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ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL RAMOS, Edina Souza SILVA, Laurenicio Mendes CUNHA, Christian Figueira MELLO, Julene Ferreira RESUMO O modelo de desenvolvimento predominante em nossas sociedades, não amplia os postos de trabalho, não reduz a pobreza e não atenua as desigualdades (Sachs, 2009). Outras possibilidades e alternativas de desenvolvimento concorrem a este modelo através de experiências estratégicas de cooperação entre instituições, organizações e sociedade, direcionadas ao desenvolvimento sócio-ambiental solidário, endógeno, local e regional (Vasconcelos et al., 1998). Esta concepção de desenvolvimento pressupõe práticas solidárias que envolvem a comunidade, seus atores, lideranças e as forças que compõem a sociedade local/regional capazes de maximizar o processo cooperativo e econômico. Nessa perspectiva, este trabalho propõe analisar as características que apontam para este modelo alternativo de desenvolvimento que fazem emergir ações integradas que geram o fortalecimento e ou resgate dos laços sociais, que possibilita o crédito, produção, comercialização e capacitação, tendo como parâmetro as experiências da Unidade de Beneficiamento do Côco Macaúbas – UBCM na comunidade do Riachão (Montes Claro- MG) e a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Artesanato – COOPRART (Pirapora-MG), ambas acompanhadas pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Unimontes. A investigação empírica se apóia no tipo “estudo de caso”, com abordagem quantitativa e qualitativa dos dados. Palavras-Chave: Economia Solidária – Desenvolvimento Sustentável – Desenvolvimento local INTRODUÇÃO Compreender a estreita relação entre economia solidária e desenvolvimento sustentável, como modelos alternativos ao modelo de desenvolvimento capitalista, nos remete, primeiramente, às controvérsias existentes sobre o conceito de desenvolvimento. Para Scatolin (1989:06), poucos são os outros conceitos nas Ciências Sociais que se tem prestado a tanta controvérsia. Conceitos como progresso, crescimento, industrialização, transformação, modernização, têm sido usados freqüentemente como sinônimos de desenvolvimento. Em verdade, eles carregam dentro de si toda uma compreensão específica dos fenômenos e constituem verdadeiros diagnósticos da realidade, pois o conceito prejulga, indicando em que se deverá atuar para alcançar o desenvolvimento. É comum depararmos com a vinculação do conceito de desenvolvimento ao de crescimento eminentemente econômico, partindo da “falsa” premissa que a sociedade pode crescer indefinidamente e que a ciência e a tecnologia sempre terão mecanismos e soluções para as conseqüências deste crescimento. Trata-se de uma visão expansionista e 1

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ECONOMIA SOLIDÁRIA: UMA ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

RAMOS, Edina Souza SILVA, Laurenicio Mendes CUNHA, Christian Figueira

MELLO, Julene Ferreira

RESUMO

O modelo de desenvolvimento predominante em nossas sociedades, não amplia os postos de trabalho, não reduz a pobreza e não atenua as desigualdades (Sachs, 2009). Outras possibilidades e alternativas de desenvolvimento concorrem a este modelo através de experiências estratégicas de cooperação entre instituições, organizações e sociedade, direcionadas ao desenvolvimento sócio-ambiental solidário, endógeno, local e regional (Vasconcelos et al., 1998). Esta concepção de desenvolvimento pressupõe práticas solidárias que envolvem a comunidade, seus atores, lideranças e as forças que compõem a sociedade local/regional capazes de maximizar o processo cooperativo e econômico. Nessa perspectiva, este trabalho propõe analisar as características que apontam para este modelo alternativo de desenvolvimento que fazem emergir ações integradas que geram o fortalecimento e ou resgate dos laços sociais, que possibilita o crédito, produção, comercialização e capacitação, tendo como parâmetro as experiências da Unidade de Beneficiamento do Côco Macaúbas – UBCM na comunidade do Riachão (Montes Claro-MG) e a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis e Artesanato – COOPRART (Pirapora-MG), ambas acompanhadas pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Unimontes. A investigação empírica se apóia no tipo “estudo de caso”, com abordagem quantitativa e qualitativa dos dados.

Palavras-Chave: Economia Solidária – Desenvolvimento Sustentável – Desenvolvimento local

INTRODUÇÃO

Compreender a estreita relação entre economia solidária e desenvolvimento sustentável, como modelos alternativos ao modelo de desenvolvimento capitalista, nos remete, primeiramente, às controvérsias existentes sobre o conceito de desenvolvimento.

Para Scatolin (1989:06), poucos são os outros conceitos nas Ciências Sociais que se tem prestado a tanta controvérsia. Conceitos como progresso, crescimento, industrialização, transformação, modernização, têm sido usados freqüentemente como sinônimos de desenvolvimento. Em verdade, eles carregam dentro de si toda uma compreensão específica dos fenômenos e constituem verdadeiros diagnósticos da realidade, pois o conceito prejulga, indicando em que se deverá atuar para alcançar o desenvolvimento.

É comum depararmos com a vinculação do conceito de desenvolvimento ao de crescimento eminentemente econômico, partindo da “falsa” premissa que a sociedade pode crescer indefinidamente e que a ciência e a tecnologia sempre terão mecanismos e soluções para as conseqüências deste crescimento. Trata-se de uma visão expansionista e

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basicamente quantitativa. As conseqüências deste pensamento são visíveis na medida em que observamos inúmeras catástrofes ambientais, extinções de espécies animais e vegetais, aumento da pobreza, elementos que por si já contradizem esta premissa. (Milanez in Cattani, 2003:77).

Neste sentido, o crescimento econômico não é condição suficiente para o desenvolvimento, sendo necessárias mudanças qualitativas no modo de vida das pessoas, nas instituições e nas estruturas produtivas.

Este debate nos coloca diante de duas principais posições diametralmente opostas. A primeira posição considera que as preocupações com o meio ambiente são descabíveis, pois atrasam e inibem os esforços dos países em desenvolvimento rumo à industrialização para alcançar os países desenvolvidos. A prioridade dever ser dada à aceleração do crescimento. As externalidades negativas produzidas nesse rumo podem ser neutralizadas posteriormente quando os países em desenvolvimento atingirem o nível de renda per capita dos países desenvolvidos, ou seja, soluções técnicas sempre poderão ser concebidas para garantir a continuidade do progresso material das sociedades humanas. A segunda posição considera um futuro caótico para a humanidade, caso o crescimento demográfico e econômico ou pelo menos o crescimento do consumo não forem imediatamente estagnados. Caso contrário, poderemos encarar a triste alternativa de ter de escolher entre o desaparecimento em conseqüência da exaustão dos recursos ou pelos efeitos caóticos da poluição. Entre estas duas posições emerge um meio termo. O crescimento econômico é necessário, mas ele deve ser socialmente receptivo e implementado por métodos favoráveis ao meio ambiente, em vez de favorecer a incorporação predatória do capital da natureza ao PIB. (Sachs, 2009: 50).

A questão do crescimento sempre está associada ao sentimento, de que o bom é quando se tem mais, não importando a qualidade desse acréscimo. Nesse sentido, são consideradas desenvolvidas as sociedades capazes de produzir continuamente. É por isso que as nações perseguem o desenvolvimento (este como sinônimo de crescimento econômico) com o objetivo de acumular cada vez mais bens, sem, no entanto, se preocupar com os efeitos dessa acumulação desenfreada (Castoriadis, 1987).

Em qualquer concepção, o desenvolvimento deve resultar do crescimento econômico acompanhado de melhoria na qualidade de vida, ou seja, deve incluir “as alterações da composição do produto e a alocação de recursos pelos diferentes setores da economia, de forma a melhorar os indicadores de bem-estar econômico e social”. (Vasconcellos e Garcia, 1998:205).

Essa discussão é fundamental para esclarecer a controvérsia entre o conceito de crescimento econômico e o conceito de desenvolvimento. Ampliação do produto é importante, mas não traz por si só desenvolvimento. Pensar em desenvolvimento é, antes de qualquer coisa, pensar em distribuição de renda, saúde, educação, meio ambiente, liberdade, lazer, dentre outras variáveis que podem afetar a qualidade de vida da sociedade.

Para Sachs,

“O desenvolvimento é o processo histórico de apropriação universal pelos povos da totalidade dos direitos humanos, individuais e coletivos, negativos (liberdade contra) e positivos (liberdade a favor), significando três gerações de direitos: políticos, cívicos e civis; sociais, econômicos e culturais; e os direitos coletivos ao desenvolvimento, ao meio ambiente e à cidade” (Sachs, 2009:65)

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Para o autor, inspirado no decálogo de direito à vida, de Friedmann, esta concepção fornece as bases para um novo contrato social que o Estado deveria honrar antes de dar atenção a outras reivindicações. Assim, nesta perspectiva,

“o crescimento econômico não é mais tido como a procura cega de crescimento por si mesmo, mas como uma expansão das forças produtivas da sociedade com o objetivo de alcançar os direitos plenos de cidadania para toda a população”. (Sachs, 2009:66)

Isto concerne ao presente, como também a todas as gerações futuras. Exige expansão dos horizontes geográficos, para englobar todo o planeta e efetivamente refletir sobre o processo de longa duração do processo global de co-evolução de nossa espécie e o planeta em que vivemos.

Variados adjetivos foram incorporados ao conceito de desenvolvimento, ao longo do tempo e em diferentes contextos, para melhor qualificá-lo, como “social”, “humano”, “econômico”, “sustentado”, “sustentável”, “local”, entre outros (Kronemberger, 2011:17).

Sendo o nosso objetivo analisar as experiências da economia solidária que apontam para um modelo de desenvolvimento que valoriza a melhoria da qualidade de vida e o alcance dos direitos plenos de cidadania de toda a população, buscaremos, a seguir, refletir sobre as características do chamado Desenvolvimento Sustentável e Local.

1. O Desenvolvimento Sustentável e local

O Desenvolvimento sustentável (DS) é uma construção teórica resultante de um processo histórico de evolução de paradigmas de relacionamento entre sociedade e natureza. Esta evolução não foi linear, houve justaposição de idéias em um mesmo momento histórico.

É importante ressaltar que o conceito de DS se originou a partir do discurso desenvolvimentista, consubstanciando-se no informe denominado “Nuestro Futuro Común”, Relatório Brundtland de 1978, produzido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, onde declara que:

“desenvolvimento sustentável é aquele que “atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades, portanto, garantindo o crescimento econômico, social e ambientalmente sustentável”.

Esta noção de sustentabilidade considera que os recursos naturais não são renováveis e inesgotáveis, portanto chama a atenção para a dinâmica do sistema capitalista, onde se dá a apropriação dos recursos da natureza sem atentar para os cuidados necessários em evitar a escassez e manter a qualidade do meio ambiente. Também considera imprescindíveis mudanças estruturais e profundas nas relações sociais, econômicas, políticas, territoriais e ecológicas.

Em termos conceituais, buscou-se um vínculo entre os aspectos sociais, econômicos e ecológicos do desenvolvimento. Mesmo não havendo consenso sobre a definição de DS, as definições conservam sempre a idéia de pacto inter-geracional e a necessidade de se pensar no uso do território e dos recursos naturais a médio e longo prazo,

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entre as várias gerações. O DS não se limita ao crescimento econômico, pois a experiência dos atuais países periféricos e semiperiféricos, como o Brasil, mostra que, embora ele seja importante, não é suficiente; outros fatores são necessários: sociais, culturais, ambientais, institucionais e políticos (relacionados à redução da pobreza e das desigualdades sociais, à geração de empregos, à conservação ambiental, etc. (Kronemberger, 2011:18).

Para Sachs (1993), o desenvolvimento sustentável aponta cinco dimensões de sustentabilidade dos sistemas econômicos que devem ser observadas para se planejar o desenvolvimento. As dimensões: social, econômica, ecológica, espacial e cultural.

O objetivo da sustentabilidade social é melhorar os níveis de distribuição de renda, com a finalidade de diminuir a exclusão social e a distância (econômica) que separa as classes sociais. A sustentabilidade econômica diz respeito a aumentos na eficiência do sistema, seja na alocação de recursos ou na sua gestão. Sustentabilidade ecológica concerne à preservação do meio ambiente, sem, contudo, comprometer a oferta dos recursos naturais necessários à sobrevivência do ser humano. A sustentabilidade espacial refere-se ao tratamento equilibrado da ocupação rural e urbana, assim como de uma melhor distribuição territorial das atividades econômicas e assentamentos humanos. Já a sustentabilidade cultural diz respeito à alteração nos modos de pensar e agir da sociedade de maneira a despertar uma consciência ambiental que provoque redução no consumo de produtos causadores de impactos ambientais.

A literatura técnica apresenta alguns indicadores de sustentabilidade social:

Sociedade com ampla capacidade de iniciativa das pessoas; Capaz de improvisar, inovar e enfrentar seus problemas; Apta a buscar alternativas para promover seu autodesenvolvimento; Competente para inovar em busca de novas formas de inserção social e

para gerar renda e emprego; Com acesso equitativo a terra, moradia e serviços públicos básicos, bem

como a informações essenciais para o exercício da cidadania; Capaz de mobilizar-se em defesa de seus interesses; Com tendência à inserção e ao reinvestimento na própria comunidade; Dotada de forte mobilização e conscientização e de vontade política forte e

com um projeto próprio de desenvolvimento; Capaz de criar novas e diversas organizações sociais; Alto investimento em capital humano (alimentação, saúde, educação,

capacitação profissional, alta empregabilidade), com distribuição de renda justa.

(Kronemberger, 2011:29)

Em relação ao desenvolvimento local, este é tema de discussão em diversos países. No Brasil, o tema foi impulsionado a partir da década de 1990, e resulta de mudanças como a proliferação de ONGs com estratégias de atuação local e os processos de descentralização que se iniciaram com a Constituição de 1988.

Uma das definições de desenvolvimento local, apresentado no livro da Kronemberger, diz o seguinte:

“Desenvolvimento local é uma nova estratégia de desenvolvimento, em que a comunidade assume um novo papel: de comunidade demandante, ela emerge como agente protagonista, empreendedora, com autonomia e independência...” (Alcoforado, 2006, apud Kronemberger, 2011:30)

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Essa estratégia tem como principal objetivo a melhoria de vida de associados, familiares e da comunidade. Maior participação nas estruturas do poder, ação política com autonomia e independência, contribuindo assim para o real exercício da democracia e para a utilização racional do meio ambiente, visando o bem-estar da geração presente e futura.

Trata-se de uma convergência de fatores econômicos, sociais, políticos, institucionais e ambientais que se cruzam e se interpenetram, sendo que nenhum deles se completa sem o auxílio dos demais e não se pode proceder à leitura isolada de cada um deles sem considerar as suas inter-relações.

O desenvolvimento local pode assumir diversos recortes territoriais e ser viabilizado em bairros, distritos, município, microrregiões geográficas, regiões de planejamentos estaduais, bacias hidrográficas, Estados e outros. É um processo endógeno de mudanças, no sentido de que é conduzido pelos atores locais (instancias de governos, empresas, organizações da sociedade civil, universidades e outros), aproveitando as potencialidades locais. Portanto o seu planejamento é do tipo “de dentro para fora” ou de “baixo para cima” (bottom-up), com a mobilização de recursos locais, articulados a outras instâncias.

São ações convergentes e complementares do desenvolvimento local:

Descobrir e despertar as vocações locais; Mobilizar e explorar as potencialidades locais; Utilizar os recursos naturais locais de forma sustentável; Sensibilizar e mobilizar a comunidade local para a sua participação no

desenvolvimento Buscar parcerias para a realização de projetos; Fazer crescer os níveis de confiança, cooperação, ajuda mútua e

organização social em torno de interesses comuns; Desenvolver a cooperação e a integração das cadeias produtivas e das

redes sociais e econômicas, gerando emprego e renda e atraindo novos empreendimentos;

Fomentar a cultura empreendedora local; Elevar a competitividade da economia local, através de atividades

econômicas viáveis, com capacidade de concorrer em outros mercados; Reestruturar e modernizar e gestão pública.

(Kronemberger, 2011:35)

Verifica-se até esta parte do trabalho uma formulação de concepções e modelos de desenvolvimento que contrapõe ao modelo do capitalismo atual, onde atividades produtivas predatórias, o consumo exacerbado e o estímulo à competição interindividual, ainda prevalece na sociedade atual. Trata-se de projetos políticos distintos e interesses em confronto e que se refletem na realidade das nossas sociedades.

Outras críticas e proposições são debatidas em torno do modelo econômico hegemônico capitalista. Singer (2004) propõe o termo “desenvolvimento solidário” para expressar outra concepção de desenvolvimento. Segundo o autor, o desenvolvimento solidário é um processo de fomento de novas forças produtivas e de instauração de novas relações de produção, de modo a promover um processo sustentável de crescimento econômico, que preserve a natureza e redistribua os frutos do crescimento a favor dos que se encontram marginalizados da produção social e da fruição dos resultados da mesma.

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Neste sentido, destacaremos a seguir o papel da economia solidária como uma das práticas sociais que busca concretizar o projeto de desenvolvimento sustentável e local.

2. Economia Solidária e Desenvolvimento Sustentável e local

A economia solidária surgiu como movimento social na Inglaterra, durante o século XIX, como forma de resistência, por parte da população socialmente excluída, ao crescimento desenfreado do capitalismo industrial.

No Brasil, o movimento só ganhou força no final do século passado, mas tem crescido consideravelmente nos últimos anos e já faz do país uma referência internacional no assunto.

Desde seu surgimento, as organizações solidárias vêm acompanhadas por um conjunto de princípios que incluem o respeito pelo meio ambiente, a qualidade dos produtos, a preocupação com o bem estar da comunidade e a preferência pelos empreendimentos locais.

Em junho de 2003, na III Plenária Brasileira de Economia Solidária é aprovada a sua “Carta de Princípios”, sobre a qual destacamos:

A Economia Solidária constitui o fundamento de uma globalização humanizadora, de um desenvolvimento sustentável, socialmente justo e voltado para a satisfação racional das necessidades de cada um e de todos os cidadãos da Terra;

A economia solidária, nas suas diversas formas, é um projeto de desenvolvimento destinado a promover as pessoas e coletividades sociais a sujeito dos meios, recursos e ferramentas de produzir e distribuir as riquezas, visando a suficiência em resposta às necessidades de todos e o desenvolvimento genuinamente sustentável.

Dentro do leque estreito de controle do sistema capitalista e monopolizador dos meios de produção, responsável pela desigualdade social e degradação ambiental, o movimento de economia solidária concebe outras idéias fundamentadas em princípios de eqüidade social, sem perder de vista a crítica à exploração e subsunção do trabalho ao capital. Surgem novas experiências autogestionárias como formas inovadoras de produção, embora operando na economia de mercado e estando sujeitas ao humor dos processos engendrados pelas crises do capitalismo. (LIMA, 2006).

Estas experiências autogestionárias surgem a nível local e são denominadas de empreendimentos econômicos solidários. São formas alternativas, associativas e cooperativas no enfrentamento dos problemas. São estratégias alternativas tanto no plano da luta social quando no que se refere ao horizonte das estratégias de desenvolvimento sustentável, ressaltando-se a relação entre poder associativo e coletivo do trabalho e a dimensão territorial e regional.

Segundo Singer (2004), a presença de empreendimentos econômicos solidários influi na direção do desenvolvimento, que, no entanto, é determinada predominantemente pela competição tecnológica entre empreendimentos que visam ao lucro.

“Os empreendimentos solidários ou de pequeno porte tendem a adotar a defesa do meio ambiente e do bem-estar dos consumidores e a opor-se a tecnologias que podem ameaçar a biodiversidade, a saúde do consumidor e/ou a autonomia dos produtores associados e individuais”. (Singer, 2004)

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O desenvolvimento almejado deve gradativamente tornar a relação de forças entre empreendimentos que não visam apenas nem principalmente aos lucros e os que sim o fazem, mais favorável aos primeiros. Se e quando a economia solidária for hegemônica, o sentido do progresso tecnológico será outro, pois deixará de ser produto da competição intercapitalista, para visar à satisfação de necessidades consideradas prioritárias pela maioria.

Do ponto de vista social, uma questão, que afeta o rumo do desenvolvimento diz respeito à competição versus cooperação, como motivação de comportamentos desejáveis. Existem linhas de pesquisa de economia experimental que mostram que, apesar de todo o estímulo à competição interindividual no capitalismo atual, a maioria das pessoas continua a valorizar a reciprocidade e a ajuda mútua.

Neste sentido, abordaremos a seguir duas práticas econômicas solidárias sob o prisma de alguns indicadores de desenvolvimento sustentável e local na intenção de subsidiar estas discussões e reflexões postas.

3. Elementos para uma análise sobre o desenvolvimento sustentável e local, a partir das experiências da UBCM e da COOPRARTE.

Para este trabalho foram selecionadas duas experiências econômicas solidárias acompanhadas pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Estadual de Montes - ITCP/UNIMONTES. Trata-se de uma experiência rural denominada de Unidade de Beneficiamento do Côco Macaúbas – UBCM, localizada na divisa entre os municípios de Mirabela e Montes Claros e outra urbana, denominada de Cooperativa de Reciclagem e Produção Artesanal - COOPRARTE, localizada no município de Pirapora, ambas na região norte de Minas Gerais.

A ITCP/UNIMONTES, iniciada em 1997, se constitui em ação de extensão universitária que se propõe, a partir do apoio e assessoria técnica aos empreendimentos econômicos solidários da região Norte de Minas Gerais, influenciar na visão e estratégias de desenvolvimento regional sustentável. Para isto, utiliza de uma metodologia onde se concilia os diferentes saberes (popular e científico). Um dos papéis da ITCP/UNIMONTES é a articulação com outros setores sociais e estabelecer parcerias com as entidades e instituições que atuam nas comunidades onde se encontram os empreendimentos.

A UBCM surge da ação da Associação Comunitária dos Pequenos Produtores Rurais de Riacho D´Antas e adjacências. A associação foi constituída no ano de 1995 e tem por finalidade, dentre outras funções, desenvolver projetos de combate à pobreza, melhoria da renda de seus associados, instrumentalização de seus produtores, promoção da integração ao mercado e proteção ao meio ambiente. A Associação conta hoje com 46 (quarenta e seis) sócios, mas desenvolve trabalho com cerca de 240 (duzentas e quarenta) famílias referente à aquisição do Côco macaúba.

A Associação tem sede na fazenda Santa Cruz, Comunidade Riacho D’antas município de Montes Claros. Está localizada na bacia hidrográfica do Riachão e abrange uma área de cerca de 100 km de extensão da nascente a foz (leste-oeste) e 50 km de extensão no sentido norte-sul. Embora a sede da Associação esteja no município de Montes Claros a bacia do Riachão abrange ainda os municípios de Mirabela, Brasília de Minas e Coração de Jesus.

A UBCM produz produtos de limpeza, óleo vegetal e ração animal. Para tal, processam cerca de 12.000 (doze mil) caixas de coco macaúba por ano, produção esta toda advinda da Agricultura Familiar. Recentemente foi criada uma cooperativa gestada pela associação Comunitária dos pequenos produtores rurais de Riacho D’antas: a

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COOPERRIACHÃO que será a cooperativa que comercializará os produtos e subprodutos do Côco Macaúba como o óleo, sabão, torta, ração.

A COOPRARTE surge com o apoio da Prefeitura Municipal de Pirapora que buscava soluções para o problema de volume de lixo reciclável no Aterro Controlado. Os trabalhos iniciaram no dia 21 de Fevereiro de 2001, com a produção de vassouras ecológicas, brinquedos pedagógicos e peças feitas com vidros recicláveis. Foram realizadas várias parcerias: Projeto Agente Jovem na apresentação de peças teatrais incentivando as pessoas a estarem reciclando; a Prefeitura cedeu o local da oficina, transporte da matéria prima e a compra de grande parte da produção; O SESI Minas forneceu matérias prima; A Coopercred e o Sebrae com o financiamento da logomarca e capacitação referente ao controle de qualidade e gerenciamento; Minas Ligas com o fornecimento de matéria prima e compra da produção; A Cedronorte com o financiamento dos uniformes e doação de matéria prima e na compra da produção.

Em 17 de outubro de 2004, a Cooperativa se constitui legalmente e em 2007 ocorre a fusão da COOPRATE com a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Pirapora – ASMAP.

3.1. Metodologia

O presente trabalho foi desenvolvido numa abordagem qualitativa (Triviños, 1987). Enfatiza algumas características gerais e particulares inerentes às práticas da economia solidária vinculadas ao conceito de desenvolvimento sustentável e local. É um estudo exploratório e descritivo.

Os procedimentos técnicos adotados seguem os pressupostos da pesquisa documental, pois foram analisados relatórios e demais documentos disponibilizados pelos empreendimentos e Incubadora. Também foi adotada a técnica da entrevista semi-aberta. O presente artigo pode ainda ser definido como um estudo de caso, de acordo com Yin (2001), porque se centrou nas atividades desenvolvidas pelos empreendimentos: UBCM e Cooprarte.

.

3.2. Resultados

3.2.1. Características gerais dos empreendimentos estudados

Quadro 1 – Características dos Empreendimentos

Características gerais

COOPRARTE UBCM

Ano de início das Atividades

2000 1955

Nº de Sócios 26 46 diretos e 300 indiretos

Área de Abrangência

Pirapora e Buritizeiro Montes Claros, Mirabela, Coração de

Jesus e Ubaí

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Atividades Econômico-produtivas

Coleta seletiva nas cidades, nas indústrias e zona rural; Separação dos produtos a serem reciclados e imprensados; Fabricação de Vassouras de garrafa Pet; Coleta de óleo de fritura, feitos de gordura e óleos já utilizados.

Coleta do coco macaúba Processamento do coco: despolpamento, prensagem e extração do óleo; Fabricação de sabão em barra; Embasamento do óleo comestível; Torta para ração animal Endorcape para plantas.

Acesso a crédito no início da atividade

Doações da prefeitura -

Fonte: própria - 2012

Figura 1- Unidade de Beneficiamento do Côco macaúbas - UBCM

Fonte: Arquivos da ITCP/Unimontes - 2012

Figura 2: Cooperativa de Reciclagem e Produção Artesanal - Pirapora

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Fonte: Arquivos da ITCP/Unimontes - 2011

3.2.2. Dimensão Econômica

Considerando que a sustentabilidade econômica diz respeito a aumentos na eficiência do sistema, seja na alocação de recursos ou na sua gestão, os dois empreendimentos apresentam percentuais positivos nos último ano, conforme gráfico 1.

Gráfico 1- Crescimento anual

50%

10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

1 2

UBCM COOPRARTE

Crecismento Anual (2011)

Fonte: própria - 2012

Em termos de geração de renda, considerado uma dos indicadores de sustentabilidade socioeconômica, os dois empreendimentos apresenta uma renda mensal, por sócios, ainda baixa em relação á distancia econômica que separa as classes sociais e á satisfação das necessidades básicas, conforme tabela 2.

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Gráfico 2 – Geração de Renda

R$ 400,00

R$ 200,00

0

100

200

300

400

1 2

Geração de Renda

Série1

UBCM COOPRARTEFonte: própria – 2012

Em ambos os empreendimentos, há uma inserção de comercialização dentro da própria comunidade e a aquisição das matérias-primas principais para fabricação dos produtos são feitas no próprio município.

Observando as etapas do processo produtivo dos empreendimentos estudados, os dois apresentam alguns elementos que compõem a cadeia produtiva sugerindo um passo importante na perspectiva do desenvolvimento local.

No caso da Cooprarte, todo material reciclável é coletado no próprio município, a madeira é comprada em Jequitaí (município da região). Apenas os cabos das vassouras são adquiridos em Belo Horizonte (capital do Estado). Os produtos são vendidos para as instituições públicas locais, principalmente para prefeitura e para a comunidade local.

No caso da UBCM, a matéria- prima principal, o Côco macaúbas, é da própria região e a comercialização se faz no atacado para comércios da região Norte de Minas e Brasília - DF e a varejo na comunidade.

A Cooprarte não está inserida em nenhuma Rede de produção e comercialização, enquanto a UBCM está inserida na Rede Central do Cerrado.

A dependência externa de recursos é mínima, em ambos os empreendimentos, conforme gráfico 3.

Gráfico 3 – Dependência externa de recursos

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10%

0%

0%

2%

4%

6%

8%

10%

Dependência Externa de Recursos

UBCMCOOPRARTE 3.2.3 – Dimensão social

Entre os indicativos de sustentabilidade social, conforme Kronemberger (2011), o investimento em capital humano é um fator indispensável para o desenvolvimento sustentável e local.

Os empreendimentos estudados têm investido em qualificação profissional e política dos seus cooperados, em parcerias com entidades públicas e privadas que atuam no setor, consideradas pelos empreendimentos de nível: boa e regular.

Em relação a outros quesitos de auto-investimento em capital humano, a Cooprarte destaca saúde e alimentação, enquanto a UBCM destaca educação, saúde, lazer e habitação.

Quanto á inserção social e comunitária, como capacidade de mobilização em defesa de seus interesses, a Cooprarte apresenta pouco envolvimento, enquanto a UBCM apresenta muito envolvimento.

Em termos de parcerias, a Cooprarte estabelece uma relação principalmente com órgãos públicos, enquanto a UBCM destaca órgãos públicos, entidades privadas e entidades sociais.

3.2.3. Dimensão ambiental

Considerando que a sustentabilidade ambiental ou ecológica concerne à preservação do meio ambiente, sem, contudo, comprometer a oferta dos recursos naturais necessários à sobrevivência do ser humano e à alteração nos modos de pensar e agir da sociedade de maneira a despertar uma consciência ambiental que provoque redução no consumo de produtos causadores de impactos ambientais.(Sachs,1993), os dois empreendimentos estudados afirmam que é o papel de cada ator social conscientizar-se desta responsabilidade ambiental.

No que diz respeito á legislação ambiental, os dois empreendimentos afirmam que conhecem e cumprem.

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A UBCM vem realizando ações concretas na comunidade local de recuperação do rio, conforme figura 3.

Figura 3 – Ação ambiental na Bacia do Riachão

Fonte: Arquivos da ITCP/Unimontes – 2012

Sobre a principal maneira como os empreendimentos estudados tem cumprido suas responsabilidades socioambientais, a Cooprarte considera o reaproveitamento de resíduos sólidos, lançados no ambiente pela comunidade, enquanto a UBCM considera mais forte o desenvolvendo o consumo consciente e as campanhas junto à comunidade local.

4. Considerações finais

A atribuição apenas aos incrementos constantes no nível de renda como condição para se chegar ao desenvolvimento, não é suficiente para compreender a perspectiva do desenvolvimento sustentável em suas diversas dimensões.

Os empreendimentos estudados demonstram práticas socioeconômicas solidárias que indicam que “Quando o ator que trabalha em determinada atividade econômica e também é o dono do empreendimento, o consumidor da produção e o morador daquele local, cria-se outra relação de cuidado com a comunidade e a organização passa a ter outros fins que não só o lucro”. (Daniel Tygel, 2008)

Ao mesmo tempo, observa-se que a Economia Solidária não atua em um campo fora do capitalismo e do mercado formal, mas, ao contrário, busca dentro da realidade existente formas de alternativas de desenvolvimento econômico baseado em valores mais humanos, na busca da autonomia dos grupos que a praticam, em práticas sociais e ambientais sustentáveis.

As ações desenvolvidas pela Cooprarte e UBCM, buscam a consolidação do desenvolvimento sustentável e local na medida em que as dimensões: econômicas, sociais e ambientais se fazem presentes em suas práticas e preocupações cotidianas. Percebe-se também que os empreendimentos econômicos solidários, além de gerar renda ou pelo menos modificar os níveis de renda para quem antes não tinha nada e de alcançar uma inserção econômica com novas formas de organização do processo produtivo, atuam no

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desenvolvimento do capital humano e na preservação do meio ambiente. No entanto, a sustentabilidade ainda representa um grande desafio e muitos problemas terão que ser enfrentados para se chegar ao desejado.

A partir, então, dessas experiências, poderíamos dizer que a economia solidária representa uma das possibilidades de construção de um desenvolvimento sustentável e local, apesar das muitas fragilidades ainda presentes no processo, impostas pelo modelo hegemônico de desenvolvimento do sistema capitalista.

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