Economia e Gestão Farmacêutica-Farmacoeconomia

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    5 FARMACOECONOMIA

    A farmacoeconomia um conceito que surgiu na dcada de 1990. Trata-se do estudo o comportamento de indivduos, empresas e mercados com relao ao uso de produtos,programas farmacuticos, e frequentemente enfoca os custos e as consequncias dessa utili

    Para entender melhor esse conceito, necessrio estabelecer uma quanticao monetros recursos consumidos durante o curso de uma doena. Esses custos podem ser divididocusto

    direto ecusto indireto.Os custos diretos incluem: medicamentos e materiais utilizados, salrios e honorrios

    prossionais da rea, exames laboratoriais e dirias de internao. J no custo indireto incide ganhos motivadas pelos eventos relacionados patologia e/ou seu tratamento. As conda boa utilizao da farmacoeconomia podem ser quanticadas de acordo com o nmeroobtidas, anos de vida ganhos, melhorias dos parmetros clnicos e, principalmente, na qualido paciente.

    O conceito de farmacoeconomia no o estudo de utilizao de medicamentos, ou uma ferramde gerenciamento de estoques, ou uma ferramenta de incremento de lucro s custas da exclusivamente uma ferramenta demarketing, ou vivel apenas em situaes de igual efetividaFarmacoeconomia uma ferramenta de apoio deciso em sade que busca um balano ticoentre custos e consequncias .

    A seguir, um uxograma representativo de denio de farmacoeconomia:

    PreoCusto

    Efeitos colaterais

    Eccia

    Melhor

    OpoTratamentoQualidade de vida

    Figura 6

    5.1 Mtodos em farmacoeconomia

    5.1.1 Anlise de custo x benefcio

    Quando se aplica na farmacoeconomia o conceito de custo x benefcio, faz-se uma coentre resultados nanceiros proporcionados por cada alternativa de tratamento. Deve-se

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    a despesa com sade como sendo investimento com rentabilidade nanceira. Essa anaplicada quando houver questes ticas na escolha da conduta de um tratamento.

    Por exemplo: uma empresa com 1.000 funcionrios convidada a fazer uma ampla vacinao contra gripe. O custo de cada vacina de R$ 10,00, com cobertura de um (1) a50%. Os diretores devem concordar com a campanha? Para tanto, considerar que cada famotivada pela gripe tem custo dirio de 1 dia/homem/ano de R$ 30,00/trabalhador e teanual: R$ 30.000,00.

    Levando em considerao que a eccia da vacinao de 50% na preveno da gabsentesmo ser reduzido para 0,5 dia/homem/ano. O custo anual para com os trabafaltam por motivo de gripe passou a ser de R$ 15.000,00. Porm, o custo para fazer a vtrabalhadores de R$ 10.000,00; tendo, portanto, um custo total entre trabalhadores vaainda faltam e custo da vacinao de R$ 25.000,00. Sendo assim, temos:

    Custo da opo no vacinar de R$ 30.000,00.

    Custo da opo vacinar de R$ 25.000,00.

    Razo custo/benefcio de R$ 5.000,00.

    Nesse caso, aps a avaliao farmacoeconmica de custo x benefcio, vale a pentrabalhadores com a gripe.

    Lembrete

    Farmacoeconomia uma ferramenta de apoio deciso em sade quebusca um balano tico e justo entre custos e consequncias.

    5.1.2 Anlise de minimizao de custos

    A anlise de minimizao de custos compreende uma comparao entre alternativas d

    com pers equiparveis de efetividade (real ou presumida). Alm disso, requer uma compdos custos de tratamento e no considera opes clnicas e preferncias individuais.

    Por exemplo: para o tratamento de um paciente que esteja internado em hospital, deveentre dois antibiticos da classe das quinolonas, a Qui/A, caixa com 16 comprimidos e cue a Qui/B, caixa com 30 comprimidos e custo de R$ 34,50.

    Para fazer essa escolha, necessrio avaliar o custo de cada comprimido. No caso da ca sendo de R$ 16,00/16 comprimidos = R$1,00/comprimido e, no caso da Qui/B, o cde R$ 34,50/30 comprimidos = 1,15/comprimido; devendo-se, ento, optar pela Qui/A. Pescolha, deve-se analisar a posologia das medicaes. Por exemplo, se no tratamento com

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    necessrios 3 comprimidos ao dia e no tratamento com a Qui/B, 2 comprimidos ao dia, sermultiplicar o custo de cada comprimido pelo nmero de comprimidos a ser utilizado por diao tratamento com a Qui/A custaria R$ 1,00 x 3 = R$ 3,00/dia, e o tratamento com a Qui/B, RR$ 2,30/dia. Dessa forma, deveria ser a opo de tratamento a Qui/B; contudo, ainda anteso estudo e a compra da medicao, deve-se analisar o tempo de tratamento que dever ter oPor exemplo:

    Qui/A tempo at a cura, sendo de7 dias xR$ 3,00 =R$ 21,00.

    Qui/B tempo at cura, sendo de10 dias xR$ 2,30 = R$ 23,00.

    Finalmente, nesse caso, aps a anlise de todas as variveis de um tratamento com anchega-se concluso de que a melhor opo de tratamento, quando se faz a anlise de minimcusto, o tratamento com a Qui/B.

    Observao

    A anlise de minimizao de custos compreende uma comparaoentre alternativas de tratamento com pers equiparveis de efetividade.

    5.1.3 Anlise de custo x efetividade

    Essa anlise farmacoeconmica consiste em uma avaliao comparativa entre os custratamento e os resultados clnicos, humansticos e quantitativos obtidos com a utilizadiferentes opes de tratamentos. Vale ressaltar que neste caso as despesas e custos com a saser vistas como investimentos em resultados clnicos.

    Por exemplo: para a teraputica vitalcia da hipertenso arterial, h dois medicamentos pdo paciente a HAS/X e HAS/Y, com os seguintes custos dirios de tratamento:

    HAS/X: R$ 1,50/dia com efetividade de reduo de 10 mmHg.

    HAS/Y: R$ 1,85/dia com efetividade de reduo de 20 mmHg.A qual medicao deve ser dada a preferncia de prescrio?

    Para se chegar a uma concluso utilizando a anlise de custo x efetividade deve-se estabo parmetro clnico ser observado. Como trata-se do tratamento da hipertenso, o parmeanalisado deve ser o valor de presso arterial (em mmHg) que se consegue reduzir com o antiNo caso do medicamento HAS/X, para cada 1 mmHg reduzido da presso arterial houve R$ 0,15 e no caso do medicamento HAS/Y, para cada 1 mmHg de reduo da presso artercusto de R$ 0,09. Portanto nesse exemplo de caso e realizando a anlise farmacoeconmicefetividade deve-se optar pelo tratamento com o medicamento HAS/Y.

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    5.1.4 Anlise de custo x utilidade

    Essa anlise muito utilizada quando se deseja levar em considerao, na esctratamento, o subjetivo conceito de qualidade de vida. Para tanto, necessrio denir utilpercepo individual subjetiva que o paciente faz de sua qualidade de vida. Nesse caso, a transformao de noes subjetivas em valores quantitativos, conhecido comoQuality of Life (QOL).A anlise custo x utilidade a avaliao comparativa entre custos de um tratamento e ajustados pela qualidade.

    Por exemplo, para o tratamento do cncer de clon, uma nova droga obteve sobrevidaem mdia, a um custo de R$ 17.500,00. Os pacientes, no entanto, queixam-se de nusalopecia, astenia e outras reaes colaterais graves. Sugere-se o uso de uma droga antcomplementao terapia, mas o custo eleva-se em mais R$ 2.500,00. H dvidas quantobtido em funo do custo. Dessa forma, coloca-se o problema de escolha entre o us

    tratamento adjuvante quimioterapia no tratamento de cncer de clon:Grupo A: com quimioterapia

    Anos de vida ganhos = 2,4ndice QOL = 0,3Custo = R$ 17.500,00Custo/QOL = 58.000,00

    Grupo B: com quimioterapia e antiemtico

    Anos de vida ganhos = 2,4ndice QOL = 0,8Custo = R$ 20.000,00Custo/QOL = R$ 25.000,00

    De acordo com a avaliao custo x utilidade, deve-se optar pelo tratamento assoquimioterapia e antiemtico, pois o ndice custo/QOL que se obteve foi menor nesse cas

    Assim, deve-se levar em considerao na hora da escolha de um tratamento o seguint

    Quadro 1

    Resultados Custos Menores Custos Iguais Custos MaioresPiores ? Rejeitar RejeitarIguais Preferencial Livre escolha Rejeitar

    Melhores Dominante Preferencial ?

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    A seguir, um exemplo de escolha consciente que leva em considerao todos os aspectoneste captulo:

    Pneumonias porBacterium sp.so tratadas atualmente comVelhociclina,com um preo de R$15,00 por ampola. apresentado o novo antibiticoNovociclina, sugerido para a mesma indicao daVelhociclina. O propagandista alega queVelhociclina hepatotxica, enquantoNovociclina,alm demuito mais ecaz, no gera reaes adversas. O preo de uma ampola deNovociclina R$ 50,00. Assim,temos:

    Velhociclina ecaz em 80% dos casos, gera hepatotoxicidade em 5% dos pacientes trcom um custo adicional de diagnstico e tratamento de R$ 2.750,00 por ocorrnciacusto total para 10 dias de tratamento (medicamento, materiais, horas de trabalho e ou200,00.

    Novociclina ecaz em 95% dos caso e desprovida de reaes adversas, tem custo totaldias de tratamento (medicamento, materiais, horas de trabalho e outros): R$ 600,00.

    Superciclina ecaz em 99,9% dos casos, desprovida de reaes adversas, apresenta cude tratamento: R$ 2.500,00, falha com bito: 0,1% dos casos, com um custo adicio500,00. um antibitico utilizado em caso de falhas dos anteriores.

    Por qual se deve optar Velhociclina ouNovociclina? Para obter essa resposta, deve-se resolver questo utilizando o modelo da rvore de decises:

    cura (95 %) $ 600

    $ 3,100

    $ 3,600

    cura (99 %)

    bto (0,1 %)falha (5 %)

    ( Superciclina)

    (Novociclina)

    Figura 7

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    cura (80 %)$ 200

    $ 2.950

    $ 2.700

    $ 3.200

    $ 5.450

    $ 5.950

    cura (99,9 %)

    cura (99,9 %)

    bto (0,1 %)

    bto (0,1 %)

    falha (20 %)

    sem hepatoxidade (95 %)

    sem hepatoxidade (95 %)

    com hepatoxidade (5 %)

    com hepatoxidade (5 %)

    ( Superciclina)

    (Velhociclina)

    Figura 8

    Tabela 3

    Velhociclina0,80 x 0,95 x $ 200 = $ 152,00

    0,80 x 0,05 x $ 2.950 = $ 118,00

    0,20 x 0,95 x 0,999 x $ 2.700 = $ 512,49

    0,20 x 0,95 x 0,001 x $ 3.200 = $ 0,61

    0,20 x 0,05 x 0,999 x $ 5.450 = $ 54,45

    0,20 x 0,05 x 0,001 x $ 5.950 = $ 0,06

    TOTAL = $ 837,61Novociclina

    0,95 x $ 600 = $ 570,00

    0,05 x 0,999 x $ 3.100 = $ 154,85

    0,05 x 0,001 x $ 3.600 = $ 0,18

    TOTAL = $ 725,03

    Ou seja, deve-se optar pelo tratamento com aNovociclina, que, embora seja mais cara, apresentanal um custo menor que aVelhociclina. Assim, pode-se tirar as seguintes concluses:

    preo no o mesmo que custo; probabilidades afetam resultados; nem tudo o que mais barato tem necessariamente o menor custo; nem tudo o que mais caro necessariamente a melhor opo; farmacoeconomia no determinante.

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    Finalmente, pode-se armar que farmacoeconomia no :

    estudo de utilizao de medicamentos; ferramenta de gerenciamento de estoques; ferramenta de incremento de lucro s custas da sade; exclusivamente uma ferramenta demarketing; vivel apenas em situaes de igual efetividade.

    Farmacoeconomia : ferramenta de apoio deciso em sade que busca um balano tentre custos e consequncias.

    6 NORMAS INTERNACIONAIS ISOOs padres ISO so acordos documentados contendo especicaes tcnicas e outro

    precisos para serem usados constantemente como regras, guias ou denies de caracpara assegurar que materiais, produtos, processos e servios estejam de acordo com seus Como exemplo, podemos citar que cartes de crdito, telefone e cartes de banco (que scomuns) so derivados de uma norma ISO internacional.

    A International Organization For Stantandardization (ISO) um instituto sediado em GSua. Trata-se de uma organizao no governamental composta de 110 pases. A sigla ISOda abreviatura de International Organization For Stantandardization, mas do gregoisos , que signicaigualdade e uniformidade. O certicado ISO no signica excelncia, mas a implantao dde garantia da qualidade.

    A misso da ISO promover o desenvolvimento da padronizao e atividades relacmundo, com o objetivo de facilitar a troca ou a comercializao de produtos e servios e cooperao na esfera intelectual cientca tecnolgica e econmica. Os resultados do trabso publicados como normas internacionais.

    As normas ISO so produzidas por um consenso mundial, com o intuito de criar um pade qualidade para produtos e servios. O conjunto de normas forma um sistema de gesto daplicvel a qualquer organizao, sem considerar seu tamanho ou se a companhia pblica

    Sistema de gesto refere-se a tudo o que a organizao faz para gereseus processos ou atividades. Em pequenas organizaes, provavelno exista um sistema, apenas uma forma de fazer as coisas, e essa na maioria das vezes no est documentada, mas na cabea do propriou do gerente. Quanto maior a organizao, e quanto mais pessoas envolvidas, maior a possibilidade de existirem alguns procediminstrues, formulrios ou registros documentados. Eles contribuem

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    assegurar que qualquer pessoa dentro da organizao no esteja fazendo seu trabalho de seu jeito e que exista um mnimo de ordem como a organizao conduz seus negcios, de forma que tempo, doutros recursos sejam utilizados ecientemente. Para ser realmentee ecaz, a organizao pode gerenciar sua forma de fazer as coisas sistmica. Isso garante que nada importante seja esquecido e questejam conscientes sobre quem responsvel para fazer o que, como, por que e onde (MELLO, 2002, p. 15).

    So normas que consolidaram sua aceitao. H centenas de milhares de empresasnessas normas e, a cada dia que passa, muitas outras so certicadas. Cada pas tem umcomisso para tratar dessas normas, dando sua contribuio. No Brasil, alm do representABNT, temos o Comit Brasileiro para a Qualidade, o CB-25, que participa ativamente, csugestes para a srie 9000 da ISO.

    Lembrete

    Os padres ISO so acordos contendo especicaes tcnicas que sousados constantemente como regras ou denies de caractersticas, paraassegurar que produtos, processos e servios estejam de acordo com ospropsitos.

    6.1 ISO 9000 garantia da qualidade

    A expresso ISO 9000 designa um grupo de normas tcnicas que estabelecem um mgesto da qualidade para organizaes em geral, qualquer que seja seu tipo ou dimenso

    As normas de srie ISO 9000 constituem um dos maiores fenadministrativos do mundo moderno, mais de 300.000 organcerticadas no mundo no nal do ano 2000. Sua aceitao uncomo modelo para o estabelecimento de sistemas de gesto da qusurpreendeu a todos, demonstrando a carncia por um model

    denido e estruturado de gesto empresarial. Apesar da srie ISO rgesto da qualidade, todos os que a implantaram e utilizaram consmelhorias signicativas em suas empresas, na produtividade, nosmesmo no clima organizacional, com responsabilidades e tarefas mdenidas e controladas (FERREIRA, 2001, p. 2).

    A primeira ISO 9000 surgiu em 1987 e tinha a estrutura idntica norma britnica Balm de ser tambm inuenciada por outras normas existentes nos Estados Unidos e porde defesa militar (as Military Specications MIL SPECS). Subdividia-se em trs mgerenciamento da qualidade, conforme a natureza das atividades da organizao:

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    ISO 9001:1987 modelo de garantia da qualidade paradesign, desenvolvimento, produo,montagem e prestadores de servio. Aplicava-se a organizaes cujas atividades eramcriao de produtos.

    ISO 9002:1987 modelo de garantia da qualidade para produo, montagem e preservio. Compreendia essencialmente o mesmo material da anterior, mas sem abrangede produtos.

    ISO 9003:1987 modelo de garantia da qualidade para inspeo nal e teste. Abrangiinspeo nal do produto e no se preocupava como o produto era feito.

    6.1.1 ISO 9001:1994

    Posteriormente, surgiram atualizaes das ISO 9000, 9001 e 9002, sendo a primeira realizada em 1994 sobre a ISO 9001, com a garantia da qualidade como base da certicao.

    responsabilidade da direo (trata do papel da alta direo na implementao do siqualidade);

    sistema da qualidade (descreve a documentao que compe o sistema da qualidade); anlise do contrato (trata da relao comercial entre a empresa e seus clientes); controle da concepo e do projeto (trata da concepo e do desenvolvimento de prod

    atender aos clientes);

    controle dos documentos e dados (trata da forma de controlar os documentos do siqualidade); compras (trata da qualicao dos fornecedores de materiais/servios e do processo de produto fornecido pelo cliente (trata da metodologia para assegurar a conformidade do

    fornecidos pelo cliente para incorporar ao produto nal); rastreabilidade (trata da histria desde o incio da fabricao do produto ou da pres

    servio);

    controle do processo (trata do processo de produo dos produtos da empresa); inspeco e ensaios (trata do controle da qualidade que realizado no produto ou serv controle de equipamentos de inspeo, medio e ensaio (trata do controle necessr

    calibrao/vericao dos instrumentos que inspecionam, meam ou ensaiem a conforproduto);

    situao da inspeo e ensaios (trata da identicao da situao da inspeo do prservio em todas as etapas da sua produo);

    controle do produto no conforme (trata da metodologia de controle para os produtoespecicao);

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    ao corretiva e preventiva (trata das aes necessrias para as no conformidades ide forma a evitar que aconteam e a sua repetio);

    manuseamento, armazenamento, embalagem, preservao e expedio (trata dos co produto acabado at a sua expedio para o cliente);

    controle dos registos da qualidade (trata da metodologia do controle dos registos dpara facilitar a sua identicao e recuperao);

    auditorias internas da qualidade (trata da programao das auditorias internas da qu formao (trata do levantamento de necessidades de formao e da programao da

    formaes); servios ps-venda (trata dos servios prestados ps-venda);

    tcnicas estatsticas (trata da utilizao de tcnicas estatsticas na empresa).6.1.2 ISO 9001:2000

    Para solucionar as diculdades da norma anterior, essa norma combinava as norma9002 e 9003 em uma nica, doravante denominada simplesmente 9001:2000. Os prde projeto e desenvolvimento eram requeridos apenas para empresas que, de fato, invna criao de produtos, inovando ao estabelecer o conceito de controle de processodurante o processo.

    Essa nova verso exigia ainda o envolvimento da gesto para promover a integraqualidade internamente na prpria organizao, denindo um responsvel pelas aes da quAdicionalmente, pretendia-se melhorar o gerenciamento de processos por meio de aferdesempenho e pela implementao de indicadores para medir a efetividade das aes e atdesenvolvidas.

    Mas a principal mudana na norma foi a introduo da viso de foco no cliente. Anteriele era visto como externo organizao, e doravante passava a ser percebido como integsistema da organizao. A qualidade, desse modo, passava a ser considerada como uma v

    mltiplas dimenses, denida pelo cliente por suas necessidades e desejos. Alm disso,considerados como clientes apenas os consumidores nais do produto, mas todos os envocadeia de produo.

    Observao

    A expresso ISO 9000 designa um grupo de normas tcnicas queestabelecem um modelo de gesto da qualidade para organizaes emgeral.

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    6.1.3 ISO 9000:2005

    Foi a nica norma lanada nesse ano, descrevendo os fundamentos de sistemas de gestqualidade que, no Brasil, constituem o objeto da famlia ABNT NBR ISO 9000, e denindoa ela relacionados.

    aplicvel a organizaes que buscam vantagens por meio da implementao de um side gesto da qualidade; que buscam a conana nos seus fornecedores de que os requisitos dprodutos sero atendidos; a usurios dos produtos; queles que tm interesse no entendimmtuo da terminologia utilizada na gesto da qualidade (por exemplo: fornecedores, clientes,reguladores); queles, internos ou externos organizao, que avaliam o sistema de gestqualidade ou o auditam para vericarem a conformidade com os requisitos da ABNT NBR I(por exemplo: auditores, rgos regulamentadores e organismos de certicao); queles, inou externos organizao, que prestam assessoria ou treinamento sobre o sistema de gestqualidade adequado organizao; e a grupos de pessoas que elaboram normas correlatas.

    6.1.4 ISO 9001:2008

    Essa nova verso foi elaborada para apresentar maior compatibilidade com a famlia d14000, e as alteraes realizadas trouxeram maior compatibilidade para as suas traduconsequentemente, um melhor entendimento e interpretao de seu texto.

    Outra importante alterao nessa verso foi a subclusula 1.2, que introduz o conceitexcluses. Essa clusula permite que requisitos da norma que no sejam aplicveis decaractersticas da organizao ou de seus produtos sejam excludos, desde que devidam justicados. Dessa forma, garante-se o carter genrico da norma e sua aplicabilidadequalquer organizao, independentemente do seu tipo, tamanho e categoria de produto.

    Lembrete

    As ISO 9000 passam periodicamente por atualizaes, sendo a ltimarealizada em 2008 sobre ISO 9001, que tinha a garantia da qualidade comobase da certicao.

    6.2 ISO 14000 meio ambiente

    A ideia da ISO 14000 surgiu das discusses de desenvolvimento sustentvel, durante a das Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiconhecida como ECO 92.

    A srie ISO 14000 rene normas internacionais que estabelecem regras para que aspossam implantar Sistemas de Gesto Ambiental, com a nalidade de reduzir desperdciosde matria-prima, de gua, de energia e de resduos usados e obtidos durante o processo de

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    tentando dessa forma minimizar os impactos ambientais e estar de acordo com a legislaA ideia central dos sistemas de gesto ambiental usar menos para produzir mais equalidade.

    A ISO 14.000 abrange seis reas, estudadas nos subcomits (SC) coordenados pelonormatizao dos pases que os sediam:

    SC.1 sistemas de gesto ambiental; estudadas pela Inglaterra BSI. Esse subcomia norma ISO 14001, que estabelece as diretrizes bsicas para o desenvolvimento dque gerenciasse a questo ambiental dentro da empresa, ou seja, um sistema de gest a mais conhecida entre todas as normas da srie 14000.

    SC.2 auditorias ambientais; estudadas pela Holanda NNI. No que diz respeito auditorias ambientais, esse subcomit desenvolveu trs normas: ISO 14010, ISO 140em 1996. Em 2001, foi desenvolvida a ISO 14015, que foi revisada em 2003. Nofoi criada a norma ISO 19011, que substituiu a 14010, 11 e 12. As normas citadas ISO 14010 os princpios gerais para execuo das auditorias; ISO 14011 os ppara planejamento e execuo de auditorias num sistema de gesto ambiental; ISOcritrios para qualicao de auditores (quem executa as auditorias); ISO 14015 ambientais de localidades e organizaes; ISO 19011 guias sobre auditorias da qmeio ambiente.

    SC.3 rtulos ambientais e Selos Verdes; estudadas pela Austrlia - SAA. A rotulaga garantia de que um determinado produto adequado ao uso que se prope e apresimpacto ambiental em relao aos produtos do concorrente disponveis no mercadotambm pelo nome de Selo Verde, sendo utilizada em vrios pases, como Japo, AlePases Baixos e Canad, mas com formas de abordagens e objetivos que diferem umPara estabelecer as diretrizes para a rotulagem ecolgica, esse subcomit criou vSo elas: ISO 14020 estabelece os princpios bsicos para os rtulos e as declara(criada em 1998 e revisada em 2002); ISO 14021 estabelece as autodeclaraes Tipo II autodeclaraes ambientais (criada em 1999 e revisada em 2004); ISO 140os princpios e procedimentos para o rtulo ambiental Tipo I programas de Seloem 1999 e revisada em 2004); ISO TR 14025 estabelece os princpios e procedi

    rtulo ambiental Tipo III inclui avaliaes de ciclo de vida (criada em 2001). Nfoi iniciada a criao da ISO 14025, relativa ao Selo Verde Tipo III, que poder sempecilho para as exportaes dos produtos de pases que no estejam adequados e

    SC.4 avaliao de desempenho ambiental; estudadas pelos EUA ANSI. A mas diretrizes para um processo de avaliao daperformance ambiental de sistemas de gestambiental, esse subcomit criou as normas ISO 14031 em 1999 (revisada em 2004tambm em 1999. As normas estabelecem e fornecem: ISO 14031 diretrizes para desempenho (performance ) ambiental. Ela inclui ainda exemplos de indicadores ambie14032 exemplos de avaliao do desempenho ambiental.

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    SC.5 anlise do ciclo de vida; estudadas pela Frana Afnor. A anlise do ciclo de durante a existncia da empresa, um processo criado com o intuito de avaliar os immeio ambiente e sade provocados por um determinado produto, processo, servioatividade econmica. A anlise abrange todo o ciclo de vida de um produto/processoe aborda, por exemplo, a extrao da matria-prima, o processamento da matria-produo, a distribuio, o uso, o reso (quando necessrio), a manuteno, a recieliminao (disposio nal). Para incentivar entidades ociais e empresas privadas abordarem os temas ambientais de forma integrada durante toda a sua existncia, esse scriou diversas normas. So elas: ISO 14040 estabelece as diretrizes e a estrutura pado ciclo de vida (criada em 1997); ISO 14041 estabelece a denio do mbito e ainventrio do ciclo de vida (criada em 1998); ISO 14042 estabelece a avaliao do ciclo de vida (criada em 2000); ISO 14043 estabelece a interpretao do ciclo de vtambm em 2000); ISO 14048 estabelece o formato da apresentao de dados (criadaISO TR 14047 fornece exemplos para a aplicao da ISO 14042 (criada em 2003); fornece exemplos para a aplicao da ISO 14041 (criada em 2000). Com a nalidada aplicao, as normas 14040, 14041, 14042 e 14043 foram reunidas em apenas dois d(14041 e 14044).

    SC.6 termos e denies; estudadas pela Noruega NFS. A terminologia utilizadas normas citadas anteriormente (relativas gesto ambiental) denida na norma ISpublicada no ano de 1998, criada por esse subcomit. Foi feita uma reviso dessa normaISO 14050 - Rev. 1, publicada em 2002 e revisada em 2004.

    Os certicados de gesto ambiental da srie ISO 14000 atestam a responsabilidade ambiedesenvolvimento das atividades de uma organizao. Para obteno e manuteno do certiISO 14000, a organizao tem de se submeter a auditorias peridicas, realizadas por uma emcerticadora, credenciada e reconhecida pelos organismos nacionais e internacionaisauditorias, so vericados o cumprimento de requisitos como:

    cumprimento da legislao ambiental;

    diagnstico atualizado dos aspectos e impactos ambientais de cada atividade;

    procedimentos padres e planos de ao para eliminar ou diminuir os impactos ambieos aspectos ambientais;

    pessoal devidamente treinado e qualicado.

    Entretanto, apesar do fato de que as empresas estejam procurando se adequar, a degradaao ambiente continua em ritmo crescente. Apenas um nmero pequeno de empresas bussustentabilidade, e as melhorias conseguidas so pequenas diante da demanda crescenteprodutos e servios, originadas do desenvolvimento econmico. Segundo o relatrio Planetdesenvolvido pela organizao WWF em 2002, a humanidade consome cerca de 20% mais rnaturais do que a Terra capaz de repor sozinha.

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    No Brasil, a ISO representada pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (Aparticipa dos comits e tem direito a voto na organizao. Alm disso, a ABNT tambmcomo certicadora credenciada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e QIndustrial (Inmetro), que o responsvel por credenciar as certicadoras brasileiras.

    A certicao voluntria, ou seja, deve ser requerida pela prpria empresa, com a vde que o implante desses padres ambientais internacionais pode facilitar a entrada dprodutos no mercado externo. Aps implantar Sistemas de Gesto Ambiental, ligqualidade do ar, da gua e do solo, a empresa recebe o certicado e, depois, anualmcerticadora realizar auditorias de acompanhamento para manuteno do certicadempresa abandonar algum dos padres estabelecidos, corre o risco de perder o certic14000. De trs em trs anos, realizam-se auditorias de renovao, mas os perodos vaempresa para empresa. tambm dever do Inmetro scalizar as certicadoras brasileira realizao de seu trabalho.

    Observao

    A ISO 14000 rene normas para que as empresas possam implantarsistemas de gesto ambiental, com a nalidade de reduzir desperdcios,matria-prima, gua, energia e resduos usados na produo.

    6.3 ISO 26000 responsabilidade social

    O reconhecimento pelas empresas de que necessrio realizar mudanas na gesto representa um grande avano. O desenvolvimento da norma ISO 26000, alm de ser umadesse reconhecimento, contribui para superar as diculdades nos setores resistentes ao ede que a responsabilidade social trata do conjunto das atividades da organizao, e nparticipao das empresas na soluo de problemas sociais das comunidades.

    A publicao da norma ISO 26000 uma grande conquista para o movimento de ressocial, mas tambm lana um grande desao aos atores envolvidos: a implementao, dorientaes.

    A ISO 26000 inovadora em muitos sentidos, tanto no seu formato quanto no seu contefoi desenvolvida com inteno de contribuir para consolidar o entendimento sobre ressocial, melhorando a relao entre as prticas locais e globais, ampliando a responsabilidprodutiva e o engajamento. importante destacar que a norma refora a viso da respsocial como uma contribuio para o desenvolvimento sustentvel da sociedade.

    Foram estabelecidos sete princpios da responsabilidade social:

    Responsabilizao: ato de responsabilizar-se pelas consequncias de suas aesrespondendo pelos seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente

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    contas aos rgos de governana e demais partes interessadas, declarando seus erros e acabveis para remedi-los.

    Transparncia: fornecer s partes interessadas, de forma acessvel, clara, compreenprazos adequados, todas as informaes sobre os fatos que possam afet-las.

    Comportamento tico: agir de modo aceito como correto pela sociedade, com base nda honestidade, da equidade e da integridade, perante as pessoas e a natureza, e dconsistente com as normas internacionais de comportamento.

    Respeito aos interesses das partes interessadas (stakeholders ): ouvir, considerar e responder aosinteresses das pessoas ou grupos que tenham interesse nas atividades da organizao opossam ser afetados.

    Respeito ao Estado de Direito: o ponto de partida mnimo da responsabilidade sociaintegralmente as leis do local onde est operando.

    Respeito s Normas Internacionais de Comportamento: adotar prescries de tratadosinternacionais favorveis responsabilidade social, mesmo que no haja obrigao le

    Direito humanos: reconhecer a importncia e a universalidade dos direitos humanospara que as atividades da organizao no os agridam direta ou indiretamente, zelaambiente econmico, social e natural que requerem.

    Observao

    importante destacar que a norma refora a viso da responsabilidadesocial como uma contribuio para o desenvolvimento sustentvel dasociedade.

    6.4 Sade e segurana do trabalhador

    A certicao pela ISO 14000 exige das empresas fornecedoras de produtos e servios pr

    de produo e fornecimento mais especcos, isto , alm dos requisitos anteriores, demanpara a implantao da ISO 14000 um maior conhecimento tecnolgico para o desenvolvimcontrole de processos de produo no poluidores.

    Isso tem impacto direto nas relaes comerciais num mundo globalizado (fenmeno nacom consequncias nos sistemas de produo) e dinmico, em que se procura constantemsuperar as expectativas dos clientes.

    Por outro lado, a conformao estrutural produzida pela forma como se propagou o progtcnico no plano internacional fez surgir o subdesenvolvimento, o imposto aos pases da pepelos pases ricos e gerado pela lgica dos mercados.

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    Tais normas de sistema de gesto passaram a ser usadas como obstculo comercializprodutos e servios nos grandes blocos econmicos, fundamentadas em especicaes putcnicas.

    O que, diga-se de passagem, contradiz as regras estabelecidas em consenso internpelos 134 pases membros da ISO: as normas de gesto no devem ser compulsrias. Atestamos no estgio de maturao das normas de gesto de sistemas que tendem a convergo mesmo ponto, considerando todos os anteriores. So as normas de Gesto de Sistema de Segurana Ocupacional (SGSSO).

    Embora no exista uma ISO especca que trate da sade e segurana no trabalhoempregados modelos como a BS8800 (norma britnica), a AS 8000 (responsabilidade OSHA 18001 (americana) em diversas organizaes em nvel mundial. Os pases membvotaram contra a formao de um comit tcnico para sade e segurana no trabalho em

    dos anos 1990.A gesto em sade e segurana do trabalho, embora no seja discutida no mbito intern

    pelo comit tcnico da ISO, tratada em outros fruns internacionais promovidos pela OrgMundial da Sade (OMS) e pela Organizao Internacional do Trabalho (OIT).

    No mbito regional, alguns pases j se utilizam de normas consensuadas para certiempresas em SGSSO. Essa antecipao, provavelmente, deve-se ao fato das crescentesacordos,trades , entre empresas que necessitam conhecer de fato a realidade econmica deparceiros. Muitas possuem um passivo trabalhista que, quando contabilizado, pode supprprios valores.

    Muitas organizaes esto implementando um SGSSO como parte de sua estratgia dde riscos para lidar com mudanas na legislao e proteger seus colaboradores. Umpromove um ambiente de trabalho seguro e saudvel por meio de uma estrutura que pesua organizao identicar e controlar consistentemente seus riscos sade e seguranao potencial de acidentes, auxiliar na conformidade legislativa e melhorar o desempenho

    A OHSAS 18001 uma especicao de auditoria internacionalmente reconhecida parde gesto de sade ocupacional e segurana. Foi desenvolvida por um conjunto de orgcomerciais lderes, organismos internacionais de normas e certicao com foco em umpara a qual no existe uma norma internacional certicvel por organismos certicadorecompatibilidade com a ISO 9001 e a ISO 14001, para ajudar a sua organizao a cumprirobrigaes de sade e segurana de modo eciente.

    As reas-chave a seguir so enfocadas pela OHSAS 18001:

    planejamento da identicao de perigos, avaliao de riscos e controle dos riscos; estrutura e responsabilidade; treinamento, conscientizao e competncia;

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    consulta e comunicao; controle operacional; prontido e resposta a emergncias; medio de desempenho, monitoramento e melhoria.A OHSAS 18001 pode ser adotada por qualquer organizao que deseja implementar um p

    formal para reduo dos riscos associados com sade e segurana no ambiente de trabalhcolaboradores, os clientes e o pblico em geral.

    Saiba mais

    Mais informaes podem ser obtidas no Inmetro, na ABNT e naISO. Algumas certificadoras: Sebrae, ABNT, Fundao Carlos Alberto Vanzolini.

    7 CONTABILIDADE

    A contabilidade uma metodologia concebida para captar, registrar, resumir e interfenmenos que afetam as situaes patrimoniais, nanceiras e econmicas de pessoas fsica

    entidades com nalidade no lucrativa e pessoa de direito pblico (Estado, Unio, Municpetc).

    O desenvolvimento do mtodo contbil est associado ao capitalismo, que necessita emecanismos para mensurar os acrsccimos ou decrscimos dos investimentos iniciais aalguma atividade industrial ou comercial. A contabilidade um instrumento que auxilia a adnas tomadas de decises.

    A quem interessa conhecer a situao contbil de um negcio?

    Scios, acionistas e proprietrios de quotas societrias esto interessados na rentabilsegurana de seus investimentos. No esto na direo da empresa e precisam de infresumidas para continuar investindo.

    Administradores, diretores e executivos tm interesse mais profundo, pois so os repelas tomadas de decises.

    Bancos, capitalistas, emprestadores de dinheiro tambm esto interessados na rentana segurana de seus investimentos. A diferena est nas razes sentimentais, prossi

    pioneirismo em seus investimentos, por exemplo, pequenas e mdias empresas.

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    Governo e economistas governamentais o interesse est centrado na arrecadao taxas e contribuies, por exemplo, imposto de renda das empresas que taxado a pbalanos.

    Fornecedores cujo interesse conhecer a capacidade pagadora de seus clientes.

    Sindicatos tm interesse em conhecer a produtividade do setor para inuenciar ndos salrios.

    Pessoas fsicas com interesse em controlar seus patrimnios individuais e orament

    A contabilidade, segundo alguns autores, pode se dividir em:

    Contabilidade gerencial mais analtica, inclui a contabilidade de custos, que visa pr administrao da empresa.

    Contabilidade nanceira os relatrios nais bsicos so os balanos patrimoniais, dde resultados do exerccio, retorno sobre o investimento, demonstrao de origens erecursos (necessrio mais diretamente aos agentes econmicos externos empresaaos scios desligados da direo).

    7.1 Balano Patrimonial

    O Balano Patrimonial ou Estatstica Patrimonial uma das mais importantes informa por meio dela que se pode apurar (testar) a situao patrimonial nanceira de uma emdado momento. como se fosse uma fotograa nanceira da empresa, sendo que nesse desto claramente evidenciados os direitos e deveres de uma empresa. Para melhor entende necessrio conhecer algumas denies:

    Ativos compreende os bens e direitos expressos em moeda, como caixas e possuem disponibilidades financeiras imediatas; estoque, terrenos, veculos e mso bens da empresa; ttulos a receber, que so quantias que os clientes devem operaes de crdito (vendas a prazo ou emprstimo de dinheiro). A relao d

    sempre ser colocada dos ativos mais lquidos (mais facilmente trocados por dinos menos lquidos.

    Passivos compreendem os ttulos e as obrigaes (deveres) da empresa, pottulos a pagar, contas a pagar, fornecedores, salrios a pagar, impostos a pagar, pagar etc. As obrigaes a pagar so basicamente os emprstimos bancrios a cuprazo. A relao do passivo no Balano Patrimonial deve ser colocada em ordedo prazo de vencimento.

    Exemplo de verso simplicada:

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    Tabela 4 - Alfenas S.A.

    Balano Patrimonial em 31/7/2012 em R$ mil

    Ativos (direitos) Passivo e Patrimnio Lquido (deveres)Caixa 1.000,00 Passivo

    Bancos 200,00 Ttulos a pagar 3.500,00Ttulos a receber 3.000,00 Obrigaes a pagar 1.800,00

    Estoque 1.000,00 Total 5.300,00Terceiros 700,00 Patrimnio Lquido Veculos 500,00 Capital 4.000,00Materiais 3.000,00 Lucros 700,00

    Total 10.000,00 Total 4.700,00Total nal 10.000,00

    Patrimnio Lquido denido como sendo a diferena entre o valor do ativo e do passempresa em determinado momento. Por exemplo:

    Se uma empresa tem:

    ATIVO ------------------------------------------------ 10.000,00

    PASSIVO ---------------------------------------------- 5.300,00

    O PATRIMNIO LQUIDO SER --------------------------4.700,00As fontes geradoras do Patrimnio Lquido so os investimentos efetuados pelos propr

    troca de aes ou lucros acumulados na entidade como fonte (adicional) de nanciamento.

    Quadro 2

    Resumindo Balano Patrimonial

    Liquidez

    Ativo (direitos) Passivo (deveres) V

    encimento

    - Bens e direitos da empresamensurveis monetariamente querepresentam benefcios presentes

    ou futuros

    - Obrigaes que a empresa temcom terceirosPatrimnio Lquido

    - Dinheiro da empresa e recursosdos proprietrios na empresa

    A equao fundamental do patrimnio :

    PATRIMNIO LQUIDO = ATIVO PASSIVO

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    J que na maioria das empresas o Ativo (bens e direitos) suplanta o Passivo (orepresentao mais comum do Balano Patrimonial :

    ATIVO = PASSIVO + PATRIMNIO LQUIDO

    Caso o Passivo supere o Ativo, encontramos:

    ATIVO + PATRIMNIO LQUIDO = PASSIVO

    Lembrete

    A contabilidade uma metodologia concebida para captar, registrar,resumir e interpretar os fenmenos que afetam as situaes patrimoniais,nanceiras e econmicas de pessoas fsicas, empresas, entidades comnalidade no lucrativa e pessoa de direito pblico.

    7.2 Abertura de empresa

    A abertura de uma empresa passa pelos seguintes passos:

    1 operao: subscrio do capital social. Exemplo: diversas pessoas resolveramsociedade annima, denominada Alfenas S.A., com o capital subscrito de R$ 4.000em 40 aes de R$ 100,00 cada. A atividade foi iniciada em 15/1/2000, sendo o ramde servios de reparos (consertos) de aparelhos laboratoriais. Aps a subscrio doo Balano Patrimonial tem a forma:

    Tabela 5 - Alfenas S.A. Balano em 15/1/2012

    Ativo Passivo

    Acionistas Passivo 0

    Capital a integralizar 4.000,00 Patrimnio Lquido

    Total 4.000,00 Capital subescrito 4.000,00

    Total: P + PL 4.000,00

    Com essa operao, a empresa adquiriu o Ativo (acionistas/capital) por um direito acionistas. Como o fato no produz o aparecimento de dvidas, o Passivo igual a zero.

    2 operao: integralizao em dinheiro pelos acionistas;

    3 operao: aquisio de edifcio;

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    4 operao: compra de materiais; 5 operao: compra de veculo; 6 operao: venda de parte do edifcio; 7 operao: pagamento de obrigao; 8 operao: recebimento de direito.

    7.3 Demonstrativo de Resultados do Exerccio (DRE)

    As variaes vericadas no Patrimnio Lquido de um estabelecimento tm como causasinvestimento inicial ou aumentos posteriores de investimento ou desinvestimentos de capit

    O Patrimnio Lquido sofre ainda inuncia do resultado obtido no composto entre contae despesas dentro do perodo contbil. Para entender melhor como o DRE feito e como iPatrimnio Lquido, so necessrias algumas denies:

    Receita: a entrada de elementos para o Ativo sob a forma de dinheiro ou direitos a rexemplo: vendas de mercadorias, prestao de servios, juros sobre depsitos bancriganhos eventuais. A obteno de uma receita resulta no aumento do Patrimnio Lqui

    Despesa: o consumo de bens ou servios que direta ou indiretamente dever prodreceita. Diminuindo um Ativo ou aumentando o Passivo, a despesa realizada com ade obter uma receita cujo valor seja superior diminuio que a despesa provoca no PLquido.

    Como resultado, temos:

    RECEITAS> DESPESAS = LUCRO---- AUMENTA O PATRIMNIO LQUIDO

    RECEITAS< DESPESAS = PREJUZO---- DIMINUI O PATRIMNIO LQUIDO

    Os registros de aumentos e diminuies do Patrimnio Lquido obedecem aos aumentospor crditos e s diminuies registradas por dbitos. Sendo assim, a receita aumenta oenquanto a despesa o diminui.

    Partindo do princpio de que uma empresa opera indenidamente, o resultado exato s vericado no nal da sua vida, aps a venda de todo o ativo e o pagamento de suas obrigaempreendimento ser medido como: Patrimnio Lquido do nal da vida Patrimnio Lq

    O administrador no pode esperar o m da vida da empresa para tomar decises. Assim, ado resultado das vrias operaes deve ser fornecido a intervalos regulares de tempo, que seexerccio social e exerccio contbil, ou simplesmente exerccio.

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    A contabilidade registra e resume todas as mudanas no Patrimnio Lquido que ocorperdo escolhido e apresenta o resultado obtido. Toda empresa precisa fazer a apurao dO lucro ou prejuzo est na dependncia do confronto das contas de receita e despesa, cnal ca registrado na conta resultado.

    O resultado positivo, que o lucro, ou negativo, que o prejuzo, ser transferido para lucros ouprejuzos, acumulados no Patrimnio Lquido do Balano Patrimonial, e destas migrarcontas, dependendo das decises tomadas pela empresa.

    Dessa forma, necessrio montar a demonstrao do resultado do exerccio, em que adetalhadamente as contas de receita e despesa, o lucro e/ou o prejuzo lquido. Nessa ddevem aparecer:

    nome ou denominao da empresa; nome do demonstrativo; perodo coberto.

    A demonstrao deve ser levantada, no mnimo, uma vez por ano, e tem por nalidaos acionistas e quotistas os resultados obtidos, os bancos que devem conhecer a rentaempresas para atender os nanciamentos solicitados por elas, alm de interessar aos inaes e aos administradores para medirem sua ecincia, para alterar a poltica de negci

    Outro parmetro importante so as operaes com as mercadorias. O resultado com a diferena entre o total das receitas obtidas pelas vendas e o custo dessas mercadoriavendidas.

    Resultados com mercadorias = vendas custo das mercadorias vendidas.

    O conhecimento desse resultado de grande importncia para empresas que trabalhame venda de mercadorias, como o caso das farmcias e drogarias. De que forma pode-se cdas mercadorias que vendemos? Por meio do:

    Inventrio peridico quando efetuamos as vendas sem o controle paralelo e concestoque e, portanto, sem controlar o custo das mercadorias vendidas. Para apurar obtido, fazemos o levantamento fsico do estoque e, pela diferena entre o total dasvendidas disponveis para venda, obtemos o custo da mercadoria vendida (CMV) n

    CMV = Total de mercadorias disponveis para venda Estoque nal

    CMV = EI + C EFe

    RCM = V - CMV

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    Onde:

    EI: Estoque Inicial;C: Compras;EF: Estoque Final V: VendasRCM: Resultado com Mercadorias

    Inventrio permanente nas mdias e grandes empresas, adota-se o controle contnuvalor do estoque de mercadorias. Consegue-se isso fazendo com que haja a baixa, em cdo custo da mercadoria vendida.

    Vrios fatores influenciam os preos de todos os tipos de mercadorias, como, poras variaes do ndice geral de preos, as variaes de mercado e o tabelamento imp

    governo. Assim, durante o perodo observado, no teremos o mesmo preo. Diante dtemos um problema para avaliar o inventrio e, consequentemente, o estoque final. Endeve ser considerado?

    Pelas ltimas compras? Pelo valor das primeiras compras? Na mdia das compras no perodo? Na mdia das compras no ltimo ms? No valor corrente dessas mercadorias?

    Os critrios aceitos para atribuir os preos aos inventrios so:

    Preo especfico quando possvel, deve-se fazer a determinao do preo espcada unidade em estoque, pode-se dar baixa em cada venda, por esse valor. O estoa soma dos custos especficos de cada unidade existente. Por exemplo: em 01/03, eestoque 5 automveis, adquiridos por R$ 13.000,00 cada. Se em 02/03 comprarmautomveis por R$ 15.000,00 cada e, em 03/03, vendermos 2 automveis por R$cada, sabendo-se que um pertence ao lote inicial e outro foi adquirido em 02/03. Vfica o CMV e o estoque:

    Tabela 6 Ficha de controle de estoque

    Espcie: AutomveisData Entrada Sada Saldo

    Q Valor un. Total Q Valor un. Total Q Valor un. Total

    01/03 5 13.000 65.000

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    02/033 15.000 45.000 5+ 13.000 65.000 +

    3 15.000 45.0008 110.000

    03/03

    1+ 13.000 13.000 4+ 13.000 52.000 +

    1 15.000 15.000 2 15.000 30.0002 28.000 6 82.000

    PEPS ou FIFO Primeiro que entra, Primeiro que sai ouFirst-in, First-out . As vendas so valorizadaa partir das primeiras compras e o estoque valorizado pelas ltimas entradas remPor exemplo: em 01/09, compraram-se 10 unidades a R$ 10,00 cada; em 02/09, 10 u15,00 cada; em 03/09, venderam-se 5 unidades; em 04/09, 10 unidades; em 05/09, c15 unidades a R$ 18,00 cada e, em 06/09, venderam-se 5 unidades. Como ca a chde estoque?

    Tabela 7 Ficha de controle de estoque

    Espcie: Medicamentos Unidade: caixaData Entrada Sada Saldo

    Q V. Un. V. total Q V. Un. V. total Q V. Un. V. total01/09 10 10,00 100,00 -- -- -- 10 10,00 100,00

    02/09

    10 15,00 150,00 -- -- -- 10+

    10

    20

    10,0015,00

    100 +

    150

    250

    03/09

    -- -- -- 5 10,00 50,00 5 +

    10

    15

    10,00

    15,00

    50 +

    150

    200

    04/09

    -- -- -- 5 +

    5

    10

    10,00

    15,00

    50 +

    75

    125

    5 15,00 75,00

    05/09

    15 18,00 270,00 -- -- -- 5 +

    1520

    15,00

    18,00

    75 +

    270345

    06/09 -- -- -- 5 15,00 75,00 15 18,00 270,00

    UEPS ou LIFO ltimo que entra, Primeiro que sai ou Last-in, First-out . As vendas sovalorizadas a partir das ltimas compras e o estoque, pelas entradas remanesexemplo: em 01/09, compraram-se 10 unidades a R$ 10,00 cada, em 02/09, 1a R$ 15,00 cada; em 03/09, venderam-se 5 unidades, em 04/09, 10 unidades;compraram-se 15 unidades a R$ 18,00 cada e, em 06/09, venderam-se 5 unida

    fica a ficha de controle do estoque?

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    Tabela 8 Ficha de controle de estoque

    Espcie: Medicamentos Unidade: caixaData Entrada Sada Saldo

    Q V. Un. V. total Q V. Un. V. total Q V. Un. V. total01/09 10 10,00 100,00 -- -- -- 10 10,00 100,00

    02/09

    10 15,00 150,00 -- -- -- 10+

    10

    20

    10,0015,00

    100 +150

    250

    03/09

    -- -- -- 5 10,00 75,00 5 +

    10

    15

    10,00

    15,00

    50 +

    150

    200

    04/09

    -- -- -- 5 +

    5

    10

    15,0010,00

    50 +

    75

    125

    5 10,00 50,00

    05/09

    15 18,00 270,00 -- -- -- 5 +

    15

    20

    15,00

    18,00

    50 +

    270

    320

    06/09 -- -- -- 5 18,00 90,005+10

    1510/18

    50+180

    230

    Preo mdio (mdia ponderada mvel) para evitar o controle de preos por lotes, mtodos anteriores, e para fugir dos extremos, existe a possibilidade de dar como cumdio das compras. O valor mdio utilizado do custo do estoque existente e chamaPonderada Mvel, pois se altera a cada compra.

    Reposio ou NIFO Next-in, First-out , o estoque valorizado pelo preo corrente de mercadas vendas, pelo valor da prxima compra.

    A seguir, exemplo de demonstrativo de resultado do exerccio de uma empresa:

    Tabela 9

    Venda bruta ou receita bruta 100.000

    (-) Dedues de venda 1.000

    Venda lquida ou receita lquida 99.000

    (-) CMV

    Estoque inicial 8.000

    (+) Compras 70.000

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    61

    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    Mercadorias disponveis 78.000(-) Estoque nal 5.000 73.000

    Lucro bruto 26.000

    (-) Despesas operacionais

    (+) Despesas comerciais 8.000(+) Despesas administrativas 2.000(+) Despesas de depreciao 200 10.200

    Lucro operacional 14.800

    (-) Despesas no operacionais 800

    Lucro antes do imposto de renda 14.000

    (-) Despesas com imposto de renda 400

    Lucro lquido ou prejuzo 13.600

    A Demonstrao do Resultado do Exerccio, elaborado simultaneamente com o Balanconstitui-se num relatrio sucinto das operaes realizadas pela empresa durante determem que se sobressai um dos valores mais importantes s pessoas nela interessadas, o resulucro ou prejuzo. Ao mostrar como se formou o lucro ou o prejuzo, esclarecem-se muitado Patrimnio Lquido no perodo, entre dois balanos.

    Com os dois relatrios: BP e DRE, qualquer pessoa interessada nos negcios da condies de obter informaes, fazer anlises, estimar variaes, tirar concluses de orde econmica da empresa, traar novos rumos para futuras transaes. Para tanto, adequadamente a tcnica de anlise e interpretao de balanos e outros processos forcontabilidade.

    Observao

    O Balano Patrimonial uma das mais importantes informaescontbeis, por meio dele que se pode apurar (testar) a situao patrimonial

    nanceira de uma empresa em um dado momento.7.4 Anlise de demonstraes nanceiras

    A anlise de demonstraes nanceiras refere-se sempre ao passado da empresa. Pfuturo, necessrio projetar os dados frente expectativa do crescimento do PIB, ao cen(estabilidade ou instabilidade), ao cenrio poltico (reformas, privatizaes etc). So feitanlise das demonstraes nanceiras:

    anlise horizontal;

  • 7/21/2019 Economia e Gesto Farmacutica-Farmacoeconomia

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    62

    Unidade II

    ndices nanceiros;

    anlise vertical.

    7.4.1 Anlise horizontal

    A seguir, exemplo de uma anlise de demonstrao nanceira realizada sobre o DRE de u

    Construir o DRE.

    Tabela 10

    Venda bruta 101.000

    (-) Dedues de venda 1.000

    = Venda lquida 100.000(-) Custo da mercadoria vendida 73.000

    = Lucro bruto 27.000

    (-) Despesas operacionais 10.000

    = Lucro operacional 17.000

    (-) Despesas no operacionais 1.000

    = Lucro antes do IR 16.000

    (-) despesas com IR 1.000

    = Lucro lquido 15.000

    Considerar a venda lquida = 100% e calcular cada item em % frente receita lquida

    Tabela 11

    1999 AV% 2000 AV% 2001 AV%

    Venda bruta 101.000 101 102.000 102 101.000 101

    (-) Dedues de venda 1.000 1 2.000 2 1.000 1

    = Venda lquida 100.000 100 100.000 100 100.000 100(-) Custo da mercadoria vendida 69.000 69 70.000 70 73.000 73

    = Lucro bruto 31.000 31 30.000 30 27.000 27

    (-) Despesas operacionais 11.000 11 12.000 12 10.000 10

    = Lucro operacional 20.000 20 18.000 18 17.000 17

    (-) Despesas no operacionais 1.000 1 1.000 1 1.000 1

    = Lucro antes do IR 19.000 19 17.000 17 16.000 16

    (-) Despesas com IR 1.000 1 1.000 1 1.000 1

    = Lucro lquido 18.000 18 16.000 16 15.000 15

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    63

    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    Agora, pode-se tirar os dados da tabela e construir um grco capaz de mostrar a tempresa.

    80

    70605040302010

    1999

    %

    2000

    Lucro lquido

    Custo da mercadoriavendida

    2001 Ano

    Figura 9 Tendncia da empresa

    7.4.2 ndices nanceiros

    Os principais ndices nanceiros utilizados pelas empresas ou comrcio so:

    Margem bruta mede quantos reais esto entrando e quantos esto sendo gastos paMede a ecincia da produo, do comrcio ou do servio.

    MARGEM BRUTA = LUCRO BRUTOX 100 RECEITA LQUIDA

    Margem operacional mede a ecincia operacional da produo, do comrcio ou

    MARGEM OPERACIONAL = LUCRO OPERACIONALX 100 RECEITA LQUIDA

    Margem lquida mede a ecincia global da empresa.

    MARGEM LQUIDA = LUCRO LQUIDOX 100 RECEITA LQUIDA

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    Unidade II

    7.4.3 Anlise vertical

    A seguir, um exemplo de anlise vertical utilizada sobre o Balano Patrimonial:

    Construir o Balano Patrimonial.

    Tabela 12

    Ativo Anlise % Passivo Anlise %Cx. banco 20 20/360 x 100 5,55 Salrios 15 15/360 x 100 4,16

    Dupl. Receber 30 30/360x 100 8,33 Fornecedor 30 30/360 x 100 8,33Estoques 40 40/360 x 100 11,1 Impostos 5 5/360 x 100 1,38

    Realiz. longo prazo 50 50/360 x 100 13,8 Emprstimo 5 5/360 x 100 1,38

    Investimento 100 100/360 x 100 27,7Exigvel longoprazo 5 5/360 x 100 1,38

    Imobilirio 100 100/360 x 100 Patrimnio Lquido

    Diferido 20 20/360 x 100 5,55 Capital 250250/360 x100 69,4

    Ativo Total 360 100 Lucros acum. 50 50/360 x 100 13,8P + PL 360 100

    AC Ativo Circulante; AI Ativo Imobilizado; e AP Ativo Permanente.

    Considerar o ativo total = 100% e calcular cada item em % frente receita lquida.

    7.5 ndices de balano

    So ndices de liquidez utilizados para aliar a capacidade que a empresa tem de honrar (compromissos. Os principais so:

    ndice de liquidez corrente utilizado para avaliar a capacidade de pagamento de umno curto prazo.

    NDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE

    PASSIVO CIRCULANTE Por exemplo, se tomarmos o caso do Balano Patrimonial do item anterior, temos AC

    55; ento, o ndice de liquidez corrente de 1,63. Isso signica que vai entrar R$ 1,63 para que tem de pagar. Se o resultado for >1, signica situao confortvel e, se for

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    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    NDICE DE LIQUIDEZ SECA =ATIVO CIRCULANTE ESTOQUESPASSIVO CIRCULANTE

    NDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA = DISPONVEL (CAIXA + BANCOS)PASSIVO CIRCULANTE

    ndice de liquidez dias a receber mede em dias (na mdia) quanto tempo vai levaro valor das duplicatas em % que vai receber no perodo considerado.

    NDICE DE LIQUIDEZ DIAS A RECEBER (MDIA) =DUPLICATAS A RECEBERX 100 VENDA LQUIDA

    Coeciente de imobilizao mede quanto dos recursos prprios da empresa (Patrimesto aplicados em ativos permanentes. O quanto foi imobilizado dos recursos da pr

    COEFICIENTE DE IMOBILIZAO = ATIVO PERMANENTEPATRIMNIO LQUIDO

    Endividamento Geral mede o quanto de recursos de terceiros faz parte do total deuma empresa.

    ENDIVIDAMENTO = PASSIVO CIRC. + EXIGVEL LONGO PRAZO

    Outros ndices alguns indicadores importantes utilizados na anlise de demonstraso: giro dos estoques, prazo mdio de renovao de estoques, prazo mdio de recebmdio de pagamento de contas, retorno sobre o investimento, giro do ativo e retoPatrimnio Lquido.

    GIRO DOS ESTOQUES = CMVESTOQUES

    PRAZO MDIO DE RENOVAO DE ESTOQUES = ESTOQUESX 12 CMV

    PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO = DUPLICATAS A RECEBER RECEITA LQUIDA

    PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DE CONTAS = FORNECEDOR A PAGAR X 360 COMPRAS

    RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO = LUCRO LQUIDO ANUAL ATIVOS TOTAIS

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    Unidade II

    GIRO DO ATIVO = VENDAS LQUIDAS ATIVO TOTAL

    RETORNO SOBRE O PATRIMNIO LQUIDO =LUCRO LQUIDOPATRIMNIO LQUIDO

    Lembrete

    A informao do resultado das vrias operaes deve ser fornecida aintervalos regulares de tempo, chamados de exerccio social e exercciocontbil, ou simplesmente exerccio.

    7.6 Retorno sobre o investimento

    O ponto de equilbrio entre a receita total e o custo total o primeiro passo a ser alcananasce uma empresa. Quanto mais cedo for atingido, mais rapidamente o lucro aparece. A ponto de equilbrio quando existe equilbrio entre receita total e custo total com lucro zpode-se considerar:

    Receita total = custo total e lucro = 0

    Considerar ainda:

    Receita total = Quantidade x Preo (QP)

    Custo total = Custo xo (CF) x Custo varivel (Cv)

    Custo varivel total = Custo varivel/unidade x Quantidade (CvuQ)

    Substituindo, temos:

    QP = CF + CvuQ

    Tabela 13

    Receita QP CF CV CVuQ Q L

    0 30 0 0 -3010 30 5 1 -2520 30 10 2 -2050 30 25 5 -560 30 30 6 0

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    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    Ainda se pode construir um grco com os valores obtidos na tabela:

    R$

    QeqQ

    C.F.CustoFixo

    Custototal

    Receita

    rea deprejuzo

    P = Ponto de equilbrio

    Figura 10

    Sendo Qeq = quantidade no ponto de equilbrio.

    J no caso do retorno sobre o investimento (RSI), utiliza-se a seguinte frmula para s

    RSI = LUCRO LQUIDO ANUALCX + BCOS + DUPL. A RECEBER + ESTOQUES

    Nas empresas varejistas (farmcias e drogarias), o caixa, o banco e as duplicatas a rerelevantes quando comparados com o estoque; ento, pode-se escrever a frmula a segu

    RSI = LUCRO LQUIDO ANUALESTOQUES

    Se multiplicar a frmula por vendas anuais, tem-se:

    RSI = LUCRO LQUIDO ANUALX VENDAS ANUAISESTOQUES VENDAS ANUAIS

    Fazendo um rearranjo:

    RSI = VENDAS ANUAISX LUCRO LQUIDO ANUALESTOQUES VENDAS ANUAIS

    GIRO = VENDAS ANUAISLUCRATIVIDADE =LLAESTOQUES VENDAS ANUAIS

    RSI = GIRO X LUCRATIVIDADE

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    Unidade II

    Assim, conclui-se que, para aumentar o RSI, necessrio:

    aumentar o giro dos estoques, diminuindo o tamanho (em valores) desses; aumentar a lucratividade, trabalhando com o lucro lquido anual, por meio da dimi

    custo da mercadoria vendida e das despesas, principalmente as operacionais e nance

    Alguns conselhos para ter um bom retorno sobre o investimento so:

    produto no pode car parado na prateleira; o segredo do comrcio comprar bem; quem compra bem pode vender por um preo mais baixo; portanto, vende mais e o pr

    ca parado; nunca depender de banco (diminuindo as despesas nanceiras e operacionais); controlar sempre, com muito rigor, os itens mais importantes na farmcia/drogaria; produto na prateleira dinheiro parado.

    7.7 Planejamento, Programao e Controle da Produo (PPCP)

    A produo o principal setor de uma indstria, pois todos os produtos que sero venempresa provm do seu sistema de produo.

    O PPCP pode ser entendido como um sistema de informao da empresa que orienta suafazendo com que atinja objetivos de produo. A produo deve ser muito planejada e cont

    minimizar atrasos e no atendimentos de ordens de produo; minimizar a falta de materiais quando necessrios produo; minimizar os investimentos em estoques de matrias-primas, componentes, processos

    acabados; maximizar a disponibilidade e a utilizao dos equipamentos; maximizar a utilizao de recursos humanos; conseguir uma distribuio equilibrada de carga de trabalho entre os recursos produti

    utuao suave dessa carga no tempo; minimizar os custos necessrios ao atendimento dos nveis de qualidade especicados minimizar os custos operacionais dos sistemas.

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    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    Recursoshumanos Administrao

    superior

    Processos

    Manuteno

    Compras

    Estoque

    Finanas

    CustosProduo

    Vendas

    Gesto dequalidade

    Produtos

    PPCP

    1

    21 20 19 18

    17

    16151413

    23

    4

    56

    7

    8

    910

    1112

    Figura 11 Fluxo de informaes atravs da unidade de PPCP

    1- informaes sobre mercado de mo de obra e salrios; 2- informaes sobre previso3- informaes sobre capacidade produtiva e roteiros de produo; 4- programao deinformaes sobre necessidades; 6- informaes sobre encomendas; 7- informaes so

    fabricao; 8- informaes sobre disponibilidades; 9- previso sobre utilizao de recur10- disponibilidade de recursos nanceiros; 11- informaes sobre custos para o plano e oplanos e programas de produo; 13- informaes sobre execuo; 14- informaes sobre15- informaes sobre demanda; 16- planos de inspeo e especicaes de qualidade; 17sobre linha de produtos; 18- previso de necessidades de recursos; 19- informaes sobrede objetivos e metas; 20- objetivos e polticas.

    8 MARKETING FARMACUTICO

    Omarketing farmacutico uma ferramenta essencial ao sucesso prossional, mas mu

    mal-interpretada. Para melhor entendimento, ca mais fcil denir o que no marketing: no publicidade, no vendas, no enganar o cliente e no vender algo a qualquer preo.

    O mercado farmacutico muito particular, pois existem resolues que normatizam a Anvisa, e a populao passou a ter mais acesso informao sobre os medicamentos. Apresente nos produtos fora que a informao seja embasada em dados seguros e conmdicos e outros prossionais da rea representam um pblico altamente especializado, reas muito prprias que auxiliam ou dicultam omarketing farmacutico, como a farmacovigilna farmacoeconomia e a pesquisa clnica.

    A seguir, quadro com as principais tendncias do mercado farmacutico:

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    Unidade II

    Quadro 3

    Globalizao

    Forte processo de internalizao:

    - reas de livre comrcio intensicando comrcio exterior;- especializao crescente das plantas locais nas redes mundiais das multinacionais;

    - grande concentrao da produo em poucos pases.Concentrao da

    indstria Forte concentrao do mercado mundial entre as principais empresas, atravs de

    fuses e aquisies.

    Importncia da pesquisae desenvolvimento

    presso por e cincia e e ccia;

    outsourcing de pesquisa e desenvolvimento para empresas especialiazadas; transferncia para pases com condies favorveis;

    expirao iminente de patentes de vrios medicamentos;

    tendncia de customizao para doenas espec cas.

    Substituiopor genricos etoterpicos

    Canibalizao:

    - substituio de originais por genricos;-substituio de farmacuticos por toterpicos.

    Favorecimento dos genricos atravs de regulamentao:

    - exibilizao de quebra de patentes para pases sem capacidade de produo;- acesso a medicamentos de baixo preo.

    Commoditizao dos remdios devido principalmente aos genricos.

    O mercado farmacutico e as indstrias farmacuticas apresentam muitos fatores limitandesenvolver, como os ilustrados nas guras a seguir:

    Limitantes

    Distribuio de

    medicamentos pelogoverno no atingem todaa populao

    Genricos noatenderam

    populao debaixarenda

    Baixo crescimentoeconomia

    40% medicamentoscom prescrio

    mdica15% consomem

    50% medicamentos

    Cmbio altoo Brasil possuipoucos produtores

    de frmacos e,consequentemente,

    grande parte damatria prima

    importada

    Taxas altasas altas taxas de juros aumentam

    consideravelmente asdespesas nanceirasda indstria, que de

    capital intensivo

    Controle de preoso preo dos remdios controlado pelo

    Governo, impedindoas empresas derepassarem o

    aumento de custos dematria-prima

    Genricosa entrada de

    genricos aumentoua presso por baixospreos no mercado

    achatemento das margens delucro da indstria

    Figura 12

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    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    8.1 Conhecendo os principais clientes

    8.1.1 Pacientes

    sabido que a expectativa de vida das pessoas tem aumentado e que o conceito de suse qualidade de vida vem cada vez mais sendo valorizado, e isso no diferente para os esto inseridos no mercado farmacutico.

    Alm disso, essas pessoas tm necessidade de maiores informaes, de produtos, conhecem seus direitos, consequentemente so mais exigentes, dispem de menos temais a internet. Isso implica busca de menores preos, servios mais valorizados e trapersonalizados. Para trabalhar com esse tipo de cliente, necessrio:

    site informativo; palestras; descontos em farmcias; prestao de servios = ligao mdico + paciente com folhetos informativos/cupon servios voltados qualidade de vida e a doenas sociais; servios direcionados preveno.

    8.1.2 Mdicos

    Esses clientes so altamente especializados e possuem um perl muito particular. Datendem em consultrios; de 75 a 90% dependem dos convnios mdicos; e 88% achde sade ruins ou regulares, e ainda 93% disseram que o plano interfere na autonoAproximadamente 68% desses prossionais tm menos de 45 anos, e quase 50% dos jotm em sua famlia algum parente direto que tambm mdico.

    Pesquisa recente feita com a classe mdica revelou que 96% sentem necessidade de67% foram a algum congresso regional, 68% participaram de eventos nacionais, 72%

    internacionais realizados no Brasil, e apenas 25% foram a eventos internacionais no extecondio de trabalho dos mdicos, pesquisa similar revelou que 76% tm at trs atividaquatro ou mais atividades e 50% trabalham em plantes, sendo 60% deles com menos d

    8.2 Conhecendo o cliente de farmcias e drogarias

    A seguir, sero apresentadas, em forma de grcos e tabelas, uma srie de pesquisas rclientes que compram em farmcias e drogarias:

    Qual sexo compra mais em farmcias e drogarias?

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    Unidade II

    66%Mulheres

    34%Homens

    Figura 13

    De onde vm os clientes para comprar em farmcias e drogarias?

    40,1

    42,1

    39,1

    45,1

    31,2

    25,1

    34,3

    34,7

    11,9

    16,6

    9,5

    5,5

    8,0

    7,6

    8,2

    6,8

    8,8

    8,6

    8,9

    7,9

    72%

    0% 20% 40% 60% 80% 100%

    Total redes

    Drogasil

    Outras redes

    Indep.

    Residncia Trabalho Lojas/mercado/banco Hospital / mdico Outros

    Figura 14

    Vale ressaltar que 72% dos clientes de redes tm como origem a residncia ou o trabapercentual sobe para 80% quando analisados clientes que compram em redes independenverdade o mito de que as pessoas saem do consultrio mdico e vo direto s farmcias e d

    Com qual frequncia vo s compras?Tabela 14

    Total Redes Drogo Outras Redes IndependentesTodos os dias 0,7 1,0 0,5 1,5

    4 a 5 vezes por semana 0,4 0,5 0,4 2,12 a 3 vezes por semana 4,4 6,0 3,6 12,4Uma vez por semana 17,6 18,7 17 20,9

    2 a 3 vezes ao ms 36,9 35,2 37,8 25,2

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    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    Uma vez por ms 33,1 32,2 33,6 28,6Uma vez a cada 2 ou 3

    meses 6 5,5 6,3 6,5

    Uma vez a cada 4 ou 5meses 0,2 0 0,4 1

    Uma vez a cada 6 meses 0,7 0,9 0,4 1,8

    Vale ressaltar que 93% dos consumidores compram uma vez por ms e 23% dos cliepor semana.

    Qual a razo por optar por determinada farmcia ou drogaria?

    Preo21%

    Maior desconto = 14%

    Perto de casa = 22%Perto do trabalho = 25%

    Conana e conhecimento dos balconistas = 20%

    Localizao48%

    Servios31%

    Figura 15

    Quanto tempo gasto dentro da loja?

    100,0

    80,0

    60,0

    40,0

    20,0

    0,0Total Redes Drogo Outras redes Independentes

    17,5 19,2 16,7 16,4

    16,3 19,2 14,9 15,0

    42,141,9

    45,2 38,3

    10,2 9,0 10,86,7

    13,9 10,7 10,423,6

    76%77%

    80%

    Mais 8 min7 a 8 min

    5 a 6 min3 a 4 min0 a 2 min

    Figura 16

    Nesse caso, 73% dos clientes das redes cam apenas 6 minutos dentro da loja, esseparecido com o observado nas lojas independentes.

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    Unidade II

    Quanto tempo em mdia os clientes cam no caixa?

    Tabela 15

    Total Redes Drogo Outras redes IndependentesMenos de 1 minuto - - - 4,61 a 2 minutos 61,2 54,6 64,4 70,53 a 4 minutos 34,1 34,4 34 19,65 a 6 minutos 3,4 7,5 1,4 3,0

    Mais de 7 minutos 1,3 3,5 0,2 2,3

    O tempo mdio gasto no caixa para 95% dos consumidores de farmcias e drogarias dat 4 minutos. Nas lojas independentes, 5% dos consumidores cam menos de um minuto

    mais de 5 minutos. Faz os pagamentos das compras utilizando carto delidade ou carto desconto?

    70,0%

    60,0%

    50,0%

    40,0%

    30,0%20,0%

    10,0%

    0,0%Total Redes Drogo Outras redes Independentes

    48,3%54,4%

    45,3%

    14,7%

    Figura 17

    O uso do carto desconto/delidade atinge 48,3% dos clientes de farmcias e drogarias

    Populao que compra em farmcias e drogarias de acordo com renda e classe social:

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    100%90%80%70%60%50%40%30%20%10%0,0%

    Total So Paulo Drogo Drogasil Indep.

    A B C D

    Figura 18

    Pode-se notar que as classes A e B representam aproximadamente 60% dos consumidofarmcias e drogarias independentes existe um equilbrio entre os consumidores das clasD, com 50% para cada.

    Fazem perguntas no momento do atendimento?

    Indep.

    Drogo

    Drogasil

    Drogaria SP

    Total

    0 10 20 30 40 50 60

    Total Drogaria SP Drogasil Drogo Indep.

    5240

    53

    41

    48

    Figura 19

    Lembrete

    Setenta e dois por cento dos clientes de redes tm como origem aresidncia ou o trabalho, assim no verdade que as pessoas saem do

    consultrio mdico e vo direto s farmcias.

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    Unidade II

    De posse dessas informaes, possvel extrair as principais tendncias do setor:

    ter franquias ou realizar associativismo; oferecimento de novos servios para aumentar a delizao; vendason-line edelivery ; treinamento intenso dos funcionrios; ateno farmacutica; ter sistema de atendimento ao consumidor (SAC) ativo e passivo; preocupao cada vez maior com o ambiente da farmcia e com o local de atendimen cuidado maior com a margem da empresa; encarar o paciente como cliente, mas com bom senso; informao ganha fora estratgica fundamental; como devem funcionar as farmcias e drogarias do futuro?; farmcia com integrao de dados e possibilidade de reposio automtica de produto Layoutvoltado para o autosservio; gesto nanceira eciente;

    estar associada a uma marca forte (redes, franquias ou associativismo); no ser dependente da venda de produtos similares; comunicao e permanente dilogo com o paciente.

    8.3 Aes de delizao

    8.3.1 Carto delidade

    As premissas bsicas do carto delidade so: fortalecer a marca, no ter discriminao dttulo, por exemplo: cartogold ,master ousilver , ter um banco de dados bem gerenciado e estruturapara fornecer as informaes necessrias nos momentos de deciso, ter um programa de consistente e atualizado dentro das necessidades do cliente.

    Tais necessidades devem ser levantadas por meio de pesquisas de satisfao. O caapresentar outros servios que agreguem valor, como, por exemplo, ser carto de crdito ao extrato.

    Os resultados obtidos com esse tipo de carto foram avaliados por diversos institutos de

    revelaram:

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    ECONOMIA E GESTO FARMACUTICA

    o gasto mdio com utilizao do carto foi de 55% acima da mdia de mercado (mSP = R$ 23,09 fonte: Abrafarma);

    a frequncia de utilizao do carto cou 20% melhor que a mdia de mercado (mdiSP = uma compra a cada 21 dias fonte: pesquisa Sensus);

    a recncia foi 20% melhor que a mdia de mercado (mdia de mercado SP = ltima dias fonte: pesquisa Sensus).

    Saiba mais

    Para maiores informaes, acesse osite

    8.3.2Layout

    Olayout uma espcie de planta interna com as disposies de todos os equipamentodo estabelecimento. No caso de farmcias e drogarias, esselayoutpode ser explorado no sentido dmelhorar a logstica e aumentar as vendas.

    Sendo assim, deve ter 80% do seu planejamento voltado para o auto-atendimento; podem-se seguir algumas regras:

    balco: curtos = atendimento-ajuda e transparentes para evitar produtos de venda li gndolas: 30 a 35% do centro so as mais visveis e devem ter no centro at 1,

    extremidades at 1,80 m; check out : promoes de produtos de menor valor = compra impulso; renovar sempre osdisplays promocionais; balana: prefervel no centro da farmcia.

    Observao

    Noventa e trs por cento dos consumidores de farmcias e drogariascostumam comprar uma vez por ms, e 23% dos clientes, uma vez porsemana.

    Resumo

    Nesta unidade, foram apresentados aspectos da gesto na reafarmacutica. Uma das principais ferramentas utilizadas na gestofarmacutica a farmacoeconomia.

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    Unidade II

    Esse ramo farmacutico tem por objetivo estudar o comportamento deindivduos, empresas e mercados com relao ao uso de produtos, serviose programas farmacuticos, que, frequentemente, enfocam os custos e asconsequncias dessa utilizao. Vrios mtodos so utilizados na aplicaoda farmacoeconomia:

    custo x benefcio faz uma comparao do custo por cada alternativade tratamento;

    anlise de minimizao de custo utiliza a comparao entre custose pers equiparveis de tratamento;

    custo x efetividade avalia os custos com os resultados clnicosquanticveis obtidos;

    custo x utilidade compara os custos do tratamento com a qualidadede vida que obtida.

    Uma ferramenta fundamental para os meios de produo a garantiada qualidade do produto ou servio. Assim, a International OrganizationFor Stantandardization encarregou-se de emitir um certicado conhecidocomo ISO, que um sistema de garantia da qualidade.

    A misso da ISO promover o desenvolvimento da padronizao e dasatividades relacionadas no mundo, com o objetivo de facilitar a troca oucomercializao de produtos e servios e desenvolver cooperao na esferaintelectual cientca, tecnolgica e econmica.

    Os resultados do trabalho da ISO so publicados como normasinternacionais. As normas ISO so produzidas por um consenso mundial,com o intuito de criar um padro global de qualidade para produtos eservios. O conjunto de normas forma um sistema de gesto da qualidadeaplicvel a qualquer organizao, sem considerar seu tamanho ou se a

    companhia pblica ou privada. Existem trs tipos de ISO: ISO 9000 responsvel pela certicao da garantia da qualidade de

    produtos e servios;

    ISO 14000 responsvel pela certicao ambiental;

    ISO 26000 responsvel pela certicao de responsabilidade social.

    Embora no exista uma certicao ISO que garanta a gesto desistema de sade e segurana ocupacional SGSSO, diversas empresas

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    e prestadores de servios j comearam a se organizar e implantar umsistema que garanta a sade do trabalhador. Atualmente essas empresasseguem as normas do OHSAS 18001.

    Tambm foram apresentadas ao aluno a denio de contabilidade e asprincipais ferramentas contbeis utilizadas por empresas e estabelecimentoscomerciais.

    A contabilidade uma metodologia concebida para captar, registrar,resumir e interpretar os fenmenos que afetam as situaes patrimoniais,nanceiras e econmicas de pessoas fsicas, empresas, entidades comnalidade no lucrativa e pessoa de direito pblico (Estado, Unio,Municpio, Autarquia etc). Os principais mtodos de contabilidade so:

    abertura e constituio de uma empresa; Balano Patrimonial e clculo do Patrimnio Lquido possibilitam

    ter uma fotograa nanceira da empresa;

    Demonstrativo de Resultados do Exerccio possibilita avaliar o uxocontbil de uma empresa;

    anlises dos demonstrativos nanceiros podem ser do tipohorizontal, vertical ou ndices nanceiros;

    retorno sobre o investimento avalia se o empreendimento estgerando retorno e de quanto esse retorno, de acordo com oinvestimento inicial feito;

    planejamento, programao e controle da produo uma ferramentafundamental para que uma empresa possa produzir de forma eciente.

    Finalmente, foi apresentado ao aluno outra ferramenta de fundamental

    importncia para empresas e comrcio: omarketing farmacutico.Omarketing na rea farmacutica bastante regulado, visto que os

    produtos comercializados precisam de orientao especializada (mdicos efarmacuticos) e possuem controle governamental de preos.

    As principais ferramentas utilizadas nomarketing so:

    customizao ferramenta que possibilita antever os problemas quepossam surgir, a m de evit-los, alm de perceber as necessidadesdos clientes e melhorar a comunicao com esses;

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    personalizao todos os consumidores querem ser tratados deforma personalizada e exclusiva. De acordo com esse conceito,busca-se preencher essa necessidade do cliente com produtos eservios que possam satisfaz-lo. Uma ferramenta importante narea farmacutica para atender a esse quesito a aplicao daateno farmacutica;

    delizao esse conceito o mais difcil de obter dos clientes,principalmente na rea farmacutica. Pensando nisso, algumasestratgias foram desenvolvidas, como, por exemplo, o cartodelidade, que deve promover descontos e outros benefcios.

    Nesse contexto, novas tendncias surgiram no mercadofarmacutico e, para se enquadrar, necessrio promover algumasmudanas na gesto e na disposio (layout ) dos estabelecimentoscomerciais.

    Exerccios

    Questo 1. Utilizando o conceito de custo x efetividade, qual dos medicamentos listadospara o tratamento da hipertenso voc escolheria?

    A) Medicamento A, com custo de R$ 1,50/unidade e reduo de 10 mmHg.

    B) Medicamento B, com custo de R$ 1,90/unidade e reduo de 15 mmHg.

    C) Medicamento C, com custo de R$ 2,20/unidade e reduo de 20 mmHg.

    D) Medicamento D, com custo de R$ 2,30/unidade e reduo de 25 mmHg.

    E) Medicamento E, com custo de R$ 3,00/unidade e reduo de 30 mmHg.

    Resposta correta: alternativa D.

    Anlise das alternativas:

    A) Alternativa incorreta.

    Justicativa: tem um custo de R$ 0,15/mmHg.

    B) Alternativa incorreta.

    Justicativa: tem um custo de R$ 0,12/mmHg.

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    D) Alternativa incorreta.

    Justicativa: as vendas de produtoson-line oudelivery so um diferencial para atrao de clientesque podem solicitar o produto sem precisar sair de suas residncias.

    E) Alternativa correta.

    Justicativa: os medicamentos similares apresentam baixa qualidade quando comparadmedicamentos, alm de terem menor preo.

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    FIGURAS

    Figura 3

    OMS, Informe sobre la sade en el mundo, 2000.

    Figura 9

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    Figura 10

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    Figura 11ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    Figura 12

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    Figura 13

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    Figura 14

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    Figura 15

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    REFERNCIAS

    Textuais

    FERREIRA, J. J. A.A srie ISO 9000:2000 . So Paulo: Fundao Vanzolini, 2001.

    ITALIANI, F.Marketing farmacutico uma anlise estratgica. 2. ed. So Paulo: Qualitymark, 2

    MELLO, C. H. P.et al . ISO 9001:2000. So Paulo: Atlas, 2002.

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    OLIVEIRA, D. P. R. de.Sistemas, organizao& mtodos: uma abordagem gerencial. 13. ed. So PauloAtlas, 2002.

    SAMUELSON, P. A.Economics . Nova Iorque: Mcgraw Hill, 1976.

    STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E.Administrao . 5. ed. Rio de Janeiro: PHB, 1992.

    Sites

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    Informaes:

    www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000