Economia em foco · 2018-09-26 · dos grandes nomes do mercado finan-ceiro do País. Em entrevista...

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Ano 2 | Número 7 | Novembro de 2016 ENTIDADES Confira a análise do InFinance sobre os limites da política monetária. ARTIGO DE OPINIÃO Trump venceu! Pedro Mariano explica um pouco o acontecimento mais improvável dos últimos anos. O QUE FAZER NAS FÉRIAS? Confira indicações de livros, série - e até cervejas - para você aproveitar suas férias ao máximo! Gustavo Camargo, João Scandiuzzi e Maílson de Nóbrega discutem as perspectivas para o Brasil em parceria do Consilium, InFinance e Insper Jr. Economia em foco

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Ano 2 | Número 7 | Novembro de 2016

ENTIDADES Confira a análise do InFinance sobre os limites da política monetária.

ARTIGO DE OPINIÃO Trump venceu! Pedro Mariano explica um pouco o acontecimento mais improvável dos últimos anos.

O QUE FAZER NAS FÉRIAS? Confira indicações de livros, série - e até cervejas - para você aproveitar suas férias ao máximo!

Gustavo Camargo, João Scandiuzzi e Maílson de Nóbrega discutem as perspectivas para o Brasil em parceria do Consilium, InFinance e Insper Jr.

Economiaem foco

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2 | Novembro 2016

ÍND

ICE

EQUIPESarah VendramePresidente

João Vitor SantosDiretor de Redação

Camila de Camargo BarsceviciusDiretora de Marketing

Gabriela MarcottiDiretora Financeira

Bruna KimuraColaboradora

Carolina BortolussiColaboradora

Clara MarinsColaboradora

Deborah KangColaboradora

Eduarda BuenoColaboradora

Felipe ScandiuzziColaborador

Fernanda CarvalhoColaboradora

Hugo DaherColaborador

Isabella OliveiraColaboradora

Luciana FariaColaboradora

Luciana NavarroColaboradora

Maria Clara LuquesColaboradora

Vitória KakiharaColaborador

PDesign ComunicaçãoDireção de Arte e Editoração Eletrônica

A revista Insper Post é uma publicação dos alunos do Insper.

Ano 2 | Número 7 | Novembro de 2016

4 EntidadesConfira a entrevista da InsperJr. com Antonio Quintella, CEO da Canvas Capital Brasil.

11 EngenhariaConheça o projeto Fox – Baja, a implementação do Baja aqui no Insper.

16 CapaEconomia em Foco: Quais as perspectivas econômicas para o Brasil nos próximos anos?

6 EntidadesGabriel Marquetto, Gerente de Renda Fixa do InFinance, analisa o crescimento econômico e os limites de uma política monetária.

12FériasConfira indicações dos Sementes Culturais e da Marina Gomes para aproveitar suas férias da melhor maneira.

8 EntidadesEntenda o que é e quais os desdobramentos da implementação da polêmica PEC 241.

10EntidadesSe você nunca doou cabelo, provavelmente conhece alguém que já cortou para fazer uma boa ação. Saiba mais sobre o novo projeto de doação do GAS.

Insper AconteceDescubra o que aconteceu no Hackathon desse semestre – uma fusão entre Adm, Eco, Engenharias e Medicina – numa parceria entre Insper e Albert Einstein

14

AlumniConfira como ex-alunas do Insper aproveitaram suas experiências para empreender.20De Aluno para AlunoTorne-se um conhecedor de cervejas com essa relação de marcas para você experimentar.22

De Aluno para AlunoTem dúvidas sobre o quanto você pode aproveitar de um estágio? Tire todas elas aqui!24

De Aluno para AlunoConheça a atividade complementar sobre cinema ministrada por Bruno Bitelli.23

OpiniãoPedro Mariano analisa a surpreendente vitória de Trump para a presidência dos EUA.25

19 CrônicaCom certeza vai se identificar se pontualidade não é seu ponto forte.

ArtigoPor que as escolas nos influenciam tanto e como aproveitamos isso?26InternationalConfira o depoimento de Tatiane Kanegae, insperiana fazendo intercâmbio em Boston.28EmbaixadoresO que é ser um Embaixador Insper?29Quem FazConfira a primeira edição do Quem Faz Professores – com Leonidas Sandoval.30

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Todo fim de ano é um pouco nostálgico. Tem quem vá para a casa da vó, viaje em fa-mília – ou sozinho -, mas sempre acabam rolando aqueles assuntos de quando você era pequeno, brincava com seus primos, aprontava na escola e tinham que chamar

sua mãe. E quando você percebe, sua avó já está chorando dizendo que agora que você é grande, ela não consegue mais te carregar e que você não liga mais pra ela.

Drama de vó a parte, é realmente difícil pararmos pra pensar que o fim do ano é o fim de um ciclo e, principalmente, quantos ciclos nós temos em nossas vidas. Quando acabou o Ensino Médio, eu estava tão preocupada com o vestibular que nem percebi que não voltaria mais a estudar Química e Física – só comecei a prestar atenção nos fins que temos durante nossa vida ao final do 1º semestre de Insper.

A cada semestre que passa, damos adeus a mais uma fase de nossas vidas enquanto re-cebemos uma nova. E antes mesmo de sentirmos o tempo passar, já não tem mais festa dos amiguinhos no buffet, nem matinê, nem vestibular, nem faculdade. Quando a gente vê, metade do curso já passou e está na hora de começar a trabalhar – apesar de você sentir falta da época de escola. Já crescemos e continuamos pensando em virar adulto – a vida de gente grande está diante de nossos olhos.

A gente percebe tudo que está acontecendo a nossa volta e não paramos para olhar nossa própria vida. Conseguimos discutir sobre a vitória do Trump, sobre a PEC 241, o Temer, sobre o que fazemos e o que queremos fazer. Crescemos tentando descobrir “o que quere-mos ser”, mas quem você quer ser?

Nós somos o eco de tudo que já vivemos. De todas as experiências, relações, ambientes. Cada escola, filme, livros, cerveja e cada atraso. Cada vivência nos molda e nos direciona um pouco mais, assim como cada decisão.

Ser presidente do Insper Post durante esse ano contribuiu – e muito – para me definir como pessoa e para descobrir para onde quero ir, assim como os membros e leitores do Post aju-daram a nos definir como entidade e como meio de comunicação.

Deixo a revista com muito orgulho e com a certeza de que as próximas gestões continuarão a respeitar os mesmos valores que nos trouxeram tão perto de nossos leitores.

Por fim, desejo a cada um que descubra quem é e para onde quer ir – e que não tem proble-ma não saber e tentar se descobrir.

EDIT

OR

IAL Quando eu Crescer

Sarah Vendrame,Presidente do Insper Post.

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Quintella é CEO da gestora de fundos Canvas Capital Brasil. Entre 2003 e 2010 foi CEO do Credit Suisse e, de

2010 a 2012, CEO da América Latina do ban-co suíço, tendo se estabelecido como um dos grandes nomes do mercado finan-ceiro do País. Em entrevista para a Ins-per Jr. Consulting, Quintella conta um pouco de sua trajetória profissional e as principais motivações que o levaram a optar por este ramo; além de os prin-cipais desafios que acercam a economia do país.

P: Boa parte dos alunos do Insper almejam carreiras no mercado financeiro ou em consultorias. Queremos saber o que o motivou a entrar no mercado finan-ceiro, e como começou sua trajetória.

R: Eu tinha interesse desde cedo em Economia e Finan-ças. Me formei em economia na PUC-Rio, e acabei fazendo MBA na London Business Scho-ol alguns anos depois de forma-

do. Eu via no sistema financeiro um papel im-portante nas economias modernas e na inter-mediação de fluxos de capital entre os mais diversos agentes econômicos; obviamente,

um agente importante para a canalização de poupança para investimento e para a realização de transações em geral. Eu tinha a impressão de que o siste-ma financeiro era bastante dinâmico, e que ao longo do tempo passava por diversas mudanças, absorvendo tec-nologias que permitiam a utilização

da criatividade, inovação e do desen-volvimento de novas ferramen-

tas. Para mim, isso tornava a atuação na área financeira bastante interessante e de-safiadora. Comecei como estagiá-rio numa pequena dis-tribuidora de títulos e valores mobiliários no Rio de Janeiro. Tive meu primeiro contato profissional com o Cre-dit Suisse durante um summer job em Lon-dres, quando fiz meu

Entidades

insper entrevista

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Antonio Carlos QuintellaO economista formado pela PUC-Rio e com MBA pela London Business School se estabeleceu como um dos grandes nomes do mercado financeiro do País

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MBA. Depois que terminei o MBA continuei em Londres por mais dois anos e voltei para o Credit Suisse no Brasil, onde fiz uma car-reira de mais de 15 anos. Fui presidente do Banco no Brasil; depois presidente nas Amé-ricas e coordenador de um comitê do banco que supervisionava sua atuação nos merca-dos emergentes.

P: Sobre cultura empresarial, sabemos que a cultura do Credit Suisse é um diferencial muito grande para a empresa. Na sua opinião existe uma cultura ideal, ou uma que deveria ser mais valorizada?

R: Eu acho que existem valores que são importantes em qualquer ambiente em-presarial. Valores como ética, transparên-cia, trabalho em equipe e meritocracia. Independente da forma como a liderança é exercida, há um conjunto de valores im-portantes que aumentam muito a chance de sucesso de uma empresa. Mas eu não diria que tem uma fórmula única de suces-so na atividade empresarial. A liderança pode ser exercida de formas diferentes e ainda sim ser bem-sucedida. Mas de fato há um conjunto de valores que permeiam as culturas vencedoras.

P: Tendo em vista a situação econômica bra-sileira atual, o que deveria ser adotado como política visando a retomada do crescimento econômico, sabendo que algumas medidas serão impopulares? Qual seria o caminho que causaria menos efeitos colaterais à população brasileira?

R: O primeiro passo é colocar em ordem as finanças públicas. O governo anunciou re-centemente a intenção de estabelecer uma limitação para o gasto público, e a intenção de promover um conjunto de reformas im-portantes, começando pela reforma do sis-tema previdenciário. Se for bem-sucedido, acredito que o próximo passo é estabelecer

uma agenda de reformas de natureza mi-croeconômicas, que melhore o ambiente de negócios no Brasil. Há uma série de evidên-cias que o ambiente de negócio brasileiro é menos favorável que o de muitos países de renda comparável, como o Chile, México ou a Colômbia. Enfim, países de renda compa-rável tem feito um esforço grande para me-lhorar o ambiente de negócios e o Brasil pre-cisa avançar nessa direção também. Embora, compreensivelmente, o governo tenha esta-belecido as reformas de natureza macroeco-nômica como prioridade.

P: Sabemos que o ano de 2015 foi bastante complicado. Tivemos a desaceleração da eco-nomia chinesa, a lenta recuperação da Europa e dos EUA, e a queda do preço internacional das commodities. O senhor acredita que esses fatores ainda representam forte ameaça para a economia brasileira?

R: Sem dúvida esses são fatores de risco. E a esses eu adicionaria também o resultado das eleições nos EUA. Mas certamente o ritmo de crescimento das principais economias inter-nacionais ainda é um fator de risco importan-te a ser monitorado aqui no Brasil.

P: O senhor acredita que exista uma perspecti-va positiva para os mercados financeiros mun-diais caso ocorra uma vitória do candidato americano Donald Trump?

R:Acredito que vá depender das iniciativas e das medidas específicas que forem articula-das e propostas de uma forma concreta pelos candidatos. Ao longo dessas semanas, até a data das eleições, poderemos ter mais clareza sobre as propostas de cada um. Mas é pos-sível que elas sejam bastante diferentes das esperadas, tendo implicações imprevistas à condução das políticas econômicas e de re-lações internacionais dos EUA. Assim, podem ter consequências tanto positivas quanto ne-gativas para o resto do mundo.

Confira essa e mais entrevistas e notícias no blog da InsperJr: http://www.insperjr.com.br/blog/

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Crescimento Enxuto e Limites da Política Monetária

Há quase uma década, os mercados finan-ceiros internacionais sofriam um grande choque proveniente da crise hipotecária

norte americana. As autorida-des monetárias de diversas economias, principalmente dos EUA, realizaram inten-sos programas de Quantita-tiva Easing, isto é, aumenta-ram sua oferta de moeda via compra de ativos financeiros junto a bancos comerciais (como consequência imedia-ta os preços destes ativos su-biram e os yields despenca-ram a 0% ou mesmo patama-res negativos) com o intuito de reativar o dinamismo de suas economias. Oito anos e cerca de US$12,2 trilhões de dólares depois a intensa im-pressão de moeda parece não ter sido muito eficaz e nos leva à questão: será que os efeitos

desta política ainda estão se consolidando e as baixas taxas de crescimento são de natureza cíclica, ou, estruturalmente o mundo está desti-

nado a taxas de crescimento mais enxutas?

Tomemos por exemplo os Estados Unidos. Muito tem-se discutido sobre a possibili-dade de um aumento na taxa básica de juros naquela eco-nomia, fixada entre 0,25% e 0,5% ao ano atualmente, contudo alguns indicado-res vêm impedindo o FED de realizar estes aumentos. O mercado de trabalho, por exemplo, já se encontra, aos olhos de alguns muitos, per-to de um superaquecimento, isto é, próximo a níveis iguais

ou inferiores ao de pleno emprego, seria espe-rado, portanto, algum arrefecimento na taxa de

Entidades

Por Gabriel Marquetto, aluno do 4º semestre de economia e Gerente de Renda Fixa do InFinance.

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inflação e no crescimento do produto, certo? Não é isso o que tem sido observado, a taxa de inflação acumulada ao final de 2016 medi-da pelo PCE flutua por volta de 1,4% enquanto a meta é de 2% e o crescimento projetado do PIB não alcança sequer os 2% de acordo com algumas instituições.

Ao redor do mundo casos semelhantes não fal-tam, economias centrais como França, Alema-nha e Japão são assombradas pelos mesmos fantasmas: baixas taxas de crescimento do pro-duto (em torno de 1% para os países citados), inflação beirando o patamar de 0%, envelheci-mento da população e estagnação da produti-vidade são características comuns a todas estas economias.

Voltemos à questão inicial, o desaquecimento da economia global é estrutural ou cíclico? A resposta mais sensata é que não se sabe, o fato é que a dúvida existe e é levada em conta por aqueles à frente da política monetária, vide a já duradoura postergação, pelo FED, da normali-zação monetária nos Estados Unidos, o órgão que projetava, ao começo de 2015, duas altas

na taxa básica em 2015 e cerca de quatro em 2016 realizou apenas uma no ano passado e ainda não interviu este ano.

Suponhamos que, de fato, o crescimento dimi-nuto é momentâneo, isto não exclui o fato de que o Keynesianismo implementando no pós-crise não se mostrou efetivo, dado que mais de 12 trilhões de dólares foram injetados nos mer-cados globais e, mesmo assim, as baixas taxas de crescimento se mantiveram. Além disso, a política monetária atual se mostra sem espa-ço para novas manobras, uma vez que as taxas de juros estão em patamares extremamente baixos e os balanços dos bancos centrais, em geral, estão inchados impedindo novas roda-das de estímulos. Tendo isso em mente, cresce cada vez mais o número daqueles que acredi-tam que o modelo atual de política monetária está defasado.

Por fim, suponhamos que a nova realidade do mundo são as baixas taxas neutras de cresci-mentos e juros, neste caso, estamos entrando em uma área jamais explorada e que, à primei-ra vista, não se mostra nada amigável.

-1%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

ago-06 ago-08 ago-10 ago-12 ago-14 ago-16

Generic 10Y Bond Yields

Estados Unidos Alemanha Japão Suiça França

Fonte:Bloomberg; Elaboração do autor

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Durante 20 anos, o Brasil teve um cres-cimento real das

despesas de 6% ao ano. Enquanto vivíamos uma década de crescimento das receitas inédito, devi-do ao boom das commo-dities, a formalização da

economia e a fundamentos econômicos em ordem o problema fiscal não era mais do que um delírio dos cavaleiros do apocalipse.

Entretanto, a partir da desaceleração da economia em 2014, as receitas despenca-ram. Não é possível reduzir as despesas na mesma proporção das receitas: um hospi-tal já pronto, com funcionários já contratos e remédios já comprados não deixam de existir como consequência de uma queda na atividade.

A partir de então a desordem nas contas públicas foi escancarada e seu desequilí-brio resultou na piora da dinâmica da dívi-da, que hoje está crescendo a 0,8% ao mês.

A dívida brasileira hoje está em 70,7% do PIB. Quando comparado com países no mesmo estágio de desenvolvimento que

nós, estamos muito mais endividados do que deve-ríamos. O risco que corremos com a manutenção do desiquilíbrio fiscal é a trajetória explosiva da dívida se acentuar, os juros aumentarem, o Brasil ter que imprimir dinheiro para se financiar e assim voltarmos a não tão distante hiperinflação dos anos 80/90.

A PEC 241 (agora no senado PEC 55) vem para tentar disciplinar as despesas do governo. Ela propõe que durante 20 anos, o crescimento dos gastos seja igual a inflação. Seria possível após 10 anos propor uma alteração na regra de reajuste. Se exclui desse teto

Entidades

Por Luís Felipe Bento, aluno do 4º semestre de Economia e Presidente do Consilium

A HORA DA RESPONSABILIDADE

Fonte: http://www.slideshare.net/MinisterioFazenda/apresentao-projeto-de-lei-oramentria-anual-2017-31082016-65570042

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algumas coisas como despesas com eleições e trans-ferências para estados e municípios.

Muitos críticos dizem que o teto faria com que os gastos em saúde e educação fossem reduzidos, o que simplesmente não é real. Há na verdade um piso para os gastos nessas duas áreas, sendo que inclusi-ve o congelamento na saúde só aconteça a partir de 2018, sendo definido um piso de gastos maior do que é hoje. Esses gastos, na nova regra podem até ter um aumento maior que a inflação, desde que outros gas-tos tenham um aumento menor do que a inflação.

Talvez a maior proeza da proposta constitucional seja racionalizar o debate fiscal no Brasil, introduzindo um conceito conheci-do por todos menos o governo, chamado restrição orçamentá-ria. Agora não have-rá dinheiro ilimitado para dar aumentos aos deputados, dar crédito subsidiado a empresários que não precisam e dar bene-fícios tributários para indústrias ineficien-tes. Teremos que de-finir prioridades.

Vai se instaurar um regime de métrica e resultado nas políticas públicas, saberemos quais realmente funcionaram e quais eram somente boas intenções. Quando não há restrição, a eficácia dos projetos não é relevante.

Algumas pessoas argumentam que o primeiro pas-so da saída da crise se dá pelo aumento de receitas, fazendo com que a PEC seja uma solução ruim para a crise. O aumento das receitas passa necessaria-mente pelo aumento de impostos, como por exem-plo, a volta da CPMF. Além do Brasil já ter uma carga tributária altíssima comparado com nossos simila-res, um aumento da receita não resolve o problema estrutural, somente adia o real enfrentamento do problema em no máximo 3 anos. Daqui 3 anos, te-ríamos que voltar a ter o debate que estamos ten-do hoje, e é obviamente impossível e insustentável criar uma nova CPMF a cada 3 anos.

Muitos entendem que o prazo do teto é longo de-mais e que seu prazo teria que ser menor. Porém, a previsão da volta do superávit se dá apenas em 2020,

e segundo analistas a dívida só se estabilizaria em 2022, em 86% do PIB. Para a dívida voltar o que está hoje demoraria muito mais tempo, e uma possível mudança da regra no 10º ano de vigência apazígua o processo.

Remédios fortes para patologias raras normalmen-te tem um gosto amargo. O nosso ajuste não será diferente.

Do nosso orçamento federal, só 16,7% é discricioná-rio, ou seja, pode ser cortado: PAC, demais órgãos, Educação e Saúde. Porém, como há o piso de gastos em educação e saúde (que na tabela é uma mistura de “educação”/”saúde” e “pessoal”), os gastos que

o governo realmen-te pode escolher não gastar são estimados em 13% do orçamen-to.

Num possível corte, a escolha mais possível seria os investimen-tos, que são uma das piores coisas para se cortar. Mas como as fábricas estão com uma ociosidade gran-de, a atividade pode ser retomada até cer-to ponto sem a neces-

sidade de investimento, porém no longo prazo isso prejudica a nossa já ruim produtividade.

No entanto, teto é só o primeiro passo na longa jor-nada de retomada da estabilidade. Após a aprovação do teto é indispensável que aprovemos a reforma da previdência.

De maneira geral, os gastos com previdência nos pró-ximos anos tendem a aumentar 4% em termos reais por ano. Como o teto é global, um aumento significa-tivo da previdência pode sucatear os outros gastos, podendo chegar ao extremo de o governo se reduzir a uma sucursal de pagamento de pensões. Portan-to é importantíssimo que após a aprovação do teto, aprovemos a reforma da previdência.

É fundamental que o Brasil saia o mais rápido possí-vel da atual crise. Igualmente importante é que to-dos participem do debate, porém olhando para os dados e utilizando apenas informações corretas. O Brasil está no caminho virtuoso, uma pena termos experimentado todos os outros antes.

Fonte: Secretaria do Tesouro. Elaboração do autor

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Entidades

LIBERDADE E DOAÇÃO: Fios que transformam

Passamos por mais um “Outubro Rosa” e agora por um “Novembro Azul” ambos os meses recheados por fortes campanha de conscientização sobre o câncer, doença

que afeta milhares de pessoas no mundo. Com o passar dos anos e avanço nos tratamentos uma coisa continua: a queda do cabelo como um forte símbolo do tratamento. Foi pensando nisso e em todo o transtorno gerado para essas pessoas que o GAS (Grupo de Ação Social) começou a organi-zar a primeira campanha de doação de cabelo no Insper, conjuntamente a uma campanha de cons-cientização.

Como já foi feito em algumas faculdades, o intuito é arrecadar o máximo de cabelo possível e, com isso, produzir perucas que serão doadas às crian-ças em tratamento. “Muitos pacientes com câncer são reconhecidos automaticamente pela falta de cabelo e, ao andarem por aí com a cabeça raspa-da ou com lenços presos, recebem olhares de dó/pena, quando na verdade só querem tocar suas vidas” - explica Renan Mittelstaedt, colaborador do projeto.

O objetivo do projeto é fazer um verdadeiro mutirão no Insper no próximo semestre, possi-velmente com a colaboração de cabeleireiros famosos e, talvez, até em parceria com outras faculdades. Há, porém, alguns desafios a en-frentar, o maior deles é provavelmente incenti-var as meninas a cortarem seus cabelos. Como o comprimento mínimo que se pode doar é de 10cm - e são poucos os homens que deixam o cabelo crescer acima desse limite - o público alvo desta campanha são as mulheres. O cabe-lo, para muitas pessoas, ainda é relevante na

construção de uma figura tipicamente feminina e, esse ponto, dificulta a doação.

“Eu vejo que as pessoas têm uma grande dificul-dade de desassociar a feminilidade das mulheres. Passar batom não me faz mulher, usar vestido não me faz mulher, ser feminina não me faz mulher. O que me faz mulher é a minha biologia, simples assim. Só que vivemos num mundo em que tudo isso nos é imposto, mulheres gastam mais dinhei-ro com procedimentos estéticos e roupas que os homens. Pensa em quanto dinheiro poderíamos investir na nossa educação se simplesmente pa-rarmos com estereótipos bobos de gênero? ”- afirma Monique Ventura, integrante do Coletivo Feminista que, recentemente, raspou seu cabelo.

Deste modo, será feito um trabalho em conjunto com o Coletivo Marianne Ferber para ajudar as alunas a perceberem o quanto uma simples ação de cortar o cabelo pode impactar positivamente tanto a vida de quem receberá o cabelo quanto a do doador. “Essa doação quebra padrões, pois não é isso que vai te definir como mais ou menos mulher, além de trazer a autoestima para outras mulheres, e pacientes em geral. Isso é muito im-portante na luta contra o câncer”- afirma Isadora Castro, membro do GAS.

O projeto em si, por enquanto, está sendo estrutu-rado e é extremamente ambicioso. Com o sucesso de uma primeira edição, essa campanha poderia virar algo periódico e poderia, até, ser expandido para outras faculdades, arrecadando cabelos em escala estadual. Agora, para que tudo isso se con-cretize, nos resta uma missão muito simples: não cortar o cabelo nesses próximos meses!

Por Clara Marins

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11 | Novembro 2016

Montar um veículo desde seu projeto de con-cepção, construção e testes é uma opor-tunidade valiosa que, ao ser aliada a uma

competição entre faculdades, tende a potencializar a motivação dos participantes, aprendizado e ex-periências. Estes são os fatores reflexos de um dos mais conhecidos desafios entre faculdades de en-genharia, o Baja.

Existente desde 1976, quando foi desenvolvido na Universidade da Carolina do Sul, Estados Unidos, o projeto Baja SAE tem como principal objetivo de-safiar estudantes de engenharia, principalmente, a utilizarem na prática conceitos ensinados dentro de sala de aula. No Brasil a competição surgiu quase duas décadas depois com o Projeto Baja SAE Brasil.

Em conjunto ao seu desenvolvimento, diversas fa-culdades e universidades brasileiras aderiram ao projeto como forma de preparar seus alunos para futuros desafios do mercado de trabalho. E aqui no Insper não foi diferente. Por mais recente que seja o curso Engenharia, os alunos, principalmente de Engenharia Mecânica e Engenharia Meca-trônica, mostra-ram-se bastante interessados em dar iní-cio ao

Projeto Baja para representar o Insper nas compe-tições regionais e nacionais. “Nós, integrantes da “Equipe Fox Baja”, entendemos que o projeto tem um grande peso emocional para quem se empe-nhou nele, principalmente por ser um trabalho de grande porte e que nasceu de uma idealização nossa desde a estaca zero”, afirma Guilherme Cos-ta, aluno de Engenharia.

Após um semestre de preparação, o projeto, que passou a ser chamado de Fox Baja, foi apresenta-do aos demais alunos da faculdade que demons-traram interesse em aprender e participar do seu desenvolvimento. Nessa parte o diferencial da equipe Baja do Insper é que, ao contrário da maioria das outras instituições, também podem fazer parte do processo de desenvolvimento do projeto alunos de Administração, Economia e Engenharia da Computação, seja para participar das áreas de financeiro, gestão de recursos, re-cursos humanos e marketing ou até mesmo na montagem do veículo.

“A ideia por trás da Fox Baja abrange muito mais que nossos próprios integrantes. Este é um pro-

jeto em que engenheiros, administradores e economistas são igualmente requisitados

em suas devidas áreas de expertise. Ele é o início de um legado que a enge-

nharia irá deixar para a história do Insper e que repre-

senta exatamente a visão que a institui-ção tinha para fa-culdades de enge-nharia”, continua Guilherme.

Por Felipe Scandiuzzi

Engenharia

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12 | Novembro 2016

C o n f i r a a s i n d i c a ç õ e s d e s é r i e s d o S e m e n t e s C u lt u r a i s e d e l i v r o s d a M a r i n a G o m e s

Férias

TRUE DETECTIVE

GÊNERO: DRAMA; POLICIAL

True Detective é uma série original da HBO e conta com a presença de atores como Mat-thew McConaughey e Woody Harrelson, na primeira temporada; Colin Farrell e Rachel McAdams, na segunda. A trama policial prende a sua atenção e te deixa sem fôlego ao longo dos episódios. Cada temporada é independente, mas ambas abordam a resolu-ção de crimes chocantes e impiedosos. A HBO conseguiu, mais uma vez, criar uma obra digna de telas cinematográficas.

AMERICAN HORROR STORY

GÊNERO: TERROR; SUSPENSE; DRAMA

American Horror Story é uma das mais famosas séries americanas, tendo ganhado diversos Emmys e Globos de Ouro ao longo dos anos. Cada temporada aborda uma história de terror diferente, com os mesmos atores interpretando diferentes persona-gens. Desde um Hotel mal-assombrado até um manicômio gerido por freiras, já foram temas da série. Prepare-se para ficar aterrorizado! As quatro primeiras temporadas estão disponíveis na Netflix.

BROOKLYN NINE-NINE

GÊNERO: COMÉDIA; POLICIAL

Brooklyn Nine-Nine retrata a história de policiais e de-tetives de uma delegacia de Nova York com muito bom humor. Crimes e investigações são abordados de ma-neira cômica e fazem você se divertir assistindo cada episódio. As duas primeiras temporadas da série estão disponíveis na Netflix.

BLACK MIRROR

GÊNERO: FICÇÃO CIENTÍFICA; DRAMA

Black Mirror te convida a discutir sobre os efeitos da tecnologia na sociedade, com a premis-sa de que cada episódio tem diferentes personagens, contextos e atores. A série aborda de maneira profunda como esses efeitos podem ser prejudiciais aos humanos. Você se encon-trará refletindo sobre questões levantadas no final de cada episódio.

sculturais

O que vai fazer nas férias?

Versão PB negativa | Retículas de cinza

Versão sobre verde Versão sobre vermelho

Versão PB positiva | Retículas de cinza

Siga os valores cromáticos descritos abaixo para a correta aplicação da marca.Quando do uso da marca sobre o fundo

PANTONE

Pantone Process Black

Pantone 201 C

Pantone 382 C

CMYK

PB

C-0 M-0 Y-0 K-100

C-0 M-100 Y-65 K-30

C-30 M-0 Y-100 K-0

k-50

k-100

RGB

R-0 G-0 B-0

R-175 G-0 B-35

R-180 G-220 B-15

APLICAÇÕES DA MARCA

Versão principal horizontal

Versão verticalna redução mínima

Organizações Estudantis - Sementes Culturais

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13 | Novembro 2016

C o n f i r a a s i n d i c a ç õ e s d e s é r i e s d o S e m e n t e s C u lt u r a i s e d e l i v r o s d a M a r i n a G o m e s

O CHAMADO DO CUCO

O Chamado do Cuco é um romance policial escrito por J.K. Rowling sob pseu-dônimo de Robert Galbraith. A trama se passa em Londres nos dias de hoje e conta a história do detetive particular Cormoram Strike e sua secretária e assis-tente Robin Ellacott, que tentam provar que o suicido de uma jovem modelo foi, na verdade, um assassinato.

Mesmo assumindo outra identidade, Rowling mantem seu costume de criar protagonistas imperfeitos e, de certa forma, vulneráveis – relembrando que, na saga Harry Potter, os personagens principais são um órfão, um pobre e uma nascida de pais trouxas. Diferentemente de Sherlock Holmes, Strike não tem nenhuma habilidade quase sobrenatural de dedução e resolve seus casos com base na observação e em suas experiências na SIB, onde fez sua carreira militar, que terminou após a perda de uma perna no Afeganistão.

Por fim, como todo bom romance policial, o desfecho da história não é nem um pouco previsível, mas, ao mesmo tempo, é engenhosamente embasada nas “pistas” dadas ao longo da trama.

PILARES DA TERRA

O livro Pilares da Terra é a obra mais conhecida do autor britânico Ken Follet. A história se passa no século XII na Inglaterra e narra a vida de vários persona-gens que se encontram ao longo da trama. O romance gira, majoritariamente, em torno de Tom Construtor, personagem que sonhava em construir uma catedral e da cidade de Kingsbridge.

Como todos os livros do autor, há uma boa dosagem de fatos históricos reais e descrições minuciosas dos hábitos e costumes da idade média - é interes-sante observar que, ao final do livro, Follet faz agradecimentos a historiadores e outras fontes de pesquisa. A história se passa durante uma fase chamada A Anarquia, uma guerra civil que ocorreu no final do reinado de Henrique I, após a morte de seu filho e herdeiro, Guilherme, em um naufrágio. O rei ten-tou, sem sucesso, fazer de sua filha, Matilde, a rainha. Contudo, após sua mor-te, seu sobrinho, Estevão, tomou o poder da Inglaterra. Não sem investidas da filha de Henrique I de retomar o trono, o que causou uma guerra prolongada com trocas de poder constantes.

Outra característica marcante de Follet são os altos e baixos da história, ou seja, não há só um clímax, mas vários ao longo da narrativa. Por consequência disso, a trama se torna menos previsível e mais longa, contando com alguns saltos no tempo.

Em suma, é fascinante observar como o autor costura os fatos históricos da época na vida dos seus personagens fictícios, fazendo com que a história se torne mais palpável e interessante.

O que vai fazer nas férias?

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14 | Novembro 2016

Nós, estudantes de uma das melhores faculdades do país, infelizmente vive-mos numa bolha: Passamos boa parte

da semana na faculdade, quando almoçamos encontramos pessoas do Insper, quando saí-mos para festas encontramos sempre as mes-mas pessoas e muitas delas moram em nos-sos bairros. Esse “limite invisível” afeta a per-cepção dos problemas sociais e perspectivas dos demais ambientes de nossa cidade.

No Hackathon, que aconteceu dia 23 de outubro em parceria do Insper com a Facul-dade de Medicina e En-fermagem Albert Eins-tein, fomos convidados a sair um pouco da Vila Olímpia e de nossas zonas de conforto para conhecer Paraisópolis: uma “cidade” dentro de São Paulo, cheia de peculiaridades e com uma realidade bem diferente da que estamos acostumados.

Mas afinal, o que é um hackathon? Esse é o ter-mo usado para nomear uma “maratona hacker” onde os participantes se reúnem para pensar em soluções a um problema e no final apresen-

tar seus resultados em forma de um pitch. As-sim, reunindo alunos de administração, econo-mia e engenharia do Insper e alunos de medi-cina e enfermagem do Einstein, a maratona foi realizada, com todo o suporte dos professores e colaboradores das duas faculdades.

Se você se sentiu intimidado pelo seu último trabalho de Econometria, imagine pelo que

os participantes não passaram ao serem de-safiados a desenvolver uma solução para um problema que causasse impacto social em Parai-sópolis? Tudo isso em 12 horas seguidas!

Paraisópolis é um bair-ro, também conhecido como a maior favela da cidade de São Paulo. É o local onde acontece um enorme contraste refe-

rente à desigualdade social, já que está localizado ao lado do Morumbi, bairro nobre da cidade. Lá, moram milhares de pessoas que se organizam e fazem o dia a dia da comunidade acontecer com suas padarias, farmácias, bares, lojas, restaurantes e os mais variados tipos de comércios. Os mora-dores não precisam sair de Paraisópolis para nada, encontram todos os tipos de serviço por lá.

Insper Acontece

Inovação Social

em Paraisópolis

Insper +

Einstein

Hackathon

Por Isabella Oliveira

Lixo concentrado próximo à avenida central de Paraisópolis

=

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15 | Novembro 2016

Em setembro, os alunos do Insper foram convidados a fa-zer uma imersão em Paraisó-polis, para conhecer realmen-te o bairro, ver de perto essa realidade e desenvolver uma empatia com os moradores. Conheceram também o traba-lho do Einstein e das unidades de saúde na comunidade. Para tanto, devido ao controle do fluxo de pessoas na comunida-de, os alunos presentes entra-ram com os jalecos do Hospital Israelita Albert Einstein, dado que os funcionários do hospi-tal são muito bem respeitados dentro da comunidade.

Frente a essa realidade, alguns problemas foram exaltados, como a irregularidade dos co-mércios, a existência de exces-sivo lixo e esgoto a céu aberto, gravidez na adolescência sem apoio e estrutura familiar, mo-radias irregulares em área de risco, bailes funk de enormes proporções e sem controle de entrada de menores e excessiva mudança dos moradores que, por não alterarem seus endere-ços nas Unidades de Saúde da comunidade, dificulta o acom-panhamento dos pacientes.

Após a imersão, diversas oficinas de tecnologia aconteceram no Insper para de-senvolver nos participantes al-gumas habilida-des que seriam úteis durante a maratona, além de um encon-tro com oficinas na faculdade de medicina, auxiliando na inte-gração dos envolvidos.

No dia do hackathon, as 9 equipes foram construídas de acordo com as personalida-des e habilidades dos parti-cipantes. O desafio inicial era decidir qual seria o problema abordado pelo grupo para de-pois chegarem juntos na so-lução, uma etapa complicada para a maioria das equipes.

A dificuldade de chegar a um problema chave, prototipar a solução, elaborar o mode-lo de negócio eram entraves que comumente apareciam para atormentar, afinal, eram questões sociais de alta com-plexidade envolvendo a cul-

tura e perspectiva dos mora-dores de Paraisópolis, o que fez os participantes traba-lharem sobre pressão, se re-vezando até no almoço para não perder tempo.

O hackathon foi importante pois não só gerou soluções de impacto social para uma co-munidade enorme, mas tam-bém porque reuniu pessoas bem diferentes em prol de um mesmo objetivo, despertou empatia e escancarou uma re-alidade totalmente diferente da maioria dos participantes. Em suma, potencializou um in-tercâmbio incrível de habilida-des e conhecimentos.

“O que eu levarei para a mi-nha vida após o Hackathon é sempre aproveitar as opor-tunidades que nos são ofe-recidas. Além desse aspecto pessoal, levarei a importância do trabalho em grupo e da multidisciplinaridade, mas, acima de tudo, que todos os esforços, vindos de pessoas de todas as áreas, são váli-dos e necessários quando se trata de ajudar e promover a melhora na qualidade de vida e da saúde das pessoas, que são o que realmente importa. ” - Relata a aluna Paula Men-donça da Faculdade de Medi-cina Albert Einstein.

Alunos do Insper que participaram da imersão em Paraisópolis

Participantes do Hackathon visitam posto de saúde de Paraisópolis.

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16 | Novembro 2016

Economia em Foco: Perspectivas para o Brasil

Capa

Realizado pela parceria entre Consilium, InFi-nance e InsperJr, o evento do dia 8 de no-vembro, Economia em Foco, contou com a

presença de Gustavo Camargo, sócio da Bain & Company, João Scandiuzzi, estrategista chefe da BTG Pactual e Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda. Mediou o evento a professora Lucia-na Yeung, que guiou o debate ao redor das pers-pectivas do governo na recuperação econômica e da famosa PEC 241.

Camargo, sendo ele sócio de uma das maiores firmas de consulting que presta serviços a em-presas chaves da economia brasileira, relatou o temperamento mais positivo do setor privado comparado aos anos anteriores – investimentos, que eram frequentemente adiados, começaram a ser realizados em vários setores. Essa inédita ação dos investidores se contrapõe ao ar de in-certeza que ainda encobre o país, mas isso não é generalizado; muitas empresas estão em dúvida

Por Deborah Kang

Acima, Luciana Yeung, Gustavo Camargo, Maílson de Nóbrega e João Scandiuzzi.

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quanto a investir ou não. Empregar capitais para crescer neste momento de recessão pode poten-cialmente trazer grandes expansões – ou prejuí-zos, pois seu market share é extremamente volá-til. O setor de varejo, por exemplo, sofreu gran-des perdas com a retração da economia e, como diz Camargo, os seus clientes industriais estavam discutindo como se preparar para uma recessão profunda até o primeiro trimestre do ano.

Ele estimou alguns modelos de recuperação que o Brasil pode seguir: uma recuperação em for-mato de “w” – quando há uma grande redução de atividade econômica que eventualmente se recupera, mas é atingida por um decrescimento e depois um crescimento – ou uma recuperação que se assemelha à dos anos 80. Por causa da familiar incerteza política que o país se passa, ha-verá pouco investimento, que de um modo de-penderá do desdobramento de vários eventos politicamente significantes aqui.

O ex-ministro da Fazenda, Nóbrega, já preferiu focar na PEC 241, que visa impor um teto de gas-tos para o governo. Comen-tou que essa medida pode ser revolucionária, mas que a sua crítica revela uma coisa ruim: a ausência na esquerda política de conhecimentos econômi-cos, especificamente restrição orçamentária. Dizem os críti-cos que tal medida é inconsti-tucional, porém na verdade, a constituição de 88 apenas intrinsicamente falha em garantir o direi-to de restringir gastos do congresso.

A nova emenda não só criará a ideia de conflitos orçamentais, mas também obrigará o corpo le-gislativo a estabelecer prioridades todos os anos. Por várias razões, não temos esta tradição aqui no Brasil; já vivemos muitos anos de autoritarismo, temos o fator cultura que herdamos dos portu-gueses e até o próprio parlamento se recusa a decidir – deixando o trabalho para grupos de in-teresse. A medida também forçará a privatização das estatais, já que proíbe a diminuição nos gas-tos com educação e saúde e, ainda por cima, não limita os gastos com previdência. Isso diminui os investimentos estatais nas suas companhias e em uma hora ou outra, será forçada a privatizá-la.

O procedimento, todavia, traz riscos: as corpora-ções podem mais facilmente pressionar o gover-no a priorizar seus gastos em seus setores. A PEC também tem algumas falhas – por exemplo, ela

não ataca a previdência social. Nóbrega admitiu que espera a PEC ter um efeito educativo: me-lhorar a gestão e criar incentivos sem aumentar gastos, além de educar juristas sobre conceitos econômicos.

Scandiuzzi complementou o discurso de Nó-brega sendo otimista sobre a aprovação da PEC, que na sua visão, traz o conceito de sol-vência fiscal, que evita a hiperinflação e diminui riscos. Só a PEC, porém, não será o suficiente, pois também precisamos de uma reforma na previdência social e diminuir a taxa de juros, que a emenda fará sustentavelmente. Ademais, um crowding in do mercado também ajudaria, pois aumentaria o investimento. Ao fim do seu discurso, o diretor afirmou que já percebe que a economia vem se recompondo, mas para o ano que vem, no curto prazo, os efeitos da emenda virão a exacerbar o desemprego. Ora no longo prazo, a PEC será benéfica.

A recuperação econômica foi decepcionante nes-se último trimestre, que promete uma retomada

lenta também no próximo ano. A melhoria na situação econô-mica dará seus sinais quando os estoques aumentarem por conta da esperança dos produ-tores em uma demanda maior. Essa demanda não será puxa-da pelo mercado externo – pois somos uma economia muito

fechada – nem pelo investimento, que tem uma capacidade muito pequena, mas uma volatilidade muito alta. As forças mais relevantes para a me-lhora da economia são o consumo privado e do governo - que, por sua vez, dependem do merca-do de trabalho e dos gastos públicos - e a política macroeconômica. Esse último recurso, porém, traz desvantagens, pois teríamos de mudar de uma di-reção expansionista para contracionista.

Depois dos três discursos, Yeung fez perguntas a cada um dos participantes: a Camargo, per-guntou quais são os setores que mais e menos facilmente voltarão a se recuperar, e se há uma previsão de mudança na estagnação industrial, ao que respondeu repetindo os pontos de Scan-diuzzi; que o reestabelecimento da atividade econômica não será fácil nem rápido, por conta da ausência de um boom de commodities, inves-timento estatal e expansão baseada no crédito. Provavelmente haverá no primeiro trimestre de 2017 algum investimento que foi planejado para 2016, mas que não foi realizado.

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Capa

Para ajudar a recuperação, será preciso uma agenda de reforma microeconômica que, por exemplo, facilita a criação e fechamento de em-presas. Se faz, ainda, necessário o investimento privado, que pode ser acelerado por meio de concessões, diminuição de restrições e consis-tência nas regulações feitas pelo governo a fim de aumentar a eficiência.

Ao ex-ministro, Yeung perguntou se o problema da Constituição de 1988 é crítico e se necessita de uma nova constituição. Nóbrega respondeu que não é necessário reescrever uma nova car-ta constitucional, pois há riscos de a piorar. Esta

já está insalubre, pois limita a taxa de juros – um absurdo na opinião

de Nóbrega – e cria-se uma utopia por priorizar os direi-

tos acima do orçamento. Uma nova constituição

pode ser agravada por meio do “ga-rantismo” – que, em porções exces-sivas, é economi-camente desfa-vorável – da ten-tativa de resolver a desigualdade social por meio da constituição e do paternalis-mo, que impede a terceirização de atividades de fim, que aumen-ta os gastos de empresas. Tam-bém aumenta o

seu gasto a inefi-ciência judiciária,

pois gera incerteza.

Para resolver este pro-blema ao longo termo, o

ex-ministro enfatizou a im-portância do ensino de

conceitos econômi-cos nos cursos de

direito. As mais renomadas

f a c u l d a -

des de direito inglesas e americanas, por exem-plo, fazem Economia uma matéria obrigatória. Já no Brasil, a faculdade do Largo São Francisco a negligenciou até tempos recentes – há diálo-gos com os professores da FEA-USP, mas essa interação ainda é rara.

Para Scandiuzzi, Yeung perguntou se há uma perspectiva de retomada no investimento de curto prazo. Continuando o problema que Nó-brega havia aberto, Scandiuzzi afirmou que programas governamentais muitas vezes con-tratam tratamentos de saúde caros, cuja eficácia ainda não foi comprovada por ser experimen-tal. Isso exclui outros pacientes que poderiam ser beneficiados por tratamentos eficazes e ba-ratos. Para responder à pergunta, seu discurso girou em torno da promoção de seu rating, de não-investimento (especulativo) a investimento. Isso significa que houve uma mudança qualita-tiva – éramos considerados arriscados demais para um investimento seguro.

Apesar da promoção, ainda temos um bura-co no orçamento que pode repelir ainda mais investimentos de fora. Assim, para aumentar o PIB potencial, é necessário não apenas atacar este problema, mas também a previdência so-cial – como por exemplo aumentar os anos ne-cessários para se aposentar – e os altos custos jurídicos.

Para fechar o discurso, cada um dos três fez as suas conclusões: Camargo disse que este é, talvez, um período que trará profundas re-formas institucionais impulsionadas pelo des-dobramento da Lava Jato e pelo cenário eco-nômico ruim a fim de reduzir incertezas. Em seguida, Nóbrega destacou o papel da crise econômica como uma oportunidade de mudar para melhor, pois crises geram ideias para re-solvê-la, um líder e seu apoio por parte da po-pulação. Enquanto os países ricos concebem oportunismo político por meio do desempre-go em razão da destruição criativa, os países latino-americanos fazem o caminho contrário, abandonando o populismo. Scandiuzzi tam-bém concordou que esta é uma oportunidade de sair mais forte da tempestade. Para isso, é necessário diminuir a taxa de juros, gastar por parte dos consumidores e utilizar a política monetária.

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Crônica

Eu não sei vocês, mas um dos meus maio-res desafios pessoais é chegar na hora. Principalmente na aula. Chegar no Insper

pra aula de 7:30? Mais difícil que as PFs. Essa história não é sobre isso, mas, como todo as-pecto da minha vida, falta pontualidade.

Era sexta-feira, aniversário de um amigo, en-tão resolvemos almoçar em um lugar diferente no Shopping para comemorar. Desafio? Voltar para a faculdade na hora da aula das 15h45. Para começar, tinhamos uma Atividade Com-plementar durante o almoço, então nossa partida para o shopping atrasou - até ai tudo tranquilo. Mas sabe aqueles dias que as coisas simplesmente não dão certo? Era um desses.

Fomos ao restaurante, comemos sem pressa e até pedimos uma sobremesa com vela e tudo para cantar o parabéns. Foi quando um de nós percebeu que já eram 15:30 - 15 minutos teriam de ser suficientes. Como se ser a atra-sada de todos os rolês não bastasse, também tenho o título de Mais Desastrada. Corremos muito, chegamos no carro e fomos voltando para chegar a tempo na aula. Quando você mais precisa que as coisas deem certo, é claro que elas dão errado.

Ao passar na cancela do estacionamento, ao invés de colocar o ticket do estacionamento,

acabei colocando logo minha carteirinha do Insper. A máquina devolveu a carteirinha e consegui sair numa boa? ÓBVIO que não. Eu quebrei a cancela do shopping e tive que correr pra chamar alguem e resolver meu problema. O moço que trabalhava no esta-cionamento chegou pra me ajudar e, depois de alguns minutos, ele só olhou pra mim e disse: “É, quebrou”. Naquela hora eu já es-tava desesperada pra chegar no Insper. Per-guntei o que eu deveria fazer para sair do shopping e ele disse: “Dá uma ré aqui e vai em outra saída”.

Na hora de colocar a ré, imagina a coisa mais louca que podia acontecer? Eu, na ver-dade, engatei a primeira e “atropelei” o po-bre rapaz que só estava tentando me ajudar. Tudo bem, foi só aquela encostadinha, mas eu podia ter, facilmente, derrubado o coita-do, tanto que ele gritou “Moça, você vai me atropelar! ”. No fim, a pressa era tanta que só gritei da janela do carro: “Me perdoa, moço! ” e saí correndo pra chegar a tempo da aula – e claro que não consegui.

Moral da história: atrasos são inevitáveis! Pra que se esforçar para ser pontual se no fim das contas você só vai atropelar as boas almas que cruzarem seu caminho?

Sobre atrasos, faculdade e atropelamentoPor Letícia de Vasconcellos, aluna do 4º semestre de Economia

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Eu comecei a faculdade com aquele pensa-mento básico de quem está bem indeciso: “vou fazer administração porque vai ser útil em qualquer coisa que eu queira fazer no futuro”. Eu não tinha a mínima ideia do que iria fazer. Com o tempo a vida vai te abrindo algumas portas, fechando outras e você vai traçando seu caminho. Durante a faculdade, fiz estágio no Pedro Lourenço, estilista. Sim, eu era uma “ovelha ne-gra” no meio de todos os meus amigos que so-nhavam com o mercado financeiro. Esse sonho nunca passou pela minha cabeça. Eu me formei em 2011 e abri a minha própria marca de roupas. O gene de empreendedorismo sempre este-ve presente em mim e eu sonhava em ter meu próprio negócio.

Por quatro anos me dediquei à TRIX STORE junto com uma amiga. Fizemos de tudo para sobreviver ao mundo da moda, mas no final de 2014 decidimos que a melhor opção se-ria fechar a loja. A decisão foi difícil. Por um lado eu já havia me apegado a marca e que-ria muito que desse certo. Por outro, eu sabia que com a crise, nós não sobreviveríamos. Hoje, percebemos que foi a melhor decisão que tomamos.

Durante esse período, fiz alguns cursos rela-cionados à moda, para me aprimorar no as-sunto. Fiz coleção de moda na Panamericana, Marketing de Moda na Escola São Paulo, Mo-delagem no SENAC e Fashion business no Isti-tuto Marangoni em Milão.

Com o fechamento da TRIX, voltei para o Pe-dro Lourenço e depois trabalhei na Adriana

Degreas. O mundo da moda é cheio de altos e baixos. Cheio de egos. Nada é constante e tudo muda o tempo todo. Não existe rotina. Isso me fas-cinava, mas ao mesmo

tempo a vontade de ter meu próprio negócio era maior do que isso.

Minha família tem indústria de café e eu sempre soube que em algum momento da minha vida eu iria trabalhar com isso. Mas eu não queria ir simplesmente “trabalhar no negócio da família”. Foi neste momento que a Ma (Mariana Marques), também ex-aluna do Insper, me chamou para abrirmos uma bike de café. Começamos o proje-to em Junho desse ano, fizemos todas as análises, projeções e utilizamos todas aquelas planilhas que aprendemos na faculdade e achávamos que não usaríamos mais. Mas usamos, e como. Em poucos meses validamos o projeto e em breve

Alumni

ALUMNI:

Conselho de Veterano:

Vida profissional:

Nome: Gabriela Marques de Paiva Ramos Idade: 27 anosCurso: AdministraçãoFormatura: 2011Contato: [email protected]

Fazer administração me ajudou muito em todo o meu caminho profissional e, principalmente, no meu objetivo de ter meu próprio negócio - inclusive coisas que eu nunca achei que fosse aplicar na vida real.

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Foi um longo percurso até descobrir o que queria fazer. Desde o momento em que entrei na facul-dade, já sabia que não tinha o perfil do mercado financeiro, mesmo com a maioria dos colegas de classe interessados na área. Acredito que nós só descobrimos o que queremos verdadeiramente depois de tentar. Todas as experiências nos enriquecem de alguma maneira. Eu tinha certeza que ficaria no mundo jurídico, mas a vida me mostrou que esse não era o meu caminho. Por isso, o im-portante é não se desesperar e seguir tentando.

Meu primeiro emprego foi em uma empresa de consultoria em investimentos hoteleiros chamada Hotelinvest. Eu fazia estudos de viabilidade eco-nômica para construção de hotéis no Brasil. Co-mecei como estagiária, no quarto ano do Insper, e fui efetivada seis meses depois. Nesse período comecei a estudar direito na PUC a noite, onde também me formei. Foi um momento bastante puxado. Trabalhei na Hotelinvest por mais um e depois larguei tudo para seguir no ramo da ad-vocacia.

Em termos de conteúdo, como sempre gostei muito da parte de humanas e relação interpes-soal, achava o curso bem mais interessante, era muito apaixonada pela teoria do direito. Contudo, depois de trabalhar por dois anos em um escri-tório advocacia, o Pinheiro Neto Advogados, che-guei à conclusão de que a teoria é muito diferente da prática. Não gostava de como funcionava o sis-tema e de como os advogados trabalhavam. Eles eram bons advogados, mas não bons gestores. Um mês após ter sido efetivada, pedi demissão e resolvi refletir sobre oportunidades de negócio para empreender.

Depois de muitos anos trabalhando como empre-gada, sentia que era a hora de tentar fazer as coi-sas do meu jeito. Três meses depois, surgiu a ideia da Easy Truck. A Easy Truck faz locação e customi-zação de bikes, trailers e Trucks para os mercados

de eventos e entretenimento. Senti que precisava fazer algo com maior potencial de crescimento e que pudesse agregar algo à vida das pessoas. Assim, surgiu a Lá do Café, junto com a Gabi (Ga-briela Marques) e a Fernanda, nossa outra sócia.

O objetivo da Lá do Café é vender franquias de cafeterias móveis, que são adaptadas em triciclos. A ideia é estar sempre presente na vida das pes-soas oferecendo um café sustentável (pegada de carbono zero), de boa qualidade e com excelente custo benefício. Além do café, vendemos também outras comidinhas, como biscoito de polvilho e brownie. Estamos testando a nossa bike piloto e devemos abrir para a venda de franquias no início do ano que vem.

Sou muito realizada profissionalmente. É claro que ainda estamos no começo e temos que tra-balhar muitas horas sem previsão de quando e se vamos começar a ter retorno. Mas tudo isso vale a pena, porque estou fazendo o que eu quero e do jeito que eu quero.

O Insper teve um papel muito importante no meu desenvolvimento pessoal e profissional. Embora eu não use diretamente muitas coisas que apren-di nas aulas, eu acho que o mais importante foi o raciocínio lógico que o Insper me ajudou a desen-volver. Nós esquecemos grande parte das coisas após se formar, mas a maneira como enfrentamos um problema e achamos soluções permanece.

O que fazem os Ex-alunos do Insper hoje?

Conselho de Veterano:

Vida profissional:

Nome: Mariana Marques Torres Idade: 28 anosCurso: AdministraçãoFormatura: 2011Contato: [email protected]

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AH, a cerveja! Aquele elixir mágico que nos acompanha em todos os sucessos (ou tragédias), aquela companheira de Su-

jinho, nossa melhor amiga em todas as horas! Apesar de a maioria dos consumidores da nossa querida bre-ja se contentarem apenas com o efeito que ela provo-ca – aquele que nos encoraja a passar vergonha -, há alguns que são praticamente sommeliers. Foi pensan-do em ambos que resolvi experimentar e pesquisar diferentes tipos de cerveja, para todos se tornarem especialistas e passarem vergonha com classe.

VEDETT Vedett é uma cerveja bem

pálida de trigo produzi-da na Bélgica. Tem um sabor característico da cerveja de trigo, aguda, forte e o gás que se es-palha na boca ao longo

da degustação ameniza os sentidos e exibe um

tom bem ajeitado. Seu aro-ma também é bem típico –

inorgânico, porém vívido. É de fato saborosa, entretanto não é ideal para os que não gostam de cerveja de trigo. (4,7% de álcool)

GAMBRINUS

Se em algum momento da sua vida você estiver em Praga, na República Checa, entre todas as marcas excelentes de cerveja, experimente a Gambrinus. Ela é bem maltosa, suave e adocicada no final; mui-to gostosa. Possui uma cor escura, também para o marrom. Por isso, tem um sabor típico de cerveja escura, entretanto menos doce e mais macio – um agradável meio termo. Ela está presente em todos os supermercados e na maioria dos restaurantes. Ainda é difícil de se achar no Brasil, pois não se encontra nos típicos supermercados, mas torcemos para que um dia Gambrinus venha para cá. (4,3% de álcool)

INSANA Existem cervejas que são feitas para serem diferentes - a Insana é uma delas. Feita de uma mistura de mal-tes para lembrar o sa-bor de chocolate, o seu aroma principal – não apresentando nada em co-mum com as outras. Também é bem escura, mas não é maltosa; é forte e levemente azeda. É única, mas para quem só quer tomar uma brejinha na sexta pós-aula, não é o ideal. (4,9% de ál-cool)

HITE HITE É a cerveja mais popular da Coréia do Sul, como a Skol no Brasil, por exemplo. Porém é bem mais agua-da e menos maltosa do que a cerveja brasileira. Apre-senta uma agradável cor dourada por ser lager. O alto teor gasoso traz um sabor agudo e amargo, contudo se apresenta maltosa e adocicada. Hite não é marcan-te, nem muito boa, porém é – como se diz a uma cer-veja normal – “bebível”. É difícil achá-la no Brasil, mas raramente está ausente em mercados coreanos. (4,5% de álcool)

MAREDSOUS A Maredsous também é belga, porém feita de mal-te de cevada, lúpulo e levedura. Possui uma cor bem dourada e opaca. Seu sabor, contudo, é nítido – co-meça obtuso, mas outros sabo-res se espalham depois de ingerir e deixam uma sen-sação maltosa e amarga ao final; além de ser bem aromática. É certamente a cerveja perfeita para quem não gosta de sabo-res adocicados - guarda um tom sério à sua essên-cia. (6% de álcool)

De aluno para aluno

Por Deborah Kang

Breja, Gelada, LoiraQuerida Cerveja!

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Recentemente, o Insper tem incentiva-do a participação dos alunos na criação de atividades complementares, dando

abertura para que sugestões sejam enviadas. Além disso, você pode montar sua própria aula e propor à coordenação, mostrando seu material e por que ela agregaria valores aos alunos.

Este é o caso do aluno de Engenharia Meca-trônica, Bruno Bitelli. Aos 20 anos, Bruno está cursando seu segundo semestre no Insper e lançou a atividade “Cinema Ativo: Apren-dendo a ler um filme”, dividida em 4 aulas. Seu amor por cine-ma é uma herança de família; seu avô, aos 15 anos, fazia “bicos” nesta área, como lan-terninha de cinema e transportador de rolos de filme. Anos depois, junto com seu filho, pai de Bruno, monta-ram uma empresa vol-tada para a área de produção cinematográfica, na qual hoje trabalham com distribuição de fil-mes e televisão.

“O objetivo da aula não é assistir filmes”, res-salta Bruno. “É uma matéria para aprender a realmente ler um filme, aprender a dissecar e entender o que acontece por trás das câme-ras”. Os filmes “Laranja Mecânica”, “Silêncio

dos Inocentes” e “O Poderoso Chefão”, dentre muitos outros, são usados como exemplos de técnicas aprendidas nas aulas, permitindo aos alunos assimilarem e presenciarem o conceito aprendido.

A aluna Eduarda Bueno, do terceiro semestre de administração, participou das aulas e relata: “Achei incrível a naturalidade com que o Bru-no fala dos mínimos detalhes técnicos de fil-magem, áudio e iluminação que, dependendo da forma com que foi produzido, potencializa

sua qualidade. Ainda, me encantou muito a experiência que ele possui com o tema. De quadrante a quadran-te aprendemos a ana-lisar toda a estrutura cinematográfica.”

Bruno também afir-mou que tem interes-se em continuar com suas aulas, e que pre-tende usar o feedba-ck de sua experiência

nesse semestre para melhorar cada vez mais. “Pretendo aumentar ainda para 5 aulas, tota-lizando 10 horas complementares. Foi uma ótima experiência conduzir esta aula, não só para poder transmitir meu conhecimento, mas para minha aprendizagem. Para o mundo pro-fissional e pessoal, é muito interessante de-senvolver uma didática, e aprender a conduzir um assunto por duas horas”.

Por Maria Clara Luques

APRENDENDO A LER

Bruno Bitelli, professor da atividade complementar

UM FILME

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24 | Novembro 2016

ESTÁGIO DE FÉRIAS:

O Insper é uma ótima faculdade, mas, por ser integral, sentimos falta de experiências de trabalho no mercado real. Claro que as en-

tidades nos ajudam a desenvolver competências, mas, na prática, não conhecemos como é estar e atuar em um ambiente de trabalho ou em uma cul-tura institucional de determinada empresa.

Os estágios de férias, então, são uma saída para ter essa experiência. Quando comecei a trabalhar, percebi o quanto podia ser útil em algo. E, princi-palmente, algo que gosto. Saber que a realização de um projeto ocorreu devido ao seu esforço e ser creditado por isso é extremamente satisfatório e re-compensador!

Além disso, os Summer Jobs nos ajudam a ter cer-teza se realmente queremos a profissão que pensa-mos em seguir. Imagine quantas pessoas podem se ver tentadas a mergulhar de cabeça no mercado fi-nanceiro e acabar descobrindo que, na verdade, seu sonho é trabalhar com Marketing – ou vice-versa!

Em meio a tantas decisões que precisamos tomar, é normal que tenhamos experiências com as quais não nos identificamos. Entretanto, é experimentando que alinhamos uma carreira profissional com nossas habi-lidades e valores. Assim, descobrir “sua praia” durante a faculdade pode facilitar que você oriente seus estu-dos e se aprofunde mais em determinados assuntos.

Por exemplo, sempre achei que iria odiar trabalhar em empresas grandes e burocráticas. Por isso, es-tranhei quando percebi que não gostava do meu estágio em uma empresa pequena. Não me levem a mal - sempre gostei de ter autonomia e liberdade. Mas também gosto de ter tarefas claras e bem defi-nidas e uma hierarquia mais vertical que horizontal.

Procure o Núcleo de Carreiras se estiver com dúvidas de currículo, ou se quiser dicas para uma entrevista. No Painel de Oportunidades do Portal do aluno tem diversas vagas para você encontrar um estágio de férias – aproveite! Faça quantos estágios de férias conseguir! Experimente ao máximo se descobrir.

Por Fernanda Carvalho

De aluno para aluno

LÁ VAMOS NÓS

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25 | Novembro 2016

Não é de se espantar que o Americano tenha elegido Donald Trump. Apesar de pessoal-mente não achar ele uma boa alternativa ao

país, entendo que Trump representa um eleitora-do expressivo. Além de tópicos mais tradicionais defendidos pelos republicanos, como restrição ao aborto, corte em programas sociais, menos re-gulamentação econômica, Donald busca suprir o americano de orgulho através de duas coisas: protecionismo e nacionalis-mo. Duas características muito próxi-mas ao populismo da América Latina e que podem fazer sentido para uma parcela da população dos EUA em pleno século XXI.

Já é de algum tempo que os EUA não sabem lidar com a globalização. Parte do que ocorreu na crise de 2008 se dá também, do ponto de vista moral, da relação do ameri-cano com o mundo: Com o deslocamento da manufa-tura para o leste asiático, a mão de obra americana não ficou atrativa para gran-des projetos manufatureiros, fazendo com que os salários no país diminuíssem para uma parcela expressiva da população. A única al-ternativa racional para man-ter o mesmo padrão de vida - carro, casa e cinema aos finais de semana - era se endividar. Enquanto isso grande parte dos mercados globais alavan-cados na econo-

mia americana começaram a se deteriorar o que cul-minou em uma crise global.

O que toda essa aula sobre crise de 2008 tem a ver com Donald Trump entrar na presidência? Tudo. Trump não discursa para os big winners. Trump quer passar medidas para confortar o americano que per-deu com a crise, mostrando para ele que medidas protecionistas como fechar a fronteira para imigran-

tes mexicanos, protecionismo econômico e intolerância com grupos mino-

ritários, vão ser suficientes para confortar o america-no de classe média. Tudo

isso vem misturado a um discurso moral, lembrando a

fundação da América e relem-brando um nacionalismo infantil.

Onde Trump se engana é na mo-ral, assim como esses americanos

que confiaram em sua índole e sua liderança. Os founding fathers jamais

elegeriam Trump, nem se fosse para síndico de prédio ele seria eleito.

Se tem algo que os americanos passaram para o mundo após a re-volução americana é que o mundo precisa de liberdade e que essa li-

berdade é inquestionável. Trump e a sociedade americana atual, têm um

diagnóstico errôneo do problema: que-rem menos liberdade comercial e ten-

tam intimidar parte da população. O que falta para os EUA é sa-

ber lidar com o mundo e com a liberdade

para não se auto sabotar.

américaPOPULISMO NA

Por Pedro Henrique Mariano Brito, aluno do 6º semestre de Administração.

Opinião

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26 | Novembro 2016

Artigo

Nós, quando crianças, somos páginas em branco, com toda uma personalidade para ser escrita e formada, o que ocor-

re até, em média, os sete anos de idade. Essa época é marcada por descobertas e experiên-cias, entre elas, a escola.

O ambiente escolar oferece todas as possibi-lidades possíveis para a formação de um ser humano e, por isso, seus valores são, de certa forma, passados para nós, assim como sua vi-são de mundo.

Dependendo da linha pedagógica da escola, o aluno desenvolve um tipo de relação com os estudos, com os colegas, com as autoridades e com o mundo que o cerca. Não dá para negar que os ambientes educacionais têm influência crucial no nosso desenvolvimento. Por exem-plo, linhas mais tradicionais tendem a formar alunos mais ortodoxos, enquanto linhas cons-

trutivistas, por exemplo, formam alunos mais heterodoxos.

Dado que grande parte das pessoas passa a maior parte de seu tempo escolar na mesma instituição, dificilmente encontram pessoas com diferentes experiências e princípios - isto é, até a faculdade. O Ensino Superior atrai pes-soas com o mesmo interesse acadêmico por diferentes motivos, o que implica numa mistura de diversas visões de mundo.

O Insper, além de pessoas de diferentes tipos de escolas, possui um forte Programa de Bolsas, permitindo um intercâmbio cultural avançadís-simo entre seus alunos. A questão é: quanto dessa possibilidade estamos aproveitando?

As diferenças são muito valorizadas pelo Ins-per, vide o número de Organizações Estudantis da faculdade, as quais abrangem os mais varia-

Por Camila Barscevicius e Sarah Vendrame

CURIOSIDADE:

Sabia que até mesmo as cores dos ambientes de estudo e aprendizado são considerados in-

fluentes na produtividade dos alunos ? Segundo a DABUS Arquitetura, cores quentes - muito

presentes no Insper – despertam sentimentos calorosos, envolvendo forte afeição. Geram um

contato maior com o ambiente e provocam respostas como extroversão e excitação. O verme-

lho, de modo especial, energiza e ativa as emoções, elevando a pressão arterial e afetando o

sistema muscular. É um convite à ação (...).

FONTE:http://www.dabus.com.br/blog/2014/07/a-cor-na-arquitetura-escolar-e-sua-influencia-sobre-a-aprendizagem/

BRANCOpáginas em

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dos tipos de público. No entanto, nós mesmos como alunos acabamos nos segregando.

Claro que cada um deve procurar e encontrar o ambiente em que mais se encaixa, o ponto é se entendemos as diferenças do outro e se es-tamos abertos a aprender com cada uma delas.

Faz, pelo menos, 10 anos que não somos mais páginas em branco e que temos nossa pró-pria personalidade. Dessa maneira, somos nós quem devemos construir nosso próprio am-biente afinal, não temos mais a “Tia Renata” para nos dizer o que fazer ou como nos com-portar. Cabe a nós - e somente a nós - explorar, de maneira respeitosa, a diversidade que nos cerca. Cabe a nós, também, decidirmos qual Insper iremos construir e com quais experiên-cias vamos deixar a faculdade e ingressar no mercado de trabalho.

Esse último também é um ambiente de grande diversidade, uma vez que você estará lidando com pessoas de diferentes escolas, diferentes cursos e diferentes faculdades. E conforme crescemos e lidamos com a diversidade, mais nos tornamos heterogêneos frente ao outro, embora nos aproximemos nas diferenças. Afi-nal de contas, quanto já mudamos desde o vestibular?

Em suma, qual faculdade queremos cons-truir e que imagem do Insper queremos pas-sar para os outros? Devemos nos preocupar sempre em melhorar nosso ambiente de ma-neira que agregue não somente para nós, mas para todos, até mesmo para aqueles que ainda estão por vir e que, como nós, ainda aprenderão a lidar com as diferentes esferas que nos circundam.

1.Escola comportamentalista

“Por essa pedagogia, o professor tem como tare-fa controlar o tempo e as respostas dos alunos, dando-lhes feedback constantemente. O aluno é visto como alguém que pode aprender a partir de estímulos, que são recompensados, caso os objetivos sejam alcançados. O objetivo é que os resultados possam ser mensurados e que o es-tudante adquira os comportamentos desejados, moldados segundo necessidades sociais deter-minadas. “

2. Escola construtivista

“No construtivismo, o saber não é passado do docente ao aluno: o estudante é que constrói o conhecimento, por meio da formulação de hipóteses e da resolução de problemas. O ob-jetivo do construtivismo é que o aluno adquira

autonomia. A ênfase está no aspecto cognitivo.”

3. Escola tradicional

“Na pedagogia tradicional o professor é a figura central. Nas aulas tradicionais, os conhecimentos são concebidos como verdades não sujeitas a variações nem à dependência de contextos, dife-rentemente de pedagogias mais modernas, em que o estudante deve “construir o conhecimen-to” e não simplesmente absorvê-lo.”

4. Escola Waldorf

“A pedagogia Waldorf prioriza as necessidades do desenvolvimento do estudante. A trajetória da criança é composta por ciclos de sete anos, nos quais ela tem um tutor. As aulas do ensino in-fantil nesse sistema tem ênfase em artes e em tra-balhos manuais, como marcenaria, culinária etc.”

F O N T E : h t t p : / / e d u c a c a o . u o l . c o m . b r / n o t i -cias/2009/08/25/linhas-pedagogicas-veja-como-elas-funcionam-e-qual-tem-mais-a-ver-com-seu-filho.htm

Principais linhas pedagógicas:

Sou professora de piano, formada pelo Conservatório Musical San-ta Rosselo, do Colégio Misericórdia - Osasco/SP. Fiz diversos cursos de musicalização, estudei educação artística e participei do CoralUSP.

Leciono piano em São Paulo, na Vila São Francisco, Osasco, Jaguaré e Região.

Entre em contato comigo, ficarei feliz em esclarecer suas dúvidas.

Aulas de PianoProfessora Dulcinéia

ens inop iano .com

Sou professora de piano, formada pelo Conservatório Musical San-ta Rosselo, do Colégio Misericórdia - Osasco/SP. Fiz diversos cursos de musicalização, estudei educação artística e participei do CoralUSP.

Leciono piano em São Paulo, na Vila São Francisco, Osasco, Jaguaré e Região.

Entre em contato comigo, ficarei feliz em esclarecer suas dúvidas.

Aulas de PianoProfessora Dulcinéia

ens inop iano .com

páginas em

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International

O inglês tornou-se ferramenta essencial no mer-cado de trabalho e, pensando em aprimorar a fluência na língua, decidi ingressar num in-

tercâmbio de inglês nos Estados Unidos. O processo de inscrição e escolha do curso foi realizado em pa-ralelo ao período em que estava no Insper. Assim, desde setembro estou em Boston e pretendo ficar até o meio de feve-reiro.

Atualmente, estou em um curso preparatório para o CAE - certificado de inglês avançado da Universidade de Cambridge – pela EF, mas minha meta é conse-guir um bom resultado no TOEFL para, futuramente, fazer outro intercâmbio – no-vamente nos Estados Unidos, mas para estudar business e hotelaria.

O que mais me cativou nessa escola foi o fato de ter pes-soas de todas as partes do mundo. Já no primeiro dia es-tava conversando com uma algeriana que usava burca. Confesso que a via como o estereotipo de uma menina muito tímida, que teria vergonha de conversar e, princi-palmente de conversar sobre meninos, mas depois que a conheci, descobri que era um de seus assuntos pre-feridos! Na minha sala de aula, tem cinco alemãs, uma holandesa, um belga e um mexicano, o que nos permite trocar experiências culturais e descobrir mais sobre os outros países.

Aqui em Boston, tento me manter sempre ocupada. Aproveito que aqui é seguro para caminhar sozinha e consigo ir até a Boston University andando. Também fre-quento bastante lugares mais conhecidos, como Harvard, Public Garden, Boston Public Library, Quincy Market, e até no Six Flags. Procuro me aventurar nos eventos típicos da região - no Halloween, fui na “Cidade das Bruxas”, Salém. Me senti um pouco deslocada, já que todos estava fanta-

siado, e eu não, pois achei que fosse pagar mico. Clara-mente, eu estava enganada! Além disso, recentemente fui em um protesto contra o presidente eleito Donald Trump, uma vez que a maior parte desse tipo de mobilização tem

partido de universitários.

Um dos meus maiores medos antes de viajar foi quanto a me adaptar à co-mida e moradia, mas foi uma transição muito tran-quila. Costumo me alimen-tar na escola, que oferece café da manhã e janta. Não é lá aquelas coisas – afinal é comida de escola -, mas pelo menos tem variedade. O almoço fica por conta do mercado aqui do lado, já que na escola é bem caro.

Na verdade, o custo de vida aqui é alto, principalmente para nós, brasileiros. O metrô acaba sendo mais caro que em São Paulo! Quanto à moradia, eu divido o quarto com uma suíça, uma taiwanesa e uma japonesa. É difícil mo-rar com pessoas muito diferentes de você – os hábitos de cada uma interferem em todas as outras. De qualquer forma, como passo pouco tempo no quarto, não me inco-modo com desorganização e esse tipo de coisa.

Acredito que o maior desafio desse intercâmbio em es-pecial está no depois. Por aqui, não tenho mexido em Ex-cel, Power Point, Word etc. Além disso, também terei que “reaprender” as matérias que precisarei para começar o quarto semestre, por exemplo finanças e estatística. O im-portante é que acredito estar fazendo a escolha certa ao fazer um intercâmbio focado na língua inglesa, pois sei de seus benefícios para minha carreira profissional.

Se você tem vontade de fazer um intercâmbio, mas está na dúvida, não hesite e pule de cabeça! É claro que você vai sentir falta de amigos, família, namorado, mas é uma experiência muito gratificante. Você aprende a ter liberdade, autonomia - além da língua e cultura, claro – e aprende que a vida é muito maior do que a Vila Olímpia.

PRA BOSTONDA QUATÁ

Por Tatiane Kanegae, aluna do 3º semestre de Administração.

Tatiane à esqueda com amigas em Salém

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29 | Novembro 2016

Por Maria Clara Luques

O “Embaixado-res Insper” é um programa

aberto e formado por alunos de todos os cur-sos. Cheios de anima-ção e amor pelo lugar no qual estudam, eles são responsáveis pela divulgação do Insper em feiras universitárias e visitas escolares no próprio campus.

A iniciativa existe há muito tempo no Insper, porém neste ano tem passado por mudanças. Antes, as feiras e visitas eram divulgadas através de e-mails institucionais, juntamente com a agenda quinzenal, e o convite para que participassem passava desperce-bido à maioria dos alunos.

No começo deste ano, porém, a divulgação ocor-reu de forma diferente, através de alunos do Design Challenge, e recrutou vários membros, formando o primeiro grupo oficial de Embaixadores Insper. Des-de então, o número de participantes e a exposição aumentam a cada semana.

O aluno Warlen Rodrigues, do 2º semestre de Enge-nharia Mecânica, conta que decidiu ser embaixador pois representa algo de que gosta muito - o Insper - e ao colocar a camisa e ir para uma feira, está pron-to para falar sobre o que o deixa feliz. Para Rafae-la Ode, aluna do 4º semestre de Administração: “É indescritível. Você ajuda os jovens e dá uma pers-pectiva para eles, mostra que existe uma faculdade diferente e vê o brilho nos olhos deles em frente a uma oportunidade incrível. ”.

“Os enfoques nas conver-sas com os candidatos são sempre os diferenciais do Insper: aprender a apren-der, inovação e vontade. Nos divertimos muito re-presentando a faculdade. ”, diz o aluno Raphael Cos-ta, do 2º semestre de En-genharia da Computação. Ele também acrescenta: “estamos sempre preci-sando de mais pessoas, quanto maior o número, melhor! ”.

Não é preciso se inscrever em nenhuma entidade ou se comprometer a longo prazo para participar; o gru-po é aberto e recruta voluntários para todas as feiras e visitas. Para saber mais sobre as datas, acompanhe as publicações no Facebook ou mande uma mensagem para o perfil dos embaixadores!

Embaixadores Insper

Institucional

embaixadores.insper 

Embaixadores promovendo a faculdade em evento.

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Quem Faz

Quem FazPROFESSOR LEONIDAS SANDOVAL

Insper Post: Você é de São Paulo?

Leonidas: Sou de São Paulo, aqui da capital mes-mo. Mas morei um tempo em Santa Catarina e 5 anos na Inglaterra, fazendo doutorado.

IP: Você fez doutorado em qual universidade?

Eu fiz uma parte do doutorado em Cambridge, que seria um mestrado, e depois fui para o King’s College London, onde estudei Teoria das Cordas.

IP: Qual o seu lugar preferido aqui de São Paulo?

Pode parecer puxa saquismo, mas acho que é aqui. Eu gosto do Insper. Mas fora daqui, acho que a Avenida Paulista. Gosto de andar lá, tem sempre alguma coisa acontecendo.

IP: E você possui algum animal de estimação?

Tenho dois cachorros: Vitor Manuel e Ana Caro-lina (risos). Minha mulher que deu esses nomes. Ela quis dar nome de ator de novela mexicana. São dois vira-latas; nós pegamos os dois na rua, quando eles ainda eram pequenininhos. Eles mo-ram em Poá, na minha antiga casa e vamos para lá aos finais de semana.

IP: E como você e sua mulher se conheceram?

A gente se conheceu por telefone. Na verda-de, um amigo meu que é colega dela, falou dela para mim e me incentivou a ligar para ela. Acabei ligando e a gente conversou 3 horas por telefone. Chegamos a conversar 6 horas, a Telefônica quase manda presente de aniversá-rio (risos). Nós só fomos nos conhecer depois de um mês.

IP: Se você tivesse todo o dinheiro do mundo, o que faria do seu tempo?

Eu continuaria sendo professor.

IP: Por que você quis trabalhar no Insper? Como você chegou aqui?

Nossa, foi engraçado. Eu dei cinco anos de aula em Santa Catarina, na Udesc e eu estava vindo para São Paulo. Lembro que eu estava em casa e tinha uma propaganda do Insper na revista Veja e eu falei para minha mãe: “Quero trabalhar aqui”. Então eu tentei, eles tinham uma vaga... isso já faz 12 anos, faz um tempo. Mas o que me mantém aqui é que o Insper é uma grande conspiração do bem, não sei se você já percebeu isso (risos). Tudo o que é feito aqui tem o propósito de querer construir a próxima geração de líderes do Brasil ou pessoas do bem. E aqui as coisas funcionam, é bem diferente das universidades estaduais.

IP: Qual é a parte mais desafiadora do seu trabalho?

Nós pegamos jovens que estão na melhor parte de sua vida e botamos numa sala fechada e que-remos que eles prestem atenção no que a gente fala, com todos os meios de comunicação disponí-veis no celular da pessoa. Então, acho que o maior desafio é interessar os alunos, de modo que eles aprendam e estejam felizes ao mesmo tempo.

IP: Qual conselho você daria para os alunos?

Acho que o principal é ter persistência. É comum ver muita desistência de matéria, então acho que persistência é uma capacidade que o aluno do Insper tem que ter. E, claro, tentar ser feliz, acho que tem que ter as duas coisas.

Por Fernanda Carvalho

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31 | Novembro 2016

Cruzadinha

HORIZONTAL 2. Trump brasileiro6. A lanchonete do segundo andar é...8. Raposa10. Deixou saudades na biblioteca11. A nova festa do Insper é para os...13. O maior marxista que você respeita15. O doce da discórdia16. Hitler americano17. Professor e ave

VERTICAL1. A Hilary não trabalha, o Donald...3. Andar onde ficam os diretores do Insper4. Esporte em que o Insper foi novamente campeão5. Ex presidente bolada7. Uns pescam, o Pedro...9. Lugar onde seu material deve ficar durante o almoço10. Novo uniforme da prefeitura de São Paulo11. Entidade que terá atividade complementar de teatro12. Professora de direito asiática14. Melhor bateria

Respostas:

Horizontal 2. Bolsonaro6. Cara8. Loka10. Patricia11. Solteiros13. Ribeiro15. Palha16. Trump17. Pelicano

Vertical1. Trampa3. Oitavo4. Basquete5. Dilma7. Fischer9. Armário10. Polo11. Sementes12. Luciana14. Imperial

cruzadinha

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