Economia p1
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Economia – Smith, Ricardo e Marx.
Adam Smith
- Contexto da Revolução Industrial. Surgimento de manufaturas, divisão de classes:
Capitalistas, Proprietários de terra e Trabalhadores.
- Pressupostos: Livre concorrência e desconsidera o desemprego
- Teoria Histórica:
Procura explicar o surgimento da sociedade de classes a partir do que
considerava os quatro estágios do desenvolvimento econômico e social: a caça, o
pastoreio, a agricultura e o comércio.
No terceiro estágio, agricultura ou feudal, a terra
se torna um meio de poder e proteção, não mais de
subsistência apenas, logo, o proprietário da terra (nobre)
era um pequeno governante, com seus governados,
resultando em muito poucos direitos e liberdade para a
maioria do povo (lei da primogenitura impedia a divisão
das terras, protegendo o poder da classe dirigente -
nobreza). No entanto, o surgimento das cidades
permitidas pelos nobres, que visavam aluguéis, troca de
seus excedentes agrícolas e outros benefícios, libertou
servos, que passaram a trabalhar nas cidades, gozando de
liberdade e segurança, aspirando agora, gerar riquezas
para si mesmo e não para um senhor. O desenvolvimento
da indústria, comércio e agricultura eficiente (capitalista)
é o que Smith chama de quarta geração.
Na quarta geração, capitalista, a propriedade
determinava a fonte de renda do individuo, ou seja, seu
status da classe social, que se dividem em: aqueles que
vivem de aluguéis, aqueles que vivem de salários e
aqueles que vivem de lucros. Em um primeiro estágio, os
trabalhadores controlavam os meios de produção, logo
todo produto do trabalho pertencia ao trabalhador (trabalho é o único a criar valor ou
riqueza), no entanto, quando o capital se acumula nas mãos de um grupo de pessoas,
estas contratam trabalhadores, dividindo o valor gerado pelo trabalho (produto do
trabalho) entre salário e lucro. É da divisão do produto do trabalho que surge a luta de
classes.
- Teoria Sociológica:
Livre Concorrência:
- Livre mercado (não há atuação
do Governo)
- Preço dado pelo mercado
- Atomização dos mercados
(muitos produtos e muito
consumidores)
- Homogeneidade de produtos
- Informações simétricas
(informações iguais para todo
mundo, ex: feira livre)
Procura explicar a luta de classes (relações de poder). Tanto capitalistas quanto
trabalhadores se juntavam para melhorar sua posição na luta de classes (trabalhador
queria ganhar o máximo e capitalista queria pagar o mínimo), no entanto, devido a sua
maior riqueza, os capitalistas podiam manipular e controlar a opinião publica e o
governo, além de poder viver do capital acumulado, ao contrário dos trabalhadores que
não podiam subsistir sem o emprego. Assim, a principal diferenciação das classes era a
propriedade da terra e do capital.
** Tanto a teoria história quanto a teoria sociológica de Smith enfatizam a chamada
“Mão Invisível” para Smith, ou seja, mesmo que existam conflitos entre classes e
individuais, a “divina providencia” sempre guiava para que esses conflitos fossem mais
harmônicos, promovendo o bem social sem o intento das pessoas. Era apenas o
funcionamento sistemático da natureza.
- Teoria do Valor:
Smith acreditava que tanto os esforços humanos quanto os instrumentos de
produção (oriundos também do trabalho humano) é que geravam o valor, logo, o valor
de troca é determinado pelo trabalho direto e indireto contido na mercadoria, no entanto,
em uma sociedade de classes, onde há acumulação de capital, esse valor de troca ou
preço deve ser dado pelo soma de três componentes (salário, lucro e aluguel - Teoria da
soma), onde o lucro não tem relação com o trabalho, todavia, como a concorrência
tendia a igualar os lucros, os preços continuariam a ser proporcionais ao trabalho
incorporado, desde que o capital incorporado por trabalhador tenha sido o mesmo em
diferentes linhas de produção (o que Smith afirmou que não era verdade).
- Teoria dos Preços:
Smith apenas difere o que é preço natural e o que é preço de mercado,
necessitando então de uma moeda estável para viabilizar a troca dos produtos. Para
Marx, o trabalho era a medida de valor que mais se aproximava dos custos.
* Preço de Mercado (PM): regulado pela lei de oferta e procura (pouca oferta e muita
procura: preços altos, muita oferta e pouca procura: preços baixos).
* Preço Natural (PN): receita suficiente para cobrir aluguéis, lucro e salario a um nível
social médio.
O que relaciona preço natural e preço de mercado é o preço de equilíbrio:
Condição 1: Procura maior que oferta, PM>PN lucro ultrapassa a média socialmente
aceita.
Consequência: capitalistas migrariam de mercado em busca de mais lucro, devido à
concorrência, a oferta de produtos aumenta e o preço cai até o preço natural, com lucros
médios, não havendo incentivo para o aumento da oferta deste tipo de mercadoria
( condição 2).
Condição 3: procura menor do que oferta, PM<PN lucro abaixo da média
socialmente aceita.
Consequência: estimulo para capitalistas migrarem para outras indústrias, diminuindo a
oferta até que o preço chegasse ao preço natural (condição 4).
Conclusão: o preço natural era um preço de equilíbrio determinado por lei de oferta e
procura.
Problema das teorias: elemento de circularidade, explica preços através de preços e não
explica os valores relativos de cada mercadoria, para Smith, se o preço de um dos
componentes aumentasse (ex: salário), o valor da mercadoria teria que aumentar, logo
se tomando uma medida de valor (numéraire), se este aumentasse, todos os produtos
aumentariam de valor.
- Teoria do Bem-Estar Econômico:
* Capitalismo estaria mais evoluído quando o Governo adotasse uma política de laissez-
faire, permitindo que as forças de oferta e procura e a concorrência regulassem a
economia. Regulamentações, monopólios e subsídios do Governo tendem a alocar mal o
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lucr
o
Preço de Mercado2
Preço Natural
Preço de Mercado
Lucro superior
Lucro médio,
socialmente aceito.
Lucro inferior
capital e diminuir o bem-estar social. A “mão-invisível” dirigiria a maximização do
lucro para canais que produzissem mercadorias que as precisassem.
* Progresso econômico intimamente ligado a acumulação de capital e lucro, logo, o
trabalho pode ser cada vez mais subdividido (divisão do trabalho), até chegar a um grau
de simplicidade que possibilite o incremento de máquinas que abreviem o trabalho,
aumentando assim a produtividade.
* Definiu trabalho produtivo como aquele incorporado a uma mercadoria que pudesse
ser vendida a fim de recuperar os custos dos salários e ainda gerar lucro, contribuindo
para o progresso econômico, já o trabalho improdutivo é aquele que mesmo útil, não
gera acumulação nem lucro.
David Ricardo
- Teoria da Renda da Terra:
Ricardo incorporou as mudanças relativas ao crescimento da população em seu
estudo sobre a terra, de modo que a necessidade de cultivar terras antes em desuso
elevaria os preços do produto a fim de cobrir os custos da produção em terras menos
férteis. Como segue no esquema:
1) Produção Primária da terra “mais fértil” tem um custo de 10,00 com um lucro de
0,3 para o capitalista.
2) Com o progresso da sociedade precisa-se de mais alimento sendo necessário
cultivar a terra "fértil” custando 20,00 ao capitalista. Nesse momento, a terra
“mais fértil” passa a gerar renda para o proprietário da terra, que cobra 0,1 pela
fertilidade desta em relação a outra, logo ambos os capitalista tem lucro de 0,2.
3) Analogamente, cultiva-se na terra “menos fértil” onde o custo é 30,00. A terra
“fértil” passa a gerar renda ao proprietário, e a terra “mais fértil” fica ainda mais
valorizada, assim, os três capitalistas tem um lucro de 0,1.
Para Ricardo, o crescimento e prosperidade (bem estar de toda a sociedade)
econômicos promovidos pela acumulação de capital (com maior capital, há mais
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Mais fértil Fértil Menos Fértil
Terra
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procura por mão de obra, logo, os salários estão acima do nível de subsistência e a
população cresce), enquanto há acumulação a economia cresce, no entanto com a
diminuição dos lucros no cultivo de terra a economia tenderia a se estagnar. Para evitar
a estagnação, Ricardo defende o fim da lei do trigo: com o fim da sobretaxação na
importação de cereais, não há necessidade de cultivo de todas as terras, logo, o
capitalista acumularia capital sem diminuir sua taxa de lucro, ou seja, sem o aumento da
renda da terra.
- Teoria do Lucro:
Dado que aquele capitalista que cultivasse a terra de menor qualidade não pagava nada
ao proprietário da terra, então o lucro seria o produto total da terra menos a quantidade
paga ao trabalhador (quantia para nível de subsistência).
- Teoria do Valor Trabalho:
Assim como para Smith, Ricardo acreditava que os preços eram proporcionais
ao trabalho incorporado, no entanto, algumas modificações devido a uma variedade de
circunstâncias.
- Superprodução e Crises:
Para Ricardo, as força de oferta e procura ajustariam automaticamente os preços
e a composição dos produtos, logo, as crises, eram simplesmente ajustes aos padrões
anormais de oferta e procura em determinado período. Assim, a produção cria sua
própria procura (capitalistas criam produtos para trocar por outros produtos, através do
intermédio da moeda), portanto a superprodução seria, para Ricardo, impossível.
- Teoria das Vantagens Comparativas:
Explica a comercialização entre países, justificando que cada país deve produzir
aquele produto que é mais eficiente (vantagem relativa), exportando-o. Exemplo:
Tratado de Panos e Vinhos entre Inglaterra e Portugal.
Custo Portugal Inglaterra
Vinho 80,00 120,00
Tecido 300,00 200,00
De acordo com o tratado, tanto Portugal quanto Inglaterra beberiam vinho a
80,00 e se vestiriam a 200,00 de modo que o capital gerado pela economia da produção
de vinho na Inglaterra e de tecido em Portugal poderiam ser investidos em
especialização, diminuindo os custos ainda mais, assim chegaria a um ponto que o
vinho custaria 50,00 e o tecido 150,00. Com a renda da venda de produtos mais baratos
(mais especializados) os países poderiam comprar outros produtos.
Karl Marx
- Conseguiu explicar o impasse da teoria de Smith e Ricardo sobre como o lucro era
explicado frente à troca entre capital e forca de trabalho, e ainda o que era o valor.
Como resolução da primeira questão, Marx propôs a Teoria da Mais-Valia, já
para a segunda questão, Marx propõe o valor como cristalização do trabalho abstrato, ou
seja, todas as relações histórico-sociais envolvidas.
Marx concordava com Smith e Ricardo que o trabalho incorporado em uma
mercadoria é que cria o valor, no entanto, a força de trabalho também é uma mercadoria,
que passa a ser vendida por um valor que cobre apenas sua subsistência, logo, a
diferença entre o trabalho realizado e o que era pago ao trabalhador, Marx chama de
Mais-valia. A Mais-valia é apropriada pelo capitalista na forma de lucro.
Quanto à questão do valor, para Marx, por
definição:
Valor = substância valor (trabalho abstrato cristalizado)
+ forma que se manifesta a relação entre mercadorias
(valor de troca) + grandeza (tempo de trabalho abstrato).
Sob a compulsão da concorrência, o capitalista
anseia cada vez mais por mais-valia, podendo ocorrer de
duas formas:
Mais-valia absoluta: prolongamento ou
intensificação da jornada de trabalho,
aumentando o tempo de sobretrabalho.
Mais-valia relativa: introdução de inovações
técnicas, diminuindo o tempo e os custos de
produção. Até que um concorrente incorpore a mesma tecnológica, a empresa
estará em superlucro, no entanto, ao se difundirem os aperfeiçoamentos técnicos,
tem-se apenas mais-valia relativa. Além disso, com o aumento de inovações
tecnológicas poupadoras de mão de obra, gera-se desemprego, que garante os
salários sempre baixos. O exército industrial de reserva são aqueles
trabalhadores que se encontram fora do mercado de trabalho, mas que estão
prontos para substituir qualquer trabalhador por um custo menor.
- Lei do Valor:
Responsável por regular a produção capitalista, se contrapondo a teoria da Mão-
invisível de Adam Smith, a concorrência entre produtores dá lugar a uma sucessão de
desequilíbrios, que são atenuados através da regulação do valor, ou seja, o capitalismo
não era, em nada, harmônico.
- Circulação Monetária:
Lê-se trabalho abstrato como
gasto indiferenciado de energia
humana, enquanto trabalho
concreto responde às qualidades
físicas do objeto.
Substância valor = trabalho
socialmente necessário, executado
sob condições médias de técnica,
destreza e intensidade de esforço,
portanto, produtos do trabalho
humano se tornam valores.
Constitui uma premissa necessária para o capitalismo, resolvendo dificuldades
técnicas do pagamento e troca entre produtos. Os metais preciosos são tomados como
mercadoria absoluta para este fim.
- Capital e Fetichismo:
O capital é uma relação social de exploração dos trabalhadores que vendem sua
força de trabalho e o capitalista, que detém os meios de produção e se apropria da mais-
valia. Desta maneira, o trabalhador, não se vê na mercaria que produz, e ainda, a
impessoalidade do mercado vê apenas a mercadoria, então, o trabalhador se coisifica,
enquanto a mercadoria se personifica (fetichismo da mercadoria). Além disso, os
instrumentos de produção (encarnação física do trabalho acumulado para servir de
capital) é que usam o trabalhador, este lhe é um apêndice, que se subordina a uma
finalidade, a do lucro, que não lhe pertence (fetichismo do capital).
- Valorização do Capital e o Movimento Cíclico de Reprodução:
Aspectos:
1) Barreiras erguidas pelo capital: desproporcionalidade de crescimento em vários
ramos de produção.
2) Capital bancário pode criar moeda escritural, possibilitando a expansão do
credito em um ritmo mais veloz do que a produção real.
3) Base técnico-material para renovação do capital fixo (inovações tecnológicas
periódicas)
4) Crises: na fase auge do capitalismo a oferta de emprego se amplia ao máximo,
elevando os salários, resultando em uma prévia superacumulação de capital,
logo, o consumo é demasiado alto, estimulando empresas a superproduzir, até
que se tenha uma insuficiência de demanda, levando a crise. A desvalorização
do capital, retomada do E.I. de reserva e renovação do capital fixo permitem a
elevação da taxa de lucro, impelindo a economia a passar pela fase de depressão.
Crise
Depressão
Reanimação
Auge