ECOS 2012

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Enade: Boicotar é preciso. Copa, Olimpíadas... Quem ganha com esses eventos de grande porte? Ecos traz texto que discute o assunto. Os danos trazidos pela usina já sacrificam a população em prol dos interesses dos empresários A formação de coletivos garante o debate autogestidonado de opressões dentro da Enecos Impactos sociais dos Megaeventos Por uma educação de qualidade Belo Monte de quê? Pra que organização e c os Informativo da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social - Enecos. Julho de 2012 Saiba sobre o livro Somos Enecos Página 2 Greve nas Federais. Página 4 Página 2 Página 3 Página 8 Página 5 A prova desconsidera elementos institucionais importantes, como infraestrutura, acervo bibliográfico, quadro de funcionários técnicos e docentes e projetos de pesquisa e extensão. E ainda se diz boa avaliação. Greve une professores, estudantes e servidores em quase 60 IFES no país em favor de melhorias na educação. 10% do PIB tem que ser já!

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Informativo semestral da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS) lançado no Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOM) Distrito Federal 2012. Tiragem: 1000 exemplares

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Enade: Boicotar é preciso.

Copa, Olimpíadas... Quem ganha com esses eventos de grande porte? Ecos traz texto que discute o assunto.

Os danos trazidos pela usina já sacrificam a população em prol dos interesses dos empresários

A formação de coletivos garante o debate autogestidonado de opressões dentro da Enecos

Impactos sociais dos Megaeventos

Por uma educação de

qualidade

Belo Monte de quê?

Pra que organização

ecos Informativo da Executiva Nacional de Estudantes de Comunicação Social - Enecos. Julho de 2012

Saiba sobre o

livro Somos EnecosPágina 2

Greve nas Federais. Página 4

Página 2

Página 3

Página 8

Página 5

A prova desconsidera elementos institucionais importantes, como infraestrutura, acervo bibliográfico, quadro de funcionários técnicos e docentes e projetos de pesquisa e extensão. E ainda se diz boa avaliação.

Greve une professores, estudantes e servidores

em quase 60 IFES no país em favor de melhorias na

educação. 10% do PIB tem que ser já!

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A quem interessa essa Usina?

Belo Monte

Com a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, co-munidades inteiras vêm sen-do expulsas de suas terras;

casas humildes quebradas pelo vanda-lismo consentido da Norte Energia. As promessas de melhorias alardeadas pela NESA e pelo Governo Federal continuam apenas no papel, enquan-to os problemas trazidos pela obra se concretizam: Altamira vive um inchaço demográfico e não haverá emprego para todos; cresce a violência; o serviço de saúde se mostra insuficiente frente às novas demandas; o custo de vida aumenta, a qualidade de vida não.

Muitas tragédias se seguirão, se esta obra não for parada. Se Belo Mon-te não for destruída, será mais um en-clave a sangrar nossas terras e nossa gente em prol do interesse de grupos que nos exploram e nos oprimem com o consentimento de um governo federal traidor. O PT, a Dilma e o Judiciário já escolheram seu lado: estão com a Nor-te Energia, com as empreteiras, com a classe dominante desse país, reprimin-do e criminalizando quem ousa dizer não a construção da usina e ao modelo desenvolvimentista que ela representa.

Um chamado à luta contra Belo Monte

A UHE de Belo Monte é um crime. Precisamos lutar contra ele até o fim e engrossar as fileiras daqueles que se

posicionam ao lado dos povos do rio Xingu e seguem tocando luta nas ruas e nos canteiros da obra e gritar aos quatro cantos tudo o que está acon-tecendo e quem são os responsáveis pelo verdadeiro vandalismo que acon-tece a região.

Também é urgente desmentir a pro-paganda do governo e da NESA e o jor-nalismo manipulador da mídia burgue-sa que oculta as os problemas trazidos pela UHE e criminaliza os movimentos contrários a sua construção.

Desde 2009 a ENECOS encampa a luta contra Belo Monte, estivemos nas audiências, atos e ocupções; ano pas-sado em conjunto com o Comitê Xingu Vivo e a FEAB levamos mais de 800 pessoas as ruas de Belém pra dizer não a Belo Monte, mas agora precisa-mos precisamos fazer mais. É dever de tod@s os que lutam pela democra-tização da Comunicação, que levantam a bandeira do combate às opressões, que acreditam e lutam por um outro mundo. É nosso dever!

O governo se nega a investir em em Educação e saúdade e a nego-ciar salários dignos com professores, técnicos e demais trabalhadores, des-tina bilhões e bilhões a construção da UHE de Belo monte e à destruição do rio Xingu e da vida das pessoas que ali habitam. Saiamos novamente às ruas. Ainda há tempo para parar Belo monte! Chega de destruição.

Pisa ligeiro e vem pra Enecos

Seja bem-vindo. Começa o 33º ENECOM. Novos estudantes chegando a esta nossa grande casa, que é a ENECOS. Fique à vontade e não se acanhe de conhecer as pessoas e falar nos espaços (a gente é legal). Dê sua opinião, participe não só do encontro, mas durante todo o ano, afinal, a Executiva é de tod@s nós.

O ECOS foi criado há 11 anos nas vésperas do ENECOM Brasília 2001 como uma forma de contato direto da Executiva com os estudantes. Desde então, nos esforçamos, em meio a trancos e barrancos com nosso limitado tempo/dinheiro para garantir pelo menos uma edição a cada encontro nacional. Espero que aproveitem bem a leitura (e o design moderníssimo que a Sâmila Braga desenhou)..

Mudando de assunto, no dia 18 de julho, neste ENECOM, teremos o aniversário de 21 anos da Executiva. É hora de comemorar, reforçar nossas lutas e estarmos cada vez mais juntos. Para quem quiser saber mais sobre a trajetória da Enecos ao longo de todos esses anos, lançaremos no mesmo dia o livro “SOMOS ENECOS”, escrito pela ex(mas sempre) enecos Ana Carolina Andrade (Carol ou Carolzinha – só para os íntimos). É uma boa chance de conhecer um pouco da história do movimento estudantil de comunicação.

Sem alongar muito, esperamos sinceramente que curtam a leitura do livro e do ECOS e participem de verdade da nossa tão querida Executiva. Vamos levar às ruas a nossa voz, o nosso desejo. Gritemos juntos bem forte: SOMOS ENECOS! Vem com a gente ;)

Somos Enecos, de Ana Carolina Andrade. 2011

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Aniele Teixeira, Carolina Barin, Dérek Sthéfano, Gustavo Marinho, Iane Parente, Joice Souza, Luan Matheus, Mari Buente, Ricardo Aiolfi, Sâmila Braga.Impressão: Gráfica Universitária - UFESTiragem: 1000 exemplares

Expediente:

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Megaeventos

Megaeventos esportivos: Apropriação da cultura e

impactos sociais

Há muito tempo o esporte vem ocupando papel central no cotidiano social das pessoas. Das camadas mais populares

às elites sociais, o esporte é viven-ciado em suas mais diferentes es-feras, impondo diversos valores e sentimentos no seio da sociedade, possibilitando inquietudes ou acomo-dações.

No Brasil, por exemplo, o futebol que é apontado com grande relevân-cia na cultura nacional, inicialmente era praticado apenas pela alta socie-dade, mas se tornou elemento impor-tantíssimo na reinvenção do cotidiano dos negros que, reclusos em favelas, destinados à miséria e, assim, excluí-dos do projeto nacional idealizado pela elite dominante após a abolição da escravidão, também viam nesta prática uma ferramenta de se inserir em outros espaços sociais.

A possibilidade de integração so-cial entre as mais diferentes classes é uma das características do esporte, esta ferramenta historicamente pre-sente nas mais diversas realidades. Pois os espetáculos esportivos, per-mitindo a adaptação de diferentes ar-ranjos e experiências sociais, têm-se revelado lugares propícios à consti-tuição de identidades coletivas, do sentimento de pertencer a uma rea-lidade mais ampla que nós mesmo.

Entretanto, seguindo uma lógica de apropriação capitalista da cultu-ra, o esporte vem ao longo das ulti-mas décadas sendo utilizado como um instrumento de consolidação das estruturas sociais existentes, e provocando uma elitização destes espaços, outrora populares, que se tornam cada vez mais caros e distan-tes da realidade de grande parte da sociedade.

Dentro dessa realidade, se confi-guram os chamados mega eventos

esportivos, como Copa do Mundo e Olimpíadas, mecanismos que pas-saram a intensificar este processo de elitização, sob a justificativa de modernização e ampliação dos es-paços, e movimentam uma geração de lucros bilionários às organizações internacionais, como FIFA e COI, atrelados unicamente a interesses particulares.

Em 2014 e 2016, dois anos em que serão realizados do Brasil, respectiva-mente, Copa do Mundo e Olimpíadas. E, a construção destes mega eventos tem sido acompanhada pela quebra de direitos essenciais à vida humana. Remoções, repressão, exclusão, cri-minalização da pobreza, corrupção... Intervenções que tem andado lado a lado na “preparação” para a estes eventos, com a criação de um Estado de exceção. Falta diálogo com a po-pulação, sobram imposições.

Exemplo disso é a implementação de grandes operações de interven-ção urbana, visando remodelar áreas inteiras da cidade, que determinam a retirada de milhares de famílias po-bres de suas casas. Um relatório ela-borado pelos Comitês Populares da Copa estima que mais 80 mil famílias sejam removidas em decorrências de obras de reestruturação urbana. Obras que em sua maioria contam em seu bojo com diversas irregulari-dades e degradações quanto ao real impacto socioambiental.

Existem, hoje, organizações que se colocam contra, e se mostram importantes instrumentos de cons-trução contra estas contradições sociais intensificadas. Faz-se neces-sária então, uma articulação popular cada vez mais forte para contrapor este processo, que nos é imposto, e, com a pluralidade de atores sociais envolvidos, buscar saídas através da mobilização social.

Um relatório elaborado pelos Comitês Populares

da Copa estima que mais 80 mil famílias sejam removidas em decorrências

de obras de reestruturação

urbana.

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Educação

Há quase dois meses em greve, 56 Instituições Federais de En-sino Superior – IFES em todo o país protagonizam a maior gre-

ve da educação nos últimos 10 anos. Muitas dessas instituições estão com greve unificada [estudantes, funcioná-rios e professores]. Essa greve só não é maior que a de 1992, ano em que o então Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, quis implantar o modelo de educação chilena em nosso país, que propunha, entre outras me-tas, cobrar mensalidades em universi-dades públicas.

Junto a ascensão do movimento do-cente, cresce a cada dia a mobilização estudantil em defesa da educação. Já são quase 30 instituições federais em greve estudantil questionando, sobretu-do, o programa de expansão universi-tária – REUNI, implementado pelo go-verno federal, que aumentou em 100% o numero de vagas, ao tempo que in-vestiu apenas 30% a mais nas univer-sidades. O resultado dessa expansão desenfreada, sem o investimento ne-cessário é a precária situação do traba-lho docente, a falta de salas de aulas, de restaurantes universitários, de pro-fessores efetivos, de moradia estudan-til, bolsas de pesquisa, creches, etc.

Em 2007, quando o governo Lula im-plementou o REUNI, estudantes do pais inteiro entraram em uma onda de ocu-pações de reitorias, questionando a for-ma impositiva de implantação do projeto de expansão universitária, e alertando que o REUNI não conseguiria resolver o problema, precarizando e sucateando ainda mais a educação. Se em 2007 os estudantes alertavam sobre os riscos do REUNI, hoje, cinco anos depois de sua implementação, nós podemos afirmar com convicção: os estudantes estavam

Greve geral em toda a Federal

certos e o resultado é a greve, que já atinge as três categorias que abrangem a comunidade acadêmica.

A Enecos há mais de 20 anos luta pela qualidade de formação do comuni-cador social e entende que essa luta não se apresenta de forma isolada. Se em nossos cursos faltam laboratórios, livros atualizados, computadores com softwa-res de edição, professores efetivos e até máquinas fotográficas, a realidade dos demais cursos não é diferente, quando não são piores. Isso é o reflexo de uma política educação que tende cada vez mais injetar dinheiro público na iniciati-va privada e cada vez menos investir na educação pública.

A UNE não nos representa, quem fala pela greve é o comando de estudantes...No meio da maior greve deste país

desde a última década, a UNE mais uma vez mostrou de que lado está. No

Em 2007, quando o governo Lula

implementou o REUNI, estudantes do pais

inteiro entraram em uma onda de ocupações de reitorias, questionando

a forma impositiva de implantação do

projeto de expansão universitária, e

alertando que o REUNI não conseguiria resolver

o problema.

Em tempos de greve, cresce a mobilização estudantil por uma educação pública, gratuita e de qualidade! Enecos neles!

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Enade: avaliação de verdade?

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Neste ano, os estudantes de Comu-nicação Social novamente realizam a prova do Exame Nacional de De-sempenho dos Estudantes (ENA-

DE), e essa é a hora retomarmos o deba-te de avaliação na Executiva e nos nossos Centros Acadêmicos.

O SINAES (Sistema Nacional de Avalia-ção do Ensino Superior) instituiu o ENADE, que através de uma prova única para todo o país, se propõe a avaliar o desempenho dos estudantes dos cursos de graduação. Mas como uma prova padronizada para todo o Brasil, que desconsidera e desrespeita to-das as particularidades sociais, políticas, econômicas e culturais das diversas regiões brasileiras, pretende avaliar os cursos e as Universidades? Que prova é essa que des-considera os elementos institucionais, como infraestrutura, acervo bibliográfico, quadro de funcionários técnicos e docentes, proje-tos de pesquisa e extensão, compromisso social e assistência estudantil para dar nota aos cursos e às Universidades?

As notas do ENADE, que vão de 1 à 5, na prática, servem para criar um rankeamento punitivo. As “melhores” instituições, além de receberem maior repasse de verbas, se utili-zam das notas para vender sua Universidade e premiar os estudantes. Já as que ficam no final da lista (possivelmente devido à proble-mas de infra-estrutura ou carência no corpo docente), em vez de receberem a devida as-sistência, têm suas verbas cortadas.

A ENECOS, assim como outras Federa-ções e Executivas, entende que o SINAES não avalia de verdade a educação superior brasilei-ra. Além disso, essa avaliação vem com uma lógica produtivista e meritocrática, que apenas contribui para a mercantilização das nossas Universidades e do nosso conhecimento. Em um ato político para criticar e não legitimar essa prova, se informe e organize o Boicote ao ENA-DE no seu curso!

Cartilha do Boicote ao ENADE 2011:

tinyurl.com/boicoteoenade

Resultado do Boicote na Comunicação Social da UFF:

tinyurl.com/boicotenauff

dia 26 de junho, a comissão especial do PNE aprovou a versão final do pro-jeto, que alterou a meta 20, que agora pretende destinar 10% do PIB para a Educação até 2023. Em vez de exigir que os 10% do PIB sejam implantados imediatamente a UNE se alia ao gover-no e apoia a decisão. Mas a UNE não fala pela Greve nas federais, quem fala é o comando nacional dos estudantes:

“Há tempos que o governo vem apre-sentando o projeto com um patamar de investimento entre 7 e 8%. O fato da comissão especial do PNE aprovar o projeto agora com os 10% só se expli-ca pela enorme pressão que a greve da educação vem fazendo. Não é uma mera coincidência. O próprio ministro da educação Aloizio Mercadante, após a aprovação pela comissão, fez uma declaração dizendo ser “difícil atender a meta dos 10% do PIB”. Se nem o mi-nistro enxerga a possibilidade real de atingir esse patamar, fica claro que o objetivo do governo em aprovar essa medida é desarticular a greve criando uma armadilha para o movimento gre-vista, tentando dividir e deslegitimar a greve. Depois de sentar com a direção da UNE para negociar e negar o atendi-mento dos pedidos do CNGE para abrir negociação, o governo apresenta uma clara tentativa de confundir os estudan-tes e desmobilizar nossas forças” (Po-sicionamento do Comando Nacional de Greve dos Estudantes.

Ano passado a ENECOS tocou a Cam-panha por 10% do PIB para a Educação Pública Já, junto a vários outros setores do movimento estudantil, sindical e popular, que questionou o novo plano nacional de educação (PNE) e sua política de investi-mento.

A Campanha trazia três diferenças ca-tegóricas em relação ao Novo PNE, que propunha 7% do PIB para a Educação [pública e privada] para 2020. A primei-ra é que ela reivindicava 10% do PIB e não 7%. Segundo, que esse investimento fosse revertido apenas para a Educação pública, por acreditar que o dinheiro pú-blico – do povo – não deve servir para enriquecer ainda mais os grandes em-presários da educação. Por ultimo, é que esse investimento deveria ser feito ime-diatamente e não daqui a 10 anos, por-que nossas necessidades são urgentes.

Essa greve traz de volta essa dis-cussão e reacende a necessidade de lutar por 10% do PIB para a Educação Pública Já.

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Democratização da Comunicação

Interferência do estado, para garantir a liberdade individual de expressão da população

Marco Regulatório das Comunicações:

Em um Estado democrático de direitos, as leis são as formas de garantir que o todas(os) as(os) cidadãs(ãos) terão seus

direitos garantidos. Nas democracias mais consolidadas do mundo, para tentar garantir o acesso de todas(os), as telecomunicações, os marcos re-gulatórios do setor já foram criados há muito tempo. Mas, no Brasil, o assunto ainda é tratado sem a de-vida atenção das autoridades, e é apontado como o grande monstro da censura, que foi vivida pelas(os) brasileiras(os) nos tempos da Ditadu-ra. O mais contraditório é que esse discurso vêm dos grupos empresa-riais que mais se beneficiaram desse período obscuro da história brasilei-

ra, como é o caso das Organizações Globo, que se alimentam, política e economicamente da falta de regula-mentação do setor.

No segundo semestre de 2010, já no final do mandato do ex-presidente Lula, o governo federal montou um grupo com a finalidade de elaborar um ante projeto de uma nova lei para as comunicações, o Marco Regulató-rio das Comunicações.

A proposta foi entregue ao Minis-tro das Comunicações, Paulo Bernar-do. Em anúncios, o ministro afirmou que no segundo semestre de 2012, uma nova versão do anteprojeto se-ria enviada ao Congresso, mas até agora a sociedade não tem informa-ções concretas sobre como andam

Além da liberdade

individual de expressão,

direito humano fundamental,

podemos elencar mais

alguns pontos: a radiodifusão é um serviço

público.

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os trabalhos.Quando o assunto é regulamen-

tação das comunicações, o Brasil está muito atrasado em relação aos seus vizinhos do Mercosul, como é o caso da Argentina, que nos últi-mos anos vêm tomando medidas importantes para quebrar o mono-pólio de grupos como o El Clarín.

A Democratização da Comunica-ção no Brasil está na pauta política, mas ainda está longe de ser concre-tizada, por conta da hegemonia dos grupos que controlam as comunica-ções no nosso país. As concessões dos grandes veículos de comunica-ção no nosso país estão concentra-das nas mãos de onze famílias e de grupos religiosos. Das 34 redes brasileiras de TV, apenas quatro delas (Globo, SBT, Band e Record) controlam 843 de 1.151 veículos, aí incluídas as geradoras e as retrans-missoras. Formou-se um monopólio e essas famílias comandam a agen-da midiática do país.

Além disso, cerca de 270 po-líticos são donos de uma ou mais emissoras de rádio e/ou TV no Bra-sil. É necessário que todos tomem conhecimento desses números para que se compreenda que os políticos responsáveis pela regula-mentação da Comunicação e pela aprovação de um Marco Regulató-rio das Comunicações são os mes-mos que comandam as oligarquias midiáticas do país.

A concentração dos veículos de comunicação nas mãos desses poucos grupos, trazem danos gi-gantescos para os brasileiros, que não têm diversidade e pluralidade de vozes asseguradas.

Várias são as questões que nos levam a exigir a regulamentação do setor. Além da liberdade individual de expressão, direito humano fun-damental, podemos elencar mais alguns pontos: a radiodifusão é um serviço público igual à educação, saúde, distribuição de água, luz e como é um serviço público é neces-sário que seja regulada; nos últimos

anos, com a evolução da internet, a revolução digital, diluição das fron-teiras e a convergência de mídias, é fundamental o debate sobre o rear-ranjo da área e políticas para o se-tor; as principais leis de referência para o setor de radiodifusão e das telecomunicações estão completa-mente desatualizadas; normas im-portantes da própria constituição de 1988 não foram regulamentadas, portanto não foram cumpridas; res-trições relativas às rádios comuni-tárias que não existem em relação as rádios comerciais.

Vemos como passo importantís-simo para a democracia do país, a interferência do estado como ga-rantidor de direitos, sobretudo da liberdade de expressão individual, levando em consideração as exi-gências dos movimentos sociais, que lutam pela democratização da comunicação no nosso país, para resolvermos o problema histórico do Brasil, que é o de não dar voz a quem precisa ter voz. Esse é o motivo principal da nossa luta e é o que justifica o debate pela liberda-de de expressão e regulamentação da mídia.

E é agora que o Sul do país volta pra Enecos. Além de trazer delegação pro ENECOM 2012, já planejam a próxima atividade da regional. Conto aqui, mas segredo, viu? Erecom 2013.

Subindo um pouco o mapa, na UFRN (e em várias partes do país), os estudantes já começam os debates para mudança da grade curricular. Olho aberto, discussões afiadas e vem proposta estudantil aí!

Já nas férias, na UCB (Distrito Federal), a Universidade tentou demitir alguns professores, sob pretexto de contensão de despesas e falta de especialização. Os estudantes não deixaram por menos. Lançaram carta e reivindicam a educação de qualidade pela qual pagam. “EU PAGO, NÃO DEVERIA! EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!”

mos quitecos

Em anúncios, o ministro afirmou que no segundo

semestre de 2012, uma

nova versão do anteprojeto

seria enviada ao Congresso

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Amo/Sou Enecos mos quitecos

Reunindo estudantes de comuni-cação de todo o Brasil, a Exe-cutiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENE-

COS) surge com a preocupação de possibilitar aos estudantes a coleti-vidade de espaço em que todos se sentissem livres para defender suas ideias para a universidade, a comu-nicação e a sociedade. Dessa forma, organiza-se em volta de três diretrizes essenciais: Qualidade de Formação do Comunicador, Democratização da Comunicação e Combate às Opres-sões.

Entendendo a importância da for-mação de um comunicador social critico, com experiências que vão além das salas de aula, percebemos a necessidade de nos inserir em am-bientes que instiguem ações e refle-xões coletivas. Construímos, assim, espaços como a Marcha Nacional em defesa da Educação, em junho, e as Marchas das Vadias, ocorridas durante o primeiro semestre em todo o país, contra o fim da opressão às

mulheres. Espaços que permitem uma participação ativa das pessoas, e a compreensão do contexto ao qual estão inseridas.

Neste sentido, reconhecemos na auto-organização dxs oprimidxs uma importante ferramenta inicial no combate às opressões em nossa so-ciedade, excitando a criação de uma identidade coletiva mais forte e esti-mulando a troca de experiências e de caracterizações entre os que sofrem a mesma opressão. E, é com este in-tuito que foram criados o Coletivo Na-cional de Negros e Negras, o Coletivo de Mulheres e o Coletivo de Diversi-dade Sexual da ENECOS.

Todxs, nós, estudantes de comu-nicação social somos ENECOS, é só nos sentirmos parte da história e com a esperança de buscar uma nova rea-lidade para a nossa universidade, e para a sociedade na qual deve inter-vir. Junte-se com a gente, e lembre-se que, “um sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só, mas so-nho que se sonha junto é realidade...”!

Somos Enecos! O quê?!

Comunicação Fora do Ar II, esse é o 2º protesto da UESC (Bahia), desta vez devido à falta de professores. O 1º foi em 2009 pela falta de técnicos no curso. Ali pertinho, na UESB, a situação é a mesma. É dar um passeio na universidade pra ver se tem professor.

Pois dizem que o @CACOS_UFU (Uberlândia), o único CA móvel do país, está em intensa mobilização este ano. Onde seus militantes vão, lá vai junto a placa do CA. Será que neste 2º semestre eles descolam uma sala?

Até em um concurso de quadrilha a galera do Espírito Santo entrou para pagar a dívida que ficou do Erecom Vitória 2011. Ah, falando nisso, eles estão vendendo camisas e bebidas capixabas no Enecom. Compra aí pra ajudar!

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