Economia - Capítulo 05 (Demanda, Oferta, Equilíbrio de Mercado e Elasticidade)

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Economia – Capítulo 5 Thaís Bombassaro – Direito Dinâmica – 1º Período B Capítulo 5 – Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado Demanda ou Oferta Utilidade (satisfação) marginal é o prazer que o consumidor sente ao consumir unidades a mais de um determinado bem ou serviço. Geralmente é decrescente, pois o consumidor vai perdendo a percepção da satisfação quando consome unidades a mais de um bem ou serviço. Lei Geral da Demanda é a relação inversa que ocorre entre o preço de um bem ou serviço e a quantidade demandada do mesmo. Escala de procura Preç o Quantida de demandad a 1,00 11.000 3,00 9.000 6,00 6.000 8,00 4.000 10,0 0 2.000 Curva de Demanda Função demanda: Qd=F[P] 1

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Capítulo 5 – Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado

Demanda ou Oferta

Utilidade (satisfação) marginal é o prazer que o consumidor sente ao consumir unidades a mais de um determinado bem ou serviço. Geralmente é decrescente, pois o consumidor vai perdendo a percepção da satisfação quando consome unidades a mais de um bem ou serviço.

Lei Geral da Demanda é a relação inversa que ocorre entre o preço de um bem ou serviço e a quantidade demandada do mesmo.

Escala de procura

Preço Quantidade demandada

1,00 11.000

3,00 9.000

6,00 6.000

8,00 4.000

10,00 2.000

Curva de Demanda

Função demanda: Qd=F[P]

na equação, mostra-se que a quantidade é função do preço (ou seja, a qtde. depende do preço).

Quando o preço de um bem aumenta, a quantidade procurada diminui.

Preço Demanda

Esse comportamento decrescente da curva de demanda ocorre devido aos efeitos renda e substituição.

Efeito Renda Quando o preço de um bem aumenta, relativamente haverá uma perda do poder aquisitivo do consumidor, coeteris paribus. Dessa forma, a quantidade consumida diminuirá. Note que o contrário é verdadeiro.

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Efeito Substituição Quando o preço de um bem aumenta, a quantidade procurada do mesmo cairá devido ao fato do consumidor procurar substitutos mais baratos, coeteris paribus. É interessante lembrar que o contrário é verdadeiro.

Outras variáveis que influenciam a curva de Demanda:

Renda do Consumidor

o Tipos de Bens:

Normal - Renda Consumo ou Renda Consumo (relação direta entre Renda e Consumo)

Superior ou de Luxo - Renda Consumo (quando o aumento do consumo é mais que proporcional ao aumento na renda).

De Consumo Saciado – (nível de consumo não é afetado pela renda – ex.: feijão, arroz)

Inferior - Renda Consumo

Preços de outros bens substitutos (ou concorrentes) – Relação direta entre o preço de um bem (x) e o consumo de outro (y): Px Qdx Dy ou Px Qdx Dy Ex.: Aumenta o preço da carne vermelha, aumenta a procura por frango.

Bens complementares – Relação inversa entre o preço de um bem (x) e o consumo de outro (y): Px Qdx Dy ou Px Qdx Dy Ex.: Preço do pão e consumo de manteiga - Quantidade de Automóveis e o preço da gasolina ou do seguro.

Hábitos (gosto e preferência)

Demanda = função (preço do bem, preço de outros bens, renda do consumidor, gosto e preferência do consumidor)

Diferença entre Demanda (D) e Quantidade demandada (Qd)

Qd: é analisada ao longo da curva de demanda para cada nível de preço do bem.

D: é a curva em que se estabelece um padrão de consumo do produto pelo consumidor

Na figura ao lado, a demanda está indicada pela reta indicada pela letra D; a quantidade procurada relacionada ao preço Po é Qo. Caso o preço do bem aumentasse para P1, haveria uma diminuição na quantidade demandada, não na demanda. Ou seja, as alterações da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva de demanda (reta D).

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“Quando o preço de um bem aumenta, cai a quantidade demandada pelo bem”.

Caso houvesse um aumento na renda do consumidor e os preços permanecessem constantes (CP), haveria um aumento na qtde procurada (de D0 para D1) – ou seja, houve um aumento na demanda e não na qtde demandada (pois o movimento da qtde demandada ocorre ao longo da curva).

Suponhamos que agora a curva da procura inicial (veja a figura ao lado) fosse a reta indicada pela letra D0. Sendo o bem superior, caso houvesse um aumento na renda dos consumidores (coeteris paribus), a curva da procura D0 iria se deslocar para a direita, o que estaria indicando que, aos mesmos preços, por exemplo, P0, o consumidor estaria disposto a adquirir maiores quantidades do bem, passando de Q0 para Q2. A nova curva de demanda é representada pela reta D1.

“Quando a renda do consumidor aumenta, a demanda também aumenta.”

Também alteram a curva de demanda os preços de bens substitutivos e de bens complementares, além do gosto e da preferência do consumidor.

Oferta de Mercado

É a quantidade que os produtores desejam ofertar a determinado nível de preço, durante um período de tempo.

Maior o preço, mais o produtor vai querer produzir.

Lei Geral da Oferta é a relação direta que ocorre entre o preço do bem e a quantidade ofertada. P Qo ou P Qo

Pela lei geral da oferta, a curva é diretamente proporcional entre quantidade e preços (CP), ou positivamente inclinada, pois o aumento dos preços estimula a elevação da produção e a quantidade ofertada (e essa oferta é afetada pelos custos dos fatores de produção, por alterações tecnológicas, e pelo aumento de empresas no mercado).

Deslocamento na curva de oferta:

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Variáveis que influenciam a oferta:

Preço

Custo de produção

Tecnologia

Número de empresas

Parece claro que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional. Por exemplo, um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas deve provocar (coeteris paribus), uma retração da oferta do produto.

A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção, e, portanto aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor.

Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, coeteris paribus (movimento ao longo da curva - diagrama A), enquanto uma alteração nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a oferta (isto é, a curva de oferta).

Por exemplo, um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda na oferta: mantido o mesmo preço P0 (isto é, coeteris paribus), as empresas são obrigadas a diminuir a produção (diagrama B).

Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica na utilização dos mesmos, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se, desse modo, a curva de oferta para a direita (diagrama C).

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Equilíbrio de Mercado

A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. Ou seja, quando ocorre o cruzamento entre as curvas de oferta e demanda, o preço de equilíbrio de mercado é estabelecido.

Observe a tabela abaixo e compare com o gráfico da próxima página:

Preço Qo Qd Situação

1,00 11000 1000 excesso de procura/ escassez de oferta

3,00 9000 3000 excesso de procura / escassez de oferta

6,00 6000 6000 Equilíbrio entre oferta e procura

8,00 4000 8000 excesso de oferta / escassez de procura

10,00 2000 10000 excesso de oferta / escassez de procura

Legendas: Qo – Quantidade ofertadaQd – Quantidade demandada

R$ 6,00 é o preço de quantidade de equilíbrio, ou seja, o preço e a quantidade que atendem as aspirações de consumidores e dos produtores simultaneamente. Existe

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uma tendência natural do mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio, e se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços (como p.ex., na época do Sarney com o congelamento dos preços) e se o sistema é de concorrência pura ou perfeita.

Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E), teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente.

Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela do ponto de equilíbrio E (o ponto A, por exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma

competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão.

Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E (o ponto B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio.

Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário - sem filas e sem estoques não desejados pelas empresas.

Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. Para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que normalmente impedem quedas de preços dos bens e serviços.

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Deslocamentos das Curvas de Oferta e Demanda

Deslocamento da Demanda e Variações de Preço

Deslocamento da Oferta e Variações de Preço

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Crescimento econômico deslocamento das curvas de demanda e oferta, com aumento de preços. (Cria um novo ponto de equilíbrio)

Crescimento sem inflação deslocamento *igual* das curvas de demanda e de oferta – sem aumento nos preços (na verdade é uma utopia).

Qual o nível de inflação ideal de um país?

É aquele cujo crescimento econômico consegue justificar. (A % de inflação equipara-se à % de crescimento, ou seja, se o preço aumento 4%, a oferta tbm aumentou 4%).

Elasticidade

É o impacto de uma variável sobre outra variável, coeteris paribus.

Elasticidade-preço da Demanda (EPd)

EPd = __Variação percentual da quantidade demandada__

Variação percentual do preço do bem ou serviço

|EPd| positivo

|EPd| = _0,2_ % = _2_ % Qd Qd Variações de preço afetam pouco o consumidor

1 % 10 % P P

|EPd| = _4,2_ % = _42_ % Qd Qd Variações de preço afetam mais o consumidor

1 % 10 % P P

Demanda Inelástica – o consumidor é pouco sensível a variações no preço. Ex.: sal de cozinha.

0 < |EPd| < 1

Demanda Unitária

|EPd| = 1

Demanda Elástica – ex.: carne, roupa, etc...

|EPd| > 1

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Fatores que influenciam:

Número de substitutos;

Essencialidade do bem;

Participação do gasto com o bem e relação ao orçamento do consumidor.

Incidência Tributária x |Epd|: se um bem for de demanda inelástica, o produtor tenderá a repassar o impacto do aumento de impostos para o consumidor via aumento de preços do bem.

Receita Total x |Epd|: se a demanda for inelástica, aumentando-se o preço, a quantidade demandada diminui muito pouco, resultando num aumento considerável da Receita Total. O inverso tbm é válido. Se a demanda for elástica e a quantidade demandada diminuir mto, o preço sobe e a RT diminui. Se a qd

aumentar mto, o preço cai, e a RT aumenta.

Receita Total (RT) = preço x quantidade vendida (qd)

Elasticidade-renda da Demanda (ERd)

ERd = __Variação percentual da quantidade demandada__

Variação percentual da renda

ERd < 0 Bens inferiores (Ex.: - 0,8)

0< ERd < 1 Bens normais (Ex.: 0,9)

ERd > 1 Bens superiores, de luxo (Ex.: 3,7)

Elasticidade-preço cruzado da Demanda (Exy)

X um bem / y outro bemExy = %Q dy

%Px

Exy < 0 bens complementares

Exy = %Q dy %Px

Exy > 0 bens substitutos

Exy = %Q dy %Px

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