante e

aprendente um vínculo de aceitação e confiança, a fim de evitar os bloqueios que

impedem a exteriorização do potencial do indivíduo.

1.2 RELAÇÃO ESCOLA/APRENDENTE

A Constituição Federal Brasileira garante a todos os cidadãos o direito a

Educação.

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho . (Artigo 205-CFB).

Direitos esses, que ainda não são respeitados. O direito está ali garantido

por lei, mas não há condições de vida para que a pessoa possa estudar. Para reverter

essa situação é preciso um outro caminho, um outro modelo, uma outra teoria, que

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supere o pensamento de que a criança aprende basicamente ouvindo o professor e

repetindo o que ele disse. E essa teoria tem que ser fundamentada na humanização,

ensinar para a compreensão. Não existe uma outra forma que possa sustentar esta

nova prática. E como faremos essa transformação? Ninguém faz nada sozinho. Por

isso, temos que ter a consciência de que esse trabalho não pode ser individual. É

preciso ser uma decisão política e pedagógica, para fazer com que de fato a escola

trabalhe pela inclusão. É evidente que se deve partir da esperança de que é possível

uma outra escola, assim como também é possível uma outra sociedade e que para

construirmos uma sociedade diferente, temos que trabalhar na perspectiva de idéias

diferentes e de novas possibilidades, pois só poderemos compreender os entraves da

vida, as diferenças sociais se formos capazes de integrar todo o tipo de conhecimento.

É como já dizia o grande educador Paulo Freire: O futuro é a possibilidade .

A escola que defendemos é aquela que fundamenta-se na racionalidade

dialógica, essencialmente comunicativa. Contra o modelo de escola que temos, que

acentua apenas a aquisição de conteúdos curriculares. A educação é muito mais que a

instrução. Temos consciência de que a educação é um processo a longo prazo e

precisa combater o imediatismo, porque para ser humanista e libertadora, precisa

construir entre ensinantes e aprendentes uma verdadeira consciência histórica. E isso

carece de tempo.

A escola de hoje encontra-se frente a grandes desafios, e nesse contexto de

impregnação do conhecimento, não pode ser mais um espaço, entre outros, de

formação. Mas precisa ser um espaço de múltiplos campos de formação, exercendo

uma função mais formativa e menos informativa, mais transformadora e menos

depositária, muito mais gestora do conhecimento social do que lecionadora. É lógico,

que as mudanças e as transformações provocam conflitos. Mas a escola tem

exatamente este papel, o de provocar confronto de idéias e aspirações para que a

partir daí nasça o novo, onde o nosso grande desafio é o de ajudar o aluno a construir

um sentido para a vida. E nada no meio escolar justifica aprisionar idéias, opiniões ou a

capacidade de expressar e criticar, porque a verdadeira liberdade de aprender reside

em ter um pensamento próprio.

A escola deve constantemente refletir sobre a responsabilidade em

promover a construção do ser-sujeito, pesquisador, reflexivo e consciente de suas

capacidades e potencialidades, buscando acompanhar os motivos e razões do não

desenvolvimento e saber o que ocorre, com cada aprendente: porque não está

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aprendendo? Por que a resistência em aprender? Possui algum bloqueio? Problema

neurológico? Crise familiar? Essas questões precisam ser discutidas e analisadas com

bastante cuidado, porque exigem um estudo detalhado e criterioso, de modo que, para

compreendermos tais questões é necessário investigarmos as causas que apontam

cada porquê , cada problema apresentado, o que requer a busca da investigação

proveniente de outros campos de conhecimento como: psicologia, neurologia,

psicopatologia, fonoaudiologia, antropologia e muitos outros.

Acreditamos que deveríamos saber mais sobre os processos mentais e

intelectuais, os hábitos e valores provocados e ativados pelo como ensinamos e pelo

como os educandos aprendem e se socializam. Pode ser oportuno lembrar alguns

estudiosos do desenvolvimento humano que com tanta ênfase nos chama a atenção

para a importância da ação e dos processos na nossa formação:

Com efeito, são as relações da psicologia do homem moderno com a família que se propõe ao estudo do psicanalista; esse homem é o único objeto que ele submeteu verdadeiramente a sua experiência, e se o psicanalista reencontra nele o reflexo psíquico das condições mais originais do homem, como pode ele pretender ajudá-lo de suas franquezas psíquicas sem compreendê-lo na cultura que lhe impõe as mais elevadas exigências, sem compreender também sua própria posição perante esse homem no ponto extremo da atitude cientifica? (J. LACAN, 1985, p. 57)1

Já para Dewey, tudo o que somos é resultado da herança passada de

geração a geração. Melhor deixar que o próprio fale sobre essas coisas:

Vivemos desde o nascimento até a morte em um mundo de pessoas e coisas, que é o que é, em grande parte, graças a tudo que tem deixado feito a herança transmitida pelas atividades humanas (J. DEWEY, 1963, p. 39)2

O que estamos sugerindo, é que para que ocorra a aprendizagem seja

necessário investigar os caminhos que impossibilitam o seu florescer. O que está

oculto, diante de uma queixa apresentada tanto pela escola quanto pela família? O que

encontra-se camuflado? Pois é somente a partir desta descoberta que seremos

capazes de chegar à metamorfose do conhecimento. Sendo assim, acreditamos que a

psicopedagogia apesar de ainda não ser considerada como ciência, o seu estudo,

1 J. Lacan, Os Complexos Familiares, Rio de Janeiro, 1985. 2 J. Dewey, Experience and education, Nova York, Macmillian, 1935-1963. in M. Arroyo, Ofício de Mestre, Rio de Janeiro, Vozes, 2002.

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muito poderá contribuir na busca do conhecimento para com as causas que dificultam a

aprendizagem.

Nosso sonho é um dia acordar e enxergarmos uma escola diferente, com

educandos sedentos de saber e educadores comprometidos, conscientes da

importância do trabalho que desempenham, apaixonados pelo que fazem. Também

eles sedentos pelo saber, pela construção, pela alegria de descortinar horizontes e que

busquem na pesquisa permanente, as respostas para uma educação cada vez melhor,

na qual se criem soluções conjuntas e todos se sintam responsáveis, tanto família

quanto escola, pela formação e promoção humana.

1.3 RELAÇÃO FAMÍLIA/ESCOLA E APRENDIZAGEM

As mudanças da sociedade, a crise do patriarcalismo, induzida pela

interação entre o capitalismo informal e os movimentos sociais feministas, manifestam-

se na crescente diversidade de parcerias entre indivíduos que partilham suas vidas. As

tendências sociais, econômicas e tecnológicas encontram-se presentes em todo

mundo, fazendo talvez com que a maioria das sociedades reconstruam ou substituam

suas instituições familiares de acordo com as condições específicas de sua cultura e

história.

É preciso refletir que o que está em jogo não é o desaparecimento da família,

mas sua profunda diversificação e a mudança do seu sistema de poder. Cada dia se

torna mais comum a criação de novos perfis de vidas familiares e de parentescos para

enfrentar os desafios e responsabilidades impostas pela era atual, pois na História não

há direcionamento predeterminado, mas pede de cada indivíduo a definição do seu

papel.

A palavra família pode ter diferentes significados, conforme a experiência de

cada um. Se analisarmos a família dentro da dimensão de tempo, poderíamos nos

questionar: como teria sido as famílias na era antiga? E na era moderna? Porém,

temos de analisá-las também na dimensão cultural, onde o meio e a forma em que

vivem são fatores que influenciam nas ações. Precisamos sim, analisar alguns

aspectos de mudanças, como: os espaços ocupados por homens e mulheres, tanto na

sociedade e no trabalho, quanto nos espaços privados e na afetividade familiar.

O nível de afetividade do sujeito determina seu envolvimento com situações novas e ou desconhecidas, das

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quais não tem controle, impedindo sua penetração no mundo das idéias por falta de pulsão para o conhecimento. Conseqüentemente, recalcando o saber . (CHAMAT, 1997, p. 61)

Outro aspecto a ser analisado é a transformação das relações sociais e

econômicas, gerando muitas vezes o individualismo e o distanciamento das pessoas. E

ainda a mudança de valores crescente no mundo globalizado, onde os meios de

comunicação de massa nos envolvem num mundo fantástico de modelos pré-

estabelecidos, de conduta e de consumo, que ao mesmo tempo encanta e assusta.

Numa reflexão pautada na realidade percebemos que a família é construída

cotidianamente, em nosso modo de agir com aqueles que são importantes para nós,

numa rede de relações e de responsabilidade entre as pessoas. E é nesse encontro de

redes entre escola-aluno-família, que se pode construir uma relação de troca, de

complementaridade que possibilita a todos educar e serem educados.

A compreensão do mundo que nos rodeia e suas características, a procura

de uma resposta às perguntas que a época atual nos apresenta, levam-nos a refletir o

passado, a origem do processo que estamos observando e vivendo. Desta forma se a

escola assume a missão de procurar situar os educandos na realidade com senso

crítico, sentindo-se integrada à mesma, é preciso recorrer ao passado para dar

elementos necessários para a compreensão do presente.

Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que freqüentam ( TIBA, 1996, p. 111).

Portanto, é preciso tomar consciência dos problemas de nossa época,

começar assumir um compromisso diante dos mesmos, o qual deve ser a contribuição

da escola à sociedade, pois a escola precisa criar condições para o aprendente

desenvolver a habilidade de aprender a aprender de modo que ele seja capaz de

continuar sua aprendizagem mesmo depois de deixá-la, levando consigo a certeza da

importância do tempo vivido para a aprendizagem e a capacidade de construir uma

história que tem a ver com nós mesmos.

À medida em que a sociedade vai se tornando cada vez mais dependente do

conhecimento, é necessário questionar a concepção de educação e de aprendizagem.

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É importante entender a aprendizagem como uma atividade contínua, que se estende

ao longo da vida.

Aprender é construir conhecimento - do latim, apprehendere, que significa

apanhar, apreender, apropriar-se, compreender. Para que a apropriação aconteça o

aprendente deve processar a informação que obtém na interação com o mundo dos

objetos e das pessoas.

Para que haja aplicação da informação, esta deve ser interpretada e

processada, o que implica a atribuição de significados, de modo que a informação

passe a ter sentido para o aprendiz. Sendo assim, aprender significa apropriar-se da

informação segundo os conhecimentos que já possui e que estão continuamente

reconstruídos.

Desta forma, tanto a escola quanto a família devem estar contribuindo para a

autoformação do individuo, ou seja, ensiná-lo a assumir a condição humana, tornando-

o cidadão e dando-lhe consciência do que isto significa. É neste sentido, que

percorreremos alguns caminhos trilhados pela educação brasileira, refletindo sobre as

contribuições, influências e interferências na aprendizagem.

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CAPÍTULO II

2.1 CONTRIBUIÇÕES E ENTRAVES DA EDUCAÇÃO

Na tentativa de melhor compreender o processo educacional e elucidar

nosso estudo percorreremos juntos um breve histórico da educação brasileira.

Nos primeiros tempos a escravidão e o descaso dos governantes foram dois

grandes empecilhos para o desenvolvimento da educação. Nossas primeiras escolas

começaram com os jesuítas, onde o ensino era para poucos. Com a expansão do

comércio e a abolição dos escravos cresce o fluxo de pessoas de outros lugares em

nosso país e junto a este progresso as novidades. Preocupados com o analfabetismo

impedindo a divulgação da religião surgem as escolas organizadas em séries e

disciplinas cientificas, mostrando com resultados a possibilidade de uma nova forma de

organização escolar. Posterior a isto surge o primeiro censo, apresentando um número

chocante de analfabetos, o que levou a elite a questionar o crescimento e o futuro de

um país com tal situação educacional.

Avançando na história percebemos as mudanças pelas quais a educação

percorreu no intuito de criar mecanismos que pudesse contribuir para um efetivo

crescimento intelectual da sociedade. Na década de 1930, cria-se o Ministério da

Educação e Saúde, e é publicado o Manifesto dos pioneiros da Educação, defendendo

o ensino integral, público e obrigatório. A nova Constituição Federal institui a educação

como direito de todos. E com o golpe do presidente Getúlio Vargas as mudanças

educacionais são interrompidas, vindo surgir posteriormente a UNE (União Nacional

dos Estudantes), lutando pelos seus direitos educacionais.

Na década de 1940 é estabelecido o ensino profissionalizante e a escola

torna-se, assim, um aparelho de reprodução de mão-de-obra e da ideologia dominante.

Na década de 1960 é promulgada a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional), dando um novo direcionamento à educação brasileira. Porém a grande

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contribuição surge com o método Paulo Freire, defendendo a valorização da cultura do

aluno como caminho para a conscientização política e a aprendizagem. Também nesta

década o Brasil enfrenta o início da ditadura militar, expandindo a educação nas

regiões urbanas, no entanto os investimentos se concentraram apenas nas

construções de prédios, esquecendo assim a qualidade do ensino e a valorização do

profissional da educação.

Na década de 1970 é ampliada a obrigatoriedade do ensino de 4 para 8

anos e acontece também a mobilização dos professores para recuperar as perdas

salariais e regulamentação da carreira de magistério. Com a morte de Jean Piaget na

década de 80 suas idéias construtivistas passam a ser discutidas, retomando as idéias

de educação popular e a necessidade de considerar os saberes da população menos

favorecida para dar sentido à educação.

Na década de 1990 o MEC lança a TV escola com a intenção de atualizar os

professores e cria o (Saeb) Sistema de Avaliação do Ensino Básico e o Exame

Nacional de Cursos. Usando maior estimulação da qualificação dos professores, mais

autonomia para as escolas e maior flexibilidade nos conteúdos. É aprovada a nova

LDB, mostrando às escolas as possibilidades de desenvolver uma educação

significativa, onde o aluno seja capaz de ver sentido naquilo que aprende.

Complementando a luta pelo avanço educacional é lançado também os Parâmetros

Curriculares Nacionais, dando suporte ao trabalho do professor e servindo de

instrumento útil no apoio às discussões pedagógicas e reflexões sobre a prática

educativa e material didático.

Diante de tais informações faz-se necessário uma análise das

transformações percorridas pelo processo educacional, sabendo da importância de

olhar o processo ensino-aprendizagem em uma dupla face: de um lado a

aprendizagem e do outro a não aprendizagem. Cada aprendente tem sua singularidade

e é a percepção desta singularidade que vai direcionar o processo do aprender, e não

um modelo universal de desenvolvimento. A escola por si, não forma o cidadão, a

escola o prepara, o instrumentaliza, dá condições para que ele possa se formar e se

construir ... ( Rodrigues, 2000, p. 56).

Nossa sociedade vive momentos paradoxais do ponto de vista da

aprendizagem. Cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de

aprender.

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Embora se diga que vivemos em uma sociedade do conhecimento o acesso

a esse conhecimento culturalmente gerado não é fácil, como mostram as inúmeras

mudanças do nosso sistema educacional na tentativa de atingir esse objetivo.

Sabemos que ainda não há acesso à educação para todos, pois mesmo que garanta

escola para todos, isto não quer dizer acesso ao conhecimento de todos. Estar na

escola não significa aprender. Aprender significa apropriar-se da informação segundo

os conhecimentos que o aprendente já possui e que estão sendo continuamente

reconstruídos. É preciso olhar a pessoa com um ser histórico, munido de experiências

e singular na sua modalidade de aprendizagem, portanto requer uma educação capaz

de compreendê-lo como tal.

Em contra partida a singularidade do aprendente, temos que analisar a

pluralidade do espaço escolar, onde é compreendido: atitudes, conhecimentos,

experiências, sentimentos, filosofia de educação e pessoas extremamente diferentes,

mas que se completam no dar e receber. Este espaço também é impregnado de regras,

de valores e de sentimentos contraditórios, os quais podem interferir direta ou

indiretamente no crescimento individual e coletivo.

Porém, não podemos nos esquecer que o conhecimento é uma das marcas

da atual sociedade e um elemento indispensável para a formação da cidadania, por

isso é importante que lutemos para que todas possam desfrutar deste tesouro.

2.2 INFLUÊNCIAS NA APRENDIZAGEM

Para melhor compreendermos o tema em questão recorremos a informações

que possam contribuir para o entendimento do estudo proposto. Influência é o ato ou

efeito de influir, é a ação que uma pessoa ou coisa exerce sobre outra (FERREIRA,

2000). Neste sentido analisaremos as influências tanto das relações escolares quanto

das relações familiares no processo de aprendizagem da criança.

Sabemos que o ser humano é um ser inacabado, que nunca é, mas que está

sempre vindo a ser. Diante desta certeza acreditamos que as experiências vividas por

ele influenciam positivamente ou negativamente no seu desejo para o aprendizado,

sendo este condição importante na interligação do sujeito com o desejo de

conhecimento, oportunizando uma aprendizagem mais rica.

Para que o desejo seja caminho que conduz à aprendizagem é

imprescindível que haja uma relação harmoniosa, permeada pelo diálogo entre

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aprendente e ensinante, onde um conheça a vida do outro, não apenas na sala de aula,

mas também em espaços individuais presentes no contexto, tais como: a

personalidade, o grau de interesse pelo estudo, o convívio familiar e as oportunidades

disponibilizadas pela mesma. Estas diferenças devem ser consideradas em sua

totalidade, pois cada um possui a sua história, sendo portanto, fruto da mesma.

Então, despertar o interesse pela aprendizagem é permitir que os

aprendentes descubram suas pontencialidades, bem como o seu jeito de aprender sem

ferir seu jeito de ser.

A aprendizagem é o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo que se expressa diante de uma situação problema sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência. (JOSÉ & COELHO, 2001, p.11)

Analisando a aprendizagem como geradora de mudanças ela propicia ao

aprendente a percepção entre o que está aprendendo e a sua vida, envolvendo

raciocínio, análise, imaginação e criatividade. Porém, para refletir a relação família,

desejo e aprendizagem é importante pontuar alguns aspectos que contribuem ou

dificultam o processo do aprender: reconhecer que a família, independente do modelo

como se apresenta, pode ser um espaço de afetividade e de segurança, mas também

de medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até de violência. Reforçando assim, a

necessidade de conhecermos os alunos e as famílias com as quais lidamos para

melhor mediar o aprendizado.

Outro aspecto relevante para nossa reflexão é a relação família/escola, onde

um sempre espera algo do outro. E para que isto ocorra é preciso que sejamos

capazes de construirmos coletivamente uma relação de diálogo mútuo, onde cada

parte envolvida tenha o seu momento de comunicação propiciando uma efetiva troca

de saberes.

É a família quem primeiro propicia experiências educacionais à criança e tais

experiências resumem-se num treino para as aprendizagens futuras. Neste sentido é

preciso que tenhamos consciência que uma atitude de desinteresse e de preconceitos

pode danificar a relação com o desejo e a aprendizagem, trazendo sérios prejuízos

para o sucesso escolar, pois entendemos que a escola enquanto mediadora do

conhecimento seja responsável por oportunizar um ambiente de crescimento intelectual

e sobretudo de crescimento global, onde o aprendente seja valorizado como sujeito

pensante e construtor da sua própria história.

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O dever da família com o processo de escolaridade e a importância de sua

participação no contexto escolar é reconhecido na legislação nacional, como no

Estatuto da Criança e do Adolescente:

É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação... ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Os pais ou responsáveis tem a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino . (Lei 8069/90, nos artigos 4º e 55).

Diante desta informação temos que refletir e nos questionar quanto à

questão da participação da família na Escola. É preciso ter clareza do que vem a ser

participar da vida escolar, pois esta participação vai além de estar presente nas

reuniões para ouvir informações burocráticas ou comportamentais e auxiliar nas tarefas

de casa.

Pontuando o desejo de aprender de conformidade com a vivência de cada

família, compreenderemos a complexidade e a diversidade da busca e do objetivo da

aprendizagem para cada aprendente.

Qual o significado da aprendizagem para uma família de profissionais bem sucedidas? E numa família de analfabetos, o que significa aprender?... Como se dá à relação das expectativas de pais e filhos quanto ao saber e o não saber?... O que a família ensina e o que aprende?... (KAMILOT, 1997).

Compreendemos aprendizagem e desejo como elementos de um mesmo

processo, dinâmico e abrangente, no qual a participação da família é fundamental na

motivação para a aprendizagem, pois neste processo, o desejo é que impulsiona a

construção cognitiva e a busca constante no caminho do saber. Portanto a história

familiar e as histórias individuais mutuamente se influenciam, se definem, interagem e

se constróem.

2.3 FATORES DE INTERFERÊNCIA NA APRENDIZAGEM

Como mencionamos na introdução, nosso foco principal são as

interferências das relações familiares e escolares na aprendizagem. Porém,

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entendemos ser necessário fazer menção a alguns fatores que também interferem no

aprender.

As dificuldades de aprendizagem se manifestam de diferentes maneiras, e

apresentam inúmeros fatores de interferência, como: orgânicos, que diz respeito ao

funcionamento do organismo, onde a saúde, a alimentação, o sono, o sistema nervoso

central e os problemas neurológicos interferem no aprender. Temos ainda os

transtornos na área perceptivo-motora e linguagem, os quais dão importantes

contribuições para que a criança possa internalizar, representar e simbolizar a

experiência externa. Outro fator que interfere é o psicógeno, ele se refere a ordem

interna, da estrutura individual do sujeito e está relacionado ao desejo que a criança

tem de aprender, sendo o desejo já refletido anteriormente em nosso trabalho. E por

fim os fatores ambientais que são de ordem externa ao sujeito. Portanto, depende das

possibilidades oferecidas, de material disponível, das experiências vivenciadas e

estímulos oferecidos tanto em qualidade, quanto em quantidade.

Sabemos que é por intermédio do outro que a criança aprende a interpretar

o mundo em que vive, observando, perguntando, levantando hipóteses, buscando

informações, explorando, experimentando, confrontando idéias, comunicando e

registrando suas descobertas.

A criança quando nasce é desprovida de condições individuais de

sobrevivência. Precisa de alguém que cuide, alimente e a proteja. Será portanto, por

meio do outro que ela constituirá seus primeiros significados sobre o meio, descobrindo

assim suas possibilidades de aprender. Essas possibilidades serão ampliadas uma vez

que proporcionadas à criança situações em que seja solicitada a agir e interagir sobre

os objetos e os seres presentes à sua volta.

É também pela imitação que a criança aprende. Suas possibilidades de

construção do conhecimento estão ligadas aos modelos que tem a seu dispor.

Denominamos, modelos de aprendizagem, todo conhecimento que o sujeito vai internalizando a partir das primeiras relações vinculares. Trata-se de formas de comunicação que ensinam a criança a perceber e a lidar com o mundo que a cerca, determinando o modo pelo qual irá interiorizar significantes e significados, ou seja, futuras aprendizagens . (CHAMAT; 1997, p. 83).

A informação aqui explicitada vem reforçar o pensamento de que as

aprendizagens são feitas por meio da ação e observação sobre o meio e o outro, de

acordo com as interações sociais que vivencia. Nessa perspectiva, tanto o espaço

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escolar, quanto o espaço familiar oferecem modelos, situações, informações e

elementos diversos para que a criança possa construir suas formas de agir, pensar e

promover ou ampliar seus conhecimentos.

Nas relações familiares podemos ainda acrescentar os vínculos definindo a

qualidade das relações onde as imagens positivas ou negativas são registradas e

arquivadas diariamente.

O que gera os vínculos inconscientes não é só o que você

diz, mas também o que eles vêem em você. Muitos pais

falam coisas mas tem péssimas relações na frente delas:

são intolerantes, agressivos, parciais, dissimulados...

Tudo que é registrado não pode mais ser deletado, apenas

reeditado através de novas experiências antigas . (CURY;

1997, p. 23).

Sabemos que a família é uma instituição importante, e por mais que venha

sofrendo mudanças em sua configuração, seu objetivo básico continua pautado na

tarefa de adultos cuidando de crianças. Mas sabemos também que a família não é o

único envolvimento da criança, há interferências o tempo todo e com elas atitudes que

interferem no desenvolvimento.

Diante disso é necessário uma congregação de forças, onde família, escola

e comunidade, todos imbuídos nesta tarefa se torne possível mudar a realidade e criar

oportunidades de crescimento para todos.

Acreditamos que tanto na família, quanto na escola, a ausência de disciplina

e de limites, são fortes fatores de interferência no desenvolvimento da aprendizagem

da criança.

Na tentativa de resolver a questão, muitos pais e educadores cometem erros,

por não saberem como lidar diante desta situação. A melhor forma de ajudar a criança

é levá-la a repensar suas atitudes, analisando seus atos e comportamentos e ao

mesmo tempo, tentando fazer com que saiba se colocar no lugar do outro. Estamos

convencidos de que a prática desta educação estará desenvolvendo na criança uma

personalidade de liderança, ponderação e segurança nos momentos turbulentos. E

para ilustrar de forma brilhante nosso pensamento: A maturidade de uma pessoa é

revelada pela forma inteligente com que corrige alguém . ( CURY, 2003, p. 95).

Quando pensamos em ensinar normas, dar limites, exige-se também a

reflexão no sentido de identificar formas mais eficientes de comunicação. Reprovar

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atitudes negativas é uma forma de dar limites, porém a contradição deseduca. Pede-se

gritando, que a criança não grite, dizendo que isto é errado. Pede-se que ela não faça,

fazendo exatamente aquilo que se está tentando proibir. Estamos diante de uma

mensagem contraditória. A falta de coerência, regras e limites, deixa a criança à

mercê de seus impulsos. Segue tentando viver sempre em nome do prazer e da

satisfação imediata de seus desejos. Não aprende a considerar a realidade, não

aprende a tolerar as frustrações inerentes à vida.

Para que limite e disciplina sejam eficazes é importante que a criança seja

punida com as conseqüências de seus atos, isto é, sinta que desagradou e

experimente certa culpa. Isto é importante, porque a culpa desencadeia o pensamento

e então o mecanismo de controle vai se estabelecendo, levando a criança a pensar

antes de agir.

Um outro fator de interferência que destacamos é a motivação. Os

educandos se despem de seu cotidiano ao ingressar no mundo da instituição escolar,

onde tudo é previamente determinado: horários de entrada e saída, professores,

disciplinas, salas de aula, livros, materiais didáticos, conteúdos curriculares, normas

disciplinares etc. Enfim, tudo o que se possa imaginar de anti-motivador encontra-se na

escola.

O professor é desafiado a motivar seus alunos para a aprendizagem, para o

conhecimento científico. Mas vejamos: se num primeiro momento os alunos não podem

levar sua vida cotidiana para escola, se são submetidos a uma estrutura totalmente

regrada, não parece lógico deduzir que seu pensamento, suas idéias, sua imaginação,

sua criatividade também tomem a forma quadrada que a escola lhes impõe? Por que,

então exigir que eles estejam motivados, entusiasmados para a aprendizagem? Como

exigir deles criatividade e espírito crítico, se tudo conduz para a convergência? É

possível obrigar os alunos a se apaixonarem pelas matérias escolares, quando estas

não se ligam à sua vida diária?

A verdade é que existe uma enorme distância entre escola e o mundo

exterior, mesmo que o conteúdo dessas duas realidades seja o mesmo, as formas de

percebê-los são muito diferentes. Enquanto em nossa vida cotidiana os conhecimentos

se manifestam de maneira assistemática, espontânea, na escola eles são

sistematizados, pré-definidos. Com freqüência, os conteúdos apresentam-se como

conhecimento que devem ser aprendidos independente do interesse dos alunos.

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Não temos a pretensão de oferecer soluções ou fórmulas prontas, nem

responder de forma categórica as problemáticas que impossibilitam a aprendizagem.

Diante deste quadro, queremos apenas apresentar alguns caminhos que possam

viabilizar o desenvolvimento como: descobrir o que é aprendizagem significativa para

os alunos; envolver por meio de técnicas variadas de ensino-aprendizagem os

educandos na reconstrução ativa do conhecimento sistematizado; adotar como forma

de trabalho o método dialético, onde o primeiro passo consiste em conhecer, através

do diálogo com os alunos, qual a vivência cotidiana do conteúdo, proporcionando-lhes

ações que identifiquem o nível de motivação.

Sendo assim, analisaremos no próximo capítulo os resultados de nosso

estudo, observação e pesquisa, afim de melhor refletir as relações com a

aprendizagem.

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CAPÍTULO III

3.1 - ESTUDO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

No intuito de investigar e analisar a realidade dentro de uma dimensão

prática e tendo este trabalho como foco a pesquisa qualitativa, optamos por entrevistar

psicopedagogos institucionais, professores, coordenadores, famílias e alunos de

escolas públicas e privadas dos municípios de Itauçu e Santa Rosa. A presente

pesquisa tornou possível reforçar a idéia sobre a importância da participação e

cooperação da família na vida escolar das crianças. Contribuiu também, com nosso

estudo teórico acerca das relações familiares e escolares, e suas influências na

aprendizagem.

A questão metodológica desta pesquisa, assim como do nosso estudo está

centrada na abordagem qualitativa por considerar as possibilidades de descoberta da

realidade, oferecendo uma multiplicidade de horizontes que possam colaborar para as

possíveis mudanças, onde será permitida uma criação teórica e prática de uma

realidade interativa e histórica.

De um lado a realidade histórica vem sendo concebida como estruturas

naturais e sociais, não podendo ser ignoradas, de outro lado ela é condicionada pela

possibilidade da intervenção humana e de mudanças de postura e atitudes diante da

realidade. E é por acreditar nestas possibilidades que desenvolvemos nosso trabalho.

Outra metodologia utilizada foi a observação assistemática, a qual

oportunizou conhecer aspectos não mencionados nas entrevistas ou no estudo teórico.

Assim como a entrevista, a observação ocupa um lugar privilegiado nas abordagens

educacionais, pois possibilita perceber as atitudes e reações diante das questões

abordadas.

A oportunidade de diálogo com as pessoas, assim como a observação,

possibilitou refletir diferentes visões de participação, acompanhamento, cooperação e

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envolvimento da família na educação escolar, a família entrevistada aqui chamada de

família A responde:

O envolvimento da família na escola é de fundamental importância para o meio familiar e social, pois com a presença dos pais na escola, os alunos se tornarão capazes e valorizados e terão um desenvolvimento maior além de tudo dedicarão aos estudos com mais responsabilidade e confiança. A partir do momento que a família participa das atividades, das reuniões, dos conselhos da escola, com certeza ganharão escola e comunidade, pois hoje não se fazem mais trabalhos isolados. Através dessa participação teremos escolas comprometidas com os ideais e os valores da comunidade local .

A escola precisa rever sua forma pedagógica de lidar com os problemas que

os alunos enfrentam, isso faz com que o professor use de jogo de cintura para fazer

suas aulas mais atrativas e mais prazerosas, as causas da indisciplina na escola são

várias: violência, drogas, problemas de relacionamento. E é necessário que a escola

saiba lidar com essas causas, porém no quadro educacional que vigora em nosso país,

em nossas salas de aula, não nos capacita o suficiente para solucionarmos bem esses

problemas. Temos hoje um ensino que preocupa mais com teorias, papéis, índices de

aprovação e tantas coisas mais e se esquecem do quanto é importante o papel do

educador e qual é realmente a finalidade que deveria desempenhar em uma sala de

aula com crianças e adolescentes.

Nessas circunstâncias a escola necessita da cooperação da família, como

afirma a família B:

A Escola necessita da família em toda e qualquer circunstância, no que se diz respeito à criança, família e escola precisam se completar, uma não caminha sem a outra. Na parte física e funcional muitas vezes acho que a família pode cooperar com a escola, participando efetivamente para melhorias e aquisição de material, para que os alunos tenham um local mais confortável e um material melhor para sua aprendizagem .

Apesar de considerarmos importante o papel da família na participação do

desenvolvimento da aprendizagem da criança, percebemos que mesmo tendo um

discurso favorável , muitos pais entram em contradição, apresentado depoimentos que

se distanciam da prática.

Faz-se necessário, que as famílias percebam que a escola é uma parceira e

não a única responsável pela educação de seus filhos, tendo que haver portanto, um

trabalho mútuo entre ambas as instituições.

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Na entrevista feita com professores e coordenadores, também foi possível

observar a unanimidade de pensamento em relação a necessidade dessa parceria,

pois a educação começa em casa e se complementa na escola, desta forma necessita

de uma atuação conjunta no processo ensino aprendizagem.

Segundo o professor A é importante o envolvimento da família em todas as

circunstâncias, vejamos:

É fundamental que seja feito um trabalho de parceria entre escola e família, evitando que aconteça uma transferência de responsabilidades, pois está enraizada em nossa cultura que a escola é o segundo lar. A família deve estar presente em todas as circunstâncias, principalmente quando a escola depara com algum problema, tanto no comportamento, quanto na aprendizagem. É preciso que haja uma interação, que a escola conheça o cotidiano do aluno para facilitar a solução dos problemas .

As escolas estão abrindo as portas para a família se envolver na

aprendizagem, porque os tempos mudaram e hoje é imprescindível a presença da

família na escola. Atualmente as crianças começam a estudar cada vez mais cedo em

relação há alguns anos, por isso é importante o envolvimento da família na

aprendizagem dessa criança. O próprio sistema ensino-aprendizagem tem a

necessidade do acompanhamento dos pais.

A família e a escola devem criar laços, pois as crianças e adolescentes

passarão grande parte de seu tempo na Escola, e todo laço pode criar conflitos entre

as partes, pois a relação de afetividade interfere na aprendizagem. A boa escola

permite que os pais questionem, opinem e tenham suas sugestões levadas a sério. É

importante assegurar que exista um canal constantemente aberto para o diálogo.

Esse pensamento dos professores vem ser reforçado pela fala dos alunos

que também analisam a participação da família como um fator de suma importância na

aprendizagem, como cita o aluno A:

Além do apoio moral, a família desempenha um papel

importante nas minhas atividades escolares, e é bom lembrar

que foi através dela que eu entrei na escola, a partir daí, eu

recebi a ajuda nas atividades que o professor passava para

mim e sempre ajudado e apoiado pela minha família eu fui me

desenvolvendo e com o tempo eu não precisei da ajuda, mas

continuei com o apoio moral da minha família que é muito

importante .

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Vale ressaltar ainda a importância também de estarmos analisando a visão

psicopedagógica diante da atual política educacional de incentivo a participação do

grupo familiar na educação escolar, a qual acredita que tais implicações sejam

variáveis de acordo com a realidade das unidades de ensino, assim como das famílias.

Conforme nos fala o psicopedagogo A:

Em primeira instância vê-se esse incentivo como forma de buscar a melhoria da escola, porém, ao se analisar com mais profundidade percebe-se que os resultados devem ser bem maiores. A partir das relações estabelecidas com a escola e conseqüentemente com outros grupos familiares a família passará a se avaliar e poderá perceber que aquela maneira de agir, até então tida como correta, deve ser revista e pode ser melhorada. Hoje temos diferentes modelos de famílias, é importante que, independente da forma como está estruturada, essa família ofereça segurança para a criança se desenvolver tanto no que se refere ao cognitivo, quanto ao objetivo comum da família e da escola em estar formando um cidadão capaz de interagir e promover mudanças positivas e significativas na sociedade. Na grande maioria dos casos observados é possível detectar claramente que a relação familiar interfere na aprendizagem, onde são os alunos cujas famílias são melhor equilibradas e presentes na escola que apresentam melhor aprendizagem, se destacando. Porém, há casos que divergem desse ponto de vista, pois alunos oriundos de famílias com relações bastante tumultuadas, que não lhes oferecem subsídios emocionais necessários a uma boa aprendizagem, aprendem extraordinariamente, assim como outros, de famílias aparentemente equilibradas, apresentando dificuldades de aprendizagem e até mesmo de relacionamento .

Portanto, podemos concluir que todo tipo de relacionamento interfere no

desenvolvimento, tanto positivamente como negativamente. Porém, não podemos nos

esquecer das singularidades de cada indivíduo, onde as possibilidades de crescimento

também podem ser um fator individual que mesmo diante de conflitos possam vir a si

desenvolver.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sociedade em que vivemos precisa de indivíduos que possam continuar

o processo de aprendizagem de forma independente, mas que não perca a identidade

da sociedade a qual está inserido. Considerando o caráter dinâmico destas sociedades

faz-se necessário a realização de uma tarefa educativa ao nível das exigências dessa

dinamicidade.

Essas considerações nos levam a concluir que a modernidade deve

reinventar uma nova forma de fazer educação, com preocupações contínuas e

permanentes, construindo novas estratégias para atender a diversidade das pessoas

envolvidas.

Nosso estudo proporcionou a observação da complementariedade existente

entre família, escola e aprendizagem, onde a responsabilidade da família é de ser

apoio, buscando manter os laços de afetividade, de proteção, além de favorecer que o

indivíduo seja ele mesmo e possa encontrar-se num conjunto de convicções e

experiências de vida fundamental ao seu processo de aprendizagem.

Percebeu-se ainda que as mudanças ocorridas no processo educacional na

tentativa de avançar nas possibilidades de melhor mediar os conhecimentos,

contribuíram por reforçar a responsabilidade da escola em preparar o aluno para uma

visão ordenada do universo. Assim, a escola não pode viver isolada da família e da

sociedade. Ela deve ser um espaço problematizador, criador e mediador dos

conhecimentos, além de estabelecer parceria e divisão de responsabilidades.

É oportuno ainda refletirmos o peso da sociedade de consumo, interferindo

na participação da família no processo de desenvolvimento da criança. A ausência da

família é muitas vezes justificada pela falta de tempo, pois necessitam trabalhar

exaustivamente para suprir as exigências de consumo ou para garantir a sua

sobrevivência. Este distanciamento traz consigo a falta de proteção, afetividade,

enfraquecimento dos vínculos familiares e do desejo de ir em busca do conhecimento.

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Como vimos no decorrer do estudo a escola até o século XX considerava

que as crianças aprendiam basicamente ouvindo as informações e repetindo-as. Hoje

sabemos, que esta forma de ensinagem é muito limitada e que existem diferentes

processos envolvidos no ato de aprender.

É importante que analisemos o quanto as teorias educacionais ainda estão

distantes da prática cotidiana. Falamos de inclusão nas escolas, mas ensinamos a

todos da mesma maneira, os currículos impostos ainda norteiam a educação sem

considerar a singularidade de cada um, sua história de vida e suas limitações. É

necessário repensar nossos conceitos de aprendizagem e desenvolvimento,

respeitando as condições individuais e transformando-as em suporte para novas

descobertas e novas possibilidades de crescimento.

É preciso querer aprender. É preciso despertar o amor pela aprendizagem,

pois é o amor pelas idéias que possibilita à humanidade crescer.

Este trabalho não tem a pretensão de oferecer soluções ou fórmulas prontas,

nem responder de forma categórica as problemáticas que impossibilitam o nosso objeto

de estudo. As preocupações sobre o assunto, não se esgotam aqui, mas implicam

novas pesquisas e novas investigações. Antes porém, consideraremos-nos

imensamente felizes, se pudermos contribuir para o encaminhamento do raciocínio e o

aclaramento das idéias, com relação aos entraves existentes na relação família/escola

e as influências no desenvolvimento da aprendizagem.

O nosso desejo, é que possamos oportunizar uma relação reflexiva e de

confiança, entre todos aqueles que tiverem a o oportunidade de conhecer o nosso

despretensioso trabalho.

Os resultados obtidos, vem reforçar que a escola e a família devam ser

caminhos de luz, para que verdadeiramente cada aprendente consiga construir algo

duradouro e seja capaz de ser ao mesmo tempo aprendente e ensinante, pois a

comunicação entre as pessoas pode ser fonte de riquezas, alegrias e oportunidades.

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Page 33: EdileusaSP JoildaGAL MLviaPS Relacao Familia-Escola e as Influencias Na Aprendizagem[1]

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Guia de Entrevista Família

1- Você acha importante o envolvimento da família na educação escolar?

2- Em que circunstâncias a escola necessita da cooperação da família?

3- Qual o envolvimento da sua família na escola?

Guia de Entrevista - Aluno

1- Para você a escola necessita da cooperação da família? Em quê? Ou por

quê?

2- Qual a participação da sua família em suas atividades escolares?

Guia de Entrevista Professores e Coordenadores

1- Você acha importante o envolvimento da família na educação escolar?

2- Por que as escolas estão chamando a família a se envolver na

aprendizagem em casa e na escola?

3- Em que circunstâncias a escola necessita da cooperação da família?

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Guia de Entrevista Psicopedagogo Institucional

1- Quais as implicações da atual política educacional de incentivo a

participação do grupo familiar na educação escolar?

2- Na sua opinião a relação familiar interfere na aprendizagem?