Edição 15
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CAIS DE LIGAÇÃO: 240 metros de comprimento 12 metros de calado 3 Portêineres Panamax
CAIS ÁGUA DE MENINOS: 377 metros de comprimento 15 metros de calado 3 Portêineres Super Post Panamax
Armazenagem alfandegadaArmazem Geral Ova e DesovaTomadas para contêiner refrigeradoDEPOT
SERVIÇOS:
+ 55 71 2106.1522 | www.teconsalvador.com.br @teconsalvador
O NORDESTE CONECTADO AO MUNDO
INFRAESTRUTURA DO TECON SALVADOR
CAIS DE LIGAÇÃO: 240 metros de comprimento 12 metros de calado 3 Portêineres Panamax
CAIS ÁGUA DE MENINOS: 377 metros de comprimento 15 metros de calado 3 Portêineres Super Post Panamax
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4 Primeira Página
Querido Leitor,
O ano de 2012 termina cheio de decepções e grandes expectativas
para 2013. Por isso, esta edição da revista Primeira Página traz
para você matérias que fazem uma análise do ano que está ter-
minando e comentam o que podemos esperar do ano que vem.
Para começar, leia a entrevista exclusiva com o novo prefeito de
Salvador, ACM Neto. Você verá, já nas primeiras linhas, uma
grande diferença entre o ex-candidato e o futuro prefeito.
Um dos grandes desafios do novo gestor certamente será a re-
cuperação do combalido turismo de lazer da capital baiana.
Por isso, confira nossa matéria sobre a pesquisa realizada pela
Fecomércio, que indica uma fuga de visitantes para o interior
do estado. Os números são realmente preocupantes. Entretanto,
ainda há quem aposte no segmento turístico. Prova disso você
lê na matéria sobre o Sotero Hotel, inaugurado recentemente em
Salvador.
Mas nem tudo é má notícia. O segmento supermercadista e o de
franquias estão obtendo bons resultados, com previsão de me-
lhorar ainda mais em 2013. Saiba mais nas nossas reportagens.
Por falar em crescimento, o PIB brasileiro deixou a desejar em
2012, mas promete muito em 2013. Entenda, nas próximas pági-
nas, o que causou o ritmo lento neste ano. Veja na matéria sobre
logística como a navegação de cabotagem pode impulsionar a
economia baiana e a brasileira de modo geral.
Como sempre, a Primeira Página traz matérias sobre recursos
humanos. Confira, então, a reportagem acerca da importância
de se manter uma boa relação com o chefe (e como reverter o
quadro, caso ela esteja em crise) e também a que trata das van-
tagens e desvantagens de profissionais autônomos e “celetistas”.
Profissionais da área emitem suas opiniões para você decidir se
quer continuar trabalhando com carteira assinada ou se prefere
partir para um “voo solo”.
A edição 15 da revista Primeira Página traz também denúncias
de torcedores contra a FIFA, o fortalecimento da aviação regional
na Bahia e a venda da Quantiq por US$ 500 milhões.
Boa leitura!
EDITORIAL
Marivaldo Teixeira Diretor
32 18
10
Turismo em Salvador recua 12% em dois anos, revela Fecomércio
Navegação de cabotagem no Brasil terá expansão de 64% até 2020
Entrevista exclusivacom o novo prefeito de Salvador, ACM Neto
SUMÁRIO
Capital baiana ganha hotel de categoria business superior
14 Setor supermerca-dista cresce im-pulsionado pelas grandes redes
22
Relacionamentocom o chefe édecisivo para sua carreira
24Mercado brasileiro de franchising aumenta 15% em 2012
28 Copa das Confede-rações: FIFAe Visa frustram torcedores
38 O que é melhor: ser autônomo ou ter a carteiraassinada?
42
6 Primeira Página
EXPEDIENTE
Revista bimestral, com distribuição dirigida ao meio empresarial e industrial
dos estados da Bahia e de Sergipe
Ano I I, Nº 15 | Novembro / Dezembro | 2012
DIRETORMarivaldo TeixeiraDEPTO. JURÍDICO
Marcos Antônio da C. PintoGERENTE FINANCEIRASonia Mª. Cunha Teixeira GERENTE COMERCIAL
Viviane TeixeiraGERENTE DE MARKETING
Eliza TeixeiraGERENTE ADMINISTRATIVA
Soraya Teixeira Pinto JORNALISTA RESPONSÁVELJan Penalva (DRT/BA 3672)
COLABORADORESLívio A. Wanderley
Gustavo QueirozLuiz Marins
Lúcio Vieira LimaPROJETO GRÁFICOGanesh Branding
CAPADa Vinci Computação Gráfica
DIAGRAMAÇÃORenato Souza
REVISÃO DE TEXTOSRita Canário
REVISÃO GERALSolon Cruz (DRT/BA 393)
FOTOSRômulo Portela
Rodrigo TagliaroDEPTO. DE CIRCULAÇÃOJean Fabian Alves Silva
WEB DESIGNERAntonio Carlos da S. Sales
IMPRESSÃOJacográfica Serv. Gráficos Ltda.
CNPJ: 34.248.187/0001-69
A Revista Primeira Página é uma publicação bimestral, de propriedade daJacográfica Serviços Gráficos Ltda. Conceitos e opiniões emitidos em artigos
assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores.
Próxima edição: fevereiro 2013Para receber gratuitamente a revista Primeira Página, envie email com o seu
endereço para [email protected]
Tel.: (71) 3288-0227 / (71) [email protected] | [email protected]
Av. Brigadeiro Mário Epinghaus, 33, Centro, Lauro de Freitas - Bahia. CEP 42.700-000
Ensaios Não Destrutivos eControle da Qualidade
Inspeção de Equipamentosconforme Nr13
Inspeção de DutosConsultoria de Soldagem
Gerenciamento deFiscalização de Obras
Sede: R. Miguel Valfredo Qd. 13 Lt. 188/189 42700-000 Lauro de Freitas BA
Tel.: (71) 3082-9298Cel.: (71) 8122-1423 | 8122-1410
Unidade Rio de Janeiro: Rua São Pedro 154 Sala 508 Centro 024020-052 Niterói RJ
Tel.: (21) 2621-7069(21) 7848-2745 | ID 81*36388
Unidade Recife: (81)3203-9392
Calibração de instrumentosde medição
e teste nas grandezas:Dimensional, Pressão,Força, Massa, Elétrica,
Temperatura e Umidade
Qualidade, Con�abilidadee Segurança
7Primeira Página
Sindileite quer isenção do ICMS até dezembro de 2013Por conta da seca que atinge 260
municípios baianos, a produção
de leite do estado deve apresentar
queda de 30% em 2012, segundo
estimativa do Sindicato das
Indústrias de Laticínios e Produtos
Derivados do Leite do Estado da
Bahia (Sindileite). Para mitigar
os danos causados pela estiagem,
a entidade pede que o governo
estadual prorrogue a isenção do
ICMS até dezembro de 2013.
CNI e SESI treinarão profissionais de setores que usam benzenoA Confederação Nacional da
Indústria (CNI) e o Serviço
Social da Indústria (Sesi)
desenvolverão, a partir do
próximo ano, treinamentos
de segurança e saúde com
empregadores e trabalhadores
de setores que usam benzeno. A
capacitação, obrigatória por lei, é
de 20 horas. O conteúdo do curso
contempla legislação e questões
médicas e de toxicologia. A lei
obriga que, no mínimo, 30% dos
integrantes de comissões internas
de prevenção de acidentes (Cipa)
de empresas que usam benzeno
em processos produtivos tenham
esse treinamento.
Mais fontes de energia para o MercosulA garantia do fornecimento
de energia elétrica nos países
da América Latina passa
pela complementaridade das
fontes de geração. A afirmação
é do presidente da Galvão
Energia, Otávio Silveira.
“Complementaridade dá mais
trabalho mas é o meio de garantir
maior segurança energética para o
Brasil”, afirmou Silveira.
Senai ganha Centro de DesignO Senai de Feira de Santana
inaugurou em dezembro o seu
Centro de Design. No local
serão oferecidos os serviços
de Impressão de Risco,
Digitalização e Desenvolvimento
de Modelagem, Graduação e
Design Estratégico. A iniciativa
é fruto da parceria do Senai
com o Sindicato da Indústria do
Vestuário de Feira de Santana e
Região (Sindvest).
Quatro de cada dez brasileiros fazem aplicações financeirasPesquisa encomendada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), para analisar
a vida financeira do brasileiro, revela que 39% dos consumidores
têm hábito de fazer aplicações periódicas. Destes, 27% optam pela
caderneta de poupança, 5% por outros tipos de investimento (títulos de
capitalização, CDB etc.) e 7% por ambos. O estudo ouviu consumidores
das 26 capitais brasileiras e do Distrito Federal.
Notícias veiculadas no site www.revistaprimeirapagina.com.br
Mande suas sugestões e comentários para [email protected]
BRASIL | CURTAS ONLINE
revistaprimeirapagina
@rprimeirapagina
8 Primeira Página
ENTREVISTA
ACM Neto: “O palanque político acabou”A postura agressiva para “defender Salvador” ficou para trás. O novo prefeito de Salvador agora adota uma postura mais conciliadora em seu discurso. Nada de promessas milagrosas ou ataques ao PT. “O palanque político acabou”, afirma o deputado federal em entrevista à revista Primeira Página.
Revista Primeira Página: Muito se falou, ao longo da campanha, sobre a impor-tância de um alinhamento entre os governos federal e estadual, para que Salva-dor voltasse a se reerguer.
No final, os eleitores esco-lheram o senhor, que não é tão alinhado a estes gover-nos como seu adversário, Nelson Pelegrino. O senhor acha que isto será um em-pecilho para receber os re-
cursos estaduais e federais de que a cidade tanto pre-cisa?ACM Neto: De maneira nenhu-
ma. Durante toda a campanha dei
exemplos de prefeitos “alinhados”
com o governo federal que reali-
Foto
: Lu
is A
lves
ACM Neto já se reuniu com o governador Jaques Wagner e a presidente Dilma Rousseff a fim de garantir verbas para Salvador
9Primeira Página
zaram péssimas administrações.
Por outro lado, também mostrei
administradores de partidos de
oposição que fizeram excelentes
trabalhos. O mais importante é ter
bons projetos, porque as verbas
existem. Agora, cabe ao prefei-
to buscar os recursos no governo
federal e em organismos interna-
cionais. É isso que eu vou fazer.
O palanque político acabou no
último dia 28 de outubro. Agora,
é trabalhar para recuperar a auto-
estima de Salvador.
PP: Salvador arrecada pou-co. Como fazer para melho-rar a arrecadação? ACM Neto: Para aumentar a ar-
recadação de Salvador é preciso
investir em informatização na
Secretaria da Fazenda, abrir con-
curso público para contratar mais
auditores fiscais, recuperar o que
for possível de créditos podres
e economizar com a revisão de
contratos e racionalização dos
recursos, por exemplo. Tudo isso
eu vou fazer. Não é razoável que,
em média, Salvador arrecade R$
800 milhões a menos que outras
capitais do Nordeste e R$ 1,3 bi-
lhão a menos que Recife. Com
muito trabalho, vamos mudar
este quadro.
PP: Os grandes empresá-rios devem temer a sua ges-tão, neste sentido? Haverá aumento de impostos?Os empresários podem ficar tran-
quilos com a minha administra-
ção, até porque meu foco é recu-
perar a cidade.
PP: O turismo de Salvador vem, ano a ano, perdendo espaço no cenário nacio-nal. O que o senhor preten-de fazer para reverter este quadro?ACM Neto: Trata-se de um proble-
ma crítico mesmo. Para mudar esta
realidade, vou revitalizar os prin-
cipais pontos turísticos da cidade,
recuperar e requalificar o trecho
que vai da Barra ao Porto de Salva-
dor, alavancar projetos a partir de
parcerias público-privadas, para re-
qualificar áreas importantes como
Pelourinho, Santo Antonio, Na-
zaré e Praça Castro Alves, dentre
outros. Também vou investir em
limpeza, iluminação, conservação
e segurança, além de retomar as
atrações culturais da cidade.
Eu gostaria de fazer dois carnavais
no ano da Copa do Mundo. Este
é o nosso maior diferencial em
relação às outras capitais. Quero
aproveitar a imprensa nacional e
a mundial, que estarão aqui. Va-
mos analisar o melhor local e har-
monizar a agenda dos jogos com
a agenda da cidade. O turista que
quer assistir aos jogos também
Não é razoável que, em média,
Salvador arrecade R$ 800 milhões a menos do que
outras capitais do Nordeste e R$ 1,3 bilhão a menos do
que Recife
quer se divertir. Por isso mesmo,
pretendo criar um calendário forte
e consistente de eventos na cidade
PP: O mercado imobiliário e o da construção civil es-tão ansiosos por sua chega-da à prefeitura. Como será a sua relação com esses segmentos? Que tipos de alterações o senhor fará no PDDU, na Louos e em rela-ção às Transcons?ACM Neto: Minha relação será a
melhor possível, como deve ser.
Disse muitas vezes, durante a cam-
panha, que a Louos foi aprovada
aos 45 minutos do segundo tempo,
e uma lei que mexe com toda a ci-
dade merece ser debatida à exaus-
tão. Este é o meu ponto de vista.
Também acho que as Transcons
precisam ser mais discutidas. É
evidente que vou respeitar a legis-
lação, e o que for feito será sempre
no sentido de melhorar o sistema.
Foto
: Lu
is A
lves
o novo prefeito promete aumentar a arrecadação municipal
10 Primeira Página
TURISMO I
Grupo Sagarana investe R$ 34 milhões em hotel na capital baiana
Apesar das reclamações recentes
do trade turístico baiano quanto à
situação de Salvador e consequente
“fuga” dos visitantes, alguns em-
presários ainda apostam na cidade
para realizar seus investimentos. É
o caso do presidente do Grupo Sa-
garana, Eugênio Barreto, que aca-
ba de inaugurar na capital baiana
o Sotero Hotel, de categoria busi-
ness superior. O grupo investiu R$
34 milhões no projeto, que gera 80
empregos diretos. Desse montante,
mais de R$ 15 milhões foram finan-
ciados pelo BNDES.
“Nossa expectativa é alcançar um
faturamento anual de R$ 9 milhões,
quando a operação estiver total-
mente consolidada e com uma taxa
de ocupação média esperada de
65%”, afirma Eugênio Barreto à Pri-
meira Página. O hotel fica próximo
ao Centro de Convenções de Sal-
vador e oferece 133 apartamentos
de alto padrão, distribuídos em 19
pavimentos, piscina, sauna, restau-
rante, bar, academia, auditórios, sa-
las moduláveis para eventos e salas
de reuniões. Uma das característi-
cas mais marcantes do Sotero Ho-
tel é a área útil dos apartamentos,
com 37 metros quadrados (o padrão
para hotéis desta categoria são 25
metros quadrados).
O executivo confirma que está ha-
vendo uma queda no turismo de
lazer em Salvador, mas diz que o
turismo de negócios segue uma di-
reção diferente. “Estamos em um
nicho de mercado que não está sen-
do atendido pelas grandes redes.
Os grandes hotéis de Salvador já
contam mais de 30 anos e não con-
seguem ter a nossa qualidade, por
mais reformas que façam”, garante.
Apesar de ser voltado para o turis-
mo de negócios e eventos, o hotel
também lucra com os períodos de
alta estação da capital baiana. Em
novembro, quando o empreendi-
mento ainda estava aberto em sis-
tema soft open, a ocupação chegou
a 100% no “feriadão” de 15 de no-
vembro. “E já estamos com a ocu-
pação esgotada para os períodos do
Festival de Verão e do carnaval”,
comemora o presidente.
Hotel é voltado para a categoria business superior
Foto
: D
ivul
gaçã
o
11Primeira Página
12 Primeira Página
INFRAESTRUTURA
Bahia põe em prática seu Plano de Desenvolvimento AeroportuárioJá se encontra em operação o Pla-
no de Desenvolvimento Aeropor-
tuário da Bahia. Segundo o chefe
de gabinete da Secretaria Estadual
de Infraestrutura, Marcus Caval-
canti, a ideia é estruturar uma
rede de aeroportos e pistas de pou-
so que alcance todo o território
baiano. Para atingir esta meta, o
governo do estado fará rodadas de
concessões de aproximadamente
22 terminais à iniciativa privada.
O primeiro aeroporto a ser licita-
do foi o de Feira de Santana, em
abril deste ano, e o Consórcio Ae-
roportos da Bahia, formado pelas
empresas UTC e Sinart, venceu a
concorrência. O próximo passo do
governo estadual será lançar os
editais dos aeroportos de Teixeira
de Freitas, Barreiras e Lençóis. Em
entrevista exclusiva à revista Pri-
meira Página, o coordenador do
desenvolvimento aeroportuário da
Seinfra, Denisson de Oliveira, re-
velou que só em Feira de Santana
serão investidos R$ 60 milhões de
reais, nos próximos 25 anos. “Ou-
tros 30 aeroportos receberão R$ 25
milhões apenas em 2013”, disse.
Investimentos do governoestadualEmbora a maior parte dos futuros
investimentos seja da iniciativa
privada, o governo do estado já
está atuando nos aeroportos. Em
outubro, os terminais de Barreiras,
Vitória da Conquista e Feira de
Santana ganharam caminhões de
combate a incêndio. Com os no-
vos equipamentos, os aeroportos
passam a ter condições de receber
aeronaves de maior porte, aumen-
tando a capacidade da aviação re-
gional.
A compra dos novos caminhões
também vai beneficiar as cidades
de Valença, Teixeira de Freitas e
Lençóis, que devem receber os ca-
minhões de menor porte que eram
usados em Barreiras e Vitória da
Conquista. “Com isso, poderemos
abrir voos regulares para Valença
e atender melhor à demanda gera-
da em todas essas regiões”, afirma
o vice-governador, Otto Alencar.
O investimento total foi de R$ 4,5
milhões.
Foto
: Se
com
Governo planeja estruturar uma rede de aeroportos no interior do estado
13Primeira Página
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14 Primeira Página
LOGÍSTICA
Navegação de cabotagem crescerá 8% ao ano nesta década
Relegada a terceiro plano no Brasil durante muitos anos, a cabotagem volta ao centro dos planos de logística das grandes companhias do País. O modal cresce, em média, 4% ao ano e, nos próximos oito anos, o transporte de contêineres deve alcançar um crescimento de 64%. “A explicação para esse crescimento é simples: a cabotagem é mais segura (principalmente com cargas que precisam de escolta), menos poluente, tem menor custo unitário e reduz o desgaste das malhas rodoviárias”, afirma o diretor de novos negócios do Instituto de Logísti-ca e Supply Chain (Ilos), João Araújo.
Transporte de contêineres crescerá 64% em oito anos
15Primeira Página
A cabotagem é competitiva prin-
cipalmente em trechos superiores
a 800 quilômetros, onde o ponto
de embarque e recebimento fique
próximo ao ponto de oferta ou con-
sumo. “Também é mais vantajosa
para o transporte de cargas que não
podem sofrer muitos movimentos”,
diz o especialista. Entre as cargas
mais indicadas para transporte por
mar estão produtos farmacêuticos,
bens de consumo de alto valor
agregado e combustíveis.
Problemas no marO modal, entretanto, também tem
suas limitações, com destaque
para a quantidade insuficiente de
escalas nas rotas, a necessidade de
concentrar grandes volumes para
embarque, a deficiência de infraes-
trutura dos portos brasileiros e o
tempo superior de viagem. O trans-
porte de um produto de Camaçari
a Santos, por exemplo, quando fei-
to por rodovia, leva entre quatro e
cinco dias; já por navegação, isso
pode demorar até oito dias.
João Araújo complementa que,
embora a cabotagem exija menos
investimentos em manutenção
(já que a “estrada” é o mar), ela
requer grande oferta de embarca-
ções. “Temos dificuldade de obter
navios e tripulações disponíveis
para atender à crescente deman-
da”, explica. A cabotagem, no
Brasil, só pode ser realizada em
navios de empresas brasileiras ou
em navios estrangeiros fretados
por empresas nacionais.
Também causa preocupação aos
armadores (empresas que fazem a
cabotagem) o alto custo de abaste-
cimento dos navios na costa brasi-
leira. Enquanto o combustível uti-
lizado na navegação internacional
é isento de tributação, nos navios
de cabotagem ele sofre incidências
de impostos que podem encarecê-
-lo em aproximadamente 25%. Há
também a grande morosidade e
burocracia no processo de trans-
bordo e desembaraço nos portos.
Outro problema da cabotagem é
a concorrência com navios de ou-
tras nações. “Os países estimulam
a navegação de longo curso e os
terminais portuários também pre-
ferem receber essas embarcações,
pois são mais rentáveis. Como te-
mos uma infraestrutura deficiente,
poucos berços, pátios e áreas de
movimentação, a navegação de
cabotagem termina perdendo es-
paço para a navegação de longo
curso”, conta.
Números do modalNo Brasil, a navegação de cabota-
gem responde por 9,6% do total
de toneladas movimentadas por
quilômetro útil (TKU), contra 20%
No Brasil, a navegação de
cabotagem responde por 9,6% do total
de toneladas movimentadas por
quilômetro útil (TKU)
16 Primeira Página
do transporte ferroviário e 65%
do rodoviário. Mas o represen-
tante do Ilos acredita que, pelas
características do País, a navega-
ção de cabotagem pode chegar a
abocanhar 20% desta fatia. “Em
seus 7.400 quilômetros de costa,
o Brasil possui mais de 30 portos
e terminais de uso privativo, com
uma grande concentração, ao lon-
go desta costa, dos setores produ-
tivo e consumidor. Em se tratando
da população brasileira, 80% vive
a até 200 quilômetros do litoral”,
argumenta.
O mundo de olho no BrasilA indústria naval do mundo in-
teiro acompanha com interesse
o mercado brasileiro, tanto na
construção de navios como nas
encomendas de sondas e plata-
formas para exploração marítima
de petróleo. "O empresariado e o
comércio marítimo internacional
estão de olho no Brasil. Somos o
mercado que mais cresce", diz o
presidente da Associação Brasi-
leira das Empresas de Construção
Naval e Offshore (Abenav), Au-
gusto Mendonça.
Segundo ele, “a construção naval
brasileira está em franca expansão
e vai ajudar na recuperação da
indústria em geral”. Como exem-
plo, citou que na época áurea da
indústria naval no País, na década
de 1970, os estaleiros emprega-
vam 40 mil pessoas; atualmente,
são 60 mil empregos diretos. “Va-
mos ultrapassar os 100 mil dentro
de três anos, no máximo”, afirma
Augusto.
De acordo com a Agência de No-
tícias Brasil, a frota brasileira con-
tabiliza 397 embarcações (navios
de longo curso, de cabotagem e
de navegação interior). A Agência
Nacional de Transportes Aquaviá-
rios (Antaq) estima demanda para
mil embarcações até 2020. Os
números da Antaq mostram que
o Brasil tem hoje a quarta maior
frota do mundo.
Foto
: D
ivul
gaçã
o
A cabotagem sofre a concorrência predatória da navegação de longo curso, diz João Araújo
17Primeira Página
18 Primeira Página
OPORTUNIDADE
Mercado de franquias deve fechar 2012 com crescimento de 15%Cada vez mais empreendedores estão deixando de lado o risco de abrir negócios indepen-dentes para aderir a uma forma de empreendimento que tem feito grande sucesso no Brasil: as franquias. O segmento deve terminar o ano de 2012 com crescimento de 15% e movimen-tação superior a R$ 100 bilhões. “Estamos vivendo um momento ótimo, com crescimento de dois dígitos em anos consecutivos, e ainda temos muito espaço para crescer”, afirma à Primeira Página a presidente do Grupo Bittencourt (pool de empresas que prestam consul-toria empresarial nas áreas de desenvolvimento e expansão de redes de franquias), Cláudia Bittencourt.
Foto
: Pa
vel L
osev
sky
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tolia
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Franchising movimenta mais de R$ 100 bilhões por ano
19Primeira Página
De acordo com ela, as áreas mais
atraentes no momento são as mi-
crofranquias (franquias com in-
vestimento de até R$ 50 mil) no
setor de serviços. “Tudo o que
oferece conveniência está em alta.
Temos obtido, por exemplo, gran-
des resultados com franquias de
limpeza, serviços domésticos, re-
paros e reforço escolar”, pontua.
Apesar do otimismo, Bittencourt
ressalta que abrir uma franquia
não é garantia de sucesso. “As va-
riações na economia sempre cau-
sam alguma preocupação, mas
não prevemos alterações signifi-
cativas em 2013”, afirma.
Como escolher sua franquiaA franquia traz ao franqueado
uma série de benefícios. O em-
preendedor diminui os riscos de
perdas financeiras, por estar tra-
balhando com uma marca con-
solidada, com suporte técnico e
em um mercado que já foi tes-
tado. Por outro lado, antes de se
associar a uma franchise, o em-
preendedor deve checar se o re-
torno financeiro estimado atende
suas expectativas e estar atento
ao capital de giro necessário para
manter o negócio até começar a
ter lucro.
A especialista explica que “é im-
portante também que o franquea-
do tenha o perfil do negócio que
está adotando. Se for no ramo de
varejo, é preciso ter facilidade
para atender e se relacionar com
o público. Já uma pessoa que não
gosta de trabalhar à noite, não
pode, por exemplo, abrir loja em
um shopping”. Além disso, o fran-
queado deve ser uma pessoa que
se sujeita facilmente a regras, já
que precisa seguir à risca as deter-
minações do franqueador. “Deve
também ser muito trabalhador.
Muitos franqueadores exigem que
o empresário franqueado fique
à frente do negócio”, diz Bitten-
court. Há ainda uma regra que
deve ser seguida por todos: antes
de fechar negócio, pesquise sobre
o franqueador e consulte outros
empresários que já fazem parte
da franquia sobre a relação com
a matriz e o tipo de suporte que
recebem.
Rede portuguesa de serviços chega ao BrasilAproveitando o ótimo momen-
to vivido pelo setor no Brasil, a
rede portuguesa Arranjos Express
chegou ao País para ampliar seus
negócios. A marca atua na cus-
tomização, desenvolvimento e
conserto de roupas e acessórios.
“Temos 30 franquias em Portugal
e decidimos internacionalizar os
negócios. Fizemos uma análise
dos mercados brasileiro, turco e
russo e concluímos que o Brasil
tem grande potencial, especial-
mente com o aumento da sua
classe média”, explica à revista
Primeira Página o diretor da fran-
quia, Paulo Jorge de Oliveira.
O empresário português tem me-
tas ambiciosas para sua franquia.
“Teremos, até 2015, cerca de 200
lojas abertas e 40 ou 50 franque-
ados em todo o País. Devemos
gerar cerca de mil empregos, em
uma estimativa conservadora”,
revela. Aderir à franquia custa, a
depender do ponto de venda, en-
tre R$ 110 e 140 mil. “Mas se o
espaço já estiver pronto, o inves-
timento é de R$ 70 mil, incluindo
os custos com taxa de franquia,
maquinário, softwares e hardwa-
res, estoque e projeto arquitetôni-
co”, conta Paulo.
O empresário estima que o retor-
no do investimento se dê entre o
oitavo e o décimo segundo mês
de atividade. O faturamento men-
sal de uma loja em um shopping
center é de aproximadamente R$
60 mil reais, contra R$ 30 mil em
uma loja de rua.
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: D
ivul
gaçã
o
Rede portuguesa Arranjos Express quer aproveitar bom momento brasileiro
Antes de fechar negócio, pesquise
sobre o franqueador e consulte outros empresários que
já fazem parte da franquia
20 Primeira Página
VAREJO
Setor supermercadista vive bom momento e deve crescer 5% em 2012Enquanto a indústria baiana patina e o PIB brasileiro decepciona os investidores, um setor da economia está em alta e com boas perspectivas para o futuro. Trata-se do segmento su-permercadista, que crescerá em 2012 cerca de 5% no Brasil. “Entre julho e outubro, a massa salarial subiu quase 5% acima da inflação, resultado tanto do aumento real da renda como da forte criação de empregos. O crescimento da massa de rendimento ajuda o desempenho do consumo e deve incrementar o faturamento do autosserviço neste fim de ano”, diz o pre-sidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.
O otimismo é compartilhado pelo
presidente da Associação Baiana
de Supermercados, Teobaldo Cos-
ta. “Na Bahia, teremos um desem-
penho ainda melhor. Vamos cres-
Cencosud, controladora do GBarbosa, teve faturamento superior a seis bilhões de reais em 2010
Foto
: Jo
sé F
alcã
o
cer 5% neste ano e, caso as taxas
de juros se mantenham baixas, o
setor expandirá em até 7% no ano
que vem”, conta com exclusivida-
de à revista Primeira Página.
Festas de fim de ano impulsio-nam o setorAs festas de fim de ano também
são esperadas com grande expec-
tativa. Pesquisa realizada pela
21Primeira Página
Abras revelou que o segmento es-
pera um aumento de 14,4% nas
vendas em relação ao mesmo pe-
ríodo do ano passado. A entidade
baiana, por sua vez afirma que
no estado esse aumento deve ser
ainda mais marcante, variando de
30% a 50%.
Os supermercadistas brasileiros
aumentaram as compras de qua-
se todos os produtos de Natal, em
relação ao mesmo período do ano
anterior. As exceções são o pernil
e o lombo, que tiveram queda nas
encomendas de -0,5% e -0,2%,
respectivamente. Os produtos
com maior percentual de aumen-
to nas encomendas foram peixe
congelado (alta de 19,7%), cerve-
ja(18,9%) e refrigerante (18,5%).
Os números expressivos são re-
sultado do crescimento da classe
média no Nordeste. “As classes
C e D estão tendo aumento real
de suas rendas. E parte desse au-
mento é direcionado à alimenta-
ção. Por esse motivo, hoje, o Nor-
deste é a região que mais cresce
no Brasil e, dentro dela, a Bahia
é o estado que se destaca”, come-
mora Costa.
A Bahia ocupa atualmente a 7ª
colocação no ranking nacional do
setor, com vendas de R$ 12 bilhões
ao ano. Em todo o Brasil, as vendas
anuais chegam a R$ 240 bilhões. O
segmento gera no País 368 mil em-
pregos, sendo 23 mil na Bahia. “Es-
tes são os trabalhadores registrados.
Mas estimamos que apenas metade
dos profissionais tenha carteira as-
sinada, então, na verdade, o setor
emprega aproximadamente 46 mil
pessoas no estado”, afirma o diretor.
DesafiosApesar do otimismo, o diretor faz
uma ressalva: “Não estamos satis-
feitos com esse crescimento. Se o
Brasil investir mais em infraestru-
tura e realizar uma ampla reforma
política e tributária, cresceremos
cerca de 8% ao ano”, diz. Outro
desafio do segmento é a falta de
mão de obra qualificada. O setor
tem um salário baixo, num cenário
em que as pessoas trabalham de
domingo a domingo.
A má remuneração é resultado da
pequena margem de lucro dos su-
permercados. “O turnover do setor é
muito grande. A empresa investe no
treinamento dos colaboradores, mas
nunca consegue manter uma equipe
por muito tempo”, reclama Costa.
Raio-x do segmentoNo ranking das maiores empresas
do setor, no Brasil, as três primei-
ras colocadas têm sede em São
Paulo. A liderança isolada fica com
a Companhia Brasileira de Distri-
buição (Grupo Pão de Açúcar),
dona das lojas Extra, que possui
quase 1600 lojas e faturou mais
de R$ 52 bilhões de reais em 2010.
Em seguida vem o Carrefour, com
faturamento de aproximadamente
R$ 29 bilhões, e em terceiro lugar
aparece o Walmart, com mais de
500 lojas e faturamento aproxima-
do de R$ 23 bilhões.
A quarta colocada no ranking
nacional e líder isolada da região
Nordeste é a rede Cencosud, dona
das marcas Gbarbosa, Perini e Mer-
cantil Rodrigues, dentre outras. A
rede teve faturamento superior a
R$ 6 bilhões em 2010. Nenhuma
rede sediada na Bahia aparece no
ranking das 20 maiores do Brasil.
A companhia melhor colocada (e
vice-líder na região Nordeste) é
a Empresa Baiana de Alimentos,
controladora da Cesta do Povo. A
Ebal aparece na 29ª colocação no
Na Bahia, teremos um desempenho ainda melhor.
Vamos crescer 5% neste ano
Grupo Pão de Açucar, dono da marca Extra, é a maior rede supermercadista do Brasil
Foto
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ivul
gaçã
o
22 Primeira Página
ranking nacional, com faturamen-
to bruto de R$ 603 milhões.
Outra baiana na lista, na 37ª posi-
ção, é a rede Atakarejo, com fatu-
ramento de R$ 479 milhões. Entre
as grandes do setor no estado se
encontram Rede Mix, com fatu-
ramento de R$ 206 milhões, Hi-
perideal, com 188 milhões, e Rio
Branco, com R$ 90 milhões.
Os supermercadistas contam
com importantes e inovadoras
ferramentas no novo portal da
Associação Brasileira de Super-
mercados (www.abras.com.br).
Uma das principais novidades é
o Banco de Informações de Tec-
nologia e Equipamentos para Su-
permercados (BITS), que facilita
o acesso dos empreendedores a
soluções tecnológicas para o seg-
mento.
Criado pelo Comitê de Inova-
ção e Tecnologia da Abras, o
BITS tem como proposta colo-
car com clareza o que softwares
e hardwares oferecem ao setor,
para facilitar as rotinas de gestão
e operação da loja e da empresa.
O superintendente da Abras, Tia-
raju Pires, esclarece que os pro-
dutos e serviços são analisados
pelo Comitê, antes da publicação
no site. “Nossa proposta é confe-
rir a clareza e objetividade desse
material, para que os executivos
do setor entendam as funções
oferecidas pelos fornecedores”,
afirma o superintendente.
O novo portal traz ainda a visu-
alização dos serviços da Esco-
la Nacional de Supermercados
(ENS). Centro de referência em
treinamento no setor, a ENS dis-
ponibiliza em sua página uma
série de cursos online gratuitos,
que permitem ao supermercadis-
ta a formação básica de sua mão
de obra, em qualquer parte do
Brasil, sem custos.
Outra novidade do portal é a
página do Programa de Rastre-
amento e Monitoramento de
Agrotóxicos (Rama), criado para
rastrear e monitorar o uso de
agrotóxicos em frutas, verduras
e legumes (FLV) nos supermer-
cados de todo o País.
Apesar dos números bilionários
das grandes redes, Teobaldo Costa
afirma que os pequenos supermer-
cados ainda têm papel importante
no setor. “As pequenas e médias
empresas são responsáveis por
quase 50% do faturamento do
segmento. É importante ressaltar
também que 70% dos mercados
estão nas periferias das grandes
cidades”, explica.
O diretor dá algumas dicas para
quem pensa em montar um su-
permercado independente. “O
diferencial do pequeno merca-
dista está na proximidade com o
cliente. O fundador do Walmart,
por exemplo, ficava na porta da
sua primeira loja, perguntando
o que o consumidor queria. O
pequeno comerciante tem esta
vantagem, que as grandes redes
não têm”, diz.
Outros conselhos envolvem, por
exemplo, ter o controle de tudo,
com informações detalhadas de
custos e ganhos, diariamente; ter
um layout atraente, com produtos
a preços atrativos e diversos ser-
viços dispostos na frente da loja.
Também é importante fazer par-
cerias com empresas, para contar
com promotores de produtos nos
corredores.
Cesta do Povo, da Ebal, é a empresa baiana com maior faturamento no ranking nacional
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Nova ferramenta para o setor
23Primeira Página
NEGÓCIOS
Braskem venderá Quantiq por mais de R$ 1 bilhãoA Braskem, maior petroquímica
da América Latina, está procu-
rando um comprador para sua
distribuidora de produtos quími-
cos e petroquímicos, a Quantiq.
A informação foi divulgada pela
agência de notícias internacional
Bloomberg. A agência manteve o
nome das fontes da informação
sob sigilo. O banco responsável
por encontrar potenciais compra-
dores é o Santander. A empresa
venderá a Quantiq por aproxima-
damente 500 milhões de dólares.
As empresas americanas Nexeo
Solutions e Univar, além da alemã
Brenntag, estão entre as possíveis
compradoras da unidade. Procu-
rada pela revista Primeira Página
para comentar o assunto, a asses-
soria da Braskem informou que
ninguém da empresa se dispôs a
dar entrevista.
A Quantiq (conhecida como
Ipiranga Química até o ano de
2008, quando foi comprada pela
Braskem) é a maior distribuidora
de produtos químicos e petroquí-
micos do Brasil e está entre as
20 maiores do mundo. A compa-
nhia, que atua em 52 segmentos
de mercado, com um portfólio de
mais de 800 produtos, possui cin-
co centros de distribuição no Bra-
sil (em Simões Filho/BA, Canoas/
RS, Guarulhos/SP, Mauá/SP e Du-
que de Caxias/RJ).
A Quantiq mantém ainda três
centros logísticos, além de tanca-
gem (local para armazenamen-
to de líquidos em tanques) nos
principais portos brasileiros. Em
2010, a empresa teve um fatu-
ramento bruto de R$ 697,2 mi-
lhões, com lucro operacional de
R$ 34 milhões.
Na sua divisão de químicos, a
empresa atua com a distribuição
de solventes, óleos, intermediá-
rios químicos, aditivos para lubri-
ficantes, polímeros e plásticos es-
peciais, especialidades químicas e
produtos formulados. Já a divisão
Lifescience atua com a distribui-
ção de especialidades químicas,
excipientes e princípios ativos
para os mercados de cosméticos,
farmacêutico, nutrição humana e
animal, aromas e fragrâncias.
A Quantiq é a maior distribuidora de produtos químicos e petroquímicos do Brasil
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o
24 Primeira Página
Copa das Confederações começa com trapalhada da FIFA e da Visa
DENÚNCIA
Desde que o Brasil foi eleito para sediar a Copa das Confederações de 2013 e a Copa do Mun-do de 2014, a FIFA tem feito, com razão, uma série de críticas ao País. No início de 2012, o secretário-geral da entidade, Jerome Valcke, chegou a afirmar que “o Brasil precisa de um chute no traseiro”. Mas, ao que parece, agora é a FIFA que não está fazendo a parte dela.
No dia 21 de novembro, a Federa-
ção iniciou a venda de ingressos
para a Copa das Confederações,
exclusivamente para clientes dos
cartões Visa. O que seria um mo-
mento de alegria para esses clien-
tes se transformou em uma grande
dor de cabeça, com problemas re-
latados por brasileiros que paga-
ram e ficaram sem os ingressos ou
que foram cobrados várias vezes
pela mesma entrada.
De acordo com as regras divulga-
das pela FIFA, a venda de ingres-
sos (feita pela internet) se daria
por ordem de chegada dos pedi-
dos. Entretanto, um problema no
sistema da prestadora de serviços
Torcedores tiveram valores debitados, mas não receberam ingressos para os jogos em Salvador
Foto
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Dia
s/Se
com
25Primeira Página
da entidade, a Match Services, dei-
xou muitos torcedores frustrados.
“Acessei o site fifa.com às 8h pon-
tualmente, horário em que come-
çou a venda. Selecionei o pacote
para todos os jogos em Salvador
e confirmei a compra. Deu erro
e tentei de novo. Novo erro. Fiz
uma terceira tentativa e deu outro
erro. Desisti de comprar, mas re-
cebi uma mensagem do cartão de
crédito dizendo que eu tinha feito
três compras no site fifa.com. O
site, entretanto, dizia que eu não
tinha feito compra nenhuma”, de-
nuncia o empresário Luigi Caval-
cante à revista Primeira Página.
Até o fechamento desta edição,
os débitos lançados no cartão de
crédito de Luigi ainda não haviam
sido estornados.
Assim como o empresário, outras
centenas de pessoas passaram
pelo mesmo problema. Um grupo
chegou a criar no facebook a pági-
na “Copa das Confederações: Vai
de Visa? Acho que não”. No iní-
cio de dezembro, o grupo já tinha
mais de 700 membros. Muitos in-
formaram que as compras haviam
sido estornadas dos seus cartões,
mas em contrapartida não pude-
ram fazer novas aquisições, já que
os ingressos foram esgotados.
“Este não é um problemada Visa”Em nota, a FIFA se desculpou
pelos transtornos, que atribuiu
a problemas técnicos no sistema
da empresa responsável pelos in-
gressos, a Match Service AG. Já a
Match apenas lamentou os “pro-
blemas técnicos” ocorridos.
Pressionada por seus clientes nas
redes sociais, a Visa (que assina
a promoção e criou a expectativa
entre os usuários de seus cartões
de crédito) divulgou uma nota que
irritou ainda mais os torcedores
brasileiros: “Estamos cientes dos
problemas ocorridos nas primei-
ras horas da pré-venda exclusiva
da Visa para a Copa das Confe-
derações da FIFA. A Visa não é a
empresa responsável pela venda
de ingressos da Copa das Confe-
derações. Este não é um problema
da Visa. A venda de ingressos para
a Copa das Confederações é uma
responsabilidade da Match, um
fornecedor da FIFA”.
De acordo com o especialista em
marketing e redes sociais Diogo
Francischini, a multinacional deu
a pior resposta possível. “Comuni-
cação não é o que se faz, mas o
que se ouve e o que se entende.
Ainda que o problema tenha sido
causado por outra empresa, os
prejudicados não foram os clientes
da Match nem os da FIFA. Foram
os clientes da Visa, que compra-
ram com seus cartões. Portanto, a
responsabilidade é, sim, da Visa”,
diz à Primeira Página.
Para ele, o simples estorno dos
débitos nos cartões não resolve
o problema. “Uma grande marca
tem de estar preparada para lidar
com esse tipo de situação. Tinha
de tratar as pessoas, vítimas do
erro, de maneira exclusiva e ga-
rantir que elas tivessem acesso
aos jogos que querem assistir, es-
pecialmente porque todo patroci-
nador tem sua cota de ingressos.
Essas entradas deveriam ter sido
disponibilizadas para os clientes
que foram prejudicados”, opina.
“A empresa sai com a imagem bas-
tante arranhada”, conclui.
Ainda que o problema tenha sido causado por outra empresa, os prejudicados não foram os clientes da Match nem os da FIFA. Foram os clientes da Visa
Dilma Rousseff participa de sorteio dos jogos da Copa das Confederações
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o/PR
26 Primeira Página
SAÚDE
O que é o câncer de peritônio?
A morte da apresentadora Hebe
Camargo, em setembro deste
ano, trouxe à cena uma doença
rara, sobre a qual poucas pessoas
já tinham ouvido falar ou possu-
íam alguma informação: câncer
de peritônio. Apesar de atingir
apenas 4,5 pessoas a cada 100
mil, a doença causa preocupação
principalmente por seu baixo
percentual de cura. Apenas 20%
dos doentes obtêm sucesso a lon-
go prazo. “Infelizmente, muitas
vezes, ou a doença não apresen-
ta sintomas ou os sintomas são
confundidos com um mal-estar
estomacal, atrasando o diagnós-
tico e diminuindo as chances de
sucesso do tratamento”, explica
a oncologista Aknar Calabrich à
revista Primeira Página.
O peritônio é uma membrana
que reveste e protege os órgãos
intestinais, permitindo o funcio-
namento adequado das vísceras
abdominais. O câncer de peritô-
nio pode ser primário, quando
tem origem na própria mem-
brana, ou secundário, quando
há uma migração de tumores
dos órgãos abdominais para a
membrana. Os sintomas mais
comuns da doença são disten-
são abdominal, desconforto, má
digestão, dificuldade de elimi-
nação das fezes ou flatulência,
dor abdominal, náuseas e vô-
mitos. Mas Aknar Calabrich faz
um alerta: “o câncer no peritônio
pode apresentar vários sintomas
ou nenhum desses”.
A doença costuma acontecer
com mais frequência em mu-
lheres acima dos 60 anos. “Mu-
lheres com câncer de ovário são
mais propensas a ter o câncer
primário. Fatores genéticos e o
histórico familiar também in-
fluenciam”, diz a especialista. O
diagnóstico é feito por meio da
observação clínica, exames de
sangue, urina, fezes e exames de
imagem. Se através dos exames
de imagem forem observados
nódulos no peritônio, realiza-
-se uma biópsia para confirmar
a existência da doença. O trata-
mento envolve sessões de qui-
mioterapia ou cirurgia para a re-
tirada dos tumores.
27Primeira Página
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EM UM SORRISO PERFEITO
28 Primeira Página
TURISMO II
Grandes operadoras confirmam crise do turismo em Salvador
Imagine se em apenas dois anos as vendas de sua empresa retraíssem 12%? Seria um cenário alarmante, não? Pois é exatamente isso que está acontecendo. Não com uma empresa, mas com todo o segmento do turismo de lazer em Salvador. Pesquisa realizada recentemente pela Câmara Empresarial de Turismo da Bahia (CET-BA), da Fecomércio-BA, revelou que o turis-mo de lazer na capital baiana está em franco encolhimento.
Cruzeiros podem amenizar o mau momento do setor
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29Primeira Página
A pesquisa colheu os dados de
pernoites vendidos para a Bahia,
pelas operadoras Montreal, RDC,
Bancorbrás e CVC. Esta última
- maior empresa brasileira de tu-
rismo, respondendo por 60% dos
pacotes turísticos comercializados
no Brasil – registrou uma redução
de 14% nos pernoites.
O ex-coordenador da CET-BA, Cí-
cero Sena, que esteve à frente da
entidade durante o estudo, descor-
tina um cenário ainda mais som-
brio. “Se você considerar que a po-
pulação continua crescendo e que
estamos vivendo um período de
expansão das classes C e D, a que-
da de importância de Salvador no
cenário nacional é ainda maior. Na
prática, a redução do turismo de
lazer na cidade chega aos 30%”,
diz à revista Primeira Página.
Problemas da cidade afastam visitantesSegundo Cícero Sena, há uma sé-
rie de fatores que contribuem para
a queda dos números, a começar
pelo estado de abandono da orla
da cidade. “O turismo de sol e
praia ainda é muito forte em cida-
des como a nossa, voltadas para
o mar. Só que não temos mais
nenhum tipo de apoio nas praias.
Decidiram simplesmente acabar
com as barracas de praia, em vez
de requalificá-las”, afirma.
Também enfrentamos problemas
decorrentes das dificuldades com
segurança pública (a Câmara Em-
presarial do Turismo afirma que a
Bahia tem um efetivo policial 36%
menor que o ideal) e mobilidade
urbana, além de um fator cultural.
“Os turistas hoje querem visitar lu-
gares que ofereçam lazer integra-
do, como Itacaré ou Porto Seguro,
que têm resorts. Em Salvador não
temos isso”, pontua Cícero Sena.
O ex-coordenador critica a falta de
divulgação, por parte da prefeitu-
ra, dos atrativos da cidade. “Hou-
ve uma acomodação do trade tu-
rístico. Os empresários passaram a
acreditar que o governo do estado
deveria fazer a divulgação da ci-
dade, mas o estado trata da Bahia
como um todo, pulveriza a comu-
nicação. A divulgação de Salvador
deve ser feita pelo órgão munici-
pal, só que isso não acontece há
dez ou 15 anos”, diz.
Números do interiorSe em Salvador os números são
assustadores, no interior do estado
o sentimento é misto. Porto Segu-
ro, principal destino comercializa-
do pelas operadoras pesquisadas
(59% das vendas), cresceu entre
2009 e 2011 impressionantes 32%.
Mata de São João, que abrange
destinos como Sauípe, Praia do
Forte e Imbassaí, teve desempenho
ainda melhor: 58% de aumento no
período. Entre as localidades que
vendem mais de 20 mil pernoites
por ano, o destaque negativo foi
Ilhéus, com redução de 18%.
CruzeirosAs expectativas do segmento turís-
tico baiano se voltam agora para a
alta estação de 2012/2013. Sem a
greve da Polícia Militar para atra-
palhar, espera-se que os números
A divulgação de Salvador deve ser feita pelo órgão
municipal, só que isso não acontece há dez ou 15 anos
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Cícero Sena acredita que a sensação de insegurança contribui para afastar os turistas
30 Primeira Página
melhorem em todo o estado. Umas
das apostas é a temporada de cru-
zeiros, que começou em novem-
bro com a chegada do transatlân-
tico “Fantasia” à capital baiana.
O navio partiu da Espanha e tem
como destino final a cidade de Bú-
zios, no Rio de Janeiro. Salvador,
que até abril de 2013 receberá 240
mil passageiros de 94 cruzeiros
marítimos, é a única capital do
Nordeste a abrigar o navio da MSC
Cruzeiros, que chegou com 4 mil
pessoas a bordo. A temporada de
cruzeiros contará com a chegada
de 23 embarcações em dezembro,
22 em janeiro, 20 em fevereiro, 20
em março e duas em abril.
Alta estação 2012/2013A CVC também está trabalhando
para melhorar a captação de turis-
tas. Depois de uma parceria com
a Bahiatursa para ampliar as ven-
das do destino Bahia neste verão,
a operadora fechou acordo com a
Central do Carnaval, empresa es-
pecializada na comercialização de
abadás para a maior festa da capi-
tal baiana. De acordo com o dire-
tor de marketing e vendas da CVC,
André Ribeiro, haverá uma campa-
nha interna de promoção do car-
naval de Salvador, voltada para os
agentes CVC de 740 lojas em todo
o Brasil, sobretudo em São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ainda não há uma estimativa do
número de pacotes que serão co-
mercializados, mas o dirigente
estima algo em torno de 13 mil
unidades vendidas. “Essa parceria
vai proporcionar mais conforto ao
viajante, que poderá comprar num
mesmo momento o abadá, a hos-
pedagem e o aéreo”, conta.
DivulgaçãoSem perspectivas de divulgação
por parte da prefeitura de Salva-
dor, o trade turístico continua
dependente da atuação da Bahia-
tursa. A empresa adotará uma
série de ações para divulgação da
Bahia, com uma campanha pu-
blicitária de abrangência local e
nacional. A informação foi dada
pelo secretário Domingos Leonelli,
durante um almoço com empresá-
rios, em novembro. No encontro,
o secretário destacou os investi-
mentos realizados pelo governo,
visando à melhoria da infraestru-
tura do estado.
“Aplicamos R$ 300 milhões, nos
últimos seis anos, em ações que
vão desde a recuperação do pa-
trimônio histórico, com a refor-
ma das igrejas Rosário dos Pretos,
Boqueirão, Pilar e do Palácio Rio
Branco, em Salvador, passando
pela reforma da Feira de São Jo-
aquim, também na capital, e a
requalificação de Morro de São
Paulo, em Cairu, de Imbassaí, em
Mata de São João, e de pontos tu-
rísticos de Itaparica, dentre muitos
outros”, disse.
Fecomércio-BA anuncia novo coordenador da CET-BA
Em novembro, o presidente da
Fecomércio-BA, Carlos Ama-
ral, empossou o empresário
Giuseppe Belmonte como o
novo coordenador da Câma-
ra Empresarial de Turismo da
Bahia (CET-BA). Graduado em
administração de empresas e
direito, Belmonte é um dos só-
cios do Porto Farol Hotel.
Leonelli diz que estado aplicou R$ 300 milhões no turismo em seis anos
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31Primeira Página
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32 Primeira Página
GESTÃO DE PESSOAS
Estratégia guerreira inspira líderes no mercado profissionalUm novo formato de liderança está
chegando às grandes corporações: a
estratégia militar, baseada em publi-
cações como A Arte da Guerra, de
Sun Tzu, e O Livro dos Cinco Anéis,
de Miyamoto Musashi. Trata-se de
uma forma de gestão extremamen-
te agressiva do ponto de vista do
cumprimento de metas, na qual são
trabalhadas características como dis-
ciplina, determinação e concentra-
ção. Os analistas de RH, entretanto,
fazem uma ressalva: devido a essa
agressividade, é necessário estar
sempre atento à equipe, a fim de que
sejam evitadas disputas internas.
Para o presidente da franquia baia-
na da multinacional Totvs (líder no
Brasil em desenvolvimento e comer-
cialização de softwares de gestão
empresarial), Ricardo Galvão, tais
lições seculares caem como uma
luva na guerra do dia a dia profis-
sional. Ricardo é adepto do Bushido
(código de conduta dos samurais)
e tenta transmitir os valores guer-
reiros para sua equipe, por meio
de metáforas. “Eu sempre digo que
cada situação é uma questão de
vida ou de morte. Então, ou você
se adapta e flui como a água, para
se reinventar diariamente, ou morre
para o mundo corporativo”, opina.
Na hora de motivar o time o empre-
sário também usa dinâmicas pouco
ortodoxas. “Considero os funcioná-
rios como guerreiros na empresa;
costumo levá-los para fazer práticas
em cursos de sobrevivência militar,
com a intenção de despertar neles
o senso de união e perseverança”,
exemplifica.
Empresa divulga resultados
A Totvs divulgou em outubro
os resultados de suas operações
no terceiro trimestre de 2012. A
receita líquida da companhia re-
gistrou aumento de 13,5% em
relação ao mesmo período de
2011 e alcançou a marca de R$
367,7 milhões. No acumulado
de janeiro a setembro de 2012, o
crescimento em relação ao ano
anterior foi de 13,2%, atingindo
R$ 1,1 bilhão. O lucro líquido
apresentou 28,3% de acréscimo
no acumulado do ano, somando
R$140,3 milhões.
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33Primeira Página
34 Primeira Página
RECURSOS HUMANOS
A relação com o chefe "azedou”. E agora?
“Não há uma fórmula secre-
ta nem resposta mágica para a
questão. Os conflitos são ineren-
tes à natureza humana”, afirma
o consultor de recursos humanos
e diretor da Soul RH, Augusto
Monteiro. Mas é possível, sim,
manter uma relação saudável, to-
No início do ano, uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Recursos Humanos revelou que quase metade dos brasileiros é infeliz no trabalho. Mais recentemente, outra pesquisa, desta vez realizada nos EUA, pela psicóloga Michelle McQuaid, mostrou que parte da culpa por essa infelicidade pode estar relacionada aos chefes: 60% dos empregados entrevistados disseram que fariam um trabalho melhor se tivessem um chefe com quem se dessem bem. Se o relacionamento com o patrão é um dos grandes segredos para a felicidade, então, fica a pergunta: o que é preciso fazer para que esse tipo de relação seja realmente harmonioso?
A maioria das pessoas tende a ver o chefe como um adversário e provoca sentimento semelhante no outro
mando alguns cuidados simples.
“Cada caso é único, mas de modo
geral aconselho que o colabora-
dor mantenha sempre o controle
e o equilíbrio emocional, evite
confrontos com o chefe e tenha
flexibilidade”, explica Augusto à
revista Primeira Página.
A relação desandou, e agora?Se, mesmo com esses cuidados,
acontecerem atritos entre você e
seu chefe, não entre em pânico.
Mostre-lhe que, superado o dese-
quilíbrio emocional, há sempre
um argumento que pode ser usa-
do para resolver as discordâncias.
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mic
ron
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tolia
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35Primeira Página
soas tende a ver o chefe como um
adversário e, em contrapartida,
provoca um sentimento semelhan-
te no outro. Não deixe isso aconte-
cer. Faça-o entender que você não
está ali para ameaçá-lo. Conquiste
a confiança dele”, afirma o diretor
da Soul RH.
A importância do feedbackO empregado também deve pedir
feedbacks periódicos, para saber
onde está errando ou acertando.
Mas até nesse momento é preciso
tomar cuidado. “Existe aquele che-
fe que só faz criticar ou dá a res-
posta com muito atraso. Isto não é
feedback, é apenas uma tentativa
de provocar desequilíbrio emocio-
nal”, diz Augusto. Neste caso, o
colaborador deve alertá-lo de que
a atitude é contraproducente, mas
“Uma ótima e rápida maneira de
se reiniciar a relação é abrindo um
canal de diálogo para alinhar as
expectativas”, diz o consultor.
ConfiarÉ importante que o colaborador
mostre que confia no seu gestor e
que também quer ter a confiança
dele. Olhe para o seu chefe como
um parceiro, não como inimigo.
“Infelizmente, a maioria das pes-
A ausência de feedbacks é um dos principais motivos
para atritos entre patrões e
empregados
de forma serena e honesta. Esta
atitude deve ser suficiente para
que o colega em posição superior
se reposicione.
A ausência de feedbacks é um
dos principais motivos para atri-
tos entre patrões e empregados.
A professora Maria das Graças de
Oliveira, de 50 anos, já sentiu o
problema na própria pele. “A mi-
nha supervisora não conversava
nada comigo. Quando eu lhe pedia
uma avaliação do meu trabalho,
ela dizia que estava tudo bem”,
conta a profissional. “A situação
durou um ano. De repente, em
novembro deste ano, ela me cha-
mou para uma reunião.
Fiquei surpresa ao ouvir que esta-
va sendo demitida por não ter ‘me
36 Primeira Página
adaptado’ ao trabalho. Até hoje
não sei o que isso significa e os
reais motivos de minha demissão.
Não sei se ela se sentia ameaçada
por mim... realmente não sei...”,
questiona-se a professora.
DesabafoApós as discussões ou desentendi-
mentos, sempre dá aquela vontade
de, na hora do cafezinho, desaba-
far com um colega de trabalho.
“Colocar para fora” os problemas
sempre ajuda a manter o equilíbrio
emocional e pensar em soluções,
certo? “Errado. Se você tem algo
a dizer, diga a quem de direito. A
conversa pode sair do seu círculo
íntimo, se espalhar pela empresa
e ir ganhando dramaticidade até
chegar aos ouvidos do chefe de
maneira distorcida”, alerta o espe-
cialista.
E se, mesmo após todos esses
cuidados, o problema continuar?
“Neste caso, vale a pena se pre-
parar para mudar de emprego”,
conclui Augusto.
Os tipos de chefes (ruins) mais comuns
O Coercivo: Sempre quer que as
coisas sejam feitas do jeito dele e
na hora que ele prefere. Prejudica
a equipe porque, para ele, nada do
que os outros fazem ou sugerem é
bom o suficiente.
O agressivo: Estabelece metas
agressivas e exige o cumprimento
dos objetivos traçados, mesmo que
o cenário impeça o colaborador de
alcançá-los. “Outro tipo de agressi-
vo é aquele que grita, xinga ou é
simplesmente mal-educado”, expli-
ca o especialista.
O mal-humorado: Reclama de
tudo, fala mal de todo mundo e
contagia a equipe com o seu mau
humor. Transforma o mais otimista
dos empregados em um trabalha-
dor deprimido.
O instável: Num dia ele elogia
toda a equipe, no dia seguinte se
torna agressivo e fica de mau hu-
mor. Nuca se sabe como lidar com
Se a agressividade do chefe não diminuir, vale a pena procurar outro emprego
• A infelicidade e o desestímulo
no trabalho custam às empresas
americanas US$ 360 bilhões por
ano.
• 65% dos americanos prefe-
rem ter um chefe melhor a um
aumento de salário.
• 46% dos empregados se de-
claram desestimulados, infelizes
ou entediados.
• 20% dos pesquisados disse-
ram que seus superiores têm
pouca ou nenhuma integridade.
• 60% dos empregados entre-
vistados afirmaram que fariam
um trabalho melhor se tivessem
um chefe com quem se dessem
bem.
• 73% dos empregados na faixa
etária dos 20 aos 30 anos decla-
raram que a relação com o che-
fe coloca em risco sua saúde.
• 47% dos entrevistados revela-
ram que seus chefes perdem o
controle em situações de muito
estresse.
Fonte: pesquisadora epsicóloga Michelle McQuaid
Resultados da pesquisa de satisfação realizada nos EUA
um chefe assim e atender suas ex-
pectativas.
O centralizador: Tem dificuldade
de delegar atividades. Não autori-
za a realização de tarefas sem sua
supervisão, prejudicando a produ-
tividade da equipe.
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37Primeira Página
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38 Primeira Página
REMUNERAÇÃO
Autônomo x “Celetista”:quem tem mais vantagens?
Não ter hora para chegar nem para sair do trabalho. Não ter patrão. Fazer seu próprio horário de trabalho. Estes são alguns dos benefícios que os profissionais autônomos podem usufruir. Mas, em comparação aos profissionais que trabalham com carteira assinada, as desvanta-gens também são muitas.
“O profissional regido pela CLT
(popularmente chamado de cele-
tista ou profissional com carteira
assinada) tem Fundo de Garan-
tia por Tempo de Serviço (FGTS),
auxílio-desemprego, INSS, auxílio-
-doença, pagamento de horas ex-
tras e jornada de trabalho de oito
horas diárias. Então, antes de de-
cidir ser um profissional autôno-
mo, deve-se pensar muito num
plano de carreira”, explica a pre-
sidente da Associação Brasileira de
Recursos Humanos - Bahia, Ana
Athayde, à revista Primeira Página.
Fazer os próprios horários e poder trabalhar em casa são vantagens dos autônomos
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39Primeira Página
Com tantos prós e contras, a per-
gunta que muitos profissionais
fazem é: vale a pena deixar de
lado o emprego com carteira as-
sinada e investir no trabalho au-
tônomo? “Tudo depende do nível
de maturidade do profissional.
Não recomendo a um jovem ini-
ciar a carreira como autônomo. O
ideal é começar a vida profissio-
nal trabalhando com carteira as-
sinada, para aprender a dinâmica
empresarial, os estilos de gestão e
se valorizar no mercado”, orienta
Athayde.
O arquiteto Maurício Lins, de 33
anos, discorda. Ele diz que sempre
trabalhou como autônomo, des-
de quando era estudante, e nunca
pensou em ter carteira assinada.
“Prefiro trabalhar para mim mes-
mo, sem horários predefinidos
e sem patrão”, afirma. De acor-
do com ele, a própria experiência
como autônomo serviu para conso-
lidar o seu nome entre os clientes.
Ana Athayde complementa que,
em alguns casos, é mesmo van-
tajoso se tornar autônomo, desde
que o profissional tenha uma boa
autogestão financeira. “É preciso
se cadastrar na prefeitura como
autônomo, para poder emitir nota
fiscal. Outra dica importante é
recolher o próprio INSS”, afirma
Athayde.
Quem pretende embarcar nessa
jornada deve ter em mente que os
momentos de dificuldades surgi-
rão, sim, e que será preciso muita
tenacidade para não desistir. “Por
outro lado, também não é fácil ge-
renciar um emprego. A gente abre
mão de tanta coisa... Tem gente
que é infeliz no emprego, mas não
pede demissão por medo do futu-
ro”, opina a diretora.
MicroempreendedorindividualOutra dica importante para quem
deseja ser autônomo é se tor-
nar empreendedor individual. O
Microempreendedor Individual
(MEI) é a pessoa que trabalha por
conta própria e que se legaliza
como pequeno empresário. Para
ser um microempreendedor indi-
vidual é necessário faturar no má-
ximo até R$ 60.000,00 por ano e
não ter participação em outra em-
presa como sócio ou titular. O MEI
também pode ter um empregado
contratado, que receba o salário
mínimo ou o piso da categoria.
Uma das vantagens é o registro no
Cadastro Nacional de Pessoas Ju-
rídicas (CNPJ), que facilita aber-
tura de conta bancária, pedido de
empréstimos e emissão de notas
fiscais.
Além disso, o microempreende-
dor será enquadrado no Simples
Nacional e ficará isento dos tribu-
tos federais (Imposto de Renda,
PIS, Cofins e IPI). Assim, paga-
rá apenas o valor fixo mensal de
R$ 32,10 (comércio ou indústria)
ou R$ 36,10 (prestação de servi-
ços), que será destinado à Pre-
vidência Social e ao ICMS ou ao
ISS. Essas quantias são atualiza-
das anualmente, de acordo com
o salário mínimo. Com essas con-
tribuições, o microempreendedor
individual tem acesso a benefícios
O ideal é começar a vida profissional trabalhando com carteira assinada, para aprender a
dinâmica empresarial, os estilos de gestão e se valorizar no
mercado
Ana Athayde diz que ter disciplina é fundamental para quem quer ser autônomo
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40 Primeira Página
como auxílio-maternidade, auxí-
lio-doença, aposentadoria, entre
outros.
O motoboy Newton Ferreira, de 31
anos, é um exemplo de microem-
preendedor individual. Segundo
ele, os maiores incentivos residem
na possibilidade de emitir nota fis-
cal, o que pode aumentar potencial-
mente o número de clientes, e nas
facilidades de acesso ao crédito. “É
claro que sinto falta de tirar férias,
mas é uma troca. Como autônomo
eu ganho mais do que como em-
pregado. Perco de um lado, mas ga-
nho de outro”, afirma. Newton faz
questão de ressaltar que também
pensa no futuro. “Pago meu INSS
todos os meses”, diz.
FériasOutro problema dos autônomos se
refere à ausência de férias. A ques-
tão, entretanto, pode ser solucio-
nada com um bom planejamento.
De acordo com Athayde, o micro-
empreendedor deve fazer uma re-
serva mensal, já pensando naquele
período em que não irá trabalhar.
“Imprescindível também é saber
separar o dinheiro dos negócios do
dinheiro pessoal”, alerta.
Além disso, o profissional autôno-
mo deve colocar nos seus contra-
tos de trabalho uma cláusula esti-
pulando o período de recesso. “O
profissional não tem como garan-
tir que vai arranjar outra pessoa
que o substitua nesse período, tão
competente quanto ele. O cliente
precisa estar ciente disso e de que
o autônomo também precisa de
um período de descanso”, diz a
especialista.
A sazonalidade dos serviços tam-
bém deve ser levada em conside-
ração. Há épocas do ano em que,
costumeiramente, a quantidade de
clientes cai. Por isso, deve ser feita
uma reserva financeira para atra-
vessar esse período sem grandes
dificuldades.
Plano de carreiraNas grandes companhias, em ge-
ral, os colaboradores usufruem
de planos de carreira que servem
como estímulo ao crescimento
profissional. No caso de profissio-
nais autônomos, o plano de car-
reira “formal” não existe, mas isso
não é desculpa para se acomodar.
“O plano de carreira do empreen-
dedor individual é a soma de co-
nhecimentos. É preciso continuar
se aperfeiçoando, fazendo cursos,
trabalhando com clientes de áre-
as diferentes” conta a diretora da
ABRH-BA.
É importante que o planejamento
financeiro do autônomo contem-
ple também esse plano, com a
reserva de uma verba para capaci-
tação. Mas o MEI precisa ser tam-
bém autodidata, conhecer a fun-
do a área em que atua e as áreas
adjacentes. “O autônomo precisa
ser assertivo e convincente o sufi-
ciente, a fim de mostrar ao cliente
que possui os requisitos técnicos
necessários para o trabalho a que
se propõe. A visão sistêmica é im-
prescindível”, conclui.
A ausência de limites para iniciar e finalizar trabalhos pode aumentar o estresse dos autônomos
Outro problema dos autônomos
se refere à ausência de
férias. A questão, entretanto, pode ser solucionada com um bom planejamento
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41Primeira Página
Economia brasileira decepciona, mas deve melhorar em 2013
ECONOMIA
Os dados da economia brasileira,
divulgados pelo IBGE em novem-
bro, confirmaram o que muitos
analistas já suspeitavam: as deso-
nerações e o incentivo ao crédito,
realizados pelo governo federal ao
longo de 2012, não foram suficien-
tes para impulsionar o Produto In-
terno Bruto brasileiro. De acordo
com o Instituto, o PIB do terceiro
trimestre cresceu apenas 0,6%, se
comparado ao trimestre anterior.
O maior destaque foi a agropecu-
ária, que cresceu 2,5%, seguida
da indústria (1,1%). Os serviços
tiveram variação nula. Na compa-
ração com o terceiro trimestre de
2011, o PIB cresceu 0,9%.
De acordo com o economista Pau-
lo Dantas, do Conselho Federal de
Economia, os fatores externos têm
sido decisivos para o fraco desem-
penho. “Do lado da oferta, o País
tem observado uma dificuldade
de inserção no comércio interna-
cional, por conta da concorrência
predatória dos países asiáticos. E
em se tratando da demanda, o pro-
blema é o mesmo: a concorrência
com os produtos importados da
Ásia”, explica o especialista à re-
vista Primeira Página.
Se no âmbito nacional a econo-
mia está deixando a desejar, no
cenário estadual a situação é bem
diferente. O Produto Interno Bru-
to (PIB) da Bahia cresceu 1,9%
no 3º trimestre de 2012, quando
comparado com o mesmo perío-
do do ano anterior. A Superinten-
dência de Estudos Econômicos e
Sociais da Bahia (SEI) projeta que
em 2012 o PIB estadual cresça
3,0%.
Perspectivas para 2013Apesar do fraco desempenho em
2012, a economia e a indústria
brasileira retomarão o crescimen-
to no próximo ano. O PIB brasilei-
ro terá uma expansão de 4% e a
indústria crescerá 4,1% em 2013.
As previsões são da Confederação
Nacional da Indústria (CNI). Pau-
lo Dantas afirma que as perspecti-
vas para 2013 são positivas, espe-
cialmente por conta do aumento
significativo da renda das famílias
e da ascensão econômica de cida-
dãos que viviam abaixo da linha
de pobreza.
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42 Primeira Página
ARTIGO | PALAVRA DO PRESIDENTE
O Estado e seu papel na economiaO Brasil é um país muito rico desde a sua ori-
gem e que tem como maiores patrimônios a be-
leza, a riqueza natural e o seu povo, cabendo
ao Estado, ao longo da história, potencializar
esses atributos com a adoção de políticas públi-
cas, por onde perpassam os grandes vetores de
desenvolvimento.
Na década de 1940, assistimos ao intervencio-
nismo estatal ganhar contornos e, diante da fra-
gilidade da iniciativa privada, fomentar a econo-
mia, com a criação da Companhia Siderúrgica
Nacional, Vale do Rio Doce e Companhia Elétri-
ca do São Francisco. A década seguinte viu nas-
cer a Petrobras e o BNDES. O período de 64 foi
marcado pela era das empresas "bras", como a
Eletrobras.
Neste diapasão, defendemos que o Estado
pode (e deve) desempenhar o papel de prota-
gonista na intervenção da economia, seja em
uma crise mundial - muitas vezes gerada como
consequência de mudanças no câmbio, que, se
utilizadas de melhor maneira, servem, no cami-
nho inverso, para estimular a economia -, seja
quando se quer incentivar o consumo interno.
A sociedade brasileira gravita em torno do ofi-
cialismo e, hodiernamente, além de medidas
como a criação de autarquias e agências regula-
doras, além dos incentivos à iniciativa privada,
percebemos a implementação de importantes
políticas públicas, o que exemplificamos com o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),
um dos cabedais de geração de emprego, esti-
mulando a economia como relevante política do
Estado. Ressalto que a burocracia é um entrave
aos investimentos públicos, e já surgiram as Parcerias
Público-Privadas (PPP) como forma de aliar o interes-
se público à flexibilidade do setor privado.
A par de todos os argumentos, é preciso pensar a in-
tervenção do Estado sem perder de vista sua capacida-
de de atrapalhar ou ajudar a economia. Por exemplo,
atrapalha, e muito, a omissão estatal e incapacidade
de construir e manter as malhas viária, aeroportuária
e ferroviária, que facilitariam o escoamento de produ-
tos, com reflexos em diversos setores.
Do exposto, concluímos que a ordem econômica sofre
influência da atuação do Estado: diretamente, com a
exploração da atividade econômica ou prestação de
serviços; e indiretamente, mediante fomento, uma vez
que o Estado brasileiro encontra-se permeado pelo
oficialismo. Mas, sendo um país com suas riquezas
naturais e seu povo, cabe ao governo estar atento à
máxima "Se não puder ajudar, não atrapalhe". Assim
já desempenhará um grande papel.
Lúcio Vieira Lima Presidente do PMDB da Bahia
43Primeira Página
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44 Primeira Página
Stop and goda economiabrasileira
O Produto Interno Bruto (PIB) de um país é um
indicador relevante de avaliação de sua econo-
mia. Seu crescimento é indício de melhoria da
renda, embora para uma avaliação qualitativa
seja necessário utilizar também indicadores de
natureza social e ambiental.
A partir de 1930, o Brasil teve o seu take off indus-
trial e o início da integração entre suas regiões. A
taxa de crescimento médio do PIB real entre 1930
e 1980 foi de 7% ao ano (aa). Nesse período, cin-
co ações de longo prazo nortearam a economia:
1) estratégias de substituição de importações; 2)
consolidação da indústria de bens de consumo;
3) integração inter-regional; 4) planos de ações -
SALTE, METAS, PED, PND; e 5) implantações de
instituições - IBGE, BNB, BNDES etc.
Entre 1980 e 1990, o Brasil conviveu com crises
da dívida externa e inflação, seguidas de planos
econômicos de curto prazo sem eficácia no com-
bate inflacionário, resultando no baixo cresci-
mento do PIB, que ficou em 2% aa.
Na década de 1990, o PIB se manteve em 2%
aa, tendo o Brasil se globalizado por meio de
choques de oferta: abertura externa e tecnologia.
Com a flexibilidade econômica e o insucesso na
baixa de preços via Plano Collor, foi domada a
inflação com o Plano Real. Nesses anos, o PIB
se pautou nas crises financeiras que abateram os
países emergentes, levando o Brasil a adotar, em
1999, o tripé da política econômica que perdura
até hoje: câmbio flexível, superávit primário e me-
tas de inflação.
Entre 2000 e 2011, o PIB acusou uma alta de 4%
aa, como resultante do stop and go das taxas auais.
Nos EUA, os anos 2000 foram marcados pelo boom
da “nova economia” e os altos índices Nasdaq, se-
guidos do impulso imobiliário com altas taxas do
índice Case Schilere, e a partir de 2007, da crise dos
subprimes. O Brasil não se aproveitou da alta liqui-
dez externa e se manteve com baixo crescimento,
tendo em vista o foco no curto prazo, através das
políticas assistencialistas e das altas taxas de juros
sob a âncora das metas inflacionárias.
Diante do exposto, percebe-se que até 1980 o Bra-
sil tinha uma economia focada no longo prazo.
De lá para cá, porém, prevaleceram as políticas de
curto prazo, mesmo diante do choque tecnológi-
co e do mergulho no liberalismo de mercado das
décadas de 1990 e 2000. Esta breve reflexão alerta
para uma reversão de prioridades tal que se pense
o Brasil mais no longo do que no curto prazo.
Mestre em economia e conselheiro do Conselho
Regional de Economia da Bahia (Corecon-BA).
ARTIGO | ECONOMIA
Lívio A. Wanderley Economista
45Primeira Página
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46 Primeira Página
ARTIGO | MARKETING
Jornalista e sócio da Morya Brasil
Gustavo Queiroz Publicitário
Conhecimento regional para ter uma presençanacional
Foi-se o tempo em que as “soluções” de comu-
nicação - a gente imaginava que eram soluções,
para anunciantes com produtos ou serviços de
consumo em todo o País - obedeciam a uma es-
tratégia globalizada. Então, empresas com sede
em São Paulo ou Rio de Janeiro, algumas multi-
nacionais e com centros de decisão fora do Bra-
sil, resolviam ou imaginavam resolver as suas
necessidades de comunicação com campanhas
de grande porte e estratégia de mídia de massa.
Funcionou, ou parecia funcionar, enquanto o
Brasil se espelhava nesses padrões metropoli-
tano-sulistas e os mercados regionais, carentes
de informações sobre expectativas de consumo,
seguiam a reboque dessas tendências impostas.
Ou seja, a ideia de que o que era bom para São
Paulo também era bom para a Bahia. Não era.
O crescimento à base de consumo, com a expan-
são da classe média; o alargamento da pirâmide
social, com a ascensão da classe C; a pulveriza-
ção da mídia e a democratização da informação
(o consumidor no comando), através da inter-
net e das redes sociais; tudo isso determinou
novos padrões. Então, agora, as grandes corpo-
rações e outras empresas começam a entender
a necessidade de ampliar o seu conhecimento
regional, para atender às expectativas. A eficiên-
cia da comunicação passa necessariamente por
esse conhecimento.
O consumidor do Rio Grande do Sul é muito di-
ferente do consumidor baiano ou do paraense.
Isso, que parece óbvio, não é tão óbvio assim,
quando se trata de criar um plano de marketing
e comunicação para um grande anunciante.
Corre-se o risco (e a gente vê isso todos os dias)
de considerar apenas os estereótipos criados
em torno desses consumidores, e que não cor-
respondem mais à realidade atual. Surgem, por
exemplo, motes de campanha que não criam a
“liga” desejada entre o produto e o consumi-
dor. Coisas como chamar baiano de ”meu rei”:
quem se identifica com isso?
A questão é investir em conhecimento regional,
mapeando de forma orgânica diferenças cultu-
rais, socioeconômicas, indicadores de mercado,
oportunidades de mídia em cada região. In-
vestimento em conhecimento. Assim, seremos
cada vez mais regionais, para termos efetiva-
mente uma presença nacional.
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ARTIGO | LIDERANÇA
Justo, firme eexigente Líderes, dirigentes ou mesmo pais e mães de-
vem ser justos, firmes, exigentes, mas, ao mes-
mo tempo, não podem se esquecer de que de-
vem ser generosos, educados e gentis.
Nada justifica - num líder ou chefe de qualquer
nível - a falta de educação, gentileza e mes-
mo a ausência de generosidade, que se traduz
numa disposição de ensinar e orientar seus
liderados, ter paciência para que aprendam e
empatia para compreender a realidade das si-
tuações concretas.
Há quem acredite que a justiça, a firmeza e a
exigência sejam incompatíveis com a amabi-
lidade e a polidez no trato profissional. Essas
pessoas confundem o pecado com o pecador, o
erro com a pessoa.
Um líder ou dirigente não pode e não deve
transigir com o erro, com a desídia, com a falta
de comprometimento, porém, deve saber tra-
tar bem as pessoas e tomar muito cuidado na
maneira de falar, de expressar suas exigências
e manifestar sua firmeza. Muitos dos proble-
mas entre líderes e liderados têm como causa
a comunicação. Aí entra a generosidade: uma
pessoa generosa se coloca no lugar das outras
e tem o objetivo de ajudá-las a crescer, não de
puni-las simplesmente.
Sei que não parece fácil, mas quem disse que
ser líder é fácil?
O líder é aquele que desafia a si mesmo, para
que seus liderados atinjam resultados. Isto por-
que não basta ao líder desafiar seus liderados.
Ele tem que se desafiar em primeiro lugar. E os
verdadeiros líderes sabem que só conseguirão
total adesão e comprometimento de seus cola-
boradores se eles (os liderados) se sentirem va-
lorizados, ouvidos, respeitados. Um líder que
não respeita seus liderados não é líder. No má-
ximo, pode ser um “chefe”, mas não um líder.
Assim, o respeito é fundamental. E o respeito
passa pela generosidade, educação e gentileza.
Pense nisso. Sucesso!
(*) Antropólogo. Seus programas de
televisão estão entre os líderes de audiên-
cia na categoria
Luiz Marins Escritor
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As ideias criativas de Anaiçara Góes, sócia e direto-
ra de atendimento da Objectiva Comunicação, já não
cabem mais no espaço físico da empresa. Por isso, a
agência lançou em novembro a revista Objectiva. “Es-
távamos sentindo a necessidade de colocar no papel
ideias, pensamentos, conceitos e, inclusive, ações da
agência. Pensamos num portfólio, mas tínhamos mui-
to mais para falar, não queríamos apenas apresentar
as peças que produzimos. A revista é especial, traz os
pensamentos e conceitos que movem a nossa agência”,
comemora Anaiçara.
Inclusão social é um tema que não sai da cabeça de
Lourisvaldo Valentim, reitor da Universidade do Esta-
do da Bahia (Uneb). Para intensificar a inclusão dos
baianos do interior do estado, o acadêmico se reuniu
em dezembro com os prefeitos eleitos dos municípios
da região de Juazeiro e do Território do Sertão do São
Francisco. No encontro, o reitor apresentou as ações
e os projetos principais da Uneb na região e discutiu
propostas de políticas públicas e parcerias entre a uni-
versidade e as administrações municipais.
Agência lança a revistaObjectiva
Reitor da Uneb se reúne comprefeitos do interior
Placo constrói fábrica emFeira de Santana
Stênio Almeida, diretor-geral da Placo do Brasil,
esteve em Salvador no início do verão. Mas o
executivo não veio curtir a temporada de ensaios
que agita a cidade nesta época. A visita teve um
caráter formal: reunião agendada com o gover-
nador Jaques Wagner, para anunciar a constru-
ção de uma nova fábrica da empresa na Bahia. A
unidade será erguida em Feira de Santana e deve
iniciar as atividades em 2014.
NOTAS SOCIAIS
51Primeira Página
Pedro Moura Costa está fazendo história. Ele é o pre-
sidente-executivo da primeira Bolsa para a negociação
de ativos ambientais do Brasil. A BVRio (Bolsa Verde
do Rio) entrou em operação no início de dezembro.
Em vez de ações de empresas, a Bolsa vai negociar co-
tas de reserva legal florestal, certificados de emissão de
gases do efeito estufa e créditos de carbono. A BVRio
foi criada com o objetivo de atender às exigências con-
tidas no novo Código Florestal, que obriga todos os
imóveis rurais a manter uma reserva legal (área de
vegetação nativa). Responsabilidade socioambiental e
negócios podem mesmo andar de mãos dadas.
O Brasil ficou um pouco mais triste no dia 5 de de-
zembro, com a perda do genial Oscar Niemeyer. E a
melhor maneira de homenagear esse grande arquiteto
é contemplando suas obras. Em Salvador, Niemeyer
deixou duas delas: o túmulo de Carlos Marighella, no
Cemitério Quinta dos Lázaros, e a Praça de Oxum, no
Terreiro da Casa Branca (Ilê Axé Iyá Nassô Oká), na
Avenida Vasco da Gama.
Primeira “Bolsa de Valo-res” ambiental entra em operação no Brasil
Homenagema Niemeyer
O vice-diretor da Comissão Municipal de Desenvolvi-
mento do Turismo de Pequim, Wang Yue, está deter-
minado em sua missão de atrair mais visitantes bra-
sileiros para a capital chinesa. O governo da China
anunciou em dezembro a isenção de visto de entrada
para turistas em trânsito que queiram ficar naquele
país por um período máximo de 72 horas. A medida
vale a partir de 1º de janeiro, mas apenas para a
cidade de Pequim.
Cerca de 5 milhões de turistas, de todo o mundo,
visitam Pequim anualmente, segundo as autoridades.
Em busca dos brasileiros
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Eduardo Valente, presidente do Grupo Civil, está
transbordando de felicidade. É que a Civil Mineração
foi eleita pelo Instituto Euvaldo Lodi e pelo Banco Inte-
ramericano de Desenvolvimento um case de sucesso do
programa Indústria Eco Eficiente. Um dos objetivos do pro-
grama é promover a implementação de boas práticas em
ecoeficiência para micro, pequenas e médias empresas.
Participante do programa, a Civil Mineração conseguiu
reduzir seu consumo de energia em até 10%. Um grande
sucesso. Isto significa redução de desperdícios, insumos
e despesas com controle e recuperação ambiental, assim
como melhoria da capacidade produtiva das empresas.
Você sabe quem foi o melhor lojista do ano de 2012 na
capital baiana? De acordo com a Câmara de Dirigentes
Lojistas de Salvador (CDL), a resposta é Sílvio Correa,
diretor da Comercial Ramos. Sílvio foi eleito Lojista do
Ano 2012 em uma cerimônia realizada pela CDL, no mês
de novembro. A festa reuniu aproximadamente 400 con-
vidados, entre empresários, representantes do segmento
varejista e autoridades, a exemplo do presidente da Câ-
mara Municipal, Pedro Godinho.
Correa comemorou a premiação: “É uma grande honra e
uma satisfação todo o carinho que tenho recebido. Gos-
tamos de dizer, e dizemos com orgulho, que a empresa é
100% baiana. O nosso crescimento integra um quadro de
desenvolvimento da própria Bahia, a terra que me acolheu
e tem me dado apenas demonstração de afeto”, declarou.
Case de sucesso
Lojista do ano de 2012
Fogo amigoEnganou-se quem achava que o período pós-eleições
seria um marasmo na política baiana. As declarações
do secretário da Casa Civil do Governo da Bahia, Rui
Costa, ao jornal A Tarde, sobre o fechamento das uni-
dades da Azaleia no interior do estado, causaram um
grande burburinho. “A responsabilidade por esta si-
tuação (demissão de funcionários) é única e exclusi-
vamente do governo federal. Fizemos toda a pressão
possível, mas não houve resposta”, afirmou o gestor.
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