É Nóis na Cultura - 2ª edição

97
Dia do Estudante em Axixá tem comemoração nos padrões do perfil das nossas crianças e jovens: esporte e música como ingredientes de uma programação que sacudiu geral Leia mais Leia mais Leia mais Sua Revista Digital: Educando e Divulgando a Cultura Local Axixaense Literatura | Artes plásticas | Artesanato| Música | Suplemento especial Vale saber É NÓIS NA CUL URA EDIÇÃO ESPECIAL Ano I nº 02 SETEMBRO de 2011 Modernismo brasileiro faz exposição da força da arte na luta pela liberdade, em desfile cívico comemorativo à Independência do Brasil, em Axixá Axixá Maranhão, Brasil: páginas de uma história da qual você é parte, escritas com a criatividade, a alegria e a competência de um povo, construtor da cidade que vale a pena conhecer! 1

description

Edição especial de aniversário da cidade de Axixá

Transcript of É Nóis na Cultura - 2ª edição

Page 1: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Dia do Estudante em Axixá tem comemoração nos padrões do perfil das nossas crianças e jovens: esporte e música como ingredientes de uma programação que sacudiu geral

Leia mais

Leia mais

Leia mais

Sua Revista Digital: Educando e Divulgando a Cultura Local Axixaense

Literatura | Artes plásticas | Artesanato| Música | Suplemento especial Vale saber

É NÓIS NA CUL URA EDIÇÃO ESPECIAL

Ano I – nº 02

SETEMBRO de 2011

Modernismo brasileiro faz exposição da força da arte na luta pela liberdade, em desfile cívico comemorativo à Independência do Brasil, em Axixá

Axixá – Maranhão, Brasil: páginas de uma história da qual você é parte, escritas com a criatividade, a alegria e a competência de um povo, construtor da cidade que vale a pena conhecer!

1

Page 2: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Entrada do perímetro urbano Entrada do perímetro urbano

visão da Igreja Batista

Pé de Axixá : a origem do nome

2

Page 3: É Nóis na Cultura - 2ª edição

3

Page 4: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Por-do-sol na Ilha de Pery-juçara

Sítio do Tanque Cachoeira do Tanque

Visão parcial da praça Esaú Pacífico e Av. Magalhães de Almeida

Pedra seixo: usada na construção civil

Juçara: hoje, o ouro negro da economia axixaense

Folha do pé de axixá: árvore que deu nome à cidade

Areia grossa:muito usada na construção civil

Nossa capa dessa vez é o cartão

postal de uma cidade abençoada

por Deus, que deu a ela um

patrimônio soberbo: natureza

exuberante, repertório cultural

bem diversificado, recursos

minerais muito úteis à

construção civil (a pedra preta e

a branca ou granito, pedra

seixo, areia grossa), recursos

vegetais, como a juçara, que

também garantem mesa farta ao

axixaense; o turismo é garantido

por paraísos como estes que

ornamentam a página.

Por tudo isso, vale proclamar:

“ Senhor, quão maravilhosas

são as tuas obras, a terra

está cheia das tuas

riquezas”

Sl 104.24

4

Page 5: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Em Facho de Luz, o conto, um apelo de amor

Liberdade de criação, recriação e arte: outras releituras

Conhecendo o Hino de Axixá

Autores e obras da terra: a visão poética axixaense

Uma referência de geração a geração

Memória axixaense: fatos e atos que sobrevivem nas lembranças persistentes

Cultura artesanal: o que Axixá tem

Para louvar e agradecer

Parte da História do Brasil em Axixá contada por por axixaenses

A luta pela liberdade nas telas, nas páginas e nas notas musicais – isso é ARTE

Lições de cidadania comemorando o “ser estudante”

Uma história em versões; conheça as origens de Axixá

História do nome: semelhança ou mera coincidência?

Educação: um ponto de vista

Entrevista: a mulher que mudou a face de Axixá

Fé, união e harmonia: administrando com educação

Leitura: conhecendo a alma axixaense

Amor com amor se paga: o final desta história de amor

5

Page 6: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Chegamos ao segundo número de nossa

revista. Uma conquista que contou com a participação de

toda a nossa equipe, mas essencialmente com a de

vocês, nossos leitores.

Para chegarmos até aqui, enfrentamos desafios,

obstáculos, críticas e perdas, mas a força de vontade e a

persistência nos fizeram continuar nesse caminho em

busca de novos horizontes. Não é fácil viver em uma

sociedade onde as novas ideias são vistas com

desconfiança e onde o preconceito com o novo, com o

diferente ainda é marca registrada. Nosso novo número

vem para mostrar que, por mais que seja difícil acreditar,

inovar é essencial para que se possa continuar seguindo

em frente, rumo ao futuro. Assim os desafios e os

obstáculos, ao serem vencidos e superados, dão uma

nova força e vontade de seguir adiante. As perdas, por

mais doidas que sejam, podem até ser um motivo a mais

para que os sonhos sejam perseguidos e realizados.

Sobrevivendo às perdas e com esperanças,

abrimos as portas para aqueles que gostaram da 1ª

edição e querem conhecer um pouco mais do nosso

trabalho. Desejamos a todos os leitores que nossa

revista sirva de inspiração para superar os choros e

seguir com os sorrisos. Que todos possam adentrar

nesse barco conosco. Abram as páginas, aproveitem e

uma boa leitura!

Diane Cantanhede S. Campos

6

EXPEDIENTE

Coordenadora Geral: Professora Maria Dalva Marques e Marques

Coordenadora de Arte: Professora Léa Andrade Santos

Editora-chefe: Diane C. S. Campos

Editores-adjuntos: Paulo Ricardo C. Santos; Rainara Cantanhede; Vicente de Paula Campos

Revisão: Adriana F. da Conceição, Laura Helena F. do Carmo, Monique L. M. Andrade, Clara Regina Santos,

Slayde Rangelli S. Almeida

Arte e Ilustração: Amaury L. Gomes, Cínthia Laís Rocha, Josimar Almeida, Júlio César Pestana, Marcos

Antônio de Aquino, Ronalro Silva

Formatação: Anderson Thiago dos Santos, Idenilson Brandão, Jânio Luís M. Cantanhede, Joanderson Silva,

Marco Antônio N. Learte

Página inicial (capa): Diane C. S. Campos, Paulo Ricardo

Imagem: Claudetino Rocha, Brenda M. Pestana, Franciele Pinho, Jackeline, Tiago Pinho, Ully Bianca Paixão,

Equipe de reportagem: Andressa de M. Coelho, Amanda Catarina Almeida Rocha, Ilmara Heloísa R. Dutra,

Késsia S. N. Lopes, Lanna Raissa A. Ferreira, Luciana N. Learte, José Silvestre L. Júnior, Jádila E. Gomes, Joseane

S. Gomes, Josilene S. Santos, Deusanira S. Sousa, Erisnaldo, Mailson, Raimundo Nonato Valério

Colaboradores nesta edição: Ana Maria Furtado, ); Ângela R. C. Andrade, Arenilton R. F. Santos, Edna S.

Rocha, Franciele R. Cardoso, Francimara T. Rocha, Laice F. S. dos Santos,, Vanessa C. Rocha, Vaniciane S. Gomes,

Maria Miraci C. Furtado, Tatiana (Pesquisa); Francimara, Hilmar S. Lopes, Rosana Marques (Entrevista);

Colaborações especiais: Alexandrina Cantanhede, Amilton Oliveira, Antera Cantanhede, Arlindo Santos,

Augusto Cantanhêde, Delzuíta Santos, Francisco das Chagas Leite, Geovane Medeiros, Gleusamara Vieira,

Jacineiva Lima Amaral, José Ribamar M. Rabelo, Lourival Teixeira, Maria Eny C.antanhede Oliveira, Maristella O.

Coelho, Maria Terezinha de Jesus Lemos Serejo, Moacyr Almeida, Telma Maria da C. Reis Lima, Valter de Jesus S.

Moreira

UMA PUBLICAÇÃO:

Centro de Ensino Estado do Acre

Produção didática, sem fins lucrativos

Equipe Gestora: Osita Andrade Pestana (Diretora Geral)

Josieth de Jesus Protázio (Diretora Adjunta)

José Ribamar Andrade Santos (Diretor Auxiliar)

Telma Maria da Conceição Reis Lima (Secretária)

Page 7: É Nóis na Cultura - 2ª edição

7

Page 8: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Tudo termina bem quando começa bem. Dando graças ao Senhor por 94

anos de autonomia política, a cidade de Axixá abre suas festividades a

propósito do marco histórico.

Celebrar datas importantes com cerimônias religiosas é prática cultural com que a humanidade atravessa tempos imemoriais. Por isso se fala em comemorar. Mas o que é comemorar? Qual é o sentido da celebração religiosa nas comemorações e quantos têm a noção do real significado daquilo que, para muitos, consta apenas como um ritual obrigatório na agenda de festividades?

Comemorar é memorar (lembrar) co (com), lembrar

algo com alguém. Comungar lembranças. Antes de tudo, comemorar deve priorizar comungar a lembrança da origem de nossas conquistas, a fonte da satisfação dos nossos mais caros desejos, sonhos, aspirações; e o melhor: a concretização deles. Deus é o originador de todas as coisas positivas de nossas vidas, portanto a ele é justa a nossa primeira lembrança.

Nos 94 anos de independência política, a agenda comemorativa de Axixá é aberta com o CULTO EM AÇÃO DE GRAÇAS, iniciado às 19:20 horas, no Templo Central da Assembléia de Deus. A celebração foi uma oportunidade à reflexão sobre o sentido que a ação de graças deve ter em comemorações como esta. Boas fontes dão conta do ato de agradecer a Deus pelas boas colheitas, pelos dons recebidos.

Já na acolhida, ao lembrar as razões de estarem todos congregados ali, o Senhor usa maravilhosamente o pastor Sales e este faz referência aos motivos para comemorar: “A nossa maior gratidão, de sermos perdoados, salvos por Jesus Cristo, mesmo sendo pecadores; também por estarmos vivos: a vida é o grande dom de Deus; e por fim, a nossa gratidão pelas bênçãos recebidas para a nossa cidade, por vivermos nela, em paz, lembrando que tudo isso é devido a Deus, não é mérito humano, pois conforme diz a Bíblia: “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigiam os sentinelas”. É enfático na importante lição sobre o ato de dar graças em comemorações, na eficácia da oração em favor da busca e obtenção da paz para a cidade de Axixá. Reforça que Deus é o centro dos nossos louvores e gratidão, pois tudo pelo que agradecemos (vitórias, conquistas), reitera, é de autoria d’Ele; é Ele quem nos capacita, tem capacitado cada um de nós para, no devido lugar, fazer o melhor para o bem e para glória do seu nome.

Os louvores entoados sugerem o porquê de agradecer a Deus: o coral Cântico Celeste com o cântico Fidelidade lembrou que é preciso reconhecer os méritos divinos, glorificando o nosso grande Doador e nesse lembrete , que é também uma lição musical, vale dar atenção para o que ele fala em: Senhor, não vou dividir minha adoração/ exclusivo é o meu coração/ vivo

Por uma cultura de adoração e agradecimento a Deus

Visão geral da igreja

Pastor Sales e a prefeita Sonia

Visão do púlpito

O partir do bolo

8

Page 9: É Nóis na Cultura - 2ª edição

“Se hoje tenho forças é porque Deus quer me usar para fazer coisas melhores”. (pronunciamento da prefeita Sonia Campos)

Prefeita Sônia Campos,parabeniza a igreja por estar aos cuidados do Pr. Sales, por ele estar cuidando das suas ovelhas e agradece a Deus pela vida de todos, também fala das maravilhas que Deus fez na vida dela e das lutas que tem vivido durante esses anos de liderança.

“Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor”

só pra Ti/ não abro mão do céu/ diante até da morte/ prefiro ser fiel – ser fiel a Deus é colocá-lo sempre em primeiro lugar e só a Ele prestar culto e adoração; a jovem evangélica Lanna Raíssa entoou Sabor de Mel, bem propício para a ocasião (confira letra na sessão de música), com certeza uma inspiração d’Aquele que, como nos tempos de Abraão, Moisés, Davi e tantos outros seus servos, está na liderança, no controle de tudo, cuidando do seu povo, tanto é, que na interpretação do referido hino, Lanna coloca a cidade no contexto de sua letra, representando as crises, e vitórias e a presença constante de Deus, vivenciadas aqui, no Municipio.

“Clama igreja a paz pra Axixá, clama que Deus te ouvira, prepare um altar, ofereça um louvor que Axixá sarado será”. Sabor de Mel, com irmã Lanna

Através de cada pessoa ali presente, Deus passou mensagens e lições sobre condutas oportunas ao ato de comemorar: "As autoridades são constituidas por Deus" (cantora Elizaine); agradecer pelas oportunidades que se tem (veradora Elizabeth ); louvar a Deus por cada comemoração, fazer alianças pelo bem comum, pedir ao Senhor a paz é condição para que Ele a coloque em nosso coração (vereadora Benedita); saber enfrentar lutas, provas, tristezas e alegrias oportuniza o privilégio de agradecer a Deus em comemoração vitoriosa, interceder como igreja pela cidade, pois Deus ouve a oração do justo (vice-prefeito João Oliveira); reconhecer o mérito de ser escolhido para conduzir o rebanho do Senhor e reconhecer-se instrumento, servo de Deus nas grandes realizações, para tanto fortalecido, que o Senhor levanta os pequeninos para lutar, vencer, relaizar coisas extraordinárias porque “tudo podemos n’Aquele que nos fortalece!” (prefeita Sonia Campos).

Lições valiosas em um culto especial para resgatar o verdadeiro sentido de comemorações como a que tivemos na Igreja Assembleia de Deus pelos 94 ANOS DE EMANCIPAÇÃO DE AXIXÁ.

Momento da oração pela cidade, através daqueles que estão à frente das diferentes políticas públicas conduzidas nesta administração

Por: Joseane, Lana e Nonato Valério Fotos:: Ully Bianca 9

Page 10: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A COMEMORA ÇÃO NO LEGISLATIVO

Compondo a pauta comemorativa de aniversário de Axixá e cumprindo o que já é tradição, realizou-se a Seção Solene na Câmara Municipal. Nesse momento importante, os representantes do povo aproveitaram para avaliar esse período vivenciado pelo Município, levantando os avanços e retrocessos verificados até aqui.

Momento oportuno para captar as impressãoes das autoridades, mãos à obra. Já nos pronunciamentos da mesa, os edis foram unânimes na avaliação positiva, reconhecendo o franco processo de desenvolvimento pelo qual a cidade vem passando nestes sete anos de administração pública.

O vereador Nonato Campos, após o evento, respondendo aos questionamentos da equipe, disse atribuir suas reeleições à integridade moral, à honestidade com que desempenha sua função pública; enfatizou que “a cidade está passando por uma renovação, porém não podemos esquecer-nos dos representantes passados, que também deixaram sua contribuição”.

Após cumprirem o que é de praxe (manifestações dos presentes, execução dos parabéns e distribução do coquetel etc.) todos se dirigiram à Praça da Cultura, para a realização da Missa em Ação de Graças.

Prédio do Legislativo Momento dos parabéns

Palavra do vice-prefeito João Oliveira

O bolo de aniversário

A comemoração de todos

Pronunciamento da prefeita Sonia

Por: Brenda, Francimara, Ilmar, Luciana, Milena Fotos: Diane, Ilmara, Thiago Pinho e Ully Bianca

10

Page 11: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Sendo parte de uma nação colonizada por portugueses, esta Cidade segue a identidade religiosa da Pátria: católica apostólica, romana (embora as estatísticas registrem números significativos de templos e fiéis evangélicos.

Então, como não poderia deixar de ser, a programação comemorativa incluiu a Ação de Graças através da missa.

O evento foi mais uma oportunidade para este povo contemplar o público visitante e a si mesmo com mais uma demonstração do que é ser culturalmente rico.

Mostrando uma cultura religiosa que mantém seus traços mais originais, os fiéis axixaenses, entretanto, surpreendem com inovações que mostram que Deus é alegria, criatividade e juventude.

Para o padre Enildo, celebrante da cerimônia: “a missa nas atividades comemorativas significa a expressão da fé popular; o povo axixaense é culturalmente religioso, por força de sua formação religiosa de fé praticante, contribuindo para uma visão religiosa da cidade; independente da denominação religiosa, o importante é que esse povo em ao redor do altar do Senhor

A MISSA

para louvar e agradecer por 94 anos de emancipação de Axixá”.

A declaração do reverendo expõe a visão do evento como um ato de fé e gratidão a Deus por permitir ao cidadão a oportunidade de ter boas razões para querer lembrar em comunhão com os de sua comunidade, fazendo dessa oportunidade momento de festejar.

O templo campal na Praça da Cultura

No bolo, o motivo do agradecimento

Grupo de coreografia

Ritual do Ofertório: jovens axixaenses

De formação católica, a prefeita Sonia participa do Comunhão

Por: Jânio, Josilene, Kássia, Vicente Fotos: Anderson Thiago, Marco Antônio

11

Page 12: É Nóis na Cultura - 2ª edição

O MOMENTO CÍVICO

“Axixá, rincão estremecido /berço régio querido/

Abençoado por Deus/Axixá, o teu nome sagrado/

lembra o nobre passado/ e os heróis filhos teus...

Com esta evocação poética, Mary Silva Fontoura, uma

filha naturalizada desta terra, cantou em seus “versos de amor

decantado” o peito ilustre axixaense, à moda do grande Camões

(evidenciando a grandiosidade de um povo) em Os lusíadas.

E não é sem razão que todo axixaense assume

envaidecido cada estrofe desse hino de amor à Princesa do

Munim; esta terra maranhense faz jus aos nobres sentimentos

de seus súditos: a fé e a inteligência unidas à coragem, à

criatividade e uma dose necessária de humildade são a receita

certa para o sucesso dos empreendimentos feitos por esta gente

de capacidade considerável. E é por isso que tudo que faz este

povo é bem sucedido: porque, antes de qualquer coisa, é

abençoado por Deus!

Exemplo disso é a educação que a equipe pedagógica,

hoje atuante na Secretaria de Educação, se esforça por oferecer,

aproveitando qualquer circunstância para criar uma situação de

aprendizagem.

Aos 94 de emancipação, os educadores, educandos, seus

pais e responsáveis e representantes da Administração

Municipal vêm a pública, como uma orquestra dando show em

harmonia, para mais uma aula em forma de DESFILE CÍVICO.

Apresentando o tema: MÚSICA E EDUCAÇÃO

“REVELANDO A REALIDADE HUMANA, os organizadores

resgataram toda a trajetória da música no seu mérito de educar,

justificando assim a lei que torna obrigatória a inclusão deste

componente no currículo escolar.

Dos primórdios bíblicos em que com a música aprendemos a

louvar e demonstrar gratidão ao Criador por conquistas e

superações, fez-se uma revisão de conhecimentos percorrendo

cantigas de roda, de ninar, música popular, clássica, enfim um farto

repertório didático, capaz de aguçar nossos sentidos e potencializar

as nossas capacidades básicas de leitura e visão de mundo. ISSO É

EDUCAÇÃO e da melhor qualidade.

A maior lição extraída dessa rica experiência, com ilustração

do pelotão que encerrou o desfile homenageando a grande

educadora axixaense Paula Marques de Almeida, sem dúvida, é que:

A UNIÃO FAZ A FORÇA. Que o diga o secretário de educação

Gerônimo, a coordenadora Gleicy Fernanda, toda a equipe da

Secretaria de Educação, da Secretaria de Cultura, demais secretarias

e a prefeita Sonia que tem o privilégio de contar com uma equipe

que tem amor por tudo o que faz pelo social.

Dessa forma é legítimo cumprimentar: PARABÉNS, AXIXÁ!

Por: Kássia, Mailson, Paulo Ricardo, Thelma Fotos: Deuzanira, Laice, Marco Antônio

12

Page 13: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Entrevista: a mulher que mudou a face de Axixá

Eleita em 2004 para a gestão de 2005-2008 e consecutivamente eleita para mais este mandato, esta mulher tem mostrado a têmpera de

uma grande estadista. Sem perder o norte da administração municipal, enfrenta as turbulências próprias da política, conseguindo levar

adiante os rumos de um governo que tem resgatado o município de anos de estagnação socioeconômica.

Prefeita Sonia: “agradecer a Deus pelas vitórias”

Reunida com a população axixaense e

visitantes para agradecer por quase cem anos de independência política do Município, a prefeita Sonia fala do significado que a liturgia tem no contexto dessas festividades; fala também do desempenho político e dos desafios que vem enfrentando para que o município tenha o que festejar nas suas comemorações

“O objetivo da missa” – diz ela - “é comemorar a data, o aniversário da cidade, seguindo uma tradição cultural: Nós gostamos de festa; desde que a criança completa um ano, todo cuidado da mãe, quando pode, é fazer um bolo de aniversário e cantar parabéns.”

Como prefeita, preocupa-se em trazer as festas comemorativas, como forma de resgatar a cidadania através do desfile que é a linguagem através da qual se demonstra o amor pela cidade; agregada ao desfile, a festa (os diversos shows) atende à necessidade cultural da juventude, porque os jovens gostam de alegria, gostam de dançar.

A prefeita diz que sente enorme prazer em proporcionar isso aos axixaenses, a essa cidade da qual cuida com tanto carinho, com tanto respeito; que essa comemoração tem uma importância muito grande, pois ela também se sente trocando de idade (sente-se amadurecendo politicamente), tudo isso dá ao evento um significado único, não existe, para ela, nada mais mágico do que partilhar uma alegria como essa com o seu povo.

Falando do seu papel como prefeita, dos próprios sentimentos diante da grande responsabilidade atribuída a esse papel, Sonia Campos diz ter-se preparado desde os sete anos de idade para isso, enfrentando os grandes desafios que enfrentam as pessoas de origem humilde, nascidas em uma cidade de interior, para chegar à prefeitura; que primeiro melhorou de vida para ser prefeita e não se tornou prefeita para se dar bem na vida; estudou, venceu, partiu em busca de concretizar o projeto que traçou para ela, lutando doze anos e conseguindo na hora

certa, no tempo de Deus, pois “há tempo para tudo debaixo do sol”.

Toda essa caminhada a responsabiliza com o dever moral de honrar esse compromisso, mostrando que a luta vale a pena quando as razões são justas. Assim, ser prefeita de Axixá é uma responsabilidade muito grande, resgatar a esperança quando ela já não existia mais, pois a cidade tinha perdido a sua importância tanto pra os axixaenses, quanto para os outros e hoje nossa cidade tem um nome que é reconhecido e respeitado, tanto na

Por: Vicente de Paula Fotos: Anderson Thiago, Marco Antônio

13

Page 14: É Nóis na Cultura - 2ª edição

região como fora dela; em consequência disso, o povo desta cidade tem autoestima, tem orgulho da própria identidade, do seu capital humano e do patrimônio histórico-cultural e social que possui.

Axixá tem hoje o melhor IDEB do Maranhão, a inclusão digital é uma realidade em nosso município, acabamos de ganhar um centro tecnológico para capacitar os jovens para que eles tenham a oportunidade de competir no mercado de trabalho.

A respeito da observação sobre o cuidado que a gestão tem em respeitar a diversidade cultural local, incluindo-as todas nessa grande celebração, a prefeita confirmou, acrescentando a essa observação a de que seu governo é para todos e portanto todos devem ter espaço para louvar, agradecer, expressar seu sentimento à terra e descontrair-se, dentro das convicções próprias de cada um.

Como patriota que se declara ser, diz que tudo pelo que luta e o que conquista é para sua terra, a prioridade da sua vida, a terra que Deus escolheu para ela nascer; por isso batalha também para que Axixá possa continuar se desenvolvendo.

Destaca família como referência, base de sustentação para quem quer ser administrador; com família desestruturada não há base.

Como mensagem para os axixaenses, recomenda: amar cada dia mais sua cidade, respeitá-la

O Secretário de Educação Gerônimo fala

da principal estratégia para uma boa administração: parcerias; e nesta gestão elas têm dado certo, demonstrado pelo que se vê. Sua mensagem é que cada um procure valorizar sua cidade, descobrir as riquezas que ela possui.

A Secretária de Cultura Léa Cristina afirma ser de suma importância, e gratificante contribuir com o avanço das manifestações, em especial as religiosas; o desenvolvimento da nossa cultura é expressivo; nossa política cultural, fortalecida com a união dos grupos, das igrejas, está mais aberta a todos, ao socialismo, oportunizando, assim, esse desenvolvimento; a cultura axixaense hoje é aberta a todos graças à política cultural feita aqui, o que gera uma expectativa positiva para todo o desenvolvimento da programação, a melhor possível, com um grande público, e com infraestrutura ideal.

Outros olhares

A educação axixaense é mesmo uma caixinha de surpresas... boas!

Resultado do trabalho que, como diz a coordenadora pedagógica Gleicy Fernanda, “é fruto de um compartilhamento de idéias e forças do trabalho conjunto, que tem no substantivo humildade a sua força”.

Está desvendado o segredo do sucesso, a fórmula certa que, como qualquer um pode comprovar, não é mágica: é força de vontade, trabalho, humildade e união.

Que Axixá continue no caminho do desenvolvimento, em busca de novas conquistas, sempre.

A educação é o diferencial dos países desenvolvidos. A partir de uma política trilhada no caminho que priorize investimentos nesta

Olhares para o futuro

política pública é que teremos a tão sonhada sociedade onde prevaleçam a justiça e a igualdade.

Autoridades no palanque

Caixinha de música: O soldadinho

de chumbo e a bailarina

Fotos: É Nóis na Cultura 14

Page 15: É Nóis na Cultura - 2ª edição

O tema...O tema... A baliza geral Reilane estilizada nas cores...A baliza geral Reilane estilizada nas cores... ... da música: o branco ... da música: o branco

(transfigurado no prata) e o preto.(transfigurado no prata) e o preto.

Onde está a Margarida? Está na cantiga de Onde está a Margarida? Está na cantiga de roda que ensina a contar, superar roda que ensina a contar, superar

obstáculos e encontrar um objetivo.obstáculos e encontrar um objetivo.

... conduzi... conduzi--la e apresentála e apresentá--la diante de um la diante de um grande público.grande público.

... a baliza Jéssica desenvolve a ... a baliza Jéssica desenvolve a habilidade de liderar uma equipe...habilidade de liderar uma equipe...

Com a banda da U. I. Maria Pereira já exercitamCom a banda da U. I. Maria Pereira já exercitam o ritmo, a harmonia e a sintonia do o ritmo, a harmonia e a sintonia do

trabalho em equipe... trabalho em equipe...

Após a passagem do mar Vermelho, a Após a passagem do mar Vermelho, a grande lição bíblica: agradecer a Deus grande lição bíblica: agradecer a Deus pelas vitórias com cânticos de louvorpelas vitórias com cânticos de louvor

A baliza Luz Clarita dando a cor da A baliza Luz Clarita dando a cor da Aquarela, de Toquinho em lições de Aquarela, de Toquinho em lições de

leitura e produção de textos.leitura e produção de textos.

15

Page 16: É Nóis na Cultura - 2ª edição

... com o seu corpo coreográfico...... com o seu corpo coreográfico... A Brigada Militar Só Jesus Liberta A Brigada Militar Só Jesus Liberta

complementa esta aula de cidadania.complementa esta aula de cidadania.

Grandes líderes são aqueles que se Grandes líderes são aqueles que se permitem aprender continuamente...permitem aprender continuamente...

... reconhecendo o mérito de ... reconhecendo o mérito de colaboradores como o da educadora colaboradores como o da educadora

Paula Marques de Almeida. Paula Marques de Almeida.

Uma grande orquestra reafirma sua Uma grande orquestra reafirma sua sintonia.sintonia.

... que leva ao sucesso todo aquele que se ... que leva ao sucesso todo aquele que se deixa conduzir por suas notas, através de deixa conduzir por suas notas, através de

sua melodia didática.sua melodia didática.

Com a música, aprendeCom a música, aprende--se o valor da se o valor da união, da cumplicidade e da autoestima ...união, da cumplicidade e da autoestima ...

Esta é uma oportunidade de Esta é uma oportunidade de homenagear aquela que na Educação homenagear aquela que na Educação encontrou sua forma de servir a Deusencontrou sua forma de servir a Deus

...demonstrando a capacidade comunicativa ...demonstrando a capacidade comunicativa que o corpo tem.que o corpo tem.

16

Page 17: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Aprendizagem contínua

O Xote Ecológico desenvolvendo a consciência socioambientalO Xote Ecológico desenvolvendo a consciência socioambiental Baliza Isabela, aluna do Maria PereiraBaliza Isabela, aluna do Maria Pereira

(Mãe Natureza).(Mãe Natureza).

Também as músicas dos nossos Também as músicas dos nossos compositores e intérpretes nacionais compositores e intérpretes nacionais

oferecem rica variedade didática.oferecem rica variedade didática.

Com a Banda Marcial do colégio América Com a Banda Marcial do colégio América Central Central -- Morros (MA) Morros (MA)

“aprendemos todos em comunhão” “aprendemos todos em comunhão”

O corpo coreográfico da Banda Marcial O corpo coreográfico da Banda Marcial do C. E. Estado do Acre: beleza no do C. E. Estado do Acre: beleza no

ritmo.ritmo.

Cada escola, com sua bandeira, diz a Cada escola, com sua bandeira, diz a que veio nessa aula especialque veio nessa aula especial

A Banda Marcial da U. I. Maria Pereira Reis: A Banda Marcial da U. I. Maria Pereira Reis: “aprendendo e ensinando” novas lições“aprendendo e ensinando” novas lições

17

Page 18: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Desfilar a História é manter viva a memória

nacionalista: a necessidade de ter referências

para os nossos projetos de renovação da sociedade

Dentre as inúmeras funções da arte,

merece especial atenção a de estimular a

reflexão sobre fenômenos que nos cercam.

Cumprindo a sua função social, a arte

é capaz de mobilizar o ideário humano,

transformando-o a favor dos propósitos

daqueles que dela se valem como arma de

luta.

Em todos os momentos da história

humana, através dos espaços, lá está a arte,

articulando linguagens diversas para

operar as mais nobres reivindicações

sociais.

No século XX, momento de grandes

transformações em todo o mundo,

também lá estão manifestações artísticas

documentando, traduzindo e projetando o

objetivo e o objeto social da arte: o

homem: suas lutas, seus sonhos, seus

anseios em plena revolução modernista.

Relembrar a Independência do Brasil

com desfiles cívicos é uma tradição que faz

parte do currículo das escolas de todo Brasil.

Investindo na criatividade, fazem desse

momento mais uma oportunidade de

educação emancipatória, afinal o exercício

intelectual, a reflexão, oportunizada pelo

observação de eventos como este conduz ao

amadurecimento da visão, que possibilita

tomada de decisões necessárias ao

construtivismo social.

“Desfilando a Arte sob os Ventos da

Independência”, para manter viva a

memória nacional sobre as lutas pela

independência do país, o centro de Ensino

Estado do Acre convida a comunidade a

revisitar as décadas iniciais do século XX, a

partir das novas propostas artísticas do

Modernismo Brasileiro, oficialmente

lançadas na Semana de Arte Moderna e que

ressoa até os tempos atuais. Embora tenha

enfrentado imprevistos que a forçaram

quebrar a tradição de apresentar o desfile no

dia sete de setembro, a perda trágica de um

Aula de cidadania com arte dos alunos do terceiro ano do Ensino

Médio, desenhista dos quadros

apresentados no pelotão de pintura –

Cleiton Lima Brandão - a escola

conseguiu recontar a história das lutas

pela emancipação, mostrando a

intervenção da arte usando as armas que

lhe são próprias: as tintas, as telas, o

bloco informe da matéria bruta, a

palavra!

“Liberdade - essa palavra/ Que o sonho

humano alimenta/ Que não há ninguém

que explique/ E ninguém que não

entenda!”

Os versos de Cecília Meireles, no

Romanceiro da Inconfidência (ilustrando

o comentário do pelotão de literatura)

traduzem bem o papel da arte na

perseguição ao sonho de liberdade desta

nação.

18

Page 19: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Visão geral da Banda Marcial do

C. E. Estado do Acre

A pequena Clara: na arte, a

liberdade de expressão

A baliza Lanna Raíssa da Banda

Marcial apresentando-se diante do

palanque da escola

Ana Luísa, a obra-prima de Deus

vestida de aquarela, apresenta a

pintura modernistas brasileiras

O tema: desfilando as relações

entre a arte modernista e

INDEPENDÊNCIA

19

Page 20: É Nóis na Cultura - 2ª edição

No dia 11 de agosto comemora-se o Dia do Estudante e, neste

ano de 2011, em Axixá, de uma maneira muito especial

O evento iniciou-se com a entrada da prefeita Sonia e o Secretário de Educação Jerônimo(1) e das escolas participantes com suas bandeiras portadas por alunas, seus gestores, e suas equipes esportivas com os técnicos(2). Além das outras ações próprias das solenidades de abertura, houve a participação da Brigada Militar do município e hasteamento de bandeiras por autoridades e diretores das escolas (3).

Essa situação de competir exige cuidado para que a diversão não perca o foco da responsabilidade. E, nesse clima de competição, cada povoado torcia pelo seu time e incentivava os alunos a não desanimarem, a terem confiança e atitude. As campeãs foram as seleções do Estado do Acre, masculina e feminina (4 e 5); a U.I. Major Fontoura, vencedora dos jogos femininos; já do masculino, o vencedor foi o time da U.I. Arcelino Rodrigues.

1

2 3

Imagens: Secretaria Municipal de Cultura

Organizada pela prefeitura, em Axixá, a comemoração ao Dia do Estudante teve em sua Programação a I COPA ESTUDANTIL AXIXAENSE DE BEACH SOCCER e um SHOW DE CALOUROS, diferente dos outros anos em que geralmente não havia aula e o máximo que era feito era uma lembrancinha ou uma mensagem. Desta vez, além de muito divertida, dinâmica, a comemoração não envolveu apenas uma ou outra escola isoladamente, mas todas as escolas municipais, a estadual, e também as comunidades, pois, além dos alunos, havia os familiares que, com muita alegria, torceram pelos filhos, primos, amigos, ou vizinhos, por um período de de três dias (de 11 a 13 de agosto)

Na opinião de alguns estudantes,

“o mais importante foi que nos presentearam não apenas como uma diversão, mas também nos ensinaram como vencer obstáculos, lutar pelo que queremos e entender que, para ser um vencedor, não é necessário ganhar um troféu, uma medalha, nem cruzar a linha de chegada primeiro, pois o fundamental é conseguirmos vencer a nós mesmos”

A prefeita Sonia, a seleção masculina Estado do Acre e a diretora Josieth (4); o presidente da Câmara José Vitório

A seleção feminina Estado do Acre e a diretora Josieth (5)

5

4

20

Page 21: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Após as finais dos jogos, aconteceu o I SHOW DE CALOUROS das escolas (5 e 6). váríos tentaram, mas apenas três conseguiram chegar ao podío. Em 3º lugar, representando a escola ESTADO do ACRE, a aluna IANKA SOUZA (8). Em 2º lugar, representando a escola FELIPE BARBOSA DE ANDRADE, a aluna KERLIA (7). E em 1º lugar, representando a escola ARCELINO RODRIGUES TAVAVES, o aluno TAYLON (6).

Reportagem: Ádila Rauane, Ana Paula, José Alex, Júlio César Cantanhede e Késsia Sirlan Fotos: Secretaria Municipal de Cultura

6 5

O show de calouros foi muito bom, revelador de grandes talentos juvenis que existem em nossa querida cidade, esta terra cheia de tradições e cultura.

Assim as comemorações do dia dedicado aos estudantes finalizaram-se. Além do sucesso dos jogos e do show de calouros, ainda ganhamos um área para praticar esportes, completando a festa .

Esta comemoração foi muito importante pois incentivou os alunos axixaenses a demonstrar talentos, competir com alegria e saber respeitar o seu adversário, afinal todo jogo tem dois objetivos, que se excluem mutuamente: ganhar ou perder (cada um ou ganha ou perde). O importante é continuar tendo chance de ganhar competindo

7 8

Confira mais...

Liderança da torcida organizada da escola Maria Pereira Reis

Visão aérea da arquibancada – 3º dia de programação (show de calouros)

Desfile dos competidores até a arena

21

Page 22: É Nóis na Cultura - 2ª edição

INTRODUÇÃO

Era uma vez... Assim começam as histórias que

retratam sonhos e ilusões, ou que simplesmente almejam

tocar a sensibilidade infantil.

A nossa história quer retratar muito mais, quer ir

além da ficção, além da ilusão .Quer mostrar à criança, o

valor da gratidão, a força do amor, da misericórdia e do já

esquecido dito popular:"O bem se paga com o bem".

FACHO DE LUZ

A MUI BELA PRINCESINHA DOS VAGA-LUMES

Um conto de: Augusto Cantanhêde Lima

Com ilustrações de: Cássio Lima

22

Page 23: É Nóis na Cultura - 2ª edição

CAPITULO I

O Mundo das florestas era dividido em eternidades. Cada eternidade correspondia a

cem eras. Os seres que lá habitavam se uniam através do amor que permeava a existência

ali. E assim a história seguia seu curso no gotejar do orvalho, no serenar da manhã.

Também as fontes de águas cristalinas desembocavam das matas sobre a areia branca

dos bosques. A beleza dos lagos e o sibilar das tanajuras saudavam com alegria o despertar

de mais um dia que chegava. Tudo era festa, beleza e graça, no reino maravilhoso de

FACHO DE LUZ.

Todo esse maravilhoso reino era governado pelo sábio rei Vaga-Lume III, que em

breve o entregaria ao seu sucessor, prometendo paz eterna e a continuação dos sonhos.

No reino de Vaga-Lume III, existiam leis e, entre elas, uma se destacava, pois vinha ao

encontro da liberdade, da vida. Tudo era permitido no reino, desde que os fachos nunca

fossem apagados. A lei estabelecia que, se a floresta ficasse no escuro, toda geração

sucumbiria para sempre num charco profundo de lodo e lama. A lei herdada dos

antepassados era cantada em verso e prosa pelos jovens para que nunca passasse

despercebida.

CAPITULO II

Numa noite de lua cheia, quando todos dormiam, ao aproximar-se a lua da Floresta

Central, fez-se a sombra sobre as outras florestas. Nesse momento algo terrível aconteceu

no reino de Vaga-Lume III; a escuridão caiu assustadoramente forte sobre aquele reino,

prenunciando a temida sentença: passaria uma eternidade sem brilhar e desceria para o

abismo. Toda a floresta viraria um charco de lodo fétido, pela ausência da luz. Estava

determinado o fim: nunca mais se ouviria o zumbir das cigarras cantoras saudando o

entardecer, nem tão pouco o chiado do louva-a-deus, nem o canto dos grilos nas manhãs de

domingo. O reino de Vaga-Lume III silenciaria por toda uma eternidade. Vestido de luto e

coberto de cinzas, o rei visitou aldeia por aldeia, pedindo perdão aos súditos, pois, como

guardião do reino, não soubera evitar aquela intempérie; no entanto, seu povo o amava

muito e não o culpava pela catástrofe; lamentando com ele, cobrira-se também de luto.

23

Page 24: É Nóis na Cultura - 2ª edição

CAPITULO III

O rei, vestido de saco, descia vagarosamente as

ruas, pedindo que as canções parassem, que as luzes

apagassem. Ia de província em província, convocando a

todos que chegassem ao palácio pela ultima vez e

ouvissem a sinfonia que a banda marcial dos grilos

executaria, anunciando a chegada do herdeiro que havia

nascido nas antecâmaras mais ocultas do cupinzeiro.

Chegaram, de todos os lados, cortejo de

libélulas, nuvens de escaravelhos, enxames de abelhas,

filas de percevejos, miríades de louva-a-deus, todos

organizados pelo imbatível exército de gafanhotos que, ao

som da suave sinfonia, esperavam ansioso para ver, pela

ultima vez, o milagre da vida. Nesse momento, ouve-se o

rufar dos tambores dos guardiões besouros e, oh! eis que

surge a Rainha-mãe e, com lágrimas nos olhos, levanta

nos braços, não um herdeiro, mas uma herdeira, pois,

pela primeira vez, o reino seria regido por uma vaga-

lume.

Todos se prostraram quando os tambores

silenciaram. Um som suave rompia o silencio e uma luz

inconfundível brilhava cheia de cores exuberantes que

emanavam reflexos verdes, amarelos, azuis, brancos e

lilases . Em meio às lágrimas de emoção dos súditos e a

uma revoada de borboletas azuis, surgia Facho de Luz, a

doce e mui bela princesinha daquele reino já condenado,

mas que não podia morrer sem iluminar as noites de lua

nova da floresta.

24

Page 25: É Nóis na Cultura - 2ª edição

CAPITULO IV

O rei não sabia como proceder, aquilo estava além do seu controle . Todos se

curvaram diante do esplendor de Facho de Luz. A rainha-mãe tremia de emoção pois a

beleza de sua filha era além do que se podia imaginar. Lamentaram bastante ante tanta

beleza e o destino que lhes aguardava. Nesse momento, adentra o palácio, sem ser

esperado, o rei da floresta central Dom Grilo V .

Silêncio na multidão...O que uma autoridade tão temida viria fazer num reino

condenado ao lodo?

- Eu pude ver, do alto do meu reino, a luz que brilhava, fiquei ainda mais

consternado quando soube da vossa história e não pude aceitar que o mundo dos vaga-

lumes viesse a perde uma luz tão especial como esta que acaba de nascer. Já tomei a

minha decisão; procurarei o grande rei e lhe direi que ficarei uma eternidade no lodo e

na lama para que esta floresta viva o esplendor deste reino que ora se inicia. Dirigindo-se

ao rei: - Diga ao seu povo que cante, brilhe e festeje, a chegada desta linda princesa e que

esta luz seja uma eternidade de justiça, paz e amor.

Houve festa na floresta e o rei determinou que a luz nunca mais se apagasse no seu

reino.

Tudo era festa, beleza e graça no mundo maravilhoso de Facho de Luz.

.

CAPITULO V

A festa se estendeu até de madrugada com milhares de pequenos fachos cintilantes

que emanavam reflexos coloridos; a música envolvente das joaninhas despertava emoção

e graça entre os participantes do baile; suas danças e trajes eram comentados até na corte

francesa. Os tambores foram silenciando à medida que os raios do sol iluminavam a

floresta, o dia nascia e, no corre-corre, deixaram sapatos, suspensórios e gargantilhas

jogadas no chão, pois a felicidade era a canção maior percebida em cada olhar daquele

reino. Enquanto isso... a escuridão caia tão forte na floresta central que, de longe, se

podiam ouvir os gritos de dor e desespero daquele reino, antes tão magnífico; as flores

começavam a perder as pétalas e o mau cheiro já se sentia ao cruzar os portões. 25

Page 26: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Todo reino de D. Grilo V envolvia-se no negro véu da noite sem fim,

mergulhado num pântano de lágrimas. O rei sabia do seu destino. Em breve

seria somente dor e tristeza, pois a escuridão que envolvia aquele reino era

mágica e doía muito por envolver inocentes. Uma eternidade sem luz, sem o

cantar dos xi-xi-xis, nem o tilintar dos louva-a-deus, nem as algazarras das

cigarras nas tardes de outono. Só haveria um terrível silêncio... Somente as

lembranças de dias vividos... No entanto seu coração teimava em acreditar que,

na adversidade, nasceria uma nova esperança, que ele ainda viveria dias

maravilhosos.

D. Grilo V nunca poderia imaginar que uma eternidade fosse tão longa,

sua agonia parecia não ter fim, seus gritos cessaram a medida que a sua floresta

sucumbia naquele silêncio cósmico. De repente, um som. Como num

despertar, D. Grilo escuta sons, gritos e risos de quem festeja... Tenta levantar-

se e só então percebe que suas lindas pernas, antes tão cobiçadas, prendem-se,

não obedecem ao seu comando. Seus braços se soltam e ele começa um ritual

para livrar-se da lama, arrasta-se como um louco fugindo daquele mundo

fétido, e quando se dá contas, está diante dos muros do palácio de Vaga-Lume

III. O muro de cristal parece intransponível .

CAPITULO VI

Passou-se muito tempo e outra vez era festa no reino de Vaga-Lumes III.

Todos se vestiam a caráter, pois tinham sido convidados para assistirem a

coroação da princesa dos vaga-lumes.

Facho de Luz tornara-se uma princesa má, arrogante, convencida e cruel.

Seu povo já não era tão feliz e era o dia da sua coroação; ela reinaria uma

eternidade. Carruagens a postos, Facho de Luz é aclamada no centro da

multidão.

- Saiam do caminho! Curvem-se todos!

Ao máximo da sinfonia das cigarras, com o inconfundível xi-xi-xi, todos

devem aclamar a nossa rainha; Viva a rainha! Viva Facho de Luz!

26

Page 27: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Fileiras de joaninhas vestidas a rigor, percevejos e escaravelhos com gravatas

borboleta causando ódio e embaraço entre as borboletas azuis, que se recusavam a

participar da festa se não mudassem os trajes: - “borboletas devem ser vistas no céu,

desfilando, causando impacto no ar e não presas ao pescoço como enfeites”.

Os tambores ecoaram e o velho monarca desce as escadarias do palácio e anuncia

que dentro em breve inicia-se a nova era dos vaga-lumes e da floresta menor, pois sua filha,

a bela Facho de Luz, fará o tradicional desfile na carruagem real usada há cem eras, quando

aclamado rei dos vaga-lumes. Pede aplausos para Facho de Luz, que desde graciosamente

as escadarias, ao som harmonioso do coral de cem mil abelhas. Aclamada por milhares de

vozes, a princesa é conduzida pelas borboletas azuis que suavemente deslizam como se

fosse de plumas ao vento, levando a soberana à carruagem para que comece o desfile entre

as tropas agrupadas ao seu reino... Percevejos, joaninhas, escaravelhos, besouros e enxames

de abelhas de todas as raças e credos... Facho de Luz, veste a exclusiva criação de Merry

Troam, um grilo vindo de France para vestir a soberana.

Todos atentos ao comando da rainha, quando um velho grilo, tentando tirar as

escadas dos olhos, passa em frente à carruagem real. Ouve-se então a voz inflexível da

soberana: - Tirem esse velho do meu caminho! Quem ousa atrapalhar a minha festa? Saia

do caminho ou eu passo por cima. Todos correm para ver de quem se trata. O

comandante do exército, o famoso general Asmed, um vaga-lume intelectual, que perdera

as eleições para o senado devido a seus discursos inflamados; vê-se diante de um quadro

patético. O general das brigadas anti-bomba, desesperado, pula as grades do palácio, pois a

cabeça do todos está a prêmio, e a pergunta continua na multidão: Quem será tão corajoso

a ponto de enfrentar o ódio de Facho de Luz? Silêncio geral... o conselho dos príncipes

recolhem-no e, com lágrimas nos olhos, pedem a Facho de Luz que desça da carruagem e

passe três vezes em frente ao estranho - era praxe no reino. Facho de Luz, inteligente, não

poderia deixar de atender em público um pedido da corte, descendo da carruagem,

executa o ritual automaticamente. Passa a primeira, segunda e terceira vez. Intrigada,

pergunta ao conselho se faz parte da coroação. Silêncio geral. Ouve-se apenas a voz da

rainha: Saia da minha frente, velho imundo, ou eu passo por cima, já atrasastes demais a

minha festa.

27

Page 28: É Nóis na Cultura - 2ª edição

O velho rei resolve então dar um basta naquela situação

incômoda que atrapalha a coroação da sua filha, e para

estarrecido diante do estranho; põe a mão na boca perplexo e

rasga os vestidos, ordena a todos que se curvem em reverência e

respeito – Então grita à rainha: Abaixe esse chicote e ajoelhe-se,

Facho de Luz, e passe mais uma vez, de mansinho, mas passe só

mais uma vez, este velho imundo é o nosso libertador, que

voltou do lodo e da lama, para ver o teu dia! Filha... Deixe-me

contar-lhe uma história de redenção e amor. Há uma eternidade,

ele vive no lodo e na lama em nosso lugar. Para que a nossa luz

brilhasse, a dele foi apagada; ele sofreu nosso castigo e morte,

para que pudéssemos viver.

Todos se curvam diante do velho monarca e Facho de Luz

começa um choro vindo da alma; suas lágrimas lavam seu

espírito e seu coração. Ajoelha-se, e beija-lhe o pé, e diz em

soluços: Amigo, por amor de mim e do meu povo, sofreste

nosso castigo e dor. Te darei minha vida e meu amor. Meu

reino, e tudo que tenho pertence a ti, e para sempre, serás o meu

rei, e eu serei eternamente agradecida.

Facho de Luz, a rainha dos vaga-lumes, decreta a todos os

milhares de seres que povoam a floresta menor, e aos agregados

ao seu reino, percevejos, joaninhas, escaravelhos, besouros,

abelhas, louva-a-deus e cigarras e a todos que escolhem a floresta

como lar: Que todos devem buscar viver em perfeita harmonia

com a natureza, preservando-a, respeitando-a, e amando a terra,

e só assim, os povos poderão viver em paz para sempre.

Facho de Luz

A Rainha dos Vaga-Lumes.

28

Page 29: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Amor com amor se paga

... E se apaixonaram perdidamente (era assim que se

falava antes, pois os jovens não costumavam “ficar” como

fazem hoje).

Mas, como em toda história de um grande amor,

havia um obstáculo: a família do rapaz (tradicional) não

concordava com o amor dos dois e o rapaz não ousava

contrariar os pais.

Iniciou-se então um relacionamento secreto; os dois

passaram a se encontrar às escondidas.

A jovem, ao contrária de muitas de sua idade em

igual situação, não enfrentava e nem afrontava os pais do

rapaz; ao contrário, procurou, em silêncio, conquistá-los.

Como fosse uma moça muito prendada (também era

assim que se falava naquela época) passou a usar seus

conhecimentos de prendas domésticas na demonstração

do quanto a família do seu amado era importante

para ela. Sempre que um dos dois (o pai ou a mãe do

rapaz) aniversariava, ela passava a noite preparando

toda espécie de iguaria (doces finos, salgadinhos) e, em

combinação com o namorado que lhe abria a porta

bem antes de o sol raiar, arrumava magnífica mesa do

café da manhã para o(a) aniversariante. E quando a

família levantava e se dirigia à mesa para a primeira

refeição, que surpresa! Lá estavam as melhores

guloseimas em uma mesa carinhosamente arrumada.

E assim fez por anos a fio.

Até que um dia... os pais vencidos pela dedicação

daquela moça, pediram ao filho que oficializasse a

união com ela, mesmo porque, esta já era abençoada

com os primeiros filhos.

E assim foi: os dois se casaram e foram muito

felizes!

Parte final

29

Page 30: É Nóis na Cultura - 2ª edição

AXIXÁ

Berço Meu idolatrado,

Orgulho de minha vida,

Motivo de tanta lida,

Recanto sempre amado.

Terra do amor e de paz

Causa de tanta ânsia,

Recordação da infância

Que no longínquo jaz.

Sonho bom de muitas noites

Atribuladas e tristes,

Nas quais a saudade existe

Torturante como açoites.

Encanto do anoitecer,

Quimera da madrugada,

Concerto da passarada

Saudando o alvorecer.

Terezinha Almeida

POESIA

Maria Eugênia Lemos Serejo Anacleta Eugênia Ribeiro

Poesias contidas em: Monografia de Axixá (Terezinha Almeida); Tristezas e Alegrias (Anacleta Eugênia Ribeiro); Deus é Algo do Universo (Maria Eugênia Lemos Serejo).

30

Page 31: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Desenhos: Cleiton (303 – vespertino) , Jânio (matutino), Jhoseph, Charlisson (303 – vespertino); Pintura: Marco Antônio, Laice Fernanda (302 – vespertino), Amaury, Ana América (303 – vespertino) e a professora Telma Dutra

“ O homem Amarelo” – Anita Malfatti Cleiton Lima Brandão: a obra inacabada

Releitura de “A boba”, de Anita Malfatti

“Morro Vermelho “, de Lasar Segall

Releitura de “Café”, de Cândido Portinari “Operários” , de Tarsila do Amaral

“Abaporu”: Tarsila do Amaral

“O mulato”, de Di Cavalcanti

O Modernismo, originado dos MOVIMENTOS DE VANGUARDA NA EUROPA, deu ao homem do século XX uma nova visão da realidade, mostrando que nem sempre as coisas são certinhas como gostaríamos; e uma lição: de que o diferente não é necessariamente o inferior. No Brasil e no mundo, as diversas manifestações artísticas demonstram que “Nem só do belo vive a arte” mas também da dor que torce o ser humano, fazendo-o contorcer-se em seus dramas, expostos no expressionismo de Anita; na exploração da força de trabalho que Portinari consciente ou inconscientemente denunciou; na beleza negra captada pelo olhar arguto de Di Cavalcanti, preterida aos ideais de beleza eurocêntricos e. nas estéticas artísticas acadêmicas Neste trabalho de releituras, a arte também vive de talentos anônimos, que mal tiveram tempo de se revelar, vítimas de atitudes ditadas por impulsos que transitam entre o dadá e o surreal das telas da vida.

31

Page 32: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Pedra da Santa Cruz – Retrato falado

Painel de interiores – Domingos Batista Lima

Cachoeira do Tanque – Miguel Protázio Painel de interiores – Domingos Batista Lima

Imagens: É Nóis na Cultura

Domingos Batista Lima é o nosso entrevistado como

personalidade axixaense de destaque nas artes plásticas

Amilton Oliveira é professor de Física no Ensino Médio (por profissão), dramaturgo (por

emoção) e gravurista (por opção de robe)

Miguel de Jesus Protázio é artista plástico, compositor e membro de uma família que

tem projeção expressiva em Axixá, nas diversas áreas sociais: na política, na

educação e na cultura.

32

Page 33: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Joanderson, o

jovem estilista e

suas criações:

idealizando,

apresentando ou

representando,

revela talento

nato

A idealização

do estilista

e a

interpretação

da artista da

costura: nota

10

No

modelo

das notas

musicais,

a nota se

repete:

10

33

Page 34: É Nóis na Cultura - 2ª edição

O corpo

coreográfico da

Banda Marcial do

C. E. Estado do

Acre (abaixo)

desfila a graça da

criação de

Joanderson

Luciana Nogueira

(abaixo) é mais

uma baliza (do

pelotão de música,

C. E. Estado do

Acre) estilizada por

Joanderson.

As guardiãs do

estandarte da Banda

Marcial da U. I. Maria

Pereira Reis (acima)

também vestem uma

criação assinada por

Joanderson 34

Page 35: É Nóis na Cultura - 2ª edição

ARTESANATO AXIXAENSE TEM

REFERÊNCIA NA FAMÍLIA VEIGA

Artífice das fibras vegetais, tem o trabalho continuado pela

família em Munim-Lençóis e o reconhecimento dentro e

fora da região

Além do bumba-boi, Axixá

também se destaca através do

artesanato, ostentando forma de

expressão diversificada. Sem perder

de vista a sustentabilidade que

garante fonte de renda com

perenidade, os artesãos axixaenses,

entre outros componentes de

matéria-prima, encontram na fibra

vegetal o aliado perfeito, sua grande

inspiração para dar cor, forma e

elegância às peças idealizadas.

De utilitários a peças

decorativas, há opções para todos os

gostos: bolsas de fibra de buriti (cujo

tempo de confecção é de três dias),

jogo americano confeccionado com

a vassoura da juçara (açaí) e fibra de

buriti (o jogo completo de cinco

peças é produzido em um dia); a

coluna, peça decorativa para suporte

de vasos de planta, é produzido em

vara de quina (extraída na caatinga,

de forma sustentável) e consome dois

dias na produção de uma peça

pequena.

Em matéria concedida com

exclusividade a É Nóis na Cultura, a

artesã Janete apresenta uma parte desse

acervo, exposta no espaço Mário Veiga,

na pousada Quebra Anzol, município de

Morros, vizinho a Axixá.

O nome do espaço é uma

homenagem ao grande artesão axixaense

que se destacou na produção de

artesanato em fibras diversas e hoje, já

falecido, tem o seu trabalho continuado

pelos filhos.

35

Page 36: É Nóis na Cultura - 2ª edição

É importante ressaltar que o artesanato é

uma expressão cultural herdada de uma

vocação nacional primitiva (legada pelos

índios) e enriquecida pelas demais identidades

étnicas que formaram o nosso Brasil; é

protagonista de peso no desenvolvimento

econômico da região e, portanto, um alvo a ser

colocado entre as prioridades das políticas

públicas do nosso município, já que autonomia

econômica pelo trabalho faz bem a autoestima

e consolida a dignidade, fato que bem ilustra a

marca Mário Veiga, uma referência que

consegue conciliar crescimento e

desenvolvimento.

Reportagem: Franciele Pinho, Lurdes Mila,

Josilene Pestana, Kássia

Imagemns: Claudetino, Luís Rocha e Taiane

Além desses artigos, são disponibilizados

ainda: cestos, anjos para decoração natalina e

gaiolas para ambientação, conforme se pode

conferir na exposição de imagens. Além dos

irmãos Veiga (Júnior e César) especializados em

artesanato com fibra de quina, outros

axixaenses se destacam em diversas categorias

de artesanato: Domingos, Isabel Pinho

(bijuterias), Luziene Rocha (miniaturas de

bumba-boi), Concita Rocha (crochê e bordado),

Naira Pinho (bordado), Janete Silva (artesanato

com barbante, bordado e crochê).

A equipe de

reportagem

posa usando

produtos do

artesanato

exposto.

36

Page 37: É Nóis na Cultura - 2ª edição

HINO DE AXIXÁ

Letra de MARY SILVA FONTOURA

Música de JOSÁ MARIA COSTA FONTOURA

I

AXIXÁ, rincão estremecido

Berço régio querido

Abençoado por Deus

AXIXÁ, o teu nome sagrado

Lembra um nobre passado

E os heróis filhos teus

Em meus versos

De amor decantado

Em meu peito inspirado

Transbordante de ardor

AXIXÁ, te quero ver

Resplendente de fulgor

II

Na margem do Rio Munim

Paira sempre soberba imagem

Majestosa e juvenil

Encerrando belezas mil.

III

De heróis fala tua história

Tua vida é cheia de glória

Sobranceira e varonil

Serás grande no Brasil

O Hino de Axixá foi composto em1967. Foi aprovado pela Câmara através da Lei nº 83 de 23 de setembro de 1967. Foi cantado pelo povo, pela primeira vez, no dia 23 de setembro do mesmo ano, data em que Axixá comemorou o seu 50º aniversário ALMEIDA. Terezinha de Jesus. . História e Vida de

Axixá

CINCO LETRAS Donato Alves Boi de Axixá Como eu adoro tanto A linda terra onde eu nasci Minha maior alegria É quando eu volto pra te rever Estas cinco letras Que você lê de qualquer jeito Saudade no meu peito, Meu querido Axixá, Eu não posso te esquecer Tu para mim És igual ao brilho da lua Cobrindo a paisagem Nas lindas noites de verão O teu retrato Em minha mente Está sempre gravado É porque sou teu namorado Por isso eu te dei meu coração O teu retrato Em minha mente Está sempre gravado É porque sou teu namorado Por isso te dei meu coração

37

Page 38: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Sabor de Mel

Damares

O agir de Deus é lindo

Na vida de quem é fiel

No começo tem provas amargas

Mas no fim tem o sabor do mel

Eu nunca vi um escolhido sem resposta

Porque em tudo Deus lhe mostra uma solução

Até nas cinzas ele clama e Deus atende

Lhe protege

Lhe defende

com as suas fortes mãos

Você é um escolhido

E a tua história não acaba aqui

Você pode estar chorando agora

Mas amanhã você irá sorrir.

Deus vai te levantar das cinzas e do pó

Deus vai cumprir tudo que tem te prometido

Você vai ver a mão de Deus te exaltar

Quem te vê há de falar

Ele é mesmo o escolhido.

Vão dizer que você nasceu pra vencer

Que já sabiam porque você

Tinha mesmo cara de vencedor

E que se Deus quer agir ninguém pode impedir

Então você verá cumprir cada palavra

Que o Senhor falou,

Quem te viu passar na prova

E não te ajudou

Quando ver você na benção

Vão se arrepender

Vai estar entre a plateia

E você no palco

Vai olhar e ver

Jesus brilhando em você

Quem sabe no teu pensamento

Você vai dizer

Meu Deus como vale a pena

A gente ser fiel

Na verdade a minha prova

Tinha um gosto amargo

Mas minha vitória hoje

Tem sabor de mel.

Tem sabor de mel

Tem sabor de mel

A minha vitória hoje

Tem sabor de mel. Disponível em: http://letras.terra.com.br

Música com que a aluna Lanna Raíssa (foto) louva a Deus pelos 94 anos de emancipação de Axixá.

Foto:Ully Bianca

Os que com lágrimas semeiam, com júbilo colherão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, com júbilo trará sua colheita. Sl 126. 5-6

38

Page 39: É Nóis na Cultura - 2ª edição

39

Page 40: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Créditos de todas as imagens: É Nóis na Cultura

40

Page 41: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Axixaenses, como D. Antônia Aragão,

que ainda conserva o hábito gostoso

de sentar à porta, nos finais de tarde,

para usufruir da tranquilidade com que

Deus contemplou esta Cidade

Presentes

para os olhos

como este:

a beleza e a

delicadeza da

flor do algodão

A visão espetacular do

pé de pau d’arco em flor, na

rua 23 de Setembro

Novas opções para se vestir

bem; farmácia de plantão

Esta visão da Av. Magalhães de

Almeida que leva ao cais

41

Page 42: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Ideb Observado Metas Projetadas

Escola 200

5

200

7 2009

200

7

20

09

201

1

20

13

201

5

201

7

201

9

202

1

UE PROFESSORA MARIA

PEREIRA REIS 4.0 5.1 4.2 4.5 4.8 5.1 5.4 5.6 5.9

CopyRight MEC - INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

Telecentros com Internet

para o letramento digital

Escolas com excelente infraestrutura Biblioteca pública para incentivar e

desenvolver a cultura leitora

42

Page 43: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Espelho de Axixá

Foto de Vicente A. Queiroz – panoramio.com

43

Page 44: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Elevado à categoria de vila com a denominação de Axixá, pela lei estadual nº 758, de 17-041917, foi desmembrado de Icatu. Sede na Vila de Axixá.

Pelo decreto estadual nº 75, de 22-04-1931, é extinto o município de Axixá, sendo seu território anexado ao município e Icatu.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o distrito de Axixá figura no município de Icatu.

Elevado novamente à categoria de município com a denominação de Axixá, pelo decreto estadual nº 844, de 12-06-1935. Sede no antigo distrito de Axixá. Constituído do distrito sede.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Gentilíco: axixaense

AxIxá Maranhão - MA Histórico - Fonte: IBGE

O POVOADO foi desenvolvido à margem esquerda do rio Munim. O topônimo caracteriza uma árvore grande, de frutos avermelhados, encontrada às margens do rio Munim, próximo ao porto.

O Município de Axixá foi colonizado pelo português Manoel José de Pinho e outros, que mandaram buscar em Portugal uma imagem de Nossa Senhora da Saúde, Padroeira da Cidade, para a igreja ali edificada.

Após a queda da Monarquia, Axixá foi anexado a Icatu, passando a constituir seu 2.° Distrito. Em 1917, voltou a ser independente, sendo então instalado como Município.

Em 1930, com a revolução, foi reintegrado a Icatu, só reconquistando a sua autonomia anos depois. Formação Administrativa

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, Axixá figurava como distrito do município de Icatu.

Imagem:www.novomilenio.inf.br

Imagemturismopelobrasil.net

Imagem do Google

Imagem: É Nóis na Cultura

44

Page 45: É Nóis na Cultura - 2ª edição

MUNIM-MIRIM: TUDO COMEÇA AQUI

RUÍNAS, MARCOS E LENDAS CONTAM, NO SILÊNCIO, UMA

FASCINANTE HISTÓRIA, DENTRO DA HISTÓRIA DO BRASIL

Por: Ana Paula e Slyde Rangelli

Foto

s : É

is n

a C

ult

ura

Marcos históricos em Munim-mirim Margem esquerda do rio Munim

Imag

em

do

Go

ogl

e

Ao redor das ruínas, existe uma grande quantidade de pé de

cacau que, provavelmente, foi plantada pelos colonos. No mesmo

período em que essas ruínas foram construídas, foram feitos

também os casarões do centro histórico de São Luís. Ainda nesse

período, o cacau era uma das principais riquezas do país.

Cogita-se a existência provável de índios no local antes da

chegada dos portugueses, pois existiu, há algumas décadas, um

índio chamado Manuel de Couro (popularmente conhecido como

Mané de Couro), sobre o qual diziam ser muito estranho: havia, na

época, boatos de que ele virava bicho e era feiticeiro; além disso,

confeccionava objetos de barro.

As lendas que existem sobre as ruínas contam que existe um

jacaré de ouro dentro de um poço; alguns falam da existência de um

forno de ouro.

Uma observação importante é sobre a localização da Igreja

da Luz, no povoado de Belém; esta fica na confluência de dois rios:

Iguará e Munim. A construção da igreja está ligada à evangelização

e simbolizava o domínio religioso, cultural e político. Entretanto,

existe uma versão de que ela foi construída, não para celebração de

culto e sim como disfarce: serviria como forte para atacar navios

estrangeiros.

Nos diferentes pontos do Brasil, podem ser encontradas

hoje marcas dos passos de aventureiros e colonizadores

portugueses.

Aqui em Axixá, no povoado de Munim, existem algumas

dessas marcas que comprovam que este município tem uma longa

história, nas entrelinhas das ruínas daquela localidade.

Quando se fala em história de Axixá, geralmente é

citado, como marco inicial, 23 de setembro de 1917, data da sua

emancipação política; mas, além desses 94 anos de emancipação,

existem muitas outras histórias.

Devido à localização geográfica, colonos tiveram a sua

vinda de Icatu facilitada pelo rio Iguará, estabelecendo-se na

região.

As ruínas comprovam a tentativa da construção de uma

vila ou de um engenho. Encontram-se ainda dois poços de pedra:

um quadrado, onde se lê a data de 1821 e outro redondo, dentro

do qual muitas pessoas acreditam existir ouro. Quando foi

construído o poço quadrado, o Brasil ainda era colônia de

Portugal, um ano antes da Independência.

Existe uma calçada soterrada por areia, com alicerce no

cemitério e várias colunas de pedra de quase um metro de

espessura que, pela sua distribuição, lembra a estrutura de um

templo religioso, ou uma grande casa .

45

Page 46: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Distante cerca de 12 km da Sede do município de Axixá, o

povoado Munim-mirirm localiza-se na cabeceira do rio Iguará, um afluente do rio Munim.

O rio Iguará deságua próximo à cidade de Icatu. No povoado Munim-mirim, encontram-se várias ruínas históricas,

que fazem parte dos vestígios mais antigos do município de Axixá. Devido à sua localização geográfica, a história de Munim-Mirim

está provavelmente, ligada à colonização do município de Icatu. Sabe-se que anteriormente as principais vias de acesso para se adentrar no território eram os rios. Como Munim-mirim fica estrategicamente na cabeceira do rio Iguará, este fator facilitou para que alguma família ou varias famílias acompanhadas de escravos se estabelecem nessas terras e, a partir de então, fundassem uma pequena vila, um engenho ou uma fazenda.

Não se sabe o ano, nem o nome das pessoas que primeiro se estabeleceram no local, mas segundo informações de moradores antigos, o grupo dos primeiros colonos reunia um barão, um padre jesuíta e escravos.

Certamente, antes da chegada destes, deviam existir índios, pois, há algumas décadas, ainda vivia um índio chamado Manoel de Couro.

Quanto às construções, hoje em ruínas, encontram-se dois poços de pedra: um em forma de circulo, no qual muitos ainda acreditam existir ouro e o outro, no formato quadrado; há uma calçada já soterrada pela areia, um alicerce que, segundo se acredita, seria uma capela ou um cemitério. Existem também vários colunas feitas de pedra e argila que lembram, pela sua distribuição, a estrutura de um templo ou de uma grande casa para abrigar uma família nobre. Em um dos poços de pedra, consta a data de 1821, um ano antes da Independência do Brasil. Porém não se sabe se todas as construções foram concluídas. O conjunto das ruínas está localizada no meio da mata, mas de fácil acesso.

Destacam-se, próximo às ruínas, andirobeiras, mangueiras e o mais curioso: um grande sitio de cacau, com forte evidência de que foram os colonos que os cultivavam.

A data de 1821 e a plantação de cacau é um elo da história de Axixá com a história do Maranhão e do Brasil. Basta lembrar que, no início do século XIX, a economia do Maranhão estava em alta e o cacau começava a enriquecer muitas famílias na Bahia. Também na primeira metade do século XIX, foram construídos muitos casarões em São Luís, o mesmo período em que foram erguidas as construções do povoado Munim-mirim.

A história de Munim-mirim, Axixá, é uma extensão da colonização brasileira. A posse da terra e fazer com que essa terra produzisse eram garantias da estabilização econômica e, consequentemente, do poder de uma família na época.

Grande parte da história de Munim-mirim se perdeu no tempo e não se sabe o que realmente aconteceu com os primeiros colonos.

Dizem os mais antigos que a família nobre foi assassinada e que o padre jesuíta era falso, não era padre de verdade e sim alguém disfarçado para obter prestígio e obediência entre os colonos. Existe outra versão, a de que a família do barão foi embora fazer fortuna em outra região, talvez não conseguiu ascender economicamente.

Mas o certo é que, desde este período, deu-se inicio à formação do povoado que atualmente reúne cerca de 100 famílias remanescentes de quilombo. Isso prova que os escravos não abandonaram o local.

Portanto, o município de Axixá também marcou presença na localização desse episódio. Venha conhecer!

MUNIM-MIRIM: TUDO COMEÇA AQUI - AMPLIANDO A VERSÃO

Fonte: Valter de Jesus e Silvia Carvalho Pesquisa: Gracilene, Jhonathan, José Domingos, Luzenilde, Verenilton Plano de fundo: imagem do Google 46

Acredita-se que hoje é muito pouco o que a comunidade sabe

referente ao tamanho da riqueza cultural que tem o povoado do Munim-mirim para esta cidade e para o nosso Estado; porém, alguns moradores comentam fatos bastante interessantes para a nossa história.

O povoado que vamos retratar foi habitado por jesuítas que primeiro se implantaram na vila Santa Maria, na cidade de Icatu e depois, subindo a margem a esquerda do rio Munim, seguiram em um dos seus afluentes (conhecido como braço de rio). E próximo a sua nascente montaram uma fazenda e a denominaram de fazenda Munim-mirim que ficava em parceria com a aldeia de São Gonçalo onde hoje ainda existe a Igreja da Luz. Estes Jesuítas, no meio do século XVII, foram expulsos da fazenda por ordem do Marquês de Pombal que também mandou entregar toda a fortuna, terras, escravos e até as ferramentas ao militar* da família Cantanhêde Gotes. Este militar assumiu em sistema morgado e passou a comandar o quilombo. Os escravos que ali existiam, em sua maioria de sobrenome Teixeira, ajudavam seus patrões no cultivo do cacau, na criação de animais e na extração de pedras que, com o tempo, passaram a ser comercializadas e transportadas através do rio Munim para S. Luís e Alcântara.

Os patrões construíram, nas terras de Munim-mirim, o casarão, obra cujas ruínas ainda podemos ver; criada para alojamento dos escravos; ainda existem algumas colunas, a casa grande era uma referência dos patrões; ainda existem nas proximidades vestígios das escadas de pedra e um grande poço de pedra-cal onde havia uma grande corrente.

Já no inicio do século XIX, dentre os escravos, havia um que se destacava pela sua revolta e por ser um tipo de índio, ele tinha uma argola no seu lábios inferior e nas orelhas; o seu cabelo era muito comprido e cheia de tranças; todos o chamavam de Mané de Couro;

quando ainda escravo, fugiu do quilombo e se refugiou nas matas e foi caçado por cães, capturado e acorrentado, mas nunca concordava com as atitudes dos patrões e lutava sempre pela sua liberdade.

Sabe-se que, após 1888, depois da abolição da escravidão, os patrões começaram a esconder as suas riquezas, com medo das ações dos escravos. Depois de algum tempo, deixaram o local das terras, daí os Teixeiras, a família negra de ex-escravos, começaram a povoar a comunidade e se espalharam para outras localidades.

Mané de Couro ficou morando nas ruínas durante algum tempo e tinha uma espécie de canoa de varias vogas (remo grande) e com um tipo de manivela fixada a uma grande roda de madeira, engenhosamente fabricada por ele, movimentava as vogas e viajara sozinho no leito do riu Munim. Após alguns anos, Mané de Couro, já envolvido na comunidade e bem mais velho, participava dos movimentos culturais com os demais moradores; neste período havia uma grande diversidade de manifestações deixadas pelos escravos como o minangô, o tambor de crioula, a capoeira e uma brincadeira engraçada crianda por Mané de Couro: com um pedaço de pau na mão ele mandava fazer uma roda de jovens que cantavam a seguinte musica:“Corre, corre, depressa/Fecha a porta do escritório/Que lá vem Mané Vitório/Com o “cacete pra brigar”

Por: Elenice, Doraci e Aldemir

Plano de fundo: Colunas do Munim – sítio arqueológico em Munim-mirim

Imagem: É Nóis na Cultura

Munim-mirim: histórias contadas

Lourival

Teixeira: neto

de escravos,

descendente da

família que

povoou

Munim-mirim

* Segundo pesquisas realizadas pelo axixaense Antônio Oliveira, irmão do professor Amilton

Oliveira, o militar era o capitão Manoel Araújo Cantanhede 46

Fo

to: É

is n

a C

ult

ura

46 46

Moldura: intuitifnews.blogspot.com

Page 47: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A origem de Icatu é di

retamente ligada à batalha de

Guaxenduba (16l4), que marca a ex pulsão dos franceses pelos

portugueses ,do Maranhão. Aliás, o nome primitivo da vila, era Ar

raial de Santa Maria de Guaxen

duba, dado por Jerônimo de Al

buquerque, o comandante portu

guês. " Em 1688 mandou Sua Ma

jestade fundar nesta localida

de uma vila,

o que se cumpriu.

Conhecida também como

Águas Boas, essa povoação fica

numa distância de quase 20 Kms

do Icatu, no litoral em direção

Leste. Hoje um babaçual cresceu

por cima das ruínas da antiga

igreja e do cemitério, terreno

que já foi diversas vezes roça

do conforme as informações dos

moradores atuais do local, que

é conhecido sob a denominação

de "Vila Velha".

Fundada nesse local

em 1688, foi pedida a transfe

rência para um local mais apro

priado, por uma representação

dos ofíciais da Câmara de San

ta Maria do Icatu, no dia 30

de julho de 1755. Essa repre

sentação esclarece as razões da

transferência:

"(...) (a vila) manda

da fundar por S. Majestade, há

mais de 60 e tantos anos, se

achava de toda extinta de mora

dores e sua escravatura pela pa

ragem ser muito doentia, e por

essa causa se não animavam mui

tos moradores deste Estado a vi

rem para ela pelo que estavam

presenciando na mortandade. Es

ta ruína se podia remediar, man

dando S. Majestade que a vila

se mudasse para outro lugar vi

zinho sobre o mar, que os havia

muitos suficientes, juntos a

mesma vila, com abundãncia de

pesqueiros para os pobres passa

rem a vida melhor, sem que esta

mudança causasse detrimento por

que na dita vila se não achava mais que a igreja matriz cober

ta de telhado, e tudo dela se

podia aproveitar: o mais eram

umas casas de madeira cobertas

de palha, que tinham pouca dura

ção, e se não faziam outras mais

capazes era por verem que ai não

se podiam conservar, como tam

bém pela falta de comércio por

ficar fora de passagem, e o por

to de mar distante, e por esta

razão padeciam muita falta de mantimentos, que costumavam vir

de outras partes, e estes lhe eram

muito necessários(...)

El-Rei D. José, então;

3 MARQUES, César Augusto. Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão. são Luís, 1870. ( Reeditado pela SUDEMA, Cal. são Luís, V. 3, 1970.p. 66.

pede ao Governador que ouça "o

Ouvidor, a Câmarar a nobreza e

o povo". O Governador Gonçalo

Pereira Lobato e Sousa, achando

justo tal pedido, muda a vila

para a "Boca do Muni", frontei

ra ao .rio Perá Juçara, "que vul

garmente chamam" Tapera do Muni",

pela razão de ser este lugar de

bom terreno para fundação, com

planície suficiente para a plan

ta da dita vila, bom porto e

passagem de todos os viandantes

que desciam e subiam pelo rio

Iguara" como dizia nova infor

mação da "Câmara, nobreza e povo" de 20 de novembro de 1756.

Vale registrar-se as observações a respeito das moradias "casas de

madeira cobertas de palha, que tinham pouca duração e se não

faziam outras mais capazes era por

verem que aí não se podiam conservar

"- que apontam para a dificuldade

de se adaptar técnicas de construção

Importadas.

Assim, o local é escolhido depois da vitória de Guaxenduba em função

desta vitória; e, antes da

colonização do Vale do Munim, se revelava completamente

inadequado.

cf NARQUES, Cesar. Aguas Boas. op , cito P. 66. 5 MARQUES, Cesar.

ido ibidad. Pesq. são Luís, ~(2) 145 - 159,

]ul./dez. 1989

3 - ICATO: A CRUZ DA VITÓRIA

47

Page 48: É Nóis na Cultura - 2ª edição

esteeste queridoquerido filhofilho dada terraterra

ee aquiaqui brindabrinda oo públicopúblico leitorleitor comcom algumasalgumas memóriasmemórias históricashistóricas..

48

Page 49: É Nóis na Cultura - 2ª edição

49

“Nos tempos antigos Axixá era um matagal, hoje a maioria das ruas já está asfaltada” Augusto Cantanhêde Lima, 56 anos 1. Como se iniciou a colonização da cidade?

Em 1819 chegou aqui uma comissão vinda de Portugal de 6 pessoas e fixaram residência no povoado de Munim-Mirim, onde até hoje se encontram as ruínas dessa 1ª colonização. (Colunas de um possível casarão e marcos datados de 1821), eram senhores de escravos que por eles foram comprados na África e se instalaram nos povoados de Jaúma, Bacuriantã e na ilha de Saldanha. Todos esses povoados ainda conservam marcos ou ruínas da presença de nossos primeiros habitantes. 2. E sobre os padres jesuítas que muitos acreditam terem vivido aqui?

Não houve padres jesuítas na nossa colonização, eles eram muito religiosos e usavam batinas marrons e foram identificados por isso como padres. Eles eram piratas que o Brasil pagara uma onda de ouro e o navio chamava-se Massada e eles dirigiram esse navio para a costa do rio Munim. Eles entraram na nossa região para esconder uma carga preciosa de minério, criaram uma nova colonização com os escravos que trouxeram; supõe-se que tenham escondido esse ouro em vários lugares de Axixá. Em 1870, o Marquês de Pombal, assumindo o governo de Portugal como 1º Ministro do Reinado de D. José, mandou prendê-los aqui e levá-los para Portugal onde foram mortos e enforcados. Logo depois chegaram, o que se supõe serem, os parentes a procura dos tesouros escondidos. 3. Quem, além destes, vieram pra cá?

Também vieram os Martins algum tempo depois, os Pinhos e os Cantanhedes, todos descendentes de Portugal, fundando então assim a vila de Axixá. 4. Depois de todos esses anos que se passaram, como você acha que está a nossa cidade hoje?

A cidade de Axixá hoje está linda, pois, apesar de ser da oposição, sei reconhecer que temos uma prefeita que está cuidando muito bem da nossa cidade. Axixá, nos tempos antigos, era um matagal; hoje a maioria das ruas já está asfaltada. Por : Francimara, Kássia e Rosana

Page 50: É Nóis na Cultura - 2ª edição

50

*A data comemorativa tem como referência o primeiro processo emancipatório que data de 1917

Page 51: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Bandeira Partitura do Hino de Axixá

Escudo

Terezinha de

Jesus Almeida e

Abílio César

Cantanhede Reis

foram os

idealizadores do

escudo

axixaense

Gontran Vieira

Brito idealizou

a bandeira

axixaense,

hasteada pela

1ª vez em 23

de setembro

de 1970, na

prefeitura, no

aniversário da

cidade

Fonte: ALMEIDA. Terezinha de Jesus. História e Vida de Axixá. Tricasil. MA. 1982

51

Page 52: É Nóis na Cultura - 2ª edição

MAPA DA SEDE DE AXIXÁ

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Disponível em: ALMEIDA. Terezinha. História e Vida de Axixá. Tricasil. MA. 1982

52

Page 53: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Adelino da Fontoura Chaves nasceu em Axixá/MA, 30/03/1859 e faleceu em

Lisboa/Portugal, 02/05/1884. Ainda muito pequeno começa a

trabalhar e trava contacto com Artur Azevedo – amizade que perduraria.

Mudando-se para o Recife, onde alista-se no Exército, colaborando numa publicação chamada “Os Xênios”, de teor satírico. Inicia, também a carreira de

actor, voltando ao Maranhão natal para uma apresentação – cujo papel rendeu-lhe a prisão. Após este fato, decide

mudar-se para o Rio de Janeiro, para onde se mudara o amigo Artur Azevedo, anos antes. Tendo sido o “Gazeta da Tarde” comprado por José do Patrocínio, e estando Adelino doente, vai à Europa como correspondente em Paris

e pensando tratar-se mas, com o rigor do inverno, piora.

Pretendia seguir carreira teatral e no jornalismo, falhando na primeira. Colaborou nos periódicos “Folha Nova” e “O Combate”, de Lopes Trovão e em “A Gazetinha”, onde Azevedo escrevia

(1880). Participara junto a outros jovens talentos do jornal “A Gazeta da Tarde” – que seria aziago, no dizer de Múcio Leão,

pois, em menos de 3 anos de sua fundação, os seus criadores haviam todos

morrido. Vai a Lisboa onde, apesar das instâncias de Patrocínio para que volte ao Brasil,

tem seu estado agravado e vindo prematuramente a falecer. Tinha apenas vinte e cinco anos, e nenhuma obra publicada. Sua obra, esparsa, constitui-se em cerca de 40 poesias, reunidas pela primeira vez na Revista da Academia (números 93 e

117). Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/

PÁGINA DESCONHECIDA

À brisa, ao sol, à serra, à flor silvestre

Ao ribeiro que corre cristalino, Ao canto alegre e doce, matutino,

Das aventuras no arvoredo agreste;

À campina que do orvalho a manhã veste, Eu, sem de Homero for o alto destino,

Um conto fui pedir áureo, divino, Radiante dessa luz alva e celeste!

Com ele ornar quisera, alegremente, O teu álbum mimoso — onde o talento Do teu gênio se curva ao foto ingente;

Mas, não tenho de Dante o pensamento, Não acho inspiração na luz fulgente

Pra um canto te ofertar com sentimento.

Escola Adelino Fontoura, Rua Adelino Fontoura,

Jardim de Infância Adelino Fontoura. Mas, afinal, quem

é Adelino Fontoura? Conheça a história do axixaense

ilustre que dá nome ao que Axixá tem de seu

53

Rua Adelino Fontoura

Page 54: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Maria Eny Cantanhêde Oliveira, filha do tabelião Gentil Sinfônio Cantanhêde e de Maria Pires Cantahêde, foi aluna da Escola Reunida Adelino Fontoura e professora do então Grupo Escolar “Estado do Acre” (hoje Centro de Ensino). Atualmente é professora no CEUMA, exercendo também a advocacia. Esta edição da revista cultural teve grande contribuição dessa axixaense, com disponibilização de fotos, documentos e de importantes informações. Abaixo, email informando o que realmente aconteceu à Escola Reunida Adelino Fontoura. Oi Dalva Essa é a cópia de uma carta que escrevi e entreguei pessoalmente ao Professor Cabral Marques por ocasião da posse dele na Academia de Letras . Ele era Reitor do CEUMA e Conselheiro de Educação do Estado à época e ex Reitor da UFMA. Dias depois estive no gabinete quando me disse que fez a pesquisa junto ao Conselho e constatou que não houve um término da Escola Adelino Fontoura mas, a criação de uma nova escola com o nome Estado do Acre. Espero ter contribuido Eny

54

Page 55: É Nóis na Cultura - 2ª edição

BiografiaBiografia

OO cenáriocenário políticopolítico axixaenseaxixaense sempresempre contoucontou comcom homenshomens ee

mulheresmulheres queque fizeramfizeram jusjus aoao títulotítulo dede lídereslíderes ee porpor issoisso

ocuparãoocuparão sempre,sempre, nessenesse cenário,cenário, lugarlugar dede honrahonra

Texto de Moacy Almeida, filho de João Clímaco de Almeida

Pesquisa: Amanda Catarina, Ilmara e Luciana

Grande,Grande, cadeiacadeia pública,pública, usinausina

elétrica,elétrica, todastodas asas paredesparedes dodo hospitalhospital

municipal,municipal, dozedoze pontes,pontes, instalaçãoinstalação dodo

serviçoserviço dede altoalto--falante,falante, compracompra dodo motormotor

dede luzluz ee instalaçãoinstalação elétricaelétrica..

JáJá nana suasua segundasegunda administração,administração,

destacamdestacam--sese:: prédiosprédios escolaresescolares nosnos

povoadospovoados:: RuyRuy--vaz,vaz, Riachão,Riachão, MonteMonte

Alegre,Alegre, CentroCentro Grande,Grande, VenezaVeneza ee PeriPeri--

juçarajuçara;; prefeituraprefeitura municipalmunicipal;; muromuro dada

AvenidaAvenida SenadorSenador JoséJosé SarneySarney;; restauraçãorestauração

ee ampliaçãoampliação dodo prédioprédio dosdos correioscorreios ee

telégrafostelégrafos;; continuidadecontinuidade àsàs obrasobras dodo

hospitalhospital municipalmunicipal ee compracompra dede umauma

caçambacaçamba parapara oo municípiomunicípio..

JoãoJoão ClímacoClímaco dede AlmeidaAlmeida nasceunasceu emem

Axixá,Axixá, nono diadia 3030 dede marçomarço dede 19121912.. FilhoFilho dede

DesidérioDesidério FranciscoFrancisco dede AlmeidaAlmeida ee dede RaimundaRaimunda

TomásiaTomásia dede CarvalhoCarvalho..

CursouCursou oo primárioprimário nestanesta cidade,cidade, foifoi casadocasado

comcom AnáliaAnália MeloMelo dede AlmeidaAlmeida comcom quemquem teveteve 1313

filhosfilhos..

MuitoMuito cedo,cedo, iniciouiniciou suasua vidavida profissionalprofissional

comocomo comerciantecomerciante.. ApaixonadoApaixonado queque eraera pelapela

política,política, exerceuexerceu osos seguintesseguintes mandatosmandatos:: dede

vereadorvereador (por(por duasduas vezes)vezes) ee dede prefeitoprefeito (por(por trêstrês

vezes)vezes).. FoiFoi tambémtambém presidentepresidente dada ComissãoComissão

MunicipalMunicipal dodo MovimentoMovimento BrasileiroBrasileiro dede

AlfabetizaçãoAlfabetização -- Mobral,Mobral, emem 19701970.. AindaAinda nessanessa

mesmamesma época,época, exerceuexerceu oo cargocargo dede presidentepresidente dodo

PSDPSD nestanesta cidadecidade..

NoNo seuseu primeiroprimeiro mandatomandato ((19521952--19541954))

destacamdestacam--sese asas obrasobras:: colégiocolégio dede CachoeiraCachoeira

Casa de João Clímaco de Almeida Localidade de São Paulo –Axixá (MA)

55

Page 56: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Na terceira administração Na terceira administração

(1973(1973--1976) foram feitos o 1976) foram feitos o

colégio no povoado de Burgos, colégio no povoado de Burgos,

prédio do Jardim de Infância prédio do Jardim de Infância

“Adelino Fontoura”, “Adelino Fontoura”,

calçamento das principais ruas calçamento das principais ruas

da cidade e cais com rampa da cidade e cais com rampa

em Porto de Dentro, no em Porto de Dentro, no

povoado Riachão.povoado Riachão.

Escapando por dezenas e Escapando por dezenas e

dezenas vezes de tentativas de dezenas vezes de tentativas de

morte, ele era um homem de morte, ele era um homem de

coração bom e jamais tentou coração bom e jamais tentou

se vingar era generoso, se vingar era generoso,

honesto, trabalhador e honesto, trabalhador e

companheiro.companheiro.

Faleceu no dia 14 de Setembro Faleceu no dia 14 de Setembro

de 1999, deixando muitas de 1999, deixando muitas

saudades, principalmente de saudades, principalmente de

sua família e de seus amigos. sua família e de seus amigos.

Imagens: Ully Bianca, Lanna Raíssa - Propriedade da família Almeida

56

Page 57: É Nóis na Cultura - 2ª edição

57

57

Page 58: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Entre as inteligências brilhantes que Axixá viu

florescer está a de Gentil Sinfrônio Cantanhêde, nascido a

26 de julho de 1911.

Seu talento intelectual manifestou-se na literatura

popular, nas letras de toadas de bumba-boi, com temáticas

significativas (Revolução de 1964, Copa do mundo, o

amor e a terra natal); na política, que não o fazia refém

do partidarismo, realizando-a na forma como

influenciava na vida do Município; na vida pública, à

frente do Cartório do Ofício Único, onde registrou e casou

várias gerações.

Tinha uma competência leitora e escritora que em

nada ficava a dever aos acadêmicos que ora são entregues

aos montes à sociedade.

Com Maria Pires Cantanhede ajudou a construir a

história de Axixá e em 05 de dezembro de 1992 a cidade

perdeu esse ilustre filho.

Gentil Cantanhêde foi, sem dúvida, uma referência do

que é ser axixaense. 58

Page 59: É Nóis na Cultura - 2ª edição

59

Page 60: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Imagem: acervo particular da professora Eny Cantanhêde

Gentil Cantanhêde e família

Da esquerda para a direita (sentados): Gentil, Santa (o casal) e a filha Amor de Maria ; as crianças (filhas adotivas) Helena no colo de Gentil) e Dalva (no colo de Santa); atrás (em pé) os filhos: Mundiquinho com farda do exército), Eny (ao cento) Bituca (com farda da marinha). Foto tirada em 1965, na frente da casa, onde ainda funciona o Cartório do Ofício Único, na antiga Rua Dr. Leôncio Rodrigues, hoje Senador José Sarney.

Flagrantes fotográficos da cultura familiar de uma época: a importância da célula-mãe da sociedade bem estruturada (pai, mãe, filhos, filhas), retratando para a posteridade a solidez dos

casamentos tradicionais, o modelo da família paternalista.

Testemunhando o cotidiano social

humano, a fotografia cumpre o seu

papel de documentar hábitos que

fazem a tradição cultural de um

povo, suas características, suas

marcas deixadas numa narrativa

silenciosa (visual) em que as

imagens valem mais que mil

palavras.

Fases de amadurecimento da união conjugal que só Deus separou

Francisco das Chagas Leite e Zanilde Cantanhede Leite (Chico Leite e Zazá), retratados em diferentes épocas.

Quadrilha junina organizada por

Chico Leite e Zazá (foto) e ensaiada por Dulce Rego.

Realizando um sonho, também com a ajuda de Dulce Rego, o

casal produziu o drama A

Paixão de Cristo

Chico Leite no cavalinho: a eterna criança que vive em cada um de nós

60

Page 61: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Festas comemorativas de família

Família axixaense é assim, como tantas

outras: celebra a vida dos filhos nos

aniversários (aqui de 15 anos foto ao lado), o

amor que se confirma a cada dia

completando BODAS DE OURO( foto abaixo).

A família é a grande referência de quem foi

feito “ à imagem e semelhança de Deus.”

Quinze

anos de

Iracele

Cantanhe

de Leite

Bodas de

Ouro

de

Gentil

e

Santa

Cantanhede

61

Page 62: É Nóis na Cultura - 2ª edição

62

Page 63: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Imagem: diariodonordeste.globo.com

Maristella Vieira

Uma época em que a maquiagem, não

escondia a beleza autêntica das jovens

Hábito cultivado por jovens que sonhavam em casar ou por senhoras convictas de que o marido se prendia

pelo estômago (também as axixaenses), o caderninho de receitas

hoje perdeu seu lugar para os sites onde há tantas e tão variadas receitas

quantas são as ocasiões ou necessidades que reclamam por elas.

Talvez não seja o caso de falar em “perder o lugar para” mas “evoluir para”: os afetivos caderninhos de

receita evoluíram, acompanhando a era digital, para o formato eletrônico .

Nos bons tempos de festejos desta Cidade,

uma fonte para adquirir fundos para a

igreja eram os leilões de bolos feitos pelas

senhoras da paróquia. Estes bolos eram

caprichosamente cobertos por guardanapos

de papel de seda, artisticamente

confeccionados por aquelas senhoras.

Quem lembra? É Nóis na Cultura:Réplica para mera ilustração

Prendas domésticas era a profissão comum às

mulheres de décadas atrás. incluíam crochê,

bordado em ponto de cruz (foto), bordado à

máquina, tricô, etc. Ainda hoje essa atividade ajuda

várias mulheres axixaenses a aumentarem

a receita familiar e garantirem o sustento da

família

Com Açúcar, Com Afeto

(fragmento)

Chico Buarque

Com açúcar, com afeto, fiz seu doce

predileto

Pra você parar em casa, qual o quê!

Com seu terno mais bonito, você sai,

não acredito

Quando diz que não se atrasa

Você diz que é um operário, sai em

busca do salário

Pra poder me sustentar, qual o quê

Foto: acervo particular de Jacineiva L. Amaral

Foto: É Nóis na Cultura 63

Page 64: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A jovem axixaense Zenaide Formanda do Curso de Corte e costura

Certificado de Corte e Costura de Maria de Jesus Pestana - Formada pela escola São Vicente de Paula, São Luís (MA)

A jovem axixaense Maria de Jesus Pestana Formanada em Corte e Costura

Pano de bordado de letras e cercadura em ponto de cruz, de Maria de Jesus Pestana

Hoje Maria de Jesus Pestana (D. de Jesus) confecciona belíssimas peças

(tapetes, jogo para banheiro) em retalhos de tecido de malha. Um luxo!

Fo

to: a

cerv

o p

arti

cula

r d

e Ja

cin

eiva

L. A

mar

al

64

Page 65: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Várias pessoas, em Axixá , já moraram nesta casa, localizada na rua Adelino Fontoura, hoje pertencente à família Rabelo.

Inclusive a professora Maria Ambrósia, esposa do meu amigo Jerônimo (é assim mesmo que se escreve o nome do meu amigo), foi uma desses vários moradores. Foi ela quem me fez a observação de que essa casa dá sorte aos que moram nela (na época, eu estava de casamento marcado e atrás de casa para alugar); : todas as pessoas que alugam essa casa, saem dela para a casa própria; (é verdade, constatei, lembrando de cada pessoa que saiu dela direto para o seu tão sonhado lar, perguntando-me por que será?) .

Descobri, casualmente, algo que, na convicção dos que acreditam em coisas fantásticas, coincidências ou o que seja, é uma possível explicação para o fato. Trata-se de uma história (de amor), como eu a interpreto, mesmo em uma época em que os casamentos arranjados ainda deveriam vigorar (mesmo aqui, em Axixá) já que a casa, de acordo com a informação de S. Geovane, narrador da história, e com as pistas (evidentes) da arquitetura dela tem muito mais de cem anos.

Para casar com uma moça, filha de Zezico Fontoura, um rapaz dirigiu-se à casa dela para pedir-lhe a mão ao pai, como era o costume na época.

Chegando lá, foi recebido pelo patriarca da família e, após um tempo de conversa, tratou de efetivar o objetivo que o levou ali.

Ao ouvir o pedido, o pai da moça perguntou: - O senhor já tem a casa para onde vai levar minha filha? - Não, senhor – respondeu constrangido o pretendente.

Então o pai da moça lhe disse: Vá, construa a casa e depois volte aqui que a moça

vai ficar à sua disposição, esperando para casar com o senhor.

Daí a algum tempo, o rapaz retorna, reformula o pedido e acerta os detalhes para o casamento (ansioso como estava para casar, realizou a construção de uma casa mais rápida que já tinha se visto na época).

O que dizer mais? Ah, sim, claro! ...E foram felizes para sempre!... estendendo (por

herança) essa felicidade a todos que passam por essa casa abençoada pelo AMOR.

Relato reproduzido pela professora Maria Dalva M. e Marques

Álbum de família: relíquia da coleção de Jerusa (leitora do blog vestidadenoiva.com – site da imagem), segundo comentário do site, essa foto é de (casamento de) um tio do avô da leitora e pelos cálculos da família, deve ter 130 anos!

Imagem do box:(Papel Vintage) pt.spiderpic.com

vestidadenoiva.com

Foto

: É N

óis

na

Cu

ltu

ra

65

Page 66: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Antigamente, muitas coisas eram diferentes; algumas já existiam, outras não. Havia as danças: da mangaba, péla, conhecida também como tabaroua, dança grande, coco lelê e outros.

Hoje temos saudades, do tempo de infância, da areia, da luz elétrica, a motor onde era o posto de Telemar e hoje é da Oi, as brincadeiras de rodas, esconde-esconde, queimado, pegador etc. Tudo deixou saudade!

Havia também as alvoradas nos tempos de festejo, que começavam 5:00 h da manhã e terminavam 6:00 h, tocadas com instrumentos, pois não tinha equipamentos de som.

As mudanças, acontecem lentamente, um exemplo é a juventude, pois, naquela época, os jovens tinham responsabilidade e aptidão para algo, mas não devemos generalizar, pois ainda existem pessoas que querem alguma coisa com a vida.

Ocorreram, também mudanças nas moradias, antes poderiam ser contadas e hoje são centenas.

Há um tempo, havia 17 casas do lado direito até a Igreja, na Rua Dr. Leôncio Rodrigues, onde hoje é Av. Senador José Saney, mudaram o nome da rua, e colocaram nomes de pessoas importantes. Já descendo

a Av. Magalhães de Almeida, havia apenas 4 casas, no entanto hoje são muitas; de Felipe Râbelo até até D. Mariquinha, havia só 3 casas.

Na rua de Alexandrina, eram 5 casas contando com a delegacia; na Rua das Flores contavam apenas 6 casas e na rua Santo Antônio, umas poucas. Na rua Alto Alegre, eram 5 casas, na rua Rio branco só existiam 20 casas, na Adelino Fontoura eram 12 contando com a prefeitura e na rua 23 de setembro eram só 8 casas.

Antes tínhamos algumas espécies de frutas que hoje são raras de encontrar: jutaí, tuturubá, maracujá de cobra, são coisas que existiam antes e que não vemos hoje; croaçu, a murta, juana me chama e mirim.

Voltando às recordações, perto da única praça que havia em Axixá, que chamam de Praça da Saúde, existiam 16 casas; o cólegio era hoje onde é a prefeitura; perto da escola existia uma casa com serviço de alto-falante; nos finais de semana havia show de calouros onde Maria José, Maria da Saúde, Terezinha de Teobaldo e Maria Augusto cantavam.

Ocorriam outras festas como o pastor que era feito por Dulce Oliveira Rego, o rei que era feito por Dinorá, as brincadeiras de csalão que ocorriam no Carnaval; agora só fiacam recordações que o tempo jamais apagará e uma mensagem:

"Preservar sempre as coisas que fazem parte da nossa vida e não deixá-las morrer, porque sem cultura não há História"

Resgate : Amilton Oliveira – professor da rede estadual de ensino e dramaturgo

Por: Ana Paula e Ádila Rauane

"As recordações deixam saudades"

Oiteiro de areia na Rua Dr. Leôncio Rodrigues – Centro de Axixá

Foto

: ace

rvo

par

ticu

lar

66

Page 67: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Vista de Axixá

Século XVI/XVII

Período provável

Vista de Axixá

Século XXI – década de 90

Imagem: www.novomilenio.inf.br

Imagem: È Nóis na Cultura 67

Page 68: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Imagem da película: canstockphoto.com.br Fotos: É Nóis na Cultura

68

Page 69: É Nóis na Cultura - 2ª edição

69

Page 70: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Ginásio Bandeirante de Axixá

Pelotão de ciclismo

Baliza: Telma Maria da Conceição Reis Lima

Desfile cívico: Banda do Ginásio Madureza –

Destaque (à frente) José Ribamar Rego Oliveira

(Zemar) 1969

Av. Senador José Sarney, casa de

João de Almeida

Desfiles cívicos

Iracele Cantanhede Leite: pratos da banda da U. I. Estado do

Acre; Baliza da escola (década de 90)

Desfile do Estado do Acre – (década de

80) pelotão de Educação Física

Baliza: Isabel Virgínia Pires Cardoso

1ª Banda Marcial do Ginásio Bandeirante

de Axixá - Desfile Cívico comemorativo

à Independência - (1969)

Desfile cívico em comemoração à Independência:

carro alegórico: Apolo 11 - Av. Senador José

Sarney, altura da casa de S. Valdir Morais (1969)

70

Page 71: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Professora Maria José Cantanhêde e alunos do

Grupo Escolar Estado do Acre - em

capacitação para o esporte

Professor Claudionor Nagib e a

professora Telma Maria da C. R. Lima

Capacitação para o esporte

Esporte na escola

71

Page 72: É Nóis na Cultura - 2ª edição

“Chega mais perto e contempla estas casas. Cada uma delas tem mil histórias sob as paredes coloniais encobertas e te pergunta, com interesse ansioso pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres ( não importa): Trouxeste a chave?

Paráfrase à Procura da Poesia de Carlos Drummond de Andrade, por Maria Dalva Marques e Marques Patrimônio arquitetônico histórico de Axixá (MA) Imagens: É Nóis na Cultura

CASARIO HISTÓRICO AXIXAENSE

Casa da família Rabelo. Esta casa tem mais de

cem anos e uma bela história (suplemento

especial – Memórias)

Antiga casa de Zezico Fontoura, hoje pertencente

à família Protázio.

Nesta casa nasceu o poeta Adelino Fontoura

Casa da família Medeiros – Rua 23 de Setembro

72

Page 73: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Uma visão

impressionista

e bucólica

de vestígios

históricos

na arquitetura

conservada

de Axixá

Casa em Belém-Axixá(MA)

Imagem

: É

Nóis

na C

ultura

Imagem: diplomasypergaminos.blogspot.com

CASARIO HISTÓRICO AXIXAENSE

Casa de Sinfrônio Vidal de Melo, hoje pertencente aos herdeiros. Conserva ainda a mesma arquitetura de quando foi construída há

mais ou menos cem anos

Casa da família Pereira. Conserva ainda a mesma arquitetura de quando foi

construída há mais de 50 anos

73

Page 74: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Casa de quase cem anos, mantém a sua arquitetura

original

Casa da família Rabelo

Herdeiros de Felipe Rabelo - ex-prefeito de Axixá

Casa de S. Luís (Lourinho) e D. Maria( Cotinha)

Fontoura Chaves - Propriedade de herdeiros

Antiga casa de Luís Pacheco

Hoje da família Chaves que conserva sua arquitetura

CASARIO HISTÓRICO AXIXAENSE

Casa da família Cantanhede (Cartório do Ofício

Único). Conserva ainda traços arquitetônicos e

culturais do início do século XX, como o uso do

nome das mulheres da família na indicação da

propiedade – “Vila Santa”

Casa da família Borralho, onde se realizavam

memoráveis bailes sociais da época

74

Page 75: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Antiga casa de

José Alonso

Rabelo: diferentes

ângulos de um

belo exemplar de

arquitetura

conservadora, com

grossas paredes e

sólidas colunas,

Lembrando a

CASA GRANDE

de antigos

engenhos ou

fazendas

CASARIO HISTÓRICO AXIXAENSE

75

Page 76: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Casa de

João de

Almeida.

Conserva

ainda os

traços da

arquitetur

a colonial

Casa dos herdeiros de Engrácia

Marques, localizada no sítio do

Tanque.

Fiel às suas origens, lembra a casa

grande do período colonial. Nela

eram realizados memoráveis

bailes, inclusive aquele em que o

ex-prefeito Juca dançou com a

moça da lenda do Tanque

CASARIO HISTÓRICO AXIXAENSE

Casa de

Alfredo e

Henriqueta

Pestana.

Conserva

ainda traços

da arquitetura

original

76

Page 77: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Ruínas do que foi

uma das maiores

casas comerciais de

Axixá, no século

passado:

a casa de Neco

Fontoura

Rua da Cruz

Porto das Pedras

Ruínas da antiga

casa comercial de

José Alonso Rabelo,

na rua Adelino

Fontoura

A prefeitura

velha, onde

funcionou a

Escola Reunida

Adelino

Fontoura

Ilustração:

Josimar

Almeida

Espaço

onde

ficava a

prefeitur

a velha

Imagens: É Nóis na Cultura

77

Page 78: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Axixá possui uma grande diversidade cultural: comidas típicas

deliciosas, danças contagiantes, religiões que orientam a espiritualidade

do povo, pintura, literatura, entre outras. Em em cada uma delas

podemos reconhecer influência portuguesa indígena e africana.

Dos africanos, além de

seitas religiosas, herdamos sua

rica culinária. Temos: angu,

Maria Isabel entre outros

pratos. Temos também as

danças, como: capoeira (que

também é considerada luta),

tambor de crioula, cacuriá,

mangaba, quebra coco etc.

Por: Adriana; Paulo; Laura e Ully Bianca

Dos nossos colonizadores, por

exemplo, herdamos nossas

principais religiões: religião

católica e protestante (evangélica),

a festa do Divino, Dança de São

Gonçalo, o costume de dormir em

cama e também foram grandes

influenciadores na arquitetura. É

de origem também europeia a

dança do pela - porco.

Já dos índios, herdamos o hábito

de tomar banho todos os dias guardar

coisas em cestos e cofos, dormir em

rede. Na culinária, pratos muito

conhecidos e apreciados, a base de

mandioca como: beiju, farinha de

mandioca, carne com macaxeira, além

do cultivo do milho e da deliciosa

juçara.

Foto

: ace

rvo

par

ticu

lar Uma das nossas

manifestações mais ricas é o

bumba-meu-boi, de origem nossa

(nordestina) relacionada ao ciclo

do gado) principal representante

da nossa cultura. Esta

manifestação é considerada a

mais complexa, pois envolve

dança, música e teatro, além da

relação entre brancos, negros e

indígenas, envolvendo ainda a

influência de cada etnia nos

diferentes sotaques: Boi de

matraca:de marcada influência

indígena, Boi de zabumba: de

influência africana, Boi de

orquestra: predomina a

influência branca,

Axixá, município da região Munim-lençóis, orgulha-se muito do

patrimônio cultural que tem. Mas... de quem herdou esse patrimônio?

Foto: rfilho560.blogspot.com

Festa do Divino: Sala do Trono – Ruy Vaz Axixá-MA

Foto

: É N

óis

na

Cu

ltu

ra

Cofo com camarão seco (torrado)

Grupo de capoeira – Centro Grande Axixá (MA)

É Nóis na Cultura – Comidas típicas axixaenses

Siri cozido Pratos juninos Sururu torrado Juçara com camarão

Boi da Mocidade – É Nóis na Cultura

Donato Alves e Leila Naiva

78

Page 79: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Nesta casa Sinfrônio Vidal de Melo (foto ao lado) iniciou a tradição do tambor de crioula dos “Caratiús”, há mais de 50 anos, mantida até hoje

Representação do Tambor de Crioula, dos Crateús – Arraial da Rua Adelino

Fontoura, organização da professora Telma Maria da Conceição Reis Lima

A Jornada de São Gonçalo – Representação da U. I. Major Fontoura –

Burgos –Axixá (MA)

79

Page 80: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Qual criança axixaense, de qualquer tempo, não tremeu de medo ao passar à noite em

determinados lugares de Axixá, ou não entrou em pânico diante da simples

possibilidade de transitar em tais lugares em noites tenebrosas?

Quem conta um conto... conta uma história, conta uma... LENDA!

Histórias com personagens fantásticas sempre povoaram o imaginário de povos das diversas partes do mundo, nas mais diferentes épocas.

Ao chegarem ao Brasil, os portugueses já encontraram um repertório de lendas indígenas; juntando a este o seu acervo somado ao dos negros africanos que trouxeram como força escrava de trabalho, legaram à cultura brasileira um conjunto literário popular capaz de ainda prender a atenção de crianças e adolescentes em plena era digital, disputando com os games e a internet o interesse desse público.

Em Axixá, parte dessas lendas está associada a tesouros enterrados e almas penadas, atormentadas pela necessidade de se libertar, entregando o tal tesouro a alguém, disposto a demonstrar muita coragem para vencer os obstáculos e resgatar o ouro.

Apenas uma dessas lendas tem suas raízes em uma linda e triste história de amor.

Ilustração: Cínthia Laís Rocha - Folclore: releitura 80

Page 81: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A Lenda da Pedra do Tanque

Uma das mais repetidas da tradição oral axixaense,

esta lenda encontrou na versão poética de Severiano de

Azevedo, poeta da cidade de Icatu, uma de suas mais belas

expressões.

No quadro pintado por Miguel Protázio, vislumbra-

se a explosão de tão grande melancolia, na cor, na

tonalidade perfeita; cenário do amor e da ruína da jovem

Maria, desaparecida nos labirintos da cachoeira do Tanque.

Pedra do Tanque - Pintura a óleo de Miguel Protázio Poesia de Severiano Antônio de Azevedo (1866)

Manuscrito de Amilton Oliveira

*

Engaraneira: planta nativa das

margens do rio Munim

*

Lethargo: (letargo) torpor,

81

Page 82: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A Lenda do Tanque

Versão de Slayde Rangelli*

É com imenso prazer

Que agora vamos cantar

Uma história bem estranha

Que aconteceu em Axixá

O famoso baile no Tanque

Era muito popular

Festa de tradição

Na cidade de Axixá

O rapaz chamado Juca

Trajou-se muito decente

Parou o seu carro

No meio de muita gente

E entrando na festa viu

Uma moça linda e atraente

Moça essa linda e atraente

Que ninguém soube informar

Juca não sabia de nada

E a chamou para dançar

Enquanto dançava sentiu

Um odor mortificante

Também sentiu frieza

Calafrios elevantes

A orquestra parou

Juca agradeceu

Pela dança que

A moça lhe concedeu

Sentou-se na mesa

E com amigos foi beber

Agradeceu a Deus,

Mas não sabia o que fazer

Diante da situação

Que acabou de acontecer

Quando chegou em casa

Foi logo adormecendo

Ali sonhando

Que estava numa dança

Com uma caveira dançando

No dia seguinte

Nem deu bola para o sonho

Foi logo pegando o carro

E saiu acelerando

Quando saiu na rua

O povo todo falando

No caso que aconteceu

Na linda moça “Maria”

Que até depois de morta

Foi vista dançando

A lenda foi real

E isso eu tenho certeza

Se ainda tem dúvida

É só falar com Juca

Que ele confirma

Com absoluta firmeza

O prefeito Juca

Ficou muito falado

do que aconteceu

E quando fala

Fica gelado

Agradeço a todos

Pela sua atenção

Principalmente a Deus

Pela sua proteção

Slaide Rangelli S. Almeida é aluna da turma 301, turno vespertino,

do Ensino Médiodo C. E. Estado do Acre e compôs o texto em gênero

“repente”, atendendo à uma proposta de trabalho de Artes da professora

Léa Andrade

82

Page 83: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A Lenda da Pedra da Santa Cruz

Esta lenda tem origem em relatos que

falam de uma pedra no meio de uma mata

de andirobal, mangueiras e juçareiras.

Essa pedra teria uma rachadura em forma

de cruz. Contam que lá aparecia um padre,

ou melhor, o fantasma dele a várias

pessoas da localidade. Em razão disso,

passaram a acreditar que lá houvesse ouro.

Certa feita, S. Benedito Lima, Zé de

Cândida e Paulo Padeiro foram, à noite,

escavar o local, para encontrar o nobre

metal. Foi quando viram um homem; a

princípio, julgaram tratar-se de Chico

Leite (o sítio fica nos fundos do quintal

dele) Foi quando perceberam que era o

vulto do tal padre.

Saíram todos três, disparados do

local, assombrados, tremendo mais que

vara verde e nunca mais quiseram saber de

se aventurar na caça ao tesouro (ainda

mais à noite). Formatação: Maria Dalva Marques e Marques Adaptado da ilustração original de Amilton Oliveira

Adaptação da tradição oral: Amilton Oliveira

83

Page 84: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A Lenda da Lagoa Grande

Este fato aconteceu em Limoeiro,

localidade axixaense que já fica nos limites com

Rosário e Presidente Juscelino.

Contam que um certo homem sonhou com

alguém que lhe entregava um tesouro,

escondido no fundo de uma lagoa, conhecida

como LAGOA GRANDE, no referido povoado

de Limoeiro.

No sonho, o homem recebeu informações

do que ocorreria na hora em que ele deveria

resgatar o tesouro, à meia-noite: a lagoa secaria,

de forma que ele poderia pegar o tesouro; mas

também galo cantaria e ele ouviria ruídos

diversos; recebeu também a orientação para não

dar atenção ao que ouvisse e se ocupasse apenas

do tesouro.

Tudo ocorreu conforme foi descrito no

sonho: a lagoa secou, ruídos aterrorizantes se

fizeram ouvir por todo o entorno da lagoa; mas

o homem, embora avisado de tudo, não resistiu

à pressão do medo e fraquejou.

Nesse instante, a lagoa voltou a encher e

por pouco o homem não se afogou. Mas, quando

chegou em casa, já foi ardendo em febre e

delirando. Dizem que, por conta disso, morreu.

Interpretado da tradição oral

Repente da Lagoa Grande

Olha, escuta, meu amigo,

O que eu vou te contar

A nossa lagoa grande

Uma lenda em Axixá

Certo dia um homem

Teve uma visão

Meia noite na lagoa

Viveria uma ilusão

E insistiu nesse desejo

E seguiu sua ambição

Bem no meio da lagoa

Existia uma corrente

De repente foi à frente

Para logo ele puxar

Das entranhas lá da terra

Ouro e prata a brilhar

Gritos fortes, assustadores

Espantaram o pobre homem

da escuta arrepiante

Lá se deu o seu olhar

Revelou uma frieza

A lagoa a brotar

A versão de Kássia Rayssa*

Um sonho e uma visão

Mostra um homem

[bem valente

Que da força insistente

Já tentou renunciar

Poucos dias se passaram

E o homem morto já está

Desse dia inesquecível

Deu-se início a uma lenda

A lagoa encantada

Que fascina muita gente

Registrada no folclore

Da família axixaense

Kássia Rayssa S. Santos - turma 301, turno

vespertino, do E. M. - C. E. Estado do Acre

Trabalho de Artes - Professora Léa Andrade

Ilustração: Mailson Bezerra Oliveira

84

Page 85: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Dia quatro de abril do ano dois mil e sete (2007) deu-se início ao sonhado aterro que hoje liga a ilha de Pery-juçara às terras de Munim-mirim: o chamado “aterro do manguezal”. E aos 18 dias do mês de outubro do ano de dois mil e oito (2008) foi finalmente concluído, tornando-se realidade um sonho de anos.

A partir de então o chamado progresso adentrou no povoado que imediatamente passou a ser chamado de bairro, facilitado pelo acesso por transportes terrestre, assim como o desenvolvimento na educação, saúde, esporte e, sobretudo, no turismo, que está trazendo inúmeros visitantes, dando-se o prazer da degustação de pratos típicos, como: a peixada, a camaroada, a caranguejada, a saborosa galinha caipira ao molho pardo, etc...

Conclui-se também, como melhoramento, o comercial, em termo de exportação, potencializada pela produção agrícola e pela pesca, grandes fontes de recursos deste bairro, que favorecem toda a comunidade com grandes oportunidades de trabalho e possibilidades de investimentos em projetos produtivos sustentáveis, uma opção para evitar o êxodo da população local, prejudicial ao desenvolvimento de todo o município em que esta localidade está inserida.

Vista da Bahia de S. José de

Ribamar – Pery-juçara

Porto de Itamaritiba Pery-juçara

Estrada de Pery-juçara

Bar do S. Dico, em Pery-juçara, com vista para a

Bahia de S. José de Ribamar

Final de tarde (acima) e pôr-do-

sol (abaixo) em Pery-juçara

Voo vespertino dos guarás

rumo ao ninhal – Pery-juçara

85

Page 86: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Pedra granito Pedra preta

Pedra brita

(...) Tem muitas riquezas, tem muitas belezas

(...)

Tem andiroba, babaçu pedra e areia

Toada “Terra querida” (letra e interpretação de Manequinho)

Axixá já teve por base

econômica a andiroba, que fornecia

a matéria-prima para a extração de

azeite com o qual era (e ainda é até

hoje) fabricado o sabão.

Atualmente essa exploração

já não tendo o vigor do início e

meados do século XX, vive seu

período de decadência; sua

exploração está praticamente

reduzida à fábrica comunitária de

Burgos, que produz o sabonete,

muito apreciado.

O óleo tem uso medicinal e

cosmético e só precisa de um

incentivo por parte das políticas

públicas direcionadas a projetos

produtivos que revitalizem essa

alternativa econômica, ao mesmo

tempo em que prestarão um serviço

ao meio ambiente, resgatando as

matas nativas (andirobais),

dizimadas pouco a pouco neste

município.

Atualmente, famílias que não têm

no serviço público sua principal fonte de

renda, exploram o comércio da pedra:

granito também conhecida como pedra

branca, bastante utilizada na construção

civil, e preta. Destas duas espécies de

pedra utilizadas em alicerces de casas,

ainda se extrai a brita para pilares e

pisos.

Aliás, esta cidade deve sua

emancipação ao mérito da grande

exportação deste produto para calçar as

ruas de são Luís, Alcântara e Belém do

Pará.

Além da pedra, a areia grossa é

outra fonte de renda em Axixá, também

utilizada com fins arquitetônicos.

A juçara, ou açaí, é um alimento

muito apreciado e a sua comercialização

garante rendimento expressivo a

muitas famílias axixaenses.

Areia grossa

Herbs gallery - Andiroba

Juçara em “caroço” e líquida

Dinheiro antigo, proveniente do comércio de

andiroba, que ajudou a sustentar a elite e a classe

popular em Axixá

Herbs gallery - Andiroba

maranhaoturismo.wordpress.com

É Nóis Na Cultura - Serão de andiroba

Imagem: É Nóis Na Cultura

Imagem: É Nóis Na Cultura

Imagem: É Nóis Na Cultura Imagem: É Nóis Na Cultura

Imagem: É Nóis Na Cultura

86

Page 87: É Nóis na Cultura - 2ª edição

“A paciência é essencial. Ser paciente, saber ouvir, não desistir.” Domingos de Jesus Batista Lima, pintor consagrado pelo povo

por suas belíssimas obras, começou a pintar com 17 anos, quando um acidente quebrou sua perna. Assim começou a fazer alguns rabiscos que ele pensou ser apenas por passatempo, mas que hoje se tornou uma profissão. Começou desenhando personagens de Maurício de Sousa como Cebolinha, Mônica, Cascão e, já que não podia trabalhar, seus desenhos eram vendidos para ajudar nas despesas da casa.

1. Com quantos anos você pintou pela primeira vez? Com 17 anos. 2. Qual foi a sua primeira pintura? Foram os personagens de Maurício de Sousa: Cebolinha e Cascão,

pois eram mais fáceis de desenhar. 3. Quem lhe ensinou pintar? Ninguém; comecei a trabalhar com desenho para sobreviver

depois que quebrei a perna.

4. Você pensa em ser famoso ou pinta só porque gosta do que faz?

Famoso geralmente se fica depois que se morre. Faço porque gosto e falo para os meus filhos que a pintura servirá de aposentadoria quando eu parar de trabalhar com serigrafia; então voltarei a fazer quadros como fazia antes e talvez, quem sabe, fique famoso, pois se morre e os quadros ficam.

5. Qual foi a sua melhor pintura? Depois das igrejas que decorei, foi o muro que pintei na cidade de Presidente Juscelino, outra foi uma tela que fiz da Santa Ceia e a Ascensão de Cristo Subindo ao Céu. 6. O que é essencial na arte de pintar? A paciência é essencial. Ser paciente, saber ouvir, não desistir, estar sempre à procura de novas técnicas e não esquecer principalmente dos métodos anteriores. Penso também que as escolas deveriam valorizar mais a arte e que deveriam incentivar as aulas de Educação Artística.

Quadro Colar indígena de Domingos Batista Lima

Imagem: É Nóis na Cultura

Por: Jeferson e Mailson

Ascensão de Cristo - Pintura de Domingos Batista Lima; Painel de fundo - altar da Igreja da N. S. da Saúde, Axixá

Entrevista

87

Page 88: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Ilustração de fundo: Josiane Lima Cantanhede

Uma Amizade Para Recordar

Existem pessoas que são lembradas por suas

boas obras e existem aquelas pessoas que são capazes de

transformar em arte tudo por onde passar, é o caso do

aluno Cleiton Lima Brandão, do 3° ano vespertino; um ser humano capaz, jovem, dedicado. Alguém cuja

pessoa tornou-se impossível de ser resumido em

palavras.

Uma pessoa merecedora de tudo de bom que

teve durante sua vida, como bom ser humano que foi,

esteve sempre no lugar mais desejado por todos que

sempre estiveram à sua volta, no centro das atenções e

rodeado de amigos, que sempre estiveram ao seu lado

em todos os momentos.

Cleiton, a sua partida deixou saudades e junto

com ela ficou um exemplo, que aqui quero ressaltar, um

legado de alegria e vontade de viver que você sempre

teve, te amamos e sabemos que você é eterno em nossas

lembranças e único em seu lugar.

Impossível? só substituir você!!!

TE AMAMOS, ATÉ O NOSSO PRÓXIMO

REENCONTRO!!! AUTORA: Josiane Lima Cantanhede

Turma 303

A morte não é o fim.

Cleiton, os teus gestos de bondade e carinho

hão de frutificar pela vida a fora. Mesmo

ausente estará sempre presente, pois quem

está perto de Deus não está longe de nós.

Sabemos que a morte não é o fim, é apenas

o cumprimento de uma etapa que se finda.

A partida é o início de uma outra etapa

numa dimensão nova, incognoscível,

insondável...

Tiveste uma existência luminosa, uma

coração nobre e uma alma generosa. Foste

muito importante para nós, por isso

permanecerá conosco o teu exemplo de

vida. Amaste a Jesus em vida e agora estará

com ele por toda eternidade.

Cleiton Lima Brandão

Saudades eternas de seus familiares,

parentes e amigos.

Vagner José e Gleycia

Turma: 303

Passou como um cometa e marcou como uma

estrela.

Existem pessoas que vêm, outras que

passam, algumas que ficam e aquelas poucas que

marcam. Existem pessoas que encantam não por

serem muito, mas por serem o que são... Pessoas

que são amigas não por sempre está por perto, mas

por serem verdadeiras... Que transmitem a alegria,

a paz, a esperança mesmo que seja com uma

simples palavra, um simples sorriso, um simples

olhar...

E como seria bom se todos fossem assim,

mas são tão raras, tão difíceis como as pedras mais

preciosas... Sortudos são aqueles que tiveram a

chance de conhecer alguém assim, que transmite

alegria mesmo na dor, esperança mesmo na queda.

Por isso somos felizes, pois tivemos como

companheiro, colega e amigo uma pessoa assim.

Cleiton não podemos voltar no tempo, mas vamos

continuar escrevendo nossas histórias e um dia,

quando chegar nossa hora de desembarcar, quem

sabe não te encontraremos lá, curioso e ansioso

para saber o que levamos em nossas bagagens.

Cleiton Lima Brandão

Diane, Jádila,, Milena e Rainara

Turma: 302

Fotos: É Nóis na Cultura 88

Page 89: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Origem do nome do Brasil (pátria-mãe gentil): Devido a grande quantidade de uma árvore de cor avermelhada, em tom de brasa...

Origem do nome de Axixá (dos filhos deste solo...): Devido a uma grande quantidade de árvore de nome xixá...de frutos de cor avermelhada... encontrada nas margens do rio Munim...

Imagem: www.ceplac.gov.br Imagem: Nóis na Cultura

89

Page 90: É Nóis na Cultura - 2ª edição

90

90 Imagens: É Nóis na Cultura

Page 91: É Nóis na Cultura - 2ª edição

A 1ª imagem de N. S. Da Saúde (1), padroeira de Axixá, trazida de Portugal a pedido de Manoel de Pinho, no período da colonização da cidade, foi roubada da igreja (2) em 1975. Em 1977, os axixaenses Simeão Alves Bahia e Arlindo Almeida Borralho (residentes no Rio de Janeiro, mandaram de lá uma nova imagem (3), até hoje existente na igreja.

1

2

3 Histórico de Axixá – manuscritos de Simeão Alves Bahia (Arquivo de Alexandrina Cantanhede)

Histórico da Igreja de N. S. da Saúde de Axixá – manuscritos de Alexandrina Cantanhede

Foto: Renato Pereira.

Foto: É Nóis na Cultura

Imagem do Google

Foto: É Nóis na Cultura

Foto: É Nóis na Cultura

http://pereira.renato.zip.net

91

Page 92: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Esta árvore que se vê defronte ao Cartório do Ofício Único de Axixá foi o 1º pé de axixá plantado na Sede da cidade, por iniciativa de Gentil Sinfrônio Cantanhêde, Tabelião na época em comemoração ao Dia da Árvore

Antigamente a Primeira Comunhão era

organizada pelo

Grupo Escolar “Estado do Acre”.

A capela da Sagrada Família foi fundada por Ivã

Ribeiro; fica na propriedade da família,

lembrando as capelas das antigas fazendas

coloniais

Antigamente, nas festas natalinas

axixaenses, havia apresentação do Pastor

(foto) e dos Reis, organizados por Dinorá

Fontoura, Dulce Rego, D. Zefinha e outros

A primeira igreja

Assembléia de Deus foi

trazida para a

localidade de Veneza e

era religião

predominante ali. Hoje

já existem templos em

quase todos os bairros

axixaenses

A congregação

Batista veio para

Axixá (localidade de

São Benedito) trazida

pelo senhor Lino

Tavares e teve como

encarregado o senhor

Vítor Lima, avô dos

irmãos Augusto e

Eurides Canatanhede

Em tempos passados, a igreja da Saúde

tinha um coro: uma espécie de mirante de

madeira, próximo ao teto onde o coral

subia para cantar.

Faziam parte desse coral Maria Eugênia

(D. Maroquinha), Maria Terezinha (D.

Mariquinha) Isabel (D. Belinha), Genésia e

Maria Pereira Reis (D. Babaca)

92

Page 93: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Imagem estante: rustik.com.brImagem estante: rustik.com.br

Tristezas e Alegrias, esta coletânea de poesias de Anacleta Eugênia Ribeiro (Anicota),é um verdadeiro diário poético em que a autora, uma alma que as perdas condenou à solidão, desabafa para as páginas silenciosas, discretas de um caderninho pessoal seus sentimentos mais profundos e contraditórios. Um convite e tanto para quem gosta de “ler” sentimentos

Deus é Algo do Universo! O título já antecipa as razões de leitura: religiosidade e reflexão. Isso não é suficiente? As impressões de mundo, da natureza, as coisas simples, visíveis só aos corações sensíveis, são uma chamada que confirma as palavras do pequeno príncipe (personagem da obra homônima de Saint Exupéry): só se vê bem com o coração; o essencial é invisível para os olhos. Irrecusável!

93

Page 94: É Nóis na Cultura - 2ª edição

De revista para revista, É Nóis na Cultura traz, do periódico Língua Portuguesa (edição 71, setembro de 2011) estas preciosidades informativas. Que tal conferir?

94

Page 95: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Querido conterrâneo axixaense, Vale você saber que existe um encarte do suplemento especial desta revista com páginas em branco, à sua espera, para serem escritas, preenchidas com as suas lembranças em depoimentos, contos interessantes, imagens (fotos antigas), a fim de resgatar para as novas gerações um pouco do nosso Axixá de outrora. Sua contribuição valerá também para enriquecer o documentário sobre a cidade de Axixá que esta escola está organizando, como mais um projeto didático para potencializar o letramento dos nossos educandos. Envie email com anexos para: [email protected] Aguardamos a sua valiosa contribuição, agradecendo antecipadamente.

Créditos desta imagem: vendavaldasletras.wordpress.com

Foto: acervo particulaer

95

Page 96: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Esse presente que recebemos

foi fruto de um compartilhamento de

idéias e forças do trabalho conjunto,

que tem no substantivo humildade a

sua força: reconhecemos que não

vivemos sem o outro, e é com essa

afirmação que expresso a minha

paixão pela minha cidade, pela

educação e mais precisamente por um

ensino de qualidade.

Baseado nesse princípio,

acredito que educação de qualidade

não se faz somente com escolas bem

estruturadas fisicamente, mas com

todo o corpo técnico e pedagógico

comprometido e unido, rumo à

mudança por um Brasil melhor; e essa

mudança, como diz Celso

Antunes, tem que partir

primeiramente de cada um de nós.

Educação significa “processo

de desenvolvimento da capacidade

física, intelectual e

moral do ser humano”, contudo há

várias formas de educação, como por

exemplo, a partir do momento em que

o indivíduo nasce, ele já recebe como

educação os hábitos e costumes das

pessoas a sua volta e da sociedade em

que está inserido. Como complementa

PIRES (2003: p.32), “pelo simples fato

de se relacionarem, os homens se

educam mutuamente”. Sustentado

nesse pensamento destacado, reforço a

minha paixão pela educação, mais

precisamente pela educação da minha

cidade, Axixá-MA, considerada a

melhor entre as outras do estado do

Maranhão, comprovada a partir do

indicador do IDEB 2009.

Efeito dominó: Humildade>comunhão de saberes>EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Gleyce Fernanda Dutra*

*Gleyce Fernanda é licenciada em Pedagogia, com Especialização em Gestão Escolar. É Coordenadora Municipal de Educação em Axixá

96

Page 97: É Nóis na Cultura - 2ª edição

Uma escrita a muitas mãos

Esta é uma palavra de agradecimento. Novamente. Agradecemos a Deus, por nos dar a honra de servi-lo através da tentativa, do esforço de oferecer uma educação de qualidade. Agradecemos aos vários colaboradores, citados nas páginas em que constam suas contribuições valiosas. Como bem disse nossa editora-chefe Diane: esta é mais uma conquista devida principalmente a vocês, queridos leitores, que nesta edição também são co-produtores. Mais uma vez, agradecemos (ser redundante é preciso) também aos nossos queridos estudantes (razão maior desta iniciativa), por terem abraçado a proposta do projeto, por se manterem firmes nessa adesão e por nos sustentarem com o seu entusiasmo juvenil. Obrigada aos gestores do C. E. Estado do Acre, pelo apoio. Somos profundamente gratos pela paciência com que aguardaram esta edição; esperamos que tenha valido a pena. E para finalizar, fazendo uso do lugar comum, “agradecemos a todos que, direta ou indiretamente colaboraram conosco”.

Dalva Marques Léa Andrade

Professora Dalva Marques Professora Léa Andrade

97