Edição 65 Ano V l I 10 de janeiro de 2017 Mensagem LEIA ... · acontecer no baile BLAS RIVERA...

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NEWS Edição 65 Ano V l I 10 de janeiro de 2017 Informativo de Dança exclusivo do IBT e Espaço VIRALAPA Mensagem doEditor LEIA NESTA EDIÇÃO 2 Este Informativo é distribuído gratuitamente por meio eletrônico. Para recebê-lo, atualize seu-email na secretaria do Espaço VIRALAPA. Esta e todas as edições passadas podem ser acessadas no www.tangoporsisolo.com.br ou www.viralapa.com.br 6 5 Caros Amigos Tangueros 3 PERCY RODRIGUES PAULO ARAUJO “O ritmo é funda- mental no exercício da dança”. Veja as dicas do mestre SANDRA SANTOS Analisa os aspectos psicológicos dos bai- larinos, com ênfase na magia do abraço MM MESQUEU Com extrema ins- piração e criativi- dade, o autor pre- coniza o que pode acontecer no baile BLAS RIVERA Privilegia o leitor libe- rando mais uma pérola de sua rica coleção Com imensa satisfação, con- cluimos mais uma edição do nosso querido in- formativo, graças à voluntária e graciosa colaboração dos nossos parceiros, Paulo Araujo, Sandra Santos, Marcondes Mesqueu e Blas Rivera. Paulo fornece ao editor dicas do aprendizado da dança, elencan- do aspectos subjetivos para o praticante alcançar o indispen- sável ritmo no bailado do tango. Sandra, com sua formação de psicoterapeuta, analisa o com- portamento dos bailarinos, res- saltando aspectos subjetivos, os quais, ela, modestamente, cha- ma de observações poéticas do tango. Blas, mais uma vez, destelha seu precioso arsenal de criações poéticas, e libera música e letra (esta, em parceria) para o deleite dos nossos leitores. Modéstia à parte, esta edição está imperdível. Não deixe de ler.

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Edição 65 Ano V l I 10 de janeiro de 2017

Informativo de Dança exclusivo do IBT e Espaço VIRALAPAMensagemdoEditor LEIA NESTA EDIÇÃO

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Este Informativo é distribuído gratuitamente por meio eletrônico. Para recebê-lo, atualize seu-email na secretaria do Espaço VIRALAPA. Esta e todas as edições passadas podem ser acessadas

no www.tangoporsisolo.com.br ou www.viralapa.com.br

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Caros AmigosTangueros

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PERCY RODRIGUES

PAULO ARAUJO“O ritmo é funda-mental no exercício da dança”. Veja as dicas do mestre

SANDRA SANTOSAnalisa os aspectos psicológicos dos bai-larinos, com ênfase na magia do abraço

MM MESQUEUCom extrema ins-piração e criativi-dade, o autor pre-coniza o que pode acontecer no baile

BLAS RIVERAPrivilegia o leitor libe-rando mais uma pérola

de sua rica coleção

Com imensa satisfação, con-cluimos mais uma edição do nosso querido in-formativo, graças à voluntária e graciosa colaboração dos nossos parceiros, Paulo Araujo, Sandra Santos, Marcondes Mesqueu e Blas Rivera.

Paulo fornece ao editor dicas do aprendizado da dança, elencan-do aspectos subjetivos para o praticante alcançar o indispen-sável ritmo no bailado do tango.

Sandra, com sua formação de psicoterapeuta, analisa o com-portamento dos bailarinos, res-saltando aspectos subjetivos, os quais, ela, modestamente, cha-ma de observações poéticas do tango.

Blas, mais uma vez, destelha seu precioso arsenal de criações poéticas, e libera música e letra (esta, em parceria) para o deleite dos nossos leitores.

Modéstia à parte, esta edição está imperdível. Não deixe de ler.

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Sede própria: Avenida Gomes Freire, 663, sobreloja, Lapa, Rio de

JaneiroCEP 20230-014 - Tel. 21-3970 2457

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Ana Maria de Sá Marcondes Mesqueu

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Não deixe de experimentar

ENTRE OUTROS cuidados, a busca do ritmo deve ser constante, desde o início do aprendizado e por toda a trajetória do bailarino. Ele deve bus-car a quietude enquanto dança, para perceber seu próprio pulso do corpo e, por conseguinte, obter o desenvol-vimento de sua dança.

A VIVÊNCIA no tango induz a outros aspectos da interação so-cial. Além da dança propriamente dita, o praticante pode desenvolver certas qualidades que implicam num melhor relacionamento, con-tribuindo para o crescimento har-monioso em suas relações consigo mesmo como também com o outro no ambiente da dança.

A CONVIVÊNCIA com a dança pode proporcionar sentimentos que, uma vez percebidos, leva o pratican-

te a se reconhecer e assumir novas posturas e, a partir desse ponto, de-senvolver seus dons.

O PROCESSO de desenvolvi-mento da dança implica necessa-riamente na repetição. Esta traz duas possibilidades: primeira, a ginástica mecânica com seus benefícios. A segunda, a mesma repetição, mas com consciência, ou seja, percebendo seu corpo ao mesmo tempo que executa o mo-vimento. Com a atenção sobre si, o corpo do praticante pode expe-rimentar certos sabores, particu-larmente, especiais ao dançar.

A magia do ritmo

Texto de PAULO ARAUJO Foto arquivo do VIRALAPA News

Os longos anos de docência do tango fizeram Paulo Araujo perceber nuances do bailado que são indispen-sáveis ao bom aprendizado dos seus alunos. Uma delas é a percepção do bailarino em relação à consciência do corpo que se traduz pela correta aplicação do ritmo

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Mistérios: tango e abraçoTexto e fotos de Sandra Santos

Caros leitores, devo salientar que o que vou escrever aqui sobre o tango e o abraço não tem base em estudo científico, é uma observação poética e uma interpretação psicológica sem pretensão de verdade ou convenci-mento do que quer que seja.

Trago o tango e o abraço como uma ousada proposta; como uma ferra-menta que dá pistas psíquicas sobre nós mesmos.

O tango é encontro; É abraço; É baila-do; É sentimento; É alma; É proposta; É meio de vida; É envolvimento; É um sonho num breve tempo de uma música; É o que mais você quiser... Dançá-lo é dar asas aos sentimentos e emoções. Ele vem mudando vidas.

Desde o primeiro contato, ao ouvir ou ver um bailado de tango, o expecta-dor ouvinte é tocado de maneira in-dividual. Sorrateiramente ou abrupta-mente eles sensibilizam cada um que se propõem à entrar no seu universo. Entendo que entrar neste universo é resgatar o prazer, o equilíbrio, a liber-dade e a recriação de si mesmo. To-

dos temos chances!

Entendo que eles mexem e reme-xem com as emoções. Penso que podem ser veículos para ascender, juntamente com a música que inspi-ra a imaginação, o corpo que apren-de a ser bailante.

Quem já experimentou, numa milon-ga dançar no abraço tangueiro, vai entender o quanto é enigmático. Uso do recurso de uma metáfora para di-zer como o vejo: é aquele onde o ca-valheiro enlaça a dama como se fosse

um laço de ce-tim num pre-sente – encanta lindamente!

O tango por ser uma dança de par, percebo como uma dança de ouro. O contato entre duas pessoas que se abraçam aponta para o estilo de exe-cução, pode significar investigação, pesquisa, elaboração, método, troca, comunicação, mas lembrando, isso só acontece quando se respeitam nas di-versidades. Quando se abraça no tan-go é como se abrisse um canal do real

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\Continuação da Pág 3

para o psiquismo, e isso, é mais que repetir passos coreografados. Quan-do se dança, é como se iniciasse uma viagem, pois o conjunto – música e dança ativa algo no inconsciente/consciente. Todavia, só acontece quando há entrega. As vezes a en-trega causa prazer outras vezes incô-modos e, é isso que importa, neste momento ganha-se a oportunidade de externalizar sentimentos, liberar os processos criativos e inteligên-cias: da emoção e do corpo.

O tango nos ensina o abraço. Isso nos serve para acelerar os pro-cessos de transformação pessoal. Quando o outro nos enlaça torna-se possível realizar um contato inte-rior além deste outro.

O abraço tem seus mistérios. Para al-guns são revelados de modo macio, doce, acolhedor, quente, encaixado, seguro, consolador, prazeroso... Para outros ele se torna técnico, ou seja, se afasta da espontaneidade natural. Quando bem treinado não é ruim, mas deixa o corpo por desejar algo mais... Também tem os mistérios que se revelam através do abraços duros, apertados ou fracos demais, anêmi-

cos, mau cheirosos, como se aquele momento não significasse nada...

Dançar tango é um misto de fácil e di-fícil. Ele chega como tudo que é novo na vida – perturbador, estranho, mas muito interessante... Quando corpo e alma se encontram, em certos casos, ele nos faz perder a noção do tempo no ritmo do corpo abraçado. Ah!!!! É como se dissesse: - bem-vindo! En-tão enlaçados tudo começa a ser mais simples. As vezes brinco dizendo que é um gozo – o deleite é tão bom, tão delicioso, saboroso como deve ser a

ambrosia dos deuses...

A entrega no abraço faz com que a dança se torne leve, suave, inteira e sensualmente prazerosa. Quando se dança é como se entrasse num campo profundo do consciente e in-consciente. Ele desperta confiança, afinal ao se abraçarem, dois corpos se encontram, se enlaçam e somam suas energias para viver uma breve/longa experiência.

Interpreto psicologicamente que, quando se escolhe um ao outro, a pro-posta de estar juntos naquela dança foi aceita. Nesse momento começam as surpresas, frustrações, ilusão ou

satisfação e prazer. Trago isso como observação, claro que depende da disposição de cada um para que tudo aconteça.

Sabemos que cada um, do seu jeito, está cada vez mais se enchendo de medos, carências, bloqueios, fantas-mas - “neuroses”, etc..., E, condicio-nando à vida a todas essas limitações acabam refletindo na relações, com o próprio corpo e com o corpo do outro que abraça. A proposta é o exercício de viver e abraçar, mas para isso, vale a pena o autoconhecimento.

O tango de salão promove a expe-riência dos mais diversos abra-ços, por isso tenho como suges-tão, deixarmos o medo da entrega de lado e experimentarmos o real abraço do tango.

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P I S A D A NO PÉ

A MÚSICA TOCAVA. O cavalheiro tira aquela dama que ele já vinha procurando com os olhos há alguns sambas e boleros. Se ajeitam, se entendem nos primeiros passos...dançam. De repente ela trava e diz decepcionada e meio irritada:- Você pisou no meu pé.Ele – Eu não pisei no seu pé. Você que colocou o seu pé embaixo do meu.- Não foi bem assim não, seu engraçadinho.- Engraçadinho, eu? Então você gostou?- Quem disse que eu gostei de ser pisada por você, seu monstro.- Me chama de engraçadinho e depois de monstro. Decide, eu sou monstro ou engraçadinho? Ou sou um monstro engraçadinho?- É meu jeito de falar. Você não é gentil.A discussão ficou tão quente e acalorada que ambos resolveram sair do salão em respeito aos outros casais e foram para um local mais íntimo e aconchegante onde podiam ficar a sós. Um local onde podiam discutir e brigar por causa da pisada. Dis-cu-ti-ram muito. A noite toda.A meia luz, com ou sem música, roupa esporte, social ou sem, seus corpos não pararam de brigar e dançar.Ficam as dúvidas: Quem foi o responsável pela pisada?Será que ela existiu mesmo?Continuam dançando.

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EXILIO(Blas Rivera/Ugo Ceria)

Exilio - saludolugar que se deja

lugar que se quedarecuerdo - espejismomelancolía - garra

clavada - dolor.

Exilio - ventanaun cuarto - una cama

un libro leídomaleta - zapatostabaco - trabajobolsillos - papel.

Exilio - una fotoque marca las páginas

el tiempo que pasacuchillo afiladoaullido de barcosilbido de tren.

Exilio - mujerun beso que cura

la sangre - la carnecaricia - palabra

distancia - paciencianostalgia - burdel.

Exilio - presenteque aprieta - que ahoga

raíces desnudasentierro - destierro

la jaula invisibledel hoy - del ayer.

Exilio que aprieta

presente que ahogaraíces - destierroentierro desnudo

ayer invisiblela jaula del hoy.

Acessem o link abaixo para ouvir letra e músicahttps://www.youtube.com/watch?