Ecografia das Artérias Carótidas e Vertebrais

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DOPPLER ECOGRAFIA ARTÉRIAS CARÓTIDAS Dr. José H. Germano Correia Depto. Imagem do Hospital Regional do Cariri Membro Titular do CBR

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DOPPLER ECOGRAFIAARTÉRIAS CARÓTIDAS

Dr. José H. Germano Correia

Depto. Imagem do Hospital Regional do Cariri

Membro Titular do CBR

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O ultrassom Doppler de carótidas é, de longe, o exame mais realizado no mundo para o estudo da doença carotídea. Estima-se que nos Estados Unidos 80 % dos pacientes são submetidos a endarterectomia de carótidas, tendo como único exame de imagem pré-operatória o ultrassom Doppler.

North American Symptomatic Carotid Endarterectomy (NASCT). N Engl J Med 1991; 325: 445-443

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INDICAÇÕES E OBJETIVOS DO EXAME1. AVALIAR DOENÇA ATEROMATOSA2. ATAQUES ISQUÊMICOS TRANSITÓRIOS.3. AVC LEVES EM RESOLUÇÃO (pacientes mais jovens)4. ALTO RISCO CARDIOVASCULAR (hipertensão + diabetes+

obesidade + tabagismo)

5. PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO6. PAC. ASSINTOMÁTICOS (massa cervical pulsátil, sopro …).

7. QUANTIFICAR GRAUS DE ESTENOSE8. VERIFICAR TORTUOSIDADES E VARIAÇÕES

ANATÔMICAS, ALÉM DE DISSECÇÕES, TUMORES E ANEURISMAS.

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ANATOMIA

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VARIANTES DA ACI

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ECODOPPLER NORMAL DE AACCAVALIAÇÃO DAS ARTÉRIAS:Carótidas Comuns, Carótidas Internas, Carótidas Externas e Vertebrais.

POSICIONAMENTO DO PACIENTE:

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ECODOPPLER NORMAL DE AACCPARÂMETROS: 1. ESCALA CINZA – MODO B:

Camada médio-intimal * VN< 1 mm

Placas

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2. DOPPLER COLORIDO

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3. POWER DOPPLER

4. DOPPLER ESPECTRAL: velocidades, morfologia, índices de resistência e pulsatilidade. Traçados nos seguintes cortes:

ACC: Proximal e DistalBIFURCAÇÃOACI: Proximal, Medial e DistalACE: ProximalVERTEBRAL: Emergência (V0), C6 (V1) e C2 (V2)

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AACC- ESPECTRO DOPPLER NORMAL

ACC ACI ACE

VPS: 45 a 125 cm/s

DIFERENÇA DIR/ESQ < 15 cm/s

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Parâmetros Carótida Interna Carótida ExternaCALIBRE MAIOR MENORRAMOS RARAMENTE SIM

ORIENTAÇÃO POSTERIOR ANTERIORRESISTÊNCIA VASCULAR MENOR MAIOR

“PANCADINHA”TEMPORAL NEGATIVA POSITIVA

ACI X ACE: diferenças

"Pancadinha" temporal:DEFLEXÕES REGULARES EM “DENTE-DE-SERRA

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AAVV- ESPECTRO DOPPLER NORMAL

VPS: 20 a 40 cm/sVPS < 10 cm/s - anormal

Fluxo de baixa resistênciaDiâmetro médio= 4 mm

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CARACTERIZAÇÃO DAS PLACAS • MATERIAL ECOGÊNICO QUE CAUSA ESPESSAMENTO DA

REFLEXÃO INTIMAL, PROJETANDO-SE PARA O LUMEN ARTERIAL.

• EMI > 1,2 mm INDICA PRESENÇA DE PLACA.• TIPOS

a. NÃO COMPLICADA OU ESTÁVEL: depósito uniforme revestido por cápsula de tecido fibroso subendotelial

b. COMPLICADA: interrompida por processo degenerativo: necrose, hemorragia, calcificação, afilamento ou ruptura da cápsula, rutura da camada endotelial e ulceração.

• MEDIR EM SECÇÃO TRANSVERSA DEMONSTRANDO A EXTENSÃO CIRCUNFERENCIAL E A ESPESSURA DA PLACA.

• MEDIR EM SECÇÃO LONGITUDINAL A EXTENSÃO CRÂNIO-CAUDAL

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1. LOCALIZAÇÃO2. DIMENSÕES: extensão, espessura e grau de estenose

3. ECOGENICIDADE: hiper, iso ou hipoecoica

4. ECOTEXTURA: homogêna ou heterogênea

5. SUPERFÍCIE: lisa, irregular ou ulcerada

6. CALCIFICAÇÕES7. COMPOSIÇÃO: gordurosa, fibrosa/fibrogordurosa,

fibrocalcificada

CARACTERIZAÇÃO DAS PLACAS

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ANGIOGRAMA COMPARATIVO

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ESTENOSE - CONSENSOCarotid Artery Stenosis: gray-scale and Doppler US diagnosis

Society of Radiologists in UltrasoundConsensus Conference – S Francisco, California - Oct/2002

AS RECOMENDAÇÕES SÃO APLICADAS EM SEIS ÁREAS PRINCIPAIS:1. Considerações técnicas2. Estratificação do diagnóstico3. Parâmetros de Doppler e imagem4. Limites do método Doppler5. Relatório final6. Avaliação da qualidade.

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CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

O exame deve ser realizado através da utilização de escala de cinza, Doppler colorido e Doppler pulsado, de acordo com um protocolo pré-definido por um órgão de acreditação.

• AngulaçãoA onda espectral deve ser obtida com um ângulo de insonação menor ou igual a 60 graus, pois erros básicos como esse podem levar a grandes diferenças no que diz respeito à obtenção de velocidades.

• Posicionamento do volume amostraVolume amostra deve ser cuidadosamente alocado em todo o trajeto da estenose, procurando registrar a velocidade máxima ao longo do trajeto da estenose.

• EquipamentoExiste grande variabilidade de resultados quando avaliamos as medidas entre diferentes equipamentos de diferentes fabricantes. Recomenda-se que as indústrias produtoras destes equipamentos desenvolvam padrões de medida de Doppler para minimizar estas diferenças na calibração dos equipamentos.

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ESTRATIFICAÇÃO DAS ESTENOSESRecomenda-se que se utilize a estratificação com os seguintes intervalos:

< 50 %, entre 50-69 %, > 70 %, sub-oclusão e oclusão.

Observações importantes:• A estenose < 50 % deve ser mencionada dessa maneira, sem a

utilização de subcategorias (como anteriormente citado na literatura), porque a confiabilidade do método para esse intervalo é grande.

• O motivo para utilizarmos o ponto de corte de 70% deriva do fato de que, após os estudos multicêntricos já citados, na atualidade a maioria dos serviços utiliza este ponto de corte para decidir sobre a intervenção.

• Outro ponto interessantíssimo é que para a diferenciação entre sub-oclusão e oclusão, recomenda-se não utilizar parâmetros de velocidade Doppler e sim análise empírica, de acordo com a opinião do observador, das imagens em Doppler colorido e Power Doppler.

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PARÂMETROS PRIMÁRIOSRecomenda-se que os parâmetros primários a serem utilizados na aferição da estenose da artéria carótida interna sejam a velocidade de pico sistólico, combinada com a aferição da redução de área pela imagem em escala de cinza / imagem colorida, os quais devem ser concordantes. A velocidade de pico sistólico é um parâmetro que possui boa reprodutibilidade na maioria dos laboratórios.

PARÂMETROS ADICIONAIS (SECUNDÁRIOS)Recomenda-se a utilização da relação de velocidade de pico sistólico entre a carótida interna e a carótida comum, bem como a utilização da velocidade diastólica final na carótida interna. Esses parâmetros dever ser utilizados em situações específicas como presença de estenose crítica ou oclusão contra-lateral, dificuldade de avaliação da placa devido calcificação, estados hiperdinâmicos e baixo débito cardíaco.

Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular não recomenda a utilização do segundo critério primário.

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PARÂMETROS DE DIAGNÓSTICO DOPPLER

PARÂMETROS PRIMÁRIOS:• Estenose < 50%: PVS ACI < 125 cm/s; placa com redução luminal < 50%

• Estenose entre 50% e 69%: PVS ACI 125 a 230 cm/s; placa com redução luminal ≥ 50%

• Estenose≥ 70%: PVS ACI > 230 cm/s; placa com redução luminal > 50%

• Suboclusão: PVS variáveis; placa com grande redução luminal

• Oclusão: ausência de luz patente, sem fluxo detectável.

PARÂMETROS ADICIONAIS:• Estenose<50%: PVSACI/ACC <2 e VDF <40cm/s;

• Estenose entre 50% e 69%: PVS ACI/ACC 2 a 4 e VDF 40 a 100 cm/s;

• Estenose≥70%: PVSACI/ACC > 4 e VDF > 100cm/s

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ESTENOSE – CONSENSO- Resumo

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• No contexto desses parâmetros diagnósticos, uma observação importante é a de que na diferenciação entre estenose > 70 % e sub-oclusão, quanto mais alta a velocidade de pico sistólico, provavelmente mais perto estaremos da sub-oclusão,

• Para o diagnóstico de sub-oclusão, muitas vezes não se utilizam os parâmetros de velocidade, pois esta pode estar muito alta, muito baixa ou indetectável, utilizando critérios de imagem modo B/colorido.

• O diagnóstico de oclusão deve ser confirmado por outro método de imagem, como angio-ressonância, angio CT ou angiografia convencional.

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RELATÓRIO FINAL DO EXAMERecomendações:- Corpo do relatório:Documentar achados relevantes do exame como velocidades aferidas e achados sobre a composição da placa.Referir limitações do exame como acesso dificultado pelo tipo de placa ou outros desvios possíveis, como estado hemodinâmico e baixo débito cardíaco.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADETeoricamente, todos os laboratórios deveriam conseguir validar seus critérios diagnósticos, porém sabe-se que isso nem sempre seja possível, seja pela falta muitas vezes de acesso às angiografias para comparação, seja por limitações técnicas e administrativas da própria instituição.

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• Presente estudo mostra que os critérios do Consenso de 2003 para identificação das estenoses da ACI ≥ 50% e ≥ 70% são válidos e aplicáveis na nossa instituição com boa acurácia. Porém, no caso das estenoses ≥ 50%, o PVS ≥ 141 cm/s apresentou uma melhora na especificidade em relação ao PVS ≥ 125 cm/s (90% X 83%), com redução de apenas 3% na sensibilidade.

• A boa especificidade (98%) e VPP (94%) da VDF ≥ 140 cm/s na identificação das estenoses da ACI ≥ 80% nos levam a crer que, se deparamos com uma uma estenose da ACI ≥ 70%, identificada pelos critérios do consenso de 2003, porém na avaliação da VDF o valor é ≥ 140 cm/s, provavelmente estamos diante de uma estenose da ACI ≥ 80%

Arq Bras de Cardiol: Imagem Cardiovasclular.2015; 28(1);17-24

Doppler Ultrasonography of Carotid Arteries: Velocity Criteria Validated by Arteriography. (Ana Cláudia Gomes Pereira Petisco et al)

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, São Paulo, SP – Brasil

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SUBOCLUSÃO

ESTENOSE 80%

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ESTENOSE ACE

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FENÔMENO DO ROUBO DA SUBCLÁVIA

Doença estenótica-oclusiva da artéria subclávia proximal

com fluxo retrógrado na artéria vertebral ipsilateral

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ROUBO DA SUBCLÁVIA

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Interrupção do fluxo no momento do roubo

Imagem clássica de Doppler com roubo parcialdesaceleração médio sistólica (“Sinal do Coelho”)

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• PESCOÇO CURTO• BIFURCAÇÃO CAROTIDEA ALTA• VASOS TORTUOSOS• SOMBREAMENTO DE PLACAS CALCIFICADAS• CICATRIZES CIRÚRGICAS• HEMATOMA PÓS-OPERATORIO• IMPOSSIBILIDADE DO DECÚBITO SUPINO• ARTRITE CERVICAL• PACIENTE NÃO COOPERATIVO

LIMITAÇÕES DO EXAME

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OBRIGADO!