Edição e Cinegrafia - Apostila Tela Livre

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Sylara Silvério, 2013.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Comunicação Social – Projeto de extensão

Manual para Oficina de

Edição e Cinegrafia

Coordenação Geral – Ruy Rocha

Coordenadora de Edição – Sylara Silvério

Oficina – Sylara Silvério e João Augusto

DECOM – 2013.2

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Apresentação

Olá galera, bem-vindos(as) ao projeto Tela Livre

e ao Programa Xeque Mate de 2013.2.

Queremos, mais do que nunca, fazer o melhor e produzir vídeos com qualidade.

Nada mais empolgante do que termos um projeto de extensão onde podemos aprender,

se dedicar e correr atrás de produções experimentais, porém, com qualidade.

E digo mais: sabe qual o macete de conseguir fazer essa tal produção com

qualidade? Vontade. Mar menino, vontade é o que move a humanidade.

Vamos simbora fazer uma edição histórica do Tela Livre/Xeque Mate.

Sylara Silvério

Coordenadora de Operações do Tela Livre/Xeque Mate 2013.2

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Programação

Quinta-feira (01/08)

Apresentação dos projetos e oficina de linguagem fotográfica

Sexta-feira (02/08)

Oficina de câmera

Segunda-feira (05/08)

Teste de câmera – unificação das equipes

Terça-feira, quarta-feira e quinta-feira (06 a 08/08)

Oficina de Edição

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Linguagem audiovisual: câmera, iluminação e áudio

Da câmera utilizamos os planos, enquadramentos, movimentos de lente e

movimentos de câmera. Plano é o segmento de imagem contínua compreendida entre

dois cortes, isto é, a imagem registrada durante o intervalo quando a câmera está ligada,

gravando uma cena. Em termos de planos para TV ou vídeo, o plano é classificado de

acordo com o tamanho da figura humana ou de um objeto dentro de um quadro. Quanto

aos planos cinematográficos eles começam a ser classificados de acordo com imagens de

cenas externas. Temos os seguintes planos: Grande Plano Geral (GPG), Plano Geral (PG),

Plano Conjunto (PC), Plano Médio (PM), Plano Americano (PA), Primeiro Plano (PP),

Primeiríssimo Plano (PPP), Plano Detalhe (PD).

O grande plano geral descreve o cenário. É um plano com ângulo de visão muito

aberto, sendo impossível perceber a ação ou identificar os personagens, apresentando

grande quantidade de pormenores e necessitando de maior tempo para projeção (8 a 12

seg.). Na TV, o grande plano geral (GPG) permite um ângulo maior de visão do estúdio.

Para criar sensação de maior espaço, a cabeça do personagem deve estar próxima à parte

superior da tela. O plano geral apresenta um ângulo de visão menor que o GPG. Nele se

percebe a figura humana, mas é difícil reconhecer as personagens e a ação. Caracteriza-se

como um plano descritivo, servindo para mostrar a posição dos personagens em cena (5

a 9 seg.). Na TV, o plano geral (PG) mostra o personagem de corpo inteiro. Ao enquadrar

o ator, é deixado um pouco de espaço acima da cabeça e abaixo dos pés (diferença de

10% entre a imagem da fita e o visor).

O plano médio tem como objetivo enquadrar o ator em toda sua altura. Sua

função é narrativa, pois a ação tem maior impacto na totalidade da imagem (3 a 7 seg.)

Na TV, o plano médio mostra o ator da cintura para cima. Os olhos do personagem ficam

a 2/3 da altura do quadro. O plano americano enquadra os personagens acima do joelho

ou abaixo da cintura e privilegia a ação em relação ao cenário (3 a 7 seg.). O plano

conjunto apresenta personagem ou grupo de pessoas no cenário e permite reconhecer

atores e movimentação em cena. A ação não é visualizada nos mínimos detalhes, tendo

um caráter descritivo e narrativo, com tendência maior para a descrição (4 a 8 seg.). Na

TV, o plano conjunto (PC) é aquele que corta o personagem na altura dos joelhos ou

pouco acima. O primeiro plano é o enquadramento que corta o personagem na altura do

busto. É um plano de caráter psicológico, pois se percebe o estado emocional dos atores

e a direção dos olhares, havendo pequena quantidade de detalhes no quadro (2 a 6 seg.).

Na TV, o primeiro plano (PP) tem o mesmo enquadramento do cinema, sendo utilizado

em diálogos ou entrevistas.

Os olhos ficam a 2/3 da altura do quadro. O primeiríssimo plano é aquele em que

o rosto ou parte do rosto ocupa toda a tela. A ação não é percebida, dando-se atenção ao

lado emocional transmitido pela expressão facial do ator. É um plano de função

indicativa (1 a 3 seg.). Na TV, o primeiríssimo plano (PPP) também mostra a cabeça do

ator, apresentando certo impacto visual. Os olhos ficam a 2/3 da altura do quadro. O

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plano detalhe é aquele que destaca pormenores do rosto ou do corpo do ator, sendo uma

imagem de forte impacto visual e emocional. É um plano de função indicativa. Devido às

dimensões exageradas da imagem, necessita de tempo reduzido para a identificação dos

objetos em cena (1 ou 2 seg.). Na TV, o plano detalhe (PD) também mostra parte do

rosto. É um plano de forte impacto visual. Deve ser usado moderadamente nos

programas convencionais e é muito freqüente em vídeos publicitários.

Além dos planos acima descritos podemos fazer movimentos de câmera, ou eixo,

e com as lentes da objetiva. Como vemos a seguir: Panorâmica (PAN) é o movimento em

que a câmera gira ao redor de um eixo imaginário qualquer, sem deslocar-se mostrando

uma paisagem ou cenário. (PAN h pan horizontal; PAN v pan vertical ou tilt). Chicote

(whip pan) é um movimento muito rápido que deixa a imagem embaralhada. Travelling

(trav) é o deslocamento da câmera em qualquer direção. Para realizarmos o travelling

podemos utilizar alguns equipamentos como a grua, o dolly ou a steadicam. Grua é o

mecanismo que possibilita o deslocamento da câmera, filmando ou gravando o cenário

com movimentos verticais ou horizontais variados. O dolly permite o deslocamento

horizontal, sem que haja trepidações na imagem. Pode-se improvisar o movimento com

uma cadeira de escritório com rodas ou um skate. Steadicam é um equipamento mais

sofisticado que, através de mecanismos giroscópicos, mantém a estabilidade da câmera

durante a movimentação do operador.

Existem outras maneiras de se indicar alterações temporais e espaciais do enredo,

além de exercerem função semelhante à pontuação gramatical. São os efeitos visuais. O

fade é a clareação ou escurecimento total de uma imagem. A clareação ou fade in, é o

aparecimento gradual da imagem a partir de uma tela completamente escura. O fade out

é o escurecimento da imagem que vai desaparecendo, até que a tela escureça totalmente.

O fade indica longas passagens de tempo e/ou mudanças muito bruscas de cenário. Wipe

é um efeito visual onde uma superfície negra varre a tela, cobrindo-a totalmente. O wipe

pode ser horizontal, vertical, em barras, quadrangular ou circular. O wipe é uma

transição entre planos que serve para indicar passagens de tempo e/ou mudanças de

cenário. Outra maneira de demonstrar a passagem de tempo ou mudança de locação é o

dissolve ou fusão que é um efeito visual onde uma imagem vai desaparecendo aos

poucos, ao mesmo tempo que a outra vai surgindo.

O dissolve indica pequenas alterações temporais e/ou rápidas mudanças de

cenário; também pode servir para interligar planos de uma mesma cena, proporcionando

ao espectador uma transição suave e agradável. A fusão serve para indicar a passagem da

normalidade para estados emocionais afetados ou de caráter psíquico. É o caso de

sonhos, delírios ou alucinações provocados por drogas. A superposição, sobreposição ou

sobreimpressão é o resultado da mixagem de imagens diferentes que aparecem

simultaneamente, uma sobre a outra, produzindo como efeito visual um dissolve

incompleto. A transição entre planos também pode ser feita através da desfocagem da

objetiva. Tela dividida (split screen) serve para interligar acontecimentos simultâneos,

porém separados pela distância, por exemplo, uma conversa telefônica. Máscara é um

efeito que cria a sensação de que o olho do personagem aproximou-se bastante de alguns

objetos como buraco de fechadura, binóculo ou lâminas de uma persiana.

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Em relação à velocidade da imagem, existem três tipos de efeitos: câmera lenta,

câmera rápida e congelamento. Câmera lenta (slow motion) é utilizada para intensificar

a ação dramática ou mostrar detalhes do movimento que seriam impossíveis de

visualizar. A câmera rápida (quick motion) é usada para provocar risos. O congelamento

(freeze) serve para chamar atenção do espectador para um detalhe importante do

movimento (gestos, olhares, objetos) ou para simular a exibição de fotografias.

A iluminação é fator importante na gravação das imagens. Para tanto é necessário

sabermos um pouco mais sobre a íris, temperatura de cor das fontes luminosas,

intensidade de luz para registro de imagens e posição da câmera em relação à fonte

luminosa. A íris (diafragma) controla a quantidade de luz que passa pela objetiva. Ela

funciona como se fosse uma torneira: quanto maior a abertura, maior a quantidade de

luz que passa pela objetiva; quanto menor a abertura, menor a quantidade de luz. O auto

íris ou íris automático avalia a quantidade de luz do cenário sem fazer a leitura de

pequenas áreas do enquadramento.

As fontes luminosas possuem diferentes proporções de luz verde, vermelha ou

azul. A temperatura de cor das fontes luminosas avalia essas proporções, indicando entre

a predominância do preto até o branco absoluto. No vídeo o ajuste de temperatura de cor

é feito através do white balance (WB), isto é, um sistema de filtragem eletrônica

composto por filtros de correção de cor. O WB deve ser feito sempre que houver

alteração na iluminação da cena. O WB automático deve ser utilizado quando houver

diferentes fontes luminosas. Quando se grava sob a luz do sol tem-se que cuidar

problemas de subexposição e superexposição. A câmera deve ficar entre a fonte luminosa

e a cena, de modo que a objetiva aponte para o objeto principal.

Desse modo há uma distribuição homogênea de luz, iluminando todos os pontos

do quadro. Os maiores problemas ocorrem com a luz lateral, contraluz e reflexos de

água, areia, neve, superfícies brilhantes ou muito claras. A solução está em abrir a íris,

usar rebatedores ou colocar luz artificial em cena. A contraluz se corrige abrindo a íris

manualmente ou pressionando o Backlight control, que também abre a íris e elimina as

sombras no objeto principal.

A luz artificial fornece nível de iluminação adequado na gravação de cenas que

possuem luz solar insuficiente. Além da intensidade luminosa, deve se pensar se a fonte é

dura (hard source) ou suave (soft source). Uma luz dura produz muita sombra; uma luz

suave produz sombras tênues. A dureza ou suavidade de luz depende do tamanho da

fonte luminosa, da distância entre a fonte de luz e o objeto principal e do tipo de

incidência dos raios luminosos. Quanto mais afastada estiver a fonte luminosa, menor

será a intensidade de luz que produzirá sombras menos definidas e iluminação soft.

Para gravação do áudio existem vários tipos de microfones dependendo do tipo

de utilização. O microfone de mão ou bola deve ser colocado a um palmo da boca, com

45° de inclinação. O microfone de lapela é usado em estúdios na gravação de noticiários

ou entrevistas e deve ser colocado a uns 15 cm do queixo da pessoa que fala. O microfone

de mesa deve ser colocado sobre superfícies maiores que um metro quadrado. O

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microfone shotgun é um tipo de microfone direcional, que registra o áudio emitido pelas

fontes localizadas a sua frente.

Edição em TV

O cinema, enquanto precursor da teoria da montagem, abriu o caminho para a

produção televisiva. No telejornalismo a montagem funciona de maneira semelhante ao

que é realizado no cinema - uma exceção é o copião que no telejornalismo praticamente

não existe. Na maioria das emissoras, a edição de imagem está bem próxima das

características da montagem cinematográfica, o que muda é sua relação com a parte

técnica.

Quando um telejornal divulga uma notícia de cunho social, em que há mais

participação da comunidade, como as longas filas de pacientes nos setores de saúde

pública, passeatas pelas ruas ou avenidas de uma cidade, preço alto dos produtos no

supermercado, uma competição esportiva, construir a narrativa da notícia pelas imagens

não é tarefa das mais complicadas. É quando se costuma dizer que as “imagens falam por

si”. Mas quando o assunto é menos imagético, caso de reportagens que tratam de ciúmes,

medo ou noticiam questões ligadas ao sexo – só para citar alguns temas – produzir

imagens requer mais esforço e criatividade dos profissionais.

Superar as barreiras iniciais, principalmente as técnicas, foi a condição para que a

TV brasileira chegasse aos dias atuais com mais de 170 milhões de telespectadores, como

explica Fernando Barbosa Lima: “nenhum veículo de comunicação, em toda a história da

humanidade teve a força que tem a televisão” (2007, p. 20). E, exatamente por isso, ela é

bastante questionada. Uma das críticas é que as imagens que saem dos tubos de raios

catódicos são passageiras e velozes a ponto de neutralizar apreensões isoladas de cada

cena. Significa dizer que ao fim de uma reportagem, por exemplo, é provável que a

apreensão imagética se dê pelo todo e não por suas partes.

A TV corta a informação em segmentos minúsculos e frequentemente desligados

entre si, juntando tantos quanto possível no menor tempo possível. Nós completamos as

imagens, fazendo generalizações instantâneas a partir de algumas pistas. (...) Isto não

implica que estejamos a fazer sentido, estamos apenas a fazer imagens. Fazer sentido é

coisa diferente, não necessariamente essencial para ver televisão. (KERCKHOVE, 1997, p.

48).

Fazer sentido requer tempo e correlação de informações. Daí a importância de

textos eficientes e imagens informativas. Não dá para subestimar a capacidade

intelectual de quem assiste TV. A televisão proporciona ao homem viagens imagéticas e

informativas para além dos limites do seu próprio horizonte. Possibilidades que geram

satisfação e, claro, desapontamentos. Entender o percurso da edição dessas imagens

televisivas dentro de um telejornal é um dos caminhos para compreender melhor essa

mídia de tão grande apelo popular.

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Em televisão imagem é fundamental. Sem ela não seria TV e sim Rádio. Imagem é

informação e como tal precisa ser tratada. Junto com o texto ela forma uma parceria

perfeita que leva notícia à casa de milhões de pessoas em todo o mundo. Nesta parceria o

telespectador tem que ser o alvo principal. A imagem não pode ser dúbia ou não

corresponder com o que diz o texto. Como a notícia só passa uma vez, e só uma única

vez já que a televisão não oferece uma segunda chance, ela não pode suscitar dúvidas.

Perguntas e respostas devem estar na reportagem e não na cabeça do telespectador.

Foi também a partir do vídeo que os manuais de redação passaram a ser mais

específicos com relação à imagem e ao processo de edição. Algumas regras foram criadas

neste período. Entre elas estão: evitar imagem em movimento na sequência de outra

cena em movimento; não utilizar imagens semelhantes, no mesmo plano, na sequência;

evitar cenas com menos de dois segundos ou movimento que comece no meio ou

termine antes do fim; tomar cuidado com a descontinuidade, ora o registro está externo,

ora está interno (CURADO, 2002). Regras de linguagem que surgiram na época da edição

linear e que perduram até os dias de hoje com a edição não linear.

Tutorial de Edição - Adobe Premiere

Esse canal do youtube, criado por João Gabriel, estudante de Comunicação da UFRN,

contém 18 vídeos tutoriais para edição no Adobe Premiere.

Vídeos como: Criando o projeto, Sequências, Ferramentas 1, Ferramentas 2,

Ferramentas 3, Recursos 1, Recursos 2, Transições, Edição não-linear, Efeitos de vídeo,

Kayframes 1, Keyframes 2, Opacidade, Render, Títulos, Slideshow, Correção de cor e

controles de vídeo.

http://www.youtube.com/playlist?list=PLJHA-i9V5iTy8bY8l3e2iOEvRs-u-UE7U

Tutorial Adobe Premiere – pdf

Anexo 2.