Edição nº 01

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Sênior - Jornal da Terceira Idade - Ano 1 - Número 1 - Santa Catarina - Março de 2009 16 Qualidade de Vida Encontros de Vida Dr. Ulisses Coelho* O primeiro so- nho foi o de morar nesta bela e acolhedora ci- dade com extraordiná- rio e encantador “Sa- lão de Festas” que é a praia. Aqui chegados era preciso conviver com pessoas que vieram antes e poder compar- tilhar de uma integra- ção social prazerosa e feliz Como acontece nos relacionamentos humanos há uma tro- ca de conhecimentos e experiências e assim, nossa bagagem cultu- ral e mesmo profissio- nal é enriquecida por suas vivências. Como nossa vida foi dedica- da à área da saúde e, principalmente Saúde Pública, pensamos no ideal de uma reunião mensal sob a forma de “Encontros de Vida” para potencia- lizar conhecimentos e possibilitar um “Vi- ver melhor com maior qualidade”. Para nós, cada En- contro se concretiza com informações pre- ciosas sobre saúde, atividade física, cul- tura, experiências de vida e turismo. Assim, em mar- ço de 2004 iniciamos com uma excelente equipe de líderes lo- cais os “Encontros de Vida” com apoio das Secretarias de Turis- mo e Saúde. A realização dos encontros. De março de 2004 a março de 2008 fo- ram realizadas 36 edições em vários ho- téis de nossa cidade gentilmente cedidos numa louvável atitude em prol da saúde e da cultura do Balneário de Camboriú. A programação é estabelecida pela equipe que organiza, “garimpando” e con- vidando pessoas de re- conhecido saber como palestrantes com des- tacados “talentos” nas suas diversas áreas. Logo que a Se- cretaria de Turismo informa qual o hotel que abrirá suas portas ao evento, é iniciada rápida divulgação por telefone, por e-mail, por contatos pessoais e pela Mídia. O inte- resse entre os partici- pantes é tanto que ao nos encontrar sempre perguntam: “Qual é o hotel do próximo en- contro?”. O encontro festivo do 4º ano No Hotel Fischer, dia 18 de março, onde se apresentaram com sucesso: Dr. Marco Antônio Ribeiro médico ( “Prevenção CA de próstata); Profª Maria Arlete Ferreira – ioga; Isolde Zibell – mandalas; Pedro Paulo Melo (cantor); Adélio Santos (músi- co); e os poetas e de- clamadores “Tia” Ma- ria, Leoniza Vilarino, Ana Branca Cardoso e Guilhermino Rodri- gues. Os chinelos, a pol- trona, a TV e o pijama Será que vale a pena deixá-los por uma noite e participar de um “Encontro de vida”? Pois a resposta é SIM! Você fará algo di- ferente – sai da rotina! Conhecerá pessoas – faz amigos! Passará momentos agradáveis – se sentirá mais disposto! Ouvirá preciosas informações – melho- rará sua vida! Evitará a solidão – compartilhará bem- querer! Aceite este desa- fio de transformação e esteja conosco, pois estas e muitas outras razões irão comprovar que você será sempre bem-vindo aos En- contros de renovação e encantamento da Vida. * O autor é mé- dico, dirige os “En- contros de Vida” e é orientador de várias entidades voltadas à melho- ria da qualidade de vida. Sênior - Jornal da Terceira Idade O poder da terceira idade Idosos brasileiros formam um grupo de 15 milhões de consumidores mal atendidos Eles não se enqua- dram em estereótipos de vovôs que praticam es- portes radicais nem de velhinhos abandonados em asilos. Os idosos brasileiros formam um grupo mui- to heterogêneo de 15 milhões de consumido- res (14% da população adulta), que deve chegar a 30 milhões de pessoas até 2020, a maioria mu- lheres, com uma renda que soma R$ 7,5 bilhões ao mês, o dobro da mé- dia nacional, e que têm muito mais poder de influenciar hábitos de consumo nas famílias do que se imagina. Estas são algumas das principais conclu- sões de uma pesquisa inédita no Brasil sobre o perfil da terceira idade, o Panorama da Maturi- dade, que acaba de ser concluída pela Indicator GFK após dois anos de trabalho. A pesquisa ouviu 1,8 mil homens e mulheres com mais de 60 anos nas grandes regiões me- tropolitanas do País e em Goiânia e Brasília. O objetivo foi in- vestigar o perfil dessa parcela da população, buscando conhecer ca- racterísticas de compor- tamento, gastos, saúde, alimentação, moradia, transporte, educação, cultura, lazer e consumo de mídia. O seminário Ter- ceira Idade - Panorama Social de um Mercado em Expansão, realizado em São Paulo, discutiu a questão com especia- listas de várias áreas que se envolveram na pesquisa. Os dados levanta- dos mexem com a ima- gem tradicional dos velhinhos-problema. Ao contrário, são eles os responsáveis pela ma- nutenção de 25% dos lares nacionais, ou seja, 47 milhões de domicí- lios. De cada cem en- trevistados, 68 declaram ser responsáveis pelas decisões de compra da família. Leia na página 3. Este é um novo veículo de comunicação, feito e pensado para todos aqueles que estão próximos ou já vivem a chamada terceira ida- de. Assunto polêmico por si só, pois alia a um só tempo, dúvidas, paixões e um certo distan- ciamento das outras “idades”. Mais do que uma etapa da vida, a tercei- ra idade tem se revestido no nosso tempo, contemporaneamente, como uma “fatia de mercado” a ser conquistada, com serviços, produtos e toda espécie de ofertas. Mas, essa idade, têm acima de tudo a função de síntese, de vidas inteiras e da história de cada indiví- duo. Este jornal pretende mostrar e ser um alia- do, na compreensão desta etapa da vida de to- dos nós, longévos ou não, que esperam viver sempre mais e melhor! Sênior - Jornal da Terceira Idade Alívio imediato das dores • acupuntura ganha respeito e se populariza Um dos ramos da medicina tradicional chinesa, a acupuntu- ra só foi reconhecida no Brasil como espe- cialidade médica em 1995 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), apesar de uma associação de acupun- turistas existir no país desde 1958. A prática é exercida por inúme- ros profissionais, que popularizam o alívio das dores e a solução de problemas de saú- de, com bom resultado em cerca de 70% dos casos. A acupuntura pode ser entendida como um conjunto de proce- dimentos terapêuticos que introduzem estímu- los em áreas anatomica- mente definidas. São os pontos de acupuntura. Massagens, ventosas e raios laser, além das agulhas, podem ser uti- lizados para estimular os diversos pontos dis- tribuídos pelo corpo. Com os sinais en- viados através dos pon- tos de acupuntura, ocor- re o estímulo do sistema nervoso central. Leia na página 7. Março de 2009 por: Ismail Ali El Assal Sênior Jornal da 3ª Idade O s frutas, par- te comestível das plantas com flores, são ricas em fibras, sais mi- nerais, betacaroteno, frutose e vitamina C. Muito utilizadas na culinária, tanto em produções de confei- taria como em pra- tos salgados, frios ou quentes, as frutas apre- sentam enorme varie- dade de sabores, tex- turas, cores e formas. É muito importante conhecer suas carac- terísticas específicas e saber como podem ser usadas. A partir daí, sempre que você se deparar com uma fruta que não conhece, po- derá experimentá-la, observá-la e decidir a melhor maneira de usá-la numa receita. Por suas características, as frutas são classifica- das segundo alguns cri- térios que podem variar. Frutascítricas São colhidas logo antes de estarem maduras e são duráveis. Na cozi- nha, são ingredientes essenciais de vários preparos. Usa-se tanto o suco como as raspas da fruta, onde estão concentrados os óle- os essenciais. No en- tanto, é preciso ter o cuidado de remover a parte branca e amarga, que fica entre a casca e a polpa. Pela mes- ma razão, as sementes e os “fiapos” também devem ser removidos. Na cozinha salgada, fazem parte, por exem- plo, do pato com la- ranja, de molhos para massas, de temperos de salada e marinadas. Na confeitaria, são usa- das como base para cal- das e cremes e também como aromatizantes de bolos e outras massas. Frutas vermelhas Exemplos: framboesa (foto), amora, moran- go, groselha, blueberry, morango silvestre e uva. Ricas em fibras, são mais comuns nas re- giões de clima tempe- rado. O morango cul- tivado no Brasil, por exemplo, ocorre nos meses de maio a setem- bro (no inverno). Já nos países da Europa e nos EUA, são frutas típicas de verão, como as de- mais frutas vermelhas. Em geral, são delica- das e não duram muito. O açúcar as faz desi- dratar, drenando seu suco e deixando-as com a textura espon- josa. São muito usadas na confeitaria, em tor- tas de morango, sor- vetes, geléias, coulis, mousses e bavaroises. Já na cozinha salgada são usadas com parci- mônia e, principalmen- te para molhos para carnes de caça e aves. Frutas com caroço Exemplos: damasco (foto), cereja, nectari- na, pêssego, ameixa, nêspera, coco (diferen- temente do que se pen- sa, o coco não é uma oleaginosa, embora seja rico em gordura). Têm a polpa bem car- nuda e podem ser usa- das frescas, em conser- va ou secas. Podem ser salteadas ou usadas em recheios de tortas, pois a polpa resiste razoa- velmente bem ao calor. Frutas tropicais Exemplos: lichia, ta- marindo, goiaba, aba- cate, abacaxi, manga, banana, kiwi, feijoa (esta nativa das Amé- ricas, porém mais popular na Europa). Têm características bem diferentes entre si. As de sabor mais acentuado e polpa mais carnuda (como a man- ga, o abacaxi, a goia- ba e a banana) podem seu usadas cruas ou cozidas. Já as de sa- bor suave e polpa mais delicada, como o kiwi e a lichia, ficam me- lhor se usadas frescas. O tamarindo, de sabor bem ácido, é muito usa- do para pratos salgados. Escolha e compra Para escolher a me- lhor fruta para cada uso, observe os se- guintes critérios: Frutas sadias: Têm ta- manho uniforme e o mesmo grau de amadu- recimento, sem manchas ou defeitos causados por fungos ou insetos. Frutas da estação Prefira sempre as frutas que estão no ápice de sua qualidade. Hoje em dia, é possível cultivar frutas em estufa, usar refrigeradores especiais para a conservação prolongada (às vezes, até mais de um mês), importar e exportar como certa facilidade. Mesmo assim, as fru- tas no seu local de ori- gem, no auge da safra, são o quehá de melhor. Gastronomia Frutas na Cozinha

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Jornal Sênior

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Sênior - Jornal da Terceira Idade - Ano 1 - Número 1 - Santa Catarina - Março de 2009

16

Qualidade de VidaEncontros de Vida Dr. Ulisses Coelho*

O primeiro so-nho foi o de morar nesta

bela e acolhedora ci-dade com extraordiná-rio e encantador “Sa-lão de Festas” que é a praia.

Aqui chegados era preciso conviver com pessoas que vieram antes e poder compar-tilhar de uma integra-ção social prazerosa e feliz

Como acontece nos relacionamentos humanos há uma tro-ca de conhecimentos e experiências e assim, nossa bagagem cultu-ral e mesmo profissio-nal é enriquecida por suas vivências. Como nossa vida foi dedica-

da à área da saúde e, principalmente Saúde Pública, pensamos no ideal de uma reunião mensal sob a forma de “Encontros de Vida” para potencia-lizar conhecimentos e possibilitar um “Vi-ver melhor com maior qualidade”.

Para nós, cada En-contro se concretiza com informações pre-ciosas sobre saúde, atividade física, cul-tura, experiências de vida e turismo.

Assim, em mar-ço de 2004 iniciamos com uma excelente equipe de líderes lo-cais os “Encontros de Vida” com apoio das Secretarias de Turis-mo e Saúde.

A realização dosencontros.

De março de 2004 a março de 2008 fo-ram realizadas 36 edições em vários ho-téis de nossa cidade gentilmente cedidos numa louvável atitude em prol da saúde e da cultura do Balneário de Camboriú.

A programação é estabelecida pela equipe que organiza, “garimpando” e con-vidando pessoas de re-conhecido saber como palestrantes com des-tacados “talentos” nas suas diversas áreas.

Logo que a Se-cretaria de Turismo informa qual o hotel

que abrirá suas portas ao evento, é iniciada rápida divulgação por telefone, por e-mail, por contatos pessoais e pela Mídia. O inte-resse entre os partici-pantes é tanto que ao nos encontrar sempre perguntam: “Qual é o hotel do próximo en-contro?”.

O encontro festivo do 4º ano

No Hotel Fischer, dia 18 de março, onde se apresentaram com sucesso: Dr. Marco Antônio Ribeiro – médico ( “Prevenção CA de próstata); Profª Maria Arlete Ferreira – ioga; Isolde Zibell – mandalas; Pedro Paulo Melo (cantor);

Adélio Santos (músi-co); e os poetas e de-clamadores “Tia” Ma-ria, Leoniza Vilarino, Ana Branca Cardoso e Guilhermino Rodri-gues.

Os chinelos, a pol-trona, a TV e o pijama

Será que vale a pena deixá-los por uma noite e participar de um “Encontro de vida”?

Pois a resposta é SIM!

Você fará algo di-ferente – sai da rotina!

Conhecerá pessoas – faz amigos!

Passará momentos agradáveis – se sentirá mais disposto!

Ouvirá preciosas informações – melho-rará sua vida!

Evitará a solidão – compartilhará bem-querer!

Aceite este desa-fio de transformação e esteja conosco, pois estas e muitas outras razões irão comprovar que você será sempre bem-vindo aos En-contros de renovação e encantamento da Vida.

* O autor é mé-dico, dirige os “En-contros de Vida” e é orientador de várias entidades voltadas à melho-ria da qualidade de vida.

Sênior - Jornal da Terceira Idade

O poder da terceira idadeIdosos brasileiros formam um grupo de 15 milhões de consumidores mal atendidos

Eles não se enqua-dram em estereótipos de vovôs que praticam es-portes radicais nem de velhinhos abandonados em asilos.

Os idosos brasileiros formam um grupo mui-to heterogêneo de 15 milhões de consumido-res (14% da população adulta), que deve chegar a 30 milhões de pessoas até 2020, a maioria mu-lheres, com uma renda que soma R$ 7,5 bilhões ao mês, o dobro da mé-dia nacional, e que têm muito mais poder de influenciar hábitos de consumo nas famílias do que se imagina.

Estas são algumas das principais conclu-

sões de uma pesquisa inédita no Brasil sobre o perfil da terceira idade, o Panorama da Maturi-dade, que acaba de ser concluída pela Indicator GFK após dois anos de trabalho.

A pesquisa ouviu 1,8 mil homens e mulheres com mais de 60 anos nas grandes regiões me-tropolitanas do País e em Goiânia e Brasília.

O objetivo foi in-vestigar o perfil dessa parcela da população, buscando conhecer ca-racterísticas de compor-tamento, gastos, saúde, alimentação, moradia, transporte, educação, cultura, lazer e consumo de mídia.

O seminário Ter-ceira Idade - Panorama Social de um Mercado em Expansão, realizado em São Paulo, discutiu a questão com especia-listas de várias áreas que se envolveram na pesquisa.

Os dados levanta-dos mexem com a ima-gem tradicional dos velhinhos-problema. Ao contrário, são eles os responsáveis pela ma-nutenção de 25% dos lares nacionais, ou seja, 47 milhões de domicí-lios. De cada cem en-trevistados, 68 declaram ser responsáveis pelas decisões de compra da família.Leia na página 3.

Este é um novo veículo de comunicação, feito e pensado para todos aqueles que estão próximos ou já vivem a chamada terceira ida-de. Assunto polêmico por si só, pois alia a um só tempo, dúvidas, paixões e um certo distan-ciamento das outras “idades”.

Mais do que uma etapa da vida, a tercei-ra idade tem se revestido no nosso tempo, contemporaneamente, como uma “fatia de mercado” a ser conquistada, com serviços, produtos e toda espécie de ofertas. Mas, essa idade, têm acima de tudo a função de síntese,

de vidas inteiras e da história de cada indiví-duo.

Este jornal pretende mostrar e ser um alia-do, na compreensão desta etapa da vida de to-dos nós, longévos ou não, que esperam viver sempre mais e melhor!

Sênior - Jornal da Terceira Idade

Alívio imediato das dores• acupuntura ganha respeito e se populariza

Um dos ramos da medicina tradicional chinesa, a acupuntu-ra só foi reconhecida no Brasil como espe-cialidade médica em 1995 pelo Conselho Federal de Medicina

(CFM), apesar de uma associação de acupun-turistas existir no país desde 1958. A prática é exercida por inúme-ros profissionais, que popularizam o alívio das dores e a solução

de problemas de saú-de, com bom resultado em cerca de 70% dos casos.

A acupuntura pode ser entendida como um conjunto de proce-dimentos terapêuticos

que introduzem estímu-los em áreas anatomica-mente definidas. São os pontos de acupuntura. Massagens, ventosas e raios laser, além das agulhas, podem ser uti-lizados para estimular

os diversos pontos dis-tribuídos pelo corpo.

Com os sinais en-viados através dos pon-tos de acupuntura, ocor-re o estímulo do sistema nervoso central.Leia na página 7.

Março de 2009

por: Ismail Ali El Assal

SêniorJornal da 3ª Idade

Os frutas, par-te comestível das plantas

com flores, são ricas em fibras, sais mi-nerais, betacaroteno, frutose e vitamina C.Muito utilizadas na culinária, tanto em produções de confei-taria como em pra-tos salgados, frios ou quentes, as frutas apre-sentam enorme varie-dade de sabores, tex-turas, cores e formas. É muito importante conhecer suas carac-terísticas específicas e saber como podem ser usadas. A partir daí, sempre que você se deparar com uma fruta que não conhece, po-derá experimentá-la, observá-la e decidir a melhor maneira de usá-la numa receita.Por suas características, as frutas são classifica-

das segundo alguns cri-térios que podem variar.

Frutascítricas

São colhidas logo antes de estarem maduras e são duráveis. Na cozi-nha, são ingredientes essenciais de vários preparos. Usa-se tanto o suco como as raspas da fruta, onde estão concentrados os óle-os essenciais. No en-tanto, é preciso ter o cuidado de remover a parte branca e amarga, que fica entre a casca e a polpa. Pela mes-ma razão, as sementes e os “fiapos” também devem ser removidos. Na cozinha salgada, fazem parte, por exem-plo, do pato com la-ranja, de molhos para massas, de temperos

de salada e marinadas. Na confeitaria, são usa-das como base para cal-das e cremes e também como aromatizantes de bolos e outras massas.

Frutas vermelhas

Exemplos: framboesa (foto), amora, moran-go, groselha, blueberry, morango silvestre e uva.Ricas em fibras, são mais comuns nas re-giões de clima tempe-rado. O morango cul-tivado no Brasil, por exemplo, ocorre nos meses de maio a setem-bro (no inverno). Já nos países da Europa e nos EUA, são frutas típicas de verão, como as de-mais frutas vermelhas. Em geral, são delica-das e não duram muito. O açúcar as faz desi-dratar, drenando seu

suco e deixando-as com a textura espon-josa. São muito usadas na confeitaria, em tor-tas de morango, sor-vetes, geléias, coulis, mousses e bavaroises. Já na cozinha salgada são usadas com parci-mônia e, principalmen-te para molhos para carnes de caça e aves.

Frutas com caroço

Exemplos: damasco (foto), cereja, nectari-na, pêssego, ameixa, nêspera, coco (diferen-temente do que se pen-sa, o coco não é uma oleaginosa, embora seja rico em gordura).Têm a polpa bem car-nuda e podem ser usa-das frescas, em conser-va ou secas. Podem ser salteadas ou usadas em recheios de tortas, pois

a polpa resiste razoa-velmente bem ao calor.

Frutas tropicais

Exemplos: lichia, ta-marindo, goiaba, aba-cate, abacaxi, manga, banana, kiwi, feijoa (esta nativa das Amé-ricas, porém mais popular na Europa).Têm características bem diferentes entre si. As de sabor mais acentuado e polpa mais carnuda (como a man-ga, o abacaxi, a goia-ba e a banana) podem seu usadas cruas ou cozidas. Já as de sa-bor suave e polpa mais delicada, como o kiwi e a lichia, ficam me-lhor se usadas frescas.O tamarindo, de sabor bem ácido, é muito usa-do para pratos salgados.

Escolha e compra

Para escolher a me-lhor fruta para cada uso, observe os se-guintes critérios:Frutas sadias: Têm ta-manho uniforme e o mesmo grau de amadu-recimento, sem manchas ou defeitos causados por fungos ou insetos.

Frutas da estação

Prefira sempre as frutas que estão no ápice de sua qualidade. Hoje em dia, é possível cultivar frutas em estufa, usar refrigeradores especiais para a conservação prolongada (às vezes, até mais de um mês), importar e exportar como certa facilidade. Mesmo assim, as fru-tas no seu local de ori-gem, no auge da safra, são o quehá de melhor.

GastronomiaFrutas na Cozinha

Sênior - Jornal da Terceira Idade2

“Sênior“ Prosa & Verso15Sênior - Jornal da Terceira IdadeMarço de 2009

Cruz e Sousa

Este espaço do Jornal destina-se à divulga-

ção de poesias. Para inaugurar esta seção ninguém mais apro-priado do que Cruz e Sousa, poeta catari-nense e expoente do

simbolismo no Bra-sil.

Cruz e Sousa (João da) (1861-98), poeta brasileiro. O expo-ente do simbolismo era filho de escravos, começou dando aulas particulares, publicou

poemas em jornais e tornou-se amigo de Vírgilio Várzea, ou-tro simbolista, com quem redigiu a Tribu-na Popular e publicou Trapos e Fantasias, em 1885, depois de percorrer todo o país

na campanha aboli-cionista. Mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1890, e três anos depois publicou Bro-quéis e Missal, obras que inauguraram ofi-cialmente o simbolis-mo brasileiro.

Triunfo Supremo

Quem anda pelas lágrimas perdido,Sonâmbulo dos trágicos flagelos,É quem deixou para sempre esquecidoO mundo e os fúteis ouropéis mais belos!

É quem ficou do mundo redimido, Expurgado dos vícios mais singelos E disse a tudo o adeus indefinido E desprendeu-se dos carnais anelos!

É quem entrou por todas as batalhasAs mãos e os pés e o flanco ensangüentando,Amortalhado em todas as mortalhas.

Quem florestas e mares foi rasgando E entre raios, pedradas e metralhas. Ficou gemendo, mas ficou sonhando!

O surgimento de Sênior - Jornal da 3ª Idade não é o aparecimento

de mais um órgão de impren-sa em meio a tantos que já circulam em Balneário Cam-boriú e municípios adjacen-tes. Trata-se de uma publica-ção especializada, dirigida a um público também especial e de significativo peso socio-lógico no mapa demográfico de nossa região, refletindo na sua proporcionalidade o que ocorre no Brasil.

O Jornal defenderá teses de interesse geral da popula-ção, mas dará ênfase àquelas que digam respeito mais de perto a preocupações e as-pirações dos brasileiros da terceira idade, que formam um contingente populacional de expressivas dimensões, representando, portanto, um peso específico em todos os segmentos e que não pode ser desprezado.

Este Jornal não será por-

ta-voz de grupo algum ou de tal ou qual corrente de pen-samento. Poderá ser um fo-rum de debates e de estudos, aberto a todas as correntes. No nosso expediente, na se-gunda página, há uma ex-pressão cunhada pela direção do Jornal, que é uma espécie de declaração de princípios:

“Nem todas as idéias aqui expostas representam o pen-samento de Sênior. Expor idéias divergentes é a base do diálogo democrático. Portan-to, se não assumirmos a res-ponsabilidade pelas idéias, assumimos a total responsa-bilidade pela oportunidade que aqui damos à sua divul-gação”.

Esta filosofia será a dire-triz a ser trilhada pela nossa publicação que tem em mira altos propósitos no campo das idéias em favor da gran-de comunidade dos homens e mulheres experientes, a co-munidade da 3ª Idade.

Sênior - Jornal da 3ª IdadeDiretores:

Baltazar Prates(DRT/RS 1655)

Ismail Ali El Assal

Wellington José Sversuti

Colaboram neste número:

Dr. Ulisses Coelho, Suelen Lamaison de Moraes, Dra. Fabiana de Souza, Helena Fernandes Martins, Fernanda Teodoro, Álvaro da

Silva, Carlos Sousa Jr.•

Nem todas as idéias aqui expostas representam o pensamento de Sênior. Expor idéias divergentes é a base do diálogo democrático. Portanto, se não assumirmos a responsabilidade pelas idéias, assumimos a total res-

ponsabilidade pela oportunidade que aqui damos à sua divulgação.

Uma publicação de:Assal & Sverzut Ltda.

Avenida do Estado, 1771 – sala 8 88331-150 Balneário Camboriú – SC

CNPJ: 09.236.891/0001-54FONE: 47 3361-3522

Março de 2009

Ao contrário do que se pensa-va, hoje é pos-

sível chegar à terceira idade com um sorriso saudável, e, para con-servar os dentes por mais tempo, os idosos contam agora com um grande aliado: a odon-togeriatria. O profis-sional especializado nessa área acompanha o envelhecimento e avalia de que forma es-

sas mudanças afetam a saúde bucal. Perder os dentes não faz parte do envelhecimento. Po-demos chegar à terceira idade com um sorriso saudável. Para isso te-mos que nos prevenir.

Hoje, felizmente, os avanços da medicina e da própria odontologia, fazem com que a vida das pessoas inseridas na chamada “terceira idade”, possam desfru-tar de benefícios que gerações anteriores não tiveram oportu-nidade de aproveitar.

O processo do envel-hecimento causa modi-ficações na musculatura facial que se torna mais flácida com o passar dos anos, afetando a masti-

gação e a articulação. Também são comuns as cáries e os problemas com a raiz dos dentes.

Com o passar do tempo ocorre com freqüência retração gengival que expõe áreas do dente que não estão protegi-dos pelo esmalte dental. Geralmente são áreas particularmente dolori-das quando atingidas por alimentos e bebidas

quentes ou frias. Po-demos ressaltar que os idosos queixam-se de boca seca com freqüên-cia. Este problema pode ser causado por medi-camentos ou por distúr-bios de saúde. Se não tratado, pode prejudicar seus dentes e gengivas. Enfermidades pre-existentes (diabetes, problemas cardíacos, câncer) podem afetar a saúde da cavidade oral, razão pela qual é preci-so atenção especial na terceira idade. A gengi-vite é um problema que afeta pessoas de todas as idades e que pode se tornar muito sério, especialmente em pes-soas de mais de 40 anos.

Como as doenças gen-givais são reversíveis

em seus primeiros es-tágios, é importante diagnosticá-la e trata-la o mais cedo possível, antes que evolua para uma doença periodontal que pode levar até a per-das do elemento dental.

Os recursos na odonto-logia para a reabilitação oral que compreende devolver as funções mastigatórias são in-úmeros. Vão desde coroas que são utiliza-das para recobrir dentes que sofreram perdas de substância, próteses fix-as e implantes que são utilizados para substi-tuir um ou mais dentes faltantes, e as próteses exigem cuidados espe-ciais, devendo-se seg-uir rigorosamente as instruções do dentista.

Para chegar à terceira idade com dentes sau-dáveis, são necessárias medidas preventivas. Uma alimentação sau-dável, exercícios físicos e uma higiene oral ade-quada, com a utilização de uma boa pasta, boa escova, com a comple-mentação do fio dental.

São formas de prevenir problemas. Se for pre-ciso, um anti-séptico bucal pode ser usado para complementar a limpeza. A visita no dentista é de funda-mental importância, e deve ser periódica.

O tempo não pára e temos que viver com qualidade. Por isto é necessário ir em busca de tratamento odon-tológico adequado para atingir a função e a es-tética, podendo sorrir, comunicar, saborear os alimentos, ter uma boa digestão, restabelecen-do assim o bem estar bio/psíquico e social.

Saúde BucalOdontologia GeriátricaDrª Fabiana de SouzaCirurgiã Dentista

Manter dentes perfeitos exige cuida-dos constantes

AnimaisO hábito de roer

Os cães adultos também ado-ram roer um

bom osso, seja ele arti-ficial (de couro) ou na-tural. Há cães que gos-tam de roer paredes... No caso de filhotes, os animais exploram seu novo mundo com a boca, o que não é dife-rente dos bebês huma-nos. Cheiram, lambem e engolem tudo o que lhes passa pela frente. Roer, além de ser uma brincadeira agradável para os animais, alivia o incômodo da troca de dentes, que começa a partir dos 3 meses e meio e vai até os 6 me-ses de idade. Nessa fase é importante ter cuida-do com os cães novos, pois eles podem roer fios elétricos, o que cau-sa sérias queimaduras na boca e língua, além do choque poder levar o animal a uma para-da cardio-respiratória. Uma outra função bas-

tante importante do ato de roer é a da limpeza dos dentes. A natureza, sempre muito sábia, improvisou uma escova de dentes natural para os animais. Assim, ao roer ossos e cartilagens, pelo atrito dos dentes com essas superfícies, os animais estão elimi-nando a placa bacteria-na que forma o tártaro. Mas que tipo de ossos o animal pode roer? Existem os “ossos” sin-téticos, feitos de couro de boi, e os ossos natu-rais. Os sintéticos têm formas variadas, e o animal os consome ra-pidamente. É contra-in-dicado apenas para cães que têm diarréias fre-quentes por intolerân-cia a esses produtos. Do contrário, poderão cau-sar perfurações intesti-nais e diarréia. Assim, jamais dê ossos de ga-linha para seu cão roer. Roer é preciso, mas cuidado com o que o seu cão está roendo.

Sênior - Jornal da Terceira Idade14

Concurso Permanente de ContosA Carne

Notícias3Sênior - Jornal da Terceira IdadeMarço de 2009

O poder da terceira idade

O título deste re-lato é o mesmo de um livro de

Júlio Ribeiro, publica-do no início do século passado e considerado uma obra clássica da li-teratura erótica.

A presente história não tem coisa alguma de erótica. Até porque a protagonista da aven-tura foi minha mãe, ve-lhota de sessenta e tais anos à época do episó-dio.

Fui à casa dela, não recordo a razão da vi-sita. Motivo certamen-te haveria: filho algum depois de adulto visita a casa . paterna sem motivo. Ou é o filho que vai pedir alguma coisa, como deixar os netinhos com a vó, para que o casal possa aten-der um programa social. Isso ou coisa do gênero. A verdade é que lá pelo meio da tarde chego à casa paterna e encon-tro minha mãe que me recebeu com efusão de sentimentos.

- Meu filho, que bom teres vindo. Foi Deus que te mandou!

Quando é Deus que manda, sempre é pro-blema.

Eis o problema. Ela gosta de ir ao su-permercado. Não para

as compras grandes de mês. Para comprar uma coisinha ou outra. Faz isto por profilaxia e la-zer. O médico lhe reco-mendara: a senhora tem que tomar o remedinho e fazer exercício, cami-nhar. Procure todos os dias dar uma caminha-dinha, um paseio a pé.

A caminhada até ao supermercado repre-sentava o esforço reco-mendado pelo médico. O lazer ficava por conta do “papo” que ela batia com as pessoas suas co-nhecidas: a dona do sa-lão de beleza, que tinha uma filha no Canadá e sempre contava histó-rias; o sapateiro-remen-dão que lhe reclamou a falta de sapatos para consertar o saltinho:

- Quase não uso mais salto alto, seu Jacó, a gente vai fi-cando velha, o senhor sabe.

Depois havia a dona da butique, o italiano da banca de jornais...

Assim, a ida ao su-permercado era uma prática ao mesmo tem-po agradável e útil.

Pois foi logo após ela voltar de sua práti-ca agradável e útil que eu cheguei à sua casa, mandado por Deus, se-gundo ela.

Naquela tarde, além de umas bagatelas, comprara no açougue duas boas peças de “fi-

let mignon”. Depois de ter sido muito bem atendida pelo rapaz do açougue, passou ao cai-xa para pagar as com-pras.

Chegou em casa, pôs todas as sacolas na mesa da cozinha. Lem-brou até que, nesse ins-tante atendeu um tele-fonema de outro filho.

Voltou à cozinha para guardar nos seus devidos lugares todos os gêneros que compra-ra e, eis o inesperado: cadê a carne? Procu-ra daqui. procura dali, nada.

Revistou as saco-las plásticas que havia posto na gaveta. Nada. Embaixo da mesa, em-baixo do fogão... a car-ne sumira.

Isto posto, ela, como costumava dizer, “pe-gou os seus pezinhos” e, resoluta, marchou para o supermercado.

- Por favor, moço, moço, preciso falar com o gerente. É coisa séria e urgente.

O gerente veio e ela expôs com minudên-cias o acontecido.

O gerente, com aquela cara de gerente, não se deu ao trabalho de fazer qualquer co-mentário.

- Me acompanhe.Foram até ao local

do açougue, ao fundo da loja. Lá o gerente in-

dagou se o empregado havia atendido aquela pessoa.

- Claro, ela é minha freguesa. Preparei um corte especial para ela hoje...

O gerente cortou a conversa e ordenou que preparasse um peso de filé nas mesmas condi-ções para a freguesa.

Resolvido o proble-ma, volta para casa, des-frutando no seu íntimo, o doce sabor da vitória. Vencera a barreira do constrangimento de en-frentar aquela situação toda. Mas a sensação não era de total felici-dade. Qualquer coisa a incomodava, sem moti-vo aparente.

Lá no fundo, num cantinho recôndito da

consciência, sentia um latejar de remorso por ter sido tão resoluta na busca de seu interes-se. Bem, isso também é bobagem. Fez o que deveria fazer.

Com a carne rea-vida, foi colocá-la no compartimento espe-cial da geladeira:

- Meu Deus, que horror! Estou ficando maluca, caduca...

A primeira carne es-tava lá, quietinha, bem acomodada.

Foi exatamente nes-sa altura dos aconteci-mentos que eu cheguei. Daí a razão daquele “foi Deus que te mandou!”

O que é que eu faço! Não posso deixar o moço no prejuízo, mas voltar lá não volto,

vão me chamar de ve-lha maluca...

Fui eu enfrentar o problema. Falei com a moça do caixa, expli-quei tudo sob o olhar e o meio sorriso das pes-soas da fila. Tinha que falar com o homem do açougue para verificar o valor da compra.

- Não, não tem que pagar. A vovó já está meio esquecida pela idade. A gente, logo que ela saiu, encontrou a carne no balcão do caixa.

Diante do exposto, não insisti: contrariar pessoas nas suas con-vicções não é boa prá-tica social.

Não paguei. Dei ao dinheiro um destino menos complicado.

Idosos brasileiros formam um grupo de 15 milhões de consumido-res mal atendidos

Eles não se en-quadram em estereótipos de

vovôs que praticam es-portes radicais nem de velhinhos abandonados em asilos. Os idosos brasileiros formam um grupo muito heterogê-neo de 15 milhões de consumidores (14% da população adulta), que deve chegar a 30 milhões de pessoas até 2020, a maioria mulhe-res, com uma renda que soma R$ 7,5 bilhões ao mês, o dobro da média nacional, e que têm muito mais poder de influenciar hábitos de consumo nas famí-lias do que se imagina. Estas são algumas das principais conclusões de uma pesquisa inédita no Brasil sobre o perfil da terceira idade, o Pa-norama da Maturidade, que acaba de ser con-cluída pela Indicator GfK após dois anos de trabalho.

A pesquisa ouviu 1,8 mil homens e mulheres

com mais de 60 anos nas grandes regiões metropolitanas do País e em Goiânia e Brasília. O objetivo foi investigar o perfil dessa parcela da população, buscando conhecer característi-cas de comportamen-to, gastos, saúde, ali-mentação, moradia, transporte, educação, cultura, lazer e consu-mo de mídia.

O seminário Ter-ceira Idade - Pano-rama Social de um Mercado em Expan-são, realizado em São Paulo, discutiu a questão com especia-listas de várias áreas que se envolveram na pesquisa.

Os dados levan-tados mexem com a imagem tradicional dos velhinhos-pro-blema. Ao contrário, são eles os responsá-veis pela manutenção de 25% dos lares na-cionais, ou seja, 47 mi-lhões de domicílios. De cada cem entrevistados, 68 declaram ser respon-sáveis pelas decisões de compra da família.

Apenas 15% deles

não têm renda alguma. Já a renda média men-sal dessa parcela da po-pulação é de R$ 866. E eles estão em maior nú-mero na classe A/B do que a média nacional,

segundo levantamento da Associação Nacio-nal das Empresas de Pesquisa de Mercado (Anep).

Trinta e um por cen-to dos idosos pesquisa-dos fazem parte dessa classe, contra 29% do total nas regiões me-

tropolitanas. E também estão em menor núme-ro na classe D/E - 34% na pesquisa contra 35% considerando-se toda a população avaliada pela associação.

“Tradicionalmente, as pesquisas de merca-do descartam as opini-ões daqueles com mais de 60 anos, desprezando uma parcela da popula-ção que se revela mais importante nas decisões do lar do que se imagi-na”, diz Paulo Cidade,

sociólogo e gerente da Indicator GfK, respon-sável pelo estudo. “As entrevistas revelaram que os idosos têm um caráter fortíssimo de formadores de opinião, geralmente cuidam dos netos para que os filhos possam trabalhar, in-fluenciando assim toda a família”, completa ele.

Um dos conceitos centrais utilizados na análise dos dados é que a terceira idade não acontece de uma hora para outra, ela tem um caráter de processo, já que as pessoas não se transformam de repen-te ao passarem dos 60. “Portanto, o aspecto he-terogêneo desse grupo não é diferente do res-to da sociedade e isso é fundamental na hora de pensarmos estratégias de comunicação que incluam essas pesso-as”, diz Cidade. “Será que, em vez de vender imagem de beleza, não seria interessante pen-sar em elegância, que inclui as pessoas mais idosas?”, questiona.

Outro dado que

aparece nas entrevistas é que a visão negativa da velhice, que per-meia a sociedade em geral, também está en-tre aqueles que já che-garam nela e, portanto, há uma grande aversão à rotulação de terceira idade. Esses consumi-dores revelaram um desejo de ser incluídos, e não separados dos de-mais cidadãos na hora de se verem retratados pela mídia. Afinal, eles são fortes consumido-res de produtos de co-municação.

Entre as atividades que mais fazem dentro de casa, assistir à tele-visão vem em primeiro lugar, seguida de ouvir rádio: 87% dos entre-vistados assistem à te-levisão diariamente e 59% ouvem rádio todos os dias.

No levantamento semanal, o hábito é ain-da maior, 92% assistem à televisão ao menos uma vez por semana e 72% ouvem rádio nes-se período. A leitura de jornais e revistas tam-bém está entre as ativi-dades mais freqüentes.

Este é o relato de uma situação incomum, mas inteiramente verdadeiraCarlos Sousa Jr.Bal. Comboriú

Barato que sai caro

Ne g o c i a n d o com vanta-gens em rela-

ção às demais linhas da rede bancária, o empréstimo consigna-do em folha de paga-mento para aposenta-dos e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é um trampolim ao en-dividamento crônico.

Quem cair na sedu-ção do dinheiro fácil e comprometer o máxi-mo de 30% do benefí-cio no crédito deixará o orçamento mais vul-nerável, pois a renda mensal diminuirá na mesma proporção en-quanto não forem qui-

tadas as parcelas da dívida.

Os problemas fi-nanceiros tendem a se agravar na medida em que a pessoa tenha me-nos recursos para co-brir suas despesas.

Um cidadão que recebe R$ 1 mil por mês e empenhar 30% do valor da aposenta-doria em um emprés-timo de 60 meses, por exemplo, precisará se manter nos próximos cinco anos com apenas R$ 700. Isso, é claro, sem contar reajustes todos os anos.

O impacto pode ser ainda maior nas con-tas do beneficiário em

caso de a quantia rece-bida no INSS ter caído muito na comparação com o salário ou renda disponível na época em que estava na ativa.

A alternativa do empréstimo consigna-do deve ser reservada para situações de ne-cessidade, como doen-ças e viagens inespera-das, ou oportunidades de negócios, como propostas em condi-ções muito vantajosas.

Usar o crédito con-signado para quitar ou-tra dívida só é válido no caso de substituição de uma conta com taxa de juros mais elevada, esclarece Edy.

O essencial é re-sistir ao assédio dos bancos, que oferecem vários tipos de emprés-timos, principalmente por meio de telefone-mas ou de correspon-dência.

Comovida por his-tórias de pessoas que caíram no “conto” do dinheiro fácil, a dona-de-casa Mariana Falk faz um alerta: obter empréstimo para pagar outro é uma bola-de-neve, pois os juros ele-vam o saldo devedor. Outro detalhe é que nem sempre o dinhei-ro vai para o bolso dos aposentados.

Março de 2009

O “Concurso Permanente de Con-tos” do Sênior tem por objetivo dar aos leitores a oportunidade da pu-blicação de trabalhos literários que, muitas vezes já escritos, permane-cem inéditos. De outra parte, quere-mos com isto despertar e estimular a criatividade de nosso público.

Assim, quem desejar participar do nosso concurso deverá seguir o se-guinte roteiro:

Tema: O tema é livre, ficando 1. inteiramente a critério do parti-cipante.

Os trabalhos não podem ultra-2. passar a 4 laudas em espaço 2,

corpo 12.

Acompanhando os originais de-3. verão ser informados o nome do autor, o pseudônimo (facultati-vo) e endereço. Ou por e-mail (redaçã[email protected]).

Os trabalhos serão analisados 4. pela editoria literária que os julgará a seu exclusivo critério, escolhendo o melhor conto. A obra vencedora será publicada na edição do mês seguinte.

Os autores ficam cientes que ao 5. participar do Concurso concor-dam em autorizar a publicação do conto.

RegulamentoVeja como participar do concurso de contos•

Sênior - Jornal da Terceira Idade4

SaúdeMenopausa e Andropausa• fases da vida para encarar com naturalidade

13Sênior - Jornal da Terceira IdadeMarço de 2009

Importância da nutrição parauma maturidade saudável

A m e n o p a u s a marca o fim do período fértil

da mulher e talvez por isso se associe nor-malmente ao início da velhice: é um aconte-cimento biológico, na-tural na vida de todas as mulheres e, apenas, uma parte do processo normal de envelheci-mento. A andropausa é uma entidade bem defi-nida, que se caracteriza por uma diminuição nos níveis de hormônio testosterona, levando à diminuição da vitalida-de do homem.

Define-se a meno-pausa na última data da menstruação da mu-lher, em conseqüência da falência ovárica de-finitiva e ocorre, habi-tualmente, entre os 45 e os 55 anos, sendo o diagnóstico clínico fei-to retrospectivamente após um ano de ausên-

cia de menstruação. Se ocorrer antes dos 40 anos é considerado me-nopausa precoce.

A sintomatologia que surge na menopau-sa está associada ao esgotamento funcional dos ovários e é devi-da fundamentalmente à carência de estrogê-nios que por eles são secretados. Fatores de ordem social e cultural, assim como patologias concomitantes podem condicionar a intensi-dade e a percepção dos sintomas. Os mais pre-coces caracterizam-se em suores noturnos e perturbações psicoló-gicas como fadiga, an-siedade, irritabilidade, alterações no humor, depressão, insônia e perda da libido. As conseqüências mais graves na menopausa são osteoporose e do-enças cardíacas.

Nesta fase, a mu-lher deve consultar o seu médico, ser obser-vada e fazer os exames complementares de diagnóstico considera-dos necessários, para depois ser informada e esclarecida sobre a relação risco-benefício da medicação ao seu dispor, nomeada de Te-rapêutica Hormonal de Substituição (THS).A THS é o tratamento hormonal para substi-tuir os hormônios que o ovário já não secreta na mnopausa. É impor-tante aqui alertar, tam-bém, para a correção de hábitos alimentares, promovendo a inges-tão de cálcio, controle do peso, redução do estresse, limitação de ingestão de álcool e ca-feína, assim como para a prática de exercícios físicos.

A testosterona é o

hormônio responsável pela masculinidade e atinge seus níveis mais altos quando o ho-mem está entre o 15 e 30 anos. De um modo geral, a testosterona decresce com a idade, assim como toda a fun-ção testicular, e cerca de 50% dos homens com idade superior a 65 anos apresentam queda dos níveis desse hor-mônio se comparados aos níveis encontrados em jovens.

O diagnóstico da andropausa é feito pela história clínica (dimi-nuição da vitalidade, tendência à depressão, mudança de humor e na disposição, distúr-bios do sono, dificulda-de para se concentrar, prostração e preguiça) e pelo exame físico (ra-refação dos pelos pu-bianos, redução do vo-lume e da consistência

dos testículos). Mas, o diagnóstico final é feito pela dosagem de tes-tosterona total e livre.

A solução para le-vantar o estado geral do homem que chega a andropausa parece óbvia: repor os hormô-nios que estão faltan-do. Mas, aqui começa a polêmica. A reposição hormonal só é benéfica para homens que tem deficiência compro-vada de testosterona, uma vez que a admi-nistração da mesma apresenta muitos efei-tos adversos e contra-indicações, como por exemplo. Homens que tem próstata aumen-tada, antecedentes de câncer prostático na fa-mília, entre outros.

O excesso de tes-tosterona erroneamen-te administrado é me-tabolizado no fígado e transformado em um

hormônio chamado de hidrotestosterona, o qual é responsável pela ação prostática, causando o aumento da próstata e aumento em um tumor maligno prostático já instalado.

No futuro, um número ainda mais crescente de homens e mulheres atingirá naturalmente este es-tágio, sofrendo assim as conseqüências pre-coces e tardias de sua situação fisiológica. É por esse motivo que a melhoria da qualidade de vida com tratamen-to de sintomatologia precoce e prevenção das patologias a longo prazo – osteoporose, doenças cardiovascu-lares, desenvolvimento de tumores – em idade pré-menopausa e pré-andropausa assumem uma extrema importân-cia.

A promoção de hábitos e práticas ali-mentares tem início na infância, com o aleitamento materno, e , no decorrer da

vida, consolida-se em busca de uma qualidade de vida saudável. Entende-se por qualidade de vida aquilo que é bom, desejável, saudável e compensador nas áreas pessoal, social, afetiva e profissional. Para que o indivíduo tenha uma boa qualidade de vida, torna-se necessária a in-tegração de todas as áreas, considerando-se a alimentação saudável uma condição essencial para a promoção da saúde. A alimentação sau-dável é entendida como aquela que faz bem, p r o m o v e saúde e deve ser orienta-da e incen-tivada desde a infância até a ida-de adulta. No entanto, nem sem-pre depen-de apenas de opção individual. Baixa ren-da, exclusão social, es-co la r idade inadequada e falta ou má qualidade da informação disponível podem restringir a adoção e a prática de uma alimentação saudável.

De acordo com os princípios de uma ali-mentação saudável, todos os grupos de alimen-tos devem compor a dieta diária. A alimentação saudável deve fornecer água, carboidratos, pro-teínas, lipídios, vitaminas, fibras e minerais, os quais são insubstituíveis ao bom funcionamen-to do organismo. Os alimentos têm gosto, cor, forma, aroma e textura e todos esses compo-nentes também precisam ser considerados na abordagem nutricional. Os nutrientes são im-portantes; contudo, os alimentos não podem ser resumidos a veículos deles, pois agregam

significações culturais, comportamentais e afetivas singulares que jamais podem ser des-prezadas. Portanto, o alimento como fonte de prazer e identidade cultural e familiar também é uma abordagem necessária para promoção da saúde.

A ciência comprova aquilo que ao longo do tempo a sabedoria popular e alguns estudiosos, há séculos, apregoavam: a alimentação saudável é a base para a saúde. A natureza e a qualidade daquilo que se come e se bebe é de importân-cia fundamental para a saúde e para as possi-bilidades de se desfrutar todas as fases da vida de forma produtiva e ativa, longa e saudável.

Sa l ien ta-se ainda que a prática de a t i v i d a d e física é es-sencial para a saúde em c o n j u n t o com a ali-mentação.

O enfo-que da ali-m e n t a ç ã o no curso da vida é es-sencial para compreender

como inter-venções nutricionais podem contribuir para a prevenção de doenças não-transmissíveis (dia-betes, câncer, hipertensão, doenças cardiovas-culares, dentre outras). Estudos sugerem que os hábitos alimentares inadequados adquiridos na infância podem ter efeitos importantes sobre as condições de saúde do adulto e idoso.

Helena Fernandes Martins é Nutricionista e de-senvolve atividades profissionais junto ao departa-mento de Pesquisa & Desenvolvimento - Assuntos Científicos e Regulatórios da empresa Bunge Ali-mentos S.A.

Novos Idosos

Com base nas projeções dos resultados do Censo 2000, o Brasil será o sexto país

mais envelhecido do mundo em 2025. O livro ‘Os novos idosos bra-sileiros – Muito Além dos 60?’, es-crito pela pesquisadora Ana Amélia Camarano, revela um perfil dessa geração ‘prole numerosa’ nascida entre 1946 e 1962. Apresenta uma parcela da população com mulheres de mais escolaridade, atuantes no mercado de trabalho, provedoras e cuidadoras. Mas, se por um lado podem contribuir com mais renda para o cuidado dos idosos, dispõem de menos tempo e atenção dos des-cendentes.

Março de 2009

Helena Fernandes Martins

Suelen Lamaison de Moraes

NutriçãoPara uma boa saúde não basta uma boa ali-mentação. Para que possamos usufruir dos benefícios dos nutrien-tes é indispensável obedecer a certos há-bitos alimentares.

Assim, alcançamos uma digestão que ga-rante que os nutrientes presentes nos alimen-tos sejam todos leva-dos até a até a corrente sanguínea e propiciem energia e saúde ade-quadas. De outra for-ma, teremos uma de-ficiência de nutrientes vitais, como vitaminas e sais minerais, que certamente ocasionará desequilíbrio nutriti-vo.É o ponto de partida para qualquer regime. Sem uma mastigação adequada, será muito difícil realizar um re-gime ou ter boa saúde gastrintestinal. Ela au-xilia de forma insubs-tituível na satisfação da fome. Precisamos mastigar muito bem os alimentos para promo-ver a salivação.

Precisamos ter uma regularidade nos ho-rários de alimentação para não sentir fome fora de hora, o que

geralmente acaba na ingestão de alimentos com restrições, como balas, doces, biscoitos, queijos, pães, etc.

O excesso de líquidos junto às refeições é contra-indicado pois atrapalham a mastiga-ção e diluem o suco gástrico, tornando a digestão mais lenta e difícil.Podemos tomar até 100 mililitros de líqui-dos junto às refeições, porém sempre masti-gando bem e engolin-do o alimento primei-ro, para depois tomar o líquido. Para tomar quantidades maiores de líquidos devemos observar o tempo de 20 minutos antes e pelo menos 50 minu-tos depois da refeição.

Durante as refeições, a pessoa deverá estar sentada, em ambiente calmo e regular, não assistindo à TV, len-do jornal etc. Atitudes assim fazem a pessoa perder o controle de seus hábitos alimenta-res saudáveis, pois im-pedem a sua prática.

A disciplina é funda-mental na mudança de hábitos de vida!

Hábitos Alimentares

Sênior - Jornal da Terceira Idade12 5Sênior - Jornal da Terceira IdadeMarço de 2009

Olhares

- Dona Ana, então está combinado, às 10h30min no Café da praia. A senhora vai usar uma flor na lapela para eu reconhecê-la? - Certamente não pode-rei dizer que sou uma senhora de 80 anos que estará sentada ao lado da janela, pois não pa-reço! (risos)

Num Café à beira mar nos encontramos para

conversar, do outro lado da rua, a praia repleta de guarda-sóis coloridos, crian-ças, castelos de areia, banhos refrescantes, vendedores ambulan-tes, apitos e buzinas corpos bronzeados e branquinhos.

Um cenário comum para os moradores desta bela cidade, mas, especial quando o olhar é de Ana branca,

autora de quatro livros publicados, entre eles o infantil, A galinha de Angola recentemente adotado como didático pelas escolas por re-tratar a escravidão do povo africano.

Apaixonada pela ci-dade, mesmo quando os turistas mais baru-lhentos não a deixam dormir, Ana Branca é uma dessas pessoas que dificilmente você

encontra em casa. En-tre um compromisso ou outro, e se o tem-po estiver bom, o que mais a satisfaz é o convívio com as pes-soas que conhece pelas ruas, como os artesãos, garis, comerciantes, surfistas, policiais, e tantos mais, se chover, completa, o bom mes-mo é ficar em casa len-do e escrevendo.

Atenta à singular rique-za do cotidiano, mui-tas das histórias que ela descobre ou pre-sencia pelo caminho, ganham as páginas de seus livros, como o caso da prostituta que vendia abraços ou o engraxate dançarino.

Conversar com essa Angolana de presença forte, personalidade empolgante e que ado-tou Balneário Cambo-riú como sua morada, deixou em mim a sen-sação de que realmen-te, as coisas simples é que nos fazem feliz.

Escritora Ana Branca que trocou Angola, sua terra notal, pelo

Brasil, em cujo pais, elegeu Balneário Camboriú para viver.

Bibliografia:

Sementes angolanas• . Ana Branca Cardoso.Itajaí: Centenário, 2000. Contos e crônicas d’aquém e d’além mar• . Ana Branca Cardoso.Blumenau: Nova Letra, 2003. A galinha de Angola• . Ana Branca Cardoso.Blumenau: Nova Letra, 2004. O macaquinho ladrão e outros contos aventureiros• . Ana Branca Cardoso. Blume-nau: Nova Letra, 2005.

Março de 2009

Como o próprio título sugere, esta é uma seção que o nosso jornal publica, mostrando Balneário Camboriú. É um olhar romântico, mas verdadeiro sobre a nossa cidade.

Niguém melhor que Fernanda Teodoro para ser a editora de “Olhares”. Jovem jornalista graduada pela Univali já acumula expressiva experiência no ofício, prenunciando uma profissional de alto ní-vel.

Café da manhã, guarda-sol e poesiaFernanda Teodoro

ConhecimentoO aumento do tempo de vida produtiva das pes-soas tende a convencer as empresas de que é possível aproveitar os mais velhos, em vez de rejeitá-los. É cada vez mais comum o concei-to de que a presença de um profissional sênior melhora a eficiência das equipes. E ainda a

mudança de paradig-ma com o fato de que alguém pode ser con-tratado com 60 anos e mantido na empresa durante 10, 15 ou até 20 anos. Muitas em-presas, hoje, encaram a contração de pessoas da 3ª idade como van-tagem para o quadro de pessoal.

Oficina de MemóriaParticipar de atividades que exercitam a memó-ria vai ajudar na capa-cidade de armazenar informações e de res-gatá-las. O idoso preci-sa manter despertada a imaginação. Deve esti-mular a expressão cor-poral e verbal, manter o raciocínio lógico e a estimulação visual para

contribuir para a sua saúde mental e prevenir doenças características da idade. As dificulda-des de memória passam do esquecimento do nome de pessoas pró-ximas a compromissos importantes como to-mar remédio. A preven-ção é a melhor alterna-tiva.

Sênior - Jornal da Terceira Idade6

Qualidade de VidaEncontro Marcado

11Sênior - Jornal da Terceira IdadeMarço de 2009

Subindo de balão no céu da Capadócia

O termo Ter-ceira Idade, apesar de ter

se difundido, foi uma cunhagem infeliz. In-feliz porque não retrata sequer com um míni-mo de discernimento, as três faixas etárias a partir do climatério. Pelo contrário, põe todo mundo, indiscri-minada e metaforica-mente, na vala comum da velhice.

No entanto há oito faixas etárias perfeita-mente discerníveis:

A infância, do zero aos cinco anos, quan-do o ser humano é to-talmente dependente e, justamente por isso, tão apegado ao círculo familiar.

A pré-adolescência, dos seis aos doze anos, quando o ser humano, na escola, tendo os pri-meiros rasgos de uma

semi-independência, começa a fazer ami-zades fora do círculo familiar.

A adolescência, dos 13 aos 17 anos, quando o ser humano, já no ensino médio, experimenta as primei-ras emoções de amor e os primeiros sonhos. Sente-se independen-te, embora esteja mui-to longe de sê-lo.

A juventude, dos 18 aos 22 anos, quan-do o ser humano, já na universidade (ou devia estar), desabrocha para o sexo e para o amor (e confunde um com o outro).

A idade adulta, dos 23 aos 49 anos. A pro-fissão, a constituição e a estruturação da famí-lia, as responsabilida-des sociais, a constru-ção do futuro.

A maturidade, dos

50 anos em diante. A experiência de vida, os primeiros fios gri-salhos, as primeiras marcas indeléveis do tempo, uma compre-ensão do mundo e da sociedade, a aposenta-doria.

Disse “dos 50 anos em diante”, pois a ma-turidade não tem tem-po para terminar. Pode avançar aos 60, 70 ou até mesmo aos 80 anos de idade (como este que vos fala) e, em casos, como os do arquiteto Oscar Nie-meyer, da atriz Dercy Gonçalves, da escrito-ra Noemise F. Carva-lho (de São Paulo), do médico gaúcho Rubem Amarante (da Policlí-nica Geral do Rio de Janeiro), do médico carioca Leônidas Cor-tes (diretor da Casa de Saúde S. José, do Rio,

desde 1930) todos com um século de existên-cia, ativos ainda hoje e – o que é mais extra-ordinário – com planos para o amanhã! E, para provar que eles não são apenas exceções, cito o caso do advogado Syl-vio Vianna Freire, pre-sidente da Sociedade Propagadora de Belas Artes, órgão adminis-trador do Liceu de Ar-tes e Ofícios, também da antiga Cidade Ma-ravilhosa, nascido em 1903!

Afinal de contas, o que é a maturidade? É o amadurecimento da vida, é a segunda ju-ventude, é a indepen-dência absoluta, com filhos criados, vida estruturada, tempo disponível, liberdade para fazer o que lhe apeteça, o que sempre sonhou fazer mas que

nunca antes tivera a oportunidade de fazê-lo. Enquanto a idade adulta foi o verão, foi o sol a pino, a maturi-dade é o outono, são as luzes douradas do poente. É a faixa mais longa, mais duradoura da vida. E a mais plena de todas.

Depois... bem, se ainda houver um “de-pois” dessa apoteose, vem a velhice. A noi-te, o inverno. Quando começa? Para as per-sonalidades citadas acima talvez nunca. Para muitos começa aos 80 ou 70 ou mes-mo aos precoces 60 anos de idade. É uma regressão ao passado. É a perda paulatina da independência, de re-sistência, de memória. Até chegar à demên-cia, quando, embora todos os órgãos conti-

nuem funcionando, o cérebro apaga definiti-vamente.

Daí o erro do termo Terceira Idade: como misturar a triste velhi-ce e a trágica demên-cia com a esplendoro-sa maturidade? Essa maturidade longeva de gente que dança, lê, estuda, viaja, janta fora, pratica esportes, freqüenta teatro, curte netos e até bisnetos, leva vida social, ama, enfim, gente que, a cada manhã, acorda para um novo dia – o primeiro do resto de sua vida! Faço votos querido/a leitor/a que sua maturidade se pro-longue pelo despertar de cada novo dia e por todos os primeiros dias do resto de sua vida.

Prof. José Ricardo

Uma vida mais longa e melhorOs aposentados

Vilma e Ân-gelo Guaral-

do, de 63 e 75 anos, passaram uma semana em Gramado, no Rio Grande do Sul, no iní-cio de abril.

Foi a primeira via-gem que o casal fez sozinho em mais de 30 anos.

Agora que consi-deram as filhas criadas (a mais nova tem 27 anos), os mineiros de Juiz de Fora sentem-se livres para viajar com tranqüilidade. “Quere-mos aproveitar”, diz Vilma.O mercado de viagens é um dos que mais se beneficiam do novo estilo de vida dos idosos.

As empresas de bens de consumo tam-bém estão se adap-

tando para atender às necessidades desse público.

A CVC estima que o total de clien-tes com mais de 50 anos de seus pacotes

de viagens passará de 600.000 atualmente para pelo menos 1,4 milhão em 2011.

Dos passageiros de cruzeiros marítimos, 60% são pessoas com

mais de 60 anos.

A Fiat calcula que hoje 12% dos compra-dores de seus carros tem mais de 50 anos. Em 2028 eles serão 20%.

Pessoas acima dos 60 anos. Fontes: IBGE, Ministério da Previdência e SEI/BA

Março de 2009

Balão em franca ascensão no céu da Capadócia levando entre os seus mais de 20 ocupantes um casal de Balneário Camboriú: o advoga-do Lauro Schetinger e sua mulher Loiva Schetinger

No tempo em que se co-memorava o

“Dia de São João” com fogueiras e ba-lões subindo aos céus, a criançada ficava embevecida com o espetáculo. Não havia criança que não se encantas-se com a visão dos balões rumando às alturas. Mas não só crianças. Hoje ain-da, pelo menos um sessentão assumido é fascinado por ba-lões.

O advogado, ou melhor dizendo, o ju-rista Geraldo Lauro Schetinger, renoma-do tratadista de direi-to é um apaixonado balconista. A paixão é tanta que não teve dúvidas em dar-se ao trabalho, ou o prazer ou, na verda-de, o luxo de sair de Balneário Camboriú para ir até a Turquia voar de balão. Esse é o lugar “sagrado” do balonismo no planeta Terra.

Acompanhado de Loiva, sua mulher e sua cúmplice nas traquinagens pelo mundo (eles vivem viajando) foi à Ca-padócia na Turquia. Lá o balonismo não é esporte. É atração turística com grande sentido econômico, como se pode depre-ender destes núme-

ros: entre 300 e 400 balões sobem por dia, levando cada um 20 turistas. O custo do passeio que dura 2 horas e 40 minutos no ar é de 150 euros para cada pessoa, o que representa para

um casal mais de 900 reais.

Os Schetinger fica-ram encantados com esta que foi a mais recente grande aven-tura: 14 de julho às 7 horas da manhã

aprestaram-se para permanecer mais de duas horas no ar a bordo de um imenso balão.

- Qual a sen-sação de estar flutu-ando na altura?

- Maravilhosa. Duas coisas impres-sionam sobremanei-ra. A vista dos are-nitos com seus belos mas estranhos dese-nhos e o silêncio lá em cima. Nada se es-cuta. Na verdade só

se ouve o silêncio.

O rigor técnico que se pratica nesse cen-tro de balonismo na Capadócia (Turquia) é tão expressivo que balão algum sobe a não ser com condi-

ções metereológicas e atmosféricas ex-celentes. Tanto que mesmo com o inten-so movimento, não há registros recentes de qualquer acidente com balões.

A “cesta” de um ba-lão, que é onde se acomodam os turis-tas, tem dimensões aproximadas de um pequeno ônibus. Ela é feita de vime sobre estrutura metálica.

A estação apresenta segurança e profis-sionalismo, manten-do uma superestrutu-ra para operar de 300 a 400 balões por dia.

O que teria levado o Dr. Geraldo Sche-tinger a tomar gosto pelo balonismo? Ele mesmo responde:

- Foi um fil-me a que assisti na adolescência, a via-gem de Júlio Verne. Viagem romântica e cheia de aventuras e perigos superados pela “tecnologia” do escritor genial.

O Dr. Geraldo não in-formou, mas, possi-velmente ele e Loiva sejam o único casal que saiu de Balne-ário Camboriú para subir de balão no céu da Capadócia...

Aventura de um casal de Balneário Camboriú no território turco da Capadócia

O casal Loiva e Geraldo Lauro Schetinger mo-mentos antes de subir a bordo do balão que os levou para um passeio nos céus da Turquia

A Capadócia

Território turco, situado na Ásia, nestas terras se

ergueu a capital do Im-pério dos Hititas até ao século VIII a.C. Povo poderoso, entre 1600 e 1200 antes da nossa era chegou a rivalizar com o Egito e a Assíria. Depois, seguindo-se ao esfacelamento do Im-pério, deu lugar a mui-tos outros povos que o dominaram.

No período romano, a Capadócia foi uma de suas províncias. O Im-perador Tibério pôs fim aos reinos tributários do Ponto e da Capadó-cia, em 17 d.C., e a Ca-padócia torna-se uma província romana, sob a administração de um procurador. Vespasia-no ampliou a província em 70 d.C., combinan-do-a com a Armênia, formando assim uma importante província fronteiriça no Leste. A região da Capadócia tinha importância es-tratégica por causa das estradas que atravessa-

vam a região, uma das quais ia de Tarso, junto ao Mar Mediterrâneo, através do desfiladeiro conhecido como Portas Cilicianas, na Cordi-lheira do Tauro, seguin-do pela Capadócia até à província do Ponto e aos portos do Mar Ne-gro.

Com um clima predo-minantemente frio e com poucas florestas.

Ocupa um planalto com altitude média de 900 m. Embora os seus li-mites tenham variado ao longo da história, eram basicamente o Ponto a Norte, a Galá-cia e a Licônia a Oeste, a Cilícia e os Montes Tauro a Sul, e a Armê-nia e o alto Rio Eufra-tes, a Leste. Havia mui-ta criação de ovelhas, e também eram abun-dantes o gado bovino e bons cavalos. O trigo era o principal cereal cultivado

Hoje, distante da pros-peridade desses tempos longínquos, esta paisa-gem, típica do Centro-Oriental da Ásia Me-nor, ergue-se na sua aridez imponente, exi-bindo um legado arque-ológico único e surpre-endente, especialmente aos vales de Goreme e Urgup, com suas torres (formações rochosas que se assemelham a cogumelos, conhecidas como “chaminés-de-fada”) e igrejas cris-tãs, em grande núme-ro, muitas das quais conservam ainda belos

afrescos realizados no período bizantino.Nas encostas, centenas de casas foram constru-ídas, talhadas na rocha, abrigando também as igrejas e cidades subter-râneas (35 na região), constituídas de caver-nas interligadas, onde comunidades inteiras viviam em tempo inte-gral, com suas cozinhas coletivas, estábulos, dormitórios e igrejas.

Capadócia com suas torres e casas entalhadas na rocha

Entre 300 e 400 balões sobem por dia nessa estação de balonismo na Turquia.

Sênior - Jornal da Terceira Idade10

SaúdeDiabéticos e hipertensos podem ter vida normal

O presidente da ADEHBAC, Artur Bernar-

des, está empenhado num trabalho de in-tensificação ativida-des da Associação, desenvolvendo esfor-

ços em várias áreas da entidade. Tem sido feitos contatos com autoridades das três esferas administrati-vas do poder público, buscado maior assis-tência para os porta-

dores de diabetes e de hipertensão, males que afetam expressiva parcela da população, especialmente idosos.

Em entrevista ao Sênior Jornal da Ter-

ceira Idade o presi-dente Artur Bernardes fez as considerações que seguem.

A Associação de Diabéticos e Hi-pertensos de Balneá-rio Camboriú é uma organização não go-vernamental fundada em 1965, data desde a qual vem funcionando ininterruptamente.

Sua finalidade principal é congregar os portadores dessas doenças crônico dege-nerativas, proporcio-nando informações e orientação aos asso-ciados. A orientação prestada visa, sobretu-do, a conscientizar os portadores dos referi-dos males, partindo do princípio básico que tanto o diabetes como a hipertensão são en-fermidades que não tem cura, mas que tem tratamento. As pesso-

as portadoras dessas deficiências, uma vez buscando tratamento conveniente, podem desfrutar de uma vida totalmente normal.

A ADEHBAC não dispõe de ambu-latórios nem consul-tórios médicos tra-dicionais. Não é sua finalidade atuar na área médica. Os servi-ços públicos de saúde, bem como a rede par-ticular é que se encar-regam do tratamento médico aos pacientes.

A ADEHBAC atua na conscientiza-ção dos que sofrem de diabetes e de hiperten-são arterial, fazendo com que eles, orien-tados, possam desfru-tar com mais eficiên-cia dos tratamentos a que se submetem. A entidade incumbe-se, também de promover entre seus associados o que se poderia defi-

nir de entusiasmo pela vida. Assim, as suas reuniões, além de uma palestra proferida por profissional de saúde, também conta com atividades sociais, ar-tísticas e literárias de-senvolvidas pelos as-sociados. São sessões animadíssimas.

As reuniões re-alizadas mensalmen-te tem lugar no Salão Paroquial da Igreja Santa Inês. Os médi-cos acham que essas reuniões constituem uma parte muito im-portante para o trata-mento dos diabéticos e hipertensos.

Os participan-tes são unânimes em reconhecer que essas reuniões atuam como uma agradável terapia de grupo. A prova dis-to está na freqüência sempre em elevado número de associa-dos.

Um dos ramos da medicina t r a d i c i o n a l

chinesa, a acupuntu-ra só foi reconhecida no Brasil como espe-cialidade médica em 1995 pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), apesar de uma associação de acupun-turistas existir no país desde 1958. A prática é exercida por inúme-ros profissionais, que popularizam o alívio das dores e a solução de problemas de saú-de, com bom resultado em cerca de 70% dos casos.

Organização Mun-dial de Saúde incen-tiva a prática

Acupuntura é con-siderada eficaz para tratar cerca de 40 do-enças.

A acupuntura pode ser entendida, segundo a Sociedade Médica Brasileira de Acupun-tura, como um conjun-to de procedimentos terapêuticos que intro-duzem estímulos em áreas anatomicamen-te definidas. São os pontos de acupuntura. Massagens, ventosas e raios laser, além das agulhas, podem ser utilizados para esti-mular os diversos pon-tos distribuídos pelo corpo. Com os sinais enviados através dos pontos de acupuntura, ocorre o estímulo do sistema nervoso cen-tral, liberando neuro-

transmissores e hor-mônios que aliviam a dor, dão impulso ao sistema imunológico e regulam funções cor-porais.

Considerada um procedimento invasi-vo, a acupuntura exi-ge conhecimentos de anatomia topográfica, fisiologia e, sobretu-do, clínica médica. É essencial observar as regras básicas de es-terilização de agulhas para evitar o risco de transmissão de doen-ças. Agulhas descartá-veis aumentam ainda mais a segurança para médicos e pacientes, prevenindo a transmis-são de doenças como a hepatite e a Aids. Para evitar também o mas-caramento de sinais e sintomas, é preciso haver o correto diag-nóstico da doença e o tratamento adequado acupunturista.

A acupuntura tem boa resposta em cer-ca de 70% a 80% dos casos. Possíveis falhas no tratamento e rea-ções adversas a ele es-tão relacionadas a des-preparo profissional, a problemas constitucio-nais do paciente, como deficiência genética de receptores de endorfi-na nas membranas das células nervosas, e ao uso de medicamen-tos, como corticóides. A técnica é indicada ao tratamento de do-enças reumatológicas

ou ortopédicas, res-piratórias e alérgicas, neurológicas, psiquiá-tricas ou psicológicas, dermatológicas, otor-rinolaringológicas e dos aparelhos gênito-urinário e digestivo.

A Organização

Mundial da Saúde (OMS) sugere aos paí-ses que adotem as prá-ticas alternativas em saúde, dentre elas a acupuntura, e conside-ra a técnica eficaz no tratamento de cerca de 40 doenças. Em 2006, o Ministério da Saúde autorizou a adoção de terapias alternativas, como acupuntura, fi-toterapia e homeopa-tia, no Sistema Único de Saúde (SUS).

Agulha tem diâmetro de um fio de cabelo e causa pouca dor

O tratamento com a acupuntura começa com uma consulta em que é estabelecido um diagnóstico clínico, envolvendo os conhe-cimentos da medicina contemporânea e da medicina tradicional chinesa, e são pedidos exames complementa-res necessários. Quan-do o profissional tem todas os dados de que precisa, seleciona os pontos de acupuntura, podendo orientar ou associar o tratamento a outros métodos, de acordo com o diagnós-tico.

Durante as ses-sões, é feita a limpeza da pele com um pro-duto antisséptico e as agulhas são inseridas e deixadas nos locais, sendo retiradas após um tempo que pode variar de 20 a 30 mi-nutos. As sessões pos-teriores podem ser iguais ou ter os pontos modificados, confor-me a evolução de cada caso. Geralmente, são realizadas uma vez por semana, mas há casos que exigem ses-sões diárias.

A sensação de dor na acupuntura é cau-sada pelo uso de agu-lhas, mas ela apresenta pequena intensidade, é rápida e às vezes até

imperceptível. Após a inserção das agulhas, que têm um diâmetro de um fio de cabelo, pode ocorrer uma sen-sação discreta de cho-que elétrico, o que é resultado da ativação de terminações nervo-sas responsáveis pela condução do estímulo da acupuntura.

Pode ocorrer dis-creto sangramento se pequenos vasos san-güíneos forem atingi-dos, mas é facilmente estancado, com uma simples compressão.

Sangramentos e hema-tomas ocasionais não devem trazer preocu-pações quando o trata-mento é realizado por um médico experien-

te, já que geralmente são superficiais.

O princípio da acupuntura é um só, mesmo que apresente variações: craniopun-tura, aurículo-acu-puntura, moxabustão, eletroacupuntura, la-serterapia e ventosas.

Congresso discute regulamentação da profissão

A polêmica sobre o exercício da acupun-tura alcançou o Con-gresso, onde tramitam propostas para regu-

lamentar a técnica. Regulamenta o exer-cício profissional da acupuntura e autoriza a criação de um con-selho federal.

Medicina - Saúde7Sênior - Jornal da Terceira IdadeMarço de 2009

Alívio das dores: acupuntura ganha respeito e se populariza

Paciente recebe agulhadas em sessão de acupuntura: técnica é recomendada pelo Ministério da Saúde, que já autorizou o SUS a

adotar o procedimento

Março de 2009

Artur Bernardes, presidente da Associação dos Diabéticos e Hipertensos de Balneário Camboriú

• ADEHBAC amplia suas atividades em prol dos associados

O emprego da h o m e o p a t i a no tratamento

das enfermidades vem crescendo em todo o mundo. No Brasil o seu uso se faz presen-te em todos os estados, alguns com maior, ou-tros com menor inci-dência.

R e c o n h e c i -da oficialmente como uma especialidade mé-dica, a homeopatia é conhecida pela popula-ção, embora o público leigo tenha dificuldade em compreender prin-cípios científicos da especialidade.

A farmacêutica Regina K.M. Linde-meyer, que há anos se

dedica ao estudo e à prática da homeopatia, explica que enquanto a alopatia (medicina tradicional) trata dos sintomas, a homeopa-tia cuida de buscar as causas da doença.

- O Tratamento homeopático, explica ela, consiste em forne-cer a um paciente sin-tomático doses extre-mamente pequenas dos agentes que produzem os mesmos sintomas em pessoas saudáveis, quando expostas a quantidades maiores.

A droga home-opática é preparada em um processo chamado dinamização, consis-tindo na diluição e su-

cussão da subs-tância em uma série de passos.

A homeopatia é praticada em di-versos níveis de intensidade em cada país. No Brasil e na Índia, por exemplo, a homeopatia faz parte das políticas oficiais de saúde. Já na Argentina está banida das políticas públi-cas, chegando a ser praticamente proibida em cer-tas províncias.

A homeopatia tem uma visão integrada do ser humano, vendo-o como um todo, onde

o corpo e a psique são indissociáveis. Neste aspecto aproxima-se das medicinas clássi-

cas orientais e do que viria a formar, no sécu-lo XX, o pensamento sistêmico.

Homeopatia ganha espaço no tramento médicoOs princípios gerais da homeopatia foram enunciados por Hipó-crates há 2.500 anos. Foi porém o alemão Samuel Hahnemann que, no século XVIII, designou um método terapêutico cujo prin-cípio está baseado na premissa de que os semelhantes curam-se pelos semelhantes eque contrários são curados por contrá-rios.

No Brasil a homeo-patia chegou em 1840 trazida pelo médico francês Benoit Jules Mure, que fundou no Rio de Janeiro o Ins-tituto Homeopático Brasileiro.

História

Famacêutica Regina K. M. Lindemeyer

Cada ano que passa provoca transformações

no nosso corpo. Cada fase da nossa vida traz novos riscos e possí-veis problemas.

Uma das for-mas de estarmos sem-pre preparados para essas transformações é conhecer nosso corpo. E para isto, a atividade física é muito impor-tante. Além de ser algo prazeroso, participar de atividades físicas au-

xilia na prevenção de doenças, além de con-tribuir na melhoria da qualidade de vida.

Atividade Física

Quando prati-camos algum exercício físico, estamos também ajudando a combater a obesidade, depressão, diabetes, colesterol, pressão alta e a reduzir o risco de doenças do coração.

Os exercícios

melhoram a flexibilida-de das nossas articula-ções e contribuem para o aumento da resistên-cia dos músculos e a rigidez dos ossos. Além disso, melhora a nossa disposição para outras atividades cotidianas, como sair com os ami-gos, com a família, na-morar, cuidar da casa.

Mexa-se: Nunca é Tarde

Faça algum exercício. São muitos

para escolher: caminha-das, pedaladas, natação, dança, ioga, alongam-neto etc. O importante é escolher um que mais goste e pratique sem-pre.

Preste atenção!

Se você está pa-rado por muito tempo, vá ao médico antes de começar a fazer qual-quer exercício e evite atividades exaustivas, como futebol e corridas. Fique atento, quando

praticamos exercícios, não podemos sentir muito cansaço, falta de ar ou qualquer descon-forto. Se este for o seu caso, pare e consulte um médico.

Dicas Importantes

Não faça exercícios • em jejum ou depois de refeições exage-radas.

Evite fazer exercí-• cios sob sol forte.

Use roupas leves, •

claras e ventiladas.

Calce sapatos con-• fortáveis, de prefe-rência tênis.

Evite praticar exer-• cícios em ladeiras e pisos irregulares.

Faça caminhadas: • 3 a 5 vezes por se-mana, de 40 a 60 minutos, mas pode dividir cada etapa por duas da metade do tempo. A reco-mendação médica é importante.

Sênior - Jornal da Terceira Idade8

Qualidade de Vida

Envelhecer é uma chatice. Mas a outra opção, não

envelhecer, nos cus-ta a vida. Quem morre moço não chega a ficar velho.

As células de nosso corpo, desde o nascimento, tem um tempo de vida determi-nado. É o nosso prazo de validade, se fôsse-mos um produto indus-trializado.

O avanço da medicina pode e tem ajudado a dilatar cada vez mais o nosso pra-zo de validade. E nós podemos e devemos colaborar para isto, seguindo uma rotina alimentar adequada e levando uma vida com hábitos saudáveis. Essa combinação faz atrasar o processo de envelhe-cimento.

Tudo isso é cienti-ficamente aceitável e comprovado. Mas tam-bém não adianta esticar a linha além dos limites que a natureza e o cor-po agüentam. Embora cientistas e profissio-

nais de saúde dediquem estudos e pesquisas para sustentar a tese de que o homem poderá viver até 150 anos nas próximas décadas, é um objetivo sem muitas perspectivas de ser alcançado. Hoje a nossa capacidade-limite está nos 120 anos.

Após essa ida-de, tudo começa a se deteriorar. Mesmo sem doença alguma o orga-nismo entra num pro-cesso de esgotamento que leva à morte.

Nossa trajetória no tempo

O envelhecimen-to varia de pessoa para pessoa. Mas veja quais são as mudanças mais comuns entre os 25 e os 80 anos de idade no curso da vida humana.

1 O início de tudo

25 anos

Embora não sejam muito visíveis, os primeiros sinais do tempo aparecem entre

os 25 e os 40 anos.

Mudanças Internas

A formação do es-queleto se completa aos 30 anos. Depois disso, a pessoa começa a perder massa óssea gradativamente e ocor-re uma diminuição no seu metabolismo. Por isso o ápice da carreira dos atletas, por exem-plo, gira em torno dos 25 anos. A partir dessa faixa, a freqüência car-díaca, que normalmente fica por voltas dos 80 batimentos por minu-to, tem uma redução de quatro batidas por mi-nuto a cada dez anos de vida.

Mudanças Externas

Surgem os primei-ros fios de cabelo bran-co e as pessoas que se expõe bastante ao sol e fumam já apresentam as primeiras rugas nas la-terais dos olhos, os cha-mados pés-de-galinha.

O que ChamaAtenção

Entre 30 e 35 anos,

perde-se a massa mus-cular e o fôlego para atividades físicas come-ça a cair 10 por cento para cada década.

2 40 anos

Não dá mais para enganar

É entre os 40 e os 60 anos que já dá para notar bem que o processo de envelheci-mento começou.

Mudanças Internas

Podem surgir pro-blemas de audição e de vista cansada, levando ao uso de óculos. Há uma diminuição na pro-dução de cálcio, o que pode dar início à osteo-porose, um mal que en-fraquece os ossos. Nos homens dessa faixa, o número de espermato-zóides cai pela metade.

Mudanças Externas

A partir dos 40, a pessoa fica 1 centímetro

mais baixa a cada déca-da. Começa a queda de cabelo e os fios ficam ainda mais brancos. Como a perda muscu-lar continua sem que o peso total caia, o resul-tado dessa equação é o aumento da gordura corporal.

O que ChamaAtenção

Nessa altura au-menta a pressão arte-rial, fator de risco para problemas cardíacos.

360 anos

No auge da terceira idade

Entre os 60 e os 80 anos as orelhas cres-cem, mas um terço das pessoas perde a audi-ção.

Mudanças Internas

A imunidade dimi-nui. O sono passa a ser mais curto, menos pro-fundo. O fluxo renal di-minui 50 por cento até os 70 anos e o tecido nervoso sofre degenera-ção. Uma em cada três pessoas nessa faixa tem perda de audição. É 20 por cento maior a inci-dência de depressão.

Mudanças Externas

A pele perde até 20 por cento da espessura a partir dos 65 anos e há uma diminuição de até 50 por cento no ritmo de crescimento do cabe-lo e das unhas. O corpo passa a ter postura mais curvada e a habilidade motora e a memória di-minuem.

O que ChamaAtenção

Por volta dos 70, com a perda de colá-

geno, substância res-ponsável pela tensão e elasticidade da pele, há uma espécie de “queda” da fisionomia. Por isso nariz e orelhas parecem cada vez maiores.

480 anos

Hora da prorrogação

A partir daqui, a degeneração é acentua-da e as complicações de saúde, mais intensas.

Mudanças Internas

Há uma diminuição dos reflexos e da sensi-bilidade aos estímulos térmicos e à dor. Perde-se a memória, princi-palmente sobre fatos recentes. A capacidade de aprendizado, no en-tanto, não diminui: o idoso só precisa de mais tempo e atenção. Quase 40 por cento das pesso-as tem diabetes.

Mudanças Externas

Aos 80 anos o ido-so já tem 5 centíme-tros menos de altura. O peso também sofre uma grande redução, devido à diminuição da estru-tura óssea, da quantida-de de água no corpo (o cérebro já não coorde-na mais a sensação de sede) e da massa mus-cular. A pele fica cheia de rugas, com manchas senis e vasos sanguíne-os mais aparentes.

O que ChamaAtenção

Há uma predisposi-ção a todos os tipos de câncer, por causa da in-tensa degeneração dos tecidos. Entre os ho-mens, por exemplo, 95 por cento tem aumento da próstata.

Como e por que envelhecemos

Exercitando o corpo para previnir doençasSênior - Jornal da Terceira Idade 9Março de 2009 Março de 2009

Entre os exercícios físicos, a prática de esporte aquático é um dos mais completos e muito apropriado à 3ª Idade

Ao praticarmos exercício físico como a caminhada, estamos também ajudando a combater obesidade, depressão, diabetes, colesterol, pressão alta e a reduzir o risco

de doenças do coração

Velhice FemininaSegundo o Censo De-mográfico de 2000, 55% dos 14,5 milhões de idosos do Brasil, são mulheres. Se desagre-gados em subgrupos de idade, a proporção de mulheres aumenta.

Esse fato, justifica-do pela mortalidade diferencial por sexo, leva à constatação de que entre os idosos com mais de 80 anos o maior público é fe-minino.

Viver MaisO aumento na estimati-va de vida em cerca de dez anos, é produto de uma das maiores con-quistas sociais do sé-culo 20 que é o acesso popular às tecnologias e aos serviços de saú-de. Segundo o IBGE, o Brasil está dentro dos padrões globais. A po-pulação idosa corres-

ponde a 10% do total, cerca de 18 milhões. Daqui a vinte anos as projeções são de que esse número salte para 14,5%, o que corres-ponde a um aumento de quase 50%. A cada ano, 650 mil novos idosos são incorpora-dos à população brasi-leira.