EAC, 9ª edição: esteja...

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • MAIO DE 2019 • ANO 6 • Nº 68 • 13.700 EXEMPLARES DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br Fechamento autorizado Pode ser aberto pela ECT Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTEL Cx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP. EAC, 9ª edição: esteja conosco! Crianças, adolescentes e jovens terão atividades próprias Veja nas páginas 4 e 5 dois outros grandes eventos do interior paulista: Rio Claro e Avaré.

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ÓRGÃO MENSAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA PARA TODO O BRASIL • MAIO DE 2019 • ANO 6 • Nº 68 • 13.700 EXEMPLARES • DISTRIBUIÇÃO GRATUITAwww.institutocairbarschutel.org – www.associacaochicoxavier.com.br

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

Remetente: INSTITUTO CAIRBAR SCHUTELCx. Postal 2013 – 15997-970 – Matão-SP.

EAC, 9ª edição: esteja conosco!Crianças, adolescentes e jovens terão atividades próprias

Veja nas páginas 4 e 5 dois outros grandes eventos do interior paulista: Rio Claro e Avaré.

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Maio de 2019 PÁGINA 2

Editorial

Maio

Num mês que se lembra as mães e também se fala do trabalho, além

dos nascimentos de Eurípides Barsanulfo e Divaldo Franco, entre outros (vide Efemérides es-píritas na net), mas onde também não se pode esquecer a Lei Áurea no Brasil (1888), nota-se imensa fonte de pesquisa para estudo de biogra� as e acontecimentos históricos que se pode estudar à luz do Espiritismo.

Nesta página homenagea-mos todas as mães com a en-trevista, parcialmente transcrita, de uma mãe que lança um livro.

A edição está muito rica para motivar o leitor e mante-mos nosso pedido para que os exemplares sejam distribuídos de mão em mão e igualmente comentados sobre seu con-teúdo. É a melhor forma de despertar interesse. A experi-ência mostrou que deixá-los meramente disponíveis não surte qualquer efeito. Consi-derando os custos de edição e distribuição, mas principal-mente o conteúdo que inspira cada edição mensal, contamos com os amigos para que a pu-blicação atinja seu objetivo: chegar ao leitor, com qualidade e mensalmente. r

“Cachorrinho perdido” e uma mãeObra infantil é a primeira da autora

Orson Peter [email protected]

Entrevistamos Stela Onishi, de São José do Rio Preto (SP), que é espírita de in-

fância, pedagoga, escritora e mãe de dois � lhos (Lara, de 10 anos e Lívia, de 2 anos). Vinculada à conhecida AE A Caminho da Luz, na mesma cidade, lança seu primeiro livro infantil. Reprodu-zimos parcialmente a entrevista que breve estará disponível, na íntegra, na revista eletrônica O Consolador.

(...) E como surgiu interesse pela literatura infantil?

Minha primeira � -lha nasceu em 2008, acredito que com ela nasceu também minha criatividade nessa área. Produzia livrinhos ca-seiros que eram bem aceitos por ela, porém isso não bastou para que eu considerasse a ideia de ser escritora.

(...) Qual o nome do livro, qual a editora e como fazer para ad-quirir?

O livro se chama “Cachorrinho Perdi-do”, publicado pelo IDE-Araras e pode ser adquirido pelo site

da editora ou entrando em contato comigo pelas redes sociais.

No conteúdo da obra, como você se dirige às crianças?

No conteúdo tenho a preocupação de tocar o sentimento da criança, a� -nal a Literatura não é um texto informativo, tenho o cuidado de ter um � nal feliz, que gera bom ânimo aos pequenos.

E como mãe, qual a cone-xão com a obra?

Como mãe, não contex-tualizo o conteúdo, gosto de ver as reações de cada página nos olhos delas e só se houver alguma interpre-tação muito equivocada é que entro com a verdadeira

moral, do contrário, deixo as crian-ças a vontade.

(...) Fale-nos das ilustrações.As ilustrações dessa obra me

causam risos, pois acredito que hoje desenho um pouco melhor. Fui fazer um curso certa vez para aprimorar meus traços, porém uma amiga disse que meus desenhos tinham minha identidade, então continuei desenhando como minha � lha mesmo diz , “igual criança”.

(...) Suas palavras � nais.Hoje acordo todos os dias as 5

horas da manhã e escrevo como voluntária do mundo, mesmo que nada aconteça, descobri que tenho um dever a cumprir, e um dever muito prazeroso, diga-se de passagem, daí quando chega as 6:30 é hora de despertar a Stela esposa, mãe, � lha, amiga, com to-dos os deveres que me competem cada função. r

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tilhamentos do que quando trato de outros temas relacionados ao Espiritismo. Isso revela que nós, espíritas, ainda não apreendemos a importância da educação e a missão da própria doutrina junto à humanidade. Estamos despen-dendo esforços em terapias e serviços para o corpo, deixando a alma à revelia. Acontece que a desencarnação nos levará de retorno ao mundo espiritual, sem o corpo biológico, e então, o que faremos se tudo � zemos para o que é perecível e passageiro, e quase nada � zemos com relação à nossa imortalidade?

Cuidemos da educação moral. O problema que enfrentamos no Brasil não é a corrupção, ou a falta de segurança pública, ou a previdência falida, ou a má gestão pública, e, sim, a falta de investimento na educação moral, na formação do caráter das gera-ções que, mantendo-se egoístas e materialistas, mantém um ciclo perverso de males sociais e injus-tiças e de afastamento das lições imorredouras do Evangelho. O Espiritismo é o Cristianismo Redivivo, mas se nós espíritas não nos aplicarmos intensamente na educação, seremos quais letras mortas ou videiras secas, e teremos que responder perante a lei divina, pois a luz nos foi entregue, e, ao invés de a colocarmos bem alto para tudo e todos iluminar, a colo-camos debaixo da mesa, escondida, quando é nosso dever desenvolver uma nova educação, na família e na escola, com o Espiritismo, para � nalmente termos uma sociedade mais justa e feliz. r

Qual a relação entre espiritismo e educação?Entendimento da questão ainda é precário

Marcus De [email protected]

Em entrevista concedida a um jornalista, este me per-guntou qual seria a relação

existente entre o Espiritismo e a Educação, quando pude es-clarecer que com o lançamento de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, em abril de 1857, os Espíritos Superiores e o pró-prio Codificador deixam claro que é missão do Espiritismo a transformação moral da huma-nidade, e que essa transformação coletiva somente pode acontecer com a transformação moral dos indivíduos, e apontam a educa-ção como caminho natural para esse processo, e fazem questão de explicar que não se trata da educação meramente cognitiva, e sim a educação que combate as más tendências e potencializa as virtudes, ou seja, a educação moral. Assim, temos que o Espi-ritismo é doutrina de educação do ser integral e imortal que todos somos, preparando para a vida durante a encarnação e também para após a morte.

Não há como ter dúvida da relação estreita e profunda do Espiritismo com a Educação, mesmo porque o Espiritismo é, antes de tudo, uma � loso� a que tem seus princípios assentados

sobre a observação dos fatos, ou seja, a manifestação dos espíritos, e disso chegando a consequências de ordem moral, ou seja, religio-sas. A crença na imortalidade da alma, na vida que continua além da morte e na reencarnação trans-formam nosso entendimento so-bre quem somos, de onde viemos,

o que estamos fazendo aqui e para onde vamos. Naturalmente isso deságua numa educação diferen-ciada, espiritualizada, humanista, ética, que leva em consideração que a criança é um espírito reen-carnado, dotado de experiências e aquisições intelectuais e afetivas trazidas de suas vidas passadas e sua preparação para a nova exis-tência. Com o Espiritismo temos uma nova teoria do desenvolvi-

mento da criança, pois todos os teóricos, como Piaget, Walon, Vy-gotsky e outros, são materialistas, nunca levaram em consideração a alma imortal.

Agora, se fizermos uma ra-diogra� a do movimento espírita brasileiro, vamos ver que o enten-dimento da relação Espiritismo--Educação está ainda super� cial, deixando a desejar, pois contam-se nos dedos as instituições espí-ritas mantenedoras de escolas, além de veri� carmos que muitos Centros Espíritas não possuem a evangelização, ou educação, infanto-juvenil, que deveria ser prioridade. Percebemos muita ênfase em tratamento espiritual, sessões de psicogra� a, reuniões mediúnicas, distribuição de bolsas de mantimentos aos mais carentes, mas pouca ênfase na educação das novas gerações e em nossa autoeducação. Todas as atividades, todos os serviços proporcionados à população pelo Centro Espírita são importantes, mas qual deveria ser a prioridade?

É fato que quando publico textos, imagens e vídeos sobre educação em minhas redes sociais, destacando-se o Facebook e o Instagram, tenho muito menos curtidas, comentários e compar-

Através dele você, além de receber nossas informações, pode também interagir conosco de for-ma rápida e direta. Acesse nosso

site www.ibemeduca.com.br e veja tudo o que oferecemos para você e para a escola. Se preferir fale conosco pelo WhatsApp:

IBEM – Instituto Brasileiro de Educação Moral – agora com WhatsApp

(21) 25609332

“Não há como ter dú-vida da relação estreita e profunda do Espiritismo com a Educação, mesmo porque o Espiritismo é, antes de tudo, uma filoso-fia que tem seus princípios assentados sobre a obser-vação dos fatos (...)

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Eurípedes BarsanulfoLivro enfoca o aspecto pessoal e a missão de sua obra missionária

Uma vida marcantemente apostolar, como a de Eurípedes Barsanulfo, merece ser evocada nas suas linhas soberbas, em que o Missionário se

impõe de maneira ful-gurante. Trazer a lume episódios do dia-a-dia, iluminadas pela constan-te do Bem, da Verdade, da Justiça, da Lógica e da Ordem – eis o dever inadiável e imperioso dos que conheceram de perto a obra missionária de Eurípedes. – Do Pre-fácio da autora, no livro Eurípedes – O Homem e a Missão, de Corina Nove-lino, edição IDE. r

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De Herculano PiresEspiritismo é alegria, espontaneidade, sociabilidade

Educação espírita no lar – organize festinhas do-mingueiras com prece, recitativos infantis de tema evangélico, explicação de parábolas, canções

espíritas e brincadeiras criativas, que ajudem a despertar a criatividade das crianças. Espiritismo é alegria, es-pontaneidade, sociabilidade. Essas festinhas preparam o espírito da criança para o aprendizado nas aulas dos Centros e para as aulas de Espiritismo na escola. (Em entrevista para Palavra Espírita.) r

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Saúde preventivaSaúde ou doenças são escolhas pessoais

Raul de Mello Franco Jr.

A doutrina espírita, ma-nancial de luz e de saúde, adverte: somos todos res-

ponsáveis pelos cuidados com o nosso corpo material e com o nosso corpo espiritual. A matéria apresen-ta-se em estados que ainda nos são desconhecidos e que não tocam os nossos sentidos (Q. 22, LE). Cada ser vivente é composto de energia que vibra e oscila: luz condensada num universo de formas. A nossa capacidade de conhecer e interagir com esse campo energético traça a linha divisória entre a liberdade da saúde e a escravidão da doença.

A nova biologia, rompendo as fronteiras do determinismo ge-nético, faz coro com centenas de pesquisadores e cientistas: “- a vida de uma célula (carregamos cerca de 50 trilhões delas) é controlada pelo ambiente físico e energético em que se encontra (epigenética) e não pelos genes. Os genes são meros modelos moleculares utilizados na construção das células, dos tecidos e órgãos” (A Biologia da Crença – Bruce Lipton).

Para o espírita, isso sequer constitui novidade. Há décadas, André Luiz vem nos ensinando que “cada criatura, com os sen-

timentos que lhe caracterizam a vida íntima, emite raios especí� cos e vive na onda espiritual com que se identi� ca. Cada alma se envolve no círculo de forças vivas que lhe transpiram do ‘hálito’ mental”, pura corrente energética (Nos do-mínios da Mediunidade - 1955). Em “Evolução em dois mundos” (1959), foi taxativo: “tirando a imprevidência, a imprudência e a falta de higiene, todas as patologias derivam da relação profunda do espírito e seus campos energéticos mais profundos, que vão aos poucos se manifestando no corpo”.

Saúde e doença são trilhas esco-lhidas desde os primeiros anos da incursão na matéria. As opções pelo meridiano do equilíbrio interior (vigi-lância dos pensamentos, sentimentos, emoções e preocupações; prece, me-ditação, leitura edi� cante etc.) e pela seleção alimentar criteriosa (a fuga do curral alimentar imposto pela socie-dade de consumo e pela gastronomia familiar) são os primeiros passos na direção de um corpo saudável. A eles se conectam outros importantes vetores, como os hábitos de vida (combate aos vícios e ao sedentaris-mo, por exemplo) e a habilidade no enfrentamento das doenças.

Enlaça o enfraquecimento das forças quem deixa de aprimorar a capacidade do autoperdão ou da compreensão da falibilidade alheia. Está a gestar o embrião da dor aquele que transforma o sexo em roleta russa e o estômago em campo sem regras, com portas

abertas a conteúdos selecionados apenas pelo paladar e pelo prazer. Mergulha nos vagões das sombras do sofrimento quem não acha tempo para festejar o brilho da vida ao lado das pessoas que ama. Indivíduos que trocam os recursos da exuberante farmácia natural pelas idas habituais e impulsivas às drogarias, verdadeiros templos urbanos de peregrinação, agem como o terrorista que, meticulo-samente, constrói a bomba relógio que, “do dia para a noite”, vai explodir no seu colo. “Não somos

meras máquinas bioquímicas que podem recuperar o equilíbrio físico e mental simplesmente tomando medicamentos” (B.Lipton).

É imprescindível manter um cor-po vigoroso. A alma é prisioneira da carne e dela depende para se movi-mentar e manter a ilusão da liberdade (cf. ESE – Cap. XVII – item 11). Contudo, falha nesse dever quem não se informa adequadamente, vi-vendo os seus dias na mera contagem das noites, à espera da morte.

A partir desta edição, viajaremos pelos campos promissores da saúde preventiva e da medicina holística. É hora de acordar para as tragédias silenciosas que nos cercam. Popula-ções inteiras são vítimas inconscien-tes de grandes conglomerados do setor produtivo, da indústria química e da indústria farmacêutica. Não se pode calar diante deste genocídio que, de forma impiedosa, abate milhões de pessoas todos os dias! Conhecer as trincheiras de proteção nesta guerra será a missão da nossa coluna ao longo deste ano. r

O autor é Promotor de Justiça, Professor Universitário, Mestre e Doutor em Direito. É estudioso e divulgador da Medicina Ho-lística e dos meios naturais de promoção e recuperação da saúde.

““Não somos meras máquinas bioquímicas que podem recuperar o equilíbrio físico e mental simplesmente tomando medicamentos” (B.Lipton)

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Exortação à confiança!Bem-aventurados os que choram porque serão consolados!

Maroisa [email protected]

A terceira bem-aventurança (Mateus 5:5) é portadora de conforto e consolação,

exaltação ao otimismo, à perse-verança e à certeza da vitória! Apresenta algumas diferenças na sua tradução, sendo encontrada também como: Felizes os a� itos, porque serão consolados. Mas subs-tituir “chorar” por “a� itos”, desca-racteriza seu sentido original pois, na forma primitiva, em hebraico, essa exortação foi pronunciada da seguinte forma: “Avante os enlu-tados, porque eles serão consolados!”Ou seja, o que originalmente foi apresentado signi� ca luto, dor pela morte de alguém. A tradução para o grego substituiu a palavra lutopor chorar.

Jesus se dirigia àqueles que haviam perdido seus entes que-ridos devido à opressão romana, recordando as palavras do profeta Isaías aos pobres (61:3): “... a � m de consolar os enlutados, a f im de dar-lhes um diadema um lugar de cinza e óleo de alegria em lugar do luto, veste festiva em lugar de espírito abatido...” Jesus também fazia uma evocação ao Salmo 126:5-6, ressal-tando a necessidade de con� ar que a consolação virá: “Os que semeiam com lágrimas, ceifam em meio a canções. Vão andando e chorando ao levar a semente; ao voltar, voltam cantando, trazendo seus feixes.” As-sim, Jesus enaltecia a necessidade da con� ança em Deus que possui meios in� nitos para consolar os que sofrem.

Mas há também os que choram de raiva, de ciúme, de despeito, de intransigência, de revolta, do fracasso. Não é para estes que

se aplica esta exortação de Jesus. Por isso é preciso saber primeiro a razão que leva ao choro, se ele é de fato causado por uma situ-ação de luto íntimo. Um coração enlutado não é apenas aquele que chora a morte de um ente querido. Pode-se aplicar esse sentimento para outras situações da vida, tais como: a amargura da desilusão, a escassez de recursos, o declínio da saúde, a ingratidão, o abandono, etc. Por sua intensidade, podem levar às lagrimas que passam a ser companheiras constantes ao longo da vida.

Essa exortação de Jesus se dirige a todo aquele que traz o coração abatido, confortando e encorajan-do para que con� e na providência divina pois será consolado e essa consolação pode se dar de mil

formas, muitas vezes por caminhos sequer imaginados.

E ainda há aqueles para quem o pranto é sinal de fraqueza, de pequenez. Amélia Rodrigues, ben-feitora espiritual, no livro Primícias do Reino, cap. 3, a� rma que as lágri-mas representam a presença divina, trazendo a paz refazente e que não sejam de revolta, pois:

“Quando alguém chora, a Lei está justiçando, abrindo rotas de paz nas províncias do espírito para o futuro... Chorar é buscar Deus...”

Sabendo que a Humanidade atravessaria momentos acer-bos no futuro, Jesus prometeu um consolador às dores huma-nas: o Espiritismo. Com isso, a consolação tem como base o conhecimento e a fé passa a ser raciocinada, mostrando que todo

sofrimento tem uma causa justa, pois Deus é justo, e um objetivo útil: nossa elevação espiritual.

Chico Xavier, com toda sim-plicidade, passava ensinamentos profundos de forma que todos pudessem compreender. Dizia ele que na Terra estamos todos em processo de desidratação: transpiramos no trabalho para a conquista do pão de cada dia e choramos lágrimas ardentes na dor que nos redime!

Considerando as virtudes tra-balhadas nas três primeiras bem--aventuranças – a humildade, a mansuetude, a con� ança – eis que surge a resignação, que tem o poder de amenizar o impacto do sofri-mento, sustentando nossa fortaleza interior e garantindo equilíbrio nas tormentas da vida! r

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Consolação anunciadaConhecimento e prática confortam

Rogério [email protected]

REMETENTE:Instituto Cairbar Schutel.

Caixa postal 2013 15997-970 - Matão-SPMaio de 2019

Fechamento autorizadoPode ser aberto pela ECT

É de conhecimento geral do espírita que a Doutrina dos Imortais é a resposta tão

aguardada do Consolador Prome-tido, prenuncio feito pelo Cristo há dois mil anos. Entretanto, é preciso observar os postulados espíritas com atenção para não só se con-vencer desta verdade, bem como se capacitar para explicar os funda-mentos desta consolação àqueles não a conhecem. Elencamos algu-mas razões indicando ser a prática e o conhecimento do Espiritismo com certeza pilares confortadores:

- A concepção da divindade é incontestavelmente muito alenta-dora ao rati� car a proposta de Jesus quando se referiu a Deus como um Pai amoroso e misericordioso, jamais abandonando seus � lhos, mesmo os pródigos;

- Ao ensinar sobre a inexistência de um Céu e de um Inferno abri-gando almas eleitas, por um lado, pecadoras, de outro, nos oferece um verdadeiro bálsamo. Efetivamente não importa qual falta tenha o ho-mem cometido, este terá inúmeras

chances de se redimir, eximindo-se de ser alcançado pelas penas eternas;

- Revivendo o conceito da reen-carnação, ou seja, a possibilidade das muitas vidas nos traz um efetivo refri-gério. Este princípio divinal dá novo alento àquele hoje em sofrimento,

físico ou moral, em razão do sofredor ganhar con� ança de que todos os seus males terão um termo e, mesmo não conseguindo alcançar o seu � m nesta existência, terá outras para desfrutar da felicidade tão almejada;

- Explicando que as di� culdades experimentadas no momento, sejam elas de qualquer ordem, são todas resultantes de nossas ações passa-

das - construídas em vidas ante-riores, ou mesmo presentes - desta vida atual, não existindo injustiças, tampouco privilégios no ordena-mento divino, é um bálsamo para todos. Conclui-se que ninguém sofre por acaso, ajudando a enten-der também existir uma causa justa e um � m útil para todas as dores;

- Através da mediunidade, fa-culdade existente em todas as ci-vilizações, mas, agora, pela luz da Doutrina, ganhando corpo através das documentadas comunicações dos chamados mortos tão bem regis-tradas pelo Codi� cador, abre-se um leque de possibilidades para alívio de todos. A mediunidade facilita o convencimento da própria imorta-lidade, descortinando igualmente a oportunidade de se obter notícias de nossos afeiçoados que nos antece-deram na jornada à vida verdadeira;

- O Universo ganha utilidade e função, quando a Doutrina informa serem todos os mundos habitados. Pode-se agora vislumbrar as estre-las e se sentir parte deste cenário encantador, criação do Deus Único, uma vez que poderemos ter vivido em outros mundos e, certamente, viveremos em tantos outros;

- Podemos lembrar o capítulo das obsessões atordoando e “inferni-zando” àqueles por elas dominados vendo-se sem horizonte para livra-rem-se delas. Esclarece o Espiri-tismo que estas entidades atuando hoje de modo negativo, nada mais são do que outros � lhos do mesmo Pai, criados da mesma forma, con-tudo, encontrando-se por hora em desequilíbrio, porquanto, não se pre-pararam para morrer, mal viveram e agora colhem os frutos amargos de seus posicionamentos “peca-minosos” e materialistas. Todos os chamados obsessores, deixarão de sê-los, tão logo saiam da faixa de ignorância em que estagiam.

Se o leitor, após a leitura deste brevíssimo relato teve a sua aten-ção despertada para conhecer melhor os princípios espíritas, convidamos ao seu estudo con-tido em suas inúmeras obras. Estudando-as com cuidado e zelo, descobrirá também respostas aos porquês da vida, tais como: Por que nascemos? De onde viemos? Por que morremos? Procure estu-dar as obras de Kardec e, gradati-vamente, tome conhecimento de outras literaturas espíritas. r

“(...) é preciso observar os postulados espíritas com atenção para não só se convencer desta verda-de, bem como se capacitar para explicar os funda-mentos desta consolação àqueles não a conhecem

O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus.

Lacordaire (Havre, 1863), capítulo V, item 18 de O Evangelho Segundo o Espiritismo.