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- 19 - Capítulo 2 e Escalas Tonais e 1) Escala: ESCALA é uma sequência de sons separados entre si por intervalos determinados de tons e/ou semitons, na maioria das vezes. As escalas mais usadas são as de 5, 6, 7, 8 e 12 sons, que serão estudadas a partir deste capítulo. e 2) Por que estudar escalas ? Vários assuntos e recursos musicais estão baseados nas escalas: . construção de acordes; . progressão de acordes; . transposição; . composição; . improvisação; . memorização; . harmonização e rearmonização. Assim, entendendo ESCALAS, será mais fácil estudar os assuntos acima e dominá-los quando em nível mais adiantado. e 3) Escala Tonal Maior : A escala é chamada TONAL porque há uma relação dos sons e acordes com a TÔNICA, que é denominada de CENTRO TONAL. Uma forma prática de se formar esta escala é a partir do TETRACORDE. UM TETRACORDE é a sequência de 4 NOTAS, separadas entre si por intervalos de TOM – TOM – SEMITOM. Ex n.1: TETRACORDE DE DÓ & w w w w Ex n.2: TETRACORDE DE RÉ & w w w w # No TETRACORDE DE RÉ acrescenta-se o ( ) ao FÁ para formar o intervalo de UM TOM entre MI e FÁ. - 29 - Capítulo 4 e Escalas Modais e 1) Conceito e Nomes: Considerando a ESCALA MAIOR, pode-se constatar que dentro dela existem SEIS ESCALAS adicionais, conhecidas como MODOS. Há 7 modos diferentes de arrumar 5 T e 2 STs dentro de uma oitava. Tomando a ESCALA DE DÓ M como exemplo, tocando-se de RÉ a RÉ (uma oitava), tem-se o MODO DE RÉ; de MI a MI, tem-se o MODO DE MI; e, assim, sucessivamente. Todas estas escalas são diferentes entre si porque os semitons naturais ficam dispostos entre graus diferentes. Estes modos recebem os seguintes nomes gregos: Usar a seguinte frase como processo mnemônico: I D E AO F I L M E L O G O Uma pergunta que pode surgir na sua mente é: COMO SABER SE UMA MÚSICA ESTÁ EM DÓ MAIOR ou no MODO DE DÓ, uma vez que as duas escalas têm as mesmas notas? A resposta é: . na condução melódica : o MODO tende a usar mais GRAUS CONJUNTOS (tom e semitom) e pequenos intervalos; intervalos grandes só esporadicamente. . na condução harmônica : a principal característica da TONALIDADE é criar TENSÃO e RESOLVER, o que não se observa nos MODOS. Para que sua música tenha sabor MODAL, evitar os acordes que criam tensão; se usá-los, não conduzí-los para a resolução tradicional (V – I ). Usam-se também muitas progressões de acordes por graus conjuntos, ascendente e descendente, nos MODOS. 1 - MODO DE DÓ - IÔNICO ou JÔNICO 2 - MODO DE RÉ - DÓRICO 3 - MODO DE MI - FRÍGIO 4 - MODO DE FÁ - LÍDIO 5 - MODO DE SOL - MIXOLÍDIO 6 - MODO DE LÁ - EÓLIO 7 - MODO DE SI - LÓCRIO

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Capítulo 2eEscalas Tonais

e 1) Escala: ESCALA é uma sequência de sons separados entre si por intervalos determinados de tons e/ou semitons, na maioria das vezes. As escalas mais usadas são as de 5, 6, 7, 8 e 12 sons, que serão estudadas a partir deste capítulo.

e 2) Por que estudar escalas ? Vários assuntos e recursos musicais estão baseados nas escalas: . construção de acordes; . progressão de acordes; . transposição; . composição; . improvisação; . memorização; . harmonização e rearmonização. Assim, entendendo ESCALAS, será mais fácil estudar os assuntos acima e dominá-los quando em nível mais adiantado.

e 3) Escala Tonal Maior :

A escala é chamada TONAL porque há uma relação dos sons e acordes com a TÔNICA, que é denominada de CENTRO TONAL. Uma forma prática de se formar esta escala é a partir do TETRACORDE.

UM TETRACORDE é a sequência de 4 NOTAS, separadas entre si por intervalos de TOM – TOM – SEMITOM.

Ex n.1: TETRACORDE DE DÓ

& ww w wEx n.2: TETRACORDE DE RÉ

& ww ww#

No TETRACORDE DE RÉ acrescenta-se o ( ) ao FÁ para formar o intervalo de UM TOM entre MI e FÁ.

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Capítulo 4eEscalas Modais

e 1) Conceito e Nomes:

Considerando a ESCALA MAIOR, pode-se constatar que dentro dela existem SEIS ESCALAS adicionais, conhecidas como MODOS. Há 7 modos diferentes de arrumar 5 T e 2 STs dentro de uma oitava.

Tomando a ESCALA DE DÓ M como exemplo, tocando-se de RÉ a RÉ (uma oitava), tem-se o MODO DE RÉ; de MI a MI, tem-se o MODO DE MI; e, assim, sucessivamente. Todas estas escalas são diferentes entre si porque os semitons naturais ficam dispostos entre graus diferentes. Estes modos recebem os seguintes nomes gregos: Usar a seguinte frase como processo mnemônico: I D E AO F I L M E L O G O

Uma pergunta que pode surgir na sua mente é: COMO SABER SE UMA MÚSICA ESTÁ EM DÓ MAIOR ou no MODO DE DÓ, uma vez que as duas escalas têm as mesmas notas?

A resposta é: . na condução melódica : o MODO tende a usar mais GRAUS CONJUNTOS (tom e semitom) e pequenos intervalos; intervalos grandes só esporadicamente.

. na condução harmônica : a principal característica da TONALIDADE é criar TENSÃO e RESOLVER, o que não se observa nos MODOS. Para que sua música tenha sabor MODAL , evitar os acordes que criam tensão; se usá-los, não conduzí-los para a resolução tradicional (V – I ).

Usam-se também muitas progressões de acordes por graus conjuntos, ascendente e descendente, nos MODOS.

1 - MODO DE DÓ - IÔNICO ou JÔNICO

2 - MODO DE RÉ - DÓRICO

3 - MODO DE MI - FRÍGIO

4 - MODO DE FÁ - LÍDIO

5 - MODO DE SOL - MIXOLÍDIO

6 - MODO DE LÁ - EÓLIO

7 - MODO DE SI - LÓCRIO

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Capítulo 11eAcorde Dominante

e 1) Conceito: ACORDE DOMINANTE é o acorde formado sobre o V grau da escala maior e da escala menor

(formas harmônica e melódica). Ex.: G 7, A 7, F 7, C 7, A 7. É preciso saber reconhecê-lo rapidamente devido à sua estrutura peculiar.

e 2) Estrutura: Formado por uma 3.ª MAIOR e uma 7.ª MENOR.

e 3) Tensão – Resolução: O fato de apresentar em sua formação um intervalo DIMINUTO, quando no estado fundamental e na

1.ª inversão, ou AUMENTADO, quando nas 2.ª e 3.ª inversões, faz com que este acorde gere grande

TENSÃO. O intervalo diminuto tende a diminuir, e o aumentado tende a aumentar. Este intervalo recebe o

nome de TRÍTONO, por ser formado por três tons.

O TRÍTONO é formado pelo IV grau e VII grau da escala que estão contidos no acorde de V 7. Na

resolução, o IV grau desce ao III, e o VII grau sobe ao I, indo, assim, ao acorde da TÔNICA.

Porém, ele pode ser encaminhado para outro acorde que não o do I grau. Isto se chama RESOLUÇÃO DECEPTIVA . I 7M IV 7M V 7 VIm7

Ex.: C 7M l F 7M l G 7 l Am7 l ...

e 4) Notação na análise harmônica: O acorde dominante precisa sempre ter a indicação de resolução ou não resolução. Com resolução: usa-se uma seta indicando o encadeamento V 7 - I .

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Capítulo 26eHarmonização

e 1) Conceito: HARMONIZAR é acrescentar a uma melodia o acompanhamento ou os acordes que combinem com ela.

e 2) Requisitos: Para harmonizar é preciso: . conhecer bem escalas e acordes;

. saber analisar harmonias realizadas por outros músicos;

. saber as regras que regem as progressões de acordes;

. ter conhecimento de fraseado e cadências;

. no mínimo, ter um ouvido razoável para perceber ou escolher entre vários, o acorde que melhor

combina com a nota a ser harmonizada;

. ter paciência e persistência nesse tipo de atividade.

Às vezes, a harmonização é rápida; a melodia permite uma série de acordes. Mas, às vezes, boas

idéias só aparecem após horas ou dias de trabalho. Harmonizar exige repassar a mesma música várias vezes

até dar-se por satisfeito com o resultado. Alguém disse que já era muito difícil compor no período romântico,

por causa do nível dos compositores da época. Tornou-se praticamente impossível após Brahms, porque ele

trabalhava exaustivamente nas suas partituras até ter em cada uma delas o que ele considerava perfeito. Não

pretendemos chegar lá, é claro. Mas somente ouvido e inspiração não bastam para se ter uma boa

harmonização. É preciso trabalho sobre a partitura mais reavaliações, consultas, pareceres...

e 3) Como começar a harmonizar:

1.º passo :

Identificar a tonalidade da melodia e ter em mente quais os acordes que podem, basicamente, ser

utilizados (no mínimo I, IV e V 7).

2.º passo :

Identificar as frases ou idéias musicais, colocando uma vírgula ou outro sinal indicativo. Normalmente

as frases terminam com cadências conhecidas: sobre o V 7 , V 7 – I , II – V 7 – I , IV – V 7 – I , IV – I ...

Cadência é um conjunto de acordes que conduz a um acorde de repouso. A cadência V 7 – I é

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Capítulo 28eIntroduções

e 1) Conceito: INTRODUÇÕES são acordes ou progressões de acordes usados para introduzir uma música.

e 2) Estrutura: O acorde escolhido ou a progressão de acordes escolhida deve conduzir natural e harmonicamente ao primeiro acorde da música, normalmente com a fundamental do último acorde da progressão subindo uma 4.ª Justa ou 1 semitom/ tom, ou descendo uma 5.ª justa ou 1 semitom/tom . A progressão geralmente ocupa 4 compassos (podendo variar entre 2, 4, 6 e 8 compassos conforme o desejo do compositor / arranjador), podendo cada compasso normalmente conter um ou dois acordes.

e 3) Tipos: A seguir, serão apresentados alguns padrões mais usados. Nossa sugestão é que a pessoa interessada procure sempre analisar as introduções que encontrar, grave por escrito ou na memória progressões que lhe pareçam interessantes, e as coloque em prática quando houver oportunidade. 3.1. A progressão mais simples é aquela que faz o primeiro acorde ser precedido pelo seu II cadencial: IIm7 – V 7 – I. Início da música

Em DÓ Maior : ll Dm7 l G 7 ll C 7M .... Para acrescentar compassos, raciocinar retroativamente, considerando o acorde de IIm como base para o novo II cadencial:

IIIm7 V 7/II IIm7 V 7 I 7M l_______l l_______l ll Em7 l A 7 l Dm7 l G 7 ll C 7M l ... V 7/III IIIm7 V 7/II IIm7 V 7 I 7M l_____l l______l ll G m7 C 7 l F m7 B 7 l Em7 A 7 l Dm7 G 7 ll C 7M ... l_______l l_____l

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Capítulo 32eImprovisação: acordes e suas escalas

e 1) Introdução: Pelo que foi estudado até aqui, pode-se concluir que há uma relação entre acordes e escalas / modos.

Muitas vezes, esta relação é extremamente complicada, exigindo conhecimento mais aprofundado do músico.

Nosso objetivo aqui é apenas esboçar um quadro geral das possibilidades resultantes dessa

combinação entre acordes e escalas/modos. Há vários livros específicos que tratam deste assunto com

propriedade. Mas achamos que esta abordagem inicial será bom referencial para quem deseja se desenvolver

na arte da improvisação.

e 2) Improvisar: É saber criar quando se executa uma peça. Não é simplesmente, como temos ouvido, a pessoa "se

soltar" e tocar o que lhe vem à cabeça. Há leis que regem a improvisação. Se não fosse assim, não haveria

tantos livros de técnica de improvisação como encontramos no mercado, especialmente em países

avançados. Da mesma forma que um compositor clássico obedece certas leis de composição , o arranjador

obedece certas de harmonia, o improvisador também tem um raciocínio a ser seguido. E nem um dos três

profissionais citados perde sua criatividade e espontaneidade por estar seguindo essas regras ao realizar sua

obra.

A improvisação pode ser bem próxima da melodia, mantendo-a ouvida e reconhecida à medida que

algumas alterações lhe são acrescentadas. Outras formas de improvisação podem se distanciar bastante do

tema original, como a que se baseia apenas na progressão dos acordes da peça. É neste caso que é

necessário o conhecimento das escalas e dos modos que combinam com os acordes da progressão. Cada

acorde passa a ser visto como a origem de uma escala. E dependendo das notas que formam um acorde,

certas escalas serão mais consonantes com o acorde. Não dá para usar um escala menor primitiva, por

exemplo, com um acorde maior com 7M. A escala maior será a primeira escolha neste caso. Conclui-se que é

necessário que as notas do acorde sejam encontradas na escala/modo escolhida(o).

Podemos dividir a improvisação em três abordagens simplificadas:

a. Improvisação na melodia;

b. Improvisação usando notas do acorde;

c. Improvisação usando notas da escala/do modo.

a) IMPROVISAÇÃO NA MELODIA:

Os seguintes recursos podem ser usados: