Edição 40

8
Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo www.pucsp.br Sobrevivente fala sobre perdão PUC-SP é premiada pela quinta vez consecutiva na categoria Administração e Negócios A ruandesa da etnia tutsi conseguiu escapar de seus perseguidores hutus Derdic O surdo e o mundo Immaculée Ilibagiza Guia do Estudante A Divisão de Educação e Reabilita- ção dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) firmou convênio com a Pre- feitura para o projeto O surdo e o mundo: línguas e linguagens. O tra- balho terá apoio financeiro do Fun- do Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad). |pág. 4 Um banheiro de 1m por 1,20m, durante três meses, com mais sete mulheres, rezando 27 terços por dia. Do outro lado da porta, um genocídio que matava cerca de 1 milhão de pessoas, a maioria da etnia tutsi, a mesma de Immaculée Ilibagiza e sua família. A guerra e a terrível experiência de Immacu- lée ocorreram em 1994, em Ruan- da, e envolveram também a etnia hutu. “Tivemos sinais de que havia problema, mas não acreditáva- mos que aquilo poderia acontecer daquela forma”, disse à platéia que lotou o auditório principal do Tuca para ouvir sua história, no dia 11/10. “Era uma tentativa de matar todos os tutsis. Antes, as- sassinavam políticos, chefes. Mas quando os conflitos começaram, virou um genocídio, uma tentativa de nos matar a todos. Mulheres, A PUC-SP é a melhor institui- ção na categoria Administração e Negócios, entre as instituições privadas do Brasil. A USP ficou na frente entre as públicas. A colocação, que repete o re- sultado de 2007, 2008, 2009 e 2010, foi obtida em 5/10, durante a entrega da 7ª edição do Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante. Em 2011, a publicação coordenou a avaliação de 10.392 cursos de 2.035 instituições de ensino superior de todo o Brasil. Do total de cursos, 4.329 foram estrelados. |pág. 5 Ano 3 Número 40 2ª quinzena outubro - 2011 Alunos orientaram adolescentes Medicina Cerca de 20 alunos do 4º ano de Medicina montaram o programa Clube da Luluzinha para atender adolescentes da Vila Sabiá (Soro- caba). O projeto se realiza por meio da disciplina de Prática e Atenção à Saúde (PAS). Nela, os alunos são Immaculée Ilibagiza, no palco do Tuca Thiago Pacheo crianças, famílias inteiras estavam sendo mortas”, relembrou. Quando saiu de seu esconderijo, Immaculée descobriu que sua fa- mília havia sido assassinada, sua casa estava destruída. Uma amiga de infância de sua mãe a acolheu. Estimulada por amigos, escreveu a história de seu absurdo e conse- guiu publicá-la. O livro, Sobrevivi para contar, foi traduzido em 27 línguas. |pág. 3 estimulados a desenvolver proje- tos de promoção à saúde a partir de dificuldades enfrentadas por determinadas comunidades. Os universitários orientam as meninas atendidas sobre sexua- lidade, profissão e cultura, entre outros assuntos. |pág. 7 Parto natural Para os defensores do nascimento natural, o parto ideal precisa de um tripé funcionar adequa- damente: a restituição do protagonismo da mulher no parto; uma atenção integrativa e holística do nascimento, que possui aspectos psicológicos, espirituais e emocionais; e a vinculação da medi- cina baseada somente em evidências, e não so- mente em procedimentos de rotina. Tais questões foram debatidas durante o Encontro de Humanização do Parto em Sorocaba, realizado pelo Movi- mento de Apoio a Humanização do Parto em Sorocaba (Mahp), no cam- pus Sorocaba, em 29/9. O evento abordou o protago- nismo da mulher no momento do Pesquisadores defendem mulheres parto – o chamado parto humani- zado, que critica o uso de tecno- logias e procedimentos desneces- sários em partos de baixo risco e ainda defende que o nascimento aconteça da maneira mais natural possível. |pág. 5 Thaís Polato / DCI Bruna Pretel Reitor abre a noite de premiações na Sala São Paulo Jovens da Vila Sabiá atendidas pelo Clube da Luluzinha Bete Andrade / DCI Santa Lucinda comemora o Dia das Crianças Bruna Pretel Grupo de Trabalho de Humani- zação do Hospital Santa Lucinda e equipe de voluntários do grupo Dispostos a Alegrar, dia 8/10, durante o espetáculo Palco Aber- to. A apresentação, em uma lona circense, teve como público as crianças internadas no hospital e atendidas pela Pastoral do Menor de Sorocaba. O intuito do evento foi celebrar o Dia das Crianças (12/10). |pág. 7 Bruna Pretel

description

Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Transcript of Edição 40

Jornal quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

www.pucsp.br

Sobrevivente fala sobre perdão

PUC-SP é premiada pela quinta vez consecutiva na categoria Administração e Negócios

A ruandesa da etnia tutsi conseguiu escapar de seus perseguidores hutus

Derdic

O surdo e o mundo

Immaculée Ilibagiza

Guia do Estudante

A Divisão de Educação e Reabilita-ção dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) firmou convênio com a Pre-feitura para o projeto O surdo e o mundo: línguas e linguagens. O tra-balho terá apoio financeiro do Fun-do Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad). |pág. 4

Um banheiro de 1m por 1,20m, durante três meses, com mais sete mulheres, rezando 27 terços por dia. Do outro lado da porta, um genocídio que matava cerca de 1 milhão de pessoas, a maioria da etnia tutsi, a mesma de Immaculée Ilibagiza e sua família. A guerra e a terrível experiência de Immacu-lée ocorreram em 1994, em Ruan-da, e envolveram também a etnia hutu.

“Tivemos sinais de que havia problema, mas não acreditáva-mos que aquilo poderia acontecer daquela forma”, disse à platéia que lotou o auditório principal do Tuca para ouvir sua história, no dia 11/10. “Era uma tentativa de matar todos os tutsis. Antes, as-sassinavam políticos, chefes. Mas quando os conflitos começaram, virou um genocídio, uma tentativa de nos matar a todos. Mulheres,

A PUC-SP é a melhor institui-ção na categoria Administração e Negócios, entre as instituições privadas do Brasil. A USP ficou na frente entre as públicas.

A colocação, que repete o re-sultado de 2007, 2008, 2009 e 2010, foi obtida em 5/10, durante a entrega da 7ª edição do Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante.

Em 2011, a publicação coordenou a avaliação de 10.392 cursos de 2.035 instituições de ensino superior de todo o Brasil. Do total de cursos, 4.329 foram estrelados. |pág. 5

Ano 3 • Número 40 2ª quinzena

outubro - 2011

Alunos orientaram adolescentes

Medicina

Cerca de 20 alunos do 4º ano de Medicina montaram o programa Clube da Luluzinha para atender adolescentes da Vila Sabiá (Soro-caba).

O projeto se realiza por meio da disciplina de Prática e Atenção à Saúde (PAS). Nela, os alunos são

Immaculée Ilibagiza, no palco do Tuca

Thiago Pacheo

crianças, famílias inteiras estavam sendo mortas”, relembrou.

Quando saiu de seu esconderijo, Immaculée descobriu que sua fa-mília havia sido assassinada, sua casa estava destruída. Uma amiga

de infância de sua mãe a acolheu. Estimulada por amigos, escreveu a história de seu absurdo e conse-guiu publicá-la. O livro, Sobrevivi para contar, foi traduzido em 27 línguas. |pág. 3

estimulados a desenvolver proje-tos de promoção à saúde a partir de dificuldades enfrentadas por determinadas comunidades.

Os universitários orientam as meninas atendidas sobre sexua-lidade, profissão e cultura, entre outros assuntos. |pág. 7

Parto natural

Para os defensores do nascimento natural, o parto ideal precisa de um tripé funcionar adequa-damente: a restituição do protagonismo da mulher no parto; uma atenção integrativa e holística do nascimento, que possui aspectos psicológicos, espirituais e emocionais; e a vinculação da medi-cina baseada somente em evidências, e não so-mente em procedimentos de rotina.

Tais questões foram debatidas durante o 1º Encontro de Humanização do Parto em Sorocaba, realizado pelo Movi-mento de Apoio a Humanização do Parto em Sorocaba (Mahp), no cam-pus Sorocaba, em 29/9.

O evento abordou o protago-nismo da mulher no momento do

Pesquisadores defendem mulheres

parto – o chamado parto humani-zado, que critica o uso de tecno-logias e procedimentos desneces-sários em partos de baixo risco e ainda defende que o nascimento aconteça da maneira mais natural possível. |pág. 5

Thaí

s Po

lato

/ D

CI

Brun

a Pr

etel

Reitor abre a noite de premiações na Sala São Paulo

Jovens da Vila Sabiá atendidas pelo Clube da Luluzinha

Bete

And

rade

/ D

CI

Santa Lucinda comemora o Dia das Crianças

Brun

a Pr

etel

Grupo de Trabalho de Humani-zação do Hospital Santa Lucinda e equipe de voluntários do grupo Dispostos a Alegrar, dia 8/10, durante o espetáculo Palco Aber-to. A apresentação, em uma lona

circense, teve como público as crianças internadas no hospital e atendidas pela Pastoral do Menor de Sorocaba. O intuito do evento foi celebrar o Dia das Crianças (12/10). |pág. 7

Brun

a Pr

etel

As atividades do campus Sorocaba ganham cada vez mais espaço no dia-a-dia da Universidade. Tal realidade, somada ao excelente trabalho da equipe de assessoria de imprensa SZS Comunicação – que trabalha para a Divisão de Comunicação Institucional naquele campus – traz como conseqüência uma maior visibilidade do campus no PUC-SP em Notícias.

Este número do jornal institucional é uma boa demonstração do que dizemos. Há notícias sobre diversas ações envolvendo professores, alunos e funcionários de Sorocaba, além do Hos-pital Santa Lucinda. Todas elas realizam a importante missão de levar benefícios à população local e regional, ao mesmo tempo em que informam a existência e a excelência dos cursos da PUC-SP.

Não há dúvida que as ações, as pesquisas e as campanhas realizadas em Sorocaba são a forma mais qualificada, em ter-mos de mídia jornalística, de divulgar que a Universidade pos-sui cursos de graduação e educação continuada em Sorocaba. Assim como no PUC em Notícias, os veículos locais e regionais fazem a divulgação das atividades realizadas por nossa comu-nidade acadêmica. O mais importante é que isso ocorre ao lon-go do ano, e não só em época de inscrições para o vestibular. Esperamos agora colher os resultados de todo esse trabalho.

Boa leitura!

www.pucsp.br

02Solidariedade

Campanha arrecada fundos para povos da África com fomeAção é feita na PUC-SP pela Pastoral Universitária, em parceria com outros setores

Editorial

Grão-chanceler: Dom Odilo Pedro SchererReitor: Dirceu de Mello Vice-reitor: Antonio Vico Mañas Pró-reitores: André Ramos Tavares (Pós-Graduação) Haydee Roveratti (Educação Continuada)Hélio Roberto Deliberador (Cultura e Relações Comunitárias) José Heleno Mariano (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão) Marina Graziela Feldmann (Graduação)Chefe de Gabinete: Claudio José Langroiva Pereira Diretora da Divisão de Comunicação Institucional: Eveline Denardi (MTb 27.655)Editora: Thaís Polato (MTb 30.176)Reportagem: Bete AndradeEveline Denardi Priscila Lacerda Thaís Polato Thiago Pacheco Assistente-administrativa: Vera LucasProjeto gráfico e Editoração: Núcleo de Mídias Digitais Impressão: Artgraph Tiragem: 2 mil exemplares Redação: Rua Monte Alegre, 984, sala T-34 Perdizes, São Paulo, SPCEP 05014-901Tel.: (11) 3670-8196E-mail: [email protected]

2ª quinzena de outubro - 2011

Thiago Pacheco

Os temas serão tratados em conferência promovida pelo C.A. Fênix (Fisioterapia, campus Barueri),nos dias 29/10 e 5/11, das 13 às 18h, na rua da Prata, 727. Saiba mais: www.pucsp.br/noticia.

Abordagens, técnicas e práticas

Reconhecimento

Consun aprova título de professora emérita para Mathilde Neder e Rosa Macedo

As professoras Mathilde Neder e Rosa Maria Stefa-nini de Macedo, ambas do Pós em Psicologia Clínica, receberão o título de pro-fessora emérita da PUC-SP. A homenagem foi aprovada em sessão ordinária do Con-selho Universitário (Consun), dia 28/9.

As duas outorgas de título seguem agora para apro-vação do grão-chanceler, cardeal Dom Odilo Pedro Scherer.

MATHILDE NEDER – “Ela é merecedora da homena-gem, por sua notável con-tribuição à Psicologia brasi-leira”, declarou a professora Maria Margarida Limena, relatora do processo de ou-

A Pastoral Universitária re-aliza, em outubro, a campa-nha SOS África, nos campi Perdizes, Consolação, San-tana e Barueri. O objetivo da campanha é arrecadar fun-dos para socorrer os milhões de africanos que sofrem com a pior seca dos últimos 60 anos, especialmente na re-gião chamada de “chifre da África” (região nordeste do continente, que compreende países como Somália, Ugan-da, Etiópia, Quênia, Djibuti e Eritréia). Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e da Agência da ONU para Refu-giados (ACNUR), a falta de ajuda alimentar deixa 3,6 mi-lhões de pessoas sob o risco da fome no sul da Somália; no total, mais de 12 milhões de pessoas estão sentindo os efeitos da estiagem.

Thiago Pacheco

Desde o dia 10/10, a equi-pe da Pastoral (com apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Re-lações Comunitárias, do Ser-viço Social da DRH e do Cen-tro de Ex-Alunos) apresenta a campanha aos setores ad-ministrativos e unidades aca-dêmicas. São distribuídos envelopes para professores e funcionários doarem quais-quer valores; os envelopes devem ser lacrados e depo-sitados, até o dia 31/10, em uma urna – no campus Perdi-

zes, a urna ficará na Tesou-raria (subsolo, prédio novo); nos campi Consolação, San-tana e Barueri, a urna ficará nas secretarias. No encer-ramento da campanha, dia 1º/11, os envelopes serão abertos e será feita a conta-gem do montante arrecada-do na Universidade. Os valo-res serão então depositados na conta geral da campanha SOS África.

A campanha está sendo realizada pela Cáritas In-

ternacional, e no Brasil é promovida pela Conferên-cia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e coordenada pela Cáritas Brasileira (enti-dade de promoção e atua-ção social que trabalha na defesa dos direitos huma-nos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sus-tentável solidário). Fundada no Brasil em 1956, a Cáritas Brasileira (composta por 176 entidades-membros espa-lhadas por todo país) integra a Rede Cáritas Internationa-lis, presente em 165 países e territórios.

torga do título à professora Mathilde Neder. “Neste ano, comemora 65 anos de bri-lhante carreira profissional, com expressiva produção científica e acadêmica. Pio-neira da Psicologia brasilei-ra, tanto na área acadêmica quanto na profissional, sua importância ultrapassa os limites da PUC-SP”, comple-tou.

Mathilde Neder graduou- se em Pedagogia pela USP, em 1946. Especializou-se em Psicologia Educacional pela USP, em 1947, e pela Faculdade de Filosofia, Ci-ências e Letras Sedes Sa-pientiae, em 1956; também se especializou em Psicolo-gia Clínica pela USP (1956). Concluiu seu mestrado em 1952, e seu doutorado em 1972 (ambos em Psicologia Clínica, na USP).

Começou a lecionar na PUC-SP em 1960, e desde 1976 dá aulas e orienta alu-nos de pós-graduação no Pós em Psicologia Clínica. Já orientou 24 mestrados e 15 doutorados. Trabalha nas seguintes linhas de pesquisa: questões de Psicodiagnósti-co, Psicoprofilaxia e Psicote-rapia; Psicoterapias breves e terapia familiar; Psicossomá-tica e Psicologia Hospitalar. Tem um livro publicado.

ROSA MACEDO – Em seu parecer sobre a concessão do título à professora Rosa Maria Stefanini de Macedo, o professor Marcos Masetto destacou o trabalho de “54 anos de docência e pesquisa em graduação e pós-gra-duação” da homenageada. Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia,

Participe

Na PUC-SP, para ter mais informações sobre a campanha SOS África basta ligar para o telefo-ne (11) 3670-8557.

Ciências e Letras São Bento (1956), Rosa Macedo tem especialização (1959) e dou-torado (1973) em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Tem três pós-doutorados: pela University of Massachussets (EUA, 1985), pela University of Illinois (EUA, 1987) e pela Fundación Interfas (Argenti-na, 1992).

Trabalha na PUC-SP desde 1957: foi assistente de pes-quisa (Diagnóstico Psicológi-co) no Instituto de Psicologia da PUC-SP até 1962, ano em que começou a dar au-las na graduação. Em 1976, iniciou as aulas e orientações no Pós em Psicologia Clínica. Já orientou 68 mestrados e 28 doutorados. Sua linha de pesquisa é a de Família (es-trutura, dinâmica, transfor-mações, atendimento). Tem sete livros publicados.

Estão abertas até 18/11 as inscrições para as áreas de Psicologia Hospitalar e Psicologia Clínica em Saúde Mental. Saiba mais: www.pucsp.br/noticia.

Aprimoramento profissional

www.pucsp.br

03Immaculée Ilibagiza

Sobrevivente do genocídio de Ruanda fala sobre perdão

Durante três meses, Im-maculée Ilibagiza se viu espremida entre dois ab-surdos. O primeiro era a guerra entre hutus e tutsis, duas etnias de Ruanda que, em 1994, começaram a re-solver gerações e gerações de diferenças e tensões com paus, lanças, facões, fuzis e bombas.

O segundo, absurdo que decorreu do absurdo, foi passar os meses do conflito se escondendo em um ba-nheiro de 1m por 1,20m ao lado de mais sete mulheres, como ela, tutsis. A guerra matou cerca de 1 milhão de pessoas, a maioria de tutsis – ela lembra que o próprio governo, na época, apoiou e estimulou a matança da etnia.

“Tivemos sinais de que havia problema, mas não acreditávamos que aquilo poderia acontecer daquela forma”, disse à platéia que lotou o auditório principal do Tuca para ouvir sua histó-ria, no dia 11/10. “Era uma tentativa de matar todos os tutsis. Antes, assassinavam políticos, chefes. Mas quan-do os conflitos começaram,

Thiago Pacheco

Immaculée, no Tuca: autora do livro Sobrevivi para contar

Bete

And

rade

/ D

CI

virou um genocídio, uma tentativa de nos matar a todos. Mulheres, crianças, famílias inteiras estavam sendo mortas”, relembrou.

ALDEIA – Immaculée estu-dava numa universidade e, quando o conflito estourou, voltou a sua aldeia. A situ-ação foi piorando, e seus pais decidiram escondê- la (Immaculée tinha três ir-mãos homens). “Meu pai

me deu um presente, um rosário. Percebi que seria a última vez que o veria”, contou. Um de seus irmãos se assustou com a decisão paterna de mandá-la se re-fugiar na casa de um pas-tor hutu. “‘Ele vai matá-la’, disse meu irmão. ‘Conheço aquele homem, isso não vai acontecer’, ele replicou. Meu pai me ensinou que é preciso confiar nas pessoas. Eu entendi o que ele quis di-

zer: que devemos tratá-las como queremos ser trata-dos”, declarou.

De fato, o pastor hutu não matou Immaculée e também acolheu outras mulheres e crianças tutsis. Escondeu-as no banheiro, e as alimentava com restos de comida de seus filhos. Liga-va o rádio por perto, para que elas tivessem notícias dos acontecimentos, e arru-mou uma bíblia para Imma-

culée. Naquele absurdo de 1m por 1,20m, ouviam os hutus procurando tutsis es-condidos para eliminá-los. E Immaculée rezava. 27 terços por dia, contabilizou. “Mas eu estava com raiva, ódio dos assassinos. Reza-va o ‘Pai-Nosso’ e, quando chegava à parte ‘perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido’, sentia uma coisa. Estava mentindo para Deus, então decidi pular essa parte”, contou.

CHANCE – O estratage-ma não funcionou. Imma-culée não se sentia bem com a decisão, e pediu a Deus para ensiná-la a per-doar. Pensava na história de Jesus Cristo, “que morreu por nada!”, e pensou que o sofrimento dele não era só para salvar as pessoas – mas também para dar um exemplo de como lidar com os outros. “‘Perdoem, eles não sabem o que fa-zem’, ele disse. Comecei a pensar nisso, e percebi que era o que acontecia com os assassinos: eles estavam bravos, cegos. Ganancio-sos, não viam a verdade. Não viam crianças, inocen-tes; viam cobras, baratas.

Quando entendi isso, co-mecei a rezar por eles, para que mudassem, que tives-sem alguma chance.” Mais leve, livre, disse, começou a pensar em seu futuro. Ainda no banheiro, passou a es-tudar inglês, pensando em um dia contar sua história para outras pessoas.

DESTRUIÇÃO – Quan-do saiu, descobriu que sua família inteira havia sido assassinada. Sua casa es-tava destruída, não tinha posses, amigos. Uma ami-ga de infância de sua mãe a acolheu em sua casa. Acabou conseguindo um emprego. Estimulada por amigos, escreveu a história de seu absurdo e conseguiu publicá-la.

O livro, Sobrevivi para contar, foi traduzido em 27 línguas, e hoje Imma-culée tem uma fundação que cuida de órfãos em seu país natal. “Somos todos iguais, choramos e rimos pelas mesmas razões”, dis-se como mensagem final à platéia do Tuca.

“Não importa o que acon-teceu com você, há espe-rança. Se eu consegui per-doar, você também pode”, defende.

Derdic promove paletra com Robert Wong

Bete

And

rade

/ D

CI

Evento: alunos e ex-integrantes de grupos armados do RJ

Bete

And

rade

/ D

CI

Immaculée, da etnia tutsi, escondeu-se com mais sete mulheres em um banheiro para escapar de seus perseguidores hutus

O consultor e escritor Ro-bert Wong realiza a pales-tra Desenvolvendo seu po-tencial e descobrindo seu dom, dia 17/10, no Tuca.

Wong é um dos mais des-tacados headhunters do mundo (revista The Eco-nomist) e sócio-presidente e fundador da empresa

Dia 4/10, o campus Per-dizes recebeu o evento Co-nexões Urbanas nas Uni-versidades – Afroreggae, com o debate Comandos. Participaram alunos e ex- integrantes de grupos ar-mados de favelas do Rio.

Na foto, João Paulo (ex- ADA), Carlos Alberto dos

Robert Wong Consultoria Executiva, eleita pela revis-ta Gestão & RH entre “As 100 Melhores Empresas Fornecedoras de RH”.

O evento foi promovido pela Divisão de Educação e Reabilitação dos Dis-túrbios da Comunicação (Derdic).

Santos “Fofo”, Norton Gui-marães, Robson Holmes (todos do projeto Empre-gabilidade) e Beto Chaves (coord. do Papo de Respon-sa – da Polícia Civil RJ, em parceria com o Grupo Cul-tural Afroreggae e apresen-tador do programa Papo de Polícia, do Multishow).

Notas

Nos dias 24 e 25/10, foi realizado o seminário inter-nacional Sistema Jurídico de Israel: Direito Judaico Antigo e Direito Israelense Moderno.

O evento ocorreu no audi-tório “Prof. Paulo de Barros Carvalho” (campus Perdi-zes) e contou com a presen-

O 19º Congresso Brasilei-ro de Fonoaudiologia e o 8º Congresso Internacional de Fonoaudiologia, promovi-dos pela Sociedade Brasilei-ra de Fonoaudiologia (SBFa) entre os dias 30/10 e 2/11, homenageará a professora Iêda Chaves Pacheco Russo.

A docente, que faleceu no início deste ano (5/1), for-mou-se em Fonoaudiologia

Sistema Jurídico de Israel

Homenagem a Iêda Russo

ça do Ministro da Suprema Corte de Israel, Elyakkim Rubeinstein, e da diretora do Departamento de Rela-ções Internacionais do Mi-nistério da Justiça de Israel, Marlene Mazel.

Mais informações podem ser obtidas no site www.pucsp.br/catedrajudaica.

pela PUC-SP (1971) e lecio-nava na Universidade desde 1974.

Entre 2008 e 2010, Iêda foi também presidente da Inter-national Society of Audiology (SBFa). Da SBFa, a profes-sora recebeu, em 2007, o prêmio Mérito Fonoaudioló-gico, e em 2009, o prêmio Destaque do Departamento Científico de Audição.

A Reitoria da Universidade Federal de Itajubá (Unifei, MG) procurou a Faculdade de Ciências Exatas e Tec-nológicas da PUC-SP para obter informações sobre a metodologia chamada Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), em seus no-vos cursos de Engenharia.

A PUC-SP foi pioneira na utilização dessa metodolo-gia e já tem experiência na utilização da abordagem de ensino na área das Enge-nharias.

Representantes da insti-tuição federal visitaram a PUC-SP para discutir parce-ria entre as universidades e foram recebidos pelo reitor Dirceu de Mello, em seu ga-binete, na tarde de 13/10.

Participaram do encontro, pela Unifei, os professores Renato de Aquino Faria Nu-nes (reitor), Paulo Shigueru Ide (vice-reitor), Luiz Lenar-th Gabriel (coordenador do curso de Engenharia de Controle e Automação), e pela PUC-SP, além do reitor

www.pucsp.br

04

Dia 26/10, às 19h, na Livraria da Vila (al. Lorena, 1731), acontece o lançamento dos livros Obrigações e Teoria Geral dos Contratos, coordenados por Renan Lotufo e Giovanni Ettore Nanni (Faculdade de Direito).

Direito Civil

xxxx

xxxx

x

sxc

Thiago Pacheco

EngenhariasUnifei (MG) quer parceira com a PUC-SP

Dirceu, os professores Luiz Carlos de Campos (diretor da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia, FCET) e Ely Antonio Tadeu Dirani (coordenador de Pesquisa).

PARCERIA – Foi a primei-ra reunião de uma agenda que está sendo discutida en-tre as duas instituições para firmar uma parceria no âm-bito das Engenharias.

A Unifei está iniciando as atividades de um novo cam-pus em Itabira (MG), com

nove cursos de Engenharia, e a Reitoria da instituição pretende implementar nes-sas graduações a metodo-logia ABP.

Para tanto, os representan-tes da Unifei entraram em contato com a direção da FCET, que tem sido pioneira na utilização e na pesquisa sobre as possibilidades de aplicação dessa metodolo-gia na área de Engenharia.

“Eu, o professor Dirani e a professora Ana Lúcia Man-rique apresentamos um

Thia

go P

ache

co /

DC

I

Reitor recebe professores em seu gabinete

trabalho sobre o uso dessa metodologia em cursos de Engenharia, em 2010, du-rante o Congresso Interna-cional sobre Aprendizagem Baseada em Projetos, rea-lizado pela USP-Leste. Um grupo de professores da Unifei, com a presença do reitor Faria Nunes, assistiu à nossa apresentação e se interessou pelo trabalho. A partir desse primeiro con-tato estamos formatando a parceria, com o objetivo de ir além do caráter aca-dêmico em nível de gradu-ação”, explica o professor Campos.

“Propusemos um trabalho conjunto em projetos e pes-quisas nas áreas das Enge-nharias. A Unifei possui ex-pertise em desenvolvimento de projetos de empreende-dorismo focados em Enge-nharia. Queremos discutir, planejar e aprender com eles os passos dessa abor-dagem em ensino de Enge-nharia, ao mesmo tempo em que forneceremos a eles nossas experiências em ABP”, finaliza o diretor da FCET.

Thaís Polato

Guia do EstudanteUniversidade é premiada em Administração e Negócios

A PUC-SP é a melhor insti-tuição na categoria Adminis-tração e Negócios, entre as instituições privadas do Brasil. A USP ficou na frente entre as públicas.

A colocação, que repete o resultado de 2007, 2008, 2009 e 2010, foi obtida na noite de 5/10, durante a en-trega da 7ª edição do Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante, da editora Abril.

O evento foi realizado na Sala São Paulo e revelou ain-

da como melhores universi-dades do Brasil, em 2011, a PUC-Minas e a USP.

A editora Abril tem como objetivo identificar, dissemi-nar e recompensar as me-lhores instituições de ensino superior brasileiras “estrela-das” na avaliação de cursos superiores feita pelo Guia do Estudante.

Em 2011, a redação do Guia coordenou a avaliação de 10.392 cursos de 2.035 instituições de ensino supe-rior de todo o Brasil. Do total de cursos, 4.329 foram es-trelados.

Thai

s Po

lato

/ D

CI

PUC-SP foi melhor em Administração e Negócios

Medicina

Grupo de alunos cria projeto para orientar adolescentes

Bruna Pretel

Cerca de 20 alunos do 4º ano do curso de Medicina, por meio da disciplina de Prá-tica e Atenção à Saúde (PAS) – na qual são estimulados a desenvolver projetos de pro-moção à saúde a partir de dificuldades enfrentadas por determinadas comunidades – montaram o programa Clu-be da Luluzinha para atender adolescentes da Vila Sabiá (Sorocaba).

O intuito da atividade é orientar as meninas atendi-das sobre gravidez na ado-lescência, sexualidade, méto-dos contraceptivos, profissão, cultura, entre outros assuntos. Para os alunos de Medicina Luiz Eduardo Flório Júnior, Denise Katsutani e Rodrigo Saad Rodrigues, o início do trabalho foi difícil pelo choque cultural. “Encontramos uma realidade diferente, mas con-seguimos passar muita infor-

mação para essas meninas”, conta Luiz Eduardo. “Fomos educadores, conseguimos es-tabelecer limites e isso, para o grupo de futuros médicos envolvidos, é uma vitória”, ressalta Denise.

Atividade leva informação a jovens da Vila Sabiá, em Sorocaba

Segundo o professor Luiz Ferraz de Sampaio Neto, essa vivência mostra para os es-tudantes uma realidade que será presenciada no cotidia-no. “Eles conseguiram pro-porcionar para as meninas

novas perspectivas. Hoje, elas têm novas propostas”, conta.

Para as garotas atendidas, o programa modificou aspectos de suas vidas. “Aprendi coisas aqui que não aprenderia na escola ou em casa e levarei

isso para o resto da vida”, afirma Sabrina Barbosa Bue-no de Barros.

De acordo com a enfermei-ra representante da Saúde da Família, Sueli Maria Ribeiro, que convive com a comu-nidade há alguns anos, os alunos da FCMS estão traba-lhando os sonhos dessas me-ninas. “Eles estão mostrando que é possível planejar o fu-turo e mostrar outras realida-des. Isso certamente estimula

as garotas a tentarem novas possibilidades”, declara.

Como reconhecimento do projeto, os alunos conquista-ram uma parceira com o Ro-tary Clube de Sorocaba Sul, que doou camisetas para as meninas e a equipe. A entre-ga aconteceu no último dia 3/10 e foi contagiante. “Esse projeto está totalmente liga-do ao nosso objetivo”, afirma Bruno Rossi, presidente do Rotary.

Estudantes e participantes do Clube da Luluzinha

Foto

s: B

runa

Pre

tel

Garotas recebem orientação sobre diversos assuntos

Universidade mineira busca experiência em Aprendizagem Baseada em Projetos

A equipe de Arbitragem Comercial Internacional da PUC-SP seleciona graduandos. Os interessados devem enviar e-mail para: [email protected].

Arbitragem Comercial Internacional

www.pucsp.br

05

Saúde

Encontro realizado no campus Sorocaba aborda o parto humanizado e suas questões

Para os defensores do nascimento natural, o parto ideal é o que tem a atenção humanizada, que precisa de um tripé para funcionar adequadamente: a restitui-ção do protagonismo do parto pela mulher; uma atenção integrativa e holísti-ca do nascimento, que pos-sui aspectos psicológicos, espirituais e emocionais; e a vinculação da medicina baseada somente em evi-dências, e não somente em procedimentos de rotina.

Essas e outras questões li-gadas ao tema foram deba-tidas durante o 1º Encontro de Humanização do Parto em Sorocaba, realizado pelo Movimento de Apoio a Humanização do Parto em Sorocaba (Mahp), no cam-pus Sorocaba, em 29/9.

O evento abordou o prota-gonismo da mulher no mo-mento do parto – o chama-do parto humanizado, que critica o uso de tecnologias e procedimentos desneces-sários em partos de baixo risco e ainda defende que o nascimento aconteça da maneira mais natural pos-sível.

Sérgio Said

Humanização no parto devolve protagonismo à mulher

AUTONOMIA – Mem-bro do Colegiado Nacional da Rede pela Humaniza-ção do Parto e Nascimento (Rehuna) e de mais quatro instituições internacionais, o ginecologista, obstetra e homeopata Ricardo Herbert Jones afirma que o maior

objetivo da humanização é devolver o parto à mulher. “Independente de classe so-cial, a mulher no Brasil não tem autonomia, não tem protagonismo no próprio parto”, revela Jones, que trabalha com a perspectiva humanística desde 1986.

Sérg

io S

aid

Gestante observa cartaz, em evento no campus Sorocaba

Também participaram do encontro a enfermeira obs-tetra Priscila Maria Colacio-ppo, que há sete anos aten-de partos domiciliares pela ONG Primaluz e a ginecolo-gista Mariana Simões, pio-neira na humanização do parto hospitalar em Campi-

nas. “O parto hoje é tirado da mulher. Temos que mu-dar essa visão, passar a ver que faz parte do processo natural e fisiológico dela. Faz parte do ciclo femini-no”, destaca Mariana.

ATRASO – Para Jones, a obstetrícia no Brasil é atra-sada em relação aos paí-ses europeus, do ponto de vista conceitual. “Um bom hospital de São Paulo vai ter a mesma estrutura de um hospital de Nova Iorque ou de um europeu. Mas, o debate brasileiro é atrasa-do, centrado na figura do médico, no hospital e nas doenças”, destaca.

O ginecologista explica que esse atraso é reflexo de anos da prática de um mo-delo importado dos Estados Unidos, onde o parto está centrado na figura do médi-co e não da gestante. “A pa-ciente é tratada como coisa, como objeto inanimado, que não tem voz, não tem vez, não tem opinião e não pode decidir sua própria história”, fala.

A principal causa para isso acontecer é que os médicos vêem as gestantes como doentes, incapazes de de-cidir pelo melhor. Como

os médicos são treinados para o uso de tecnologia, eles acabam desviando o olhar da fisiologia e pres-tando demasiada atenção à patologia. Na realidade, segundo Jones e Colaciop-po, a parturiente possui sim a capacidade de escolher o melhor para ela e o bebê, mas ainda é preciso se in-formar.

“A mulher tem capacidade para escolher o que é me-lhor para o parto dela, mas o sistema não permite mui-tas escolhas, deixando-as impostas às normas hos-pitalares. Porém, o correto seria deixá-la no comando. O médico não faz o parto, ele assiste e auxilia”, diz Ma-riana.

TECNOLOGIA – Jones explica que a humanização no nascimento não significa a desvalorização total do uso da tecnologia.

Pelo contrário, a humani-zação é uma síntese de dois paradigmas: de um lado a tecnocracia e de outro o na-turalismo.

“É possível unir os dois, mesmo porque a tecnologia sempre é bem vinda, mas somente quando é necessá-ria”, finaliza.

Hospital Santa Lucinda comemora Dia das Crianças

Brun

a Pr

etel

O Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) do Hospital Santa Lucinda, jun-tamente à equipe de volun-tários do grupo Dispostos a Alegrar, realizou, dia 8/10, o espetáculo Palco Aberto. A apresentação, em uma

lona circense, teve como pú-blico as crianças internadas no hospital e atendidas pela Pastoral do Menor de Soro-caba. O intuito do evento foi celebrar o Dia das Crianças (12/10).

A garotada presente pôde

aproveitar e se divertir com a apresentação circense do grupo, além de saborear pipoca, refrigerante, algo-dão doce e outros quitutes. Segundo a coordenação do GTH, a atividade buscou difundir uma nova cultura de humanização na rede hospitalar realizando uma ação socioeducativa para a comunidade. “Queremos proporcionar momentos de alegria para essas crianças”, conta Rosana Pimenta, coor-denadora do grupo.

Para César Ravacci e Mayra Bueno, voluntários do grupo Dispostos a Alegrar, a comemoração “é a melhor coisa que se pode fazer por essas crianças. Temos prazer em proporcionar essa ale-gria”, conta Mayra.

Notas

Prêmio Vestibular Pós

Foucault

Duas obras vencedoras do Prêmio Jabuti contam com ar-tigos de professores da PUC- SP. Multinacionais Brasileiras: Internacionalização, Inovação e Estratégia Global (Book-man), vencedor na categoria Economia, Administração e Negócios, traz texto do prof. Arnaldo M. Nogueira (coord. da Aministração) – um dos capítulos contém parte de pesquisa desenvolvido pelo docente no Pós em Adminis-tração. Já a obra Impresso no Brasil – Dois séculos de livros brasileiros (Ed. Unesp), melhor na categoria Comu-nicação, tem artigo da profa. Silvia Borelli (Pós em Ciências Sociais) – um dos capítulos é parte livre-docência da pro-fessora, defendida em 1996.

A PUC-SP oferecerá duas novas graduações no Ves-tibular Unificado PUC-SP 2012: Engenharia Civil e Es-tatística.

“A criação destes dois cur-sos explicita a renovação de áreas de conhecimento con-solidadas na Universidade. Inovar a partir de campos já tradicionais é um movi-mento fundamental para o desenvolvimento acadêmico de uma instituição de ensi-no superior, e uma marca de nossa PUC-SP”, observa a professora Marina Grazie-la Feldmann, pró-reitora de Graduação.

As inscrições para o proces-so seletivo estão abertas até 10/11, pelo site www.vestibu-lar.pucsp.br.

Até 11/11, estão abertas as inscrições aos cursos de pós- graduação (mestrado, mes-trado profissional e doutora-do). Ex-alunos não pagam a taxa de inscrição. Saiba mais em www.pucsp.br/pos.

O Pós e o Departamento de Filosofia promoveram, de 24 a 27/10, o 7º Colóquio In-ternacional Michel Foucault. Com o tema geral O Mesmo e o Outro. 50 anos de Histó-ria da Loucura (1961-2011), o evento comemora o cin-quentenário do livro História da loucura na idade clássica. Para saber mais sobre o Co-lóquio, acesse www.coloquio-foucault2011.com.br.

www.pucsp.br

06

Dia 31/10, às 16h, o professor Josep Catalã (Universidad Autònoma de Barcelona) ministra a palestra Imagem e Conhecimento, no campus Consolação. Informações: [email protected].

Josep Catalã

www.pucsp.br

07

Evento debateu a importância da conscientização para a doação de órgãos

Bruna Pretel

Doação de órgãos e tecidos

Liga de Cirurgia e HSL participam de simpósio

“Um ato que pode salvar muitas vidas”, assim as alu-nas Luciana Helena Benetti e Tatiane Benini definem a ati-tude de doar órgãos. Elas fo-ram representantes da Liga de Cirurgia Geral e Transplantes de Sorocaba (LCGTS) durante o IV Simpósio de Doação de Órgãos e Tecidos, realizado na noite de 27/9, no campus Sorocaba. A atividade marcou a abertura da 9ª Semana de Conscientização de Doação de Órgãos e Tecidos.

Entre os realizadores da Se-mana de Conscientização es-tão a PUC-SP, o Hospital Santa Lucinda, a Unimed Sorocaba, a Fundação TransPlante Vida, o Conjunto Hospitalar de So-rocaba, o Banco de Olhos de Sorocaba, entre outros. A Liga de Cirurgia Geral e Trans-plantes de Sorocaba (LCGTS), da Faculdade de Ciências Mé-dicas e da Saúde da PUC-SP, participa ativamente da orga-nização e realização de todas as atividades.

Para o início do simpósio,

foram convidados para com-por a mesa diretora da sole-nidade Paulo Húngaro Neto, diretor clínico do Hospital Unimed Sorocaba; Eduardo Luiz Cruells, representando o Hospital Santa Lucinda; Edil Vidal, do Banco de Olhos de Sorocaba (BOS); a enfermei-ra Simone Thomé, represen-

tando o Serviço de Procura de Órgãos para Transplantes (SPOT); Maria Helena Rodri-gues, representando o Rotary Clube Novos Tempos e o ve-reador Claudemir José Justis.

CAMPANHA – Uma ativi-dade pública, realizada no dia 1/10, num shopping de

Sorocaba, fechou a progra-mação que celebrou o Dia Nacional do Doador de Ór-gãos e Tecidos. Cerca de cin-co mil pessoas passaram pelo local, onde foram distribuídos brindes e material informati-vo sobre como se tornar um doador, entre outros. Além da Liga, a ação contou com a

Brun

a Pr

etel

Simpósio marca abertura de semana de debates

Apoio à Derdic pode dar desconto no Imposto de Renda

participação do Hospital San-ta Lucinda, da Unimed Soro-caba, do Banco de Olhos de Sorocaba e do Rotary.

Para a pedagoga Deise Pe-droso, a atividade estimula a reflexão. “Infelizmente, só lembramos que podemos nos tornar doadores e salvar vidas quando sentimos na pele ou em alguém próximo a nós essa necessidade. Eventos as-sim são muito importantes.”

Já o aposentado Odair Sanches, 66 anos, diz que o assunto deveria ser cons-tantemente abordado. “Acho que essas campanhas deve-riam acontecer todos os dias e a imprensa deveria noticiar mais. Só assim haveria mais doadores.”

A estudante de Propaganda e Marketing Larissa Vasconce-los Bittencourt já é uma doa-dora em potencial. “Minha família sabe que, quando eu morrer, pode doar meus órgãos. Sempre que posso, procuro influenciar outras pessoas a se tornarem doado-ras. Tornar-se um doador de órgãos é, antes de tudo, uma questão de cidadania.”

Priscila Lacerda

Educação de surdos

Derdic firma parceria com Prefeitura

No dia 3/10, a Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação (Derdic) firmou convênio com a Prefeitura de São Paulo para realização do projeto O surdo e o mundo: línguas e linguagens.

O projeto foi aprovado em 2º lugar entre os 35 selecio-nados para receber apoio financeiro direto do Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (Fumcad). As atividades pre-vistas no projeto (aulas de Língua Brasileira de Sinais, atividades expressivas cor-porais, informática e língua inglesa, da grade extracur-ricular da Escola Especial de Educação Básica da Derdic), começaram em outubro.

A cerimônia de assinatura do convênio, realizada na Praça Victor Civita (Pinhei-ros), reuniu as 29 entidades que receberão verba do Fu-mcad e a Prefeitura.

Pessoas físicas e jurídicas podem apoiar projetos do Fumcad, por meio de aba-timento de parte do imposto de renda pago à Receita Fe-deral (1% no caso de pesso-as jurídicas e 6% para pes-soas físicas). Dois projetos da Derdic podem receber doações: o Projeto Cida-dania: surdez e o mundo do trabalho (que beneficia 70 adolescentes surdos de baixa renda, com ativida-des relacionadas ao merca-

do de trabalho) e o Projeto saúde auditiva em crianças e adolescentes (que oferece atendimento em saúde au-ditiva a 200 crianças e ado-lescentes economicamente desfavorecidos).

APOIE – Para conhecer os projetos e saber como apoiar, acesse www.pucsp.br/derdic/fumcad ou entre em contato com a Derdic pelos telefones (11) 5908-8008 ou (11) 5908-7995.

Ace

rvo

DC

I

Notas

O professor Luiz Carlos de Campos (diretor da Fac. de Ciências Exatas e Tecnologia) participou, de 3 e 6/10, do 39º Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia, em Blumenau (SC). Saiba mais em www.pucsp.br/noticia.

A historiógrafa Viviane Tes-sitore, do Centro de Docu-mentação Científica (Cedic), foi designada pelo Ministério da Cultura para compor o Comitê Nacional Brasil do Programa Memória do Mun-do da Unesco, representando o segmento dos arquivos pri-vados. O mandato é para o biênio 2011-2013.

A Revista Brasileira de Inicia-ção Científica em Comunica-ção, para trabalhos de gra-duação em Comunicação, abre chamada de trabalhos para a próxima edição. Saiba mais em www.intercom.org.br/iniciacom.

Engenharia

Cedic

Iniciacom

Da Redação

Doutores da Alegria

Grupo volta com Roda Besteirológica

Os Doutores da Alegria apresentam sua Roda Bes-teirológica (foto) dia 30/10, no Tucarena.

O espetáculo é uma reu-nião de cenas extraídas do trabalho diário nos hospi-tais, levadas ao palco para adultos e crianças

A montagem, voltada para adultos e crianças, reúne 15 palhaços do elenco paulis-tano da ONG que, em du-plas e trios, apresentarão esquetes criados a partir das visitas aos leitos pediátricos dos hospitais.

INOVAÇÃO – Com um elenco de cerca de 45 pa-lhaços profissionais que atu-am em hospitais públicos de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, os Doutores da Alegria são re-conhecidos em todo o país por seu profissionalismo e inovação.

A organização recebeu

o Prêmio Criança 1997 da Fundação Abrinq pelos Di-reitos da Criança, foi incluí- da três vezes na lista das 100 melhores práticas glo-bais da divisão Habitat da Organização das Nações Unidas e recebeu também o Prêmio Cultura e Saúde, concedido em junho de 2009 pelo Programa Cultu-ra Viva, iniciativa conjunta dos Ministérios da Cultura e Saúde.

AssistaTucarena30/1011hDuração: 60 min.

Ing.: R$ 20 e R$ 10

Recomendação: LivreInformaçõeswww.teatrotuca.com.br

Div

ulga

ção

www.pucsp.br

08

Doze jurados estão reunidos para decidir se condenam à morte na cadeira elétrica um jovem acusado de assassinar o pai. O espetáculo 12 ho-mens e uma sentença, de Re-ginald Rose, está em cartaz no Tucarena, num surpreendente exercício de argumentação e conflito de paixões acirradas.

A peça, que tem também duas versões para o cinema, com Henry Fonda e Jack Lem-mon, se tornou um clássico do teatro. A atual montagem já teve duas indicações ao Prêmio Shell (melhor diretor, Eduardo Tolentino; melhor ator, Norival Rizzo).

ELENCO – O elenco, de no-mes consagrados, traz os ato-res Adriano Bedin, Brian Peni-do, Ricardo Dantas, Zé Carlos Machado, Oswaldo Mendes, Augusto Cesar, Fernando Me-deiros, Haroldo Ferrari, Henri Pagnoncelli, Oswaldo Ávila, Riba Carlovich, Gustavo Tres-tini e Ivo Muller.

Peça mantém a atenção do espectador por duas horas

12 homens decidem destino de um jovem

Teatro

Dia 27/10, às 19h, a Videoteca exibe o documentário Lobão – não há estilo sem fracasso, seguido de debate com o diretor Fábio Sallva, no auditório “Paulo VI” (Biblioteca, térreo, prédio novo).

Lobão

Infantil

Villa-Lobos em cartaz no Tucarena

O musical infantil Villa- Lobos das crianças – Espe-táculo musical de cantigas populares, dirigido por IIa-cov Hillel, traz ao palco do Tucarena canções do folclo-re brasileiro. As obras foram recolhidas por Villa-Lobos, e segundo Iacov, para al-gumas canções, o maestro compôs uma introdução, enquanto em outras uma “parte B”.

Mais do que mostrar por-que essas músicas torna-ram-se cânticos clássicos, interessa à direção de Iacov “contextualizar e atualizar essas criações e os temas que explicitam ou sugerem”. Ele procura evitar um tom passadista ou demonstrati-vo, e quer manter o encan-tamento que agrada várias gerações.

Ao seguir o que Villa-Lo-bos dizia (“a melhor manei-ra de reeducar o espírito é aproximar-se das crianças, conviver com elas”), o es-

Montagem reúne canções do folclore brasileiro

petáculo espera contagiar também os adultos.

ELENCO – Com direção musical de Carlos Bauzys, a peça tem no elenco Fá-bio Saltini, Julia Duarte, Ri-cardo Monastero e Isabely Tomazi. Conta ainda com a participação de Viviane Go-doy (piano), Klayber Varela (clarinete e flauta), Daniel Rocha (violão, cavaquinho e sanfona) e Silvana Raazzan-te (fagote).

Artes Plásticas

Videoteca promove o projeto Interarte Cultura Campi Santana e Consolação receberão as obras em 2012

Pode ser vista até 1º/11, no campus Perdizes, a mos-tra Seguimentos, com es-culturas de Cássio Lázaro. A exposição faz parte do projeto Interarte Cultura PUC-SP, promovido pela Vi-deoteca, que realiza expo-sições itinerantes para unir culturalmente os campi da Universidade. “O aluno não precisa ir até a arte, ela tem que estar na Universidade. A função desse projeto é in-tegrar os campi e dar sub-sídios para o estudante am-pliar seu repertório”, explica a professora Ana Salles, co-ordenadora da Videoteca.

Seguimentos, que apresen-ta obras de todas as fases de Lázaro, é uma retrospec-tiva que conduz ao universo criativo do escultor e revela seu processo de criação em diferentes momentos – sem ... e também em frente ao Tuca, no campus Perdizes

Obras podem ser vistas no saguão da Biblioteca...

perder sua característica ex-pressiva, registrada em qua-se quatro décadas de ativi-dade artística. A exposição, que ainda pode ser vista no campus Perdizes (saguão da Biblioteca Nadir Kfoury), se-gue no próximo mês para o campus Barueri (prédio prin-cipal), e fica em cartaz de 9/11 a 3/12.

Dando continuidade ao projeto, o campus Perdizes recebe a partir de 8/11 a exposição de Giclée - A Arte: de Verdade, Benevolência e Tolerância, que apresenta reproduções de pinturas re-alizadas por artistas chine-ses torturados pelo governo chinês por praticarem um tipo de meditação chama-do Falum Dafa, e que hoje residem em Nova York. A exposição, que já foi vista em 40 países do mundo, é composta de 22 pinturas de 18 artistas, é gratuita e aberta ao público.

ESTRUTURA – Para o ano que vem, serão agregados ao projeto Interarte Cultura os campi Santana e Con-solação. “Esses dois campi ainda não tem estrutura física para receber exposi-

ções, mas as providências já estão sendo tomadas e ainda em 2012, eles serão incluídos no projeto”, conta a professora Regiane Cai-re, vice-coordenadora da Videoteca.

Bete Andrade

Foto

s: B

ete

And

rade

/DC

I

Div

ulga

ção

Assista

Villa-Lobos das crian-ças: Espetáculo musical de cantigas populares

Sábado e domingo, 16hTucarena (Rua Monte Ale gre, 1.024)50 minutos

www.teatrotuca.com.br

Assista

Tucarena (R. Monte Alegre, 1024)Sexta e sábado, 21hDomingo, 19h30100 minutos

Div

ulga

ção

Indicação: 12 anosSexta: R$ 40Sábado e domingo: R$ 50R$ 10 (PUC-SP)ingressorapido.com.br

12 homens e uma sentença