Ed. 10 - Ano 2 - 11/2010

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Gastronomia Pé de Manga: uma casa para curtir no verão Moda Loony Jeans: moda casual e descontraída Saúde Espante o fantasma da insegurança com força de vontade ela venceu o inevitável Nell Silva SEM MEDIDA Revista wr ters i Editora Comunicação Para quem não tem medo da fita métrica Ano 2 - Nº 10 - Novembro de 2010 LEITURA DIGITAL POR UM MUNDO SUSTENTÁVEL

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Revista de variedades dedicada ao público plus size de lingua portuguesa e inglesa

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GastronomiaPé de Manga:uma casa paracurtir no verão

Moda

Loony Jeans:moda casual edescontraída

SaúdeEspante ofantasma dainsegurança

com força de vontadeela venceu o inevitável

Nell Silva

SEMMEDIDARevista

wr tersiEditora ComunicaçãoPara quem não tem medo da fita métrica

Ano 2 - Nº 10 - Novembro de 2010

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POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

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2010 • 2011Primavera VerãoModa comestilo e confortoque valorizaseu corpo todosos dias.

www.lepoque.com.br

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SEMMEDIDARevista

Para quem não tem medo da fita métrica

“Sem”Preposição

Ausência de condição necessária.

“Medida”Substantivo feminino

O que não pode ou não deve ser ultrapassado; limite, termo.

A revista Sem Medida é uma publicação eletrônica periódica editada pela Writers Editora e Comunicação Ltda., de acesso gratuito através do web site: www.semmedida.com.br. Os artigos publicados aqui não refletem, necessariamente, as posições ideológicas do projeto e da editora e são de inteira responsabilidade de seus autores.

EditoresRoberto Paes e Francisco Reis

Jornalista responsávelFrancisco Reis (MTb: 14.887)[email protected]

Produção gráfica e webdesignRoberto [email protected]

Tradução (português/inglês)Ana Paula Menezes (Mundo GG)

PublicidadeDepartamento - [email protected]

Writers Editora e Comunicação Ltda.Rua Prof. Guilherme B. Sabino, 1347 Cj 112 - Jd. Marajoara - São Paulo - SPCep: 04678-002Tel.: 55 (11) 3729-3534Web site: www.writers.com.brE-mail: [email protected]

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a opção dos que têm coragem

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POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

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Mudança pessoaluita gente conhece a fábula do sapo e do escor-pião. Mas, se você ainda não ouviu falar dela, numa versão resumida, há um escorpião que

não sabe nadar e precisa atravessar um rio. Ele faz um acordo com um sapo, no qual promete não machucá-lo caso este o leve até a outra margem. O sapo concorda. No meio da travessia, o escorpião ferroa o sapo e, às vés-peras de morrer, ele pergunta ao escorpião “por que você me picou? Agora, ambos vamos morrer”. O escorpião res-ponde “eu não consigo deixar de ser o que sou”.

Está não é uma fábula com final feliz, que qualquer um de nós contaria ao filho antes dele ir dormir. A não ser que você deseje que ele descubra, muito cedo, que ele, você e até mesmo eu, por mais que lutemos, dificilmente deixa-remos de pensar e de agir exatamente da forma como fo-mos preparados para sermos. Todos nós, durante nossas vidas, fomos “moldados” para acreditar em determinadas verdades e agimos, todas as vezes que nos deparamos com algum problema, segundo estas crenças. É isso o que, às vezes, nos faz agir como escorpiões, ferroando e matando qualquer alternativa de sermos felizes.

Deixar de agir assim, em certa medida, deveria ser fá-cil. Em tese, apenas saber que somos moldados para res-ponder quase que instintivamente a determinadas ques-tões, deveria ser o suficiente para pararmos, analisarmos e, quem sabe, tomarmos outras decisões que mudariam o nosso destino. No entanto, na maioria dos casos, o sim-ples conhecimento não basta. Afinal, se isto não fosse verdade, a neurolinguística já teria nos transformado em seres perfeitos e racionais.

É preciso, mais do que tudo, disposição para mudar, coragem para sair da “zona de conforto” onde se está e navegar por um lugar desconhecido, que pode trazer desgostos, frustrações, mas que, certamente, pode levar qualquer um de nós à verdadeira felicidade.

A moral da fábula do sapo e do escorpião pode ser vis-ta de duas maneiras. A mais simples é a de que você, ou eu, ou toda a humanidade, jamais mudaremos. A outra, para quem está disposto a pagar o preço do incômodo, é, em minhas próprias palavras, “aquele idiota do escorpião, se fosse um pouco mais inteligente, não teria assassina-do o sapo e hoje estaria feliz, no lugar onde queria estar”. A primeira moral é aquela que deixará você tranquilo. A segunda certamente lhe causaria muito incômodo duran-te algum tempo. Mas que lhe traria muito contentamento num futuro próximo.

Roberto Paes

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Turismo 74 Carros 82

8 Perfil 38 ModaÍndice

18 Onde ir

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Carros 82 Modelos 98 Leitura 120

38 Moda 56 Insegurança

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A forma como você está acostumado a ler está mudando.Até 2015, mais de 40 mihões de pessoas estarão usandoum destes aparelhos para ter acesso on-line à informação.

Sem Medida é uma revistaque nasceu digital para

poder oferecer conteúdogratuito e, acima de tudo,incentivar a preservação

dos recursos naturais e promover o equilíbrio

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com força de vontadeela venceu o inevitável

Nell Silva

Texto: da Redação | Imagens: Toni Escalante

É isso que prova Nelaine Gonçalves da Silva, ou simplesmente Nell Silva, que vem fazendo grande sucesso no mundo plus size, mas mantendo-se sempre com saúde e de bem com a vida.

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ell tinha tudo para ser muito gorda. Sua herança genética não ajudava. A mãe já fez a fa-mosa redução de estômago em

2001, e seus dois tios também. Ou seja, ela aprendeu logo cedo que na família, se não se alimentar direitinho, engorda mes-mo. Além da genética, outro fator elevou seu peso: a gravidez. “O período que en-gordei de verdade, foi quando engravidei com 18 anos”, lembra Nell. “Aí eu relaxei de vez e na última semana de gestação do meu pequeno, estava com 114 kg. Gra-ças a Deus tive forças para que meu bebê nascesse de parto normal e sem nenhuma complicação”.

Para ela, Davi, seu filho, hoje com oito anos, é um presente de Deus e a alegria de viver. “Ele elogia e percebe cores dos esmaltes que eu uso, fala das minhas rou-pas, enfim, um verdadeiro cavalheiro, e o melhor de tudo é que criança é verdadei-ra”, diz orgulhosa Nell.

Até os 18 anos Nell era magra. Com 1,70 m e 75 quilos. Depois dos 18 anos e da gravidez começou a engordar. A família sempre a incentivou a emagrecer, porém, com os argumentos errados, do tipo: gorda desse jeito você não consegue nem arru-mar emprego.

Além disso, ela passou por várias si-tuações constrangedoras. Uma delas é a de procurar roupas em várias lojas e não conseguir encontrar. Ou então ter que se contentar com modelos que a sua avó uti-lizava, além de ter que aguentar as risadi-nhas das vendedoras.

“Essas situações sempre marcam”, diz Nell. “Mas não gerou traumas. Hoje, por pior que seja a situação, posso sofrer sim, mas depois tento ver o lado positivo E aprender com isso”.

E de sua experiência, Nell descobriu que se se arrumasse e se gostasse mais, passaria mais segurança para si mesma, e uma pessoa segura é vista de outra manei-ra, é mais respeitada.

Namorou muito

Nell teve uma vida amorosa muito boa, ótima. “Paquerei e namorei muito”, diz com um largo sorriso nos lábios. “Claro que metade desse sucesso se deve ao meu manequim esbelto. Seria hipócrita se eu dissesse que os meninos da minha época escolar gostavam de gordinhas”.

Hoje, namora um rapaz carinhoso e que gosta dela do jeito que ela é, que admi-ra sua força de vontade, tem orgulho dos trabalhos que ela faz e sempre que pode está ao seu lado durante as fotografias e desfiles.

Mas isso é o reflexo de uma pessoa que se ama. Que se acha bonita e sen-sual, com “a beleza que Papai do céu lhe deu, além é claro, da sensualidade. “Não forço nada, acho que faz parte da minha essência”, explica Nell. “Gosto muito dos meus olhos, com um olhar digo o que sinto ou o que eu quero”.

E tudo isso foi canalizado por meio de uma mensagem no orkut de uma agência que a chamou para participar de um tes-

N

“...as melhores profissionais nunca perderão seu espaço. Precisamos

ser profissionais sempre, pois isso também nos difere das demais.”

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te para um provedor de internet em 2007. Chegando lá, Nell conheceu outra modelo plus size, Simone Fiuza, que falou um pou-co da carreira dela e a incentivou a correr atrás do sonho. “Após isso, fiz fotos profis-sionais e comecei a correr atrás, procuran-do lojas do ramo GG pela internet, envian-do e-mails com fotos e meus dados, até que em maio de 2009 fiz meus primeiros trabalhos. De lá pra cá tudo vai muito bem graças a Deus e ao meu esforço”.

E pelo jeito as coisas estão indo muito bem. Ela tem ouvido elogios das pessoas que as contratam. Além disso, ela sempre fica atenta com o retorno das amigas mais experientes na área e procura trabalhar sempre se superando, dando o melhor na-quilo que ela realmente gosta de fazer.

E assim os trabalhos vão se multiplican-do. Trabalhou no programa Tudo é Possí-vel, da TV Record, com a modelo e apre-sentadora Ana Hickman, fez fotos para lojas, desfiles e rede de televisão, desfiles em shoppings, entrevista para o Estadão, divulgação do trabalho em sites de moda, e atualmente, ainda faz alguns trabalhos para o programa Tudo é Possível e Legen-dários na Record.

Para ela, o mercado de trabalho está crescendo, vagarosamente mais está. “In-discutivelmente a melhor região para se trabalhar é São Paulo, e já existe uma con-corrência muito grande entre as modelos profissionais e as iniciantes, mas sou da seguinte opinião”, compara Nell afirmando que as melhores profissionais nunca per-

derão seu espaço. “Precisamos ser pro-fissionais sempre, pois isso também nos difere das demais”.

Para ter uma carreira longa, Nell cuida da saúde, mas sem neurose. Procura sem-pre fazer exames para saber se está tudo bem e faz caminhadas. Também frequenta academia, pratica esteira e faz exercícios localizados. Para relaxar, passeia com o filho para vê-lo sorrindo e feliz, o que lhe dá muita alegria. Também gosta de estar entre amigos, ouvir música em todas as si-tuações e ama assistir um bom filme.

Na mesa, um sério problema, apesar de não comer muito, ela não é regrada, é ansiosa, o que acaba elevando o peso. Chocolate, bolo, lasanha e nhoque são os maiores “adversários”.

Para viajar, ela prefere a praia. “Amo praia, sol, mar onde recarrego minhas energias”, conta Nell. “A praia é uma mara-vilha da natureza”.

E assim, feliz com os trabalhos e consi-go mesmo, Nell espera ter uma carreira in-ternacional, ser uma das modelos plus size mais conhecidas do mundo da moda para poder dar tudo de bom ao seu filho Davi.

Para quem está começando ou preten-de entrar na área, ela recomenda que em primeiro lugar é preciso que se amem, se cuidem e se valorizem. “Não adianta ten-tar ser modelo para tentar se aceitar”, diz Nell. “Por que se você não se gostar não terá sucesso em carreira nenhuma. É pre-ciso se gostar para ter sucesso e não ter sucesso para se gostar”.

“Não forço nada, acho que faz parte da minha essência. Gosto muito dos meus olhos, com um olhar digo o que sinto ou o que eu quero.”

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um clima de campo emmeio à agitação da cidade

Pé de Manga

Texto: da Redação | Imagens: divulgação

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O verão parece que finalmente chegou e lugares ao ar livre são ideais para se passar momentos

agradáveis almoçando ou jantando. Neste sentido, o restaurante Pé de Manga, oferece uma área

externa que poucos lugares na cidade possuem. E, como se não bastasse, a comida é ótima.

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o avaliar um restaurante, pelo menos nós da Sem Medida, usamos uma lista de itens que precisam corresponder às nos-

sas expectativas. O mais importante deles é ter uma gastronomia bem apresentada, aromática e saborosa. Em seguida, avalia-mos a qualidade do serviço, desde a rapi-dez até a gentileza da brigada de garçons e, por último, mas nem por isso menos im-portante, avaliamos o lugar. Neste sentido buscamos conforto, mas, principalmente um “clima” que nos deixe à vontade e não nos faça ter pressa em acabar a refeição.

Ao conhecermos o Pé de Manga, fica-mos cativados pelo lugar e decidimos in-verter nossa lista de prioridades. Ele lem-bra o sítio onde costumamos passar o fim de semana, longe da agitação da cidade, das buzinas e dos congestionamentos. Aliás, a casa parece uma ilha, encravada no bairro mais boêmio e agitado de São Paulo, Vila Madalena, e, no entanto, não se deixa contaminar pelo que, certamente, afugenta qualquer um que esteja disposto a relaxar durante uma refeição.

Aliás, o nome do restaurante surgiu na cabeça de seu proprietário, Wil Pimen-tel, graças a uma árvore, que ocupa lugar de destaque num dos salões internos da casa. “O Pé de Manga ganhou este nome exatamente por causa da árvore centená-ria que fica localizada no centro do salão. Desde a inauguração, a concepção conti-nua a mesma valorizando o ambiente ao ar livre, com muito verde, deixando o cliente próximo à natureza sem precisar sair da ci-

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dade. É um lugar onde as pessoas podem relaxar, esquecer da correria”, explica Wil.

O que mais chama a atenção no Pé de Manga foi o cuidado com que tudo foi ela-borado para oferecer um clima de campo com uma boa dose de bom gosto e sofis-ticação. A parte externa esbanja verde por conta de uma grande variedade de plantas. Em torno de um lago artificial, com queda d’água, ficam três enormes mangueiras centenárias. A área interna é rústica e lem-bra as casas de veraneio, confortáveis e bem ventiladas. A decoração, feita por Ju-liana Schermann, é moderna e a ilumina-ção decorativa é muito agradável.

Ela valorizou o ambiente interno com uma foto em preto e branco imensa do fotógrafo Pablo Di Giulio, produzida para lembrar uma cena do filme Ray. Ao lado da imagem, 16 prateleiras triangulares que com o jogo de luzes, parecem tridimensio-nais. Na parte externa, a iluminação foi di-recionada para destacar as plantas e as mangueiras. As mesas são cobertas por guardas-sol transparentes.

Um clima tão despojado não poderia ter outra orientação gastronômica que não fosse a contemporânea. O cardápio pos-sui opções de porções tradicionais, como o pastel, por exemplo, e também oferece sanduíches e pratos sofisticados. “A culi-nária do Pé de Manga é totalmente con-temporânea. Trouxemos os petiscos clás-sicos de bares, como porções de pastel e bolinhos de bacalhau. Alguns deles trazem um perfume da culinária nordestina, como os mini acarajés. Também são servidos

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sanduíches e pratos que foram batizados com nomes de artistas de diferentes épo-cas, como John Lennon e Madonna. Isso confere um toque descontraído e divertido ao cardápio. “Um de nossos pratos mais requisitados é o salmão grelhado com ri-soto de banana da terra e molho agridoce, que pode ser pedido pelo nome de Marilyn Monroe. Acho que ele é um dos mais pedi-dos porque traz uma combinação diferente de elementos, especialmente por causa do risoto de banana da terra”, comenta Wil.

Para acompanhar a refeição, o restau-rante oferece as bebidas tradicionais e, no melhor clima de descontração possível, ostenta uma variada e deliciosa carta de caipirinhas, executadas com maestria pelo barman Mesquita. O serviço é bom e a cozi-nha não faz ninguém esperar muito tempo pelo pedido. A casa tem capacidade para

abrigar até 300 pessoas acomodadas nas mesas internas e nas externas, estas últi-mas, disputadíssimas nas noites de calor e estações quentes.

O Pé de Manga oferece almoço e jantar de segunda a sexta-feira, das 12h00 às 15h00 e das 18h00 à 01h00. Aos sábados funciona das 12h00 à 01h00 e, aos domin-gos, das 12h00 à meia noite. A casa acei-ta cartões de crédito, exceto o Hipercard e, somente de segunda a sexta, durante o almoço, Ticket Restaurante e Ticket Res-taurante Eletrônico. Entre as facilidades oferecidas estão ar-condicionado, música ambiente, Wi-fi, acesso para deficientes e área para fumantes. O restaurante fica na rua Arapiraca, 152, no bairro da Vila Mada-lena, em São Paulo. Para conhecer melhor esta casa visite o site www.pedemanga.com.br.

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uma bebida paratodas as ocasiões

Chá

Texto: da Redação | Imagens: divulgação

O brasileiro é um povo apaixonado pela cerveja e pelo café. No entanto, graças a iniciativas pioneiras, outras bebidas começam a disputar a preferência nacional. Graças à paixão de uma empresária pelo chá, será possível adquirir e degustar uma série de variedades que dificilmente chegavam ao País.

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ssim como o vinho foi consi-derado durante muito tempo, uma bebida sofisticada e que merecia estar presente apenas

em comemorações, muita gente acredita que o chá também precisa de momentos específicos para ser bebido. Isso é uma ideia equivocada, afinal, como conta Moni-ca Rennó, proprietária da Talchá, uma loja especializada neste tipo de bebida, em São Paulo, o chá é a segunda bebida mais con-sumida no mundo e combina muito bem com qualquer ocasião, podendo ser toma-do desde o café da manhã até o momento de ir para a cama.

Antes de ser proprietária da Talchá, Mo-nica trabalhou no mercado financeiro e se formou em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Por conta de seus afazeres profissionais, ela conta que teve a oportunidade de conhecer diversos países e, na maioria deles, encon-trou casas de chá. Depois de frequentá-las, Monica descobriu-se apaixonada por este tipo de bebida. “Há alguns anos co-mecei com o hábito de tomar chá todo dia, antes de dormir, para relaxar. Ainda não co-nhecia o incrível mundo dos chás gourmet, então tomava os chás em sachês. Com viagens ao redor do mundo, pude entrar em contato com esse universo dos chás especiais. Casas de chá como a francesa Mariage Frères foram minha inspiração. O aroma dessas lojas, com o excelente aten-dimento e a experiência inesquecível dos sabores, aguçaram meu paladar e acabei me apaixonando pelos chás gourmet”, ex-plica Monica.

Aliando seu estreito convívio com o chá e percebendo a dificuldade que é encontrar variedades de qualidade no Brasil, Monica decidiu dar uma guinada em sua vida profis-sional e inaugurou, este mês, no Shopping Pátio Higienópolis, a Talchá, uma loja que importa e comercializa 53 variedades de folhas, que podem ser compradas a granel e, além disso, é possível comprar também, acessórios para o preparo da infusão e sa-chês vazios, que a própria pessoa pode rechear com blends das folhas que mais a agradam. “Vendo como o hábito de tomar chá é cultivado em outros países, percebi como no Brasil, esse mercado é pouco ex-plorado. Aqueles que já possuem a cultura do chá acabam trazendo o produto de fora do País por falta de opção. Aqueles que não possuem o hábito, ainda acreditam que tomar chá gourmet é complicado, ou é para quando estiverem doentes, ou para quando vão à casa da avó. Mas este é um hábito prazeroso, que pode ser colocado em prática em todo lugar, a qualquer hora do dia ou da noite”, explica Monica.

Monica define sua loja como um local onde é possível comprar chás de altíssima qualidade e prepará-los para o prazer pes-soal e para momentos de confraternização, mas ela também relaciona o chá como um tratamento natural para diversos tipos de problemas, físicos e emocionais. “Todos os chás brancos e verdes contêm grande quantidade de antioxidantes. Eles comba-tem os radicais livres, que são responsá-veis pelo envelhecimento das células. Por-tanto, logo de cara, chá rejuvenesce. Estu-dos recentes comprovam vários benefícios

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“Os chás verdes são considerados anticancerígenos, ajudam na saúde bucal e dos ossos. Por último é um forte aliado na redução do risco de doenças cardiovasculares.”

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para saúde no consumo dos chás verdes. Eles são considerados anticancerígenos, ajudam na saúde bucal e dos ossos. Por último é um forte aliado na redução do ris-co de doenças cardiovasculares. Outro chá que virou febre em Hollywood é o Pu-ehr. Por ser fermentado, ele diminui o coleste-rol ruim, o que fez dele vedete nas mesas das celebridades nos EUA. É fato que o chá é uma bebida saudável e natural por não sofrer nenhum tipo de processo quí-mico. Quando consumido quente, funciona maravilhosamente no processo digestivo. E existem estudos avançados para com-provar a eficiência da bebida, que é a se-gunda mais tomada no mundo, no combate e tratamento de diversas doenças”, explica Monica.

Voltando ao chá como uma bebida para se obter prazer e satisfação, Monica conta que é possível criar misturas de variedades e fazer blends específicos, com aromas e sabores que agradem especificamente ao paladar de cada um. Ela conta que a Talchá oferece uma carta explicativa e, em breve, criará combinações específicas, como, por exemplo, o “Harmonia”, que é uma mistu-ra de folhas de chá verde com as de chá branco. A empresária conta também que o chá é uma bebida que pode ser toma-da quente e também gelada. “Eu tomo chá gelado o dia inteiro. Faço e deixo na ge-ladeira para o dia todo. No dia seguinte, faço de outro sabor. Com certeza temos que adequar o consumo do chá ao clima brasileiro. O chá verde cítrico “Orange Blos-som” é um sucesso gelado. No Brasil, já há o hábito de tomar chá gelado, mas os brasileiros tomam os chás gelados indus-trializados, e não naturais. Esse mercado

está em crescimento e as pessoas ainda precisam aprender como fazer e ver como é simples tomar um chá gelado natural”, comenta Monica.

Quando perguntamos à Monica onde e quando surgiu o chá, ela explica que exis-tem várias lendas a respeito deste assun-to. “A lenda diz que no ano 2737 a.C., o im-perador Shen Nung descansava sob uma árvore quando algumas folhas caíram em uma vasilha de água que seus servos fer-viam para ele beber. Atraído pelo aroma, o imperador provou o líquido e adorou. Esse momento é considerado como a primeira vez que uma infusão das folhas de chá ver-de, provenientes da planta Camellia sinen-sis, originária da China e da Índia, aconte-ceu. O tratado de Lu Yu, conhecido como o primeiro tratado sobre chá com caráter técnico, escrito no século VIII, durante a dinastia Tang, definiu o papel da China como responsável pela introdução do chá no mundo. Fora da China, foi o Japão res-ponsável pela divulgação do chá. No sécu-lo XIX, o consumo de chá se tornou popular na Inglaterra”, conclui Monica.

Para quem quiser aprofundar sua pes-quisa sobre o chá, a empresária conta que em sua loja é possível encontrar livros da especialista, escritora e historiadora, Jane Pettigrew. A Social History of Tea e o mais famoso e mais vendido, The Tea Compe-nion. A Talchá fica no Shopping Pátio Hi-gienópolis, localizado na avenida Higienó-polis, 618, no piso Pacaembu. A Talchá também possui loja virtual e entrega para o Brasil inteiro através do endereço www.talcha.com.br. Os pedidos também podem ser feitos pelo telefone (11) 7895-0004 ou pelo e-mail [email protected].

“O chá é a segunda bebida mais consumida no mundo e combina

bem com qualquer ocasião, podendo ser tomado desde o

café da manhã até o momento de ir para a cama.”

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POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

Mude seus hábitos.leia em formato digital.

Já está na hora deparar com tudo iss0

Todos os dias 5 milpessoas morrem porcausa de água potávelcontaminada

1 bilhão de pessoasnão tem acesso sequerà água potável Todos temos opotencial para mudarO que estamosesperando?

Imagem: Wikimedia Commons/Two Wings

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antenada com o que desejao mercado plus size

Loony JeansTexto: da Redação | Imagens: divulgação

A Loony Jeans foi criada para oferecer às mulheres, jeans com muita qualidade e excelente caimento. Com o êxito alcançado e bom senso de oportunidade, há dez anos começou a atender o público plus size e o sucesso não para de aumentar

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Loony Jeans foi criada em 1977 com o objetivo de oferecer je-ans em diversas criações, mas todas tendo como característi-

ca fundamental o bom caimento e muito conforto. Para atender de maneira quase que personalizada, foram criadas as linhas Impulse, que valoriza o contorno do ‘bum-bum’, Glam, Jeans, Man e Special. Há pou-co tempo começou a comercializar a linha de blusas e complementos, a Loony Cotton, e, com a visão de mercado que é peculiar à empresa, na próxima estação estará com uma novidade para valorizar as curvas das mulheres de todos os tamanhos.

E por falar em tamanhos, há dez anos a Loony Jeans começou a produzir peças destinadas para as mulheres plus size. “Percebemos a carência de peças moder-nas, de bom gosto, com modelagem ade-quada e diferenciada e desde então nos dedicamos a essa linha com o mesmo ca-rinho de todas as outras”, explica Josiane Martins, responsável pelo departamento de Marketing da empresa.

Segundo ela, a mulher plus size busca, assim como a consumidora de tamanhos comuns, a beleza aliada ao conforto. Acos-tumadas com a carência no mercado de peças modernas para esse público, elas desejam justamente isso, a igualdade na hora de se vestir. Buscam cada vez mais peças que valorizem suas formas, que as deixem sensuais e confortáveis.

E trabalhar com essa linha de produ-tos tem dado um enorme prazer em todos os sentidos. “Essa é uma das linhas que mais nos dá retorno e sentimos isso no dia a dia nas lojas e também através do nos-so blog e mídias sociais”, revela Josiane. “Os elogios às peças e modelagens são inúmeros e ocorrem a cada troca de co-leção. A nova linha Loony Cotton segue o mesmo ritmo, as peças são um sucesso de vendas e muito elogiadas pelas nossas consumidoras”.

E nesses dez anos de atuação, as mu-danças no segmento de roupas plus size foram muitas. “As mudanças acontecem sempre e são baseadas nas tendências internacionais”, explica Josiane Martins. “A Loony acredita em uma moda democráti-

A

As coleções podem ser encontradas nas lojas da Loony Jeans que ficam no Brás e no Bom Retiro. Para quem não mora em São Paulo, é possível adquirir todos os produtos por meio de representantes que atendem a vários estados brasileiros. Ainda não existe a possibilidade de adquirir as roupas pela internet.

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ca em que todas as mulheres possam ter a possibilidade de se vestir muito bem e seguindo as últimas tendências. A maior mudança que percebemos com o mercado em notável ascensão foi com relação ao aumento do número de concorrentes. Per-cebemos o crescimento dessa demanda, surge um novo cada dia”.

Para atender a clientela sempre com o que há de mais moderno, a Loony Jeans lança todo ano, quatro coleções: Primave-ra, Verão, Outono e Inverno que chegam às lojas nos meses de agosto, outubro, feve-reiro e abril respectivamente.

As coleções podem ser encontradas nas lojas da Loony Jeans que ficam no Brás e no Bom Retiro. Para quem não mora em São Paulo, é possível adquirir todos os produtos por meio de representantes que atendem a vários estados brasileiros. Ain-da não existe a possibilidade de adquirir as roupas pela internet.

A Loony Jeans tem peças para mulheres plus size desde as mais jovens até as mais tradicionais e procura agradar não apenas um tipo de mulher, mas sim, todas aquelas que desejam vestir um jeans de perfeito caimento valorizando as qualidades de seu corpo.

Conexão européia

A criação de todas as coleções fica a cargo da equipe de estilistas coordenada por Cida Santos. Os modelos são desen-volvidos aqui, porém, com base no que existe de mais moderno na Europa. “Nos-sa equipe de estilo viaja frequentemente em busca das novas tendências”, conta Josiane Martins. “Os locais mais visita-dos são Paris, Londres e Milão, onde re-almente a moda e as tendências nascem. Seguindo o que está surgindo na Europa, adaptamos ao estilo das nossas clientes e à modelagem adequada para o corpo das brasileiras”.

E nessas viagens, ficou claro a preocu-pação em investir muito nesse mercado, inclusive marcas de luxo como Chanel, Marc Jacobs e Valentino, estão preparando suas coleções até o número 52. “Isso nos deixa muito satisfeitas, pois, finalmente

E como o segredo é a alma do negócio, a única

dica que Josiane antecipa sobre a nova coleção

Outono/Inverno é que está apostando em uma mulher

mais sensual, valorizando a beleza feminina também na

estação mais fria do ano.

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todas as mulheres, independente do seu estereótipo poderão se vestir seguindo as tendências, se sentindo bem consigo mes-mas”.

E essa preocupação em oferecer o que há de melhor em termos de estilo e con-fecção resulta em uma coleção com mo-delos para todos os gostos. A atual cole-ção de verão, aposta nos macaquinhos, microshorts e bermudas coloridas, vesti-dos, pedais com lavagens diferenciadas, um pouco do estilo militar e calça e short clochard que continuam sendo tendência para esse verão.

A Loony Jeans misturou nesta coleção um pouco do jeans com malha e punhos diferenciados, e para a linha Loony Cotton, a malha de alta qualidade nas mais varia-das composições.

E como o segredo é a alma do negócio, a única dica que Josiane antecipa sobre a nova coleção Outono/Inverno é que está apostando em uma mulher mais sensual, valorizando a beleza feminina também na estação mais fria do ano.

E a Loony Jeans não para por aí. Os pla-nos são seguir investindo em linhas assim como na linha Special, voltada ao público plus size. A médio e longo prazo, os planos são investir na nova linha que vocês conhe-cerão na próxima estação e na linha Loony Cotton.

As coleções e suas numeraçõesLoony Glam: 34 ao 48cintura baixa

Linha Jeans: 36 ao 48cintura alta

Linha Impulse: 36 ao 48Cintura média

Linha Special: 40 ao 56cintura alta

Linha Man: 38 ao 56cintura variada

Loony Cotton: P ao GG (special)

“Os elogios às peças e modelagens são inúmeros e ocorrem a cada troca de coleção. A nova linha Loony Cotton segue o mesmo ritmo, as peças são um sucesso de vendas e muito elogiadas pelas nossas consumidoras.”

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um coração que pulsaforte pela moda plus size

Vanessa Raya

Texto: da Redação | Imagens: Kattyani Lima

Todos temos sonhos no que diz respeito a uma carreira. Uns querem ser jornalistas,

outros médicos, outros arquitetos e assim por diante. No caso de Vanessa Raya, sua opção

acadêmica a levou para o Direito. Porém, seu coração jamais permitiu que ela se afastasse

de uma grande paixão: o mundo da moda.

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omo nunca é tarde para alguém começar a fazer aquilo que gos-ta, com seus 35 anos de idade, a plus size Vanessa Raya, uma

advogada formada, com duas pós-gradua-ções, uma em Direito e Processo Civil e outra em Direito do Estado, decidiu dar ouvido ao que dizia seu coração. Para ser mais específico, ele gritava para que ela se dedicasse ao mundo da moda. Já estabili-zada profissionalmente e com tempo sufi-ciente para se dedicar com afinco a esta nova empreitada, Vanessa decidiu criar um blog, o “Sapatinho de Cristal” (http://sapa-tinhodecristal.wordpress.com).

Nele, a advogada e, agora, como man-dava seu coração, conselheira de moda, da dicas sobre beleza, maquiagem e outros temas relacionados à moda. Além disso, mostrando bastante desenvoltura em ou-tras áreas, ela também fala sobre música, cinema e teatro, assuntos que fazem bem à pele e ao intelecto de quem gosta de se vestir bem. “O blog começou com a idéia de compartilhar com as pessoas o assun-to moda. Mas como também tenho uma predileção especial pelas artes, comecei a abordar temas ligados à cultura. Gosto de pensar que o ‘Sapatinho’, hoje, fala sobre a vida e tudo o que vale a pena enquanto queremos ser felizes”, explica Vanessa.

Apesar de não ter frequentado cursos específicos de moda e de não ter um di-

ploma desta área pendurado na parede, Vanessa confirma a tese de que a vivência traz sabedoria e conhecimento. Sem nun-ca ter deixado de ler e pesquisar sobre o assunto, ela fornece em seu blog dicas im-portantes sobre o tema. “Não tenho forma-ção específica em moda. Porém, desenho desde adolescente e sempre adorei moda. Assino várias revistas, leio todos os edi-toriais de moda que passam pela minha mão. Já participei de diversos workshops no Senac, na Villa Daslu e no São Paulo Fashion Week. Antes de fazer o curso de Direito, fiz colegial técnico de publicida-de, trabalhei em agências de publicidade e acompanhei muitos editoriais de moda para revistas. Ela sempre esteve presente na minha vida”, comenta Vanessa.

O “Sapatinho de cristal” tem um direcio-namento claro para as pessoas do universo plus size. Isso se deve, é claro, ao fato de que Vanessa faz parte do clube das mulhe-res que possuem lindas curvas para mos-trar e, também, devido ao fato de ela ser a irmã mais velha da modelo Bianca Raya. Ela conta que sempre foi plus, ou melhor, esteve acima do peso e, graças a isso, se sente mais à vontade para falar sobre o assunto. “Direcionar o site para pessoas que, como eu, estão acima do peso, ocor-reu de forma automática. Pelo fato de eu ser plus size, acho que fica mais fácil falar de moda direcionada para este público.

C

“O Direito me fez ver a vida como um lugar onde todos podem e devem expressar suas

opiniões. Acho bacana o que tenho feito, pois as leitoras interagem comigo, deixam

comentários, sugestões, muitas vezes tenho que pesquisar para responder...”

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Afinal de contas, eu passo por muitas di-ficuldades para encontrar certas peças no mercado e quando as encontro, gosto de dividir uma experiência bem sucedida com as leitoras do blog”, comenta Vanessa.

A blogueira comenta que seu espaço virtual não é uma via de mão única, onde “suas verdades” são as únicas que con-tam. Ela posta seus comentários, mas também recebe muitas colaborações de quem acompanha seu trabalho de perto. Ela comenta que mede seus erros e acer-tos através desta interatividade. “Gosto de pensar que não sou e nem quero me tor-nar a personagem principal daquele filme ‘O Diabo Veste Prada’. No mundo da moda e até mesmo na vida pessoal de cada um, existe espaço para duas ou mais verdades. O Direito me fez ver a vida como um lugar onde todos podem e devem expressar suas opiniões. Acho bacana o que tenho feito, pois as leitoras interagem comigo, deixam comentários, sugestões, muitas vezes te-nho que pesquisar para responder, muitas vezes de um comentário nasce um post, isto é um exercício muito bacana”, confes-sa Vanessa.

Falando sobre moda, ela diz que rece-be e tenta postar informações variadas em seu blog, porém, ela comenta que boa parte das dúvidas das leitoras se refere à moda praia, festa e algum tipo de vestu-ário específico, como, por exemplo, casa-

cos. A blogueira acredita que a moda plus size ainda está por se definir no Brasil, ao contrário do que já acontece em países da Europa e nos Estados Unidos. “Se parar-mos para pensar, até pouco tempo sequer existia o termo plus size. Dava para contar nos dedos quem se dedicava a isso. Hoje, depois que o País acordou para este fato, vemos novas marcas surgindo e as mar-cas que já estavam por aí, se aprimorando. Quem ganha com esse movimento é o con-sumidor”, comenta Vanessa.

Querendo ou não, Vanessa acabou se tornando uma espécie de conselheira de moda. Por conta disso, em breve, ela pre-tende voltar aos bancos escolares para conquistar mais um diploma, o de Moda. Enquanto isso não acontece, ela prefere se definir como uma pessoa que tenta se-guir todas as tendências de moda lançadas para poder orientar quais cores, estilos, tecidos, silhuetas vão ser o destaque de cada estação. Vanessa acredita que todos devem se vestir de um modo que expresse quem eles são, de acordo com seu esti-lo e personalidade. Ela pensa que aquilo que se veste passa uma mensagem sobre quem está vestindo.

Para saber mais sobre Vanessa e man-ter-se informado sobre o mundo da moda plus size, visite o endereço eletrônico: http://sapatinhodecristal.wordpress.com e mantenha-se na moda.

“Desenho desde adolescente e sempre adorei moda. Assino várias revistas, leio todos os editoriais de moda que passam pela minha mão. Já participei de diversos workshops no Senac, na Villa Daslu e no São Paulo Fashion Week.”

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um evento para ascariocas aplaudirem

Bazar PSTexto: da Redação | Imagens: divulgação

No dia 4 de dezembro, graças à iniciativa pioneira

de sete blogueiras do estado do Rio, as plus size cariocas

poderão participar de um bazar de vendas com roupas, sapatos, bolsas e bijuterias.

Da esquerda para a direita Rebeca Doherty (Une Moda), Juliana Ricci (Hoje vou assim Plus Size), Flaviana Muniz (Gordivinas), Papu Morgado (Curlvely Fashion), Thayane Paris (Fofa e fina), Camila Cura (Fofashions) e Amanda Gomes (blog Curvilínea).

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um evento para ascariocas aplaudirem

Bazar PSPlus Fashion Bazar (www.plus-fashionbazar.blogspot.com) é assinado por Amanda Gomes (blog Curvilínea), Camila Cura

(Fofashions), Flaviana Muniz (Gordivinas), Juliana Ricci (Hoje vou assim Plus Size), Papu Morgado (Curlvely Fashion), Rebeca Doherty (Une Moda) e Thayane Paris (Fofa e fina). Elas contam que a idéia surgiu du-rante seus encontros frequentes. “Em nos-sas conversas percebemos a necessidade de um espaço para conhecermos nossas leitoras, para confraternizar e oferecer moda de qualidade e acessível. Foi assim que nasceu a ideia de criar um grande brechó plus size, além de outros atrativos como sorteios, brindes e comidinhas de-liciosas”. Aliás, a idéia deu tão certo que as inscrições já estão esgotadas e as or-ganizadoras tiveram que criar uma lista de espera.

Flaviana Muniz, do blog Gordivinas e uma das organizadoras, conta que a ex-pectativa é de que a tarde do dia 4 seja um momento agradável para todas as par-ticipantes. “Será um dia passado em um ambiente selecionado e agradável no Rio

de Janeiro. As pessoas interessadas estão se inscrevendo e pagando a entrada de R$ 20,00 reais, o que da direito a participação nos sorteios, brindes, comida e bebida. Como este é o primeiro que organizamos, limitamos a participação a 50 pessoas. Não será possível comprar o ingresso na hora, por uma série de questões logísti-cas”, comenta Flaviana.

Ela também explica que haverá um brechó com peças selecionadas para o público plus size, com peças seminovas, em bom estado, algumas novas e venda de acessórios. “A comercialização ficará a cargo das organizadoras. Haverá sorteios com diversas marcas de moda, moda plus size, acessórios, cosméticos, entre outras atrações. Pedimos, também, o apoio de diversas empresas e contaremos com o apoio da Anna Joana, By Me Acessórios, Calce GG, Camomilah, Carlota, Curvas Perfeitas, Dorcas Plus Size, Ka Montone, Leader, La Mafê, Lepoque, Lumi Cosméti-cos, Maria Bagatela, Madame Papu, Maior estilo, Mercatto, Moça Bonita, Mulher Bo-nita, Queen of the boys, Revista Beleza em Curvas e a Yasyl. Se você está no Rio de

O

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Janeiro e se interessou pelo evento, viste o site www.plusfashionbazar.blogspot.com e mantenha contato para participar de futu-ras edições. Esta é uma iniciativa da qual vale a pena participar.

Aproveitando a oportunidade de falar com as organizadoras por conta do bazar, pedimos a elas que alinhavassem a ques-tão plus size no Rio de Janeiro. No que diz respeito ao movimento, elas explicaram que as cariocas estão cada vez mais enga-jadas e atuantes. “O movimento plus size no Rio está cada vez maior, isso graças ao nascimento de blogs de moda ou ligados a este tema. Está sendo criada uma im-portante rede de pessoas com interesses comuns, com o desejo de fazer amizades e contatos profissionais. Além disso, a moda plus size no Rio de Janeiro está começando a mudar para melhor devido ao nascimen-to de novas marcas, uma maior divulgação das lojas que já estão há algum tempo no mercado e mais oferta de tamanhos maio-res nas lojas de departamento. Tudo isso é fruto de um esforço conjunto não só das blogueiras e leitoras caricas, mas de todo o País”, explicam elas.

No que diz respeito ao grande interes-se pela carreira de modelo plus size, elas afirmam que para se achar uma linda mu-lher plus size você não precisa ser modelo. Você precisa se ver como uma mulher bo-

nita, cuidar de si mesma com amor, defen-der seus direitos. O boom de modelos plus size que estamos presenciando talvez seja uma consequência natural de uma maior democratização da moda e do conceito de beleza, um movimento propagado pelos blogs que abordam o mundo Plus Size. Sen-do assim é normal que muitas mulheres, que por tanto tempo foram excluídas do padrão de beleza, queriam ser modelos. O risco neste caso é associar ser modelo plus size à autoestima, pois uma indepen-de da outra.

Quanto às barreiras que o mundo plus size precisa vencer, elas listam o precon-ceito e as agressões, feitas principalmen-te de forma verbal, como principais. Além disso, elas esperam que um novo cenário surja, onde as pessoas que estão acima do peso conquistem seu lugar no merca-do de trabalho, entre outras mudanças. “É muito importante que aconteça uma real mudança dos padrões de beleza, o com-bate ao mito de que magreza é sinônimo de felicidade, os profissionais da saúde, que muitas vezes são extremamente duros e inflexíveis com quem é gordo, precisam mudar seus pontos de vista e é preciso também haver mudanças na moda para que esta se adeque à diversidade humana, e não o contrário”, reivindicam, com razão, as blogueiras.

“A ideia é criar um grande brechó plus size, além de outros atrativos como sorteios,

brindes e comidinhas deliciosas.”

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não deixe que ela fujado seu controle

Insegurança

Texto: da Redação | Imagens: Wikimedia Commons arquivo SM

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Todo ser humano, em maior ou menor grau, é inseguro. Ao longo de nossas vidas,

aprendemos a lidar com isto de forma a não atrapalhar nossa felicidade. Algumas pessoas, entretanto, não lidam com essa

questão de uma forma salutar e transformam sua existência em um pesadelo.

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egundo a psicoterapeuta Már-cia Amyuni, graduada em psi-cologia pela Unip e especialis-ta em dependência de álcool e

outras drogas pela Unifesp, a insegurança está diretamente ligada à autoestima. “O medo da rejeição e a falta de confiança, se, fora do controle, são prejudiciais e fa-zem com que a pessoa vivencie um proces-so de retraimento, a ponto de comprome-ter seus relacionamentos e sua vida como um todo. A insegurança gera medo e an-siedade e pode causar graves problemas emocionais”, comenta Márcia.

Ela diz que todos os dias temos que lidar com diversos tipos de insegurança, alguns deles gerados pela sociedade, como, por exemplo, a violência. E, segundo ela, tam-bém temos que lidar com os “fantasmas” que nós mesmos criamos. Alguns deles são simples, como o lidar com o fato de acreditar que uma roupa não lhe cai bem. Outros, entretanto, são mais profundos e assustadores. “À medida que crescemos e vamos aprendendo a viver socialmente, nos adaptamos a diversos tipos de situ-ação. Algumas inseguranças, como, por exemplo, o medo de assaltos, é facilmente resolvido com medidas preventivas. A idéia de que uma roupa não veste bem está fa-cilmente contornada quando escolhemos outra. O complicado é quando nós não nos aceitamos como somos. Não dá para ir no hospital ali na esquina e pedir um corpo novo”, diz Márcia.

Ela explica que a insegurança, quanto a si mesmo, surge à medida que desco-

brimos que é necessário viver em socieda-de e, principalmente, que precisamos ser aceitos por ela. Caso contrário, estaremos condenados à solidão. “Desde cedo apren-demos a dar muita importância à necessi-dade de agradar os outros. A pressão para estar de acordo com o que é determinado pela sociedade é muito grande e algumas pessoas se deixam afetar mais do que ou-tras, chegando a viver de acordo com tais estereótipos”, afirma Márcia.

Segundo ela, quem convive com o fato de estar acima do peso, sofre um cons-tante bombardeio social no sentido de que deve emagrecer. Este é um processo lon-go, com o qual o indivíduo é confrontado, inicialmente, dentro de sua própria casa e que, quando inserido num contexto social mais amplo, como, por exemplo, a escola e o trabalho, continua a acontecer. “Algumas pessoas engordam durante a infância, seja por que motivo for, e, nesta idade são mui-to influenciáveis quanto a agirem de forma correta para serem amados pelos pais e por seus parentes próximos. Creio que não existe ninguém que esteja acima do peso que, em sua infância, não tenha sido alvo de brincadeiras maldosas dos tios e dos primos, ou que tenha se sujeitado a pas-sar por regimes forçados pelos pais”, diz Márcia.

Mais tarde, na escola, como Márcia co-menta, a guerra continua. “Quando o meni-no, ou a menina, que estão acima do peso começam a conviver com pessoas estra-nhas ao seu círculo familiar, as cobranças aumentam. Os colegas começam a distri-buir apelidos, as brincadeiras humilhantes

S

Ninguém precisa seguir os padrões sociais de beleza e ser magro. O

importante é avaliar o bem estar do indivíduo e se estar acima do peso

causa algum sofrimento emocional, físico e social.

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se tornam uma constante e, finalmente, começa a segregação. Muitas das pesso-as com quem tenho contato, afinal cuido de diversos pacientes com transtornos ali-mentares, obesidade e com aqueles que passam pela cirurgia bariátrica, afirmam que está época específica de suas vidas foi muito difícil. Elas eram evitadas pelos amigos, tinham dificuldades em conseguir namorados ou namoradas e, ainda por cima, se viam forçados a emagrecer para acabarem com todo este tormento”, diz Márcia.

Quando quem está acima do peso se torna adulto e passa a compreender me-lhor as questões envolvidas na aceitação social, apesar de todos os danos ocorridos durante a infância e a adolescência, ocorre uma diminuição da insegurança. “Quando o indivíduo se torna adulto, adquire um maior conhecimento sobre si mesmo e so-bre a vida social e se torna capaz de es-colher entre continuar cedendo à cobrança social, ou procurar a autoaceitação. Algu-mas pessoas conseguem, sem a ajuda de ninguém, chegar a este ponto de maturida-de. Outros, infelizmente a grande maioria, mesmo depois de adultos e com todas as condições para serem felizes, continuam a sofrer”, explica Márcia.

Para estes, Márcia diz que a inseguran-ça e tudo o que a acompanha, são preju-diciais. A psicoterapeuta explica que exis-tem diversos níveis de insegurança e que cada um deles atormenta, em maior ou menor quantidade, o indivíduo. “Pessoas que nutrem uma insegurança moderada

são aquelas que, apesar de não gostarem de sua imagem corporal, conseguem levar uma vida normal sem prejudicar a si mes-ma. Elas se relacionam bem com os outros, tem vida social, trabalham, vão à praia, dançam. Já aquelas que tem um grau mais acentuado de insegurança, modificam a sua forma de viver, deixam de fazer ativi-dades que gostam e vão se tornando re-féns da obsessão por emagrecer. São elas as que apresentam casos de transtornos alimentares, anorexia e bulimia”, comenta Márcia.

Que a insegurança quanto ao corpo é um incomodo para quem está acima do peso não se discute. O que resta saber é se ser gordo incomoda mais aos homens ou às mulheres. Segundo Márcia, levando-se em consideração os valores criados pela sociedade, as mulheres são muito mais cobradas do que os homens no que se refere à sua imagem corporal. Porém, comenta Márcia, isto não quer dizer que os homens não são afetados pela inse-gurança, porém, eles são mais afetados em outra esfera como, por exemplo, no status social e financeiro, no seu “papel de homem” na sociedade. Atualmente os homens estão mais preocupados com o corpo, mas ainda não chegam ao nível de preocupação das mulheres.

Márcia ensina que é fácil reconhecer uma pessoa que está perdendo o controle sobre sua insegurança. Alguns sintomas são o afastamento do convívio social, a recusa de convites, principalmente para situações que colocam o corpo em evi-

É possível trabalhar a autoestima a ponto de ela aceitar que não precisa fazer parte do grupo das pessoas tidas como ‘padrão’ e passar a se cuidar.

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dência, como, por exemplo, ir à praia. E, uma vez detectados os sintomas, a melhor recomendação é buscar ajuda. “Diante da cobrança tão intensa que a sociedade faz, é muito difícil alguém ser totalmente segu-ro. Mas, é possível trabalhar a autoestima a ponto de ela aceitar que não precisa fa-zer parte do grupo das pessoas tidas como ‘padrão’ e passar a se cuidar. Com isso, sua meta não precisa ser tão radical e ela acaba emagrecendo o suficiente para se sentir bem”, comenta a psicoterapeuta.

Márcia ainda recomenda que, caso a pessoa não esteja conseguindo lidar com o problema sozinha, procure ajuda de um profissional qualificado, que no caso seria da área da saúde mental, um psicólogo ou um psiquiatra. A psicoterapia costuma ser uma boa ferramenta de ajuda. Ela conta que o trabalho é centrado na autoestima e auto-eficácia. “As pessoas estão tão fragi-lizadas emocionalmente que acabam não vendo saídas para seu problema. Nestes casos, a terapia vai ajudá-las a acreditar em si e ampliar a percepção de possibili-dades que existem para lidar com o proble-ma, além de modificar crenças disfuncio-nais que estão prejudicando a sua vida”, explica Márcia.

E, segundo ela, buscar ajuda para si mesmo é uma parte da solução do proble-ma. A família também deve se inteirar do tratamento e agir de forma positiva para superá-los. “Os familiares geralmente es-tão envolvidos no problema. Desde os há-bitos alimentares até o modo de funcionar,

favorecendo sua continuidade. Quando a pessoa começa a mudar é muito comum o ‘boicote’ inconsciente da família. Ela está acostumada com o problema e não sabe lidar com a ausência dele. A intervenção da psicoterapia pode ser muito útil para a mudança de estilo de vida de toda a fa-mília e a manutenção de um novo estilo”, conta Márcia.

Ser ou não ser gordo. Eis a questão.

Muitos colocam em dúvida as pesso-as que gostam de estar acima do peso. Eles dizem que, se houvesse a possibilida-de, qualquer gordo optaria por estar den-tro do peso ideal. De certa forma isso é uma “quase” verdade, afinal, as clínicas especializadas em cirurgia bariátrica estão com suas agendas lotadas. Mas, por outro lado, há quem goste de ter suas curvas, seja homem ou mulher, e não diz isso ape-nas como uma forma de se autoconsolar. Para a psicologia, o que conta, é claro, é o desejo do paciente e sua função, enquan-to terapia, é levá-lo à situação emocional desejada.

Márcia comenta que não há uma recei-ta formal para solucionar os problemas de todas as pessoas de forma padrão. “So-mente a própria pessoa pode saber se es-tar acima do peso é um problema para ela e se vale a pena emagrecer. Tem pessoas que negam o problema para não terem que enfrentar e vivem numa ilusão. Outras se beneficiam de alguma forma com isto, ou-

Elas eram evitadas pelos amigos, tinham dificuldades em conseguir namorados

ou namoradas e, ainda por cima, se viam forçados a emagrecer para acabarem com

todo este tormento”, diz Márcia.

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tras sofrem muito. Por isso, primeiro a pes-soa deve aceitar que algo a incomoda e então avaliar e decidir se quer mudar. Nin-guém precisa seguir os padrões sociais de beleza e ser magro. O importante é avaliar o bem estar do indivíduo e se estar acima do peso causa algum sofrimento emocio-nal, físico e social”, explica Márcia.

“Atualmente existem vários recursos, desde dietas, exercícios físicos, interven-ções farmacológicas e até a cirurgias de redução do estômago. Todos eles necessi-tam do esforço da própria pessoa. O mais importante é avaliar como a pessoa se re-laciona com a comida, se é sua única fonte de prazer, ou seja, qual a importância que o alimento tem em sua vida. Tem pessoas que já fizeram muitas tentativas e estão exaustas emocionalmente, às vezes com problemas graves de saúde. Uma interven-ção mais efetiva como a cirurgia bariátrica pode ajudar a mudar definitivamente a vida da pessoa. Porém, o acompanhamento psicoterápico é fundamental para a com-preensão de seu papel nesta mudança e o fortalecimento para enfrentar o processo pós-cirúrgico”, previne a psicoterapeuta.

Outro fator, que segundo ela precisa ser levado em consideração, é o por quê as pessoas ganham peso. “Na verdade, a obesidade pode ser gerada por uma série de fatores. Não existe somente uma causa para isso. Nem sempre a terapia é o único tratamento. Às vezes ela precisa estar as-sociada à terapia medicamentosa. O trata-mento em equipe multidisciplinar é o cami-nho mais adequado, incluindo psiquiatra,

psicólogo, endocrinologista, cardiologista, nutricionista e outros se necessário. Sem isso, o objetivo que se pretende pode não ser alcançado”, afirma Márcia.

Mas, por outro lado, para aqueles que estão felizes com seu tamanho, Márcia não enxerga restrições. Aliás, como boa profissional, ela sabe muito bem que ‘nor-malidade’ não é um conceito que pode ser restringido por uma única definição. “Os conceitos de normalidade impostos pela sociedade nem sempre são os melhores para todos. As pessoas são muito diferen-tes umas das outras e devem ter suas opi-niões e crenças respeitadas. Isso faz parte de suas características e seus limites. Esta pressão para seguir os modelos impostos pela sociedade está causando muitos pro-blemas, pois as pessoas acabam buscan-do o tempo todo um padrão que não con-seguem alcançar, causando insatisfação e grande sofrimento, em alguns casos, pro-blemas emocionais muito graves como os transtornos alimentares. Creio que é pos-sível alguém não se importar com o que a sociedade lhe impõe. Para isso, basta um mínimo de auto-crítica. A opinião da socie-dade serve como um norteador, uma refe-rência. Não é saudável fazer tudo o que se quer sem se importar com o outro. Mas é importante que isso seja equilibrado. Por isso, não é fácil permanecer neutro em re-lação a toda essa campanha para seguir-mos o modelo imposto. O cuidado com a auto-estima é fundamental para não se deixar afetar”, conclui Márcia.

Não existe ninguém que esteja acima do peso que, em sua infância, não tenha sido alvo de brincadeiras maldosas dos tios e dos primos, ou que tenha se sujeitado a passar por regimes forçados pelos pais.

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orgulho de sergordo e gay

G&M

Texto: da Redação | Imagens: arquivo SM

Girth & Mirth

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No Brasil, o movimento plus size ainda possui contornos notadamente femininos.

Porém, em outros lugares do mundo, principalmente nos Estados Unidos, os

homossexuais que estão acima do peso há muito tempo estão organizados em torno de

movimentos como, por exemplo, o Girth & Mirth e demostram que estar bem consigo

mesmo vale a pena.

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em Medida já está no ar há praticamente dois anos e, em todas as nossas edições, nos orgulhamos de apresentar te-

mas e discussões que dizem respeito a quem está acima do peso, sem nos im-portarmos com o fato de quem nos aces-sa ser branco, negro, homem, mulher, ou magro. Alguns dizem que a revista é feita para homens, outros que sua orientação é feminina. Gostamos de pensar que somos múltiplos, que falamos, ou melhor, que es-crevemos para quem gosta de si mesmo e quer estar de bem com a vida.

Em nome desta pluralidade tão salutar a uma sociedade que se diz democrática e sem preconceitos, entrevistamos um dos representantes do Girth & Mirth brasileiro, Ricardo Castelli. Ele nos conta a história do movimento e pontua a batalha que to-dos os gays que estão acima do peso en-frentam, algo que ele chama de “duplo pre-conceito”. Esperamos com isso, aproximar grupos sociais que têm algo em comum e que podem caminhar juntos rumo a um fu-turo onde cada um de nós encontre o reco-nhecimento de sua individualidade.

Organização e resultados

A sociedade como um todo está longe de aceitar a comunidade gay com o respei-to que ela merece. Haja visto as cenas de racismo e violência que ocorrem frequen-temente em diversas capitais brasileiras, mais recentemente em plena avenida Pau-lista. Mas quem acompanha esta jornada há mais tempo lembra que “tudo já esteve pior”. O movimento homossexual brasileiro realizou conquistas grandiosas e memo-ráveis no que se refere aos seus direitos. Ele alcançou uma projeção e uma organi-zação que serve de exemplo para muitos outros movimentos, como, por exemplo, o das pessoas que se sentem bem estando acima do peso. Aliás, por falar em gordos, dentro do movimento gay, existem subgru-pos voltados para a união e a valorização de quem tem orgulho do quanto pesa. Um deles, que tomamos conhecimento da existência recentemente, é o Girth & Mirth, chamado de G&M, que traduzido de forma

literal significa “cintura e alegria”.Segundo Ricardo Castelli, que acaba

de se mudar para o Brasil vindo da Suíça, onde participou ativamente do movimento como responsável pelo G&M daquele país e como corresponsável por ele na Itália e França, o Girth & Mirth nasceu nos Estados Unidos, na década de 70, depois da rebe-lião de Stonewall, um evento que marcou o início da história moderna do movimento gay norte-americano, como uma forma de protesto contra a exclusão dos gays que estavam acima do peso dos ambientes homossexuais naquela época. Além dele, merece destaque, também, o movimento Bear que nasceu na década de 80. Este último, há mais de uma década bastante ativo no Brasil.

Termos como Bears e Girth & Mirth po-dem ser confusos e passar uma ideia de redundância para quem não tem proximida-de com estes grupos. Entretanto, segundo Ricardo, cada um deles tem uma proposta filosófica séria e diferente, o que justifica uma existência paralela e, em alguns ca-sos, complementar. Ricardo explica que o movimento Bear tem como razão de sua existência uma postura voltada para a va-lorização da masculinidade homossexual, além de aceitar como membros deste gru-po pessoas que estejam ou não acima do peso. Já o G&M como explica Anderson S. Carlos, que junto com Ricardo participa do G&M, abraça os gays que são gordos sem nenhum tipo de restrição quanto à sua postura comportamental.

Outro ponto que Anderson faz questão de frisar é que o G&M tem um compromis-so muito grande com a saúde de quem participa do movimento. “Nós somos ‘gor-dos e felizes’, como o próprio nome do mo-vimento faz questão de deixar claro. Mas, não somos idiotas. Estar acima do peso é um fator de risco para a saúde de qualquer um e, por isso, fazemos campanhas para deixar claro que é preciso se cuidar, ir ao médico regularmente. No site que acaba-mos de colocar no ar, no Brasil (http://gir-thandmirthbrasil.com.br) há sessões dedi-cadas a diversos assuntos, desde o humor até gastronomia, e, um lugar de destaque para saúde”, afirma Anderson.

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O bar Soda Pops, na rua Vieira de Carvalho, 43, é um ponto de encontro de bears, G&M e simpatizantes, um lugar agradável onde as diferenças convivem em harmonia.

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“Somos um movimento gay e dentro da comunidade, queremos ser uma militância contra a exclusão das pessoas. Temos uma filosofia muito parecida com a do mo-vimento Size Acceptance, e é por isso que queremos parcerias com o movimento plus size do mundo hetero. Porque, indepen-dente de nossa orientação afetiva, temos muitos pontos em comum e vivenciamos os mesmos preconceitos que eles e elas”, explica Ricardo.

Ele diz que não é o porta-voz ou o dono do movimento Girth & Mirth no Brasil. Se-gundo ele, sua função é lançar uma se-mente que florescerá, independente de sua participação. Mas o fato é que ele tem experiência de sobra para ajudar muito. Fi-lho de mãe brasileira e pai italiano, Ricardo viveu a maior parte de sua vida na Europa, mas sempre que possível, viajava para o Brasil em férias. Sua formação acadêmica foi em Psicologia e ele trabalhou na Suíça em uma ONG (www.fundation.ch) dedicada à recuperação de dependentes químicos e moradores de rua, na sua grande maio-ria imigrantes clandestinos e, também, na Unaids, um braço da ONU (Organização das Nações Unidas) que combate a AIDS pelo mundo.

Ele conta que sempre teve vontade de participar da criação do Girth & Mirth bra-sileiro, afinal, já era possível perceber, de

algum modo, o G&M já estava dando seus primeiros passos por aqui, através de dife-rentes comunidades no Orkut, dedicadas a gordos gays. Mas como “turista” isso nunca foi possível. Agora, porém, instala-do definitivamente na cidade de São Pau-lo, Ricardo quer dar vida ao movimento e fazê-lo crescer aqui tanto quanto ele cres-ceu no exterior. “Eu e alguns amigos, que já se engajaram no movimento, estamos dando os primeiros passos na direção de um crescimento forte e constante do G&M brasileiro. Conseguimos criar laços de amizade com o movimento europeu e norte-americano e sonhamos até em reali-zar, aqui no Brasil, uma das confraterniza-ções anuais do movimento. Tudo caminha no sentido da globalização. Recentemente foi criada a TICCC - The internacional chub chaser community (http://www.ticcc.org) a primeira organização supranacional de gor-dos e seus admiradores”, explica Ricardo.

Para quem deseja saber mais sobre o Girth & Mirth no Brasil basta acessar o web site do movimento através do ende-reço http://girthandmirthbrasil.com.br. No site, além de informações culturais sobre o movimento, glossários de termos e di-versas colunas de colaboradores, você também encontrará formas de entrar em contato com os organizadores brasileiros do G&M.

Ricardo Castelli, recém-chegado da Europa, onde sempre atuou no movimento Girth & Mirth.

Anderson C. Santos, engajamento consciente

numa causa válida

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LEITURA DIGITAL

POR UM MUNDOSUSTENTÁVEL

Mude seus hábitos.leia em formato digital.precisamos buscar

alternativas viáveis

80% de toda a energiaque consumimos vemde combustíveis fósseis

Em uma hora o solda à terra energiasuficiente para oconsumo de toda ahumanidade por umano Todos temos opotencial para mudarO que estamosesperando?

Imagem: Wikimedia Commons/Javier Blas

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LEITURA DIGITAL

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Imagem: Wikimedia Commons/Javier Blas

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uma boa opção paraquem quer enoturismo

Terrabela

Texto: da Redação | Imagens: divulgação

Ao mesmo tempo em que o vinho nacional ganha destaque como bebida de harmonização na mesa dos brasileiros, muitos apreciadores também se sentem atraídos por conhecer melhor as regiões e as pessoas que fazem esta bebida. Porém, não basta colocar o pé na estrada. A melhor opção é viajar com quem entende do assunto.

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m algumas regiões de diversos países como França, Estados Unidos e Itália, os apreciadores de vinhos, enquanto passeiam,

podem aprender tudo sobre esta bebida. Isto é o que se chama de enoturismo, um segmento da atividade turística que cria ro-teiros motivados pela apreciação dos aro-mas e dos sabores do vinho, e nas tradi-ções e cultura das localidades que produ-zem esta bebida. Além disso, o turista tem a chance de ver, dependendo da época, a colheita, a maneira com que os produtores criam seus produtos e, é claro, degustar a bebida.

A qualidade do vinho brasileiro vem me-lhorando ano após ano, fato incontestável graças às conquistas de diversos prêmios nacionais e internacionais e isso tem co-locado a região Sul do Brasil no foco do interesse de apreciadores e curiosos pelo vinho. De olho nesse público, e vivendo na maior região produtora do Brasil, Douglas Coelho resolveu unir o que a natureza lhe deu ao conhecimento que possui sobre turismo. Assim, de forma pioneira, criou no ano de 2000, a Terrabela Turismo, que oferece aos turistas não apenas o enotu-rismo, mas sim roteiros enogastronômicos excitantes, desenvolvidos basicamente na serra gaúcha.

“Possuímos roteiros para todos os me-ses do ano, viagens rápidas, geralmente de quinta a domingo”, explica Douglas. “Com esses passeios, pretendemos for-mar novos apreciadores de vinho e de gas-tronomia harmonizada com esta bebida. Além disso, atendemos grupos fechados de amigos, confrarias e associações, em qualquer data do ano, bastando para isso um agendamento”.

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O Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, é uma das várias microrregiões vitivi-nícolas da serra gaúcha. Além dela, exis-tem as dos Vinhos de Montanha, Vinhos de Monte Belo, Vinhos dos Altos Montes e outras, que ainda estão se organizando. O Vale dos Vinhedos pode ser considerado o pioneiro e, graças aos investimentos feitos pelos produtores locais, a região tornou-se referência na elaboração de vinhos finos e do fomento do enoturismo regional. Além da variedade de vinícolas, grandes, médias e pequenas, o Vale possui ainda uma ex-celente infraestrutura no que diz respeito à hotelaria, conta com ótimos restaurantes e facilidades que facilitam o ótimo atendi-mento aos turistas.

O diretor da Terrabela Turismo explica que geralmente as pessoas que fazem o enoturismo já possuem o costume de de-gustar vinhos. O que eles desejam, real-mente, é saber mais a respeito dos vinhos brasileiros, especificamente, os elabora-dos na serra gaúcha. “O verdadeiro apre-ciador de vinhos ama a originalidade de cada região produtora e procura encontrar vinhos que expressam a essência de um determinado lugar, de uma determinada re-gião”, explica Douglas.

Com um crescente número de aprecia-dores de vinho, a Terrabela oferece a práti-ca do enoturismo de janeiro a dezembro na serra gaúcha, pois cada estação do ano, que são bem definidas na região, está vin-culada a certas atividades no campo e na vinícola. As paisagens mudam e o dia a dia do agricultor e do vinicultor também segue este ciclo.

Para que os turistas aproveitem ao má-ximo, Douglas sugere que eles retornem ao menos mais uma vez, na estação climática

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oposta à da primeira visita para vivencia-rem outras experiências. “Temos clientes que já retornaram umas dez vezes e prepa-ramos sempre algo novo para eles”, expli-ca o diretor da Terrabela.

Mas, por mais apaixonado por vinho que uma pessoa seja, ela corre o risco de ficar entediada de tanto visitar as viníco-las. Por isso, a Terrabela tem o cuidado de focar seus roteiros para evitar que isso aconteça. “Procuramos inserir vinícolas de grande porte e com alta tecnologia, como também vinícolas artesanais”, diz Douglas. “Acrecentamos aos pacotes, refeições típi-cas coloniais italianas, algumas de resgate e fora de restaurantes, como também le-vamos nossos clientes ao encontro da alta gastronomia, elaborada por chefs locais. Atrativos históricos e culturais da colônia italiana e agroindústrias também fazem parte dos passeios, que em momento al-gum se torna repetitivo ou monótono”.

Os roteiros regulares têm a duração de quatro dias com valor em torno de R$ 1200,00 por pessoa. Nele estão inclusos todas as refeições, hospedagem, trans-porte, taxas de degustação especial de vinhos, ingressos, serviço de guia especia-lizado e atendimento exclusivo.

Se você é um amante do vinho, ou tem curiosidade por conhecer como ele é ela-borado, nada melhor do que visitar o berço da cultura vinícola nacional. E, para não correr o risco de chegar lá e não saber o que fazer e onde ir, deixe a elaboração do roteiro com quem tem dez anos de expe-riência, a Terrabela Turismo. Para conhe-cer melhor esta agência visite o site www.terrabela.com.br, ou entre em contato atra-vés do e-mail [email protected] ou pelo telefone (54) 3292-1461.

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o que era perfeitoficou ainda melhor

FusionTexto: da Redação | Imagens: divulgação

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A Ford é uma montadora que este ano não cansou de surpreender os apaixonados por carros. Desde os

seus modelos mais populares, até o seu sedan mais luxuoso, o Fusion, a empresa se esmera em oferecer

design, tecnologia, potência e acabamento impecáveis.

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eixando os modelos populares de lado e indo direto ao objeto do desejo de quem aprecia aqui-lo que a indústria automobilísti-

ca tem de melhor a oferecer, vamos des-cobrir o que a nova versão do Ford Fusion apresenta. Desde seu lançamento, este carro caracterizou-se pela sua potência, luxo e espaço interno que qualquer plus size sempre sonhou em ter. E, por incrível que possa parecer, aquilo que parecia per-feito, conseguiu ficar ainda melhor.

O Novo Ford Fusion é a evolução do au-tomóvel de luxo. Ele combina esportivida-de, sofisticação, potência, dirigibilidade, espaço, conforto, requinte e avançada tec-nologia e, ainda, é considerado como ten-do o melhor preço em sua categoria. Seu design é bonito e ousado. Ele é movido pelo moderno motor Duratec, nas versões 3.0 V6, de 243 cavalos, e 2.5 16V, de 173 cavalos. A tecnologia de ponta está pre-sente na transmissão automática de seis velocidades, sequenciais, na motorização V6, na direção elétrica, no controle integra-do de estabilidade e tração, nos freios ABS e no computador de bordo de última gera-ção. Na versão V6, o Fusion é vendido com uma central multimídia com 10 gigabytes de memória, controlada por uma tela touch screen de oito polegadas e por comando de voz.

No que diz respeito ao design, o novo Ford Fusion é um carro imponente, de li-nhas elegantes e modernas, que transpira ousadia e esportividade. Na parte diantei-

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ra ganha destaque a ampla grade de três barras, característica do modelo. Projeto-res elípticos e lentes escurecidas dão uma aparência envolvente e de alta tecnologia aos faróis. Os faróis de neblina, posiciona-dos ao lado da grade inferior, reforçam o visual. A traseira ganhou lanternas novas, do tipo colméia. A tampa do porta-malas também foi redesenhada e, junto com o pára-choque, reforça o conceito de elegân-cia e esportividade. Na lateral, destacam-se as grandes rodas de liga leve de 17 polegadas, com desenho esportivo e em linha com as mais modernas tendências de design automobilístico. O Fusion pode ser comprado em sete opções de cores, todas perolizadas. Ou seja, é possível des-filar por aí na versão preto, prata, cinza, vermelho, branco, verde e azul.

Internamente, a Ford conseguiu criar um ambiente high-tech. O quadro de ins-trumentos com iluminação permanente, na nova cor Ice Blue, tem superfície tridimen-sional que produz o efeito de uma jóia e proporciona excelente visibilidade a qual-quer hora do dia. O sistema de persona-lização Ambient Lighting permite escolher entre sete cores diferentes para iluminar pontos internos da cabine. Os bancos ana-tômicos e envolventes são revestidos em couro de alta qualidade, com pespontos de costura clara. Os dianteiros possuem ajus-te elétrico em várias direções. De extremo bom gosto, o painel segue uma arquitetura moderna tanto nos instrumentos como no computador de bordo e no console central,

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onde se destaca a central multimídia com tela touch screen, ou o sistema de som Premium da Sony, dependendo da versão. O painel do ar-condicionado, com controles independentes de temperatura regulável para o motorista e passageiro, acrescenta também um efeito especial de estilo.

O motor Duratec e as versões que equi-pam este sedan são produzidos com bloco, cárter e cabeçote de alumínio e têm uma inovação importante: o duplo comando de válvulas variável (i-VCT), que otimiza sua eficiência e o torque. O Duratec 3.0 V6, de 243 cavalos, traz quatro válvulas por cilin-dro (DOHC). A 4.300 giros, este motor leva o carro de 0 a 100 em apenas 8,5 segun-dos. Mas sua tecnologia aprimora também a economia de combustível: o Fusion faz cerca de 7,3 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada, um nível muito bom para o seu tamanho e potência. O desempenho do V6 é acentuado pelo exclusivo sistema AWD de tração integral nas quatro rodas, que permite a melhor distribuição de torque e tração, com aderência uniforme em qual-quer condição de piso.

A transmissão automática de seis mar-chas conta com modo sequencial no V6. Ela permite a troca de forma automática ou manual, com um simples toque na ala-vanca. De funcionamento suave, produz acelerações contínuas e fortes em todas as velocidades e ainda oferece a opção Grade Assist para reforçar o freio-motor nas descidas íngremes. O Duratec 2.5 16V, de quatro cilindros, desenvolve a potência de 173 cavalos, levando o veículo de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos. Faz cerca de 9,2

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km/l em trecho urbano e 14,4 km/l na es-trada. Seu acelerador eletrônico contribui para a disponibilidade de força em uma ampla curva de torque, junto com a nova transmissão automática de seis velocida-des.

A direção elétrica é outra novidade do novo Ford Fusion. Automaticamente, ela equilibra o esforço do volante de acordo com a velocidade. Além disso, exige menos energia do motor para funcionar e tem diâ-metro de giro menor, que facilita as mano-bras em espaços limitados. A suspensão dianteira independente faz o carro deslizar sobre o asfalto sem que os ocupantes per-cebam qualquer imperfeição. Seu formato é de “duplo-triângulo” (SLA), encontrado em veículos de alta performance. A suspensão traseira também é independente, tipo Mul-tilink. O conjunto, com molas e amortece-dores dimensionados para essa classe de veículo, possibilita o melhor compromisso de conforto e estabilidade.

Se você gosta de ouvir música enquanto dirige, o Fusion é um exemplo de carro mo-derno que reúne o melhor da tecnologia. Isso é evidenciado pelo sistema Sync de mídia e entretenimento, exclusivo da Ford, desenvolvido em parceria com a Microsoft. Ele inclui DVD, CD/MP3 player Sony com conexão para iPod, USB e celular Bluetooth, além de uma jukebox capaz de armazenar até 10 gygabites de músicas e imagens. O sistema também permite comandar as funções do ar-condicionado, áudio e tele-fone por voz ou com toques na tela de 8

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polegadas (20,32 centímetros). O sistema Dolby 5.1 Surround, com 390 Watts e 12 alto-falantes vai calar o som das buzinas no trânsito da cidade.

No mercado brasileiro, o Fusion oferece três anos de garantia total e pacote de ma-nutenção econômica, com a melhor cesta básica de peças, tanto no 3.0 V6 quanto no 2.5 16V. Além disso, conta com a Revi-são Preço Fixo Ford, que garante transpa-rência e baixo custo.

O Fusion recebeu a classificação máxi-ma das principais entidades americanas que avaliam a segurança dos veículos. Ele foi considerado cinco estrelas nos testes de proteção aos ocupantes em colisões da NHTSA (National Highway Transportation Safety Agency) e conquistou o selo Top Sa-fety Pick no ranking do IIHS (Insurance Ins-titute for Highway Safety), órgão indepen-dente que oferece suporte às companhias de seguros. Seu conjunto de segurança inclui seis air bags (frontais, laterais e de cortina) e o Personal Safety System, além de monitoramento da pressão dos pneus.

Outra inovação é o sistema de alerta pós-acidente, que aciona automaticamen-te as luzes de emergência e a buzina em caso de colisão. Porém, o carro foi proje-tado para minimizar as chances de aci-dentes. Além de freio a disco nas quatro rodas, com ABS e EBD, ele conta com o controle eletrônico integrado de estabilida-de e tração, que distribui o torque em cada roda para controlar a trajetória e ajudar a evitar saídas frontais e traseiras do carro.

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temos belos exemplosvivendo no Sul do Brasil

Plus sizeTexto: da Redação | Imagens: arquivo entrevistadas

Quem acha que o eixo Rio/São Paulo é o “centro da galáxia” no que diz respeito à beleza plus size, está enganado. Em todas as regiões do País é possível encontrar mulheres que estão acima do peso e que esbanjam uma beleza singular e uma boa dose de atitude.

“Tive épocas na minha vida em que eu era grande pra minha idade, em outras eu estava dentro dos parâmetros médios normais da sociedade. Tive problemas porque muitas vezes me senti como um ET entre meus amigos.”

Mari Vega

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estes quase dois anos editando a revista Sem Medida, recebe-mos muitas mensagens e entra-mos em contato com inúmeras

pessoas plus size, em praticamente todos os estados do Brasil e, por que não dizer, até mesmo em países localizados nos cin-co continentes. As diferenças entre todas elas, no que diz respeito às características físicas, existem, é claro. Mas, se compa-rarmos suas características emocionais, o que podemos concluir é que o ser humano, seja ele quem for e esteja ele onde esti-ver, anseia pela felicidade, pela realização pessoal e profissional e, principalmente, busca o amor.

A partir desta edição, passaremos a entrevistar, de tempos em tempos, grupos de pessoas localizadas em uma região es-pecífica do País e, no caso desta matéria, na região Sul, para mostrar aos nossos lei-tores, e para quem mais desejar ver, que o mundo não gira em torno de padrões rí-gidos de beleza e comportamento. Que a discriminação, seja ela qual for, não deve ter lugar numa sociedade desenvolvida e que se considera superior a muitas outras espécies que vivem neste planeta.

Em nossa incursão pelo sul do Brasil, uma região que compreende os estados

do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, encontramos Tatiane Gotens, Lauren Alves e Betânia Castoldi, de Porto Alegre (RS), Mari Vega, de São Gabriel (RS) e Fa-biele Borges, de Lavras do Sul (RS). Nesta matéria, elas falam sobre suas vidas como mulheres plus size e nos contam que, ape-sar de todo o preconceito e discriminação, superaram seus traumas e decidiram dei-xar de lado “o que as pessoas queriam que elas fossem” e partiram em busca de sua felicidade pessoal.

Nem todas elas nasceram plus size. Lauren conta que ganhou peso quando fi-cou grávida e não sofreu nenhum tipo de discriminação. Mari diz que em algumas ocasiões da sua vida esteve acima do peso. “Tive épocas na minha vida em que eu era grande pra minha idade, em outras eu estava dentro dos parâmetros médios normais da sociedade. Tive problemas por-que muitas vezes me senti como um ET entre meus amigos”. Por conta disso, diz ela, sempre foi tratada como “mais velha” e chegou ao ponto de se sentir “excluída dentro de sua própria família”.

Fabiele conta que sempre esteve aci-ma do peso e por conta disso, passou por alguns dissabores em sua vida. “Quando você é criança sente mais a discriminação

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“Na verdade, não existe lado ruim, porque se tu achas que está ruim, então tu vais mudar aquilo que te incomoda. Eu me sinto muito bem assim,

sou uma guria saudável, adoro sair, conhecer gente nova, minhas amigas acompanham meus

trabalhos e acham o máximo.”

Betania Castoldi

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e sofri muito na escola, com colegas, e hoje em dia encaro melhor os problemas, como ir a uma loja e não achar meu tamanho e a vendedora olhar para você com discrimina-ção. Tudo isso me marcou, mas depende de você querer lembrar desses momentos ou não. Eu procuro esquecê-los.” Betânia também foi uma criança e uma adolescen-te plus size e, assim como as amigas, sen-tiu o peso dos olhares e das recriminações da sociedade. “Na escola sempre enfrentei o preconceito de colegas, principalmente dos meninos que me colocavam apelidos. Gostei de dois meninos no colégio, mas nunca tive nenhum ‘ficante’ nesta época, diferente das outras meninas. Eu sempre fui muito envergonhada. Com a chegada da adolescência, as brincadeiras continua-ram, eu me incomodava um pouco por ser a única gordinha do grupo, mas, nesta fase da minha vida, isso não interferiu no meu relacionamento com os rapazes. Cansei de ouvir, não só dos guris, mas de pessoas mais velhas também a frase ‘tu tens um rosto tão lindo, só falta emagrecer...’.”

Para Tatiane, sempre acima do peso também, o sofrimento não foi menor. “Algo que eu sempre me recordo daquela época são aquelas musicas... ‘Gorda baleia saco de areia ...’, que me fizeram sofrer muito.

Entretanto, depois que entrei na adoles-cência não teve mais preconceito. Hoje, mais velha, não ouço mais essa música dentro da minha cabeça, atualmente só te-nho ouvido elogios.

Porém, o tempo passou para todas elas. Tatiane Gotens completou 19 anos, Lauren Alves está com 22 anos, Betânia Castoldi está na casa dos 27, Mari Vega já completou 22 anos e Fabiele Borges está com 24 anos. Cada uma superou, do seu jeito, os problemas que tiveram com as brincadeiras, canções e olhares tortos acompanhados de conselhos sobre como emagrecer.

Tanto que hoje, todas elas são capazes de apontar as vantagens de se aceitarem como são. Tatiane diz que se sente cobiça-da e desejada pelos homens. “Os homens adoram mulheres plus size e também acho que nós somos mais carinhosas, sexys, simpáticas que as mulheres que estão dentro do ‘peso normal’”. Lauren afirma que tudo na vida tem um lado bom e ela aposta que a mulher plus size esbanja beleza e valor. Mari conta, cheia de orgu-lho, que as vantagens de se estar acima do peso é “poder colocar um decote e ter com o que enchê-lo, ter um corpo gostoso, estar sempre alegre, rindo e poder comer

“Algo que eu sempre me recordo daquela época são aquelas musicas... ‘Gorda baleia saco de areia ...’, que me fizeram sofrer muito. Entretanto, depois que entrei na adolescência não teve mais preconceito. Hoje, mais velha, não ouço mais essa música dentro da minha cabeça, atualmente só tenho ouvido elogios.”

Tatiane Gotens

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sem culpa.”Para Fabiele, o lado bom de estar acima

do peso é se amar como você é. Se acei-tar, gostar da vida e das pessoas, e não achar que elas olham pra você com más in-terpretações. A autoestima é fundamental para as pessoas acima do peso, se você não a tem, pode ficar perigoso, diz Fabie-le. Para Betânia não existe lado ruim em ser plus size. “Na verdade, não existe lado ruim, porque se tu achas que está ruim, então tu vais mudar aquilo que te incomo-da. Eu me sinto muito bem assim, sou uma guria saudável, adoro sair, conhecer gente nova, minhas amigas acompanham meus trabalhos e acham o máximo. Recebo mui-tos elogios não só por eles, mas também pelas minhas curvas e tenho muito orgulho delas. Não tenho vergonha de dizer: sou gostosa. Me sinto assim, transmito isso e as pessoas concordam comigo”, diz Beta-nia.

Além de uma ótima autoestima e uma alegria de viver que chega a ser contagian-te, estas cinco sulistas plus size têm algo mais em comum: todas elas, atualmente, são modelos e emprestam suas “curvas” para promover marcas e produtos voltados para o universo das pessoas que usam tamanhos grandes. Tatiane Gotens, ingres-

sou na carreira este ano e já colocou em seu currículo trabalhos para a RBS, TV Ul-bra, TV Uníssonos e participou de alguns desfiles. Lauren Alves também começou este ano e já realizou trabalhos para a Up models em programas da Ulbra TV e des-filou para a designer Fabiana Medeiros. Betânia Castoldi já comemorou um ano como modelo plus size e acumula diversos trabalhos em sua carreira. Desfilou para a loja Mulher Bonita no Canoas Fashion Way, para a designer Fabiana Medeiros, partici-pou de programas para a RBS, rede Futura e para a Ulbra TV. Mari Vega conta que co-meçou na carreira há pouco tempo, incen-tivada por Fabiele Borges e até o momento participou de um programa de TV. Fabiele Borges, assim como Mari, até o momento participou de um programa de TV.

Com relação a suas carreiras como mo-delo plus size, todas são categóricas ao afirmar que o fato de estarem afastadas do eixo Rio/São Paulo dificulta muito a possibilidade de conseguirem deslanchar em suas carreiras.

Segundo Betânia, a pouca oferta de tra-balho se relaciona diretamente ao peque-no número de lojas especializadas e maga-zines que oferecem roupas em tamanhos grandes. “Aqui no Sul, este mercado ainda

“O lado bom de estar acima do peso é se amar como você é. Se aceitar, gostar da vida e

das pessoas, e não achar que elas olham pra você com más interpretações. A autoestima é

fundamental para as pessoas acima do peso, se você não a tem, pode ficar perigoso.”

Fabiele Borges

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não está muito consolidado. Na verdade existem algumas lojas especializadas e grandes magazines que trabalham com ta-manhos grandes, mas os empresários não se preocupam em mostrar essas roupas para as consumidoras, mesmo sabendo da dificuldade de encontrar roupas em ta-manhos maiores. Deveriam ser feitos des-files, workshops, semanas de moda aqui no Sul para esse público ou que incluísse essa fatia de mercado, que é tão esqueci-da e já é praticamente metade da popula-ção no Brasil”, explica Betânia.

Para Fabiele, o maior problema que as modelos do Sul enfrentam é a falta de va-lorização. “Acho que o mercado de mode-los plus size poderia estar mais valorizado e que poderia oferecer mais chances para as modelos que estão longe. Aqui existem modelos lindíssimas e pelo difícil acesso estão sendo esquecidas. Vejo modelos não tão fotogênicas aparecendo e conse-guindo trabalhos graças à facilidade que aqueles que as contratam encontram”, co-menta Fabiele.

Tanto para Lauren, Mari e Tatiane, em breve as oportunidades para as modelos plus size do Sul surgirão. Ambas acredi-tam que o “fenômeno plus size” ainda é muito recente em todo o país e, na região

Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, ele está ganhando des-taque com maior agilidade. “No Sul ainda está um pouco restrito, mas acredito que com o tempo vão surgir boas oportunida-des”, afirma Lauren. “É um mercado em crescimento, um pouco limitado na região Sudeste, fazendo com que as modelos do Sul estejam esquecidas. Ou mesmo pela distância, estas acabam trabalhando por quase nada”, explica Mari. “Na minha opi-nião, aqui no Sul o mercado é bem peque-no e não tem oportunidades. Poxa, no Sul também tem pessoas acima do peso e muitas, acho que o mercado poderia ser bem melhor”, conclui Tatiane.

Dificuldades à parte, é impossível negar que as mulheres plus size do Sul do Brasil são lindas e poderiam estar brilhando em qualquer passarela do planeta. Recente-mente a modelo Fabiele Borges, apesar de seus poucos trabalhos, foi bastante elogia-da em uma série de posts publicados no fórum internacional The Judgment of Paris (veja matéria na edição de agosto da Sem Medida). Nele, diversos participantes elo-giam as curvas da modelo e fazem menção ao fato de “como ela preenche bem uma calça jeans”, referindo-se a uma foto desta modelo na edição de julho desta revista.

Lauren se mostra bastante tranquila com a vida de plus size. Segundo ela, que ganhou peso depois da gravidez, preconceito e discriminação nunca fizeram parte de sua vida.

Lauren Alves

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um olhar instigante sobreas formas do corpo humano

Toni EscalanteTexto: da Redação | Imagens: Toni Escalante

Quem acha que fotografia é um trabalho para qualquer um, está enganado. Ao longo das edições da Sem Medida, apresentamos vários fotógrafos que de alguma maneira estão ligados ao mundo plus size e deixam sua personalidade em cada foto.

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om o fotógrafo Toni Escalan-te, que conhecemos na última edição do Bazar Plus Size orga-nizado pelo site Garotas For-

mosas, em São Paulo, não foi diferente. Aliás, para sermos sinceros, ele conseguiu reavivar entre os mais velhos da redação, um clima de rebeldia beatnic que há muito deixamos de ver. O “cara” é agitado, fala pelos cotovelos e defende aquilo em que acredita como um guerrilheiro com uma metralhadora na mão. Tê-lo entre nós du-rante o mês de novembro, preparando o ensaio com a modelo Nell Silva, foi uma experiência que dificilmente vamos esque-cer, e, é claro que não queremos isso.

Impulsivo como se espera que todo ar-tista seja, Toni, hoje com 46 anos de ida-de, contou que largou a Escola Superior de Propaganda e Marketing, a glamourosa ESPM, em São Paulo, para cursar fotogra-fia. Na época se matriculou na Focus, fez todos os cursos que eles tinham e, já com 30 anos, chegou a ser professor desta ma-téria no Mackenzie. “Na época que decidi ‘chutar’ a ESPM, eu namorava uma arqui-teta do Metrô, a Vera. Fizemos uma viagem para o Nordeste e ela levou uma câmera Olimpus. Chegando lá, ela gentilmente me ensinou como mexer na máquina. Daí foto-grafei tudo o que passava pela frente. De volta a São Paulo, a Vera mostrou as fotos da viagem para o pessoal que trabalhava com ela. Choveu elogios, principalmente de pessoas que já tinham viajado pelos qua-

tro cantos do mundo. Me chamaram para fotografar para eles e um engenheiro que não esqueço até hoje, o Heitor Kawano me ensinou alguns truques de enquadramento e a utilizar melhor os recursos do equipa-mento. Outro cara de lá, Gilmar Guedes, disse que eu tinha ‘um bom olhar’ e me aconselhou a procurar uma escola. Não dei muita atenção, mas, na faculdade, uns dois professores também disseram que eu sabia olhar. O resto vocês já sabem”, con-ta Toni.

Mas, o que ele ainda não contou, é que nem tudo em sua vida profissional aconte-ceu como nos contos de fada. Do abando-nar a formação acadêmica até hoje, Toni passou por poucas e boas e teve, como se diz por aí, “que comer o pão que o diabo amassou”. Enquanto estudava fotografia e partilhava da companhia de gente que fez história com uma câmera nas mãos, Toni trabalhava para o Metrô de São Paulo e, ansioso para seguir em frente como fotó-grafo pediu demissão. Na mesma noite o pai de Toni morreu. Na manhã seguinte, ainda triste e sabendo que tinha que se virar, passou na sala de seu chefe e pediu o emprego de volta. Ele conta que disse “meu pai morreu ontem à noite, minha fa-mília precisa de mim empregado. Ele abriu a gaveta e rasgou a demissão que eu ti-nha assinado, fiquei na empresa mais três anos, sem tirar férias e fazendo todas as horas extras possíveis, sempre pensando que um dia eu ia virar fotógrafo. Quando o

C

Ele confessa que da mesma maneira que os homens preferem as mais cheinhas, suas lentes se sentem muito à vontade

com corpos cheios de curvas e uma indiscutível sensualidade.

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meu pai faltou, saí do curso de fotografia, mas uns meses depois recebi um telegra-ma da escola, pedindo o meu compareci-mento urgente. Achei estranho pois esta-va tudo pago. Quando cheguei lá, o Enio Leite, dono da Focus, me olhou e disse que deveria terminar todos os cursos, a escola me daria a chance de terminar e me tornar fotógrafo. Grande cara o Enio”, reflete Toni.

Finalmente as coisas se acalmaram e Toni conseguiu deixar o Metrô e se dedicar à fotografia. “Quando saí do Metrô, fui pa-rar no estúdio do Eder Acorssi Jr. Além de um fotógrafo de grande sensibilidade, ele me ensinou como administrar o negócio e até a evitar algumas das armadilhas da profissão, como, por exemplo, muito sexo, drogas, álcool. Eu ouvi todos os conselhos e consegui passar por isso sem nenhum arranhão. Fiquei com ele por dois anos e meio, foi um tempo incrível na minha vida”, relembra Toni. Já como fotógrafo, em carreira solo, Toni conta que o início não foi fácil. Ele ligou para várias agências marcando entrevistas e uma delas concor-dou em recebê-lo. Chegando lá, pergunta-ram se ele estava com seu equipamento. Toni disse que sim e Beto Floresta, dono da agência, despachou o fotógrafo para um endereço, sem dizer quem ele iria fo-tografar. “Fui até o prédio, me identifiquei e subi. Quem abriu a porta foi a Luciana Vendramini. Ela percebeu a minha surpresa e nervosismo, mas foi muito profissional e,

por que não dizer, carinhosa comigo. Vol-tei para a agência e entreguei o filme para Maritza de las Heras, outra dona da agência. Foi assim o meu ‘batismo de fogo’, o meu primeiro trabalho profissio-nal”, diz Toni.

Profissional que é profissional foto-grafa de tudo, desde incêndio em favela até modelo super star. Com Toni não é diferente. Ele “é lente para toda obra”, mas, no entanto, quando pode escolher, sua temática preferida são pessoas. Ele confessa, sem pestanejar, que adora este tipo de trabalho e se justifica dizen-do que “de certo modo, os lugares são imutáveis. As pessoas não são e cada mo-mento é único. Heráclito, o filósofo grego, dizia que não podemos entrar duas vezes no mesmo rio e eu acredito que nunca, do ponto de vista filosófico, fotografamos a mesma pessoa. Numa foto eternizamos um determinado momento e isso é mági-co, sublime. De certo modo, participei e documentei a história delas”, diz Toni.

Gostando do elemento humano em suas imagens, Toni não poderia deixar de se encaminhar para o universo da moda. Um ambiente onde ele se expressa com total desenvoltura e liberdade e onde é possível captar a beleza e, ainda por cima, “viajar” em ensaios que sua mente, sem esforço algum, é capaz de criar. “Adoro fazer ensaios de moda porque gosto do que é belo, não há nada mais bonito que o sorriso, ou o olhar penetrante de uma

Ele foi chamado para fotografar para eles e um engenheiro que ele não esquece até hoje, Heitor Kawano, o ensinou alguns truques de enquadramento e a utilizar melhor os recursos do equipamento.

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mulher. Através das fotos de moda você pode vislumbrar um oceano de jeitos, comportamentos, paixões, vaidades, egos. A moda é o retrato de um tempo, ela diz como as pessoas são e agem naquele exato momento. Acho que sou um cara orientado por paixões. Gosto também de fotografar culinária. Todas aquelas textu-ras, cores, cheiros – que a câmera ainda não consegue captar – são incríveis e fazer uma foto que desperte o apetite ou gula, é demais. Ninguém vive sem amor ou co-mida.

O universo plus size

Recentemente Toni voltou suas len-tes para o universo plus size e, além de fazer a cobertura de eventos de moda e catálogos para grifes do setor, ele também produz books e ensaios particulares que demonstram sua enorme aptidão artística para captar um viés emocional de quem ele retrata. Ele confessa que “da mesma maneira que os homens preferem as mais cheinhas”, suas lentes se sentem muito à vontade com corpos cheios de curvas e uma indiscutível sensualidade.

Atendendo ao convite da Sem Medida para fotografar a modelo plus size Nell Sil-va, Toni parecia uma criança com um brin-quedo novo nas mãos. Em muitas conver-sas ao telefone com Roberto Paes, editor da revista, o fotógrafo desenhou mental-mente diversos cenários para a realização

do ensaio. “Não sei dizer ao certo quantas vezes falamos ao telefone. Alguns foram feitas no horário comercial, outros tarde da noite e alguns nos finais de semana. As ligações demoraram horas e nós dois discutíamos cada milímetro do trabalho. Depois que Toni terminou, me ligou e disse que nunca tinha feito um trabalho tão rápi-do em sua vida. Fiquei meio receoso com o que iria receber, confesso. Mas quando vi as fotos em meu computador, não tive nada a fazer senão ligar para cumprimen-tá-lo”, diz Roberto.

“O Toni conseguiu mostrar um lado sensual da Nell que eu jamais tinha visto. Eu não vejo nada de mais em uma mode-lo vestindo lingerie, mas ver uma modelo numa camisa masculina, com um batom negro contrastando com a pele alva me fez dar pulos na cadeira. Além disso, as fotos onde ele usa um véu de renda entre o ros-to da modelo e sua lente ficaram fantásti-cas. Ele queria que eu usasse uma destas fotos na capa e quase ‘saimos no tapa’ por causa disso. No fim, concluímos que seria melhor não poluir as imagens com lo-gomarcas e títulos e sim publicá-las no in-terior da revista, com o destaque que me-recem. Se existe algo que estar á frente da revista me agrada é conhecer profissionais como ele, que sabem o que querem e que não têm medo de arriscar para ir além”, conclui Roberto Paes. Para conhecer mais do trabalho de Toni Escalante visite o web site www.toniescalante.com.br.

Ele acredita que nunca, do ponto de vista filosófico, fotografamos a mesma pessoa. Numa

foto eternizamos um determinado momento e isso é mágico, sublime, pois de certo modo,

participou e documentou a história delas.

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nada melhor do que sabero que as pessoas querem

PreferênciasTexto: da Redação | Imagens: arquivo SM

Há alguns meses, a revista Sem Medida colocou no ar uma pesquisa do perfil sócio-econômico para seus leitores. Além de informações utilizadas para delinear hábitos de consumo, o questionário mapeou o que eles querem ver a cada nova edição.

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o ar há pouco mais de três me-ses, a pesquisa do perfil só-cio-econômico criada por Sem Medida já foi respondida por

mais de 650 leitores e a meta da Writers Editora e Comunicação Ltda., empresa que a edita, é alcançar 700 questionários, con-solidando uma amostragem equivalente a 10% do universo de leitores da publicação. Dentre um total de 60 perguntas, a editora reservou algumas para colher informações que permitem avaliar o conteúdo editorial e gráfico da Sem Medida e, além disso, pos-sibilitou obter um mapa da preferência de assuntos que mais agradam os leitores.

Nesta matéria, com mais de 92% da amostragem desejada já atingida, divul-gamos, em primeira mão, estas preferên-cias. Mas, para que estes dados possam fazer sentido, é preciso delinear quem são e onde estão estes leitores, seu grau de escolaridade e sua condição econômica.

Com base nos questionários respondi-dos até o momento da redação desta ma-téria, é possível afirmar que 60,95% dos leitores vivem na região Sudeste, 17,62% vivem na região Sul do Brasil. Somadas, as duas abrigam um total de 78,57% dos leitores que responderam a pesquisa e 21,43% estão divididos entre as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte do País. A região Sudeste compreende os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. O estado de São Paulo é a moradia de 46,03% dos leitores e o Rio de Janeiro é responsável por 10,95% deles.

No que diz respeito ao sexo dos en-trevistados, a maioria esmagadora é de mulheres, com 83,93% da amostragem.

Porém, desde a última análise parcial, o número de homens que lêem Sem Medida aumentou, passando de 7% para 9,07%. Quanto à idade das pessoas que respon-deram a pesquisa, é possível afirmar que 45,10% está na faixa entre 21 e 30 anos de idade e 23,40% está na faixa entre 31 e 40 anos. Isso significa que 68% dos lei-tores está entre 21 e 40 anos de idade. Este dado se confirma quando cruzamos estas informações com o grau de escola-ridade da amostragem. Segundo a pesqui-sa, 45,90% possuem o superior completo e 12% tem o superior incompleto.

Quanto ao rendimento individual dos pesquisados, os questionários apresenta-ram 66,90% como pessoas que estão em-pregadas e que ganham rendimentos na faixa de R$ 500,00 a R$ 2.000,00 e 12% tem vencimentos que oscilam na faixa dos R$ 2.000,00 a R$ 3.500,00. Ao responde-rem as perguntas que nos permitiram fa-zer um enquadramento destes leitores em classes socais, a pesquisa descobriu que 54% deles pertencem à classe C e 20% está situado na classe B. Os outros 26% da amostragem ficaram entre as classes A e D e nenhum questionário apontou leito-res na classe E.

A conclusão a que se pode chegar com base nos números apresentados acima é que a grande maioria dos leitores de Sem Medida vive no eixo Rio/São Paulo, são mulheres entre os 20 e 40 anos de idade, tem nível universitário, estão atualmente empregadas e recebem entre R$ 500,00 e R$ 3.500,00 e pertencem às classes C e B.

Para este público, os assuntos que

N

O visual da revista, ou seja, como ela se apresenta e distribui seus textos e imagens,

as notas recebidas dos leitores foram 64,76% dizendo que acham este aspecto excelente,

32,61% classificando Sem Medida como boa.

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atingiram um grau de interesse superior à metade da amostragem foram, em ordem decrescente, as matérias sobre comporta-mento com 73,42% da preferência, moda com 72,33%, entrevistas com personali-dades plus size com 58,89% e ensaios de moda com 53,79% dos votos. Isso deixa claro, que aqueles que lêem Sem Medida, têm grande interesse por assuntos que lhes permitam um aprimoramento pesso-al e, em segundo lugar, compartilham um grande interesse em vestuário.

O segundo grupo de matérias que causa maior interesse dos leitores são aqueles que falam sobre saúde, com 47,91%, se-guidas de perto por aquelas que apresen-tam assuntos relacionados à cultura e fo-tografia, cada uma, respectivamente com 47,14% e 44,82% da preferência. Logo em seguida, encontramos leitores interessa-dos em matérias de culinária, com 37,56% e turismo, com 35,86% dos votos confe-ridos pelos que responderam ao questio-nário.

O terceiro grupo de assuntos que des-pertam o interesse dos leitores da revista está focado em restaurantes, que recebe-ram 27,98% dos votos. Em seguida, com 24,57% da preferência, estão os artigos e opiniões escritos por nossa equipe de cola-boradores. Com 22,41% estão as matérias sobre bares e com 14,84% encerram este bloco as matérias voltadas para a apresen-tação de bebidas. Um dos assuntos que Sem Medida apresentou em algumas de suas edições, o tabaco, mais especifica-mente matérias sobre charuto, não empla-cou no gosto dos leitores. Elas receberam a nota mais baixa de toda a pesquisa, fi-

cando apenas com 2,16% dos votos.Quando a avaliação passou a considerar

o aspecto visual da revista, ou seja, como ela se apresenta e distribui seus textos e imagens, as notas recebidas dos leitores foram 64,76% dizendo que acham este as-pecto excelente, 32,61% classificando Sem Medida como boa e apenas 2,63% consi-deraram o visual da revista como regular. Nenhuma resposta apontou a publicação como ruim neste aspecto. Quanto à quali-dade do conteúdo editorial, ou seja, os tex-tos apresentados para leitura, 66,15% os consideraram excelentes, 31,53% achou as matérias boas e apenas 2,32% dos questionários os avaliaram como regular. Novamente, nenhum leitor classificou os textos como ruins.

Com estes dados em mãos, segundo Roberto Paes, editor da Sem Medida, a edi-tora Writers pretende fazer modificações no conteúdo editorial da revista, aumen-tando o número de matérias com assun-tos relacionados a comportamento, moda, ensaios e entrevistas. Isso, segundo ele, sem deixar de atender a um número menor de leitores, com outros interesses. “Des-cobrir o que os leitores preferem não fará com que assuntos de menor interesse dei-xem de existir dentro da revista. Sem Me-dida alcançou um alto grau de aceitação pelo público plus size de língua portuguesa e, mais recentemente, o de língua inglesa, por que fala sobre tudo o que torna a vida irresistível. Nós continuaremos a publicar o que sempre publicamos. O que pretende-mos fazer é aumentar o número de páginas para aumentar a quantidade dos assuntos mais procurados”, explica Roberto.

A maioria esmagadora de leitores é de mulheres, com 83,93% da amostragem. Porém, desde a última análise parcial, o número de homens que lêem Sem Medida aumentou, passando de 7% para 9,07%.

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EComo me vêem

Alcione Ribeiro

Se você concorda, ou discorda da opinião desta articulista, ou deseja colaborar com ela para a discussão de novos temas,

envie sua colaboração para [email protected]

m geral, as pessoas comentam: “você não é gorda, você é linda!”. Como se fosse impossível ser linda e gorda ao mesmo tempo. Não consigo entender esse raciocínio. Mas

tenho notado que muitas pessoas não me vêem como uma mulher gorda, como realmente sou, porque não permito que meu corpo seja maior do que a minha inteligência e personalidade.

Para mim, estar acima do peso é normal. Nada que me cause pânico ou traumas. Desde que aprendi a aceitar meu corpo exata-mente como ele é, nada mais me incomoda, muito menos a cons-tatação alheia de que sou gorda.

Quero, e acredito que consegui, que o mundo me veja exata-mente como sou. Aos poucos, durante minha caminhada para a autoaceitação, me encontrei com a sensualidade, aprendi a expor minhas qualidades e finalmente deixei vir à tona a mulher mais deliciosa do mundo. Importa se os outros me acham linda? Sin-ceramente, não. Hoje sei que sou a gorda mais sensual que já co-nheci. Me importo quando me chamam de “cheinha”, “fofinha” ou coisa parecida, porque isso é apenas uma forma que as pessoas encontram para não dizer que sou gorda. Isso sim me incomoda. Qual o problema em ser gorda?

O caminho que me levou à constatação de que sou quem eu desejo ser me fez perceber que sou muito mais mulher. Mais sexy e, com toda certeza muito mais feliz. E, para mim, o que importa é que o mundo veja a mulher que existe aqui dentro e aquela, sen-sual, que mostro para quem quiser ver.

Os estereótipos e padrões de beleza ditados por aí são irrele-vantes. Não me rendo às exigências de uma sociedade que acre-dita que para ser feliz é obrigatório ser magra. Para mim, pior do que ser gorda é não ser verdadeira. Prefiro ter alguns quilos a mais a ser uma mulher completamente “montada”. Enfim, as “silicona-das” e “lipoaspiradas” que me desculpem, mas sou feliz do jeito que sou.

Já passei dos 30 e alcancei uma certa maturidade emocional, algo que gostaria muito de ter conquistado desde os 12 anos de idade. Hoje, posso dizer que realmente sou feliz com o meu corpo. É delicioso poder me olhar no espelho, sem me incomodar com nada, desde uma dobra até uma cicatriz. Pode parecer narcisismo, mas adoro passar horas só de lingerie, me admirando, feliz com o sexy apeal que alcancei.

Porém, é importante lembrar que ser sexy não significa apenas usar roupas sensuais ou provocativas. Mas sim, ter consciência de que você é realmente sexy e, com isso, fazer uso da postura de uma mulher segura, feminina, madura e poderosa.

Que tal experimentar?

Comunicativa, brincalhona, sorriso

largo, criativa e gorda. É exatamente

assim que as pessoas me enxergam. Porém,

alguns insistem em não dizer que estou

acima do peso, acham que é exagero,

como se isso fosse abominável, algo para

não ser levado em consideração.

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