Ecologia ( Blog) 1

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Pequena apresentação de Carlos Pacheco Posted on: Agosto 28, 2007 8:50 PM, by Ítalo M. R. Guedes Bem, em primeiro lugar gostaria de deixar claro a satisfação de fazer parte da comunidade Geófagos. Meu nome é Carlos Pacheco, sou Engenheiro Ambiental e mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente venho cursando meu doutorado também em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição. Atualmente muito se tem falado sobre a questão ambiental. Porém, uma primeira discussão se faz necessária, a diferença entre opiniões de "ambientófilos" e "ambientólogos". Hora, quais os significados dessas palavras? Bem, os radicais formadores já dizem tudo a respeito, onde a primeira estaria relacionada a "amigos ou simpatizantes do ambiente" enquanto a segunda estaria relacionada a "estudiosos ou profissionais da área ambiental". Claro que boa parte dos "ambientólogos" também são "ambientófilos", mas o contrário nem sempre ocorre. Quando ouvimos comentários acerca de possíveis impactos ambientais de determinado empreendimento temos que processá-los criticamente colocando a nossa "massa cinzenta" para processar. O ambiente pode ser entendido como um triângulo, onde três meios estão nos seus vértices, são eles o sócio-econômico, o físico e o biótico. Resumidamente o sócio-econômico trata de questões relacionadas ao poder de modificação ambiental do "bicho homem", o físico trata de questões relacionadas aos componentes físicos que nada mais são que a água, o solo e o ar, enquanto que o biótico trata das questões relacionadas à flora e à fauna. Os impactos ambientais, por sua vez, são alterações nas propriedades de um dos três meios causadas pelo homem e podem ser positivos ou negativos. Isso mesmo, existem impactos ambientais positivos também. Nesse sentido posso citar que a geração de empregos e a criação de reservas particulares do patrimônio natural podem ser considerados impactos positivos de um determinado empreendimento, enquanto o aumento no nível de ruídos, alterações para pior da qualidade da água, solo e ar e redução do hábitat de determinada espécie podem ser entendidos como impactos negativos. Bem, exposto isso pode-se concluir que o que se convencionou chamar de "desenvolvimento sustentável" deve, primordialmente, conseguir um certo equilíbrio entre os impactos positivos e negativos nos três meios. Assim, as atividades econômicas tem seus impactos vistos por um "ambientólogo" como resultados dos diversos processos que a compõem, sendo a sua "viabilidade ambiental" determinada pelos "pesos dos impactos". É como se colocássemos numa balança os impactos positivos e negativos. Se o saldo for positivo para os positivos a atividade é benéfica, enquanto se a balança tender para os impactos negativos a atividade será considerada maléfica. Muitas vezes nos deparamos com opiniões de "ambientófilos" condenando veementemente uma ou outra atividade econômica sem que os impactos sejam colocados na balança. Isso nada mais é do que uma pré-condenação ou um pré-conceito de determinada atividade. O meu objetivo nesse blog é procurar esclarecer algumas situações colocadas pelos leitores e dentro do possível torná-los "ambientólogos", o que de maneira alguma os farão deixar de serem "ambientófilos", muito pelo contrário, à medida que se conhece os processos envolvidos com a questão ambiental maior tendência os leitores terão de se tornarem amantes das ciências

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Pequena apresentação de Carlos Pacheco Posted on: Agosto 28, 2007 8:50 PM, by Ítalo M. R. Guedes

Bem, em primeiro lugar gostaria de deixar claro a satisfação de fazer parte da comunidade Geófagos. Meu nome é Carlos Pacheco, sou Engenheiro Ambiental e mestre em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente venho cursando meu doutorado também em Solos e Nutrição de Plantas pela mesma instituição.

Atualmente muito se tem falado sobre a questão ambiental. Porém, uma primeira discussão se faz necessária, a diferença entre opiniões de "ambientófilos" e "ambientólogos". Hora, quais os significados dessas palavras? Bem, os radicais formadores já dizem tudo a respeito, onde a primeira estaria relacionada a "amigos ou simpatizantes do ambiente" enquanto a segunda estaria relacionada a "estudiosos ou profissionais da área ambiental". Claro que boa parte dos "ambientólogos" também são "ambientófilos", mas o contrário nem sempre ocorre. Quando ouvimos comentários acerca de possíveis impactos ambientais de determinado empreendimento temos que processá-los criticamente colocando a nossa "massa cinzenta" para processar. O ambiente pode ser entendido como um triângulo, onde três meios estão nos seus vértices, são eles o sócio-econômico, o físico e o biótico. Resumidamente o sócio-econômico trata de questões relacionadas ao poder de modificação ambiental do "bicho homem", o físico trata de questões relacionadas aos componentes físicos que nada mais são que a água, o solo e o ar, enquanto que o biótico trata das questões relacionadas à flora e à fauna. Os impactos ambientais, por sua vez, são alterações nas propriedades de um dos três meios causadas pelo homem e podem ser positivos ou negativos. Isso mesmo, existem impactos ambientais positivos também. Nesse sentido posso citar que a geração de empregos e a criação de reservas particulares do patrimônio natural podem ser considerados impactos positivos de um determinado empreendimento, enquanto o aumento no nível de ruídos, alterações para pior da qualidade da água, solo e ar e redução do hábitat de determinada espécie podem ser entendidos como impactos negativos. Bem, exposto isso pode-se concluir que o que se convencionou chamar de "desenvolvimento sustentável" deve, primordialmente, conseguir um certo equilíbrio entre os impactos positivos e negativos nos três meios. Assim, as atividades econômicas tem seus impactos vistos por um "ambientólogo" como resultados dos diversos processos que a compõem, sendo a sua "viabilidade ambiental" determinada pelos "pesos dos impactos". É como se colocássemos numa balança os impactos positivos e negativos. Se o saldo for positivo para os positivos a atividade é benéfica, enquanto se a balança tender para os impactos negativos a atividade será considerada maléfica. Muitas vezes nos deparamos com opiniões de "ambientófilos" condenando veementemente uma ou outra atividade econômica sem que os impactos sejam colocados na balança. Isso nada mais é do que uma pré-condenação ou um pré-conceito de determinada atividade. O meu objetivo nesse blog é procurar esclarecer algumas situações colocadas pelos leitores e dentro do possível torná-los "ambientólogos", o que de maneira alguma os farão deixar de serem "ambientófilos", muito pelo contrário, à medida que se conhece os processos envolvidos com a questão ambiental maior tendência os leitores terão de se tornarem amantes das ciências

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ambientais. Espero que nossas discussões sejam construtivas, tratando multidisciplinarmente as questões ambientais, como por essência elas devem ser. Obrigado pela atenção de vocês leitores e até uma próxima jornada.

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Comments (2)

1 Concordo plenamente... a quantidade de emails que recebo falando de abaixo assinados contra hidroeletricas, termoeletricas e outras obras... devemos pensar nos 3 vertices e encontrar o equilibro.

Posted by: Larissa | fevereiro 21, 2008 7:58 AM

2 infelismente para se ter um impacto ambiental positivo será necessario ter um negativo antes, sendo assim o impacto positivo é "tolo". É como se dessemos um soco na cara de alguem e depois colocassemos gelo.

Posted by: Adonias Soares | junho 20, 2008 8:35 PM

Comentário crítico:

Aluna: Rafaela Santiago Barbosa

A escolha desse artigo se deu não só pelo fato do mesmo apresentar

opiniões diversas, mas deste ser de extrema importância na amplitude do meio

em que vivemos. É impossível haver desenvolvimento, sem a geração de

impactos, que não ocorrem apenas no ambiente como geralmente enfatizamos,

os mesmos ocorrem também em uma sociedade como um todo, como diz o

texto, o ambiente é entendido como um triângulo cujo três vértices representam

o socioeconômico, o físico e o biótico.

Com a ajuda da globalização, o capitalismo ganha força, o que induz o

consumo desenfreado de produtos produzidos por matérias-primas renováveis

ou não-renováveis, o crescimento das áreas urbanas sem planejamento, entre

outras são as razões que causam danos ao complexo em que habitamos.

Portanto, é de extrema importância que criemos uma compensação dos

impactos negativos com os positivos, obtendo assim uma geração de

sustentabilidade.