Ediçao N. 1564

32
SEXTA-FEIRA, 13 ABRIL 2012 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXX, N o 1564 (II Série) | Preço: 0,90 Apenas 2 600 passageiros utilizaram o aeroporto de Beja no último ano Grupo multinacional suíço quer vender peças para aviões em Beja pág. 10 JOSÉ FERROLHO O “DA” está no canal 475533 do MEO PUB PUB Concurso seleciona oito praias alentejanas Troia, Comporta, Carvalhal, Ilha do Pessegueiro, Almograve, Zambujeira do Mar, Furnas e Tapada Grande são as praias da região selecionadas para o concurso “7 maravilhas de Portugal”. Infografia nas págs. 16/17 PS disputa sucessão de Pita Ameixa Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro andam há vários meses a contar espingardas para a eleição da Federação do Baixo Alentejo do PS. Uma corrida ombro a ombro de dois candidatos que querem romper com o passado. pág. 8 Obras paradas na unidade de biomassa de Ferreira Há já várias semanas que as obras na unidade de gaseificação de biomassa de Ferreira do Alentejo estão paradas. Diferendo entre os dois investidores estará na origem da interrupção. Projeto ronda os 17 milhões de euros. pág. 11 Vila Verde de Ficalho Uma terra no fim do caminho Vila Verde de Ficalho. Mesmo junto à fronteira com Espanha, no concelho de Serpa, subsiste uma das mais tradicionais aldeias do Baixo Alentejo. Em tempos terra de negócios e de contrabandos, hoje Ficalho luta contra a desertificação humana e pela fixação dos jovens. Há um mês inauguraram um centro de cultura e multimédia. Para manter os resistentes ligados ao mundo. págs. 4/5 Este país é para velhos Três histórias de vida no Ano Europeu para o Envelhecimento Ativo Págs. 6/7

description

Diario do Alentejo

Transcript of Ediçao N. 1564

Page 1: Ediçao N. 1564

SEXTA-FEIRA, 13 ABRIL 2012 | Diretor: Paulo BarrigaAno LXXX, No 1564 (II Série) | Preço: € 0,90

Apenas 2 600 passageiros utilizaram o aeroporto de Beja no último ano

Grupo multinacional suíço quer vender peças para aviões em Beja

pág. 10

JOSÉ

FER

ROLH

O

O “DA” estáno canal

475533 do MEO

PU

B

PUB

Concurso seleciona oito praias alentejanas

Troia, Comporta, Carvalhal, Ilha do Pessegueiro, Almograve, Zambujeira do Mar, Furnas e Tapada Grande são as praias da região selecionadas para o concurso “7 maravilhas de Portugal”. Infografi a nas págs. 16/17

PS disputa sucessão de Pita Ameixa

Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro andam há vários meses a contar espingardas para a eleição da Federação do Baixo Alentejo do PS. Uma corrida ombro a ombro de dois candidatos que querem romper com o passado. pág. 8

Obras paradas na unidade de biomassa de Ferreira

Há já várias semanas que as obras na unidade de gaseifi cação de biomassa de Ferreira do Alentejo estão paradas. Diferendo entre os dois investidores estará na origem da interrupção. Projeto ronda os 17 milhões de euros. pág. 11

Vila Verde de Ficalho

Uma terra no fi m do caminho

Vila Verde de Ficalho. Mesmo

junto à fronteira com Espanha, no

concelho de Serpa, subsiste uma

das mais tradicionais aldeias do

Baixo Alentejo. Em tempos terra

de negócios e de contrabandos, hoje

Ficalho luta contra a desertifi cação

humana e pela fi xação dos jovens.

Há um mês inauguraram um

centro de cultura e multimédia.

Para manter os resistentes ligados

ao mundo. págs. 4/5

Este país é para velhosTrês histórias de vida no Ano Europeupara o Envelhecimento Ativo

Págs. 6/7

Page 2: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

EditorialAbrilPaulo Barriga

Em nome do equilíbrio das contas públicas e da com-petitividade da economia

nacional, o Governo, nesta sua as-sumida versão de marioneta obe-diente, anda com vontade de abo-lir do calendário alguns feriados. Quatro. Dois que a Igreja há de es-colher de entre o seu rosário pes-soal. Outros dois provenientes do paganismo histórico ou cultural. Destes últimos, aqueles que pa-recem mais em risco são o dia em que celebramos o fim da realeza. O outro, o dia em que sovámos os es-panhóis em definitivo e selámos a nossa independência. Ou seja, em nome da mais comovedoramente patética das medidas inscritas no memorando de desentendimento entre a troika e os povo de Portugal, vamos deixar cair dois dos princi-pais padrões que nos recordam a nossa identidade, a nossa revolta, a nossa soberania, a nossa dife-rença e o direito que a ela temos: à diferença. Qualquer mancebo de Belém ou de São Bento sabe que a extinção destes feriados é uma me-dida do campo da sonsice e da hi-pocrisia. Mero show-off. Que não acrescenta nem mais um único pa-rafuso à nossa máquina produtiva. E apenas nos apequena em ter-mos de soberania. Não deixa de ser curioso o facto de o Governo, em-bora cheio de vontadinha, ter colo-cado logo de parte a possibilidade de apagar o 1.º de Maio ou o 25 de Abril. O povo é – tem sido – sereno. Mas a governança não sabe até que ponto pode ir a sua brandura. No fundo, explora-o, expolia-o, mas receia-o. E teme-o porque sabe que, de quando em vez, quando espre-mido para lá do tolerável, o povo, a candura lusitana, acaba por ser fe-rozmente fatal para os seus opri-mentes. Tal como aconteceu a 1 de dezembro de 1640. Tal como acon-teceu a 5 de outubro de 1910. Tal como aconteceu a 25 de abril de 1974. Tal como poderá muito bem acontecer num destes dias. E aí, em vez de nos livrarmos de alguns fe-riados, teremos de acrescentar nova data aos festejos da nação. Com direito a foguetório, bombos e a bonecos cabeçudos.

Titanic Acontece sempre que o ho-mem tenta dar a passada mais larga do que a sua própria perna. O pre-cipício não faz parte dela, é a pró-pria História da Humanidade. E os passos em frente são, afinal, meros episódios, simples alegorias, dessa mesma História. O Titanic naufra-gou há 100 anos.

“O presidente da câmara não levou em consideração o que foi aprovado neste encontro [reunião de câmara dia 2], decidindo reunir, no dia a seguir, com os grupos políticos da Assembleia Municipal. Não está a proceder corretamente, uma vez que a reunião informal, com os seis vereadores, foi altamente construtiva, muito consensual, tendo os autarcas que estiveram presentes manifestado a preocupação de que não se banalizasse o processo” [mas entretanto] Jorge Pulido Valente [está] a “alterar o procedimento” e a “desrespeitar” os vereadores.

Miguel Ramalho, citado pela Rádio Planície

Ana Paula Santos,

50 anos, escriturária Que quer que lhe diga? Não é uma boa medida, para nin-guém. O bom era que todos vi-vêssemos bem, que tivéssemos um ordenado cada vez melhor e com todas as regalias a que te-mos direito, porque com esta medida o País não anda para a frente. Não é com pobreza que se resolve as questões econó-micas dos países e muito me-nos num país da Europa.

Lídia Coelho,

47 anos, proprietária de uma loja de vinhosNão concordo. Não é tirando a quem tem pouco que vão con-seguir alguma coisa. Deviam começar por eles. Reduzir os subsídios que ministros, depu-tados e secretários de Estado têm e não precisam… eles di-minuíram os ministérios mas depois aumentaram não sei quantos secretários de Estado. Se o Governo começasse por aí os nossos cortes talvez ser-vissem para alguma coisa.

Evanuza Lima,

31 anos, desempregadaEstá mal, está muito mal. Se os trabalhadores trabalham todos os dias têm direito aos seus or-denados e ao subsídio de férias e de Natal. Não é com essas me-didas que vão conseguir melho-rar o País. Assim desanimam ainda mais o povo. As pessoas que trabalham têm que ganhar. E depois as pessoas estão à es-pera desse dinheiro para orien-tarem a vida e ele não vem.

Maria Alegria,

61 anos, reformada da função públicaEu falo por experiência pró-pria. Em 36 anos que tra-balhei na Segurança Social nunca senti uma coisa des-tas, nem no tempo do fas-cismo. Comecei a trabalhar em 1971 e sempre recebi subsídio de férias e de Natal. O que se passa em Portugal é que são to-dos uns mafiosos que só que-rem é tirar. Enquanto não aca-barem com esta corrupção e com esta máquina de Estado pesada e começarem do zero não vamos a lado nenhum.

Voz do povo O que pensa dos cortes dos subsídios de férias e Natal até 2014? Inquérito de Ângela Costa

Vice-versaO processo para a atribuição das medalhas do município está a ser “consensualizado quer na autarquia, quer na Assembleia Municipal para que seja evitada a reprovação da proposta de atribuição de medalhas. Existem vários nomes em cima da mesa, alguns que a CDU não aceita e outros com que o PS não concorda [mas] este processo está a ser tratado de forma tranquila”.

Jorge Pulido Valente, citado pela Rádio Planície

Fotonotícia Fronteira. Não se vê na foto. Mas até podemos adivinhar. Do outro lado da estrada existe uma placa exata-

mente igual a esta que anuncia Portugal. A única diferença é que diz Espanha. E qualquer viajante que por lá passe pode ler: Espanha. Tal

como não acontece com a desolação da entrada em Portugal pela fronteira de Vila Verde de Ficalho. Onde símbolos hitelerianos substituem

o nome do nosso País. Isto para não falar das ruínas das antigas instalações alfandegárias. Isto para não falar na qualidade da estrada. Isto

para não dizer que a nossa vocação europeia está aqui otimamente espelhada: não existe! PB Foto de José Ferrolho

02

Page 3: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

Rede social

Como encara a nomeação para o cargo

de vogal executivo do InAlentejo, em

substituição de Fernando Caeiros?

A proposta de nomeação resulta de vo-tação que os municípios alentejanos e da Lezíria efetuaram no dia 3, em Castro Verde, por forma a promover a substitui-ção de Fernando Caeiros. Tal facto de-veu-se às regras de gestor público imple-mentadas pelo Governo que obrigam ao detentor do cargo ser portador de grau académico de licenciatura. Como é ób-vio sou completamente alheio a estas medidas e “a talhe de foice” a minha li-cenciatura é da mesma escola onde se li-cenciou o atual Presidente da República. É pois com grande responsabilidade que encaro o resultado desta votação: por um lado, por substituir o Caeiros, meu amigo, que sabemos desempenhou o cargo com saber e profissionalismo, por outro, porque irei trabalhar para o de-senvolvimento da nossa região, inte-grado num órgão colegial e em diálogo com as comunidades intermunicipais, autarquias e demais promotores/benefi-ciários do programa regional.

Quais são as suas prioridades?

Contribuir para a boa execução do pro-grama regional. Para tal é necessário que os projetos já aprovados e a aprovar visem o nosso desenvolvimento e reforcem a co-esão, tanto económica como social e terri-torial. Não basta executar, é preciso vali-dar a despesa efetuada, uma vez que a não validação se torna muitas vezes um obstá-culo ao sucesso do programa.

E que tipo de desafios pensa encontrar

no desempenho das novas funções,

tendo em conta as várias sensibilidades

envolvidas e o atual contexto de crise?

A região Alentejo, juntamente com as re-giões Centro e Norte, mantém-se como região convergência, o que nos traz be-nefícios em termos de acesso aos fundos comunitários, embora tal signifique que ainda não atingimos um patamar de de-senvolvimento que todos ambicionamos. Aliás, esta é a razão para a integração, para este fim, da Lezíria do Tejo na re-gião Alentejo. Também não devemos es-quecer que os municípios e suas associa-ções são parceiros e atores estratégicos no território, nomeadamente para a promo-ção do desenvolvimento regional, cresci-mento e emprego, necessitando para tal de meios financeiros apropriados e de ele-vado montante que os fundos comunitá-rios disponibilizam. Dizer ainda que não me preocupa a questão da administração central versus administração local, nem tão pouco as variadíssimas sensibilida-des territoriais e políticas deste nosso vas-tíssimo território. E exatamente por estar-mos em contexto de crise bastante grave, permito-me terminar com um lema que me acompanha: “Unir para avançar, nunca dividir para reinar”. NP

3 perguntasa Filipe Palma

Vogal executivo do InaAlentejo–Programa Operacional do Alentejo

Semana passada

DIA 9, SEGUNDA-FEIRA

ODEMIRA GNR DETÉM SUSPEITOS DE TRÁFICO DE DROGA E APREENDE HEROÍNA E COCAÍNA

Três suspeitos de tráfico de droga, com idades entre os 38 e os 50 anos, foram detidos pela GNR em Odemira e Setúbal, tendo os militares apreendido 300 doses de heroína e 77 de cocaína. Em comunicado, o Comando Territorial de Beja da GNR adiantou que as detenções foram efetuadas no âmbito de duas buscas domiciliárias nos concelhos de Odemira e de Setúbal. As buscas foram realizadas pelo destacamento Territorial de Odemira, “no seguimento de uma investigação no âmbito de um processo-crime por tráfico de estupefacientes”, acrescenta a força de segurança. Os detidos são duas mulheres, uma delas portuguesa, de 38 anos, e a outra estrangeira, com 45 anos, e um homem português, de 50 anos. Na operação, os militares da GNR apreenderam 300 doses de heroína, 77 doses de cocaína, 945 euros em dinheiro, 12 telemóveis e uma arma de fogo ilegal, assim como “diversos artigos relacionados com o crime em investigação”.

BEJA 94.º ANIVERSÁRIO DA BATALHA DE LA LYS

O Regimento de Infantaria n.º3, em conjunto com o Núcleo de Beja da Liga de Combatentes e outras entidades militares e civis de Beja, assinalou o 94.º aniversário da Batalha de La Lys, também conhecida como Dia do Combatente. Os militares homenagearam “todos aqueles que ao longo da História Pátria perderam a vida ao serviço de Portugal”. O evento teve lugar no talhão do combatente do Cemitério de Beja.

MÉRTOLA ESTAÇÃO DE SERVIÇO PARA AUTOCARAVANAS NA MINA DE SÃO DOMINGOS

A Mina de São Domingos, no concelho de Mértola, dispõe desde o início da semana de uma estação de serviço multiusos para autocaravanas. Eletricidade, água e esgotos são os serviços que são disponibilizados nesta estação. Com a instalação desta estrutura, a Fundação Serrão Martins e a Câmara Municipal “pretendem melhorar as condições e os serviços básicos para as centenas de autocaravanistas que durante o ano visitam a Mina de São Domingos e o concelho de Mértola, e simultaneamente contribuir ativamente para a proteção e respeito pelo ambiente”, adianta a autarquia. O investimento, da responsabilidade da Fundação Serrão Martins e da câmara, rondou os 5 000 euros.

DIA 10, TERÇA-FEIRA

BEJA DESIDÉRIO VILAS LEITÃO DEIXA COMANDO DO RI3

O coronel de Infantaria Desidério Vilas Leitão deixou o comando do Regimento de Infantaria n.º 3, em Beja. Vilas Leitão tomou posse a 26 de Junho de 2010 substituindo no comando o coronel Fernando Figueiredo. Desidério Vilas Leitão foi nomeado para uma missão em Angola onde vai trabalhar na assessoria ao Chefe de Estado-maior do Exército num projeto de cooperação entre os dois países, noticiou a Rádio Pax. Vilas Leitão garante que “foi uma honra servir o Regimento de Infantaria n.º3” e que deixa Beja com “a serenidade do dever cumprido”.

DIA 12, QUINTA-FEIRA

BEJA SEMINÁRIO “PREVENÇÃO DO PERIGO – (IN)DEPENDÊNCI@AS”

As “(in)dependências” informáticas, alimentares e de substâncias de crianças e jovens e o percurso de “vítima a agressor” foram debatidos no seminário “Prevenção do Perigo –(In)Dependênci@as”. O seminário, promovido pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo de Beja, destinou-se a professores, estudantes, pais e encarregados de educação e profissionais e técnicos interessados. Através do seminário, a organização pretendeu “divulgar os meios e formas de atuar conjuntamente para proteção dos direitos da criança e do jovem” e “proporcionar uma troca de experiências com especialistas das várias áreas de intervenção” das comissões de proteção de crianças e jovens.

03

Calha-me sempre a mim fazer a serenataSão dezenas de milhar os visitantes que todos os anos acorrem a Serpa para, no domingo de Páscoa, assistirem ao Cortejo Histórico e Etnográfico. É, claramente, o momento alto dos festejos tradicionais da Cidade Branca.

O carvão é da Amareleja, mas o burro é meuCentenas de figurantes desfilam pelas artérias principais de Serpa recriando antigas profissões, hábitos e costumes locais. Aqui segue o carvoeiro, apregoando carvão de azinho, e o animal até nem fez birra. Ajudou à festa.

Ó mestre, as botas têm pelo menos um número a menosO tempo também ajudou ao defile e até exigiu abrigo para as cabeças. Este cliente de sapateiro não se importou de levar para a rua uma carapuça marroquina. E, pelos vistos, não houve quem se divertisse tanto como ele.

A malta foi trajada de Alentejanos para não ser reconhecidaEstes é que não faltam a uma. Haja festa que as guitarras jamais de cansarão. Nem as vozes. O mais viajado dos grupos musicais do Alentejo, que por acaso até se chama Alentejanos, cantou e cantou e cantou. E fartou-se de fazer cantar.

Quem é que nos está a assobiar aí atrás?São o grosso da coluna, as mulheres que antes da mecanização faziam os trabalhos duros do campo. Ceifeiras e mondadeiras é vê-las aos molhos no cortejo de Serpa. Estas três vão bem aconchegadinhas debaixo de xailes de lã de ovelha.

Page 4: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

04

Vila Verde de FicalhoEspanha é mesmo ali ao lado

O lugardos que partem

e dos que voltam

O dia é de azáfama. São muitas as pessoas que se vão vendo pelas ruas. Apesar de ser feriado municipal no concelho de

Serpa, em Vila Verde de Ficalho não parece dia de descanso. A terra prepara-se para receber mais uma edição das festas em honra de Nossa Senhora das Pazes e São Jorge. A decoração e a iluminação das ruas estão a ser postas, o palco está a ser mon-tado, o carrocel por trás da igreja matriz está por agora parado, mas pronto a receber as crianças da terra e as visitantes durante os cinco dias de festa.

É quase hora do almoço. Apesar da instabili-dade do dia, ainda não choveu. Algumas ameaças, aqui e ali, mas nada que assuste quem ande na rua a esta hora. Mesmo antes da pausa para almoçar, os homens de Ficalho reúnem-se para beber um copo ou petiscar qualquer coisa. Sem denunciar, à primeira vista, que se trata de um lugar de reu-nião masculino, o entra e sai de homens em con-versas animadas, ou para vir fumar um cigarro à rua, adivinha o que vai lá dentro. É a Taberna do Valério, assim se chama o espaço. O nome her-dou-o do antigo dono. Taberna, continua a sê--la. Quem está hoje à frente do espaço, “desde que co-meçou o euro”, é Bento Figueirinha, 66 anos e antigo guarda-fiscal. Apesar de ter a casa quase cheia, com 12 homens que se dividem entre o ba-lão e as mesas, os petiscos e o vinho, lamenta-se da crise. “Sente-se a crise. Tem sido pior. Às ve-zes azeda o vinho, e eu agora não posso beber, tá o baile armado”.

O balcão de pedra corrida é um desfilar de co-pos de vinho e pratos de petisco. As conversas vão surgindo entre torresmos e batatas com sal, num espaço que parou no tempo, como todas as tabernas pararam e como Ficalho parou. “Esta terra está mais ou menos igual ao que era. As pes-soas são as mesmas. Não mudou nada”. Mas se a terra está igual, para Bento Figueirinha “há pouca gente”. “A malta mais nova vai toda para o estran-geiro. Não há trabalho. Nessas fazendas, onde pu-nham muito pessoal a trabalhar, agora está lá uma pessoa por causa das cercas e do aramado”. Apesar de haver pouca gente, o negócio não vai correndo mal e os copos de vinho vão-se vendendo. “A 25 cêntimos cada um chamam-lhe um figo. E isto ao fim de semana sempre mexe um bocadinho”. Quanto ao futuro, o antigo guarda-fiscal não vê nada de bom. “Nada para melhor. Não há traba-lhos. Algum fundo de desemprego é que aguenta isto”.

Nuno Fortunato fez o percurso inverso dos jo-vens de Vila Verde de Ficalho. Dono de um res-taurante do outro lado da fronteira até há pouco tempo, abriu uma papelaria há cerca de uma se-mana. Apesar de ser recente, o negócio está a ser bem recebido pelas gentes da terra. “Em todo o lado a gente envelhecida é um facto. Mas os no-vos têm que mover um bocadinho a terra e fazer alguma coisa pela terra. Penso que, cada vez mais, temos que ser nós jovens a dinamizar estes locais senão ficam esquecidos com a idade avançada das pessoas. O pessoal jovem vai-se embora, aqui não há trabalho, mas vamos tentando dar um pouco mais de vida a estes locais”. O dono da recente pa-pelaria defende o regresso dos mais jovens a estas terras. Para Nuno Fortunato “se o pessoal novo voltasse e tentasse apostar e criasse algum mo-vimento, algum trabalho e algumas iniciativas” as coisas poderiam melhorar. “Penso que está a

Bem junto à fronteira com Espanha fica Vila Verde de Ficalho, freguesia

de Serpa. Tendo sido inaugurado há pouco mais de um mês um centro de

cultura e multimédia, com acesso às novas tecnologias para manter as

pessoas ligadas ao mundo, os que por aqui ficam e regressam são cada

vez mais velhos, com os mais novos a partirem.

Texto Marco Monteiro Cândido Fotos José Ferrolho

acontecer um pouco, mas é algo que leva tempo, porque as oportunidades são poucas e há muita dificuldade financeira”. Quanto ao futuro, Nuno Fortunato está esperançado. “Se houver iniciativa, apoio e vontade das pessoas, pode ser que a vida melhore um pouco”.

Vila Verde de Ficalho é a freguesia do conce-lho de Serpa mais longe da sede concelhia. São 30 quilómetros, mais alcatrão, menos alcatrão. Com a serra da Adiça sobranceira e silenciosa, fi-gura dominante sobre Ficalho, a vida corre, ape-sar das dificuldades, com vigor pelas ruas da terra. As festas estão a chegar e, com elas, as visitas e há que ter tudo pronto. Maria de Lurdes Almeida pinta a frente da sua casa para ter tudo impecavel-mente imaculado. Com 70 anos, viveu mais de 40 fora, no Barreiro, onde ainda mantém a sua mo-rada permanente. Hoje, encontra a sua terra di-ferente. “Nalguns aspetos, melhor. Mas há pouca juventude. A maioria vive das reformas e dos pos-tos de trabalho que são poucos. Nos trabalhos do campo começaram a dar dinheiro às pessoas para não semearem, para não pescarem. É muito complicado”.

De conversa fácil, Maria de Lurdes vai des-fiando o que pensa da sua terra. E o que vê é que as pessoas não conseguem manter a qualidade de vida. “Se for um reformado com 400 ou 500 eu-ros, e tiver a casa paga, ainda consegue sobrevi-ver. Pessoas que pagam rendas de casa, com dois filhos, se ganharem 500 euros, como é que vivem? É complicado. Já esteve melhor enquanto os mais novos podiam trabalhar. Agora envelheceu tudo”. Quando saiu de Ficalho, Maria de Lurdes foi em busca de melhores condições de vida. Hoje, os tempos são parecidos, apesar da mentalidade das pessoas ser diferente. “As pessoas hoje, em vez de fazerem uma casa, fazem um palacete, e, daqui a nada, estamos outra vez todos a viver num quarto. A explosão foi de uma maneira e agora está a vol-tar atrás de outra”.

Francisco Albino Valente é sargento refor-mado da guarda-fiscal. Com 68 anos, lembra--se que, antigamente, havia muito mais gente em Vila Verde de Ficalho. “Quando eu era moço, ra-ras eram as pessoas que emigravam, que saíam daqui. Eu tenho dois filhos, são os dois professo-res, nem um, nem outro, estão cá. As pessoas vão à procura de melhores condições de vida”. Quanto ao futuro da sua terra, os palpites são incertos, mas Francisco lá reconhece que “a coisa não está boa”. “Isto é uma zona totalmente rural, agrícola e, em qualquer parte do mundo, quanto mais agrícola for, mais pobre é. Pior. Ainda para mais, este ano, temos esta desgraça de não chover”.

Sónia Caraça espera pelas duas filhas que brincam no parque infantil. Com 33 anos, consi-dera que a sua terra está envelhecida, podendo es-tar melhor se houvesse mais trabalho. Para Sónia, o principal problema é a falta de trabalho e a con-sequente saída das pessoas. “Os jovens vão-se to-dos embora daqui. Eu não trabalho, o meu marido não trabalha. Estou aqui há 10 anos, vivo do rendi-mento mínimo e isto é muito complicado”. Sair de Ficalho é uma hipótese, mas com filhos é sempre mais complicado. “Tenho visto pessoas que emi-gram e que depois voltam por causa dos filhos. Se fosse sozinha com o meu marido talvez fosse mais fácil”. De mãos dadas com as duas filhas lá vai, en-tre as risadas das mais pequenas.

A malta mais nova vai toda para o estrangeiro. Não há trabalho. Nessas fazendas, onde punham muito pessoal a trabalhar, agora está lá uma pessoa por causa das cercas e do aramado”. Bento Figueirinha

Page 5: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

05

Considera que os presidentes de junta têm

mais responsabilidades e menos margem de

atuação?

Temos mais responsabilidades e menos recur-sos financeiros. E menos capacidade de nos ouvirem. Neste momento somos muito mal tratados. Nós, os autarcas de freguesia, princi-palmente nas freguesias rurais, temos um pa-pel fundamental em termos sociais. No meu primeiro mandato achava que fazíamos par-cerias e conseguíamos resolver as situações. Neste momento as coisas estão muito com-plicadas. Há muitas necessidades na parte so-cial, os recursos financeiros são cada vez me-nos e cada vez nos é exigido mais. De qualquer forma, penso que somos o elo e a parte que mais favorece as populações em questões de proximidade e de apoio, principalmente nes-tas freguesias rurais, com populações idosas.

E com uma população envelhecida as

questões sociais ainda se tornam mais

complicadas…

A população aqui é muito envelhecida por-que nascem poucas crianças e depois porque mesmo as pessoas que tinham saído da nossa freguesia para Lisboa ou para os arredores es-tão a regressar. E estão a regressar as pessoas mais velhas. Além da população que tínha-mos, temos também os que estão a regressar às origens.

O que é que ainda não conseguiu fazer em

Ficalho?

Ainda não consegui mas ainda estou na luta. Porque acho que é uma necessidade premente e estamos na luta para a construção do lar. Essa, independentemente de eu continuar como autarca, vai ser um arregaçar de man-gas e temos que construir. Penso que faz todo o sentido.

Como é que vê o futuro da sua freguesia?

Eu acredito que risonho. Não vamos bai-xar os braços. Temos um percurso muito grande, temos raízes que não nos deixam pa-rar. Acredito que estamos todos a passar por uma fase muito complicada a nível nacional. As freguesias não ficam de lado, porque já es-tão a sofrer na pele. A freguesia de Vila verde de Ficalho é muito importante, tem uma his-tória muito antiga, tem raízes muito profun-das. Penso que estamos preparados para a luta e vamos vencê-la.

Estão a poucos quilómetros de Espanha.

Como é a relação com os vizinhos espanhóis?

É excecional. Até tenho um genro que é es-panhol. Rosal de la Frontera e Vila Verde de Ficalho têm uma relação quase de irmãos. Agora, é diferente, são notórias as diferenças. Apesar de estarem também com uma crise profunda, estão sempre melhores do que nós. Basta olharmos ao salário mínimo, à saúde e à educação.

O aumento de população

A freguesia de Vila Verde de Ficalho, caso raro no panorama regional no que diz respeito às freguesias rurais, aumentou a sua população entre 10 a 20 pessoas, segundo a presidente da junta de freguesia Palmira Guerreiro. Este aumento, de acordo com a autrca, deve-se às pessoas originárias da freguesia que saíram para trabalhar e que agora, depois de reformadas, re-gressam à sua terra de origem. Segundo os dados provisórios dos Censos 2011, Vila Verde de Ficalho tem uma população re-sidente de 1 459 pessoas, entre 738 homens e 721 mulheres.

As memórias guardadas

Estando o seu acesso condicionado pelos dias de funcio-namento da junta de freguesia, uma vez que é lá que está guardada a chave do mesmo, o Museu de Vila Verde de Ficalho, instalado na igreja de São Jorge, tem um acervo dividido em têm conjuntos: o arqueológico, com materiais recolhidos na freguesia em escavações, do Paleolítico até ao início do século XX; o etnográfico, com a presença de objetos ligados às atividades agrícolas da região e que ca-íram em desuso; e o de arte sacra, com objetos e alfaias religiosas provenientes da igreja de São Jorge e da ermida de Nossa Senhora das Pazes.No espaço que rodeia o museu é possível observar ruínas de várias épocas, desde o Neolítico final até ao século XV.

Festas de Vila Verde de Ficalho

Começaram ontem, quinta-feira, e duram até ao próximo dia 16, segunda-feira, as festas de Vila Verde de Ficalho em honra de Nossa Senhora das Pazes e São Jorge. Sendo dias que muita gente trazem às ruas da terra, o desta-que deste ano vai para a noite de sábado com um con-certo de homenagem ao letrista, descendente de Ficalho, João Monge. O concerto vai contar com as presenças de Rui Veloso, Tim, Nuno Guerreiro, João Gil, Paulo Ribeiro, Nancy Vieira e Manuel Paulo.No domingo acontece também a muito celebrada procis-são em honra de Nossa Senhora das Pazes.

Palmira GuerreiroPresidente da Junta de Freguesia de Vila Verde de Ficalho

Page 6: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

O Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações pretende chamar a aten-

ção para a importância do contributo dos mais velhos na sociedade. O “Diário do Alentejo” foi à procura e encontrou quem resolve continuar a participar plena-mente na sociedade, aproveitando da me-lhor forma o seu potencial e também o seu tempo livre.

Correia das Neves apresenta-se com 82 anos e muita vontade de continuar a tra-balhar. É um bom exemplo de quem não se resigna perante a idade. No seu escritório, em plena praça da República, em Beja, en-contram-se livros, muitos livros e papéis, muitos papéis, espalhados pelas mesas. É aqui que passa grande parte do seu tempo, enriquecido com as pesquisas, com as lei-turas e as suas escritas. Homem que dedi-cou grande parte da sua vida ao Direito, à política, à investigação.

A explicação para se manter tão ativo surge facilmente. E não existe nenhum se-gredo. Para Correia das Neves, “a resposta é mais científica do que meramente teórica” e afirma: “Está mais ou menos assente que a longevidade média nas mulheres é supe-rior à dos homens. A das mulheres ronda os 82 anos e a dos homens, salvo erro, anda à volta 78 anos. Por outro lado, está assente que, apesar disso, o homem mantém-se ativo mais tempo. A vida ativa do homem é em média mais longa do que a da mulher, deixando concluir que o fator essencial é genético, é biológico”. Lembra, no entanto, que “é preciso juntar outros fatores”, no-meadamente “o modo de vida e a necessi-dade, por temperamento, de se ocupar psi-cologicamente e mentalmente”.

Perante todos estes fatores Correia das Neves não tem dúvidas: “É possível que eu tenha mais essa ansiedade e até necessi-dade, para equilíbrio psicológico, mental e emocional, de continuar ocupado”.

O costume, esse, também se lhe encon-tra vincado no corpo. “Habituamo-nos

ReportagemAno Europeu do Envelhecimento Ativo

Pararé morrer

Em 2012 comemora-se o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da

Solidariedade entre Gerações. O “Diário do Alentejo” dá-lhe a conhecer as

histórias de quem escolhe viver positivamente até ao fim, deixando o seu

contributo, independentemente da sua idade. Este país é para velhos.

Texto Bruna Soares

“Existindo saúde, somática e psíquica, nós, mesmo sem querer, estamos sempre a ser solicitados para o estudo, para a meditação, para a leitura e até para a escrita. O escrever, quando não se faz profissionalmente, faz-se, pelo menos, por necessidade. Eu escrevo por gosto e por necessidade, que resulta da necessidade de ocupação, do sentir do dever de ser útil. Costumo dizer que não quero morrer morto”.

Correia das Neves

06

desde cedo, designadamente quem tem uma carreira académica, ao estudo, à me-ditação, à reflexão. É um hábito que se cria. Também se trabalha por hábito. Há quem diga que é por vício, mas eu não gosto de usar essa palavra em relação ao trabalho, porque o trabalho é uma atividade útil”.

Correia das Neves garante ainda que “há um problema de consciência”. “A vida é complexa, os mistérios da vida mantêm--se; a criação, quer da vida vegetal e ani-mal, quer do universo, continua a inco-modar-nos a todos, daí a tendência para refletir e para estudar. Esse é um problema que nos acode muito quando estamos nesta idade”.

Encontra-se a escrever um livro. Tem outro pronto para ser editado, à espera que estejam reunidas todas as condições, uma vez que já existe vontade para que tal aconteça, e espera ainda fazer muitas coi-sas mais.

“Existindo saúde, somática e psíquica, nós, mesmo sem querer, estamos sempre a ser solicitados para o estudo, para a me-ditação, para a leitura e até para a escrita. O escrever, quando não se faz profissional-mente, faz-se, pelo menos, por necessidade. Eu escrevo por gosto e por necessidade, que resulta da necessidade de ocupação, do sentir do dever de ser útil, não quer dizer que se seja, ou que se seja muito”, até por-que, em sua opinião, “não é mau exemplo conseguir ser-se útil”.

Correia das Neves não se queixa da idade, apenas da velhice. “Pode trazer li-mitações, doenças, fragilidades”. E, em relação a si e ao que quer para a sua vida, resume: “Costumo dizer que não quero morrer morto”.

José Alfredo, 64 anos, reformado, por sua vez, encontrou no voluntariado o mote para participar ativamente na vida da sua comunidade. Encontrámo-lo de bata ama-rela envergada, percorrendo os corredo-res do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja. E longe já vão os tempos em

que percorria os vários montes da re-gião, e não só, prestando apoio no setor da agropecuária.

Agora o apoio que dá é outro. Auxilia, como pode, quem chega ou está internado no Hospital de Beja, contribuindo para ajudar a melhorar e a passar o tempo dos utentes. Fornece pequenos lanches, escla-rece dúvidas, encaminha e conforta quem precisa. Foi esta a maneira que arranjou para se ocupar e garante: “É muito com-pensador”. É que afinal esta atividade tam-bém o reconforta a si, porque no jogo do

dar e receber, muitas vezes, o que se ganha é superior ao que se oferece.

É voluntário há seis anos e a atividade, confidencia, “é para durar”. “Sou uma pes-soa ainda das antigas. Vivemos hoje num mundo materialista. Mas a minha parte humana sempre esteve e continua a estar muito vincada. Na altura em que me re-formei, por acaso, vim a uma consulta ao hospital e vi vários papéis sobre o volun-tariado. Nesse momento pensei que tinha chegado a altura certa”, explica.

Tem quase todos os dias da semana ocupados e sente, sobretudo, que conti-nua a ser útil. “Se não estivesse aqui, não estava a fazer nada. Se calhar estava como muita gente está, por exemplo, nas Portas de Mértola [Beja], encostada às paredes e a ver quem passa, mas sobretudo a ver se o tempo passa”, afirma, entre sorrisos.

José Alfredo dedica quatro dias da sua semana ao Hospital José Joaquim Fernandes. Dedica, na verdade, quatro dias aos outros. Sobra-lhe o fim de semana e um dia para tratar dos assuntos da famí-lia. “Estou aqui à segunda, à terça, à quinta e à sexta e sinto-me muito bem”.

Nos corredores continuam a deambular os utentes em busca das salas de consulta. À porta os bombeiros esperam por quem foi ao médico. José Alfredo já conhece muitas das pessoas que chegam ao hospi-tal. Troca uma palavra ou outra. Pergunta a quantas anda a saúde. Se as maleitas do corpo têm dado tréguas e com uma pala-vra e um sorriso encoraja a caminhada de quem se dirige ao balcão, para marcar exames ou para agendar uma nova ida ao médico.

“Encontramos aqui pessoas que têm uma força de vontade impressionante. As pessoas agarram-se à vida com uma força comovente e nós acabamos por aprender com isso. São um exemplo e sinto-me um privilegiado por poder conhecer essa rea-lidade. Claro que também existe o contrá-rio, mas é para isso que nós cá estamos,

JOSÉ

FER

ROLH

O

Page 7: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

“Esta é uma forma de me entreter. Cada um tem a sua. Eu tenho esta. Toda a gente me conhece e toda a gente acaba por me comprar as coisas. Passo a vida assim. Nunca estou parada. É uma opção, mas acho que é uma boa escolha. Pelo menos no meu entender é. Tenho tanta coisa para fazer que às vezes não tenho tempo para pensar. Vivo a vida de forma muito positiva e ainda bem que sou assim, isso ajuda-me muito”.

Elisabete Antónia

“Encontramos aqui pessoas que têm uma força de vontade impressionante. As pessoas agarram-seà vida com uma força comovente e nós acabamos por aprender com isso. São um exemplo e sinto-me um privilegiado por poder conhecer essa realidade. Claro que também existe o contrário, mas é para isso que nós cá estamos, para encorajar, para dar uma palavra e um carinho”.

José Alfredo

07

para encorajar, para dar uma palavra e um carinho. Esta é, sem dúvida, a melhor ma-neira para ocupar o meu tempo livre e para me sentir ativo. É bom estar aqui para aju-dar quem precisa e, às vezes, até se recebe mais do que aquilo que se dá”.

Quando se reformou nunca imaginou que a sua vida pudesse passar por aqui. Pensou em ir para Barrancos, sua terra na-tal, mas a vida trocou-lhe as voltas. Os fi-lhos ficaram pela cidade e os netos, por consequência, também. E o apelo da fa-mília, embora ainda tenha uma parte em

Barrancos, acabou por falar mais alto. “Pensei em arranjar um bocadinho de terra e em me entreter por lá. Mas sinto-me bem e hei de acabar os meus dias por cá e, en-quanto puder, estou no hospital. Vejo-me a fazer isto por muitos mais anos”.

Quem nunca deixou de sentir o apelo da terra foi Elisabete Antónia. Numa tarde em que o tempo se embrulhou e o céu se pin-tou de cinzento encontrámo-la em Montes Velhos, concelho de Aljustrel, a tratar as suas couves, para posteriormente se-rem vendidas numa carrinha pelas terras vizinhas.

Elisabete faz tudo, desde a plantação à comercialização, e no tempo livre, que é pouco, ainda arranja vagar para orga-nizar excursões. “Levo muita gente a pas-sear e a conhecer Portugal e não só”, conta com orgulho, enquanto caminha pela terra lavrada.

“Se parasse, morria”, garante. É assim que encara a vida. Sempre a mexer. “Há mais de 20 anos que me dediquei à horti-cultura e não me imagino a deixar esta ati-vidade, até porque a reforma que tenho é muito baixa e não dá quase para nada. Faço-o por gosto, mas também por necessi-dade”. Ainda assim, não se queixa, até por-que garante que não tem tempo “a perder em lamentações”.

No campo avistam-se várias couves plantadas. Outra das suas terras já está la-vrada e futuramente lá nascerá melão, me-loa e melancia. Tudo para vender com a chegada do verão. A abóbora já lhe ocupou grande parte do tempo e a época do tomate também está a chegar. “Avizinha-se muito trabalho pela frente e ainda tenho de orga-nizar uma excursão aos Picos da Europa”, conta, entre sorrisos, a mulher que desde cedo se habituou a rir da vida.

“Esta é uma forma de me entreter. Cada um tem a sua. Eu tenho esta. Toda a gente me conhece e toda a gente acaba por me comprar as coisas. Passo a vida assim. Nunca estou parada. É uma opção, mas

acho que é uma boa escolha. Pelo menos no meu entender é”, considera.

Chega à horta de manhã. Normalmente reserva as tardes para a venda, depende da época do ano. “Tenho tanta coisa para fazer que às vezes não tenho tempo para pensar. Vivo a vida de forma muito positiva e ainda bem que sou assim, isso ajuda-me muito”.

Elisabete não se vê a deixar de traba-lhar, embora já conte com 69 anos. “Sei que há muitas atividades para as pessoas que deixam de trabalhar, mas a minha vida é isto. Sou uma pessoa muito ativa

e faz-me confusão não estar ocupada, no-meadamente com o trabalho. Quando ti-ver de ser sei que não terei alternativa, mas hei de continuar até o corpo me deixar”.

Paralelemente ao trabalho no campo, faz telefonemas para agências, é convidada a organizar passeios e o povo da zona agra-dece. “Toda a gente gosta de ir nas excur-sões da Elisabete. As pessoas gostam do meu feitio. Sou divertida. Apanhei o há-bito de fazer excursões para ganhar mais algum, mas acabo por passear e por levar os outros a passear também”, diz despa-chada. Primeiro foi uma ida a Fátima, de-pois seguiram-se outras e a rota foi sem-pre aumentando e as distâncias também. “Já fiz viagens aos Açores, à Madeira, a Espanha, a tantos, tantos sítios, que já lhe perdi a conta”. Em média faz dez excursões por ano. “Ainda a semana passada fiz uma. Dez euros por pessoa, apesar da crise, toda a gente pode ir passear”, propagueia.

O ditado “parar é morrer” parece assen-tar perfeitamente em Elisabete Antónia e confessa, enquanto vislumbra toda a se-menteira: “Se o corpo me obrigar a fi-car em casa sei que me vai custar muito. Tenho duas hérnias discais, quando me atacam mais tomo vários comprimidos. Acabam sempre por me passar as dores. Quando estou em casa sinto-me pior, te-nho mais dores. Quando estou a traba-lhar passa mais rápido. Gosto muito do campo”, confessa e, pela sua experiência, conclui: “Conheço pessoas que não estão ativas e que estão piores do que eu. Não oiço ninguém que não se queixe, quer tra-balhe ou não. Por isso é melhor trabalhar”. Os fins de semana chegam-lhe para repou-sar. “Quando morrer tenho todo o tempo do mundo para descansar”, conclui, e de tão esclarecedor que é não há mais moti-vos para explicações.

As histórias de quem não se imagina a parar. Depois dos 60 a vida continua. Ativa, como sempre.

JOSÉ

FER

ROLH

O

JOSÉ

SER

RA

NO

Page 8: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

Atual

Pedro do Carmo e Hélder Guerreiro contam espingardas

PS escolhe sucessor de Pita AmeixaPedro do Carmo e Hélder Guerreiro são os candidatos à presidência da Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista. As eleições, que te-rão lugar a meados de junho, já mexem com o aparelho do PS e os dois autarcas acabaram agora um primeiro périplo pelo distrito para contactar os mili-tantes do partido.

Texto Aníbal Fernandes

No discurso é mais o que os une do que o que os separa. Para além disso,

ambos são eleitos do Poder Local: Pedro do Carmo é presi-dente da Câmara de Ourique, Hélder Guerreiro é vice-presi-

dente no município de Odemira; o primeiro nasceu a 30 de abril de 1971 e o outro seis meses antes, a 21 de outubro de 1970. Guerreiro estudou no Politécnico de Beja, na Escola Superior Agrária, en-quanto Carmo frequentou Direito na Universidade Moderna. São os dois casados.

O autarca de Odemira foi o pri-meiro a apresentar a candidatura ao cargo, mas, ao tempo, ouviu críticas de Luís Pita Ameixa, atual presidente da federação socialista, que achou extemporâneo o seu anúncio.

Por outro lado, Hélder Guerreiro apresentou-se a jogo com o apoio de uma lista de no-táveis onde pontuam os nomes de Pita Ameixa e os presidentes de

câmara de Aljustrel, Beja, Mértola e Odemira.

Pedro do Carmo disse ao “Diário do Alentejo” que a sua candidatura nasceu “debaixo para cima”, mas não deixa de se sen-tir “honrado” com o recente apoio de Francisco Orelha e de José Luís Ramalho, um ex-independente, que se inscreveu no PS para nele poder votar.

Hélder Guerreiro não se in-comoda com o facto de poder ser conotado com a elite socia-lista. Na pré-campanha percor-reu o distrito, organizando ses-sões em todos os concelhos para se “dar a conhecer e recolher in-formações”. Contactou com cerca de três centenas de militantes e com as estruturas das mulheres

e dos jovens socialistas, tendo re-colhido o apoio de Rui Faustino, líder da JS distrital.

Do ponto de vista partidário, no centro dos debates esteve “a proximidade entre as três estrutu-ras federativas” e a forma de “dig-nificar o papel dos políticos e dos partidos políticos” aos olhos dos cidadãos.

Pedro do Carmo também se reuniu em todos os concelhos do Baixo Alentejo. “Uma conversa franca e aberta”, de onde trouxe “centenas de apoios e opiniões” que irão consubstanciar-se na mo-ção a ser apresentada durante o mês de maio.

A primeira tarefa que se apre-sentará a quem for eleito será, cer-tamente, as eleições autárquicas.

Ambos defendem a realização das diretas para a designação dos candidatos socialistas. Pedro do Carmo vê esta nova prática com “agrado” e acha que isso “irá mo-bilizar os militantes e abrir o par-tido à sociedade civil”.

No mesmo sentido vai Hélder Guerreiro que, apesar de reconhe-cer “riscos” neste processo, des-cortina “vantagens fantásticas” e considera ser “um avanço demo-crático e um exemplo que o PS dá ao País”.

Os dois candidatos mostram-se “otimistas” quanto à vitória, e seja qual for o vencedor, no dia a seguir à eleição, contará “com todos”, in-dependentemente dos apoios que tenham manifestado, para as tare-fas eleitorais que se avizinham.

08 O município de Odemira vai promover amanhã, sábado,

a partir das 15 horas, uma tarde dedicada ao cante

alentejano, com a realização de um colóquio e atuação

de cinco grupos corais, no Cineteatro Camacho Costa,

a propósito das comemorações do 25 de Abril. Sob o

mote “Cante Alentejano – aspetos da sua preservação

e transmissão”, o encontro terá como convidados José

Francisco Colaço Guerreiro, Antero Silva, e Pedro

Mestre. Ao palco do Cineteatro Camacho Costa subirão

os grupos corais de São Luís, de Odemira e de Vila Nova

de Milfontes, para além do Grupo Coral e Etnográfico da

Academia Sénior de Serpa e de Os Mineiros de Aljustrel.

Odemira debate

cante alentejano

Câmara de Beja não chega a acordo

A difícil tarefa de atribuir medalhasA

discussão sobre os nomes das personalidades e instituições a serem distinguidas pelo

município de Beja no Dia da Cidade foi adiada para a reunião do execu-tivo, a realizar no próximo dia 18.

O presidente da câmara, Pulido Valente, em declarações à comu-nicação social, considera que se pretende criar “à volta das meda-lhas um problema que não existe”, mas Miguel Ramalho, da oposi-ção, acusa o autarca de “alterar o procedimento” acordado e de

“desrespeitar” os vereadores.A história conta-se assim: no

início do mês, durante uma reu-nião informal do executivo, fo-ram apresentados e discutidos, pelo PS e pela CDU, nomes de per-sonalidades e instituições a serem distinguidas.

Apesar de não ter havido enten-dimento entre as duas forças polí-ticas, Miguel Ramalho considerou a reunião como “positiva e con-sensual”. No entanto, “a situação complicou-se porque o presidente

da câmara não levou em conside-ração o que foi aprovado neste en-contro, decidindo reunir, no dia a seguir, com os grupos políticos da Assembleia Municipal”, disse o vereador comunista.

Por seu lado, Jorge Pulido Valente explicou que o processo está a ser “consensualizado” quer ao nível da vereação, quer da Assembleia Municipal, para “evi-tar” o chumbo dos nomes, à seme-lhança do que aconteceu em 2011. O presidente da Câmara de Beja,

diz estarem vários nomes em cima da mesa, alguns dos quais a CDU não aceita, e outros que não reco-lhem a concordância do PS, mas que o processo vai continuar a ser tratado “tranquilamente e sem alvoroço”.

Entretanto, os eleitos da CDU não participarão em “mais ne-nhuma reunião informal” e, se-gundo Miguel Ramalho, estão disponíveis para debater a ques-tão numa reunião extraordinária da câmara, para que na reunião

ordinária de dia 18 “apenas fos-sem os nomes que merecessem consenso”.

O vereador comunista acusa o presidente da câmara de não estar “a proceder corretamente”, já que a reunião entre os seis vereadores foi “altamente construtiva, muito consensual e onde os autarcas esti-veram preocupados em que não se banalizasse o processo”.

A lista de nomes que sair da câ-mara carece de aprovação posterior em sede de Assembleia Municipal.

“Porque a nossa proposta pretende ser inclusiva, porque é aberta a todos os baixo alentejanos, inovadora, porque os jovens são determinantes para uma região com futuro, e mobilizadora porque a implicação de todos num mesmo caminho é a base de hoje e amanhã”.

Hélder Guerreiro, in Facebook

“A força do PS está na força de cada militante. (…) Só com as pessoas é possível construir soluções e combater problemas. E este é o momento para nos unirmos num projecto comum para o futuro do PS e da região Baixo Alentejo”.

Pedro do Carmo, in Facebook

Page 9: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

09

“Deixo um apelo ao presidente da Câmara de Beja para que se focalize neste problema e que, com bom senso, ajude a encontrar uma solução para o Museu Regional de Beja”. As pala-vras são do deputado do PSD, Mário Simões, depois de uma visita que efe-tuou esta quarta-feira ao Museu Rainha D. Leonor, acompanhado por António Sebastião, presidente da Assembleia Distrital, José António Falcão, diretor do Departamento Histórico e Artístico da Diocese de Beja, e António Inverno, membro da Academia das Belas Artes.

Texto Carlos Júlio

A atravessar uma profunda crise finan-ceira, o Museu Regional de Beja, tu-telado pela Assembleia Distrital, tem

12 funcionários com salários em atraso e com uma situação muito complexa.

António Sebastião, que preside à Assembleia Distrital de Beja, considera que “a melhor solução” seria a transferência da sua tutela para a Câmara de Beja, uma op-ção que tem sido recusada pelo município, por falta de “condições financeiras”.

Mário Simões, em declarações ao “Diário do Alentejo”, defende que é preciso agir em duas frentes. “Uma a curto prazo e que de-pende do bom senso dos responsáveis au-tárquicos – sobretudo do presidente da Câmara de Beja, que é uma das figuras cen-trais em todo este processo –, que têm que compreender que o museu e os seus traba-lhadores não podem servir de armas de ar-remesso político e que têm que assumir as

suas responsabilidades”.Para o deputado social-democrata, é “es-

tranho que Pulido Valente quando era pre-sidente da Câmara de Mértola se recusasse a pagar a sua quota-parte para o museu, di-zendo que essa responsabilidade era da Câmara de Beja, e agora defenda que essa mesma responsabilidade deve ser diluída pelos outros parceiros”.

Em causa está também a decisão tomada recentemente pela Câmara de Beja, com os votos contra da CDU, de diminuir a sua con-tribuição para a Assembleia Distrital em 70 por cento relativamente ao ano passado.

“É preciso que a Câmara de Beja repo-nha o orçamento que aprovou e que pre-via apenas uma redução de 25 por cento das transferências para a Assembleia Distrital”, defende Mário Simões, sublinhando que “aquilo de que estamos a falar são trocos”. “No ano passado a câmara transferia 16 mil euros mensais, este ano, com a redução de 25 por cento proposta no orçamento, fica-ria em 12 mil euros. Ora a câmara pretende apenas transferir 4 700 euros por mês, o que não faz sentido”, diz, uma vez que “o museu localiza-se em Beja e grande parte das suas mais-valias ficam em Beja”.

Para além “do curto prazo” é preciso “pensar uma solução mais definitiva para o museu”, diz Mário Simões, que preco-niza a constituição de “uma estrutura de base, eventualmente associativa, em que a Câmara de Beja tivesse uma parte do ca-pital, mas que associasse a ela outras enti-dades” que pudessem ajudar a viabilizar o projeto, “criando sinergias, numa lógica de gestão empresarial, que poderia ter mesmo

uma dinâmica internacional, uma vez que o museu tem peças de muito valor que em-presta, regularmente, para o estrangeiro”.

Confrontado pelo “Diário do Alentejo” com a possibilidade, desejada por muitos, de o Museu Regional de Beja poder vir a in-tegrar a Rede de Museus do Estado, Mário Simões disse que o diretor do museu, José Carlos Oliveira, esteve recentemente reu-nido com o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, tendo esta solução sido afastada. “Num momento em que a es-tratégia do Governo passa por entregar, me-diante acordos diversos, vários museus aos municípios, considerando que é a gestão mais correta, não faz sentido encarar essa possibilidade”, refere o deputado social--democrata.

Mário Simões destaca ainda “o amor, o voluntarismo e a dedicação dos trabalha-dores” do museu, que, apesar das dificul-dades, estão “muito motivados”. E dá como exemplo o facto de serem eles próprios a assegurarem a limpeza do museu, uma vez que a empresa contratada para o efeito res-cindiu o contrato por falta de pagamento.

O deputado do PSD revela ainda que “nos próximos dias virá a Beja o presidente da Academia Nacional de Belas Artes para co-nhecer a situação concreta do museu e aju-dar a preparar uma estratégia de futuro” e que “existem condições, aliás sublinhadas por José António Falcão, para um maior en-volvimento da sociedade civil e de outros parceiros, como a Igreja ou a Misericórdia, etc., na procura de soluções de fundo para o Museu de Beja”, que é preciso saber aproveitar.

Mário Simões propõe gestão empresarial para o monumento

O Museu não pode ser arma de arremesso político

“O Museu tem sido

usado contra a CM Beja”

Ouvido pelo “Diário do Alentejo”, o presidente da Câmara de Beja con-

tra-ataca e devolve as acusa-ções a Mário Simões. “A situação do Museu Regional tem sido utili-zada por alguns presidentes em fim de mandato, putativos candidatos a Beja, contra o atual executivo ca-marário. Isso é o que tem aconte-cido. Eu gostaria de ter condições financeiras e legais para resolver o problema do museu, mas infeliz-mente não tenho. Sempre defendi, de facto, que o museu passasse para a tutela da câmara. Por que é que isso não foi feito quando ha-via meios financeiros suficientes? Mesmo que hoje quisesse colocar na câmara nem que fosse apenas um funcionário do museu não po-dia. A lei impede que o faça e obriga a uma redução entre dois a três por cento do pessoal da câmara”, diz Pulido Valente.

Sobre a redução em 70 por cento das transferências para o Museu Regional, decididas pela autarquia, Pulido Valente diz: “Pelas contas que fizemos é esse o valor máximo que podemos transferir este ano para a Assembleia Distrital e, neste mo-mento, não podemos afetar mais do que essa verba”, até porque a “câ-mara está impedida, pela chamada lei dos compromissos [que obriga as administrações públicas à assunção de compromissos com base em pre-visões de receitas], a fazer transferên-cias para as quais não tenha recei-tas previstas. Os cortes que fizemos nas transferências acontecem com o museu, como com tudo o resto”.

O presidente da Câmara de Beja considera que “não está em causa a importância do museu ou da sua necessidade para a cidade e para a região”, mas que é preciso que o “seu orçamento seja totalmente re-formulado, encontradas outras for-mas de financiamento, que podem passar pela rentabilização do seu património, e feita uma nova distri-buição dos encargos do museu dife-rente da que tem existido até aqui”.

Pulido Valente defende ainda que a melhor opção, neste momento de contração económica e financeira, é a passagem do museu para a tutela da Comunidade Intermunicipal do Baixo-Alentejo (Cimbal) e revela que pediu ao presidente da Assembleia Distrital, António Sebastião, para convocar “com caráter de urgência” uma reunião daquela entidade “para debater e discutir o futuro do Museu Regional”.

Esta reunião vai ter lugar já esta segunda-feira e o presidente da Câmara de Beja espera “que do debate e da reflexão conjunta pos-sam aparecer respostas para este problema, que não foi a Câmara de Beja que criou, mas que é pre-ciso que seja resolvido com o con-tributo de todos”. CJ

Aquilo de que estamos a falar são trocos. No ano passado a câmara transferia

16 mil euros mensais, este ano, com a redução de 25 por cento proposta no

orçamento, ficaria em 12 mil euros. Ora a câmara pretende apenas transferir 4

700 euros por mês, o que não faz sentido”. Mário Simões

JOSÉ

FER

ROLH

O

Page 10: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

10

PUB

O aeroporto de Beja recebeu quase 2 600 passageiros no primeiro ano de atividade, o que permite “acalentar”, a mé-dio/longo prazo, um “bom de-sempenho” no tráfego de pas-sageiros, que deverá começar a crescer a partir de 2017.

Desde que começou a ope-rar, a 13 de abril de 2011, e até ao passado dia 31 de

março, o aeroporto de Beja pro-cessou 2 568 passageiros e 104 movimentos de aeronaves, entre aterragens e descolagens, de 14 companhias aéreas e voos priva-dos e executivos.

A atividade do aeroporto de Beja no primeiro ano “permite acalentar, no que respeita ao mo-vimento de passageiros, fundadas expetativas quanto a um bom de-sempenho a médio/longo prazo, desde que se mantenha o intenso esforço de promoção do Alentejo

no exterior”, disse à Lusa o dire-tor da infraestrutura aeroportuá-ria alentejana, Pedro Beja Neves.

A confirmar-se “a retoma da economia nacional, nos termos que têm vindo a ser anunciados”, a ANA acredita que, “a partir de 2017, poderão estar reunidas con-dições para um crescimento mo-derado, mas sustentado do trá-fego de passageiros” no aeroporto de Beja, afirmou.

Serão, sobretudo, turistas que “procurarão o Alentejo como des-tino de férias”, disse, referindo que o tráfego de passageiros tam-bém “poderá crescer noutros seg-mentos, por força do dinamismo da economia”.

“Sobretudo do impacto que poderá advir do desenvolvi-mento” do setor agrícola, do tu-rismo residencial e do complexo industrial de Sines, onde “cresce um importante parque empre-sarial, que poderá induzir um

ainda mais significativo impulso à aviação executiva”, explicou.

No entanto, segundo Pedro Beja Neves, até ao momento, a ANA “ainda” não obteve, de com-panhias aéreas, “manifestações de interesse” em operar a partir do aeroporto de Beja, mas acre-dita que “far-se-ão sentir com a evolução das operações”.

Atualmente, o aeroporto de Beja tem uma única operação de voos charters, a segunda promo-vida pelo Grupo Vila Vita para transportar turistas alemães até Portugal e que arrancou no pas-sado dia 8 de março e decorre até 28 deste mês.

Os próximos oito voos da operação, entre os aeroportos de Hannover e Beja, via Estugarda, realizam-se entre 14 e 28 deste mês, lembrou, referindo que o Vila Vita deverá promover uma terceira operação do género em outubro e novembro deste ano.

Por outro lado, “mantém-se em aberto” a hipótese de uma operação entre Paris e Beja em julho e agosto deste ano, a cargo da companhia aérea francesa Aigle Azur, e o aeroporto de Beja espera “continuar a cor-responder a uma interessante procura por parte da aviação executiva”.

Segundo Pedro Beja Neves, decorrem “promissores contac-tos no sentido da dinamiza-ção de operações com os merca-dos alemão e inglês” em 2013, o que irá depender do “grande es-forço de promoção do Alentejo no exterior”.

O aeroporto de Beja, que im-plicou um investimento de 33 milhões de euros e resulta do aproveitamento civil da Base Aérea n.º 11, começou a operar a 13 de abril de 2011, quando se realizou o voo inaugural até Cabo Verde.

2 600 passageiros no primeiro ano de atividade

Tráfego no aeroporto de Beja cresce a partir de 2017

Aeromec constrói hangar de manutenção ainda este anoA empresa portuguesa Aeromec

deverá começar a construir no

segundo semestre deste ano

um hangar de manutenção de

aeronaves no aeroporto de Beja,

num investimento de cinco

milhões de euros. O projeto

“já foi apreciado pelas diversas

entidades” competentes e há

“firmes expetativas” de que

a construção do hangar de

manutenção de aeronaves comece

“no decorrer do segundo semestre”

deste ano, adiantou o diretor do

aeroporto de Beja, Pedro Beja

Neves. Segundo o responsável, o

projeto poderá criar “cerca de 150

postos de trabalho”. A construção

e a exploração do hangar de

manutenção de aeronaves estão

previstas num acordo assinado

entre a ANA – Aeroportos de

Portugal e a Aeromec, que se

apresenta como “uma das maiores

empresas de manutenção de

aeronaves executivas no sul

da Europa”. “Trata-se de uma

importante aposta da iniciativa

privada no desenvolvimento do

aeroporto de Beja”, considera a

ANA, segundo a qual a Aeromec

irá ocupar o hangar por um

período inicial de 30 anos.

Suíços da Jetlease querem vender peças de aviões em Beja

O grupo multinacional suíço Jetlease está interessado em instalar um han-gar para venda de peças de aviões em segunda mão certificadas no aero-porto de Beja, adiantou à Lusa o diretor da infraestrutura aeroportuária

alentejana.A intenção do grupo Jetlease é construir no aeroporto da cidade alentejana um

hangar, que, “em última instância”, servirá para “venda de peças em segunda mão certificadas”, revelou Pedro Beja Neves.

Segundo o responsável, a venda das peças poderá envolver “um negócio de des-mantelamento de aviões”, mas o grupo quer, sobretudo, dinamizar no aeroporto de Beja “um local de venda por excelência de peças de aviões em segunda mão, devi-damente certificadas”.

O grupo Jetlease tem estado em “conversações preliminares” com a ANA – Aeroportos de Portugal desde agosto de 2011 e, agora, as duas entidades vão come-çar a “aprofundar as conversas” para “verificar em que medida é possível viabilizar o negócio”, disse Pedro Beja Neves.

Na terça-feira, uma delegação do grupo Jetlease visitou o aeroporto de Beja e reuniu-se com a ANA, disse o responsável, referindo tratar-se de uma “primeira reunião de negociação”.

O projeto do grupo Jetlease é o segundo da aérea da indústria aeronáutica pre-visto para o aeroporto de Beja, após o da empresa Aeromec, que prevê construir um hangar para manutenção de aviões, num investimento de cinco milhões de euros.

Page 11: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

11

População de Odemira pode apresentar propostas para investimentos públicos A Câmara Municipal de Odemira desafiou a população local a apresentar propostas para investimentos públicos, no âmbito do orçamento participativo, num montante glo-bal de 500 mil euros, que serão integrados no orçamento

municipal do próximo ano. A fase de apresentação de pro-postas decorre desde o início deste mês e prolonga-se até ao final de junho, sendo em outubro a votação das pro-postas finalistas. O orçamento participativo de Odemira tem por objetivo contribuir para uma maior aproxima-ção entre as políticas públicas e os cidadãos e potenciar

o exercício da cidadania participada, ativa e responsável, com vista à melhoria da qualidade de vida no concelho. O orçamento participativo de Odemira é deliberativo, pois são os cidadãos a apresentar propostas e a decidir, atra-vés de votação, as propostas a incluir no orçamento muni-cipal do ano seguinte.

O Centro de Apoio ao Endividado desloca-se a Beja,

ao Centro Social do Lidador, no próximo dia 27, a

partir das 10 horas, para prestar esclarecimentos

às populações sobre restruturações e insolvências.

As sessões de esclarecimentos são gratuitas, mas

é necessário marcar hora (213 156 265 ou através

do site: www.vivafelizsemdividas.com).

Centro de Apoio

ao Endividado desloca-se

a Beja

PUB

Investidores disputam central de gaseificação de biomassa

Obras mal paradasem Ferreira do Alentejo

As obras da central de ga-seificação de biomassa de Ferreira do Alentejo estão

paradas há várias semanas em vir-tude de um suposto desentendi-mento entre as empresas envolvi-das na sua construção: a Resipower, do grupo LENA, e uma firma espa-nhola responsável pela instalação das tecnologias do grupo interna-cional Westman. Em causa parece estar o total desinvestimento por parte da Resipower, que detém a li-cença de exploração, ao contrário do parceiro espanhol que já avan-çou com a totalidade da sua parte

do capital. Entretanto, vários su-bempreiteiros locais estão sem re-ceber pelos seus serviços desde a interrupção das obras.

De salientar que os pavilhões para a instalação da unidade es-tão praticamente concluídos e que, no local, se encontram vários contentores com o equipamento destinado a transformar bio-massa em energia elétrica. E é por isso mesmo que o presidente da câmara local, Aníbal Reis Costa, acredita que as empresas vão tem que se entender: “Já existe um grande investimento no terreno,

as empresas candidataram com sucesso o projeto ao QREN, pelo que a obra avançará com uma ou com a outra empresa”.

Situada no Parque Agroin-dustrial do Penique, em terrenos vendidos pela autarquia, a cen-tral de gaseificação de biomassa de Ferreira do Alentejo envolve um investimento global de 17 mi-lhões de euros. A unidade, cujo início de funcionamento estava previsto para o primeiro trimes-tre deste ano, utiliza um processo tecnológico inovador e único em Portugal que terá a capacidade de

transformar mais de 60 mil to-neladas de resíduos vegetais em energia que será injetada na rede elétrica nacional.

Em comunicado datado de 2011, Agostinho Ribeiro, admi-nistrador da Resipower, referia a “forte inovação tecnológica” que a central “representa para a re-gião e para o País”, permitindo a criação de 15 a 20 postos de tra-balho diretos, sem qualquer tipo de impactes ambientais, “nomea-damente os que pudessem resul-tar da emissão de gases”.

O “Diário do Alentejo” con-

frontou a administração do grupo LENA com um conjunto de per-guntas às quais, até ao fecho desta edição, não tinha obtido resposta.

Fonte ligada ao investidor es-panhol, que pediu o anonimato, garante que “a obra apenas será retomada quando o grupo LENA co-meçar a colocar dinheiro no projeto ou, caso não tenha capacidade para isso, ceda a licença de exploração”.

Aníbal Costa não toma partido por nenhuma das empresas, mas garante que “elas estão destinadas a entender-se agora ou num fu-turo próximo”.

Page 12: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

Governo aprovou linha de crédito para a agricultura

50 milhões contra a secaO

Governo aprovou no final da se-mana passada em Conselho de Ministros a criação de uma linha

de crédito de 50 milhões de euros dirigida a agricultores, no âmbito do programa de combate à seca.

De acordo com um comunicado, a linha de crédito aprovada, “em execução do pro-grama de combate à seca já adotado pelo Governo, tem como objetivo compensar o aumento dos custos de produção resultan-tes da seca, nomeadamente os custos relati-vos à alimentação animal devido à escassez de pastagens e de algumas espécies vegetais”.

O financiamento, “com juros boni-ficados”, dirige-se “prioritariamente a

operadores que exerçam atividade no se-tor da pecuária extensiva, nomeadamente bovinicultura, caprinicultura, ovinicul-tura, equinicultura e suinicultura, bem como para operadores em outras ativida-des agrícolas”.

A ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, esclareceu que, dos 50 milhões, 30 destinam-se ao setor pecuário e os restantes 20 “poderão ser para outras atividades que serão muito brevemente definidas”.

Numa conferência de imprensa, que de-correu no ministério, em Lisboa, Assunção Cristas referiu que as “outras ativida-des” estão relacionadas com a produção

agrícola. “Será muito rapidamente emitida uma portaria para alargar os 20 milhões de euros a estas áreas”, garantiu.

A ministra anunciou ainda que a par-tir desta semana o IFAP [Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas] começa a receber as candidaturas, mesmo antes de o diploma estar publicado.

“Assim aproveitamos este tempo até à promulgação e publicação para ir fazendo a recolha das candidaturas, a triagem, e para saber se no final precisamos de fazer algum rateio ou não e podermos, mal haja a publicação, permitir que os agricultores vão junto das instituições de crédito para fazer a contratualização”, disse.

12

Vila Morena comemora 25 de Abril em vários espaços Uma prova de atletismo, a inauguração de uma exposição e atuações mu-sicais são alguns dos destaques das comemorações dos 38 anos do 25 de Abril em Grândola, que se vão concentrar no edifício dos paços do conce-lho, na biblioteca municipal e no coreto da vila. A Corrida da Liberdade dá o “pontapé de saída” para os festejos, às 21 horas de dia 24, à mesma

hora a que, nos paços do concelho, começam as visitas guiadas à Galeria dos Presidentes. Na biblioteca é inaugurada a exposição de pintura “Memórias de Abril”, decorrendo, às 22 e 45 horas, um concerto de tributo a Zeca Afonso, seguido de um espetáculo de fogo de artifício. A inaugura-ção do espaço requalificado da Adega António Inácio da Cruz, ao som do fado, e um baile no coreto são outros dos atrativos da programação.

O 38.º aniversário da Revolução dos Cravos vai ser festejado em Moura, através de um conjunto

de atividades organizadas pela câmara municipal, em conjunto com coletividades e juntas de

freguesia do concelho. O programa, com iniciativas em todas as freguesias do concelho de Moura,

inclui um espetáculo musical, torneios de malha, de xito e de voleibol, um passeio motorístico e

arruadas com as bandas filarmónicas do concelho. Na cidade de Moura, destacam-se, na noite

de 24, às 21 e 30 horas, na praça Sacadura Cabral, um concerto com a Brigada 14 de Janeiro, e,

na tarde de 25, às 17 horas, no mesmo local, uma animação musical com o grupo 70 Volts.

Festejosdo 25 de Abril

em todas as freguesias de Moura

“O PCP e a Revoluçãode Abril” em debate

“O PCP e a Revolução de Abril” é o tema de

uma tertúlia que o organismo da cidade de Beja

do Partido Comunista promove na próxima

terça-feira, dia 17, pelas 21 horas, no Centro de

Trabalho de Beja do PCP. Domingos Abrantes,

membro do Comité Central do PCP, “é o

convidado especial desta conversa”, aberta “a

militantes e democratas”. Em comunicado

de imprensa, o PCP lembra que “Domingos

Abrantes foi privado da sua liberdade durante

11 longos anos do regime fascista e integrou o

conjunto de oito militantes comunistas que a 4 de

dezembro de 1961 protagonizaram a célebre fuga

do Forte de Caxias, num velho Mercedes à prova

de bala, oferecido por Hitler ao ditador Salazar”.

O organismo da cidade de Beja do PCP promove

também, na mesma data, uma exposição de

livros e jornais à entrada do Centro de Trabalho

de Beja. As iniciativas enquadram-se nas

celebrações do 38.º aniversário do 25 de Abril.

PUB

JOSÉ CÂNDIDO CHÍCHARO & FILHO, LDA.Rua D. Afonso III, Ed. Toyota, Apart 76 7800-050 Beja Tel. 351284311410/12 Fax 351 284 311 419 [email protected] FRANCISCO FERNANDES (chefe de vendas) Telemóvel +351 961 338 937

CA

MP

AN

HA

PR

IMA

VE

RA

20

12

(até

31

de

Ma

io d

e 2

012

)

Page 13: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

Vencedores revelados este sábado em Mora

Fotojornalistas disputam Estação Imagem

13

Assembleia de Freguesia de Safara (Moura) exige reabertura dos correios A Assembleia de Freguesia de Safara (Moura) aprovou uma mo-ção a exigir a reabertura da estação de correios da aldeia com a “totalidade” dos serviços que prestava até 26 de setembro de 2011, dia em que foi encer-rada. A moção, que foi aprovada “por unanimidade” dos eleitos da CDU e do PS, numa reunião extraordinária da Assembleia de Freguesia de Safara, terá sido

entregue ontem, já depois do fecho desta edição, ao Ministério da Economia, à administração dos CTT e à presidente e aos grupos parlamentares da Assembleia da República. Por decisão dos CTT, a estação de correios da aldeia de Safara fe-chou e foi substituída por um posto de atendimento numa papelaria, o que pro-vocou polémica na aldeia e motivou um abaixo-assinado de protesto, que foi en-tregue no Ministério da Economia.

O Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, promovido pelo município de Santiago do Cacém desde

1995, regressa este ano, estipulando o regulamento que as obras a concurso têm de ser apresentadas à

autarquia até dia 30 deste mês. Este prémio tem caráter bienal e visa distinguir uma coletânea de contos

originais, escritos em língua portuguesa por autor maior de idade natural de qualquer país que integre a

comunidade lusófona. O valor pecuniário do Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca foi estipulado

em cinco mil euros e será atribuído à obra selecionada pelo júri. O prémio é entregue em outubro, em

cerimónia pública, podendo também o júri decidir atribuir até um máximo de três menções honrosas

PrémioNacional de

Conto regressa este ano

Quase 150 fotojornalistas, que apre-sentaram um total de 452 reporta-gens, disputam este ano o Prémio

de Fotojornalismo Estação Imagem/Mora, cujos vencedores são anunciados amanhã, sá-bado. “São números praticamente iguais aos do ano passado, o que prova que este prémio é apelativo para os fotógrafos”, afiançou Luís Vasconcelos, da associação Estação Imagem.

Segundo o responsável, esta adesão é ainda um sinal de que, embora “tenha ha-vido ultimamente alguma razia na fotogra-fia nos distintos órgãos de comunicação so-cial, os profissionais querem participar e fazer reportagens”.

O concurso, dedicado à reportagem, é

promovido pela Estação Imagem, com sede em Mora e centrada no estudo e promoção da imagem, sobretudo da fotografia documental, e pelo município alentejano.

O prémio já vai na terceira edição, apresen-tando a concurso “147 fotógrafos, com um to-tal de 452 reportagens, que envolvem mais de 4 500 fotografias”, realçou.

Nas duas primeiras edições, a iniciativa foi aberta apenas a fotojornalistas portugue-ses e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop), mas este ano também os fotógrafos da região espanhola da Galiza pu-derem concorrer.

“E, das 452 reportagens apresenta-das às várias categorias, há 12 trabalhos

vindos da Galiza”, congratulou-se à Lusa Luís Vasconcelos.

O galardão principal a atribuir é o Prémio Internacional de Fotojornalismo, a que se juntam mais seis categorias: Notícia, Vida Quotidiana, Desporto, Artes e Espetáculo, Ambiente e Série de Retratos.

Além disso, foram apresentados outros 18 projetos, que vão disputar a bolsa integrada no Prémio de Fotojornalismo Estação Imagem/ /Mora.

O júri está reunido, em Mora, desde on-tem, quinta-feira, sendo os prémios anuncia-dos amanhã, sábado, no auditório municipal.

“No sábado é também inaugurada a ex-posição do Paulo Alegria, vencedor da bolsa

no ano passado, que vai estar patente na Casa da Cultura de Mora, durante 15 dias”, disse o organizador.

Paulo Alegria desenvolveu um projeto inti-tulado “Cultura Magra”, que aborda “as asso-ciações recreativas e culturais do concelho de Mora”, explicou.

A exposição ruma depois ao Porto, ao Centro Português de Fotografia, onde fica pa-tente de 5 de maio a 2 de julho.

O júri do concurso, nesta terceira edição, é presidido por Emilio Morenatti, eleito foto-jornalista do ano em 2010, pela National Press Photographers Association, e melhor fotojor-nalista da imprensa em 2008, pela Pictures of the Year International (POYi).

PUB

www.diariodoalentejo.pt

um jornalpara todaa região

Onde estiver, quando quiseral

www.diariodoalentejo.pt

SEXTA-FEIRA, 6 ABRIL 2012 | Diretor: Paulo Barriga

Ano LXXX, No 1563 (II Série) | Preço: € 0,90

Candidatura do cante

apenas em 2013

A Comissão Nacional da Unesco, por indi-

cação de Paulo Portas, decidiu não entregar

este ano a candidatura do cante alentejano

a Património da Humanidade. pág. 10

Licenciatura chumba

Caeiros no InAlentejo

Filipe Palma é o novo vogal do Programa

Operacional do Alentejo, proposto pelos

municípios. Fernando Caeiros sai por não

possuir qualquer grau académico. pág. 8

As rezas não fi xam

pessoas na aldeia de Sete

Lá onde os resistentes rezam durante nove

dias pela água da chuva, ainda não inven-

taram uma oração para fi xar os jovens à

sua própria terra. págs. 4/5

Alta do cobre valoriza

minas alentejanas

Governo abriu concurso para novas prospeções

pág. 9

JOSÉ

FER

ROLH

O

JOSÉ

SER

RA

NO

A Páscoa traz a Serpa as festas de N. Sra. de Guadalupe pág. 12

PU

B

Vito Carioca afi rma que o

IPBeja “transitou o ano” em

equilíbrio fi nanceiro. Isto apesar

de reconhecer que os alunos

são cada vez menos e que a

saúde do instituto passa muito

por fatores externos à própria

instituição. Pelo que, refere, a

aposta futura será na qualidade e

na adequação dos cursos ao meio

envolvente, na investigação e na

internacionalização. págs. 6/7

PUB

Vito Carioca em entrevista ao “Diário do Alentejo”

Presidente do IPBeja avança

para nova candidatura

A Páscoo

João CanijoO realizador que guarda Montes Velhos

no seu argumento original Pág. 13

DR

Page 14: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

OpiniãoEsta direita é burraMarcos Aguiar Licenciado em Psicologia

Em tudo na vida existem duas faces da mesma moeda. Na escola, por exemplo, sempre existiram bons e maus alunos – em tempos apelida-dos de “burros”. Da mesma forma, em política, também existe uma di-reita esperta e uma direita menos esperta. Alguns países, em deter-minados momentos da sua história, deram-se bem com regimes políti-

cos de direita e outros nem por isso. A nós, infelizmente, calhou-nos esta direita “burra”, na pior das alturas.

Em conformidade com o seu ideário retrogrado, esta di-reita portuguesa, depois de chegar ao poder, começou ime-diatamente a agir contra o seu ódio de estimação – a es-cola pública. Recorde-se a campanha que descredibilizou a Iniciativa Novas Oportunidades, a interferência desas-trada no modelo de financiamento e gestão do ensino supe-rior, a hipocrisia que levou à morte do Plano Tecnológico, a proposta de revisão curricular atabalhoada e, mais re-centemente, o ataque feito ao Programa de Modernização do Parque Escolar. Tudo isto com a complacência – e em alguns casos a cumplicidade – de uma comunicação social ávida de chupar o espólio da RDP/RTP privatizada.

Mas centremo-nos apenas no Programa de Modernização do Parque Escolar. Esta direita recusa a aceitar que este é “só” o mais excecional investimento que Portugal fez na sua história ao nível da educação, favore-cendo o acesso ao ensino público de qualidade a milhares e milhares de crianças e jovens, com a construção de de-zenas de novas escolas e a recuperação de muitas outras já existentes.

Pior: esta direita não percebe que este esforço não pres-supôs apenas “uma revolução de betão”, mas sim uma mu-dança de paradigma educativo, em que pela primeira vez se articulou uma reforma do parque escolar com várias outras reformas no campo da educação e formação, tra-zendo, por exemplo, o ensino profissional para dentro da escola regular, alcançando objetivos que alguns conside-ravam irrealistas. Nos últimos seis anos Portugal melho-rou a taxa de abandono escolar em 11 pontos percentu-ais. Estes são indicadores fabulosos em qualquer parte do mundo, nunca antes se tendo verificado uma melhoria tão evidente e tão rápida neste indicador crítico.

Esta direita portuguesa limita-se a olhar as partes sem apreender o todo. Identifica os defeitos das políticas edu-cativas dos últimos anos (e foram vários), mas não quer aceitar as virtudes. Não admite, por exemplo, que o inves-timento na educação é altamente reprodutivo e descen-tralizador. Seja a curto prazo, porque construir escolas contribui para impulsionar o País e as economias locais através da dinamização do setor da construção civil – ge-rando emprego e redistribuindo riqueza em todo o territó-rio; seja a médio/longo prazo, porque todas as evidências nos indicam que as sociedades qualificadas são também as mais prósperas. Vem-nos imediatamente à cabeça a cé-lebre frase: “É a economia, estúpido!”.

Esta direita portuguesa não consegue pensar em grande – e muito menos aceitar que outros o consigam fazer. Mas será que alguém concebe que um programa com a dimen-são de investimento e de temporalidade do Programa de Modernização do Parque Escolar chegue ao fim sem der-rapagens? Será possível ignorar que a meio da execução do programa se mudaram as regras de licenciamento na cons-trução e que isso somou novos custos aos projetos? Será

aceitável encobrir que com o programa em andamento se decidiu o alargamento da escolaridade obrigatória de nove para 12 anos e que tal obrigou (e bem) a imensos ajusta-mentos com o intuito de adaptar os vários projetos a esta nova realidade?

Esta direita não percebe que a mentira, porque tem perna curta, é ela própria sinónimo de burrice. Então o ministro da Educação foi ao parlamento enganar os depu-tados e a opinião pública ao garantir que o Programa de Modernização do Parque Escolar teve uma derrapagem de 447 por cento? Onde terá ele desencantado este número? Mas desconhecerá o ministro que a estimativa de alunos por escola aumentou de 800 para 1 230 alunos, exigindo, por isso, uma gigantesca expansão da intervenção que a Parque Escolar não poderia prever em 2008, antes do alar-gamento da escolaridade obrigatória ao 12.º ano?

Perante tamanho desgoverno, somos obrigados a con-cluir que: ou o ministro está a ser mal informado – e isso deveria preocupá-lo; ou ele é mesmo mau a matemática – o que ainda o deveria preocupar mais, porque, pelo (des)andar da carruagem, ainda alguém se lembrará de lhe co-locar um par de orelhas à antiga…

Financiamentoeuropeu pode dinamizar a economiaMaria da Graça Carvalho Eurodeputada

Não é a primeira vez que a execução do Quadro de Referênc i a E st r até g ic a Nacional (QREN) assume um papel tão decisivo para Portugal. Este instrumento de financiamento europeu é hoje, praticamente, o único recurso à disposição do Governo português para in-

vestir na dinamização da economia.No passado, o governo de Durão Barroso fez a repro-

gramação estratégica do quadro comunitário em vigor no período 2000-2006. Para a segunda metade deste período Durão Barroso decidiu-se por uma aposta estratégica na ciência, na inovação e no conhecimento como fatores de desenvolvimento da economia. A execução dos fundos co-munitários coube aos governos subsequentes e teve por consequência uma melhoria significativa dos indicadores de ciência e de inovação.

Todavia, este resultado, em si próprio positivo, não teve o impacto desejado na economia portuguesa em virtude de a mesma se debater com várias ineficiências do mer-cado, a burocracia e os conhecidos custos de contexto. As condições macroeconómicas adversas determinaram, em boa medida, a incapacidade de absorção por parte da so-ciedade dos produtos e das ideias inovadores entretanto gerados.

A política atual de saneamento das contas públicas, de reforma administrativa e de reorganização dos mercados deverá criar as condições para que o investimento na ino-vação se torne um fator de competitividade e de produção de riqueza.

O governo atual deverá, urgentemente, reprogramar os fundos afetos ao QREN de forma a reorientá-los para o apoio às PME, ao emprego jovem, à inovação, à ciên-cia e à inserção de especialistas no tecido empresarial.

Concomitantemente, deverá ser feito um grande es-forço para simplificar, tanto quanto possível, o acesso aos fundos.

O modelo escolhido pelo Governo para levar a cabo a desejada reprogramação do QREN é o adequado – com grande proximidade ao primeiro-ministro, coordenado pelo ministro das Finanças e com o envolvimento dos mi-nistros sectoriais.

Mas os prazos para a reprogramação são apertados. Urge pois reprogramar, simplificar e executar o QREN com a maior celeridade.

Uma visitaLuís Covas Lima Bancário

A evocação da memória, histó-rias vividas, sentidas, lembra-das e relembradas. O Batalhão de Caçadores n.º 596/1963 re-gressa a Beja, sim, porque se trata de um regresso. Agora com uma missão diferente. Uma visita ao seu médico, que, esteja onde estiver, conti-nuará a sentir a amizade que

sempre lhe quiseram dedicar.Um grupo de verdadeiros amigos, que há praticamente

quase 50 anos embarcou no “Pátria”, para Moçambique. Primeiro, Vila Pery, agora Chimoio, depois destacados para o teatro de guerra, Mueda. Gente e costumes de lo-cais diferentes e origens diversificadas apelou desde o pri-meiro instante à união que ao longo dos tempos se conso-lidou e tornou “todos em um”. Uma cena comum de um filme que não escolhe realizadores, atores e figurantes. Vale a pena reviver estes encontros, habitualmente com um cariz anual. Não se trata somente da CCS 596, mas de todos aqueles que serviram e deram a vida pela sua pátria na Guerra do Ultramar.

O seu médico já cá não está, mas haverá anfitriões à al-tura. Desta região, desculpem-me os restantes que muito prezo, destaco o brigadeiro Ventura Lopes, homem bom, competente e dedicado, que defendeu os seus homens sem-pre na primeira pessoa, em prol dos superiores interesses de uma nação que sempre se quis reencontrar. A sua lide-rança foi o apanágio que sempre o caracterizou. Mereceu sempre a lealdade de quem aprendeu a considerá-lo e a reconhecê-lo.

Havia um médico, mas também havia um capelão. O padre Esteves, além de camarada e amigo, empenhava-se na missão espiritual junto de quem estava longe dos seus. Muito terá contribuído para uma motivação na maior parte das vezes difícil de encontrar, ajudando na confissão todos sem exceção, fossem crentes ou não. O capelão que, pela relação umbilical que soube criar com os seus compa-nheiros, foi distinguido mais tarde, e por diversas vezes, como o eleito para a consagração do matrimónio dos fi-lhos dos homens do seu batalhão.

Neste regresso a Beja, o ponto de encontro será no Jardim do Bacalhau, a visita será ao sítio do descanso eterno e a confraternização será no restaurante Alcoforado. Qualquer coisa, como sentir, o antes, o durante e o depois. Do passado reconheço a saudade, do presente a dignidade e do futuro a esperança.

Meus bons amigos, é um prazer enorme recebê-los no-vamente nesta cidade de Beja. Tentaremos estar à altura de quem tanto dignificaram e que não se esquece de vós, o vosso médico.

14 Há já vários meses que está na rua a pré-campanha eleitoral para a Federação Distrital de Beja do PARTIDO

SOCIALISTA. Na luta pela sucessão de Pita Ameixa no cargo estão o atual presidente da Câmara de Ourique, Pedro do Carmo, e o vereador da Câmara de Odemira, Hélder Guerreiro. Que nesta altura contam espingardas para uma eleição onde, aparentemente e na essência política, quase nada separa os candidatos. PB

Continuar com esta política de austeridade violenta forte-mente recessiva em plena recessão económica, o que é contrá-ria aos ensinamentos mais elementares da ciência económica, é conduzir a economia portuguesa para o abismo”. Eugénio Rosa, “Alentejo Popular”, 5 de abril de 2012

Page 15: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

15

Cartas ao diretor

Alquevaestá paradoDiamantino António Funcheira

Estou solidário com o ex-ministro da Agricultura António Serrano, do Partido Socialista. Tudo o que ele relatou na página número sete do jornal “Diário do Alentejo”, de 6 de janeiro do ano de 2012, acusando o Governo de não dar seguimento a todos os projetos já iniciados do anterior go-verno socialista, confirma-se com essa atitude se o Governo de direita do Partido Social Democrata não quer concluir as obras deixadas pelo anterior governo de José Sócrates por uma inveja de tra-balho já começado e com toda a dedicação do en-tão governo.

Está ligada a este governo a senhora ministra da Agricultura Assunção Cristas, que não tem de-senvolvido nada pelo Alentejo, por os alentejanos pertencerem à raça comunista. Corta as pernas aos alentejanos para eles andarem com fome.

Pede-se à senhora ministra da Agricultura Assunção Cristas que vá frequentar um curso de formação para assim melhor conhecer as várias qualidades de couves e a época em que elas são plantadas.

Portugale o futuroJosé Fernando Batista Aljustrel

Recentemente o desemprego bateu recordes, ouvimos as queixas do Cavaco sobre a sua “ma-gra” reforma, também que Jardim “teve que se vergar”nas negociações com Lisboa (um balde de água fria sobre o “bailinho da Madeira”) e mais duas idosas foram encontradas mortas, entregues que estavam a si próprias no fim da vida, o que vem demonstrar o que é mais que óbvio que o Estado está mais vocacionado para atender os mais ricos e inf luentes do que para cuidar e valer os mais pobres e isolados. Na área dos transportes mais uma pedrada, com aumentos de toda a ordem, e ainda as altera-ções na legislação laboral, que prevê grandes penalizações para os trabalhadores.

Destes últimos dias, pois, não há lembran-ças muito agradáveis para guardar. Saudades só mesmo do ta lento que Eusébio esban-java nos relvados e que as televisões mostra-ram quando dos seus 70 anos. Ouvindo aquele que foi o melhor futebolista que Portugal ge-rou dá-se valor a outras coisas, como a simpli-cidade, a transparência e a verdade. Eusébio é o que parece, não engana ninguém, ape-sar de alguns ressabiados dizerem mal de si. De Portugal não me atrevo a dizer o mesmo. Nunca se sabe o que estará debaixo de uma pedra quando a levantamos…

Há 50 anosEstudantesem Lisboae Benficaem Londres

Em meados de abril de 1962 o “Diário do Alentejo” publicava, apesar da Censura salazarista, duas pequenas

notas sobre as grandes lutas estudantis que nesses dias se travavam em Lisboa. Na edi-ção de 11 anunciava em seis linhas “A de-missão do Reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Marcello Caetano”, explicando que “foi aceite o pedido de demissão apresen-tado pelo reitor da Universidade de Lisboa, Prof. Marcello Caetano, em virtude dos in-cidentes registados pela proibição do ‘Dia do Estudante’”. Duas edições depois, em mais oito linhas intituladas “O Governo não aceita condições para termo de luto académico”, no-ticiava: “O Ministério da Educação Nacional declara, em nota oficiosa, que ‘o Governo não está disposto a aceitar nenhuma condi-ção para terminar o chamado luto ou greve académica’. Afirma-se também que vão ser suspensas as direcções das Associações de Estudantes”.

Se as manifestações estudantis em Lisboa, ferozmente reprimidas pelo fas-cismo, não conseguiam senão breves referên-cias “oficiosas”, o Benfica abria a edição de 6 de abril, com honras de Nota do Dia, intitu-lada “Exemplo”, escrito onde um anónimo editorialista elogiava a polícia... de Londres!

Treinado por Bella Gutman, o Benfica de Coluna e Eusébio – que semanas depois se sagraria bicampeão europeu, vencendo por 5 a 3, na célebre final de Antuérpia, o Real Madrid de Gento e Puskas – tinha jogado na véspera, em Londres, contra o Tottenham, a segunda mão das meias-finais da Taça dos Campeões Europeus. Embora perdendo por 2 a 1, os portugueses eliminaram os ingleses, pois haviam ganho no Estádio da Luz por 3 a 1. (Só para iniciados: contra os “Spurs”, em White Hart Lane, o Benfica alinhou com Costa Pereira; Mário João, Germano e Ângelo; Cavém e Cruz; José Augusto, Eusébio, Águas, Coluna e Simões).

A propósito do encontro, o vespertino bejense enaltecia “a atitude calma, compre-ensiva, que os guardas da Polícia de Londres adoptaram para com os portugueses que as-sistiram ao jogo e que, mal este findou, no auge do entusiasmo e da alegria, invadiram o terreno para vitoriar os jogadores benfiquis-tas”. E comentava a atuação da polícia britâ-nica em relação aos adeptos do Benfica, com-parando-a implicitamente com a da polícia portuguesa na repressão dos estudantes em Lisboa: “A Polícia de Londres, apesar do ma-logro dos seus compatriotas, também saiu vencedora do ‘desafio’, demonstrando, uma vez mais, que a serenidade, a correcção de procedimento e a discreção de atitudes são as melhores e mais persuasivas ‘armas’ para a autoridade impor, dignamente... a sua auto-ridade. Em Londres, como em qualquer ou-tro ponto do Mundo civilizado”.

Carlos Lopes Pereira

Histórias de Abril (2)A professora rebelde

Liceu de Beja, abril de 1974. Mais um simples dia de aulas, ou talvez não? As notícias na rádio, a agitação entre as pessoas, rapidamente confirmam que esse não será um dia qual-

quer. Como ninguém, Sophia, poeta maior, o cantaria: “O dia ini-cial inteiro e limpo/Onde emergimos da noite e do silêncio”.

Ironicamente, estava marcado para esse dia um teste da “disciplina oficial”: OPAN (Organização Política e Administrativa da Nação). De nada serviu a insistência com a professora M. para que não realizasse o teste, sobre um re-gime que estava a cair na rua, com um dos seus principais chefes cercado num quartel de Lisboa, pelo povo e pelas tro-pas de um tal capitão Salgueiro Maia.

Jovem ainda, receosa por eventuais represálias, cumpri-dora dos seus deveres, a professora lá conseguiu convencer a turma a fazer o teste, ainda que de uma forma bastante me-nos formal que o habitual. Como se costuma dizer, apenas para “cumprir calendário”.

No dia seguinte todos estavam à espera da aula da profes-sora H. Igualmente jovem, recém chegada da faculdade, era uma autêntica lufada de ar fresco, numa escola conservadora que, à imagem e semelhança das suas congéneres, procurava incutir nos estudantes as virtudes de um Estado que se dizia Novo, mas que estava tão caduco como as folhas que ciclica-mente caem no outono.

A professora H. ensinava Sócrates, Aristóteles e Platão, o idealismo, o positivismo e o existencialismo. Mas não esque-cia o marxismo e a luta de classes, nem deixava de incentivar os seus alunos a ler As mãos sujas, de Sartre, ou Os Justos, de Camus. Tal como, mais tarde, levaria um grupo a Lisboa, a ver teatro, na cave de uma cervejaria famosa, onde atuava uma companhia com um nome bem elucidativo: Comuna.

Certo dia, um grupo dos seus alunos, que, timidamente e com os cuidados naturais para a época, começava a ler uns livros proibidos (que sabiam existir, escondidos, na livraria Carlos Marques, junto à redação e às oficinas do “Diário do Alentejo”), a discutir temas como a independência da Guiné-Bissau, quis fazer-lhe uma “provocação”, colocando à sua vista um livro que o irmão de desses alunos, estu-dante universitário em Lisboa, lhes emprestara: A História me ab-solverá, de Fidel Castro. No final da aula, a professora H. chamou à parte esses alunos e explicou-lhes a imprudência que era andarem com esse livro assim à vista, e que havia uns senhores, espalhados por todo o lado, cuja missão era descobrir quem lia livros desse tipo.

Pois bem, nesse dia segundo da Liberdade, a aula com a professora H. era na sala 13, de cujas janelas se avistava o campo de futebol e, junto a este, a avenida Vasco da Gama. Cedo começou a haver um grande alvoroço junto a uma vi-venda dessa avenida, onde se concentrava uma multidão cada vez maior, contida a custo por jovens militares.

Só nessa altura, ao ouvirem os gritos de “morte à PIDE”, é que esses alunos “do contra” souberam que era ali que “traba-lhavam” os tais senhores de que a sua professora lhes falara. O impulso para se juntarem à multidão foi enorme, exigir o castigo desses esbirros, que vigiavam, prendiam, torturavam a matavam os opositores da ditadura.

É então que ouvem, surpresos, da professora H. , algo que os deixa incrédulos: aqueles que ali estavam e que subiam pre-sos para as viaturas militares não eram os principais culpa-dos do que acontecera em Portugal. Esses já cá não estavam, tinham ido para a Madeira. Por isso (e para que não aconte-cesse nada de mal), não havia razão para irem para a rua gri-tar contra a PIDE (na altura a DGS).

Após alguns momentos de diálogo e de argumentos (e sú-plicas) a professora H. lá deixou o grupo dos seus alunos jun-tar-se aos bejenses que gritavam a sua repulsa à repressão e a sua adesão à democracia.

Um mês depois souberam que os tais responsáveis tinham ido da Madeira para o Brasil. Um ano depois, a 30 de junho, dá-se a “fuga” de 88 antigos agentes da PIDE, transformada pelas palavras de Ary dos Santos e pela música de Fernando Tordo no “Fado de Alcoentre”.

José Filipe Murteira

Estão paradas há várias semanas as obras da mais inovadora central de transformação de BIOMASSA projetada para

Portugal. A unidade, que está quase concluída e que envolve um investimento de 17 milhões de euros, está instalada em Ferreira do Alentejo, mas as duas empresas envolvidas no projeto parece não se entenderem quanto à posse da licença de exploração. Existem pequenos subempreiteiros locais que não recebem há meses.PB

O MUSEU REGIONAL DE BEJA continua na ordem do dia pelos piores motivos: a falta de dinheiro para manter a porta aberta.

A Câmara Municipal de Beja, que é o membro da Assembleia Distrital com maior peso orçamental para o museu, continua a não aceitar o pagamento integral da sua dotação. O que poderá mesmo colocar em perigo não apenas a abertura ao público deste equipamento, como a segurança do espólio e os ordenados dos técnicos. PB

Page 16: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

16

“7 Maravilhas de Portugal”

Região tem oito praias a concurso

Situada no concelho de Grândola, a praia de Troia conta com uma consi-derável extensão de areal, podendo contemplar-se a beleza da serra da Arrábida, mas também toda a envolvente das dunas. A paisagem inclui ainda o rio Sado e a excelência do seu estuário. O acesso pode ser feito por barco ou por terra. Em dias de sorte podem ainda avistar-se golfinhos.

Oito praias da região são candidatas ao concurso “7 Maravilhas de Portugal”. O Alentejo está entre as regi-ões que mais pré-finalistas tem, concorrendo com Troia, Comporta, Carvalhal (Grândola), Ilha do Pessegueiro (Sines), Almograve, Zambujeira do Mar, Furnas (Odemira)

e Tapada Grande (Mértola). O objetivo do concurso é “con-tinuar a promover os grandes valores da identidade nacio-nal” e a eleição centra-se em três eixos estratégicos: “am-biente, turismo e mar”. A intenção é ainda contribuir para a preservação da beleza e unicidade das praias do País.

As 70 praias a concurso inserem-se em várias categorias, nomeadamente em Praias de Rios, Praias de Albufeiras e Lagoas, Praias Urbanas, Praias de Arribas, Praias de Dunas, Praias Selvagens e Praias de Uso Desportivo. A região só não se encontra representada nas categorias

A ilha do Pessegueiro ergue-se no concelho de Sines e, para além dos valo-res paisagísticos, é portadora de um grande legado histórico. As aves tam-bém a apreciam, pois continuam a usá-la como local de dormitório, mas também de nidificação. A ilha está acessível por barco e contém vários vestígios arqueológicos. Conta com diversas infraestruturas de apoio.

A praia do Carvalhal, no concelho de Grândola, atrai cada vez mais visitan-tes e já conta com diversos melhoramentos, para que não falte nada aos banhistas. Tem excelentes condições para a prática de atividades aquáti-cas e é, assim, muito procurada por amantes do desporto, tando de verão como de inverno. A sua beleza natural cativa portugueses e estrangeiros.

Comporta é mais uma das praias pré-finalistas. Encontra-se no limite da Reserva Natural do Estuário do Sado e a sua beleza natural encontra-se muito bem preservada. É rodeada por um extenso pinhal e é dona de um grande areal, cativando muitos visitantes, principalmente nos meses de verão. Conta ainda com o galardão de praia mais acessível de Portugal.

Texto Bruna Soares Infografia José Serrano

Page 17: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

17

Foi uma das principais surpresas do concurso. A praia da Tapada Grande, em São Domingos, Mértola, em pleno Parque Natural do Guadiana, conta com areal, mas também com espaços relvados. Com o Guadiana aos pés é uma das principais atrações do concelho nos me-ses de verão. Uma praia no interior, rodeada de eucaliptos, com bons acessos e várias infraestruturas de apoio.

de Praias Selvagens e de Praias de Uso Desportivo. Esta lista de pré-finalistas, que apurou as 10 melhores praias por cada uma das sete categorias, foi votada por um grupo de 70 especialistas indicado pelo conselho cien-tífico do projeto. Conselho, este, que é composto por

sete entidades, designadamente Marinha Portuguesa, Agência Portuguesa do Ambiente, Associação Bandeira Azul da Europa, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota), Liga para a Proteção da Natureza, Quercus e Associação SOS – Salvem o Surf.

No princípio estavam nomeadas 294 praias. No dia 7 de maio as 70 praias pré-finalistas serão votadas por 21 per-sonalidades que irão selecionar três praias por catego-ria. Posteriormente o público irá votar e escolher as sete praias vencedoras, que só serão conhecidas em setembro.

A praia de Zambujeira do Mar, no concelho de Odemira, fica em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Local de peregrinação no mês de agosto, devido à fama que ganhou com o fes-tival Sudoeste, está rodeada de falésias, onde a vista alcança a povo-ação, mas também o imenso oceano. Tem excelentes condições para a prática de surf e bodyboard.

A praia de Almograve, no concelho de Odemira, apresenta-se com duas paisagens distintas: a praia de rochas e arribas de xisto e a praia de areia encostada às duas. A diversidade paisagística é, neste sentido, o que mais cativa os visitantes. É muitas vezes apresentada como uma das praias mais bonita da costa vicentina. O acesso à praia é fácil.

A praia das Furnas ergue-se na margem esquerda, junto à foz do rio Mira, no concelho de Odemira. Dona de um considerável areal, a on-dulação, por vezes, é forte. A vista alcança o rio, mas também Vila Nova de Milfontes. A praia ainda hoje mantém as suas característi-cas naturais e até o parque de estacionamento é em terra batida. O acesso à praia é feito através de passadeiras de madeira.

A lua já desceu sobre esta pazE reina sobre todo este luzeiroÀ volta toda a vida se comprazEnquanto um sargo assa no braseiro

Carlos Tê, “Porto Covo”.

Page 18: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

FUTEBOL:

Campeonato Nacional de Juniores (Fase de descida) Série D (5.ª jor-nada): Oeiras-Lusitano Évora; Atlético União Montemor; Desportivo Portugal --Fa rense; Despertar-Imortal.

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão (24.ª jornada): Serpa-Almodôvar; São Marcos-Milfontes; Aldenovense-Vasco da Gama; Desportivo de Beja-Guadiana; Ferreirense-Panóias; Odemirense-Cas-trense; Rosairense-Sporting de Cuba.

Campeonato Distrital da 2.ª Divisão (21.ª jornada): Vale de Vargo-Bar-ran cos; Messejanense-Cabeça Gorda; Alvorada-Saboia; Amarelejense-Ne-grilhos; Bairro da Conceição-Piense; Ourique-Renascente.

Campeonato Distrital de Juniores (17.ª jornada): Odemirense-Amarelejense; Almodôvar-Aljustrelense; Castrense --Vas co Gama; Piense-São Domingos; Moura-Desportivo Beja.

Campeonato Distrital de Juvenis (13.ª jornada): Castrense-Desportivo Beja; Sporting Cuba-Aljustrelense; Moura-Al-denovense; Boavista-Despertar.

Campeonato Distrital de Iniciados (23.ª jornada): Odemirense-Serpa; Des-portivo Beja-Ourique; Despertar-Bai-r ro Conceição; Almodôvar-Ferrei rense; Milfontes-Moura; Negrilhos -Gua diana.

Campeonato Distrital de Infantis 2.ª Fase (3.ª jornada): Rio de Moinhos - -Des pertar A; Odemirense-Moura; Guadiana-Vasco Gama.

Taça Dr. Covas Lima – Infantis (3.ª jornada) Série A: Sporting Beja-Des-pertar B; Beringelense-Aldenovense, Santo Aleixo-Sporting Cuba. Série B: Castrense-Bairro Conceição; Ourique --Al modôvar; Aljustrelense-Milfontes.

Campeonato Distrital de Benjamins 2.ª Fase (3.ª jornada): Despertar B-Castrense; Renascente-Aldenovense; Sporting Cuba-Ferreirense.

Taça Joaquim Branco – Benjamins (3.ª jornada) Série A: Bairro Conceição - -Spor ting Beja; Beringelense-Benfica Beja; Alvito-Vasco Gama; Moura-Serpa.Série B: Despertar A-Milfontes; Guadiana-Figueirense; Aljustrelense --Ode mirense; Ourique-Almodôvar.

Troféu Agência de Beja Inatel – Quartos-de-final: Bemposta Campo Redondo; Jungeiros-Amoreiras-Gare; Cavaleiro-Longueira; Faro do Alentejo --Mombeja.

HÓQUEI EM PATINS:

Nacional de Infantis (7.ª jornada): H.Grândola-Oeiras; Boliqueime-Spor-ting; Estremoz-Paço d’Arcos. Nacional de Iniciados (6.ª jor-nada): Estremoz-Cascais; Banfica-Paço d’Arcos; CP Beja-H.Vasco da Gama.Nacional de Juvenis (7.ª jornada): S.Carvalhais-H.Santiago; Seixal-Se sim-bra; C.P.Beja-Benfica.

ANDEBOL

Nacional da 1.ª Divisão Iniciados Masculinos (7.ª jornada): C.C.P.Serpa - -Spor ting (14/4, às 14 e 30 horas).Nacional de Infantis Masculinos (8.ª jornada): Portalegre-Inijovem; Cruz de Malta-Redondo; Zona Azul-Ponte Sor.

FUTSAL

Nacional da 3.ª Divisão (21.ª jor-nada): Independentes Sines-Sassoeiros; Atalaia-G.D.Baronia; Sporting de Viana - -Évora Futsal.

Agenda desportiva – 14 e 15 de abril

Moura tem dois jogos fora de casa

E tudo o Louletano levou...

18

Desporto

Distrital 1.ª Divisão

23.ª jornada

Castrense-Ferreirense........................................................4-1Sp.Cuba-Almodôvar .......................................................... 0-5Panoias-Desp.Beja ..............................................................2-2Rosairense-Odemirense .....................................................?-?Milfontes-FCSerpa ............................................................. 6-0Vasco da Gama-S.Marcos ..................................................8-1Guadiana-Aldenovense .....................................................1-1

J V E D G P Castrense 23 19 4 0 61-10 61Milfontes 23 17 2 4 48-20 53Ferreirense 23 12 5 6 42-38 41Vasco da Gama 23 12 1 10 58-35 37Aldenovense 23 12 1 10 40-26 37FCSerpa 23 9 6 8 30-33 33Odemirense 22 10 2 10 33-32 32Almodôvar 23 9 5 9 47-36 32Rosairense 22 9 4 9 36-34 31Panoias 23 8 5 10 28-41 29Desp.Beja 23 6 5 12 26-37 23S.Marcos 23 6 4 13 26-62 22Guadiana 23 5 3 15 23-56 18Sp.Cuba 23 2 1 20 17-55 7

Próxima jornada (15/4/2012): Rosairense-Sp.Cuba, Odemi-

rense-Castrense, Ferreirense-Panoias, S.Marcos-Milfontes, Al-

denovense-Vasco da Gama, Desp.Beja-Guadiana, FCSerpa -

-Almodôvar.

Nacional 2.ª Divisão

27.ª jornada

Moura-Louletano ................................................................1-2Fátima-At. Reguengos .......................................................3-1Pinhalnovense-Monsanto ................................................1-1Juventude Évora-Carregado ........................................... 0-2Mafra-Sertanense ...............................................................2-2Caldas-Torreense .................................................................2-3Est. Vendas Novas-Tourizense ........................................ 0-21.º Dezembro-Oriental...................................................... 0-0

J V E D G P

Torreense 27 14 10 3 44-23 52Oriental 27 15 6 6 47-17 51Fátima 27 15 6 6 42-29 51Carregado 27 14 8 5 51-33 50Pinhalnovense 27 15 4 8 43-28 49Mafra 27 9 14 4 30-20 41Sertanense 27 11 8 8 35-29 41Louletano 27 11 7 9 25-29 40E. Vendas Novas 27 11 4 12 34-30 37Tourizense 27 6 11 10 22-32 29Juventude Évora 27 8 4 15 25-37 281.º Dezembro 27 6 9 12 24-28 27Monsanto 27 5 11 11 23-35 26At. Reguengos 27 5 10 12 27-43 25Moura 27 6 4 17 23-52 22

Caldas 27 3 8 16 17-47 17

Próxima jornada (15/4/2012): At. Reguengos-Louletano, Mon-

santo-Fátima, Carregado-Pinhalnovense, Sertanense-Juven-

tude Évora, Torreense-Mafra, Tourizense-Caldas, Oriental-Es-

trela Vendas Novas, 1.º Dezembro-Moura.

Nacional 3.ª Divisão – Subida

3.ª jornada

Quarteirense-Aljustrelense ............................................. 1-0Sesimbra-Farense .............................................................. 2-0Messinense-Esp. Lagos ......................................................1-2

J V E D G P

Farense 3 2 0 1 5-2 34Quarteirense 3 2 0 1 4-2 24Sesimbra 3 2 0 1 3-2 24Esp. Lagos 3 1 1 1 2-2 23Aljustrelense 3 1 1 1 2-1 21Messinense 3 0 0 3 2-9 17

Próxima jornada (15/4/2012): Messinense-Aljustrelense, Fa-

rense-Quarteirense, Esp. Lagos-Sesimbra.

Nacional 3.ª Divisão – Manutenção

3.ª jornada

Fabril Barreiro-Redondense ............................................ 2-0U. Montemor-Pescadores .................................................2-1Lagoa-Despertar SC ...........................................................3-2

J V E D G P

Fabril Barreiro 3 2 0 1 6-5 23U. Montemor 3 2 1 0 6-3 22Lagoa 3 2 0 1 6-5 21Pescadores 3 1 0 2 4-5 15Redondense 3 0 1 2 0-3 11Despertar SC 3 1 0 2 4-5 5

Próxima jornada (15/4/2012): Lagoa-Redondense, Pescado-

res-Fabril Barreiro, Despertar SC-U. Montemor.

Se alguma esperança ainda residia nas hostes mourenses, a última derrota em casa com o Louletano deve ter sido de-terminante para a despromoção da equipa à terceira divisão nacional.

Texto Firmino Paixão

Agora seguem-se dois jogos em terreno alheio, primeiro em Sintra, com o 1.º de Dezembro, equipa que está no limite

da despromoção e não pode deixar sair pon-tos do seu reduto, ao contrário do que os alente-janos têm vindo a fazer; depois em Reguengos

de Monsaraz, com o Atlético local, outra equipa com o credo na boca, mas com três pontos a mais do que os mourenses. Ou seja, sendo matema-ticamente possível, o Moura teria que vencer os três jogos que lhe faltam disputar (fecha a prova em casa com o Vendas Novas) e esperar que os adversários mais diretos não pontuassem. Seria pedir em demasia, pelo que nos parece que está na hora de irem arrumando os trapinhos para regressarem ao patamar inferior.

Na hora das grandes decisões a equipa não re-velou qualidade, apesar de o executivo do Moura Atlético Clube, como já antes assinalámos, ter feito tudo para que o clube se mantivesse nesse

patamar histórico, para além desta época, que, por sinal, é o início de um período de transição face à anunciada remodelação dos campeona-tos da 2.ª e 3.ª divisões. Pelo menos que até ao fi-nal deem tudo pela camisola que envergam e que bem merece sair de pé deste campeonato, com a mesma dignidade com que nele se estreou.

Entre as outras equipas alentejanas está garan-tida a manutenção do Vendas Novas, porque já não tem campeonato para perder mais do que nove pontos, mas acaba com sinais evidentes de crise. O Juventude ainda está acima da linha de manuten-ção e vai jogar à Sertã. O Reguengos, aflito, recebe o Louletano, carrasco do Moura na última jornada.

Empate em Quarteira era merecido

Aljustrelense volta ao AlgarveDepois da derrota tangencial e reconhe-cidamente injusta que o Aljustrelense sofreu há oito dias em Quarteira, no do-mingo volta ao Algarve para jogar em Messines.

Texto Firmino Paixão

Nesta fase da prova, e face à proximi-dade que existe entre as seis equipas, um ponto ganho ou um perdido fa-

zem muita diferença, ainda que estejamos apenas à beira da quarta das 10 jornadas. A derrota tangencial do Mineiro na cidade de Quarteira fê-lo tombar do segundo para o quinto posto porque a diferença de pontos entre as equipas é bastante reduzida.

O Messinense, próximo adversário dos alentejanos, parece ser a equipa menos co-tada desta fase complementar da prova, pelo que, a manter a postura que os tricolores têm vindo a exibir, só se pode esperar que tragam pontos de São Bartolomeu de Messines.

Assinale-se a primeira e inesperada derrota do Farense, líder da série, no terreno do Sesimbra. A equipa de Faro era, até aqui, a única formação em campeonatos nacionais sem ter sofrido derrotas.

Novo reencontro com o Montemor O União de Montemor, adversário que o Despertar recebe no próximo domingo, ainda não sofreu qual-quer derrota nos três jogos disputados na fase de manutenção do campeonato.

Se o Redondense foi o talismã para o

Despertar chegar à primeira vitória no campe-onato, porque não esperar que a outra equipa do Alto Alentejo possa motivar os bejenses para um novo triunfo. Só o facto de o União de Montemor se manter invicto nesta etapa da prova, ocupando o segundo lugar da série a um ponto do Fabril do Barreiro, ambos em lugar que lhes permite pensar na manutenção.

O Despertar vem de uma nova derrota em Lagoa, mas num campo onde a vendeu cara, com dois tentos marcados, num desfecho que teve algum equilíbrio. Depois da derrota em Beja, o Redondense foi perder ao Barreiro e, tendo um novo jogo fora em casa (Lagoa), pa-rece afundar-se no rodapé da tabela para acom-panhar os bejenses no regresso às competições regionais.

A Associação de Atletismo de Beja realiza amanhã à

tarde, pelas 14 horas, na pista do Complexo Desportivo

Fernando Mamede, uma competição designada de

provas de preparação, destinada a atletas nos escalões

de benjamins, infantis, iniciados e juvenis.

Atletismo em Beja amanhã à tarde

Columbófilia – A Associação Columbófila do Distrito de Beja realiza no próximo domingo a décima terceira prova do seu calen-dário, terceira da especialidade de meio fundo, com soltas desde a cidade espanhola de Aranjuez (430 quilómetros de linha de voo) para as zonas centro leste e sul.

Page 19: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

António Manuel

Soeiro Rolim

Mais um antigo interna-cional que valoriza esta galeria de prognósticos.

António Rolim estreou-se nos inicia-dos do Desportivo de Beja, mas pros-seguiu a sua formação na Zona Azul. Em fevereiro de 1978, com esta ca-misola, assumiu o estatuto de inter-nacional no escalão de juvenis. Uma grave lesão afastou-o durante al-gum tempo do futebol, regressando como sénior no FC Serpa, então na 3.ª Divisão Nacional. Regressou a Beja para ser campeão distrital pelo Despertar e na época seguinte vol-tou a Serpa para ganhar outro título e assinar outra época no patamar nacional. Os títulos seguintes ga-nhou-os sucessivamente, com a ca-misola do Desportivo de Beja e do Ferreirense, clubes que também re-presentou na 3.ª Divisão. Por ami-zade ao treinador Pratas Palma re-presentou o Beringelense e acabou a carreira de jogador com a camisola do Cabeça Gorda. Seguiu-se uma inevitável carreira de treinador, pri-meiro na formação do Desportivo e Despertar; já como sénior represen-tou o Desportivo das Neves. Como adjunto de Francisco Fernandes es-teve na subida do Vasco da Gama de Sines da 3.ª para a 2.ª Divisão Nacional e no Desportivo de Beja na terceira divisão. Também treinou o Salvadense, Ferreirense, Figueirense, Louredense e, no início desta tempo-rada, o Sporting de Cuba. Um inve-jável currículo deste técnico que aos 51 anos se mantém ativo e, mais do que nunca, atento à carreira do filho Vítor, atleta do Castrense.

(2) SERPA/ALMODÔVARJá vi as duas equipas jogarem e acho que o Almodôvar é mais forte.

(X) SÃO MARCOS/MILFONTESJogo entre uma equipa que foi candi-data ao título no terreno de um aflito com o espectro da despromoção.

(1) ALDENOVENSE/VASCO DA GAMAResultado imprevisível entre duas equipas muito competitivas, mas o fa-tor casa pode decidir o jogo a favor do Aldenovense.

(1) DESPORTIVO DE BEJA/GUADIANAEstão os dois em situação muito difí-cil da tabela. Também aqui o fator casa pode ser determinante para o triunfo dos bejenses.

(1) FERREIRENSE/PANOIASO Ferreirense é uma equipa que se transcende quando joga no seu terreno.

(2) ODEMIRENSE/CASTRENSEO título está em jogo nesta partida pelo que o Castrense tudo fará para a vencer.

(1) ROSAIRENSE/SPORTING DE CUBAO Rosairense em casa é uma equipa forte e competitiva, por isso a minha aposta é no sentido do seu triunfo.

Hoje palpito eu... 19

Joga-se no domingo a antepenúltima jornada do Distrital(ão). O título está decidido a favor do Castrense, mas falta apenas conhecer o momento exato da coroação.

Texto e foto Firmino Paixão

O Municipa l de Odemira pode ser, no domingo, o palco para o Castrense comemorar o título de

campeão distrital da época desportiva 2011/2012.

O Odemirense terá meia palavra a di-zer no momento exato dessa celebração, o Milfontes terá a outra meia responsabili-dade na entrega do cetro ao novo campeão. Sendo assim, são as equipas da orla do lito-ral alentejano que condicionam a celebração do título distrital no campeonato maior do futebol bejense. Conquistar um ponto em Odemira será suficiente para o Castrense se sagrar campeão, ou mesmo perdendo, desde que o Milfontes não pontue em São Marcos.

O São Marcos até precisa de pontuar para fugir à despromoção, e o rival mais direto, o Guadiana, jogará em Beja com um Desportivo meio af lito e a quem só o triunfo pode interessar para sair dessa luta.

O Campeonato Distrital da 2.ª Divisão está a entrar numa fase em que os ver-dadeiros candidatos ao título, e à su-bida de divisão, não podem perder mais pontos.

Texto e foto Firmino Paixão

O jogo mais importante da jornada disputa-se no Bairro da Conceição, na cidade de Beja, onde os visita-

dos, atuais segundos classificados, rece-bem o Piense, posicionado no quarto posto e com menos dois pontos que os bejenses, mas também fortes candidatos a um dos dois lugares de eleição.

O atual líder desloca-se a Messejana para uma partida em que é favorito e o Amarelejense, espreitando eventuais deslizes destes seus adversários, tem uma partida fá-cil no seu terreno, frente ao Negrilhos e pode sair desta jornada muito bem posicionado, ganhando pontos em diversos campos.

O Saboia, ainda na corrida, recebe o Sanluizense e deve ser bem sucedido, tal como

O líder joga em Messejana

Bairro e Piense lutam pelo 2.º lugar

2.ª Divisão Saboia também entra nas contas do título

a equipa do Renascente, mais distante dos pri-meiros mas ainda em posição de poder brilhar.

É preciso ter em conta que o Cabeça Gorda, o Bairro da Conceição e o Ama re-

lejense têm um jogo a mais que os restantes contendores, pelo que esta jornada pode ser importante para provocar algumas defini-ções no topo da tabela.

A decisão no litoral alentejano

O Castrense na orla do título

Distritalão Castrense pode festejar vitória em Odemira

O 3.º Passeio BTT Em Terras da Baronia,

organizado pelo grupo desportivo local e

enquadrado nas Festas de Sant’Águeda,

será composto por um passeio noturno

de 15 quilómetros (amanhã, sábado,

às 19 horas) e um passeio diurno de 35

quilómetros (domingo, às 9 horas).

O Cuba joga em Rosário apenas a cumprir calendário porque está de regresso ao es-calão inferior. O Ferreirense joga em casa com o Panoias e, vencendo, consolida o seu lugar no pódio, porque Vasco da Gama e Aldenovense jogam entre si e o desfecho

será imprevisível, mas tendente à divisão dos pontos. O Serpa, ferido com a goleada sofrida em Milfontes, recebe o Almodôvar e quer provar que se tratou de mero aci-dente. Teremos uma jornada decisiva na arrumação final das equipas.

Circuito Vila de Odemira – O 32.º Circuito de Atletismo Vila de Odemira e a 6.ª Corrida para a Saúde realizam-se no próximo dia 22, pelas 9 e 30 horas, com organização conjunta do Núcleo Desportivo e Cultural de Odemira, município local e juntas de freguesia de Santa Maria e Salvador.

3.º Passeio BTT

em terras da Baronia

A Associação de Cicloturismo de

Beringel promove no próximo domingo

uma prova de cicloturismo e um

circuito BTT com percursos de 25 e 50

quilómetros. A partida está marcada

para as 8 horas no largo do Rossio.

BTT em Beringel

no próximo domingo

Page 20: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

20

A marcha é uma das vertentes desportistas que paulatinamente tem enriquecido a modalidade de atletismo. Portugal tem sido um ilustre anfitrião de uma componente que marca inquestionavelmente uma geração de atletas que se dedicam com paixão à soberba arte de marchar. A nível nacional, e internacional, os nossos marchadores assumem-se como atletas de gabarito e vão justamente desbravando um universo onde as fronteiras se apresentam agora franqueadas a um lote de ilustres desportistas lusos que vão deixando as suas marcas em palcos mundiais nunca imaginados. Quando reflito a minha particular atenção sobre um intrínseco fenómeno que esbanja emoções, sendo o fator da corrida substituído pelo dom de marchar no seu verdadeiro deslumbramento, ocorre-me, por razões óbvias, trazer à estampa o atleta Dionísio Ventura, um alentejano de Ferreira do Alentejo que defende o emblema da agremiação Ferreira Ativa e que tanto tem feito em prol do desenvolvimento da marcha, em particular na nossa região. Conheço a sua devoção. A sua entrega. Dionísio Ventura é um marchador de renome. O seu historial contempla-nos com tempos verdadeiramente admiráveis. Aliás, o seu desarticulado marchar impõe respeito a um adversário próximo que vê nele qualidades natas na prática de uma modalidade onde o atleta alentejano se afirma convictamente. Recentemente, nos Campeonatos Nacionais de Marcha em Estrada, em Quarteira, Ventura conquistou a medalha de prata na distância de 20 quilómetros com o tempo de 1h 31’ 08’’, sendo que o registo averbado constitui um novo recorde distrital. Perante a verdade conhecida, esta leva-me a citar que Dionísio Ventura se assume subtilmente no púlpito de uma modalidade onde o seu caracter é simplesmente enriquecedor. Sintetizando, reafirmo que Dionísio Ventura é um atleta com valor que ergue bem alto o nome do Alentejo, a Ferreira Ativa e, naturalmente, a terra que o viu nascer, Ferreira do Alentejo.

Marcha

José Saúde

A equipa de futsal do Instituto Politécnico de Beja está a rea-lizar a melhor época desportiva desde a existência deste pro-jeto desportivo e pedagógico.

Texto e foto Firmino Paixão

A equipa é liderada por Luís Ferreira, de 24 anos, natural de Sobral d’Adiça, aluno do úl-

timo ano da licenciatura em Desporto, a realizar estágio pedagógico na função de treinador. A formação do Politécnico qualificou-se para as meias-finais da Taça Distrito de Beja e para a fase fi-nal (play-off) do Campeonato Distrital de Futsal, podendo apurar-se para, na próxima época desportiva, competir na 3.ª Divisão Nacional. O jovem téc-nico sublinha o espírito de grupo da sua equipa.

O Politécnico tem feito uma grande

temporada, em duas frentes,

campeonato e taça, ambas bem

sucedidas…

O nosso grande objetivo era a taça. No campeonato lutámos por um lugar entre os quatro primeiros, mas a par-tir do momento em que vimos que era possível concluir a primeira fase no

primeiro lugar não abdicámos e lutá-mos por isso. Mas o objetivo inicial era a qualificação para o play-off, termi-nar no primeiro lugar foi melhor pela vantagem de jogarmos em casa.

A taça era a meta prioritária?

O nosso principal objetivo era a Taça Distrito de Beja, o campeonato nunca foi uma prioridade. No campeonato iremos até onde for possível, mas se o pudermos ganhar naturalmente que não excluiremos essa possibilidade.

O Almodovarense não foi o melhor

adversário para a meia-final da taça?

Sabíamos que seria um jogo muito complicado com o Almodovarense. É uma equipa muito matreira, as outras duas equipas talvez fossem mais fáceis, esta meia-final foi uma espécie de final antecipada. Fomos com a nossa força, encarámos essa meia-final como se se tratasse realmente de uma final, por-que gostaríamos muito de ganhar esse troféu. O campeonato se vier, tanto me-lhor, será a cereja no topo do bolo.

O que tem esta equipa para ter sido

tão bem sucedida?

Essencialmente o espírito de sacrifício desta equipa, porque nenhum jogador é

da zona de Beja, todos são de fora, vêm todos treinar, são estudantes e quando vão de férias têm que vir cá para jogar sem pedirem nada em troca à equipa. É uma equipa muito unida.

A equipa tem alguns antigos

praticantes?

Só um dos nossos atletas é que foi jo-gador de futebol de 11, todos os outros são apenas alunos do Politécnico. Essa é a condição para integrar essa equipa, alunos ou funcionários. Houve uma época em que a equipa integrou um funcionário, o Nelson Deodato, que atualmente é jogador do Baronia, mas este ano não.

Se vencerem o campeonato assu-

mirão o vosso lugar na 3.ª Divisão

Nacional?

Se isso acontecer, se formos campe-ões e subirmos de divisão, e a ques-tão já foi equacionada com os res-ponsáveis do Instituto Politécnico de Beja, teremos que arranjar fun-dos para suportar essa campanha. Não podemos contar apenas com fundos do Instituto, teremos que arranjar outras formas de finan-ciamento, por exemplo, através de patrocínios.

O Luís treina a equipa no âmbito do

seu estágio pedagógico?

Estou no último ano da minha licen-ciatura e já na época passada fui ad-junto do técnico principal, para ir ganhando alguns conhecimentos e assumir nesta época o papel princi-pal. Na última temporada já fiquei sozinho com a equipa na altura dos play-off e isso foi um marco impor-tante para mim. Tenho-me dedicado muito a este projeto e a esta equipa, não excluo alguma quota-parte de responsabilidade no sucesso da tem-porada, mas a equipa, os jogadores, eles é que são os intérpretes prin-cipais. Sou um jovem mas encaro isto com muito profissionalismo. Todos queremos ser bem sucedidos. Empenhamo-nos nos treinos e os re-sultados aparecem nos jogos.

O futsal no distrito de Beja tem futuro?

Temos poucas equipas a competir e faz falta uma boa aposta na formação. Só temos seniores, e apoia-se muito mais o futebol de 11 do que estas modalida-des. No plano financeiro, e nos tempos que correm, é muito complicado para os clubes terem mais equipas, mas a verdade é que para a modalidade evo-luir tem que existir formação.

A receita dos “senhores doutores” do futsal

O sucesso é o espírito de sacrifício

Campeonato Distrital de Futsal – Apuramento de Campeão (play-off)

1.ª jornada (20/4-21 horas)Almodovarense-Politécnico de BejaSporting de Moura-Alcoforado

2.ª jornada (25 e 28/4)Politécnico de Beja-Almodovarense (18 horas), Alcoforado-Sporting de Moura (20 horas)

3.ª jornada (29/4 horários a designar)Politécnico de Beja-AlmodovarenseAlcoforado-Sporting de Moura

O segundo jogo das meias-finais da Taça

Distrito de Beja em futsal disputa-se esta

noite, pelas 21 e 30 horas, no Pavilhão

Carlos Pinhão, em Serpa, entre as equipas

da Associação Desportiva Vila Nova

de São Bento e o Almodovarense.

Taça Distrito de Beja

em futsal

Page 21: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

21

A seleção distrital de fute-bol de 7 feminino sub/17 está em Lisboa a participar num torneio interassociações or-ganizado pela Federação Portuguesa de Futebol.

Texto e fotos Firmino Paixão

O Torneio Nacional de Futebol de 7 Feminino decorre em Lisboa até

ao próximo domingo e conta com a participação de 18 asso-ciações distritais, entre elas a re-presentante do distrito de Beja. O enquadramento competitivo foi feito em seis grupos de três equipas, cabendo às bejenses de-frontar as poderosas seleções de Lisboa e do Porto. Ainda assim, o técnico das alentejanas, Ruben Lança, de 25 anos, licenciado em Desporto pela Escola Superior de Educação, não exclui a hipótese de uma participação que dignifi-que a região.

Que expectativas é que a sele-

ção trouxe para este torneio?

As expectativas são as melho-res. Reunimos um grupo de mi-údas com capacidade, acho que algumas têm mesmo muito ta-lento, apesar da pouca expe-riência que têm em termos de futebol, porque sabemos as di-ficuldades por que passamos aqui no distrito de Beja com o futebol feminino. Há gran-des dificuldades mas tendo em conta que há poucas miúdas na formação conseguimos arranjar um grupo coeso, pelo menos ca-paz de dignificar a Associação de Futebol de Beja, entidade que tudo tem feito para desen-volver a modalidade, chegando mesmo a minimizar os encar-gos dos clubes para que o fute-bol feminino evolua.

A convocatória foi precedida de

uma cuidada observação das

atletas?

Foi um processo bastante rá-pido, mas como estou desde o ano passado ligado ao futebol feminino, e tive algumas con-versas com os responsáveis da associação, conseguimos orien-tar as coisas de forma a ser pos-sível observar algumas miúdas

e obter informação dos clubes. Como o campeonato é curto foi fácil acompanhar alguns jogos e trouxemos algumas jogado-ras para observarmos nos trei-nos. Foi um processo rápido, mas pensado, e foi com alguma ponderação que esta seleção foi construída.

O que pode valer esta seleção

sub/17 da AF Beja no contexto

de um torneio nacional?

Esta seleção vale pela muita amizade que existe entre to-dos nós, miúdas com muita vontade, ficando a certeza de que, tendo sido possível traba-lhar um pouco mais, talvez pu-déssemos chegar a outros pa-tamares, mas pelo grupo em si já vale muito a pena esta etapa competitiva.

Integram a seleção algumas

atletas oriundas do desporto

escolar…

Não vejo grande problema nisso. Com o quadro que existe no dis-trito de Beja obrigámo-nos a re-correr a algumas jovens do des-porto escolar, tendo em conta a idade que foi pedida para este torneio. Convocámos o maior número de jogadoras dos clubes que disputam os campeonatos oficiais, mas também o recurso ao desporto escolar é benéfico, tendo em conta que queremos mais atletas e mais clubes, e estas jovens ficam certamente mobilizadas para integrarem equipas de clubes.

A seleção pode criar uma

nova dinâmica que faça cres-

cer o número de atletas e clu-

bes a participarem nas provas

oficiais?

Concordo com essa ideia, é uma boa iniciativa, nunca tinha sido concretizada, nunca houve uma seleção sub/17 feminina no dis-trito e, pelo que tenho sentido, os clubes aceitaram muito bem esta iniciativa, por isso é muito possível que se crie essa nova dinâmica. Vejo algumas jo-vens que têm apenas andado pelo desporto escolar e que co-meçaram a ver no futebol uma provável atividade desportiva para o seu futuro como atletas. Se for assim irão, necessaria-mente, surgir outras equipas a praticarem.

Quem é Ruben Lança e como

encarou este desafio?

Em primeiro lugar é um grande orgulho porque acho que estas miúdas merecem que se aposte nelas. O projeto deve continuar, mesmo que eu não fique acho que elas merecem que isto con-tinue. Estive à frente da equipa feminina da Casa do Benfica de Castro Verde, estou ligado ao desporto desde jovem como pra-ticante federado, faço parte do projeto do Jogo das Raparigas, da Associação Portuguesa de Mulheres para o Desporto e sou dinamizador do futebol femi-nino no distrito de Beja, então foi muito fácil para mim fazer este acompanhamento.

Andebol Zona Azul recebe o ÍlhavoA equipa da Zona Azul recebe amanhã à tarde a formação do Ílhavo Andebol Clube, em jogo relativo à 2.ª jornada da fase final do Nacional da 3.ª Divisão de Seniores. O jogo realiza-se no Pavilhão da Escola de Santa Maria, com início às 17 horas. Na ronda de abertura desta fase de qualificação para a 2.ª Divisão, o Ílhavo venceu em casa a equipa do Modicus, enquanto que a Zona Azul foi derrotada em Beja pelo Boa Hora. Na fase de manutenção o Andebol Clube de Sines jogará amanhã em Torrense da Marinha com a formação do Torrense, enquanto que o Núcleo de Andebol do Redondo receberá

os lacobrigenses do Costa d’Oiro.

Kayak polo Ferreira recebe 2.º estágioAs Piscinas de Ferreira do Alentejo recebem no fim de semana o II Estágio das Equipas Nacionais de Kayak Polo, ação que se integra no plano de alto rendimento das equipas nacionais e que tem em vista a preparação para o campeonato do mundo da modalidade que se realiza em setembro na Polónia. O estágio contará com a participação de 33 atletas nas equipas de seniores, sub/21 e sub/18. João Ribeiro, selecionador nacional da modalidade, voltou a chamar sete atletas da Associação Pagaia Sul de Beja: João Roque (sénior), Pedro Mestre, Miguel Janeiro e Sandro Guerreiro (sub/21), Tiago Sobral, Alexandre Santos

e Bernardo Espinho (sub/18).

Hóquei Aljustrelense fecha com BoliqueimeA penúltima jornada do Nacional da 3.ª Divisão realiza-se na tarde de amanhã com a particularidade de o Aljustrelense, que recebe o Boliqueime no seu pavilhão, realizar o último jogo oficial da época, dado que folga na última ronda. O Castrense defronta a Juventude Azeitonense, o Estremoz joga em Santiago do Cacém e o Hóquei de Grândola, campeão de série (e já promovido à 2.ª Divisão), cumpre a sua jornada de descanso. Os jogos estão marcados para as 18 horas. Lidera o Grândola com 52 pontos, o Estremoz é quinto (24), o Hóquei de Santiago é sétimo (15), o Aljustrelense surge no nono posto da tabela com 15 pontos e o Castrense é o 11.º, e último, com seis. No escalão secundário, onde o campeonato ainda está mais distante do seu termo, a equipa do Hóquei Vasco da Gama joga amanhã, pelas 18 horas, em Sines, com o Parede.

A seleção sub/17 feminina da AFBeja: Jogadoras: Virgínia Guerreiro, Alice Coelho, Maria Marques e Ana Beja (todas do FC Serpa), Joana Assunção (Ourique DC), Marta Bernardo (SC Odemirense), Carolina Silva, Jessica

Pacheco e Ana Capeta (Casa Benfica Castro Verde), Marta Ferro, Joana Cataluna, Mónica Raposo, Elsa Patriarca e Isabel Peixeiro (todas do desporto escolar). Equipa técnica: Ruben Lança (Treinador), Vítor Nascimento (adjunto).

Coordenador técnico: Arlindo Morais.Programa de jogos: 12 de abril (9 e 30 horas): AFLisboa vs AFBeja; 13 de abril (9 e 30 horas) AFBeja vs AFPorto; 14 de abril – meias --finais; 15 de abril – finais.

Torneio Nacional dinamiza futebol feminino

A seleção bejense partiu otimista

Torneio nacional Selecção sub-17 feminina da AF Beja

Há grandes dificuldades mas tendo em conta que há poucas miúdas na formação conseguimos arranjar um grupo coeso, pelo menos capaz de dignificar a associação

A secção de Marcha para a Saúde, da Juventude

Desportiva das Neves, realiza no próximo

domingo a 7.ª Caminhada do Dia Mundial

da Saúde, iniciativa que se iniciará no largo

Catarina Eufémia, pelas 8 e 30 horas.

Dia Mundial

da Saúde em Neves

A Câmara Municipal de Beja organiza

no próximo domingo a segunda prova de

pedestrianismo do programa Passeios

na Natureza, que terá a extensão de 16

quilómetros, em direção às ruínas romanas

de Pisões. A concentração será junto ao

Parque de Merendas, pelas 8 horas.

No trilho dos Pisões

no domingo em Beja

Page 22: Ediçao N. 1564

Diário do Alentejo13 abril 2012

saúde

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ

BELARMINO, LDA.

Rua Bernardo Santareno, nº 10

Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO

Clínica Geral e Medicina

Familiar (Fac. C.M. Lisboa)

Implantologia Oral

e Prótese sobre Implantes

(Universidade

de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA

2ª, 4ª e 5ª feira

das 14 às 20 horas

EM BERINGEL

Telef 284998261

6ª e sábado

das 14 às 20 horas

DR. JAIME LENCASTREEstomatologista (OM)

Ortodontia

DR. MAURO

FREITAS VALE

MÉDICO DENTISTA

Prótese/Ortodontia

Marcações pelo telefone

284321693 ou no local

Rua António Sardinha, 3 1º G

7800 BEJA

FERNANDA FAUSTINO

Técnica de Prótese Dentária

Vários Acordos

(Diplomada pela Escola

Superior de Medicina

Dentária de Lisboa)

Rua General Morais

Sarmento. nº 18, r/chão

Telef. 284326841

7800-064 BEJA

Medicina dentária ▼

Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial ▼

Laboratório de Análises

Clínicas de Beja, Lda.

Dr. Fernando H. Fernandes

Dr. Armindo Miguel

R. Gonçalves

Horários das 8 às 18 horas;

Acordo com benefi ciários

da Previdência/ARS; ADSE;

SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA;

GNR; ADM; PSP; Multicare;

Advance Care; Médis

FAZEM-SE DOMICÍLIOS

Rua de Mértola, 86, 1º

Rua Sousa Porto, 35-B

Telefs. 284324157/ 284325175

Fax 284326470

7800 BEJA

RUI MIGUEL CONDUTO

Cardiologista- Assistente de Cardiologia

do Hospital SAMSCONSULTAS

5ªs feiras

CARDIOLUXOR

Clínica Cardiológica

Av. República, 101, 2ºA-C-D

Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa

Tel. 217993338

www.cardioluxor.com

Sábados

R. Heróis de Dadrá, nº 5

Telef. 284/327175 – BEJA

MARCAÇÕES

das 17 às 19.30 horas

pelo tel. 284322973

ou tm. 914874486

MARIA JOSÉBENTO SOUSAe LUÍS MOURA

DUARTE

CardiologistasEspecialistas pela Ordem

dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta

Assistentesde Cardiologia

no Hospital de BejaConsultas em Beja

Policlínica de S. PauloRua Cidade

de S. Paulo, 29Marcações:

telef. 284328023 - BEJA

Análises Clínicas ▼

Cardiologia ▼

FAUSTO BARATAAssistente graduado

de Ginecologiae Obstetrícia

ALI IBRAHIMGinecologiaObstetríciaAssistente Hospitalar

Consultas segundas,

quartas, quintas e sextas

Marcações pelo tel.

284323028

Rua António Sardinha,

25r/c dtº Beja

CLÍNICA MÉDICA

ISABEL REINA, LDA.

Obstetrícia,

Ginecologia,

Ecografi a

CONSULTAS

2ªs, 3ªs e 5ªs feiras

Rua Zeca Afonso, nº 16 F

Tel. 284325833

JORGE ARAÚJO

Assistente graduado

de ginecologia

e obstetrícia ULSB/Hospital José

Joaquim Fernandes

Consultas e ecografi a2ªs, 4ªs, 5ªs e 6ªs feiras,

a partir das 14 e 30 horas

Marcações

pelo tel. 284311790

Rua do Canal, nº 4 - 1º trás

7800-483 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia ▼

Dr.ª Heloisa Alves ProençaMédica Dentista

Directora Clínica da novaclinicaExclusividade em Ortodontia (Aparelhos)

Master em Dental Science (Áustria)Investigadora Cientifica - Kanagawa

Dental School – JapãoInvestigadora no Centro de Medicina

Forense (Portugal)

Rua Manuel AntRua Manuel Antóónio de Britonio de Briton.n.ºº 6 6 –– 1.1.ºº frente. 7800frente. 7800--522 Beja522 Beja

tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106tel. 284 328 100 / fax. 284 328 106

JOÃO HROTKO

Médico oftalmologista

Especialista pela Ordem

dos Médicos

Chefe de Serviço

de Oftalmologia

do Hospital de Beja

Consultas de 2ª a 6ª

Acordos com:

ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.

Marcações pelo telef. 284325059

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

Oftalmologia ▼

Medicina dentária ▼

Luís Payne Pereira

Médico Dentista

Consultas em Beja

Clínica do Jardim

Praça Diogo Fernandes,

nº11 – 2º

Tel. 284329975

Dr. José LoffUrgências

Prótese fi xa e removível

Estética dentária

Cirurgia oral/

Implantologia

Aparelhos fi xos

e removíveis

VÁRIOS ACORDOS

Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30

às 19 horas

Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq.

Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

7800-475 BEJA

Clínica Dentária ▼

AURÉLIO SILVAUROLOGISTA

Hospital de Beja

Doenças de Rins

e Vias Urinárias

Consultas às 6ªs feiras

na Policlínica de S. Paulo

Rua Cidade S. Paulo, 29

Marcações

pelo telef. 284328023

BEJA

Urologia ▼

Terapia da Fala ▼

DRA. TERESA ESTANISLAU

CORREIA

Marcação

de consultas

de dermatologia:

HORÁRIO:

Das 11 às 12.30 horas

e das 14 às 18 horas

pelo tel. 218481447

(Lisboa) ou

Em Beja no dia

das consultas

às quartas-feiras

Pelo tel. 284329134,

depois das 14.30 horas na

Rua Manuel António de

Brito, nº 4 – 1º frente

7800-544 Beja

(Edifício do Instituto

do Coração,

Frente ao Continente)

Dermatologia ▼

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

Médico Especialista

pela Ordem dos Médicos

e Ministério da Saúde

GeneralistaCONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco

de Sousa, 56-A – Sala 8

Marcações

pelo tm. 919788155

Obesidade ▼

DR. J. S. GALHOZ

Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Consultas a partir das 14 horas

Praça Diogo Fernandes,

23 - 1º F (Jardim

do Bacalhau)

Telef. 284322527 BEJA

TERAPEUTA

DA FALA

CATARINA

CHARRUA

Consultas e domicílios

de 2ª feira a sábado

Tm: 967959568

Otorrinolaringologia ▼

22

FRANCISCO FINO CORREIAMÉDICO UROLOGISTA

RINS E VIAS URINÁRIAS

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20

7800-451 BEJA Tel. 284324690

Urologia ▼

Psicologia ▼

Terapia da Fala ▼

Neurologia ▼

HELIODORO

SANGUESSUGADOENÇAS

DO SISTEMA

NERVOSO

CONSULTAS

às 3ªs e 4ªs feiras,

a partir das 15 horas

MARCAÇÕES pelos

telfs.284322387/919911232

Rua Tenente Valadim, 44

7800-073 BEJA

Consultasde NeurologiaDRª CAROLINA

ARAÚJONeurologista do Hospital

dos Capuchos, Lisboa

ConsultórioCentro Médico de BejaLargo D. Nuno Álvares

Pereira, 13 – BEJATel. 284312230

TERAPEUTA

DA FALA

CATARINA

CHARRUA

Consultas e domicílios

de 2ª feira a sábado

Tm: 967959568

HELENA MANSOCIRURGIA

VASCULAR

TRATAMENTO

DE VARIZES

Convenções com PT-ACS

CONSULTÓRIOS:

Beja

Praça António Raposo

Tavares, 12, 7800-426 BEJA Tel.

284 313 270

Évora

CDI – Praça Dr. Rosado

da Fonseca, 8, Urb. Horta dos

Telhais, 7000 Évora

Tel. 266749740

Cirurgia Vascular ▼

CÉLIA CAVACOOftalmologista

pelo Instituto Dr. Gama

Pinto – Lisboa

Assistente graduada

do serviço

de oftalmologia

do Hospital José Joaquim

Fernandes – Beja

Marcações de consultas

de 2ª a 6ª feira,

entre as 15 e as 18 horas

Rua Dr. Aresta Branco,

nº 47

7800-310 BEJA

Tel. 284326728

Tm. 969320100

Oftalmologia ▼

Centro de Fisioterapia S. João Batista

Fisiatria

Dr. Carlos Machado

Psicologia

Educacional

Elsa Silvestre

Psicologia Clínica

M. Carmo Gonçalves

Tratamentos

de Fisioterapia

Classes

de Mobilidade

Classes

para Incontinência

Urinária

Reeducação

dos Músculos

do Pavimento

Pélvico

Reabilitação

Pós Mastectomia

Acordos com A.D.S.E., ACS-

PT, CGD, Medis, Advance

Care,

Multicare, Seguros Minis. da

Justiça, A.D.M.F.A., S.A.M.S.

Marcações

pelo 284322446;

Fax 284326341

R. 25 de Abril, 11

cave esq. – 7800 BEJA

Fisioterapia ▼

Psiquiatria ▼

FERNANDO AREALMÉDICO

Consultor de Psiquiatria

ConsultórioRua Capitão João

Francisco Sousa 56-A 1º esqº 7800-451 BEJA

Tel. 284320749

Page 23: Ediçao N. 1564

Diário do Alentejo13 abril 2012

PSICOLOGIAANA CARACÓIS SANTOS

– Educação emocional; – Psicoterapia de apoio; – Problemas comportamentais;

– Dificuldades de integração escolar; – Orientação vocacional;

– Métodos e hábitos de estudo

GIP – Gabinete de Intervenção Psicológica

Rua Almirante Cândido Reis, 13, 7800-445 BEJA Tel. 284321592

CENTRO DE IMAGIOLOGIA

DO BAIXO ALENTEJO

António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo –

Montes Palma – Maria João Hrotko

– Médicos Radiologistas –

Convenções: ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-

PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE,

ADVANCE CARE

Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas

Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490

Tms. 924378886 ou 915529387

ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler

TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan

Mamografi a e Ecografi a Mamária

Ortopantomografi a

Electrocardiograma com relatório

Clínica Médico-Dentáriade S. FRANCISCO, LDA.

Gerência de Fernanda Faustino

Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,

Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

_______________________________________

Manuel Matias – Isabel Lima – Miguel Oliveira

e Castro – Jaime Cruz Maurício

Ecografi a | Eco-Doppler Cor | Radiologia Digital

Mamografi a Digital | TAC | Uro-TC | Dental Scan

Densitometria Óssea

Nova valência: Colonoscopia Virtual

Acordos: ADSE; PT-ACS; CGD; Medis, Multicare;

SAMS; SAMS-quadros; Allianz; WDA;

Humana; Mondial Assistance.

Graça Santos Janeiro: Ecografi a Obstétrica

Marcações:

Telefone: 284 313 330; Fax: 284 313 339;

Web: www.crb.pt

Rua Afonso de Albuquerque, 7 r/c – 7800-442 Beja

e-mail: [email protected]

saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/Desabituação tabágica – H. Pulido ValenteDr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de LisboaDr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de BejaDr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de BejaDr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Membro Efectivo da Soc. Port. Terapia Familiar e da Assoc. Port. Terapias Comportamental e Cognitiva (Lisboa) – Assistente Principal – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumarDr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina FamiliarDr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação (difi culdades específi cas de aprendizagem/dislexias) Dr. Sérgio Barroso – Oncologia – H. de BejaDrª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/Obesidade – Instituto Português de Oncologia de LisboaDr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. BejaDr. Daniel Barrocas – Médico Interno de Psiquiatria – Hospital de Santa MariaDr. Carlos Monteverde – Chefe de Serviço de Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono – Assistente Hospitalar Graduada – Consultora de Pneumologia no Hospital de BejaDr.ª Isabel Martins – Chefe de Serviço de Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo AlentejoDr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/ObstetríciaDr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Assistente Hospitalar – Hospital de BejaDr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de BejaDr. Diogo Matos – Dermatologia. Médico interno do Hospital Garcia da Orta.Dr.ª Joana Freitas – Cavitação, Lipoaspiração não invasiva,indolor e não invasivo, acção imediata, redução do tecido adiposo e redução da celuliteDr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala - Habilitação/Reabilitação da linguagem e fala. Perturbação da leitura e escrita específi ca e não específi ca. Voz/Fluência.Dr.ª Maria João Dores – Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação/Psicomotricidade. Perturbações do Desenvolvimento; Educação Especial; Reabilitação; Gerontomotricidade.Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja

Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Fax 284 322 503 Tm. 91 7716528

Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 [email protected]

Terapeuta da Fala

VERA LÚCIA BAIÃO

Consultas em Beja

CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira

Rua António Sardinha,

25, r/c esq.

Tm. 962557043

Terapia da Fala ▼

23

Page 24: Ediçao N. 1564

Diário do Alentejo13 abril 2012

institucional diversos24

* Jóias da Beira – Arganil, Piódão,

Coja, Góis, Lousã, Arouce, Candal, Cas-

tanheira de Pêra, Pedrógão, Sertã, Dor-

mes – Dias 14 e 15 de Abril

* Visita a Mérida – Dia 15 de Abril

*”JUDY GARLAND – FIM DO ARCO-

ÍRIS” – Dia 15 de Abril – Teatro

Politeama

* ORA VIRA € TROIKA O PASSOS! –

Dia 15 de Abril – Teatro Maria Vitória

* Astúrias, Cantábria e Picos da Eu-

ropa – 21 a 25 de Abril

* Madeira – FESTA DA FLOR – De 21

a 25 de Abril

* Excursão ao Santuário de Fátima –

Dia 22 de Abril

* Barcelona – Capital do Mediterrâ-

neo – De 25 a 29 de Abril – Autocarro

* Feira de Sevilha – Dia 28 de Abril

* Nordeste Transmontano, Lagos de

Senábria com Cruzeiro Ambiental

no Rio Douro – De 28/4 a 1/5

* Arouca e São Macário – Dias 5 e 6

de Maio

* Sintra Monumental – Com visita

ao Palácio da Pena – Dia 6 de Maio

* Turquia – Visitando: Istambul;

Ankara, Capadócia, Pamukkale e

Éfeso – De 6 a 13 de Maio

* Lourdes, Andorra e Zaragoza – Por

ocasião da Peregrinação Militar – De

10 a 15 de Maio

* Feira do Cavalo de Jerez de La

Frontera – Dias 12 e 13 de Maio

* Celebração do 13 de Maio em Fá-

tima – Dias 12 e 13 de Maio

* Galiza – 17 a 20 de Maio - Visitando:

Sanxenxo - Grove - La Toja - Santiago

de Compostela - Corunha - Ponteve-

dra – Vigo

* CRUZEIRO “FIORDES DO NORTE” –

De 18 a 26 de Maio

* Rota dos Judeus em Portugal – 19 a

20 de Maio - Visitando: Castelo de Vide

- Sortelha - Sabugal - Serra da Malcata -

Belmonte – Guarda

* Cruzeiro no Alqueva – Dia 20 de

Maio

* Peñiscola e Gandia – De 26 a 31 de

Maio - Visitando: Peñiscola – Morella -

Benicássim - Oropesa del Mar -Valên-

cia - Gândia – Denia

* MONTE SELVAGEM E FLUVIÁRIO

DE MORA – Dia 27 de Maio

* Cruzeiros no Douro – VÁRIOS

PROGRAMAS DISPONÍVEIS TODO O

VERÃO!

* MOSCOVO E SÃO PETERSBURGO –

De 13 a 20 de Julho

* CRUZEIRO “LENDAS DO MEDITER-

RÂNEO” – De 28 de Setembro a 06 de

Outubro

RAINHA SANTA ISABEL, VIAGENS E TURISMO LDA

RNAVT 2045EDIFÍCIO DE SANTA CATARINA, 12 | 7000-516 ÉVORA

TEL: 266 747 871 / FAX: 266 747 873 / MAIL: [email protected]

O SEU AGENTE LOCAL PARA RESERVAS:

D-VIAGEM

RUA DO VALE N.º 24 LOJA 1 | 7800-490 BEJA

TEL: 284 325 688 MAIL: [email protected]

PARA OUTROS DESTINOS, AUTO-FÉRIAS OU DATAS, CONSULTE-NOS!

ALUGUER DE AUTOCARROS

VISITE-NOS EM: www.rsi-viagens.com

OFICINA

RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços)

TESTAGENS

SERVIÇO DE TORNO

SOLDADURAS EM ALUMÍNIO

Encamisar blocos

orçamentos com ou sem material

PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA

CASADINHO

Sítio Horta de St. António

Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

ALUGO T1

EM ALBUFEIRA

Areias de S. João,

equipado e mobila-

do para 4 pessoas,

com garagem, quin-

tal e duas piscinas

(adultos e crianças),

alugo à semana ou

à quinzena.

Telf: 967318516

Diário do Alentejo nº 1564 de 13/04/2012 2.ª Publicação

PEDRO BRANDÃO

Agente de Execução

C.P. 3877

ANÚNCIOTribunal Judicial de Almodôvar – Secção ÚnicaAcção ExecutivaProcesso n.° 152/07.9TBADVExequente: Sociedade Industrial Alentejo e Sado, S.A.Executados: Mário Pereira Inácio

FAZEM-SE SABER que nos autos acima identifi cados se encontra

designado o dia 16 de Abril de 2012, pelas 11:00 horas, no Tribunal

acima identifi cado, para abertura de propostas que sejam entregues

até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na

compra do seguinte bem:

Direito inscrito (usufruto) a favor do executado, no prédio urba-

no, descrito sob a inscrição 1632/20010228, da freguesia de Santa

Cruz, concelho Almodôvar, com o artigo matricial n° 1440, situado

em Dogueno.

O bem pertence ao Executado:

MÁRIO PEREIRA INÁCIO, NIF: 193133890, residente em Dogue-

no, em Santa Cruz, Almodôvar.

VALOR BASE: 7.500,00 €

Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de

5.250,00€, correspondente a 70% do Valor Base.

Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem

juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente

de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do

bem, ou garantia bancária, no mesmo valor.

É Fiel Depositário que o mostrará a pedido o executado Mário

Pereira Inácio.

O Agente de Execução, Céd Prof. 3877

Pedro Brandão

Diário do Alentejo nº 1564 de 13/04/2012 2.ª Publicação

PEDRO BRANDÃO

Agente de Execução

C.P. 3877

ANÚNCIOTribunal Judicial de Moura – Secção ÚnicaAcção ExecutivaProcesso n.° 176/06.3TBMRAExequente: Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Portugal, S.A.Executados: Ana Luísa Valério Pato Infante e outros

FAZEM-SE SABER que nos autos acima identifi cados se encontra

designado o dia 29 de Abril de 2012, pelas 09:45 horas, no Tribunal

acima identifi cado, para abertura de propostas que sejam entregues

até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na

compra do seguinte bem:

Prédio urbano, propriedade horizontal, descrito sob a inscrição

2224/20090811 fracção B, da freguesia de Moura (S. João Baptista),

concelho Moura, com o artigo matricial n° 2484 - B, sito na Rua Eira

dos Caeiros, n.° 37-B.

O bem pertence aos Executados:

JOAQUIM JOSÉ PATO, NIF: 174760841 e MARIA JOSÉ VALÉRIA,

NIF: 174760833.

VALOR BASE: 66.000,00€

Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de

46.200,00€, correspondente a 70% do Valor Base.

Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem

juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente

de execução, no montante correspondente a 20% do valor base do

bem, ou garantia bancária, no mesmo valor.

É Fiel depositário que o mostrará a pedido os executados Joaquim

José Pato e Maria José Valéria, residentes na Rua Eira dos Caeiros,

n.° 37-A.

O Agente de Execução, Céd Prof. 3877

Pedro Brandão

Diário do Alentejo nº 1564 de 13/04/2012 2.ª Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE CUBASecção Única

ANÚNCIO

Processo: 92-A/2001Divórcio Sem Consentimento do Outro CônjugeAutor: Etelvina Maria Correia SacristãoRéu: Vitor Manuel Janeiro Guerra

Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados

da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o réu Vitor

Manuel Janeiro Guerra, com última residência conhecida em domicílio:

Rua da Parreira, N° 4, 7920-000 Alvito, para no prazo de 30 dias, decor-

rido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a presente acção, com

a indicação de que a falta de contestação não importa a confi ssão dos

factos articulados pela autora e que em substância o pedido consiste

tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra

nesta Secretaria, à disposição do citando.

Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário

judicial.

Cuba, 30-03-2012

N/Referência: 553607

A Juiz de Direito,

Dr(a). Celine Alves

A Ofi cial de Justiça,

Ana Maria N. Sota C. Ildefonso

ASTRÓLOGO

GRANDE MESTRE CISSÉ

Qualquer problema, por mais difícilque seja tem solução, resultados

garantidos numa semana!Seriedade e discrição para total

acompanhamento, mesmo à distância, resolva as suas angústias!

Facilidades de pagamento

Consulta pessoal ou à distânciaDas 9 às 21 horas, segunda a sábado e a partir das 10 horas aos domingos

Praceta Carlos de Oliveira, lote 3 – 1.° Dto7800-432 BEJA – PORTUGAL

Tm. 966 763 732 | 936 120 119

VENDE-SE

Preço 4000€. Mota

em bom estado com

apenas 170 km.

Mota de Garagem.

Cilindrada 250. Preço

negociável.

Contacto: 969797006

ALUGA-SE V2 EM VIDIGUEIRA

Toda renovada, mobilada e equipada. Perto de

escolas, comércio, piscinas, farmácia, etc..

Contactar pelo tm. 918462190

Diário do Alentejo nº 1564 de 13/04/2012 Única Publicação

COOPCASTRENSE – COOPERATIVA DE

CONSUMO POPULAR CASTRENSE, CRL

RECTIFICAÇÃO

À CONVOCATÓRIA

DA ASSEMBLEIA GERALNo aviso da convocatória de assembleia geral da

COOPCASTRENSE – Cooperativa de Consumo Popular

Castrense, CRL, publicado no jornal “Diário do Alentejo”, de

06-04-2012, onde se lê que a mesma terá lugar no dia 19

de Abril de 2012 (sexta-feira), deverá ler-se dia 19 de Abril

de 2012 (quinta-feira).

Castro Verde, 4 de Abril de 2012.

O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral

Sebastião Colaço Canário

Page 25: Ediçao N. 1564

Diário do Alentejo13 abril 2012

institucional diversos necrologia 25

VENDE-SEToyota Hiace, ano 1998, 137.000 kms, 6

lugares, em estado novo. Estofos de tecido

sempre cobertos. Carro de garagem.

Contactar pelo tm. 924199046

VENDOOpel Corsa 1.2, gasolina, 2007. 59.000 kms. 9.000 €,

negociáveis.

Contacto: 919513265

ARRENDA-SEApartamento com 3 quartos, 2 casas de banho, sala, cozi-

nha, arrecadação, marquise e varanda, todo mobilado.

Contactar pelo tel. 962484130

VENDE-SE

Nossa Senhora das NevesCasa térrea a precisar de obras, com 80 m2 de constru-

ção e 198 m2 área descoberta. Bom preço.

Contactar tms. 962786501/967318516

Diário do Alentejo nº 1564 de 13/04/2012 Única Publicação

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE BEJA

CONVOCATÓRIANos termos dos artigos 28.°, 29.° e 30.º n° 1 dos Estatu-

tos da Santa Casa da Misericórdia de Beja, convoco todos

os Irmãos desta Santa Casa para uma reunião Ordinária da

Assembleia Geral, a realizar no dia 16/04/2012 (Segunda-

Feira) pelas 17 horas e trinta minutos, nas Instalações da

mesma, sita na Rua D. Manuel 1, n.° 19, nesta cidade,

com a seguinte:

ORDEM DE TRABALHOS

1. Aprovação da Acta n° 2 da Assembleia Geral de 29

de Novembro de 2011.

2. Apreciação, Votação do Relatório e Contas do Ano

de 2011.

Se à hora marcada não estiverem presentes o número

de Irmãos legalmente estabelecidos para seu funcionamen-

to, a Assembleia Geral iniciar-se-á 30 minutos depois com

qualquer número de presentes.

Santa Casa da Misericórdia de Beja, 02 de Abril de

2012.

O Presidente da Mesa da AssembIeia Geral

Eng. João Paulo Ramôa

EXPLICAÇÕES

– Dou explicações de Espanhol

– Faço traduções com o par Português/ Espanhol

Contacto: 934047165

[email protected]

CAMPAS E JAZIGOS DECORAÇÃO

Rua de Lisboa, 35 / 37Beja

Estrada do Bairroda Esperança Lote 2

Beja (novo) Telef. 284 323 996 – Tm.914525342 [email protected]

DESLOCAÇÕES POR TODO O PAÍS

CONSTRUÇÃO CIVIL “DESDE 1800”

BEJA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CASSILDA MARIA COVAS BATUCA, de 86 anos, natural de Vidigueira, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 05, das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

ALMADA / SALVADA

†. Faleceu a Exma. Sra. D. CUSTÓDIA MARIA PAULINA GUERREIRO, de 94 anos, natural de Salvada - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 06, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

SALVADA

†. Faleceu o Exmo. Sr. ARMINDO MARIA AMEIXINHA BAIA, de 60 anos, natural de Santa Maria - Serpa, casado com a Exma. Sra. D. Maria da Conceição Palama Báia. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 06, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

†. Faleceu o Exmo. Sr. JOSÉ MANUEL CORREIA CAIXINHA, de 72 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 07, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

SALVADA

†. Faleceu o Exmo. Sr. MANUEL RAPOSO CAVACO, de 90 anos, natural de Mértola, viúvo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 08, da Casa Mortuária de Salvada, para o cemitério local.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Sr. FRANCISCO JOSÉ DOS SANTOS, de 81 anos, natural de São João Baptista - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Firmina Casimiro dos Santos. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 11 , das Casas Mortuárias de Beja, para o cemitério desta cidade.

Às famílias enlutadas apresentamos as nossas mais sinceras

condolências.

Consulte esta secção em www.funerariapax-julia.pt

Rua da Cadeia Velha, 16-22 - 7800-143 BEJA Telefone: 284311300 * Telefax: 284311309

www.funerariapaxjulia.pt E-mail: [email protected]

Funerais – Cremações – Trasladações - Exumações – Artigos

Diário do Alentejo nº 1564 de 13/04/2012 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMACÇÃO SOCIAL

E DEFESA DO AMBIENTE

ADA – ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO,

ACÇÃO SOCIAL E DEFESA DO AMBIENTE

CONVOCATÓRIAJosé Sebastião Fonte Santa Roque , Presidente da As-

sembleia Geral da ADA - Associação de Desenvolvimento,

Acção Social e Defesa do Ambiente, ao abrigo do artigo 19º

dos Estatutos da Associação, convoca os sócios para uma

Reunião Ordinária da Assembleia Geral que se realizará

no dia 27 de Abril do corrente ano pelas 16:30 horas nas

instalações do Centro Comunitário de Portel, e que terá a

seguinte ordem de trabalhos:

1º Ponto - Aprovação das Contas de Gerência de

2011

2º Ponto – Diversos

Não comparecendo o número de sócios sufi cientes à

1ª Convocatória, a Assembleia Geral reunirá em 2ª Con-

vocatória passados 30 minutos da 1ª com o número de

sócios presentes.

Portel, 11 de Abril de 2012

O Presidente da Assembleia

Eng.º José Sebastião Fonte Santa Roque

Cabeça Gorda

MISSA

Maria Amélia

Gato Isabel5º Ano de Eterna Saudade

Carlos Manuel

Gato Brissos 36º Ano de Eterna saudade

Seu marido e pai e restante família participam a todas

as pessoas de suas relações e amizade, que será ce-

lebrada missa pelo eterno descanso dos seus entes

queridos no dia 19-04-2012, quinta-feira, às 18 horas na

Igreja Paroquial de Cabeça Gorda, agradecendo desde

já a todos os que se dignarem comparecer ao acto de

recordação.

Page 26: Ediçao N. 1564

Diário do Alentejo13 abril 2012

Comemorações 25 de Abril em Beja

Dia 24 de Abril Na Praça da República

• 20H00 – Concentração na Praça da República • Participação das Colectividades / Clubes com Tasquinhas

• 22H30 – Actuação do Grupo “OPPOENTE” • 00H00 – Comemoração do 38.º Ano da Revolução de Abril

• Fogo de Artifício •00H15 – Actuação da Banda Filarmónica Capricho Bejense • 01H00 – Actuação da Banda de Rock “CARACOL BLUES” • 02H30 – Continuação da Animação c/ o DJ TAPE

No Jardim Público

• 9H00 – Caminhada Urbana com a participação de Grupos Musicais do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (Ver programa próprio)

• Organização: Zona Azul

Exibições Desportivas: • 10H00 – Demonstração de Judo (Judo Clube de Beja)

• 10H50 – Patinagem Artística (Clube de Patinagem de Beja)

• 11H30 – Ginástica (Zona Azul) • 12H00 – Andebol (Zona Azul)

Na Igreja da Misericórdia • 12H30 – Sessão Solene

•Intervenções; •Intervenção Musical do Conservatório Regional do Alentejo; •Entrega do Prémio 25 de Abril – “Conta-me como foi”

Dia 28 de Abril No Complexo Desportivo Fernando Mamede

“ XII – Grande Prémio de Pista – Beja Atlético Clube (Ver programa próprio)

Organização: • Assembleia Municipal de Beja (Comissão Organizadora das Comemorações do 25 de Abril) • Colaboração: Câmara Municipal de Beja, Conservatório Regional do Baixo Alentejo, Zona Azul, Beja Atlético Clube, Clube de Patinagem de Beja e Judo Clube de Beja • Apoios: Alentejo Popular, Diário do Alentejo, Rádio Pax, Rádio Voz da Planície e Correio Alentejo

Dia 25 de Abril

26

Page 27: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

27Durante este mês a Biblioteca Municipal José Saramago, em Odemira, em parceria com as

bibliotecas escolares do concelho, vai apresentar um vasto programa que conta com encontros

com autores, leituras e dramatizações. Um mês cheio que de certeza não vais querer perder.

Mais informações em cm-odemira.pt

BibliotecaJosé Saramago

dinamiza leituraem Odemira

Dica da semanaJá tinhas muitas boas razões para reciclares, mas o trabalho de Steven J. Wine vem dar-nos ainda mais vontade de olhar para o nosso “lixo” e transformá-lo em peças fantásticas. Diverte-te!

A páginas tantas ...

No arame...

A editora Bruá já nos tinha presenteado com um livro da mesma dupla de autores, Anouck Boisrobert e Louis Rigaud, com Popville e que já mostrámos aqui. Hoje trazemos--te Na floresta da preguiça. É um livro que guia o leitor num processo de constantes descobertas. Com texto de Sophie Strady, o livro começa assim: “Tudo é verde, tudo é vida na floresta da preguiça. Gorjeiam os pássaros, enroscam-se os gatos à sombra das palmeiras, os papa-formi-gas aspiram insectos como que através de uma palhinha… e a preguiça – estás a vê-la? (…)”.Estás a vê-la? é a pergunta constante que vais encon-trar em quase todas as pági-nas, a pergunta que ecoa e nos convida a entrar num jogo de descoberta de um verdadeiro mundo de detalhes da fauna e flora amazónica.

Apesar de a Páscoa já ter passado, esta é uma técnica de que certamente vais gostar. Mais do que um jogo é uma forma de construir ovos feitos de arame. Com a ajuda dos teus pais ou irmãos mais velhos vamos lá fazer estes ovos e usar de muita imaginação.

Page 28: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

Boa vidaComer Chispalhada à moda do mestre Zé

Ingredientes: 750 gr. de feijão manteiga, 1,5 kg. de carnes de porco (ex. barbela, chispe, rabo e orelha),200 gr. de toucinho entre-meado, 1 linguiça de porco alen-tejano, 500 gr. de couve-lombarda, 300 gr. de batata, 100 gr. de cenoura, q.b. de sal, q.b. de água, q.b. de salsa.

Confeção:Lavam-se as carnes muito bem em água fria e deixam-se com sal durante 24 horas. Por o feijão de molho durante 12 horas. No dia seguinte cozer as carnes à parte, sendo estas lavadas antes para retirar o excesso de sal. Cozer também o feijão à parte. Quando tudo estiver cozido, escorre-se o caldo das carnes e do feijão para um tacho e nesses caldos cozem-se as cenouras, as batatas, o repolho e a linguiça cortada às rodelas. De seguida juntar o feijão e as carnes cortadas aos pedaços. Retificar temperos e polvilhar com salsa picada na altura de servir. Bom apetite…

Nota: Se desejar comer uma sopa pode retirar um pouco de caldo, cozer uma massa grossa e juntar uns ramos de hortelã.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filme“Linha Vermelha”

Prémio para a melhor longa-metragem portu-guesa no IndieLisboa 2011,

“Linha Vermelha”, de José Filipe Costa, é um filme sobre outro – “Torre Bela” (1975), de Thomas Harlan – e um filme sobre a natu-reza do cinema e da relação deste com a realidade. O filme de Harlan fixou, após o 25 de Abril de 1974, a ocupação pelos trabalhadores da herdade da Torre Bela, a 80 qui-lómetros de Lisboa, assim como a subsequente criação de uma co-operativa. Certo é que o filme de Harlan passou a ser emblemático da ocupação e filme e realidade passaram a confundir-se.

A abordagem de Costa é ques-tionadora. Problematiza o filme de Harlan – o modo como a presença da câmara e a direção do filme con-taminou momentos da ocupação em função da dramaturgia da obra filmada tal como, subjacente ao do-cumentário de Costa, está a ques-tão de como se faz história. Em pers-petiva, a história não é tão ficcional quanto a que é disposta em cena em função de uma narrativa arrumada num guião? Harlan escolheu, para a sua obra, personagens principais na ocupação e elas comportaram-se como tal. “Linha Vermelha” volta a ouvi-las mas noutro registo. Procura ir além. Que sucedeu à Torre Bela, à sua cooperativa, aos que tiveram um sonho? Como vivem hoje? O que mudou nas suas vidas?

Feito no âmbito de uma tese de doutoramento em cinema de-fendida, com êxito, em Inglaterra, “Linha Vermelha” questiona a me-mória individual e a coletiva bem como o modo como o cinema faz memória. A ocupação da Torre Bela ganhou uma nova perspetiva, dis-posta mas não fechada por Costa. Este “Linha Vermelha” abriu – como os camponeses na casa dos Bragança – as gavetas do filme de Harlan. Ficaram abertas a outros olhares, outras leituras. “Torre Bela” não mais poderá ser visto sem ser em diálogo. A não perder.

Maria do Carmo Piçarra

FilateliaSugestões para os selos de 2013

Este ano, e uma vez mais, os correios pedi-ram às mais diversas entidades sugestões para os temas das emissões de selos a emi-

tir no próximo ano. Tal como aconteceu no pas-sado, também desta vez aqui deixamos os aconte-cimentos que nos parece serem de assinalar.

– 800 anos da concessão do foral à cidade de Castelo Branco;

– 750 anos do acordo sobre a posse defini-tiva do Algarve;

– 650 anos da investidura do futuro rei D. João I como Mestre da Ordem de Avis;

– 600 anos das Cortes de Lisboa; – 575 da morte de D. Duarte e da subida ao

trono de D. Afonso V: – 525 anos da chegada de Pero da Covilhã e

Afonso de Paiva a Adén; – 500 anos da publicação do volume II das

Ordenações Manuelinas; – 450 anos da publicação dos Colóquios dos

Simples e Drogas e Cousas Medicinais da Índia de Garcia de Horta;

– 425 anos da criação da Diocese do Japão; – 300 anos do Tratado de Utreque; – 275 anos da Lotaria da Santa Casa de

Misericórdia de Lisboa; – 225 anos da Secretaria de Estado dos

Negócios da Fazenda; – 175 anos da 1.ª Exposição Industrial

Portuguesa; – 150 anos da inauguração da Linha de

Caminho de Ferro de Évora e da ligação a Espanha;

– 125 anos da expedição ao Niassa, por António Maria Cardoso, e da publicação de Os Mais de Eça de Queirós;

– 100 anos do Ministério da Instrução Pública;

– 50 anos do incêndio do Chiado e das pri-meiras gémeas proveta em Portugal.

Para além destes aniversários sugerimos ainda uma emissão que infelizmente tarda em aparecer, uma emissão de sensibilização para a dádiva de sangue e simultaneamente de home-nagem ao dador de sangue.

Geada de Sousa

JazzXan Campos Trio

“Orixe Cero”

Xan Campos (n. 1987) é um dos mais in-teressantes músicos saídos do Seminário Permanente de Jazz de Pontevedra (SPJ) –

reputada casa de ensino da Galiza –, onde se ini-ciou nas artes do jazz pelas mãos do pianista Abe Rábade e do contrabaixista Paco Charlín. Apesar da sua juventude, o jovem pianista é também já considerado um dos nomes mais representati-vos do jazz galego, com participação em cerca de uma dezena de títulos. Foi no SPJ, aliás, que Campos cruzou o seu caminho com o do baterista Iago Fernández, iniciando então um conjunto de aventuras musicais em vários contextos, que re-sulta numa especial cumplicidade entre ambos.

Mais tarde, os dois en-contram o experiente contrabaixista Horacio G a rc í a no C ent ro Superior de Música do País Basco, reunindo-se o Xan Campos Trio, for-mação que já conta com mais de meia década de atividade, com pas-sagem por alguns dos mais importantes festi-vais de jazz do país vizi-nho. Este “Orixe Cero”, editado pela Free Code Jazz Records – espécie de braço discográfico do SPJ – faz a súmula do conjunto de inf luên-cias que o pianista foi absorvendo ao longo do seu percurso, do jazz ao rock, passando pela música tradicional. Se é certo que são por aqui reveladas ideias válidas

– evidenciando margem de progressão –, res-salta claro que algumas delas acabam por soar demasiado rígidas e formatadas. Não obstante se detetar diversidade nas composições – todas, ex-ceto uma, são da autoria do pianista –, a gene-ralidade das mesmas parece não sair de uma re-doma de conforto. A formação decerto ganharia se admitisse mais alguns graus de espontanei-dade e liberdade na sua música. A função abre com a vibração rítmica de “Acrofobia”, seguindo--se “B16”, peça cujo apelo melódico remete para alguns mestres nórdicos (Bobo Stenson, Esbjörn Svensson). Entre os momentos mais interessan-tes está também “Árbore Imperialista”, com a sua solenidade, que, aos poucos, se vai transmu-tando em intensidade. O disco encerra com uma leitura de “Dulce Pepita”, valsa escrita por Juan Rial “Palleiro”, avô de Xan e um dos pioneiros do jazz na Galiza, na década de 1950. “Orixe Cero” é um disco que, apesar dos momentos de interesse que contém, acaba por nunca chegar a entusias-mar verdadeiramente.

António Branco

Xan Campos Trio – “Orixe Cero”Xan Campos (piano), Horacio García (contrabaixo) e Iago Fernández (bateria).Editora: Free Code Jazz RecordsAno: 2011

José Filipe Costa – TerratremeAuditório Soror Mariana, 25 de abril, 18 e 30/21 e 30 horas

28 O Danúbio é um cão adulto de porte pequeno/médio que vive no canil e procura uma

família e uma casa onde possa ter uma vida feliz. Entrou no Cantinho dos Animais

com problemas de saúde mas agora está pronto para adoção. É um cão que não é muito

sociável com machos mas consegue lidar bem com fêmeas. Com as pessoas necessita

de ganhar confiança, tornando-se depois um cão muito fiel ao seu dono.

Venham conhecê-lo ao Cantinho dos Animais de Beja. Está vacinado e desparasitado.

Contactos: 962432844; [email protected]

Page 29: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

PUB

29

+ Info: www.ipbeja.pt/eventos/usus2012

CENTENÁRIO DO

1911-2011

TURISMOPORTUGALEM

Conferência Internacional

Petiscos

Pentecostes

Para nós, católicos, e, até há pouco tempo, para a maior parte do povo, anónimo e proletário, o calendário das suas vidas

era também o calendário litúrgico, da igreja que orientava e marcava os ritmos quotidianos da sua ingrata existência.

A reforma que no norte da Europa tinha ins-truído o povo anónimo, obrigando-o a saber ler para puder colher da Bíblia, sem quaisquer in-termediários, os ensinamentos da vida eterna, entre nós, no sul, tinha esbarrado com a von-tade inf lexível dos poderes espiritual e tem-poral de manter os povos na mais implacável ignorância. Os reis, a aristocracia e o corpo eclesiástico.

Só havia uma maneira de garantir a perma-nência do status quo: conseguir que as pessoas não lessem no original aquilo que, de acordo com a sua crença, tinha sido transmitido em pri-meira mão aos Discípulos. Em latim, não fosse algum curioso aprender, na escuridão das lon-gas noites, o abecedário e o significado das pala-vras escritas. Assim havia a certeza, certezinha, que mesmo os mais curiosos, seriam, para tal, desmotivados.

O resultado desta manha saloia, comum a nós, aos espanhóis, àqueles a que chamamos atualmente italianos e tantos mais, é que no norte da Europa se manteve a representação real

– Inglaterra, Escócia, Gales, Irlanda, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Noruega, Dinamarca, Suécia, Luxemburgo, mais os países coloniza-dos pelos anglo saxões, Canadá, Nova Zelândia, Austrália – e no sul somos todos muito avança-dos e muito republicanos. Como me dizia, não há muito tempo um republicano dos quatro cos-tados – pensando ser estruturalmente muito di-ferente dos frades dominicanos que queima-vam pessoas no Terreiro do Paço – referindo-se aos povos citados: “Vê-se mesmo que é gente estúpida”.

“Tá bem”, digo eu, “ficamos assim. É a vida!”.O calendário da igreja era portanto o guia e

fio diretor da vida das gentes. Depois da Paixão e Ascensão vinha o tempo de Pentecostes: Jesus mostrou-se aos seus Apóstolos e disse-lhes: “Ide, ensinai o que Eu vos ensinei a vós”.

Após Pentecostes surge o tempo comum até as primeiras neves de novembro trazerem de novo o Advento e o Natal. O ciclo fecha-se.

O que se comia e quando era marcado por esta divisão do tempo. Que a Igreja, com os seus quase dois mil anos de vida, conhecia as pes-soas e o seu pulsar, isso sim, era indiscutível.

Estamo-nos a despedir da carne, matavam-se menos animais porque dificilmente se conser-variam. Agora aguarda-se pelo calor estival: co-mem-se as últimas sopas quentes. O gaspacho já nos espera, ali ao rodar da esquina.

Carpe diem, gozemos o momento presente, aproveitemos enquanto há.

António Amodôvar

Estamo-nos a despedir da carne, matavam-se menos animais porque dificilmente se conservariam. Agora aguarda-se pelo calor estival: comem-se as últimas sopas quentes. O gaspacho já nos espera, ali ao rodar da esquina.

Page 30: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

30

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

“Banda incrível ao vivo”, segundo a crítica musical, os portugueses

Melech Mechaya vão estar amanhã no Pax Julia Teatro Municipal, em

Beja, a partir das 21 e 30 horas, para um concerto integrado no ciclo Novos

Valores. André Santos, Francisco Caiado, João Graça, João Sovina e Miguel

Veríssimo são um grupo de música klezmer com sede em Lisboa e Almada

que atingiu notoriedade à conta dos seus concertos festivos, inspirados

também pelas músicas cigana, árabe e balcânica.

Melech Mechaya

fazem a festa no Pax Julia

Fim de semana

Concerto na igreja Matriz de Almodôvar

Terras Sem Sombra

apresenta “Luz da Luz”

No ano em que se comemoram os 250 anos do nas-cimento de Marcos Portugal (Lisboa, 1762; Rio de Janeiro, 1830), considerado “o mais famoso compo-

sitor português”, o Festival Terras Sem Sombra presta-lhe homenagem com o concerto “Luz da Luz”, agendado para amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, na igreja Matriz de Almodôvar.

Sob a direção de António Vassalo Lourenço, o Coro da Universidade de Aveiro e a Orquestra Filarmonia das Beiras interpretam um Te Deum composto por Portugal em 1802, o “Te Deum laudamus a quatro voci com piena orchestra”, que resultou de uma encomenda da Casa Real para o batismo do infante D. Miguel no palácio de Queluz. Será a primeira es-treia moderna da obra, neste que é o segundo momento do festival de música sacra do Baixo Alentejo, organizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese de Beja, que se prolongará até junho.

Segundo a organização, o tributo ao mestre luso, “que bri-lhou com luz própria nos palcos europeus”, torna-se inevitá-vel quando um dos propósitos do Terras Sem Sombra se prende com a valorização do património musicológico português. Deste modo, o concerto de Almodôvar é, segundo o italiano Paolo Pinamonti, diretor artístico do festival, “extremamente simbólico, uma vez que a exaltação de um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos se alia à interpre-tação de atuais e promissores agrupamentos e intérpretes na-cionais, numa perfeita união do passado ao presente”.

Também Almodôvar goza do estatuto de “marco” na his-tória da música alentejana. Acolhendo o Terras Sem Sombra desde o ano de fundação, 2003, no passado beneficiou da pre-sença do convento de Nossa Senhora da Conceição, de frades terceiros franciscanos e influente polo musical. Do seu legado faz parte também um “magnífico órgão”, encomendado no século XVIII em Hamburgo, que se conserva, silencioso, no coro alto da igreja conventual, e cuja recuperação, “dentro de parâmetros rigorosos”, é um projeto acalentado pelo DPHA da Diocese de Beja “e que conta com o interesse do municí-pio”, parceiro do festival.

Por sua vez, na manhã de domingo, 15, músicos e espectado-res juntam-se à comunidade local para, com o Parque Natural do Vale do Guadiana e o Centro de Excelência para a Valorização dos Recursos Silvestres Mediterrânicos, realizarem uma ação de

salvaguarda da biodiversidade na bacia do Guadiana, cen-trada na ribeira do Vascão e na sua ictiofauna.

ao o a o ti, d eto a t st co do est va , e t e a e tesimbólico, uma vez que a exaltação de um dos mais famososcompositores portugueses de todos os tempos se alia à interpre-tação de atuais e promissores agrupamentos e intérpretes na-cionais, numa perfeita união do passado ao presente”.

Também Almodôvar goza do estatuto de “marco” na his-tória da música alentejana. Acolhendo o Terras Sem Sombra desde o ano de fundação, 2003, no passado beneficiou da pre-sença do convento de Nossa Senhora da Conceição, de fradesterceiros franciscanos e influente polo musical. Do seu legadofaz parte também um “magnífico órgão”, encomendado noséculo XVIII em Hamburgo, que se conserva, silencioso, nocoro alto da igreja conventual, e cuja recuperação, “dentro deparâmetros rigorosos”, é um projeto acalentado pelo DPHAda Diocese de Beja “e que conta com o interesse do municí-pio”, parceiro do festival.

Por sua vez, na manhã de domingo, 15, músicos e espectado-res juntam-se à comunidade local para, com o Parque Naturaldo Vale do Guadiana e o Centro de Excelência para a Valorizaçãodos Recursos Silvestres Mediterrânicos, realizarem uma ação de

salvaguarda da biodiversidade na bacia do Guadiana, cen-trada na ribeira do Vascão e na sua ictiofauna.

João Monge homenageado nas Festas de Ficalho Arranca hoje, em Vila Verde de Ficalho, mais uma

edição das Festas em Honra de Nossa Senhora

das Pazes e São Jorge. Entre os vários momentos

musicais previstos – desfile de grupos corais, um

tributo aos Beatles, bailes e um concerto com

Sebastião Antunes e Quadrilha, no domingo, 15 –

destaca-se a homenagem ao letrista e compositor

João Monge, nome da terra, que terá lugar amanhã,

sábado, a partir das 22 horas. Participam Rui Veloso,

Tim, Nuno Guerreiro, João Gil, Paulo Ribeiro, Nancy

Vieira e Manuel Paulo, num espetáculo que antecede

o fogo de artifício, à meia-noite.

Jazz e poesia no Fórum Eugénio de Almeida O jazz de José Peixoto funde-se com a poesia de

Eugénio de Andrade no espetáculo “Até que um

pássaro me saia da garganta – Sete Canções, Sete

Poemas”, que sobe amanhã ao palco do Fórum

Eugénio de Almeida, em Évora, a partir das 21 e 30

horas, no âmbito da temporada Melodea 2012. O

concerto, com uma forte composição cénica, nasce

da ideia de sonorizar musicalmente sete poemas

de Eugénio de Andrade, autonomizando cada

um numa “peça de câmara” para duas guitarras

clássicas e voz. A interpretação é de Teresa Macedo

(voz) e Ana Cloe (atriz), acompanhadas à guitarra

por José Peixoto e Luís Roldão.

Cante alentejano ouve-se em CascaisA tarde de domingo, 15, vai ser de cante alentejano em

Cascais. A organização do evento, que arranca pelas

17 horas, no Teatro Gil Vicente, é do Grupo Coral de

Tires, que chama também para o palco o Rancho Coral

Etnográfico de Vila Nova de São Bento e o Grupo 4

ao Sul, composto por José Barros (Navegante), Rui

Vaz e José David (Gaiteiros de Lisboa) e Pedro Mestre,

tocador de viola campaniça, além de ensaiador de

corais alentejanos. O encontro musical dá pelo nome

de “O Cante Alentejano – Matriz de um Povo” e tem o

patrocínio da Câmara Municipal de Cascais.

Page 31: Ediçao N. 1564

Diá

rio d

o A

lent

ejo

13 a

bril

2012

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

31

combustÍveis estÃo tÃo caros

que pulido valente

e rodeia machado

vÃo para a assembleia

municipal no mesmo carro

A escalada dos preços dos combustíveis está a dificultar, e muito, a vida dos portugueses. Uns já começaram a vender partes do corpo para poderem comprar gasolina. “Afinal, para que é que precisamos das córneas?”, questionam. Mas até na nossa região estas dificuldades se fa-zem sentir. Prova disso é o crescimento do carpooling – sistema de partilha de transporte para ver se se poupa no “gasoil”. Já há várias perso-nalidades locais que aderiram a esta prática, mesmo aquelas que andam desavindas: Pulido Valente e Rodeia Machado vão no mesmo carro para as reuniões da assembleia municipal, mas separados por uma rede eletrificada, enquanto que Miguel Góis vai numa carrinha de nove lugares com grupos de teatro da região que estão à espera dos subsídios desde as invasões visigóticas.

Coveiros do Alentejo obrigados a ter licenciatura em Português/Inglês

A notícia de que Fernando Caeiros

não poderá ser reconduzido como

gestor na InAlentejo por não ser

detentor de uma licenciatura dei-

xou os atores políticos da região de

boca aberta. Afinal Caeiros foi pre-

sidente da Câmara de Castro Verde

durante 30 anos e tem mais expe-

riência no dedo grande do pé do

que a maior parte dos consultores

e assessores da administração pú-

blica juntos. Fonte da InAlentejo

relatou-nos o desconforto vivido

na instituição: “Foi uma situação

chata... E tudo porque o sr. Caeiros

não tinha um daqueles cursos ti-

rados ao domingo… Nem sequer

um curso de origami da CEAC. Mas

é uma diretriz do Estado que te-

mos de respeitar: têm de ser li-

cenciados mesmo que escrevam

frases como ‘Estás a ver o que fi-

zes-te’ ou ‘Em ambas as três vezes

que fiz a quarta classe...’”. Todavia,

segundo apurámos, este não é um

caso único, já que será obrigató-

rio obter graus académicos para

exercer outras profissões: os co-

veiros serão obrigados a ter uma

licenciatura em Português/Inglês,

para discutirem mais facilmente

com aqueles médiuns estrangei-

ros que falam com os mortos, e os

varredores deverão ter pós-gra-

duação em Saneamento, Meio

Ambiente e Recursos Hídricos pela

Universidade de Oxford, Sorbonne

ou de São Teotónio.

Em Bom Alentejano: toino ou parvo?

Está de regresso mais uma edição do Em

Bom Alentejano, a rubrica linguística de

maior sucesso na imprensa portuguesa

(incha, Edite Estrela!). Muito obrigado às

quase três pessoas que acharam alguma

piada à primeira edição. Vamos debru-

çar-nos sobre o termo mais indicado a uti-

lizar: devemos dizer “toino” ou “parvo”?

Estes dois termos são muito aproximados

já que significam quase a mesma coisa, ou

seja, referem-se a alguém que tem o QI de

um bloco de xisto ou que prefere comprar

Panrico em vez de pão alentejano. Então

como podemos distinguir? Do seguinte

modo: o senhor vice-presidente da Ryanair

que disse que em Beja “não há nada para

além do aeroporto” e que o aeroporto

“não deveria” ter sido construído está ar-

mado em “toino”, ainda mais quando esta

afirmação vem de uma companhia aérea

que é capaz de meter os passageiros num

avião sem lugares sentados, agarrados a

um varão como no metro, se isso represen-

tar uma poupança de 50 cêntimos; por ou-

tro lado, aqueles que acham que o aero-

porto de Beja é a melhor coisa que se fez

no mundo ocidental nos últimos 50 anos

e que Beja é uma espécie de Tóquio caiada

de branco também estão a ser um boca-

dinho parvos, porque isso significaria que

em Beja haveria mais sítios onde comer

sushi e andaríamos todos de Toyota, o que,

segundo vi quando olhei pela janela, não

acontece. Atenção: não confundir estes ter-

mos com a expressão “deslembrado” que

pode significar “esquecido”, “parvo”, ou as

duas coisas em simultâneo, dependendo

do contexto: um tipo que se esquece das

chaves em casa é “deslembrado” (esque-

cido); uma pessoa que faz uma açorda com

salsa em vez de coentros é “deslembrado”

(esquecido e parvo) e devia levar com um

barrote nos queixos. Assim se escreve Em

Bom Alentejano!

Inquérito Uma empresa de manutenção de aviões vai investir cinco milhões de euros no aeroporto de Beja e criar 100 postos de trabalho. Está contente?

FIRMINO MARIA COCKPIT, 43 ANOS

Pessoa que perdeu a virgindade com uma torta de morango

Eu cá sou daquelas pessoas que precisa de ver

para crer. Aqui o Firmino já está farto de pro-

messas não cumpridas, como aquela do deter-

gente da loiça em que basta uma gota para la-

var 300 pratos. Ainda me lembro da história

da fábrica de pilhas chinesa que depois não

se concretizou, o que foi uma pena… Eu já só

compro pilhas chinesas, são muito melhores

do que as europeias… Os miúdos de Sichuan

estão a trabalhar muito bem! Se há coisas de que o Firmininho percebe

é de pilhas e do jogo Angry Birds. Só é pena que as senhoras não en-

tendam o seu sex appeal…

OLEGÁRIO FELICIDADE SUPREMA, 26 ANOS

Apreciador de ovo mexidos com gomas

Estou tão contente que quando soube da no-

tícia até tomei banho. Foi a melhor coisa que

aconteceu a esta cidade desde que as senho-

ras começaram a usar saia acima do joelho. Já

estou a imaginar… O dinheiro vai jorrar por

aí até mais não! Agora o que calhava bem em

Beja era abrir uma espécie de Beja Aquática

mesmo nas portas de Mértola. Os buracos já

estão feitos e era de aproveitar. Podia montar-

-me no escorrega junto ao Pax Julia e descia ao pé do Luiz da Rocha. O

que faz falta a esta cidade é pessoas como eu que pensam no futuro e

que fumam coisas estranhas…

ALFREDOVELHO DO RESTELO, 76 ANOS

Autor da frase “antigamente é que era”

Contente? Mas precisamos daquilo para quê?

Só para criar confusão, é o que é! O que é que

querem? Deixem-se estar mas é sossegados e

não arranjem moengas. Beja sempre foi uma

cidade pacata, apesar do desemprego. Agora

com 100 postos de trabalho é que esta cidade

vai acabar de vez… Já estou a ver: carros a cir-

cular às oito da noite quando já deviam estar

na cama; pessoas que vêm de fora para traba-

lhar por cá e só trazem coisas más como o dinheiro, as drogas ou a he-

patite C. Eu estou a avisar...

O Governo anunciou o f im das reformas

antecipadas, sem dar cavaco a ninguém, exceto

ao próprio Cavaco que promulgou esta decisão.

Parece que a corrida às reformas antecipadas tem

depauperado os cofres da Segurança Social mais

depressa do que o Malato despacha uma caixa de

azevias de grão. Contudo, o Executivo promete

aplicar mais medidas duras e já decidiu proibir os

trabalhadores portugueses de falecerem antes dos

65 anos – idade da reforma – nem que trabalhem

ligados à máquina ou com um desfibrilador

à mão. “Pode parecer uma medida fria, mas

só pretendemos garantir a sustentabilidade

da Segurança Social para que todos possam

continuar a usufruir da miséria que ela distribui”,

confidenciou-nos fonte do Executivo que nos pediu

anonimato enquanto mudava o óleo à sua Vespa.

“E para aqueles que se armarem em espertos e se

lembrarem de falecer antes dos 65, fiquem desde já

a saber que o Governo irá obrigá-los a apresentar

um impresso azul no Céu ou um impresso

encarnado no Inferno para que possam continuar

a pagar as suas contribuições… A não entrega

do documento implica uma multa pecuniária e

a deslocação por tempo indeterminado para um

local onde se ouvem músicas do Vitorino com

o Septeto Habanero 24 horas por dia, também

conhecido como Purgatório”.

Fim das reformas antecipadas Governo proíbe trabalhadores de falecerem até aos 65 anos

Page 32: Ediçao N. 1564

Nº 1564 (II Série) | 13 abril 2012

RIbanho POR LUCA

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO

ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo José Maria Pós-de-Mina | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e

assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail [email protected]

Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla

Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586), Ângela Costa (estagiária) | Fotografia José Ferrolho, José Serrano | Cartoons e Ilustração Luca, Paulo Monteiro, Susa Monteiro

Colaboradores da Redacção Alberto Franco, Aníbal Fernandes, Carlos Júlio, Firmino Paixão, Marco Monteiro Cândido Provedor do Leitor João Mário Caldeira | Colunistas

Aníbal Coutinho, António Almodôvar, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Constantino Piçarra, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Rute Reimão

Opinião Ana Paula Figueira, Bruno Ferreira, Cristina Taquelim, Daniel Mantinhas, Filipe Pombeiro, Francisco Marques, João Machado, João Madeira, José Manuel Basso,

Luís Afonso, Luís Covas Lima, Luís Pedro Nunes, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Nuno Figueiredo | Publicidade

e assinaturas Ana Neves | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação

([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares

Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

www.diariodoalentejo.pt

Hoje, sexta-feira, o céu deverá estar nublado.A temperatura vai oscilar entre os sete e os 17 graus centígrados. Amanhã, sábado, podem cair alguns aguaceiros na regiãoe no domingo são esperadas poucas nuvens.

Pax Julia Metal Fest em outubro

O Pax Julia Metal Fest, festival de hard’n’heavy

de Beja, regressa este ano à Casa da Cultura, local

onde se estreou, cumprindo a sua terceira edição

já no próximo dia 6 de outubro. A organização,

a cargo da Zarcos – Associação de Músicos de

Beja, já anunciou algumas das bandas presentes,

nomeadamente os cabeças de cartaz Dawnrider,

banda já com créditos firmados no panorama

nacional e com um terceiro álbum na forja, bem

como os Oker, de Espanha, que estão a fazer furor

a nível ibérico, e os Midnight Priest, banda de puro

heavy metal que está a ser muito bem recebida

em Portugal e no estrangeiro. A representar as

jovens promessas da cena heavy nacional estão os

Nuklear Infektion, que vêm apresentar o seu EP de

estreia, cabendo as honras de abertura aos Lunae

Lumen, banda bejense “que começou a carburar no

princípio deste ano”.

Feira das Profissões em Aljustrel

Painéis informativos sobre profissões em

várias áreas, um fórum dedicado ao emprego

e à qualificação, uma tertúlia sobre orientação

vocacional e animações musicais marcam a Feira

das Profissões, que decorre até amanhã, sábado,

no pavilhão do Parque de Exposições e Feiras

de Aljustrel. A feira “pretende dar resposta aos

ensejos e dúvidas dos jovens a nível académico

e profissional”, explica a Câmara Municipal de

Aljustrel. A realização da feira resulta de uma

parceria entre a câmara, o Agrupamento Vertical de

Escolas, a Escola Secundária e o Centro de Formação

Profissional de Aljustrel e a Esdime – Agência para o

Desenvolvimento Local do Alentejo.

Corrida de touros Ovibeja

A Praça de Touros José Varela Crujo, em Beja,

recebe no dia 28, pelas 17 horas, a tradicional

corrida de touros da Ovibeja. Em praça estarão

os cavaleiros João Moura, Rui Fernandes e João

Moura Caetano, frente “a um imponente curro”

da ganadaria Cunhal Patrício. Nas pegas estarão

os Forcados Amadores de Cascais, que “fazem a

passagem de testemunho do cabo Pedro Marques a

Joel Zambujeira”, e os Forcados Amadores de Beja.

PUB

Sonhar ao Longe conta a história de um rapazinho que usa a capaci-dade transformadora da imagina-

ção para tornar mais bela e acolhedora a rua feia e desumanizada onde vive. O li-vro, um projeto concebido a quatro mãos pelo contador Jorge Serafim e pelo ilus-trador José Francisco, é hoje apresen-tado aos leitores, a partir das 21 horas, na Biblioteca Municipal de Beja. Uma obra para crianças “de todos os tamanhos”. Este livro teve origem num simples texto,

proposto em jeito de desafio. O que entre-

tanto se passou para que os autores chegas-

sem até aqui?

Este texto nasce de uma solicitação do ilus-trador José Francisco, quando estudava Artes Plásticas e Multimédia na Escola Superior de Educação de Beja. No âmbito de um traba-lho de uma disciplina do curso, precisava de um texto para ilustrar e maquetar em forma de livro e montar uma exposição sobre o pro-cesso de construção do mesmo. Após a apre-sentação pública aos professores e a alguns amigos, recebemos palavras encorajadoras no sentido de dar um passo em frente. É um livro discutido passo a passo. Não há palavra escrita nem ilustração desenhada que não te-nha sido discutida e aprovada pelos dois cria-dores. Sonhar ao Longe tem dois autores e dois ilustradores.

Que história ou histórias se contam neste

que define como um livro “para crianças de

todos os tamanhos”?

É a história de um rapazinho que mora numa rua feia, vazia e desumanizada e atra-vés das muitas horas passadas à janela do seu próprio quarto, enquanto denuncia vizi-nhos desconhecidos, crianças que não brin-cam, prédios feitos à pressa e pássaros que fazem companhia a quem precisa, imagina

Jorge Serafim,40 anos, natural de Beja

Como contador de histórias, tem percorrido o País de norte a sul, ilhas incluídas, protagonizando inúmeras sessões para públicos de todas as idades. Conta, diz, “para que as palavras regressem a casa mais cedo. Para que entre nós deixe de haver espaços vazios difíceis de habitar”. Vem também participando em encontros de narração oral, nomeadamente em Espanha, Argentina e Canadá, além de ser presença regular nas estações de televisão SIC e RTP1, em programas de humor. É autor dos livros A. Ventura, A Sul de Ti e Estórias do Serafim.

formas de transformar a rua aonde vive num local mais aprazível. É a história de alguém que, através do uso da imaginação, embe-leza o mundo que habita, transformando-o num outro substancialmente mais apelativo. Afinal as casas fazem parte do corpo das pes-soas e são todas para amar. E as casas, como as pessoas, têm direito à vida.

É possível aqui encontrar a marca, a cadên-

cia, da narração oral, a atividade a que se

dedica?

É possível perceber uma respiração própria quando lemos o texto. Um pensamento par-tilhado como um desabafo e que, como tal, joga com vários ritmos associados ao pulsar das emoções. Se se percebe alguma seme-lhança com a minha cadência enquanto nar-rador oral, deixo essa análise à consideração dos leitores. Enquanto livro, saliento a fres-cura das ilustrações. Criam uma dinâmica visual que complementa a densidade das pa-lavras. É este todo que lhe assegura uma ca-dência própria.

Foi uma editora de Guimarães, a Opera

Omnia, que se interessou pela publicação de

Sonhar ao Longe. Houve muitas recusas?

Praticamente todas. Houve uma que manifes-tou interesse em publicar, mas queria alterar o formato imaginado pelo ilustrador. Nunca abdicámos, Jorge Serafim/José Francisco, da matriz, do fio condutor nem do formato mais adequado a esta possibilidade de livro. Até que o José Manuel Costa, abençoado seja, da editora Opera Omnia, tomou conhecimento dele através de uma amiga e acreditou no nosso projeto. Mas nunca fechámos portas a conselheiros. Um agradecimento muito espe-cial ao António Mateus, da Livraria Bichinho de Conto, que insistentemente, na área do de-sign, nos ensinou a elegantizar, e de que ma-neira, o livro. Carla Ferreira

Serafim estreia-se na escrita para crianças

Sonhar o mundo que queremos

PU

B