Edição 42 - Revista de Agronegócios - Janeiro/2010

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Edição 42 - Revista de Agronegócios - Janeiro/2010

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Planos de Financiamentos para 2010

Oimasa FrancaAv. Wilson Sábio de Mello, 1430 - Tel. (16) 3711-7900

Com estes planos de financiamentos,chegou a hora de adquirir

o seu trator Massey Ferguson.

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EDITORIAL

O Sol e a degradação dos solosO Sol e a degradação dos solosO Sol e a degradação dos solosO Sol e a degradação dos solosO Sol e a degradação dos solos

A Revista Attalea Agronegócios,registrada no INPI, é uma publicação mensal da

Editora Attalea Revista de Agronegócios, comdistribuição gratuita a produtores rurais, empresários eprofissionais do setor de agronegócios, atingindo 85

municípios das regiões da Alta Mogiana, Sul eSudoeste de Minas Gerais.

EDITORA ATTALEA REVISTADE AGRONEGÓCIOS LTDA.

CNPJ nº 07.816.669/0001-03Inscr. Municipal 44.024-8

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DIRETOR E EDITOR-CHEFEEng. Agrº Carlos Arantes Corrêa

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Os artigos técnicos, as opiniões eos conceitos emitidos em matérias assinadas

são de inteira responsabilidade de seus autores,não traduzindo necessariamente a opinião

da REVISTA ATTALEA AGRONEGÓCIOS.

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CARTASCARTASCARTASCARTASCARTAS

JOSÉ LUIS GOMESFazenda da Barra - Núcleo ManoelGomes. Ribeirão Preto (SP)“Tenho uma lavoura com 4.500 pés decafé, plantado em dezembro de 2008.Não tive recursos suficientes.(...)Quando vejo as lavouras de café daidade do meu, meus olhos ficam ‘chei-os de água’ de ver a beleza. Meu caféestá ‘atrasado’. Não posso fazer nada.Não tenho recursos. (...) Mas não voudesistir. Peço ajuda para que me indi-quem alguém que possa me orientar”. Caro Sr. José Luiz, recomenda-Caro Sr. José Luiz, recomenda-Caro Sr. José Luiz, recomenda-Caro Sr. José Luiz, recomenda-Caro Sr. José Luiz, recomenda-mos procurar a CATI EDR - Ribei-mos procurar a CATI EDR - Ribei-mos procurar a CATI EDR - Ribei-mos procurar a CATI EDR - Ribei-mos procurar a CATI EDR - Ribei-rão Preto/SP [Av. Fábio Barreto,rão Preto/SP [Av. Fábio Barreto,rão Preto/SP [Av. Fábio Barreto,rão Preto/SP [Av. Fábio Barreto,rão Preto/SP [Av. Fábio Barreto,41 - Tel (16) 3610-8228].41 - Tel (16) 3610-8228].41 - Tel (16) 3610-8228].41 - Tel (16) 3610-8228].41 - Tel (16) 3610-8228].

CARTASCARTASCARTASCARTASCARTASR. Profª Amália Pimentel, 2394, São José

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DELMA AZIS DE PAULASitio Tamboril. Cristais Pta. (SP)“Prezado editor, gostaria de receber aRevista Attalea Agronegócios. Li eachei superinteressante para oprodutor rural”.

PAULO VIEIRA DE CARVALHOConceição da Aparecida (MG)“Gostaria de receber a Revista AttaleaAgronegócios. Li a revista na loja Su-per Safra”.

FERNANDO DA SILVA BARBOSAMestrando em Irrigação e Drena-gem pela ESALQ/USP. Cajuru (SP)“Gostaria de receber a Revista AttaleaAgronegócios.

MÔNICA R. RODRIGUESAgricultora. Ribeirão Corrente (SP)“Gostaria de receber a Revista AttaleaAgronegócios.

ELBIO RODRIGUES ALVES FILHORestinga (SP)“Gostaria de informar que em dezem-bro 2009 o Engº Agrº Márcio Figueiredo

(foto ao lado), che-fe da Casa da Agri-cultura de Restinga,recebeu o título de‘Cidadão Restin-guense’, em reco-nhecimento ao tra-balho desenvolvidocom a comunidade”.

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O ano de 2010 começa com muitas esperanças para a cadeia produtivado agronegócio. Muitos querem esquecer o ano que passou, seja pelasconsequências da Crise Econômica Mundial, seja pelos gargalos que aindanão foram superados em algumas cadeias produtivas. Desejamos a todosmuitas conquistas.

Nesta primeira edição do ano, iniciamos uma seção especial, buscandounicamente informar os leitores sobre Aquecimento GlobalAquecimento GlobalAquecimento GlobalAquecimento GlobalAquecimento Global, CamadaCamadaCamadaCamadaCamadade Gases Estufa de Gases Estufa de Gases Estufa de Gases Estufa de Gases Estufa e Legislação Ambiental BrasileiraLegislação Ambiental BrasileiraLegislação Ambiental BrasileiraLegislação Ambiental BrasileiraLegislação Ambiental Brasileira. Queremos mos-trar quem são os agentes causadores e o quanto isto interfere nas atividadeseconômicas (principalmente nas cadeias produtivas do agronegócio).Lembrando que o Universo (incluindo o Planeta Terra) é um ‘sistema vi-vo e cíclico’ - vejam os acidentes naturais no planeta (tsunamis, furacões eterremotos) e as forças do Universo que interagem com a vida no planeta(como a Lua, os meteoros e, principalmente, o Sol). E também que a pre-servação ambiental (matas ciliares, reserva legal, uso correto da água) éprimordial para a manutenção da vida.

Como tema de capa, publicamos matéria que mostra a importância dafruticultura na região da Alta Mogiana. Nesta edição mostramos o cultivoda Lichia, em Patrocínio Paulista (SP), pelo produtor José Milton Faleiros.

Na cafeicultura, publicamos matéria sobre a Importância da DiagnoseFoliar e também a posição da COOPARAÍSO e do CNC contestando adivulgação da CONAB de safra recorde de café para 2010. O consórciona produção de madeira e grãos é destacado como alternativa de geraçãode renda nas propriedades. Na atividade leiteira, destacamos o artigo daEMBRAPA que orienta sobre os processos de regulamentação e de imple-mentação do PILeite - Produção Integrada de Leite, que visa beneficiar oprodutor e a qualidade do leite. Boa leitura a todos!

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MÁQUINAS

m dezembro do anopassado, o cafeicultor

mineiro Luiz Carlos Garcia, deMachado (MG), conquistou o6º Concurso Nacional de Quali-dade de Café ABIC – AssociaçãoBrasileira da Indústria de Café.Seu lote foi arrematado por R$3.001,00 a saca pelo ConsórcioViva Brasil.

De acordo com o cafei-cultor, a fórmula do sucesso estána visão empresarial adotada naFazenda Santa Amália. “Alémdos procedimentos técnicosexigidos pela cultura, o ca-feicultor deve adotar tecnologiaadequada para o processamen-to do grão logo após a colheita”, afir-ma Garcia.

A qualidade de bebida do pro-duto final depende muito de uma boa

Máquinas da Palini & Alves contribuemMáquinas da Palini & Alves contribuemMáquinas da Palini & Alves contribuemMáquinas da Palini & Alves contribuemMáquinas da Palini & Alves contribuemdiretamente para a qualidade final do cafédiretamente para a qualidade final do cafédiretamente para a qualidade final do cafédiretamente para a qualidade final do cafédiretamente para a qualidade final do café

condução de secagem dos grãos. “Pa-ra ter um bom processo de secagemde café é preciso obedecer todas asetapas da colheita. Um das mais

importantes operações de qua-lidade dos grãos, é a secagem.Para uma boa qualidade devese iniciar a secagem dos grãos omais rápido possível após acolheita, pois a umidade dapolpa e mucilagem provocafermentações que prejudicama bebida”, afirma João Lou-renço Vieira, gerente da Fazen-da Santa Amália e Tecnólogoem Cafeicultura Empresarial.

Pensando neste processode secagem e na qualidade debebida, a Fazenda Santa Amáliaadquiriu máquinas e equipa-mentos desenvolvidos pela E-quipe de Pesquisa e Desenvolvi-

mento da Palini & Alves: AeradorContínuo em Cascata PA-AC e Seca-dor Rotativo PA-SR.

Secador Rotativo Secador Rotativo Secador Rotativo Secador Rotativo Secador Rotativo - é o

Secador Rotativo PA-SRSecador Rotativo PA-SRSecador Rotativo PA-SRSecador Rotativo PA-SRSecador Rotativo PA-SR

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secador ideal para o ca-feicultor de pequeno,médio e grande porte. Oequipamento recebe ocafé diretamente da roçaou do lavador, propici-ando uma secagem rá-pida e uniforme. As por-tas para carga e descargado produto proporcio-nam rapidez nestasoperações.

Seu melhor apro-veitamento de calor, resulta em me-lhor desempenho de secagem, econo-mia de combustível e o mais impor-tante, secagem uniforme.

Os Secadores Rotativos PA-SR,secam com eficiência, rapidez e uni-formidade cafés em coco e perga-minho, Arábica e Robusta. Podemsecar também outros grãos, comosoja, feijão, milho, pimenta do reino eoutros.

Com o equipamento, o cafei-cultor elimina parcial ou totalmenteo uso de terreiro; reduz o custo deinvestimento e de mão-de-obra domanejo noterreiro; baixo custooperacional; agiliza o processo desecagem, reduzindo o tempo no

secador; elimina o risco de fermen-tação, já que o café vai direto ao seca-dor; garante uniformidade de seca-gem com a movimentacão constantedos grãos; independe de condiçõesclimáticas.

A Palini & Alves dispõe de trêsmodelos: 4.000, 8.000 e 12.000 litros/hora e fornece ainda os seguintesopcionais: Fornalha de Fogo Indiretoou Direto, Elevador para carga edescarga, Tulha (silo) de espera paraalimentação do Secador.

Aerador Contínuo emAerador Contínuo emAerador Contínuo emAerador Contínuo emAerador Contínuo emCascataCascataCascataCascataCascata - é um equipamento queinjeta um fluxo de ar levementeaquecido, que faz a retirada do

excesso de água, possibili-tando assim colocar os grãosdiretamente no secador sempassar no terreiro, nãocontaminando assim abebida.

O Aerador Contínuotrabalha com grande volumede ar, aquecido por fornalha,gás ou vapor. Com a tem-peratura entre 50 e 60º C, orendimento de evaporaçãopoderá chegar até 75%.

O equipamento garante qua-lidade total do produto sem nenhumrisco, pois é processado imediata-mente após o benefício úmido (la-vador/ descascador/desmucilador),diretamente para o término da se-cagem.

O Aerador Contínuo em Cas-cata PA-AC dispõe de três tamanhospara atender qualquer conjunto debenefícios úmidos: 4.000 , 8.000 e12.000 litros/hora.

Aerador Contínuo em Cascata PA-ACAerador Contínuo em Cascata PA-ACAerador Contínuo em Cascata PA-ACAerador Contínuo em Cascata PA-ACAerador Contínuo em Cascata PA-AC

BNDES prorroga prazo de vigência do Programa deBNDES prorroga prazo de vigência do Programa deBNDES prorroga prazo de vigência do Programa deBNDES prorroga prazo de vigência do Programa deBNDES prorroga prazo de vigência do Programa deSustentação do Investimento até 30 de junho de 2010Sustentação do Investimento até 30 de junho de 2010Sustentação do Investimento até 30 de junho de 2010Sustentação do Investimento até 30 de junho de 2010Sustentação do Investimento até 30 de junho de 2010

No PSI, permanece em4,5% ao ano a taxa para aquisiçãode máquinas e equipamentosnacionais. O Programa de Susten-tação do Investimento foi criadopelo BNDES em junho de 2009para combater os efeitos da crisefinanceira internacional, estimu-lando a antecipação de investi-mentos por parte das empresas.

O Finame Agrícola PSI éoperado pela AGCO Finance.Para se habilitar ao financiamento,o interessado deve procurar umarevenda de sua região, demons-trar interesse e encaminhar a pro-

posta para o banco de seu relacio-namento.

INFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESPallini & AlvesPallini & AlvesPallini & AlvesPallini & AlvesPallini & Alves

Tel. (19) 3661-9600Tel. (19) 3661-9600Tel. (19) 3661-9600Tel. (19) 3661-9600Tel. (19) 3661-9600www.palinialves.com.brwww.palinialves.com.brwww.palinialves.com.brwww.palinialves.com.brwww.palinialves.com.br

INFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESConcessionária OimasaConcessionária OimasaConcessionária OimasaConcessionária OimasaConcessionária Oimasa

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MÁQUINAS

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ano, de cerca de R$ 126 bilhões,contribuindo para a retomada docrescimento sustentado do País. Noinício de 2009, o Banco haviarecebido um empréstimo de R$ 100bilhões, também de recursos doTesouro.

om o novo empréstimo doTesouro Nacional no valor

de R$ 80 bilhões, para o finan-ciamento de investimentos e dodesenvolvimento produtivo em2010 e 2011, o BNDES decidiuprorrogar o prazo de vigência doPSI - Programa de Sustentaçãodo Investimento até 30 de junhode 2010.

A linha de crédito que alémde juros subsidiados oferece prazode até 10 anos para pagamento ecarência de 24 meses, é válidapara a compra de todos os tiposde maquinários e implementosagrícolas, caminhões e carretas.

A medida, anunciada pelo mi-nistro da Fazenda, Guido Mantega,e pelo presidente do BNDES, Lu-ciano Coutinho, permitirá aoBNDES atender à demanda proje-tada de desembolsos do próximo

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primeira estimativa da pro-dução de café (arábica e

conilon) da safra 2010, divulga-da no início do ano pela CONAB- Companhia Nacional de Abas-tecimento indica que o Brasil po-derá colher entre 45,89 e 48,66milhões de sacas de 60 quilos doproduto beneficiado. Se confir-mado o intervalo superior, estaserá a maior colheita da história,superando em 0,37% a do ciclo2002/03, que foi de 48,48 mi-lhões de sacas.

A COOPARAISO contestou aprevisão de safra da CONAB, cujoponto médio de sua previsão é de47.274 mil sacas. De acordo com opresidente do CNC - Conselho Nacio-nal do Café, Gilson Ximenes, após umlevantamento no setor, a safra deveficar de 10% a 15% menor do que acolhida em 2008, que foi de 45.992.Isso significa que a colheita deste anonão deve ultrapassar 42 mil sacas,número que a cooperativa concorda.

Segundo o vice-presidente daCOOPARAISO, José Fichina, as váriasfloradas ocorridas na lavoura vãotrazer quebra de produção e de quali-dade, pois a colheita trará café em di-versas fases de maturação, prejudican-do essa qualidade. “Esses fatores tra-rão, uma safra muito menor daquelecolhido em 2008, quando tivemosuma safra muito alta”, disse o vice-presidente, José Fichina.

A previsão para a área deabrangência da COOPARAISO é umacolheita em torno de 4.200 sacas. Isso

COOPARAÍSO e CNC contestamCOOPARAÍSO e CNC contestamCOOPARAÍSO e CNC contestamCOOPARAÍSO e CNC contestamCOOPARAÍSO e CNC contestamprevisão de safra de café da CONABprevisão de safra de café da CONABprevisão de safra de café da CONABprevisão de safra de café da CONABprevisão de safra de café da CONAB

de 61 municípios, sendo 37 em MinasGerais, sete em São Paulo e mais 17no Espírito Santo.

Gilson Ximenes disse que o anopolítico vem influenciando as opiniõesde órgãos governamentais e que asdivulgações têm supervalorizados osnúmeros agrícolas. “Esse cenário é ir-real. Atualmente o mercado agrícolae, principalmente, de café está embaixa, com preços aviltantes pagos aoprodutor, que vive em extrema difi-culdade”, disse o presidente do CNC.

O gerente do departamento deGestão do Agronegócio da COOPA-RAISO, Marcelo Almeida, disse queo volume de chuvas de 518 milíme-tros, ocorrido em dezembro, atrasouos tratos culturais e foi uma “portaaberta” para as doenças nos cafezais.“Além disso, as chuvas trouxeram aqueda dos frutos e queda de quali-dade, o que provocará uma safra me-nor, e não maior como acredita ogoverno”, finalizou o engº agrônomoMarcelo Almeida.

O Brasil é o maior pro-dutor mundial de café, à frentedo Vietnã (16,5 milhões desacas), da Indonésia (9,35 mi-lhões de sacas) e da Colômbia(8,1 milhões de sacas). O estadobrasileiro de maior destaque,em termos quantitativos, é Mi-nas Gerais, que neste ano temvariação positiva entre 16,7%e 24,4% (de 3,32 a 4,85 mi-lhões de sacas). Levando emconta o intervalo superior, aparticipação mineira represen-

ta 50,8% do total a ser produzido nopaís, ou seja, 24,73 milhões de sacas.O café arábica detém o maior volumeno estado (98,8%) e deve ficar entre22,92 e 24,44 milhões de sacas.

O segundo maior estado produ-tor, o Espírito Santo, deve colher de11,50 a 12,04 milhões de sacas, sendo74,4% da espécie conilon (robusta).Aumento de 12,7% a 17,9%.

Os cafezais devem ocupar umaárea produtiva de 2.101,1 mil hecta-res, com aumento de 3,9% sobre asafra de 2009, que foi de 2.092,9 milha. A expansão se deve ao acréscimode 8,2 mil ha que estavam em forma-ção no período anterior. Minas Geraistambém concentra a maior planta-ção, com 1 milhão de ha (48% do totaldo país).

A pesquisa de campo foirealizada no período de 23 denovembro a 4 de dezembro do anopassado. (FONTE: adaptado dasFONTE: adaptado dasFONTE: adaptado dasFONTE: adaptado dasFONTE: adaptado dasagências COOPARAÍSO,agências COOPARAÍSO,agências COOPARAÍSO,agências COOPARAÍSO,agências COOPARAÍSO,CONAB e AgnocaféCONAB e AgnocaféCONAB e AgnocaféCONAB e AgnocaféCONAB e Agnocafé)

Rua Padre Conrado, nº 730, Vila Nova

Franca (SP)PABX: (16) 3722-7977 -

Há mais de uma década emsintonia com o cafeicultor!Há mais de uma década emsintonia com o cafeicultor!

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A importância da diagnose foliar naA importância da diagnose foliar naA importância da diagnose foliar naA importância da diagnose foliar naA importância da diagnose foliar naavaliação do estado nutricional do cafeeiroavaliação do estado nutricional do cafeeiroavaliação do estado nutricional do cafeeiroavaliação do estado nutricional do cafeeiroavaliação do estado nutricional do cafeeiro

utilização da fertilização naagricultura (seja orgânica ou

química) foi uma das principaislições adquiridas pelo ser humano.Foi necessário muita observação,tempo e pesquisa.

Seja qual for a lavoura explo-rada, a necessidade de reposição denutrientes no solo é imprescindívelpara a manutenção da produti-vidade com o decorrer das safras,visto que grande parte dos nutrien-tes do solo são “exportados” comos frutos, grãos, sementes, vagensou folhas.

A diagnose consiste na avalia-ção do estado nutricional de umaplanta tomando uma amostra, sejade um tecido vegetal, seja do solo,

e comparando-a com seu padrãopré-estabelecido. Este padrãoconsiste em uma planta ou solo queapresenta todos os nutrientes eproporções adequadas capazes deproporcionar condições favorá-veis para a planta expressar seumáximo potencial genético para aprodução.

Para avaliar o estado nutri-cional da planta, existem algumasferramentas de diagnose que apre-sentam características específicas,a qual pode ser feita no tecido ve-getal ou no solo. No tecido vegetal,normalmente, utilizam-se as fo-lhas, através da análise químicaque, por sua vez, pode ser interpre-tada, tomando um único nutriente

através do método do nível crítico, da faixade suficiência, ou alternativamente, toman-do como base a relação dos nutrientes, feitapelo método denominado DRIS (SistemaIntegrado de Diagnose e Recomendação).

Indiretamente, o solo, através da aná-lise química, pode ser também utilizado paraavaliar o estado nutricional da planta. Assim,existem várias ferramentas que podem serutilizadas, preferencialmente de maneiraintegrada, para o conhecimento do sistemasolo-planta, com subsídios suficientes para ainterferência, se for o caso, na adoção depráticas de adubação mais eficientes.

A diagnose visual permite avaliar ossintomas de deficiência com certas limita-ções, uma vez que, no campo, a planta épassível de sofrer interferências de pragas epatógenos que podem mascarar a exatidãoda detecção do nutriente-problema. Alémdisto, a diagnose visual não quantifica o nívelde deficiência ou de excesso do nutrienteem estudo.

Cabe salientar que somente quando aplanta apresenta uma desordem nutricionalaguda, é que ocorre claramente a manifes-tação dos sintomas visuais de deficiência ouexcesso característicos, passíveis de diferen-ciação; entretanto, neste ponto, parte signifi-cativa da produção (cerca de 40-50%) estácomprometida. Portanto, o uso da diagnosevisual não deve ser a regra e, sim, como umcomplemento da diagnose. Os sintomas vi-suais de deficiência e excesso são apresen-tados no apêndice.

A diagnose vegetal presta-se para iden-tificar o estado nutricional da planta, atravésda análise química de um tecido vegetal queseja mais sensível em demonstrar as varia-ções dos nutrientes e que seja o centro dasatividades fisiológicas da planta, ou seja, namaioria das vezes, a folha. É necessário,ainda, que a planta esteja em uma época demáxima atividade fisiológica, como noflorescimento ou início da frutificação.

Em virtude desta última exigência daanálise química das folhas no auge do de-senvolvimento da planta, coloca-se a diag-nose foliar com pouca ação na eventual cor-reção da deficiência de nutrientes em plantasanuais no mesmo ciclo de produção da cul-tura. Entretanto, em culturas perenes comocafeeiro, a diagnose foliar apresenta poten-cial elevado no diagnóstico do estado nutri-cional da planta, possibilitando a

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correção no mesmo ano agrícola, comsatisfatória eficiência.

Portanto, a idéia de se usar conteúdomineral como critério para se avaliar oestado nutricional de plantas perenes ébastante atraente, visto que a diagnose foliartem como vantagem utilizar a própriaplanta como extrator.

Para a amostragem correta da folha-diagnose própriamente dita, devem-seconsiderar a época de coleta, tipo de folha eo número suficiente, que garantirá validadedo resultado da análise química foliar, suainterpretação e a correção das deficiênciascom as futuras adubações. É relevante sali-entar a importância dessa etapa de amos-tragem, visto que a maioria dos erros quepodem ocorrer em um programa de aduba-ção, advêm da amostragem mal feita e nãopor problemas analíticos de laboratório ouainda do uso de tabelas de recomendaçãoinadequadas.

De acordo com o pesquisador Euripe-des Malavolta, a amostragem de folhas docafeeiro deve ser feita da seguinte forma:

* Época de coleta:Época de coleta:Época de coleta:Época de coleta:Época de coleta: primavera-verão;

* Tipo de folha:Tipo de folha:Tipo de folha:Tipo de folha:Tipo de folha: coleta-se o 3o ou o4o par de folhas de ramos produtivos (Figura3), no terço médio da planta;

* Número de folhas:Número de folhas:Número de folhas:Número de folhas:Número de folhas: uma folha decada ponto cardeal em 25 plantas de umaárea homogênea, constituindo 100 folhaspor amostra (talhão).

O ramo a ser amostrado pode estarcom fruto ou não. Essa informação foi obti-da em um estudo que avaliou a ocilação daconcentração de nutrientes nas folhas do ca-feeiro durante um ciclo de produção. Pelosresultados, o autor observou que as concen-trações de N, P, K, Ca, Mg, B, Cu, Mn e Znforam elevadas nos frutos, em seus estádiosiniciais de crescimento. O comportamentodo K, Ca, Mg, S, Cu e Mn, ao longo do desen-volvimento dos frutos, foi semelhante quan-do se analisaram folhas de ramos com frutose folhas de ramos sem frutos.

As folhas de ramos com frutos apre-sentaram teores mais elevados de N, P, K,Mn e Zn nos estádios iniciais de crescimentodos frutos e concentrações mais baixas deCa, Mg, S, B e Cu nessa mesma época.

As folhas de ramos sem frutos apresen-taram teores mais elevados de P, K e Mn noinício da formação dos frutos e concen-trações mais baixas de N, Ca, Mg, S, Cu e Znnessa mesma época.

Com isso, determinou-se que a avalia-ção do estado nutricional do cafeeiro em K,Ca, Mg, S, Cu e Mn pode ser feita tanto em

folhas de ramos com frutos comoem folhas de ramos sem frutos. Foipossível determinar-se que ocor-reu redistribuição de nutrientestanto em folhas de ramos comfrutos quanto em folhas de ramossem frutos. A redistribuição de N,P, K e Mn foi mais acentuada naépoca de maior desenvolvimentodos frutos e, para o N e P, ocorreucom maior intensidade nas folhasde ramos com frutos.

Vale ressaltar alguns cuidadosdurante a coleta das folhas, como:evitar-se a amostragem logo apóschuva intensa, aguardando pelomenos de três a sete dias, de formaque o estado nutricional da plantavolte ao equilíbrio, especialmentepara nutrientes mais sensíveis à“lavagem” das folhas, como N e K.Da mesma forma, é válido quandoa planta se encontra com déficithídrico. A coleta deve ser realizada,preferencialmente, nas primeiras

três horas de luz solar, dado o maiorequilíbrio fisiológico da planta. De-ve-se evitar a coleta de folhas emsolo seco ou na fase de granaçãodos frutos. Após a coleta, as folhasdevem ser transferidas para sacosde papel e levadas ao laboratórioimediatamente, ou até 3 dias sobrefrigeração a 4oC, e mantidas emcaixa de isopor com gelo.

Entre os critérios de inter-pretação normalmente usados,pode-se citar o baseado no nívelcrítico que exprime um único va-lor ou um intervalo de valores, ouseja, uma faixa com teor adequado.É comum, nas tabelas dos órgãosoficiais, o uso de faixas de teoresadequados, visto que engloba ma-ior número de condições edafo-climáticas ou cultivares distin-tas.Além disso, não existe um deter-minado ponto de ótima produção,mas sim uma determinada faixa,porque o aumento da

ADUBOS, DEFENSIVOS, ELABORAÇÃO EIMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE IRRIGAÇÃO.

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alea

CAFEICULTURA

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produção obtido com dosescrescentes de nutrientes ésempre associado a um erroestatítisco.Nos resultados depesquisas locais,é comumexpressar, como valor ade-quado de nutrientes, o nívelcrítico.

O cafeeiro nutrido écapaz de altas produções,uma vez que possui em suasfolhas todos os macro e mi-cronutrientes em concen-trações absolutas e em pro-porções adequadas (Tabe-Tabe-Tabe-Tabe-Tabe-las 10 e 11)las 10 e 11)las 10 e 11)las 10 e 11)las 10 e 11).

Na literatura, existemalgumas diferenças na in-dicação da melhor relaçãode nutrientes para o cafeeiro, devidoàs condições edafoclimáticas e decultivares distintas, a exemplo darelação P/Zn.

Normalmente, os experimentosde adubação, que definem os níveiscríticos ou faixas adequadas, como osapresentados anteriormente, devemseguir alguns procedimentos cha-mados padrões, como:

1) - Escolher uma área, com umgrupo de solos representativos, quepredomine na região, e que apresenteum teor de nutrientes baixo, para quehaja a resposta da planta. Os demaisnutrientes não estudados devem serfornecidos em quantidades ótimaspara o máximo desenvolvimento dasplantas.

2) Utilizar técnicas de cultivodas plantas de acordo com as reco-mendações locais e amplamante em-pregadas pelos produtores e, ainda,usar fontes de fertilizantes normal-mente disponíveis e com custo porunidade de nutriente satisfatório.

3) Estabelecer as relações deresposta, ou seja:

a) - Dose do nutriente aplicado xteor do nutriente no solo;

b) - Teor do nutriente no solo xteor do nutriente na folha;

c) - Teor do nutriente na folha xprodução, conhecida como curva decalibração.

4) Repetir experimentos emdiferentes condições edafoclimáticas,a fim de que a informação seja válidapara o maior número de propriedadesrurais, e que sejam beneficiados maisprodutores.

O uso do nível crítico e da faixaadequada deve ser utilizada com cui-dado especialmente para certos nutri-entes (N e P), os quais têm importanteinfluência no crescimento da planta.Assim, a importância do diagnósticocombinando a análise fitotécnica (de-senvolvimento, aparência, diâmetrode caule, no de folhas, altura) e a aná-lise foliar, que pode melhorar o diag-nóstico e aprimorar a decisão de adu-bar. Assim para uma análise químicafoliar, a exemplo do N, estiver abaixodo nível crítico, a decisão de adubaçãoé: adubar ou aumentar a dose quandoa análise fitotécnica estiver inadequa-da e manter os procedimentos de adu-bação, quando a análise fitotécnicaestiver adequada. Por outro lado,quando a análise foliar apresentar

valor superior ou igual onível crítico, o procedi-mento de adubação é: man-ter a adubação quandoanálise fitotécnica estiverinadequada e não adubarou reduzir a dose quando aanálise fitotécnica foradequada.

O mesmo autor com-plementa, que a combina-ção das análises fitotécnicase foliar deveria ser tambémconsiderada ao se estabele-cer o nível crítico, devidoao fato de a concentraçãodo nutriente no tecido serexpresso em termos relati-vos, isto é, quantidade do

nutriente/quantidade de matéria seca.A nutrição equilibrada do cafe-

eiro confere maior produção por área,uma vez que os componentes de pro-dução da cultura são beneficiados.Neste sentido, os pesquisadores lem-bram que a produção por área do ca-feeiro é obtida pela produção porplanta multiplicado pelo número deplantas na área. Para produção porplanta os compontentes de produçãosão: Número de ramos produtivos daplanta; Número de nós produtivos emcada ramo; Número de frutos por nó;e Peso das sementes por frutos.

Sistema Integrado de Diag-Sistema Integrado de Diag-Sistema Integrado de Diag-Sistema Integrado de Diag-Sistema Integrado de Diag-nose e Recomendação (DRIS) -nose e Recomendação (DRIS) -nose e Recomendação (DRIS) -nose e Recomendação (DRIS) -nose e Recomendação (DRIS) -Conforme comentado anteriormen-te, os dois critérios de interpretação(nível crítico e faixa adequada) discu-tidos baseiam-se no estabelecimentode padrões para plantas produtivas ena comparação das concentrações dosnutrientes das amostras com esses pa-drões. Nos dois procedimentos, utiliza-se o teor absoluto de nutrientes.

Nestes dois critérios, tem-se arelação do nutriente na folha, obtidaem experimentação pelas curvas decalibração, e a produtividade da plan-ta. Assim, a comparação de umaamostra qualquer com o padrão, devegerar indicação válida, somente quan-do se tem as mesmas condições edafo-climáticas (temperatura, disponibi-lidade de água e de outros nutrientes,e reação do solo, entre outras) em quefoi ajustada a curva de calibração.

Assim, em condições de campo,em lavouras comerciais, poucas

NPKCaM gS

BCuFeM nM oZn

NUTRIENTE

27 - 321,5 - 2,019 - 2410 - 14

3,1 - 3,61,5 - 2,0

60 - 808 - 16

90 - 180120 - 210

0,15 - 0,208 - 16

--------------------- g.Kg-1 ---------------------

BRASIL COLÔMBIA COSTA RICA

-------------------- mg.Kg-1 --------------------

25 - 301,1 - 1,515 - 187 - 13

3,5-

40 - 60-

90 - 14050 - 220

--

23 - 281,2 - 2,017 - 278 - 11

2,0 - 3,52,0

60 - 1006 - 12

75 - 27550 - 150

-15 - 20

Tabela 10 Tabela 10 Tabela 10 Tabela 10 Tabela 10 - Teor adequado de macro e micronutrientes nasfolhas do cafeeiro (Malavolta, 1996).

N/PN/KN/SK/CaK/MgN/BN/CuP/CuP/ZnCa/MgB/ZnCu/ZnFe/Mn

RELAÇÃO

16 - 181,3 - 1,416 - 18

1,7 - 2,16,1 - 6,6

400 - 4572.000 - 3.375

125 - 187125 - 187

66 - 755,0 - 7,3

10,73 - 0,85

FAIXAS

Tabela 11 - Tabela 11 - Tabela 11 - Tabela 11 - Tabela 11 - Relações entre nutrientesfoliares considerados adequados para ocafeeiro1 (Malavolta, 1996).

(1) 3o e 4o pares de folhas de ramos pro-dutivos amostrados no verão (fevereiro amarço).

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glebas reproduzem as mesmas con-dições de crescimento e desenvolvi-mento daquelas obtidas na curva decalibração. Nestas circunstâncias, háressalvas ao método do nível críticoou faixa adequada, em função de suacapacidade ser limitada em prognosti-car o estado nutricional da cultura pa-ra determinado nutriente, compro-metendo a precisão da futura reco-mendação de adubação.

O DRIS foi idealizado como umprocesso de diagnóstico capaz desuperar as limitações do método con-vencional (nível crítico ou faixa ade-quada ou de suficiência), discutido an-teriormente e, principalmente porminimizar os efeitos de diluição ou deconcentração dos nutrientes emrelação às variações no acúmulo dematéria seca pelos tecidos vegetais.

A concepção teórica do DRIS éinteressante agronomicamente, poispermite trabalhar com relações detodos os nutrientes. Assim, pode existiruma situação em que a baixa pro-dução da cultura se relacione com odesbalanço nutricional e, talvez, comum pequeno acréscimo daquele nutri-ente, o problema seja selecionadocom reflexo significativo na produçãoe na relação benefício/custo.

Na verdade, o DRIS é uma téc-nica baseada na comparação de índi-ces, calculados através das relaçõesentre nutrientes. O sistema baseia-seno cálculo de índices para cada nutri-ente, considerando a sua relação comos demais e comparando cada relaçãocom as relações médias de uma popu-lação de referência (alta produção).

Menezes determinou as normasDRIS para cafeeiro arábica cultivadonas regiões de Manhuaçu, Viçosa,Patrocínio, Guaxupé e São Sebastiãodo Paraíso e para o estado de Minas

Gerais como um todo. Os índicesDRIS permitiram detectar os princi-pais problemas nutricionais en-contrados em cada lavoura amostra-da. Foram também identificados osnutrientes mais limitantes nos cafe-eiros, por região, por produtividade ede acordo com o ano amostrado.

O estado nutricional dos cafe-eiros diferiu em cada região, confor-me a produtividade e em função dociclo bianual de produção. Nas lavou-ras menos produtivas os problemasnutricionais detectados foram maio-res.

Nos cafeeiros da região de Ma-nhuaçu destacaram-se Mn e Fe (porexcesso), B (por excesso e por defi-ciência), e Cu (por deficiência), inde-pendentemente do ano amostrado eda produção das lavouras.

Na região de Patrocínio, aslavouras de alta produtividade, emsua maioria, não apresentaramproblemas nutricionais. Nas lavourasde média produtividade destacaram-se B, por excesso e Cu, por estar emexcesso em algumas lavouras e, de-ficientes em outras. Nas lavouras debaixa produtividade destacaram-seexcesso de B, no ano de alta produ-tividade e tendência ao excesso de Mg,no ano de baixa produtividade.

Na região de Guaxupé e São Se-bastião do Paraíso, no ano de alta pro-dutividade, na sua maioria, as lavourasnão apresentavam problemas nutri-cionais relevantes, independentemen-te da faixa de produtividade.

No ano de baixa produtividade,para as lavouras de média produtivi-dade, os principais problemas foramexcesso de S e deficiência de Zn. Noscafeeiros da região de Viçosa, as la-vouras de alta produtividade nãoapresentaram grandes problemas

nutricionais. As lavouras de médiaprodutividade apresentaram excessode Zn e Cu e deficiência de B. Naslavouras de baixa produtividade daregião de Viçosa, destacaram-se Zn,por tendência à deficiência, e Cu, peloexcesso.

Reis Júnior estabeleceu normasDRIS para o cafeeiro no Sul de MinasGerais, a partir de banco de dadoscom lavouras de baixa (<15 sacas ha-

1), de referência (15-40 sacas ha-1) ede alta produção (>40 sacas ha-1).

É importante ressaltar que,apesar da importância da diagnosefoliar em culturas perenes, ela nãosubstitui a análise química do solo;assim sendo, as duas ferramentas de-vem ser utilizadas conjuntamente,possibilitando uma recomendação deadubação mais precisa.

Entretanto, salienta-se que adiagnose pela análise química foliar,para determinados nutrientes, temcontribuído mais do que a análisequímica de solo, especialmente parao nitrogênio, enxofre e micronutrien-tes. Para os dois primeiros, é explicadapelas instabilidades que apresentam nosolo em curto espaço de tempo, ouseja, são elementos altamente depen-dente da matéria orgânica e da ativi-dade da microbiota do solo e não porfalta de métodos laboratoriais adequa-dos. Enquanto, para os micronutri-entes, o maior problema é a poucapesquisa de calibração da análise desolo.

No caso do nitrogênio, ultima-mente, está sendo muito discutido ummétodo diagnóstico indireto atravésda leitura de clorofila. Estudos recen-tes têm evidenciado a possibilidade dadetecção da deficiência de nitrogênioatravés da determinação do teor declorofila em plantas de cafeeiro.

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astante conhecido no municí-pio de Patrocínio Paulista (SP),

José Milton Faleiros já foi prefeito eatualmente é produtor e empresáriorural. Idealista e com visão de futuro,Faleiros sempre defendeu a diversi-ficação agrícola, principalmente naspequenas e médias propriedades daregião.

Ainda como prefeito, organizouem 1991 um Seminário de Alter-Seminário de Alter-Seminário de Alter-Seminário de Alter-Seminário de Alter-nativas Agrícolasnativas Agrícolasnativas Agrícolasnativas Agrícolasnativas Agrícolas onde, com oapoio da CATI Regional Franca, trou-xe profissionais especialistas nas áreasde fruticultura de clima tropical (man-ga, abacate, goiaba, citros, acerola,noz-macadâmia e lichia), fruticulturade clima temperado (uva, pêssego,figo, morango), palmito pupunha,apicultura e silvicultura (Eucalipto).

Foi um sucesso de público e deinovação tecnológica na agricultura.Mas poucos foram os produtores daregião que “abraçaram” as idéias e astransformaram em renda nas suaspropriedades. Faleiros foi um deles.Plantou mudas de lichia, cultiva ace-rola para o processamento de polpase produz hortaliças. “O produtor ruraltem que procurar culturas alterna-tivas, que não sofram as inconstânciasde mercado, como as commodities eque promovam a geração de rendamesmo em pequenas áreas”, diz.

O pequeno Sitio Jardim dasAcácias, de propriedade de Faleiros,com área de 3,63 hectares, abrigaatualmente 120 pés de lichia, com ida-de de 20 anos, que produziram no fi-nal do ano passado 35 kg por pé, emmédia. “Ainda é uma produção me-diana, mas tenho plantas com produ-ções elevadas. Adotei um espaçamen-to de 15x15m, um pouco maior doque se utiliza normalmente para a cul-tura. Mas como já estava pensandona produção de acerola – que produzregularmente, gerando renda pratica-mente durante o ano todo, enquantoque a lichieira produz apenas no finaldo ano – preferi adotar este espaça-mento”, explica José Milton Faleiros.

De acordo com o Engº AgrºLuis Fernando Paulino, consultortécnico da Casa das Sementes, revendade produtos agrícolas de Franca (SP),e que presta assessoria técnica aoprodutor, “a importância da lichieirapara as pequenas propriedades é queela ocupa pouca mão-de-obra du-rante o ano, produz um fruto diferen-ciado e muito procurado pelo consu-midor brasileiro e estrangeiro, gerarenda em uma época propícia , que éo Natal, e que ainda pode ser consor-ciada com outras culturas”, diz.

No Sitio Jardim das Acácias, Fa-leiros possui apenas um empregado

durante o ano todo. “A cultura exigepouca mão-de-obra. Apenas naspodas de limpeza, durante o invernoe em pequenos tratos culturais. Asplantas praticamente não dão doençaou praga. Somente no período decolheita e embalagem é que contratodiaristas”, afirma Faleiros.

Toda a produção da proprieda-de é comercializada em São Paulo.“Em 2009, os 120 pés produziramcerca de 4.200 kg da fruta, o que ge-rou uma renda bruta estimada de R$4.700,00 por hectare, se levarmos emconta o preço de R$ 3,00/kg no meioda safra”, afirma Faleiros.

Mas os dados do CEAGESP –São Paulo confirmam que no períodode safra o preço da fruta estabiliza emtorno de R$ 3 a 4,00/kg. Ganha queproduz no início de novembro, po-dendo alcançar preços de até R$22,00/kg.

Luis Fernando destaca ainda queuma das maiores preocupações dacultura está na adubação, mas comoa propriedade de José Milton já apre-senta uma fertilidade alta, foram feitasapenas uma leve aplicação de calcáriopara corrigir a acidez e adubação abase de fósforo e potássio.

MundoMundoMundoMundoMundo – A lichia (Litchichinensis Sonn.) é um impor-

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LICHIA: opção de rendana propriedade ruralLICHIA: opção de rendana propriedade rural

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A MÃO AMIGA DOPRODUTOR RURAL

Adubos, Defensivos,Projetos de Irrigaçãoe Sementes em Geral

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tante representante da famíliaSapindaceae, à qual pertence,também o nosso conhecido guara-ná (Paulinia cupana).

A lichieira é cultivada co-mercialmente na China, Taiwan,Tailândia, Vietnã, Indonésia, Ín-dia, Paquistão, Filipinas, EUA (Ha-vaí e Flórida), Brasil e Israel, entreoutros países.

As estatísticas de produçãosão escassas. Há relatos que em1986 havia um total de 67.000hectares plantados, produzindo167.000 toneladas de frutos. Dessetotal, Índia e China produziram91%, que comercializavam local-mente. A globalização e a conse-qüente disseminação pelo mundo,principalmente Europa e EUA fezcom que a produção aumentasse sig-nificativamente, fazendo com que aárea plantada atualmente com lichiano mundo ampliasse para 530.000hectares, com uma produção950.000 toneladas.

Espécie e VariedadesEspécie e VariedadesEspécie e VariedadesEspécie e VariedadesEspécie e Variedades – Exis-tem três subespécies de lichia: a chi-nensis, phillippenis e javanensis, sendoque a segunda produz frutos não co-mestíveis e a terceira, frutos de peque-no valor comercial e de interesseapenas na Indochina e em Java. Por-tanto, somente a Litchi chinensischinensis é de interesse econômico.

Podem-se citar inúmeras varie-dades de lichia, que são definidasobservando as seguintes característi-cas: período de maturação, vigor daplanta, forma, tamanho e coloraçãodas folhas, produtividade, forma,tamanho, textura e coloração da cascados frutos, textura e aroma da polpa,tamanho da semente e porcentagemde ocorrência de semente abortada,conhecida como “lingua-de-galinha”.

Segundo Donadio (l987), asvariedades mais plantadas são as chi-nesas, incluindo a mais conhecida‘Brewster’‘Brewster’‘Brewster’‘Brewster’‘Brewster’; mas também são utili-zadas variedades selecionadas india-nas, hawaianas e as da África do Sul.As principais variedades cultivadas nasregiões subtropicais são: ‘Bengal’,‘Bengal’,‘Bengal’,‘Bengal’,‘Bengal’,‘Brewster’, ‘Mauritius’, ‘Sweet‘Brewster’, ‘Mauritius’, ‘Sweet‘Brewster’, ‘Mauritius’, ‘Sweet‘Brewster’, ‘Mauritius’, ‘Sweet‘Brewster’, ‘Mauritius’, ‘SweetClift’, ‘Americana’ Clift’, ‘Americana’ Clift’, ‘Americana’ Clift’, ‘Americana’ Clift’, ‘Americana’ e ‘Groff’‘Groff’‘Groff’‘Groff’‘Groff’.

PlantaPlantaPlantaPlantaPlanta – A planta atinge 10 a12 metros de altura e tem tendência adesenvolver ramos direcionados parao solo. O sistema radicular das plantas,originadas de semente, apresenta umagrande raiz pivotante (praticamenteausente nas originadas por processosvegetativos), sendo que as raízesabsorventes se distribuem no perfil dosolo até uma profundidade de 1.0metro. A inflorescência é em panícula,produzida em ramo do ano e compos-ta de centenas de pequenas floresbrancas. Normalmente, a florada co-meça em fins do inverno a início daprimavera, sendo que ocor-rem três

tipos de flores que se abrem, con-secutivamente, na mesma paní-cula: Flor tipo I: funcionalmentemasculina; Flor tipo II: funcio-nalmente feminina; e Flor tipoIII: funcionalmente masculina.

A propagação comercial dalichia é feita por processo vegeta-tivo, sendo mais comum a alpor-quia. Entretanto, podem ser uti-lizados outros métodos, tais co-mo: por semente, enxertia ouestaquia.

Clima e SoloClima e SoloClima e SoloClima e SoloClima e Solo – A lichia ébastante exigente com relação aoclima, desenvolve-se bem, masnão produz satisfatoriamente emregiões tropicais, adaptando-semelhor em regiões onde o clima

é frio e seco antes do florescimento e,no resto do ano quente e úmido. Aplanta resiste mais o frio do que amangueira e menos do que a laranjei-ra. A faixa de temperatura ideal, paraesta fruteira, situa-se entre 20 a 35ºC,sendo que paralisa totalmente suaatividade, vegetativa abaixo de 15 ou16oC.

As folhas novas são sensíveis aventos, necessitando, portanto, dainstalação de quebra-ventos nas áreasonde eles ocorrem. Com relação àprecipitação, o ideal encontra-se entre1.250 e 1.700 mm anuais.

Com relação ao solo, a lichianão é muito exigente, apesar de prefe-rir os solos leves, profundos e com altoteor de matéria orgânica, que podeser substituída por adubações adequa-das. O pH deve estar entre 5,5 e 6,5,suportando solos mais ácidos que amangueira e abacateiro; adapta-se asolos com pH até 8,5, desde que hajafornecimento de micronutrientes. Amaior exigência é nos primeiros anosda cultura, quando necessita de

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O Engº Agrº Luis Fernando Carvalho PaulinoO Engº Agrº Luis Fernando Carvalho PaulinoO Engº Agrº Luis Fernando Carvalho PaulinoO Engº Agrº Luis Fernando Carvalho PaulinoO Engº Agrº Luis Fernando Carvalho Paulino(Casa das Sementes) e o produtor José Milton(Casa das Sementes) e o produtor José Milton(Casa das Sementes) e o produtor José Milton(Casa das Sementes) e o produtor José Milton(Casa das Sementes) e o produtor José MiltonFa le i ro s .Fa l e i ro s .Fa l e i ro s .Fa l e i ro s .Fa l e i ro s .

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alto teor de matéria orgânica para umbom desenvolvimento.

EspaçamentoEspaçamentoEspaçamentoEspaçamentoEspaçamento – O espaça-mento de plantio deve ser de l0 x l0m,resultando em 100 plantas porhectare. Entretanto, seria interessanteuma melhor utilização da área, utili-zando-se de espaçamento de 6 x 6m,fazendo-se um desbaste quando asplantas estiverem com cerca de 15anos, deixando-as espaçadas de l2 xl2m. Este método permite-nos acolheita da produção de 134 plantaspor hectare, por um período de cercade 10 anos.

O plantio deve ser realizado,preferencialmente, em dias nublados,e em covas previamente adubadascom 5kg de esterco de curral e 500gde superfosfato simples. Após o plantiodeve-se promover irrigação sempreque for necessário e tutorar a planta,pelo menos no primeiro ano, a fim dese evitar danos no sistema radicular.

Práticas CulturaisPráticas CulturaisPráticas CulturaisPráticas CulturaisPráticas Culturais – A culturadeve ser mantida no limpo, pois temum sistema radicular superficial.Podem ser usados herbicidas de pós-emergência, evitando-se atingir asfolhas, o que provocaria problemasde fitotoxicidade. Durante os primei-ros anos de cultivo da cultura, é inte-ressante que se faça cobertura mortasobre as plantas, o que auxilia no con-trole de mato, além de manter aumidade.

A planta deve ser conduzida emhaste única até uma altura de, nomínimo 50 cm, quando se deixam 3 a4 ramos fortes e bem distribuídos quedarão origem à copa. Na época dacolheita, deve-se retirar, juntamentecom o cacho, cerca de 20 cm dos ra-mos, esta prática estimula a produçãode um maior número deramos terminais, amplian-do o número de ramos doano e, conseqüentemente,aumentando a produçãopor planta.

Recomenda-se, ain-da, poda de limpeza e aera-ção, para uma melhor pe-netração do sol. Nos po-mares com plantio aden-sado, devem-se podar osramos que se sobrepõem,entre plantas vizinhas.

Na adubações devem ser feitascom base no estádio e produção daplanta. Sabe-se que exportam, na co-lheita, a cada 100 kg de frutos, cercade 90-250g de nitrogênio; 35-50g defósforo; 240-320g de potássio; 20-60gde cálcio; 2,0-2,5g de cloro; 1,0- 1,4gde sódio; 0,6-1,3g de ferro; 0,4-0,7gde man-ganês; 0,7-l,0g de zinco; 0,5-l,0g de cobre e 0,3-0,7g de boro. En-tretanto, os pomares comerciais sãoadubados com base em recomenda-ções pré-estabelecidas, (Tabela 1Tabela 1Tabela 1Tabela 1Tabela 1).

Do primeiro ao quinto ano, onitrogênio deve ser parcelado entre aprimavera e o verão. Do sexto anoem diante, em duas parcelas, a pri-meira antes da florada e a segunda logoapós a colheita. O fósforo deve ser

aplicado de uma só vez, após a colhei-ta. O potássio é aplicado da mesmaforma que o nitrogênio.

Produção e Comercializa-Produção e Comercializa-Produção e Comercializa-Produção e Comercializa-Produção e Comercializa-ção –ção –ção –ção –ção – Os frutos da lichieira produzemem cachos, sendo que a casca é rugosae de cor vermelha e fácil de ser desta-cada. A polpa é gelatinosa, translúcidasucosa e de excelente sabor, lem-brando ao de uva itália e não é ade-rente ao caroço. Se presta para consu-mo ao natural, para a fabricação desucos, compostas e ainda para a passa.

A lichia apresenta problemaqualitativo característico de seusfrutos, tais como a fragilidade nacolheita, rápida desidratação e escu-recimento, o que pode comprome-ter sobremaneira a sua qualidadecomercial.

Os produtores ainda sofrempara adequar suas produções visan-do a exportação. Há a necessidade deum período mínimo de uma a duassemanas para este comércio, o queesbarra diretamente na curta vida útildas lichias sob condições de ambiente(de dois a sete dias a 25 0 C). A vida útilda lichia está limitada pelo escureci-mento do pericarpo e aparecimentode doenças nos frutos já embalados.

Orientação Técnica –Orientação Técnica –Orientação Técnica –Orientação Técnica –Orientação Técnica – Deacordo com Luis Fernando Paulino,o sucesso de qualquer empreendi-mento agropecuário inicia com aassistência técnica. “Sem a correta ori-entação de uma empresa e de um pro-fissional habilitado, qualquer ativida-de corre risco de prejuízo. Para tanto,recomendo procurar a Casa das Se-Casa das Se-Casa das Se-Casa das Se-Casa das Se-mentesmentesmentesmentesmentes, que se firmou como umaverdadeira mão-amiga do produtorrural nos últimos anos na região deFranca”, explica Paulino.

A Casa das SementesCasa das SementesCasa das SementesCasa das SementesCasa das Sementesatende pequenos, médios egrandes produtores rurais emdiversos segmentos agrope-cuários: sementes, irrigação,medicamentos veterinários,rações, horticultura, cafeicul-tura, milho e soja), buscandoobtenha o máximo de rendi-mento.

FRUTICULTURA

A produção de lichia em 2009 foiA produção de lichia em 2009 foiA produção de lichia em 2009 foiA produção de lichia em 2009 foiA produção de lichia em 2009 foitoda comercializada em São Paulo.toda comercializada em São Paulo.toda comercializada em São Paulo.toda comercializada em São Paulo.toda comercializada em São Paulo.

12-34-56-78-9

10-1112-1314-15+ 15

200500

1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.000

IDADE DAPLANTA

NITRATO DENH4 e Ca (g)

250250250500500750750

1.0001.000

SUPERFOS-FATO (g)

50100200300400500750

1.0001.000

KCl(g)

Tabela 1 Tabela 1 Tabela 1 Tabela 1 Tabela 1 - Recomendações de adubação para lichia

FONTE: Site Toda Fruta / Antonio Baldo Geraldo Martins

INFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESJosé Milton FaleirosJosé Milton FaleirosJosé Milton FaleirosJosé Milton FaleirosJosé Milton Faleiros

Tel. (16) 8152-0333Tel. (16) 8152-0333Tel. (16) 8152-0333Tel. (16) 8152-0333Tel. (16) 8152-0333

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ntre os dias 2 e 4 de fevereiropróximo, a FAFRAM - Faculda-

de de Agronomia “Francisco Maeda”,de Ituverava (SP), sediará o 33º Con-gresso Paulista de Fitopatologia, rea-lizado anualmente pelo Grupo Pau-lista de Fitopatologia.

Os congressos do Grupo Paulistade Fitopatologia têm-se constituídoem um importante foro de debates,discussão e apresentação de novasinformações e técnicas, as quais têmsido de importância relevante para aárea, no Brasil. Este evento tem im-portância nacional, haja vista a par-

FAFRAM sedia em fevereiroFAFRAM sedia em fevereiroFAFRAM sedia em fevereiroFAFRAM sedia em fevereiroFAFRAM sedia em fevereiro33º Congresso Paulista de Fitopatologia33º Congresso Paulista de Fitopatologia33º Congresso Paulista de Fitopatologia33º Congresso Paulista de Fitopatologia33º Congresso Paulista de Fitopatologia

ticipação de cientistas de pratica-mente todos os estados da Federação,bem como a participação de pesqui-sadores de diferentes países, especial-mente os da América do Sul. Nos últi-mos anos, tal evento tem contadocom a participação de um públicosuperior a 450 pessoas ligadas aInstituição de Fomento à pesquisa,órgãos governamentais, produtores,técnicos, extensionistas e estudantes degraduação e pós-graduação.

Muitos trabalhos vem sendo de-senvolvidos com o objetivo de desen-volver novas tecnologias de controle

de doenças das plantas, abrangendotodos os seus aspectos, desde a diag-nose, sintomatologia, etiologia, epide-miologia, até o seu controle. Tam-bém, trabalhos envolvendo identifi-cação, caracterização e quantificaçãode patógenos causadores de doençaspós-colheita em frutos, são escassos enão sistemáticos.

TERÇA-FEIRA (02/02)10 -10:30 - ABERTURA10:30-12:00 - Palestra: “AtuaçãoResponsável do Profissional noDesenvolvimento do Agronegó-cio”. Eng. José Tadeu da Silva -Presidente CREA-SP12:00 -14:00 - ALMOÇO14:00-14:50 - Palestra: “Principaisviroses da cana de açúcar: Mo-saico e Amarelinho”. Dr. MarcosC. Gonçalves - Instituto BiológicoSão Paulo (SP)14:50-15:40 - Palestra: “ Mapea-mento da favorabilidade e sistemade monitoramento, aviso e orienta-ção para o controle integrado daFerrugem Alaranjada (PucciniaKuehnii) da cana de açúcar noBrasil.” Dr. Éder Antonio Giglioti ;FAI - Faculdades AdamantinensesIntegradas.15:40-16:40 - COFFEBREAK16:45-ASSEMBLÉIA GERAL DAAPF - Associação Paulista deFitopatologia19:00 - COQUETEL DE ABERTURA

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QUARTA-FEIRA (03/02)07:30-09:00 - MINICURSOS09:00-10:00 - Palestra “A importância dasoja na economia brasileira: o cresci-mento da produção e das suas doenças”Dr. Amélio Dall´Agnol - Embrapa Soja,Londrina (PR)10:45-11:45 - Palestra: “Epidemiologia econtrole do mofo branco na cultura dasoja”. Dra. Silvânia Helena Furlan - Insti-tuto Biológico Campinas12:00-14:00 - ALMOÇO14:00-14:30 - Palestra: “Murcha-de-Cur-tobacterium do feijoeiro”. Dr. Antônio Car-los Maringoni - Unesp Botucatu (SP)14:30-15:00 - Palestra: “Manejo de Doen-ças no Tomateiro”. Dr. Modesto Barreto -Unesp Campus de Jaboticabal (SP)15:30-16:00 - Palestra: “Virose das horta-liças no Brasil - Alface e Alho: etiologia econtrole”. Dr. Marcelo Agenor Pavan -Unesp Campus de Botucatu (SP)17:30-18:30 - Concurso de Slides em Clí-nica Fitopatológica. Prof. Dr. Hiroshi Kimati20:00-23:00 - JANTAR DE CONFRATER-NIZAÇÃO e PREMIAÇÃO DOSTRABALHOS

QUINTA-FEIRA (04/02)07:30-09:00 - MINICURSOS09:00-09:35 - Palestra: “Controle dedoenças na produção de café comqualidade”. Reymar Coutinho de An-drade - Faculdade UNIPINHAL - SP09:35-10:10 - Palestra: “Controleintegrado das doenças da Videira”Dr. Lucas Garrido - Embrapa Uva eVinho, Bento Gonçalves (RS)10:10-10:25 - INTERVALO10:25 - 11:00 - Palestra: “Manejo deDoenças do Milho”. Dra. Gisele Ma-ria Fantin - Inst. Biológico Campinas12:00 - 14:00 - ALMOÇO14:00-15:00 - Palestra: “Estratégiasalternativas para o manejo do hu-anglongbing (greening) dos citros”Dra. Juliana Freitas-Astúa - Embra-pa Mandioca e Fruticultura Tropical- Centro APTA Citros Sylvio Moreira15:00-16:00 - Palestra: “Biofotôni-ca aplicada ao diagnóstico da gre-ening em citros”. Dra. Débora Mar-condes Milori - Embrapa Instru-mentação Agrícola16:00 - Encerramento

EVENTOS

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INFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESINFORMAÇÕESCPFITO / FAFRAMCPFITO / FAFRAMCPFITO / FAFRAMCPFITO / FAFRAMCPFITO / FAFRAM

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Produção Integrada de Leite: umProdução Integrada de Leite: umProdução Integrada de Leite: umProdução Integrada de Leite: umProdução Integrada de Leite: umprograma de certificaçãoprograma de certificaçãoprograma de certificaçãoprograma de certificaçãoprograma de certificação

LEITE

Nívea Maria Vicentini Nívea Maria Vicentini Nívea Maria Vicentini Nívea Maria Vicentini Nívea Maria Vicentini 11111

Roberta Zugue Roberta Zugue Roberta Zugue Roberta Zugue Roberta Zugue 22222

qualidade e a segurança do ali-mento são uma das maiores pre-

ocupações mundiais, tanto que paísese blocos comerciais têm criado legis-lações especiais para proteger os con-sumidores, que, a cada dia, desejamsaber o que compram e quem, ondee como se produziu. Também, bus-cam informações se o meio ambientefoi respeitado, se há ética na atividadegeradora do produto e, sobretudo, senão há prejuízos à saúde. Essa ten-dência delineia um novo perfil de con-sumo, no qual as normas técnicas eoutros mecanismos associados, comoa certificação, passam a ser peça cen-tral das discussões de acesso a mer-cados.

A partir de 2004 o Brasil passoude importador de lácteos a exporta-dor. Com isso, a exportação de leitetem sido tema de discussões constan-tes no setor. O Brasil passou de impor-tador de leite a exportador, ainda emvalores não tão significativos comooutras cadeias do agronegócio, mas

com perspectivas bastante promisso-ras de exportação principalmentecom a produção de derivados commaior valor agregado. No entanto,com o aumento da competitividadeno cenário internacional e o Brasil des-pontando com grande potencial deexportação, muitas barreiras deverãoser criadas. Antes que estas se tornemrealidade, há necessidade de diversasmelhorias no processo de produçãoe, paralelamente, da criação de meca-nismos e ferramentas para evidenciarque o processo produtivo e o produto,neste caso o leite, atenda aos requisitosexigidos pelos mercados compra-dores.

O Brasil deve evidenciar não so-mente a qualidade do produto leiteem si, no que se refere à CCS, CTB,proteína e gordura, como exemplos,mas também o atendimento a requi-sitos de bem-estar animal, legislaçãotrabalhista, ambiental e sanitária. Umamaneira de evidenciar o atendimentoa esses requisitos seria através da certi-ficação.

A certificação é o modo peloqual uma terceira parte (certificadora)dá garantia escrita de que um produ-to, o leite, está em conformidade comos requisitos técnicos especificados emRegulamentos Técnicos ou Normas

Técnicas. Um dos principais objetivosda certificação é prover confiança.Dentre as novas tendências de mer-cado, a certificação de produtos agro-pecuários tem se tornado uma neces-sidade iminente, com especial desta-que para a certificação da ProduçãoIntegrada. A PI - Produção Integradaconstitui-se numa evolução dos regu-lamentos públicos tradicionais emdireção a normalização e certificaçãode processos produtivos seguros esustentáveis.

A PI surgiu na Europa nos anos70, visando reduzir o uso de agrotóxi-cos, diminuir as agressões ao meio am-biente e oferecer produtos de maiorqualidade. A OICB - Organização In-ternacional para Controle Biológicoe Integrado contra os Animais e Plan-tas Nocivas publicou as diretrizes ge-rais para a Europa a partir de 1993.

No Brasil, a PI começou com aPIF - Produção Integrada de Frutas,em 2001, por exigência do mercadoda Comunidade Européia. Esse foi odesafio colocado pelos mercados maisexigentes, condição para a continui-dade das importações de frutas, prin-cipalmente de maçãs brasileiras, ga-rantindo – uma certificação oficial –o cumprimento de todos os requisitospreestabelecidos, permitindo ao paísconquistar novos mercados e, ao mes-mo tempo, manter os clientes tra-dicionais.

Após a bem sucedida experiên-cia com a PIF, que já contemplou di-versas espécies frutíferas, foi deman-dada a criação de um programa seme-lhante para o leite bovino. No final de2005, o TECPAR - Instituto de Tec-nologia do Paraná foi selecionado paracoordenar a elaboração e validaçãodas normas da Produção Integradade Leite para animais de raças especia-lizadas na produção leiteira.

O processo de implementaçãoda PILeite - Produção IntegradaPILeite - Produção IntegradaPILeite - Produção IntegradaPILeite - Produção IntegradaPILeite - Produção Integradade Leitede Leitede Leitede Leitede Leite tem como pré-requisito asua regulamentação, onde serãoestabelecidas as diretrizes e normas aserem seguidas. As Normas

1 - Pequisadora Embrapa Gado de Leite -n ivea@cnpg l . embrapa .brn ivea@cnpg l . embrapa .brn ivea@cnpg l . embrapa .brn ivea@cnpg l . embrapa .brn ivea@cnpg l . embrapa .br2 - Pesquisadora Instituto de Tecnologiado Paraná.

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LEITE

Técnicas da PILeite foram defi-nidas com a participação de repre-sentantes da cadeia do leite, pormeio de um Comitê Gestor, visandoassegurar uma produção de altaqualidade, o uso racional dos recur-sos naturais e dos insumos agro-pecuários, e conta com diversositens divididos nas seguintes áreas:Capacitação de técnicos e pro-dutores; Organização de produ-tores; Recursos naturais; Requisitosdos animais; Manejo sanitário; Sis-tema de rastreabilidade e cadernosde anotações; Assistência técnica;Registros; Instalações, equipamen-tos e manutenção; Gestão de resí-duos; Manejo alimentar; Sistema deprodução e manejo; Manejo sanitá-rio – sanidade animal; Higiene, lim-peza e desinfecção; Controle dequalidade do leite; Legislação perti-nente (ambiental, trabalhista, sanitá-ria); Equipamentos de ordenha, res-friadores e manejo de ordenha.

As Normas Técnicas estãosendo testadas e validadas em oitopropriedades rurais, na região deCampos Gerais no Paraná (Castro,Carambeí e Palmeiras). Para a sele-ção das mesmas, foram visitadas 22propriedades, que haviam sido indi-cadas pelos representantes do setorprodutivo que integram o ComitêGestor.

Durante as visitas, foi preen-chido um questionário, em que, noitem atendimento a requisitos legais,foi identificada a disponibilidade doprodutor em participar do projeto.Do mesmo modo, a seleção das oitopropriedades, pelo Comitê Gestor,foi realizada verificando se os dife-rentes sistemas produtivos estavamcontemplados: pasto, confinado esemi-confinado bem como se haviapropriedades com diferentes raçasespecializadas com tamanhos derebanho e volumes de produçãodistintos.

Diversas dificuldades foramencontradas na implementação dosrequisitos. Dentre elas, podem-secitar: realização de todos os contro-les e registros; descarte adequado deperfurocortantes, medicamentos ven-cidos e frascos vazios; área de descartede carcaças; comprovações de treina-mentos dos colaboradores; e atendi-mentos aos requisitos ambientais.

No entanto, itens como trata-mento de dejetos, que, de modo geral,ocorrem em grandes quantidades naspropriedades de leite, não têm sidode difícil cumprimento. Do mesmomodo, o cumprimento da InstruçãoInstruçãoInstruçãoInstruçãoInstrução

Normativa Nº 51 (IN-51)Normativa Nº 51 (IN-51)Normativa Nº 51 (IN-51)Normativa Nº 51 (IN-51)Normativa Nº 51 (IN-51) de18/09/2002, do MAPA, tem sidocons-tante.

A segregação de leite comresíduos de antibióticos possui siste-máticas estabelecidas e cumpridasem todas as propriedades. Por ou-tro lado, em outros tratamentos ve-terinários não são cumpridos os pe-ríodos de carência.

Para a finalização das normas,algumas etapas ainda devem sercumpridas: a edição do marco legalda produção integrada da pecuária;a definição de todos os ensaiosnecessários para o leite; o grau deatendimento da Produção Integra-da na alimentação animal, em espe-cial pela ausência desta em PI; defi-nição de requisitos ambientais dedestinos de resíduos veterinários,entre outras.

Após a publicação das Nor-mas Técnicas da Produção Inte-grada de Leite pelo MAPA, os pro-dutores que aderirem a PILeite se-rão certificados com base em prin-cípios de sustentabilidade, substitui-ção de insumos e métodos poluen-tes e rastreamento de todas as etapasdo processo de produção, sendoque, ao final do processo de certifi-cação, receberão um selo com achancela oficial do MAPA - Mi-nistério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento e do INMETROcomprovando o atendimento asexigências da Produção Integrada.

A tendência é que os consu-midores se tornem mais exigentes acada ano e que induzam o setor pro-dutivo às adequações necessáriaspara se tornar mais competitivo.Para atender a esses cenários, atuale futuro, é que a Produção Integra-da mostra-se cada vez mais presen-te, ampliando seus horizontes eproporcionando condições deapoiar a transformação da produ-ção convencional em tecnológica,sustentável, rastreável e certificada– opções que propiciam maioragregação de valor ao produto finale que atendem as exigências de

mercados. A Produção Integrada,dessa forma, constitui-se numa evo-lução dos regulamentos públicostradicionais em direção à norma-lização e certificação de processosprodutivos seguros e sustentáveis.

Produzir leite com qualidade independe doProduzir leite com qualidade independe doProduzir leite com qualidade independe doProduzir leite com qualidade independe doProduzir leite com qualidade independe dotamanho das instalações: grandes (acima)tamanho das instalações: grandes (acima)tamanho das instalações: grandes (acima)tamanho das instalações: grandes (acima)tamanho das instalações: grandes (acima)ou pequenas (abaixo).ou pequenas (abaixo).ou pequenas (abaixo).ou pequenas (abaixo).ou pequenas (abaixo).

E também dos Sistemas de Produção e deE também dos Sistemas de Produção e deE também dos Sistemas de Produção e deE também dos Sistemas de Produção e deE também dos Sistemas de Produção e deManejo. Já a manutenção da higiene naManejo. Já a manutenção da higiene naManejo. Já a manutenção da higiene naManejo. Já a manutenção da higiene naManejo. Já a manutenção da higiene naordenha, das máquinas e equipamentos....ordenha, das máquinas e equipamentos....ordenha, das máquinas e equipamentos....ordenha, das máquinas e equipamentos....ordenha, das máquinas e equipamentos....

...e do controle de resíduos no leite é o...e do controle de resíduos no leite é o...e do controle de resíduos no leite é o...e do controle de resíduos no leite é o...e do controle de resíduos no leite é oque mais importa no PILeite.que mais importa no PILeite.que mais importa no PILeite.que mais importa no PILeite.que mais importa no PILeite.

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1919191919JAN/2010Moacir José Sales Medrado Moacir José Sales Medrado Moacir José Sales Medrado Moacir José Sales Medrado Moacir José Sales Medrado 11111

Vanderley Porfírio da Silva Vanderley Porfírio da Silva Vanderley Porfírio da Silva Vanderley Porfírio da Silva Vanderley Porfírio da Silva 22222

uitos cientistas, técnicos, polí- ticos, responsáveis por agên-

cias financiadoras e formadores deopinião acreditam que a única soluçãopara alimentar a população mundialcrescente é uma agricultura intensivaque use os insumos industriais, a meca-nização e os recursos biotecnológicos.

Este modelo, quando posto emprática em regiões e territórios ondeos níveis educacionais e de poupançasão baixos, a força da cultura local éintensa e as possibilidades de contatoe uso das inovações biotecnológicassão reduzidas, ao invés de trazer osbenefícios esperados, tem causadosignificativas perdas das florestas e dossolos, em virtude da derrubada e quei-ma e da mecanização intensiva, queprovoca erosão, desertificação, salini-zação e outros processos de degra-dação ambiental.

No Brasil, esta situação agravou-se com os problemas ocasionados pe-los extrativismos mineral e vegetal epela construção de hidrelétricas. Decerta maneira, este agravamentoocorreu também pelo não reconheci-mento da influência da agricultura fa-miliar na produção agropecuáriabrasileira.

A insensata devastação dasflorestas naturais para os mais diversosusos, em algumas regiões brasileiras,reduziu a oferta de madeira a pontode não mais atender a demanda dessasregiões. Além disso, tem acentuado assecas, intensificado as erosões e au-mentado o assoreamento de cursosd’água e a ocorrência das enchentes.

Em muitos Estados brasileirostem-se constatado uma deficiência demadeira, tanto para energia quantopara serrarias. São também inúmerasas áreas com o potencial para uso agrí-cola diminuído por mau uso, muitas

Consorciação de madeira com grãosConsorciação de madeira com grãosConsorciação de madeira com grãosConsorciação de madeira com grãosConsorciação de madeira com grãos

delas em estado de degradação. Emfunção dessa situação, a defesa domeio ambiente tem sido um dos temasmais debatidos nas discussões quevisam estabelecer um padrão dedesenvolvimento agrícola para estemilênio.

A partir da busca atual de novospadrões de agricultura, o componenteflorestal tem adquirido substancialimportância. Os esforços desenvolvi-dos para implementação de progra-mas de reflorestamento e floresta-mento com perspectiva de desenvol-vimento sustentado dos setores agrí-cola e florestal e de seus principais ato-res, os produtores rurais, têm sidograndes. Todavia, tem sido muito difí-

cil, para os profissionais das ciênciasagrárias, comprovar que os benefíciosda floresta e das árvores são deimportância imediata para aquelesque vivem nela ou em torno dela. Poristo, as atividades florestais têm sidoforçadas a ocupar sítios cada vez maismarginais.

Um dos principais entraves temsido o fato de que a maioria dos produ-tores descarta o plantio de árvores emsua propriedade, pelo fato das mesmaslhes tirarem áreas destinadas àagricultura ou à pecuária. Em funçãodisso, a agrofloresta, e dentro dela ossistemas agroflorestais , poderão serde grande importância. Os SAFs, quesão sistemas de manejo que

1 - Engenheiro agrônomo, Doutor emAgronomia, Especialista em PlanejamentoAgrícola e em Manejo de Agroecossistemas,e ex-pesquisador da Embrapa Florestas.2 - Engenheiro agrônomo, Mestre emAgroecossistemas, Pesquisador em SistemasSilvipastoris da Embrapa Florestas.

SILVICULTURA

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aumentam o rendimento sustentado da terra por combi-nar de forma simultânea e deliberada a produção de espé-cies lenhosas com atividades agrícolas ou pastoris na mesmaunidade de terreno, considerando a experiência e as neces-sidades da população local e do mercado, apresentam vá-rias vantagens frente aos sistemas monoculturais. Dentreelas, destacam-se a utilização mais eficiente do espaço, aredução efetiva da erosão, a sustentabilidade da produçãoe o estímulo à economia de produção, com baseparticipativa.

Projetos agroflorestais, em terras hoje ocupadas comsistemas de monocultivo, poderão ser numa boa opçãopara a oferta simultânea de madeira, alimentos e outrosbens. Eles poderão beneficiar empresários florestais, dimi-nuindo os custos de implantação e de manutenção inicialde seus povoamentos, com a receita produzida pelo cultivointercalar, bem como os agricultores, garantindo condiçõesambientais mais propícias para suas lavouras e um supri-mento de madeira para uso próprio ou para comércio.Além disto, o plantio de árvores em lavouras constitui umaforma de reposição, embora diminuta, da cobertura flo-restal destruída durante o avanço da fronteira agrícola.

Uma avaliação econômica do uso de SAFs no pro-grama de plantio de eucalipto no Norte Pioneiro do Estadodo Paraná mostrou resultados altamente favoráveis.

Igualmente aos plantios florestais, os SAFs resultamem uma outra vantagem, que é a de resistir muito mais aalguns problemas climáticos. Produtores dos Estados dosul do Brasil com propriedades agroflorestais que planta-

ram culturas de ciclo curto e também erva-mate e/ouespécies florestais associadas a culturas agrícolas de ciclocurto, do ponto de vista econômico sofreram muito menosos problemas da última seca. Além disso, o componenteflorestal pode funcionar como uma poupança verde.

Partindo-se deste conhecimento, pode-se afirmarque os sistemas agroflorestais se constituem numa alternati-va interessante para implementação na região, emborasejam escassos os conhecimentos sobre sua utilização atuale potencial. Essa escassez de informações tem dificultadosua difusão pela extensão rural e pelas cooperativasexistentes.

As instituições de pesquisa, portanto, têm uma exce-lente oportunidade de contribuir com a melhoria do pa-drão ambiental da agricultura brasileira, organizando edivulgando os conhecimentos sobre tecnologias (espéciesde uso múltiplo para plantios como componentes de SAFs,por exemplo), práticas (plantio em aléia, quebra-ventos,dentre outras) e sistemas agroflorestais silviagrícolas(árvores e/ou arbustos com culturas agrícolas).

Iniciativa visa alertar para a destruição de florestase ecossistemas no mundo. O PNUM- A Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente afirmou que acampanha “Um Bilhão de ÁrvoresUm Bilhão de ÁrvoresUm Bilhão de ÁrvoresUm Bilhão de ÁrvoresUm Bilhão de Árvores” ultrapassou oobjetivo e alcançou 7 bilhões de árvores plantadas nomundo, uma para cada pessoa do planeta. Segundo oPNUMA, a campanha foi lançada em novembro de2006 na Conferência sobre Mudanças Climáticas deNairóbi, no Quênia. A agência da ONU ressalta que osucesso do projeto, que teve balanço final de 7,4 bilhõesde árvores plantadas, deve-se à participação coletivade pessoas de várias partes do mundo, de diversas árease setores. O objetivo inicial era plantar 1 bilhão de árvo-res anualmente. Os países que mais plantaram árvoressão Etiópia, Quênia, Turquia, México, Cuba, Indonésiae China. (FONTE: Rádio ONUFONTE: Rádio ONUFONTE: Rádio ONUFONTE: Rádio ONUFONTE: Rádio ONU).

Campanha “1 Bilhão deCampanha “1 Bilhão deCampanha “1 Bilhão deCampanha “1 Bilhão deCampanha “1 Bilhão deÁrvores” ultrapassa objetivosÁrvores” ultrapassa objetivosÁrvores” ultrapassa objetivosÁrvores” ultrapassa objetivosÁrvores” ultrapassa objetivos

Produtores rurais do Paraná terão recursos doPRONAF - Programa Nacional de Fortalecimentoda Agricultura Familiar para plantar pequenas flo-restas em suas propriedades. Destinado a áreas comaté 10 hectares, o Programa Ouro Verde Programa Ouro Verde Programa Ouro Verde Programa Ouro Verde Programa Ouro Verde terá atéR$ 800 milhões em oito anos para investir noreflorestamento de áreas degradadas. “O projeto ser-virá como poupança para quem tem propriedades,mas não tem recursos. Será garantida, rentável epoderá ser feita, inclusive, através de consórcios”, dizo secretario especial Nivaldo Krüger, coordenadorde Reflorestamento no Paraná. O Banco do Brasil e oBRDE - Banco Regional de Desenvolvimento ExtremoSul firmaram convênio com o governo para repassede verbas. (FONTE: DCIFONTE: DCIFONTE: DCIFONTE: DCIFONTE: DCI)

Governo investe R$ 800 milhõesGoverno investe R$ 800 milhõesGoverno investe R$ 800 milhõesGoverno investe R$ 800 milhõesGoverno investe R$ 800 milhõesem reflorestamento no Paranáem reflorestamento no Paranáem reflorestamento no Paranáem reflorestamento no Paranáem reflorestamento no Paraná

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O poder da mídia e suas ligações comO poder da mídia e suas ligações comO poder da mídia e suas ligações comO poder da mídia e suas ligações comO poder da mídia e suas ligações cominteresses políticos e econômicosinteresses políticos e econômicosinteresses políticos e econômicosinteresses políticos e econômicosinteresses políticos e econômicos

Carlos Arantes Corrêa Carlos Arantes Corrêa Carlos Arantes Corrêa Carlos Arantes Corrêa Carlos Arantes Corrêa 11111

m meus 43 anos de vida,lembro-me inúmeros fatos

que retratam o quanto os meiosde comunicação conduz aopinião pública. Lembro-me demeu irmão citando OrsonWelles, retratado pelo poder damídia através do filme “CidadãoKane” e da simulação “da invasãode marcianos nos EUA” , du-rante seu programa de rádio, em1939, e que causou grandepânico naquele país.

Numa pesquisa pela inter-net, encontrei um artigo do escritorFrancisco Cesar Pinheiro Rodrigues,que retrata claramente o poder damídia, antes mesmo da mídia existir.Francisco cita o chanceler alemãoOtto von Bismarck (“o Chanceler deFerro”), que faleceu em 1898.

Segundo Bismarck, a Guerra daSecessão dos Estados Unidos - famosacarnificina entre o norte (anti-escra-vista) e o sul (escravocrata) - foi, decerta forma, “fabricada”, ou altamen-te estimulada, por poderosos interesseseconômicos europeus, preocupadoscom o crescimento econômico daAmérica do Norte.

Temendo a concorrência ame-ricana, no século XIX, esse grupo dealtos financistas europeus decidiuenviar à América do Norte seusinteligentes formadores de opiniãopública para enfraquecer o “perigosoconcorrente”, dividindo-o em dois:norte e sul. Dois países, talvez cominteresses conflitantes. Se Lincoln nãotivesse reagido, impedindo a separa-ção do sul, os EUA não teriam se tor-nado a grande potência que todosconhecemos.

Se retornarmos no tempo, nahistória da humanidade, antes mesmoda existência dos meios de comuni-cação atuais, são vários os exemplosque comprovam o quanto o poder da

“unanimidade de opinião” seguirampor caminhos sombrios e tortuosos.

Porque estou citando todos estesfatos? Para pedir a licença e a gentilezaaos leitores para que estes não aceitemde primeira-mão uma notícia comoverdade. Seja ela qual for. Os meiosde comunicação são extremamenteimportantes, mostram fatos atuais,encurtam distâncias. Mas publicaruma “notícia incompleta como ver-dade” é muito perigoso.

Devemos todos nós saber que,na atualidade, a mídia possui profun-das ligações com interesses políticos eeconômicos, independente do país.Essa tendência faz com que os meiosde comunicação sejam não apenastransmissores de notícias e mensa-gens, mas também fomentadores decrenças, culturas e valores destinadosa sustentar os interesses econômicos epolíticos que representam.

A mídia possui características deinstantaneidade e simultaneidade queinfluenciam processos educativos,percepções e vivências. Hoje, há o jor-nalismo on-line, a televisão, a inter-net, filmes, vídeos, rádios e tantos ou-tros meios que estão em todo lugar eem qualquer tempo. Esses veículos decomunicação são capazes de atingirpraticamente todos os segmentossociais, tendo em vista os diversos tiposde linguagem que adotam.

De posse destas informações,gostaria de “convidar” o leitor a dirigiro seu foco para a importância da pro-

dução de alimentos e para apreservação ambiental.

Muito já foi falado sobre a“responsabilidade do agricultor”(principalmente o brasileiro) noemissão de gases responsáveispelo Aquecimento Global.

Várias são as pesquisas quemostram a elevação da tempera-tura no planeta, no derretimentodas calotas polares, na alteraçãodos regimes de chuvas em todoo mundo e na desertificação.

E todas dirigem a culpa aoSer Humano, por promover aderrubada de florestas para a

extração de madeiras ou para oplantio agrícola ou criação de animais.

Até que ponto estas pesquisascomprovam realmente a responsabi-lidade única do setor produtivo agro-pecuário e do Ser Humano em geralno Aquecimento Global? Até queponto as sociedades estão sendo infor-madas (corretamente) sobre o que éo Aquecimento Global ou Efeito Estu-fa, quem são os responsáveis e o quedeve ser feito para corrigir?

Até que ponto os meios de co-municação estão cumprindo a suafunção de “apenas” transmitir conhe-cimento, informação, entretenimen-to, opinião e publicidade?

Reconhecemos que a liberdadede expressão é um elemento condicio-nador da democracia e uma premissapara o exercício de outros direitosfundamentais. Porém, ela sofre limitesquando entra em choque com outrosdireitos. Não há em qualquer ordena-mento jurídico um direito que seja“absoluto”. Os direitos estão limitadospor outros direitos ou estão limitadospor valores coletivos da sociedade,igualmente amparados pelas legisla-ções internas e internacionais. Porexemplo, não se pode infringir direitosindividuais como a honra, a intimida-de, a vida privada e a imagem, os quaistambém são protegidos pela nossaConstituição Federal.

Porquê (e por quem?) a classeagropecuarista (principalmente a bra-sileira e, em geral, a do Terceiro

ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

1 - Engenheiro Agrônomo, especialista emGestão Ambiental de Florestas, editor-chefeda Revista Attalea Agronegócios. Email:[email protected]

A degradação dos solos é apontada como a prin-A degradação dos solos é apontada como a prin-A degradação dos solos é apontada como a prin-A degradação dos solos é apontada como a prin-A degradação dos solos é apontada como a prin-cipal responsável pelo Aquecimento Globalcipal responsável pelo Aquecimento Globalcipal responsável pelo Aquecimento Globalcipal responsável pelo Aquecimento Globalcipal responsável pelo Aquecimento Global

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ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

Mundo) está sendo “apontada” comoresponsável pelo Aquecimento Glo-bal? Quais os fundamentos científicosque comprovam esta “afirmação”?Estes fundamentos reconhecem dadosestatísticos de todos os setores envolvi-dos (climatológicos, paleontológicos,humanísticos, históricos e geográ-ficos)?

Sabemos que a classe agrope-cuária - a nível de município, estado enação -, não possui a representaçãopolítica que realmente precisa. Asso-ciações, Sindicatos e Confederações.Nenhuma delas realmente tem o inte-resse de orientar, proteger e trabalharpela classe agropecuarista. A culpamaior é da própria classe agro-pecuarista.

Mesmo assim, levando em con-sideração as questões ambientais, seráque todas as interferências humanasestão sendo esquecidas para poder“apontar” como culpados apenas osagropecuaristas? Será que todos aque-les que culmpam os agropecuaristaspelo Aquecimento Global deixam de:

a) - utilizar transporte - avião,carro, ônibus, navio, trem (queiman-do combustíveis - gasolina, álcool oudiesel?);

b) - utilizar energia elétrica parailuminar, gerenciar sistemas, acessar ainternet, assistir televisão, etc, (saben-do que ela tem que ser gerada atravésde hidrelétricas, termelétricas e usinasatômicas?);

c) - comprar roupas de grife(sabendo que muitas não são de fibrasnaturais e sim provenientes do petró-leo?);

d) - e, por fim, alimentar-se dosmais variados tipos de alimentos ebebidas, sem ao menos ter idéia dequem produziu, em que lugar, de queforma e qual o processo produtivo foinecessário para tanto.

Por outro lado, levando emconsideração os interesses econômicosinternacionais, a quem interessa “afir-mar” que a emissão de CO2 (gás carbô-nico) - seja da indústria ou da agrope-cuária - são os maiores responsáveispelo Aquecimento Global?

A quem interessa afirmar que oagronegócio brasileiro é “campeão emdesmatamento, uso de agrotóxicos oude trabalho escravo”? Ouvimos istofrequentemente nos meios de comu-nicação do mundo e até mesmo noBrasil.

Será que o fato de países doTerceiro Mundo (principalmente oBrasil) estarem se firmando como asprincipais potências econômicas domundo (na indústria e no agronegó-cio) incomodaria tanto a Europa eEUA? Talvez. O que você diria se ob-servasse os dados como os abaixo, queretrata a o comércio mundial de pro-dutos do agronegócio brasileiro:-

a) - 86% do suco de laranjaconsumido no mundo é provenientedo Brasil (maior produtor e maiorexportador);

b) - 41% do frango consumidono mundo é proveniente do Brasil(segundo maior produtor e maiorexportador);

c) - 39% do açúcar consumidono mundo é proveniente do Brasil(maior produtor e maior exportador);

d) - 32% do complexo sojaconsumido no mundo é provenientedo Brasil (segundo maior produtor esegundo maior exportador);

e) - 27% do café consumido nomundo é proveniente do Brasil(maior produtor e maior exportador);

f) - 25% da carne bovinaconsumida no mundo é provenientedo Brasil (maior produtor e maiorexportador);

g) - 11% da carne suína consu-mida no mundo é proveniente doBrasil (terceiro maior produtor eterceiro maior exportador);

h) - 8% do milho consumido nomundo é proveniente do Brasil(segundo maior produtor e segundomaior exportador).

Queremos ressaltar aqui que aproposta da Revista Attalea Agro-Revista Attalea Agro-Revista Attalea Agro-Revista Attalea Agro-Revista Attalea Agro-negóciosnegóciosnegóciosnegóciosnegócios não é “proteger” o produtorrural, mas sim tentar levar ao leitorinformações suficientes para que ele(produtor rural ou não), tenha condi-ções de entender a questão. E comracionalidade. Os pouco mais de 100mil anos de humanidade comprovamque toda vez que “Extremistas Apai-xonados” tentaram impor a ‘sua’ ver-dade’, a humanidade entrou em pe-ríodos sombrios e desastrosos.

Sabemos que a legislação ambi-ental também não é cumprida. O queé extremamente errado. A legislaçãoambiental brasileira é clara e o produ-tor rural deve respeitar e trabalharpara que o meio ambiente em sua pro-priedade seja preservado. Ele tem aresponsabilidade de manter matas

ciliares e reserva legal, como tambémo de reduzir o assoreamento dos rios,não promover a drenagem de brejos,de controlar a erosão dos solos e alixiviação de nutrientes.

E não importa dizer que no pas-sado o governo brasileiro estimulou aderrubada de matas e a drenagem devárzeas. Nem tão pouco dizer que naFrança, nos Estados Unidos ou naMalásia não existem legislação queexijam do produtor rural a preser-vação ambiental. Ele tem que fazer oque a legislação brasileira exige.

Queremos propor aqui na revis-ta a publicação regular de uma seçãocom artigos e matérias que abordamopiniões técnico-científicas sobre aimportância da produção agropecuá-ria (não somente para o setor, mastambém para a manutenção da RaçaHumana - afinal a população globalcresce exponencialmente, a produçãoe alimentos precisa aumentar, pois jáfalta comida no mundo) e tambémsobre a importância da preservaçãoambiental (Reservas Legais, APPs, usoda água). Queremos mostrar, tam-bém, o porquê a mídia e alguns setorespolíticos e econômicos estão respon-sabilizando os agropecuaristas sobreo Aquecimento Global.

Começamos já nesta edição.Com a contribuição do amigo EngºAgrº Iran Francisconi e com a devidaautorização do amigo Engº AgrºRichard Jakubaszko (Revista DBORevista DBORevista DBORevista DBORevista DBOAgrotecnologiaAgrotecnologiaAgrotecnologiaAgrotecnologiaAgrotecnologia), publico o artigo“CO2: a Unanimidade da Mídia éBurra”. De acordo com o artigo, a de-gradação dos solos é a principal res-ponsável pelo Aquecimento Global.

Recomendamos, ainda, aos lei-tores que procurem asssistir nainternet 8 capítulos do documentário“A Grande Farsa do Aquecimen-“A Grande Farsa do Aquecimen-“A Grande Farsa do Aquecimen-“A Grande Farsa do Aquecimen-“A Grande Farsa do Aquecimen-to Global”to Global”to Global”to Global”to Global”; que foi veiculado noCanal 4, da Inglaterra, e que aponta oSol como responsável pelo Aque-cimento Global. Ao lado segue o linkdo primeiro: (http://www.http://www.http://www.http://www.http://www.youtube .com/watch?v=RDzuyoutube .com/watch?v=RDzuyoutube .com/watch?v=RDzuyoutube .com/watch?v=RDzuyoutube .com/watch?v=RDzuXPM1W3k&feature= relatedXPM1W3k&feature= relatedXPM1W3k&feature= relatedXPM1W3k&feature= relatedXPM1W3k&feature= related).

De acordo com este documen-tário, as explosões ou manchas solaresalternam períodos de maior inten-sidade (que provocaria o aumento datemperatura na Terra) e de menor in-tensidade (diminuição da tempetaturana Terra).

A

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Richard Jakubaszko Richard Jakubaszko Richard Jakubaszko Richard Jakubaszko Richard Jakubaszko 11111

aforismo de Nélson Rodrigues tem se revelado verdadeiro

nessa questão que a mídia divulga deforma massiva e dogmaticamente,sem nenhum debate, sobre o CO2(Dióxido de Carbono ou simples-mente Gás Carbônico) ser a principalcausa do chamado aquecimentoplanetário. Às vésperas da conferênciade Copenhague, em dezembro próxi-mo [lembrando que esta matéria é de2009 e a conferência já aconteceu],já se cunhou e consagrou a expressão“economia de baixo carbono”. Ora,nem a própria ciência tem essa certezae unanimidade expressa pela mídia,pois vários cientistas registram queteremos resfriamento ao invés deaquecimento.

Não pretendo escrever aquinenhum tratado científico ou tese de

doutoramento, mas um argumentofundamentado em uma série dequestões lógicas que tenham premissascientíficas inquestionáveis, e esseparece ser o problema, pois são rarasessas unanimidades na ciência. A mí-dia, por simplificar a informação, jun-tamente com a publicidade comercialdas empresas “verdes”, banaliza o as-sunto e confunde quem deseja conhe-cer a fundo as causas do problema.Pesquisei dados sobre a proporção deCO2 na chamada camada de gases defeito estufa (GEE) e na atmosfera, aconclusão a que cheguei é de que oque há de informação e desinfor-mação na mídia e na internet é paté-tico. Confunde-se atmosfera comcamada de GEE...

Os 6 elementos essenciais àOs 6 elementos essenciais àOs 6 elementos essenciais àOs 6 elementos essenciais àOs 6 elementos essenciais àvida - vida - vida - vida - vida - São eles, sem os quais a vidanão existiria conforme a conhecemos:carbono, hidrogênio, oxigênio, nitro-gênio, enxofre, fósforo e energia solar(luz e calor, sem o qual não haveriafotossíntese). (A fórmula é CHONSP)

O carbono é um elemento no-tável por várias razões. Suas formas

alotrópicas incluem, surpreendente-mente, uma das substâncias mais frá-geis e baratas (o grafite) e uma das maisduras e caras (o diamante). Mais:apresenta uma grande afinidade paracombinar-se quimicamente comoutros átomos pequenos, incluindoátomos de carbono que podem for-mar largas cadeias. O seu pequeno raioatômico permite-lhe formar cadeiasmúltiplas; assim, com o oxigênio formao dióxido de carbono, vital para ocrescimento das plantas (ciclo do car-bono, a fotossíntese); com o hidro-gênio forma numerosos compostos,denominados, genericamente, hidro-carbonetos, essenciais para a indústriae o transporte na forma de combus-tível derivados de petróleo e gás na-tural. Combinado com ambos formauma grande variedade de compostoscomo, por exemplo, os ácidos graxos,essenciais para a vida, e os ésteres quedão sabor às frutas. Além disso, for-nece, através do ciclo carbono-nitro-gênio, parte da energia produzida pe-lo Sol.

O carbono é a plataforma davida sobre a Terra. Mas a mídia

1 - O presente artigo teve a colaboração eparticipação do Engº Agr. Odo Primavesi,um dos 2.500 cientistas signatários doIPCC, em 2007 e foi publicado na RevistaRevistaRevistaRevistaRevistaDBO AgrotecnologiaDBO AgrotecnologiaDBO AgrotecnologiaDBO AgrotecnologiaDBO Agrotecnologia em nov/2009.2 - o autor é jornalista, escritor, e editor doblog: http://richardjakubaszko.blogspot.com.

CO2: a unanimidadeda mídia é burra1

CO2: a unanimidadeda mídia é burra1

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parece não saber, e não dá bola paraessas coisas.

A Camada de GEE - GasesA Camada de GEE - GasesA Camada de GEE - GasesA Camada de GEE - GasesA Camada de GEE - Gasesde Efeito Estufa - de Efeito Estufa - de Efeito Estufa - de Efeito Estufa - de Efeito Estufa - Se ela não exis-tisse morreríamos fritos durante o dia(assim como os animais e plantas), pelaação dos raios solares, e à noitecongelaríamos pelo frio, pois o calorse dissiparia na estratosfera. A camadade “GEE” é composta em 99% de ni-trogênio e oxigênio, sendo que apenas1% contém carbono, hidrogênio,metano e outros compostos químicos.

Dessa ínfima parcela de 1% ocarbono representa 0,035% hoje emdia, mas já foi de 0,029% há uns 2séculos atrás, quando começou a eraindustrial. Ou seja, do total da camadade “GEE” o carbono representa so-mente 0,035%. De outro lado, veri-fica-se que a proporção de carbonona camada de GEE aumentou cercade 20% nos últimos duzentos anos eseria responsável pelo futuro cataclis-ma que se anuncia para dentro embreve no planeta, ou seja, o apocalipse.

“Verdades” Convenientes -“Verdades” Convenientes -“Verdades” Convenientes -“Verdades” Convenientes -“Verdades” Convenientes -O documentário “““““Uma VerdadeUma VerdadeUma VerdadeUma VerdadeUma VerdadeInconvenienteInconvenienteInconvenienteInconvenienteInconveniente”””””, apresentada pelopolítico e hoje prêmio Nobel da Paz,Al Gore, faz sensacionalismo com apresença do carbono que teria subidode 278 ppm (partes por milhão) noinício do século XX para 370 ppm noinício do século XXI, e de que isso iriaaquecer o planeta. Ora, esqueceu deesclarecer, nessa profecia apocalíptica,várias questões sobre o carbono:

1º – cerca de 60% do carbonoque está na atmosfera é sequestradopelas algas marinhas e 40% pelas flo-restas e árvores urbanas remanes-centes, de outras vegetações naturais,e de atividades agrícolas.

2º – se não houvesse esse carbo-no na atmosfera não haveria fotossín-tese, e sem essa não haveria agricul-tura, florestas, árvores;

3º – mais de 50% do carbonoestá fixado nas árvores (na madeira eraízes) e na agricultura (nas raízes) emforma de “carbono estocado”.

4º – outros 50% do carbonoestão no solo (trazidos de volta pelaschuvas) e o sistema de plantio direto epastagens bem manejadas são umaforma de conservar (sem liberar) estecarbono.

5º – o carbono atmosférico (CO2e CO = monóxido de carbono, tóxico)está concentrado sobre as áreas dequeimada e nos grandes conglomera-dos urbanos participando da “aura”amarronzada sobre todas as grandescidades quando as sobrevoamos nasaterrissagens e decolagens por avião.Esta concentração de poluentes deorigem urbana tem duas formas deser dissipada: ou pelos ventos ou porchuva, e neste último caso provoca ofenômeno da “chuva ácida”, muitocomum em metrópoles gigantescascomo Pequim, Nova York, São Paulo,Los Angeles etc.

O COO COO COO COO CO22222 não Esquenta Nada não Esquenta Nada não Esquenta Nada não Esquenta Nada não Esquenta Nada- - - - - Mas alguns cientistas insistem emafirmar a necessidade de reduzir suasemissões, e a mídia repete de formaunânime a papagaiada proselitista. Sehá algum fator que provoque o aque-cimento planetário eles seriam dois,de evidência elementar, porémcientificamente ainda não provados:

1 – solos degradados, áridos,semi-áridos e desérticos. Estes, alémde não conterem água atenuadora,nem água e vegetação vaporizadorapara formarem nuvens refletoras esombreadoras, emitem calor em ex-cesso, que a tal camada de GEE (ma-joritariamente vapor de água, veja ta-bela ao lado) “segura”, por ser com-

posta de água na forma gasosa. A idéiaé de Odo Primavesi, engenheiro agrô-nomo, ex-pesquisador da EmbrapaSudeste, São Carlos, SP, e um dos 17cientistas brasileiros signatários do jáfamoso relatório do IPCC - Interna-tional Panel Climatics Changes (siglaem inglês), e que juntamente com ou-tros 2.500 cientistas do mundo inteiro,representando mais de 120 países, assi-naram o documento. Muitos cientis-tas foram vozes e opiniões vencidas,apesar de contrários à tese do CO2 sera causa única do aquecimento. É quevenceu por votação, mas longe de ha-ver unanimidade entre os participan-tes. De outro lado, nem todos eramexatamente cientistas, muitos eramapenas especialistas em diversas áreasdo conhecimento humano, sendofuncionários de grandes empresasestatais ou privadas, mas com inte-resses na polêmica questão.

Segundo Odo Primavesi, “ofoco para esse painel foram os gases, enão havia espaço para incluir outrosfatores diferentes de gases (como ten-tou sugerir), que em realidade respon-dem por somente 30% das mudançasclimáticas (correntes marinhas respon-dem por mais 10%, áreas degradadasgeradoras de calor em excesso (acimade 300 W/m2) por mais 40% a

Nitrogênio (N)Oxigênio (O)Dióx. Carbono (CO2)Hélio (He)Metano (CH4)Monóx. Carbono (CO)Óxido Nitroso (N2O)Ozônio (O3)Amônia (NH4)Dióx. Nitrogênio (NO2)

ELEMENTOS DACAMADA GEE

78,0920,950,035

0,000520,000150,00001

0,0000250,0013 1

6 ppb1 a 100 ppb

%

Outros em menores quantidades: Xenônio,Dióx. de Enxofre, Neônio, Criptônio, Argô-nio, Hidrogênio e Sulfeto de Hidrogênio.

AtmosferaPlantas TerrestresMatéria Orgânica do soloDepósitos de Combustíveis FósseisOceanosSedimentos Marinhos e Rochas

578 (ano 1.700) a 766 (ano 1999)540 a 610

1.500 a 1.6004.000

38.000 a 40.000600.000 a 100.000.000

ESTIMATIVA DOS MAIORES DEPÓSITOS DE CARBONO NA TERRAESTIMATIVA DOS MAIORES DEPÓSITOS DE CARBONO NA TERRAESTIMATIVA DOS MAIORES DEPÓSITOS DE CARBONO NA TERRAESTIMATIVA DOS MAIORES DEPÓSITOS DE CARBONO NA TERRAESTIMATIVA DOS MAIORES DEPÓSITOS DE CARBONO NA TERRA

FONTES DECARBONO

QUANTIDADE(bilhões de ton)

%

0,000770,000610,001600,004000,03998

99,95305

Fonte: Pidwirny, M. (2006). “The Carbon Cycle”. Fundamentals of Physical Geography,2nd Edition. Disponível em: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/9r.html

Vapor de ÁguaVapor de Água +Gotas de NuvemDióxido CarbonoMetanoOzônio

GASES DEEFEITO ESTUFA

36 a 6666 a 85

(nuvens 19 a 30)9 a 26

4 a 93 a 7

EFEITO%

% DE EFEITO ESTUFA EM FUN-% DE EFEITO ESTUFA EM FUN-% DE EFEITO ESTUFA EM FUN-% DE EFEITO ESTUFA EM FUN-% DE EFEITO ESTUFA EM FUN-ÇÃO DO GÁSÇÃO DO GÁSÇÃO DO GÁSÇÃO DO GÁSÇÃO DO GÁS

Fonte: Randy Russell (2007). Nuvenspodem praticamente dobrar o albedo daTerra de 15% (sem nuvens) para 31%, esão responsáveis pela reflexão de 17% daenergia solar incidente de volta para oespaço, evitando que gere calor.

ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

GASES DA CAMADA GEEGASES DA CAMADA GEEGASES DA CAMADA GEEGASES DA CAMADA GEEGASES DA CAMADA GEE

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50%, e outros, como a variação naintensidade do sol, por mais 10% a20%). Somente 1/3 da Terra são am-bientes terrestres, e 40% ou mais des-tes são áreas desérticas, semi-áridas,degradadas, gerando pulsos de calorem excesso. Mesmo áreas não consi-deradas degradadas, agrícolas, inclu-sive no Brasil, podem gerar calor emexcesso no inverno seco, quando semcobertura vegetal permanente vapo-rizando água”.

Copenhague Vem Aí - Copenhague Vem Aí - Copenhague Vem Aí - Copenhague Vem Aí - Copenhague Vem Aí - Ouseja, depois desse encontro, se for con-firmada a “culpabilidade” do CO2,mesmo que sem provas, apenas consi-derando os indícios e as suspeitas dasprovas ditas circunstanciais, já consa-gradas pela reunião de Kyioto, vamostentar conquistar a “economia de bai-xo carbono”. A Europa já tem antoló-gicos projetos de lei aprovados em al-guns países, para multar pesadamenteos emissores exagerados de CO2 e co-brar impostos adicionais dos tradicio-nais “criminosos ecológicos” que nãoreduzirem suas emissões. A ideia é aca-bar com os cassinos das bolsas onde secompra penitência por emissão deCO2.

Entretanto, recentemente, numseminário em Brasília, que reuniuempresários agrícolas, ambientalistase gente do governo, tive notícias deuma das conclusões do seminário, emalto e bom som, e de bom senso: “Am-bientalistas e agricultores concordamque a ciência deve mediar o debateentre os dois setores”. Ou seja, oscontendores, pelos menos os líderes,não aguentam mais tanto bate-bocainútil e publicitário sobre a sustenta-

bilidade, e pedem socorro aos cientis-tas. Os cientistas se fingem de mortos,o assunto parece que não é com eles.

A mídia não deu bola para opedido de SOS daquelas lideranças.Enquanto isso Copenhague vai seaproximando, sem definições prévias,sem acordos, sem ajustes, sem con-senso.

(Nota de Odo Primavesi: muitoscientistas, por serem especialistas, epor terem uma visão mais ampla e deconjunto global, estão desesperadosem ver que seus clamores não sãoouvidos, pois o que vale é a decisãopolítica norteada por interesses econô-micos de curto prazo, e que poucoligam para o médio e longo prazo. Oúnico segmento da sociedade quepode levar ao rumo certo é a iniciativaprivada (empresários e financistas),devendo estar cientes de que mudan-ças são investimentos, e envolvemsacrifícios, mas que em mutirão, emrede integrada regional e global,levarão aos resultados esperados, comlucros sustentáveis).

Corre-se o perigo, no pós Cope-nhague, da seguinte situação paradig-

mática: toda atividade humana emis-sora de CO2 será coibida. É fácil ima-ginar multas e impostos a quem respi-rar (pois emite CO2), inclusive na prá-tica da corrida matinal. Por enquanto,apenas os automóveis dos egoístaspoderiam ser poupados, enquantonão chegam os combustíveis gasosos,à base de hidrogênio. Problema seráquando alguns cientistas e jornalistasdescobrirem que as árvores e plantasem geral, no período noturno, emi-tem parte do CO2, ao invés de resga-tarem o mesmo como fazem duranteo dia. Quem sabe alguém da grandemídia põe o problema em debate eacabe com essa unanimidade infanti-lizada que está se tornando uma ver-dadeira hipocrisia internacional.

O carbono faz parte, a menorparte do problema. Boas práticas demanejo dos solos (urbano e rural) po-deriam reduzir os maiores problemas.Enquanto isso, cresce de forma acele-rada o aumento de áreas degradadas,geradoras de calor. As vilãs são as pas-tagens mantidas sob superpastoreio(foto abaixo). E a erosão hídrica eeólica.

ÁsiaÁfricaEuropaAmérica N+CAmérica SulOceaniaGlobal

EXTENSÕES DE ÁREAS SECAS POR CONTINENTE EXTENSÕES DE ÁREAS SECAS POR CONTINENTE EXTENSÕES DE ÁREAS SECAS POR CONTINENTE EXTENSÕES DE ÁREAS SECAS POR CONTINENTE EXTENSÕES DE ÁREAS SECAS POR CONTINENTE 11111

CONTINENTE

1.657,781.298,11

218,03517,07378,61708,95

4.778,55Fonte: FAO (2002). Em milhões de hectares.

total áridosemi-árido

sub-úmido

árido

704,3467,6

0,34,275,97

459,51.641,94

727,97611,35

94,26130,71122,43211,20

1.897,92

225,51219,16123,47382,09250,21

38,241.238,68

semi-árido

sub-úmido

25,4816,21

0,016,097,11

59,72-

26,3421,20

1,7417,8214,5427,42

-

8,167,602,274,275,974,97

-

EXTENSÃO VALOR RELATIVO (%)

Pastagens NaturaisLavourasÁreas IrrigadasTotal

TIPOS DE PAISAGEMDEGRADADA

757216

431.106

ÁREA 1

FONTES: 1 - UNEP (1991), 2 - Oldeman &van Lynden (1998).

ESTIMATIVA DE DESERTIFICA-ESTIMATIVA DE DESERTIFICA-ESTIMATIVA DE DESERTIFICA-ESTIMATIVA DE DESERTIFICA-ESTIMATIVA DE DESERTIFICA-ÇÃO (excluindo áreas hipersecas)ÇÃO (excluindo áreas hipersecas)ÇÃO (excluindo áreas hipersecas)ÇÃO (excluindo áreas hipersecas)ÇÃO (excluindo áreas hipersecas)

TIPOS DE DEGRA-DAÇÃO DE SOLO

ÁREA 2

Erosão HídricaErosão EólicaQuímicaFísicaTotal

47851311135

1.137

ESPECIAL: “Agricultura e Meio Ambiente”

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2626262626JAN/2010

CAFÉ 1

PREÇOS AGRÍCOLAS

MÊS 2008 2009 2010

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

267,84285,19263,28256,35254,84255,76250,52248,86

261,58256,84261,28262,04

268,41269,58262,60

260,10 268,02256,64247,50255,34254,29262,20262,20281,57

ARÁBICA CONILON

209,73221,46228,62222,44211,49211,29216,55214,21217,32220,28222,18225,11

227,66224,07212,57212,57197,13188,45180,09186,13188,89180,77180,77176,41

CANA-DE-AÇÚCAR

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

26,4626,5526,7427,7127,5326,9326,9727,0227,4128,0228,5428,97

29,4429,9830,3832,5231,4930,8831,3331,8132,7133,8734,7835,67

CAMPO 1 ESTEIRA 2

278,21 174,32

2008 2009 2010

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq 1 - Saca 60kg, em R$ FONTE: UDOP 1 - 109,19 kg ATR; 2 - 121,97 kg ATR. Em R$/ton

MÊS 2008 2009 2010 2008 2009 2010

32,8833,4933,9336,3235,1834,4934,9935,5336,5437,8338,8539,85

29,5529,6629,8730,9530,7530,0830,1330,1930,6131,3031,8832,36

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

74,6174,8576,1977,2480,5291,5392,7992,0588,8290,7988,3982,20

75,4175,6077,0278,1181,5292,6193,8993,0089,9492,1589,5783,41

vista

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq 1 - Arroba (15kg), em R$

prazo

2008

vista prazo

2009

vista prazo

2010

84,0181,5477,5480,0379,4780,8581,3977,9277,2577,1874,3574,64

85,3582,5478,5180,9380,3281,6882,2878,9878,5878,6175,7175,66

76,03 77,08

BEZERRO 1

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

493,19504,14517,13551,69623,64712,18751,58740,16726,05716,86702,55659,71

186,40186,20187,01187,22187,11187,44187,03185,83185,61185,55185,28186,17

vista 1

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq 1 - Cabeça, em R$; 2 - em kg

peso 22008 2009 2010

636,23627,96634,15651,69633,71648,49638,08615,85607,08596,24592,23593,97

186,21186,22186,82188,46188,39191,75191,75187,65194,29186,79187,09185,99

584,58 183,72

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

30,9327,7927,1926,6227,4326,8827,7624,5623,7822,3220,5120,75

23,6722,2620,6221,2922,2522,2420,5519,4219,1320,6020,4120,02

MILHO 1 SOJA 1

MÊS 2008 2009 2010 2008 2009 2010

49,2147,5645,3547,9550,3949,8947,8348,2046,0744,6746,0742,87

46,2347,7145,8344,3344,7049,9950,5844,7046,0844,6345,1344,61

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

0,3730,3870,440

-0,4760,4730,5050,5080,4760,5080,5000,537

MÊS

0,5990,5500,5530,5620,6000,6410,6830,6890,6720,6350,6020,532

0,6350,6150,5850,6700,7600,7390,7330,7030,6960,6060,5770,588

vista 1 peso 2vista 1 peso 2

20,30

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq 1 - Saca de 15kg, em R$

42,36

FONTE: FAESP / AEX Consultoria 1 - Litro. Reg Franca, em R$

ESTADO DE SP - REGIÃO DE FRANCA 1

2005 2006 2007 2008 2009 2010

0,5350,5350,5600,5350,5890,5800,6500,7800,7750,7750,6550,640

0,4910,4720,5100,5200,5380,5340,5160,4380,4480,4480,4010,310

000

BEZERRO 1BOI GORDO 1

MILHO e SOJA 1 LEITE C 1

Page 27: Edição 42 - Revista de Agronegócios - Janeiro/2010

2727272727JAN/2010

LIVROS, VÍDEOS, DOCUMENTÁRIOSCERTIFICAÇÃO

AGRÍCOLAAutor: Engº AgrºDr. Silvio Rober-to PenteadoEditora: ViaOrgânicaContato: www.agrorganica.com.brTel: (19) 3232-1562

Este livro apresenta todos os passospara proceder a certificação de umapropriedade e obter o selo orgânico.Traz informações completas sobre oprocesso e fases da certificação einspeção orgânica. Os dados sãocompletos, inclusive com endereço decertificadoras, custos de certificação,modelo de plano de certificação, etc.Atualizado em 2009, apresenta o novoregulamento e instrução normativa dalei orgânica. Apresenta os principaistipos de selos Eco-Sociais e Selos deQualidade, como Eurep Gap, Aphi,Sio14001, HACCP, BRC Global Standart,PIF e outros. Saiba como funciona oMercado Justo, a Certificação Florestal,a Certificação Animal Sisbov.

A GRANDE FARSA DOAQUECIMENTO GLOBAL

Diretor: MartinDunkin (Canal 4 -Inglaterra)

Este documentário foilançado em março de2009 defende quenão é a emissão ex-cessiva de carbonona atmosfera prove-niente da queima de

combustíveis fósseis a causa das mu-danças climáticas. A atividade do Sol seriaa maior responsável pelo aquecimentoglobal. Conta com depoimentos de pes-soas conhecidas no mundo científico eambiental, como o editor chefe da revistainglesa New Scientist, Nigel Calder ePatrick Moore, ex-fundador do Green-peace e Richard Lindzen, professor demeteorologia do Massachusetts Instituteof Technology (MIT). O documentário de-fende que o consenso acerca das alte-rações climáticas é o produto de ”uma in-dústria de milhares de milhões de dólares,criada e financiada por políticos (Marga-ret Tatcher e George Bush “pai”) e apoi-ada pela mídia, ambientalistas e cientis-tas à procura de fundos de pesquisa”.

CERRADO - Corretivos eFertilizantes em Pastagens

Autor: GeraldoMartha e outrosEditora: Em-brapaContato: www.agrolivros.com.brTel: (51) 3402-3415

A publicação a-borda a importância dos principais ele-mentos minerais, e as recomendaçõesde adubação de acordo com a intensi-dade de uso e tipo de solo. Da formacomo estão descritas, as recomenda-ções, se forem seguidas adequada-mente, contribuirão para o melhoramen-to e a recuperação da capacidade pro-dutiva das pastagens cultivadas, o queauxiliará não apenas o pecuarista, mastambém produtores que necessitamrestabelecer a capacidade produtivadas pastagens na forma direta ou pelosistema de integração lavoura-pecuária.Aumentar a produtividade para reduziros custos médios de produção é aescolha mais viável para o pecuaristamanter a lucratividade da propriedade.

AGENDA DE EVENTOSFEVEREIRO

XXXIII CONGRESSO PAULISTA DEFITOPATOLOGIADias: 02 a 04/02. ESALQ e AssociaçãoPaulista de Fitopatologia. Local: FA-FRAM - Faculdade “Francisco Maeda”.Ituverava (SP). Tel: (16) 3729-9060.Contato: www.cpfito.com.br.

CURSO DE FORMAÇÃO DE CLAS-SIFICADORES DE PRODUTOS VE-GETAIS (MILHO, SOJA E SORGO)Dias: 22/02 a 06/03. CENTREINAR. Lo-cal: CENTREINAR. Viçosa (MG). Tel: (31)3891-2270 / 3891-8380. Contato:www.centreinar.com.br.

I SIMPOSIO BRAS SOBRE PALMEIRASPRODUTORAS DE PALMITODias: 23/02 a 25/03. FUNEP. Local:Centro Convenções UNESP/FCAV.Jaboticabal (SP). Tel: (16) 3209-1303.Contato: www.funep.com.br.

CURSO DE SUSTENTABILIDADE DOAGRONEGÓCIO CAFÉDias: 25/02. Universidade do Café. Lo-cal: Centro de Excelência do Café doCerrado. Patrocínio (MG). Tel: (11) 3722-2034. Contato: www.unilly.com.br.

IV ENCONTRO REGIONAL DE PLANTIODIRETO NA PALHADia: 25/02. APTA. Local: Campinas (SP).Tel: (15) 3251-4230. Contato:www.aptaregional.sp.gov.br.

44ª EMAPA - Exposição Agropecuáriade AvaréDia: 27/02 a 15/03. Prefeitura. Local:Parque de Exposições “Cruz Pimentel”,Avaré (SP). Tel: (14) 3732-1608.Contato: www.emapaavare.com.br.

MARÇOSIMCAFÉ - 2º Simpósio do Agronegó-cio Café da Alta MogianaDias: a definir. COCAPEC. Local: Franca(SP). Tel: (16) 3711-6233. Contato:www.cocapec.com.br.

11º AGROCAFÉ - SIMPÓSIO NACIONALDO AGRONEGÓCIO CAFÉDias: 08 a 10/03. ASSOCAFÉ e AIBA.Local: Hotel Pestana. Salvador (BA). Tel:(71) 2102-6600. Contato: www.rdeventos.com.br/agrocafe.

7º FEINCO - Feira Internacional de Ca-prinos e OvinosDias: 09 a 13/03. Local: Centro de

Exposições Imigrantes. São Paulo (SP).Tel: (11) 5067-6767. Contato: www.feinco.com.br.

FEICANA e FEIBIO - Feira de Negó-cios do Setor de EnergiaDias: 09 a 11/03. Local: Recinto deExposições “Clibas de Almeida Prado”.Araçatuba (SP). Tel: (18) 3624-9655.Contato: www.feicana.com.br.

III DIA SOBRE GREENINGDia: 12/03. IAC. Local: Centro APTA deCitros Sylvio Moreira. Cordeirópolis(SP). Tel: (19) 3546-1399. Contato:www.iac.sp.gov.br.

47ª EXPASS - Exposição Agropecuá-ria de PassosDia: 17 a 20/03. Sindicato Rural. Lo-cal: Recinto de Exposições “AdolphoCoelho Lemos”. Passos (MG).Contato: www.sinruralpassos.com.br

11º CONGRESSO PANAMERICANODO LEITEDias: 22 a 25/03. FEPALE e FAEMG.Local: MinasCentro. Belo Horizonte(MG). Tel: (31) 2108-2121. Contato:www.congressofepale.com.

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