ED Materialismo Histórico Dialético

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Materialismo Histórico Dialético, na ótica de Karl Marx Entende-se por materialismo histórico dialético, a concepção filosófica marxista. Denomina-se materialismo dialético porque sua forma de abordar os fenômenos da natureza, estudá-los e engendrá-los, é dialética; e sua forma de interpretar esses fenômenos e de teorizá-los, é materialista. O materialismo histórico, segundo Marx, tem seus fundamentos na observação e análise das estruturas e superestruturas que envolvem certos meios de produção. Estuda, portanto, as relações entre os homens, sempre ligadas aos meios necessários para a sobrevivência da espécie. É uma relação de dominação das classes hegemônicas contra as classes dominadas, um exemplo dessa relação, na idade média, seria a relação entre os senhores feudais e seus servos, já nos dias atuais entre os donos dos meios de produção, burgueses, e o proletariado. Ao contrário do pensamento de Hegel, Marx vê que em primeiro plano está a estrutura econômica, e não o plano das idéias. As ideologias, para ele, são válidas quando sustentam a estrutura econômica, o mundo material. Estas idéias são produzidas pelas classes dominantes e são introduzidas aos dominados, tornando naturais os modos de exploração das forças de trabalho. Segundo Marx, para se manter essa estrutura é necessário manter essa contraversão da realidade que se encontra no direito, na religião e nas mais variadas formas de controle. Ainda, segundo Marx, os modos econômicos permanecem vigentes enquanto conseguem manter a si mesmos e aos meios de produção, quando os sistemas econômicos não podem mais se manter são substituídos por outro, como aconteceu entre

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Materialismo Histórico Dialético, na ótica de Karl Marx

Entende-se por materialismo histórico dialético, a concepção filosófica marxista. Denomina-se materialismo dialético porque sua forma de abordar os fenômenos da natureza, estudá-los e engendrá-los, é dialética; e sua forma de interpretar esses fenômenos e de teorizá-los, é materialista.

O materialismo histórico, segundo Marx, tem seus fundamentos na observação e análise das estruturas e superestruturas que envolvem certos meios de produção. Estuda, portanto, as relações entre os homens, sempre ligadas aos meios necessários para a sobrevivência da espécie. É uma relação de dominação das classes hegemônicas contra as classes dominadas, um exemplo dessa relação, na idade média, seria a relação entre os senhores feudais e seus servos, já nos dias atuais entre os donos dos meios de produção, burgueses, e o proletariado.

Ao contrário do pensamento de Hegel, Marx vê que em primeiro plano está a estrutura econômica, e não o plano das idéias. As ideologias, para ele, são válidas quando sustentam a estrutura econômica, o mundo material. Estas idéias são produzidas pelas classes dominantes e são introduzidas aos dominados, tornando naturais os modos de exploração das forças de trabalho. Segundo Marx, para se manter essa estrutura é necessário manter essa contraversão da realidade que se encontra no direito, na religião e nas mais variadas formas de controle.

Ainda, segundo Marx, os modos econômicos permanecem vigentes enquanto conseguem manter a si mesmos e aos meios de produção, quando os sistemas econômicos não podem mais se manter são substituídos por outro, como aconteceu entre o sistema feudal e o capitalismo, quando o sistema feudal – servil – não conseguiu mais se sustentar, foi substituído.

A dialética marxista, sobretudo, se opõe a Metafísica, visto que não vê a natureza composta por fragmentos isolados, pelo contrário, para a dialética marxista a natureza é totalmente relacionada entre si, é indissolúvel, seus fenômenos não podem ser estudados ou analisados isoladamente, mas devem ser analisados juntos aos demais fenômenos que os cercam. Assim, não vê a natureza, também, como algo estático, imóvel, mas como um grande organismo vivo, que está sempre mudando, desenvolvendo-se, renovando-se sem cessar. Os objetos e fenômenos da natureza possuem contradições internas, lado negativo e positivo, seu “Yin e Yang”, essas contradições são inerentes ao desenvolvimento, é importante que elas existam para que este aconteça.

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Para se entender as mazelas políticas e sociais, assim como na natureza, é preciso apresentar as idéias contraditórias, para que se possa conseguir um ponto de concordância e uma maior proximidade do real. Teremos uma tese, que compreende uma argumentação inicial, teremos também uma antítese, que é uma idéia oposta e como resultado dessas duas idéias temos uma síntese, que é uma idéia amadurecida, conseguida a partir dessas idéias opostas

Ao longo da história vemos que muitas sociedades mudaram através das contradições, ao se questionar chegou-se a processos de evolução, como a extinção da escravatura ou da servidão, ao menos teórica. Marx, em seu tempo, já previu quais seriam os problemas que o capitalismo nos traria, e fez propostas para que esses problemas fossem resolvidos, e certamente essa resolução não virá escondendo as contradições do capitalismo e nem fazendo uma reforma brusca, imediatista, só conseguiremos resultados satisfatórios expondo as contradições do capitalismo. Para Marx, o proletariado deverá organizar-se e se valer de poder político para despir gradualmente as classes hegemônicas de todo o capital e domínio dos meios de produção e entregá-los ao estado, mesmo que para isso seja necessário o uso da violência.

"A violência é a parteira de toda sociedade velha que leva em suas entranhas outra nova". (Karl Marx, O Capital, t. Ii, pag. 788).

Bibliografia:

Stálin, J. V. - Sobre o Materialismo Dialético e o Materialismo Histórico, edições Horizonte, Rio, 1945 – tradução para o português.