iron-stoveちび 取扱説明書 - tent-Mark DESIGNS...Title iron-stoveちび 取扱説明書 Created Date 1/13/2016 6:21:06 PM
E X O P L A N E T A S - Centro de Divulgação Científica ... · +poca, a Igreja C at( lica, que...
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EXOPLANETASSistemas Planet!rios do nosso Universo
Eder MartioliSetembro 2009
2009 AIA
A UNESCO e a Uni!o Astron"mica Internacional #IAU $ sigla para o nome em ingl%s& de$clararam 2009 como o Ano Internacional da Astronomia #AIA&. Esta escolha celebra os
quatrocentos anos da utiliza'!o do telesc(pio para )ns astron"micos. H* quatro s+culos
deu$se in,cio -s observa'.es astron"micas com instrumentos, as quais, mais do que conhe$cimento do nosso Universo, geraram avan'os ci$ent,)cos e tecnol(gicos que tomaram propor'.es grandiosas. Protagonista deste evento, o astr"nomo
italiano Galileu Galilei, em 1609, n!o s( foi o pri$meiro homem a olhar atrav+s de uma luneta para ob$servar objetos astron"micos, mas tamb+m foi o pri$meiro homem a utilizar o que chamamos hoje de m+todo cient,)co. A forma sistem*tica de obser$va'!o da natureza e an*lise dos resultados, tal como
Galileu propunha, desde ent!o vem sendo utilizada,
e + respons*vel por todo o avan'o cient,)co e tec$nol(gico que temos hoje.
Dentre as muitas descobertas de Galileu, um de seus
maiores feitos foi fornecer evid%ncias concretas de
que a Terra n!o + um local exclusivo no Universo, e
sim mais um dos diversos planetas que giram em
torno do Sol. Isso p"de ser notado quando observou$se a Lua, mostrando claramente a presen'a de mon$tanhas, crateras, vales, etc., todas forma'.es muito conhecidas aqui na Terra. Observou$se
tamb+m a forma esf+rica de J/piter, que por sua vez possuia luas, assim como a Terra. V%nus,
Exoplanetas" 2
Retrato de Galileo Galilei por Giusto Sustermans.
at+ ent!o a deusa do amor, aos olhos da luneta de Gali$leu, tornou$se mais um corpo esf+rico, que inclusive
apresenta fases, assim como aquelas vistas na Lua, o que
indicava que V%nus estava entre a Terra e o Sol, posi$cionamento ainda desconhecido na +poca. Aos poucos, as
evid%ncias foram deixando o Universo pr(ximo da nossa Terra cada vez mais l(gico e compreens,vel e, com isso,
teorias mirabolantes ou cren'as sem fundamentos foram
derrubadas. Ainda que essas descobertas demonstrassem
a verdade sobre nosso Universo, houve grande resist%ncia
por parte de uma importante for'a pol,tica daquela +poca, a Igreja Cat(lica, que tentou inibir a difus!o das
0bruxarias1 de Galileu. A Igreja chegou ao extremo de
condenar o astr"nomo a ser queimado em pra'a p/blica,
senten'a que foi revertida somente depois que Galileu
voltou atr*s em suas conclus.es sobre o Universo. Claro que ele o fez somente para salvar sua vida, mesmo sa$bendo consigo a verdade.
Hoje, nos tempos modernos, j* n!o + nenhuma novidade o fato da Terra girar em torno do
Sol. Tamb+m n!o + novidade o fato de existirem outros 7 planetas que compartilham o
mesmo sistema planet*rio que a Terra. Sem mencionar os planetas$an.es, as centenas de luas e milhares de cometas e aster(ides que tamb+m pertencem ao Sistema Solar. H* alguns anos
ainda permanecia d/vidas de como seria o ambiente de um outro planeta. Hoje, n!o se tem
mais tantas d/vidas, pois conhecemos muito bem os variados ambientes dos corpos do
Sistema Solar, isso gra'as -s miss.es espaciais, como as miss.es Apolo - Lua, as miss.es de
diversas sondas que visitaram o planeta Marte, as miss.es Voyagers e Pioneers, que fotogra$faram de perto todos os planetas gigantes gasosos, dentre tantas outras.
Apesar de possuirmos esse conhecimento, ainda resta uma grande d/vida. Nenhum desses
lugares parece possuir vida, ent!o ser* que a Terra + realmente um local especial, assim como
os nossos antepassados aclamavam?
Hoje em dia, algumas pessoas defendem a id+ia de que a Terra + um local /nico no Universo, por ser o /nico planeta que comporta vida. Essa quest!o deve ser tratada e analisada com
cuidado para que n!o entremos na mesma ilus!o dos tempos de Galileu, onde o homem de$fendia teorias do Universo baseadas em cren'as e n!o em observa'.es da natureza. O fato de
outros planetas do Sistema Solar aparentemente n!o comportarem vida, como aquela exis$tente aqui na Terra, n!o exclui a possibilidade de existir vida em outros locais no Universo. Por exemplo, em planetas distantes que possuam oceanos, atmosfera, temperatura adequada,
Exoplanetas" 3
GALILEO GALILEI, Observa#$es Lu%nares, ms., 1609. Biblioteca Nazionale Ce&%trale di Firenze, Ms. Gal. 48, f. 28 Facsimil'
ou seja, muito mais parecidos com a Terra. Na verdade, esses locais podem estar perto de serem descobertos.
H* menos de 15 anos detectou$se, pela primeira vez na hist(ria, um planeta em torno de
outra estrela que n!o o nosso Sol. Na verdade, hoje j* se conhecem centenas desses objetos,
s!o os chamados Planetas Extra$Solares ou Exoplanetas. Esse + o tema que trataremos nesse
texto.
A De)ni'!o de PlanetaO que + um planeta? Boa pergunta! Se algu+m lhe )zesse essa pergunta, voc% logo pensaria
na Terra, que + o planeta onde vivemos. Depois passaria a pensar naqueles planetas que es$tamos acostumados, como Marte, Saturno, J/piter, Plut!o... Ops! Ouvi dizer que Plut!o n!o
+ mais um planeta $ exclamaria. Exato! Recentemente, em 2006, Plut!o deixou de ser con$siderado um planeta, e passou a pertencer a uma nova classe de objetos criada na ocasi!o, os Planetas$An.es. As raz.es espec,)cas que levaram a isso s!o complicadas. Por+m, o motivo
principal, pode$se dizer que foi a melhoria do nosso entendimento do signi)cado de um
planeta na natureza. Esse entendimento n!o era poss,vel antes, pois conhec,amos pouqu,s$simos planetas. Hoje, com os
avan'os tecnol(gicos, j* somos capazes de detectar e medir ob$jetos bem distantes dentro do
nosso Sistema Solar, os chama$dos Objetos TransNetunianos
#OTN&. Plut!o, que antes era considerado um dos planetas do
Sistema Solar, foi apenas o pri$meiro dentre muitos outros
grandes corpos que se situam
nas fronteiras do nosso sistema planet*rio, e que na verdade n!o
s!o dinamicamente importantes
para o sistema como um todo, a
ser classi)cado de forma distinta
em rela'!o aos planetas. Al+m
Exoplanetas" 4
Representa#(o art)stica dos maiores objetos transnetunianos conhecidos e* escala com a Terra para compara#(o de tamanhos. Fonte: dom)nio p+blico d'
imagens da NASA.
dos OTNs, os avan'os tecnol(gicos tamb+m contribu,ram com uma outra descoberta que ajudou no entendimento dos planetas. Essa foi a descoberta dos planetas extra$solares ou
exoplanetas, que s!o planetas situados ao redor de outras estrelas, fazendo parte de outros
sistemas planet*rios que n!o seja o Sistema Solar. Veremos a frente que os exoplanetas apre$sentam caracter,sticas bem distintas dos planetas do Sistema Solar e, por isso, revolucion$aram a forma de pensar a respeito dos planetas.
Os Exoplanetas ConhecidosHoje s!o conhecidos mais de 300 exoplanetas em torno de outras estrelas. Uma lista atuali$zada desses corpos e suas caracter,sticas pode ser encontrada no seguinte endere'o:
http://exoplanet.eu. As caracter,sticas desses objetos s!o as mais diversas que se pode
imaginar. Por exemplo, alguns desses planetas possuem (rbitas que duram apenas 3 dias, ou
seja, um habitante desse planeta faria anivers*rio a cada 3 dias. No Sistema Solar existe uma certa ordem, na qual os plane$ta s menores rochosos
#Merc/rio, V%nus, Terra e
Marte& se situam pr(ximos do
Sol e j* os planetas gigantes gasosos #J/piter, Saturno,
Urano e Netuno& est!o todos
mais distantes. Os exoplane$tas s!o diferentes. Apesar de
se conhecer alguns sistemas onde planetas gigantes est!o
afastados, conhecemos uma
grande quantidade de siste$mas onde h* planetas gigantes
gasosos bem pr(ximos de sua estrela$m!e, s!o os chamados
J/piters$quentes. Esse tipo de
planeta se torna muito quente
por estar pr(ximo da estrela, e
por ser feito de gases, sua at$mosfera evapora, formando
imensas caudas, da mesma
forma que acontece com os
cometas no Sistema Solar.
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Concep#(o art)stica de um J+piter%quente. Cr,dito da imagem: D´Aguilar /Harvard.edu
As caracter,stica de cada exoplaneta s!o reveladas dependendo da t+cnica utilizada para ob$ter informa'.es desse planeta. Por exemplo, o tamanho do planeta n!o pode ser deter$minado com precis!o para a maioria dos exoplanetas. Os /nicos que se conhece o tamanho
exato s!o aqueles que passam na frente da estrela, causando pequenos eclipses estelares, que
podem ser observados daqui da Terra. Veremos como funciona cada uma das t+cnicas de de$tec'!o dos exoplanetas e as caracter,sticas dos diversos sistemas observados por essas t+cni$cas.
As Estrelas$M!esA principal fonte de energia da Terra + o Sol. O Sol + tamb+m a nossa estrela$m!e e o princi$pal corpo do Sistema Solar. Sem ele, todos os planetas seriam congelados e, por n!o terem
um corpo massivo por onde orbitarem, estariam vagando pelo Universo sem realizarem (rbi$tas. As (rbitas da Terra al+m de nos permitirem marcar o tempo, ainda garantem estabili$
dade durante milh.es de anos, fato essencial para a evolu'!o da vida. Pode$se a)rmar com certeza que a Terra n!o teria vida se n!o estiv+ssemos em torno de uma estrela. Ent!o
pergunta$se: essa estrela necessariamente tem que ser o Sol, ou uma outra estrela qualquer
Exoplanetas" 6
Foto do Sol nascente no mar Mediterr-neo. © Eder Martioli
tamb+m forneceria condi'.es favor*veis para que a vida surja e evolua na superf,cie de um planeta como a Terra?
A resposta para a pergunta acima s( pode ser respondida se entendermos um pouco mais
sobre as estrelas, que s!o os principais personagens dessa hist(ria.
A )gura acima mostra uma foto da Via L*ctea, aquele caminho mais claro visto no c+u. Esse caminho + mais claro pois + formado por bilh.es de estrelas que constituem a nossa Gal*xia.
Em detalhe temos uma outra imagem obtida com um telesc(pio pequeno de uma regi!o da
Via L*ctea, onde podemos ver a constela'!o do Cruzeiro do Sul, que chega a se perder em
meio a tantas outras estrelas da nossa Gal*xia contidas naquela regi!o. Cada pontinho lumi$noso dessa imagem + uma estrela, e cada estrela, assim como o Sol, pode conter seu pr(prio sistema planet*rio.
As estrelas em geral n!o s!o muito diferentes do nosso Sol, todas elas s!o quentes, grandes,
muito brilhantes e formadas principalmente por gases leves como o hidrog%nio e o h+lio.
Por+m, apesar de parecidas, elas n!o s!o id%nticas. Seria como os cachorros que se parecem
muito no que diz respeito a quantidade de patas, de orelhas, todos possuem p%lo, latem, etc.
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Acima encontra%se uma foto da Torre dos Dem.nios, Wyoming, EUA. Destaca/se a presen#a de bilh$es de estrelas qu' formam a Via L!ctea ©Wa0y Pacholka . A esquerda temos uma foto em detalhe da regi(o do Cruzeiro do Sul, qu'
tamb,m est! na Via L!ctea ©a0thesky.com.
Todavia, ningu+m pode negar a diferen'a entre cachorros de ra'as distintas, como por ex$emplo um S!o Bernardo e um Poodle. Assim s!o as estrelas, elas se dividem em diferentes
0ra'as1, ou como dizem os astr"nomos, classes espectrais. Dentre essas estrelas, mesmo de
uma mesma classe, ainda existem as diferen'as de idade, que fazem com que as estrelas se
diferenciem simplesmente pelo fato de estarem passando por est*gios distintos de suas
vidas. Com os cachorros tamb+m acontece isso, voc% j* percebeu que um cachorrinho rec+m nascido mais se parece com um rato do que com um cachorro? A Iustra'!o abaixo mostra
tamanhos e cores comparativos das diferentes classes de estrelas.
Tamanho e cores comparativas das diferentes classes estelares com uma mesma idade. Da esquerda para a direita cres%cem a massa e temperatura.
Como nascem os Planetas?Algu+m j* se perguntou como a Terra se formou?
A Terra, assim como o Sistema Solar, iniciou sua forma'!o h* cerca de 5 bilh.es de anos
atr*s e at+ hoje ainda est* evoluindo. No in,cio, o Sistema Solar n!o possuia o Sol, nem os
planetas. Todo o nosso sistema era formado por uma imensa nuvem de g*s e poeira c(smica.
Esse material era constantemente atra,do entre si pela for'a da gravidade, assim como n(s somos atra,dos pela Terra. O resultado dessa atra'!o fez com que se formassem v*rios pon$tos de aglomera'!o. Por+m, a regi!o central de toda essa nuvem de mat+ria c(smica foi o lo$cal de maior aglomera'!o de mat+ria, crescendo cada vez mais e )cando cada vez mais forte
sua atra'!o por outros objetos que estivessem em volta. Essa regi!o central cresceu tanto
que engoliu cerca de 99,8% de todo o g*s e a poeira que estavam ao redor, dando origem ao
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QuentesFrias
nosso Sol. Notamos que essa quantidade n!o chegou a 100%, portanto algo sobrou. Essa sobra, ou o resto que n!o conseguiu formar o Sol, apesar de pequena em quantidade, + de
extrema import2ncia para a nossa vida, pois foi a partir desse resto que se formou a nossa
Terra. Assim como a Terra, todos os planetas, sat+lites, aster(ides e cometas que est!o em
(rbita do Sol tamb+m foram for$mados dessa esc(ria estelar.
Logo, os planetas s!o formados a
partir daqueles pequenos aglome$rados que se formaram ao redor,
mas que n!o ca,ram dentro do
So l . Esses a g lomerados , a princ,pio, eram muito pequenos.
Por+m, devido - atra'!o gravita$cional entre eles, os mesmos
come'aram a colidir uns nos ou$tros. As colis.es transformavam dois corpos pequenos em um
maior e assim por diante, at+ que
se formasse um corpo de di$mens!o t!o grande que passou a
predominar sobre todos os me$
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Concep#(o art)stica de uma colis(o entre dois corpos durante o est!gio d' forma#(o planet!ria. ©Lynette Cook.
Concep#(o art)stica de um disco protoplanet!rio, regi(o de forma#(o dos planetas. ©David Darling
nores. Nem por isso as colis.es pararam de ocorrer, pois os pequenos seguiram caindo nos corpos de maior tamanho. Esses corpos s!o o que chamamos de protoplanetas, ou embri.es
planet*rios. Assim como o embri!o d* origem ao beb%, o protoplaneta d* ori$gem ao planeta. Para crescer, o proto$planeta passa por um processo muito acelerado, sendo alimentado pelas con$stantes colis.es de corpos menores.
A Terra foi literalmente bombardeada em
seus primeiros anos de exist%ncia. Hoje,
as marcas desse bombardeamento j* fo$ram apagadas pelos processos erosivos.
Algumas crateras ainda sobrevivem na
Terra, como a cratera situada no estado
do Arizona, EUA, mostrada na )gura ao
lado.
Outra evid%ncia de que houve in/meras
colis.es nos processos de forma'!o dos
planetas pode ser vista na superf,cie da
Lua, como mostra a foto da Lua. As
crateras lunares s!o, em sua maior parte,
resultados da colis!o de aster(ides com sua superf,cie. A Terra que est* pr(xima
da Lua, e ainda por ser 4 vezes maior,
seguramente recebeu uma quantidade
muito maior de impactos do que a
pr(pria Lua.
Al+m das evid%ncias que encontramos no
Sistema Solar, podemos ainda observar
diretamente sistemas planet*rios ainda
muito jovens, em seu est*gio inicial de forma'!o. Esses sistemas ainda possuem uma nuvem,
em forma de um disco, feito de poeira, que se encontra ao redor da estrela, onde est!o ocor$rendo as colis.es. A )gura abaixo mostra alguns exemplos de imagens, obtidas com o
telesc(pio espacial, de discos protoplanet*rios.
Esses discos s!o provas de que grande parte das estrelas podem formar seus pr(prios siste$mas planet*rios. Ap(s alguns bilh.es de anos de vida, esses discos n!o existir!o mais, pois
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Foto da Lua mostrando algumas crateras formadas por impactos de aster1ides. ©Eder Martioli
Cratera causada por imapacto de meteorito % Arizona, USA.
devido -s colis.es, todo esse material es$tar* contido nos planetas, parecido com o
nosso Sistema Solar. Um dos objetivos da
pesquisa em exoplanetas + o de descobrir
se realmente esses planetas se formaram.
Para isso, s!o realizadas in/meras buscas em estrelas de idade mais avan'ada, as
quais descreveremos a seguir.
Como detectar Exoplanetas?
Os planetas, se comparados com as estrelas, s!o apenas pequenos corpos com um brilho muito fraco e que possuem uma massa muito pequena. Todos esses fatores fazem com que os
planetas sejam corpos muito dif,ceis de se detectar. Podemos notar na )gura mostrada acima
que, antes mesmo de sair do Sistema Solar, a Terra j* quase se confunde ao meio da poeira
c(smica, se mostrando apenas como um pontinho de luz muito fraco. Somente n(s,
terr*queos, sabemos a complexidade das coisas que existem em nosso planeta. Agora ser*
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Imagens de discos protoplanet!rios em torno d' estrelas muito jovens, onde acredita/se estar ocor%rendo forma#(o de planetas. Imagens obtidas pelo Telesc1pio Espacial Hubble, NASA.
A esquerda: foto da Terra tirada pela sonda espacial Voyager 1 a mais de 6 bilh$es de quil.metros da Terra. fonte: NASA. A direita: foto da Terra tirada pelo sat,lite Clementine em sua passagem pela Lua.
que um habitante em torno de um outro sistema planet*rio, olhando apenas para esse pontinho fraco, seria capaz de desvendar os segredos da nossa Terra? Na verdade estamos do
outro lado, nossos estudos sobre os exoplanetas t%m como principal objetivo realizarem
descobertas sobre esses 0pontinhos fracos1 em torno de outras estrelas. Assim como em
toda a ci%ncia, as pesquisas em exoplanetas come'aram com descobertas pequenas, por+m
desenvolvimentos de novas tecnologias t%m contribu,do para um avan'o exponencial nos /ltimos anos. Esses avan'os permitem detec'.es da luz muito fraca, de movimentos muito
pequenos e de regi.es muito pr(ximas das estrelas, tudo isso favorece - detec'!o dos plane$tas. Abaixo descrevem$se as principais caracter,sticas conhecidas dos exoplanetas at+ a atu$alidade e tamb+m as t+cnicas utilizadas para a realiza'!o dessa pesquisa.
O que sabemos sobre os exoplanetas?Apesar da pesquisa em exoplanetas ser motivada principalmente pela busca por planetas parecidos com o nosso, os primeiros planetas detectados fora do Sistema Solar possuem
caracter,sticas surpreendentemente distintas n!o s( da nossa Terra, mas tamb+m de
qualquer outro planeta do nosso Sistema Solar. Alguns exoplanetas orbitam suas estrelas a
uma dist2ncia muito pequena, esses planetas tamb+m possuem massas muito grandes, da or$dem de algumas vezes a massa de J/piter, o maior planeta do Sistema Solar. Esse tipo de planeta n!o era esperado, uma vez que aqui em nosso sistema planet*rio, todos os chamados
planetas gigantes gasosos residem em (rbitas distantes, da ordem de 5 a 30 vezes a dist2ncia
da Terra ao Sol. Alguns exoplanetas chegam a orbitar a estrela a menos de um cent+simo da
dist2ncia da Terra ao Sol. Isso faz com que esses corpos sejam muito quentes, bem diferente
do que acontece com os planetas gigantes do nosso sistema.
A t+cnica utilizada para a detec'!o dos exoplanetas in3uencia muito no tipo de planetas que
conhecemos at+ a atualidade. Por exemplo, at+ hoje n!o se conhece nenhum exoplaneta t!o
pequeno quanto a Terra. Isso deve4se ao fato de que os m+todos apresentam limita'.es.
Neste exemplo, o motivo de n!o conhecermos nenhum planeta como a Terra + simples$mente porque n!o se pode ainda detectar corpos t!o pequenos. Por outro lado, os planetas gigantes e pr(ximos das estrelas s!o mais f*ceis de se detectar, e por isso detectou$se uma
grande quantidade desses objetos. Abaixo, mostramos um gr*)co contendo todos os exo$planetas conhecidos na atualidade. Esse gr*)co mostra a dist2ncia do exoplaneta - estrela$m!e versus a massa de cada planeta. As cores identi)cam cada t+cnica utilizada para de$tec'!o destes objetos. Notamos que o m+todo dos tr2nsitos, em verde, favorece a detec'!o de planetas pr(ximos, enquanto que o m+todo de velocidades radiais, em azul, + aquele que
forneceu o maior n/mero de detec'.es at+ hoje. Notamos tamb+m em cor cinza claro a po$si'!o dos planetas do Sistema Solar nesse gr*)co. Os quatro pontos em cinza mais abaixo
s!o os planetas Merc/rio, V%nus, Terra e Marte. Nenhum exoplaneta conhecido at+ hoje +
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t!o pequeno quanto estes quatro. Discutiremos a seguir alguns dos principais m+todos de detec'!o de exoplanetas mencionados acima.
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Dist-ncia orbital 2 estrela%m(e versus a massa dos exoplanetas. As cores indicam cada m,todo utilizado para a detec#(o desses exoplanetas, e os m,todos est(o descritos nas mesmas cores ao lado. Fonte: http://exoplanet.eu
Astrometria
Imagem Direta
Microlentes
Trânsitos
Timing
Velocidade Radial
Sistema Solar
Eclipses Exoplanet*rios #Tr2nsitos&Uma das t+cnicas mais utilizadas para detectar exoplanetas + o chamado m+todo de tr2nsi$tos. Essa t+cnica baseia$se em um princ,pio muito simples. Primeiramente vamos de)nir o
que s!o tr2nsitos. O tr2nsito na astronomia refere$se a passagem de um determinado astro
na frente de um outro astro.
Podemos produzir nosso pr(prio tr2nsito, por exemplo, olhe para a Lua, estenda o bra'o, estique o polegar e leve sua m!o lentamente de forma que o polegar passe por cima da im$agem da Lua. Essa passagem chama$se tr2nsito de um polegar sobre a Lua. 5 exatamente as$sim que descobrimos exoplanetas pelo m+todo de tr2nsitos! Por+m, ao inv+s da Lua temos
uma estrela, e no lugar do nosso polegar temos um exoplaneta. Essa passagem na frente da
estrela faz com que a estrela pare'a estar um pouquinho menos brilhante e dessa forma de$tectamos o planeta. Notamos que quanto menor for o planeta, menor ser* a diminui'!o do
brilho que esse planeta causa, assim, torna$se cada vez mais dif,cil detectar planetas me$nores. Planetas do tamanho da Terra s( podem ser detectados por telesc(pios espaciais.
Hoje existem dois telesc(pios espaciais que se dedicam a procurar planetas por esse m+todo,
s!o os sat+lites COROT, da Ag%ncia Espacial Europ+ia #ESA& e a miss!o KEPLER da NASA.
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Ilustra#(o de um tr-nsito de um poss)vel exoplaneta. Abaixo, a curva amarela mostra como seria a medida da diminui#(o do brilho da estrela vista da Terra. Fonte: CNES
Medida do tr-nsito do planeta CoRoT%Exo%1b, o primeiro detectado pelo sat,lite CoRoT. Fonte: ESA
Medida do tr-nsito do planeta CoRoT%Exo%7b. Esse planeta , o menor encontrado at, hoje e possui menos de duas vezes o tamanho da Terra. Fonte: ESA
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Usando 6culos de Gravidade #Microlentes Gravitacionais&Um outro m+todo muito interessante + o chamado m+todo de microlentes gravitacionais. Esse m+todo utiliza$se de um fen"meno muito interessante observado na natureza, a for'a
da gravidade. Essa + a mesma for'a exercida pelo nosso planeta sobre nossos corpos, + tamb+m a respons*vel por nos manter presos - superf,cie e fazer com que as coisas caiam. A
for'a da gravidade + maior em corpos maiores, por exemplo, o Sol produz uma for'a de
atra'!o muito maior do que a Terra. Essa for'a que o Sol produz + t!o grande que ele conse$gue segurar a Terra e todos os outros planetas do Sistema Solar em sua (rbita.
Por+m, o fato da gravidade atrair os corpos j* + bem conhecido h* muito tempo. O fen"meno mais interessante e menos conhecido que esse m+todo utiliza, no entanto, + que a
for'a da gravidade tamb+m atrai a luz. E a luz, ao passar muito perto de um corpo grande
como + o Sol, tem sua trajet(ria desviada devido - gravidade do Sol. Uma das teorias mais
importantes da f,sica, a teoria da relatividade geral, foi comprovada por um experimento que
utiliza$se desse conceito. O experimento consistiu no seguinte: os astr"nomos sabiam que uma estrela iria estar atr*s do Sol, portanto o Sol realizaria um tr2nsito, ou oculta'!o daquela
estrela, portanto, seria imposs,vel de enxergar aquela estrelinha. Por+m, caso a luz daquela
estrela pudesse ser desviada pela gravidade do Sol, os raios de luz que passariam sobre o Sol
seriam atra,dos e mudariam suas trajet(rias, atingindo a Terra, ou seja, enxergar,amos uma
estrela que est* atr*s do Sol. Claro que essa observa'!o deveria ser feita numa situa'!o espe$cial onde o brilho do Sol n!o atrapalhasse, ou seja em um eclipse solar. O experimento foi
bem sucedido e comprovou a teoria.
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3 esquerda est! a foto do eclipse solar de 1919 observado por Arthur Eddington, buscando provas para a teoria da relatividade geral. 3 direita est! uma foto recente de um eclipse solar ocorrido em 1999, obtida
por Luc Viatour.
O m+todo de microlentes utiliza exatamente o mesmo fen"meno, por+m, ao inv+s do Sol, utilizam$se outras estrelas. A gravidade da estrela curva a luz, assim como fazem as lentes de
um (culos, por isso o nome microlentes gravitacionais. Mais do que curvar a luz, esta + in$tensi)cada, assim, pode$se medir a estrela se tornando mais brilhante devido a esse
fen"meno. A presen'a de um planeta em torno da estrela$lente faz com que a luz seja cur$vada de forma diferente, como se fosse uma lente com pequenos riscos. Isso faz com que a intensidade da luz varie de forma distinta, permitindo detectar o planeta. Esse m+todo pos$sui o inconveniente de que ele s( acontece uma vez e n!o se repetir* para aquela estrela, por
isso h* somente uma oportunidade de realizar a observa'!o.
Ilustra#(o do efeito de microlente gravitacional observado para a detec#(o de exoplanetas. As imagens abaixo mostram a mesma estrela observada quando n(o h! nenhuma estrela de fundo alinhada 4pain,is da
esquerda e direita5 e quando h! uma estrela de fundo alinhada sendo ampli6cada 4painel central5.
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Que tal Fotografar um Exoplaneta? #Imagem Direta&Fotografa r um p laneta do Sistema Solar + relativamente
f*cil, pois eles est!o entre os as$tros mais brilhantes do c+u. Isso
porque eles est!o pr(ximos,
por+m, como vimos, a medida que nos distanciamos, os planetas
se tornam cada vez mais fracos.
Al+m de serem pouco brilhantes,
os planetas se encontram ao redor
de uma estrela que, assim como o nosso Sol, + normalmente muito
brilhante. Isso faz com que a luz
da estrela ofusque o fraco brilho
dos planetas e dificulte ainda
mais a obten'!o de imagens. A di)culdade de se conseguir essa
foto + compar*vel a fotografar
uma formiga ao lado de um farol
que se encontra a 300 km de
dist2ncia.
Apesar da di)culdade, j* existem imagens diretas de planetas. Essas imagens foram obtidas
utilizando$se de diversas t+cnicas, como o uso de coron(grafos, instrumentos que realizam
eclipses arti)ciais da estrela. Essas imagens s!o obtidas em infra$vermelho, que s!o cores
que nosso olho n!o + capaz de enxergar. Para essas cores, os planetas s!o um pouco mais
brilhantes e as estrelas um pouco mais fracas, isso ajuda na diminui'!o do contraste e mel$hora as condi'.es para obter imagens diretas.
Do que s!o Feitos os Exoplanetas?Recentemente detectou$se pela primeira vez o espectro de um exoplaneta. O que isso signi$)ca? O espectro + a luz decomposta em v*rias cores, assim como o arco$,ris, que forma um
espectro natural da luz do Sol. Podemos produzir um espectro, ou decompor a luz, de diver$sas maneiras, por exemplo, utilizando um prisma de vidro, ou uma mancha de (leo no ch!o que )ca colorida, ou um chafariz de *gua, ou utilizando um CD.
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Primeira imagem de um sistema planet!rio em torno de uma estrela comum. Os tr7s pontos vermelhos indicados por b,c, e d, s(o tr7s poss)veis planetas
pertencentes ao sistema HR 8799. Fonte: Science Express, 13 de novembro d' 2008 % por Christian Marois e outros autores.
O espectro do Sol, quando visto de pertinho, possui uma
caracter,stica muito interes$sante, pode$se notar algumas
falhas nas cores. Essas falhas
s!o produzidas por absor'!o da luz por determinados ele$mentos qu,micos. Um espec$tro de absor'!o de um deter$minado elemento qu,mico, ou
subst2ncia, + como se fosse um c(digo de barras, aqueles
que identi)cam os produtos
no supermercado. V*r ios
estudos feitos em laborat(rio
mapearam todos esses espectros para os principais elementos
qu,micos que conhecemos. Dessa maneira, ao observar o espectro do Sol, sem precisar ir at+
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Concep#(o art)stica do exoplaneta HD 189733 b passando por tr!s da estrela%m(e, quando foi poss)vel medir seu espectro. Fonte: ESA,NASA, M. Kornmesser
4ESA/Hubble5 e STScI.
Espectro de uma estrela para busca por planetas. Notamos as v!rias regi$es escuras devido 2s absor#$es da luz por alguns !tomos e mol,culas 4referimos no texto como 8c1digos de barra95. Esse espectro foi obtido co*
o espectr1grafo do Monte Palomar.
l*, sabemos do que + feito o nosso Sol. Da mesma maneira podemos descobrir do que s!o feitas as outras estrelas. A Terra possui uma atmosfera que + constitu,da principalmente do
g*s nitrog%nio e oxig%nio, al+m de outros gases em menor quantidade. Esses elementos
tamb+m produzem seus 0c(digos de barra1 no espectro. Assim, podemos detectar a compo$si'!o atmosf+rica da Terra mesmo estando longe dela. Lembram que no in,cio dessa se'!o
foi dito que detectou$se pela primeira vez o espectro de um exoplaneta? Pois ent!o, essa foi a primeira vez que detectou$se qual tipo de g*s existe nesses planetas, ou pelos menos em
alguns deles. Por+m, essa ainda + uma t+cnica muito limitada e que se encontra em desenvol$vimento.
Acredita$se que a /nica maneira de se saber com certeza se existe vida em um outro planeta,
+ medindo a composi'!o da sua atmosfera e descobrindo gases que s!o produzidos exclusi$vamente por processos biol(gicos. A Terra pode servir como um bom laborat(rio, uma vez
que j* sabemos que aqui possui vida, e ent!o buscaremos padr.es parecidos com aqueles en$contrados aqui na Terra.
Efeitos Gravitacionais #Velocidade Radial&A t+cnica de maior sucesso para a detec'!o de exoplanetas + a chamada t+cnica de Veloci$dades Radiais. Essa t+cnica sozinha detectou mais de 757 de todos os exoplanetas encontra$dos at+ o momento. O nome da t+cnica est* relacionado - velocidade da estrela em uma de$terminada dire'!o, medida com os telesc(pios. Para medir essa velocidade utiliza$se os
mesmos espectros descritos na se'!o anterior. Aqueles 0c(digos de barra1 impressos no es$pectro da estrela se movimentam a medida que a estrela se movimenta, sendo assim uma
maneira de se medir a velocidade da estrela com grande precis!o. Mas como se detectam planetas medindo a velocidade da estrela?
Vimos que as estrelas exercem uma for'a gravitacional sobre os planetas, mantendo$os em
(rbita. Da mesma maneira, os planetas tamb+m exercem for'a gravitacional sobre a estrela,
por+m, muito mais fraca que aquela exercida pela estrela. Assim, da mesma forma que os
planetas realizam (rbitas ao redor da estrela, a estrela tamb+m realiza pequenas (rbitas ao redor de um ponto chamado baricentro, que + o ponto de equil,brio entre os dois corpos.
Como a estrela + muito maior que o planeta, esse ponto de equil,brio normalmente localiza$se dentro da pr(pria estrela. Portanto, a estrela realiza (rbitas que mais se parecem com um
bamboleio. Medir esse bamboleio da estrela requer uma grande precis!o instrumental, que
s( foi poss,vel com uma tecnologia inventada h* alguns anos. O primeiro exoplaneta foi de$tectado em 1996 utilizando esse m+todo.
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Uma outra t+cnica utiliza$se do mesmo princ,pio descrito acima, esta + a t+cnica de as$trometria. Astrometria + a medida das posi'.es dos corpos celestes, uma ci%ncia t!o antiga
quanto a pr(pria astronomia. Na detec'!o de exoplanetas, utiliza$se a medida da posi'!o das
estrelas para observar novamente aquele bamboleio descrito acima. Essa t+cnica + comple$mentar -s velocidades radiais, pois, utilizando as duas em conjunto, pode$se obter muito
mais informa'!o a respeito do planeta. Por+m, novamente, a detec'!o desses movimentos + muito dif,cil, necessitando uma precis!o atrom+trica que hoje s( pode ser alcan'ada a partir
de observa'.es realizadas com telesc(pios espaciais.
Qual Exoplaneta se Parece mais com a Terra?Hoje j* s!o conhecidos mais de 300 exoplanetas, por+m a grande maioria + bem diferente
dos planetas do Sistema Solar. Os exoplanetas s!o em geral muito grandes e pr(ximos das
estrelas$m!es. Esse fato n!o quer dizer que todos os exoplanetas s!o assim, isso + apenas um efeito causado pela di)culdade em se detectar planetas menores e mais distantes. Hoje, por
exemplo, mesmo com toda a tecnologia e desenvolvimento da ci%ncia, ainda n!o ser,amos
capazes de detectar um planeta igual a Terra situado na estrela mais pr(xima do Sistema So$lar. Esse quadro est* mudando, e aos poucos detectam$se planetas cada vez mais parecidos
com a Terra. Hoje, os planetas que mais se assemelham ao nosso, s!o os chamados Super Terras. Essa + uma nova classe de planetas que n!o existia antes de descobrirem os primeiros
exoplanetas. Essa classe n!o existia pois n!o h* nenhuma super$terra ao redor do Sol.
Medida do bamboleio da estrela devido 2 presen#a de planetas em sua 1rbita.
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As super$terras s!o planetas com 5 a 10 vezes mais massa que o nosso planeta, s!o possivel$mente rochosos, com um tamanho muito maior que a Terra, podendo em alguns casos serem
planetas completamente cobertos por *gua. Um dos exoplanetas como estes, encontrados
recentemente em torno da estrela Gliese 581, possui uma caracter,stica interessante que fez
com que ele se tornasse um dos mais famosos. Esse planeta se encontra dentro da zona
habit*vel do sistema a que ele pertence. Explicaremos a seguir o que + zona habit*vel.
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Super Terra % concep#(o art)stica de Gliese 581 c. Fonte: ESO
De6ni#(o da Zona Habit!vel em azul. Esse gr!6co mostra o tamanho da estrela em fun#(o da dist-ncia dos planetas a estrela. Os planetas do Sistema Solar s(o mostrados para compara#(o.
O Sol parece ideal para a gente, pois recebemos a quantidade certa de radia'!o para que nosso planeta se mantenha aquecido na medida certa que a vida necessita. Por+m se es$tiv+ssemos a mesma dist2ncia que o planeta Merc/rio, morrer,amos queimados devido a alta
intensidade da radia'!o solar. Por outro lado, se estiv+ssemos a uma dist2ncia muito grande,
como + o caso de Marte, e todos outros planetas al+m da (rbita de Marte, os oceanos da
Terra se congelariam, e todos morrer,amos por falta de calor. Isso ocorre porque a radia'!o do Sol n!o chega com tanta intensidade para regi.es mais distantes. Portanto, deve existir
uma faixa ao redor do Sol, onde a Terra consiga manter uma temperatura agrad*vel para sus$tentar a vida. Essa faixa + chamada Zona Habit*vel.
A zona habit*vel ao redor do Sol + diferente de outras estrelas, por exemplo, estrelas mais
frias que o Sol possuem sua zona habit*vel mais pr(xima da estrela, e por outro lado as estre$las mais quentes favorecem regi.es mais distantes. Em Gliese 581, a super$terra que foi en$contrada localiza$se muito pr(xima da estrela, por+m a estrela + uma daquelas bem mais
frias que o nosso Sol. A dist2ncia que encontraram esse planeta + su)ciente para que a ra$dia'!o da estrela mantenha o planeta a uma temperatura semelhante -quela aqui na Terra, se
tornando o primeiro planeta encontrado at+ hoje que tem chances de possuir condi'.es habit*veis. Hoje ainda sabe$se muito pouco a respeito desse planeta, por isso n!o se pode
a)rmar nada com certeza, por+m, dentre as centenas de exoplanetas encontradas at+ o mo$mento, este ainda + aquele considerado com melhores condi'.es de comportar vida. Dentro
de poucos anos, provavelmente ser!o encontrados muitos outros planetas com mais chances
de encontrar vida do que este, por+m, por ser o /nico at+ o momento, faz$se muitas especu$la'.es a respeito de um planeta que pouco se conhece.
Quando encontraremos uma outra Terra?Apesar das di)culdades e limita'.es, nunca estivemos t!o perto de encontrar planetas do
tamanho da Terra. A pesquisa em exoplanetas hoje + uma das que mais cresce em toda a
ci%ncia, e com isso, mais e mais cientistas e grupos de pesquisa mergulham nesse campo para
trabalhar na detec'!o de novos objetos. A motiva'!o + uma s(; todos em busca de outros mundos com seres vivos. Mas ent!o, quando encontraremos uma outra Terra? 5 dif,cil dizer
com certeza, mas nos pr(ximos dez anos, j* seremos capazes de detectar outras Terras, e se
elas existirem, com certeza ser!o descobertas.
Encontrar um planeta como a Terra, por+m, n!o signi)ca encontrar vida. V%nus, por exem$plo, + um planeta praticamente g%meo da Terra, com uma diferen'a fundamental para a vida $ a composi'!o da sua atmosfera. V%nus + um dos ambientes mais hostis para a vida que
conhecemos no Sistema Solar. Portanto, al+m da detec'!o, ainda ser!o necess*rios diversos
estudos para que se possa obter a informa'!o se existe ou n!o algum ser vivo habitando esse
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planeta. Isso provavelmente ainda levar* algumas d+cadas, pois depende de tecnologias muito caras em miss.es espaciais que duram muitos anos para serem desenvolvidas.
Poss,veis Indicadores de Vida em Exoplanetas
H* algumas caracter,sticas, que, se forem descobertas em exoplanetas, tornar!o esse planeta
um s+rio candidato a possuir seres vivos extra$terrestres. Abaixo segue uma breve lista de
algumas dessas principais caracter,sticas:
• Residir em uma zona habit*vel em torno da estrela.
• Sua estrela$m!e n!o ser muito ativa.
• Possuir idade su)ciente para evolu'!o da vida.
• Possuir uma superf,cie s(lida ou l,quida.
• Possuir *gua.
Ilustra#(o comparando os tamanhos dos planetas Terra e V7nus. Fonte: ©Walter Myers
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• Possuir gases atmosf+ricos produzidos por rea'.es biol(gicas, como o g*s metano e oz"nio.
• Possuir caracter,sticas que na Terra s!o produzidas pelos seres vivos, como + a aus%ncia do
carbono na atmosfera e a presen'a de cloro)la devido -s plantas.
• Possuir campo magn+tico intenso, assim como a Terra.
Dentre todas essas caracter,sticas, apenas algumas s!o seguramente indicadores de vida, pois a presen'a da maioria delas podem apenas garantir as condi'.es necess*rias, mas n!o su)$cientes para a exist%ncia de vida. Por isso, deve$se tomar o cuidado para que n!o identi$)quemos poss,veis candidatos como planetas habitados, quando estes s!o apenas poss,veis
candidatos a comportarem algum tipo de vida. Novamente, utilizando uma analogia com ob$jetos do Sistema Solar, existem luas, como s!o os casos de Encelados #lua de Saturno& e Eu$ropa #lua de J/piter&, que muito provavelmente possuem um oceano de *gua l,quida abaixo
de suas superf,cies. Esse fato garantiria a esses corpos a capacidade de abrigar seres vivos.
Por+m, at+ hoje n!o se tem provas concretas de que esses oceanos existam e tampouco pro$vas de que qualquer ser vivo habite essas luas. Esperamos que as pesquisas nos pr(ximos
anos respondam essas perguntas.
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