Edição janeiro - 2015

8
C have DE ão S edro P Paróquia de são pedro do Tremembé Jornal Ano 11 • n o 143 • JAneiro de 2015 www.fAcebook.com/pAscomsAopedro São Paulo pede PAZ Diante de tanta violência, a CNBB nos convida a mudar a realidade e promover a paz. Os dados sobre a criminalidade no Brasil são números de uma guerra. Veja o relato comovente de um casal da nossa região que teve o filho assassinado aos 21 anos e se agarra à fé para enfrentar o trauma dessa perda irreparável. Pág. 4 Papa Francisco Na mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa condena as guerras entre religiões Pág. 8 Sociedade A polêmica sobre os direitos humanos Pág. 6 Clipping Veja como foram as celebrações do Natal na nossa comunidade Pág. 7 Silvia Maisel e Roberto Costa com o filho Fábio

description

Esta é uma publicação da Pascom da Paróquia de São Pedro - Tremembé - SP

Transcript of Edição janeiro - 2015

Page 1: Edição janeiro - 2015

ChaveDE ãoS edroPParóquia de são pedro do Tremembé

JornalAno 11 • no 143 • JAneiro de 2015

www.fAcebook.com/pAscomsAopedro

São Paulo pede PazDiante de tanta violência, a CNBB nos convida a mudar a realidade e promover a paz. Os dados sobre a criminalidade no Brasil são números de uma guerra. Veja o relato comovente de um casal da nossa regiãoque teve o filho assassinado aos 21 anos e se agarra à fé para enfrentar o trauma dessa perdairreparável. Pág. 4

Papa FranciscoNa mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Papa condena as guerras entre religiões Pág. 8

SociedadeA polêmica sobre os direitos humanos Pág. 6

ClippingVeja como foram as celebrações do Natal na nossa comunidade Pág. 7

Silvia Maisel e Roberto Costa

com o filho Fábio

Page 2: Edição janeiro - 2015

2 Jornal Chave de São Pedro

Quando pensamos no início de um novo ano, nos vêm à mente muitos projetos e sonhos que queremos colocar em prática durante o

ano. São bonitos projetos em relação à vida familiar, cultural, profissional, comunitária e na vivência da fé. Fazemos nossos planos e queremos conduzi-los à nossa maneira, com nossas capacidades e uma ‘ajudinha’ do Céu.

Mas será que neste ano não seria bom pararmos diante da Palavra de Deus, do Santíssimo Sacra-mento ou do Cristo Crucificado para refletir sobre o plano que Deus faz para cada um de nós? Como Ele nos quer ver neste ano? A catequese do Papa Francisco, do dia 19 de novembro, pode apresentar algumas luzes em nosso caminho e nos projetos pes-soais e familiares que temos para 2015.

O Papa recorda em primeiro lugar o grande pro-jeto de Deus para cada um de nós, segundo as pa-lavras do Apóstolo: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1Tes 4,3). Este é o projeto de Deus para mim e para você.

Depois ele ensina quem pode ser santo: ‘Para ser santo não é preciso ser bispo, sacerdote ou religio-

so: não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade só esta reservada àqueles que têm a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! Aliás, somos chamados a tornar-nos santos precisamente vivendo com amor e oferecendo o testemunho cris-tão nas ocupações diárias. E cada qual nas condi-ções e situações de vida em que se encontra’.

Mas como ser santo nas ocupações diárias? Papa Francisco ensina: ‘És casado? Sê santo amando e cuidando do teu marido, da tua esposa, como Cris-to fez com a Igreja. És batizado solteiro? Sê santo cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho e oferecendo o teu tempo ao serviço dos irmãos. És pai, avô? Sê santo, ensinando com pai-xão aos filhos ou aos netos conhecer e seguir Jesus Cristo. E é necessária tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó; é necessária tanta paciência, e é nesta pa-ciência que chega a santidade: exercendo a paciên-cia! És catequista, educador, voluntário? Sê santo tornando-te sinal visível do amor de Deus e da sua presença ao nosso lado’.

Deus nos ama e tem um alto projeto para cada um de nós. Vamos sonhar alto neste ano de 2015, porque na condição de vida de cada um de nós foi aberto o caminho rumo à santidade e é Deus quem nos dá a graça de percorrer este caminho, de sonhar com os sonhos de Deus.

Dom Sergio de Deus Borges é bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal para a Região Santana

Projeto 2015

Carta ao leitor espiritualidade

Por Dom Sergio de Deus Borges

Um compromisso com a vida

No clima de guerra em que vivemos no Brasil, a Igreja nos convida a tomar decisões que levem à Paz. No nosso bairro, na nossa cidade e no nosso país, multiplicam-se os ca-sos de violência contra a vida. Na escola, nas casas, no trânsito, nos estádios, as pessoas vivem um clima de medo e de intolerância. Com mais de 50 mil assassinatos e outros milhares de feridos por ano, não é pra me-nos. No nosso bairro, muitas famílias sofrem o trauma depois de um assalto à residência. Nas regiões mais periféricas, os jovens são atores e vítimas da violência, principalmente por causa do envolvimento com as drogas. Nesta edição, o relato emocionado de um casal que perdeu o filho de 21 anos mostra que precisamos agir contra a facilidade para se adquirir uma arma, uma das causas da ba-nalidade do crime.

Como cristãos, também não podemos compactuar com qualquer tipo de violação dos direitos humanos, seja de quem for, como esclarece um artigo na página 6. A sociedade tem o direito humano de viver em paz, mas a punição a quem rouba ou mata também não pode ferir a dignidade humana. O que se ne-cessita é exigir que as autoridades cumpram o seu papel e acabem com a impunidade.

No começo de um novo ano, o Papa Fran-cisco nos convida a refletir sobre os conflitos e guerras, inclusive entre as religiões, cha-mando a atenção para a necessidade do diá-logo e da paz.

Boa leitura!

Equipe Pascom - Paróquia de São Pedro

expediente - pasCom

PARÓQUIA DE SÃO PEDRO DO TREMEMBÉAv. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 A | Tremembé | São Paulo | CEP: 02350-000 | Tel.: (11)2203-2159e-mail: [email protected]

Orientador: Pe. Edimilson da SilvaCoordenação da Edição: Pastoral da Comunicação - e-mail: [email protected]: Edmilson Fernandes - MTB: 25.451/SPDireção de Arte: Toy Box IdeasRevisão: Oswaldo de CamargoImpressão: Atlântica Gráfica Tiragem: 3.000 exemplaresColaboradores: Telma Feleto e Vânia De Blasiis

Comunidade Santa Rosa de Lima R. Luiz Carlos Gentile de Laet, 1302, Tremembé Missas: sábados, às 16h | Domingos, às 9h e 19h | Primeira sexta-feira do mês, às 20h

Comunidade São José (Itinerante) Missas: todos os dias 19 do mês, às 16h Momento de Oração e Estudo Bíblico: 3as feiras, às 20h

Comunidade Nossa Senhora Aparecida Av. N. S. Aparecida da Cantareira, 22, Tremembé Missas: dom., às 8h30 | Missa todos os dias 12 do mês, às 20h

Comunidade Nossa Senhora da Providência R. Vilarinhos, 95, Tremembé. Missa: domingo, às 10h30

Comunidade São Marcos R. Luiz da Silva, 24, Tremembé Missas: sábados, às 17h. Estudo Bíblico: 5as feiras, às 20h

Av. Maria Amália Lopes de Azevedo, 222 ATel.: (11) 2203-2159

ATENDIMENTO DA SECRETARIADe 2a a 6a feira: 8h às 12h e 14h às 18h | Sábados: 8h às 12h

MISSAS2as e 4as feiras, às 19h30 | 3as, 5as e 6as feiras, às 7h30 | Sábados, às 17h | Domingos: às 8h, 10h e 18h30

DIREçÃO ESPIRITUAL E CONfISSÃO3a feira, das 15h às 18h | 4a feira, das 20h às 22h | 6a feira, das 9h às 12h

paróquia de são pedro

Page 3: Edição janeiro - 2015

3Janeiro | 2015

O batismo é um sinal da presença de Deus para a comunidade que acolhe seus filhos. Aquele que é batizado recebe a vocação cristã, assume as responsa-bilidades do chamado, não como fardo pesado, mas sim como a graça, o tesouro que requer cuidados, pois é precioso.

A Paróquia de São Pedro, neste ano de 2015, junto com os agentes da pasto-ral do batismo, propõe um novo caminho para ajudar pais e padrinhos na missão de evangelizar.

Queremos trabalhar as motivações que levam os pais a procurar a Igreja ape-nas para batizar seus filhos, principalmente os distantes da comunidade cristã. Encaramos não apenas como desafio, mas também parte da missão: que todos conheçam Cristo e sejam atraídos por Ele. Receber o batismo é consequência do caminho percorrido na comunidade.

Dias 14 e 21 de fevereiro, sábados, das 15 às 18h, nos encontraremos para refletir e celebrar alguns ritos dentro da missa das 17h.

primeiro encontro: batismo, conhecer e celebrarQual o significado do batismo? A liturgia do batismo (símbolos, ritos, a luz do

círio pascal.) Significado da unção. Somos chamados à santidade. Promessas do batismo, profissão de fé (Creio) explicada parte por parte.

No primeiro encontro, apresentação durante a missa das 17h às crianças que serão batizadas no dia 28 de fevereiro. Entrega do Creio (profissão de fé).

segundo encontro: seguir Jesus, viver em comunidade e tempo para oração

Quem é Jesus? Quem sou eu? A escolha dos discípulos, vida em comuni-dade. O anúncio do Reino de Deus. A proclamação das bem- aventuranças.

Educar os filhos na comunidade. O Pai Nosso explicado parte por parte. Pais e padrinhos e a missão de ser discípulo.

No segundo encontro dentro da missa das 17h, apresentação dos padrinhos e renovação das promessas do batismo. Assinatura do livro do compromisso

Dia 28 de fevereiro, 16h30, chegada à igreja para repassar o rito do batismo. Missa e celebração do batismo às 17h.

Padre Edimilson da Silva é jornalista e pároco da Paróquia de São Pedro do Tremembé

Iniciação à vida cristãO batismo, caminho para o discipulado

diálogo Com a Comunidade

Por Pe. Edimilson da Silva

músiCa

a comunidade investe no futuro

Caro paroquiano, as aulas de violão estão sendo dadas em sábados alternados, das

16h às 16h45. Nossa comunidade precisa dos colaboradores atu-ais, mas também de novos para apoiar os diferentes eventos e ce-lebrações, conforme orientação e necessidade do Pe. Edimilson, e consequentemente da nossa igre-ja. Então sinta-se convidado. Ao longo do tempo você estará sen-do preparado e quando for preciso você poderá dar sua contribuição.

O orientador é o Paulo de Tarso, catequista de crisma, com mui-ta experiência em tocar em mis-sas e animar encontros católicos. Formado em violão clássico, ele também é músico profissional, sob a inscrição 26752 na Ordem dos Músicos do Brasil desde 1988. Já temos três participantes que estão fazendo o “test drive”: Gio-vanna, Pedro e Daniela. Parabéns pela decisão! Se você - como eles - pretende colaborar com nossa missão de evangelizar de alguma

forma, saiba que também pode ser através da música. Em 6/2/15, os encontros serão retomados. Até lá, ainda há tempo de você entrar neste time! A agenda de 2015 será divulgada nas próximas publica-ções deste jornal. Acompanhe, pois aí está uma boa oportunida-de de desenvolvimento espiritual, pessoal e comunitário. A todos os envolvidos, aprendizes ou não, agradeço desde já pela doação do seu tempo, em prol deste plano, parte do projeto de Deus.

Vân

ia d

e B

la

siis

Paulo de Tarso vai orientar os novos músicos da São Pedro

Page 4: Edição janeiro - 2015

4 Jornal Chave de São Pedro

destaque

Por que um ano da Paz?Por Edmilson Fernandes

assaltos a igrejas na zona Norte

Uma onda de assaltos a igrejas na Zona Norte de São Paulo está assustando padres e fiéis. Nos últimos tempos, pelo menos 15 igrejas foram assaltadas. Os ladrões entram depois da coleta de doações e levam tudo o que foi arrecadado. foram assaltadas, por exemplo, as igrejas das paróquias Nossa Senhora Aparecida do Jardim São Paulo e Nossa Senhora de fátima do Jardim Tremembé. Uma das orientações da Polícia é a instalação de câmeras de monitoramento nas igrejas.

A cada dez minutos, uma pessoa é as-sassinada no Brasil. Em 2013, mais de 53 mil pessoas perderam a vida para a vio-lência. O número de estupros registrados também superou os 50 mil. Ao menos seis pessoas foram mortas por dia pelas polícias brasileiras. Em cinco anos, as polícias ma-taram cerca de 11 mil pessoas. Mas a vio-lência também atinge os policiais. Durante o ano de 2013, 490 policiais tiveram mortes violentas. E em 2014, dezenas deles foram mortos em São Paulo. Os dados fazem parte do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado recentemente. As maio-res vítimas dessa verdadeira guerra são os jovens. Eles representam 54,8% dos presos e 53,3% dos mortos.

E essa guerra custa caro. O Brasil gasta

por ano com custos da violência, segurança pública, prisões e unidades de medidas so-cioeducativas 258 bilhões de reais. O valor equivale a 5,4% do PIB brasileiro.

Violência em são pauloRecentemente, uma família do Tremem-

bé teve que sair de casa, traumatizada pelo medo depois de um assalto à sua residência. Foi acolhida por um amigo. Os casos se mul-tiplicam, com consequências terríveis para todos da família. Como viver em paz depois de ter uma arma apontada para a própria cabeça ou para a cabeça de um ente que-rido? Na cidade de São Paulo, o número de roubos cresce há 18 meses consecutivos. Os latrocínios, quando o ladrão rouba e mata a vítima, também tiveram aumento.

Os números da violência no Brasil

Desde o primeiro domingo do Advento, estamos vivendo o Ano da Paz, promovido pela CNBB. Segundo os bispos, a decisão fundamenta-se na urgência de unir esforços para transformar a realidade e lutar na promo-

ção da paz, que é um dom de Deus. Ao investir na promoção do Ano da Paz, a Igreja

empenha-se e busca sensibilizar outros segmentos da sociedade para enfrentar a violência, que atinge de modo arrasador a vida, a dignidade humana e as culturas.

“Enquanto não se eliminarem a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos, será impossível erradicar a violên-cia que, venenosamente, consome vidas, mata sonhos e atrasa avanços.” (Papa Francisco, Exortação Apostólica Alegria do Evangelho)

A ausência da paz inviabiliza, por exemplo, que os diferentes partilhem momentos de festa nos es-tádios de futebol. Os casos de racismo e as mortes e espancamentos entre torcidas organizadas são um exemplo da intolerância e selvageria.

A violência também está presente nas famílias, principalmente pela agressividade contra as mulhe-res. A criança que cresce numa família sem paz e de desrespeito à mãe certamente será mais violenta.

A vivência do Ano da Paz estabelecido pela Igreja no Brasil vai se esten-der até a celebração do Natal de 2015. A iniciativa vem ao encontro de uma sociedade cada vez mais violenta, de conflitos sociais e de uma criminalidade endêmica que ceifa muitas vidas, especialmente de jovens e pobres. O cristão

católico tem a obrigação de testemunhar o diálogo, a acolhida, a tolerância, a paciência e a fortaleza para aprender a resolver os conflitos pela mediação e pela não-violência. Muitas brigas no trânsito e a violência gratuita dentro de casa podem ser evitadas se houver um pouco de tolerância e paciência com o outro.

“A importância de se realizar um ano de Paz no Brasil é diretamente proporcional ao índice de vio-lência que nos coloca entre os países mais violentos do mundo. O enfrentamento da violência tem que ser feito por todos: a partir da unidade familiar, a comunidade, o município, o Estado, a União, o mi-nistério público e a defensoria pública, o judiciário, o legislativo, as ouvidorias de polícia e os conselhos estaduais de defesa da pessoa humana”, destaca o presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidio-cese de São Paulo, Antonio Funari Filho. Ele avalia que a falta de ética na política e a impunidade con-tribuem para que os órgãos que deveriam garantir a todos o direito humano à segurança não cumpram sua missão.

antonio Funari Filho, presidente da Comissão Justiça e Paz da arquidiocese de São Paulo

Page 5: Edição janeiro - 2015

5Janeiro | 2015

“Eram 4h00 da manhã quando o telefone nos acordou. Era a namorada do meu filho, di-zendo que um policial tinha ligado para ela do celular do Fábio e informado que ele havia sofri-do um acidente e que estava na emergência do Hospital São Luiz Gonzaga. Meu marido ligou para o celular do meu filho. Um policial atendeu

e pediu que fôssemos imediatamente ao hospi-tal. Diante da insistência do policial, comecei a me desesperar. Tinha 99% de certeza de que o caso era fatal. Pensei que fosse acidente de car-ro... Mas meu filho havia sido assassinado com um tiro.

Enfrentamos a perda do Fabinho com mui-

ta dificuldade. Era inacreditável. Não podia ser verdade. Aquilo não havia acontecido conosco. Até hoje, precisamos de consultas com uma amiga que é psicóloga. É muito difícil adminis-trar uma tragédia. É impossível esquecer. O Fá-bio era um rapaz alegre, sempre procurando o bem-estar do próximo, um filho amigo, carinho-so. Onde estivesse havia alegria. Era o filho que todos os pais gostariam de ter.

Trabalhador e estudioso, formou-se em Tec-nologia da Informação aos 21 anos de idade e poderia, com certeza, contribuir com o desen-volvimento do nosso país. Ele ajudaria a fazer a diferença neste nosso mundo tão conturbado e violento.

Infelizmente, nossa justiça é atrasada e mo-rosa e nossas leis favorecem sempre o infrator. Nós nos sentimos lesados, desrespeitados, afi-nal, aguardamos por esse júri há três anos e nos empenhamos muito para que ele acontecesse.

Ainda está muito difícil. Mas, como católi-cos, acreditamos que a fé nos ajuda a enfren-tar esse momento. Acreditamos que a missão dele, dada por Deus, foi cumprida.

A nossa vida e a vida da nossa filha, a Tathy, mudaram muito, pois ficamos sem nosso Fábio. Nosso luto é infinito. O tiro que matou nosso filho também nos matou.”

Depoimento de Roberto Costa, 65 anos, administrador de empresas, e Silvia Carlota Maisel Costa, 64 anos, secretária aposentada, pais de Fábio Alexandre Maisel Costa, assassi-nado aos 21 anos.

O tiro que matou nosso filho também nos matou

Fabinho fez a primeira comunhão e o crisma na igreja de São Pedro e é mais uma vítima da violência que atinge milhões de famílias no Brasil

Fábio Alexandre Maisel Costa foi assassinado na madrugada do dia 25 de setembro de 2011, com um tiro de pistola 9mm. Ele estava com os amigos numa loja de conveniência, num posto de combustíveis da Avenida Luiz Dumont Villares, na Parada Inglesa. Fazia exatamente um mês que ele havia se formado em Tecnologia da Informação e ainda comemorava com os amigos. O assas-sino foi Thiago Barrilli, de 27 anos, que parou o carro com a namorada no local. Alegou depois à Polícia que atirou porque alguém mexeu com a namorada dele (como se isso fosse motivo para tirar a vida de outra pessoa). Segundo testemunhas, Fábio nem estava no grupo que teria mexido com a garota. Perdeu a vida de forma banal como milhares de jovens. O criminoso fugiu. A moça disse à Polícia que, pouco antes do crime, ele havia bebido três doses de vodka e uma de whisky. Identifi-cado, apresentou-se dez dias após o crime, confessou, mas não ficou preso. A juíza alegou que ele tinha residência fixa e se apresentou à Polícia. Foi preso oito meses depois e aguarda o julgamento na cadeia. O júri popular estava marcado para dia 06 de novembro de 2014, mas, para decepção da família de Fábio, foi adiado para o dia 06 de março de 2015.

Fo

to

s: a

rq

uiV

o p

ess

oa

l

Page 6: Edição janeiro - 2015

6 Jornal Chave de São Pedro

Cidadania

Direitos humanosPor Dircêo Torrecillas Ramos

Um dos temas mais polêmicos da atualidade é o dos direitos humanos. Vivemos um período de violências. São crimes em residências, no

trânsito, nas ruas, nas praças, nos estádios, etc. Os delinquentes assassinam civis e militares. Estes rea-gem. Há aqueles que defendem os bandidos e outros, os policiais na função de defesa da sociedade. Como resolver? No espaço internacional assistimos a deca-pitação cruel de inocentes, abusos nas guerras, até proibição de cultos religiosos, como ocorre em Cuba há 55 anos. Direitos fundamentais, são os positiva-dos pela Constituição, dirigidos a todos os indivíduos vinculados a determinado Estado. Os direitos huma-nos são os inerentes a todos os seres humanos, sem discriminação. Os direitos fundamentais são encon-trados em documentos legislativos, da Idade Média e estão acima da vontade dos governantes. O século XVII demonstra a existência de direitos naturais váli-dos para todos os homens em todos os tempos e luga-res, cuja garantia justifica as Declarações de Direitos do século seguinte. Hoje há uma preocupação com a efetivação e a eficácia das Declarações. A Constitui-ção brasileira de 1988 é exaustiva quanto aos direitos individuais e coletivos, os sociais relativos ao traba-lho e sua valorização. São direitos que iniciam com liberdades e vão até à solidariedade. Na ordem eco-nômica, por influência da doutrina social da Igreja e particularmente dos documentos pontifícios, como a “Mater et Magistra”, nossa Lei Maior apoia o desen-volvimento e reprime os abusos do poder econômico, no caminhos de uma vida digna a todos. No mesmo sentido proíbe a tortura e o tratamento desumano.

O problema é social. Não temos um sistema de pro-teção adequado aos menos favorecidos. Falta a es-trutura educacional, albergues noturnos, educação, saúde. Esta situação faz aumentar a criminalidade e os presos não possuem um presídio adequado para a ressocialização. Vivem amontoados. A despeito da hipocrisia dos governantes, dizendo que vão prender, não há sequer prisões suficientes para cumprir todos os mandados. Apesar dos detidos merecerem um tratamento de acordo com os direitos humanos, não se justifica a criminalidade, porque todos os demais integrantes da sociedade e as autoridades têm, igual-mente, direitos humanos: o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade. Não pode-rá ocorrer uma inversão de valores como querem os “politicamente corretos”, entretanto incorretos quanto à justiça. Por exemplo, uma pessoa que vive na “cracolândia”. Sua internação compulsória fere o direito à liberdade, mas se ele, sem a plenitude de sua consciência, corre um risco, deve ser socorrido e tratado, sob pena de omissão de socorro, porque sua vida é um bem e um direito maior do que a liberdade. Além disso, sendo grupos maiores, no local, ofendem direitos dos demais membros da comunidade quanto à locomoção, ir e vir, e a própria segurança. Outros casos são os dos movimentos. Sendo pacíficos relati-

vos à habitação e outras reivindicações, são direitos legítimos. Por outro lado, quando violentos, põem em perigo, com incêndios, bombas, saqueamentos, quebras, destruição de propriedades, todos os que circulam para trabalhar, estudar ou qualquer outro fim. Evidentemente recebem a reação da Polícia, que deve ser razoável, proporcional e suficiente para restabelecer a ordem. A situação é delicada, tanto que muitos apelam para a polícia e alguns atacam a mesma pelos seus atos. Não se deve dar injustos di-reitos e impunidades aos bandidos e violentos, incen-tivando a criminalidade. A polícia, da mesma forma, tem seus integrantes feridos e mortos na defesa da ordem. A sua ação não é um direito, mas sim um dever. À evidência, alguns casos têm como origem ideologias e outras questões sociais. Nestas, cabe ao Estado o dever de corrigi-las criando condições para o exercício dos direitos humanos, por todos, tendo como corolário a paz que nos falta pela ausência de segurança.

Dircêo Torrecillas Ramos é prof. dr. livre docente pela USP, membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas, presidente da Comissão de Ensino Jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil – OABSP - 2013-2015 e membro do Conselho Superior de Direito da Fecomercio

MATRÍCULAS ABERTASAGENDE UMA VISITA!

Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Apoio Pedagógico Cursos Extracurriculares

Santa GemaRua Antônio Pestana, 155Tel.: (11) 2203-1544www.passionista.com.br

75Anos

Colaborando com

o c

resc

imento do bairro de Trem

embé.

Que a felicidade possa estar presente em todos nós!2015 - Um ano repleto de realizações!

Ma

rc

el

o c

aM

ar

go

/ag

ên

cia

Br

asi

l

Page 7: Edição janeiro - 2015

7Janeiro | 2015

Clipping

Campanha da Fraternidade

Encontro de Formação do setor TremembéDia 31 de janeiro de 2015 - SábadoLocal: Paroquia Nossa Senhora Aparecida, Vila AlbertinaHorário: 15h

Responsável pela formação: Frei Guilherme, coordenador da Campanha da Fraternidade.Convidamos todos os agentes de pastoral das paróquias: São Pedro, Santa Joana D’arc, Nossa Senhora de Fátima, São Domingos Sávio, Santa Rosa de Lima e Nossa Senhora Aparecida (onde será a sede de formação).

“Nasceu para vós o Salvador”

O Papa Francisco nos lembra: a alegria do Evangelho é para todo o povo, não se pode excluir ninguém. Assim foi anunciada pelo anjo aos pasto-res de Belém: “Não tenham medo! Eu anuncio para vocês a Boa Notí-

cia, que será uma grande alegria para todo o povo: nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor”. Nas novenas e nas celebrações do Natal na igreja de São Pedro, a comunidade do Tremembé refletiu sobre as lições do Presépio e a chegada de Jesus, que se fez homem para salvar a humanidade.

CrismaNo dia 14 de dezembro, Dom Ser-

gio de Deus Borges presidiu a missa e ministrou o sacramento da confirma-ção para 37 jovens na comunidade Nossa Senhora Aparecida.

Fo

to

s: V

ân

ia d

e B

la

siis

Page 8: Edição janeiro - 2015

8 Jornal Chave de São Pedro

diVersão

Fraternidade

Papa condena guerra entre religiões na mensagem para o Dia Mundial da Paz

“No início de um novo ano, que acolhe-mos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, desejo dirigir,

a cada homem e mulher, bem como a todos os po-vos e nações do mundo, aos chefes de Estado e de Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a minha oração, a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calami-dades naturais. Rezo de modo particular para que, respondendo à nossa vocação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade

para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humanidade. (...)

O tema, que escolhi para esta mensagem, inspi-ra-se na Carta de São Paulo a Filemon; nela, o Após-tolo pede ao seu colaborador que acolha Onésimo, que antes era escravo do próprio Filemon, mas ago-ra tornou-se cristão, merecendo por isso mesmo, segundo Paulo, ser considerado um irmão. Escreve o Apóstolo dos Gentios: “Ele foi afastado por breve tempo, a fim de que o recebas para sempre, não já como escravo, mas muito mais do que um escravo, como irmão querido” (Flm 15-16). Tornando-se cris-tão, Onésimo passou a ser irmão de Filemon.

(...) Saídos do mesmo ventre, Caim e Abel são irmãos e, por isso, têm a mesma origem, natureza e dignidade de seus pais, criados à imagem e seme-lhança de Deus. (...) Infelizmente, entre a primeira criação narrada no livro do Gênesis e o novo nasci-mento em Cristo (..., existe a realidade negativa do pecado, que interrompe tantas vezes a nossa frater-nidade de criaturas e deforma continuamente a be-leza e a nobreza de sermos irmãos e irmãs da mes-ma família humana. Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas mata-o por inveja, cometendo o primeiro fratricídio. O assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação para ser irmãos.”

O que fazer com a criançada nas fériasAs férias de verão chegaram. Para ajudar os pais que nem sempre conseguem tirar folga em janeiro, sugerimos opções de acampamentos

aCampamento turma da mÔniCa(tel.: 5090-7418)•SapucaíMirim-MG(180quilômetros)• Idade:5a12anos•Período:8a10dejaneiro(criançasde6a12anos),12 a 18 e 19 a 25 de janeiro (crianças de 5 a 10 anos)•Preço por criança: R$1.350,00 (permite parcelarem até 6x)•ComparceriadeMauriciodeSousaaoVivocoma NR, o pacote inclui transporte de ida e volta (com

saída de São Paulo), seguro viagem, cinco refeições diárias, fotos e vídeos da temporada. A infraestrutu-ra do NR conta com acomodações separadas para meninos e meninas, monitores e enfermaria. As ati-vidades são realizadas sempre com os integrantes da Turma da Mônica: há a trilha na roça com Chico Bento e Rosinha, o piquenique com a Magali e a festa para comemorar os cinquenta anos da personagem mais gulosa dos quadrinhos, o restaurante da Môni-ca e a ida ao zoológico de répteis com o Franjinha.

ranieri(tel.: 3071-0061)• SãoLourençodaSerra-SP(50quilôme-tros)• Idade:de5a16anos• Período:10a17dejaneiro• Preço por criança: R$2.100,00 (em atéquatro vezes)• Tantoaquelesquecurtemesportesradi-cais quanto os que preferem atividades edu-cacionais vão se divertir nesta temporada de férias. Para os mais agitados, o acampamen-to recomenda participar das gincanas, jogos

noturnos, mountain biking, tobolama e outros. Já para os mais quietos, a dica é optar pelas oficinas (teatro, dança e artes) e trilhas ecológicas com canoagem.• OsmonitoresdoRaniericonduzemasbrincadeirascom os acampantes.

timBalaia(tel.: 3825-8060 e 3825-1615)Mairiporã-SP (40 quilômetros)• Idade:de4a17anos• Período:13a18,18a23,23a27.18a27,13a23e13 a 27 de janeiro.• Preçoporcriança:deR$624,00aR$2.055,00• Asatividadessãodivididasporcategoria.Nali-nha radical é possível experimentar o futebol de sabão, simulador de gravidade, a tirolesa, escalada e outros. No setor rural infantil, os pequenos par-ticipam de pesca esportiva, atividade de plantio, planificação, oficina gastronômica e de artes. As novidades dessa temporada incluem o pebolim hu-mano e o salão com palco para apresentação. O acampamento também vai realizar uma trilha com uma sessão de cinema na caverna, cujo tema é a preservação do meio ambiente.

Na mensagem para este 1º dia de 2015, o Papa Francisco propõe reflexão sobre os conflitos e guerras ideológicas entre as religiões e países, chamando atenção para a necessidade do diálogo e da paz

diV

ul

ga

çã

o