Edição nº 630

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4 a 10 de maio de 2013 Distribuição gratuita jornaldoguara.com EDIÇÃO 630 A saga de uma feliz cidade Ao completar 44 anos, a cidade do Guará vive o dilema de superar o problema do rápido crescimento sem perder a sua qualidade de vida. A cidade foi forjada no espírito da solidariedade. Pioneiros contam a saga da construção. Páginas 9 a 19.

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Guará 44 Anos, a saga de uma feliz cidade..

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4 a 10 de maio de 2013 Distribuição gratuita

jornaldoguara.com

EDIÇÃO 630

A saga de uma feliz cidade

Ao completar 44 anos, a cidade do Guará vive o dilema de superar oproblema do rápido crescimento sem perder a sua qualidade de vida.A cidade foi forjada no espírito da solidariedade. Pioneiros contam a

saga da construção.Páginas 9 a 19.

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JORNAL DO GUARÁ

CIRCULAÇÃO O Jornal do Guará (tiragem comprovada de 8 mil exemplares) é distribuídogratuitamente por todas as bancas de jornais do Guará; em todos osestabelecimentos comerciais, clubes de serviço, associações, entidades; nas agênciasbancárias, no Clube do Comerciário; na Administração Regional; nos consultórios médicose odontológicos e portarias dos edifícios comerciais do Guará. E, ainda, através de maladireta a líderes comunitários, empresários, autoridades que moram no Guará ou queinteressam à cidade; empresas do SIA, Sof Sul e ParkShopping; GDF, CâmaraLegislativa, bancada do DF no Congresso Nacional e agências de publicidade.

Jornalista Profissional, reg. 766/80/DRT/DF

JORNAL DO GUARÁEditor: Alcir Alves de Souza

End: EQ 31/33 Ed. Consei, 113/114 71065.023 - Guará IIFone: 3381.4181 - Fax: 3381.1614

[email protected]: jornal do guara.com [email protected]

3JORNAL DO GUARÁ2 4 a 10 de maio de 2013

Guará Park

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ALCIR DE SOUZA

4 a 10 de maio de 2013

Quero parabenizar o Jornal doGuará por sua importante atuaçãosemanal no cotidiano do guaraense.E aproveito a oportunidade para es-clarecer reportagem sobre o GuaráPark (ex-Colônia Águas Claras). Soumorador e um dos pioneiros no Gua-rá Park, e, a bem da verdade, a pou-quissímos anos atrás, eramos tidoscomo invasores, especuladores eoutros adjetivos. Agora, a realidadeé outra, pois à partir da Administra-ção Joel Alves e do atual Adminis-trador Carlos Nogueira, sempre comapoio total do deputado Alírio Neto,hoje somos respeitados como verda-deiros integrantes da Comunidadedo Guará, onde temos participaçãoe voz direta ,seja individual ou atra-vés de nossa Associação de Mora-dores, pelo Prefeito atual, que temse mantido sempre atento aos nos-sos interesses. Nesta oportunidadeenviamos nossos agradecimentospelas excelentes melhorias e conti-nuaremos nossa participação ativaem pró do Guará Park.

Romero Mendes Boaretto

Jornal e escola

Aniversário xoxo

A redação do Jornal do Guará está recebendoturmas do Centro de Ensino Fundamental 5 (QE34 Guará II), como parte de um trabalho daescola sobre a confecção de jornal comunitário.São turmas de 20 a 30 alunos às segundas eterças.

O projeto será estendido às outras escolas dacidade a partir deste mês de maio.

Termômetro

Nesses 30 anos de Jornal do Guará nunca havia visto uma pro-gramação de aniversário da cidade tão xoxo como a deste ano (verpágina 3).

Eventos tradicionais como o Baile da Cidade, o Baile da TerceiraIdade, o Chá e Feira do Pano de Prato, onde tínhamos a oportunidede rever os amigos e pioneiros, foram retirados da agenda. A progra-ma está cheia de palestras sobre bullyng, pedofilia, blitz educativasobre drogas, que são eventos importantes mas não necessaria-mente para uma festa como essa. A impressão que se tem é queesses eventos foram colocados na programação apenas para “en-cher linguiça”.

A explicação da Administração do Guará é que não houve patro-cínio, nem do governo e nem da iniciativa privada, para a festa.

Essa explicação merece uma reflexão e alguns questionamentos:se o governo gasta tanto com emendas parlamentares em eventosinexpressivos, porque não pode patrocinar uma festa mais signifi-cativa? Por que a iniciativa privada, que sempre patrocinou partedo aniversário do Guará, agora não participa mais?

Páginasdo Guará

A festa de aniversário doadministrador Carlinhos Noguei-ra, no restaurante Palhoça, é umtermômetro para se avaliar a pré-candidatura dele a deputadodistrital. Cerca de 600 pessoasforam abraçar o administrador,que foi ovacionado quando fez oseu discurso de agradecimento.

Já é uma boa partida.

Numa rápida pesquisa noFacebook, descobri noveendereços relacionados àcidade: Jornal do Guará,GuaráHoje, Adoro Guará, LoboGuará, Clube de RegatasGuará, GuaráDF, Galera doGuará, Guará Urbano e Associ-ação Comercial do Guará eReclama Guará..

Família desistiuOs pais do estudante Arthur

Paschoali, desaparecido no Perudesde o dia 21 de dezembro,desistiu de continuar a procurapelo rapaz e já retornou ao Guará,onde moram.

Outro pré-candidato guaraen-se que pode auferir suas popu-laridade é o ex-administradorDeverson Lettieri. Num almoçona Candangolândia, oferecidopor amigos, teve a presença demais de 100 pessoas.

CentralizaçãoQuando fomos escrever a reportagem sobre

as precárias condições do Centro de Saúde 02,publicada na edição da semana passada,fomos orientados pela diretoria da Regional deSaúde do Guará a solicitar informações àAssessoria de Imprensa da Secretaria deSaúde. Na terça-feira, encaminhamos e-mailcom as perguntas sobre a reforma do posto,com a informação que a matéria seria fechadana sexta para publicação no sábado. Naquinta, reforçamos o pedido. Mas, a resposta sóveio na segunda, depois da publicação, emesmo assim com a mesma informação de setemeses atrás: que “a reforma está na programa-ção da Secretaria de Saúde”. Mas, o que acomunidade quer saber é: para quando?

Outra curiosidade: por que todas as informa-ções sobre a rede de saúde pública são con-centradas na Assessoria de Comunicação dasecretaria, se ela não tem condições de aten-der às demandas?

[email protected]

Primeiro o Jornal do Guará publi-ca uma reportagem sobre o estadode abandono em que se encontra ocondomínio IAPI, também conheci-do como Setor de Mansões IAPI (rs).Um mês depois, publica outra repor-tagem mostrando a maravilha que éo condomínio Guará Park, dotado detoda infraestrutura e tratado a pãode ló pela Administração do Guaráe pelo GDF.

A explicação, de acordo com aAdministração Regional, é que noIAPI não existem lideranças parareinvidicar e que as do Guará Parksão eficientes.

Ora, quer dizer que o governo sótrabalha se for provocado? Por queo administrador e seus assessoresnão saem do Gabinete e vão às ruaspara saber o que a cidade precisa?

Na verdade, a explicação não éessa: é que no Guará Park mora uminfluente deputado distrital. En-quanto no IAPI...

Clemêncio R. Ribeiro

Lícia & Pedro Ivo

FÁTIMA SOUZA

Carlinhos mostra forçapolítica no seu aniversário

Cerca de 600 amigos foram abraçar o admi-nistrador regional do Guará Carlinhos Noguei-ra, no restaurante Palhoça, na segunda-feira, 29de abril. Mesmo num clima de descontração, apolítica não poderia deixar de ser o assunto danoite. Na avaliação dos presentes, a festa foi umbom termômetro para uma possível candidatu-

ra de Carlinhos, dizem, a deputado distritalem 2014. A se avaliar pela aclamação dopúblico durante as falas dos líderes comu-nitários, do deputado Alírio e do próprioaniversariante, são boas as chances de Car-linhos.

VazioO desfile de aniversário do

Guará era prestigiado porpolíticos, representantes dogoverno, lideranças comuni-tárias e a comunidade.

O desfile deste ano não teveum parlamentar sequer - nemAlírio Neto - nenhumaautoridade do governo epouquíssimas lideranças eapenas alguns moradores.

Deputado esecretário AlírioNeto na homena-gem a Carlinhos

Carlinhos com atia Alcione e aprima Elvira

RestaurantePalhoça ficoulotado pelosamigos doaniversariante

O casal Carlinhos e Rosecom o casal de amigosIazinha e Paulo Brasil

Carlinhos recebe oabraço do ex-administradorDeverson Lettieri

Cel Antonio Carlos (comandante do 4º BPM)e sua Rose, Carlos Massom e Cirleide, SandraBacelar e Alírio Neto, Carlinos e Neto SangueBom, administrador de Sabnta Maria

Os sócios do Palhoça, Jorgeeustáquio de Oliveira eGildanaldo da Cunha com ocasal Alírio e Sandra

Rose fazhomenagememocionanteao marido

Carlos Ribeiro e osfilhos Bruno eBreno no abraço aCarlinhos

PastorAurelianoGomes e suaesposa Aurora

Rodrigo Pontes(síndicoa SQB)e sua Cristinano abraço aoaniversariante

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3JORNAL DO GUARÁ 3ÓRGÃOS PÚBLICOS DO GUARÁÓRGÃOS PÚBLICOS DO GUARÁ

Programação prioriza esporte, religião e luta contra drogas e violência

GUARÁ 44 ANOSGUARÁ 44 ANOS Festa sem o Baile da CidadeNNNNN o dia 5 de maio, domingo,

o Guará completa 44 anosde existência. A comissão orga-nizadora definiu que o tema doaniversário é Guará, a cidadedo bem-estar.

Uma das razões para o temaestá relacionada ao prazer deviver e morar aqui, uma cidadeque em muitos aspectos con-serva a tranquilidade e o ar bu-cólico, com boa qualidade devida.

A outra razão diz respeito àligação que a maioria dos mo-radores tem com a prática deexercícios físicos regulares.Não só pela preocupação esté-tica, da beleza, mas principal-mente o cuidado com o corpo,para evitar doenças ou estar debem com a vida e a autoestimaelevada.

Impressiona como os pec'sda cidade são utilizados pelapopulação. Vivem cheios de

pessoas, principalmente naparte da manhã e no final datarde. Os milhares de quilôme-tros de coopervias e pistas decaminhada recebem um gran-de público ao longo do dia, emespecial das 06 às 10 horas edas 17h às 20h. Enfim, o temaGuará, a cidade do bem-estar éa cara da cidade.

Para o administrador CarlosNogueira, quem ganha o pre-sente de aniversário da cidade

é a comunidade. "É gratifican-te fazer parte da história doGuará e contribuir para que omorador tenha mais qualidadede vida. Com o apoio do gover-nador Agnelo Queiroz o Guarácontinuará sendo uma cidadeagradável para se viver e mo-rar", afirma Carlinhos.

Sobre a programação deaniversário, que vai durar o mêsinteiro, a comissão organizado-ra agendou palestras sobre pe-

dofilia, bulling, drogas, etc. Es-tão previstos também cultos,missas, eventos para idosos ecadeirantes, desfile cívico-mi-litar, shows e atividades espor-tivas, como campeonatos de bi-cicross, futebol americano, ka-ratê, dominó e a tradicionalcorrida de rua do Guará, queestá em sua quinta edição ereúne milhares de participan-tes. Confira a programaçãoabaixo.Programação completa na página 4

4 a 10 de maio de 2013

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3JORNAL DO GUARÁ 21 4 a 10 de maio de 2013

José Gurgel

[email protected]

Festival de invasões03/05 (sexta-feira)Desfile Cívico Militar - às 09 horas – em frente à Administra-ção Regional

04/05 (sábado)Culto – Tenda da Libertação, em frente à QE 15 – às 19:30horas

05/05 (domingo)Campeonato Brasiliense de Bicicross, às 9:30 horas, na pis-ta de bicicross no Cave;Campeonato Brasileiro de Futebol Americano, às 15 horas,no estádio do Cave;

06/05 (segunda-feira)Unidade móvel do Procon, na QE 07, das 09 às 17 horas

07/05 (terça-feira)Peça teatral "Não Bullying Comigo", no teatro do Guará, às10 e às 15 horas;

08/05 (quarta-feira)Palestra: Brasília Sem Pedofilia, teatro do Guará, às 9 e às 15horas;

09/05 (quinta-feira)Peça teatral "Não Bullying Comigo", teatro do Guará, às 10 eàs 15 horas;

10/05 (sexta-feira)Missa de Ação de Graças pelo 44º aniversário do Guará,Paróquia São Paulo Apóstolo, na QE 07, às 20 horas;Atendimento do Pró-vítima, das 14 às 17 horas, em frente àEstação Guará;

13/05 (segunda-feira)Unidade móvel do Procon, edifício Consei, das 09 às 17 ho-ras;Palestra: Brasília sem Pedofilia, no CEF 04, do Guará, às 10horas e às 15 horas;

JORNAL DO GUARÁ4 4 a 10 de maio de 2013

Guará continua “o bicho”, mas os problemas se avolumam.Estamos crescendo em alguns pontos, um crescimento meiocaótico, trânsito meio louco, falta de estacionamentos no interiordas quadras e ainda aparece agora uma lanchonete na entradade uma área residencial, que deve causar um impacto nadabenéfico para a QE 30. Pior do que isso só o tal de EdifícioValentina, lá na QE 46. Aquele paquiderme está lá e vai darsamba.

Eu continuo sem entender: agoraque aproxima-se o aniversário doGuará e muita coisa está sendopreparada para uma devida come-moração, a Administração estátrabalhando para fazer uma grandefesta.

No ano passado foi gratuito, porque vão cobrar inscrição para apopulação de um torneio que vaiacontecer em uma quadra? AAdministração vai dar todo apoio,odinheiro que será gasto é público,então por que a cobrança? Quem vailucrar com a brincadeira?Estranho...muito estranho.

Cobrar por que?Por que não aproveitar

essa movimentação todaem torno de quadrasesportivas que estãosendo construídas à rodoe não fazem orecapeamento das viascentrais do Guará II?As vias em questão estãobem desgastadas poisônibus, caminhões commaterial de construçãodas obras passam diretopor ali e o resultado nãotem sido dosmelhores.

Parece que a paz foiselada e o campo do“Traíra” vai ser construídotranqüilamente. Com issoganha a população dasQuadras 42,44 e 46 e oGuará que vai contar commais um complexoesportivo. Posso adiantarque a iluminação estáuma beleza,com isso até asegurança daquela áreamelhora.

Paz nocampo

Feira do GuaráA Feira do Guará, um dos pontos

preferidos das “dondocas” nos finaisde semana, ainda está aguardando atão esperada reforma...por enquantosó promessas. O “Caixa Preta”onosso amigo está indócil, diz quetoda vez que olha pra feira temvontade de chorar, tal o descaso comque a feira mais famosa de Brasília étratada. Ele diz que é um patrimôniodos que gostam das coisas donordeste, principalmente a caninhaque ele adora, depois de comer uma“buchada”.

Tem coisa que parece sóacontece no Guará. Depois dofestival de quiosques, agora háuma verdadeira epidemia deinvasões acontecendo naA2,QE-40 (Ao lado dos trilhosdo trem) e a Administraçãonem “tchongas”. “Caixa Pre-ta” jura que tem alguém portrás disso incentivando e fazen-do vistas grossas para ocaso,que é muito sério. Achoque o "Caixa" tem razão,os in-vasores estão muito tranqüilos,

talvez confiando no cabeça des-sas invasões. Estão certos daimpunidade e vão implantarmais um problema para o GDF.Providências enérgicas têm queser tomadas para que não sealastre,é preciso que a Secretá-ria das Cidades, Terracap, Age-fis, Ministério Público, Seops,Polícia...e todos os órgãos fisca-lizadores dêem um basta nessefestival de pouca vergonha comterra pública e tomem providên-cias imediatas.

Vias

Só no Guará

Festa a fantasia pelos30 anos da Água Vida

Os 30 anos da AcademiaÁgua Vida foram marcadospela Festa à Fantasia da famí-lia Água Vida, realizada no dia27 de abril, com direito a pula-pula, música, dança, doces esalgados, apresentação do má-gico Tio André e a presença dosprofessores, que também foramfantasiados para animar a cri-ançada.

O empresário Gilson Pache-co afirma que o maior objetivoda Água Vida não é apenas va-lorizar a prática de esportes eexercícios físicos, mas a uniãodos funcionários e os alunos, demaneira que sintam o ambientecomo extensão da própria casa.

E é o que confirma a mãe deCaio Guilherme, de cinco anos,a estudante Kátia Germana,que frequenta a academia hápouco tempo, mas já está con-tente com a escolha. “É a pri-meira vez que participo de umacomemoração da Água Vida egostei. Algumas crianças já sãoamigas na escola, então, é ummomento a mais para estaremjuntas”, afirma.

Sob comando das professo-ras, as crianças participaram

também de um desfile, feito porcategorias, com direito a pre-sentes no final. Mas antes, oshow de mágica, que atraiu osolhares e a atenção de cadauma, que vibravam durante oespetáculo do Tio André. “Já vi-rei um personagem. Na verda-de, eu sou animador de festa ea mágica entrou como ferra-menta”, conta André Freire,mágico há 27 anos. Ele aindaressaltou que foi a primeira vezque participou de um evento daacademia Água Vida, mas apro-vou a união e colaboração decada funcionário para que cadadetalhe desse certo. “Todosvestem a camisa, isso é que élegal”, destacou.

VínculoTiago Siqueira, que é pai e

professor de natação da acade-mia há sete anos, concorda queesse tipo de evento colaboracom o vínculo criado entre osalunos. “Eles ficam mais à von-tade. Esse é o diferencial daÁgua Vida”, diz.

A empresária Mônica de Oli-veira, aluna da academia ÁguaVida há três anos, aprovou o

evento e confirmou que, sem-pre que puder, vai continuarparticipando. “Acho muito in-teressante a forma de trabalhodeles, com esse espírito famili-ar”, ressalta.

Os professores garantemque reunir os alunos fora doambiente de aulas pode ajudarno entrosamento entre eles emelhorar até mesmo a posturadas crianças. “Já vi inúmerasmelhorias de crianças que che-gavam na academia sem falarnada e hoje em dia são maisdescontraídas”, conta a profes-sora de natação e personal, Ta-íse Siqueira. Para a professoraÉlida Saraiva, que se considerauma mãezona, trabalhar naÁgua Vida é tranquilo e a re-ceptividade dos pais e alunosé o que a conquista. “A acade-mia é muito boa, gosto da re-ceptividade dos pais e das cri-anças”. Élida esclarece que obem estar das crianças foi umdos motivos para a organizaçãoda Festa à Fantasia. A famíliaÁgua Vida fica satisfeita em vertamanha comemoração, com aparticipação dos pais, alunos efuncionários.

As festas ajudam na interação entreprofessores, alunos e pais da academia

14/05 (terça-feira)Espetáculo teatral "Não Bullying Comigo", no CEF 04, doGuará, às 10 e às 15 horas;

15/05 (quarta-feira)Sessão Solene da Câmara Legislativa no Auditório da Admi-nistração, às 09 horas;Palestra: Tráfico de Pessoas, no CEF 04, do Guará, às 10 e às15 horas;Blitz educativa da Sejus, no Flórida Mall, durante encontrode motociclistas, às 20 horas;

17/05 (sexta-feira)Noite cultural na Paróquia do Divino Espírito Santo, na QE32/34, às 18 horas;Atendimento do Pró-vítima, na QE 07, das 14 às 17 horas;

18/05 (sábado)Campeonato de Basquete em Cadeira de Rodas, no ginásiodo Cave, das 09 às 18 horas;Encontro de Bandas da Paróquia Divino Espírito Santo, naQE 32/34, às 18 horas;Dia de Lazer no Lúcio Costa, das 14 às 19 horas;

19/05 (domingo)Campeonato de Basquete em Cadeira de Rodas, no ginásiodo Cave, das 09 às 18 horas;Missa Campal de Pentecostes em Ação de Graças pelos 40anos da Paróquia Divino Espírito Santo e do aniversário doGuará, às 09 horas;20/05 (segunda-feira)Unidade Móvel do Procon, em frente à Estação Guará, das09 às 17 horas;Palestra: Brasília sem Pedofilia, teatro do Guará, às 09 e às15 horas;

22/05 (quarta-feira)Blitz educativa da Sejus em frente ao colégio Rogacionista,às 07 às 17:30 horas;

23/05 (quinta-feira)Peça de teatro "Não Bullying Comigo", teatro do Guará, às 10às 15 horas;

24/05 (sexta-feira)Atendimento do Pró-Vítima, das 14 às 17 horas, na QE 07;

25/05 (sábado)Etapa Brasiliense do Campeonato de Karatê, ginásio do Cave,das 08 às 18 horas;Torneio de Dominó, das 08 às 18 horas, no estacionamento doCaveProjeto Ação Cidadania, promovido pela Defensoria Públicado DF e a instituição social ORAEE, das 09 às 15 horas, noCentro de Ensino Fundamental 10, entre as quadras 44 e 46,do Guará II.

27/05 (segunda-feira)Palestra Brasília Sem Pedofilia, teatro do Guará, às 10 horase às 15 horas;

28/05 (terça-feira)Peça de teatro "Não Bulling Comigo", teatro do Guará, às 10 eàs 15 horas;

29/05 (quarta-feira)Blitz educativa da Sejus, na QE 20, às 7 e às 17 horas;

31/05 (sexta-feira)Culto de Ação de Graças Evangélico, às 19:30 horas;

01/06 (sábado)Baile em comemoração ao 44º aniversário do Guará, no Sa-lão de Múltiplas Funções, a partir das 22:00 horas com aBanda Esquema Seis;

02/06 (domingo)V Corrida de Rua do Guará, concentração no estacionamen-to do Supermercado Pão de Açúcar, na QE 02, do Guará I, às07 horas.

Programação do 44º aniversário do Guará

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3JORNAL DO GUARÁ 54 a 10 de maio de 2013JORNAL DO GUARÁ

Desfile marcou aniversárioOOOOO tradicional desfile em co-

memoração ao aniversário

-

Com o apoio da Adminis-tração Regional, o Rotary Clubdo Guará promove neste sába-do (5 de maio), o III PasseioPaz sobre Rodas, como partedas comemorações pelo 44ºaniversário do Guará. A con-centração será às 9h30 no es-tacionamento do Ginásio deEsportes do Cave e o percursoé o contorno do Guará II.

O objetivo do passeio éconscientizar os motoristassobre a necessidade de umaconvivência pacífica entremotoristas, ciclistas, motoci-clistas e pedestres e reduzir oíndice de acidentes no trânsi-to. Participam também doevento o Detran, a Polícia Mi-litar e o Corpo de Bombeiros.

Morador da QE 42 é morto esfaqueado.Polícia suspeita de dívidas de drogas

Droga mata outro

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UUUUU m mês após a morte dodesigner Isaque Nilton

por um lutador de MhuaiThai após ter reclamado doconsumo de drogas na QE 40,um morador da QE 42 mor-reu também por causa de de-sentendimento sobre drogas.Elenildo Deamoras Thethe, 37anos, foi esfaqueado no tóraxe na axila e morreu antes deser socorrido. A polícia temindícios de que o crime foicometido por dois irmãos davítima e um amigo.

De acordo com testemu-nho de vizinhos, Elenildo,que morava sozinho, estava

em casa com os três, quando co-meçou uma discussão por vol-ta das 23h da terça-feira, 30 deabril. Os irmãos e o amigo teri-am saido correndo da casa de Ele-nildo, que tombou logo depois aotentar buscar socorro na porta decasa. Socorrido pelo Corpo deBombeiros, morreu na manhã dequarta-feira.

Tiros no Guará IQuem teve mais sorte foi um

adolescente de 16 anos, moradorda QI 9 do Guará I, que levou umtiro no ombro na praça de espor-tes da quadra. Segundo testemu-nhas, dois homens pararam num

Audi azul e disparam pelo me-nos 10 vezes contra o jovem,mas apenas um tiro acertou, noombro.

A polícia suspeita que atentativa de homicídio te-nha sido praticado por trafi-cantes de drogas, possivel-mente por dívida não pagapela vítima.

OperaçõesO delegado titular da 4ª

Delegacia de Polícia do Gua-rá, Jeferson Lisboa, informaque a polícia tem feito ope-rações nas praças do Guarácom o objetivo de coibir o trá-fico de drogas.

Passeiopela pazno trânsito

do Guará aconteceu nesta sex-ta-feira, 3 de maio, em frente àAdministração Regional. Esteano o desfile foi mais rápido doque nos anos anteriores, por-que teve a participação de me-nos estudantes. A Regional deEnsino do Guará e a coordena-ção da festa optaram por colo-car na avenida apenas um gru-po de estudantes, representan-do a rede pública da cidade.

Também diferente dos des-files anteriores, não houve par-ticipação das escolas particu-lares. Além dos alunos da rede

pública, defilaram atletas daacademia Okinawa Karate-DoKwokay e do Guaraense, a es-colinha do Morales.

O desfile foi aberto pelabanda da Polícia Militar, quetambém apresentou os veícu-los que fazem a ronda no Gua-rá. Participaram também repre-sentantes dos grupos de idososda cidade.

O tema do desfile e dos 44anos do Guará foi a melhoriada qualidade de vida após a im-plantação de quase 30 equipa-mentos de lazer na cidade. Porisso, o tema deste é “A Cidadedo Bem Estar”.

Foi concluida nesta sexta-feira, 3 de maio, a OperaçãoCidade Limpa, força-tarefa deórgãos do governo para limpartoda a cidade em uma semana.cola Águas Claras.

O programa envolveu a Ad-ministração Regional, Nova-cap, Coordenadoria das Cida-des e SLU. Os serviços são prio-rizados conforme os pontos crí-ticos, as regiões mais carentese as demandas dos moradoresque entraram em contato coma Ouvidoria da Administração.

A força-tarefa recolheu lixo,entulho, pintou meios-fios, fezpodas em árvores, roçou, entim,deixou a cidade totalmentelimpa.

Operaçãolimpaa cidade

Para combater o mosquito dadengue, a Administração doGuará promoveu uma limpezana QE 40, no Guará II. Remoçãode entulhos e de lixo e orienta-ção para as pessoas sobre oscuidados para eliminar oscriadouros do mosquito fazemparte da ação.

A preocupação do Governoé impedir o aumento no núme-ro de casos da dengue, em es-pecial do vírus tipo 4, que cau-sa complicações graves se nãofor diagnosticado a tempo.

Os agentes da vigilância sa-nitária recomendam que a re-sidência ou o comércio sejamvistoriados a cada sete dias. Arazão desse prazo é que, na pre-sença de água parada, os ovoscolocados levam de sete a dezdias para se transformarem emmosquito adulto. Assim, setoda a semana o morador oucomerciante eliminar objetos eidentificar locais quer acumu-lem água, esse ciclo será inter-rompido e não nascerão novosmosquitos.

Mutirãocontra omosquitoda Dengue

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JORNAL DO GUARÁ6 4 a 10 de maio de 2013

Roriz de volta

Lei das Copas

Abacaxido JoePitiman

deixa PMDB

Perguntar não ofende

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Bode espiatório

No dia 6 de maio, na Câmara dos Deputados, haverá umaAudiência Pública sobre o dia do “Líder Comunitário”,segmento muito valorizado nos governos Roriz. Por isso, eleestará presente ao evento. Sem dúvida nenhuma será umbom termômetro sobre o povo e ele. “O amor por essa cidadee a vontade da população me levariam a ser candidato denovo”. E quando perguntado se pode ser candidatoresponde: “Claro que posso, não há nenhum impedimentolegal para eu ser candidato a qualquer cargo. No meu caso,houve empate no julgamento do Supremo.Se eu fosseGovernador hoje estaria cuidando do povo, da cidade. Sofroao ver Brasília tão maltratada e seu povo enfrentandodificuldades com a saúde, com o trânsito, com a segurançade um modo geral.O PT sempre larga com 30% dos votos. Nãosei se terá esses 30%.em 2014. Esse governo é péssimo”.

No dia 5 de maio, o Guará completa 44 anos de existência. O temado aniversário é Guará, é “a cidade do bem-estar”. Uma das razõespara o tema está relacionada ao prazer de viver e morar aqui, umacidade que em muitos aspectos conserva a tranquilidade e o arbucólico, com boa qualidade de vida. A outra razão diz respeito àligação que a maioria dos moradores tem com a prática deexercícios físicos regulares. Ainda é uma cidade boa para se viver.

Um ex-morador do Guará, e ex-deputadodistrital Raimundo Ribeiro está na mira daMobilização Democrática (MD). Tucano,ele tem boas relações com figuras doantigo PPS. Atualmente, não passa bonsdias dentro do PSDB. As primeirasconversas estão em curso.Nas eleições de2010, Ribeiro teve 12.794 votos. Pormágicas do quociente eleitoral, não seelegeu, embora tenha recebido mais votosdo que cinco dos atuais distritais.

A tramitação foi de apenas 1mês considerado um recordequando se refere a CLDF. Foiapertado e foi preciso que todatropa do Executivo entrasseem campo. No final de tudo aLei Distrital da Copa dasConfederações e do Mundo de2014 foi aprovada no plenárioda CLDF, por 16 deputadosdistritais da base governista.(Faltaram 4 da oposição e 4insatisfeitos).

A lei prevê a dispensa dopagamento de tributos asatividades indicadas pelaFIFA durante a realização dascompetições. Ainda de acordocom a mensagem dogovernador que encaminhou aproposta, a renúncia fiscalserá de R$ 924.984,00 em 2013;R$ 970.169,00 em 2014, e R$1,01 milhão em 2015.

Após liderar o processo deredemocratização que pôs fim àcensura no Brasil, o PMDB doDistrito Federal agora veta aexibição na tevê de três inserçõesgradas pelo deputado LuizPitiman (DF) com criticas aogoverno de Agnelo Queiroz (PT).

A censura foi assumida porescrito pelo presidente regionaldo PMDB e vice-governadorTadeu Filippelli. Um dos vídeoscritica duramente os custos doestádio Mané Garrincha. Outro, aincompetência da estatal deenergia de Brasília, CEB,considerada a terceira pior doPais.E sua demissão daSecretaria de Obras onde tinhaboa avaliação do povo.

Censurado, Luiz Pitiman deverádeixar o partido.

O deputado Washington Mesquita devemesmo estar com os dois pés de fora do seuatual partido, o PSD. Bastante cortejado poroutras siglas, o destino do parlamentardeve ser o PTB do senador Gim Argelo, quenão admite a hipótese de perder Mesquitapara outra sigla.

Depende do escândalo do momento.Agora foi a vez da PM. O Comandantefoi demitido por ter cotado capas dechuva por um valor muito acima do demercado, (mais de 5 milhões e trezentosmil), por que o Secretário de Educaçãonão é demitido pela compra demerenda superfaturada para as escolasdo DF?

Procura-se o jegue quenão entende nada desaúde, de segurança, detransportes e nem deeducação de educação.Mas ele tem que ser pós-graduado em bactérias eaceitar o baixo salário e irtrabalhar na Ceilândia.

Ao final do sorteio queescolheu Joe Vale comorelator do caso RaadMassouh, o que maischamou atenção foram àsexpressões de alívio nosemblante de Dr. Michel ede Olair Francisco.Ninguém queria esteabacaxi. Patrício disse quese fosse sorteado aceitaria.Vamos ver no que dá.

- Quem são os quatro deputados que estão deixando o Gover-no na mão? Pelas contas só são 4 de oposição, mas tem quatroque não estão votando com a base.

- Quem viaja mais, o Governador Agnelo ou o Vice Tadeu Fili-ppelli?

- Além de Eliana Pedrosa, que outra mulher temos para con-correr em pé e igualdade com os candidatos?

Guará, 44 anos

Fora do PSDB?

Cadê o jegue?Palavra final doPadre Moacir

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

História contada por pioneiros

CCCCC

RAIMUNDOFONSECA

VVVVV

3JORNAL DO GUARÁ 19 4 a 10 de maio de 2013

heguei ao Guará em 1969.Trabalhava na CEB que era

um departamento da Novacap.Antes de vir para o Guará, mo-rava na Candangolândia. Fiz ainscrição lá na CEB mesmo e fuicontemplado. Saiu meu nome nojornal. Era uma casinha peque-na, dois quartos eu nem queriavir, mas a mulher insistiu e nósviemos. Foi uma bênção. Eu fui

essa casa aqui pagando 240 presta-ções. Graças a Deus quitei. Às vezesatrasava, mas consegui.

Sou soldador, serralheiro e comeceia também a trabalhar fazendo “bicos”.Foi assim que eu consegui aumentarminha casa, porque só com o salárionão dava.

Tenho nove filhos, a casa era muitopequena, não gosto nem de lembrar.Dormia num beliche quatro, dois emcima e dois embaixo. Era uma dificul-dade, mas valeu a pena. Tenho minhacasa hoje sem dever nada a ninguém.

Trabalhei por uns tempos na Admi-nistração do Guará e fui fiscal dessaárea que estava sendo construída. Eraresponsável pelas plantas.

Quando cheguei aqui era tudo ruim,mas eu tinha sempre a impressão deque iria ficar bom. É próximo do PlanoPiloto. E depois eu tinha aquela visãoe não fui decepcionado. Hoje eu me sin-to tão feliz, foi quase como acertarnuma loteria morar aqui no Guará. Eugosto muito do Guará, não tenho nadaa reclamar. Uma cidade pacata em rela-ção às outras. Se eu quero ir a Tagua-tinga é rápido, se eu quero ir no Planoé rápido, tudo aqui é bom. Moro numacidade do interior na capital. Tem coi-sa melhor?

o primeiro morador do conjunto.Na época não tinha asfalto, não

tinha nada. Meu filho mais novo nas-ceu aqui. Essa foi uma das coisasmais marcantes que me aconteceuaqui.

As casas não tinham muro, eramseparadas por piquetes para demar-car o lote. O vizinho me ajudou amurar o lote. Tive muita dificuldadefinanceira, mas consegui. E aos pou-cos, fui aumentando a casa. Hoje sãocinco quartos, três banheiros. Os fi-lhos foram saindo e a casa foi cres-cendo.

Minha mulher que me incentiva-va, eu era mais pessimista. Se nãofosse por ela a gente não tinha vin-do. A QI 08 ainda estava em constru-ção e a QI 10 já estava pronta, masera pouca gente que morava aqui.

Eu saia para trabalhar bem cedo.Pegava o ônibus na EPTG e chegavaao Plano Piloto ainda escuro. Saltavano Eixo e subia para o Setor de Au-tarquias Sul. Passava 24h ouvindoaquele barulho dos transformadores.

Quando eu vim pra cá o sistemade mutirão já tinha acabado. O mu-tirão foi feito nas quadras lá de bai-xo. Por intermédio do Sr. Judson eume inscrevi, mas antes de eu ser cha-mado deram um basta e eu não tra-balhei mais no mutirão. Comprei

im para o Guará paramorar em 1973, mas

JOSÉ EIDÁLIATELES

conheço o Guará desde1969 como auxiliar de fis-calização de obras pelaSHIS. Eu era funcionárioda SHIS. Trabalhava nasquadras 02 e 04, mas nessa época mo-rava no Gama. Depois passei a fisca-lizar as obras da QE 28 e aqui era sómato. Quando passei a fiscalizar, ascasas da quadra 01 já existiam, queforam as casas construídas no siste-ma de mutirão. Fiscalizei também asQEs 19 e 21. Já me sentia como umguaraense.

Quando foi construído o Guará Ieu quis vir pra cá, mas eu tinha feitouma ampliação na casa do Gama e euqueria que eles me compensassem.Eles não compensaram e eu não con-segui a casa no Guará I. Então quan-do foi avisado que ia haver a constru-ção do Guará II, eu fui convocadopara a fiscalização e, quando mudoua direção da SHIS, conversei com odiretor e pedi que ele me compensas-se a ampliação da casa do Gama e eleaceitou. Felizmente, e eu vim pra cá.Então fiquei alguns anos sem pagaraqui por causa dos benefícios que fizna casa do Gama.

Idália Teles: Pensando mais no fu-turo dos filhos - são seis filhos -, entãoinsisti em vir pra cá. Aqui é mais per-to do centro, tem mais facilidade deestudo, foi isso que motivou. E nóssempre pensamos num futuro muitobom, que acabou acontecendo. Esta-mos felizes.

José Teles: A localização da cida-de dava uma visão melhor. Foi umadas razões que nós viemos pra cá.

Quando chegamos aqui tinha muitoburaco, muito mato, mas olhandopara o futuro nós vimos que o Guaráseria um dos melhores lugares aquide Brasília. Quando vim morar aquiainda não estava tudo pronto, falta-va infraestrutura, não tinha asfalto,eram poucos habitantes, só tinhaburacos e escavações. Quando che-guei aqui só tinha um morador.

Idália: Depois, aos poucos fomosmelhorando a casa, pois são seis fi-lhos. Nós trabalhávamos até a noite.O Judson ajudou muito. Ele foi mui-to importante pra nós. Quando nóschegamos, ele já estava morando naQI 01. Minha filha mais velha veioprimeiro por conta dos estudos e fi-cou morando com o tio Judson. Osoutros ficaram com avó enquanto agente providenciava escola no GuaráI. O Judson nos ajudou na mudança,ajudou colocando os tacos no chão.Fazíamos tudo isso a noite. Eu fazia ocurso Normal no plano echegava emcasa muito tarde. Vinha cochilandono ônibus e algumas vezes passei doponto de descer e tinha que voltar an-dando. Não tinham paradas ainda.Os ônibus passavam de hora em horae era de graça.

José Teles: O que nos marcou foiter conseguido a troca da casa. Foiuma bênção. A aproximação do cen-tro, do comércio, a facilidade para osfilhos estudarem.

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3JORNAL DO GUARÁ 7 20 a 26 de abril de 2013

Futuro político deAgnelo passa porPO, Filippelli e GimPossíveis adversários podem se tornar aliadosou não. Tudo depende dos acontecimentos

NNNNN s últimos 15 dias serviramcomo termômetro para avaliar

Por Wilson Silvestre*

— caso o governador Agnelo Quei-roz continue amargando númerosruins em sua popularidade — oque vem por aí na disputa pela ca-deira do Buriti em 2014. Nessasduas semanas, vários pretenden-tes ao cobiçado cargo desfilarampelos blogs, telejornais, rádios ecolunas políticas — cada qual aseu modo sinalizando o que podevir a ser a disputa eleitoral em 2014.O primeiro a fazer barulho foi oempresário e ex-vice-governadorPaulo Octávio, um “apaixonado porBrasília”, como gosta de dizer. Elefoi, depois do governo local, o quemais homenageou Juscelino Ku-bitschek, o ilustre fundador da Ca-pital do Brasil.

Mesmo longe dos holofotes dapolítica, Paulo Octávio (por en-quanto no DEM?), discretamente,conseguiu ocupar generosos espa-ços de mídia espontânea ao mon-tar, dentro de suas empresas, umaprogramação homenageando a ci-dade. Foram vários eventos desdeos de alcance social como o de In-serção Digital, o primeiro ministra-do em um canteiro de obras do País,e finalizando com um grande even-to no Memorial JK. Sem contar amobilização da sociedade que in-cluiu o próprio governador, Octávio

capitalizou atenções e voltou a serum dos nomes mais lembradospara disputar o governo.

Perguntado sobre o assunto, elenega qualquer conotação política.“Todo mundo em Brasília sabe oquanto amo esta cidade e os laçosafetivos que unem minha mulher,Cristina, neta de Juscelino, e meucompromisso com o desenvolvimen-to econômico e social do DF. Meufoco é e sempre será o de manterBrasília em evidência, tanto no Bra-sil quanto no exterior.”

O fato concreto: mesmo nãoadmitindo, Paulo Octávio deu umatacada e tanto. Muitas siglas par-tidárias correram à sua procuraquerendo tê-lo nos quadros. Mo-desto, ele disse que é bom ser lem-brado, mas ainda está avaliando omomento político. “Tenho tempo.”

Seguindo estratégia diferente,mas com propósitos políticos, ovice-governador Tadeu Filippelli(PMDB) não deixou barato: fez ummovimento inteligente no xadrezpolítico do DF convidando Paulo Oc-távio para filiar-se no PMDB. Maisdo que um convite, o simbolismodo gesto mostrou que Filippelli,além de inteligente, sabe transporpara a política os conceitos de en-genharia. Também sinaliza quetem um plano B, caso Agnelo nãodecole. Antes que atirem pedras natese, não custa lembrar que oPMDB e PT estão decidindo os ru-

mos da aliança na cúpula nacio-nal. Se houver ruídos — leia-se PT— que possam atrapalhar o proje-to do PMDB disputar a eleição pre-sidencial em 2018, a legenda lançaFilippelli candidato ao governo.Nesta circunstância, Octávio viriapara o Senado e Gim para a vice.Im-possível? Tudo pode acontecer,inclusive nada disso, mas em polí-tica o impossível é logo ali, no finaldo Eixo Monumental.

Filippelli sabe que precisa irmais além, buscar nomes que agre-guem votos, se necessário for, bus-car até adversários da base deAgnelo. Outro ponto forte é que Jo-aquim Roriz movimenta-se paradisputar a cadeira do Buriti, masninguém acredita que ele terá fôle-go para alcançar este objetivo. OPT vai colocar mil empecilhos nes-sa trilha, tentando até juridicamen-te impedir que Roriz registrar cha-pa.

Pesquisa qualitativa encomen-dada pelo PMDB aponta que Fili-ppelli pode ter chances reais de irpara um segundo turno, basta ne-gociar o apoio de Roriz e Paulo Oc-távio e Gim Argello. Projeções indi-cam que o capital político dos trêsalcança mais de 30% dos votos vá-lidos. São projeções, mas com umbom trabalho de marketing e amemória de realizações em infra-estrutura comandadas por Filippellino DF, quando era secretário de

Roriz, torna-se uma passagem deprimeira classe.

Quanto ao senador Gim Arge-llo (PTB), ao contrário do que seusadversários apregoam aos quatrocantos, o plano A e B é a reeleiçãoao Senado. Gim tem dito a amigosque já tentaram inúmeras vezesdesconstruí-lo como político, noentanto, continuou seu “trabalhoem prol de Brasília e a regiãoMetropo-litana”. Um aliado do se-nador petebista afirma que esta“onda que circula na mídia, princi-palmente blogs, de que ele será in-dicado para a vaga de Valmir Cam-pelo no Tribunal de Contas daUnião, foi mencionada uma únicavez, mas que não foi cogitada porele”. Pelo sim ou pelo não, Gim tra-balha como nunca para costurarapoio ao projeto de reeleição.

Quem convive ou conversa como senador não vê nele disposiçãopara se tornar um burocrata. Nin-guém com um capital político como

o dele e com um trabalho parlamen-tar que já injetou, nos últimos trêsanos, mais de R$ 17 bilhões no Dis-trito Federal, deixaria à beira docaminho a possibilidade de ser re-eleito ou até mesmo vir a ser gover-nador. É neste potencial que o es-perto Filippelli mira. Ou existe al-guém melhor do que Gim para lide-rar o PTB? A pergunta é uma pro-vocação, mas serve de alerta paraos que imaginam o senador fugin-do da luta. O vice-governador tam-bém analisa que, caso Gim e o de-putado federal Antônio Reguffe(PDT) disputem a única vaga desenador, Gim teria vantagem nodebate. Di-fi-cilmente as classes C,D e E entenderiam o discurso demoralidade de Reguffe, voltadomais para a classe média burocrá-tica, de que não destinou um únicocentavo em emenda parlamentarou em projeto para ajudar os maispobres.

*Jornal Opção

Agnelo Paulo Octávio

Filippelli Gim Argelo

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JORNAL DO GUARÁ 17 4 a 10 de maio de 20138 JORNAL DO GUARÁ 4 a 10 de maio de 2013

Qual a memória mais vivados primeiros anos do Guará?

- As peladas nos campinhosde terra. Isso é muito forte. Asimensas áreas descampadas, ascrianças correndo, o espaçoaberto. Uma cidade muito sim-ples, formada de gente muitosimples. Mas, todos trabalhado-res. Não havia drogas, violênciaagressões. Não me lembro denenhum colega meu envolvidocom isso. A gente se reunia noscampos de terra. Quando anoi-tecia, a fraca iluminação públi-ca daquele tempo criava umambiente agradável. Na época,as redes de água pluvial esta-vam sendo construídas e haviamuitas manilhas de concretoespalhadas pela cidade. Sentá-vamos naquelas manilhas paraconversar, namorar, nos reunir.

administrador Carlos Nogueira daCosta conhece bem o Guará. Chegou

CARLINHOS NOGUEIRA

OOOOO

Administrador regional do Guará

“Cidade precisa ser repensada,considerando o seu crescimento”

aqui em 1970, apenas um ano após ainauguração da cidade. Com 18 anos,veio com os pais para a nova moradia noconjunto A da QE 08. Seu pai, comerci-ante no Gama ,e sua mão funcionária doGoverno do Distrito Federal, trabalhavana sala de imprensa do então governa-dor Helio Prates da Silveira. Carlinhos es-tudava no colégio Elefante Branco, naAsa Sul,e lembra da dificuldade em che-gar no Gama depois da aula. Isso, soma-do ao senso de oportunidade dos pais co-merciantes, fizeram a família optar pelamudança para o Guará, quando o GDFofereceu uma oportunidade de nova casa.

Poucos meses depois, seu pai alugouuma loja na QI 10 e montou um dos pri-meiros mercados da nova satélite.”Asmercearias da época atendiam os clien-tes no balcão. Meu pai foi um dos primei-ros a montar o mercado com gôndolas.

Ainda de madeira, com os produtos ex-postos. Mesmo assim, pouca coisa vinhaempacotada. Pesávamos os grãos, a fari-nha e muitos outros produtos” recorda oadministrador. O mercado mudou-se paraa QI 8 em 1972. Carlos Nogueira o assu-miu em 1978, ano de seu primeiro casa-mento. Em 1982, o mercado estava esta-belecido em três lojas próprias.

Em 1982, ele e vários outros empresá-rios da cidade fundaram a Associação Co-mercial e Industrial do Guará. Foi funda-dor também da Associação de Supermer-cados de Brasília e da Superede de Super-mercados, uma congregação de peque-nos e médios varejistas, formada pelossupermercados BigBox, Amazonas, Ca-prichoso, Vitória e alguns outros.

Nessa entrevista ao Jornal do Guará,ele lembra alguns momentos marcantesda história do Guará e pondera sobre osproblemas que o guaraense enfrentará nofuturo.

Todo fim de semana tinha festi-nha na casa da alguém. Era sóir para a praça e descobrir ondeestavam todos. Em geral, reu-nidos em algum quintal. Eragente muito hospitaleira, queconstruiu a cidade junto, e porisso muito unida.

Foram anos difíceis até a ci-dade ter a cara que tem?

- Era impressionante. Melembro de cuidar do mercado eescutar todo o tipo de coisa. Oque mais me lembro é da quan-tidade imensa de pessoas quedesistiram das casas. Muitagente desistiu de mudar para oGuará. Escutava gente se van-gloriando por ter trocado suacasa por um carro velho com um

“trouxa”. Imagine, gente tro-cando a casa no Guará por umVemaguet, um Dolfini... Gentevendendo casa aqui para com-prar em Ceilândia e em outrascidades. As ruas sem asfalto as-sustavam. Os taxis se recusa-vam a entrar aqui. Deixava agente na beira da EPTG e assenhoras caminhavam até emcasa. As casinhas brancas, en-fileiradas, sem muro, sem gra-de, lembravam um pombal. Eesse era o apelido pejorativoque davam à cidade no come-ço. Mas, aos poucos, o perfil dapopulação se impôs. Uma cida-de pioneira como a nossa, loca-lizada onde estamos não podiadar errado. Imagine uma cida-de construída por seus própri-os moradores em sistema demutirão dar errado. O povo foi

criando orgulho de morar aqui.Foi defendendo a cidade eacreditando. O comércio se de-senvolveu, as casas melhora-ram. As pessoas começaram areconhecer no guaraense umestilo próprio, de povo do inte-rior. Onde todo mundo conhe-ce o vizinho e se ajuda. E a ci-dade foi crescendo assim.

Quais são hoje as principaisqualidades da cidade? O quejustifica tamanha procura porimóveis aqui?

- Nesse aniversário de 44 anosdecidimos que o tema seria “acidade do bem-estar”. Esse é oespírito do Guará. Buscamosvoltar a origem da cidade,quando aqui meus pais chega-ram, mas com estrutura e de-senvolvimento. O Guará é a ci-dade que tem mais praças pú-blicas de Brasília, é conhecidapor seu comércio local diversi-ficado e perto de cada casa.Aqui, cada morador conhece odono do mercadinho, o açou-gueiro, o jornaleiro. Temos anossa orla, o nosso calçadão.

Nossas quadras polieesporti-

vas, o Cave, a Feira do Guará.Temos hoje 28 Pontos de Encon-tro Comunitário, os PECs, e atéo fim do ano serão 35. São seiscampos de futebol sintético, eaté o fim do ano serão 10. Alémdos Centros de Lazer Integra-do, os parquinhos, o Parque doGuará... Somos abastecidos portrês estações do metrô e circun-dados pela natureza. Isso faz doGuará diferente e é isso quenorteia os novos investimentos.Temos construído cooperviasem toda a cidade, novas ciclo-vias estão a caminho. Constru-ímos uma belíssima nova Casada Cultura para a cidade, va-mos reformar o estádio, e vamosreceber um novo fórum. São re-alizações do GDF, orientadaspelo governador Agnelo Quei-roz e de acordo com a popula-ção da cidade. Temos tentadoreforçar esse ar bucólico e co-munitário do Guará. Levar aspessoas à praça, a ocupar osespaços ociosos, frequentar onosso comércio local. Assimcombatemos a violência, o usode drogas e proporcionamosdesenvolvimento de nossa po-pulação, social e economica-mente.

Muitos desistiram

Cidade do bem estar

História contada por pioneiros

omecei a fazer as casasno sistema mutirãoCCCCC

JUDSONSERAINE

aproximadamente em 1968.O GDF, por intermédio daNovacap, ofereceu para nósservidores a oportunidadede fazermos as nossas casas.E construíamos em regimede mutirão. O governo nosdava o material e nós servi-dores ajudávamos uns aosoutros a edificar as residên-cias.

Uma bendita ideia do en-genheiro Rogério de FreitasCunha que chegou e falouque esse local era bom e quecada servidor ajudasse ooutro nas casas simples, po-pulares, mas com condiçõesde abrigar a todos. Pois aquiestá surgindo o SIA e tam-bém é perto para trabalharno Plano Piloto e assim aideia foi aceita e colocadaem prática.

Eu sempre acreditei naousadia do homem. Quan-do cheguei em 1958 em Bra-sília, sabe Deus como, vocênão tinha ideia da ousadiade quem traçou o Plano Pi-loto. Então para gente erasó orgulho, coragem, vonta-de, a gente não tinha dúvi-da de que seria um bom ne-gócio.

Eu morava em Taguatin-ga e já era casado com aDona Lourdes, hoje há 51anos. Eram 10 lotes para 10contemplados. Cada vez queeu ajudava alguém eu ga-nhava um ponto. Entãoquanto mais ajudava maischance tinha de ser contem-plado.

A Novacap cedia o cami-nhão e a gente ia até o RioCorumbá e na pá o enchia deareia. A gente pegava as pe-dras perto de onde hoje é a tor-re digital. Enchia o caminhãoe trazia. Os tijolos eram pro-duzidos na Novacap, ou naVelhacap, que tinha uma fá-brica de tijolos e nós tiráva-mos do forno ainda quente ecolocava no caminhão.

Cada grupo em 30 dias er-guia 10 casas. Por exemplo,quatro grupos erguiam 40 ca-sas em 30 dias. Não dá praacreditar numa coisa tão ben-dita. Um trabalho que envol-via homem, mulher, até as cri-anças. Meus filhos vinham meajudar, pequenininhos. Umcaminhão ia buscar o pessoalpara trabalhar e à tardinha le-vava a gente.

Eu fui contemplado em no-vembro de 1968. Cada um quecumprisse a missão e fizesse asua casa ia cuidar de terminá-la. E as pessoas que aindaaguardavam a contemplaçãocontinuavam ajudando unsaos outros. Era uma adminis-

tração beleza. Muitos colegasnão quiseram vir pro Guará eainda diziam: - Quem fez mu-tirão que coma. Era essa ex-pressão grosseira que usa-vam.

Uma das coisas que maismarcou na vida foi a gente sesentir valorizado, se sentirgente numa cidade que já ti-nha um horizonte brilhandopara o bem-estar da família.E isso provoca no cidadãouma vaidade, um orgulho.Aqui eu tenho o Plano Pilotoa seis minutos, supermerca-do 24 horas, o SIA aqui dolado, tenho tudo a minha vol-ta.

Para ser sincero, o Guaráfoi além do que esperava. OGuará não supriu minhas ex-pectativas, superou. Eu fuinascido e criado abaixo dapobreza. Fiquei órfão com 10dias. E desde novinho já to-mava mingau, era essa minhaamamentação. Hoje, sou umcara realizado, com uma famí-lia maravilhosa e moro namelhor cidade do mundo.Que eu ajudei a construir.

heguei ao Guará em 1970na QE 14 conjunto B. Eu

ANAPOLINO SILVACCCCC

já era músico, tinha um ban-da chamada Matuskela. Morá-vamos no Núcleo Bandeirantee viemos para o Guará. Até en-tão só existia o Guará I. Quan-do cheguei as casas já estavamprontas e era daquele modelode casas populares, todasiguais. Antigamente chamavade casas da “shis”, eram bempequenas.

Cheguei a Brasília, no Ban-deirante, em 1959. Minha mãeganhou esse lote e, como noNúcleo Bandeirante era só bar-raco e eles estavam tirandomuita gente de lá também,então nós aproveitamos e vie-mos para cá. Nós fizemos nolote uma casa, que pra épocaera muito grande. A famíliaera formada por cinco irmãos,pai e mãe.

Quando chegou na décadade 80, alguns irmãos foramcasando e minha mãe resolveusair de Brasília e vendeu acasa. Hoje eu moro no setor dechácaras do Vicente Pires.

Quando chegamos aqui noGuará era tudo aberto, as pes-

soas não queriam ficar aqui.As pessoas emprestavam ascasa para parentes moraremporque não queriam ficar. OGuará era muito carente,não tinha muros nem nada,mas também não tinha vio-lência, não tinha ladrão. Eraoutra época. Um ponto ruimde hoje é esse tanto de apar-tamento, vai chegar umahora que as pessoas não vãoconseguir andar aqui dentro.

O Guará cresceu muito,está bem habitado, ficou umtrânsito ruim. E naquelaépoca era carente de cons-trução, de vias, de asfaltoque existia só nas princi-pais.

O Guará sempre foi umacidade boa. Quando nóschegamos tinha o mutirãoda Qi/QE 22. Mas eu não es-perava que fosse ficar tãobom, a estrutura aqui é ma-ravilhosa.

Depois, mais na frentesurgiu o Guará II, na déca-da de 70. O Guará II veiomelhor, mais planejado.

Hoje, a minha sogra con-tinua morando no Guará.

Por Rafel Souza

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JORNAL DO GUARÁ 9 4 a 10 de maio de 2013

O Guará enfrenta hoje gran-des problemas causados pelocrescimento abrupto. Isso po-deria ter sido evitado?

- Certamente. Nos últimosdez anos a legislação foi muitocruel com o Guará. Em buscade novos espaços residenciais,as construtoras encontraramno Guará e nas suas caracterís-ticas um bom local para fazernegócio. Natural que uma cida-de cresça, mas não pode cres-cer como cresceu. Os prédiosde mais de 20 andares vão cau-sar transtornos, as áreas comer-ciais transformadas em resi-denciais e vice-versa também.Seria possível crescer ordena-damente. É impossível impediresse crescimento, é natural.Mas, de forma mais clara e pre-parada. Com a votação da Leide Uso e Ocupação do Solo te-nho certeza que a Câmara Le-gislativa vai ser mais responsá-vel do que no passado. Essa le-gislatura tem muitos deputa-dos simpáticos à cidade, al-guns moradores ou ex-morado-res do Guará e, portanto, gran-

des conhecedores de nossasnecessidades.

Hoje, enfrentamos problemasimensos com o trânsito. Nãoapenas pela quantidade de car-ros dos moradores do Guará,mas por estar a cidade entregrandes centros urbanos. Mui-tos motoristas cortam caminhopara Águas Claras, Taguatinga,Riacho Fundo, Park Way pordentro do Guará. Temos pro-blemas de estacionamento, porconta da quantidade de prédi-os em áreas previstas anterior-mente para outros fins. Temostentado amenizar esses proble-mas quando não podemos re-solvê-los. O abastecimento deenergia elétrica, que sempre foium problema para os guaraen-ses pela sua inconstância, ago-ra será finalmente resolvidocom a nova rede de alta tensão.

Algumas áreas do Guará pa-decem de problemas mais sé-rios. A violência urbana temse concentrado nos últimosanos na QE 40 e no Polo deModa. O que fazer para resol-

ver o problema.?- Isso é consequência do cres-

cimento desordenado. O Polode Moda foi criado para ser umcentro industrial. Para gerarempregos, abrigar empresas.Onde deveriam estar as fábri-cas, confecções e serviços e nomáximo uma residência porlote, estão hoje vários prédiosde quitinetes construídos irre-gularmente. Sem estaciona-mento, sem previsão de rede deesgoto suficiente... Ou seja, umlugar que não foi pensado paramorar. Isso acarreta hoje nosproblemas que vivemos ali.Como é o local do Guará ondeos carros e os bens estão maisexpostos, é natural que maisroubos aconteça.

Como as ruas não foram fei-tas para tantos prédios, acumu-lam-se problemas como a cole-ta de lixo, a iluminação públi-ca e o uso e venda de drogas.Os empresários e a populaçãoem geral é quem sofre.

Temos, a Administração doGuará, a Polícia Civil e a PolíciaMilitar, intensificado as ativi-dades e investimentos na re-gião. Temos investido em novas

praças, vamos reforçar a ilumi-nação e na parte social. Preci-samos reverter esse quadro o

Trânsito, o problema

Insegurança

quanto antes. Estamos próxi-mos de uma solução.

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JORNAL DO GUARÁ 9 4 a 10 de maio de 20136 JORNAL DO GUARÁ 4 a 10 de maio de 2013

té há alguns anos, o Guará cul-tivava a fama de ser a cidadeAAAAA

Cidade perdequalidade de vida

mais segura do Distrito Federal.Pode ainda ser se comparada aoaumento da violência de uma for-ma geral, mas o morador do Guarávem perdendo muito a sua quali-dade vida. Os pioneiros ou quemmora na cidade há mais tempo ti-nha o privilégio de andar pelasruas, ir a uma agência bancária, le-var os filhos para brincar na praça,andar no calçadão sem medo de serassaltados. Não pode mais.

A imprensa tem mostrado o au-mento cada vez mais crescente daviolência no Guará nos últimosanos, incluindo alguns crimes bár-baros. Assalto relâmpago, furtos aresidências já se tornaram rotinapara o guaraense. Reportagem doJornal do Guará de dezembro de2005 mostrava que haviam aconte-cido apenas três homicídios noGuará durante o ano. Em quatro me-ses de 2012 já são quatro homicídios.

Bem servido de infraestrururabásica, o guaraense não teria outromotivo para reclamar a não ser afalta de segurança. Parte do proble-ma pode ser creditada ao inchaçopopulacional do Distrito Federal,promovido por governos populistas

sem a devida contrapartida no em-prego e na geração de renda, e ou-tra parte pode ser incluiída na in-capacidade dos últimos governosna gerência da segurança pública.

DrogasA disseminação das drogas tam-

bém contribui com uma importan-te parcela no aumento da violên-cia. A maior parte das ocorrênciaspoliciais da 4ª Delegacia de Políciado Guará é de prisão de traficantese de desmantelamento de quadri-lhas de distribuição de drogas nacidade. A desestruturação das fa-mílias, a omissão dos pais, a impu-nidade e abrandamento das leisfavorecem e estimulam o consumode drogas, principalmente entre osjovens. Dependentes, eles buscammeios de continuar alimentando ovício e a principal alternativa aca-ba sendo o furto, o assalto e outrostipos de violência.

O morador do Guará está cadavez mais recluso. Não dá mais paradeixar o filho brincar na praça ouna rua, como era há até bem poucotempo. Criadas para para promovera integração entre os moradores eoferecer opções de lazer mais pró-ximas, embora bem conservadas eequipadas, as praças estão sendo

tomadas pelos mordores de rua, trafi-cantes e consumidores de drogas.

TrânsitoO inchaço da cidade, provocado

pela ocupação imprevista no planooriginal, de grandes condomíniospara atender à especulação imobiliá-ria tem refletido significativamentena perda de qualidade de vida do gua-raense. O trânsito está ficando insu-portável. Sair ou entrar na cidade nashoras de pico exige paciência. Porcausa dos grandes condomínios queestão sendo construídos no Guará II,o trânsido na via contorno chega aníveis impensáveis e parecidos com osverificados em grandes metrópoles.

O Jornal do Guará vem denunci-ando em sucessivas reportagens a si-tuação do trânsito entre o Guará e oNúcleo Bandeirante nas horas de pico,quando o congestionamento chega a40 minutos para a travessia de ape-nas três quilômetros. Mesmo assim,não há qualquer movimentação dogoverno para resolver o problema.

A situação da saúde pública é ou-tro calo para o guaraense. O único“hospital” da cidade não passa de umposto avançado e as filas para o aten-dimento chegam a oito horas.

Por esses motivos, o guaraense nãotem muito o que comemorar esses 44anos do aniversário da cidade.

JOEL ALVES

As muitas históriasdos 44 anos do Guará

Torneiras

Em 1973 mudamos para o Guará II, provenien-tes de Taguatinga. Uma nova aventura e um pulona imensidão escura. Tudo era novo e agenteajudava a criar uma nova cidade. Ainda garotãoeu curtia a flor da idade e mil aventuras surgiriamem uma nova cidade, jovem como eu. Tinha gentede todo ponto de Brasília e do DF que se inscreve-ram na SHIS e receberem a tão sonhada casa.

No começo tudo era novidade no Guará II e atéas torneiras tínhamos que buscar no escritórioCentral da empresa construtora que ficava ondeestá a Praça Central da Quadra (QE 32). Ascasas eram muito parecidas. Tinhamos Casas de3 quartos, de 2 quartos e, acreditem, de zeroquarto. Os Lotes variavam de 200 metros a 120metros aproximadamente. Era tudo bem divididoe organizado.

Naquela época já havia uma preocupaçãoambiental e na frente de toda casa do Guará IIhavia uma muda de árvores. Poucas existenteshoje em dia. Até por conta das ampliações queviriam depois modificando toda a cidade devidoaos interesses individuais de cada um novocidadão.

Sem asfalto sofríamos com as dificuldades deuma nova cidade e convivíamos com os buracosna frente da casa, onde eram instaladas asenormes manilhas completando a tão necessáriainfra estrutura. Só tinha uma linha de ônibus quecirculava externamente a cidade e mantinha onível de poeira que tanto nos atormentava. Foineste tempo que surgiu a famosa parada dapedra.

O ponto mais marcante naquela época era orelacionamento entre os alunos nas escolas. Noinício não havia escolas prontas no Guará II e oGuará I acolhia os alunos da rede pública e assimos novos grupos se formavam. As Turmas doColegio GG eram as mais atuantes. Só depoissurgiriam as primeiras escolas do Guará II e seconsolidaria a comunidade.

No início não havia salões de festas ou elubes eexistiam muitas casas vazias e era lá que opessoal organizava as festas, com a autorizaçãodo proprietário, lógico. Sem iluminação públicaque ainda não existia, a turma se virava e curtiaos momentos felizes da puberdade e assimsurgiam os primeiros namoricos. Hoje, boa partedos casais do Guará surgiu naquele tempo.

Árvores

Sem asfalto

Escolas

Festas

Em 1990, mais de 400 famílias eramassentadas nas QEs 42 e 44. Em 97, eraocupada a QE 46, no finalzinho da se-gunda gestão do Governo Roriz, mas amaioria dos contemplados era de apa-drinhados do governo e não de baixarenda como previsto.

Nos últimos anos, a construção decondomínios verticais é a nova causade inchaço na cidade. Com a transfor-mação do Polo de Moda de um centrode desenvolvimento em uma quadraresidencial, assim como a QE 40, a ÁreaEspecial 2A, o Setor de Oficinas Sul en-tre outras, o crescimento desordenadoda cidade é reflexo da queda da quali-dade de vida, tão celebrada pelos ci-

Novas quadrasdadãos guaraenses.

O Jornal do Guará viveu boa partedessa história. O JG é o terceiro jornalmais antigo do DF em circulação, e oprincipal jornal comunitário do Distri-to Federal. São 30 anos ininterruptosinformando o guaraense sobre os assun-tos de seu interesse. O Jornal do Guaráé protagonista da história de 44 anosda cidade e a principal voz dos moradores.

O arquivo do JGáé o maior acervosobre a história da cidade. Para ajudara contar os primeiros anos de nossa ci-dade, o jornal selecionou alguns pio-neiros seus depoimentos vão ajudar arevelar às novas gerações como a cida-de foi construída.

Por Alcir Souza

As primeirasquadras do Guará I

As primeirasquadras do Guará II

A primeira edição doJornal do Guará, em, 1983

A edição número 2,testemunho da história dacidade

Crescimento desorde-nado trouxe problemaspara a cidade

Page 11: Edição nº 630

JORNAL DO GUARÁ 11 4 a 10 de maio de 201314 JORNAL DO GUARÁ 4 a 10 de maio de 2013

População oficial éde 142 mil habitantes

Um estudo elaborado pelaárea técnica da Administra-ção do Guará conclui que apopulação da cidade ultra-passa os 174 mil. A metodolo-gia do IBGE consistiu na visi-ta de casa em casa e preenchi-mento de um formulário ele-trônico pelos recenseadores. Oestudo é feito por amostra-gem. Os números divulgadosainda mostram uma estima-tiva do crescimento da cida-de nos próximos dez anos. Em2020, quando será realizado onovo censo populacional, aexpectativa do IBGE é que oGuará tenha 152.743 habitan-tes. Até 2016 o crescimentoprevisto é de 8.803 habitan-tes e cerca de mil habitantes amais por ano até o fim da déca-da.

A urbanista Hilma Amaral,

PPPPP ara uma população espera-da de mais de 150 mil, o

Censo do IBGE de 2010 regis-trou pouco mais de 140 mil ha-bitantes. Entretanto, a cidadedeve receber cerca de 15 mil no-vos habitantes nos próximostrês anos, com a entrega de 16projeções em construção, e aocupação das novas quadrasna QE 48, que estão sendo lici-tadas. O Censo revelou tambémque existem 9 mil mulheres amais do que homens no Guará.E cerca de 30% da populaçãoestá na faixa de 20 a 34 anos deidade. Outra curiosidade é queexistem seis pessoas com maisde 100 anos de idade morandono Guará.

Mesmo com as novas qua-dras, prédios de até 25 andarese construção de quitinetes emesquinas e lotes comerciais, apopulação do Guará cresceupouco nos últimos dez anos. Amédia de crescimento da cida-de está abaixo do que cresceuo Distrito Federal na década,mesmo com as quitinetes doPolo de Moda e as novas proje-ções residenciais já entregues.

O Distrito Federal cresceu23% e é também a quarta re-gião mais populosa, perdendoapenas para São Paulo, Rio deJaneiro e Salvador. O DF che-

gou em 2010 com 2.570.160 pes-soas e o Guará 142.833 morado-res em 48.242 lares. Há dez anoso DF tinha pouco mais de 2 mi-lhões de habitantes e o Guará115 mil.

Os números mostram umcrescimento aquém do espera-do por especialistas. O Guaráfoi uma das cidades onde maisse construiu no Distrito Fede-ral na última década. O cresci-mento da cidade e o seu visíveladensamento projetavam umaumento de pelo menos 20% dapopulação. O DF tem hoje444,07 habitantes por quilôme-tro quadrado - em 2000 eramapenas 352,16 e em 1991 era de275,50. Esse adensamento fre-nético pode ser comprovadopela transformação dos lotesunifamiliares em pequenosprédios de apartamentos paraabrigar dezenas de famílias, emespecial nas esquinas do Gua-rá II. Ou ainda os lotes distribu-ídos pelo Pro-DF e outros pro-gramas de incentivo ao comér-cio e indústria serem transfor-mados em prédios de aparta-mentos, como o Polo de Moda eo SOF Sul.

Em alguns casos, a especu-lação imobiliária influencioudiretamente essas alterações,

principalmente por parte daCâmara Legislativa. Em 2006 oPlano Diretor Local (PDL) trans-formou lotes institucionais emlotes comuns, com classificaçãoaté R4. Ou seja, onde antes de-veriam existir escolas, faculda-des, igrejas, associações comu-

nitárias, clubes de serviço eoutros, hoje são construídosprédios residenciais e grandesempresas.

É da mesma época a extin-ção do limite de altura para osprédios na cidade. Como o coe-ficiente de construção foi man-

Mas estudo conclui que são 174 mil

tido em 3,8 vezes o tamanho dolote, a alteração passou desper-cebida pela população. Mas omercado imobiliário estavaatento e aprovou a construçãodos prédios que hoje bloque-iam o pôr-do-sol dos moradoresdo Guará II.

Gerente de Aprovação de Proje-tos da Administração do Gua-rá, analisou os números que ti-nha em mãos e chegou a um re-sultado diferente. A urbanistafez um levantamento de quan-tos lotes existem no Guará eanalisou o coeficiente de apro-veitamento de cada um, o nívelde restrição, ocupação total dacidade e os lotes remanescentes.Com esses dados, ela chegou àconclusão que em cada casa doGuará, por exemplo, vivem cercade 4,5 pessoas.

As áreas analisadas compre-enderam as regularizadas, quesão o Guará I, o Guará II (inclu-indo as futuras quadras 48 a 58),SOF Sul, Setor de Garagens eConcessionárias, Setor de Múl-tiplas Atividades Sul, LúcioCosta, Vila Tecnológica e o Polode Moda. As áreas não regulari-

zadas são Setor de MúltiplasAtividades Trecho 2, condomí-nios Bernardo Sayão, GuaráPark e IAPI. Ainda foram incluí-dos os projetos especiais comoo Setor Residencial Jóquei Club,a QE 60, o Setor Quaresmeira eo Centro Metropolitano, essesainda sem projeto definitivo.

No Guará II existem 5.128casas e 157 prédios. No Guará Isão 11.469 casas e 144 prédios.Na SGCV são 9 lotes mistos e noSOF Sul 340. O Lúcio Costa tem118 prédios e na Vila Tecnológi-ca 94 lotes unifamiliares e 12coletivos ou mistos. Chegandoa um total de 15.944 lotes habi-tacionais unifamiliares e 420 co-letivos em toda a Região Admi-nistrativa X. Com esses dadosem mãos, Hilma Amaral chegouao número de 174.725 habitan-tes no Guará atualmente.

História começouna solidariedade

o fim dos anos 60, tomava formauma vila de trabalhadores ao ladoNNNNN

do córrego Guará. O projeto do entãoprefeito de Brasília Plínio Catanhedeprevia apenas algumas quadras, com-posta de pequenas casas para os traba-lhadores de Brasília. Os próprios cons-truiriam suas residências em mutirão.Os interessados em viver aqui, reuni-am-se em grupos e rua a rua foram cons-truindo o Guará. Após cada rua ser fi-nalizada, um sorteio definia quem teriadireito a que casa. O mutirão começoupela QE 5 e seguiu pelas QEs e QIs 1 e 3.

A Sociedade de Interesse Habitaci-onal – SHIS desenvolveu o projeto e aNovacap executou. O próprio presiden-te da empresa, o engenheiro Rogério deFreitas Cunha, coordenou o mutirão. Ogoverno fornecia o material para a cons-trução e os futuros moradores constru-íam as casas.

Com o aumento do interesse de ou-tros servidores públicos e a demandados órgãos públicos que estavam sen-do transferidos para Brasília, o governoresolveu construir mais casas, desta vezfinanciadas pelo BNH.

Quando foi oficialmente inaugura-da em 5 de maio de 1969, o Guará tinha

2.623 casas construídas e 1.021 em cons-trução. A partir daí, a SHIS começou aconstrução de mais 3 mil casas. Sob ori-entação de Wadjô Gomide as casas se-riam destinadas a servidores do gover-no que não tinham casa própria. Soma-das às casas do mutirão, essas mais deseis mil casas formaram o núcleo inici-al do Guará, ocupando uma área de2,994 quilômetros quadrados. Em 1971,o Guará foi ampliado e passou a ocuparárea de 8,1 mil quilômetros quadra-dos.

Logo o crescente deficit habitacio-nal do Distrito Federal encontrou noGuará sua solução. Os servidores trans-feridos do Rio de Janeiro para Brasíliaforam motivo para o Governo Federalpropor ao Governo do Distrito Federal acriação do Guará II. Assumindo a cons-trução de quadras inteiras, como a QE13 para os servidores do Senado, a QE24 para os servidores do Ministério deMinas e Energia e a QE 17 para funcio-nários dos Correios.

DesistênciasA poeira nas ruas, a falta de estrutu-

ra e o preconceito fez com que muitosagraciados com as novas casas no Gua-

rá desistissem de vir para a cidade.Muitos trocaram seus lotes no Guarápor lotes em outras cidades, como Cei-lândia e Taguatinga, outros simples-mente abriram mão de seus empregose voltaram ao Rio de Janeiro. Assusta-dos, os servidores vendiam as casas porpreços irrisórios ou as abandonava.

Com cidade concretizada e em fran-co desenvolvimento, o governador JoséOrnellas em 1985, último ano de seugoverno, criou a QE 38 para assentar

523 famílias que viviam na Vila da CEB,Vial União, Vila Socó e Guarazinho. Noprocesso de assentamento, pessoas detodo o DF aproveitaram para se instalarna nova quadra., como as famílias oriun-das das invasões da 110 Norte. Comoaconteceu no início da formação da ci-dade, os destinatários dos lotes tambémviram neles não uma oportunidade deviver bem, mas uma oportunidade denegócio e os venderam por preços abai-xo do mercado imobiliário.

As casa construídas todasiguais para depois seremsorteadas aos futuros donos

A entrada do Guará I e ohorizonte da cidade no iníciodos anos 70.

Presidente do Chile EduardoFrei vem ao Brasil apenas paravisitar o mutirão do Guará.

Page 12: Edição nº 630

JORNAL DO GUARÁ 13 4 a 10 maio de 2013

Riqueza quase abandonadaesmo considerado o pul-mão verde da cidade, o

EEEEE zechias Paulo Heringernasceu em Manhuaçu

EZECHIAS HERINGER

Parte ainda preservada daocupação humana, a reservaecológica do parque, trecho en-tre o Guará I,Sof Sul, Ter-minal de car-gas e a qua-dra Lúciocosta, é omais ricosantuário doDistrito Fe-deral. Um es-tudo do bió-logo Ezechi-as Henrin-ger, catalo-gou 178 es-pécies de or-quídeas naárea das 252conhecidas no Distrito Federal.

Mas, estudos recentes da Se-cretaria de Meio Ambiente e Re-cursos Hídricos indicam que

MMMMMParque Ezechias Heringer, ouParque do Guará, continuapraticamente ignorado pelogoverno, que se limita a vigiara área que está quase toda ocu-pada por chacareiros. As últi-mas ações para a implantaçãodo parque, para que ele possaser usufruído pela comunida-de, foi o cercamento com alam-brado e, mais recentemente, aconstrução da entrada, que er-guida por uma construtora atítulo de compensação ambi-ental. Mais nada. A poligonaldo parque está em estudo des-de o início do Governo Agneloe até hoje não saiu do papel.

O parque Ezechias Herin-ger recebeu o nome em home-nagem ao pesquisador queidentificou diversas espéciesde orquídeas em todo o territó-rio do Distrito Federal e tevesua área delimitada em 1977,mas apenas em 1998 sua cria-ção foi consolidada com a LeiDistrital nº 1.826.

A unidade visa garantir apreservação dos ecossistemasremanescentes; promover a re-cuperação de áreas degrada-das com espécies vegetais na-tivas da região; proporcionar àpopulação condições para arealização de atividades cultu-rais, educativas e de lazer emcontato com a natureza e in-centivar a pesquisa para pos-sibilitar o repovoamento da

área com a fauna do Cerra-do.

Dentro da área do Parqueque passa um trecho do Córre-go do Guará, há mata ciliar deambas as margens e áreas ad-jacentes. A mata de galeria en-contra-se interrompida em di-versos trechos, mas ainda com-põe, em conjunto com as árvo-res exóticas plantadas na re-gião, um maciço arbóreo. Amata é importante pela sua di-versidade florística e pela sua

ação como corredor ecológicopara fauna entre duas unidadesde conservação vizinhas aoParque: a Reserva Ecológica doGuará e o Santuário de Vida Sil-vestre do Riacho Fundo.

Além do orquidário, já exis-tem no local trilhas para a rea-lização de caminhadas ecológi-cas, além de quadras e pontosde encontros comunitários(PEC) para atividades esportivas,mas ainda pouco utilizados pelacomunidade.

Reserva é celeiro de orquídeas rarasexistem pouco mais de 100 des-sas espécies. Um herbário mon-tado pela filha de Ezequias, Ana

Julia Herin-ger, diretorado Jardim Bo-tânico de Bra-sília, está cul-tivando 100das espéciesde orquídeaspara que se-jam reimplan-tadas quan-do o parqueestiver sobreo controle dogoverno.

No total,nos 306 hec-tares do par-

que, foram catalogadas 495 es-pécies de plantas nativas, entreárvores, arbustos, flores e trepa-deiras.

(MG) e veio para Brasília no iníciode 1960, a convite do presidenteJuscelino Kubitschek. EngenheiroAgrônomo por formação ( gradu-ado pela Escola Superior de Agri-cultura de Lavras (MG) recebeu otítulo na área de Silvicultura noRollins College, Flórida (EUA). An-tes de vir transferido para Brasí-lia foi professor de Botânica Agrí-cola na Escola Superior de Lavras,de 1934 a 1940, e era o responsá-vel pela Estação Florestal de Pa-raopeba. Pioneiro no estudo doBioma do Cerrado e suas orquíde-as., Heringer concentrou seus es-tudos no Parque do Guará.

Em 1962, junto com o zoólogoJoão Moogen, trabalhou na im-plantação do Parque Zoobotânicode Brasília. De 1963 a 1977, atuoucomo professor e diretor da Fazen-da Água Limpa da Universidadede Brasília (UnB), sendo fundadordo Curso de Agronomia. Por estainstituição foi agraciado com o tí-tulo de Professor Emérito. Recebeutambém a medalha Dom Pedropelo Governo Federal. Em 1964doou seu herbário particular paraa UnB.

Heringer criou uma área expe-rimental para o ensino de BiologiaBásica, a Estação Experimental daUnB. Foi o executor do primeiroconvênio florestal, entre o Ministé-

rio da Agricultura e a Novacap,propondo a criação do Parque Na-cional de Brasília. Ajudou na cri-ação da Reserva Biológica dasÁguas Emendadas, Estação Ex-perimental de Agricultura Cabe-ça de Veado e o Parque Municipaldo Gama. E teve inúmeros traba-lhos publicados. Era funcionáriodo Ministério da Agricultura e,em apenas um ano, conseguiu seuprimeiro feito ambiental na novacapital: a criação do Parque Na-cional de Brasília, já com os 28mil hectares atuais. Era o iníciode uma carreira como ambienta-lista apaixonado pelo cerrado.

Quando chegou à cidade, suafilha Anajulia Heringer Salles ti-nha apenas seis anos e adoravaacompanhar o pai em suas saí-das a campo. Ela conta que ele,ao final dos dias no Cerrado, vol-tava para casa com sacos e maissacos de plantas e folhas. “Paradesespero da minha mãe, tudo iapara a sala e nós (ela e mais qua-tro irmãos) o ajudávamos a colo-cá-las entre folhas de jornal parasecar”, lembra-se. Esse trabalhode coletor também rendeu gran-de destaque ao agrônomo. Porconta disso, acabou descobrindoe descrevendo nove espécies no-vas do cerrado e teve seu nomedado, como homenagem, a 35 no-vas espécies, que ele enviou paraamigos descreverem.

O homem que amava o cerrado

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JORNAL DO GUARÁ 13 4 a 10 maio de 2013

Riqueza quase abandonadaesmo considerado o pul-mão verde da cidade, o

EEEEE zechias Paulo Heringernasceu em Manhuaçu

EZECHIAS HERINGER

Parte ainda preservada daocupação humana, a reservaecológica do parque, trecho en-tre o Guará I,Sof Sul, Ter-minal de car-gas e a qua-dra Lúciocosta, é omais ricosantuário doDistrito Fe-deral. Um es-tudo do bió-logo Ezechi-as Henrin-ger, catalo-gou 178 es-pécies de or-quídeas naárea das 252conhecidas no Distrito Federal.

Mas, estudos recentes da Se-cretaria de Meio Ambiente e Re-cursos Hídricos indicam que

MMMMMParque Ezechias Heringer, ouParque do Guará, continuapraticamente ignorado pelogoverno, que se limita a vigiara área que está quase toda ocu-pada por chacareiros. As últi-mas ações para a implantaçãodo parque, para que ele possaser usufruído pela comunida-de, foi o cercamento com alam-brado e, mais recentemente, aconstrução da entrada, que er-guida por uma construtora atítulo de compensação ambi-ental. Mais nada. A poligonaldo parque está em estudo des-de o início do Governo Agneloe até hoje não saiu do papel.

O parque Ezechias Herin-ger recebeu o nome em home-nagem ao pesquisador queidentificou diversas espéciesde orquídeas em todo o territó-rio do Distrito Federal e tevesua área delimitada em 1977,mas apenas em 1998 sua cria-ção foi consolidada com a LeiDistrital nº 1.826.

A unidade visa garantir apreservação dos ecossistemasremanescentes; promover a re-cuperação de áreas degrada-das com espécies vegetais na-tivas da região; proporcionar àpopulação condições para arealização de atividades cultu-rais, educativas e de lazer emcontato com a natureza e in-centivar a pesquisa para pos-sibilitar o repovoamento da

área com a fauna do Cerra-do.

Dentro da área do Parqueque passa um trecho do Córre-go do Guará, há mata ciliar deambas as margens e áreas ad-jacentes. A mata de galeria en-contra-se interrompida em di-versos trechos, mas ainda com-põe, em conjunto com as árvo-res exóticas plantadas na re-gião, um maciço arbóreo. Amata é importante pela sua di-versidade florística e pela sua

ação como corredor ecológicopara fauna entre duas unidadesde conservação vizinhas aoParque: a Reserva Ecológica doGuará e o Santuário de Vida Sil-vestre do Riacho Fundo.

Além do orquidário, já exis-tem no local trilhas para a rea-lização de caminhadas ecológi-cas, além de quadras e pontosde encontros comunitários(PEC) para atividades esportivas,mas ainda pouco utilizados pelacomunidade.

Reserva é celeiro de orquídeas rarasexistem pouco mais de 100 des-sas espécies. Um herbário mon-tado pela filha de Ezequias, Ana

Julia Herin-ger, diretorado Jardim Bo-tânico de Bra-sília, está cul-tivando 100das espéciesde orquídeaspara que se-jam reimplan-tadas quan-do o parqueestiver sobreo controle dogoverno.

No total,nos 306 hec-tares do par-

que, foram catalogadas 495 es-pécies de plantas nativas, entreárvores, arbustos, flores e trepa-deiras.

(MG) e veio para Brasília no iníciode 1960, a convite do presidenteJuscelino Kubitschek. EngenheiroAgrônomo por formação ( gradu-ado pela Escola Superior de Agri-cultura de Lavras (MG) recebeu otítulo na área de Silvicultura noRollins College, Flórida (EUA). An-tes de vir transferido para Brasí-lia foi professor de Botânica Agrí-cola na Escola Superior de Lavras,de 1934 a 1940, e era o responsá-vel pela Estação Florestal de Pa-raopeba. Pioneiro no estudo doBioma do Cerrado e suas orquíde-as., Heringer concentrou seus es-tudos no Parque do Guará.

Em 1962, junto com o zoólogoJoão Moogen, trabalhou na im-plantação do Parque Zoobotânicode Brasília. De 1963 a 1977, atuoucomo professor e diretor da Fazen-da Água Limpa da Universidadede Brasília (UnB), sendo fundadordo Curso de Agronomia. Por estainstituição foi agraciado com o tí-tulo de Professor Emérito. Recebeutambém a medalha Dom Pedropelo Governo Federal. Em 1964doou seu herbário particular paraa UnB.

Heringer criou uma área expe-rimental para o ensino de BiologiaBásica, a Estação Experimental daUnB. Foi o executor do primeiroconvênio florestal, entre o Ministé-

rio da Agricultura e a Novacap,propondo a criação do Parque Na-cional de Brasília. Ajudou na cri-ação da Reserva Biológica dasÁguas Emendadas, Estação Ex-perimental de Agricultura Cabe-ça de Veado e o Parque Municipaldo Gama. E teve inúmeros traba-lhos publicados. Era funcionáriodo Ministério da Agricultura e,em apenas um ano, conseguiu seuprimeiro feito ambiental na novacapital: a criação do Parque Na-cional de Brasília, já com os 28mil hectares atuais. Era o iníciode uma carreira como ambienta-lista apaixonado pelo cerrado.

Quando chegou à cidade, suafilha Anajulia Heringer Salles ti-nha apenas seis anos e adoravaacompanhar o pai em suas saí-das a campo. Ela conta que ele,ao final dos dias no Cerrado, vol-tava para casa com sacos e maissacos de plantas e folhas. “Paradesespero da minha mãe, tudo iapara a sala e nós (ela e mais qua-tro irmãos) o ajudávamos a colo-cá-las entre folhas de jornal parasecar”, lembra-se. Esse trabalhode coletor também rendeu gran-de destaque ao agrônomo. Porconta disso, acabou descobrindoe descrevendo nove espécies no-vas do cerrado e teve seu nomedado, como homenagem, a 35 no-vas espécies, que ele enviou paraamigos descreverem.

O homem que amava o cerrado

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JORNAL DO GUARÁ 11 4 a 10 de maio de 201314 JORNAL DO GUARÁ 4 a 10 de maio de 2013

População oficial éde 142 mil habitantes

Um estudo elaborado pelaárea técnica da Administra-ção do Guará conclui que apopulação da cidade ultra-passa os 174 mil. A metodolo-gia do IBGE consistiu na visi-ta de casa em casa e preenchi-mento de um formulário ele-trônico pelos recenseadores. Oestudo é feito por amostra-gem. Os números divulgadosainda mostram uma estima-tiva do crescimento da cida-de nos próximos dez anos. Em2020, quando será realizado onovo censo populacional, aexpectativa do IBGE é que oGuará tenha 152.743 habitan-tes. Até 2016 o crescimentoprevisto é de 8.803 habitan-tes e cerca de mil habitantes amais por ano até o fim da déca-da.

A urbanista Hilma Amaral,

PPPPP ara uma população espera-da de mais de 150 mil, o

Censo do IBGE de 2010 regis-trou pouco mais de 140 mil ha-bitantes. Entretanto, a cidadedeve receber cerca de 15 mil no-vos habitantes nos próximostrês anos, com a entrega de 16projeções em construção, e aocupação das novas quadrasna QE 48, que estão sendo lici-tadas. O Censo revelou tambémque existem 9 mil mulheres amais do que homens no Guará.E cerca de 30% da populaçãoestá na faixa de 20 a 34 anos deidade. Outra curiosidade é queexistem seis pessoas com maisde 100 anos de idade morandono Guará.

Mesmo com as novas qua-dras, prédios de até 25 andarese construção de quitinetes emesquinas e lotes comerciais, apopulação do Guará cresceupouco nos últimos dez anos. Amédia de crescimento da cida-de está abaixo do que cresceuo Distrito Federal na década,mesmo com as quitinetes doPolo de Moda e as novas proje-ções residenciais já entregues.

O Distrito Federal cresceu23% e é também a quarta re-gião mais populosa, perdendoapenas para São Paulo, Rio deJaneiro e Salvador. O DF che-

gou em 2010 com 2.570.160 pes-soas e o Guará 142.833 morado-res em 48.242 lares. Há dez anoso DF tinha pouco mais de 2 mi-lhões de habitantes e o Guará115 mil.

Os números mostram umcrescimento aquém do espera-do por especialistas. O Guaráfoi uma das cidades onde maisse construiu no Distrito Fede-ral na última década. O cresci-mento da cidade e o seu visíveladensamento projetavam umaumento de pelo menos 20% dapopulação. O DF tem hoje444,07 habitantes por quilôme-tro quadrado - em 2000 eramapenas 352,16 e em 1991 era de275,50. Esse adensamento fre-nético pode ser comprovadopela transformação dos lotesunifamiliares em pequenosprédios de apartamentos paraabrigar dezenas de famílias, emespecial nas esquinas do Gua-rá II. Ou ainda os lotes distribu-ídos pelo Pro-DF e outros pro-gramas de incentivo ao comér-cio e indústria serem transfor-mados em prédios de aparta-mentos, como o Polo de Moda eo SOF Sul.

Em alguns casos, a especu-lação imobiliária influencioudiretamente essas alterações,

principalmente por parte daCâmara Legislativa. Em 2006 oPlano Diretor Local (PDL) trans-formou lotes institucionais emlotes comuns, com classificaçãoaté R4. Ou seja, onde antes de-veriam existir escolas, faculda-des, igrejas, associações comu-

nitárias, clubes de serviço eoutros, hoje são construídosprédios residenciais e grandesempresas.

É da mesma época a extin-ção do limite de altura para osprédios na cidade. Como o coe-ficiente de construção foi man-

Mas estudo conclui que são 174 mil

tido em 3,8 vezes o tamanho dolote, a alteração passou desper-cebida pela população. Mas omercado imobiliário estavaatento e aprovou a construçãodos prédios que hoje bloque-iam o pôr-do-sol dos moradoresdo Guará II.

Gerente de Aprovação de Proje-tos da Administração do Gua-rá, analisou os números que ti-nha em mãos e chegou a um re-sultado diferente. A urbanistafez um levantamento de quan-tos lotes existem no Guará eanalisou o coeficiente de apro-veitamento de cada um, o nívelde restrição, ocupação total dacidade e os lotes remanescentes.Com esses dados, ela chegou àconclusão que em cada casa doGuará, por exemplo, vivem cercade 4,5 pessoas.

As áreas analisadas compre-enderam as regularizadas, quesão o Guará I, o Guará II (inclu-indo as futuras quadras 48 a 58),SOF Sul, Setor de Garagens eConcessionárias, Setor de Múl-tiplas Atividades Sul, LúcioCosta, Vila Tecnológica e o Polode Moda. As áreas não regulari-

zadas são Setor de MúltiplasAtividades Trecho 2, condomí-nios Bernardo Sayão, GuaráPark e IAPI. Ainda foram incluí-dos os projetos especiais comoo Setor Residencial Jóquei Club,a QE 60, o Setor Quaresmeira eo Centro Metropolitano, essesainda sem projeto definitivo.

No Guará II existem 5.128casas e 157 prédios. No Guará Isão 11.469 casas e 144 prédios.Na SGCV são 9 lotes mistos e noSOF Sul 340. O Lúcio Costa tem118 prédios e na Vila Tecnológi-ca 94 lotes unifamiliares e 12coletivos ou mistos. Chegandoa um total de 15.944 lotes habi-tacionais unifamiliares e 420 co-letivos em toda a Região Admi-nistrativa X. Com esses dadosem mãos, Hilma Amaral chegouao número de 174.725 habitan-tes no Guará atualmente.

História começouna solidariedade

o fim dos anos 60, tomava formauma vila de trabalhadores ao ladoNNNNN

do córrego Guará. O projeto do entãoprefeito de Brasília Plínio Catanhedeprevia apenas algumas quadras, com-posta de pequenas casas para os traba-lhadores de Brasília. Os próprios cons-truiriam suas residências em mutirão.Os interessados em viver aqui, reuni-am-se em grupos e rua a rua foram cons-truindo o Guará. Após cada rua ser fi-nalizada, um sorteio definia quem teriadireito a que casa. O mutirão começoupela QE 5 e seguiu pelas QEs e QIs 1 e 3.

A Sociedade de Interesse Habitaci-onal – SHIS desenvolveu o projeto e aNovacap executou. O próprio presiden-te da empresa, o engenheiro Rogério deFreitas Cunha, coordenou o mutirão. Ogoverno fornecia o material para a cons-trução e os futuros moradores constru-íam as casas.

Com o aumento do interesse de ou-tros servidores públicos e a demandados órgãos públicos que estavam sen-do transferidos para Brasília, o governoresolveu construir mais casas, desta vezfinanciadas pelo BNH.

Quando foi oficialmente inaugura-da em 5 de maio de 1969, o Guará tinha

2.623 casas construídas e 1.021 em cons-trução. A partir daí, a SHIS começou aconstrução de mais 3 mil casas. Sob ori-entação de Wadjô Gomide as casas se-riam destinadas a servidores do gover-no que não tinham casa própria. Soma-das às casas do mutirão, essas mais deseis mil casas formaram o núcleo inici-al do Guará, ocupando uma área de2,994 quilômetros quadrados. Em 1971,o Guará foi ampliado e passou a ocuparárea de 8,1 mil quilômetros quadra-dos.

Logo o crescente deficit habitacio-nal do Distrito Federal encontrou noGuará sua solução. Os servidores trans-feridos do Rio de Janeiro para Brasíliaforam motivo para o Governo Federalpropor ao Governo do Distrito Federal acriação do Guará II. Assumindo a cons-trução de quadras inteiras, como a QE13 para os servidores do Senado, a QE24 para os servidores do Ministério deMinas e Energia e a QE 17 para funcio-nários dos Correios.

DesistênciasA poeira nas ruas, a falta de estrutu-

ra e o preconceito fez com que muitosagraciados com as novas casas no Gua-

rá desistissem de vir para a cidade.Muitos trocaram seus lotes no Guarápor lotes em outras cidades, como Cei-lândia e Taguatinga, outros simples-mente abriram mão de seus empregose voltaram ao Rio de Janeiro. Assusta-dos, os servidores vendiam as casas porpreços irrisórios ou as abandonava.

Com cidade concretizada e em fran-co desenvolvimento, o governador JoséOrnellas em 1985, último ano de seugoverno, criou a QE 38 para assentar

523 famílias que viviam na Vila da CEB,Vial União, Vila Socó e Guarazinho. Noprocesso de assentamento, pessoas detodo o DF aproveitaram para se instalarna nova quadra., como as famílias oriun-das das invasões da 110 Norte. Comoaconteceu no início da formação da ci-dade, os destinatários dos lotes tambémviram neles não uma oportunidade deviver bem, mas uma oportunidade denegócio e os venderam por preços abai-xo do mercado imobiliário.

As casa construídas todasiguais para depois seremsorteadas aos futuros donos

A entrada do Guará I e ohorizonte da cidade no iníciodos anos 70.

Presidente do Chile EduardoFrei vem ao Brasil apenas paravisitar o mutirão do Guará.

Page 15: Edição nº 630

JORNAL DO GUARÁ 9 4 a 10 de maio de 20136 JORNAL DO GUARÁ 4 a 10 de maio de 2013

té há alguns anos, o Guará cul-tivava a fama de ser a cidadeAAAAA

Cidade perdequalidade de vida

mais segura do Distrito Federal.Pode ainda ser se comparada aoaumento da violência de uma for-ma geral, mas o morador do Guarávem perdendo muito a sua quali-dade vida. Os pioneiros ou quemmora na cidade há mais tempo ti-nha o privilégio de andar pelasruas, ir a uma agência bancária, le-var os filhos para brincar na praça,andar no calçadão sem medo de serassaltados. Não pode mais.

A imprensa tem mostrado o au-mento cada vez mais crescente daviolência no Guará nos últimosanos, incluindo alguns crimes bár-baros. Assalto relâmpago, furtos aresidências já se tornaram rotinapara o guaraense. Reportagem doJornal do Guará de dezembro de2005 mostrava que haviam aconte-cido apenas três homicídios noGuará durante o ano. Em quatro me-ses de 2012 já são quatro homicídios.

Bem servido de infraestrururabásica, o guaraense não teria outromotivo para reclamar a não ser afalta de segurança. Parte do proble-ma pode ser creditada ao inchaçopopulacional do Distrito Federal,promovido por governos populistas

sem a devida contrapartida no em-prego e na geração de renda, e ou-tra parte pode ser incluiída na in-capacidade dos últimos governosna gerência da segurança pública.

DrogasA disseminação das drogas tam-

bém contribui com uma importan-te parcela no aumento da violên-cia. A maior parte das ocorrênciaspoliciais da 4ª Delegacia de Políciado Guará é de prisão de traficantese de desmantelamento de quadri-lhas de distribuição de drogas nacidade. A desestruturação das fa-mílias, a omissão dos pais, a impu-nidade e abrandamento das leisfavorecem e estimulam o consumode drogas, principalmente entre osjovens. Dependentes, eles buscammeios de continuar alimentando ovício e a principal alternativa aca-ba sendo o furto, o assalto e outrostipos de violência.

O morador do Guará está cadavez mais recluso. Não dá mais paradeixar o filho brincar na praça ouna rua, como era há até bem poucotempo. Criadas para para promovera integração entre os moradores eoferecer opções de lazer mais pró-ximas, embora bem conservadas eequipadas, as praças estão sendo

tomadas pelos mordores de rua, trafi-cantes e consumidores de drogas.

TrânsitoO inchaço da cidade, provocado

pela ocupação imprevista no planooriginal, de grandes condomíniospara atender à especulação imobiliá-ria tem refletido significativamentena perda de qualidade de vida do gua-raense. O trânsito está ficando insu-portável. Sair ou entrar na cidade nashoras de pico exige paciência. Porcausa dos grandes condomínios queestão sendo construídos no Guará II,o trânsido na via contorno chega aníveis impensáveis e parecidos com osverificados em grandes metrópoles.

O Jornal do Guará vem denunci-ando em sucessivas reportagens a si-tuação do trânsito entre o Guará e oNúcleo Bandeirante nas horas de pico,quando o congestionamento chega a40 minutos para a travessia de ape-nas três quilômetros. Mesmo assim,não há qualquer movimentação dogoverno para resolver o problema.

A situação da saúde pública é ou-tro calo para o guaraense. O único“hospital” da cidade não passa de umposto avançado e as filas para o aten-dimento chegam a oito horas.

Por esses motivos, o guaraense nãotem muito o que comemorar esses 44anos do aniversário da cidade.

JOEL ALVES

As muitas históriasdos 44 anos do Guará

Torneiras

Em 1973 mudamos para o Guará II, provenien-tes de Taguatinga. Uma nova aventura e um pulona imensidão escura. Tudo era novo e agenteajudava a criar uma nova cidade. Ainda garotãoeu curtia a flor da idade e mil aventuras surgiriamem uma nova cidade, jovem como eu. Tinha gentede todo ponto de Brasília e do DF que se inscreve-ram na SHIS e receberem a tão sonhada casa.

No começo tudo era novidade no Guará II e atéas torneiras tínhamos que buscar no escritórioCentral da empresa construtora que ficava ondeestá a Praça Central da Quadra (QE 32). Ascasas eram muito parecidas. Tinhamos Casas de3 quartos, de 2 quartos e, acreditem, de zeroquarto. Os Lotes variavam de 200 metros a 120metros aproximadamente. Era tudo bem divididoe organizado.

Naquela época já havia uma preocupaçãoambiental e na frente de toda casa do Guará IIhavia uma muda de árvores. Poucas existenteshoje em dia. Até por conta das ampliações queviriam depois modificando toda a cidade devidoaos interesses individuais de cada um novocidadão.

Sem asfalto sofríamos com as dificuldades deuma nova cidade e convivíamos com os buracosna frente da casa, onde eram instaladas asenormes manilhas completando a tão necessáriainfra estrutura. Só tinha uma linha de ônibus quecirculava externamente a cidade e mantinha onível de poeira que tanto nos atormentava. Foineste tempo que surgiu a famosa parada dapedra.

O ponto mais marcante naquela época era orelacionamento entre os alunos nas escolas. Noinício não havia escolas prontas no Guará II e oGuará I acolhia os alunos da rede pública e assimos novos grupos se formavam. As Turmas doColegio GG eram as mais atuantes. Só depoissurgiriam as primeiras escolas do Guará II e seconsolidaria a comunidade.

No início não havia salões de festas ou elubes eexistiam muitas casas vazias e era lá que opessoal organizava as festas, com a autorizaçãodo proprietário, lógico. Sem iluminação públicaque ainda não existia, a turma se virava e curtiaos momentos felizes da puberdade e assimsurgiam os primeiros namoricos. Hoje, boa partedos casais do Guará surgiu naquele tempo.

Árvores

Sem asfalto

Escolas

Festas

Em 1990, mais de 400 famílias eramassentadas nas QEs 42 e 44. Em 97, eraocupada a QE 46, no finalzinho da se-gunda gestão do Governo Roriz, mas amaioria dos contemplados era de apa-drinhados do governo e não de baixarenda como previsto.

Nos últimos anos, a construção decondomínios verticais é a nova causade inchaço na cidade. Com a transfor-mação do Polo de Moda de um centrode desenvolvimento em uma quadraresidencial, assim como a QE 40, a ÁreaEspecial 2A, o Setor de Oficinas Sul en-tre outras, o crescimento desordenadoda cidade é reflexo da queda da quali-dade de vida, tão celebrada pelos ci-

Novas quadrasdadãos guaraenses.

O Jornal do Guará viveu boa partedessa história. O JG é o terceiro jornalmais antigo do DF em circulação, e oprincipal jornal comunitário do Distri-to Federal. São 30 anos ininterruptosinformando o guaraense sobre os assun-tos de seu interesse. O Jornal do Guaráé protagonista da história de 44 anosda cidade e a principal voz dos moradores.

O arquivo do JGáé o maior acervosobre a história da cidade. Para ajudara contar os primeiros anos de nossa ci-dade, o jornal selecionou alguns pio-neiros seus depoimentos vão ajudar arevelar às novas gerações como a cida-de foi construída.

Por Alcir Souza

As primeirasquadras do Guará I

As primeirasquadras do Guará II

A primeira edição doJornal do Guará, em, 1983

A edição número 2,testemunho da história dacidade

Crescimento desorde-nado trouxe problemaspara a cidade

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JORNAL DO GUARÁ 9 4 a 10 de maio de 2013

O Guará enfrenta hoje gran-des problemas causados pelocrescimento abrupto. Isso po-deria ter sido evitado?

- Certamente. Nos últimosdez anos a legislação foi muitocruel com o Guará. Em buscade novos espaços residenciais,as construtoras encontraramno Guará e nas suas caracterís-ticas um bom local para fazernegócio. Natural que uma cida-de cresça, mas não pode cres-cer como cresceu. Os prédiosde mais de 20 andares vão cau-sar transtornos, as áreas comer-ciais transformadas em resi-denciais e vice-versa também.Seria possível crescer ordena-damente. É impossível impediresse crescimento, é natural.Mas, de forma mais clara e pre-parada. Com a votação da Leide Uso e Ocupação do Solo te-nho certeza que a Câmara Le-gislativa vai ser mais responsá-vel do que no passado. Essa le-gislatura tem muitos deputa-dos simpáticos à cidade, al-guns moradores ou ex-morado-res do Guará e, portanto, gran-

des conhecedores de nossasnecessidades.

Hoje, enfrentamos problemasimensos com o trânsito. Nãoapenas pela quantidade de car-ros dos moradores do Guará,mas por estar a cidade entregrandes centros urbanos. Mui-tos motoristas cortam caminhopara Águas Claras, Taguatinga,Riacho Fundo, Park Way pordentro do Guará. Temos pro-blemas de estacionamento, porconta da quantidade de prédi-os em áreas previstas anterior-mente para outros fins. Temostentado amenizar esses proble-mas quando não podemos re-solvê-los. O abastecimento deenergia elétrica, que sempre foium problema para os guaraen-ses pela sua inconstância, ago-ra será finalmente resolvidocom a nova rede de alta tensão.

Algumas áreas do Guará pa-decem de problemas mais sé-rios. A violência urbana temse concentrado nos últimosanos na QE 40 e no Polo deModa. O que fazer para resol-

ver o problema.?- Isso é consequência do cres-

cimento desordenado. O Polode Moda foi criado para ser umcentro industrial. Para gerarempregos, abrigar empresas.Onde deveriam estar as fábri-cas, confecções e serviços e nomáximo uma residência porlote, estão hoje vários prédiosde quitinetes construídos irre-gularmente. Sem estaciona-mento, sem previsão de rede deesgoto suficiente... Ou seja, umlugar que não foi pensado paramorar. Isso acarreta hoje nosproblemas que vivemos ali.Como é o local do Guará ondeos carros e os bens estão maisexpostos, é natural que maisroubos aconteça.

Como as ruas não foram fei-tas para tantos prédios, acumu-lam-se problemas como a cole-ta de lixo, a iluminação públi-ca e o uso e venda de drogas.Os empresários e a populaçãoem geral é quem sofre.

Temos, a Administração doGuará, a Polícia Civil e a PolíciaMilitar, intensificado as ativi-dades e investimentos na re-gião. Temos investido em novas

praças, vamos reforçar a ilumi-nação e na parte social. Preci-samos reverter esse quadro o

Trânsito, o problema

Insegurança

quanto antes. Estamos próxi-mos de uma solução.

Page 17: Edição nº 630

JORNAL DO GUARÁ 17 4 a 10 de maio de 20138 JORNAL DO GUARÁ 4 a 10 de maio de 2013

Qual a memória mais vivados primeiros anos do Guará?

- As peladas nos campinhosde terra. Isso é muito forte. Asimensas áreas descampadas, ascrianças correndo, o espaçoaberto. Uma cidade muito sim-ples, formada de gente muitosimples. Mas, todos trabalhado-res. Não havia drogas, violênciaagressões. Não me lembro denenhum colega meu envolvidocom isso. A gente se reunia noscampos de terra. Quando anoi-tecia, a fraca iluminação públi-ca daquele tempo criava umambiente agradável. Na época,as redes de água pluvial esta-vam sendo construídas e haviamuitas manilhas de concretoespalhadas pela cidade. Sentá-vamos naquelas manilhas paraconversar, namorar, nos reunir.

administrador Carlos Nogueira daCosta conhece bem o Guará. Chegou

CARLINHOS NOGUEIRA

OOOOO

Administrador regional do Guará

“Cidade precisa ser repensada,considerando o seu crescimento”

aqui em 1970, apenas um ano após ainauguração da cidade. Com 18 anos,veio com os pais para a nova moradia noconjunto A da QE 08. Seu pai, comerci-ante no Gama ,e sua mão funcionária doGoverno do Distrito Federal, trabalhavana sala de imprensa do então governa-dor Helio Prates da Silveira. Carlinhos es-tudava no colégio Elefante Branco, naAsa Sul,e lembra da dificuldade em che-gar no Gama depois da aula. Isso, soma-do ao senso de oportunidade dos pais co-merciantes, fizeram a família optar pelamudança para o Guará, quando o GDFofereceu uma oportunidade de nova casa.

Poucos meses depois, seu pai alugouuma loja na QI 10 e montou um dos pri-meiros mercados da nova satélite.”Asmercearias da época atendiam os clien-tes no balcão. Meu pai foi um dos primei-ros a montar o mercado com gôndolas.

Ainda de madeira, com os produtos ex-postos. Mesmo assim, pouca coisa vinhaempacotada. Pesávamos os grãos, a fari-nha e muitos outros produtos” recorda oadministrador. O mercado mudou-se paraa QI 8 em 1972. Carlos Nogueira o assu-miu em 1978, ano de seu primeiro casa-mento. Em 1982, o mercado estava esta-belecido em três lojas próprias.

Em 1982, ele e vários outros empresá-rios da cidade fundaram a Associação Co-mercial e Industrial do Guará. Foi funda-dor também da Associação de Supermer-cados de Brasília e da Superede de Super-mercados, uma congregação de peque-nos e médios varejistas, formada pelossupermercados BigBox, Amazonas, Ca-prichoso, Vitória e alguns outros.

Nessa entrevista ao Jornal do Guará,ele lembra alguns momentos marcantesda história do Guará e pondera sobre osproblemas que o guaraense enfrentará nofuturo.

Todo fim de semana tinha festi-nha na casa da alguém. Era sóir para a praça e descobrir ondeestavam todos. Em geral, reu-nidos em algum quintal. Eragente muito hospitaleira, queconstruiu a cidade junto, e porisso muito unida.

Foram anos difíceis até a ci-dade ter a cara que tem?

- Era impressionante. Melembro de cuidar do mercado eescutar todo o tipo de coisa. Oque mais me lembro é da quan-tidade imensa de pessoas quedesistiram das casas. Muitagente desistiu de mudar para oGuará. Escutava gente se van-gloriando por ter trocado suacasa por um carro velho com um

“trouxa”. Imagine, gente tro-cando a casa no Guará por umVemaguet, um Dolfini... Gentevendendo casa aqui para com-prar em Ceilândia e em outrascidades. As ruas sem asfalto as-sustavam. Os taxis se recusa-vam a entrar aqui. Deixava agente na beira da EPTG e assenhoras caminhavam até emcasa. As casinhas brancas, en-fileiradas, sem muro, sem gra-de, lembravam um pombal. Eesse era o apelido pejorativoque davam à cidade no come-ço. Mas, aos poucos, o perfil dapopulação se impôs. Uma cida-de pioneira como a nossa, loca-lizada onde estamos não podiadar errado. Imagine uma cida-de construída por seus própri-os moradores em sistema demutirão dar errado. O povo foi

criando orgulho de morar aqui.Foi defendendo a cidade eacreditando. O comércio se de-senvolveu, as casas melhora-ram. As pessoas começaram areconhecer no guaraense umestilo próprio, de povo do inte-rior. Onde todo mundo conhe-ce o vizinho e se ajuda. E a ci-dade foi crescendo assim.

Quais são hoje as principaisqualidades da cidade? O quejustifica tamanha procura porimóveis aqui?

- Nesse aniversário de 44 anosdecidimos que o tema seria “acidade do bem-estar”. Esse é oespírito do Guará. Buscamosvoltar a origem da cidade,quando aqui meus pais chega-ram, mas com estrutura e de-senvolvimento. O Guará é a ci-dade que tem mais praças pú-blicas de Brasília, é conhecidapor seu comércio local diversi-ficado e perto de cada casa.Aqui, cada morador conhece odono do mercadinho, o açou-gueiro, o jornaleiro. Temos anossa orla, o nosso calçadão.

Nossas quadras polieesporti-

vas, o Cave, a Feira do Guará.Temos hoje 28 Pontos de Encon-tro Comunitário, os PECs, e atéo fim do ano serão 35. São seiscampos de futebol sintético, eaté o fim do ano serão 10. Alémdos Centros de Lazer Integra-do, os parquinhos, o Parque doGuará... Somos abastecidos portrês estações do metrô e circun-dados pela natureza. Isso faz doGuará diferente e é isso quenorteia os novos investimentos.Temos construído cooperviasem toda a cidade, novas ciclo-vias estão a caminho. Constru-ímos uma belíssima nova Casada Cultura para a cidade, va-mos reformar o estádio, e vamosreceber um novo fórum. São re-alizações do GDF, orientadaspelo governador Agnelo Quei-roz e de acordo com a popula-ção da cidade. Temos tentadoreforçar esse ar bucólico e co-munitário do Guará. Levar aspessoas à praça, a ocupar osespaços ociosos, frequentar onosso comércio local. Assimcombatemos a violência, o usode drogas e proporcionamosdesenvolvimento de nossa po-pulação, social e economica-mente.

Muitos desistiram

Cidade do bem estar

História contada por pioneiros

omecei a fazer as casasno sistema mutirãoCCCCC

JUDSONSERAINE

aproximadamente em 1968.O GDF, por intermédio daNovacap, ofereceu para nósservidores a oportunidadede fazermos as nossas casas.E construíamos em regimede mutirão. O governo nosdava o material e nós servi-dores ajudávamos uns aosoutros a edificar as residên-cias.

Uma bendita ideia do en-genheiro Rogério de FreitasCunha que chegou e falouque esse local era bom e quecada servidor ajudasse ooutro nas casas simples, po-pulares, mas com condiçõesde abrigar a todos. Pois aquiestá surgindo o SIA e tam-bém é perto para trabalharno Plano Piloto e assim aideia foi aceita e colocadaem prática.

Eu sempre acreditei naousadia do homem. Quan-do cheguei em 1958 em Bra-sília, sabe Deus como, vocênão tinha ideia da ousadiade quem traçou o Plano Pi-loto. Então para gente erasó orgulho, coragem, vonta-de, a gente não tinha dúvi-da de que seria um bom ne-gócio.

Eu morava em Taguatin-ga e já era casado com aDona Lourdes, hoje há 51anos. Eram 10 lotes para 10contemplados. Cada vez queeu ajudava alguém eu ga-nhava um ponto. Entãoquanto mais ajudava maischance tinha de ser contem-plado.

A Novacap cedia o cami-nhão e a gente ia até o RioCorumbá e na pá o enchia deareia. A gente pegava as pe-dras perto de onde hoje é a tor-re digital. Enchia o caminhãoe trazia. Os tijolos eram pro-duzidos na Novacap, ou naVelhacap, que tinha uma fá-brica de tijolos e nós tiráva-mos do forno ainda quente ecolocava no caminhão.

Cada grupo em 30 dias er-guia 10 casas. Por exemplo,quatro grupos erguiam 40 ca-sas em 30 dias. Não dá praacreditar numa coisa tão ben-dita. Um trabalho que envol-via homem, mulher, até as cri-anças. Meus filhos vinham meajudar, pequenininhos. Umcaminhão ia buscar o pessoalpara trabalhar e à tardinha le-vava a gente.

Eu fui contemplado em no-vembro de 1968. Cada um quecumprisse a missão e fizesse asua casa ia cuidar de terminá-la. E as pessoas que aindaaguardavam a contemplaçãocontinuavam ajudando unsaos outros. Era uma adminis-

tração beleza. Muitos colegasnão quiseram vir pro Guará eainda diziam: - Quem fez mu-tirão que coma. Era essa ex-pressão grosseira que usa-vam.

Uma das coisas que maismarcou na vida foi a gente sesentir valorizado, se sentirgente numa cidade que já ti-nha um horizonte brilhandopara o bem-estar da família.E isso provoca no cidadãouma vaidade, um orgulho.Aqui eu tenho o Plano Pilotoa seis minutos, supermerca-do 24 horas, o SIA aqui dolado, tenho tudo a minha vol-ta.

Para ser sincero, o Guaráfoi além do que esperava. OGuará não supriu minhas ex-pectativas, superou. Eu fuinascido e criado abaixo dapobreza. Fiquei órfão com 10dias. E desde novinho já to-mava mingau, era essa minhaamamentação. Hoje, sou umcara realizado, com uma famí-lia maravilhosa e moro namelhor cidade do mundo.Que eu ajudei a construir.

heguei ao Guará em 1970na QE 14 conjunto B. Eu

ANAPOLINO SILVACCCCC

já era músico, tinha um ban-da chamada Matuskela. Morá-vamos no Núcleo Bandeirantee viemos para o Guará. Até en-tão só existia o Guará I. Quan-do cheguei as casas já estavamprontas e era daquele modelode casas populares, todasiguais. Antigamente chamavade casas da “shis”, eram bempequenas.

Cheguei a Brasília, no Ban-deirante, em 1959. Minha mãeganhou esse lote e, como noNúcleo Bandeirante era só bar-raco e eles estavam tirandomuita gente de lá também,então nós aproveitamos e vie-mos para cá. Nós fizemos nolote uma casa, que pra épocaera muito grande. A famíliaera formada por cinco irmãos,pai e mãe.

Quando chegou na décadade 80, alguns irmãos foramcasando e minha mãe resolveusair de Brasília e vendeu acasa. Hoje eu moro no setor dechácaras do Vicente Pires.

Quando chegamos aqui noGuará era tudo aberto, as pes-

soas não queriam ficar aqui.As pessoas emprestavam ascasa para parentes moraremporque não queriam ficar. OGuará era muito carente,não tinha muros nem nada,mas também não tinha vio-lência, não tinha ladrão. Eraoutra época. Um ponto ruimde hoje é esse tanto de apar-tamento, vai chegar umahora que as pessoas não vãoconseguir andar aqui dentro.

O Guará cresceu muito,está bem habitado, ficou umtrânsito ruim. E naquelaépoca era carente de cons-trução, de vias, de asfaltoque existia só nas princi-pais.

O Guará sempre foi umacidade boa. Quando nóschegamos tinha o mutirãoda Qi/QE 22. Mas eu não es-perava que fosse ficar tãobom, a estrutura aqui é ma-ravilhosa.

Depois, mais na frentesurgiu o Guará II, na déca-da de 70. O Guará II veiomelhor, mais planejado.

Hoje, a minha sogra con-tinua morando no Guará.

Por Rafel Souza

Page 18: Edição nº 630

3JORNAL DO GUARÁ 7 20 a 26 de abril de 2013

Futuro político deAgnelo passa porPO, Filippelli e GimPossíveis adversários podem se tornar aliadosou não. Tudo depende dos acontecimentos

NNNNN s últimos 15 dias serviramcomo termômetro para avaliar

Por Wilson Silvestre*

— caso o governador Agnelo Quei-roz continue amargando númerosruins em sua popularidade — oque vem por aí na disputa pela ca-deira do Buriti em 2014. Nessasduas semanas, vários pretenden-tes ao cobiçado cargo desfilarampelos blogs, telejornais, rádios ecolunas políticas — cada qual aseu modo sinalizando o que podevir a ser a disputa eleitoral em 2014.O primeiro a fazer barulho foi oempresário e ex-vice-governadorPaulo Octávio, um “apaixonado porBrasília”, como gosta de dizer. Elefoi, depois do governo local, o quemais homenageou Juscelino Ku-bitschek, o ilustre fundador da Ca-pital do Brasil.

Mesmo longe dos holofotes dapolítica, Paulo Octávio (por en-quanto no DEM?), discretamente,conseguiu ocupar generosos espa-ços de mídia espontânea ao mon-tar, dentro de suas empresas, umaprogramação homenageando a ci-dade. Foram vários eventos desdeos de alcance social como o de In-serção Digital, o primeiro ministra-do em um canteiro de obras do País,e finalizando com um grande even-to no Memorial JK. Sem contar amobilização da sociedade que in-cluiu o próprio governador, Octávio

capitalizou atenções e voltou a serum dos nomes mais lembradospara disputar o governo.

Perguntado sobre o assunto, elenega qualquer conotação política.“Todo mundo em Brasília sabe oquanto amo esta cidade e os laçosafetivos que unem minha mulher,Cristina, neta de Juscelino, e meucompromisso com o desenvolvimen-to econômico e social do DF. Meufoco é e sempre será o de manterBrasília em evidência, tanto no Bra-sil quanto no exterior.”

O fato concreto: mesmo nãoadmitindo, Paulo Octávio deu umatacada e tanto. Muitas siglas par-tidárias correram à sua procuraquerendo tê-lo nos quadros. Mo-desto, ele disse que é bom ser lem-brado, mas ainda está avaliando omomento político. “Tenho tempo.”

Seguindo estratégia diferente,mas com propósitos políticos, ovice-governador Tadeu Filippelli(PMDB) não deixou barato: fez ummovimento inteligente no xadrezpolítico do DF convidando Paulo Oc-távio para filiar-se no PMDB. Maisdo que um convite, o simbolismodo gesto mostrou que Filippelli,além de inteligente, sabe transporpara a política os conceitos de en-genharia. Também sinaliza quetem um plano B, caso Agnelo nãodecole. Antes que atirem pedras natese, não custa lembrar que oPMDB e PT estão decidindo os ru-

mos da aliança na cúpula nacio-nal. Se houver ruídos — leia-se PT— que possam atrapalhar o proje-to do PMDB disputar a eleição pre-sidencial em 2018, a legenda lançaFilippelli candidato ao governo.Nesta circunstância, Octávio viriapara o Senado e Gim para a vice.Im-possível? Tudo pode acontecer,inclusive nada disso, mas em polí-tica o impossível é logo ali, no finaldo Eixo Monumental.

Filippelli sabe que precisa irmais além, buscar nomes que agre-guem votos, se necessário for, bus-car até adversários da base deAgnelo. Outro ponto forte é que Jo-aquim Roriz movimenta-se paradisputar a cadeira do Buriti, masninguém acredita que ele terá fôle-go para alcançar este objetivo. OPT vai colocar mil empecilhos nes-sa trilha, tentando até juridicamen-te impedir que Roriz registrar cha-pa.

Pesquisa qualitativa encomen-dada pelo PMDB aponta que Fili-ppelli pode ter chances reais de irpara um segundo turno, basta ne-gociar o apoio de Roriz e Paulo Oc-távio e Gim Argello. Projeções indi-cam que o capital político dos trêsalcança mais de 30% dos votos vá-lidos. São projeções, mas com umbom trabalho de marketing e amemória de realizações em infra-estrutura comandadas por Filippellino DF, quando era secretário de

Roriz, torna-se uma passagem deprimeira classe.

Quanto ao senador Gim Arge-llo (PTB), ao contrário do que seusadversários apregoam aos quatrocantos, o plano A e B é a reeleiçãoao Senado. Gim tem dito a amigosque já tentaram inúmeras vezesdesconstruí-lo como político, noentanto, continuou seu “trabalhoem prol de Brasília e a regiãoMetropo-litana”. Um aliado do se-nador petebista afirma que esta“onda que circula na mídia, princi-palmente blogs, de que ele será in-dicado para a vaga de Valmir Cam-pelo no Tribunal de Contas daUnião, foi mencionada uma únicavez, mas que não foi cogitada porele”. Pelo sim ou pelo não, Gim tra-balha como nunca para costurarapoio ao projeto de reeleição.

Quem convive ou conversa como senador não vê nele disposiçãopara se tornar um burocrata. Nin-guém com um capital político como

o dele e com um trabalho parlamen-tar que já injetou, nos últimos trêsanos, mais de R$ 17 bilhões no Dis-trito Federal, deixaria à beira docaminho a possibilidade de ser re-eleito ou até mesmo vir a ser gover-nador. É neste potencial que o es-perto Filippelli mira. Ou existe al-guém melhor do que Gim para lide-rar o PTB? A pergunta é uma pro-vocação, mas serve de alerta paraos que imaginam o senador fugin-do da luta. O vice-governador tam-bém analisa que, caso Gim e o de-putado federal Antônio Reguffe(PDT) disputem a única vaga desenador, Gim teria vantagem nodebate. Di-fi-cilmente as classes C,D e E entenderiam o discurso demoralidade de Reguffe, voltadomais para a classe média burocrá-tica, de que não destinou um únicocentavo em emenda parlamentarou em projeto para ajudar os maispobres.

*Jornal Opção

Agnelo Paulo Octávio

Filippelli Gim Argelo

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JORNAL DO GUARÁ6 4 a 10 de maio de 2013

Roriz de volta

Lei das Copas

Abacaxido JoePitiman

deixa PMDB

Perguntar não ofende

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Bode espiatório

No dia 6 de maio, na Câmara dos Deputados, haverá umaAudiência Pública sobre o dia do “Líder Comunitário”,segmento muito valorizado nos governos Roriz. Por isso, eleestará presente ao evento. Sem dúvida nenhuma será umbom termômetro sobre o povo e ele. “O amor por essa cidadee a vontade da população me levariam a ser candidato denovo”. E quando perguntado se pode ser candidatoresponde: “Claro que posso, não há nenhum impedimentolegal para eu ser candidato a qualquer cargo. No meu caso,houve empate no julgamento do Supremo.Se eu fosseGovernador hoje estaria cuidando do povo, da cidade. Sofroao ver Brasília tão maltratada e seu povo enfrentandodificuldades com a saúde, com o trânsito, com a segurançade um modo geral.O PT sempre larga com 30% dos votos. Nãosei se terá esses 30%.em 2014. Esse governo é péssimo”.

No dia 5 de maio, o Guará completa 44 anos de existência. O temado aniversário é Guará, é “a cidade do bem-estar”. Uma das razõespara o tema está relacionada ao prazer de viver e morar aqui, umacidade que em muitos aspectos conserva a tranquilidade e o arbucólico, com boa qualidade de vida. A outra razão diz respeito àligação que a maioria dos moradores tem com a prática deexercícios físicos regulares. Ainda é uma cidade boa para se viver.

Um ex-morador do Guará, e ex-deputadodistrital Raimundo Ribeiro está na mira daMobilização Democrática (MD). Tucano,ele tem boas relações com figuras doantigo PPS. Atualmente, não passa bonsdias dentro do PSDB. As primeirasconversas estão em curso.Nas eleições de2010, Ribeiro teve 12.794 votos. Pormágicas do quociente eleitoral, não seelegeu, embora tenha recebido mais votosdo que cinco dos atuais distritais.

A tramitação foi de apenas 1mês considerado um recordequando se refere a CLDF. Foiapertado e foi preciso que todatropa do Executivo entrasseem campo. No final de tudo aLei Distrital da Copa dasConfederações e do Mundo de2014 foi aprovada no plenárioda CLDF, por 16 deputadosdistritais da base governista.(Faltaram 4 da oposição e 4insatisfeitos).

A lei prevê a dispensa dopagamento de tributos asatividades indicadas pelaFIFA durante a realização dascompetições. Ainda de acordocom a mensagem dogovernador que encaminhou aproposta, a renúncia fiscalserá de R$ 924.984,00 em 2013;R$ 970.169,00 em 2014, e R$1,01 milhão em 2015.

Após liderar o processo deredemocratização que pôs fim àcensura no Brasil, o PMDB doDistrito Federal agora veta aexibição na tevê de três inserçõesgradas pelo deputado LuizPitiman (DF) com criticas aogoverno de Agnelo Queiroz (PT).

A censura foi assumida porescrito pelo presidente regionaldo PMDB e vice-governadorTadeu Filippelli. Um dos vídeoscritica duramente os custos doestádio Mané Garrincha. Outro, aincompetência da estatal deenergia de Brasília, CEB,considerada a terceira pior doPais.E sua demissão daSecretaria de Obras onde tinhaboa avaliação do povo.

Censurado, Luiz Pitiman deverádeixar o partido.

O deputado Washington Mesquita devemesmo estar com os dois pés de fora do seuatual partido, o PSD. Bastante cortejado poroutras siglas, o destino do parlamentardeve ser o PTB do senador Gim Argelo, quenão admite a hipótese de perder Mesquitapara outra sigla.

Depende do escândalo do momento.Agora foi a vez da PM. O Comandantefoi demitido por ter cotado capas dechuva por um valor muito acima do demercado, (mais de 5 milhões e trezentosmil), por que o Secretário de Educaçãonão é demitido pela compra demerenda superfaturada para as escolasdo DF?

Procura-se o jegue quenão entende nada desaúde, de segurança, detransportes e nem deeducação de educação.Mas ele tem que ser pós-graduado em bactérias eaceitar o baixo salário e irtrabalhar na Ceilândia.

Ao final do sorteio queescolheu Joe Vale comorelator do caso RaadMassouh, o que maischamou atenção foram àsexpressões de alívio nosemblante de Dr. Michel ede Olair Francisco.Ninguém queria esteabacaxi. Patrício disse quese fosse sorteado aceitaria.Vamos ver no que dá.

- Quem são os quatro deputados que estão deixando o Gover-no na mão? Pelas contas só são 4 de oposição, mas tem quatroque não estão votando com a base.

- Quem viaja mais, o Governador Agnelo ou o Vice Tadeu Fili-ppelli?

- Além de Eliana Pedrosa, que outra mulher temos para con-correr em pé e igualdade com os candidatos?

Guará, 44 anos

Fora do PSDB?

Cadê o jegue?Palavra final doPadre Moacir

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

História contada por pioneiros

CCCCC

RAIMUNDOFONSECA

VVVVV

3JORNAL DO GUARÁ 19 4 a 10 de maio de 2013

heguei ao Guará em 1969.Trabalhava na CEB que era

um departamento da Novacap.Antes de vir para o Guará, mo-rava na Candangolândia. Fiz ainscrição lá na CEB mesmo e fuicontemplado. Saiu meu nome nojornal. Era uma casinha peque-na, dois quartos eu nem queriavir, mas a mulher insistiu e nósviemos. Foi uma bênção. Eu fui

essa casa aqui pagando 240 presta-ções. Graças a Deus quitei. Às vezesatrasava, mas consegui.

Sou soldador, serralheiro e comeceia também a trabalhar fazendo “bicos”.Foi assim que eu consegui aumentarminha casa, porque só com o salárionão dava.

Tenho nove filhos, a casa era muitopequena, não gosto nem de lembrar.Dormia num beliche quatro, dois emcima e dois embaixo. Era uma dificul-dade, mas valeu a pena. Tenho minhacasa hoje sem dever nada a ninguém.

Trabalhei por uns tempos na Admi-nistração do Guará e fui fiscal dessaárea que estava sendo construída. Eraresponsável pelas plantas.

Quando cheguei aqui era tudo ruim,mas eu tinha sempre a impressão deque iria ficar bom. É próximo do PlanoPiloto. E depois eu tinha aquela visãoe não fui decepcionado. Hoje eu me sin-to tão feliz, foi quase como acertarnuma loteria morar aqui no Guará. Eugosto muito do Guará, não tenho nadaa reclamar. Uma cidade pacata em rela-ção às outras. Se eu quero ir a Tagua-tinga é rápido, se eu quero ir no Planoé rápido, tudo aqui é bom. Moro numacidade do interior na capital. Tem coi-sa melhor?

o primeiro morador do conjunto.Na época não tinha asfalto, não

tinha nada. Meu filho mais novo nas-ceu aqui. Essa foi uma das coisasmais marcantes que me aconteceuaqui.

As casas não tinham muro, eramseparadas por piquetes para demar-car o lote. O vizinho me ajudou amurar o lote. Tive muita dificuldadefinanceira, mas consegui. E aos pou-cos, fui aumentando a casa. Hoje sãocinco quartos, três banheiros. Os fi-lhos foram saindo e a casa foi cres-cendo.

Minha mulher que me incentiva-va, eu era mais pessimista. Se nãofosse por ela a gente não tinha vin-do. A QI 08 ainda estava em constru-ção e a QI 10 já estava pronta, masera pouca gente que morava aqui.

Eu saia para trabalhar bem cedo.Pegava o ônibus na EPTG e chegavaao Plano Piloto ainda escuro. Saltavano Eixo e subia para o Setor de Au-tarquias Sul. Passava 24h ouvindoaquele barulho dos transformadores.

Quando eu vim pra cá o sistemade mutirão já tinha acabado. O mu-tirão foi feito nas quadras lá de bai-xo. Por intermédio do Sr. Judson eume inscrevi, mas antes de eu ser cha-mado deram um basta e eu não tra-balhei mais no mutirão. Comprei

im para o Guará paramorar em 1973, mas

JOSÉ EIDÁLIATELES

conheço o Guará desde1969 como auxiliar de fis-calização de obras pelaSHIS. Eu era funcionárioda SHIS. Trabalhava nasquadras 02 e 04, mas nessa época mo-rava no Gama. Depois passei a fisca-lizar as obras da QE 28 e aqui era sómato. Quando passei a fiscalizar, ascasas da quadra 01 já existiam, queforam as casas construídas no siste-ma de mutirão. Fiscalizei também asQEs 19 e 21. Já me sentia como umguaraense.

Quando foi construído o Guará Ieu quis vir pra cá, mas eu tinha feitouma ampliação na casa do Gama e euqueria que eles me compensassem.Eles não compensaram e eu não con-segui a casa no Guará I. Então quan-do foi avisado que ia haver a constru-ção do Guará II, eu fui convocadopara a fiscalização e, quando mudoua direção da SHIS, conversei com odiretor e pedi que ele me compensas-se a ampliação da casa do Gama e eleaceitou. Felizmente, e eu vim pra cá.Então fiquei alguns anos sem pagaraqui por causa dos benefícios que fizna casa do Gama.

Idália Teles: Pensando mais no fu-turo dos filhos - são seis filhos -, entãoinsisti em vir pra cá. Aqui é mais per-to do centro, tem mais facilidade deestudo, foi isso que motivou. E nóssempre pensamos num futuro muitobom, que acabou acontecendo. Esta-mos felizes.

José Teles: A localização da cida-de dava uma visão melhor. Foi umadas razões que nós viemos pra cá.

Quando chegamos aqui tinha muitoburaco, muito mato, mas olhandopara o futuro nós vimos que o Guaráseria um dos melhores lugares aquide Brasília. Quando vim morar aquiainda não estava tudo pronto, falta-va infraestrutura, não tinha asfalto,eram poucos habitantes, só tinhaburacos e escavações. Quando che-guei aqui só tinha um morador.

Idália: Depois, aos poucos fomosmelhorando a casa, pois são seis fi-lhos. Nós trabalhávamos até a noite.O Judson ajudou muito. Ele foi mui-to importante pra nós. Quando nóschegamos, ele já estava morando naQI 01. Minha filha mais velha veioprimeiro por conta dos estudos e fi-cou morando com o tio Judson. Osoutros ficaram com avó enquanto agente providenciava escola no GuaráI. O Judson nos ajudou na mudança,ajudou colocando os tacos no chão.Fazíamos tudo isso a noite. Eu fazia ocurso Normal no plano echegava emcasa muito tarde. Vinha cochilandono ônibus e algumas vezes passei doponto de descer e tinha que voltar an-dando. Não tinham paradas ainda.Os ônibus passavam de hora em horae era de graça.

José Teles: O que nos marcou foiter conseguido a troca da casa. Foiuma bênção. A aproximação do cen-tro, do comércio, a facilidade para osfilhos estudarem.

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3JORNAL DO GUARÁ 54 a 10 de maio de 2013JORNAL DO GUARÁ

Desfile marcou aniversárioOOOOO tradicional desfile em co-

memoração ao aniversário

-

Com o apoio da Adminis-tração Regional, o Rotary Clubdo Guará promove neste sába-do (5 de maio), o III PasseioPaz sobre Rodas, como partedas comemorações pelo 44ºaniversário do Guará. A con-centração será às 9h30 no es-tacionamento do Ginásio deEsportes do Cave e o percursoé o contorno do Guará II.

O objetivo do passeio éconscientizar os motoristassobre a necessidade de umaconvivência pacífica entremotoristas, ciclistas, motoci-clistas e pedestres e reduzir oíndice de acidentes no trânsi-to. Participam também doevento o Detran, a Polícia Mi-litar e o Corpo de Bombeiros.

Morador da QE 42 é morto esfaqueado.Polícia suspeita de dívidas de drogas

Droga mata outro

-

UUUUU m mês após a morte dodesigner Isaque Nilton

por um lutador de MhuaiThai após ter reclamado doconsumo de drogas na QE 40,um morador da QE 42 mor-reu também por causa de de-sentendimento sobre drogas.Elenildo Deamoras Thethe, 37anos, foi esfaqueado no tóraxe na axila e morreu antes deser socorrido. A polícia temindícios de que o crime foicometido por dois irmãos davítima e um amigo.

De acordo com testemu-nho de vizinhos, Elenildo,que morava sozinho, estava

em casa com os três, quando co-meçou uma discussão por vol-ta das 23h da terça-feira, 30 deabril. Os irmãos e o amigo teri-am saido correndo da casa de Ele-nildo, que tombou logo depois aotentar buscar socorro na porta decasa. Socorrido pelo Corpo deBombeiros, morreu na manhã dequarta-feira.

Tiros no Guará IQuem teve mais sorte foi um

adolescente de 16 anos, moradorda QI 9 do Guará I, que levou umtiro no ombro na praça de espor-tes da quadra. Segundo testemu-nhas, dois homens pararam num

Audi azul e disparam pelo me-nos 10 vezes contra o jovem,mas apenas um tiro acertou, noombro.

A polícia suspeita que atentativa de homicídio te-nha sido praticado por trafi-cantes de drogas, possivel-mente por dívida não pagapela vítima.

OperaçõesO delegado titular da 4ª

Delegacia de Polícia do Gua-rá, Jeferson Lisboa, informaque a polícia tem feito ope-rações nas praças do Guarácom o objetivo de coibir o trá-fico de drogas.

Passeiopela pazno trânsito

do Guará aconteceu nesta sex-ta-feira, 3 de maio, em frente àAdministração Regional. Esteano o desfile foi mais rápido doque nos anos anteriores, por-que teve a participação de me-nos estudantes. A Regional deEnsino do Guará e a coordena-ção da festa optaram por colo-car na avenida apenas um gru-po de estudantes, representan-do a rede pública da cidade.

Também diferente dos des-files anteriores, não houve par-ticipação das escolas particu-lares. Além dos alunos da rede

pública, defilaram atletas daacademia Okinawa Karate-DoKwokay e do Guaraense, a es-colinha do Morales.

O desfile foi aberto pelabanda da Polícia Militar, quetambém apresentou os veícu-los que fazem a ronda no Gua-rá. Participaram também repre-sentantes dos grupos de idososda cidade.

O tema do desfile e dos 44anos do Guará foi a melhoriada qualidade de vida após a im-plantação de quase 30 equipa-mentos de lazer na cidade. Porisso, o tema deste é “A Cidadedo Bem Estar”.

Foi concluida nesta sexta-feira, 3 de maio, a OperaçãoCidade Limpa, força-tarefa deórgãos do governo para limpartoda a cidade em uma semana.cola Águas Claras.

O programa envolveu a Ad-ministração Regional, Nova-cap, Coordenadoria das Cida-des e SLU. Os serviços são prio-rizados conforme os pontos crí-ticos, as regiões mais carentese as demandas dos moradoresque entraram em contato coma Ouvidoria da Administração.

A força-tarefa recolheu lixo,entulho, pintou meios-fios, fezpodas em árvores, roçou, entim,deixou a cidade totalmentelimpa.

Operaçãolimpaa cidade

Para combater o mosquito dadengue, a Administração doGuará promoveu uma limpezana QE 40, no Guará II. Remoçãode entulhos e de lixo e orienta-ção para as pessoas sobre oscuidados para eliminar oscriadouros do mosquito fazemparte da ação.

A preocupação do Governoé impedir o aumento no núme-ro de casos da dengue, em es-pecial do vírus tipo 4, que cau-sa complicações graves se nãofor diagnosticado a tempo.

Os agentes da vigilância sa-nitária recomendam que a re-sidência ou o comércio sejamvistoriados a cada sete dias. Arazão desse prazo é que, na pre-sença de água parada, os ovoscolocados levam de sete a dezdias para se transformarem emmosquito adulto. Assim, setoda a semana o morador oucomerciante eliminar objetos eidentificar locais quer acumu-lem água, esse ciclo será inter-rompido e não nascerão novosmosquitos.

Mutirãocontra omosquitoda Dengue

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3JORNAL DO GUARÁ 21 4 a 10 de maio de 2013

José Gurgel

[email protected]

Festival de invasões03/05 (sexta-feira)Desfile Cívico Militar - às 09 horas – em frente à Administra-ção Regional

04/05 (sábado)Culto – Tenda da Libertação, em frente à QE 15 – às 19:30horas

05/05 (domingo)Campeonato Brasiliense de Bicicross, às 9:30 horas, na pis-ta de bicicross no Cave;Campeonato Brasileiro de Futebol Americano, às 15 horas,no estádio do Cave;

06/05 (segunda-feira)Unidade móvel do Procon, na QE 07, das 09 às 17 horas

07/05 (terça-feira)Peça teatral "Não Bullying Comigo", no teatro do Guará, às10 e às 15 horas;

08/05 (quarta-feira)Palestra: Brasília Sem Pedofilia, teatro do Guará, às 9 e às 15horas;

09/05 (quinta-feira)Peça teatral "Não Bullying Comigo", teatro do Guará, às 10 eàs 15 horas;

10/05 (sexta-feira)Missa de Ação de Graças pelo 44º aniversário do Guará,Paróquia São Paulo Apóstolo, na QE 07, às 20 horas;Atendimento do Pró-vítima, das 14 às 17 horas, em frente àEstação Guará;

13/05 (segunda-feira)Unidade móvel do Procon, edifício Consei, das 09 às 17 ho-ras;Palestra: Brasília sem Pedofilia, no CEF 04, do Guará, às 10horas e às 15 horas;

JORNAL DO GUARÁ4 4 a 10 de maio de 2013

Guará continua “o bicho”, mas os problemas se avolumam.Estamos crescendo em alguns pontos, um crescimento meiocaótico, trânsito meio louco, falta de estacionamentos no interiordas quadras e ainda aparece agora uma lanchonete na entradade uma área residencial, que deve causar um impacto nadabenéfico para a QE 30. Pior do que isso só o tal de EdifícioValentina, lá na QE 46. Aquele paquiderme está lá e vai darsamba.

Eu continuo sem entender: agoraque aproxima-se o aniversário doGuará e muita coisa está sendopreparada para uma devida come-moração, a Administração estátrabalhando para fazer uma grandefesta.

No ano passado foi gratuito, porque vão cobrar inscrição para apopulação de um torneio que vaiacontecer em uma quadra? AAdministração vai dar todo apoio,odinheiro que será gasto é público,então por que a cobrança? Quem vailucrar com a brincadeira?Estranho...muito estranho.

Cobrar por que?Por que não aproveitar

essa movimentação todaem torno de quadrasesportivas que estãosendo construídas à rodoe não fazem orecapeamento das viascentrais do Guará II?As vias em questão estãobem desgastadas poisônibus, caminhões commaterial de construçãodas obras passam diretopor ali e o resultado nãotem sido dosmelhores.

Parece que a paz foiselada e o campo do“Traíra” vai ser construídotranqüilamente. Com issoganha a população dasQuadras 42,44 e 46 e oGuará que vai contar commais um complexoesportivo. Posso adiantarque a iluminação estáuma beleza,com isso até asegurança daquela áreamelhora.

Paz nocampo

Feira do GuaráA Feira do Guará, um dos pontos

preferidos das “dondocas” nos finaisde semana, ainda está aguardando atão esperada reforma...por enquantosó promessas. O “Caixa Preta”onosso amigo está indócil, diz quetoda vez que olha pra feira temvontade de chorar, tal o descaso comque a feira mais famosa de Brasília étratada. Ele diz que é um patrimôniodos que gostam das coisas donordeste, principalmente a caninhaque ele adora, depois de comer uma“buchada”.

Tem coisa que parece sóacontece no Guará. Depois dofestival de quiosques, agora háuma verdadeira epidemia deinvasões acontecendo naA2,QE-40 (Ao lado dos trilhosdo trem) e a Administraçãonem “tchongas”. “Caixa Pre-ta” jura que tem alguém portrás disso incentivando e fazen-do vistas grossas para ocaso,que é muito sério. Achoque o "Caixa" tem razão,os in-vasores estão muito tranqüilos,

talvez confiando no cabeça des-sas invasões. Estão certos daimpunidade e vão implantarmais um problema para o GDF.Providências enérgicas têm queser tomadas para que não sealastre,é preciso que a Secretá-ria das Cidades, Terracap, Age-fis, Ministério Público, Seops,Polícia...e todos os órgãos fisca-lizadores dêem um basta nessefestival de pouca vergonha comterra pública e tomem providên-cias imediatas.

Vias

Só no Guará

Festa a fantasia pelos30 anos da Água Vida

Os 30 anos da AcademiaÁgua Vida foram marcadospela Festa à Fantasia da famí-lia Água Vida, realizada no dia27 de abril, com direito a pula-pula, música, dança, doces esalgados, apresentação do má-gico Tio André e a presença dosprofessores, que também foramfantasiados para animar a cri-ançada.

O empresário Gilson Pache-co afirma que o maior objetivoda Água Vida não é apenas va-lorizar a prática de esportes eexercícios físicos, mas a uniãodos funcionários e os alunos, demaneira que sintam o ambientecomo extensão da própria casa.

E é o que confirma a mãe deCaio Guilherme, de cinco anos,a estudante Kátia Germana,que frequenta a academia hápouco tempo, mas já está con-tente com a escolha. “É a pri-meira vez que participo de umacomemoração da Água Vida egostei. Algumas crianças já sãoamigas na escola, então, é ummomento a mais para estaremjuntas”, afirma.

Sob comando das professo-ras, as crianças participaram

também de um desfile, feito porcategorias, com direito a pre-sentes no final. Mas antes, oshow de mágica, que atraiu osolhares e a atenção de cadauma, que vibravam durante oespetáculo do Tio André. “Já vi-rei um personagem. Na verda-de, eu sou animador de festa ea mágica entrou como ferra-menta”, conta André Freire,mágico há 27 anos. Ele aindaressaltou que foi a primeira vezque participou de um evento daacademia Água Vida, mas apro-vou a união e colaboração decada funcionário para que cadadetalhe desse certo. “Todosvestem a camisa, isso é que élegal”, destacou.

VínculoTiago Siqueira, que é pai e

professor de natação da acade-mia há sete anos, concorda queesse tipo de evento colaboracom o vínculo criado entre osalunos. “Eles ficam mais à von-tade. Esse é o diferencial daÁgua Vida”, diz.

A empresária Mônica de Oli-veira, aluna da academia ÁguaVida há três anos, aprovou o

evento e confirmou que, sem-pre que puder, vai continuarparticipando. “Acho muito in-teressante a forma de trabalhodeles, com esse espírito famili-ar”, ressalta.

Os professores garantemque reunir os alunos fora doambiente de aulas pode ajudarno entrosamento entre eles emelhorar até mesmo a posturadas crianças. “Já vi inúmerasmelhorias de crianças que che-gavam na academia sem falarnada e hoje em dia são maisdescontraídas”, conta a profes-sora de natação e personal, Ta-íse Siqueira. Para a professoraÉlida Saraiva, que se considerauma mãezona, trabalhar naÁgua Vida é tranquilo e a re-ceptividade dos pais e alunosé o que a conquista. “A acade-mia é muito boa, gosto da re-ceptividade dos pais e das cri-anças”. Élida esclarece que obem estar das crianças foi umdos motivos para a organizaçãoda Festa à Fantasia. A famíliaÁgua Vida fica satisfeita em vertamanha comemoração, com aparticipação dos pais, alunos efuncionários.

As festas ajudam na interação entreprofessores, alunos e pais da academia

14/05 (terça-feira)Espetáculo teatral "Não Bullying Comigo", no CEF 04, doGuará, às 10 e às 15 horas;

15/05 (quarta-feira)Sessão Solene da Câmara Legislativa no Auditório da Admi-nistração, às 09 horas;Palestra: Tráfico de Pessoas, no CEF 04, do Guará, às 10 e às15 horas;Blitz educativa da Sejus, no Flórida Mall, durante encontrode motociclistas, às 20 horas;

17/05 (sexta-feira)Noite cultural na Paróquia do Divino Espírito Santo, na QE32/34, às 18 horas;Atendimento do Pró-vítima, na QE 07, das 14 às 17 horas;

18/05 (sábado)Campeonato de Basquete em Cadeira de Rodas, no ginásiodo Cave, das 09 às 18 horas;Encontro de Bandas da Paróquia Divino Espírito Santo, naQE 32/34, às 18 horas;Dia de Lazer no Lúcio Costa, das 14 às 19 horas;

19/05 (domingo)Campeonato de Basquete em Cadeira de Rodas, no ginásiodo Cave, das 09 às 18 horas;Missa Campal de Pentecostes em Ação de Graças pelos 40anos da Paróquia Divino Espírito Santo e do aniversário doGuará, às 09 horas;20/05 (segunda-feira)Unidade Móvel do Procon, em frente à Estação Guará, das09 às 17 horas;Palestra: Brasília sem Pedofilia, teatro do Guará, às 09 e às15 horas;

22/05 (quarta-feira)Blitz educativa da Sejus em frente ao colégio Rogacionista,às 07 às 17:30 horas;

23/05 (quinta-feira)Peça de teatro "Não Bullying Comigo", teatro do Guará, às 10às 15 horas;

24/05 (sexta-feira)Atendimento do Pró-Vítima, das 14 às 17 horas, na QE 07;

25/05 (sábado)Etapa Brasiliense do Campeonato de Karatê, ginásio do Cave,das 08 às 18 horas;Torneio de Dominó, das 08 às 18 horas, no estacionamento doCaveProjeto Ação Cidadania, promovido pela Defensoria Públicado DF e a instituição social ORAEE, das 09 às 15 horas, noCentro de Ensino Fundamental 10, entre as quadras 44 e 46,do Guará II.

27/05 (segunda-feira)Palestra Brasília Sem Pedofilia, teatro do Guará, às 10 horase às 15 horas;

28/05 (terça-feira)Peça de teatro "Não Bulling Comigo", teatro do Guará, às 10 eàs 15 horas;

29/05 (quarta-feira)Blitz educativa da Sejus, na QE 20, às 7 e às 17 horas;

31/05 (sexta-feira)Culto de Ação de Graças Evangélico, às 19:30 horas;

01/06 (sábado)Baile em comemoração ao 44º aniversário do Guará, no Sa-lão de Múltiplas Funções, a partir das 22:00 horas com aBanda Esquema Seis;

02/06 (domingo)V Corrida de Rua do Guará, concentração no estacionamen-to do Supermercado Pão de Açúcar, na QE 02, do Guará I, às07 horas.

Programação do 44º aniversário do Guará

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3JORNAL DO GUARÁ 3ÓRGÃOS PÚBLICOS DO GUARÁÓRGÃOS PÚBLICOS DO GUARÁ

Programação prioriza esporte, religião e luta contra drogas e violência

GUARÁ 44 ANOSGUARÁ 44 ANOS Festa sem o Baile da CidadeNNNNN o dia 5 de maio, domingo,

o Guará completa 44 anosde existência. A comissão orga-nizadora definiu que o tema doaniversário é Guará, a cidadedo bem-estar.

Uma das razões para o temaestá relacionada ao prazer deviver e morar aqui, uma cidadeque em muitos aspectos con-serva a tranquilidade e o ar bu-cólico, com boa qualidade devida.

A outra razão diz respeito àligação que a maioria dos mo-radores tem com a prática deexercícios físicos regulares.Não só pela preocupação esté-tica, da beleza, mas principal-mente o cuidado com o corpo,para evitar doenças ou estar debem com a vida e a autoestimaelevada.

Impressiona como os pec'sda cidade são utilizados pelapopulação. Vivem cheios de

pessoas, principalmente naparte da manhã e no final datarde. Os milhares de quilôme-tros de coopervias e pistas decaminhada recebem um gran-de público ao longo do dia, emespecial das 06 às 10 horas edas 17h às 20h. Enfim, o temaGuará, a cidade do bem-estar éa cara da cidade.

Para o administrador CarlosNogueira, quem ganha o pre-sente de aniversário da cidade

é a comunidade. "É gratifican-te fazer parte da história doGuará e contribuir para que omorador tenha mais qualidadede vida. Com o apoio do gover-nador Agnelo Queiroz o Guarácontinuará sendo uma cidadeagradável para se viver e mo-rar", afirma Carlinhos.

Sobre a programação deaniversário, que vai durar o mêsinteiro, a comissão organizado-ra agendou palestras sobre pe-

dofilia, bulling, drogas, etc. Es-tão previstos também cultos,missas, eventos para idosos ecadeirantes, desfile cívico-mi-litar, shows e atividades espor-tivas, como campeonatos de bi-cicross, futebol americano, ka-ratê, dominó e a tradicionalcorrida de rua do Guará, queestá em sua quinta edição ereúne milhares de participan-tes. Confira a programaçãoabaixo.Programação completa na página 4

4 a 10 de maio de 2013

Page 23: Edição nº 630

alavra rancaFalavra rancaFPP

JORNAL DO GUARÁ

CIRCULAÇÃO O Jornal do Guará (tiragem comprovada de 8 mil exemplares) é distribuídogratuitamente por todas as bancas de jornais do Guará; em todos osestabelecimentos comerciais, clubes de serviço, associações, entidades; nas agênciasbancárias, no Clube do Comerciário; na Administração Regional; nos consultórios médicose odontológicos e portarias dos edifícios comerciais do Guará. E, ainda, através de maladireta a líderes comunitários, empresários, autoridades que moram no Guará ou queinteressam à cidade; empresas do SIA, Sof Sul e ParkShopping; GDF, CâmaraLegislativa, bancada do DF no Congresso Nacional e agências de publicidade.

Jornalista Profissional, reg. 766/80/DRT/DF

JORNAL DO GUARÁEditor: Alcir Alves de Souza

End: EQ 31/33 Ed. Consei, 113/114 71065.023 - Guará IIFone: 3381.4181 - Fax: 3381.1614

[email protected]: jornal do guara.com [email protected]

3JORNAL DO GUARÁ2 4 a 10 de maio de 2013

Guará Park

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ALCIR DE SOUZA

4 a 10 de maio de 2013

Quero parabenizar o Jornal doGuará por sua importante atuaçãosemanal no cotidiano do guaraense.E aproveito a oportunidade para es-clarecer reportagem sobre o GuaráPark (ex-Colônia Águas Claras). Soumorador e um dos pioneiros no Gua-rá Park, e, a bem da verdade, a pou-quissímos anos atrás, eramos tidoscomo invasores, especuladores eoutros adjetivos. Agora, a realidadeé outra, pois à partir da Administra-ção Joel Alves e do atual Adminis-trador Carlos Nogueira, sempre comapoio total do deputado Alírio Neto,hoje somos respeitados como verda-deiros integrantes da Comunidadedo Guará, onde temos participaçãoe voz direta ,seja individual ou atra-vés de nossa Associação de Mora-dores, pelo Prefeito atual, que temse mantido sempre atento aos nos-sos interesses. Nesta oportunidadeenviamos nossos agradecimentospelas excelentes melhorias e conti-nuaremos nossa participação ativaem pró do Guará Park.

Romero Mendes Boaretto

Jornal e escola

Aniversário xoxo

A redação do Jornal do Guará está recebendoturmas do Centro de Ensino Fundamental 5 (QE34 Guará II), como parte de um trabalho daescola sobre a confecção de jornal comunitário.São turmas de 20 a 30 alunos às segundas eterças.

O projeto será estendido às outras escolas dacidade a partir deste mês de maio.

Termômetro

Nesses 30 anos de Jornal do Guará nunca havia visto uma pro-gramação de aniversário da cidade tão xoxo como a deste ano (verpágina 3).

Eventos tradicionais como o Baile da Cidade, o Baile da TerceiraIdade, o Chá e Feira do Pano de Prato, onde tínhamos a oportunidede rever os amigos e pioneiros, foram retirados da agenda. A progra-ma está cheia de palestras sobre bullyng, pedofilia, blitz educativasobre drogas, que são eventos importantes mas não necessaria-mente para uma festa como essa. A impressão que se tem é queesses eventos foram colocados na programação apenas para “en-cher linguiça”.

A explicação da Administração do Guará é que não houve patro-cínio, nem do governo e nem da iniciativa privada, para a festa.

Essa explicação merece uma reflexão e alguns questionamentos:se o governo gasta tanto com emendas parlamentares em eventosinexpressivos, porque não pode patrocinar uma festa mais signifi-cativa? Por que a iniciativa privada, que sempre patrocinou partedo aniversário do Guará, agora não participa mais?

Páginasdo Guará

A festa de aniversário doadministrador Carlinhos Noguei-ra, no restaurante Palhoça, é umtermômetro para se avaliar a pré-candidatura dele a deputadodistrital. Cerca de 600 pessoasforam abraçar o administrador,que foi ovacionado quando fez oseu discurso de agradecimento.

Já é uma boa partida.

Numa rápida pesquisa noFacebook, descobri noveendereços relacionados àcidade: Jornal do Guará,GuaráHoje, Adoro Guará, LoboGuará, Clube de RegatasGuará, GuaráDF, Galera doGuará, Guará Urbano e Associ-ação Comercial do Guará eReclama Guará..

Família desistiuOs pais do estudante Arthur

Paschoali, desaparecido no Perudesde o dia 21 de dezembro,desistiu de continuar a procurapelo rapaz e já retornou ao Guará,onde moram.

Outro pré-candidato guaraen-se que pode auferir suas popu-laridade é o ex-administradorDeverson Lettieri. Num almoçona Candangolândia, oferecidopor amigos, teve a presença demais de 100 pessoas.

CentralizaçãoQuando fomos escrever a reportagem sobre

as precárias condições do Centro de Saúde 02,publicada na edição da semana passada,fomos orientados pela diretoria da Regional deSaúde do Guará a solicitar informações àAssessoria de Imprensa da Secretaria deSaúde. Na terça-feira, encaminhamos e-mailcom as perguntas sobre a reforma do posto,com a informação que a matéria seria fechadana sexta para publicação no sábado. Naquinta, reforçamos o pedido. Mas, a resposta sóveio na segunda, depois da publicação, emesmo assim com a mesma informação de setemeses atrás: que “a reforma está na programa-ção da Secretaria de Saúde”. Mas, o que acomunidade quer saber é: para quando?

Outra curiosidade: por que todas as informa-ções sobre a rede de saúde pública são con-centradas na Assessoria de Comunicação dasecretaria, se ela não tem condições de aten-der às demandas?

[email protected]

Primeiro o Jornal do Guará publi-ca uma reportagem sobre o estadode abandono em que se encontra ocondomínio IAPI, também conheci-do como Setor de Mansões IAPI (rs).Um mês depois, publica outra repor-tagem mostrando a maravilha que éo condomínio Guará Park, dotado detoda infraestrutura e tratado a pãode ló pela Administração do Guaráe pelo GDF.

A explicação, de acordo com aAdministração Regional, é que noIAPI não existem lideranças parareinvidicar e que as do Guará Parksão eficientes.

Ora, quer dizer que o governo sótrabalha se for provocado? Por queo administrador e seus assessoresnão saem do Gabinete e vão às ruaspara saber o que a cidade precisa?

Na verdade, a explicação não éessa: é que no Guará Park mora uminfluente deputado distrital. En-quanto no IAPI...

Clemêncio R. Ribeiro

Lícia & Pedro Ivo

FÁTIMA SOUZA

Carlinhos mostra forçapolítica no seu aniversário

Cerca de 600 amigos foram abraçar o admi-nistrador regional do Guará Carlinhos Noguei-ra, no restaurante Palhoça, na segunda-feira, 29de abril. Mesmo num clima de descontração, apolítica não poderia deixar de ser o assunto danoite. Na avaliação dos presentes, a festa foi umbom termômetro para uma possível candidatu-

ra de Carlinhos, dizem, a deputado distritalem 2014. A se avaliar pela aclamação dopúblico durante as falas dos líderes comu-nitários, do deputado Alírio e do próprioaniversariante, são boas as chances de Car-linhos.

VazioO desfile de aniversário do

Guará era prestigiado porpolíticos, representantes dogoverno, lideranças comuni-tárias e a comunidade.

O desfile deste ano não teveum parlamentar sequer - nemAlírio Neto - nenhumaautoridade do governo epouquíssimas lideranças eapenas alguns moradores.

Deputado esecretário AlírioNeto na homena-gem a Carlinhos

Carlinhos com atia Alcione e aprima Elvira

RestaurantePalhoça ficoulotado pelosamigos doaniversariante

O casal Carlinhos e Rosecom o casal de amigosIazinha e Paulo Brasil

Carlinhos recebe oabraço do ex-administradorDeverson Lettieri

Cel Antonio Carlos (comandante do 4º BPM)e sua Rose, Carlos Massom e Cirleide, SandraBacelar e Alírio Neto, Carlinos e Neto SangueBom, administrador de Sabnta Maria

Os sócios do Palhoça, Jorgeeustáquio de Oliveira eGildanaldo da Cunha com ocasal Alírio e Sandra

Rose fazhomenagememocionanteao marido

Carlos Ribeiro e osfilhos Bruno eBreno no abraço aCarlinhos

PastorAurelianoGomes e suaesposa Aurora

Rodrigo Pontes(síndicoa SQB)e sua Cristinano abraço aoaniversariante

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4 a 10 de maio de 2013 Distribuição gratuita

jornaldoguara.com

EDIÇÃO 630

A saga de uma feliz cidade

Ao completar 44 anos, a cidade do Guará vive o dilema de superar oproblema do rápido crescimento sem perder a sua qualidade de vida.A cidade foi forjada no espírito da solidariedade. Pioneiros contam a

saga da construção.Páginas 9 a 19.