Eclesiologia - Repensando a Igreja á Luz Do N T-Aula21

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    [DIGITE TEXTO]

    ECLESIOLOGIA

    Repensando a

    Igreja à Luz do

     Novo Testamento 

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    ECLESIOLOGIA – REPENSANDO A IGREJA À LUZ DO NOVO TESTAMENTO

    ECLESIOLOGIA

    Repensando a

    Igreja à Luz do

     Novo Testamento

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    ECLESIOLOGIA – REPENSANDO A IGREJA À LUZ DO NOVO TESTAMENTO

    CONTEÚDO

    CAPÍTULO 01 .................................................................................................................... 6 

    A ESSÊNCIA DA IGREJA ................................................................................................ 6 

    A.  INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 6 

    B.  A IGREJA E SUA VISÃO VETEROTESTAMENTÁRIA ..................................................... 8 

    CAPÍTULO 02 .................................................................................................................. 10 

    O IMPORTANTE X O IMPORTANTE ............................................................................. 10 

    VERDADES PARADOXAIS ......................................................................................... 10 

    A. 

    AS FORMAS E ESTRUTURAS ........................................................................................ 10 

    B. 

    A APARÊNCIA E A FORMA DA IGREJA ......................................................................... 11 

    CAPÍTULO 03 .................................................................................................................. 12 

    A ECLESIOLOGIA .......................................................................................................... 12 

    A. 

    O QUE É A IGREJA? ........................................................................................................ 12 

    B. 

    OS USOS DA PALAVRA ECCLESIA ............................................................................... 13 

    CAPÍTULO 04 .................................................................................................................. 16 

    A IGREJA UNIVERSAL OU IGREJA INVISÍVEL ............................................................ 16 

    A. 

    A NATUREZA DESCENTRALIZADORA DA IGREJA ...................................................... 16 

    B. 

    A CENTRALIDADE EM CRISTO ...................................................................................... 18 

    CAPÍTULO 05 .................................................................................................................. 20 

    A IGREJA LOCAL ........................................................................................................... 20 

    A IGREJA LOCAL ........................................................................................................ 20 

    A.  DEFINIÇÃO PRÁTICA ...................................................................................................... 20 

    B.  RAZÃO DA EXISTÊNCIA DA IGREJA LOCAL ................................................................ 22 

    CAPÍTULO 06 .................................................................................................................. 24 

    AS FUNÇÕES DINÂMICAS DA IGREJA NO NOVO TESTAMENTO ............................. 24 

    AÇÕES VITAIS DE UMA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA.......................................... 24 

    A. 

    ADORAÇÃO ...................................................................................................................... 24 

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    B.  APRENDIZAGEM .............................................................................................................. 25 

    C.  COMUNHÃO ..................................................................................................................... 26 

    D.  EVANGELIZAÇÃO ............................................................................................................ 27 

    CAPÍTULO 07 .................................................................................................................. 30 

    RUMOS PARA UMA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA ................................................... 30 

    DIRETRIZES PARA UMA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA ........................................ 30 

    A. 

    A ESSÊNCIA DA IGREJA LOCAL. ................................................................................... 30 

    B. 

    FORMAS SEM FUNÇÃO. ................................................................................................. 30 

    C. 

    DESEQUILÍBRIO FUNCIONAL. ....................................................................................... 31 

    D. 

    FUNÇÃO SOBRE FORMA................................................................................................ 31 

    E.  FUNCIONALIDADE E DENOMINAÇÕES. ....................................................................... 31 

    F.  AS IGREJAS E A IGREJA. ............................................................................................... 32 

    G.  VISÃO DESCENTRALIZADORA DA IGREJA LOCAL..................................................... 33 

    H. 

    FORMAS E DOUTRINA. ................................................................................................... 33 

    I. 

    CONCLUSÃO .................................................................................................................... 33 

    BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 35 

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    CAPÍTULO 01

    A ESSÊNCIA DA IGREJA

     A. INTRODUÇÃO

    1. A IGREJA VIVENDO A SÍNDROME DA LAGARTA

    PROCESSIONÁRIA

    A lagarta processionária alimenta-se de flores e folhas de árvores.

    Passando pela floresta, uma se move com as outras, formando

    filas compridas, cada uma com a cabeça colada contra a

    extremidade de seu predecessor.

    Jean-Henri Fabre, um naturalista francês, ao estudar um grupo

    dessas lagartas, induziu-as a circular em torno de um grande vaso.

    Juntando a última lagarta com a primeira, ele formou um círculo

    completo que seguia num cortejo sem princípio ou fim.

    O naturalista pressupunha que depois de algum tempo, as lagartas

    perceberiam seu caminho circular, ficariam cansadas da marcha

    inútil e partiriam em uma nova direção. Mas não foi o caso. Pela

    força do hábito, esse círculo vivo continuou a se arrastar ao redor

    do vaso, vez após vez, dia após dia, mantendo a mesma

    velocidade!

    Uma porção de comida foi colocada ao lado do vaso, em plena

    vista das lagartas, mas fora do alcance do círculo. Mesmo assim,

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    elas permaneceram em sua vereda por sete dias e noites - o que

    se tornou uma marcha rumo à morte.

    As lagartas processionárias estavam seguindo sua experiência

    passada:

    a. Instinto

    b. Hábito

    c. Precedência

    d. Costume

    e. Tradição

    f.Padrão normal.

    Mas elas estavam seguindo às cegas. Confundiam atividade com

    progresso. As lagartas tinham boas intenções, mas iriam perecer.

    Assim também anda, às vezes, a igreja.

    J. Scott Horrell

    2. A TENSÃO ENTRE A VIDA ATUAL DA IGREJA E O NOVO

    TESTAMENTO

    Existem muitos cristãos vivendo uma tensão entre a maneira

    tradicional de ser igreja e o que eles encontram na Bíblia.

    Suspeitam que as formas da igreja local muitas vezes não

    combinam com o que a igreja deve ser e fazer.

    Um grupo de líderes cristãos concluiu recentemente que a maioria

    das atividades das igrejas cristãs gira em torno de quatro

    conceitos centrais:

    a. O templob. O sábado cristão (os dias de culto)

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    c. O culto

    d. O clero (o ministério constituído da igreja local)

    B. A IGREJA E SUA VISÃO VETEROTESTAMENTÁRIA

    Na verdade, a igreja atual é mais Veterotestamentária  do que

    Neotestamentária em sua prática.

    1. O CORPO DE CRISTO

    No Novo Testamento, a Igreja é chamada o Corpo de Cristo. Esse

    conceito de igreja nos liberta para experimentar novas formas da

    igreja local que parecem muito diferentes dos padrões históricos e

    denominacionais. Isso não quer dizer que os padrões da igreja

    evangélica de hoje estejam necessariamente errados, pois o

    Senhor deu bastante liberdade quanto à forma e organização da

    igreja local.

    2. UM RETRATO DESFOCADO

    Mas uma coisa é clara: estamos longe do retrato encontrado na

    igreja primitiva. Precisamos reexperimentar a liberdade

    eclesiástica do Novo Testamento.

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    CAPÍTULO 02

    O IMPORTANTE X O IMPORTANTE

    VERDADES PARADOXAIS

    Há duas verdades quase paradoxais que pairam sobre a

    eclesiologia praticada pela igreja.

     A. AS FORMAS E ESTRUTURAS

    As formas e estruturas da igreja são coisas secundárias. Onde existe

    pregação das verdades básicas da Bíblia, onde há fé e

    compromisso, onde pessoas buscam a presença do Senhor e

    esperam Sua resposta em oração, onde pessoas obedecem à

    Palavra e vencem o pecado, ali o Deus Vivo na Sua misericórdia

    está atuando. A estrutura, a organização e o ritual, portanto, quase

    sempre ocupa o segundo lugar no Novo Testamento.

    O estudo da igreja incluindo suas formas, ainda é muito importante.

    Certos elementos da igreja local são absolutos prescritos no Novo

    Testamento:

    a. Uma liderança qualificada

    b. O batismo, e

    c. A ceia do Senhor.

    Esses elementos são inegociáveis. Igualmente importante, da

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    perspectiva prática, é que a forma da igreja local é necessária para

    concretizar os propósitos de Deus na vida de seus membros. Ela

    deve facilitar o aperfeiçoamento de cada membro para que ele ande

    como Cristo nesse mundo.

    B. A APARÊNCIA E A FORMA DA IGREJA

    A aparência e a forma da igreja refletem, para o mundo, o tipo de

    Deus que adoramos.

    Ele é um ditador espiritual sobre ovelhas passivas?

    Ele é desorganizado?

    Superorganizado?

    Só gosta do antigo?

    Só gosta do novo?

    É intolerante?

    Supertolerante?

    Ama o favelado e o pobre?

    Por meio das formas e do funcionamento da igreja local, a nossa

    aparência leva infinidades de informações sobre a natureza do Deus

    que dizemos servir. Infelizmente, muitas vezes são justamente essascoisas externas que mais ofuscam as Boas Novas de Jesus Cristo.

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    CAPÍTULO 03

    A ECLESIOLOGIA

     A. O QUE É A IGREJA?

    1. DEFINIÇÕES

    A palavra igreja é proveniente do grego, ecclesia  literalmente,

    "os chamados para fora" (ek kaleo). No uso clássico e na

    Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento), ecclesia

    significa "reunião", "assembleia oficial", "congregação", grupo de

    soldados, exilados, religiosos ou anjos.

    Em Atos 7:38, a palavra denota a "congregação" dos

    israelitas com Moisés no deserto (cf. Nm 14:3, 4).

    Em Atos 19:32 e 40 (41), ecclesia fala da assembleia

    tumultuada contra o apóstolo Paulo em Éfeso.

    Atos 19:39 refere-se à assembleia oficial e jurídica quedevia governar a cidade.

    2. AS OCORRÊNCIAS DA PALAVRA “ECCLESIA”

    O termo “ecclesia” ocorre 115 vezes no Novo Testamento, das

    quais, 111 referem-se à igreja cristã.

    É interessante que, exceto por dois versículos (Mt 16:18 e 18:17),

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    não se vê o termo ecclesia nos evangelhos, embora

    aparentemente a palavra fosse usada o bastante para os

    discípulos não a estranharem.

    É depois do pentecostes que vemos o florescimento do uso e do

    conteúdo do conceito de igreja:

    Em Atos, ecclesia é usada 23 vezes;

    Nas cartas de Paulo, 62 vezes;

    Em Hebreus, duas vezes;

    Em Tiago, uma;

    Em 3 João, 3 vezes; e

    Em Apocalipse, 20 vezes (19 em Ap 1-3).

    B. OS USOS DA PALAVRA ECCLESIA

    Esta base é uma chave para entendermos melhor o significado da

    palavra para os nossos dias. Existem quatro usos de ecclesia

    relacionado à igreja cristã no Novo Testamento:

    1. REUNIÃO 

    De vez em quando, descreve um culto ou conjunto de cristãos:"quando vos reunis na igreja" (1 Co 11:18; cf. 14:4, 19, 28, 34).

    Aqui, não se refere a um lugar ou prédio, mas a um agrupamento

    de pessoas com o propósito de cultuar e ter comunhão, juntos.

    Então, nesse sentido, quando a reunião termina, a ecclesia não

    existe mais.

    Observamos que a Bíblia nunca usa a palavra igreja paraum prédio ou templo - que talvez seja o significado mais

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    usado hoje, no dia-a-dia.

    2. IGREJA LOCAL

    O uso mais numeroso de ecclesia é para uma congregação ou

    comunidade local de cristãos (At 8:1; 11:22, 26; Rm 16:1; plural

    em 1 Co 11:16, 22; 1 Ts 2:14 etc.).

    Em contraste com a ideia acima, aqui o foco está no povo e

    não na reunião. A maioria das epístolas do Novo

    Testamento são enviadas para igrejas locais (1 Co 1:2; 2 Co1:1; 1 Ts 1:1), como também as cartas às sete igrejas de

    Apocalipse 2-3.

    3. CRISTÃOS DE UMA REGIÃO

    Ocasionalmente, ecclesia envolve a totalidade de cristãos numa

    área geográfica, por exemplo, "a igreja da Ásia" (1 Co 16:19) ou

    "a igreja... [que] tinha paz por toda a Judéia, Galileia e Samaria"

    (At 9:31). Este uso provavelmente abrange todas as igrejas locais

    de uma região.

    Notamos aqui, que a ideia de igreja como uma denominação

    não existe no Novo Testamento. Isso quer dizer que se a

    Bíblia falasse da "ecclesia de Recife", envolveria todos os

    verdadeiros cristãos daquela cidade.

    4. O CORPO DE CRISTO

    O significado mais profundo e extraordinário da palavra ecclesia é

    a Igreja universal, o Corpo de Cristo. A igreja, nesta definição, é o

    organismo espiritual composto de todos os regenerados através

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    da fé em Cristo. Jesus Cristo é a cabeça da Igreja, que é "o seu

    corpo" (Ef 1:22-23; 4:15-16; Cl 1:18, 24; cf. 1 Co 12:12-27).

    Neste sentido, a Igreja universal é a única verdadeira igreja,

    incorporando todos os verdadeiros cristãos. Nesse nível, a

    Igreja é uma entidade espiritual e não possui forma. As

    igrejas locais pertencem ao Corpo de Cristo na medida em

    que elas têm membros realmente convertidos (algo que de

    fato somente Deus sabe). Deduzimos que nenhuma igreja

    local e nenhuma denominação refletem perfeita ou

    adequadamente a plenitude da Igreja, Corpo de Cristo.

    Esses quatro significados de ecclesia no Novo Testamento já

    indicam que as duas concepções de igreja mais comuns hoje -

    denominação e prédio - são alheias aos conceitos

    neotestamentários. Por causa dos nossos preconceitos sobre o que

    é igreja, temos a tendência de desvirtuar o que os autores bíblicos

    estavam querendo comunicar.

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    CAPÍTULO 04

    A IGREJA UNIVERSAL OU IGREJA INVISÍVEL

     A. A NATUREZA DESCENTRALIZADORA DA IGREJA

    1. NO VELHO TESTAMENTO

    No testamento hebraico, com o estabelecimento da monarquia de

    Israel, a adoração e o serviço a Deus ficaram orientados em torno

    de Jerusalém. As nações foram convidadas a reconhecer Israel

    como o mediador de Deus na terra.

    Para cultuar o verdadeiro Deus, os gentios deviam chegar a Israel -

    e não apenas a Israel, mas a Jerusalém (1 Cr 16:23-29; Sl 96). De

    maneira semelhante para o próprio judeu, o culto foi orientado à

    Cidade de Sião, ao templo e ao Santo dos Santos.

    Havia uma hierarquia de levitas, sacerdotes e sumo- sacerdotes

    que se tornaram os mediadores entre Deus e o homem. Eles eram

    especialistas e profissionais na Lei Mosaica acerca das cerimônias

    e dos sacrifícios.

    Havia dias especiais, festas religiosas e o sábado, que marcavam,

    diante das nações, a aliança entre Israel e Deus (Êx 31:13-17).

    Essa maneira de cultuar e servir a Deus era centralizadora:

    Centralizava-se racialmente nos judeus.

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    Centralizava-se geograficamente em Israel, Jerusalém, o

    Templo e o Santo dos Santos.

    Centralizava-se temporalmente no sábado e em certas

    festas religiosas.

    E centralizava-se na hierarquia religiosa mediadora, pois

    sem os sacerdotes era ilícito oferecer sacrifícios.

    2. NO NOVO TESTAMENTO 

    Quando vemos a Igreja do Novo Testamento, descobrimos a

    extraordinária inversão desta forma antiga do reino de Deus.

    Em vez de centralizar-se nos judeus, a Igreja se tornou

    universal para todos os povos, sem discriminação ou

    favoritismo.

    Em vez de centralizar-se geograficamente em Israel,

    Jerusalém e o templo, os cristãos foram mandados de

    Jerusalém para Judá e Samaria, até os confins da terra. No

    Corpo de Cristo, a geografia já não é importante. Onde está

    um cristão, ou onde dois ou três deles se encontram, ali há

    o templo de Deus..

    Em vez de centralizar-se temporalmente no sábado e nasfestas judaicas, a fé cristã se tornou algo a ser praticado no

    dia-a-dia, liberando o cristão para escolher quando adorar

    (Rm 14:5-6).

    Finalmente, em vez de centralizar-se numa hierarquia

    sacerdotal, cada cristão é declarado sacerdote, com acesso

    direto ao Deus Pai através de Jesus Cristo (1 Pe 2:5). ONovo Testamento destaca a necessidade de liderança

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    exercida por bispos, presbíteros, pastores e anciãos (todos

    essencialmente sinônimos, cf. At 20:17, 28; 1 Pe 5:1-4), e

    também de diáconos (1 Tm 3:8-11). Mas a liderança não é

    sacerdotal como no Antigo Testamento. Ele não assumeuma posição de rei ou sacerdote, nem executivo ou chefão.

    Ao contrário, a liderança foi concedida ao Corpo de Cristo

    para aperfeiçoar cada membro da igreja como sacerdote

    neste mundo (Ef 4:11-16).

    B. A CENTRALIDADE EM CRISTO

    Portanto, ao contrário do Antigo Testamento, a Igreja cristã é um

    organismo centralizado somente em Jesus Cristo e caracterizado

    cada vez mais no Novo Testamento por sua descentralização

    terrestre.

    O povo, o templo, o dia e, de certa forma, o próprio clero são

    periféricos aos propósitos centrais da igreja - que logo vamos

    explorar.

    Os métodos centralizadores das nossas igrejas locais de hoje muitas

    vezes contradizem a direção descentralizadora do Novo Testamento.

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    CAPÍTULO 05

    A IGREJA LOCAL

    A IGREJA LOCAL

    Ao destacar a Igreja universal como o quadro maior, através da qual

    interpretamos a igreja local, não pretendemos diminuir a importância

    da igreja local. Ela é a forma finita para realizar os propósitos do

    Corpo de Cristo no mundo.

     A. DEFINIÇÃO PRÁTICA

    A igreja local é um grupo de pessoas que confessam sua fé em

    Cristo, foram batizadas e se organizaram para fazer a vontade de

    Deus.

    1. É UM GRUPO QUE CONFESSA FÉ EM JESUS CRISTO.

    Se não professar fé em Cristo como o Senhor, a pessoa é

    excluída. Está implícito na parábola do trigo e o joio (Mt 13:24-

    30), porém, que a igreja local pode incluir os não-convertidos

    (apesar das suas confissões). Provavelmente a maioria das

    igrejas locais, quaisquer que sejam as precauções, inclui os

    convertidos e os não-convertidos.

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    2. EXIGE O BATISMO.

    O padrão do Novo Testamento não admite nenhum membro na

    igreja local que não seja batizado.

    3. IMPLICA MEMBROS.

    O rol de membros de hoje parece mais uma formalidade

    pragmática do que uma realidade bíblica. Mas o fato é que nas

    próprias igrejas neotestamentárias havia organização suficiente

    para determinar vários níveis de liderança, para enviar cartas derecomendação em favor de membros em trânsito e para

    disciplinar e expulsar participantes desviados.

    4. ENVOLVE ORGANIZAÇÃO.

    Qualquer igreja, das mais anti-institucionais às mais hierárquicas,

    tem organização. Pode ser boa ou ruim. Mas é impossível

    funcionar como comunidade sem organização. Entretanto,

    existem dois extremos.

    Num lado, há igrejas que zombam da organização e só

    querem "depender do Espírito Santo"; estas raramente

    sobrevivem mais do que alguns anos.

    No outro, algumas igrejas e denominações ficam tão

    regimentadas, tão corporativas, que não deixam viver a

    comunidade cristã. Embora a organização seja necessária,

    deve ser flexível, pondo-se à disposição do Cabeça, Jesus

    Cristo, e da atuação do Espírito.

    Há uma clara evolução de organização eclesiástica a partir dopentecoste até o Apocalipse. Os detalhes podem ser debatidos.

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    Os pontos são os seguintes:

    Não há uma estrutura eclesiástica no Novo Testamento, mas

    uma pluralidade de modelos. Isso é instrutivo.

    É possível que uma estrutura ou outra esteja mais próxima

    do quadro geral do Novo Testamento.

    Há uma flexibilidade de forma e organização vista em toda a

    igreja primitiva. Isso nos liberta para criar e experimentar

    diversas formas e modelos de igrejas.

    Concluímos que o absoluto não é a forma ou a estrutura. Aforma da igreja existe para servir a propósitos maiores.

    B. RAZÃO DA EXISTÊNCIA DA IGREJA LOCAL

    A igreja local existe para fazer a vontade de Deus. Quais são os

    propósitos de Deus para a igreja local quanto ao seu funcionamento

    no dia-a-dia? O coração da nossa eclesiologia prática depende da

    resposta a esta pergunta. As formas, a estrutura, os métodos que

    usamos devem se desenvolver a partir daqui. Isso merece um

    estudo mais profundo.

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    CAPÍTULO 06

    AS FUNÇÕES DINÂMICAS DA IGREJA NO NOVO

    TESTAMENTO 

    AÇÕES VITAIS DE UMA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

    Nas Escrituras, vemos ações vitais e comunitárias de uma igreja

    respondendo à Cabeça do Corpo.

    Passando de Atos até o fim do Novo Testamento, discernimos quatro

    categorias de atividades da igreja local: adoração, aprendizagem,

    comunhão e evangelização. São estas funções dinâmicas que mais

    aparecem como os constantes e absolutos da igreja local.

     A. ADORAÇÃO

    O louvor é a ocupação e chamada eterna da igreja. É seu propósito

    absoluto. Desde o início, a igreja foi marcada pelo louvor. Os

    convertidos "perseveravam... nas orações" (At 2:42); "havia temor"

    (2:43); "partiam pão de casa em casa" (2:46), "louvando a Deus"

    (2:47).

    Havia várias formas de louvor e oração (At 13:3; Ef 5:18-20; 6:18), o

    povo sendo o templo vivo da presença divina.

    Como a noiva de Cristo, a igreja primitiva era marcada por seu amor

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    criativo perante Deus. Ser criativo quer dizer ser inovador e, ao

    mesmo tempo, autêntico no que somos como igreja. Podemos criar

    novas formas de adoração que expressem as profundezas do que

    nós somos como corpo local.

    No Sul do Brasil, algumas igrejas praticam uma forma da ceia do

    Senhor muito marcante nos retiros.

    No meio do círculo de membros assentados, colocam-se uma

    mesa comprida com vários conjuntos de cálice e pão, cada um

    acompanhado de duas cadeiras.

    O período começa com cânticos e orações espontâneas. Logo,

    livremente, um indivíduo levanta e escolhe outro, levando-o à

    mesa para orarem juntos.

    Não é incomum acontecer confissão mútua de pecado - de

    atritos, ofensas, desacordos.

    Os dois juntos, quietos, no meio do círculo (a maioria aindacantando), agora com alguns outros pares também à mesa,

    servem uns aos outros os elementos da ceia. Eles oram juntos

    e voltam ao círculo.

    Esses momentos levam a igreja local à presença do Senhor. São

    tempos de purificação corporal e de fraternidade profunda através

    desta forma de santa ceia.

    B. APRENDIZAGEM

    "E perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2:42). Diante do

    negativismo de alguns evangélicos em relação à teologia, é

    surpreendente ver como o Novo Testamento fala de ensino, doutrinae exemplo.

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    Jesus é chamado de mestre (hb. raboni; gr. didaskalos) 42

    vezes.

    As palavras relacionadas com ensino (didaquê) repetem-se

    mais de 175 vezes no Novo Testamento - quase sempre no

    sentido positivo.

    Só em 1 e 2 Timóteo vemos mais de 50 referências ao ensino,

    instrução, doutrina e exemplo, visando vidas mais consagradas

    e firmes no Senhor.

    A aprendizagem é o que orienta e motiva as outras três funções.

    C. COMUNHÃO

    "E perseveravam... na comunhão" (At 2:42), "todos os que creram

    estavam juntos e tinham tudo em comum" (2:44), e "tomavam as

    suas refeições com alegria e singeleza de coração" (2:46).

    A palavra koinonia  ("comunhão") descrevia o relacionamento

    conjugal no antigo mundo grego. Várias vezes no Novo Testamento,

    ela se refere à nossa comunhão com Deus (1 Jo 1:3-7). Mas,

    geralmente, koinonia  fala do nosso relacionamento com outros

    cristãos (cf. 1 Jo 3:23; 47:7, 20).

    A igreja local, através de oração e planejamento, precisa

    desenvolver novas formas para encorajar a comunhão genuína.

    Uma igreja local planejou um retiro para estudar o que significa

    "servir uns aos outros".

    Foi incluído um tempo para lavar os pés uns dos outros. Não

    houve nada de especial. Uma mangueira, grama, o sol, e um

    círculo de talvez 35 pessoas. Poucos esquecerão o que oSenhor fez no meio deles.

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    Uma moça levou outra pelo braço, chorando, pedindo perdão

    por ter ciúmes, as duas se abraçaram e lavaram os pés uma

    da outra.

    Com lágrimas, um pai acompanhou seu filho de seis anos e

    lavou os pés dele, prometendo ser melhor pai no Senhor.

    Quase todos lavavam os pés uns dos outros. No entanto, um

    motociclista, jaqueta de couro, ficou meio afastado do círculo.

    Finalmente alguém o levou ao meio do círculo com uma afirmação

    de amor e compromisso. O homem chorou como criança. Nunca fora

    aceito e amado como naquele momento. Hoje, depois de se formar

    em teologia, esse irmão é missionário brasileiro na Rússia.

    D. EVANGELIZAÇÃO

    Atos 1:8 é o mandato de Jesus para disseminar o evangelho por

    todo mundo.

    Em Atos 2, Pedro já pregou o evangelho na praça em

    Jerusalém e logo três mil pessoas foram batizadas. Daí lemos

    "... e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,

    acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo

    salvos" (At 2:47).

    Atos recorda a unção da igreja primitiva ao espalhar as boas

    novas via pregação, testemunho, viagens missionárias e

    martírio.

    Além disso, vemos outras formas de evangelização no NT:

    Boas obras (Tt 3:1, 2, 8, 14)

    Prática do bem e a mútua cooperação (Hb 13:16)

    Visita aos órfãos e viúvas (Tg 1:27)

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    Procedimento exemplar no meio dos incrédulos (1 Pe 2:12) e

    Prontidão para responder a todo aquele que nos pedir a razão

    da nossa esperança (1 Pe 3:15).

    Em Atos 2, vemos o testemunho corporal, uma evangelização pelo

    próprio modo de ser da primeira igreja local. Um grupo de cristãos

    que está experimentando adoração, aprendizagem e comunhão

    exercem uma atração magnética nas pessoas que estão procurando

    a verdade.

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    CAPÍTULO 07

    RUMOS PARA UMA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

    DIRETRIZES PARA UMA IGREJA NEOTESTAMENTÁRIA

    A Igreja universal é o absoluto conceitual que determina os propósitos da

    igreja local, então, as seguintes diretrizes podem orientar melhor as formas

    e atividades da igreja local.

     A. A ESSÊNCIA DA IGREJA LOCAL.

    Quanto à vivência prática, o propósito da igreja local é de encarnar o

    Corpo de Cristo na terra, fazendo a vontade de Deus, não

    centralizada nas formas de estrutura, templo, domingo, culto, pastor,

    mas nas funções dinâmicas de adoração, aprendizagem, comunhão

    e evangelização.

    B. FORMAS SEM FUNÇÃO.

    Uma igreja está desqualificada como verdadeira igreja cristã quando

    não está desenvolvendo as atividades que caracterizam a igreja local

    do Novo Testamento. Assim como o corpo físico sem vida não é

    mais uma pessoa humana, a forma eclesiástica sem as funções

    vitais também não é mais a igreja Neotestamentária.

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    C. DESEQUILÍBRIO FUNCIONAL.

    Muitas igrejas e denominações exageram uma função em detrimento

    das outras.

    Certas igrejas só evangelizam, mas não têm nenhuma

    aprendizagem ou comunhão significativa.

    Outras igrejas só adoram através de liturgias formais, mas

    poucos experimentam da realidade da evangelização ou da

    comunhão.

    Outras priorizam a comunidade, mas são fracas nas áreas deaprendizagem e testemunho.

    E ainda outras enfatizam o conhecimento e a doutrina, mas

    carecem da alegria no louvor, comunhão e evangelização.

    Conquanto cada igreja reflita certa personalidade e identidade

    saudável, é urgente buscar um equilíbrio bíblico no corpo local.

    Comecemos com uma auto avaliação honesta das nossas atividades

    diante das funções neotestamentárias acima. E então, diante de

    Deus, planejemos como criar condições para fortalecer as funções

    mais fracas.

    D. FUNÇÃO SOBRE FORMA.

    A igreja local pode e deve adaptar suas formas ao povo e às novas

    gerações. A adaptação externa é necessária para preservar as

    funções da igreja local e para comunicar melhor o conteúdo do

    evangelho em nossos contextos variados.

    E. FUNCIONALIDADE E DENOMINAÇÕES.

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    Embora não sejam essenciais ao funcionamento da igreja local, as

    estruturas denominacionais têm seu lugar na coordenação e

    supervisão das igrejas locais. Certamente há coisas valorosas em

    cada tradição - tanto na área prática quanto na teológica.

    Mas devemos reconhecer que organizações, programas, modelos,

    liturgias, estilos e literatura vão desaparecer. Quando as tradições se

    tornam ineficientes diante dos propósitos de Deus, é necessário

    mudá-las ou desmontá-las. Isso exige uma reflexão crítica sobre a

    política denominacional diante da Bíblia.

    As denominações têm de encorajar e experimentar novas formas de

    igrejas locais, para que haja futuras opções na própria denominação

    - opções orientadas segundo as funções neotestamentárias. Se não,

    podemos perder a essência da igreja, preservando a casca.

    F. AS IGREJAS E A IGREJA.

    A Igreja universal (e não a denominação) é o absoluto pelo qual

    entendemos as igrejas locais. Cada verdadeira igreja evangélica

    local - não importa a placa - pertence à família de congregações

    finitas que representam o Corpo de Cristo no mundo.

    Existem aqui duas implicações claras.

    No nível individual, se eu não posso experimentar koinonia

    transdenominacional com outros evangélicos convertidos, algo

    está profundamente errado.

    No nível eclesial, lembramos que nenhuma igreja local

    representa perfeitamente o Corpo de Cristo. Em vez de nos

    comparar com a igreja vizinha, criticando-a ou proibindo

    nossos membros de ter comunhão com os de lá, temos todo

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    motivo teológico para ajudar umas às outras - da mesma

    forma como, dentro de uma igreja, um irmão mais forte vai

    querer ajudar um mais fraco. As outras igrejas evangélicas

    não são adversárias. Rejeitar a comunhão com um irmão é, dealguma forma, rejeitar Cristo.

    G. VISÃO DESCENTRALIZADORA DA IGREJA LOCAL.

    O Corpo de Cristo opera no mundo. A igreja local não é o centro de

    tudo para a vida cristã e não deve esgotar toda a energia dos

    membros em suas próprias atividades.

    A visão descentralizadora quer dizer que a igreja local se esforça

    para equipar os santos para que eles sejam sal e luz nos seus

    lugares. Entende-se que a igreja é uma comunidade para apoiar, não

    uma fortaleza para retirar o cristão do mundo.

    H. FORMAS E DOUTRINA.

    Resistimos a qualquer inferência de que a Bíblia já não seja

    adequada ou, especificamente, que o ensino normativo para a igreja

    não sirva mais. Ao contrário, o fato de a Bíblia ser nossa suprema

    autoridade é o que nos liberta para voltar às Escrituras e redescobrir

    as gloriosas verdades muitas vezes obscurecidas pela tradição e

    pelo hábito.

    I. CONCLUSÃO

    As lagartas processionárias morreram. As nossas atividades e até

    sucessos podem nos enganar. É possível que, em vez de fazer avontade de Deus em nossas igrejas locais, estejamos trabalhando

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    em vão.

    Aqui são apresentados alguns traços de uma eclesiologia funcional.

    Não digo uma eclesiologia completa, mas que sugere uma nova

    orientação sobre o porquê da igreja local no Novo Testamento. A

    maioria dessas ideias não é nova. Mas são oferecidas para que

    algumas igrejas possam no século XXI apresentar uma nova visão

    da sua razão de ser e da liberdade quanto à forma que Cristo

    concedeu a Sua igreja.

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    BIBLIOGRAFIA

    Ultrapassando Barreiras (SP: Vida Nova, 1994)

    Dr. John Scott Horrell

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