Edição I

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REVISTA PONTO FIN@L Diretor: Elder Martinho | Editor: Moisés Mota | Consultor editorial e revisor: Paulo Antunes | Ano: 0 | Edição: 01 | Minas Gerais BR Apoio: Seja bem-vindo ao nosso mundo, às nossas ideias... à nossa revista que, na realidade, é e será cada vez mais sua. E PONTO FIN@L. Política EXPLICANDO A DIREITA, Aristóteles Drummond | Página 06 Artigo ENFIM AMY ALCANÇA O PARAÍSO, Paulo Antunes | Página 07 Arquitetura CASA COR por Chico Vartulli | Página 12

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Revista Ponto Final Direção: Elder Martinho Edição e diagramação: Moisés Mota Revisão e consultor editorial: Paulo Antunes

Transcript of Edição I

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [1]

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Apoio:

Seja bem-vindo ao nosso mundo, às nossas

ideias... à nossa revista que, na realidade, é e

será cada vez mais sua. E PONTO FIN@L.

Política EXPLICANDO A DIREITA, Aristóteles

Drummond | Página 06

Artigo ENFIM AMY ALCANÇA O PARAÍSO, Paulo

Antunes | Página 07

Arquitetura CASA COR por Chico Vartulli |

Página 12

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [2]

Editorial

Elder José Martinho Pereira – Cons. Lafaiete | MG Colunista social dos jornais O TEMPO, de BH;

Correio da Cidade, de Cons. Lafaiete e Ponto de Vista de Ouro Branco. Apresentador dos programas Etiquetando, Elder Martinho e ponto final na Rádio Carijós AM.

propósito e o objetivo principal desta Revista

Eletrônica não poderia ser outro neste mundo

globalizado, onde as mídias são cada vez mais

velozes e aprimoradas: levar informação de forma

democrática e de fácil acesso a todos sem resvalar na

vulgaridade tão comum em muitos meios de comunicação

que optaram pela mediocridade em detrimento dos

valores inerentes ao bom convívio social.

Surge, assim, este informativo como forma de

proporcionar um espaço a mais, uma opção diferente para

aqueles que já se cansaram da massificação opressora dos

grandes canais comunicativos, da manipulação das notícias

de forma acintosa e vulgar.

Não se pretende, nestas páginas

eletrônicas, dar conta de toda gama de

informação útil à comunidade pós-

moderna, mas pretende-se, dentro de

uma honestidade inquebrantável e

fidelidade à verdade e ao bem

comunicar, levar informações de alto caráter utilitário para

todos que aspiram a uma revista diferente, moderna,

comprometida com a informação equilibrada e de caráter

prático.

Esta revista é fruto de um longo processo de criação

coletiva que gastou horas e horas em reuniões com

pessoas dos mais variados setores da sociedade, grande

soma de tempo no pensar de grandes nomes,

personalidades regionais e nacionais que se inserem

nestas páginas, garantindo a qualidade e excelência dos

serviços que se pretende alcançar. E aqui restou o

resultado deste processo criativo que se esmerou na

qualidade, embora vise também a quantidade no tocante

aos acessos e vontade firme de levar informação de alto

nível a todos.

Como fruto de todo processo criativo que amadureceu

levando-se em consideração o tempo devido, a revista e

seus colaboradores estarão sempre abertos a críticas,

sugestões e tudo mais que possa colaborar para que os

trabalhos realmente atinjam a meta proposta. Sem a visão

do outro, torna-se mais difícil o aprimoramento. Portanto,

leitor, aqui fica registrado o convite para participar

conosco, enviando seus pareceres sobre o trabalho

empreendido.

Uma mentalidade aberta a tudo e a

todos é a meta final desta revista

virtual quinzenal que tentará se

alargar cada vez mais no explosivo

mundo da velocidade atual. E, para

tanto, sua colaboração é

fundamental, especialmente neste momento inicial de

gestação de uma ideia concretizada e já em prática.

O desafio foi lançado, as ideias postas em prática e espera-

se, agora, um feedback de todos que nestas páginas

mergulharem, pois sabemos que somente poderemos ser

o que almejamos com a colaboração de nossos leitores.

Boa leitura!

O

Sem a visão do outro,

torna-se mais difícil o

aprimoramento.

Fabiano Domingues

REVISTA PONTO FIN@L

OS ARTIGOS SÃO DA EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, INCLUSIVE CÓPIAS, NÃO

REPRESENTANDO NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DA DIREÇÃO E EDITORIA DESTA REVISTA

Diretor: Elder Martinho | Editor: Moisés Mota| Consultor Editorial e revisor: Paulo Antunes

Licença Creative Commons - Atribuição - Uso Não Comercial - Obras Derivadas Proibidas 3.0 Brasil. Com

base na obra disponível em www.otempo.com.br/pontofinal. Podem estar disponíveis permissões

adicionais ao âmbito desta licença em www.otempo.com.br/pontofinal. Revista eletrônica, atualizada a

cada 15 dias. Jornalista responsável: Joelmir Tavares. Endereço para correspondências, Alameda Juca

Maia, nº 52, Centro, Conselheiro Lafaiete – MG, CEP: 36.400-000 E-mail: [email protected]

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [3]

Charge Por Jorge Inácio – Ipatinga | MG

[email protected]

AMY WINEHOUSE

Adeus Amy Jade Winehouse

(14 de setembro de 1983 - 23 de julho de 2011).

Lá se foi uma das maiores revelações do século 21, a

melhor cantora destes novos tempos, encontrar com

Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison e Kurt Cobain

que também foram embora com 27 anos. Adeus

Amy...

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [4]

Índice

Edição 01 | Ano 0 | Editor: Moisés Mota | Consultor editorial e revisor: Paulo Antunes

CAPA Elder José Martinho Pereira, Lafaietense, colunista, idealizador da revista Ponto Fin@l

Política EXPLICANDO A DIREITA, Aristóteles Drummond | Página 06

Artigo ENFIM AMY ALCANÇA O PARAÍSO, Paulo Antunes | Página 07

Direito O JOVEM ADVOGADO, Virgínia Paiva | Página 08

Veículo LA VEM O HABIB, Raimundo Couto | Página 09

Charge AMY WINEHOUSE por Jorge Inácio | Página 03

Sociedades em Rede AS MAIS ELEGANTES DO ALTO PARAOPEBA, Fabiano Domingos | Página 10

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [5]

Índice

Edição 01 | Ano 0 | Editor: Moisés Mota | Consultor editorial e revisor: Paulo Antunes

Crônica NÃO É OBRIGATÓRIO REGISTRO NA OMB,

Douglas Henriques | Página 11

Vinhos CURIOSIDADES SOBRE AS UVAS,

por Claudia Castellões | Página 12

Manipulação NUTRICOSMÉTICOS E BENEFÍCIOS PARA O

CABELO por Fabia Vartulli | Página 13

Arquitetura CASA COR por Chico Vartulli |

Página 14

Ponto Literário ÀS FUTURAS E DELICADAS CINZAS DO QUE

JÁ VIVEU por Paulo Antunes | Página 15

Cinema CREPÚSCULO DOS DEUSES por

Júlio Lellis | Página 16

Imagem MAGAZINE por Moisés Mota |

Página 17

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [6]

Política

Por Aristóteles Drummond - Rio de Janeiro | RJ Jornalista, apresentador da Rede Vida, escritor.

EXPLICANDO A DIREITA

olta e meia atribui-se “a forças da direita” isso ou

aquilo. Como se fosse uma maneira de queimar

movimentos e reações da sociedade e impor

propostas que fogem ao bom senso. A esquerda decidiu, sem

ouvir ninguém, que a “direita aspira e conspira contra o

interesse popular”. Assim, vira-e-mexe, faz-se necessário

definir o que é, como pensa e o que motiva a corrente de

pensamento nacional – e internacional – que a mídia procura

demonizar, chamando-a de “terrível direita”.

No Brasil em que vivemos, por exemplo, ser de direita é

defender a ordem pública e a lei, especialmente contra as

frequentes violações por parte de movimentos de inspiração

revolucionária e ação violenta. E, nesse caso, o exemplo mais

flagrante é o MST, em cujos acampamentos não foram

poucos os flagrantes de armas e atos de vandalismo. Também

a “direita” não se conforma com a impunidade dos

depredadores de bens públicos ou privados. Movimentos

ligados ao MST ou aos “índios” podem interromper estradas,

ocupar prédios, destruir instalações industriais e ninguém

tem nada com isso.

Outra postura tida como e

“direita” é o respeito à

bandeira nacional e admirar os

brasileiros que fazem a opção

pela carreira militar. É

preservar os valores

tradicionais da família e da

moral. Censura de espetáculos e programação de televisão,

por exemplo, é instrumento de defesa da formação do

brasileiro de amanhã; não uma atitude política como

procuram fazer crer. A “direita” é pela liberdade total de se

escrever e publicar matérias de sentido político ou ideológico,

mas não impor opiniões sectárias nos livros didáticos ou

mesmo apresentar padrões morais que contrariam a

formação nacional, em horário acessível a menores de 18

anos. Quem prestar atenção nas musicas tocadas nas rádios

vai verificar a que ponto chegamos no mau gosto.

Também é comum se rotular de “direita” os que se

levantam contra o excessivo controle do Estado na atividade

econômica e na privacidade dos cidadãos. Impostos na casa

dos 40% do PIB para a direita é uma extorsão, quando o mais

razoável seria o combate a sonegação, a fraude, a corrupção

e a chamada “economia informal”. A direita, como corrente

de pensamento, é liberal, respeita o cidadão e fica indignada

com a exploração ideológica de ações policiais, expondo

pessoas sem culpa formada, a vexames e constrangimentos.

Nos casos de “colarinho branco”, basta apreender

documentos, incluindo passaportes e não essa ação

espalhafatosa que, desrespeitando lares, fere e choca

familiares dos acusados e geralmente não dura mais do que

poucos dias. Se culpados, estarão protegidos pela lentidão da

Justiça até a prescrição.

Ser de direita é defender o produtor rural, trabalhador,

sofrido que, além de pouca atenção do Estado, não tem

proteção – caso das ameaças esdrúxulas como “quilombolas”,

“sem-terra”, “área de preservação ambiental” e “áreas

indígenas”. É defender o direito do comerciante de abrir e

fechar sua loja nos dias e nos horários que bem entender,

ouvindo, claro, seus empregados. É proteger o industrial da

concorrência desleal de outros países, sem direitos

trabalhistas, sem obrigações sociais e sem controle de

qualidade do que entra pelos nossos portos. Enfim,

pensamento direitista, hoje, é se

preocupar com gastos públicos,

com convênios pouco claros com

Ongs duvidosas, condenar

aberrações como a adesão à

Resolução 158 – já reprovada

amplamente em comissão do

Congresso Nacional –, condenar o reconhecimento da China

como economia de mercado e não se reconhecer as FARC

como entidade terrorista, como se sequestrar fosse legítimo.

Se observarmos bem, veremos que o presidente Lula

honra contratos e não se deixa levar pelos arroubos de

colegas latino-americanos mais exóticos. Rejeita, por razões

éticas, a disputa de um terceiro mandato, reconhece os

serviços prestados pelos militares, ontem como hoje. Ou seja,

está muito mais próximo da direita do que de uma ala

equivocada de seu partido e de seu governo.

Talvez aí resida a explicação política de sua popularidade.

V

Ser de direita é defender o

produtor rural, trabalhador,

sofrido que, além de pouca atenção

do Estado, não tem proteção

Divulgação

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [7]

Artigo Por Paulo Roberto Antunes – Cons. Lafaiete | MG

[email protected] Mestre em Letras (Linguagem, Cultura e Discurso), apresentador do programa da Rádio Carijós AM

"Linguagem, Cultura e Comunicação", professor titular da FaSaR (Faculdade Santa Rita), escritor, advogado, ator e diretor teatral.

ENFIM AMY ALCANÇA O PARAÍSO

o sábado, 23/07/2011, conseguiu seu paraíso a

cantora britânica Amy Winehouse, um gênio do

gênero musical soul music. Aos 27 anos, foi

encontrada morta em sua casa em Londres e, até o

momento, a causa provável da morte é indeterminada.

Mas não quero pensar a causa da morte da jovem que

revolucionou e resgatou o gênero soul music para o bem

sonoro deste mundo onde tanto lixo musical é disseminado

na atualidade. Desejo pensar Amy como um ser humano

incompreendido porque demasiado genial para a nossa

medíocre caretice burra. É fato que a cantora consumia

drogas lícitas e ilícitas e muitas vezes deixou seus fãs na mão

porque estava sem

condições de cantar para

eles. Porém é também fato

que seu estilo é

inconfundível, sua força

produtiva singular e sua

dificuldade de adaptação à

mediocridade social era gritante.

Não sou fã ardoroso de Winehouse, mas como alguém que se

considera de audição apurada, reconheço a grandeza do

trabalho da inglesa que assustava o mundo com suas

provocações que nada mais eram do que uma forma

agressiva de combater a agressividade que impunham a ela e

à sua forma de encarar (no sentido literal) este mundo

preconceituoso, selvagemente capitalista e hipócrita.

Amy Winehouse não morreu, foi gradativamente assassinada

por uma sociedade machista, pseudo-moralista e ávida por

sensacionalismo barato. Os imbecis tabloides britânicos

comprovam isso. O muito de positivo que a cantora tinha era

pouco ou nada divulgado; já seus “escândalos” provocativos,

estampados em manchetes que renderam muito dinheiro ao

mundo da mídia sensacionalista.

Poucos sabem que Amy, em 2003, com apenas 20 anos,

lançou seu primeiro CD, intitulado “Frank”, com influências

do melhor do jazz e, à época, foi comparada a cantoras do

quilate de Sarah Vaughan e Mary Gray, deusas da música

jazística. Em 2008, Winehouse surpreendeu o mundo musical

quando ganhou 5 dos 6 prêmios do Grammy aos quais fora

indicada. Um feito somente possível às grandes cabeças da

música e aos gênios da sonoridade de bom-gosto e requinte.

E não por acaso, já que a Amy fora dado talento de sobra

para compor, fazer arranjos, tocar guitarra e cantar como

ninguém mesmo tendo nascido em época tão recente: 14 de

setembro de 1983.

Em março de 2008, a cantora posou nua para uma campanha

contra o câncer de mama, demonstrando um pouco da

grande humanidade que tinha no coração atropelado pelos

moralistas de plantão, pelos caretas que fedem a naftalina e

pela moral estúpida de mauricinhos e patricinhas de todas as

idades. Também, no mesmo ano, em junho, Amy saiu de sua

internação em uma clínica, onde tentava a luta contra as

drogas, para cantar num show em homenagem aos 90 anos

do político sul-africano

Nelson Mandela que livrou a

África do Sul do regime

racista imposto pelos

ingleses. Era a inglesa se

desculpando pelo que a

Inglaterra de olhos azuis

havia feito com os negros de olhos pretos de um país

escravizado pela maldosa inteligência dos brancos.

Muitos gênios morrem cedo e, às vezes, coincidentemente

com a mesma idade: estão aí para comprovar Jimmy Hendrix,

Jim Morrison e Janis Joplin que se mandaram do planeta

também aos 27 anos.

Reforço minha opinião: Amy não se suicidou, foi assassinada

paulatinamente por todos nós que a víamos como um bicho

raro, drogado, alvo de olhares de lado e cochichos maldosos.

A garota foi covardemente linchada porque não sabia lidar

com o grande talento e inteligência musicais que possuía e

por isso incompreendida, assustada, acossada, vendo nas

drogas o meio único de se manter equilibrado nesse torpe

circo humano da pós-modernidade. Mas deixou um legado: a

cantora inglesa, de 15 anos, Dionne Bromfield, sua afilhada

artística que estreou no youtube acompanhada de Amy

tocando guitarra como ninguém.

Amy não morreu, Amy enfim alcançou o paraíso que lhe era

devido. E que a deixemos, agora, descansar em paz. Ela

merece.

N

Foto: Cleonice Libânio

Amy não se suicidou, foi assassinada

paulatinamente por todos nós que a víamos

como um bicho raro, drogado, alvo de olhares

de lado e cochichos maldosos.

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [8]

Direito Por Virgínia Bernardo Faria Paiva – Cons. Lafaiete | MG

[email protected] Advogada em Cons. Lafaiete, conselheira jovem da OAB do estado de Minas Gerais.

O JOVEM ADVOGADO

Como é cediço, o advogado deve cursar cinco anos de

graduação em Direito. Durante esse período, quando o

aluno afirma almejar exercer a advocacia, já se torna alvo

de críticas facilmente compreendidas, uma vez que esse

profissional deve trabalhar arduamente e, por um longo

período, não irá provar o doce sabor do reconhecimento.

Após tornar-se bacharel, o aluno vê-se submetido à

avaliação, que se tornou necessária em razão do “mercado

do ensino”, promovida pelo Conselho de Classe – Ordem

dos Advogados do Brasil - para, então, habilitar-se ao

exercício da profissão.

No início da carreira, o advogado vê-se compelido a

escolher entre exercer, na

acepção literal do termo,

autonomamente a

profissão ou tornar-se

empregado ou sócio de

um escritório pré-

existente. Nesse

momento terá, de lidar

com a concorrência e o

aviltamento na cobrança dos honorários, bem como

esforçar-se na difícil tarefa de captar clientes e,

principalmente, na manutenção dos mesmos conciliando

seus interesses com as formalidades inerentes ao

quotidiano forense.

Nesse diapasão, é fácil falar acerca da morosidade do

judiciário, no entanto, não se pode olvidar que se trata do

poder, principal garantidor do respeito integral aos direitos

humanos e, como órgão do Estado Democrático de Direito

independente e soberano. Além disso, não é crível exigir

agilidade no julgamento de processos num país em que os

cidadãos estão cada vez mais conscientes de seus direitos

e, por consequência, mais litigantes, até porque cada

processo deve ter o tempo necessário ao seu

amadurecimento, portanto a busca incansável por uma

celeridade pode, inclusive, prejudicar os jurisdicionados.

Certo é que os “pré conceitos” a respeito do advogado

destoam da realidade fática desse profissional, cujo papel

não é acobertar o crime ou burlar o judiciário na defesa de

seu cliente, ao contrário, é o advogado quem irá garantir,

com amparo legal, a promoção da defesa dos direitos

fundamentais dos cidadãos na busca de um julgamento

justo. Como esculpido no art. 133, da Constituição da

República Federativa do Brasil de 1988, a Advocacia é

essencial à administração da Justiça, sendo indubitável a

sua função social.

Em que pesem os obstáculos, diga-se en passant,

enfrentados por qualquer profissional, o advogado deve

ter consciência da sua importância no contexto jurídico-

social e honrar a sua profissão, tendo no Estatuto da

Ordem dos Advogados do Brasil e no Código de Ética e

Disciplina a Bíblia que os

rege.

O jovem advogado deve

buscar fazer o melhor para

si, para seu cliente e para a

Justiça, e isso só se torna

possível quando se

comprometer com todos os

membros dessa tríplice. Compromete-se consigo o

advogado leal aos valores morais e àqueles positivados,

isto é, as leis; compromete-se com seu cliente na medida

em que lhe informa com veracidade e imediatidade acerca

de seus direitos e deveres; compromete-se com o poder

judiciário, o advogado que respeita todos os servidores e

objetiva ser mais um colaborador dos serviços por eles

prestados.

Dessa maneira, o advogado em início de carreira poderá

exigir respeito às suas prerrogativas profissionais, bem

como galgar o seu espaço na advocacia, no labor diário nos

fóruns e tribunais, nas escrivanias e nas salas de

audiências, devendo sempre ter em mente os

ensinamentos de Rui Barbosa, “o que importa é termos a

consciência de que o relevante não é o quanto conhecemos

do Direito, mas o quanto o pesquisamos, o quanto o

estudamos”, tudo o mais virá com o tempo.

O jovem advogado deve buscar fazer o melhor

para si, para seu cliente e para a Justiça, isso

só se torna possível quando se comprometer

com todos os membros dessa tríplice.

Arquivo pessoal

Fabiano Domingos

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [9]

Veículos Por Raimundo Couto – Belo Horizonte | MG

[email protected]

LA VEM O HABIB

lguns dirigentes de montadora conseguem personificar a marca. Sérgio Habib, ex-presidente e introdutor da Citroën no Brasil, é, sem dúvida, um

deles. Apesar de ter deixado o comando da operação brasileira há algum tempo, segue sendo o empresário que reúne, embaixo de seu guarda-chuva, o maior número de revendas da marca no país. À época de sua substituição, foi divulgado que Habib com mais tempo livre em sua agenda, poderia dedicar-se a seus negócios pessoais com maior afinco. Não satisfeito com a ligação "perpétua" de seu nome à história da marca francesa no Brasil, o exímio decodificador de números e percentuais, gráficos e planilhas, Sérgio Habib, voltou a ocupar os holofotes. Dessa vez o empresário impacta o mercado trazendo uma marca totalmente desconhecida, a JAC MOTORS, fabricante de caminhões de origem chinesa e que começou a fabricar veículos há apenas três anos. Mas, mesmo assim, convencido do potencial do mercado e das qualidades que reúnem os carros da JAC, Habib está mostrando ao consumidor o quanto será vantajoso "fazer um negócio da China". Imbatível na apresentação de seus produtos, comparando-os aos concorrentes, ele protagoniza um verdadeiro show na exposição de suas ideias e dos números do mercado. Didaticamente, com uma impressionante habilidade, o executivo consegue posicionar o produto que representa em um universo extremamente favorável. Em outras palavras, popularmente, ele sabe, como poucos, como dourar a pílula e vender o seu peixe. Certa feita, em época distante de nossa atualidade, quando os modelos com possibilidade de serem abastecidos com gasolina, álcool, os flex estavam na "crista da onda", ganhando cada vez mais espaços na mídia, Sérgio Habib protagonizou um evento que entrou para os

anais da indústria. Ciente de que esses propulsores eram mesmo irreversíveis e que os franceses ainda demorariam algum tempo para desenvolverem a tecnologia e aplicá-la em seus produtos, Habib destilou veneno: "Carro flex é como o pato que anda, voa e nada, mas não faz nenhuma delas bem feito”. Estava criada a polêmica. Agora, de volta ao mercado como importador, esse engenheiro paulista que começou sozinho e de baixo, não vai deixar por menos. Investiu R$ 380 milhões para preparar a chegada da JAC. Esse valor, segundo ele, foi necessário para inaugurar 46 concessionárias de uma vez, sendo 35 delas de seu grupo, trazer seis contêineres de peças e comprar 14.500 veículos da fábrica. Outro diferencial é a garantia. A JAC chega ao Brasil como a maior do mercado. São seis anos sem limite de quilometragem, um a mais que os coreanos que, até então, oferecem o maior tempo. E não para por aí. Uma campanha publicitária apresentada por Fausto

Silva em seu programa de grande audiência vai difundir ainda mais rápido o conceito que Habib quer transmitir sobre os carros da JAC. A pretensão não poderia deixar

de ser ousada como a proposta. Quer abocanhar 1% de participação no mercado nacional ainda este ano. Preço baixo e equipamentos de fábrica são os dois pilares de sustentação. Automóveis com ar, direção, trio, air-bag, abs e muito mais a partir de R$ 37.900. O perigo, nesta história toda, e que certamente o empresário deve ter calculado, é o risco de trazer, para memória do futuro comprador, com todo este barulho com marketing, a imagem de outras marcas que também estão vindo da China. Nesse caso, o mais importante para Sérgio Habib é mostrar ao seu consumidor que não existe um chinês igual ao outro. Será que ele consegue? É bom não duvidar...

A

"Carro flex é como o pato que

anda, voa e nada, mas não faz

nenhuma delas bem feito”.

Arquivo pessoal

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [10]

SOCIEDADE EM REDE

1. Srª Marina Rinoldi; 2. Srª

Isolete Gomes Fernandes; 3. Drª

Consolação de Souza; 4. Valeria

Aparecida Neiva; 5 Drª Virgínia

Bernardo Faria Paiva; 6. Srª

Clarisse Gomes; 7. Srª Ieda

Gomes; 8. Srª Maria Helena

Bueno Ferraz; 9.Wanessa Paula

Manso Vicentini; 10. Rozânia de

Melo Fontich; 11. Sinara Lúcia de

lima e Silva; 12. Drª Marize

Maria Faria Demonte Ponte; 13.

Katiane Rocha; 14. Paula Bastos

Guimarães; 16. Ana Cássia

Barbosa Faria Paiva; 17.Maria

Emília Marcenes Castelhões de

Menezes;

Fotos de Fabiano Domingos

As mais elegantes do Alto Paraopeba

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [11]

Crônica Por Douglas de Carvalho Henriques – Cons. Lafaiete | MG

[email protected] Advogado,

presidente da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete,

presidente do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico.

NÃO É OBRIGATÓRIO O REGISTRO NA OMB

s lembranças levam-me ao dia em que

presenciei a interrupção de um belo show

em um clube social no interior de Minas

Gerais por causa de um detalhe: o artista no palco,

cantor, não era inscrito na OMB – Ordem dos Músicos

do Brasil. Faltam-me detalhes, mas houve uma multa

e o impedimento para que o artista prosseguisse com

a expressão de sua arte. E lá se vão bem uns 20 anos.

Naquele tempo, as pessoas à minha volta, assim como

eu, achamos um absurdo o que estava acontecendo,

mas não havia nada a ser feito.

Na segunda-feira, primeiro de agosto, o STF pleno,

unanimemente,

deliberou que não é

necessária, para o

exercício da profissão

de músico, a inscrição

na OMB. O acórdão

não tem efeito “erga

omnes”, mas dá o tom das sentenças subsequentes

porque, ao final do julgamento, houve autorização

para que os ministros decidissem, monocraticamente,

matérias idênticas, com base no precedente.

A relatora foi a Ministra Ellen Gracie que frisou que “A

liberdade de exercício profissional – inciso XIII, do

artigo 5º, da CF – é quase absoluta”, e a restrição a

essa liberdade só se justifica em raras exceções,

havendo risco de dano social. Concordo plenamente;

porém, chama-me a atenção uma assertiva da douta

relatora: “...não há qualquer risco de dano social na

música...”

Não é interessante como as ditaduras censuram os

músicos em regimes de exceção? Não é curioso como

as religiões usam a música para espalhar seus

dogmas? A música tem influência sobre as massas,

pode ter carga ideológica e tem, também, capacidade

de emburrecer. O dano social, então, pode ser

irreparável. Vejamos: créu, créu, créu... vai lacraia, vai

lacraia... dói, um tapinha não dói, um tapinha...

Se não é possível impedir – porque somos

democráticos e contrários à censura – a ideologia da

estupidez, ou outras mais nefastas, que podem estar

insculpidas na obra musical, por que razão exigir

registro na OMB para o

exercício da profissão

de músico?

De que adianta o

conhecimento da

formação das

armaduras de clave,

das nuanças das escalas mais diversas, contraponto,

solfejo, ouvido absoluto, se o espírito do compositor

estiver voltado para o indesejável?

A música vai surgir sempre, mesmo que da frincha

das pedras, e terá tanta qualidade quanto à dos

consumidores que a encomendam segundo os seus

valores. E agora, depois da luz que brilhou no STF,

sem as ameaças da autarquia federal ao artista.

Hoje, o meu show de há vinte anos teria continuado.

A Divulgação

Arquivo pessoal

A música vai surgir sempre, mesmo que da

frincha das pedras, e terá tanta qualidade

quanto a dos consumidores que a

encomendam segundo os seus valores.

Arq

uiv

o p

esso

al

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [12]

Vinhos Por Claudia Castellões – C. Lafaiete | MG

[email protected] Formada em turismo, enófila e gerente da adega IEL´s.

CURIOSIDADES SOBRE AS UVAS

ara falarmos de vinhos, começarei a falar sobre

a uva que é a matéria prima do vinho. E ela

provém da videira, que é também chamada de

vinha ou parreira. A videira tem galhos alongados que

buscam apoio em outras plantas. Seus cachos de uvas,

denominados bagos, são sustentados por cabinhos

chamados de engaços. Após o plantio, a videira leva de

três a cinco anos para produzir uvas de qualidade e a sua

vida útil é geralmente de 20 a 30 anos, embora algumas

ultrapassem esse tempo.

Cada espécie de parreira possui muitas variedades

também chamadas de castas, cepas ou bacelos. Elas são

encontradas nas mais diversas regiões do mundo, climas

e solos diferentes, que são fatores importantíssimos na

qualidade do vinho. Esses fatores climáticos influem

diretamente no vinho, pois são eles que irão determinar

o tipo de vinho que será produzido naquele

determinado ano, tudo dependerá de como foi o clima,

se quente, frio, período muito chuvoso ou seco, tipo de

solo, por isso é muito comum encontrarmos o mesmo

vinho de safras diferentes com sabores e corpo

diferenciados.

Existem as espécies americanas e asiáticas que dão uvas

denominadas “comuns” e não muito conhecidas. E as

uvas da espécie européia, denominadas “VITIS

VINIFERA” que fornecem vinhos de excelente qualidade

e são as mais conhecidas. Esta espécie possui inúmeras

variedades e são tantas que darei apenas alguns

exemplos: as brancas destacam: Chardonnay,

Gewurztraminer, Pinot Blanc, Riesling, Sauvignon Blanc,

Semillon, Moscato, Verdejo, etc. As tintas: Cabernet

Sauvignon,Cabernet Franc, Gamay, Grenache, Malbec,

Pinot Noir, Merlot, Syrah, Lambrusco, Nebbiolo,

Sangiovese, Tinta Roriz, Tempranillo, etc.

Existem também as variedades chamadas de híbridas,

estas são resultantes de cruzamentos intervarietais, ou

seja, entre dois tipos de uvas como, por exemplo, a uva

sul-africana PINOTAGE (que é a uva Pinot Noir com a uva

Hermitage).

Nos países do Novo Mundo (Brasil, Chile, Argentina,

EUA, Austrália, etc) a maioria dos vinhos é do tipo

VARIETAL, isto é, elaborado com apenas uma variedade

de uva. No entanto muitos vinhos são feitos com duas

ou mais variedades de uvas, sendo denominados de

VINHOS DE CORTE ou assemblage ou blend, que quer

dizer mistura.

Muitas pessoas preferem as varietais e não mudam de opinião, mas é muito válido está aberto a conhecer as variedades que o vinho nos proporciona, assim você poderá e irá se surpreender a cada nova descoberta.

P

Arquivo pessoal

Divulgação

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [13]

Manipulação Por Fabia Vartuli – Cons. Lafaiete | MG

[email protected]

NUTRICOSMÉTICOS E BENEFÍCIOS PARA O CABELO

uem já não ouviu falar que o cabelo é uma

estrutura morta? Meia verdade, o fio de

cabelo precisa de diversas substâncias para

se tornar bonito, forte e saudável. Quando um

doseamento no fio é realizado, substâncias que

ingerimos no nosso dia-a-dia podem ser encontradas.

Então nada mais ideal que pensarmos para as

desordens capilares numa suplementação nutricional

rica em substâncias para o fortalecimento e

crescimento dos fios, os NUTRICOSMÉTICOS.

Os NUTRICOSMÉTICOS também são conhecidos como

Pílulas da Beleza, Cosméticos Orais, Nutracêuticos

Cosméticos. Eles apresentam um conceito de beleza

de dentro para fora. Os primeiros produtos

NUTRICOSMÉTICOS foram desenvolvidos a fim de

reduzir a aparência da celulite. Hoje, encontramos

vários tipos elaborados para diferentes necessidades

da pele e anexos, como cabelos e unhas. Os

NUTRICOSMÉTICOS capilares têm sido desenvolvidos

e comercializados fortemente no Brasil, EUA e

Europa; essas inovações são com base no

conhecimento dos nutrientes que podem promover

impacto benéfico à saúde dos fios, como, por

exemplo, zinco, cobre, biotina, ácidos graxos

essenciais, vitamina A, selênio, vitamina C, silício, L-

carnitina, entre outros.

A escolha certa do nutricosmético ideal para cada

paciente, para cada tipo de cabelo, para cada

desordem capilar requer auxílio profissional

qualificado. Os benefícios vão além do tratamento,

pois podem ser notados na aparência e no aumento

da auto-estima dos pacientes.

Q

Divulgação

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [14]

Arquitetura Por Chico Vartulli – Rio de Janeiro | RJ

[email protected] Arquiteto

CASA COR

Sou Chico Vartulli, nascido em Congonhas, já

residindo no Rio há muitos anos. Mas minha alma

continua mineira, sou arquiteto de interiores,

formado na universidade de Londres, com pós-

graduação em interiores feita em Berlim. Dedico o

meu trabalho no belo da casa, colocando obras de

artes, fazendo um design diferente, onde o cliente

sinta-se bem com seus mobiliários e modificações

possíveis. Hoje, sinto-me honrado em fazer parte

desta revista virtual e

começarei a falar de eventos,

importantes nos quais o

profissional poderá mostrar

seu talento ao público, como é o caso estampado na

foto, trabalho que fiz no Casa Cor, o melhor evento de

decoração do Brasil, no qual participo há alguns anos,

podendo mostrar as combinações de tecido,

mobiliários, vitrôs, pisos e outros tipos de

acabamentos. Começando pelo Casa Cor, vou dar

uma pincelada no projeto. Qual seria a medida entre

tecnologia e natureza? No Café Nextel, ambas

aparecem proporcionalmente. Com 47m², as cores

predominantes sintetizam a mistura: a prata e o

petróleo contrastam com o mobiliário cinza, verde,

marrom e preto. Os móveis são feitos em tecidos de

materiais novos como fibra de bambu mesclada com

vidro e madeira de reflorestamento e superfícies

laqueadas. O papel de parede é aplicado nas paredes

e no teto, separados pelo trabalho de gesso e pelos

pilares e vigas. O teto tem rasgos pergolados

invertidos e caixas de som nas paredes verticais

também de gesso. A iluminação de baixo consumo

usa mangueiras de led e

xenon, além de luminárias

com lâmpadas eletrônicas

convencionais. Esse projeto

aconteceu no Jóquei clube do Rio de Janeiro. Para

poder dar essa harmonia, há de se fazer muitas

pesquisas, interagir no mercado para mostrar o que

se usa, pensando na sustentabilidade, ou seja, na

preservação da natureza na arquitetura. Na próxima

edição, irei falar sobre como funciona um camarote

na Sapucaí, de três andares, toda a sua montagem e

decoração.

Até lá.

Arquivo pessoal

Bru

no

Ryfer

Foto: Marco Rodrigues

Qual seria a medida entre tecnologia

e natureza?

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [15]

Ponto Literário Por Paulo Roberto Antunes – Cons. Lafaiete | MG

[email protected] Mestre em Letras (Linguagem, Cultura e Discurso), apresentador do programa da Rádio Carijós AM

"Linguagem, Cultura e Comunicação", professor titular da FaSaR (Faculdade Santa Rita), escritor, advogado, ator e diretor teatral.

ÀS FUTURAS E DELICADAS CINZAS DO QUE JÁ VIVEU Desde quando me entendo por gente, esbarro com frequência na morte. Ainda infante, conheci pela vez primeira a face dessa dona do desespero humano: foi aos cinco que enterrei minha avó, mulher de cabelos tão brancos que se mostravam ao mundo num tom azul celeste sagrado. Não chorei naqueles verdes tempos. Quando a tristeza é demasiado funda, ríspida, repentina... lágrimas faltam ao organismo para o desabafo. E aos pés carecem a força necessária para o caminhar. Portanto carregado fui durante o cortejo que tinha como protagonista o corpo ressequido de minha mãe mais velha dentro de uma forma retangular de madeira.

Hoje penso aquele momento de terra e pó, e sussurros, e padre, e gente muita como um tempo inexistente para o menino que fui e o homem que sou. Para que lembrar passagem tão singularmente enlutada? Às lembranças tristes, prefiro as recordações cheias do verde do pomar de minha casa, onde, no colo da figura humanamente feminina, eu descansava a cabeça ouvindo histórias com cheiro de terra molhada e gosto de manhãs em eterno despertar divino. Assim vejo a vida com mais musicalidade e cor. Sem ressentimentos.

Enquanto tomo meu café e como do pão iluminado que, milagrosamente, recebo da vida todos os dias, meus olhos invadem a figura diminuta de uma formiga, caminhando em linha reta no chão artificial da cozinha. A grandeza desse ser vivo em meu espaço doméstico joga questionamentos na corrente sanguínea minha. Desaparecem de mim o gosto do líquido e do sólido que a boca experimenta. E sou só e único, indagando se à formiga também um dia machucou a ausência de uma avó tão mãe e femininamente feminina. Qual é o peso de uma indagação tão abstrata e irrespondível ainda pela ciência? Nenhum ou toneladas de toneladas.

Indiferente, a formiga segue seu rumo em direção à fresta da porta, buscando o exterior. Que necessidade a leva até aonde os raios do sol já semearam calor? Estarão lá fora

seres do reino vegetal chamando pelo inseto para celebrarem um dia a mais? Prossigo pensando interrogações que, certamente, serão companheiras minhas na jornada deste dia novo renascendo em e para mim. Um paradoxo me assombra: meus pensamentos são açúcar e sal gerando o combustível para a incessante busca minha no encalço da verdade, da resposta inabalável que não existe e nunca será na terra nem no céu.

Observo: quanta força naquela formiga que saiu de meu campo visual e ganhou a liberdade do corredor de ardósia perigosamente escorregadia. Lá fora, talvez, encontre o animal um pouco da comida que busca, da água que sonha. E sinto inveja da criatura que, para viver, basta se deixar estar no mundo do chão da cozinha, do frio da ardósia ardilosa, do pouco de terra que eu e meus familiares temos na geometria do que denominamos lar. E, então, assim, embriagado de felicidade por me reconhecer eu em mim

próprio, um humano a mais gostando da vida, do café e do pão, desperto para a beleza e a fealdade de tudo que se move no mundo. Por isso, na brancura láctea deste

papel-seio bom, invento uma prece mansa e ecumênica, esboço de um agradecimento ao que chamamos de Deus e nos põe em ordem e desordem tão-somente para que experimentemos com mais profundidade essa efêmera e curta vida. E para que nos deixemos vivê-la sem muito pensar, complicar... Viver a vida como a formiga que hoje cruzou minha manhã e me fez sentir o coração bater sem medo nenhum por dentro... Bater por mim, por você que me lê e pelo nada que um dia seremos em forma de futuras e delicadas cinzas do que viveu e, em momentos mágicos, acreditou na vida.

Este o meu sensato agradecimento a você, leitor, que me lê e inconscientemente acaricia o papel onde me gravei e, também, de forma inconsciente, afaga meu rosto e se esculpe em meu espírito como se, ao me ler, eu fosse. Eu não sou eu, EU SOMOS NÓS.

Divulgação

Foto: Cleonice Libânio

Para que lembrar passagem

tão singularmente enlutada?

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [16]

Cinema Por Julio Lellis – Rio de Janeiro| RJ

[email protected] Cineasta

CREPÚSCULO DOS DEUSES

Permitam apresentar-me com angústias e medos.

Quando me convidaram para assinar esta coluna,

senti desejos e vontades de não aceitar. Não sei

escrever... Mas - acho - que sei fazer cinema.

Recentemente filmei um belíssimo roteiro, “Mea

Culpa”, de André Damin, uma história cheia de

ganchos e reviravoltas na medida certa, baseada em

fatos reais... E aí penso como é difícil escrever uma

boa história.

Sempre quando penso em roteiros, o primeiro que me

vem à mente é a perfeição alcançada num dos mais

aclamados filmes de todos os tempos... Um dos mais

conhecidos representantes do estilo noir (filmes em

preto e branco da década de 1940/1950), o filme “O

Crepúsculo dos Deuses”, do diretor Billy Wilder, é um

drama que constrói um retrato

pessimista e crítico sobre os

bastidores de Hollywood. O filme

conta a história da atriz Norma

Desmond (Glória Swanson), uma

antiga estrela do cinema mudo já esquecida pelo

público, e do aspirante a roteirista Joe Gillis (Willian

Holden), contratado por ela para ajudar a escrever o

roteiro de um filme, o qual, ela imagina, irá levá-la

novamente ao cinema. Desempregado, Joe aceita a

proposta de Norma. A partir daí, os dois desenvolvem

uma relação de dependência mútua que culminará na

morte de Joe.

Não se assustem leitores, sei que parece, mas não

escrevi o final do filme.

“Assim como em “Memórias Póstumas de Brás

Cubas”, o romance tem uma perspectiva deslocada: é

narrado por um defunto, que reconta a própria vida,

do fim para o começo, num relato marcado pela

franqueza Falo sem temer mais nada”.

“Crepúsculo dos Deuses” constrói uma narrativa de

suspense e embora não esconda que terminará em

um assassinato, desperta a curiosidade do espectador

para os acontecimentos que culminaram naquele

crime.

Assim como Machado de Assis se arma de todos os

artifícios para que consigamos acompanhar a história

até o fim sem nos desligarmos, o roteirista e o diretor

o fazem também.

Outra dica para assistir, em DVD, é “O Signo da

Cidade”, do diretor Carlos Alberto Ricelli, com roteiro

da atriz Bruna Lombardi, sua esposa. O filme é muito

bem montado, com cenas belíssimas, e um roteiro

bem amarrado. Para quem

conhece a literatura e poesia de

Bruna, vai perceber alguns

exageros no roteiro, mas nada que

o faça ficar menor. Excelentes interpretações,

sobretudo dos jovens, sem com isso desmerecer a

atuação do excelente Juca de Oliveira, no papel do pai

da protagonista.

Espero e desejo ficar com vocês neste jornal. Eu, Julio

Lellis, Breno Pessurno e André damin, aleatoriamente,

deixaremos nossa impressões nesta coluna. Muito

honrados estamos com o convite de participarmos

deste empreendimento e de podermos falar do que

gostamos. E que o cinema, este mundo de ilusões, nos

traga a realidade de esperanças e a alegria para

brindarmos o que anuncia.

Bons sonhos.

Divulgação

E aí penso como é difícil

escrever uma boa história.

Revista Ponto Fin@l | Ano 0 | Edição 01 | Página [17]

Imagem Por Moisés Mota – Cons. Lafaiete | MG

Articulista do jornal Folha Livre, funcionário público.

MAGAZINES

Foto: Carina Couto

Créditos: Longzero