Edição Março 2011

118

description

Revista Viva Março 2011

Transcript of Edição Março 2011

Page 1: Edição Março 2011
Page 2: Edição Março 2011

2

Page 3: Edição Março 2011

3

Page 4: Edição Março 2011

2

Page 5: Edição Março 2011

3

editorialJOSÉ ALBERTO MAGALHÃES

O mundoem mudança

A “revolução” começou há cerca de duas dezenas de anos. A Internet, então um“bicho de sete cabeças” para muita gente, dava os primeiros passos. A WorldWide Web era, por si própria notícia. Hoje é a noticia...

De entre as muitas redes sociais prodigamente utilizadas o Facebook é, legiti-mamente, o rei. Há quase como que um antes e um depois...

O Facebook, que reúne mais de 600 milhões de utilizadores ativos mensais,em todo o mundo (mais de dois milhões em Portugal), deve atingir os mil milhõesdentro de quatro, cinco anos.

Se a Internet alterou o relacionamento entre a humanidade o Facebook fê-lo, ede que maneira, entre as pessoas.

Em Portugal, e segundo um estudo junto de mil utilizadores, recentementerealizado pela Netsonda e citado pelo Notícias Magazine, 78% dos inquiridosestão sempre ligados ou ligam-se, pelo menos uma vez por dia, sendo que 58,2%gastam até uma hora diária na rede social, 37% já a utilizam para fins profissio-nais, mais de dois terços consultam os sites das marcas que seguem no Facebo-ok, enquanto 72% são adeptos particulares das páginas sociais.

As mulheres são o grupo que mais horas dedica à rede.Estes números que apesar de mostrarem um óbvio afastamento do contacto real

com os outros são, de facto, a constatação da poderosa ferramenta que é a Internete, dentro desta, o Facebook, nomeadamente no combate às desigualdades sociaise às ameaças ambientais, na compra, venda e troca de produtos, na partilha decontactos e experiências, nas oportunidades de negócios e no lançamento depetições a propósito de tudo...e às vezes de nada!

HI5 (muito utilizado pelos mais jovens), Twitter, MySpace, Linkedin, etc. sãofaces de uma mesma realidade. Recentemente, em Portugal, a rede serviu parajuntar cerca de 300 mil pessoas em defesa de objetivos comuns, numa “manif”global que teve a sua génese numa conversa de café entre três amigos. Depois foisó clicar...

O mundo também mudou no Norte de África ao ritmo dos cliques revolucionári-os de tunisinos, egípcios e líbios.

A rede mudou - e continua a mudar - o mundo...Como também mudou o português.

Page 6: Edição Março 2011

4

sumário

Editorial ............................................................................................... 3

Protagonista: Rui Moreira ................................................................... 6

Música: A Beta Movement/Freud e Eu/Underdogs ............................. 12

Reportagem: Redes Sociais ............................................................. 16

Moda: Maquilhagem......................................................................... 22

Ciência: Cirurgia inovadora às varizes praticada no Porto ................ 26

Figura: Sofia Escobar ........................................................................ 30

Em foco: Sea Life ............................................................................ 34

Universidade: 100 anos de liderança e prestígio .............................. 38

Galiza: Confidências da Galiza ........................................................ 42

Desporto: Manuel Centeno - Bodyboard ........................................... 46

Portofólio: ........................................................................................ 49

Momentos: ...................................................................................... 50

Decoração: CIN .............................................................................. 58

Águas do Porto: Futuro pela telemetria ........................................ 62

Stockmarket: Descontos estão de volta à Exponor .......................... 64

Portuguese Fashion News: PFN distinguiu jovens criadores .......... 65

Através dos tempos: Cheias ........................................................... 66

Televisão: Porto Canal ...................................................................... 70

Actualidade: ..................................................................................... 74

Autarquias

Porto: Porto em alta velocidade ..................................................... 76

Maia: Mobilização da comunidade Maiata .................................... 82

Gondomar: Gondomar, coração de ouro ........................................ 84

Famalicão: Uma aposta na formação superior ............................... 88

Área Metropolitana do Porto: Bombeiros à escala metropolitana ... 94

Porto Vivo, SRU: .............................................................................. 98

Memórias: Av. Rodrigues de Freitas .............................................. 100

Sugestões Culturais: ..................................................................... 102

Freguesias

Campanhã: Projeto inovador .......................................................... 104

Lordelo do Ouro: 175 anos no concelho do Porto .......................... 106

Nevogilde: Melhoria na via pública ................................................ 108

Paranhos: Um convívio empresarial ............................................... 110

Passatempos. ................................................................................. 112

Crónica: O Porto que se faz na ciência ........................................... 114

Figura

Sofia Escobar30

42 GalizaConfidências da Galiza

Page 7: Edição Março 2011

5

Propriedade de:ADVICE – Comunicação

e Imagem Unipessoal, Lda.Sede da redacção: Rua do Almada,

152 - 2.º – 4050-031 PortoNIPC: 504245732

Tel.: 22 339 47 50 – Fax: 22 339 47 [email protected]

[email protected]

Diretor Eduardo Pinto

Editor José AlbertoMagalhães

Redação Marta Almeida CarvalhoMariana Albuquerque

Fotografia Virgínia Ferreira

Marketinge Publicidade Eduardo João Pinto

Célia Teixeira

ProduçãoGráfica Ricardo Nogueira

Pré-impressão Xis e Érre,Estúdio Gráfico, Lda.

Impressão, MultipontoAcabamentos Rafael, Valentee Embalagem & Mota, S.A.

R. D. João IV, 691-7004000-299 Porto

Distribuição Mediapost

Tiragem 140.000global exemplares

Revista trimestral gratuita

Registado no ICS com o n.º 124969Membro da APCT

Depósito Legal n.º 250158/06Direitos reservados

Através dos tempos

Cheias

Universidade

100 anos de liderança e prestígio38

66

Page 8: Edição Março 2011

6

protagonista

do Porto

Genuinamente tripeiro,portista de coração,

regionalista por convicção,gestor por formação. Esta é

uma forma, entre muitaspossíveis, para definir o

presidente da AssociaçãoComercial do Porto. Guiado

por uma forte consciênciapolitica e um elevado

sentido cívico, Rui Moreiradispensa apresentações,

sendo um dos maisinterventivos protagonistasda Invicta. Partilha de uma

grande admiração pelacidade, com a qual mantém

uma verdadeira “relaçãode amor” e é, ainda,conhecido por ser um

fervoroso adepto do FCPorto.

Uma voz

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

Page 9: Edição Março 2011

7

rui moreira

Defender o lóbi regional. É as-sim que Rui Moreira carateriza a

sua intervenção na vida da cida-de, quer como cidadão, quer como

presidente da Associação Comerci-al do Porto (ACP). “A cidade e a re-

gião precisam de vozes que defendamos seus interesses já que, atualmente,

existe uma certa incapacidade de mobi-lização”, sustenta, salientando que este é

o principal defeito do Porto, que tem vindo aperder alguma da sua aptidão reivindicativa e,

consequentemente, protagonismo a nível nacional.“O Porto torna-se, por vezes, numa cidade resignadaà sua sorte”, refere, sublinhando que isto se deveu,nomeadamente, quer a culpas próprias, quer a exter-nas. “A noção de individualismo e independênciasempre fez parte do caráter das elites do Porto. Noentanto, havia momentos em que se ouvia uma espé-cie de toque a reunir, em que a voz da cidade clama-va em uníssono pelas causas que queria abraçar”. E,garante Rui Moreira, foi isto que se perdeu. Em suaopinião, o Porto acreditou que, com a entrada naEuropa, o progresso iria surgir naturalmente e que o

rui moreira

Page 10: Edição Março 2011

8

protagonista

“peso político deixava de fazer sentido” o que de-monstrou uma certa “ingenuidade”. Mas a evoluçãodo regime também condiciona essa «apatia». De acor-do com Rui Moreira, Portugal passou, em poucos anos,de um país bipolar a unipolar. “A dicotomia entreLisboa e Porto perdeu-se, passando o poder, o Estadoe as grandes opções políticas a concentrarem-se em epara Lisboa”. Mas apesar da perda de protagonismo,garante, o Porto burguês ainda existe, nomeadamenteatravés de um grupo de cidadãos empenhados, comdestaque para as profissões liberais que continuam ater “um peso muito forte na cidade”.

O Porto e o poder político

A concentração de recursos, principalmente em ter-mos de investimento público, foi, para Rui Moreira,“um erro”, porque o poder central não partilha de umparticular afeto pela segunda cidade do país, tendovindo a tornar-se num Estado concentracionista que“cuidou de se refugiar nas ameias do castelo, emLisboa, retirando competências ao resto do país”. A“portofobia” que garante que existe e que tem vindo a

crescer, deve-se, sobretudo, à deslocalização para acapital dos grandes orgãos de comunicação socialoriginários da Invicta, ao “fracasso que foi a NTV, àdiluição de rádios de caráter noticioso, e àquilo que aRTP-N nunca conseguiu ser – uma televisão do Nor-te”. Embora, publicamente, já tenha manifestado al-gumas discordâncias com a Câmara do Porto, RuiMoreira não tem dúvidas sobre a gestão autárquicaatual. “Quando olhamos para a crise de financiamentode que estamos a ser vítimas, percebemos que a ges-tão autárquica, efetuada nos últimos anos, nos permi-tiu amealhar reservas para enfrentar a situação atualdo país”. Questões como o aeroporto, o Porto de Lei-xões, as Scut, o Fantasporto, o Rivoli, a cultura e oturismo, são batalhas que travou, enquanto cidadão, esente que o Porto continua a ser prejudicado em todosestes temas. “O Porto é discriminado consecutiva-mente, em todas as políticas públicas”, garante, su-blinhando que “desde o Estado Novo que não se viaum governo tão «portofóbico» como o atual”. Rui Mo-reira lamenta, ainda, a resignação e o silêncio donúcleo distrital do PS, um partido que, em seu enten-der, tem responsabilidades acrescidas por ter lidera-

Page 11: Edição Março 2011

9

rui moreira

do, durante anos, a autarquia portuense. “Os lídereslocais têm-se comportado como meros comissáriospolíticos”, acusa. O presidente da ACP foi, recente-mente, indicado por Rui Rio para presidir à Sociedadede Reabilitação Urbana (SRU) não tendo o seu nomesido sufragado pelo governo de Sócrates. “O trabalhoque tenho desenvolvido, com o apoio de toda a estru-tura da ACP, é perfeitamente satisfatório ao nível daminha participação cívica”, garante, descartando ahipótese de uma possível candidatura à autarquiaportuense, no futuro.

Amor antigo

A relação que mantém com o Porto é muito fortemas, como todas as relações de amor, “também trazdesapontamentos”, diz. Gosta da Foz, do encontroentre o rio e o mar, da dicotomia entre o Porto modernoe o medieval, da luz dourada, de andar a pé pelacidade, onde conhece vielas e recantos muito paraalém dos seus pontos principais. “É um amor antigo”,refere, sublinhando que é uma cidade com um caráter“diferente”. “Numa era de globalização, de modas,de media e de Internet, as cidades são muito pareci-das umas com as outras. É nisto que o Porto ainda sedistingue”, refere, salientando que a sua média di-mensão, faz dela uma cidade “facilmente percetívelpela diferença”. A pronúncia e a forma de se expres-sar dos portuenses são, a par do Vinho do Porto, do FCPorto e da recente «movida», os grandes símbolos dacidade, que considera um autêntico “museu vivo”.Grande aficionado da francesinha, é frequentementeabordado pelas pessoas quando anda a pé no Porto.“Falam sobre futebol, sobre algo que ouviram na tele-visão ou para apresentar queixas e reclamações sobrediversos assuntos. Nunca tive nenhuma manifesta-ção de antipatia”, conta. E se pudesse, o que muda-va? “Sobretudo a falta de perceção da importância dealgumas instituições da cidade”, admite, dando comoexemplo a Universidade do Porto. “É necessário que asociedade civil e o poder político se aproximem dogrande potencial que a UP tem para a criação derecursos próprios na cidade e na região. Ela é a nossa«lâmpada de Aladino»”.

Rui Moreira não consegue enumerar os traços depersonalidade que melhor o definem. Gosta de ler ede escrever, não dispensa um passeio matinal para

fugir ao stresse do quotidiano e, apesar de retirar gran-de prazer do trabalho, consegue desligar-se completa-mente, em férias.

Garantir o lóbi económicoe cultural da região

Foi no Porto que frequentou os estudos até aoúltimo ano do liceu, mas partiu para Inglaterra embusca de um curso superior, tendo-se licenciado emGestão. Passou, ainda, por outros países europeus,como a Noruega e a Alemanha, e no regresso àInvicta, começou a trabalhar numa empresa de fa-mília, na área da navegação e desportos, onde semanteve por muitos anos. Posteriormente dedicou-sea negócios imobiliários, tornando-se presidente da ACPhá cerca de uma década.

A Associação Comercial é uma entidade com gran-de peso histórico na Invicta, sobretudo pelas batalhas

Page 12: Edição Março 2011

10

protagonista

Cor – AzulFilme – “Citizen Kane”Livro – “Os sete pilares da sabedoria”– Lawrence da ArábiaLugar – Por toProjecto inadiável – O meu novo livroFigura da cidade – D. Manuel ClementePorto – Coragem

Discurso direto

que tem travado na defesa dos ideais e na incremen-tação dos recursos do Porto, nomeadamente ao níveldas infraestruturas. “Questões como a via férrea, oaeroporto, o Porto de Leixões e o metro têm sido asnossas lutas atuais”, aponta, salientando que fazemparte da tradição desta entidade. “A ACP surgiu em1834, numa altura em que o país não tinha infraestru-turas, tendo-se empenhado sempre no seu desenvol-vimento”, recorda. De acordo com Rui Moreira, o pa-pel da ACP é o de fazer “lóbi económico e culturalpela cidade e pela região, intervindo em tudo o queestá ligado aos negócios locais, a sua relação com oexterior e com o poder central”.

«Dragão de Ouro»

Toda a gente lhe conhece a paixão clubistica. Dragãode alma e coração, e também de ouro pela sua maisrecente conquista da estatueta azul e branca - na qualtem grande orgulho - é um acérrimo defensor do FCPorto, embora também um crítico. Essa «clubite» tem-no feito protagonizar diversos episódios onde saiu emdefesa do clube da sua cidade. E sente sempre a neces-sidade de o fazer? “Sim, quando aquilo em que acreditoé alvo de insinuações. Nunca pactuei com «autos-de-fé» públicos”, referiu numa clara alusão ao episódiorecente que o levou a abandonar o programa “Trio deAtaque” da RTP-N, onde era comentador, devido a afir-mações proferidas por António Pedro Vasconcelos. E

foram os «autos-de-fé» que dominaram o processo “Api-to Final”? “Acho que houve uma tentativa organizada eorquestrada para destruir o FC Porto, atacando, simulta-neamente o seu presidente e a vertente desportiva”,referiu, salientando que as conferências de imprensadadas por Ricardo Costa se assemelharam a verdadei-ros «autos-de-fé». “Nunca vi sentenças serem anunci-adas em conferências de imprensa”, ironizou.

A relação que mantém com o presidente do FC Portoé de grande estima e admiração por tudo aquilo quePinto da Costa tem feito pelo clube. “O Porto, com adimensão internacional que tem, foi um projeto dePinto da Costa. Espero que se mantenha na liderançapor muitos anos”. Quanto a uma futura «sucessão» dopresidente portista, Rui Moreira está tranquilo, pre-vendo uma «passagem do testemunho» competente.“O Porto é um clube com uma estrutura exemplar, comgrandes recursos físicos e humanos”, diz, salientandomesmo que o clube é um modelo de organização.

Page 13: Edição Março 2011

11

rui moreira

Page 14: Edição Março 2011

12

música

Criatividade «Indie»O EP «ABetaMovement»,

edição de autor,é o primeiro registo

de um projeto musicalcom o mesmo nome.

Criada no Porto em 2008,os sons da banda flutuam

entre o «indie»e o movimento

ilusório dançável.Uma originalidade sonora

a desvendar.

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: ABM / F&E /TU

música

12

Page 15: Edição Março 2011

13

em destaque

SEC e Pedro Cordeiro criaram A Beta Movement,um projeto cuja originalidade se acentua pela afir-mação num estilo «indie» alternativo, pouco divul-gado na música portuguesa. O nome surgiu de umaexperiência científica, realizada na década de 40que jogava com a projeção e interação de imagens,numa perceção de movimento. O registo, original ecriativo, é associado à programação eletrónica, oque resulta numa sonoridade marcante, vincada pordistorções de vozes, e a cada um dos seis temas doEP corresponde um conjunto de “frames” associa-dos a uma ação visual permanente. O trabalho decomposição resulta da interação dos dois elemen-

tos: Pedro com a voz e guitarra, SEC na programa-ção, bateria, teclado e baixo.

Depois da gala do Rock Rendez Worten (RRW),onde foi anunciada como a grande vencedora e atuoucom Miguel Guedes, a voz dos emblemáticos BlindZero, a banda gravou dois temas para fazer parte dacompilação RRW.

www.myspace.com/abetamovement

Page 16: Edição Março 2011

14

música

O ano de 2010 marcou o início dos The Un-derdogs, banda rock oriunda de Aveiro. Victor(voz e guitarra), Mano (baixo) e João (teclas)compõem o trio que tem agendado para o mêsde Março o lançamento do seu primeiro EP. Com-posto por seis temas (três já estão disponíveispara ouvir no myspace da banda) de bom rock,o disco irá marcar o início do sucesso dos«dignos herdeiros de Stones, Dylan e Hendrix»baseado no soul.

«O Senhor das Horas» é o primeiro single extraídodo álbum de estreia da banda portuense Freud & Eu -«Sinto Falta de Acordar». Com a entrada no mercadodiscográfico em 2010, o grupo já demonstrou a suaqualidade musical, que flutua numa essência rock, àqual se juntam claras influências do jazz.

Numa confirmação de talentos que a cidade doPorto sempre emprestou à música nacional, surge,agora, mais uma banda a dar cartas no panorama dorock alternativo. O line-up é constituído por BrunoNicolau (voz), Luís Ribeiro (guitarra), Peter Vieira(saxofone), Sérgio Valmont (baixo) e Rui Ribeiro(bateria), que optaram por um começo de «Setentae Tal Segundos de Lucidez».

www.myspace/freudeeu

www.myspace.com/theunderdogsworld

Page 17: Edição Março 2011

15

em destaque

Page 18: Edição Março 2011

16

reportagem

Haverá vida paraalém do Facebook?

reportagem

Page 19: Edição Março 2011

17

redes sociais

“Mas ainda não tensfacebook?” A perguntapode, à primeira vista,parecer normal, no seio deum grupo de amigos, masadquire outros contornos nomomento em que seobserva a estranhezaestampada no rosto dequem a proferiu. O conceitodas redes sociais já não énovo e, se por um lado,estes “espaços virtuais”começaram a ser utilizadoscomo canais de interaçãoentre conhecidos, hoje sãojá uma prioridade em todoo universo profissional.

Texto: Mariana Albuquerque / Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

Em Portugal, uma em cada três pessoas está pre-sente nas redes sociais. Em 2008, cerca de 25 porcento dos portugueses já marcava presença nestesmundos virtuais, o que posicionava Portugal no ter-ceiro lugar da tabela de países europeus mais utili-zadores das redes sociais. 2010 foi o ano da crisemundial mas, ainda assim, o mercado da Internetpermaneceu saudável, tanto a nível de utilizadorescomo de investimento publicitário. O Facebook (FB),inventado por Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin,ex-estudantes de Harvard, tornou-se a rede commais utilizadores, transformando-se no sítio maisvisitado e no tema de muitas conversas e análises.Estudos recentes revelam que, em Portugal, o nú-mero de registos efetuados nas redes chegou aos3.6 milhões. No entanto, a adesão solidifica-se,ainda, pelo grau de fidelização e pelo uso que osportugueses dão aos espaços virtuais. Em 2009foram editadas cerca de sete mil milhões de pági-nas, o que corresponde a uma média de 2010 pági-nas por utilizador. O tempo despendido é de 51.5

Page 20: Edição Março 2011

18

reportagem

milhões de horas, uma média de 14 horas e 20minutos por inscrito. O boom registado na utiliza-ção das redes sociais em 2010, no nosso país,associa-se também às três eleições realizadas nesseano, em que os partidos políticos criaram páginaspara contactar com o eleitorado, um pouco à seme-lhança do que aconteceu nas presidenciais dos Es-tados Unidos em 2008.

Um fenómeno de modas?

Estaremos perante um fenómeno de modas?“Não”, afirmam, convictamente, os especialistas,que associam a recente utilização das redes soci-ais à evolução da sociedade. “O fenómeno é o re-sultado de uma evolução a vários níveis, em ter-mos do que são as relações sociais, a vida familiare, principalmente, o trabalho”, explica o psicólogoFrancisco Machado, salientando que esta não é umatendência passageira porque “para muitas pesso-as, as redes sociais não são uma forma de comuni-car mas antes a forma de comunicar”. Da mesmaopinião é Paulo Querido, especialista em redes so-ciais. “As modificações trazidas pelas redes aindamal começaram e vai passar muito tempo até queas curvas de inovação e adaptação se estagnem. O

que poderá ser transitório são as marcas e as técni-cas de ligação”, apontou, lembrando que já assisti-mos à queda de algumas redes, “como o Orkut ou oMySpace”. É com naturalidade que Francisco Ma-chado encara o facto de o FB ter sido o site maisprocurado no ano passado, uma vez que “permite queas pessoas se possam expressar ainda mais do quenas outras redes”. Os aspectos pessoais, nos perfis,são um atrativo porque “podemos expor-nos ao mun-do de forma controlada, do modo como nos queremosmostrar: escolhemos as fotografias, indicamos ascaracterísticas e, de certa forma, damos a imagemque queremos”, apontou o psicólogo.

A importância da educaçãopara as redes sociais

O HI5 é outras das redes que, apesar de estar aperder terreno, tem ainda uma importância signifi-cativa para os mais jovens. Segundo FranciscoMachado, marcar presença na rede retrai o desen-volvimento de competências que deveriam ser na-turais, como a conversação face a face e a desco-dificação da linguagem não verbal. Deste modo,torna-se fundamental que os pais acompanhem autilização que os mais novos fazem das redes soci-

Page 21: Edição Março 2011

19

redes sociais

Page 22: Edição Março 2011

20

reportagem

ais. “Se não houver supervisão parental e um estí-mulo para que as crianças aprendam a gerir o seuespaço pessoal virtual, obviamente que vamos tercrianças, adolescentes e depois adultos em riscode exposição excessiva, uma vez que o que está noFB é público”, notou. Haverá, assim, uma idademais apropriada para nos iniciarmos nas redes so-ciais? “Teoricamente não porque as crianças de dezanos podem usá-lo e, se tiverem uma educaçãoequilibrada, nem vão achar grande piada até seremmais velhas”, destacou Francisco Machado.

A questão da privacidade

Apesar de considerar que “já há muita gente res-ponsável a usar o Facebook”, Francisco Machadoconsidera que “seria interessante começar a esta-belecer algumas regras, ou até mesmo legislação,que proteja a privacidade das pessoas”. A mesmapreocupação partilha Francisco Rente, da Universi-dade de Coimbra, que realizou um estudo que con-cluiu que os portugueses não dão importância à suaprivacidade nas redes sociais. “Cerca de 78 milportugueses deixam o seu perfil no FB completa-mente a descoberto. Qualquer pessoa pode acederà informação, não necessitando sequer de ter umaconta”, revelou, destacando, ainda, que “desses

78 mil, mais de metade revela informação pessoale relativa a interesses, da mesma forma que cercade 25 por cento não condiciona a informação sobrea vida profissional e contactos”. Francisco Renteexemplifica a sua preocupação: “Qual é a necessi-dade de os cidadãos do Canadá terem acesso livreàs fotos das férias que eu fiz com os meus amigos?Nenhuma. Mas podem usar essa informação, fa-zendo-se passar pelo hotel onde estive hospedado,para, através de SPAM, ou outro tipo de ataquesinformáticos, tentarem roubar informação privadado meu computador”, garante. Episódios como es-tes repetem-se milhares de vezes, todos os dias,em diversos pontos do globo. Precaução é, assim,a palavra de ordem. “O primeiro passo, no caso doFB, será segmentar os acessos à informação doperfil, garantindo que as fotos pessoais apenas po-dem ser acedidas pelos amigos ou que a discussãoque se teve no “mural” sobre o dia de trabalho naempresa apenas seja acessível aos seus interveni-entes”, afirmou o investigador.

Do virtual à realidade

Mas, se por um lado, os investigadores estãoconscientes dos perigos das redes sociais, por

Page 23: Edição Março 2011

21

redes sociais

outro, também lhes reconhecem imensas poten-cialidades, tanto a nível profissional como derelações. Há, por exemplo, quem consiga reen-contrar amigos de infância através da Internet.No caso do «Cerco 80», grupo de antigos alunosda escola do Cerco do Porto, tudo começou noNing. Um dos elementos resolveu criar uma pá-gina para contactar com colegas que frequenta-ram a escola na década de 80. Nas primeirassemanas, o grupo teve pouca adesão mas, rapi-damente, se tornou um fenómeno de popularida-de. Os membros foram adicionando novos con-tactos e a rede expandiu-se muito para além darealidade virtual. Os elementos organizaram umprimeiro jantar e, a partir daí, foi sempre a cres-cer. Hoje, os encontros são frequentes e os reen-contros saudáveis. Todos concordam que, graçasà Internet, amizades que ficaram lá longe, no tem-po de estudantes, se reativaram, fazendo reen-trar na vida pessoas que já dela não faziam partedesde que arrumaram os livros. E para reviveresses tempos já estão a organizar uma megafes-ta, que irá acontecer no recinto da própria esco-la, em finais do mês de Maio. “Esta foi umaideia muito gira que surgiu, um reencontro nolocal onde tudo começou. É como voltar aos tem-

pos de estudante”, referiu Rui Vieite, um doselementos da “comissão organizadora” que deuo mote para o nome da festa: “Regresso à Esco-la”. Bora lá “postar” a informação.

A presença dos negóciosnas redes sociais

Eugénia Pastor é sócia gerente de uma agênciade viagens. Integrar a empresa no Facebook foiuma forma de fazer chegar o nome ao maior nú-mero possível de contactos. “Publicitar no Face-book não tem só a ver com vendas mas sim emtornar o nome da empresa familiar”, explica, sa-lientando que é recente e o feedback ainda não ésólido. “Quero que o nome e o logótipo se tornemconhecidos para que o cliente, quando necessi-tar, contacte as ‘Viagens 360º’”. Mas se as pe-quenas empresas necessitam de visibilidade,também os negócios mais sólidos e de maiordimensão não se dão ao luxo de ignorar uma fer-ramenta de divulgação como é o Facebook. Deacordo com Pedro Salazar, diretor Regional deMarketing e Vendas da Hoti Hotéis, a presençado grupo no Facebook é “obrigatória”. Para alémde permitir comunicar gratuitamente com os “fãs”e “amigos”, divulgando acontecimentos e inici-ativas que de outra forma seria difícil e dispen-dioso, demonstra dinamismo e permite a partilhade eventos com outras unidades da cadeia hote-leira. “Um fator importante é o de aumentar anotoriedade na “net” e fazer crescer a nossa po-pularidade nos motores de busca que canalizemtráfego para as nossas páginas web”, garante,salientando que o FB não pode ser encarado comoum cartão de visita, mas como um complementoque gera uma visibilidade importante e que per-mite, não só a divulgação de iniciativas, comotambém a procura de novas oportunidades de ne-gócio. Para jogar com esta complementaridade, ogrupo criou um motor de reservas na página doFacebook para vender os seus produtos direta-mente. “O vício está criado, agora há que apro-veitar e inovar. Ser criativo é a chave”, garante odiretor, salientando um dado curioso: se o Face-book fosse um país era já o “terceiro com maispopulação a nível mundial”.

Page 24: Edição Março 2011

22

moda

Rostos compersonalidade

O desafio é apostar nas cores da natureza e realçar os pontos fortesde cada rosto. Nos próximos tempos, as sombras escuras permanecemna gaveta e há que abusar dos tons claros, com especial destaque paraos verdes e azuis. A Viva quis espreitar uma sessão de maquilhagemno Jorge Lima Cabeleireiros e testemunhou a sensualidade daspropostas para a Primavera/Verão 2011.

Page 25: Edição Março 2011

23

maquilhagem

Com os óculos na ponta do nariz, não há riscoque escape ao rigor das mãos que conhecem, háanos, a arte de maquilhar. As tendências para 2011,essas, resumem-se em poucas palavras – “o re-gresso aos anos 60” – porque, entretanto, há traba-lho a fazer e acumulam-se os rostos a transformar,quase em filinha indiana, no Jorge Lima Cabelei-reiros, situado na Praça de Liège, na Foz.

Texto: MarianaAlbuquerque

Fotos: Virgínia Ferreira

Um olhar bem demarcadocomo nos anos 60

Agora que os dias frios e cinzentos de Inverno jáse deixaram conquistar pelas temperaturas amenase pela luz das estações quentes, abandonam-se assombras escuras, substituídas pelos azuis e verdesda década de 60.

Com as clientes ainda de toalha na cabeça, asespecialistas em maquilhagem do Jorge Lima Ca-beleireiros começaram por uniformizar as peles dorosto e, rapidamente, a força do olhar ganhou terre-no, graças aos delineadores castanhos ou azuis,escolhidos “a dedo” para cada cor de olhos.

As sobrancelhas devem também estar bem mar-cadas e penteadas, de modo a poderem contribuirpara a personalidade que se pretende dar ao rostofeminino na nova estação. Além dos traços reforça-dos destacam-se as cores vivas, com o forte predo-mínio do azul, articulado com os iluminadores.

Apesar de as novas tendências apontarem paraos olhares que “saltam”, de imediato, à vista, aaplicação de um “blush” é importante quando sepretende trazer vivacidade a qualquer rosto.

Lábios de cores vivas e elétricas

Se, por outro lado, a ideia é criar um “look” pararealçar os lábios, destacam-se as cores vivas eelétricas, como o rosa e o laranja. Contudo, se a

Page 26: Edição Março 2011

24

moda

escolha recair sobre uma cor forte, os lábios ad-quirem todo o protagonismo, pelo que o rosto deveapresentar uma maquilhagem o mais natural pos-sível. O ideal será aplicar a cor com um pincel delábios para uma melhor precisão.

Maquilhagem adequadaao gosto de cada um

Apesar da conjugação de cores que sai dasmãos das profissionais de maquilhagem quase

que por instinto, Jorge Lima acredita que, acimade tudo, as pessoas têm de gostar do seu “look”.“Cada mulher tem que usar a moda conformeaquilo que vai fazer e aquilo de que gosta, porquese não se sentir bem, até pode estar muito boni-ta, mas isso não vai valer de nada”, defendeu ocabeleireiro, em declarações à Viva. O especia-lista destacou ainda a importân-cia de adequar a maquilha-gem às diferentes situa-ções e pessoas.

De resto, o sol danova estação chegoupara desafiar o sexo fe-

minino a deixar-se levar pelo atrevimento dostons quentes, numa atitude de elegância e irre-verência.

Page 27: Edição Março 2011

25

maquilhagem

Page 28: Edição Março 2011

26

ciência e tecnologia

Às 9.00 da manhã, a unidade de cirurgia de am-bulatório do Hospital de Santo António, no Porto,está repleta de enfermeiras rigorosamente equipa-das que, num entra e sai agitado, ultimam os pre-

Cirurgia inovadora às praticada no Porto

parativos para mais uma intervenção cirúrgica, ondea dosagem de bom humor parece ser garantida.

Deitada numa das marquesas está Mónica Silva,à espera da hora da operação; no corredor, Helena

ciência e tecnologia

Page 29: Edição Março 2011

27

varizes

Três milhões de pessoassofrem de varizes no nosso

país. A Viva foi assistir auma cirurgia inovadora erevela-lhe as vantagensde um método que, com

anestesia local, aindasó é utilizado por uma

médica portuguesa.

xo venoso desenvolve-se quando essas válvulasficam danificadas ou doentes, originando sintomascomo dor, pernas inchadas e pesadas, veias vari-cosas, alterações na pele e úlceras cutâneas.

Tradicionalmente, os doentes diagnosticados comrefluxo venoso seriam submetidos a uma cirurgia de“stripping venoso”, que consiste na remoção de par-te do tronco da veia safena. No entanto, já se praticaem Portugal um procedimento, importado dos Esta-dos Unidos da América, que constitui uma alternati-va mais confortável à cirurgia tradicional. O procedi-mento chama-se “VNUS Closure Fast” e, até aomomento, só é efetuado por duas mãos em todo opaís, recorrendo apenas a anestesia local. Essasmãos pertencem a Maria do Sameiro Caetano Perei-ra, médica especialista de Angiologia e CirurgiaVascular, que aplicou o novo método de tratamentoaos casos de Mónica Silva e Helena Alves.

Cirurgia de Ablação Endovenosapor Radiofrequência

Entretanto, já está tudo pronto no bloco e o ambien-te é de descontração. Mónica Silva, a paciente, estáacordada, bem disposta e, durante o procedimento, éamena a cavaqueira entre Maria do Sameiro e as en-fermeiras. “Oh Mónica, esqueci-me de ligar o rádiopara lhe dar música”, afirmou a enfermeira circulante,

Texto: Mariana AlbuquerqueFotos: Virgínia Ferreira

Alves aguarda a chegada da especialista que, hápoucos meses, realizou, com sucesso, a sua inter-venção cirúrgica. Em comum, as duas pacientesapresentam um problema de varizes, ou, cientifica-mente falando, a doença de refluxo venoso.

Em condições normais, as veias das pernas têmválvulas que abrem e fecham de modo a ajudar oretorno do sangue ao coração. O problema do reflu-

Page 30: Edição Março 2011

28

ciência e tecnologia

enquanto resolvia a questão musical. Neste momen-to, a especialista de angiologia já se encontrava a pôrem prática o VNUS Closure Fast: posicionou o cateterde encerramento na veia de Mónica Silva, através deuma pequena abertura na pele, e aplicou-lhe energiade radiofrequência. À medida que a energia é aplica-da, a parede da veia encolhe, fazendo com que estaseja encerrada e o sangue redirecionado para outrasveias saudáveis.

A intervenção durou cerca de uma hora e meia e foirealizada sem anestesia geral. Maria do Sameiro Cae-tano Pereira prefere conjugar o procedimento com umaanestesia local por duas razões: o doente, como per-manece acordado durante toda a cirurgia, pode dizerque está a sentir dor no caso de o cateter estar malcolocado e, no fim da intervenção, poderá caminhardurante algum tempo, o que seria complicado com osefeitos de uma anestesia geral.

Poucos minutos após a operação, Mónica Silva jáestava de calças de ganga a caminhar pelo hospital. Omesmo aconteceu com Helena Alves, operada em de-zembro. “Estou muito bem, não tive contra-indicaçõesnenhumas. Saí daqui e fiz a minha vida normal”, ga-rantiu à Viva. “Vim a uma consulta de cirurgia vascu-lar porque depois da gravidez o meu problema dasvarizes agravou-se e sentia as pernas cansadas. Pro-puseram-me fazer esta técnica e correu muito bem”,acrescentou.

A Cirurgia de Ablação Endovenosa por Radiofre-quência não se aplica a todos os doentes, mas é cadavez mais utilizada. Em Portugal, três milhões de pes-soas sofrem de varizes; dessas, dois milhões sãomulheres. “Nos EUA, praticamente 97% das cirurgiasàs varizes já é por via endovenosa”, salientou Mariado Sameiro Caetano Pereira, que já efetuou quase cemcirurgias no Hospital de Santo António, vendo os paci-entes a saírem pelo seu próprio pé.

Page 31: Edição Março 2011

29

Page 32: Edição Março 2011

30

figura

Voz lusitananos palcos do mundo

Por vezes, otruque éengolir osnervos, digeriras saudades eseguir emfrente. Sofia

Escobar, naturalde Guimarães,

saiu de Portugalcom o talento

na bagagem e,nos palcos de Londres,encontrou a fama e umasegunda casa.

30

figura

Page 33: Edição Março 2011

31

sofia escobar

Seis vezes por semana, a personagem Christine Daaé,bela soprano que integra o conhecido musical “O Fan-tasma da Ópera”, sobe ao palco de Londres com voz esangue portugueses. O rosto é da vimaranense SofiaEscobar, os sonhos são de uma menina que recusoucruzar os braços e que, com apenas 21 anos, foi estudarpara Londres, em busca de uma oportunidade maior.

Em poucos anos, a jovem que, em Portugal, cantavaem igrejas, conquistou a crítica britânica e hoje a suacarreira conta já com um galardão de Melhor Atriz deTeatro Musical e uma nomeação para um LaurenceOlivier. Recentemente, Sofia Escobar foi também es-colhida para integrar o grupo dos 85 embaixadores daGuimarães 2012, notícia que a atriz recebeu “commuita honra, muita alegria e, acima de tudo, commuito orgulho” na sua cidade berço.

Mas até conseguir as primeiras vitórias, o percurso davimaranense foi feito de esforço e de algumas cedências.Muito ligada à família, Sofia Escobar cedo percebeu quesó com uma forte aposta na formação conseguiria fazer adiferença no mundo da representação. “Acho que essavontade sempre fez parte de mim, lembro-me de querercantar aos cinco anos!”, contou a jovem à Viva.

Nessa altura, enquanto Sofia cantarolava e ideali-zava histórias de final feliz, o “Fantasma da Ópera”,musical de Andrew Lloyd Webber, estreava, pela pri-meira vez, no West End, em Londres. A jovem portu-guesa, agora com 29 anos, estava longe de saber queum dia mais tarde iria pisar aquele palco, na pele daprotagonista Christine Daaé. Apesar da paixão pelamúsica se ter revelado muito cedo, Sofia Escobar ad-mitiu que só começou a acreditar realmente numa“possível carreira” anos mais tarde.

As pequenas conquistas em Portugal

A vimaranense tem consciência de que, em Portu-gal, seria “impossível” fazer o trabalho que hoje rea-liza em Londres. Ainda assim, os primeiros passoscomo atriz e cantora foram dados em terras lusas. Em1998, Sofia Escobar entrou para a companhia “A Ofi-cina”, onde participou em diversas peças apresenta-das no nosso país e no Brasil. Sem descurar a forma-

ção musical, a jovem decidiu também estudar canto epiano na Academia de Música Valentim Moreira deSá. Mais tarde, frequentou o curso básico de canto noConservatório do Porto.

O primeiro papel desempenhado em teatro musicalsurgiu na peça “Scents of Light”, de Artur Guimarães.Já depois de concluir a formação no Conservatório, ajovem foi escolhida para dar voz a Jasmine, persona-gem da trilogia “Aladino”, da Walt Disney. Nestaaltura, a atriz decidiu levar a sua carreira mais além emudar-se para Londres.

O jornal que mudou a vida de Sofia

Sofia Escobar saiu de Portugal com entusiasmo emedo na bagagem. Apesar de ter os objetivos plena-mente definidos, a jovem contou à Viva que a mudan-ça não foi fácil e exigiu um grande esforço. “Lembro-me de repetir para mim mesma ‘Vai correr tudo bem,vai correr tudo bem’. Estava muito entusiasmada eassustada. Além disso sou muito ligada à minha fa-mília e amigos, por isso, a viagem [até Londres] foitoda feita em lágrimas”, confessou.

Quando iniciou a formação na Guildhall, escola demúsica e de representação em Londres, a entrega tevede ser total. “Comecei a estudar na Guildhall e o nível

Texto: Mariana AlbuquerqueFotos: We Inspire Brands/Michael Le Poer Trench

Page 34: Edição Março 2011

32

figura

de exigência fazia com que houvesse uma dedicaçãocompleta”, afirmou a atriz, acrescentando que teve deconciliar os estudos com um trabalho num restaurantepara “ajudar com os custos de vida”. Apesar do esfor-ço, Sofia Escobar encontrou na escola “uma casa”, naqual se respirava uma “mesma paixão” pelos corredo-res. Já no segundo ano de curso, a portuguesa folheouum jornal que acabou por revolucionar a sua carreira.“No final do meu segundo ano vi um anúncio no jornalem que procuravam a Christine no Fantasma da Ópera”,contou a jovem que, entre flashes de insegurança ecerteza, subiu ao palco, no dia da rara audição, e con-quistou, com unhas e dentes, o papel da soprano que setorna a obsessão de um misterioso génio musical co-nhecido como “O Fantasma da Ópera”.

Dos palcos amadores aos palcos do mundo

Em declarações à Viva, Sofia Escobar recordou quepisar o palco do West End pela primeira vez foi “rea-lizar um dos maiores sonhos” da sua vida. “(…) es-tava nervosa, mas tão feliz por todos os esforços esacrifícios terem valido a pena!”, confessou a jovem.

Em pouco tempo, a portuguesa conquistou de talforma o público que a produção do West Side Storydecidiu ir buscá-la para o papel da protagonista porto-riquenha Maria. “Foi um grande desafio, não só anível vocal, mas também na representação. É um pa-pel fantástico mas muito exigente, senti muito a pres-são de ter sido escolhida para o fazer e tive medo de

desiludir o público”, contou a atriz. Apesar do receio,o desempenho da portuguesa na peça de Arthur Lau-rents valeu-lhe o título de Melhor Atriz de Teatro Mu-sical do Reino Unido, atribuído pelo portal de espetá-culos britânico Whatsonstage.

Nos momentos de maior nervosismo, Sofia Escobarapoia-se nas longas horas de preparação passadas emensaios. “O que me acalma é o período de ensaios,saber e sentir que estou preparada”, explicou à Viva,revelando que, ao longo das fases de maior trabalho,redobra os cuidados físicos. “Durante esse período te-nho ainda mais cuidado comigo, com a minha alimen-tação, horas de sono e exercício físico”, contou. “Tam-bém me acalma muito a confiança que os diretoresdepositam em mim. Costumo pensar para mim mesma:‘escolheram-te porque sabem que és capaz’”, acres-centou, com satisfação, a vimaranense.

Mas apesar de alguns sonhos estarem concretiza-dos, os desejos de Sofia Escobar não ficam por aqui.“Gostava de, um dia, poder gravar um CD, fazer cine-ma, televisão, felizmente nunca se pára de sonhar”,afirmou a atriz. Aos jovens que procuram uma oportu-nidade para singrar no mundo da representação, Sofiaapenas direciona palavras de coragem. “O meu maiorconselho é a aposta na formação, não basta ter talen-to, (…) para se construir uma carreira sólida e dura-doura tem que se trabalhar, estudar muito”, defendeu.Para os mais céticos, a prova desse esforço está emLondres e, até setembro, sobe ao palco na pele daprotagonista de “O Fantasma da Ópera”.

Page 35: Edição Março 2011

33

sofia escobar

Page 36: Edição Março 2011

34

sea life

Oceanos

Tubarões, cavalos-marinhos, estrelas-do-mar,raias, peixes-pedra, palhaço e dragão são algumasdas criaturas que podemos encontrar no Sea LifePorto. A funcionar desde meados de 2009, foi oprimeiro equipamento do grupo Merlin no país, eo 30º no mundo, proporcionando fantásticasexperiências marinhas a miúdos e graúdos.Mergulhe nos segredos das profundezas do oceanoe deixe-se levar pela aventura e diversão.

sea life

de mistérios

Page 37: Edição Março 2011

35

lazer

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

Gestos simples como tocar numa estrela-do-mar,pegar num ouriço ou acariciar uma anémona podemrevelar-se experiências únicas. No Sea Life Porto, aviagem inicia-se na nascente do rio, avançandoDouro abaixo até entrar na praia e descer ao fundodo oceano. “As cerca de 130 espécies distintasestão distribuídas por espaços recriados o maispróximo possível dos habitats naturais, o que des-perta a curiosidade de todos, sobretudo dos maisnovos”, refere Ana Torres, diretora de marketing doSea Life.

Durante a viagem, as primeiras a ser apresenta-das são as espécies de água doce. Depois de pas-sada a ponte Luiz I chegamos às piscinas rochosas,que representam já a entrada na praia e onde aparagem é mais longa, devido a uma infinidade depormenores a observar: qual a sensação de tocarnuma estrela-do-mar ou num ouriço, como dançamas anémonas e se deslocam as santolas? Os mo-mentos mágicos prosseguem. Uma inspiração pro-funda para ganhar fôlego para um mergulho nas pro-fundezas do oceano, que revela uma imensidão desurpresas.

No reino de Neptuno

O fundo do mar está envolto em mistérios quetodos querem desvendar. Saber como agem as es-pécies nos seus habitats naturais é a maior curio-

lazer

Page 38: Edição Março 2011

36

sea life

Os bilhetes para a visita ao Sea Life Por to po-dem ser comprados online com descontos so-bre o preço praticado no local. Para consultar atabela de preços vá a www.sealife.por to.pt

sidade dos visitantes que, à medida que a viagemprossegue, vão tendo surpresas agradáveis. As rai-as, simpáticas, parecem cumprimentar quem pas-sa, numa coreografia quase encenada e os tubarõessão uma atração para miúdos e graúdos. Os «temí-veis» predadores estão representados por váriasespécies nomeadamente o tubarão-lixa (o mais pre-guiçoso), o tubarão de pontas negras (que tem deestar em movimento constante sob o risco de asfi-xiar) e o tubarão-viola.

Num «navio naufragado» nadam os peixes tropi-cais e ainda há uma panóplia de espécies para ver:o gracioso cavalo-marinho, o peixe-dragão, o«Nemo» e a «Daisy»; o caranguejo-ferradura temdez olhos e é uma das poucas espécies que nãoteve qualquer tipo de evolução ao longo de milhõesde anos; o peixe-pedra, a criatura mais venenosados oceanos, cujo disfarce perfeito o transformanum habilidoso predador.

Aliando o entretenimento à vertente educativa, oresultado são momentos de diversão e aprendiza-gem. “Os miúdos adoram a experiência de poderinteragir com os animais, assistir à alimentação,tocar-lhes”, garante, destacando a complementari-dade entre a observação e a interação com as espé-cies. Entre os meses de fevereiro e julho, o Sea Liferecebe uma média de cerca de mil visitantes pordia, disponibilizando vários workshops e progra-mas pedagógicos para escolas.

A partir do próximo mês de junho, o Sea Life vaicontar com um espaço para mamíferos marinhos,proporcionando novas atrações e uma nova dimen-são ao equipamento.

Page 39: Edição Março 2011

37

lazer

Page 40: Edição Março 2011

3 8

universidade

de liderança e prestígioO centenário da Universidade do

Porto (U.Porto) vai ser assinaladopor uma série de simbolismos

que marcaram a vida dainstituição e que, ao longo de um

século de inovaçãoe versatilidade, merecem ser

recordados e celebrados. Em 2011são vários os pontos altos das

comemorações, que irão “mexer”com a vida da cidade, pelo que

destacamos os eventos maissignificativos do próximo

trimestre. Queima das Fitas 1952 – Carro do 3º ano de Ciências Biológicas

100 anos

universidade

Page 41: Edição Março 2011

3 9

centenário

Fotos: UP

Logo a partir de 1911, ano da constituição oficial, aUniversidade do Porto começou a afirmar-se como umainstituição de referência do ensino superior, contribu-indo largamente para qualificar a população e formarelites. Distinguida em várias vertentes, nomeadamentena produção científica, reforçou a competitividade dainvestigação nacional no estrangeiro e promoveu odesenvolvimento económico do país, através da valo-rização do conhecimento e da aposta na tecnologia. Adinâmica cultural, vigorosa e contemporânea, que temvindo a criar nos últimos 100 anos, contribuiu larga-mente para que a U.Porto se tornasse numa das insti-tuições mais prestigiadas da cidade e com maior po-tencial.

U.Porto entre as melhores da Europa

A estratégia de cooperação internacional garantiu-lhe, ainda, o prestígio no mundo, estando classificadacomo uma das melhores universidades à escala euro-

peia, quer no número de cursos oferecidos, quer no dealunos inscritos. Por tudo isto, e de acordo com JoséMarques dos Santos, reitor da Universidade do Portomerecem ser celebrados “os factos e acontecimen-tos, ideias, realizações, pessoas e meios, vontades edecisões” que contribuíram para que a U.Porto sejaatualmente a “maior universidade portuguesa” e seencontre entre “as melhores da Europa”. A comunida-de académica pretende, assim, comemorar condigna-mente o seu centenário, de forma a “enaltecer aexcelência académica” que a instituição tem vindo arelevar na sua “marcha histórica”.

Passado e presentePassado e presentePassado e presentePassado e presentePassado e presente

Para além da glorificação do passado, as comemo-rações do centenário pretendem promover o debate e apreparação do futuro da U.Porto baseado num legadosecular “dignificante”. A qualificação técnica, a parda investigação, do desenvolvimento tecnológico e dacriatividade artística, resultam do papel fundamentalque as instituições do ensino superior desempenhamno progresso socioeconómico do país. E é esse papelque a Comissão Organizadora das Comemorações doCentenário, presidida por Valente de Oliveira, preten-de enaltecer, através de uma série de iniciativas queproporcionem uma acentuada dinâmica cultural na ci-dade do Porto, ao longo do próximo ano.

Edifício de Medicina até 1959, actual ICBAS

centenário

Page 42: Edição Março 2011

4 0

universidade

• Até 17 de junho 2011“A Evolução de Darwin”Local: Jardim Botânico do Porto /Casa AndresenExposição que pretende dar conhecera vida e obra de Charles Darwin, in-cluindo a sua viagem à volta do mun-

do a bordo do HMS Beagle e as evidências que olevaram a postular a revolucionária teoria da evoluçãodas espécies, cujas aplicações se projetam ainda hoje.Patente no espaço renovado da Casa Andresen, estamostra reúne peças dos acervos da universidade, doMuseu de História Natural de Nova Iorque e de outrasinstituições nacionais e internacionais.

• Até 29 de setembro 2011Ciclo de Conferências “Conhecimento na U.Porto”Hora: todas as quintas-feiras às 18h30Local: VáriosAté ao próximo mês de Setembro, os finais de tarde dequinta-feira serão ocasião para conhecer e debater, naprimeira pessoa, o conhecimento científico produzidona Universidade do Porto. Este ciclo vai atravessardiferentes locais do Campus da universidade e contacom a participação de investigadores das mais diver-sas unidades de I&D sedeadas na instituição.

• De 18 de maio a 30 de outubroTrinta instrumentos para o ensino das CiênciasLocal: Museu Nacional Soares dos ReisExposição de peças do acervo da Universidade, atra-vés da qual se compreenderá melhor a história doensino da ciência na instituição e a evolução que co-nheceram os respetivos instrumentos.

• De junho a setembro 20117.ª Universidade JúniorPrograma de cursos de Verão desenvolvido pela uni-versidade com o objetivo de despertar nos jovens -entre os 11 e os 17 anos - o interesse pelo conheci-mento, ajudando-os, ao mesmo tempo, nas suas op-ções vocacionais. Integra ainda um programa geral eescolas de introdução à investigação (Física, Matemá-tica, Química, Línguas, Humanidades e Ciências daVida e da Saúde), especialmente vocacionadas paraos jovens do ensino secundário.

• junho de 2011Corrida UniversitáriaEm plenas Festas da Cidade, esta competição - abertaa toda a comunidade académica - irá percorrer diver-sos espaços do Porto.

• De 20 a 27 de junho 2011XXXIV Congresso Mundial da Vinha e do VinhoLocal: Centro de Congressos e Exposições da Al-fândegaDedicado ao tema “A construção do Vinho – Uma Cons-piração de Saber e de Arte”, este evento resulta deuma organização da associação “Um Porto para oMundo”, da qual faz parte a Universidade do Porto.

• De 20 a 27 de junho 2011A Construção do Vinho – Uma Conspiração de Ar tee de SaberLocal: Centro de Congressos e Exposições da Al-fândegaExposição a decorrer em paralelo com o XXXIV Con-gresso Mundial da Vinha e do Vinho, com coorde-nação da Faculdade de Arquitectura da Universida-de do Por to (FAUP).

• 24 de junho 2011Regata dos Barcos Rabelos

Em pleno dia de S. João, uma embarcação com vela etripulação da Universidade do Porto vai participar natradicional regata de barcos rabelos, no Rio Douro.Trata-se de mais uma forma de reforçar os laços dainstituição com a cidade.

• 25 de junho 2011Mostra EtnográficaLocal: Pavilhão Rosa Mota (Palácio de Cristal)Recriação da Festa de S. João nos Jardins do Paláciode Cristal.

• 27 de junho a 1 de julho 2011XXIX International Symposium of the International So-ciety of Biomechanics in SportsLocal: Faculdade de DesportoO IS BS2011 é a mais importante reunião mundial deBiomecânica no Desporto. Organizado pela Faculda-de de Desporto da U.Porto (FADEUP) e pela Facul-dade de Motricidade Humana da Universidade Téc-nica de Lisboa, este evento vai apresentar e discutiros mais recentes desenvolvimentos científicos mun-diais na Biomecânica do Desporto, fomentar a in-vestigação biomecânica em Por tugal e promoverinternacionalmente a investigação, os centros deinvestigação e os laboratórios portugueses dedica-dos à Biomecânica e à Biomecânica do Desporto. O simpósio coincidirá com o lançamento do LABIOMEP, um laboratório de biomecânica que reúne in-vestigadores de cinco faculdades da U.Porto.

Próximas iniciativas U.Porto

Page 43: Edição Março 2011

4 1

centenário

Page 44: Edição Março 2011

4 2

destinos

Fotos: Turgalicia

destinos

4 2

Confidências

Por terras galegas não faltam mistériose cenários mágicos. Com uma forte

aposta nas potencialidades locais, oturismo da Galiza lançou uma nova

marca que promete despertar reacções.“Guardas-me este segredo?”

da Galiza

Page 45: Edição Março 2011

4 3

galizagaliza

4 3

Page 46: Edição Março 2011

4 4

destinos

Poucos são os que resistem ao desafio de des-vendar um segredo. Para espicaçar curiosidades edespertar sensações, a Sociedade de Imagem e Pro-moção Turística da Galiza trabalhou, nos últimosanos, na construção de uma nova marca que comer-cializará, a partir de agora, os valores turísticosgalegos nos principais mercados.

Sob o mote “Galiza, guardas-me o segredo?”, amarca, apresentada no Palácio da Ópera, na Coru-nha, representa uma aposta nas singularidades da

Galiza como destino turístico, através de um con-ceito e de uma imagem muito próprios.

Durante a cerimónia de apresentação oficial damarca, o presidente da Junta da Galiza, AlbertoNúñez Feijóo, afirmou que este novo conceito “seráde todos” e que a ideia é lançá-lo de modo a con-quistar uma importância histórica. “A Galiza ini-cia, hoje, um processo fundamental para se distin-guir no mercado um pouco mais do que até agora”,salientou o responsável.

Num momento em que o setor do turismo ultra-passa uma fase de crise económica, Alberto NúñezFeijóo apelou também ao contributo de todos osgalegos. “Na difícil tarefa de reforçar um setor tãoimportante como o turismo, e em plena crise, optá-mos por dar uma resposta ao futuro turístico daGaliza, que deve escrever-se com a participaçãodos cidadãos galegos”, disse.

Um destino “que evoca emoções”

A criação da marca “Galiza, guardas-me o segre-do?” exigiu uma fase prévia de investigação paraque fosse possível aglutinar, da melhor forma, assingularidades da região num só conceito.

A Sociedade de Imagem e Promoção Turística daGaliza desenvolveu, assim, uma série de estudos

Carmen Pardo, Secretária Geral do Turismo; Alberto Núñez Feijóo, Presidente da Junta da Galiza e Roberto Varela, Conselheiro de Cultura e Turismo.

Page 47: Edição Março 2011

4 5

galiza

de mercado, na sequência dos quais se descobriuque os cidadãos espanhóis encaram a região comoum destino “evocador de emoções e sensações”,onde a atmosfera é de “fantasia e mistério”. Estefoi o mote para o novo conceito galego que, com umgrafismo inspirado na tipografia dos antigos ma-nuscritos, apresenta “a força” das peculiaridadesturísticas da Galiza.

Tal como lembrou Alberto Núñez Feijóo, a maisvalia da nova marca são os “ingredientes” locais.“Temos uma fórmula secreta cujos ingredientesestão repartidos em rios e montes, santuários ecatedrais, estradas e cidades, nevoeiros e mura-

lhas, jardins e casas rurais”, enumerou o presiden-te da Junta da Galiza. A primeira marca turística daregião surge, assim, segundo o responsável, de umaforma natural, “sem que a Galiza deixe de ser elamesma”.

Turismo de Natureza, Saúde e Negócios

Os segredos e recantos naturais da Galiza têmvindo a conquistar cada vez mais visitantes. A apos-ta no turismo rural, que representa um convite àdescoberta de paços, castelos, mosteiros, casasgrandes e “paraísos naturais”, permitiu o reforçoda identidade galega no seio espanhol.

A elevada potencialidade dos recursos termais,outro dos grandes segredos da região, possibilitoua criação do produto “Galiza, água de vida”. A pro-moção dos spas galegos permitiu que a Galiza pas-sasse a liderar a oferta do turismo de saúde emEspanha.

Ao longo dos anos, a Sociedade de Imagem e Pro-moção Turística concentrou também grandes esfor-ços no turismo de negócios e na qualidade das ofer-tas. Deste modo, a comunidade galega conseguiubater o seu próprio recorde relativamente a estabele-cimentos e serviços certificados com marca de qua-lidade turística que, neste momento, são já 191.

Page 48: Edição Março 2011

46

desporto

O rei das ondas

46

desporto

Page 49: Edição Março 2011

47

bodyboard

Manuel Centeno,um nome incontornáveldo bodyboard mundial,

é portuense e já se tornounum dos campeões mais

premiados a nível nacionale internacional. A competir

desde os 15 anos,formou-se em arquitetura,

atividade que,atualmente mantém

em stand-by. Para alémda competição, dá aulas

de bodyboard numaescola própria.

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

47

bodyboard

Page 50: Edição Março 2011

48

desporto

Desde 1997, ano em que ganhou o seu primeirotítulo de campeão nacional de juniores, que ManuelCenteno nunca mais parou de surpreender. A estejuntou títulos de campeão nacional e europeu deseniores e mundial de seleções, bem como o pri-meiro lugar no pódio mundial do circuito de qualifi-cação, o passaporte que lhe permitiu a entrada nocircuito de elite.

“Trabalhei muito para entrar na alta competição,nunca abandonei os estudos, treinava intensamen-te e acho que valeu a pena o esforço”, confessa.Licenciado em arquitetura, lembra que não foi fácilconciliar a vida universitária com a competição.“O esforço foi muito grande: ou estava a competir ea treinar ou a estudar. Enquanto os meus amigos sedivertiam eu não podia acompanhá-los sob pena deperder rendimento. Um atleta vive do corpo”.

Acabada a faculdade, fez o seu estágio profissi-onal com o arquitecto Alcino Soutinho tendo, deseguida, entrado para a Ordem dos Arquitetos. Abriuo seu próprio ateliê com um colega, conciliandosempre a actividade profissional com os treinos e acompetição. Aos 30 anos, Centeno mantém um ele-vado índice de rendimento, permanecendo no topnacional da modalidade.

O mar como palco

Patrocinado pela SportZone, detentora da Dee-ply, colabora com a marca no desenvolvimento deprodutos nomeadamente pranchas, material técni-co e roupa, devido ao seu know-how. Tem a suaprópria escola de bodyboard e viaja para os desti-nos mais exóticos em competição. Questionadosobre se as ondas do Porto são boas para surfar,Centeno explica que há boas condições para prati-cantes iniciados e intermédios. “O praticante avan-çado tem de procurar outras zonas, onde as ondasformem o famoso «tubo»”, explica. Para isso há quepartir até à melhor zona do país para surfar – entrea Ericeira e a Nazaré - ou então rumo a Espanha.“Antes da construção dos paredões, a zona do Ca-bedelo tinha altas ondas”, garante. As ondas pro-duzidas em locais com fundo de pedra têm maisforça e no Porto o fundo é de areia. Das manobrasdo surf, a sua preferida é o «tubo» e o seu local deeleição para a prática da modalidade é Mentawais,na Indonésia. Já passou pelos circuitos mais em-blemáticos do bodyboard como México, Brasil, Perúe Havai mas aquele local da Indonésia é o queconsidera ter as melhores condições. “Apesar doHavai ter as melhores ondas, é nas Mentawais quese reúne a melhor série de condições para surfar:boas ondas e mar pouco «crowd»”, que é comoquem diz, com pouca gente.

Page 51: Edição Março 2011

49

bodyboard

A primeira impressão que me causasteTenho-a, cheia de espanto, na memória,Cheia de bruma e de granito!É uma impressão de inverno,Sombra cinzenta, enorme, donde irrompeAlto cipreste empedernido,No meio de sepulcros habitados.

Teixeira de Pascoaes(poeta e pensador do início do século XX)

Porto da minha infância

4949

portofólio

Page 52: Edição Março 2011

5 0

momentos

Fotos: Jorge Teixeira

O 5.º aniversário do Twin’s Foz foi comemoradode forma especial com a presença do Dj de NovaIorque Sandy Rivera e com uma projeção em toda afachada do edifício.

5.º aniversário do Twin’s Foz2

4

3

5

momentos

Page 53: Edição Março 2011

5 1

1 – Fachada2 – Ni Leão e Marlene Simões3 – Raquel Prazeres e Graça Rosas4 – Cristiano Barros e Batata Cerqueira Gomes5 – Liliana Vieira e Sónia Guimarães6 – Vitor L, Sandy Rivera e Ewa Kucharczyk7 – Vista geral da pista8 – Paulo Lobo, Mané Teixeira, Paula Lobo e Pedro Terroso9 – DJ Tó Pena10 – Cristina Marques Pinto e Nuno Ribeiro11 – Silvia Gomes, amiga e Raquel Magalhães12 – Batata Cerqueira Gomes e Jú Ferreira

6

7

89

10

11

12

Page 54: Edição Março 2011

5 2

momentosmo������

Nuno Gama& friends

O estilista Nuno Gama escolheu o Twin’s Fozpara reunir muitos dos seus amigos numa festaonde diversão foi a palavra de ordem.

1 – Rahim Samcher, Sónia Guimarães e Nuno Gama2 – Paulo Sassetti e Sónia Guimarães

3 – Joana Ramirez, Luis Santos e Marcela Amaral4 – Rui Terra, Hélio Rasteiro Nunes, Helder Santos e amiga, Tiago Barreiros

5 – Miguel Cachide, Margarida Machado, Lígia Reis e amigo,Cristina Marques Pinto e Nuno Ribeiro

6 – Adriana Moura, Carolina Pimenta e Silvana Moura7 – Rahim Samcher, Magarida Machado, Rui Terra, Ewa Kucharczyk,

Francisca Pereira, Miguel Cachide e Margarida Monteiro

1

2

3

4

65

7

Page 55: Edição Março 2011

5 3

1 – Staff do Twin’s2 - Júri3 – Lia Santos, João Freitas e Ana Fiúza4 – Entrega do prémioao 1.º classificado (Diana Maia)5 – Rui Terra e Bi Rua6 – Desfile de máscaras

Carnaval

O Carnaval doTwin’s “já é umclássico”. Por isso,este ano, os mas-carados mais origi-nais foram distin-guidos com diver-sos prémios comoviagens, atribuídaspela Solférias e Eu-roviagens, e esta-dias no AquafallsSPA Hotel.

1

2

3

4

5

6

Page 56: Edição Março 2011

5 4

momentos

O Twin’s Foz foi palco do desfile da coleção Pri-mavera/Verão da marca LIU-JO, apresentada pela lojaBloogirls.

1 – Anita Costa2 – Carlota Cerqueira Gomes

3 – Peki4 – Toco Cerqueira Gomes e Diogo Tam

5 – Nuno Gama, Sónia Guimarães, Augusto Morais, Ana João e Rui Terra6 – Vera Santos e Teresa Moreira7– Soraia Campos e Anita Costa

8 – Cláudia Barros, Marta Guimarães, Cláudia Teixeira e Bibi Barros9 – Caras bonitas

10– Ana Alves e Ana Guedes11 – Sónia Guimarães e Augusto Morais

12 – Bárbara, Carla Pacheco, Emília, Teresa Moreira e Ana Esteves

Desfile Bloogirls

1 2

3

4

5

6

Page 57: Edição Março 2011

5 5

7

8

9

10

11

12

Page 58: Edição Março 2011

5 6

momentosmomentos

1 – Graça Pinto, Artur Laroca e Sara Tomé2 – Batata Cerqueira Gomes, Maria Beatriz Rangel,

Filipa Pinheiro e Rui Saraiva3 – Rui Moreira, Jorge Delgado e Matos Fernandes

Porto Vip Passport Gold

A “After Party” de apresentaçãodo novo produto tur ís t ico dosSTCP foi feita no Twin’s Foz, umdos 14 parceiros do Por to VipPassport Gold.

1

2

3

Foto

s: J

org

e Te

ixei

ra

Page 59: Edição Março 2011

5 7

Page 60: Edição Março 2011

5 8

decoração

A beleza dos elementos

Novo catálogo de tendências de cor CIN

Page 61: Edição Março 2011

5 9

cin

quatroda natureza

Conjugar bem estar e simplicidadeé a mais recente proposta da CIN,que lançou um novo catálogode tendências de cor baseadona sustentabilidadee nas forças da natureza.Em 2011 as cores arrojadase berrantes são substituídas pelostons naturais que prometem criarum ambiente de conforto, adequadoà personalidade de cada um.

Os quatro elementos da natureza – Ar, Terra, Água eFogo – são a principal inspiração da mais recente pro-posta de decoração da CIN, que acabou de lançar o novocatálogo de Tendências de Cor 2011. O bem estar e oequilíbrio de cada um são as palavras de ordem da novacoleção que, sob o mote da simplicidade, promete pin-tar o charme da natureza nas nossas casas.

Este ano, os tons suaves adquirem nova força, cons-truindo ambientes de conforto. “O ano é marcado peloregresso da cor à casa, mas de forma harmoniosa eequilibrada, onde os contrastes e combinações se cons-troem de forma subtil. O ambiente geral da casa ésuave e sobretudo humano e alegre”, descreve Célinede Azevedo, designer de cor da CIN.

Page 62: Edição Março 2011

6 0

decoração

Metallic PaintChampagne(ref. A638)

Metallic PaintCopper Penny

(ref. X003)

Tela Tassoglas +Metallic Paint Silver(ref. Z550)

A responsável, que se formou em França e trabalhana CIN desde 2004 na criação de cores, tendências ena conceção de catálogos, explicou ainda que “vamosassistir a um abandono das cores demasiado arrojadas,vibrantes ou berrantes”, agora substituídas por outrasmais simples, que nos fazem recordar os elementosque compõem a natureza.

Cores adequadas a diferentes ambientesNo catálogo CIN, o Elemento “Ar” traduz-se num

conjunto de cores neutras, suaves e quase impalpá-veis, ideais para quem procura um espaço calmo eluminoso. A secção “Terra” representa as cores natu-rais e térreas, sendo a paleta certa para conseguir umespaço estável e acolhedor.

Por outro lado, se a intenção é criar ambientes ale-gres e vivos, aconselha-se uma aposta no elemento“Água”, composto por cores frescas e dinâmicas. Exem-plo disso são os rosas irradiantes, que tanto promovemo bom humor dentro de casa como dão um toque desofisticação a qualquer ambiente.

Ao “Fogo” correspondem as cores quentes, quaseardentes, capazes de criar espaços com assinatura au-daciosa e repleta de caráter. Nesta gama destacam-seas tonalidades amarelas, que celebram a luz e a lumi-nosidade dentro de casa.

As novidades do novo catálogoDe acordo com Céline de Azevedo, “dentro da cole-

ção de 28 cores que compõem as Tendências de 2011,há 12 que irão marcar o ano: Bege Semente, CastanhoGaia e Hoggar, para Terra; Amarelo Hélio, VermelhoEros e Verde Salamandra, para Fogo; Verde Hipocam-po, Azul Havai e Rosa Octopus, para Água; Atmosfera,Suspiro e Mistral, para Ar”.

O novo catálogo da CIN apresenta ainda três novi-dades: a impressão em papel certificado, promovendouma gestão florestal sustentável; a oferta de amostras

de cor destacáveis para poder testar em casa; e aindaa inclusão do sistema Color Add, o código de corespara daltónicos.

A CIN é a única empresa de tintas no mercado naci-onal a desenhar, todos os anos, novas sugestões de corpara a casa, sendo já considerada uma referência ibéri-ca, também pelos seus catálogos de tendências queconquistaram os consumidores e os profissionais maisexigentes.

Page 63: Edição Março 2011

6 1

cin

Page 64: Edição Março 2011

6 2

águas ��������

Futuro pela telemetriaO inovador método de telemetria,recentemente implementado pelaempresa Águas do Porto, está em

notório crescimento. O novosistema, que para além da

facilidade em detetar fugas deágua permite, ainda, ultrapassar os

habituais problemas de leitura decontadores em locais de difícil

acesso, conta já com 12 mildispositivos instalados em várias

zonas da cidade.

Em cerca de um ano e meio, a empresa Águas doPorto (AP) implementou a colocação de contadorescom sistema de difusão integrado, que tem vindo ainstalar em diversas zonas da cidade. O projeto, dis-tinguido num concurso internacional para o forneci-mento do sistema de telecontagem, associa-se, ago-

ra, ao projeto RIEGA - Rede sem Fios de Conexões paraa Gestão e Poupança de Água – financiado pelo progra-ma Sudoe Interreg IV B, no sentido de alargar a ampli-tude de desenvolvimento, sendo que a cidade do Portoconta, atualmente, com cerca de 12 mil contadores jáadaptados. O sistema consiste na colocação de conta-

Rapidez e versatilidade são vantagens do sistema

águas do porto

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

Page 65: Edição Março 2011

6 3

telemetria

Fotos: AP

contadores, alargando-se, agora, à zona do Cerco doPorto, onde foram já colocados cerca de 1500 no-vos contadores e ao Vale de Campanhã, que contacom, aproximadamente, 800 dispositivos. Os res-tantes encontram-se espalhados por diversas zo-nas da cidade, em locais de grande consumo e di-fícil acesso de leitura.

Integrados neste circuito surgem, agora, os concen-tradores, dispositivos que podem ser instalados navia pública para captar toda a informação provenientedos novos contadores domésticos. No Bairro de Aldoarjá se encontram três destes dispositivos, no Vale deCampanhã cinco e no Cerco do Porto três, sendo que,a curto prazo serão instalados mais três, no segui-mento da fase de testes que se encontra a decorrerpara analisar o seu raio de alcance/captação.

“O ideal seria cobrir toda a cidade mas este objeti-vo não pode ser imediato, uma vez que representa uminvestimento consideravel”, sustentou Fernanda La-cerda, diretora técnica e coordenadora da rede de águada empresa. Com este projeto, a AP torna-se, assim,numa das empresas pioneiras a nível nacional, noâmbito dos esforços de poupança de água e gestão derecursos.

dores, com um dispositivo integrado, que permite,através da emissão de ondas de rádio, a sua leitura apartir do exterior, num terminal recetor próprio para oefeito. A leitura pode ser feita pela passagem de umaviatura onde está instalada uma antena que capta osinal e o transmite ao recetor. A grande novidade dosistema prende-se, agora, com a instalação de con-centradores, dispositivos colocados em pontos estra-tégicos, que enviam directamente a informação paraum terminal, nos serviços da empresa. As grandesvantagens deste sistema implementado pela AP, sãoas de poder efetuar leituras em locais de difícil aces-so, poupar tempo na leitura aos domicílios e analisarcom precisão todas as perdas de água, já que os con-centradores permitem grande facilidade e rapidez naobtenção dos resultados, emitindo alertas de anoma-lias como as fugas de água na rede predial.

Concentradores são novidade natransmissão de dados

A experiência-piloto teve a sua concentração noBairro de Aldoar, cobrindo a totalidade dos blocoshabitacionais, onde foram instalados cerca de 500

O recetor é colocado noterminal e descarrega a

informação directamente nosistema informático

telemetria

Page 66: Edição Março 2011

64

stockmarket

Os descontos estãode volta à Exponor

De 6 a 8 de maio, o Stockmarket está de regressoà Exponor, em Matosinhos, com dezenas de marcas dereferência a preços reduzidos. As ofertas podem serencontradas em diversas áreas de moda, decoração,joalharia, relojoaria, perfumaria e cosmética, desta-cando-se a presença de conceituadas marcas comoEterno, Ana Salazar, Boutique D’Jóia, Donna Lingeriee Novo Aroma.

Além de representar uma oportunidade para fazercompras com descontos até 80%, o Stockmarket pre-tende apoiar os jovens criadores, dando-lhes a opor-

tunidade de divulgar o seu trabalho junto do público.O mercado em segunda mão é outra das vertentes

do evento. Através do “My Stock”, as pessoas podemlivrar-se de coisas que já não usam e que apenasocupam espaço em casa. Os visitantes podem aindadesfrutar de uma caipirinha no BarTrintaeum, ao somde música ambiente. Os serviços de cabeleireiro eestética são gratuitos, através do IEFP, e os casaispodem visitar o Stockmarket de forma tranquila e dei-xar os filhos ao cuidado da Nanda Brinca. O preço dosbilhetes diários varia entre dois e quatro euros.

Page 67: Edição Março 2011

65

portuguese fashion news

Juliana Cunha, da Escola Profissional Cenatex(com tecidos TMG Fabrics), Diogo Cerqueira, daEscola Artística Profissional Árvore (com tecidosAdalberto Estampados) e Sara Maia, do CITEX (comtecidos Fernando Valente), foram os três vencedo-res do concurso Jovens Criadores, desenvolvidopela Associação Seletiva Moda no âmbito do proje-to Portuguese Fashion News (PFN).

15 alunos, representantes de 11 escolas de modaportuguesas, foram sujeitos a várias fases de ava-liação, que incluíram diversos desfiles, mas aca-bou por ser Juliana Cunha, com tecidos TMG Fa-brics, a conquistar o primeiro lugar do pódio.

Do júri do concurso fizeram parte cinco profissi-onais ligados ao mundo da moda nacional e inter-nacional: Filipa Marques, jornalista do Jornal Têx-til; Mónica Morais, representante da empresa Cus-toitex; Paulo Faria, representante da entidade PaulaBorges; Irantzu Martinez, jornalista da revista es-panhola Global Fashion e o estilista Júlio Torcato.

Aproximar a indústria das escolas de moda é um dosobjetivos do concurso Jovens Criadores, que pretende

desafiar o setor a um aumento da inovação, através deuma aposta na originalidade dos mais novos.

O PFN, iniciativa que visa criar condições paraque a moda portuguesa possa afirmar-se a nívelnacional, vai decorrer durante todo o ano nos pólosdo Porto, Covilhã e Vila Nova de Famalicão.

PFNdistinguiu

jovenscriadores de

moda

Page 68: Edição Março 2011

6 6

através dos tempos

O Douro, Património da Humanidade, é um dos maiores ex-librisnaturais do Norte do país. Este prodígio da natureza pode,no entanto, tornar-se numa séria ameaça às zonas ribeirinhasde Porto e Gaia. No Inverno, quando a água da chuva se juntaao caudal do rio e o faz transbordar, ocorrem as cheias,um fenómeno já habitual ao longo dos séculos mas que acabasempre por causar sérios prejuízos às populações de ambasas margens. A maior, registou-se em 1909.

Em cada Inverno chuvoso, o Douro sobe e inva-de as ribeiras de Porto e Gaia. Umas vezes pe-quenas, outras de maior dimensão, as cheiasobrigam a um alerta constante por parte de mora-dores e comerciantes. Ícones destes fenómenossão as marcações que ambas as populações ri-beirinhas vão assinalando, seja na pedra ou ma-deira, e que testemunham a altura a que o nível

das águas já chegou. No último século as maio-res aconteceram em 1909 e 1962. Para além daRibeira, Miragaia sofre também habitualmentecom as cheias. Por ser uma zona baixa a águacostuma invadir o espaço, passando por debaixodo edifício da Alfândega. “Temos grandes so-bressaltos por causa disso”, refere Júlia Silva,recordando a aflição sistemática a cada invernochuvoso”. Em 2009 a água atingiu uma alturaconsiderável. “Tivemos de ser evacuados de casapelos bombeiros porque já não podíamos sair”,conta. A construção das barragens ao longo do

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira/CPF

6 6

através dos tempos

Page 69: Edição Março 2011

6 7

cheias

Caprichos do DouroDouro veio refrear a força das águas e atenuou aintensidade destes desastre, embora haja algunsregistos de cheias nos últimos anos.

1909 registou a maior cheia de todos ostempos

A maior cheia de que há memória aconteceu hápouco mais de um século, em 1909. Entre os dias17 e 25 de Dezembro, as águas do Douro subiramde forma abrupta e a tragédia aconteceu em épocanatalícia depois de vários dias de chuva intensa.

cheias

Page 70: Edição Março 2011

6 8

através dos tempos

Sem barragens que lhe refreassem a corrente, oDouro obedecia apenas à Natureza, causando enor-mes estragos e proporcionando um dos piores na-tais de sempre a portuenses e gaienses. Na madru-gada de 21 de Dezembro foi detetada uma anormalsubida do rio e o Cais dos Guindais, onde os barcosrabelos descarregavam produtos vindos do AltoDouro, estava já inundado, sendo que das balançase guindastes de descarregamento de mercadoriasjá só se via a parte superior. Durante o dia, a chuvacontinuou a cair com intensidade, a maré subiu einvadiu estabelecimentos comerciais e habitações,afundando duas barcaças carregadas de toros depinheiro e carvão, no lado de Gaia, e arrastandomais 11 barcas de carga que se despedaçaram nochoque com os vapores atracados no Cais do Cava-co. Foram horas de expectativa e ansiedade. Namanhã do dia 22, o mercado ribeirinho da Gaia foitransferido para a Rua Direita e, no Porto, a Praçada Ribeira estava já coberta pelas águas.

Entretanto, da Régua chegavam notícias poucoanimadoras de que o Douro continuava a subir. Nessedia perderam-se mais de 60 barcas de carga, amaior parte arrastadas para fora da barra. Uma de-las, carregada de toros de pinheiro, terá engatadonos cabos que seguravam o iate inglês “Ceylon” e

Page 71: Edição Março 2011

6 9

cheias

arrastá-lo-ia se não fosse a intervenção dos pesca-dores da Afurada.

Ao final da tarde, a Praça da Ribeira estava sub-mersa e na sinistra noite de 22 de Dezembro ovento soprava, demolidor, e as águas corriam for-tes e barrentas e a medição da velocidade do cau-dal registava as 11 milhas horárias.

Duas margens em sobressalto

Às primeiras horas do dia 23 o pânico alastrava-se aos moradores das duas margens. O rio galgou oMuro dos Bacalhoeiros e a força das águas arrasta-va tudo o que encontrava pelo caminho, sendo quea Foz parecia um cemitério de restos de embarca-ções. O pânico instalou-se e, ao meio-dia, com apreia-mar, o nível do rio estava a escassos centí-metros do tabuleiro inferior da ponte Luíz I, equaci-onando-se a sua demolição com explosivos. Os epi-sódios trágicos multiplicavam-se e as notícias daépoca falam de vários suicídios, gente que ficou namiséria e desesperou. Ao anoitecer, a chuva e ovento abrandaram e na manhã da véspera de Natal acheia retrocedeu. No dia 25 o Sol brilhava e pode-se, enfim, dar atenção ao Natal.

Em 1909 as águas do Douro ficaram a escassos centimetros do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I

Page 72: Edição Março 2011

7 0

televisão

Detalhes

Page 73: Edição Março 2011

7 1

porto canal

cirúrgicos

O sucesso que foi o programa«Quem te viu e quem te vê»,do Porto Canal, levoua que a estação apostassenuma nova série,com a mesma equipamédica mas cheiade novidades. «DestinoNorte» e «Mobiliárioem Notícia» sãooutros programasem destaque no canalnortenho.

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

“Quem te viu e quem te vê”

O Porto Canal estreou, em fevereiro, a nova sériedo programa “Quem te viu e quem te vê”.

Apesar de semelhante ao formato original, ondeuma série de candidatos sofria pequenas interven-ções cirúrgicas, nomeadamente no rosto, os novosepisódios apresentam uma intervenção mais pro-funda nos participantes, ao nível do corpo, e tam-bém o acompanhamento no pós-operatório. A equi-pa médica é constituída por Ribeirinho Soares eRodrigues de Sousa, que realizam as cirurgias es-téticas, e João Espírito Santo, responsável pelostratamentos dentários e de implantologia. “As prin-cipais preocupações em termos dentários são as deharmonizar os sorrisos com as transformações quese vão operando em termos estéticos”, refere. Deacordo com Rodrigues de Sousa, responsável pelostratamentos de laser, estes são usados sobretudopara esbater as manchas da pele, manchas sanguí-neas e rugas o que, no final do processo, conciliacom o trabalho de cirurgia feito por Ribeirinho Soa-res. “A divulgação da cirurgia estética é importanteuma vez que ainda existe alguma falta de conheci-mento relativamente aos seus benefícios”, referiuRibeirinho Soares, salientando que a grande preo-cupação é a de gerir o interesse da informação com

Page 74: Edição Março 2011

7 2

televisão

os limites da ética médica, sobretudo até que pontomostrar as transformações no final do processo.

A série, apresentada por Maria Cerqueira Go-mes, tem como principal objetivo ajudar a umamudança na vida dos 16 intervenientes, estimulan-do-lhes os valores de autoestima e confiança. Osprotagonistas falam sobre medos, desejos e con-vicções, criando uma ligação próxima com os te-lespectadores, com a apresentadora e com a equipamédica, o que contribui para uma maior esponta-neidade. “Quem te viu e quem te vê” vai para o artodos os sábados, pelas 23h30, com repetição aosdomingos, às 15h00 e terças-feiras, às 21h30.

“Destino Norte”, cartão de visita do país

A beleza das paisagens, a riqueza das tradiçõese a diversidade cultural são uma marca do Norte dePortugal, região que ainda tem muito para oferecere que todos podem explorar. Natureza, gastronomia,saúde e bem-estar, religião e cultura, são algunsdos argumentos turísticos abordados no programa“Destino Norte”. A apresentação está a cargo deRute Braga, que vai revelando destinos e suges-tões, bem como informando sobre a actualidadeturística da região. Para a manequim e designer decomunicação, de 27 anos, esta é uma excelenteoportunidade de mostrar tudo o que de melhor exis-te numa das mais ricas regiões, em termos patri-moniais, de Portugal. “O Norte é, assim, apresen-

tado como uma espécie de «cartão de visita» dopaís”, salientou. O programa pretende divulgar asriquezas da região Norte, através de uma série deconvidados que apresentam as suas virtudes. DeValença a Freixo de Espada à Cinta, o “Destino

Maria Cerqueira Gomes é a apresentadora da nova série do programa

Page 75: Edição Março 2011

7 3

porto canal

Norte” pretende demonstrar a multiplicidade turís-tica da região, uma das mais visitadas, e com mai-or potencial, do país. Com duração de cerca de umahora, o programa é apresentado ao sábado às 12h00.

Apresentado por Patrícia Pinho e Mário Costa, esteprograma, de 25 minutos, é um prolongamento para omeio audiovisual de uma revista com o mesmo nome,que sai com o jornal “Público”. Em estreita relaçãocom empresas e marcas do setor, e em ligação com ocluster do mobiliário, o programa divulga as princi-pais tendências da atualidade, em termos de decora-ção. “Mobiliário em Notícia” estreia às 14h00 desábado e repete ao domingo, às 20h00.

“Mobiliário em Notícia”

Vocacionado para a divulgação de tendências,design e conforto, o “Mobiliário em Notícia” pre-tende ser um programa generalista, onde imperauma grande diversidade de temas ligados à casa.

Page 76: Edição Março 2011

74

Atualidade

Atores portuguesescelebraram Noite dos ÓscaresDiana Chaves, Rita Andrade, Pedro Lima, Dânia

Neto, Rui Porto Nunes, Manuel Serrão e a estilistaMicaela Oliveira foram alguns dos rostos conhecidosque celebraram o cinema no centro comercial ParqueNascente, na quarta edição da Noite dos Óscares.

Vestidos a rigor, os convidados pisaram a pas-sadeira vermelha para uma noite dedicada à sétimaarte durante a qual foram exibidos, nas várias salasde cinema, os filmes nomeados para os Óscares.Já feitas as apostas, os mais resistentes puderamainda assistir à transmissão em direto da gala, re-alizada no Kodak Theatre de Los Angeles.

O Parque Nascente, propriedade da Klepierre,compreende um total de 152 lojas, distribuídas portrês pisos superiores e já se tornou uma referênciano universo comercial do Grande Porto.

Page 77: Edição Março 2011

75

De 26 a 29 de maio, a gastronomia portuguesavolta a estar em destaque no Porto.Come, que dedi-ca quatro dias aos sabores e saberes do norte dopaís. Provas, workshops, degustações, showcookin-gs e muita animação são alguns dos ingredientesconfirmados na edição deste ano.

Pela terceira vez consecutiva, o Porto.Come vairealizar-se no edifício da Alfândega e promete con-quistar o público com surpresas nas várias áreasligadas à gastronomia. O evento contará com a par-

O melhor dagastronomiaportuguesa

está de voltaà Alfândega

ticipação de conceituados restaurantes e chefs que,através de uma seleção de produtos nacionais, vãopromover o melhor da nossa gastronomia.

O Porto.Come, ([email protected]) projeto daCâmara Municipal do Porto, realizado pela empre-sa Municipal Porto Lazer em parceria com a NoMore, já conquistou o norte de Portugal com umadiversidade de sabores que potencia os setores gas-tronómicos, vínicos e turísticos.

Page 78: Edição Março 2011

76

autarquias

Porto em «altavelocidade»

Junho promete ser um mês em grande, com o tradicional S. Joãoe as corridas de automóveis de regresso à cidade do Porto. Integradas

no «Circuito da Boavista», o já mítico evento que faz «acelerar»o quotidiano portuense, as provas realizam-se nos dias 17,18 e 19

de junho e 1, 2 e 3 de julho. Os «Grandes debates do Regime»,promovidos pelo presidente Rui Rio, e o arranque da requalificação

do Mercado do Bom Sucesso são outras iniciativaspromovidas pela autarquia.

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Rui Meireles

Page 79: Edição Março 2011

77

porto

31 março 2011 – Democracia no séc.XXI: quehierarquia de valores?Diogo Freitas do Amaral, Francisco Balsemão,Mário Soares5 maio 2011 – O estado do RegimeGarcia Leandro, Pedro Santana Lopes, Rui Ramos16 junho 2011 – O papel do estado e os limi-tes da sua intervençãoAbel Mateus, Antonio Lobo Xavier, Rui Moreira14 julho 2011 – Justiça: como fazer a rutura?Laborinho Lúcio, Marinho Pinto, Paulo Rangel22 setembro 2001 – Comunicação Social: im-pune ou responsável?Azeredo Lopes, Manuel Teixeira, Maria João Avillez13 outubro 2011 – Educação: o futuro de PortugalArtur Santos Silva, Lurdes Rodrigues, Nuno Crato10 novembro 2011 – As Finanças Públicas eo Estado Social num mundo globalizadoAntónio Barreto, Manuel Carvalho da Silva, Vi-tor Bento19 janeiro 2012 – A economia por tuguesa e oseu caminho para a competitividadeDaniel Bessa, Mira Amaral, Rui Vinhas da Silva9 fevereiro 2012 – Que reformas para salvar oregime?António Vitorino, José Pacheco Pereira, NunoMorais Sarmentomarço/abril 2012 – Sessão de encerramento

Conferências do Porto 2011/12

Rui Rio promove “Grandes Debatesdo Regime”

À semelhança do que foi feito nos mandatos ante-riores, o presidente da Câmara Municipal do Portolança um novo ciclo de conferências sob o tema “Gran-des Debates do Regime”. De acordo com Rui Rio aautarquia tem “especiais responsabilidades no deba-te público das grandes questões que a todos afetam”.Assim, e respondendo ao momento particularmentedifícil que Portugal atravessa, o autarca decidiu lan-çar um ciclo de conferências que vai decorrer entremarço deste ano e abril de 2012, convidando diver-sas figuras nacionais de relevo a participar e vir aoPorto dar a sua visão sobre os mais importantes te-mas para o futuro coletivo, nomeadamente em áreascomo política, economia, justiça, educação ou finan-ças públicas. Rui Rio, preocupado com o endivida-

mento externo do país, sustentou que a reforma dajustiça é urgente e que o grande objetivo destes deba-tes é o de “consciencializar o poder político para asreformas que têm de ser feitas no país” muito parabem da credibilização do poder político. O presidenteda autarquia lança um apelo a todos os portuensespara que também eles participem na iniciativa, nosentido de lançar as “bases para uma grande reformapolítica” que, no seu entender, se “impõe”. Todas assessões irão decorrer no Auditório da Biblioteca Mu-nicipal Almeida Garrett, com início às 21h15.

Bom Sucesso: Comércio, serviçose hotel «low-cost»

Depois de algum tempo na gaveta o processo dereabilitação do Mercado do Bom Sucesso pode agoraavançar. A escritura de transmissão do direito de su-perfície, que permitirá pôr em marcha a sua execução,já foi assinada pelo vereador da Protecção Civil, Con-trolo Interno e Fiscalização, Manuel Sampaio Pimen-tel, e os representantes da empresa «Eusébios».”Comeste avanço, foi dado um passo decisivo para a con-cretização de um compromisso que a Câmara Munici-pal tinha para com a cidade”, salientou o vereador,recordando que o prolongamento do processo se deveua condicionantes externas resultantes da conjunturaadversa do país, num cenário pouco propício a inves-

Page 80: Edição Março 2011

78

autarquias

timentos. O programa prevê a remodelação total dointerior do mercado, mantendo a traça exterior, umavez que se trata de um ícone da arquitetura modernistados anos 50. O conceito corresponde a um modelomultiusos, cujo comércio tradicional ocupará um ter-ço do espaço, outro terço irá ser ocupado por um hotel“low-cost” temático e um terceiro será destinado aserviços. O hotel terá 83 quartos distribuídos por qua-tro pisos e a área comercial será composta por 23lojas exteriores e interiores. O mercado, com as suas44 bancas, ficará situado no centro do piso térreo. Do

dor”, como salientou o vereador. O novo mercado,cujo investimento ronda os 10 milhões de euros, deveficar concluído no último trimestre de 2013.

Circuito da Boavista:Alta velocidade regressa ao Porto

A edição de 2011 do circuito da Boavista, que esteano terá pelo meio as festas de S. João, será, de novo,uma oferta diferenciadora com um acentuado impactoturístico para a região. As provas do Grande Prémio deClássicos - 17, 18 e 19 de junho - e a etapa interna-cional do Campeonato do Mundo de Turismos (WTCC)– 1, 2 e 3 de julho - que mais uma vez a FederaçãoInternacional de Automóveis (FIA) confiou ao Porto,serão intervaladas pelo fim-de-semana de S. João, agrande festa da cidade. “O Grande Prémio de Clássi-cos é uma prova muito conceituada em termos inter-nacionais e, por isso, queremos que quem nos visitanessa altura possa ficar para viver ou reviver o nossoS. João e para, logo de seguida, assistir também aoCampeonato WTCC”, referiu Vladimiro Feliz, verea-dor do Turismo, Inovação e Lazer, salientando a impor-tância das três semanas seguidas de grande ofertacultural, desportiva e de animação que irão decorrerno mês de Junho. Desta vez, o evento é organizado epromovido na íntegra pela Porto Lazer, e tudo foi pen-sado no sentido de aglutinar diversas iniciativas queirão contribuir para trazer mais gente à cidade e àregião. A articulação de campanhas de promoção estáa ser feita com o Turismo de Portugal e a autarquia irácriar diversos pontos de interesse em vários locaisenvolventes, nomeadamente a nível de concertos eanimação para crianças, para além da vasta oferta

projeto fazem ainda parte um parque ao nível do piso0, com capacidade para 19 lugares que servirá o ho-tel, e outro com capacidade para 63 lugares, afeto aoconjunto de serviços e lojistas. O objetivo da autar-quia é o de “valorizar o espaço como uma referênciapara a cidade e estimular o seu potencial aglutina-

Page 81: Edição Março 2011

79

porto

Page 82: Edição Março 2011

80

autarquias

cultural que se estende a toda a cidade. O carisma docircuito urbano do Porto é grande no estrangeiro e atransmissão direta das provas, no canal Eurosport, irátraduzir-se num encaixe de cerca de 4 milhões deeuros para a economia local.

Projeto 2.0: Up-gradeno centro histórico

Investir no “património imaterial” do centro históricoé o principal objetivo do projeto “Porto 2.0”, uma inici-ativa da CMPorto, desenvolvida pela Porto Lazer. Aempresa municipal propõe-se procurar projetos de inte-resse que possam integrar um programa cultural voca-cionado para a zona histórica. “Será um trabalho queenvolve todos os residentes, lojistas e proprietários, deforma a conhecer melhor a realidade do centro históri-co. Interessa ir até às pessoas e associações, chaman-do-as a trabalhar connosco”, salientou Vladimiro Feliz,vereador do Turismo, Inovação e Lazer da autarquia. Talcomo alertou, o projecto “não funcionará numa lógicade candidaturas”. Pretende-se que o “Porto 2.0” alar-gue a dinamização, já instalada na Baixa portuense, aocentro histórico e que se transforme na “maior acçãointegrada de cultura e inovação com impacto sustenta-do no desenvolvimento regional do Norte de Portugal”.Balleteatro, ESAP – Cooperativa de Ensino SuperiorArtístico do Porto, ESMAE – Escola Superior de Músicae Artes do Espetáculo, Fábrica Social – Fundação JoséRodrigues e as Faculdades de Arquitetura e de BelasArtes da Universidade do Porto são alguns dos parcei-ros do projeto. O programa prevê um investimento de“quase dois milhões de euros”, cofinanciados em 70por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Re-

gional. Todas as iniciativas resultantes do “Porto 2.0”serão de acesso livre e gratuito.

Turismo jovem cresce no Porto

Espanha encontra-se nas principais preferência dosportuenses que aproveitam a oportunidade dada pelasviagens de baixo custo das companhias «low-cost»para frequentar a movida do país vizinho, nomeada-mente em cidades como Barcelona ou Madrid. Mas ocontrário também acontece e o Porto tem-se reveladocomo destino privilegiado para um número crescentede jovens espanhóis que «invadem» a noite portuen-se. Este é mais um dos factores que contribuem parao desenvolvimento turístico da região.

Biblioteca Almeida Garrett certificadana Rede UNESCO

A Comissão da UNESCO atribuiu à Biblioteca Muni-cipal Almeida Garrett, o Certificado de Biblioteca As-sociada da Rede UNESCO. A biblioteca tornou-se, as-sim, na sexta a nível nacional a receber a distinção.

Page 83: Edição Março 2011

81

porto

Page 84: Edição Março 2011

82

autarquias

A pouco tempo de ser apresentado publicamente, o “Sorria está naMaia” já conquistou mais de três mil pessoas, só no Facebook,

empenhadas na tarefa de reunir opiniões, expectativas, fotografias einformações sobre a cidade que as une. Sob o lema da democratização

do acesso à informação, o projeto inclui a criação de websites parapequenas empresas e o apoio aos cidadãos que não dominam as

novas tecnologias.

Texto: Mariana AlbuquerqueFotos: CMMaia

autarquias

Page 85: Edição Março 2011

83

maia

Mobilização daComunidade Maiata

O projeto ainda não foi oficialmente lançado mas jámexe nas redes sociais. O “Sorria está na Maia”,promovido pela autarquia, pretende juntar, numa sócomunidade, “quem nasceu, vive ou viveu, estuda ouestudou, trabalha ou trabalhou na Maia”. A ideia é,assim, criar uma “Comunidade Maiata” com todas aspessoas que, de uma forma ou de outra, ajudaram “afazer” o concelho.

A iniciativa, que vai ter uma variedade de suportes,pretende tirar partido do poder das redes sociais e daInternet, de modo a incentivar os cidadãos a assumi-rem o papel de dinamizadores do município.

“Maia sorri” na web

Uma das vertentes do programa passará pela cria-ção de um agregador de plataformas com um endereçopróprio - www.maiasorri.pt. Nesta plataforma, todasas pessoas poderão encontrar informações não só li-gadas à câmara municipal mas também a muitas ou-tras áreas de interesse, como educação, desporto,cultura, negócios, ambiente e juventude.

Todos os conteúdos apresentados no sítio podemser partilhados no Facebook, Twitter, Blogger ou atépor e-mail, sendo ainda possível anexar eventos daagenda aos calendários Outlook. De referir tambémque as plataformas estarão otimizadas para a sua vi-sualização através do telemóvel.

Por outro lado, além da criação de um espaço pró-prio destinado à “Comunidade Maiata”, haverá a re-formulação do layout do sítio da autarquia, que ficaráapenas com os conteúdos institucionais. A apresenta-ção dos órgãos municipais, a divulgação das princi-pais notícias, a agenda política e as galerias de ima-gem e vídeo serão algumas das áreas em destaque.

Mais de 3300 participantes no Facebook

O “Sorria está na Maia” já chegou ao Facebook,mobilizando, até ao momento, mais de 3300 pessoas

interessadas em conhecer e discutir os assuntos emdestaque no município. O objetivo é que todos possamdebater, sem qualquer tipo de filtro, partilhar imagensda Maia, fazer troca de impressões e divulgar eventospassados ou futuros, um pouco como se de um fórumse tratasse.

Criação de websitespara pequenas empresas

Ainda no âmbito do projeto, a Câmara da Maia vaiproporcionar a criação de websites para pequenasempresas como cafés, restaurantes e tabacarias. Osresponsáveis dos estabelecimentos ficarão apenasresponsáveis pelo fornecimento dos conteúdos: foto-grafias, moradas, telefones e as restantes informa-ções necessárias.

O município vai também ser equipado com peque-nos postos de atendimento, por exemplo nas juntas defreguesia, onde as pessoas que não têm acesso àinternet nas suas casas e não dominam as novas tec-nologias podem ser ajudadas.

Por último, o “Sorria está na Maia” criará tambémum “widget”, que pode ser colocado em sítios, blo-gues ou no ambiente de trabalho dos computadores eque permite a leitura resumida de conteúdos centra-dos na cidade, fornecendo as ligações necessárias àsua leitura integral.

Page 86: Edição Março 2011

84

autarquias

Gondomar,coração de ouro

84

autarquias

Page 87: Edição Março 2011

85

gondomar

Gondomar é, por tradição, terrade excelentes ourivese a «capital» nacional

da ourivesaria. A “Ourindústria2011”, a maior feira do setor,

que decorreu em marçono concelho, exibiu a criatividade

dos artesãos, bem como tudoo que de mais importantese vai fazendo nesta área.Os fortes laços com a arte

da ourivesaria levaram a câmaraa adoptar o slogan “Gondomar –Coração de Ouro” como imagem

da autarquia, promovendo, assim,não só o setor joalheiro

como também a tradicionalhospitalidade dos gondomarenses.

O pavilhão Multiusos de Gondomar, recebeu maisuma edição da “Ourindústria”, uma mostra ligada aosetor da ourivesaria, dinamizada pelo Gabinete deFeiras Promocionais da Câmara de Gondomar. O eventorecebeu cerca de 4.500 visitantes, tendo divulgado, aum público cada vez mais internacional, a tradicionalarte da ourivesaria de Gondomar. A iniciativa, que vaijá na 13ª edição, contou com a parceria da Associa-ção de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal e do CIN-DOR, sendo direcionada, primordialmente, para os pro-fissionais do setor. Um total de 84 expositores, entreos quais algumas empresas de setores associados,nomeadamente de máquinas para ourivesaria, segu-rança, informática, estojoaria, seguros e marketing,participou no certame, que exibiu o que de melhor sefaz a nível da joalharia.

Respondendo ao anseio de muitos profissio-nais do setor, a Câmara de Gondomar erigiu umMonumento ao Ourives e à Ourivesaria, umahomenagem à indústria mais tradicional do con-celho que representa a história dos ourives, daourivesaria e da filigrana em Gondomar.Num investimento de cerca de 400 mil euros, omonumento, da autoria de Arlindo Moura, foiinstalado na Avenida Oliveira Mar tins, junto àsaída do IC29 para o centro de Gondomar. ParaValentim Loureiro, este monumento representa“uma homenagem sentida e digna a todos osgondomarenses que fazem desta profissão umaverdadeira ar te”.

Monumento ao Ourives

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: CMG

Page 88: Edição Março 2011

86

autarquias

Setor representa 20 por centoda economia local

Esta iniciativa é uma das principais apostas do Pe-louro do Desenvolvimento Económico da Câmara Mu-nicipal de Gondomar, uma vez que a ourivesaria repre-senta cerca de 20 por cento da economia local do con-celho, onde estão instaladas mais de metade das in-dústrias de ourivesaria portuguesas. Para Valentim Lou-reiro, presidente da Câmara Municipal de Gondomar,os objetivos do certame foram atingidos ao “valorizar opapel dos industriais e dos empresários do setor” abrin-do-lhes novas “oportunidades de negócio e de conheci-mentos”. O autarca referiu ainda que Gondomar “conti-nua a ser o principal pólo de produção nacional” da arte

Até 8 de junho está adecorrer, em Gondo-mar, a “Comunidade deLeitores”, uma inicia-tiva da autarquia quepromove o encontrode um grupo de pes-soas que se juntam,periodicamente, paraconversar sobre livroscuja leitura foi propos-ta por um dinamizador.

A experiência da leitura é íntima e individual mas ainiciativa é, depois, enriquecida pela partilha de opini-ões, comentários e pontos de vista, permitindo adescoberta de diferentes formas de interpretar o livroanalisado. De acordo com o vereador da Cultura deGondomar, Fernando Paulo, “o que se pretende é

“Comunidade de Leitores” até junhopartilhar o prazer da leitura com outros leitores, des-cobrindo e confrontando os pontos de vista dos par-ticipantes sobre aquilo que leram”. A Biblioteca Muni-cipal de Gondomar acolhe esta iniciativa que já con-tou com as presenças de Ana Luísa Amaral e JoséAntónio Gomes, e por onde irão passar Ana Salda-nha, José Matias Alves, Luís Lopes, Manuel JorgeMarmelo e Alberto S. Santos. A inscrição para cadasessão tem um custo de 5 euros.

Programa Geral9 de março – Ana Luísa Amaral23 de março – José António Gomes13 de abril – Ana Saldanha27 de abril – José Matias Alves11 de maio – Luís Lopes26 de maio – Manuel Jorge Marmelo8 de junho – Alberto Santos

da ourivesaria” sendo que esta indústria merece o apoioda autarquia “não só pela quantidade, mas tambémpela sua grande qualidade”. Assim, e de acordo comJoaquim Castro Neves, vereador do Pelouro do Desen-volvimento Económico da autarquia, a promoção e adivulgação de um setor tradicional no concelho, e degrande relevância no país, é “para manter”.

Marca de qualidade

A formação, como veículo de transmissão de sabe-res e tradições da arte de trabalhar o ouro e a prata,aliada à partilha de novas experiências, inovações edesign, foi outra das vertentes presentes nesta mos-tra, que é já considerada como uma das mais impor-tantes feiras do setor que se realiza em Portugal. Inte-grada na “Ourindústria 2011”, na vertente formativarealizou-se um seminário dedicado aos ”vetores-cha-ve para a afirmação do setor de ourivesaria no mundo”que contou com a presença de Filipe Silva. O repre-sentante do projeto GRADOURO, do Departamento deEngenharia Mecânica da Universidade do Minho, des-tacou a inovação e a procura de novos mercados comoas bases fundamentais para o sucesso das empresas.

A ourivesaria, atividade económica que representa umaimportante fatia na economia do concelho de Gondomar,é já marca de qualidade e uma referência em termos deinovação, design e marketing a nível nacional.

Page 89: Edição Março 2011

87

gondomar

Page 90: Edição Março 2011

88

autarquias

Uma apostana formação superior

A educação continua no topo das prioridades da autarquia deFamalicão que, este ano letivo, investiu 120 mil euros na atribuição

de bolsas de estudo a universitários. Ainda numa iniciativa de apoio àformação intelectual, desta vez dos mais novos, Luís Represas esteve

na biblioteca municipal para apresentar “A Coragem de Tição”.

Page 91: Edição Março 2011

89

famalicão

Numa altura em que as medidas de austerida-de impostas pelo Governo determinaram o fim demuitos apoios sociais, a Câmara Municipal deVila Nova de Famalicão decidiu continuar a daroportunidade aos estudantes do ensino superiorde realizarem os seus estudos.

Assim, no ano letivo de 2010/2011, o muni-cípio reforçou a medida social de apoio aos jo-vens com menores rendimentos, contemplando

Fotos: António Freitas/Virgínia Ferreira

um total de 130 alunos, o que representa umaumento de 30 por cento em relação ao ano ante-rior. Nesta iniciativa, a autarquia investiu 120mil euros.

A bolsa, cujos valores variam entre os 1100 eos 740 euros, destina-se a jovens que residamem Famalicão com um rendimento, por elementodo agregado familiar, inferior a 60% do saláriomínimo nacional.

Page 92: Edição Março 2011

90

autarquias

“É um grande investimento no futuro dos nossosjovens e no futuro do nosso concelho”, defende opresidente da autarquia, Armindo Costa, que encara aqualificação da população como um fator de competi-tividade do município. “A crise económica que o paísatravessa afeta famílias que têm, muitas vezes, difi-culdades em manter os filhos na universidade. Comesta bolsa de estudo, as famílias podem pagar aspropinas anuais de uma universidade pública ou qua-se um semestre de uma universidade privada”, acres-centa Armindo Costa.

Para o autarca, as bolsas atribuídas funcionam ain-da como “um prémio de mérito” pelos bons resultadosescolares. “É, acima de tudo, uma prova de confiançanos nossos jovens e no futuro do concelho”, conclui opresidente da câmara.

Luís Represas desperta criançaspara a escrita

Para além dos jovens universitários, também ascrianças estão no centro das atenções do município.Assim, foi num ambiente de descontração, entre mú-sica, teatro e artes plásticas, que Luís Represas apre-sentou o livro infanto-juvenil “A Coragem de Tição”,no pólo de Riba de Ave da Biblioteca Municipal Cami-lo Castelo Branco.

Os mais novos receberam o músico, que foi um dosresponsáveis pela fundação dos “Trovante” nos anos70, com interpretações de alguns dos seus temas,como “Conta-me um conto” e “Feiticeira”. Luís Re-presas aproveitou, então, a interação com o pequenopúblico para lançar um desafio: “usem a vossa imagi-nação e escrevam”. “Leiam e escrevam muito, paraque os vossos livros ocupem as estantes desta bibli-oteca que hoje frequentam como leitores. Espero queaqui retornem, no futuro, também como autores”, de-clarou o cantor.

O vice-presidente e responsável pelo pelouro daCultura da autarquia, Paulo Cunha, também esteve naapresentação do livro, manifestando enorme conten-tamento por ver “famalicenses de todas as idades” afrequentar a Biblioteca Municipal, seja no edifício-sede, seja nos seus pólos espalhados pelo concelho,designadamente nas vilas de Joane, Riba de Ave eRibeirão.

O livro “A Coragem de Tição”, de Luís Represas,sob a chancela da Dom Quixote e que conta com ilus-

Page 93: Edição Março 2011

91

famalicão

trações de Catarina França, retrata uma história marí-tima recheada de cavalos-marinhos destemidos, bar-racudas ferozes, peixes-trompete ruidosos, peixes-anjoprotetores e muitos outros animais que habitam o fun-do dos oceanos. Mas, acima de tudo, transmite que aamizade e o espírito de entreajuda são o caminho aseguir para alcançar a felicidade.

Durante a apresentação da obra, Luís Represas des-tacou a importância da leitura e de valores moraiscomo a coragem, ética e verdade. Perante uma plateiaatenta e entusiasmada, que encheu o músico de ques-tões sobre a sua experiência pessoal e profissional,Luís Represas teve ainda tempo para agarrar a guitarrae conquistar o público ao som de “Da próxima vez”.

“Átrio da Vila”: o conceito das “tapas”com ingredientes regionais

Ainda a dar os primeiros passos pelo universo dagastronomia, o restaurante “Átrio da Vila” abriu asportas na freguesia de Calendário, em Famalicão, nodia 15 de dezembro e está, agora, a concluir as obrasno espaço exterior.

De acordo com Pedro Abreu, o segredo do restau-rante não está na criação de pratos, mas sim na formacomo as refeições são temperadas e apresentadasaos clientes. “Nós não criamos nada, usamos recei-tas já inventadas, mas damos um toque nosso, temosum tempero e uma apresentação um pouco diferen-tes”, explicou o responsável à Viva.

Por inspiração espanhola, o “Átrio da Vila” adotouum conceito ainda pouco praticado em Portugal e ba-seado nas “tapas”. “Há uma variedade de petiscos.Começamos por ter três entradas, depois os clientesoptam por pedir mais três, quatro ou cinco e, no fim,

acabam por dividir o prato principal, que poderá pas-sar pela posta de bacalhau, pernil assado no forno oubife do vazio”, exemplificou Pedro Abreu. Segundo oresponsável a ideia é que cada cliente possa ter “umaexperiência de sete ou oito pratos diferentes na mes-ma refeição, o que não é muito normal por cá”.

Zona de churrascos para desfrutarda paisagem

Para além da sala de refeições, que é “pequena eacaba por facilitar o convívio”, o “Átrio da Vila” estáa ultimar a construção de terraços exteriores que vãoser utilizados como zona de churrascos. A ideia é,portanto, tirar partido dos agradáveis dias de verãopara desfrutar de uns petiscos de “carne de porco,peixe fresco, bacalhau e outras coisas simples, semgrandes condimentos”.

As papas de sarrabulho, o pernil, a orelha de porcocom molho verde e o rolinho de pato com legumesfervidos em sumo de laranja são outros dos pratosaconselhados por Pedro Abreu, que se confessa umcurioso pela culinária. “A minha área não é cozinha, ésala. No entanto, sempre estive muito perto da cozi-nha, a fazer as ementas, a ajudar e sempre fui umpouco curioso. Depois, acabei por aproveitar essaspequenas dicas e aplicá-las ao meu conceito”, expli-cou o responsável.

O “Átrio da Vila” vai ainda ter à disposição dosclientes uma sala com mesa para 16 pessoas, equi-pada com televisão e Internet e que “pode ser usadapara uma festa de amigos ou para um almoço de negó-cios”. Sempre com a presença de uma mão cheia deiguarias gastronómicas.

Page 94: Edição Março 2011

92

autarquias

Page 95: Edição Março 2011

93

famalicão

Page 96: Edição Março 2011

9 4

amp

Bombeiros

A Junta Metropolitana do Porto (JMP) decidiuconsultar o ministro da Administração Interna paraque se estude a possibilidade de criação de umbatalhão metropolitano de bombeiros. Rui Rio, pre-sidente do organismo, referiu que a proposta já ti-nha sido feita “no início” do anterior mandato, nãotendo desenvolvido interesse por parte do executi-vo. “Foi decidido fazer uma consulta para ver se oministro está disponível para pensar uma reformaque se impõe há muito: acabar com os bombeirossapadores, pegar nos muitos bombeiros voluntári-os existentes e criar um batalhão de bombeiros àescala metropolitana”, referiu, salientando a im-portância de uma “concentração de recursos” alia-da a “uma maior eficiência, racionalidade e eficá-cia”. À dimensão metropolitana a “economia deescala” que se viria a conseguir com este projetoiria “potenciar a eliminação de desperdícios ou amultiplicação de esforços pelos vários municípi-os”, garante.

De acordo com o desafio quea Junta Metropolitana do Porto

(JMP) lançou ao executivo de JoséSócrates, torna-se necessário

pensar na criação de um batalhãometropolitano de bombeiros,

formando um corpo únicoe acabando com as divisões entre

voluntários e sapadores. Reduziraos custos e aumentar à eficácia

são os argumentos fortes destaproposta.

As conversas preliminares e ainda informais como governo, mantêm a proposta numa fase embrioná-ria mas, de acordo com Rio, a JMP irá solicitar, embreve, “uma audiência ao elemento do governo res-ponsável pela área da Protecção Civil para, de umaforma mais detalhada, poder apresentar os contor-nos deste projeto”.

Maior eficácia e redução de custos

De acordo com Rui Rio, a criação deste orga-nismo iria trazer uma “maior eficácia diminuindoos custos” já que, no caso do Porto, o Batalhão deSapadores é “a segunda direção municipal maiscara” da autarquia. “Nos últimos três anos, a Câ-mara do Porto gastou, em média, cerca de 6,5milhões de euros por ano”, garante, salientandoas vantagens ao nível da concentração logística eestrutural. Uma das questões mais importantesprende-se com a especialização por áreas de atu-

à escalametropolitana

Page 97: Edição Março 2011

9 5

corporação metropolitana serviria para uma claraaposta na especialização técnica, racionalizando,simultaneamente, os recursos. “O Estado, queratravés da administração central, quer da local,iria ter poupanças significativas, embora aindadifíceis de contabilizar”, garante, sublinhando quea criação de uma Corporação Metropolitana deBombeiros poderia contribuir, ainda, para uma re-visão dos modelos de financiamento existentes, oque iria diminuir discrepâncias entre os apoiosdados a voluntários e sapadores. “Atualmente aadministração central financia os voluntários, tra-tando-os como filhos, não dando um cêntimo aosprofissionais, tratando-os como enteados”, acu-sa, sublinhando que este é um “modelo anacróni-co e carente de moralização”. De acordo com RuiRio, acabam por ser os orçamentos municipais ater que financiar, na íntegra, os sapadores e aindaparcialmente os voluntários, uma vez que “as suasreceitas são constituídas, também, por transfe-rências de verbas desses orçamentos”. Ainda queconsiderando a proposta como muito vantajosa paraos municípios, Rui Rio admite, no entanto, que amudança “não será fácil”. Segundo o autarca, esta

Texto: Marta Almeida Carvalho

ação. “Não faz sentido que o Porto invista emtreinos para fogos florestais se não tem floresta”devendo o investimento “ser canalizado para aespecialização dos seus bombeiros em áreas comoo transporte de produtos tóxicos (tendo em conta otráfego rodoviário), no apoio ao crescente tráfegofluvial e no combate a sinistros em zonas históri-cas”. De acordo com o autarca, a criação de uma

Rui Rio com Rebelo de Carvalho na tomada de posse do novo comandantedos Sapadores do Porto

Page 98: Edição Março 2011

9 6

amp

é uma proposta que se impõe como urgente e ne-cessária, olhando ao “interesse nacional”.

Obras do Parque Empresarialde Recuperação de Materiaisarrancam este ano

Santa Maria da Feira vai acolher o futuro ParqueEmpresarial de Recuperação de Materiais (PERM),cujas obras deverão arrancar este ano. Este projetopropõe regularizar a situação legal das sucatas eassegurar que os materiais tradicionalmente enca-minhados para as mesmas sejam tratados com ri-gor ambiental, representando um investimento decerca de 17 milhões de euros, verba comparticipa-da em 80 por cento por fundos comunitários. Osprincipais objetivos do investimento são os de «im-pedir a proliferação ilegal de atividades relaciona-das com a recolha de material, disciplinar a ocupa-ção do território, preservar o meio ambiente da re-gião e salvaguardar o seu património paisagístico,bem como promover o desenvolvimento económicodesta subregião».

O equipamento constitui, de acordo com o presi-dente da Associação de Municípios das Terras deSanta Maria (AMTSM), Hermínio Loureiro, umasolução para “um grave problema ambiental de En-tre Douro e Vouga, que se arrasta há vários anos”.

A assinatura de um contrato de parceria público-privada permitiu a um conjunto de empresas a aqui-sição de 49 por cento do capital social da socieda-de «PERM – Parque Empresarial de Recuperação deMateriais das Terras de Santa Maria, EIM», cujatotalidade era detida pela AMTSM, organismo cons-tituído em 2009 para assumir a criação, gestão edinamização de áreas de acolhimento empresarial,incluindo o Parque que agora irá ser construído nafreguesia de Pigeiros. A estreita colaboração firma-da pelos municípios de Arouca, Oliveira de Aze-méis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira eVale de Cambra com o grupo de empresas revela-se “fundamental para a execução da infraestrutu-ra”. Para Gaspar Borges, representante das empre-sas com participação no capital social da «PERM»,a criação deste parque empresarial vai permitir “odesenvolvimento ordenado de um setor de ativida-de importante para a região”.

De acordo com Alfredo Henriques, presidente daCâmara de Santa Maria da Feira, a infraestrutura,vem resolver “um problema antigo, concentrandoos sucateiros num local apropriado e com as condi-ções necessárias”. O autarca sublinhou ainda queo espaço, com cerca de cinco hectares de área,“estará aberto a outras indústrias” e, que no futuro,será um “pólo dinamizador de toda a região” emtermos de “implantação empresarial”.

O contrato de parceria público privada, no âmbito do PERM, foi recentemente assinado

Page 99: Edição Março 2011

9 7

Page 100: Edição Março 2011

98

porto vivo, sru

Investimento avançano Morro da Sé

O Programa de Reabilitação do Morro da Sé, jáem execução, avança quer em termos de investi-mento público, comparticipado pelo QREN, quer doprivado. Em Outubro iniciou-se a obra de Requalifi-cação do Espaço Público, que se desenvolve entreo início norte da Rua de D. Hugo e a envolvente doLargo do Colégio, junto à Igreja de S. Lourenço (vul-garmente designada de Igreja dos Grilos). Este pro-jeto contempla a requalificação da pavimentação,substituição e introdução de infraestruturas, nome-adamente do gás canalizado e fibra ótica. O acom-panhamento arqueológico desta obra permitiu en-contrar novos e importantes achados que susten-tam a história da cidade - na Rua de D Hugo, uma

casa castreja e junto ao Largo do Colégio a exten-são da muralha românica que estava já identificadanas fachadas dos edifícios da Rua de Sant’Ana.

Está também a iniciar-se a obra de Ampliação doLar de 3ª Idade da Rua da Bainharia/Sant’Ana, quevai permitir aumentar em 50 por cento a atual capa-cidade e criar novas e mais adequadas condiçõesaos idosos que ali residem, bem como às equipasque os acompanham.

Concluído está também o processo de aquisiçãodas parcelas necessárias para a execução do Pro-grama de Realojamento Definitivo. Terminados osProjetos de Arquitetura, estão lançados os concur-sos para a selecção das Equipas de Engenharia quevão colaborar no Projeto de Execução, bem como osconcursos para a realização de trabalhos de arque-ologia, limpeza, demolições e consolidação das 29parcelas que vão ser intervencionadas, a partir dopróximo Verão.

Relativamente à intervenção de privados, propri-etários tradicionais ou investidores que se torna-ram proprietários, estão em curso três obras, numtotal de 890 metros quadrados de área bruta a rea-bilitar, e concluiu-se já uma outra, desde 2010.Em realização encontram-se, ainda, outros 14 pro-jetos, num total de 4.350 metros quadrados, o quepermitirá atingir mais de 11% da área bruta cons-truída privada do Morro da Sé. A área total que seráintervencionada representa um investimento priva-do de cerca de cinco milhões de euros.

Co-financiamento

Page 101: Edição Março 2011

99

Informações adicionais podem ser obtidas naLoja da Reabilitação Urbana. Aí poderá aindaencontrar toda a informação necessária à rea-bilitação de edifícios na Zona de IntervençãoPrioritária e na Área Crítica de Recuperação eReconversão Urbanística.

Programa VIV’a BAIXA

Reabilitara Baixa do Porto

Entre os incentivos à reabilitação urbana criadospela Porto Vivo, SRU, destaque para o ProgramaVIV’a BAIXA que permite a aquisição, a custos re-duzidos, de serviços, equipamentos, componentese materiais de construção a utilizar na reabilitaçãode edifícios na Zona de Intervenção Prioritária (ZIP),aos 19 parceiros constantes da lista oficial do Pro-

grama. Os beneficiários deste Programa são os pro-prietários, usufrutuários, senhorios e arrendatáriosde edifícios localizados na ZIP, que procedam a obrasde reabilitação urbana. O Programa permite acedera descontos na aquisição de bens e serviços, sobreos melhores preços de tabela.

Page 102: Edição Março 2011

100

memórias

As duas facesda avenida

A avenida Rodrigues de Freitas,que presta homenagem a umilustre político e percursor da

República em Portugal, recebeuesta designação em meados

do século XX. No Roteiro de 1933ainda aparece com o nome

antigo: Rua de S. Lázaro.Atualmente esta artéria tem uma

fisionomia bastante diferenteda de outrora

A avenida Rodrigues de Freitas sofreu diversasalterações ao longo do século XX. As diferenças en-tre aquilo que foi e a sua configuração atual são bempercetíveis. Hoje é uma avenida arborizada, com gran-de tráfego automóvel, integrando diversos organis-mos vitais para a cidade nomeadamente a BibliotecaMunicipal e a Faculdade de Belas Artes. José Joa-quim Rodrigues de Freitas (Porto 1840-1896), for-mou-se em Engenharia de Pontes e Estradas, na Aca-demia Politécnica do Porto, onde foi nomeado lentesubstituto de Comércio e de Economia Política, che-gando ao lugar de “lente proprietário” (topo da car-

100

memórias

Page 103: Edição Março 2011

101

av. rodrigues de freitas

Texto: Marta Almeida CarvalhoFoto: Virgínia Ferreira

reira de professor catedráti-co) com apenas 27 anos.Membro da Maçonaria, de-monstrava uma grande sim-patia pelos ideais do socia-lismo reformista. Notabilizou-se pela sua carreira política,ligada aos ideais republica-nos e socialistas, tendo sido

O passado e opresente do local

demonstra asgrandes

mudanças aolongo dos anos

101

av. rodrigues de freitas

em 1871, 1879 e 1886. Foi um dos revolucionáriosde 31 de Janeiro de 1891, a primeira tentativa deimplantação da República em Portugal.

um dos organizadores do Partido Republicano Portu-guês e foi o seu primeiro deputado eleito para oParlamento, na Legislatura de 1870 e reconduzido

Page 104: Edição Março 2011

102

sugestões culturais

Teatro Nacional São JoãoPraça da Batalha | 4000-102 Porto

Tel. 223401900 | Fax. 222088303http://www.tnsj.pt/home/index.php

27 maio a 5 junhoFITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica

No final de maio, os três palcos do TNSJ (Carlos Alberto,São João e São Bento da Vitória) vão acolher a 34.ª ediçãodo Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica,que promete cruzar teatro, dança e performance. De umuniverso de mais de 800 candidaturas, a organização dofestival selecionará as propostas de artes cénicas iberoa-mericanas mais indicadas para subirem aos palcos dacidade do Porto. O preço dos bilhetes varia entre os 7,50e os 16 euros.

Coliseu do PortoRua Passos Manuel, 137 – 4000-385 PortoTel. 223394940 | Fax. 223394949www.coliseudoporto.pt

15 abril | 21h30Ana Moura e a Frankfurt Radio Bigband

Depois de um ano rico em concertos, tantoem Portugal como no estrangeiro, Ana Mouralevará ao Coliseu o seu mais recente disco“Leva-me aos Fados”. A acompanhar a can-tora, a Frankfurt Radio Bigband pisará, pelaprimeira vez, um palco português, numa par-ceria caracterizada por “brilhantes arranjosde orquestra feitos especialmente para ostemas originais e tradicionais” de Ana Mou-ra. De salientar que a orquestra alemã é con-siderada uma das mais inovadoras e presti-giadas no panorama do jazz europeu, sobre-tudo pela ousadia de arriscar colaboraçõescom artistas de outras linguagens musicais.

Page 105: Edição Março 2011

103

Hard Club | Centro de Animação CulturalMercado Ferreira Borges | 4050-252 PortoTel. 707 100 021http://www.hard-club.com/

7 maio | 22h00Concerto Yann Tiersen

O francês Yann Tiersen vai regressar a Portugal em maiopara apresentar o seu sexto e mais recente álbum deoriginais, “Dust Lane”, lançado no final de 2010. Omúsico ficou conhecido mundialmente pela composi-ção de bandas sonoras de filmes como “Goodbye Leni-ne!” e “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Senhorde vários instrumentos, Tiersen apresenta-se permeá-vel às influências da música clássica e do rock, porvezes caracterizado como “minimalista e melancóli-co”. Os bilhetes para o concerto custam 20 euros.

LeituraMago – Espinho dePrata, de Raymond E.Feist

A obra de Raymond E.Feist, “Mago – Espi-nho de Prata” é umadas recentes apostasda editora Saída de

Emergência, retratando os conturbados temposvividos pelos povos de Midkemia. A guerra con-tinua enquanto Pug e Tomas seguem rumos dife-rentes. Por um lado, Tomas herda um legado degrande poder oriundo de uma civilização antiga,mas começa a questionar o seu destino. Por ou-tro, Pug, depois de ter sido capturado, é levadopara as exóticas terras de Kelewan, onde irá apren-der a dominar a dualidade do próprio poder. Umlivro que já conquistou os admiradores do mundodo fantástico, que o consideram “um dos melho-res de sempre”.

Johnny Depp está de regresso ao grande ecrã para maisperipécias na pele do capitão Jack Sparrow. “Piratasdas Caraíbas: por estranhas marés”, realizado por RobMarshall, chega às salas de cinema portuguesas emmaio, desta vez com Penélope Cruz a fazer parte doelenco. Na nova aventura, Jack e uma antiga paixãoprocuram a mítica fonte da juventude. A certa altura, amulher força-o a entrar no navio do famoso Barba Negra(interpretado por Ian McShane). Jack Sparrow fica, as-sim, sem saber de quem deverá ter mais medo: dotemível pirata ou da sua antiga paixão.

Cinema“Piratas das Caraíbas:por estranhas marés”

Estreia 19 de maiode 2011

Música“Born This Way”

– Lady Gaga

O mais recentetrabalho de LadyGaga, “Born ThisWay”, chega àslojas portuguesasno dia 23 de maio. O novo álbum de originaispromete agregar “momentos rock” e, de acordocom a própria cantora, apresenta “uma músicaao estilo Bruce Springsteen e um momento àGuns N’ Roses, no que diz respeito “à naturezadas melodias e dos coros”. Além do primeirosingle, com o mesmo nome do disco, Gaga con-firmou também o título da segunda canção, “Ju-das”, que é descrita como algo que “parece tersido escrito para as Ronettes [banda norte-ame-ricana dos anos 60], mas com uma forte batidade dança e que fala sobre cair de amores porhomens traiçoeiros do tipo bíblico”.

Page 106: Edição Março 2011

104

freguesias

Projeto inovador«Help Write» é a

designação de um projetoidealizado por um grupo de

alunos da Escola EB 2 3do Cerco do Porto, que

consiste num dispositivoergonómico para facilitar

a escrita das crianças comdificuldades motoras.

Os autores do projeto, quesurgiu para ajudar um

colega que sofre deparalisia cerebral,

pretendem, agora,encontrar um parceiro

disponível para o produzire comercializar.

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira

freguesias

Page 107: Edição Março 2011

105

campanhã

na cidade. A AMC, então constituída, recorreu aoFundo de Fomento com o objectivo de construir cercade seis dezenas de habitações que servissem osmoradores daquela zona. Com alguma dificuldade, eentre vários percalços burocráticos, a AMC foi re-sistindo às adversidades, muito embora tenha lidadocom situações algo difíceis como o facto de ter determinar os arruamentos e mesmo algumas casas,entretanto abandonadas pelos construtores. “É comalguma dificuldade que se vai gerindo uma institui-ção deste género”, refere Rui Águeda, tesoureiro daAMC, lamentando o facto dos jovens não quereremfazer parte da direção. “Situações pontuais de faltade pagamento por parte dos moradores, também acon-tecem, mas temos de ter o bom senso para lidar comisso”, admite Filipe Oliveira, ex-presidente da dire-ção. Os moradores que, através das prestações men-sais, vão terminando os pagamentos ficam comousufrutuários das habitações. Quando uma casa ficavaga, e mediante o pagamento de uma renda deter-minada pela associação, os herdeiros legais do mo-rador têm preferência para a ocupar, uma vez queestas não podem ser vendidas, pois são pertença daAMC. Os blocos habitacionais são constituídos por62 moradias duplex que variam entre o T1 e o T4.“Estamos a trabalhar num projeto de climatização ecolocação de telhados herméticos nas habitações”,o que também irá tornar as casas mais apetecíveis afuturos interessados.

A AMC movimenta cerca de 120 mil euros/ano atra-vés das prestações dos moradores, sendo que a suaprincipal fonte de receita é a quotização dos sócios.

O “Help Write” consiste num suporte ergonómi-co, elaborado à base de materiais flexíveis e anti-stress, onde se pode adaptar uma caneta ou lápis,de forma a facilitar a escrita a quem tem poucacoordenação de movimentos. De acordo com a do-cente Helena Correia, o projeto foi especificamen-te desenvolvido para ajudar um aluno com paralisiacerebral. A «Help Write», desenvolvida por alunosdesta escola, foi apresentada no âmbito de umaparceria com o Centro de Apoio Tecnológico à In-dústria Metalomecânica (CATIM) tendo ganho o 1ºprémio no concurso da instituição”, explicou a pro-fessora, salientando o potencial do objeto. “O alu-no usa-a, com sucesso”, sendo que ao dispositivose pode, ainda, adaptar uma série de objetos usa-dos nas artes plásticas, como pincéis ou marcado-res, mas também no quotidiano, designadamenteuma colher ou um garfo, o que demonstra a suaversatilidade.

Desenvolvido em 2009, os jovens criadores do«Help Write» querem agora transformá-lo numaferramenta acessível a todos. Para tal, o projetoconcorre no âmbito do Empreendu - programa comvista ao desenvolvimento de ideias e projetos em-preendedores - com a finalidade de produzir e co-mercializar a ferramenta melhorando o modelo. Atu-almente, os alunos encontram-se a desenvolver oprojeto, procurando parcerias e angariando fundospara o início de todo o processo. “Ajude-nos aajudar” é o lema para o grande evento, a decorrerna escola a 10 de Abril, que irá integrar torneiosdesportivos, música, dança, teatro e uma Feira doLivro, cujas receitas irão reverter para a concreti-zação do projeto «Help Write».

Associação de Moradores de ContumilRenovação habitacional pretendeangariar jovens para o local

Os empréstimos contraídos pela Associação deMoradores de Contumil (AMC), para a construçãodas 62 casas que fazem parte dos seus blocos habi-tacionais, estão quase saldados na totalidade, aguar-dando-se a sua conclusão até 2013. O processo,elaborado entre 1976 e 1980, mas só concretizadoem 1985, surgiu no âmbito do SAAL Norte, um pro-grama que visou a extinção das barracas existentes

Page 108: Edição Março 2011

106

freguesias

no concelho do PortoEm 2011, Lordelo olha para trás e

conta, com carinho, os 175 anosda integração da freguesia no

concelho do Porto. No entanto,apesar do clima de festa, há quecentrar atenções nos problemasdo presente, um deles o tráfico

de droga em locais até agoraisentos dessa problemática.

Texto: Mariana AlbuquerqueFotos: Virgínia Ferreira/JF Lordelo

Este ano, Lordelo do Ouro está em clima de festa.Para assinalar os 175 anos da integração da fre-guesia no concelho do Porto, a Junta está a organi-

175 anoszar um conjunto de iniciativas que prometem mobi-lizar a população em torno da sua própria história.“Vamos ocupar o ano com atividades comemorati-vas. Algumas são regulares, mas vamos colocar-lhes a chancela da comemoração dos 175 anos;outras serão iniciativas específicas”, revelou, àViva, a presidente da Junta de Freguesia de Lorde-lo, Gabriela Queiroz.

A programação ainda está a ser ultimada, masconfirmada está já a concretização de uma exposi-ção especificamente dedicada à freguesia e organi-zada em articulação com as coletividades de Lorde-lo. “Estamos, neste momento, numa fase de reco-lha de elementos e, portanto, quem tiver algum ob-jeto, fotografia ou outro elemento sobre a freguesiae a sua história, e quiser ceder-nos, nós agradece-mos todos os contributos que nos possam chegar

freguesias

Page 109: Edição Março 2011

107

lordelo do ouro

Gabriela Queiroz aproveitou ainda para informaros cidadãos de que a junta continua disponívelpara a instalação do equipamento de teleassis-tência. “Não temos grande adesão e o serviço égratuito. Nós é que fazemos o pagamento, querda instalação, quer da manutenção do equipa-mento”, lembrou a responsável. De referir que ateleassistência é um serviço de combate ao iso-lamento dos idosos que funciona através de umbotão que, quando pressionado pelo utente, emqualquer situação de emergência, aciona um te-lefonema para uma entidade que prestará a aju-da necessária.

contou Gabriela Queiroz à Viva, referindo-se aosbairros da Pasteleira e Pinheiro Torres. “São locaisque já estão a sofrer muito o impacto da futurademolição do Aleixo e, portanto, temos registadoalguns fenómenos de transferência para zonas ondeessa atividade não era tão intensa”, afirmou a pre-sidente, garantindo estar a centrar todas as aten-ções nessa problemática.

“Nós estamos atentos e temos sensibilizado asautoridades competentes, quer do ponto de vista ad-ministrativo - câmara, empresa municipal de habita-ção, pelouro do conhecimento e da coesão social –quer no que diz respeito ao governo civil”, garantiu.Gabriela Queiroz afirma ainda que esta tem sido “umaluta diária” da freguesia, que está totalmente empe-nhada em travar as atividades “antes que adquiramuma dimensão incontrolável”.

para esse efeito”, apelou a responsável. Além daexposição, a sessão solene do aniversário está tam-bém a ser preparada ao pormenor e terá lugar no dia26 de Novembro, uma vez que “essa é a data efeti-va da efeméride da integração”.

Rotas Verdes regressam em abril

A descoberta da natureza é outros dos desafioslançados por Lordelo à população. No último sába-do de cada mês, de abril a outubro, a partir das 14horas, a freguesia retoma a iniciativa “Rotas Ver-des”, que propõe um passeio por alguns dos espa-ços verdes da região.

De acordo com Gabriela Queiroz, o jardim deSerralves, o Jardim Botânico e o Parque da Paste-leira são os locais escolhidos para mais uma edi-ção desta aventura ao ar livre. “As pessoas podeminscrever-se através do site ou de um telefonemapara a junta de freguesia”, salientou a presidenteda junta.

Atenção redobrada na Pasteleirae em Pinheiro Torres

Na agenda de prioridades está também a lutacontra o tráfico e o consumo de droga em algunspontos específicos da freguesia. “Estamos preocu-pados com a duplicação de alguns fenómenos detráfico de droga e de consumo a céu aberto emlocais que tradicionalmente eram mais calmos”,

Teleassistência gratuita aindadisponível na freguesia

Page 110: Edição Março 2011

108

freguesias

Melhoria na via públicaO cruzamento de Marechal

Saldanha com a Rua do Molheestava, há muito, sinalizado

como um dos pontos críticos dafreguesia de Nevogilde, onde os

acidentes rodoviários eramconstantes. O local integrava

uma listagem de locaisproblemáticos da Câmara

Municipal do Porto, queprocedeu, recentemente, a uma

intervenção no perímetro.

Em Setembro de 2010, durante a “Semana daMobilidade”, a Câmara do Porto apresentou um es-tudo que reuniu uma série de locais problemáticosrelativamente à sinistralidade urbana. “Estes pon-tos têm em comum o facto de lá ocorrerem, comfrequência, atropelamentos e outros acidentes ro-doviários”, referiu Gonçalo Gonçalves, vereador doUrbanismo e Mobilidade da autarquia portuense.Para além do diagnóstico de identificação de todasas situações, que se estendem a vários pontos dacidade, o relatório propôs uma intervenção, melho-ria e alteração, em cerca de 30 locais prioritários,de forma a minimizar a sinistralidade. Para a iden-

freguesias

Page 111: Edição Março 2011

109

nevogilde

tificação destes «pontos negros», a Câmara contacom a colaboração da PSP, que informa a autarquiade todos os acidentes que ocorrem na cidade.

Pretensão antiga

Um dos locais, assinalados no relatório, é o cru-zamento da Rua Marechal Saldanha com a Rua doMolhe, na freguesia de Nevogilde. “Este foi o pri-meiro sítio a sofrer uma intervenção” salientou overeador, acrescentando que durante os próximosmeses ela se irá alargar a outras dezenas de locaisassinalados como problemáticos. “Era um dos queexibia o maior número de situações de sinistrosmas também o que apresentava as soluções maissimples ao nível da intervenção”, referiu. As solu-ções técnicas implementadas no local, de forma aminimizar os riscos, prenderam-se com obras de

alargamento dos passeios, reforço da pintura e novasinalização. “Já há algum tempo que pretendíamosver esta obra realizada, uma vez que este era olocal mais problemático da freguesia” referiu JoãoLuís Rozeira, presidente da Junta de Nevogilde.

Texto: Marta Almeida CarvalhoFotos: Virgínia Ferreira / Ivo Pereira

nevogilde

Page 112: Edição Março 2011

110

freguesias

Um convívioempresarial

O Hub Porto é um espaço denetworking que promove oencontro entre pessoas ou

empresas das mais diversasáreas num inovador conceito de

empreendedorismo.

O conceito é inovador e resultou da necessidadede apresentar soluções aos empreendedores querecusam aceitar passivamente o desemprego. O pri-meiro espaço de co-work da cidade do Porto foiaberto em julho de 2009, pelas mãos da junta defreguesia de Paranhos, e, até ao momento, já con-seguiu reunir cerca de 150 membros.

Conhecido como Hub Porto, o edifício, localiza-do na Rua do Tâmega, na freguesia de Paranhos,funciona como “uma comunidade global, de pesso-as de diferentes setores profissionais, sociais eculturais, que trabalham em áreas de inovação”.

De acordo com Alberto Machado, presidente da Juntade Freguesia, qualquer pessoa que trabalhe isola-da, seja em casa ou no escritório, pode alugar oespaço e “partilhar ideias, sugestões, experiênciase aprendizagens”. “O Hub é um espaço de ne-

freguesias

Page 113: Edição Março 2011

111

paranhos

111

massa crítica da cidade” emigre, devido à ausên-cia de soluções para o futuro.

Espaço com procura crescente

Desde a inauguração em julho de 2009, o Hub Portocontabilizou mais de 145 membros. No entanto, talcomo contou Alberto Machado, o interesse na estrutu-ra por parte do público continua a aumentar. “A procuracrescente reflete-se não só em pessoas que queremaderir a esta nova forma de trabalhar, mas em empre-sas, associações, ONG’s [Organizações Não Governa-mentais], que, não sendo membros, também procuramos nossos espaços para a realização de atividades eeventos”, esclareceu.

Apesar dos cerca de 150 membros que assina-ram acordo de adesão ao Hub, o número de empre-endedores que recorre ao espaço é superior. “Setivermos em conta entidades e pessoas individuaisque, com alguma regularidade, utilizam os recursosdo Hub, nomeadamente salas, estamos a falar deum universo de 230 pessoas”, apontou o responsá-vel do espaço.

Despertar sinergias entre os membros

As portas do Hub Porto estão abertas a todas asáreas profissionais. Aliás, tal como afirmou Alber-to Machado, “quanto maior a diversidade de áreas,maiores serão as sinergias que se podem criar” e,consequentemente, maiores os benefícios para to-dos os membros.

Ainda assim, os setores da comunicação, do de-sign e do marketing são os que mais se destacamno acesso à “incubadora de empresas”. “Há algu-mas áreas que se destacam, desde logo, pelas ca-racterísticas das condições de trabalho que lhesestão associadas e que não obrigam a que as pes-soas tenham de trabalhar num lugar específico. Des-tacamos áreas como Web design e design gráfico,produção de software, marketing empresarial, co-municação, consultoria de gestão e promoção dedesenvolvimento pessoal”, enumerou o presidenteda Junta de Paranhos. Alberto Machado garantiuainda que o balanço do funcionamento do espaço é“muito positivo”, aspeto comprovado pelas parce-rias estabelecidas entre os diferentes membros.

Texto: Mariana AlbuquerqueFotos: Virgínia Ferreira

tworking, para todos aqueles que pretendem alargara sua rede de conhecimento”, explicou à Viva, ga-rantindo que os interessados têm à sua disposição“o bem estar de um clube, a inovação de uma agên-cia e as condições de um escritório equipado, numambiente inspirador”.

Segundo Alberto Machado, o Hub nasceu da pró-pria conjuntura socioeconómica verificada na ci-dade. Face ao aumento do desemprego, a junta deParanhos decidiu “criar condições alternativas àssoluções convencionais para apoiar pessoas em-preendedoras, com capacidade de criar e pensarde forma diferente e inovadora”. Em declarações àViva, o responsável esclareceu ainda que, atravésdo Hub Porto, é possível dar início a projetos devida, alavancar iniciativas, num espaço físico comacesso a recursos técnicos e apoios institucio-nais” e onde se pode beneficiar de uma rede virtu-al “com cerca de 8000 membros do Hub espalha-dos em cidades de todo o mundo”. Esta é, paraAlberto Machado, uma forma de evitar que “a

Page 114: Edição Março 2011

112

passatempos

AnedotasPorquê

Um sujeito pergunta a outro:- O que é que quer dizer “pourquoi”?- Porquê.- Por nada, só para saber...

Na pastelariaA loira entra na pastelaria e diz:- Tem bolos?- Acabaram agora mesmo de sair!- Oh, que pena... E não sabe quando voltam?

EuromilhõesUm homem entra em casa a correr e grita para a

mulher:- Maria! Ganhei o euromilhões! Faz as malas!- Ai que bom! Levo roupa quente ou fria?- Leva tudo! Vais para casa da tua mãe!

MemóriaO homem diz ao médico:- Doutor, será que estou a perder a memória?- Ouça, já lhe respondi a essa pergunta ontem.

Sopa de letras

Sopa de letras

Na escolaDiz o miúdo à professora:- “Não quero alarmá-la, mas o meu pai diz que

se as minhas notas não melhorarem, alguém vailevar uma sova!”

Uma questão de idadeUm tigre e um ouriço têm três anos cada. Qual

deles é o mais velho?O ouriço, porque tem três anos e picos.

Distração- Ó Mãe, ó Mãe! Lá na escola estão-me sempre

a chamar distraído!- Oh, meu querido, mas eu não sou tua Mãe...

MisiaMercheJulio MagalhãesJudite de SousaManoel de OliveiraVitor BaíaBenedita PereiraMário Claudio

Siza VieiraRui RioTiago MonteiroJosé MourinhoElisa FerreiraArmanda PassosSobrinho SimõesJulio Resende

Encontre no quadro da esquerda osseguintes protagonistas da VIVA:

Page 115: Edição Março 2011

113

Page 116: Edição Março 2011

114

crónica e as cidades

Para comentar esta crónica vá a www.viva-porto.pt e clique em “Notícias/Crónicas”

O Porto que se faz na ciência

O Porto precisava há décadas de uma universida-de capaz de lhe dar ânimo para deixar de ser umpólo exportador baseado nas indústrias tradicionaise se converter numa economia mais próxima dospaíses desenvolvidos. Hoje, o Porto tem-na. Quemfizer uma curta viagem no tempo, reparará que nãotem de recuar muito mais do que dez anos paraencontrar uma universidade parda, ensimesmada nassuas rotinas, escondida no seu casulo, indiferenteà realidade que a rodeava. Havia, claro que havia,pólos de excelência internacional entre os seus

muros; mas nada no perfil institucional do Portorefletia a existência de uma grande universidade eainda menos um contributo para a comunidade lo-cal e para o país.

Nos dias que correm, já não são apenas as cria-ções de personalidades geniais e singulares queestão na origem de institutos como o IPATIMUP ouo IBMC a merecer destaque. O INESC refez-se numlaço com a economia real, Engenharia é um dosprincipais centros de excelência nacionais, Econo-mia recupera parte da aura perdida e Arquiteturamantem-se firme na defesa dos seus pergaminhos.Mas se o desempenho das suas dependências éencorajador, a universidade como um todo dedi-cou-se a recuperar património, a promover o nasci-mento de empresas, a colocar-se ao lado das exis-tentes para as ajudar a encontrar respostas a mer-cados mais abertos e, por consequência, mais com-petitivos.

Podemos suspeitar que, em muitos casos, o per-fil económico, social e cultural da cidade não temcapacidade de acolher o desempenho de uma uni-versidade dinâmica como a do Porto. Sabemos queboa parte dos seus formandos tem de encontraroutras paragens para poder aplicar o que aqui apren-deu. Mas entre o que a universidade exporta e oque consegue injetar no tecido da cidade e da re-gião, há-de haver margem para mais-valias. Nes-tes processos de transformação e desenvolvimen-to, nem sempre o caminho se faz em linha reta.Mas o que importa mesmo é haver uma direção e aUniversidade do Porto (ou, em outras dimensões, aCatólica) parece estar aí para a indicar.

Manuel Carvalho, jornalista e diretor-adjuntodo jornal “Público”

Page 117: Edição Março 2011

3

Page 118: Edição Março 2011

2