Edição VII

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Revista Ponto Fin@l Edição 07 | Ano 0 www.otempo.com.br/pontofinal APOIO O TOP HIERÁRQUICO DA PONTO FIN@L: DESEJOS DE UM ILUMINADO NATAL E BRILHANTE ANO NOVO. SEM RETICÊNCIAS! Hotelaria: Sleephotels lança Hotel Twist Inn em Lafaiete-MG Teatro: Éderson Clayton, promissor talento mineiro nas estradas do “teatro essencial” Moisés Mota editor e diagramador Elder Martinho diretor Paulo Antunes consultor-editorial e revisor Cristiano Trad

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Diretor: Elder Martinho | Editor: Moisés Mota | Revisor: Paulo Antunes

Transcript of Edição VII

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Revista Ponto Fin@lEdição 07 | Ano 0 www.otempo.com.br/pontofinal

Apoio

O tOp hierárquicO da pOntO Fin@l:

desejOs de um iluminadO natal e brilhante anO nOvO.

sem reticÊncias!

Hotelaria: Sleephotels lança Hotel Twist Inn em Lafaiete-MG

Teatro: Éderson Clayton, promissor talento mineiro nas estradas do “teatro essencial”

Moisés Mota editor e diagramador

Elder Martinho diretor

Paulo Antunes consultor-editorial e revisor

Cristiano Trad

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OS ARTIGOS SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, INCLUSIVE CÓPIAS, NÃO REPRESENTAN-DO NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA DIREÇÃO E EDITORA DESTA REVISTA DIRETOR: ELDER JOSÉ MARTINHO PE-REIRA JORNALISTA RESPONÁVEL: JOELMIR TAVARES EDITOR: MOISÉS MOTA CONSULTOR EDITORIA E REVISOR: PROF. MS. PAULO ROBERTO ANTUNES. LICENÇA CREATIVE COMMONS - ATRIBUIÇÃO - USO NÃO COMERCIAL - OBRAS DERIVADAS PROIBIDAS 3.0 BRASIL. COM BASE NA OBRA DISPONÍVEL EM WWW.OTEMPO.COM.BR/PONTOFINAL. PO-DEM ESTAR DISPONÍVEIS PERMISSÕES ADICIONAIS AO ÂMBITO DESTA LICENÇA EM WWW.OTEMPO.COM.BR/PONTO-FINAL. REVISTA ELETRÔNICA, ATUALIZADA A CADA 30 DIAS. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA, ALAMEDA JUCA MAIA, 52, CENTRO, CONSELHEIRO LAFAIETE - MG, CEP: 36.400-000 E-MAIL: [email protected]

Índice03.

Editorial | Elder Martinho

04. Caricatura | Jorge Inácio

05. Aristóteles Drummond | Política

06. Julio lellis | cinema

07. RAIMUNDO COUTO | VEICULO

08. Claudia Castelloes | Vinhos

09.Paulo Antunes | CRÔNICA

10. Moisés Mota | Imagem

11. Chico Vartulli | Arquitetura

14. DOUGLAS HENRIQUEs | ARTIGO

15. Galeria de Arte | FERNANDO PACHECO

20. EDSON PUIATI | GaSTRONOMIA

22. encanta lafaiete-mg em sua 12ª edição

23. rede hoteleira portuguesa “sleep hotels”

investe em Lafaiete e região

24. primeiro encontro das comunidades afro-

descendentes em dimantina

25. Exposição DUO une obras de Annie Rottens-

tein e Nemer

26. Sensação britânica, James Blunt vem a Beagá

com a turnê Some Kind of Trouble

27. Equipe multidisciplinar usa hidroterapia

para tratamento de enfermidades, trans-tornos e traumas

28. Teatro: o ator Ederson Clayton fala de sua

trajetória e de “Deuses”

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Editorial

Elder Martinho colunista do jornal O Tempo (BH), Correio da Cidade (C. Lafaiete) e Ponto de Vista (Ouro Branco) radialista e diretor da revista Ponto Fin@l

Mensagem de fim de ano...

Chegamos à 7ª Edição da Revista Virtual Ponto Fin@l, gentilmente hospedada no site deste grande jornal mi-neiro, O Tempo. E esta última edição que será publicada

este ano é, paradoxalmente, a primeira a anunciar a conti-nuidade desse órgão informativo eclético em 2012, realizado por uma pequena equipe também eclética e heterogênea que valoriza a pluralidade de pensamentos, a democracia, as mais diferenciadas formas de publicações... enfim leva a sério a questão da informação, da liberdade de expressão. Somos conscientes de nosso papel fundamental para a consolidação da democracia e da construção da cidadania que também se faz por meio de leituras de variados órgãos de imprensa que divulgam diversificadas mensagens, ideias, pensamentos. O mundo não pode parar e ninguém pode detê-lo e também a ninguém é dado o direito de bloqueá-lo com atos e ideologias impregnadas de ódio, padroniza-ções arcaicas, retrocessos políticos, humanitários... A alma do homem nasceu para ser livre e sempre assim o será. Já tentaram tantas vezes, em épocas outras, aprisionar ideias, pensamentos e gentes que pensavam diferente dos que se pretenderam donos do poder. Não deu certo: Hitler que o diga, Stalin também, bem como os muitos generais/dita-dores da América do Sul e de outras partes do mundo que tentarem deter os rumos da história, o voo da alma huma-na em busca de novos horizontes. Não conseguiram, feliz-mente. O Bem sempre falou, fala e há de falar mais alto. Aos nossos leitores, agradecemos o carinho, as ma-nifestações de entusiasmo e incentivo que tanto nos ani-maram. E, nesta oportunidade, desejamos a todos um fe-liz Natal, repleto de festejos encantadores e mágicos, e, mais ainda, um Ano Novo no qual todos tenham oportuni-dades iguais, os homens sejam mais irmãos e menos ego-ístas, as pessoas valorizem os outros não pelo o que eles têm, mas sim pelo que são: um 2012 de prosperidade, amor, paz, saúde... sem guerras, fomes, discriminações ét-nicas, religiosas, sexuais. Que todos tenham suas oportu-nidades e felicidade, independentemente de suas orienta-ções nas mais diversas áreas do fértil campo humano. Meu agradecimento especial aos colunistas, jorna-listas, fotógrafos e todas as pessoas que direta e indireta-mente fazem da Ponto Fin@l uma revista realmente “sem reticências”. Em especial ao editor Moisés Mota e ao consul-tor-editorial e revisor, Paulo Antunes que, juntamente co-migo, num trabalho de artesãos, produzem esta revista e a deixam à disposição de todos que dela queiram usufruir. Hasta luego, Hasta 2012.

Fabiano Domingos

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[email protected]

Ipatinga - MG

JorgeInácio

John Lennon

(Liverpool, 9 de outubro de 1940 - New York, 8 de dezembro de 1980)

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São Paulo é a mais im-portante cidade do Bra-sil. Pela população, pela

sua economia, pelo papel que representa na vida nacional. Tem uma tradição de prefei-tos importantes na história, desde Antonio Prado, passan-do por políticos de dimensão nacional como Adhemar, Jâ-nio, Covas, Faria Lima, Maluf e Olavo Setúbal. Isso só para ficar nos mais conhecidos.O prefeito Gilberto Kassab surgiu e se projetou nacio-nalmente com a sua eleição e, agora, na liderança de um partido que é, inequivocada-mente, uma realidade surpre-endente. Agregou um grupo político grande e de qualida-de acima da média nacional.É natural que sua prioridade seja eleger seu sucessor, por ser ele o prefeito em segun-do mandato e pelo partido que precisa mostrar que tem força no seu berço. E tem um nome de invejável valor, conhecido em todo o Brasil, candidato que foi à Presidên-cia da República na primeira e mais bonita eleição direta das últimas décadas, a de 89, que elegeu Fernando Collor, mas tendo na corrida nomes como Lula da Silva, Leonel Brizola, Maluf, Covas, Aure-liano e Ulysses Guimarães. Trata-se do vice-governador Guilherme Afif Domingos que,

da atividade e da lideran-ça empresarial, surgiu como um político de boa conduta e boas ideias. Foi um parlamen-tar exemplar na Constituinte.Seu nome transita entre as forças vivas da sociedade paulistana, políticas, sindi-cais, intelectuais e empresa-riais. O povo já o consagrou em eleição para o Senado, que perdeu por muito pouco. Fora os partidos de ideologias

mais radicais, não sofre, nem poderia sofrer, qualquer re-sistência em outras agremia-ções igualmente importantes como o PSDB, de quem foi aliado nos dois últimos plei-tos, dos Democratas, que o acolheram por muitos anos, do PP de seu companheiro de ideias liberais Paulo Maluf, do PTB, do chamado centro democrático e até do PMDB que, mesmo vindo a ter nome próprio, em segundo turno, naturalmente, o acom-

panhará. Para uma sociedade que aspira a um nome acima de qualquer suspeita, limpo, preparado, cordial, inserido num contexto de desenvol-vimento urbano com ética e transparência, o novo partido não saberá explicar ao eleito-rado uma escolha diferente.O PSDB e, especialmente, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não terá como discordar da indica-ção daquele que é o vice-governador, aliado correto e escolhido pelas qualidades de homem público. E não por conchavos partidários.Ao que tudo indica, as forças políticas de São Paulo devem se ocupar apenas da escolha de quem enfrentará o can-didato que, mais do que do PSD e do Prefeito Kassab, é um nome que surge natu-ralmente. Pelo menos para aqueles que, antes de pensa-rem em termos políticos, ra-ciocinam em termos cívicos.Essa não é uma análise, mui-to menos uma posição polí-tica. É uma constatação que não pode – nem deve – ser ignorada. Por todos os mo-tivos, São Paulo merece um gestor moderno, empreen-dedor, ético e aglutinador.

Aristóteles DrummondCANDIDATO NATURAL

Jornalista, vice-presidente da Asso-ciação Comercial do Rio de Janeiro [email protected]

O povo já o con-sagrou em elei-

ção para o Sena-do, que perdeu

por muito pouco.

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Li os escritos de um crí-tico brasileiro tentando diminuir a honradez de

Helen Mirren pelas suas par-ticipações “eróticas” em Ca-lígula e Excalibur. Eu e mais outros rebatemos esses co-mentários desse homem que é mero observador do mundo, que se dedica a expor seus recalques disfarçadamente. Infelizmente um dos contestadores precisou dimi-nuir Fernanda Montenegro, dizendo que ela fez várias “besteiras” em novela e ci-nema também. Fiquei pen-sando neste nosso Brasil que não aplaude o sucesso.Não apóia os vencedores, como disse Tom Jobim: “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal”. Debrucei-me sobre a obra de um cineasta chama-do Beto Carminatti, assisti a alguns de seus filmes, iniciei com o filme “Mystérios”. Na primeira cena, o ator Carlos Vereza caminha e passa pró-ximo a alguns lençóis, a ima-gem parecia uma pintura. Nos primeiros minutos, exis-te uma repetição do texto, para que você não se esque-ça do que vai ver e acontecer. Tudo preciso. Nesse mesmo filme, quando as portas se abrem, ouvimos o ator em off: “é como se aberta uma porta, ela estivesse indican-do a alguém indeciso qual o rumo a tomar”. Mais adian-te do filme há uma frase que

sintetiza o que quero dizer-lhes: “o cinema paranaense continua desconhecido”. Quis saber mais quem era esse cineasta, profissão tão rara, pois hoje se filma televi-são e se exibe nos cinemas. Consegui alguns filmes: “Mapa Imúndi”, que retrata crianças próximas ao fogo dizendo palavras soltas. Pa-recia uma obra saída do bor-dado do artista plástico Jorge Fonseca que em suas viagens de trem, bordava palavras em tecidos. Ambos não se conhecem (acredito eu), mas suas obras se comunicam.

Outros filmes desse cineas-ta, Beto Carminatti, como “Büchner” (vida e obra do dramaturgo alemão Georg Büchner: um jogo de espe-lhos com seus fantoches), o documentário “Serpente Negra”, que traz como tema central grafites feitos por presos do sistema penitenci-ário estadual; também o be-líssimo “O Mistério da Japo-nesa”, que tem um cuidado especial com a fotografia: Ao assistirmos, se pararmos a cena, pensamos que é uma fotografia que possa ser ex-posta em qualquer museu

internacional. Esse cineasta investiga as palavras, filma as palavras. Queria assistir outros filmes. “O Marinhei-ro”, por exemplo. Sei que ele é um cineasta premiado, mas onde encontrá-lo? Não sei, em locadoras não há. Não existe nenhum festival, que eu saiba, que tenha mostrado a sua obra. Ficou combinado não sei por quem, que todos têm de estar aqui na região sudeste; e ele está em Curi-tiba. Aqui nesta região, en-contramos quem constroem casebres e diz que é casa, que faz choupanas e chama de palácios. Precisamos des-ses filmes próximos a nós. Queria ver mais, não a obra completa, pois também não quero conhecer a obra com-pleta de Maria Bethânia, Chi-co Buarque, Jorge Fonseca nem desse Beto Carminatti, pois o que é bonito, neste país, é que ainda essas obras estão em construção. Va-mos perceber o outro, aplau-dir... Sei que é difícil quando os aplausos não são para a gente, mas vale a pena ten-tar: palmas para Chico, Be-thânia , Jorge , Beto, Bre-nos, Marias, Joanas, Andrés, Paulos, Moisés e que o cine-ma do Paraná saia de suas mediações. Bons sonhos.

[email protected]

Rio de Janeiro - RJ

Arquivo Pessoal

O Brasil que não aplaude o sucesso

Julio Lellis

O CINEMA pARANAENsE CONTINUA DEsCONhECIDO

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A evolução que o automó-vel popular vem sofrendo desde sua introdução no

mercado brasileiro não é nada comparada à revolução que está por vir nesse segmento e que tem data marcada para acontecer. A partir de 2014, tudo será diferente nesse uni-verso criado para que o maior número de consumidores possa ter acesso ao seu carro próprio. Não há como negar, aspiração maior de 10 entre 10 pessoas que sonham, um dia, em poder contar com a liberdade de ir e vir a hora que bem entender. O cenário, como está pin-tado na atualidade e que tem a liderança das quatro grandes montadoras instaladas no Bra-sil há décadas, será modificado. Sem querer aqui fazer previsões ou especular o que o futuro nos reserva, é bom que o amigo(a) leitor conheça as novidades que estão a caminho e que farão, cada vez mais fértil, o campo das opções que estão começan-do pelo que já está disponível como o compacto Nissan March, produzido no México, que entra no Brasil sem restrição alfande-gária, e que por isso mesmo po-derá custar menos de R$ 28 mil. Desde a implantação dos novos fabricantes de veículos no país, esta é a primeira incursão em um terreno onde há grande preocupação é a escala de pro-dução, que permite ao fabrican-te contar com volume de vendas e ganho de pontos percentuais de participação de mercado. A reboque desse lançamento, a Nissan anunciou nova planta por aqui, desta feita em Re-sende, no Estado do Rio, justa-mente para produzir esse carro e os que dele poderão derivar.

A propósito dessa montadora japonesa, que tem seu controle nas mãos da francesa Renault, seu comandante, um brasilei-ro que se chama Carlos Ghons, disse em alto e bom tom, du-rante a recente apresentação do Duster, S.U.V da Renault, que o Brasil, hoje no quarto lu-gar no ranking entre os países que mais fabricam automóveis, poderá, em médio prazo, tirar o Japão da terceira posição e estar entre os três maiores do planeta, junto com a colossal

China e os Estados Unidos, ber-ço do automobilismo mundial. Voltando às novidades que nos esperam em curto es-paço de tempo, contaremos com produtos de fabricantes tradicionais como a Fiat, que acaba de viver o mais relevan-te momento deste ano com a chegada do Novo Palio. Os ita-lianos já armaram acampamen-to em Pernambuco, na cidade de Goiana, para ali erguer sua segunda indústria no país. Des-sa linha de montagem, sairá o substituto do Mille. Essa nova oferta do catálogo Fiat aten-derá, claro, às exigências que estarão em vigor daqui a dois anos e que implica na obrigato-riedade, de contar, entre outros

itens de segurança, com ABS e airbag de série. O novo car-ro situa-se abaixo do Uno, que segue sua vida normalmente. Ainda pelos grandes e co-nhecidos produtores, a Volkswa-gen não confirma a data, mas terá o subcompacto UP em terri-tório tupiniquim, isso está mais do que acertado. Por seu turno o UP retira de linha a última car-roceria do Gol “bolinha” ainda à venda, a conhecida como G4. Para encerrar a primei-ra parte de duas que envolve o abrangente rumo que estamos seguindo em direção ao futu-ro, virá da Bahia, mais preci-samente de Camaçari, o mode-lo que aposentará o Ford kA e que tem a letra B e o número 562 para identificar o proje-to. Inteiramente novo, a partir de uma inédita plataforma, o One, como é conhecido inter-namente, deverá ser equipado com motor Ecoboost, de três cilindros e será feito para aten-der demandas de países emer-gentes como a China e a Índia. Na próxima oportuni-dade, vamos comentar sobre as novas fábricas que estão a caminho de se instalarem no Brasil, dos automóveis que sur-girão depois de inauguradas e, claro, de outras duas grandes novidades que se avizinham, ambas japonesas, uma da Hon-da, o Brio, e a outra da Toyo-ta, o Etios, nome que receberá o subcompacto que será mon-tada na fábrica que está sendo construída em Sorocaba, inte-rior de São Paulo, e que tem o meio do próximo ano como a data definida para iniciar a produção de veículos. Até lá!

Jornalista [email protected]

Belo Horizonte - MG

Raimundo CoutoNADA sERÁ COMO ANTEs I

(...) o Brasil, hoje no quarto lugar no ranking

entre os países que mais fabricam automó-veis, poderá, em médio prazo, tirar o Japão da

terceira posição e estar entre os três maiores

do planeta (...)

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Embora ainda muitas pesso-as desconheçam a existên-cia dos vinhos orgânicos,

biodinâmicos e naturais, eles estão se tornando cada vez mais presentes no mercado devido ao novo conceito de sustentabilida-de que existe hoje pelo mundo. O conceito que surgiu mais recentemente são os vi-nhos “naturais”, para cujo termo não há nenhuma regulamenta-ção específica e dizem parecer mais uma jogada de marketing do que realmente uma certifi-cação de qualidade. Por exem-plo, os produtores desse vinho chegam ao ponto de não acei-tarem a utilização dos conser-vantes (SO2 – INSS220) que são essenciais para a conser-vação de um vinho. Logo as chances desses vinhos naturais estragarem são enormes, o que deixa claro que podem até ser naturais, mas sem qualidade. No caso dos vinhos orgâ-nicos, há um controle de certi-ficação sobre eles e o nome or-gânico vem no rótulo do vinho. A produção desses vinhos é re-alizada apenas com elementos orgânicos, não sendo permitido o uso de pesticidas, herbicidas no controle de pragas. Trata-se de um trabalho mais complexo e bem mais caro para o produtor,

mas que traz benefícios a lon-go prazo ao meio ambiente. O controle das pragas é feito pelos insetos e animais que convivem na plantação. A principal con-dição para que um vinhedo seja considerado orgânico, é o uso de produtos naturais e de origem biológica. Porém, em alguns ca-sos, a utilização da química no combate de certos problemas ainda é feita de forma mui-to restrita, pois mesmo com a conscientização da importância do tratamento orgânico, mui-tos produtores julgam sensato algum auxílio da química: são os vinhos quase orgânicos, caso em que mui-tos produtores abrem mão do certificado por esse motivo. Os vinhos biodinâmicos, além de serem orgânicos, sem utilizar os aditi-vos químicos e priorizar o trata-mento orgânico, levam em conta as normas do “biodinamismo”, como a influên-cia do sol, da lua e de outros astros na agri-cultura. É tam-bém considera-do um estilo de vida da maioria dos viticultores que o seguem. Muitos enca-ram como uma seita, haven-

do alguns exageros. Pelo que podemos perce-ber, sempre surgem novidades e novos nomes com relação ao vinho. A todo momento, esta-mos descobrindo algo novo, uma nova técnica, um novo aroma, enfim, é um assunto que tem sempre muitas informações. Portanto, para quem gosta de conhecer as novidades, vale a pena experimentar pelo menos para saber o que acha, mesmo que o resultado não seja tão po-sitivo, pois o que importa é es-tar aberto a novas experiências.

Enófila e empresá[email protected]

Conselheiro Lafaiete - MG

Claudia CastellõesVINhOs ORgâNICOs

A principal condição para que um vinhedo

seja considerado orgâ-nico é o uso de produ-

tos naturais e de origem biológica

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Saudade é um sentimen-to nostálgico que reaviva memórias ternas relativas

a pessoas, coisas, sensações... Não creio que haja no mun-do quem nunca atravessou por esse túnel e reviveu em suas abstratas paredes cenas, chei-ros, sons, falas... Tudo em ritmo de êxtase e suspiros alongados. O coração batendo apressado na busca de muito sangue para clarear o dia da memória, fe-cundando vida nos neurônios. Ela traz consigo o aguçar do olfato, tato, visão, audição e paladar... Os sentidos rodopian-do como átomos dispersos, sem propósito previamente acertado. A verdadeira saudade não é pro-gramada; ao contrário, surge do nada e nos pega desprevenidos em nós mesmos e de nos pró-prios. Daí impossível desviar-se do terreno movediço em que se afunda nossa mente e, lá, parali-sados, no fundo escuro abaixo da linha da realidade, transitamos como sonâmbulos, vivenciando um passado que chegou a nós por meio de um cheiro, um som, um toque, uma visão, um gosto... Quem nunca mergulhou em sua adolescência ao sentir o cheiro do perfume que usou naquela época? Quem nunca metamorfoseou-se em cenário, enredo e protago-nista de sua própria infância ao rever um alguém bem velhinho que, em épocas outras e longín-quas, fora o ser que o carregara no colo, fizera-lhe agrados e em momentos vibrantes fora tam-bém criança na interação lúdica? Ter saudade é ter um pas-sado e pessoas que possuem um passado a ser lembrado não vi-vem em vão, pois fazem história. São agentes de tempos céleres e formidáveis que o mundo viven-cia na pós-modernidade, pois o presente de cada um escora-se no passado que teve. É o homem

o produtor, o agente-paciente de sua própria história; único capaz de modificá-la. E esse papo de destino é uma esfarrapada des-culpa dos homens para justifica-rem suas falhas e incapacidade de aprender com elas. Somos donos de nossa história e a nós cabe conduzi-la e aprimorá-la. Como tudo no mundo, a saudade deve ser moldada, bem dosada... Quando vivenciada em demasia, torna-se um mal, um mal porque deixa o cérebro imerso no passado e isso nos incapacita de viver com plenitude o presente.

E mais importante que o passado é o presente, afinal ele é o que de real existe e há para ser apri-morado, remediado, vivenciado. Já contabilizo muito ami-gos de minha faixa etária que estão entrando num processo perturbador de se engasgarem nas lembranças, apegarem-se a elas e se esquecerem de que outras possibilidades de prazeres estão à disposição no presente. Isso fica nítido a todos quando as pessoas começam a conju-gar os verbos no pretérito. E daí vem um desfile de: naquele tem-po, naquele dia, naquela mesa, quando eu era criança, quan-do eu era jovem... Há clichês e clichês para a busca forçada da saudade. Algo nada salutar. Há que se ter saudade, sim: de tudo que foi bom, fez amadurecer, crescer... Mas não

há por que se apegar a essas nostalgias e torná-las uma cons-tante no presente. Não é no pre-sente o lugar do passado; os dois são tempos verbais bem diferen-ciados. E o somatório de ambos é o futuro que a nós pertence e não a Deus como querem muitos. O depois é nosso, pois o fabricamos no agora com as ex-periências do antes. Experimen-te ficar inerte, sem mover uma palha para seu aprimoramento profissional. Provavelmente irá engrossar a fila dos desemprega-dos, pois os tempos estão mais para os que se pretendem cada vez melhores do que para os que se idealizam bem acomodados. Não se pode viver uma vida que já se foi. Não há como ter novamente os quinze anos na palma da mão, a vivacidade do riso juvenil, a vitalidade sexual dos 22 anos... Mas há como ter prazeres semelhantes vivencian-do novas experiências, ambien-tes, pessoas... E para tornar o presente produtivo e mais maleá-vel, de vez em quando se faz ne-cessário o sabor de uma saudade, daquele beijo roubado, daquele baile, daquela loucura, daquela aula assassinada em plena sexta-feira, à beira do sábado, que era o dia melhor naqueles tempos. Ter saudade é legal, é jus-to, é humano. Ter saudade pode e deve ser o ponto inicial de re-flexões para se mover no pre-sente, aprendendo a aprimorar-se e tornar-se mais humano. Não se deve esquecer o passado, mas também não se pode viver dele/nele. Faça a operação matemática perfei-ta para melhorar a vida: adi-cione as experiências passadas aos atos do presente para se ter um total prazeroso no futuro. E continue tendo suas saudades. É salutar ter sauda-de até mesmo de ter saudade.

Professor universitário, consultor-edito-rial e revisor da Revista Ponto Fin@l

[email protected] Lafaiete - MG

Divulgação

É o homem o produtor, o agente-paciente de sua própria história; único capaz de modificá-la. E

esse papo de destino é uma esfarrapada desculpa dos homens para justificarem

suas falhas e incapacidade de aprender com elas.

Paulo AntunesA sAUDADE pRODUTIVA

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Carina Couto

editor da RPF [email protected]

“Talvez isso seja amor. Talvez não.

Seja lá o que for, é incondicional.”

Fernanda Young

Moisés MotaIMAgEM

https://www.facebook.com/Poeticas

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Apartamento, com vista privilegiada, nada mais, nada menos, que a Tour

Eiffel. Design e tradição, uma releitura muito feliz, onde foram preservadas a disposição dos ambientes. A fachada, tipica-mente francesa, com heras que dão vida ao imóvel. A suite, em obras, seguirá o tom moderno e acolhedor, mas o grande es-petáculo é a vista, a imponên-cia de um dos mais famosos cartões postais do mundo, a velha senhora, toda em ferro. À noite, a torre se ilumina e de 20 em 20 minutos, suas luzes dançam , num piscar frenético, de suas milhares de lâmpadas. As cores deram um toque de modernidade, o contrate en-tre o antigo e o novo é mais um diferencial. Recém-reformada, tem uma localização privilegia-da, uma rua calma e exclusi-va e, ao mesmo tempo, perto da agitação de um bairro. Nela encontra-se o minimalismo, tão raro em Paris. O imóvel com 200 metros é outro dado importan-te. O espaço deu oportunidade para ser explorado sem a colo-cação de peças pesadas. Todos os móveis, leves, foram feitos para o apartamento. Observe o detalhe da sala de jantar, que ganhou, móveis de design, mais uma vez contrastando com o antigo. Uma estante se desta-ca, ao fundo. O imóvel está lo-calizado no último andar, o que permite explorar o pequeno gi-rau. A mesa e cadeiras, também com design simples e chic, dão o toque moderno ao ambien-

te. O living, claro e despojado, nos faz apreciar os detalhes, rigorosamente, displicentes. E, para finalizar, vamos ao escritó-rio, rigorosamente no estilo do jantar. A mesa, moderna, ca-deiras estilosas, mas o grande detalhe é a janela, bem ao esti-lo françês, com vista das arvo-res, deste pequeno e românti-co paraíso no coração de Paris. Com inspiração em Ver-sailles, este apartamento, situ-ado numa das mais chics e tra-dicionais zonas de Paris, o 16o arrondissemant consegue, com maestria, traduzir a beleza do novo e do antigo juntos. Para

um jantar, o ambiente possui uma mesa e cadeiras moder-nas, encimadas por um lustre de cristal, que mostra toda, a competência do designers fran-ceses. O chão, propositalmen-te sem tapetes nos faz desco-brir toda a beleza do parquet. Se o morador precisar marcar uma reunião de negócios, o mesmo ambiente se prestará a isso, com grande competência. O living segue a mesma tendência: móveis de linhas simples e contemporâneos. Um sofá e poltronas, mas a lu-minária de pé chama a aten-

ção de todos que o visitam; é uma maravilhosa criação. Os sofás forrados em veludo vi-nho, e as poltronas em verde esmeralda, aquecem o ambian-te. A lareira, e o espelho aci-ma dela, são objetos do desejo daqueles que apreciam o belo. Novamente, o chão des-nudo nos faz pensar como a madeira clara valoriza o am-biente. Janelões descortinam a vista de uma calma rua de Paris, e a cidade é deslum-brante em qualquer estação. O hall, de medidas far-tas, proporcionou aos arquite-tos, um aproveitamento mui-to bom. Ao entrar, se avista o armário embutido tipicamente de países frios. Quando o pro-prietário chega, tem a facili-dade de guardar seus perten-ces de inverno. Assim, espero que os leitores aproveitem!

BRUNO RYFER

Arquiteto [email protected]

Rio de Janeiro - RJ

Chico Vartulli

ARQUITETURA E DECORAÇÃO

O espaço deu opor-tunidade para ser

explorado sem a co-locação de peças

pesadas

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Com inspiração em Versailles, este apartamento, situado, numa das mais chics e tradicionais, zonas de Paris, o 16o arrondissemant, consegue, com maestria, traduzir a beleza, do novo e do antigo, juntos. Para um jantar, o ambiente, possui uma mesa e cadeiras modernas, encimadas por um lustre de cristal, que mostra, toda, a compe-tencia do designers franceses. O chão, propositalmente, sem tapetes, nos faz, descobrir toda a beleza do parquet,Se o morador, precisar, marcar uma reunião de negócios, o mesmo ambiente, se prestará a isso, com grande competencia.O living, segue a mesma tendencia, móveis de linhas simples e contemporaneos. Um sofá e poltronas, mas a lu-minária de pé, chama a atenção de todos, que o visitam, é uma maravilhosa criação. Os sofá, forrado em veludo vinho, e as poltronas em verde esmeralda, aquecem este ambiante. A lareira, e o espelho, acima dela, são objetos do desejo daqueles, que apreciam o belo.Novamente, o chão desnudo, nos faz pensar , como a madeira clara, valoriza, o ambiente. Janelões, descortinam a vista, de uma calma rua de Paris, e esta cida-de, é deslumbrante, em qualquer estação.O hall, de medidas fartas, proporcionou aos arquitetos, um aproveitamento, mto bom,. Ao entrar se avista o armário, em-butido tipicamente de países frios. Quan-do o proprietário, chega, tem a facilidade, de, guardar seus pertences de inverno. Assim, espero que, os leitores aproveitem!

foto:Marc Moillet

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Tour Eiffel. Design e tradição, uma releitura mto feliz, onde foram preservadas a disposiçao dos ambientes. A facha-da, tipicamente francesa, com eras, que dão vida ao imóvel. A suite, em obras, seguirá o tom moderno e acolhedor, mas o grande espetáculo é a vista, a imponencia de um dos mais famosos, cartões postais do mundo, a velha senhora, toda em ferro. A noite a torre se ilumina e de 20 em 20 minutos, suas luzes daçam , num piscar frenetico, de suas mi-lhares de lampadas. As Côres deram um toque de mo-dernidade, o contrate entre o antigo, e o novo, é mais um diferencial. Recem reforma- do, tem uma localização privilegiada, uma rua calma e exclusiva, e, ao mesmo tempo, perto da agitação do bairro. Aqui encontra-se o minimalismo, tão raro em Paris. O imóvel com 200 mts2, é outro dado importan- te. O espaço, deu oportu-nidade para ser explorado, sem a colocação de peças pesadas. Todos os móveis, leves, foram feitos para o apartamento. Observe o de- talhe da sala de jantar, que ganhou, móveis de design, mais uma vez contrastan-do, com o antigo. Uma estan- te, se destaca, ao fundo. O imovel, está localizado, no ul- timo andar, o que permite, explorar o pequeno girau. A mesa e cadeiras, também com design simples e chic, dão o toque moderno ao ambiente. O living claro e despojado, nos faz apreciar os detalhes, rigorosamente, displicentes. E, para finalizar, va-mos ao escritório, rigorosamente no estilo do jantar. A mesa, moderna, cadeiras estilosas mas, o grande detalhe é a

janela, bem ao estilo françês, com vista das arvores, deste pequeno, e romantico paraíso no coração de Paris.

foto: Jules Jerôme

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O passado é a coisa que mais muda. Conside-rando que os historia-

dores estão sempre retocando um ponto ou outro das ver-dades antes sabidas, a frase deixa de ser esdrúxula. E não são apenas os fatos históri-cos tidos como verdadeiros que sofrem variações: a for-ma de percepção desses fatos também se altera. O foco que antes era lançado sobre um aspecto dos acontecimentos pode ser desviado para outro. Na esteira desse pensamen-to, uma plêiade de cidadãs e cidadãos de boa cepa, repre-sentantes da melhor socie-dade de Ritápolis, São João del-Rei e Tiradentes, resol-veu chamar a atenção para um detalhe da Inconfidência Mineira: não é só na morte de Tiradentes, patrono cívi-co da Nação Brasileira, pro-tomártir da independência do Brasil, que devemos refletir: uma grande glória da Nação Brasileira está no nascimento do herói, que deveria ser co-memorado com toda a inten-sidade. Temos que badalar mais os nossos sinos quan-do nasce um Tiradentes do que quando ele morre sufo-cado pela corda do opressor. Esses três municípios, através de um belíssimo de-

creto conjunto, instituíram a “Comenda da Liberdade e Cidadania”, a ser conferi-da em dia próximo ao 12 de novembro de cada ano (data do batismo de Tiradentes), a personalidades que se desta-caram em prol do incentivo, apoio e divulgação das ativi-

dades relacionadas à liberda-de e à cidadania, com vistas a transformar a semana de nascimento do alferes em um período voltado para seminá-rios, palestras, debates, um grande evento cultural, a fa-vor do civismo e do naciona-lismo, de que se encontram carentes os pilares da pátria. O 21 de abril é uma data importantíssima e os seus

acontecimentos não devem ser jamais esquecidos, em nome de proveitosa lição para um país livre, mas o 12 de novembro também deve ser festejado, a bem do exemplo, para que todos saibam, eter-namente, que o solo pátrio é generoso na geração de ho-mens de fibra, modelos para as gerações vindouras. Com esse espírito foi concedida, na Fazenda do Pombal (onde nasceu Tiradentes), no último dia 13 de novembro a comen-da “Liberdade e Cidadania”. É muito justo registrar os que estão à proa deste ato da maior nobreza, inte-grando o Conselho da Me-dalha: Chanceler: Eugênio Ferraz; Vice-Chanceler: Wai-ner de Carvalho Ávila; Se-cretário: Francisco José dos Santos Braga; Vice-Secre-tário: Auro Aparecido Maia de Andrade; Antônio Ronato de Melo: Prefeito de Ritápo-lis; Nivaldo José de Andrade: Prefeito de São João del-Rei; Nílzio Barbosa: Prefeito de Tiradentes e os três Presi-dentes das Câmaras Munici-pais, respectivamente: Marco Antônio Heitor dos Santos, Mauro Alexandre Carvalho Duarte e Rogério de Almeida.

Advogado e presidente da Academia de Ci-ências e Letras de Conselheiro Lafayette

[email protected]

Temos que badalar os nossos sinos quando nasce um Tiradentes, não quando ele morre

sufocado pela corda do opressor.

Arquivo pesoal

Douglas HenriquesLibertas et Civitas

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Galeria deArte

Fernando pacheco

Artista Plástico

Fernando Pacheco expôs individualmente em todas principais Galerias de Arte de Belo Horizonte. Sua obra está representada em diversos e importantes acervos e coleções particulares do exterior e do Brasil. A trajetória de Fernando Pacheco passa pelos prin-

cipais Museus de todo o País. Obteve 20 premiações, 35 distinções diversas, realizou 45 in-dividuais e teve sua obra comentada por mais de 100 críticos e /ou intelectuais brasileiros. Pacheco integra a G-Onze, Associação para o Desenvolvimento da Arte e da Cultura, for-mada por ícones consagrados da Arte Brasileira, com sede em São Paulo. Internacio-nalmente expôs em Buenos Aires - Argentina; Santiago – Chile; Miami, Chicago e Nova York – EUA; Tóquio, Atami e Kioto – Japão; Auckland e Wellington – Nova Zelândia. Já foram lançados 4 Livros sobre a obra do Artista. De acor-do com o escritor Bartolomeu Campos de Queirós, “Fernando Pache-co tem seu espaço definitivamente marcado no movimento artístico nacional”.

Vista parcial da Exposição na Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro. Out-Nov-2011

Nina Pacheco

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Fernando Pacheco em seu Atelier Belo Horizonte. Nov-2011

Fernando Pacheco e Carlos Heitor Cony na Abertura da Exposição “Palavras Sem Língua”

de Pacheco na Academia Brasileira de Letras, no

Rio de Janeiro. Out-2011

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Fernando Pacheco na Fazenda do Pombal, São João Del Rei, ocasião das solenidades de agraciamento da Comenda “Li-

berdade e Cidadania”, com a qual o Artista foi homenageado. Nov-2011.

Fernando Pacheco e Nina em seu Atelier em

Auckland Nova Zelandia. Set-2011

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Fernando Pacheco junto às obras de sua Mostra “O Papel do Artista”, quando foi lançado o Livro de mesmo nome, na Galeria Livrobjeto em Belo Horizonte, out-2011. A Exposição estará aberta ao público, a partir do dia 16 de novembro no Museu Casa dos Contos em Ouro Preto onde Fernando Pacheco foi homenageado com a medalha “Tomás Antonio Gonzaga” da Ordem dos Cavaleiros da

Inconfidência Mineira.

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Este foi o tema do Congres-so Internacional de Gas-tronomia – Mesa Tendên-

cias, realizado pelo Senac São Paulo e a Revista Prazeres da Mesa, de 25 a 27 de outubro, enfocando este ano Itália-Brasil. Entre as várias influên-cias culturais e religiosas que nosso país possui, podemos destacar a Itália com sua gas-tronomia, que é forte em qua-se todas as regiões brasileiras. Qual cidade não possui uma pi-zzaria? Quem não aprecia uma lasanha, um canelone, uma macarronada? Pois bem, con-siderei a escolha fantástica, pois a Itália esta mesmo inse-rida no nosso dia-a-dia. Nesse congresso, ficaram evidentes as inspirações, influências, re-leituras de “lá” e de “cá”, cria-tividade e, acima de tudo, uma alimentação saudável em har-monia com o meio ambiente. As estrelas que se apre-sentaram nos três dias, encan-taram a nós e se encantaram por conhecer nossa cultura e gastronomia. Gualtiero Marche-si - Milão, considerado o pai da cozinha contemporânea italia-na; Aimo Moroni e sua esposa Nadia - Milão, grandes protago-nistas da cozinha contemporâ-nea italiana; Samantha Aquim – Rio de Janeiro, deu show sobre chocolates e o cacau brasileiro (está mudando a história do ca-cau neste país); Bernard Twar-dy – Beach Park Ceará, tem um trabalho de cozinha sustentável de dar inveja a qualquer chef; Luca Montersino – Turim, é um dos mais importantes confeitei-ros da Itália, possui filial de sua

confeitaria em Tóquio e agora em New York. Davide Oldani – Milão, de jogador de futebol à sua segunda paixão: Cozinha, e é considerado o chef POP na Itália, inventa e reinventa constantemente, procura criar inclusive seus próprios utensí-lios, visando à praticidade; Er-nesto Iaccarino – Sant’Agata sui Due Golfi, um dos lugares mais lindos da Itália, de família tradicional, possui uma grande propriedade rural onde cultiva a maioria de seus insumos pre-sentes no cardápio; Dario Cec-

chini – Toscana, o irreverente açougueiro, ficamos orgulhosos de vê-lo trabalhar com tanto amor à profissão de açouguei-ro, trata a carne como uma obra de arte, valorização que precisamos dar à cada área de uma cozinha. Outros chefs tam-bém participaram de palestras, debates, workshops, apresen-tações: uma semana de gas-tronomia e cultura em Sampa. A mensagem apresenta-da por essas “estrelas” nos aju-da a entender onde estamos e para onde devemos ir. Sabemos que nossa cultura é eclética e miscigenada por várias nações, precisamos aprender que a co-zinha deve possuir emoções,

sensações, alegria, prazer. É necessário criar uma emoção no preparo de cada prato, um en-redo, uma história, viver cada momento do alimento. Comida é cultura, é alma, é memória! Ser contemporâneo é nascer entre o recuo absolu-to do tradicional e a vanguar-da, entre as técnicas novas e as antigas, devemos entender que o prato elaborado deve ser memorável, pois é na memória das pessoas que os pratos farão história com seus perfumes, sa-bores, texturas em cada pessoa com sua característica pessoal e regional. Devemos manter ao máximo a condição primária dos alimentos, sermos cons-cientes em cada ação. Utilizar os conhecimentos, experimen-tos, técnicas e tecnologias em favor da cozinha consciente. A cozinha sustentável ainda foi o grande motivo de discussão do congresso neste ano: o desperdício, o desrespei-to aos alimentos, ao meio am-biente, à saúde, comprar sem-pre o necessário, aproveitar ao máximo o alimento. Vale ressal-tar que ainda jogamos 37% dos alimentos produzidos no lixo; é preciso conhecer a origem dos produtos e os produtores. Pre-cisamos eliminar tudo que for supérfluo da mesa, decorações exageradas, mini galhos de er-vas frescas, enfim tudo o que não for possível comer, mas que poderá ser útil a outro prato. Tudo o que buscamos à mesa é a liberdade, e essa liberda-de se traduz na simplicidade e otimização dos ingredientes. Os restaurantes preci-

Chef de cozinha e gerente geral do Hotel Escola Senac Grogotó [email protected]

Barbacena - MG

Edson Puiati

A CAMINhO DE UMA COzINhA CONsCIENTE

Arquivo pessoal

Utilizar os conheci-mentos, experimen-tos, técnicas e tec-

nologias em favor da cozinha consciente.

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sam focar mais seus serviços para atingirem a emoção, a his-tória, enfim as sensações que memorizam as pessoas; é preci-so tratar os menus com um en-redo próprio, atentar para sazo-nalidade das frutas, legumes e hortaliças. Enfim antes de abrir seu restaurante, pergunte-se: Qual será o conceito? Quan-tas pessoas pensam em aten-der? Mas falo em atender com emoção, com qualidade! Talvez estejam nestas perguntas às respostas do sucesso de mui-tos chefs estrelados pelo mun-do afora. Até a próxima edição.

Edson Puiat

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A décima segunda edição do Encanta Lafaiete – Festival Internacional de Corais nos

caminhos do ouro, reuniu três corais de Lafaiete-MG e outros cinco de excelência e larga expe-riência internacional e que com eles trouxeram maestros consa-grados que reverenciaram a or-ganização e qualidade do festival.

Sobre o evento, disseram alguns maestros: Arnon Sávio: Vemos festivais enormes, com muitos grupos e pouca qualidade, dife-rente do Encanta Lafaiete que, com poucos corais, é um grande festival. Marcos Geandré: Esta-mos encantados com a organiza-ção e o carinho com que somos acolhidos. Público maravilhoso. Já estivemos aqui em 2006 com ou-tro coral, o Cesumar, e por tudo isso resolvemos voltar. Wladimir Scheneiderman: Estupendo el Roda Viva. Mismo com la respon-sabilidad de organizar un mara-villoso Festival, sigue creciendo. Se trata de un hermoso coral que fascina y emociona. Felicitaciones!Durante duas noites, o Espaço Cultural da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias atraiu um grande público para acompa-

nhar e aplaudir entusiasticamen-te canções interpretadas por can-tores de todas as idades, desde as crianças do Coral Cantata do Colégio Nazaré, responsável pela abertura do Festival às crianças do Coro Municipal Infanto Juvenil de Conselheiro Lafaiete, passan-do pelos jovens cantores do Tom Maior, de Mariana, e Canarinhos,

de Itabirito até os adul-tos dos de-mais Corais: Vocacional C a r d o n a , do Uruguai; Cobra Coral, de Marin-gá; BDMG, de Belo H o r i z o n -

te e o Madrigal Roda Viva.Grande emoção tomou conta dos assistentes quando a Profes-sora Lêda Maria Augusta Vieira de Faria foi convidada ao palco para receber o Troféu e o Diplo-ma de homenageada do ano e ouviu, pela primeira vez, o Roda

Viva interpretando um de seus poemas: “Música, Divina Músi-ca”, em forma de canção, para coro a quatro vozes, compos-to pelo Maestro Cesar Zumel, da cidade de Burgos, Espanha.Na manhã de domingo, os corais estavam na Avenida Telésforo Re-sende, participando da Feira de Ar-tesanato com uma música distinta e que atraiu a atenção do público local durante uma hora e meia.O festival ainda reservou uma grande surpresa quando todos os corais se reuniram para, jun-tos, cantarem “Je veux mar-cher”, do compositor lafaietense José Maria Rocha Ferreira, em homenagem à poetisa Avelina Noronha, aniversariante do dia.O Encanta Lafaiete promoveu a arrecadação de donativos que já foram distribuídos entre diver-sas famílias carentes cadastradas pelo Madrigal. O Festival foi pa-trocinado pelo Governo de Minas, através do Fundo Estadual de Cul-tura, e contou com a participação de algumas Empresas de Lafaiete e Secretaria Municipal de Cultura.

Encanta Lafaiete-MG em sua 12ª ediçãoMadrigal Roda Viva cantando o Hino do festival “Musica Divina Música” poesia escrita por Leda Maria Augusta Veira de Faria e transformada em música

por Cézar Zumel – Espanha

BDMG – regente Arno Sávio Reis de Oliveira

Canarinhos de Itabirito – Regente – Eric Lana

Fotos: Lucas Rodrigues

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A Rede Hoteleira Portu-guesa “Sleephotels” re-alizou em Conselheiro

Lafaiete, no mês de dezem-bro, na sede social do Clube Dom Pedro II, um coquetel para o lançamento de um empreendimento nesta cida-de, especificamente no Bair-ro Santa Efigênia: a constru-ção de um Hotel Twist Inn. A construção, em solo lafaie-tense, será realizada em par-ceria com a firma L & F Asso-ciados. Segundo o empresário do ramo de hotelaria, Car-los Rosales, “a construção do Hotel Twist Inn em Lafaiete configura-se como a consoli-dação de uma idea que, para se apresentar como concre-ta, passou por diversos pro-cedimentos mercadológico-financeiros como pesquisas relativas às áreas de implan-tação, densidade demográ-fica regional, verificação de demanda em hotelaria e ou-tras metodologias essenciais à implantação de um empre-endimento de largo porte e imprescindível impacto no cenário turístico regional e mineiro”. Conforme se apurou, a Região do Alto Paraopeba encontra-se em franco de-senvolvimento devido às im-plantações e incrementações de diversas empresas nessa área mineira, acelerando o progresso de Conselheiro La-faiete e seu entorno, firman-do o citado município como ponto turístico reconhecido em nível nacional, pois na re-gião é o mais populoso e que mais opções de lazer ofere-ce.

A Sleephotels conjuga os seus conhecimentos com a experiência da Design Re-sorts S.A., uma empresa par-ceira que se dedica à concep-ção, comercialização e gestão de projetos de imobiliário turístico e de primeira habi-tação em mercados emer-gentes. Trata-se da empresa que criou o conceito Smart Hotéis, a que deu o nome de Twist Inn, que conjuga fato-res como baixo custo de im-plantação com uma imagem jovem e moderna e níveis de conforto acima das expectati-vas. A marca Twist Inn surgiu da necessidade de implemen-tar hotéis low cost em países com mercados emergentes como Brasil e Angola, esten-dendo também sua atuação a Portugal. A concepção desses hotéis assenta-se numa base modular que permite não só uma rentabilização dos pro-cessos, das áreas e do in-vestimento, mas também um total domínio de custo. “Este projeto prevê a implementa-ção de uma cadeia de Smart Hotéis nos próximos 3 anos”, informou o empresário Lauro Faria. O Twist Inn é um novo conceito de hotel, destinado ao padrão de turista atual que procura mais por menos, sendo exigente até nos pe-

quenos detalhes. Tem como público alvo executivos, acio-nistas e clientes nacionais e internacionais das empresas sediadas em Lafaiete, Congo-nhas, Ouro Branco, Jeceaba, São Brás do Suaçuí e outras cidades circunvizinhas à área municipal lafaietense. Trata-se de um empreendimento cuja gestão será assegurada por uma equipe com largos anos de experiência na in-dústria hoteleira, sendo um projeto de baixo risco e de retorno permanente no tem-po. Na ocasião do lança-mento do Twist Inn Lafaie-te, teve início a abertura das vendas das unidades hotelei-ras. A conclusão da obra está prevista para o começo do 2º semestre de 2014. O coque-tel de lançamento foi realiza-do pelo colunista social e pre-sidente da Ponto Fin@l, Élder Martinho e da Ornamentum Empresa de Eventos, de pro-priedade da microempresária Alba Sueli Freitas. Os servi-ços de cerimonial da festa fi-caram a cargo do professor e advogado Paulo Roberto An-tunes e a assessoria de co-municação do evento foi rea-lizada pelo secretário do polo da UAB (Universidade Aberta do Brasil) em Conselheiro La-faiete, Moisés Mota.

Rede Hoteleira Portuguesa “SLEEPHOTELS” investe em Lafaiete e região

Mateus Baranowski

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A Secretaria Municipal de Cultura, Turis-mo e Patrimônio de

Diamantina realizou o 1º Encontro de Cultura das Comunidades Afrodescen-dentes: identidade, territó-rio e direitos entre os dias 2 e 4 de dezembro, em São João da Chapada, dis-trito de Diamantina/MG. O evento tevecomo objetivo informar as comunidades de Quartel do Indaiá, São João da Chapada, Mata dos Crioulos e Vargem do Inhaí sobre a importância do reconhecimento e posi-cionamento enquanto par-te da cultura quilombola da região. Esses grupos se reconheceram como rema-nescentes quilombolas e manifestaram o interesse em buscar a certificação e o reconhecimento pelo Go-verno Federal. Dessa for-ma, o encontro focará em temas voltados para os direitos que possuem os afrodescendentes e quais as políticas e instrumentos existentes para assegurá-los. Para a secretária Mu-nicipal de Cultura, Turismo e Patrimônio, Márcia Be-tânia, o encontro tem im-portância histórica para o povo negro de Diamantina. “Este é o primeiro evento que busca a organização das comunidades quilom-bolas na cidade, embora já existam políticas públicas para esse assunto há vá-rios anos. Com isso, pre-tendemos dar visibilidade

para uma Diamantina que poucos conhecem, que faz parte da matriz cultural que abastece a cultura diaman-tinense e diz respeito exa-tamente à ancestralidade deste povo”, comenta. Na cerimônia de aber-tura (2/12), foi realizada uma mesa de discussão re-lacionada aos temas: Quem somos nós e porque esta-mos aqui? e A construção dos direitos do povo negro. Foram três dias de trocas de experiências entre as comunidades. Além disso, estiveram presentes diver-

sas instituições que lutam pela manutenção da cultu-ra quilombola e pela defe-sa de seus direitos, como a Federação Estadual das Comunidades Quilombolas em Minas Gerais, o Centro de Documentação Eloy Fer-reira da Silva – CEDEFES, o INCRA, a coordenadoria de Políticas Pró-Igualdade Ra-cial e antropólogos. Também foramrea-lizadas feiras com mostra de artesanatos da região;

apresentações culturais, como a dança Chula, as pastorinhas; e também uma visita ao Quartel de Indaiá, no domingo (4/12), a partir das 9h. O evento contou com a parceria da Associação dos Agricultores Familia-res de Algodoeiro, Bica D’água, Covão e Região; da Associação dos Agricul-tores Familiares do Qui-lombo de Vargem do Inhaí; da Associação Boa Espe-rança de Quartel do Indaiá e Região e da Associação Grande Vitória de São João da Chapada. Tem ainda o apoio da Sec. Municipal de Educação; da Sec. Muni-cipal de Desenvolvimento Social; da Sec. Municipal de Meio Ambiente e De-senvolvimento Rural; da UFVJM - PROAD e PROEX; da EMATER e IDENE; da PROCAJE; da Promotoria de Justiça de Diamantina; do Instituto Bateia e Esco-la Estadual Gov. Juscelino Kubitscheck.

Primeiro encontro das comunidades afrodescendentes em diamantina

Comunidades qui-lombolas se reuni-rão para discutir

temas como iden-tidade, território e direitos, ainda este ano, em São João

da Chapada

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A natureza será o destaque da Grande Galeria do Palá-cio das Artes em 2012. Com obras dedicadas a esse tema, a mostra DUO pretende esta-belecer um diálogo entre as produções recentes dos artis-tas Annie Rottenstein e José Alberto Nemer. A exposição será composta por 15 obras de cada um dos artistas e fi-cará em cartaz de 1º de feve-reiro a 18 de março. Com a predominância da tridimensionalidade, An-nie Rottenstein apresenta esculturas tecidas a partir de materiais da natureza, como bambu, junco, fibras e pig-mentos de terra. São obras que, de início, colocam em relevo as potencialidades ex-pressivas dos componentes, as formas, a flexibilidade e o ritmo dos nós. Dessa forma, conjugam os paradoxos cícli-cos de ordenação/dissolução e caos/reconstrução, sem perder a continuidade. A produtora da exposi-ção, Juliana Penna, acredita que existe uma parceria es-treita entre Annie e a natu-reza. “Ela consegue um mo-vimento extraordinária com os elementos que utiliza nas obras. São fios que tem em si os próprios nós. Do sopro so-bre a água surge um grafis-mo quase musical, em pautas fluidas, naturais, que mais se parecem com rastros de pe-quenos animais”, descreve. José Alberto Nemer apresenta com pinturas em aquarela sobre papel, em

grandes formatos (130cm x 200 cm). Nas obras de Ne-mer, a água e os pigmentos se aventuram sobre a super-fície. Na criação, há sempre o embate entre o gestual e a geometria, entre o espontâ-neo e o racional, entre o alea-tório e a construção. A aqua-rela é a grande linguagem do artista. Com ela, Nemer con-serva a essência e delicadeza das sensações que preten-de transmitir. Em um ensaio sobre a obra do artista, in-titulado Razão e Sensibilida-de (2005), Olívio Tavares de Araújo diz: “Ao que eu saiba, ninguém nunca, em qualquer tempo, fez aquarelas das di-mensões dessas, de Nemer. Mas, a despeito do tamanho, elas permanecem, definitiva-mente, aquarelas”.

Os ARTIsTAs

Annie Rottenstein nas-ceu em Paris, França, e vive no Brasil desde 1975. Des-de sua chegada, o impacto diante da natureza brasileira despertou-lhe um sentimento criativo até então irrevelado. Começou a se identificar com materiais da terra, usando o rami, o algodão e as tinturas vegetais em seus trabalhos iniciais. Em 1977, a convite de Pietro Maria Bardi, teve sua primeira participação numa exposição no MASP. A partir disso, participou de várias coletivas e da II Trie-nal da Tapeçaria no Museu de Arte Moderna/MAM de São

Paulo, em 1979, entre outros trabalhos. José Alberto Nemer é artista plástico e doutor em Artes Plásticas pela Univer-sité de Paris VIII. Lecionou em universidades brasileiras e estrangeiras, como a UFMG (1974 a 1998) e a Université de Paris III-Sorbonne (1974 a 1979). Pertencente à gera-ção dos chamados desenhis-tas mineiros, que se afirmou no cenário da arte brasileira a partir da década de 1970. A obra dele obteve, entre outros, o Prêmio Museu de Arte Contemporânea da USP (1969) e o Prêmio Museu de Arte Moderna de São Paulo no Panorama da Arte Brasi-leira (1980). Ele foi incluído pela crítica e por júri popular entre os dez melhores artis-tas de Minas Gerais na déca-da de 1980. Entre as expo-sições recentes, destacam-se a do Centro Cultural Banco do Brasil/CCBB Rio (2000), a dos espaços culturais do Instituto Moreira Salles, em circuito itinerante pelo país (2003 a 2005), e a da Galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio (2009).

exPosição duo une obras de annie rottenstein e nemer

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O cantor britânico Ja-mes Blunt, famo-so pelas premiadas

músicas You’re Beautiful e Same Mistake, trará seus grandes sucessos no dia 22 de janeiro, às 19h, no palco do Chevrolet Hall, em Belo Horizonte. O pú-blico da capital mineira se encantará com as canções melódicas do artista. A tur-nê Some Kind of Trouble inclui performaces de seus singles de sucesso inter-nacional, Stay The Night e I’ll Be Your Man, e tem se mostrado uma verdadeira sensação mundial. Stay the Night, es-crita por Blunt com Ryan Tedder (OneRepublic) e com o premiado composi-tor e produtor Steve Ro-bson (Carrie Underwood, Rascal Flatts, Take That), foi o segundo single mais tocado de Blunt nas rádios ao redor do mundo, atrás apenas de You’re Beautiful, e top 10 em vários países, incluindo Áustria, Bélgica, Alemanha, Itália, Suíça, Holanda e Austrália, onde também recebeu disco de platina. Um artista talentoso em apresentações ao vivo, Blunt, juntamente com sua banda, está terminando uma turnê europeia, na qual tocaram na França, Rússia, Estónia, Letónia, Lituânia, Dinamarca, Alemanha, Su-

íça e Portugal. Ainda este mês, passarão pelo Canadá e Estados Unidos. No Bra-sil, os shows acontecerão a partir de janeiro em quatro capitais: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Some Kind of Trouble revela Blunt em uma mol-dura otimista de espírito, captando novos sentidos de espontaneidade e emo-

ção. Produzido por Robson (em co-produção com Greg Kurstin), o álbum - que se-gue o aclamado All the Lost Souls, de 2007 – marca um dos mais importantes trabalho de Blunt até hoje, com músicas ao vivo, e energia contagiante. Com 19 milhões de cópias vendidas, James Blunt é sem dúvida um dos cantores e compositores mais talentosos e bem-su-cedidos de sua geração. Ele atraiu a atenção do mundo em 2005 com seu primeiro álbum, duas vezes premia-

do com o disco de platina, Back to Bedlam, que con-tinha o hit nº 1 You’re be-autiful. All the Lost Souls, lançado dois anos depois, estreou no topo das para-das em 10 países e ganhou elogios da crítica por su-cessos como 1973 e Same Mistake. A pré-venda de in-gressos começou nesta se-gunda-feira (21) e vai até o dia 27 de novembro. Po-derão comprar com exclu-sividade clientes Credicard, Citibank e Diners. O públi-co em geral irá adquirir os ingressos a partir de 28 de novembro.

Sensação britânica, James Blunt vem a Beagá com a turnê Some Kind of Trouble

Uma das maiores revelações da músi-ca pop dos últimos tempos apresen-

tará os aclamados hits melódicos

Andrew Zaeh

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Um tipo de tratamento de saúde diferencia-do em Belo Horizonte

(MG) está obtendo resulta-dos eficazes no atendimento de pacientes com enfermida-des diversas, transtornos de ansiedade e traumas físicos. Na capital mineira, o trabalho multidisciplinar uniu a médi-ca e geriatra Soraya Hissa de Carvalho, a psicóloga clínica Sílvia Regina Dias e o fisiote-rapeuta Rogério Celso Ferrei-ra em busca de resultados na formação integral da saúde dos pacientes. Através da hidrotera-pia, união das palavras gre-gas hydro (água) e therapeia (cura), com tratamento e rea-bilitação em piscina terapêu-tica, a equipe está cuidando de pacientes com obesidade, depressão, transtorno de an-siedade e déficit de atenção, AVC, distúrbios do sono, dis-funções circulatórias, dores crônicas e lesões ortopédicas, com resultados rápidos e efi-cientes, proporcionando saú-de, bem-estar e qualidade de vida a adultos e crianças. Segundo Soraya Hissa de Carvalho, a hidroterapia tem efeito curativo que se baseia nos princípios mecânicos e térmicos da água aquecida. “O toque na pele e as respos-tas corporais pela pressão da água provocam diversos es-tímulos, ativando o sistema imunológico, aumentando a circulação e diminuindo a sensação dolorosa”, destaca a médica.Para o fisioterapeuta Rogério Ferreira, proprietário da Hi-drodinâmica, o corpo imerso em água aquecida pode vi-venciar situações, sensações

e estímulos únicos, contri-buindo de maneira significa-tiva na habilitação e reabilita-ção motoras do ser humano. “O sucesso de um tra-tamento em piscina terapêu-tica depende da correta indi-cação, da utilização adequada dos princípios físicos da água associados aos efeitos fisio-lógicos do corpo em imersão e de uma infraestrutura que permita o desenvolvimento do tratamento de forma se-gura e agradável”, destaca Rogério, que é especialista em hidroterapia.Na antiguidade, Hipócrates já utilizava o contraste entre banhos quentes e frios para a cura de doenças, assim como Johann S. Hahn (1696-1773), considerado o pai da hidro-terapia moderna por tratar muitos de seus pacientes uti-lizando esta técnica. Porém foi um monge alemão no sé-culo 19, chamado Sebastian Kneipp (1821-1897), um dos principais precursores da hi-droterapia tal como é hoje di-vulgada e praticada em todo o mundo.

Como funciona A reabilitação em pisci-na terapêutica tem indicação para patologias de origem reumática, neurológica, orto-pédica, cardiorrespiratória e geriátrica. Sua utilização exi-ge do fisioterapeuta conhe-cimentos das propriedades hidrostáticas (água parada), hidrodinâmicas (água em movimento) e termodinâmi-cas (troca de calor entre o ambiente e o corpo) da água, assim como a anatomia, fisio-logia e a biomecânica corpo-ral. A água revela qualidades terapêuticas únicas quando

ministradas dentro de um li-mite de temperatura e tem-po. “A terapia em ambien-te aquático tem grande valor terapêutico quando necessi-ta nenhuma ou mínima sus-tentação de peso ou quando há inflamação, dor, retração, espasmo muscular, limitação da amplitude de movimento e força, provocados, princi-palmente, por enfermidades, transtornos ou traumas que comprometem as funções corporais do paciente”, refor-ça o fisioterapeuta Rogério Ferreira. Segundo a psicóloga Sílvia Regina Dias, traumas como afogamento e hidrofo-bia (medo de água) e distúr-bios do sono também podem ser tratados, minimizados e até curados por meio da hi-droterapia. “A reabilitação, com recuperação da força e da capacidade motora por meio da água aquecida provoca o relaxamento das fibras mus-culares, potencializado pelo processo de troca de tempe-ratura entre a água e a pele. A imersão leva à percepção de que o corpo está mais leve. Com isso, o paciente vai evoluindo no tratamento, re-cuperando o equilíbrio e a es-tabilidade com a consciência corporal, superando traumas e recuperando a saúde”, con-clui Sílvia.

Equipe multidisciplinar usa hidroterapia paratratamento de enfermidades, transtornos e traumas

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Éderson Clayton, ator entrevistado desta edição, encerra o ano

em ótima fase, pois fez mui-to sucesso nos palcos bra-sileiros e também europeus com o monólogo “Deuses”. Natural de Belo Horizonte-MG, é graduado em Licen-ciatura em Teatro e Bacha-rel em Interpretação Teatral pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG –, onde desenvolveu pesquisa sobre o Teatro Épico: “Ber-told Brecht no século XXI”. Ex-integrante dos grupos ZAP18 e Asterisco Cia de Teatro, há dois anos desen-volve trabalho solo que tem como fonte de pesquisa o “Teatro Essencial” de Denise Stoklos. Seu monólogo lhe rendeu o prêmio de “Revela-ção Teatro Adulto 2011”, no 8º Festival Usiminas Sinparc de Artes Cênicas de Minas Gerais, estado onde tam-bém foi indicado como “Me-lhor Dramaturgia” pelo Prê-mio Sesc/Sated este ano. Iniciou-se nas artes cênicas aos 14 anos, em âmbito escolar e, depois de frequentar cursos livres de teatro se encantou: “Após experiências de palco, tive a certeza de que seria aquela minha profissão”, afirma e enfatiza que tão logo ganhou largo tempo de estrada teve apoio da família sem o qual seria muito difícil continuar. “Descobri que meu avô pa-terno fazia teatro de rua em sua juventude, achei isso maravilhoso: uma influência inconsciente”, explica.

Sua trajetória no “teatro Es-sencial” iniciou-se na UFMG, onde foi alertado por alguns professores de sua tendên-cia de ser ator narrador. Atendendo sugestão de uma professora, dois anos mais tarde, foi pesquisar essa modalidade teatral. “Foi paixão à primeira vista, era aquilo que eu queria fazer no teatro, e o “teatro essen-cial” se encaixou como uma luva nesse momento. Gos-to do essencial no teatro, o ator “nu”, usando seu corpo, sua voz, sua memória, sua poesia em prol de uma co-

Teatro: o ator Ederson Clayton fala de sua trajetória e de “Deuses”

Por Prof. Ms. Paulo Antunes

“(...) a educação está longe de ser prioridade neste país. Infelizmente a população em sua maioria está

fadada às influên-cias alienadoras

da grande mídia.”

Marcelo Carrusca

Éderson Clayton é apontado como um dos grandes talentos do moderno teatro mineiro

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municação direta com seu espectador”, fala justificando a influência de Stoklos em sua carreira que, conforme narra, foi “Gigantes-ca, ver Denise Stoklos em cena é realmente uma grande inspiração! Ela faz uma poesia única no palco”. Clayton também se conside-ra apaixonado pela UFMG, onde graduou-se e local que considera “mágico... realmente a UFMG foi mágica na minha vida, aprendi e vivenciei coisas de valor inestimável para existência e meu teatro. Sou muito grato a tudo e a todos ali”, desabafa. A opinião do ator sobre as produções teatrais mineiras é positiva: “Os grupos de Minas são reconhecidos e respeitados por todo país”, opina e vê como um pro-blema ao tea-tro mineiro o fato de Minas ainda não ter conseguido se e s t abe l e ce r como um es-tado que valo-riza sua cultu-ra, “pois existe uma escassez enorme de po-líticas públicas que ajudem a mudar essa realidade. As leis de incenti-vo municipais, estaduais e federais ajudam, mas obedecem às leis do mercado consu-mista que impedem a realização de muitas obras e eventos que não obedecem essas “leis”. A cultura nada contra a corrente, essa é uma de suas funções: transgredir. A cul-tura tem a função de pensar a sociedade de um outro ponto de vista, que não o já es-tabelecido, buscar novos olhares, trazendo uma visão ampla sobre a mesma, e isso não pode e não deve obedecer a “leis” que cen-suram obras de acordo com seus interes-ses”, frisa e continua, informando que, em nível de Brasil “a produção nacional ainda tem muito o que melhorar e se democrati-zar, todos sabemos como os meios de pro-

dução estão monopolizados no eixo Rio/São Paulo. Um país dessa grandeza tem que ter uma política de descentralização dos meios de produção para espalhar incentivos à cul-tura por todos os cantos”, destaca. A questão do esvaziamento de plateias no Brasil, em sua ótica, deve-se à Educação que, conforme salienta, não incentiva o con-sumo da arte, porque “a educação está lon-ge de ser prioridade neste país. Infelizmen-te a população em sua maioria está fadada às influências alienadoras da grande mídia. Nunca iremos ter plateias lotadas sem ter uma população que tenha criado o hábito e o gosto por consumir arte”, sentencia.

O ator, cons ide-rado como uma das g r a n d e s p r omes -sas do moderno teatro mi-neiro, fi-naliza in-formando estar len-do muito sobre o I m p é r i o R o m a n o e História do Brasil e pensa em

arriscar um novo monólogo cuja temática seja a junção dessas duas histórias com o provável título de “Macunaíma Romano”. Mas a estreia deverá ser em 2013 porque ainda há muito que rodar pelo Brasil e Amé-rica Latina com “Deuses”, pois, afinal, fez muito sucesso na Itália e na Grécia, espe-cialmente neste último país, onde apresen-tou a peça em português e, mesmo assim, o público captou a mensagem. A peça “Deuses” será reapresentada no próximo ano na Capital Mineira e em vá-rias cidades do Brasil. Fica a indicação desta Revista que, numa escala de 0 a 10, confe-re-lhe a nota 1000.

Marcelo Carrusca

Éderson encenando “Deuses” em Roma, na Itália

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